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SALMO 133 – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO

18 AGOSTO, 2013LUIS DE FIGUEIREDOARTIGOS

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SALMO 133

“Ecce quam bonum et Quam iucundumhabitare fratres in unum

Sicut unguentum in capite Quod descendit in barbam barbam Aaron

Quod descendit in ora vestimenti eius Sicut rosHermon quod descendit Iin montem Sion quoniam illic
mandavit Dominus Benedictionem et vitam usque in saeculum”

SALMO 133

“Oh! Quão bom e suave é que os irmãos vivam em união.

É como o óleo precioso sobre a cabeça. Que desce sobre a barba, a barba de Aarão, e que desce à orla dos
seus vestidos.

É como o orvalho de Hérmon que desce sobre Sião; porque ali

O senhor ordenou a bênção e a vida para sempre.”

ÍNDICE

1ª PARTE

1 – Landmarks

2 – A Bíblia
2.1 – A divisão da Bíblia

2.2 – A abertura da Bíblia – Salmo 133

3 – Os Salmos : classificação

4 – Personagens Bíblicos

4.1 – David

4.2 – Aarão

4.2.1 – Tabernáculo, precursor do Templo

4.2.2 – A Arca da Aliança

4.2.3 – O simbolismo da Arca

4.2.4 – Vestes de Aarão

4.2.5 – O óleo da unção

5 – Os Montes

5.1 – Hermo 2ª PARTE

6. Análise interpretativa

6.1 Oh! Como bom e suave é que os irmãos vivam em união…

6.2 É como o óleo precioso sobre a cabeça…

6.3 É como o orvalho de Hermon…

Conclusão

Notas Bibliográficas

Bibliografia

Introdução

Grande parte do cerimonial maçônico tem sua origem, nos ritos da antiguidade, adaptado às exigências
modernas. Dos ritos antigos, a influência mais visível é da hebraica.(Castelani, 1993, p.19). No dizer do
citado autor, a Maçonaria moderna é considerada como a herdeira dos ritos, práticas e tradições hebraicas,
a começar pelo Templo de Jerusalém, que é o arquétipo das Igrejas, e indiretamente dos Templos
Maçônicos. Para que pudesse analisar o Salmo 133, denominado Salmo da Fraternidade ou da Concórdia,
dividi o trabalho em duas partes. A primeira, desenvolvida de forma descritiva, procura situar dois
personagens bíblicos, dentro de um contexto histórico: Aarão, citado nominalmente, e David, tido como
autor do citado salmo. Da mesma forma, dois pontos geográficos também mereceram análise: os Montes
Sião e Hermon.

Pretendo também comentar a relação existente entre os Landmarks e a obrigação da abertura de um Livro
da Lei, no nosso caso a Bíblia, cujos salmos fazem parte da mesma. Na segunda parte deste trabalho, irei
analisar de forma subjetiva os dizeres do Salmo 133 e os ensinamentos que dele se podem ser extraídos.
Para a consecução do objetivo me apoei em várias fontes: a Bíblia Católica, livros, Revista Trolha, boletins
de lojas e vários sites da internet, todos relacionados na bibliografia.

1 – LANDMARKS

A palavra, cuja origem é inglesa, no seu sentido etimológico, pode ser entendida como “limites fronteiriços”
(land = terra e mark = marca, limite) que delimitam um território e que, por isso não podem ser alterados
ou removidos. A Grande Loja Maçônica de Minas Gerais define os Landmarks como “… as mais antigas leis
que regem a Maçonaria Universal, pelo que se caracteriza pela antiguidade” (1)·.Allec Melor (1989) define
os Landmarks como: “Landmarks são as regras de conduta queexistem desde tempos imemoriais – seja sob
a forma de lei escrita ou não escrita -, que são co-essenciais à sociedade (maçônica), que são imutáveis, e
que todo maçom é obrigado a manter intactas, em virtude dos mais solenes e invioláveis compromissos”.
(2)

Nos primórdios da nossa ordem, não existiram normas e regras escritas diferentemente dos Templários,
que a tinham escritas (3). O Irmão Francisco José Lucas da A R L S Baden Powell, n.173 da G L S P, assim se
exprime a respeito: “… o pensamento filosófico ia se formandooralmente, se consolidando e sendo
transmitido por herança dos mestres aos discípulos, pois, sempre existe quem ensinasse e que ouvisse e
aprendesse. Todaatradição oral, no entanto, se sujeita a alterações e interpretações e somente com
princípios básicos é que essa filosofia de vida pode subsistir e se manteraté agora.Tais são os veneráveis
Landmarks da Franco Maçonaria RegularUniversal “. (4)

No mesmo trabalho o Irmão Francisco nos diz que os Landmarks não foram escritos por nenhum legislador;
não é menos verdade que, por mais que o historiador maçônico procure as suas origens, ele encontra
textos relacionados à sua existência. Diz textualmente: “… desde a era operativa, os Olds Charges
mencionam osprincipais deles:crença em Deus, respeito à Lei Moral, Loja, segredo, masculinidade. O
Poema Regius atribui-lhes uma forma didática “. (5)

Em1723. a Franco Maçonaria proclama nos Estatutos de Anderson que citam as General Regulations de
Payne: “… Provided always that the Old Landmarks be carrefully” (contanto que os antigos Landmarks
sejam escrupulosamente preservados).

