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SUMÁRIO

BIBLIOLOGIA

1. A Autoridade da Bíblia

2. O Tema Central da Bíblia

3. A História da Bíblia – Os Originais

4. História das Traduções

5. As Primeiras Escrituras Impressas

6. Figuras de Linguagem na Bíblia

7. Revelação e Inspiração

8. Provas da Inspiração Divina da Bíblia

9. A Formação do Cânon

10. Razão e Necessidade da Bíblia

11. Oque Devemos Considerar ao Estudar a Bíblia

12. Noções da Geografia na História Bíblica

APÊNDICE

Anexo 1 – João Ferreira de Almeida

Anexo 2 – As 7 Dispensações

BIBLIOLOGIA
1
Aproximadamente quarenta (40) autores escreveram a Bíblia, em
quinze (15) séculos, os autores viveram em épocas diferentes e tinham
modo de vida também diferentes, cada um escreveu em situações
diferentes, por exemplo: Davi escreveu em meio as guerras, Salomão
dentro de seu palácio, Moisés no deserto, Jeremias nas masmorras,  Paulo
atrás das grades...
Eram pessoas de diferentes classes sociais, por exemplo: Davi e
Salomão eram reis e poetas;
Jeremias e Zacarias sacerdotes e profetas; Daniel era Ministro de
Estado;
Lucas era Médico; João, Pedro, Tiago eram Pescadores;
Amós era homem do campo, cuidava do gado; Mateus era Funcionário
Público;
Paulo era Teólogo e Erudito.
Mesmo com tantas divergências na vida destes homens, a Bíblia é a
mais perfeita obra feita pelas mãos do homem, pois nela não há erros, ou
parcialidade, ela foi escrita por inspiração de DEUS.  O Antigo Testamento
se encontra, e se completa no Novo Testamento.
Ninguém conseguirá compreender bem o livro de Deus sem ter pelo
menos uma ideia da história, costumes, idiomas, religiões dos povos que
diretamente como os judeus, egípcios, assírios, e outros, participam do seu
conteúdo e acima de tudo comunhão estreita com o Espírito Santo de Deus.
Da arqueologia à apologética, com observações históricas e o
registro de outros conhecimentos, fazendo uma breve introdução aos
livros Bíblicos, procuramos transmitir aos alunos um conhecimento
panorâmico acerca da Bíblia, e orientá-los a lerem e estudarem esse
maravilhoso tesouro concedido por Deus aos homens, e que deve ser a
nossa única regra de fé e prática.
Esperamos que ao se aprofundar no estudo dessa doutrina, novos
horizontes se abram a frente do aluno, e que a cada capítulo sinta o
desejo de penetrar cada vez mais no vasto campo do conhecimento
Bíblico.

1. A Autoridade da Bíblia
Poderiam ser apresentados muitos argumentos racionais a favor da
autoridade da Bíblia, mas em última análise aceitamos a autoridade que se
baseia na fé.  Consideramos a Bíblia como a Palavra de Deus a reclamar
para si própria uma autoridade decisiva. Nada obstante que nela
depositemos toda a confiança, aceitando essa Palavra e a autoridade que
nela implica.

É na Bíblia que frequentemente se alude ao fato de se tratar de uma


mensagem diretamente outorgada por Deus. Diz-se, por exemplo, que
Moisés recebeu de Deus não só as tábuas da lei, mas ainda outras
recomendações rituais relativas à manutenção do tabernáculo ou sobre os
cuidados a ter com o povo de Israel. É também notória a insistência dos
profetas em afirmarem que não são autores daquilo que pregam, mas se
trata de uma mensagem recebida de Deus.

