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Trabalho Sobre o Salmo 133.

" Oh! Quão bom e suave é que os irmãos vivam em união! É como o óleo
precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba de Aarão e desce para a gola
de suas vestes. É como o orvalho do Hermon, que desce sobre os montes de
Sião. Ali ordena o Senhor a sua bênção e a vida para sempre".

O Salmo 133 é o Salmo que entre tantos outros motivos, exulta a união entre os
irmãos, salmo este que também o foi da ordem dos templários, fundada na época das
cruzadas, como sabemos. Este salmo demonstra a filosofia maior da Maçonaria. Nele
está contida a trilogia liberdade, igualdade e fraternidade.

• SALMO OU PSALMO: Do grego psalmos, de psallein é uma palavra grega com o


significado de tocar um instrumento de corda, o saltério, espécie de harpa, e é também
um cântico acompanhado de tal instrumento.
O saltério ou psaltério do grego; de psaltein é um instrumento musical de
formato triangular ou trapezoidal com treze ordens de cordas, que se faziam vibrar com
uma pena ou com as unhas.
Os hebreus já conheciam o saltério e que foi introduzido na Europa após as Cruzadas.
Salmo foi o nome dado pelos Setenta ao hinário de Israel, isto é aos hinos ou
salmos destinados aos serviços corais do templo ou sinagogas, traduzindo por
psalmos a palavra hebraica “ mizmór, “ significando cântico com o acompanhamento de
um instrumento de cordas.
O Livro dos salmos é uma coleção de 150 composições poéticas, as quais
através dos gêneros literários os mais diversos, apresentam conteúdo exclusivamente
religioso.
Sendo a expressão da alma hebraica em oração, manifestam os mais variados
sentimentos e circunstâncias: júbilo e pranto, triunfos e derrotas, tranqüilidade e
angústia, agradecimento e louvor, enfim um tumultuar de afetos contados sempre com
profunda suavidade.
Em hebraico, esta coleção denomina-se " tehillim ", da raiz " hálial " louvar,
tratando-se portando de louvores.
Na versão Grega dos Setenta, os Salmos vêm sob o nome de " psalterion " ou
" psalmoi " o que significa cantar com acompanhamento.
Do vocábulo Grego originou-se o nome dos Salmos em todas as línguas
modernas, sobretudo as neolatinas.
O livro dos salmos é uma reunião de cânticos e louvores ao Senhor, feitos por
Davi, Asafe, Salomão, a Moisés, a Etá e aos filhos de Coré. Teriam sido escritos no
décimo século antes de Cristo em diante.
Os salmos com já mencionam são 150 e estão distribuídos assim: 5 ( CINCO )
salmos que tratam exclusivamente da glória da cidade de Jerusalém e o seu tempo
passado e no futuro – São Eles: Salmos 48, 84, 122, 132; temos 7 ( SETE ) salmos que
são os chamados de penitenciais: São eles: Salmos 6, 32, 38, 51, 102, 130, 143; temos
15 ( Quinze ) salmos que são conhecidos como os Salmos do Peregrino – que são
eles: 120 a 134; temos 1 ( UM ) salmo que é o familiar salmo de ação de graças – que
é o Salmo 36; temos o grande salmo da palavra de Deus que é o Salmo 119. E mais 6
( SEIS ) que são conhecidos como os salmos das aleluias – São os: 111, 113, 115 a
117.
A fragilidade humana e a glória de Deus foram contrastadas no Salmo 90; o
cuidado protetor de Deus foi apresentado no Salmo 91. Os salmos incluem um vasto
conteúdo de profecias messiânicas: sendo 2 ( DOIS ) relativas aos sofrimentos de
Cristo: São os Salmos 22 e 69; 4 ( QUATRO ) Cristo como Rei; são os salmos 2, 21,
45 e 72; 3 ( TRES ) que falam de sua Segunda vinda São os Salmos 50, 97 e 98; e
fundamentalmente, o pequeno salmo 110, que descreve Cristo como o filho de Deus.
Por todos esses fatores é que a abertura do livro sagrado, no primeiro Grau, o
de Aprendiz, é feito na parte central do livro, justamente no salmo 133. Todos nós
conhecemos este salmo, entretanto, poucos de nós sabemos que ele é denominado de
salmo do peregrino; é a peregrinação que o Maçom faz para “ refrigerar " a sua alma;
para alimentar o seu corpo espiritual; para fortalecer a sua vida.
Não é suficiente, no entanto, apenas " ouvir-lhe " a leitura; é preciso, que as
suas palavras sejam aceitas e compreendidas. Procuremos analisá-las e desvendar o
seu verdadeiro sentido, já que essas palavras inspiradas por Davi foram escritas no
décimo século antes da era Cristã.
Israel assim como seu povo é abençoado por Deus, dizem em histórias
populares, que é o povo escolhido, situado entre a cadeia de montes de Sião, de onde
se destaca majestosamente o monte Hermon, um verdadeiro oásis, contrastando com
os países vizinhos; Cortado por diversos e importantes rios, dentre eles o mais famoso,
o rio Jordão, às suas margens estende-se verdejantes videiras e oliveiras assim com
produz tudo o que se planta.
Como Jerusalém está situada na meseta central da Palestina, para chegar à
cidade santa de qualquer parte da terra, é preciso " subir ", o que explica bem a razão
de ser da expressão " das subidas ", circundada pelos montes de Sião, onde o senhor
escolheu para morar, de onde se destaca majestosamente o monte Hermon.
O monte Hermon por sua vez, destaca-se por sua magnitude, de tão alto, há
neve em seu cume o tempo todo, e é de lá, que vem o orvalho santo junto com as
bênçãos; a neve derretida, forma os rios e os lençóis de água, e por sua importância é
que no salmo 133, destaca de forma tão bela.
Quando Davi falava " O quão bom e agradável vivermos unidos os irmãos! "
importância que dava aos povos de diversas aldeias que iam aos templos de
Jerusalém para rezar, e Jerusalém por sua vez, tratava à todos dessa forma, acolhia
quem quer que fosse, viesse de qualquer lugar.
E o óleo citado "...é como o óleo precioso... " era um perfume raríssimo à base
de mirra e oliva, usado para ungir os reis e sacerdotes, e ou aqueles que aspiravam a
alguma iniciação; Importante à ponto de comparar com os irmãos unidos e sua
grandiosidade.
Agora quando fala "...é como o orvalho do Hermon, que desce sobre os montes
de Sião... " refere-se ao monte em sua pujança, sua importância para a existência de
Israel, dos montes vem o orvalho e o orvalho é a água, a vida, a natureza, o bem mais
precioso.
Para situarmos melhor na história, falo agora do significado de cada citação, de
onde podemos refletir e só assim, entendermos o que Davi Dizia:

