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Fundada em 27 de fevereiro de 1986
Federada ao Grande Oriente do Brasil
Jurisdicionada ao Grande Oriente do Brasil Rondônia
Rolim de Moura – RO
2023
JOÃO PAULO MENEGOTI
Rolim de Moura – RO
Sembro / 2023
A Sublime ordem, assim como qualquer outra instituição, deve basear-se em
princípios, firmados em seus Postulados, que serão instrumentos para governar e manter-
se operante ao longo da trajetória do tempo.
O termo Postulado, têm sentido, que poderíamos chamar de próprio, sendo
condicionais essenciais para atingir determinado objetivo comum.
É um princípio ou fato não demonstrado que se admite como verdadeiro. Ponto a
partir do qual, se dá início a um raciocínio, uma premissa.
Os Postulados são afirmações práticas consideradas verdadeiras, que determinam
uma ação possível, sem que haja a real necessidade de comprovação face às evidências.
Os Postulados Universais da Maçonaria são temas, afirmações, conceitos,
princípios que regem a doutrina maçônica, dando parâmetros excenciais para o maçon
reforçar seu caráter, melhorar sua bagagem moral, espiritual e aumentar seus horizontes
culturais.
Com o passar do tempo, o maçon, em sua tragetoria de vida, deve aprender a
executar os postulados, a cada dia de forma mais intensa, na esperança de ser um bom
obreiro, honrando a si mesmo e homenagiando a Fraternidade a qual é membro.
Esses Postulados, crivados na nossa Constituição do Grande Oriente do Brasil,
promulgada em 25 de junho de 2007, que abrange todo o seu artigo 2º, são bases adotadas
universalmente pela Maçonaria, sendo essas: a existência de um grande criador supremo,
que não teve começo e nunca terá fim: o Grande Arquiteto do Universo; O sigilo que é
da essência da entidade maçônica, juramentado por nós membros, não somente um dever,
mas também um orgulho em guardar; o Simbolismo da Maçonaria universal, que é meio
de comunicação e identificação entre os povos e também de uma geração para outra; A
Maçonaria divida em três graus (aprendiz, companheiro e mestre), também conhecida
como Simbólica ou ainda Operativa; A lenda do Terceiro Grau e sua incorporação aos
rituais; exclusividade de iniciação masculina; Proibição de discussão ou controvérsia
sobre matéria político-partidária, religiosa e racial, dentro dos templos ou fora deles, em
seu nome; a manutenção das Três Grandes Luzes da Maçonaria: o Livro da Lei, o
Esquadro e o Compasso, sempre à vista, em todas as sessões das Lojas e o uso de avental
nas sessões.
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A Constituição citada em tela, é Carta Magna Maçônica que vige no âmbito da
Maçonaria operativa brasileira e se baseia implicitamente ao “Código Landmarks”,
compilado por Albert Galletin Mackey em 1856, sendo este por sua vez o grande alicerce
constitucional universal maçônico, reconhecido pela Grande Loja Unida da Inglaterra.
Esse “Código”, está estruturado sobre um texto com os três modos de operações clássicas:
o permissivo (conjunto de normas que estabelecem um direito ou uma possibilidade), o
proibitivo (normativos que visam restringir as liberdades e os direitos) e o declarativo (as
disposições que visam formalizar, contextualizar e explicar um conjunto de definições
fundamentais à operação legal).
Levando em consideração a importância nos Postulados, sobre crer na existência
do Grande Arquiteto do Universo e o livro da Lei como uma das três luzes, é que se faz
necessário a sua leitura no início dos trabalhos.
É importante lembrar que Livro da Lei poderá ser, além da Bíblia, o Alcorão, a
Torah, o Evangelho Segundo o Espiritismo, o Livro de Mormon ou qualquer outro livro
que seja sagrado para a religião dos Obreiros participantes dos trabalhos ritualísticos.
No Brasil, onde predomina a influência judaico-cristã, as Lojas que trabalham no
Rito Escocês Antigo e Aceito, adotaram a Bíblia.