Podemos concluir que os Landmarks são regras de conduta que existem a longo tempo (sem podermos
precisar quando), quer seja sob a forma de lei escrita ou não, e que são imutáveis e que todo maçom é
obrigado a manter intactas. O grande escritor norte americano Albert G. Mackey compilou vinte e cinco
Landmarks, tidos como aceitos e que as Grandes Lojas acolheram. No presente trabalho interessa-nos o
vigésimo primeiro, que diz: “É indispensável a existência no Altar, de um Livro da Lei, o Livro que conforme
a crença, se supõe conter a verdade revelada pelo GADU. Não cuidando a maçonaria de intervir na
peculiaridade da fé religiosa de seus membros. Exige, por isso, este Landmark que, um da Lei seja parte
indispensável dos utensílios de uma loja”.(6)
Podemos perguntar: Por que o Livro da lei? Porque nele encontramos os preceitos religiosos. É a palavra
escrita, é o “Verbo”, a representação simbólica da Sua Presença entre nós. A designação de Livro da Lei
deve ser entendida como o “Livro da Lei Sagrada”, logo, ele pode mudar de acordo com a religião dos
próprios obreiros, já que para ser maçom há a necessidade de se acreditar em um ente supremo, criador de
todas as coisas. Definitivamente, o maçom não pode ser ateu.

O Livro da Lei pode ser:

Livro dos Mortos – para os egípcios.

A Bíblia para os Católicos

Vedas – para os hindus

O Torah para os judeus

O Alcorão para os Muçulmanos

2 – A BIBLIA (7)

Livro impresso por Gunttemberg, no século XV, e o mais vendido da história, a Bíblia reúne escrito
fundamental para as três grandes religiões monoteístas: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Na verdade, a
Bíblia é uma biblioteca de 73 livros escritos em momentos históricos diferentes. Até hoje, os arqueólogos
não encontraram nada que pudesse comprovar a autoria de nenhum livro bíblico.Os textos mais antigos do
Velho Testamento fazem parte dos Manuscritos do Mar Morto.São cópias integrais ou parciais de todos os
livros do Antigo Testamento.

A datação mostrou que os textos mais antigos eram de 200 a C., cerca de mil anos mais recentes do que,
segundo a Bíblia, alguns deles foram escritos. Em relação ao Novo Testamento, os escritos mais antigos são
os papiros com trechos do livro do apóstolo João, de 130 d.C.

A discussão sobre a autoria dos textos é pesada. A Bíblia cita, por exemplo, Moisés como o escritor dos
primeiros cinco livros, mas alguns estudiosos enxergam no estilo literário do Pentateuco – “cinco livros”,
em grego – o que tornaria pouco provável que a tenha saído das mãos da mesma pessoa.A primeira
compilação que se tem notícia da Bíblia que aparece na estante de fiéis do mundo inteiro foi feita por
estudiosos gregos. Por volta de 200d.C.,foram reunidos num só livro todos os textos sagrados, com o Antigo
Testamento em hebraico e o Novo Testamento em grego. Pouco mais de 100 anos depois, o Concílio de
Nicéia reconheceu e oficializou a coletânea como sendo a Bíblia Sagrada.
O Pentateuto é formado pelos primeiros cinco livros, que compõem o Torah do Judaísmo (a palavra
significa “lei” em hebraico) Em grego, o conjunto destes livros recebeu o nome de Pentateuco (cinco
livros).São considerados os textos históricos da Bíblia, porque pretendem contar o que ocorreu desde o
inicio dos tempos, inclusive a criação do homem que, segundos alguns teólogos, teria ocorrido em 5000 a
C. (7)

Os 27 livros do Novo Testamento abarcam um período bem menor: cerca de 70 anos, que vão do O Velho
Testamento, aceito como sagrado por judeus, cristãos e muçulmanos, é composto de 46 livros que
pretendem resumir a história do povo hebreu desde o chamamento de Abraão por Deus, que teria ocorrido
por volta de 1850 a C., até a conquista da Palestina pelos exércitos de Alexandre Magno e as revoltas do
povo judeu contra o domínio grego, por volta de 300 a C.

2.1 – A DIVISÃO DA BIBLIA (8)

Os diversos livros da Bíblia, como falamos anteriormente, estão agrupados em dois testamentos: o Velho e
o Novo.

VELHO TESTAMENTO

I –HISTÓRICOS ; pentateuco

Gênesisque trata da origem do homem

Êxodos conta a saída dos hebreus para o Egito

Levítico conta a saída dos hebreus para o Egito

Números trata da origem do povo hebreu

Deuteronômio conta a história do povo hebreu

Josué – Juizes – Rute – Esdras – Tobías -Judith – Éster – Macabeus – Reis I e II

II – DIDÁTICOS

Jô – Salmos – Provérbios – Sabedoria – Eclesiásticos

III – PROFÉTICOS

1 – Maiores Textos mais longos: Isaías – Jeremias – Baruc – Ezequiel – Daniel

2 – Menores Textos mais curtos: Oseías – Joel – Amós – Abdias – Jonas – Miquéias – Naum – Habacque –
Sofonias – Argeu

NOVO TESTAMENTO

HISTÓRICOS DIDÁTICOS PROFÉTICOS

Os quatro evangelhos Epístolas de São Paulo Apocalipse

Atos dos Apóstolos Epístolas aos católicos


É preciso ter em mente que a formação da Bíblia foi lenta e muito complicada. É o resultado do trabalho de
várias mãos que durou séculos, onde a tradição oral era o forte. No Boletim O Aprendiz da Loja Duque de
Caxias, de n.99, p.16 encontramos a seguinte citação que corrobora nossa afirmativa: “A Bíblia foi escrita
num período de 1600 anos, desde 1500 a C. até o ano de 900 d C., quando João escreveu seu Santo
Evangelho, na Ásia Menor. Foi escrito originalmente em hebreu,aramaico e grego, em folhas de papiro e
depois em pele de carneiro”. (9)

2.2 – ABERTURA DA BÍBLIA: SALMO 133

A abertura do Livro Sagrado marca o início real dos trabalhos numa loja maçônica, pois o ato, embora
simples, porém solene, é de grande importância, pois que simboliza a presença efetiva da palavra do
Grande Arquiteto do Universo. Num artigo publicado pela revista Trolha, de agosto de 1997, lê-se que esta
prática de se usar o Livro da Lei foi estabelecida em 1717, a partir da G L da Inglaterra, embora haja
referência ao seu uso a partir de 1670.(10).