OS IRMÃOS:

Quando o Salmo 133, sugere "...que os irmãos vivam em união... " estamos
traçando um programa de convivência amena e construtiva, e se voltarmos no tempo,
veremos que a palavra " irmão " se revela uma necessidade entre os homens e era
mesmo. Com toques divinos, não menores necessidade que temos dela hoje, basta
que encaremos o panorama humano dos nossos dias atormentados pelas divergências
e alimentados pelo ódio mais profundo, ganância e conquista sem escrúpulo.
O ÓLEO:

Deus escolhe Aarão e seus filhos para o sacerdócio, determinando o modelo, o


material para a confecção das vestes e demais elementos que seriam usados para o
ofício sacerdotal. A descrição dos elementos que deveriam compor o " óleo precioso ":
Em 1 him (6 litros) de óleo de oliva, 500 siclos da mais pura mirra, 250 siclos de canela
aromática, 250 siclos de cálamo aromático, 500 siclos de cássia e mais especiarias,
tudo composto por um mestre perfumista.
Diz um historiador que estas especiarias custavam caríssimo, pois procediam de
diversas regiões e de outros países. Depois de feita e mistura, passava tudo por um
processo de refinamento e depuração, de modo que os seis litros iniciais se resumiam,
no final, em cerca de 600 gramas. Assim, os 1.500 siclos citados, mais o preço de
outras especiarias não determinado, podemos calcular que as 600 gramas finais do "
óleo precioso, hoje no mercado não teria perfume de igual valor financeiro. " Além
disso, o óleo precioso era para ser usado unicamente pelo Sacerdote, para santa
unção, uma única vez por ano, quando o Sumo Sacerdote adentrava o Santo dos
Santos. E quem se atrevesse a compor um perfume como aquele, seria extirpado do
meio do povo. A fórmula era segredo da tribo de Levi, a tribo dos sacerdotes e
transmitida às gerações seguintes. Dizem que quando o sacerdote usava algumas
gotas sobre sua cabeça, a fragrância se exalava por todo o ambiente, por muito tempo
e se estendia até o pátio externo.

