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HISTÓRIA DA TEOLOGIA BÍBLICA

Teologia Bíblia expressa com essa conotação abrolha em 1600, mas sua origem é remota. No momento
que alguém tenta falar de Deus ou defender conceitos, partindo do que se tem nas Escrituras, nasce de
certa forma uma teologia Bíblica. Por isso, vestígios dessa podem ser percebidos no apostolo Paulo, no
autor de Hebreus, quando tratam das escrituras do Antigo Testamento. Categoricamente entende-se que
no século II Irineu foi o primeiro teólogo bíblico por defender o evangelho dos dilemas da época com o uso
do Antigo Testamento. Posteriormente surgem as duas escolas que se aplicaram na interpretação da
Bíblia. A de Alexandria com a utilização do método alegórico e a de Antioquia que aplicava o método
histórico. No entanto, já a reforma se utiliza das próprias Escrituras para interpretar as Escrituras, onde
tudo se interpreta a partir delas, costumes, leis e as praticas da igreja.

A aplicação do termo teologia Bíblica como uma disciplina isolada só surgiu a partir de 1600, com
apresentações sistemáticas de uma teologia do Antigo e Novo Testamento. No entanto, uns aplicavam a
razão para explicar a revelação, e outros mais conservadores, utilizavam a história. O que resultou no fim
de uma teologia unida entre Antigo e Novo Testamento por volta 1870. Doravante, surge uma separação
onde teologias são separadas sob a crítica literária, brotando novas formas de se enxergar as Escrituras.
Ainda, no final do século XIX e início do XX são feitas novas descobertas arqueológicas no Oriente Médio,
que colocam dúvidas sobre o material bíblico. Assim ocorre propriamente a morte da teologia bíblica, pois
se a Bíblia é posta como duvidosa, uma teologia que a tivesse como base seria impossível.

Em meados de 1930, com o fim da primeira guerra mundial, floresce uma nova teologia bíblica. A busca de
respostas não encontradas simplesmente pela razão, inclina os estudiosos a uma reinterpretação do
Antigo Testamento. Daí surgem novos nomes da teologia bíblica do Antigo Testamento. Isto acontece
quando católicos romanos entram nesse ramo de estudo. O renascer de uma teologia do Novo testamento
só acontece por volta de 1950 com R. Bultmann, que de forma cética vê o Jesus histórico como uma
pressuposição do pensamento teológico do Novo Testamento. Por isso via como necessário a retirada de
mitos de dentro da mensagem cristã. Nesse período, se fazia a utilização do método histórico critico na
interpretação das Escrituras. Na busca de fazer uma teologia bíblica era necessária a aplicação de um
diagrama sistemático. O que vários teóricos abordavam de uma forma diferente. Os pietistas seguiram o
esquema de Deus, humanidade, pecado, lei salvação. Uns seguiram a cronologia. Outros seguiram o
esquema sugerido pelo material bíblico. Cada um optou pelo modelo que julgava ser mais viável. Levando
ao final do século XX, se tornar a questão principal de discussão, a diversidade de teologias que surgem
dentro a Bíblia. O método histórico crítico, foi muito difundido nesta era, e nas ultimas décadas os teólogos
penderam para a abordagem literária. Nessa, se apresentou uma diversidade de linhas de pensamentos.
Os teólogos que optaram pela abordagem literária viram diante de si vários caminhos. Onde foi
apresentado o interesse pelas narrativas e relatos bíblicos, que mostrou a Bíblia ser um aglomerado de
conjuntos literários, que por meio da critica literária era possível situá-los dentro do seu contexto literário
e canônico mais amplo. Resultando numa aplicação a critica canônica e nas abordagens canônicas. Nessas
se buscava a importância do cânon e sua natureza, como também na aplicação do cânon para uma melhor
compreensão do texto bíblico. Outra abordagem é a sociológica, visam reconstruir as condições sociais das
Escrituras. Decorrente, a aplicação da Bíblia passa a ser utiliza com bases nas construções do passado.
Visto que muita coisa hoje deve ser considera. A teologia da Libertação se utiliza do Êxodo, para explicar
que Deus sempre está do lado do oprimido. A teologia feminista se posiciona com base no contexto,
afirmando que muito dos escritos são influenciados pelo pensamento patriarcal.

Ao final do século XX, percebe-se uma tentativa de uma Teologia bíblica unificada, onde Antigo e Novo
Testamento pode ser visto novamente numa só teologia. Com uma abordagem na história das tradições
feita por teólogos alemães, mostra-se com base nas tradições que o cânon do Antigo Testamento, no
tempo de Jesus ainda não estava concluído. Cristo não era o fim do Antigo testamento era a continuação
dele. Outra tendência de unificação da teologia bíblica foi realizada por publicações sobre uma proposta
para uma teologia bíblica, debates e estudos sobre teologia bíblica, que buscavam relação de textos do
Antigo e Novo Testamento que mostravam uma unidade ou uma continuidade dos relatos bíblicos. Um
debate intenso desse período foi à questão de Paulo e a lei, considerando suas funções tanto no Novo
como no Antigo Testamento.

Contudo, mais uma questão surge, o fato de a teologia bíblica ser ou não ser uma disciplina acadêmica.
Nesse ensejo alguns afirmam que a teologia bíblica é uma ferramenta a ser utilizada na exegese bíblica e
em estudos de autores e livros. Mas a questão não para, porque apesar de inúmeros teólogos se
levantarem para mostrar a teologia bíblica como uma disciplina acadêmica, foi no século XX que B. S.
Childs conseguiu criar a obra mais significativa sobre a questão em pauta. No entanto muitas foram as
objeções a respeito dessa obra. Por fim o importante foi que se verificou que é possível se realizar uma
teologia bíblica mostrando os perigos a serem evitados e os caminhos a serem seguidos.

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