Segundo Castelani, a leitura do salmo foi usada pela primeira vez,perto da metade do século XVIII, por
algumas Lojas do Yorkshire, na Inglaterra, quando ainda nem havia um rito plenamente organizado. Em
pouco tempo, esse hábito foi abandonado e, já a partir da adoção do rito Inglês de Emulation,(que
indevidamente fala se em “de York”) abria-se a Bíblia em qualquer lugar, sem leitura de versículos. Todavia,
esse hábito foi retomado por algumas Grandes Lojas norte-americanas,principalmente a de Nova York. Nos
EUA, no simbolismo, só se pratica o rito de York, pois o REAA só é praticado nos Altos Graus.

Da Grande Loja de Nova York, por cópia, o salmo foi introduzido no Brasil e em algumas outras Obediências
da América do Sul, no REAA. Neste, na verdade, tradicionalmente se abre o Livro em João e são lidos os
versículos 1 a 5 do capítulo 1.

Há variedades em termos da abertura da Bíblia: o Grande Oriente Paulista, no grau de Aprendiz, adotou
iniciar a reunião lendo João, 1.1 a 5 (11), o que confirma os dizeres do Ir.Castelani. Tem-se noticias, que o
Livro de Ruth IV é aberto em algumas Lojas dos EUA e também na Inglaterra. É também chamado de Salmo
da Pelo que sabemos, tratando-se das Grandes Lojas, abre-se a Bíblia, no Livro dos Salmos e lê-se o de
número 133 o qual, especificamente ressalta Concórdia.

Cavaleiros Templários

O Salmo 133 é no dizer do Ir.Valdir Fernandes (12) uma eloqüente descrição da beleza do amor fraternal, e
por esta razão muito mais apropriado para ilustrar uma sociedade cuja existência depende daqueles nobres
princípios.
É importante registrar que a leitura deste salmo já era adotado pelos antigos cavaleiros templários, nas
suas iniciações, no ano de 1128, conforme nos demonstra Gomes (1999), o qual, no seu livro “A Regra
Primitiva dos Cavaleiros do Templo”, às páginas 81 e 149, traduzindo os “Cânones do Ritual da Recepção na
Ordem do Templo”, número 678 nos diz: “… Et lê frere chapelain dait lê saume dire que l’on dit, Ecce quam
bonumet quam incubum, /habitare frates in unum…” (E o irmão capelão deve recitar o salmo que diz.
Eis ,como é bom, como é bom, como é delicioso, /viverem os irmãos em boa união)

3 – Os SALMOS: classificação

Saltério

Dá-se o nome de Salmos (do hebraico = psalmus) aos cânticos religiosos e patrióticos dos israelitas.
Segundo a Bíblia , com o movimento de fixação por escrito das tradições israelitas pelo profeta Ezequiel e
pelos seus discípulos , e continuado após a restauração de Israel por várias gerações de escribas, foram-se
formando diversas coleções dos Salmos.Algumas dessas coleções podem ser mais antigas e datarem do
mesmotempo de David ou mesmo de Isaías.(13). Para o I.’. Valdir, citado anteriormente, os Salmos eram
cânticos destinados aos serviços corais do Templo ou das Sinagogas e eram entoados sob o
acompanhamento de um “saltério” (de = psalterium), que poderia ser talvez uma harpa, citara ou lira,
como se lê em Salmos 108:1-2: “Preparado está meu coração, ó Deus: cantarei e salmodiarei com toda a
minha alma. Despertai, saltério e harpas; eu despertarei ao romper da alva.”

Os Salmos (14) Livro dos Salmos fazem parte dos chamados livros didáticos do A.T. e são compostos por
150 salmos e abrangem todo o campo das emoções, desde a alegria até ao ódio, do desespero até a
esperança. Podemos classificá-los em:

Laudatórios – louvam a Deus, à sua grandeza, magnificência e misericórdia.

Deprecatórios – onde o salmista expõe osmales e queixas.

Gratulatórios – agradecimento de benefícios ou preces atendidas.

Penitenciais – pedem perdão de pecados pessoais ou do povo.

Históricos – versam sobre a história de Israel.

Messiânicos – referem-se ao futuro Messias p.ex. 2 a 108

Fraternidade – refere-se à concórdia entre os irmãos p.ex. 133

Os Salmos são atribuídos a David. Não é que David seja o autor de todos eles. Alguns são atribuídos pelo
próprio texto a Azaph, aos filhos de Core, e etc e outros são simplesmente anônimos. Os Salmos, após
minuciosas pesquisas históricas levam a supor que as composições cubram um período de tempo de quase
mil anos, com o seu ápice na época monárquico posterior a David, antes do exílio da Babilônia (entre 800 a
600 a C).(15)
4 – PERSONAGENS BÍBLICOS

4.1 – DAVID (18)

A Bíblia define o rei David como o cantor dos cânticos de Israel, pela habilidade em tocar a citara, graças à
qual entrou para a corte do rei Saul (16).

David ou Rei David era um excelente salmista e os historiadores não sabem precisar quantos salmos podem
ser-lhe atribuídos: 73 são designados com a fórmula “Le David”, que pode significar, “de David” mas
também pode significar “a respeito” de David (17).

Unção de David

Para se falar de Davi há necessidade de inseri-lo dentro do contexto histórico da época. As primeiras
civilizações da história surgiram e se desenvolveram entre 2.800 e 400 a C.nas regiões ribeirinhas do
Oriente Médio.

São as civilizações da antiguidade oriental, que viviam no contexto do modo de produção asiático e que se
espalharam por cinco áreas interligadas geograficamente e Culturalmente: Mesopotâmia (atual Iraque),
Egito, Fenícia (região do Líbano), Pérsia (Irã) e Palestina. Por volta de 1050 a.C., dois séculos após o êxodo
(fuga dos judeus do Egito para Palestina), os hebreus tiveram que lutar com persistência contra cananeus e
filisteus. Josué, sucessor de Moises, agrupou os vários clãs em 12 tribos pelas terras conquistadas. A
resistência de cananeus e filisteus tornava indispensável a unidade política das tribos e a fidelidade religiosa
em um único Deus, Jeová, (“JAVÉ”, aquele que é).