Jesus Cristo falou com autoridade porque tinha a consciência de agir


como Filho Eterno de Deus, e não apenas como pregador vulgar. A Bíblia é
a Palavra de Deus, ela é uma obra completa onde não há contradição,
2
procure observar que no Novo Testamento apenas não são citados oito
livros do Antigo Testamento: Esdras, Neemias, Ester, Eclesiastes, Cantares,
Obadias, Naum, e Sofonias.
a) Teorias Contrárias à Autoridade da Bíblia

A doutrina estabelecida pelo concílio de Trento (1545-1563) é defendida


até hoje por muitos teólogos romanos modernos. Aparentemente a igreja
católica aceita a Bíblia de uma maneira parecida com a ortodoxa, porém
três questões se levantam e evidenciam o seu erro.
  Ela afirma que na Bíblia devem ser incluídos os chamados
apócrifos. Assim, esses livros teriam o mesmo valor ou a mesma
autoridade dos demais;    
 Supõe-se que o texto das Escrituras Sagradas é demasiado
obscuro e de difícil interpretação. Nesse caso, há necessidade de
outra autoridade que decida em caso de dúvida.
 Eles não consideram a Bíblia como única regra de fé e admitem
uma tradição derivada diretamente dos apóstolos e em pé de
igualdade com a Bíblia.

2. O Tema Central da Bíblia

Jesus é o tema central da Bíblia, ela é CRISTOCENTRICA, foi ELE que


disse:"São estas palavras que vos disse estando ainda convosco, que
convinha que cumprisse tudo que de mim estava escrito na lei, nos
profetas, e nos salmos.’’ (Lc 24:44). E também, "Examinai as escrituras,
porque vos cuidais ter nela as palavras de vida eterna, e são elas que de
mim testificam.’’ (Jo 5:39).
Se observarmos bem ao estudarmos a Bíblia veremos tipos, figuras,
símbolos, profecias que falam apontam para Jesus em todo Antigo
Testamento.

Em Gênesis ELE é a semente da mulher;


Em Êxodo ELE é o cordeiro pascoal;
Levítico, sacerdote expiatório;
Números, a rocha ferida;
Deuteronômio, o profeta;
Josué, o capitão dos exércitos;
Juízes, o libertador;
Rute, o parente divino;
Reis e Crônicas, o rei prometido;
Ester, o advogado;  
Jó, o nosso redentor que vive;
Salmos, o nosso socorro e alegria;
Provérbios, a sabedoria de Deus;
Cantares de Salomão, o nosso amado;
Eclesiastes, o alvo verdadeiro;
Nos profetas, o messias prometido;
Nos evangelhos, o salvador do mundo;
Atos, o Cristo ressurgido e poderoso;
Nas epístolas, o cabeça da igreja;
3
Apocalipse, o Alfa e o Omega, o Cristo que volta para reinar.

a) Se crermos que Jesus é o centro da Bíblia, podemos definir os 66 livros em


quatro partes

Preparação: todo o Antigo Testamento trata da


preparação do nascimento de Jesus. (Mq 5:2)
Manifestação: Os evangelhos tratam da encarnação,
manifestação, e vida de Jesus. (Lc 1:28; Jo 1:1)
Explanação: As Epístolas dão a explanação da doutrina de
Jesus.
Consumação: O Apocalipse trata da consumação de todas
as coisas preditas através de Jesus.
               
3. A História da Bíblia – Os Originais
Grego, hebraico e aramaico foram os idiomas utilizados para escrever
os originais das Escrituras Sagradas. O Antigo Testamento foi escrito em
hebraico. Apenas alguns poucos textos foram escritos em aramaico. O
Novo Testamento foi escrito originalmente em grego, que era a língua mais
utilizada na época. Os originais da Bíblia são a base para a elaboração de
uma tradução confiável das Escrituras. Porém, não existe nenhuma versão
original de manuscrito da Bíblia, mas sim cópias de cópias de cópias. Todos
os autógrafos, isto é, os livros originais, como foram escritos pelos seus
autores, se perderam.

As edições do Antigo Testamento hebraico e do Novo Testamento


grego se baseiam nas melhores e mais antigas cópias que existem e que
foram encontradas graças às descobertas arqueológicas. Para a tradução
do Antigo Testamento, a Comissão de Tradução da SBB usa a Bíblia
Stuttgartensia, publicada pela Sociedade Bíblica Alemã. Já para o Novo
Testamento é utilizado The Greek New Testament, editado pelas
Sociedades Bíblicas Unidas. Essas são as melhores edições dos textos
hebraicos e gregos que existem hoje, disponíveis para tradutores.
            
a) O Antigo Testamento em Hebraico

Muitos séculos antes de Cristo, escribas, sacerdotes, profetas, reis e


poetas do povo hebreu mantiveram registros de sua história e de seu
relacionamento com Deus. Estes registros tinham grande significado e
importância em suas vidas e, por isso, foram copiados muitas e muitas
vezes e passados de geração em geração.  Com o passar do tempo, esses
relatos sagrados foram reunidos em coleções conhecidas por a Lei, os
Profetas, e as Escrituras. Esses três grandes conjuntos de livros, em
especial o terceiro, não foram finalizados antes do Concílio Judaico de
Jamnia, que ocorreu por volta de 95 d.C. A Lei continha os primeiros cinco
livros da nossa Bíblia.

