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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................1

2- A HISTÓRIA DA TEOLOGIA DO ANTIGO TESTAMENTO.....................................2

2.1- Lançando a semente da Teologia do Antigo Testamento..................................3

3- TEOLOGIA DO ANTIGO TESTAMENTO.................................................................5

4- CONCUSÃO..............................................................................................................6

5- BIBLIOGRAFIA.........................................................................................................7
1. INTRODUÇÃO

O termo teologia tem sido amplamente usado pelos cristãos. A igreja primitiva
adotou a palavra grega teologia quando os cristãos penetraram no mundo ocidental.
Os gregos usavam teologia para designar histórias e ensinos acerca de seus
deuses. "A igreja a aplicou ao Deus de Israel, revelado de modo definitivo em Jesus
Cristo. Para cristãos, ‘teologia’ significa ensino acerca de Deus. A teologia do Antigo
Testamento é, portanto, o ensino acerca de Deus na escritura de Israel."

Os escritores judeus nunca produziram uma teologia abrangente do Antigo


Testamento ou do judaísmo. O Antigo Testamento em si é não-sistemático quanto à
forma, assim como a Mishná e o Talmude. A literatura rabínica é notoriamente não-
holística em sua abordagem. Samuel Sandmel, conhecido estudioso judeu do Novo
Testamento, disse que embora os judeus tenham originado eminentes filósofos,
eruditos religiosos e brilhantes especialistas em homilética, geraram poucos
teólogos de grande valor. "Temos originado homens que têm feito um bom trabalho
sobre temas teológicos, mas nenhum teólogo sistemático de primeira linha."3

Os estudiosos judeus que poderiam ser chamados teólogos de alguma


maneira (Heschel, Gordis, Sandmel e Jon D. Levenson) têm atuado quase
exclusivamente no contexto dos seminários teológicos americanos. Se
acrescentarmos os nomes de alguns filósofos judeus não-americanos (como Buber
e Neher), a lista fica quase completa. Goshen-Gottstein pode ser o primeiro
professor de Bíblia numa universidade israelense que insiste em ministrar um curso
de pós-graduação em teologia bíblica.

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2- A HISTÓRIA DA TEOLOGIA DO ANTIGO TESTAMENTO
A disciplina em sua forma moderna teve início no final da década de 1700
como tentativa de libertar o estudo teológico da Bíblia dos grilhões da teologia
dogmática e de seu uso incorreto da Bíblia para sustentar suas crenças.1 Toda
apresentação da teologia do Antigo Testamento recebe cor própria que depende do
ponto de vista, contexto e preparação do autor. Devemos estar conscientes dos
perigos da subjetividade e lutar para permitir que os dados do Antigo Testamento
falem por si.

A história da teologia do Antigo Testamento é longa, fascinante e sinuosa.


Embora essa disciplina em sua forma moderna mal tenha 200 anos, suas raízes
remontam ao próprio Antigo Testamento. Muitos estudiosos do Antigo Testamento
datam o início do estudo moderno da teologia do Antigo Testamento com a palestra
inaugural de Johann Philipp Gabler na Universidade de Altdorf em 1787.' Até a
época de Gabler a igreja não fazia distinção entre teologia dogmática e teologia
bíblica ou entre teologia do Novo Testamento e teologia do Antigo Testamento.
Gabler pensava que se deviam fazer essas distinções. Embora ele não tenha escrito
uma teologia do Antigo Testamento, estabeleceu os princípios básicos e o método
pelos quais seria possível escrever uma teologia bíblica e uma teologia do Antigo
Testamento. Gabler era racionalista e provavelmente estava irritado com o que
considerava uma força repressora que a igreja exercia sobre a exegese e sobre a
interpretação das Escrituras.

Naquela época talvez só um racionalista poderia pedir ou teria pedido de fato


uma separação entre teologia dogmática e bíblica. A separação que se seguiu teve
um efeito distorcido. Em vez de estabelecer as doutrinas do Antigo Testamento de
modo mais claro, as primeiras teologias do Antigo Testamento filtraram o material
teológico do Antigo Testamento com as lentes do racionalismo.

É provável que o primeiro livro a usar o título Teologia do Antigo Testamento


tenha sido Theologie des Alten Testaments de G. L. Bauer, publicado em Leipzig em
1796. Bauer também era racionalista; Hayes e Prussner disseram que Bauer
avaliava continuamente o material do Antigo Testamento segundo os padrões de
sua interpretação racionalista da religião. Desviou-se do seu caminho “para destacar
os elementos mitológicos, lendários ou miraculosos nas escrituras hebraicas e para
2
rejeitá-los como superstições de uma raça primitiva”.2 Joseph Blenkinsopp disse que
Bauer obteve a distinção de escrever a primeira teologia do Antigo Testamento e, ao
mesmo tempo, de rejeitar como indignos de maior atenção cerca de quatro quintos
do Antigo Testamento.