Saul, o primeiro rei dos hebreus, foi sucedido por David, em 1006 a.C., que se destacou por derrotar o
gigante Golias.Sob comando de David, os israelitas tomaram Jerusalém na luta contra os cananeus,
transformando-a em sua capital. Outras vitórias contra filisteus, moabitas e arameus garantem a
independência do reino de Israel. David reforçou a tradição judaica a partir da união das doze tribos. Seu
reinado, altamente próspero, durou 40 anos.De sua união com Betsabé nasceu Salomão que o sucedeu.
David nasceu em Belém e é tido como antepassado de Jesus. David Levou para Jerusalém (Sião) a Arca da
Aliança, nomeou os chefes dos sacerdotes e fez tudo para manter o seu culto.
4.2 – AARÃO

A genealogia de Aarão nos mostra que ele era bisneto de Levi, daí dizer-se que ele era da “casa de Levi”.
Era irmão mais velho de Moisés e filho primogênito de Amrao e Jacobed. Ajudou Moisés a libertar o povo
hebreu do cativeiro egípcio. Foi seu intérprete junto ao faraó do Egito e os anciãos de Israel.(19).

Foi o fundador do sacerdócio hebraico e por isso passou a ser o patriarca da classe sacerdotal. Seu nome
significa “iluminado”, ”elevado”, ou “sublime”. Após a libertação dos israelitas do jugo egípcio,(Ex.13,1-2)
os primogênitos foram “eleitos” para o sacerdócio do senhor, tornando-se uma instituição definitiva que
vai ser ratificada com a construção do Templo. (Ex.28.1-43).

4.2.1- Tabernáculo, precursor do Templo.

Segundo as instruções que Moisés recebeu no Monte Sinai, a Lei, (Tábua das Leis ou Decálogo) contendo os
fundamentos doutrinários deveria acompanhar o povo hebreu durante todo o tempo que durasse o êxodo.

“Assim Moisés mandou construir o Tabernáculo ou Tenda (do hebraico = suká), que seria o santuário (em
hebraico = mishkan) para guarda do Torah e para os ofícios religiosos, durante a longa viagem em direção à
Palestina.”(Castelani, 1993.p.61).

A Bíblia nos diz que o Tabernáculo foi montado em um terreno de formato quadrilongo de cem côvados de
comprimento por cinqüenta de largura, (45 por 27,5 metros). A tenda, que era a parte mais importante do
conjunto era formada por quatro tendas sobrepostas. A mais interna era de linho e as demais de peles
tingidas de púrpura. A tenda maior era o Kodesh (Santo) e continha: à entrada, o Altar dos Perfumes; ao
norte o Altar dos Pães Propiciais; ao sul, o candelabro de sete velas (Menorá). A tenda menor era o Kodesh
Há Kodoshim (Santos dos Santos) e era considerado o local mais íntimo e sagrado de todo o conjunto, pois
representava a habitação terrena de Deus. Na tenda só tinha ingresso sacerdote mais graduado e apenas
num dia do ano, no dia da expiação (Yom Kippur) (20). Coube a Salomão, filho de David a tarefa de
construir o Templo.

A Planta do Templo de Salomão O Templo de Salomão


4.2.2 – A ARCA DA ALIANÇA

Segundo a Bíblia, Moises teria recebido no Monte Horeb, na península do Sinai, durante a viagem para a
terra prometida, instruções divinas que o povo hebreu deveria cumprir (Ex: 24-12). “Então disse o Senhor a
Moisés, sobe amim, ao monte e fica lá; e dar-te-ei Tábuas de Pedra e as leis e os mandamentos que tenho
“.

Para guardar as Tábuas da Lei o Senhor ordena a Moisés construir uma arca que seria guardada no
Tabernáculo.(Ex:25.10-22). “Farão um tabernáculo e habitarei no meiodeles.. farão uma arca de madeira de
acácia…e porás dentro da arca o testemunho que te dei…”

A Arca da Aliança (Tyrb Nwra-àrow beriyth) era um baú construído de madeira de acácia e media 1.25 mts
de comprimento, 0,75 mts de altura e 0.75 de largura (considerando que o côvado equivalia de 45 a 50 cm)
(21). A Arca foi construída por Bezabel, (que construiu o Tabernáculo, templo desmontável que foi usado
durante a travessia do deserto) (22). A Arca era de acácia, toda forrada de ouro por dentro e por fora ,com
uma bordadura em volta ,também em ouro.

A Arca tinha quatro argolas e dois varais, que não poderiam ser retirados do local e também revestido de
ouro. Tanto o ouro como acácia eram considerados como incorruptíveis e por isso foi empregado na sua
confecção. A Arca era coberta com uma tampa chamada de Propiciatório e adornada com dois querubins,
também feitos de ouro maciço voltados para o centro da Arca Dentro da Arca ficavam as Tábuas da Lei, o
Pote de Maná, e a vara de Aarão que florescera.(HB: 9-4)

4.2.3 – O SIMBOLISMO DA ARCA

A arca era o símbolo mais importante da fé judia e serviu como a única manifestação física de Deus na
terra. A importância da Arca pode ser vista pela sua localização no Tabernáculo, e posteriormente no
Templo (Sanctus Sancturum) bem como as restrições em torno dela como, por exemplo, de que somente o
Sumo Sacerdote (Aarão) poderia adentrar no lugar santíssimo e isto só uma vez no ano por ocasião do Dia
do Perdão (Yom Kippur) (Lev: 16.2). Da leitura do livro do Ex: 25-22 depreende-se que ela representava o
Trono de Deus no interior do Tabernáculo, que estava ali para julgar as ações do povo Hebreu e também
para transmitir os princípios e ensinamentos de sua palavra.