Já os Profetas, incluíam Isaías, Jeremias, Ezequiel, os Doze Profetas


Menores, Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, e 1 e 2 Reis. E as Escrituras reuniam o
grande livro de poesia, os Salmos, além de Provérbios, Jó, Ester, Cantares
de Salomão, Rute, Lamentações, Eclesiastes, Daniel, Esdras, Neemias, e 1 e 2
4
Crônicas.  Os livros do Antigo Testamento foram escritos em longos
pergaminhos confeccionados em pele de cabra e copiados
cuidadosamente pelos escribas. Geralmente, cada um desses livros eram
escritos em um pergaminho separado, embora A Lei frequentemente fosse
copiada em dois grandes pergaminhos. O texto era escrito em hebraico, da
direita para a esquerda e, apenas alguns capítulos, em dialeto aramaico.

Hoje se tem conhecimento de que o pergaminho de Isaías é o mais


remoto trecho do Antigo Testamento em hebraico. Estima-se que foi
escrito durante o Século II a.C. e se assemelha muito ao pergaminho
utilizado por Jesus na Sinagoga, em Nazaré. Foi descoberto em 1947,
juntamente com outros documentos em uma caverna próxima ao Mar
Morto.            
b) O Novo Testamento em Grego

Os primeiros manuscritos do Novo Testamento que chegaram até nós


são algumas das cartas do Apóstolo Paulo destinadas a pequenos grupos
de pessoas de diversos povoados que acreditavam no Evangelho por ele
pregado. A formação desses grupos marca o início da Igreja cristã. As
cartas de Paulo eram recebidas e preservadas com todo o cuidado. Não
tardou para que esses manuscritos fossem solicitados por outras pessoas.
Dessa forma, começaram a ser largamente copiados e as cartas de Paulo
passaram a ter grande circulação.  

A necessidade de ensinar novos convertidos e o desejo de relatar o


testemunho dos primeiros discípulos em relação à vida e aos ensinamentos
de Cristo resultaram na escrita dos Evangelhos que, na medida em que as
igrejas cresciam e se espalhavam, passaram a ser muito solicitados.
Outras cartas, exortações, sermões e manuscritos cristãos similares
também começaram a circular.

O mais antigo fragmento do Novo Testamento hoje conhecido é um


pequeno pedaço de papiro escrito no início do Século II d.C. Nele estão
contidas algumas palavras de João 18.31-33, além de outras referentes aos
versículos 37 e 38. Nos últimos cem anos descobriu-se uma quantidade
considerável de papiros contendo o Velho Testamento e o texto em grego
do Novo Testamento.

c) Outros Manuscritos

Além dos livros que compõem o nosso atual Novo Testamento, havia
outros que circularam nos primeiros séculos da era cristã, como as Cartas
de Clemente, o Evangelho de Pedro, o Pastor de Hermas, e o Didache (ou
Ensinamento dos Doze Apóstolos). Durante muitos anos, embora os
evangelhos e as cartas de Paulo fossem aceitos de forma geral, não foi
feita nenhuma tentativa de determinar quais dos muitos manuscritos eram
realmente autorizados. Entretanto, gradualmente, o julgamento das
igrejas, orientado pelo Espírito de Deus, reuniu a coleção das Escrituras
que constituíam um relato mais fiel sobre a vida e ensinamentos de Jesus.