O Livro da Lei não existia nas reuniões da Maçonaria Operativa inglesa. Só a
partir de 1670, as Lojas Jurisdicionadas à Grande Loja de Londres - passaram a usar a
Bíblia em suas reuniões;
A partir de então, as lojas passam a fazer a leitura do Capítulo 1 do Evangelho de
São João, versículos 1 a 5, na abertura dos trabalhos ritualísticos.
A leitura do Salmo 133, no Altar dos Juramentos, foi oficialmente estabelecido
pela Grande Loja da Inglaterra em 1717, cumprindo o 21º Landmark, sendo condicional
para dar início aos trabalhos ritualísticos maçônicos.
No Brasil, todas as Lojas usavam a leitura do Evangelho de São João até à década
de 1930-40. Na década de 1950-60 a leitura do Salmo 133 foi adotada nas Lojas com o
R∴E∴A∴A∴, federadas ao Grande Oriente do Brasil.
Os salmos são diversos poemas e recitações religiosos, que são consideradas
orações sagradas e louvores, na forma de cânticos acompanhados por instrumento de
cordas, a cítara, espécie de harpa triangular ou trapezoidal. O Salmo 133, é atribuído ao
Rei Davi, pai do Rei Salomão, que era poeta e músico. Este salmo intitulado na Bíblia de
Jerusalém – “A vida fraterna” – exalta de forma singular o real significado da fraternidade
e é um hino de louvor ao Deus de Abraão:
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1
“Oh! Quão bom e quão suave é que os Irmãos viviam em união.
2
É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce pela
barba, a barba de Aarão, e que desce até a gola das suas vestes.
3
É como o orvalho do Hermón, que desce sobre os Montes de
Sião:porque ali o Senhor ordena a benção e a vida para sempre”.
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Em aramaico, Hermón significava “lugar sagrado ou proibido”. Com altitude de
3.046m acima do nível do mar, é a montanha mais alta da costa oriental do mar
Mediterrâneo, situado na fronteira entre o Líbano, Israel e a Síria.
Em Árabe, o Hermon é conhecido como “Jabal Ash Thelj”, que significa
montanha de neve. De fato, o cume do Hermon fica permanentemente coberto de neve,
inclusive no verão. Nos seus contrafortes nasce o rio Jordão (significa “rio que desce”),
cujas nascentes recebem o orvalho e a neve que, derretidos, descem do topo do Hermon.
A sua travessia simboliza a entrada dos judeus na Terra Prometida de Canaã, após
o Êxodo do Egipto.
Sião era o nome da primitiva Jerusalém e das terras à sua volta. As águas do
Hermon, descendo o rio Jordão, abasteciam e vivificavam os “Montes de Sião”, irrigando
as terras à sua volta e trazendo a abundância em alimentos e a riqueza ao povo ungido de
Deus, trazendo-lhes “a bênção e a vida para sempre”.
O salmo 133, desde a sua criação, até os dias atuais, quando bem compreendido,
evidencia claramente o quanto é benéfico buscar a união entre o irmão e a ligação de
proximidade ao G∴A∴D∴U∴, para alcançar na vida, a benção da prosperidade para
sempre.
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Referencias:
BÍBLIA, Sagrada de Jerusalém, edições Paulistas, São Paulo, 1973
RITUAL, Rito Escocês Antigo E Aceito. 1º Grau Aprendiz Maçom. São Paulo:
Grande Oriente do Brasil, 2009. ISBN 978-85-88308-05-3.
ALBANI, Pedro Jorge de Alcantara. Salmo 133. Revista Maçônica Digital Acácia, pag.
27, ano 4 – Nº 46 – outubro 2022
BAÇAN, Lourivaldo Perez – O Livro Secreto da Maçonaria – Ed. Universo dos Livros
PAIVA, Antônio Guilherme de – Salmo 133: análise e interpretação – São João Del-
Rei 2003