Segundo a tradição, a Arca continha o Decálogo (os Dez Mandamentos ditados por Deus a Moisés), o
cajado de Aarão e um recipiente com maná. Para os israelitas, a Arca representa Deus acompanhando os
judeus durante a travessia do deserto. A Arca desapareceu na tomada de Jerusalém, em 586 d.C., embora
seja mencionada em lendas posteriores.
4.2.4 – AS VESTES DE AARÃO

Os sacerdotes, pela sua posição de interlocutores da palavra de Deus, deveriam se distinguir dos demais
israelitas. Aliás, Aarão e seus irmãos já eram distinguidos, pois pertenciam à casa de Levi, a quem fora
outorgado pelo Senhor a missão de daí saírem os seus sacerdotes (a esse respeito ver Castelani,
op.cit .p.83). As vestes sacerdotais deveriam refletir a dignidade da função.Em Ex: 28-4., o Senhor disse a
Moisés:

“Farás a teu irmão Aarão vestes sagradas em sinal de dignidade, de ornato… de sorte que ele seja
consagrado ao meu sacerdócio. Eis as vestes que deverão fazer: um peitoral, um efod, um manto, uma
túnica bordada, uma mitra, um cinto deverão usar fios de lá azul púrpura e vermelha, fios de ouro de linho
puro…farás tambémo peitoral .. e encheras de pedras de engate … e serão aquelas pedras os nomes das
doze tribos de Israel.”

Na seqüência dos versículos, até o número 29 temos todo o detalhamento destas vestes, não só de Aarão,
mas também dos seus irmãos. Deve-se ressaltar que estas vestes deveriam ser usadas todas as vezes que
chegassem pertodoaltar paraservirem como sacerdotes, a fim de não incorrerem em falta e de não
morrerem.

4.2.5 – O ÓLEO DA UNÇÃO

A Bíblia sempre fala do óleo da unção usado nas cerimônias de consagração dos sacerdotes.É o que
encontramos em Ex:28.14 e 29 : “… e os ungirás, investindo-os e consagrando-os para que me sirvam como
sacerdotes.’”…tomarás o óleo da unção e o ungirás derramando sobre sua cabeça.”. (29)

O Salmo 133, ora analisado temos:“..é como o óleo precioso sobre a cabeça ,que desce à orla dos seus
vestidos”. Surge então a pergunta: que óleo era este? Qual sua composição? A própria Bíblia nos explica
inclusive com a sua quantidade, em Ex: 30.22-33 : “O senhor disse a Moisés, escolhe os mais preciosos
aromas : 500 ciclos de mirra…250 ciclos de junco odorífero ,500 ciclos de cássia e um hin de azeite de
oliveira. Será este o óleo para a sagrada unção.este será para mim, o óleo da unção sagrada, de geração
emgeração.”

Fazendo a conversão das quantidades para as medidas atuais:

Um ciclo =12 gramas; 500 ciclos x 12 gramas = 6 quilos de mirra

250 ciclos x 12 gramas = 3 quilos de junco odorífero.

500 ciclos x 12 gramas = 6 quilos de cássia.

Um hin = 6 litros de azeite puro (23)


5 – OS MONTES (24)

5.1 – HERMON

Ao norte de Israel (Palestina) existe a cordilheira antilibana (de Antilíbano, uma das suas montanhas) em
contraposição a Libana no território do Líbano. Nesta cordilheira se encontra o Monte Líbano, famoso por
seus cedros, nas suas encostas. Esta cadeia se desenvolve do nordeste ao sudeste por vários quilômetros e
suas extensões e alturas são vistas a partir do mar Mediterrâneo.

Dentro desta cordilheira, fazendo divisa entre Israel, Líbano e a Síria encontram-se o Monte Hermon com
seus 2814 metros de altura e seu cume sempre nevado.

Segundo o site www.execulink.com/~wblank/index.htm lê-se: “Mount Hermon, from the Hebrew word
pronounced ker-mone, meaning abrupt, is the eastern extension of the Anti-Lebanon mountain range.
Consisting of a ridge about 20 miles (32 kilometers) long with three peaks rising up to 9,200 feet (2,800
meters) above The Mediterranean Sea, it marked the northern boundary of Israel (Deuteronomy 3:8, 4:48,
Joshua 11:3, 11:17, 12:1, 13:11). “(25)”.

Hermon, para os Sidonianos (povo que habitava o vale do Sidon), era Sarion e para ao Amorreus (outro
povo) era Sanir, significando sagrado. Por ser considerado sagrado, existiam em suas encostas e até no seu
cume pequenos templos religiosos, cujas ruínas foram descobertas pelos arqueólogos.

Segundo Castelani, já citado anteriormente, o Monte Hermon, pelo seu fornecimento de madeira para a
construção de navios, pelo seu caráter sagrado, pelo seu orvalho que descia sobre toda a Palestina
irrigando suas terras, era, sem dúvida na antiguidade, a mais famosa e importante montanha da região.

Devido à altura, as correntes de ar procedentes da sua cordilheira levam a névoa para toda a região
(inclusive Sião), condensando-se ali, sob a forma de orvalho. Por outro lado, o degelo da sua neve é a
principal fonte alimentadora do rio Jordão e, por extensão, do lago da Galileia e de toda a região da
Palestina.

5.2 – SIÃO
A enciclopédia Delta Larousse define Sião, em árabe Djabal Sahyun, como uma das colinas sobre as quais
Jerusalém foi construída. Geograficamente o monte Sião é uma elevação, de cerca de 800 metros, entre os
vales de Cedron e de Tyropocon a qual segundo a Bíblia, David tomou dos Jebuseus, mais ou menos em
1000 A.C.