No Século IV d.C. foi estabelecido entre os concílios das igrejas, um


acordo comum e o Novo Testamento foi constituído. Os dois manuscritos
mais antigos da Bíblia em grego podem ter sido escritos naquela ocasião, o
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grande Codex Sinaiticus e o Codex Vaticanus. Estes dois inestimáveis
manuscritos contêm quase a totalidade da Bíblia em grego. Ao todo temos
aproximadamente vinte manuscritos do Novo Testamento escritos nos
primeiros cinco séculos. Quando Constantino proclamou e impôs o
cristianismo como única religião oficial no Império Romano no final do
Século IV, surgiu uma demanda nova e mais ampla por boas cópias de
livros do Novo Testamento.

É possível que o grande historiador Eusébio de Cesaréia (263 - 340)


tenha conseguido demonstrar ao imperador o quanto os livros dos cristãos
já estavam danificados e usados, porque o imperador encomendou 50
cópias para as igrejas de Constantinopla. Provavelmente, esta tenha sido a
primeira vez que o Antigo e o Novo Testamento foram apresentados em
um único volume, agora denominado Bíblia.  

4. História das Traduções

A Bíblia, o livro mais lido, traduzido e distribuído do mundo, desde as suas


origens, foi considerada sagrada e de grande importância. E, como tal,
deveria ser conhecida e compreendida por toda a humanidade. A
necessidade de difundir seus ensinamentos através dos tempos e entre os
mais variados povos resultou em inúmeras traduções para os mais
variados idiomas e dialetos. Hoje é possível encontrar a Bíblia, completa ou
em porções, em mais de 2.000 línguas diferentes.

a) A Primeira Tradução

Estima-se que a primeira tradução foi elaborada entre 200 a 300 anos
antes de Cristo. Como os judeus que viviam no Egito não compreendiam a
língua hebraica, o Antigo Testamento foi traduzido para o grego. Porém,
não eram apenas os judeus que viviam no estrangeiro que tinham
dificuldade de ler o original em hebraico, com o cativeiro da Babilônia, os
judeus da Palestina também já não falavam mais o hebraico.  Denominada
Septuaginta (Tradução dos Setenta), esta primeira tradução foi realizada
por 70 sábios e contém sete livros que não fazem parte da coleção
hebraica; pois não estavam incluídos quando o cânon (ou lista oficial) do
Antigo Testamento foi estabelecido por exegetas israelitas no final do
Século I (d.C).

A igreja primitiva geralmente incluía tais livros em sua Bíblia. Eles são
chamados apócrifos ou deuterocanônicos e encontram-se presentes nas
Bíblias de algumas Igrejas. Esta tradução do Antigo Testamento foi
utilizada em sinagogas de todas as regiões do Mediterrâneo e
representou um instrumento fundamental nos esforços empreendidos
pelos primeiros discípulos de Jesus na propagação dos ensinamentos de
Deus.

b) Outras Traduções

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Outras traduções começaram  a  ser realizadas por cristãos novos
nas línguas copta (Egito), etíope (Etiópia), siríaca (norte da Palestina) e  em
latim - a mais importante de todas as línguas pela sua  ampla  utilização no
Ocidente.  Por haver tantas versões parciais e insatisfatórias em latim, no
ano 382 d.C, o bispo de Roma nomeou o grande exegeta Jerônimo para
fazer uma tradução oficial das Escrituras. Com o objetivo de realizar uma
tradução de qualidade e fiel aos originais, Jerônimo foi à Palestina, onde
viveu durante 20 anos. Estudou hebraico com rabinos famosos e examinou
todos os manuscritos que conseguiu localizar. Sua tradução tornou-se
conhecida como "Vulgata", ou seja, escrita na língua de pessoas comuns
("vulgus"). Embora não tenha sido imediatamente aceita, tornou-se o texto
oficial do cristianismo ocidental. Neste formato, a Bíblia difundiu-se por
todas as regiões do Mediterrâneo, alcançando até o Norte da Europa.

Na Europa, os cristãos entraram em conflito com os invasores godos e


hunos, que destruíram uma grande parte da civilização romana. Em
mosteiros, nos quais alguns homens se refugiaram da turbulência causada
por guerras constantes, o texto bíblico foi preservado por muitos séculos,
especialmente a Bíblia em latim na versão de Jerônimo.

Não se sabe quando e como a Bíblia chegou até as Ilhas Britânicas.