2.1- Lançando a semente da Teologia do Antigo Testamento

Para que se possa entender os problemas da teologia do Antigo Testamento


e os debates sobre ela, precisa-se começar não com Gabler, mas com o próprio
Antigo Testamento. E depois deve-se rastrear a história do uso teológico que vários
grupos têm feito do Antigo Testamento através dos séculos.

Os últimos autores do Antigo Testamento fizeram uso teológico de alguns dos


escritos mais antigos. Zacarias se referiu várias vezes aos ensinos dos “primeiros
profetas” (veja Zc 1.4; 7.7, 12). Ageu devia conhecer a profecia de Jeremias de que
Deus retiraria seu “anel do selo” da mão de Jeconias (Jr 22.24-25), quando disse
que o Senhor faria de Zorobabel, neto de Jeconias, como um anel de selar (Ag
2.23). Jeremias falou de uma nova aliança (Jr 31.31-34). Outros profetas falaram de
um novo êxodo (Is 43.14-21; 48.20; 52.12) e de um novo Davi (Jr 23.5¬6; Ez 34.23-
24; 37.24-27). O precursor do Messias seria uma “vinda” de Elias (Ml 4.5- 6).

A comunidade de Qumran interpretava teologicamente o material do Antigo


Testamento. Escreveram comentários sobre alguns livros do Antigo Testamento e
cantavam hinos baseados em temas do Antigo Testamento. Viam a si mesmos
como pessoas que estavam vivendo nos últimos dias e acreditavam que o Antigo
Testamento estava sendo cumprido em algumas de suas experiências.

O Novo Testamento fez uso teológico do Antigo Testamento. Dos 27 livros do


Novo Testamento, apenas Filemom não mostra nenhuma relação direta com o
Antigo Testamento. Henry Shires disse que se todas as influências do Antigo
Testamento fossem retiradas do Novo Testamento, este iria “consistir de trechos
pequenos e sem sentido”.5 Os escritores do Novo Testamento nunca questionam a
natureza escriturística do Antigo Testamento; tampouco elaboram um sistema
teológico a partir dele.6

A igreja primitiva derrotou o marcionismo e reteve todo o Antigo Testamento


como suas Escrituras, mas não concentrou toda a sua atenção nele. A igreja
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continuou a pesquisar as Escrituras, mas não escreveu comentários sobre ele como
fez a comunidade de Qumran. Jesus, não o Antigo Testamento, era o centro da fé
da igreja primitiva.

O autor da Epístola de Bamabé (cerca de 130 d.C.) considerava o Antigo


Testamento um livro de parábolas e um depósito de mistérios que não podiam ser
entendidos pelos judeus nos tempos do Antigo Testamento. Bamabé encarava o
bode emissário (Lv 16.10) como um tipo de Cristo. A lã escarlate com que ele era
coroado apontava para o manto escarlate de Cristo em seu julgamento. Bamabé
encarava a novilha vermelha de Números 19.2-3 como um tipo de Cristo. Para ele,
os 318 homens no exército de Abraão apontavam para a crucificação, pois o número
“trezentos” em grego é representado pela letra tau, que tem a forma de uma cruz.
Os números “dez” e “oito”, totalizando dezoito, são representados pelas letras iota e
eta, as duas primeiras letras no nome de Jesus.

2.2- A origem da Teologia do Antigo Testamento

Por interpretar o Antigo Testamento à luz de seu contexto histórico. A teologia


do Antigo Testamento em seu sentido moderno não poderia existir em tal ambiente
religioso.

O Antigo Testamento não teve melhor sorte na Idade Média do que teve nos
tempos mais antigos. Na realidade, ele foi quase completamente ignorado ou
esquecido. Os textos gregos e hebraicos não constituíam mais a base do estudo
bíblico. Mesmo os estudiosos liam apenas a antiga versão latina (a Vulgata). A Idade
Média enfatizava a autoridade da igreja, não da Bíblia. Os estudiosos simplesmente
sistematizavam o que os pais da igreja haviam dito, dando pouca atenção às
Escrituras. A igreja nada fazia para encorajar a pesquisa ou a busca de novas
verdades na Palavra. O mundo medieval era estático. O menor desvio de qualquer
ensino da igreja naqueles dias traria sobre a cabeça do inovador a condenação da
igreja, condenação que os cristãos medievais temiam mais do que qualquer outra
coisa.