Após a vitória passou a ser chamada de Cidade de David (25) porque para ali David se mudou saindo da
cidade de Hebron levando consigo a Arca da Aliança. Sião ou Jerusalém, (27) na Bíblia, é chamada por
outros nomes, a saber: Sião, cidade de Judá, cidade Santa,cidade de Deus, cidade da Justiça, cidade do
Grande Rei, Aelia Capitolina (no tempo do Imperador Adriano) e El-Kuds (“a santa”) dado pelos
árabes.Posteriormente quando a Arca foi transferida para o Templo que Salomão havia construído no
Monte Moriá, o nome Sião compreendia também toda a cidade de Jerusalém (26).

Sião ou Sion passou a ser o nome simbólico de Jerusalém, da Terra prometida, da cidade de Davi. Deriva de
Sion a palavra Sionismo. No dicionário Michaelis encontra:

SIONISMO [Do top. Sion, denominação judaica de Jerusalém, onde há um monte com esse nome, +
(ismo)]. .m

1. Estudo das coisas referentes à Jerusalém.

2.Movimento político e religioso judaico iniciado no séc. XIX, que visava ao restabelecimento, na Palestina,
de um Estado judaico, e que se tornou vitorioso em maio de 1948, quando foi proclamado o Estado de
Israel.

2ª PARTE

ANÁLISE INTERPRETATIVA

É preciso lembrar que o que se escreve sofre influência da época em que foi escrito. Como este trabalho
consiste na análise de um dos Salmos e este por sua vez, faz parte da Bíblia, é necessário ter em mente que
a mesma foi escrita a mais de 2000 anos. Fazendo uso das palavras de Pio XII, o mesmo assim se expressou,
ao se referir à Bíblia:

“Nas palavras escritas dos antigos autores orientais freqüentemente não é claro, como nos escritores
nossos contemporâneos, qual é o sentido literal… é imprescindível que o interprete remonte mentalmente
a esses recuados séculos do Oriente… distinga e veja claro, que gênero literário, quiseram empregar e de
fato empregaram os escritores daquela vetusta idade, porque os antigos orientais, para exprimir o que
tinham em mente, não empregaram sempre as mesmas formas e modos de dizer que nos usamos hoje,
mas sim os que corriam entre os homens do seu tempo e da sua nação “. (29)

A forma geralmente usada na poesia dos salmos se chama “paralelismo”, que é a repetição de uma idéia,
com outras palavras na linha ou nas linhas seguintes. É a repetição de idéias de estrofe a estrofe. (30)Este
paralelismo, nas suas várias formas, e a riqueza de comparações, é que dão graça e beleza à poesia
hebraica. Será dentro desta ótica que iremos tratar da análise do Salmo 133, denominado o Salmo da
Concórdia ou da Fraternidade:

“OH! QUAO BOM E SUAVE É

QUE OS IRMAOS VIVAM EM UNIÃO

É COMO O ÓLEO PRECIOSO SOBRE A CABEÇA.

O QUAL DESCE SOBRE A BARBA, A BARBA DE AARÃO.

E QUE DESCE À ORLA DOS SEUS VESTIDOS

É COMO O ORVALHO DE HERMON QUE DESCE SOBRE

SIÃO PORQUE ALI O SENHOR ORDENA

A BENÇAO E A VIDA PARA SEMPRE “

Atribui-se a David a autoria deste salmo no qual ele exalta a beleza do fato dos irmãos estarem juntos, em
harmonia.

Deve ter sido escrito e cantado, ao som de um saltério, por ocasião da festa do Tabernáculo quando os
israelitas subiam até Sião = Jerusalém para orarem no Templo. David ao levar para as sua cidade a Arca da
Aliança, ali organizou o serviço religioso.

Com isso não tardou que para ali afluíssem os israelitas para adorar JAVE, o Senhor.(31) É importante
registrar que antes da construção do Templo de Salomão, que iria abrigar a Arca da Aliança, a mesma ficava
no Tabernáculo, na cidade de David, ou seja, Sião. O Tabernáculo era o Templo dos israelitas e o centro
religioso da nação hebraica.

Atribui-se a David a autoria deste salmo no qual ele exalta a beleza do fato dos irmãos estarem juntos, em
harmonia. Deve ter sido escrito e cantado, ao som de um saltério, por ocasião da festa do Tabernáculo
quando os israelitas subiam até Sião = Jerusalém para orarem no Templo. David ao levar para as sua cidade
a Arca da Aliança, ali organizou o serviço religioso.Com isso não tardou que para ali afluíssem os israelitas
para adorar JAVE, o Senhor.(31) É importante registrar que antes da construção do Templo de Salomão,
que iria abrigar a Arca da Aliança, a mesma ficava no Tabernáculo, na cidade de David, ou seja, Sião. O
Tabernáculo era o Templo dos israelitas e o centro religioso da nação hebraica.

1 – “OH! QUÃO BOM E SUAVE É QUE OS IRMÃOS VIVAM EM UNIÃO”

Esta primeira frase é o canto de David pela confraternização dos romeiros, que passam o dia reunido na
grande esplanada do Templo. Gente de toda Israel, que mal se conhece, vinda de todas as regiões, ali se
congregam como irmãos e irmãs, como membros de uma grande família, de uma mesma nação, que vive
sob a alegria profunda de adorarem um só Deus, Javé = Jeová. Transportando esta imagem para os dias de
hoje, não é o que vemos nas nossas romarias nas cidades de Juazeiro do Norte, Congonhas, Belém do Pará?
A televisão nos mostra os muçulmanos fazendo a sua peregrinação anual às cidades de Meca, Medina. Ou,
os católicos nos santuários de Aparecida em São Paulo ou de Fátima em Portugal ou em Lourdes na França?
Ou a Festa da Páscoa, atualmente, na Terra Santa?