Missionários levaram o evangelho para Irlanda, Escócia e Inglaterra, e não
há dúvida de que havia cristãos nos exércitos romanos que lá estiveram
no segundo e terceiro séculos. Provavelmente a tradução mais antiga na
língua do povo desta região é a do Venerável Bede. Relata-se que, no
momento de sua morte, em 735, ele estava ditando uma tradução do
Evangelho de João; entretanto, nenhuma de suas traduções chegou até
nós. Aos poucos as traduções de passagens e de livros inteiros foram
surgindo.

Tradução de Antonio Pereira de Figueiredo: Antonio Pereira de


Figueiredo, que preparou a primeira Bíblia inteira, baseada na Vulgata
Latina, nasceu em Manção, Portugal, a 14 de fevereiro de 1725. Essa
tradução consumiu 18 anos de trabalho.

Tradução do Padre Huberto Rodhen: Em 1930 o Padre Huberto Rodhen


traduziu o primeiro Novo Testamento inteiro diretamente do grego, o
primeiro tradutor católico a fazer tal tipo de tradução na história da Bíblia
portuguesa.

Tradução do Padre Matos Soares: Essa é a tradução mais popular


entre os católicos. Foi baseada na Vulgata Latina e em 1932 recebeu o
apoio papal por meio de carta dirigida ao Vaticano. Quase a metade dessa
tradução contém explicações dos textos, em notas entre parênteses. Essas
notas parentéticas incluem, naturalmente, dogmas da Igreja Romana, da
qual pertencia o tradutor.

Tradução Brasileira (TB): Foi preparada sob a direção do Dr. H. C.


Tucker, tendo sido concluída em 1917. Essa tradução nunca foi muito
popular.

c) Qual é a melhor tradução da Bíblia?

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Com o lançamento de novas traduções, muitas pessoas têm
ansiosamente perguntado: "Qual é a melhor tradução da Bíblia?"
Não abordarei aqui todas as traduções da Bíblia publicadas no Brasil.
Falarei daquelas que são propriedade da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB).
Neste catálogo, encontram-se os mais diversos formatos de Escrituras,
que usam tais traduções. A SBB possui e publica duas traduções da Bíblia: a
de João Ferreira de Almeida e a Nova Tradução na Linguagem de Hoje
(NTLH).

A tradução de Almeida, como resultado de várias revisões, é


publicada pela SBB em três versões: Revista e Corrigida (DO), Revista e
Corrigida-Edição de 1995 (RC) e Revista e Atualizada - 2a. Edição (RA). A DO
é a Almeida mais antiga. Lançada em 1898, recebeu revisões ortográficas
no século XX, mas basicamente manteve o texto inalterado. A RC é uma
revisão da DO. A partir do texto hebraico, identificou-se mais claramente o
nome de Deus no AT e dividiu-se o texto em parágrafos; além disso,
acertou-se a pontuação e atualizou-se, onde necessário, a terminologia.
A RA, publicada em 1993, é a revisão da versão que foi lançada em
1959. Comparada à DO e RC, a RA se distingue por ter como base textos
originais (hebraico, aramaico e grego) mais atualizados, embora
essencialmente não diferentes dos da DO e RC. Por outro lado, a RA traz
um texto mais afinado com o português erudito falado no Brasil. No
entanto, a característica fundamental da tradução de Almeida, em suas
várias versões, é a de seguir o princípio de equivalência formal. Esse
princípio leva a traduzir o texto não só buscando que o mesmo seja a
representação fiel do sentido dos originais, mas também conservando, o
máximo possível, as características gramaticais, a estrutura de cláusulas e
frases, e a consistência na tradução dos termos das línguas originais.  Já a
TLH é o resultado de um importante projeto de tradução da SBB. Vendo a
necessidade de uma tradução mais simples, conforme o modo de falar da
maioria dos brasileiros, a SBB iniciou uma nova tradução. O NT foi lançado
em 1973, e a Bíblia completa, em 1988.

No final de 2000, a SBB lançou uma revisão completa da TLH como


Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH). A NTLH segue o princípio de
equivalência funcional, semântica, ou dinâmica. Este princípio leva a
traduzir os textos originais com absoluta fidelidade, bem como a
comunicar, do modo mais natural, a mesma idéia dos originais em
linguagem contemporânea, obedecendo às normas gramaticais e à
estrutura do Português.

d) Mas qual é a melhor tradução?