AARÃO:

O membro destacado da tribo de Levi, irmão mais velho de Moisés e seu


principal colaborador, possui um peso próprio na tradição bíblica, devido ao seu caráter
de patriarca e fundador da classe sacerdotal dos judeus. Aarão, Moisés e o seu povo,
libertados do julgo dos egípcios, depois de merecido descanso do lado oriental do mar
vermelho, reiniciaram a marcha rumo ao sul, pelas margens ocidentais da Península do
Sinai, à procura de água potável, peixes, caças e pastos para seus rebanhos.
Assim como faziam os beduínos-nômades, já instalados em campo aberto,
parados ou em evolução, distribuíram as doze tribos ( Famílias ) para cada grupo,
assim como as doze colunas dos templos maçônicos, formando um triângulo, ou seja,
três grandes colunas de combate, como faziam, naqueles tempos, os nômades dos
desertos.
Na frente, estacionados ou em movimento, instalaram-se a grande coluna dos
luminares ( LUZ ), protegida pelos melhores combatentes prontos para qualquer
eventualidade, a que denominaram de coluna do Oriente.
Ao noroeste do triângulo, instalaram-se a coluna do Norte, igualmente em
constante vigilância.
Ao sudoeste ficou a coluna do Sul. Ambas as colunas do Norte e do Sul,
permaneceram em vigília dia e noite a fim de se defender de possíveis ataques vindos
da parte do Egito ou de bandos de salteadores.
No centro das três colunas, naturalmente e sem mistério, instalaram-se os
anciãos, mulheres, crianças, enfermos, escribas e o grande timoneiro Moisés e o sumo
sacertade Aarão, onde discutiu com os escribas a elaboração de uma lei severa e forte
que, depois de elaborada e promulgada, foi denominada de Lei Moisáica, portando esta
lei tornou-se insuportável, devido a seu rigor como: Olho-por-olho, nariz-por-nariz,
orelha-por-orelha, dente-por-dente e castigo semelhante ao crime cometido. Em face
dos clamores de muitos, pedindo de uma lei vinda de Deus e não do homem, Moisés
subiu o Monte Sinai para orar ao Criador e pedir inspiração na feitura de uma lei justa e
perfeita.
Eis que Deus, na sua bondade misericordiosa, atendeu as súplicas de Moisés,
inspirando-o para com espirito de justiça, amor e bondade, elaborar " O Decálogo de
Deus, " consolidando desta forma, o sistema politico-teocrático para a Nação dos
Hebreus.
O decálogo de Deus, considerado por muitos como a primeira carta
constitucional da humanidade – embora reduzida – que veio consolidar o regime
teocrático da Nação Israelita, era, sem dúvida, uma reduzida e autêntica constituição
Maçônica – O decálogo Sagrado e os 12 mandamentos da bíblia Sagrada de hoje.

A BARBA:

Pêlos espalhados pelo rosto adorna a face do homem desde os mais remotos
tempos, a barba mereceu dos mais variados, novos semitas e não semitas da
Antigüidade, uns tratos especiais destinaram-lhe grandes cuidados. Não apenas um
símbolo de masculinidade e podemos exemplificá-la com os varões que
engrandeceram o império Brasileiro, figuras imponentes pela conduta e em particular,
símbolo de austeridade moral.
Os Israelitas a que pertencia Aarão evidenciaram especial estima pela barba, a
ela conferiam forte merecimento, apreciável atributo do varão, que externava pela sua
aparência, sua própria dignidade. Os Israelitas por si mesmos, pelo que ela
representava, raspá-la e eliminá-la do rosto, demonstrava sinal de dor profunda.

AS VESTES:

De especial significado litúrgico e ritualístico, eram as vestes daqueles que


tinham por missão exercitar atos religiosos, como a unção, o sacrifício, o culto e variava
de conformidade com os diversos ofícios religiosos para invocação da divindade.
Havia especial referência pela cor branca nas vestes, fios de lã azul, púrpura e
vermelha, de linho fino e de fios de ouro, enfeitado com bordados e estola sacerdotal,
nas representações egípcias contemporâneas ou posteriores ao médio império, os
sacerdotes usavam um avental grosseiro e curto, já o sacerdote leitor, usava uma faixa
que lhe cobria o peito como distintivo de sua categoria, enquanto que o sacerdote
vinculado ao ritual de coroação exibia uma pele de pantera.
No velho testamento presume-se o uso de um avental quadrado, quando se fala
na proibição de aproximar-se do altar através das grades, talvez um precursor do
avental maçônico.
Então o óleo sagrado era jorrado sob a cabeça da pessoa a ser ungida, descia
pela barba e escorria à orla de suas vestes.