2 – “É COMO O ÓLEO PRECIOSO SOBRE A CABEÇA …”

Encontramos na Bíblia, em Lev: 8.12 alusão a esta passagem que diz: “… derramou do azeite da unção
sobre a cabeça de Aarão e ungiu-o para santificá-lo”. Este óleo era um perfume à base de mirra e oliva
usado unicamente para ungir os reis e sacerdotes, pelo que se depreende da leitura de Ex.28.15.

O verbo derramar, aí conjugado no passado “derramou” significa que o mesmo “jorrou”, isto é, sem
parcimônia, sem reservas o óleo sobre a cabeça e tão abundante foi que desceu pela sua barba, daí a
alusão: “e que desce sobre a barba, a barba de Aarão”. Na tradução da Bíblia vulgata, entende-se por
cabeça, o ouvido, a visão, o paladar, o olfato, as mãos, ou seja, o tato. Logo a “fronte”, “a cabeça”, também
significa os cinco sentidos, e o óleo derramado, a purificação dos mesmos.

Nos diz o Ir.Minoru Tamura (32) da ARLS Ferraz de Vasconcelos, Oriente de São Paulo, referindo-se a este
verso: “A cena apresentada pelo salmista na unção de AARÃO, encerra uma simbologia majestosa. A
cabeça é o emblema, o centro vital da existência; a barba é o emblema da honra, pois na antiguidade,
sempre expressou honradez e probidade, principalmente no Oriente, por razões das velhas tradições; as
vestes são o emblema da honestidade e pudor e de especial significado litúrgico e ritualístico.”

“E QUE DESCE À ORLA DOS SEUS VESTIDOS”


Já o Ir.Francisco Luis Nanci, (33) analisando este salmo, dá uma interpretação bem interessante, onde ele
diz que num sentido mais místico e esotérico, nosso próprio corpo físico convive com vários outros corpos
de natureza sutil, através dos quais nossa partícula divina, nosso Deus interior, se manifesta em suas
múltiplas personalidades para poder difundir em nós sua força e sua vontade.

Que nos trabalhos em Loja Maçônica, quando todos estão unidos, harmonizados e concentrados esse “óleo
precioso” vem até nossas cabeças, e nos infunde gradativamente a Energia Divina.As vestes representam o
nosso corpo físico, a nossa parte externa. Conclui seu raciocínio dizendo que o óleo precioso (Energia
Divina), antes de encharcar nossas vestes (nosso corpo), derrama-se sobre sua cabeça e barba (receptor
das manifestações vindas da presença de Deus), até à orla dos seus vestidos (são as emanações que se
distribuem por todo o nosso corpo).

3 – “É COMO O ORVALHO DE HERMON…”

Israel faz divisa pelo norte com o Líbano e a oeste com a Síria; o Monte Hermon assinala as divisas entre
estes países. Pela sua altura, de 2814 metros, seus picos estão permanentemente cobertos de neve
(imagem ao lado). Nas regiões desérticas, a evaporação da umidade concentra-se nas montanhas e retorna
durante a noite sob a forma de orvalho, suprimindo assim a falta de chuvas e propiciando as condições
para uma boa colheita e dando com isto, as condições para a fixação do homem a região Por outro ladoo
degelo da neve do Monte Hermoné fonte alimentadora do rio Jordão que abastece toda a região,irrigando
o solo palestino,trazendo com o alimento(benção) para o povo,pão para comer. O Monte Hermon, na visão
de David, através do seu orvalho, é sinal de vida.

“QUE DESCE SOBRE SIAO…”

O Monte Sião tem aproximadamente 800 metros de altitude daí, portanto a expressão “… descer sobre
Sião” querendo dizer “sobre as colinas de Sião”, porque nos salmos 87:2 e 51:18 e mais 179 vezes
Jerusalém é chamada de Sião (34) No Salmo 125:1-2 há uma bela referência a este respeito:

“Os que confiam no Senhor são como o Monte de Sião que não se abala, mas permanece para sempre.
Como estão os montes à volta de Jerusalém ,assim o Senhor está em volta do seu povo desde agora e para
sempre.” (nosso grifo)

“PORQUE ALI O SENHOR ORDENOU A BENÇÃO E A VIDA PARA SEMPRE”

David, ao conquistar a fortaleza de Sião, transportoupara ali a Arca da aliança e construiu para ela um
Tabernáculo. Com isso Sião tornou-se a “cidade do Senhor”, local da Sua morada, local do seu repouso: “…
este é o meu repouso para sempre; aqui habitarei, pois o desejei.” (Salmo 132;13-14)
Com a presença da Arca da Aliança, Sião tornou-se a capital religiosa dos Israelitas, um lugar santo,
sagrado, conforme se depreende da leitura do Salmo 154.21 que nos diz: “… bendito seja o Senhor desde
Sião que habita em Jerusalém”. David compara o óleo descendo sobre a cabeça de Aarão com o orvalho
descendo sobre Sião. Aarão é sumo sacerdote, o chefe religioso da nação israelita, é a “cabeça” espiritual
do povo hebreu, da mesma forma que Sião é a capital espiritual de Israel. O primeiro purifica, consagra um
sacerdote para o serviço do Senhor, tornando Aarão um homem puro, justo e perfeito para as funções
sacerdotais.

Na segunda imagem o orvalho sobre Sião é a água que, além de purificar, torna possível a vida ao redor de
Jerusalém. É como o óleo (água) caindo sobre Aarão (Jerusalém) porque ali em Sião, (Javé), o Senhor
(representado pela a Arca da Aliança) havia ordenado a Sua benção para sempre.

O fato dos romeiros estarem ali reunidos fazia com que a benção descesse para todos. Isto para David é
algo concreto. Manifesta-se na natureza, no óleo, no orvalho, nas chuvas, nas águas do Rio Jordão que
irriga a terra e a torna fértil tornando possível a posse da Terra Prometida. David emprega uma linguagem
prática para mostrar que Sião é o centro religioso de Israel, pois ali o Senhor havia escolhido para Sua
morada.