A fidelidade aos originais é fundamental para uma boa tradução.


Todas as traduções, ou versões, publicadas e distribuídas pela SBB são fiéis
aos originais. Elas se distinguem no seguinte:   

Na linguagem: a linguagem das Almeidas é mais erudita e, às vezes,


até arcaica; já a linguagem da NTLH é mais simples e atual.
No princípio de tradução: as Almeidas são mais literais e formais; já a
NTLH expressa o sentido conforme o modo de falar da maioria das
pessoas. Há pessoas que preferem a linguagem erudita e formal; já outras,
a linguagem simples. Logo, precisamos perguntar: qual é a melhor tradução
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para quem? Para pessoas eruditas? Para pessoas simples? Para pessoas
que já são cristãs há muito tempo? Para pessoas que nunca leram a Bíblia
nem conhecem a fé cristã? Para adultos? Para crianças? Ou, precisamos
perguntar: qual é a melhor tradução para quê? Para estudar? Para
evangelizar? Para memorizar? Para ensinar?

Em resumo, cada tradução será boa para alguém ou para alguma


finalidade. Por isso, é muito bom que tenhamos várias traduções. Pessoas
que não sejam tocadas por uma tradução poderão ser por outra.
Encaremos, portanto, as traduções como bênçãos que Deus nos dá para
alcançar o maior número de pessoas para o seu Reino. (cf. 1Co 9.22).
"Comissão de Tradução, Revisão e Consulta da SBB."

5. As Primeiras Escrituras Impressas

Na Alemanha, em meados do Século 15, um ourives chamado Johannes


Gutemberg desenvolveu a arte de fundir tipos metálicos móveis. O
primeiro livro de grande porte produzido por sua prensa foi a Bíblia em
latim. Cópias impressas decoradas a mão passaram a competir com os
mais belos manuscritos. Esta nova arte foi utilizada para imprimir Bíblias
em seis línguas antes de 1500 – alemão, italiano, francês, tcheco, holandês e
catalão; e em outras seis línguas até meados do século 16 – espanhol,
dinamarquês, inglês, sueco, húngaro, islandês, polonês e finlandês.

Finalmente as Escrituras realmente podiam ser lidas na língua destes


povos. Mas essas traduções ainda estavam vinculadas ao texto em latim.
No início do século 16, manuscritos de textos em grego e hebraico,
preservados nas igrejas orientais, começaram a chegar à Europa
ocidental. Havia pessoas eruditas que podiam auxiliar os sacerdotes
ocidentais a ler e apreciar tais manuscritos.

Uma pessoa de grande destaque durante este novo período de


estudo e aprendizado foi Erasmo de Roterdã. Ele passou alguns anos
atuando como professor na Universidade de Cambridge, Inglaterra. Em 1516,
sua edição do Novo Testamento em grego foi publicada com seu próprio
paralelo da tradução em latim. Assim, pela primeira vez estudiosos da
Europa ocidental puderam ter acesso ao Novo Testamento na língua
original, embora, infelizmente, os manuscritos fornecidos a Erasmo fossem
de origem relativamente recente e, portanto, não eram completamente
confiáveis.

a) Diferença Entre as Versões

Tanto a edição Revista e Corrigida quanto a Revista e Atualizada


foram constituídas a partir dos textos originais, traduzidos por João
Ferreira de Almeida no século XVII. As pequenas diferenças entre uma e
outra edição devem-se ao fato de os próprios originais em hebraico,
aramaico e grego trazerem algumas variantes e suportarem mais de uma
tradução correta para uma palavra ou versículo.  Porém, na essência as
duas versões refletem o bom trabalho realizado por João Ferreira de
Almeida, o qual foi completamente fiel aos textos originais das Escrituras
Sagradas. Embora haja diferenças entre as duas versões, as passagens

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centrais da fé cristã - que apresentam Jesus Cristo, nosso Senhor e
Salvador - são perfeitamente claras e concordantes em ambas.