O ORVALHO:

O esplendor da natureza oferece a magia do orvalho, que desce das alturas para
florir de viço as plantas, nada mais belas e nada mais sedutoras do que o frescor das
manhãs, ver como as folhas cobrem-se de uma colcha úmida, onde vão refletir os raios
avermelhados do sol que traz luz.
No capim deposita-se o orvalho cama verde e amiga, em gotículas que,
juntando-se umas às outras, vão nutrir a terra ávida de alimento, parecem espadas de
aço ao calor do dia, nas pétalas floridas, formando-se pérolas do líquido cristalino,
espelho da vida que exulta ao redor.

O MONTE HERMON:

Trata-se de um maciço rochoso situado ao sul-sudeste do antilíbano do qual se


separa um vale profundo e extenso, apresenta-se na forma de um circulo, que vai de
nordeste à sudeste. Explicando um pouco mais, para entender a geografia dessa
região que viram nascer a história do mundo bíblico: O Antilíbano é a cordilheira que se
estende paralelamente ao Líbano, separando das planícies de Bekaa. De todas as
cadeias montanhosas, é a que se posta mais ao oriente, pois se desenvolve no
nordeste ao sul-sudeste, por quase 163 quilômetros, suas extensões e alturas são
visíveis à partir do mediterrâneo; Seu ponto culminante é o monte Hermon, com mais
de 2.800 metros de altitude, possui neve em seu cume e de lá o vento traz o orvalho.
". Um programa de televisão denominado Mosaico na TV ", trouxe há tempos
uma reportagem sobre uma excursão ao vale de Hermon, onde se cultivam cereais e
frutos em abundância. Num determinado trecho da reportagem, quando a câmera
focaliza o topo do monte Hermon, o locutor diz: " Se não fosse o orvalho que se
acumula no topo do monte e que escorre pelas abas, formando minúsculos, mas
inúmeros regatos molhando o vale, ali seria um deserto". Ora, deserto é morte; vale é
vida. E é exatamente o que diz o versículo 3: " Ali o Senhor ordena a bênção e a vida
para sempre. "

O MONTE SIÃO:

Também chamado de monte de Deus, o monte Sião não que seja santo por si
mesmo, mas porque o Senhor o escolhera para ser sua morada, para todos, o monte
será um refúgio seguro e inabalável.
O orvalho que escorre de Hermon para os montes de Sião, como o senhor ali
mora, é dele que escorre o orvalho abençoado, todas as suas complacências.

A BENÇÃO:

Tudo que é bom e lhe é agraciado; Em Hebraico, seu significado é "berakak"


palavra que deriva de “Berek” que por sua vez significa joelho. Nota-se a relação entre
uma e outra palavra, porque, sendo a benção a invocação das graças de Deus sobre a
pessoa que a recebe, deve ser colhida com humildade e unção, portanto, de joelhos
em terra, reverenciado e respeitosamente.
Para os Semitas, benção possui força própria, e por isso, é capaz de despertar a
sua potencialidade energética de produzir a saúde, palavra que se acha envolvida por
vibração, carregada de energia dinâmica e magia.
" O onipotente te abençoará com a benção do céu, com as bênçãos do abismo,
que jaz embaixo, com as bênçãos dos seios maternos e dos úteros ".
(Gênesis 49:25)
Assim " ...Porque ali o senhor ordena a benção e a vida para sempre... ".
Trabalho Feito Pelo Irmão João Alves de Oliveira Filho - MM
ARLS Paz e Progresso – GOBMG – REAA
Telefone: ( 33 ) 8816 – 6062
E-mail: aguaesolo@hotmail.com
Gov. Valadares - MG

BIBLIOGRAFIA:

• Colaboração Especial do IrLuiz Carlos Lopes


Membro da Loja Maçônica Floriano Peixoto
Oriente: Aimorés – MG.

• Maçonaria – Um Estudo Completo


Escritor: Irmão Júlio Doin Vieira
Editora Maçônica – A Trolha Ltda.

• Cadernos de Pesquisas Maçônicas – Caderno Nº 15


Escritor: Irmão Hélio José Lopes
Editora Maçônica – A Trolha Ltda.

• As Origens da Maçonaria – 2ª Edição


Escritor: Irmão Realino de Oliveira
Impressão: Esdeva Empresa Gráfica – Juiz de Fora – MG.

• Escritor: Irmão Péricles de Oliveira Prado


O Roteiro da Paz.

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