Na Idade Média os estudiosos ensinavam que toda passagem das Escrituras


tinha quatro significados: literal ou histórico; alegórico ou teológico —aquilo em que
devemos crer; moral ou tropológico —o que devemos fazer; e espiritual ou

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anagógico —para onde estamos nos dirigindo. Pode-se ver um exemplo dos quatro
significados nos vários sentidos atribuídos à palavra “maná”. Literalmente, maná era
o alimento que Deus fornecia de modo miraculoso para os israelitas no deserto.
Alegoricamente, era o sacramento bendito na eucaristia. Tropologicamente, era a
substância espiritual diária da alma mediante o Espírito de Deus que nela habita. E
anagogicamente, ele se tomou o alimento das almas benditas no céu a “visão
beatífica” e a união perfeita com Cristo. Essa era a situação na igreja romana desde
cerca de 800 até 1500. Esse tipo de hermenêutica não podia produzir uma teologia
do Antigo Testamento.

3- TEOLOGIA DO ANTIGO TESTAMENTO


O termo teologia tem sido amplamente usado pelos cristãos. A igreja primitiva
adotou a palavra grega theologia quando os cristãos penetraram no mundo
ocidental. Os gregos usavam theologia para designar histórias e ensinos acerca de
seus deuses. "A igreja a aplicou ao Deus de Israel, revelado de modo definitivo em
Jesus Cristo. Para cristãos, ‘teologia’ significa ensino acerca de Deus. A teologia do
Antigo Testamento é, portanto, o ensino acerca de Deus na escritura de Israel."

Justaposição inimitável. Podemos também encontrar nessas atitudes o germe


de uma alienação firmemente arraigada da religião tradicional.

Foi redescoberto como um dos “clássicos”. Alguns estudiosos judeus haviam


mantido certa familiaridade com a Bíblia Hebraica. Um judeu convertido, Nicolau de
Lyra (cerca de 1340), defendia um novo método de interpretar as Escrituras. Lyra
dizia que o significado literal ou histórico era o único significado verdadeiro das
Escrituras. Lyra parece ter influenciado Martinho Lutero em seu rompimento com a
visão quádrupla da interpretação da Bíblia. Lutero, porém, começou com um
princípio bem diferente daquele que busca o sentido literal de cada passagem das
Escrituras.

É provável que John Wycliffe tenha influenciado a visão de Lutero acerca da


Bíblia mais do que Lyra. Wycliffe (1328-1384), formado em Oxford e monge
agostiniano, seguia o ensino de Agostinho segundo o qual a verdadeira igreja era
composta por aqueles que Deus escolheu para a salvação e não necessariamente
pelos que estão na Igreja Católica Romana. Baseado nesse ensino, a filiação numa
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igreja visível e a participação em seus sacramentos nada tinham que ver com a
salvação. Isso tomava desnecessário todo o sistema católico.

4- CONCUSÃO

A teologia do Antigo Testamento tem tido uma vida privilegiada. Encontra-se


em crise desde o nascimento. Alguns estudiosos têm falado em sua morte e
renascimento. Entretanto, continua a sobreviver. James Barr, J. J. Collins e outros
são céticos quanto ao seu futuro.

A disciplina em sua forma moderna teve início no final da década de 1700


como tentativa de libertar o estudo teológico da Bíblia dos grilhões da teologia
dogmática e de seu uso incorreto da Bíblia para sustentar suas crenças.

Toda apresentação da teologia do Antigo Testamento recebe cor própria que


depende do ponto de vista, contexto e preparação do autor. Devemos estar
conscientes dos perigos da subjetividade e lutar para permitir que os dados do
Antigo Testamento falem por si.

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5- BIBLIOGRAFIA

 Righteousness in the Old Testament." IDB 4. New York: Abingdon, 1962: 80.
 Andreasen, Niels-Erik. The Old Testament Sabbath. Atlanta: SBL Dissertation
Series, 1972.
 Aristóteles. Natural Science, Psychology, The Nicomachean Ethics, traduzido por
Philip Wheelwright. Nova Iorque: The Odyssey Press, 193 (Ciência Natural,
Psicologia e Ética a Nicômaco).
 ------------The Old Testament Case Against Biblical Theology." Canon, Theology
and Old Testament Interpretation, editado por Gene Tucker, David Petersen e R.
Wilson. Philadelphia: Fortress, 1988: 3-19.
 ----------------The Semantics of Biblical Language. Oxford: Oxford University Press,
1961.
 A Sketchbook of Biblical Theology. New York: Herder and Herder, 1968.
 Braaten, Carl E. History and Hermeneutics. New Directions in Theology, vol. 2.
Philadelphia: Westminster, 1966.
 Bratsiotis, N. P. ish. TDOT I. Grand Rapids: Eerdmans, 1966. Braybrooke, M.
Time to Meet. London: SCM; Philadelphia: Trinity International, 1990.

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