CONCLUSÃO

O objetivo deste trabalho foi uma tentativa de analisar, dentro de um contexto histórico, as figuras de
David e de Aarão e suas importâncias dentro da formação religiosa do povo hebreu, a partir do Salmo 133.

Por extensão analisei também a importância do Livro da Lei e sua divisão em Velho e Novo Testamento. Fiz
uma abordagem da localização geográfica dos Montes Hermon e Sião e a inclusão dos mesmos no contexto
histórico ora analisado. Por extensão do próprio trabalho não pude deixar de me referir ao papel da Arca da
Aliança e do Tabernáculo. O Salmo 133 é conhecido como o Salmo da Fraternidade. A vivência desta
belíssima exortação deve ser a base da nossa conduta, o sustentáculo da sociedade, não só maçônica, mas
profana. A palavra divina, os ensinamentos do G A D U que devemos seguir para realizar com perfeição,
chega-nos como o óleo, como o orvalho chega até Sião, pois ele mesmo nos disse para “amarmos ao
próximo como Eu vos amei”.

Para David a união entre os irmãos deve ser o penhor de prosperidade, de satisfação.O Salmo, que é
alusivo à concórdia, nos ensina que é bom, suave, que os irmãos vivam em união, como é agradável sentir a
sensação do santo óleo escorrer pela fronte. Tanto o óleo, como o orvalho têm o mesmo sentido: ambos
vem do alto, do céu, do Senhor. Cair, se entende, como se não houvesse obstáculo, pois a amizade, a
fraternidade deve imperar entre todos, sem reservas, barreiras ou sofismas.
A nossa fraternidade ou aquela que entendemos como tal, não deve ter o mesmo conceito do mundo
profano.Pelo próprio fato de pertencermos a uma ordem à qual juramos fidelidade, já é o bastante para
torna-la diferente. Aqui o meu vizinho é meu irmão (frater) e como o orvalho que cai sem obstáculo, assim
deve ser também a amizade: sem sofismas, reservas. Pois só assim fazendo, teremos a certeza de que o
Senhor fará derramar a vida e a Sua benção entre nós, para todo o sempre.

I.’. Antônio Guilherme de Paiva

M.’.M.’. da R.’.L.’. Charitas ll, Or.’. S. João Del-Rei, MG – Brasil

Notas Bibliográficas (Parte 1)

01 – Grande Loja Maçônica de MG e a Constituição de Anderson, p.1.

02 – Allec Mellor – Dicionário da Franco Maçonaria, p.159.

03 – Gomes, Pindorama.A Ordem Primitiva dos Cavaleiros Templários, p.6.

04 – www.salmos133.Org / Biblioteca de Trabalho Maçônico.

05 – Id.

06 – G L M M G – Landmarks…. p.159

07 – Revista Superinteressante.Abril/Maio. 2002

08 – Bíblia Sagrada.P.8

09 – O Aprendiz, out.99, p.16.

10 – Revista A Trolha, ago. /97 p.30.

11 – Revista A Trolha, mar. /97 p.31.

12 – Revista Trolha, out. /99 p.8.

13 – Bíblia Sagrada, p.52.

14 – Bíblia Sagrada, p. 521.

15 – Id.

16 – I Samuel 16.22-23

17 – www.terrasanta.hpg.ig.com.br/personagem.htm

18 – Id.

19 – Jose Castelani.A Maçonaria e a Herança Hebraica, p.82.

20 – Id.P.62

21 – Medida bíblica. Distancia entre o cotovelo e ponta do dedo médio.Côvado = cubitum.


22 – www.us-israel.org/jsauce/imagens/ark/ark.jpg

23 – http://www.pefelix.brturbo.com/psl/b_medidas_moedas.htm

24 – www.bibareh.com/glosary/m.html

25 – http://images.google.com/imgres

26 – Bíblia Sagrada 2 Samuel 5.6-9

27 – www.uol.com.br/bibliaworld

28 – id.

Notas Bibliográficas (Parte 2)

29 – Bíblia Sagrada, Encíclica Divino Afflante Spiritu, Pio XII, parte II, parágrafo 2o.

30 – Dicionário Aurélio – Versão eletrônica –Versão 3.0 -Século XXI

31 – Ir.Valdir, Revista Trolha, out. /99 p.8.

32 – A Ampulheta, n.31, p.6.

33 – O Prumo, n.113.p.6

34 – www.uol.com/bibliaworld/igreja/responde/bibo11.htm

BIBLIOGRAFIA

Bíblia Sagrada.Tradução Missionários Capuchinhos, Lisboa, 1971/1972.

BOLETIM INFORMATIVO, Loja Duque de Caxias n° 70,Santos,n.338.ano XXXVOut.1999

BOLETIM TRIMESTRAL Loja “Ferraz de Vasconcelos”,São Paulo,n.31,ano VI, Mar./Abr.2001

CASTELANI,Jose.A Maçonaria e sua Herança Hebraica, Maringá,Trolha,1993.

GOMES, Pinharanda A Regra Primitiva dos Cavalheiros Templários,Lisboa,Hugin, 1990.

MELLOR,Alec .Dicionário da Franco Maçonaria,rio de Janeiro,ed.Martins Fontes,19….

MINAS GERAIS,Grande Loja Maçônica.Landmarks e a Constituição de AndersonSd.

PAIVA,Antonio Guilherme. Salmo 133. S j Del Rei,1984,ed.particular

REVISTA Trolha.Maringá,n.130.ago.1997

REVISTA Prumo.Florianópolis,n.117.ano XXVI.nov./dez.1997

REVISTA Superinteressantr.Abril,Mai./2002

WINTER,Enia & SALLES,Paulo, Metologia da Pesquisa Científica.São Paulo. Cedas.1997

Internet – Sites:

www.salmo133.org
www.terrasanta.hpj.ig.com.br

www.proveg.com/igrehjabatista/

www.us.israel.org

www.pefelix.bturbo.com

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www.ultimosegundo.ig.com.br

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