A Revista e Corrigida (RC)

A RC foi trazida para o Brasil pela Sociedade Bíblica Britânica e


Estrangeira, em data anterior à fundação da SBB. Naquela época, a
tradução de Almeida foi entregue a uma comissão de tradutores
brasileiros, que foram incumbidos de tirar os lusitanismos do texto, dando a
ele uma feição mais brasileira. Publicada em 1898, recebeu o nome de
Revista e Corrigida.

Seguindo os princípios da equivalência formal, a RC é adotada por


inúmeras denominações evangélicas em países de língua portuguesa,
especialmente no Brasil e em Portugal. As diferenças desta edição para a
Revista e Atualizada se dão basicamente no que se refere aos manuscritos
originais disponíveis na época de Almeida. Descobertas arqueológicas e
estudos de teólogos e historiadores em torno das Escrituras Sagradas
tiveram grandes avanços desde o século XVIII até os dias de hoje. Tais
documentos não existiam à época de Almeida. Dessa forma, a RC é a
expressão dos textos originais com que Almeida trabalhou; não há nesta
versão indicações de textos sobre os quais os diversos manuscritos
bíblicos divergem.

Embora haja certas diferenças entre a RC e a RA, ambas têm seu


valor como traduções fiéis da Palavra de Deus de acordo com os textos
originais disponíveis na época de sua elaboração. Porém, não há
diferenças entre os próprios manuscritos que deponham contra a
mensagem central da Palavra de Deus.

A Revista e Atualizada (RA)

Quando em 1948, a SBB foi fundada, uma nova revisão de Almeida,


independente da Revista e Corrigida, foi encomendada a outra equipe de
tradutores brasileiros. O resultado desse novo trabalho, publicado em 1956,
é o que hoje conhecemos como a versão Revista e Atualizada.
Conservando as características principais da tradução de equivalência
formal de Almeida, a RA é o resultado de mais de uma década de revisão e
atualização teológica e lingüística da RC. Igualmente fiel aos textos
originais, a linguagem da RA é viva, acessível, clara e nobre. Sua revisão foi
feita à luz dos manuscritos bíblicos melhor preservados.

Em 1993, a RA passou por uma segunda revisão, afinando ainda mais o


texto bíblico aos textos originais em hebraico, aramaico e
grego. Confrontando a tradução de Almeida, que resultou na versão
Revista e Corrigida, com os novos manuscritos encontrados, os editores da
RA decidiram indicar os textos em que um ou mais manuscritos não tinham
consenso. Tais textos foram colocados entre colchetes, como é o caso da
mulher adúltera, o qual permanece na Bíblia Sagrada por ser mencionado
em grande número de manuscritos antigos e também por não contradizer
em nada os demais ensinamentos das Escrituras Sagradas. É importante
frisar que os textos-chaves das Escrituras Sagradas, os que dizem a

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respeito à salvação em Cristo Jesus, não apresentam qualquer tipo de
dúvida.

Forma de Escrever Detalhando, Livros, Capítulos e Versículos

Exemplo: Primeira aos Coríntios, capítulo doze e versículos um a dez,


quinze, dezessete e vinte e um, e Mateus capítulo três, versículos três,
quatro, oito, nove e dez:  1Co 12:1-10, 15, 17, 21; Mt 3:3-4, 8-10.

Descrevendo as Pontuações:

Iniciais do Livro: Mt = Mateus; sendo a primeira letra maiúscula e a


outra minúscula.
Número do capítulo.

(: ou .) dois pontos ou um ponto, divide o capítulo e os versículos a


seguir;
(-)  o hífen, divide os versículos em sequência;
(,) a virgula, separa os versículos quando os mesmos não estão em
sequência;
(;) o ponto e vírgula indica que a seguir não se trata mais do mesmo
capítulo ou do mesmo livro.
Exemplo: Gn 15:1, 3, 5, 7-10; 17:10-12, 14-16; 1Cr 12:1-6.

Gêneses capítulo 15 e versículos, um, três, cinco, sete, oito, nove e dez,
e capítulo 17, versículos dez, onze e doze, e quatorze, quinze e dezesseis, e
Primeiro Crônicas, capítulo 12 e versículos, um a seis.

A Bíblia tem alguma coisa diferente de todos os outros livros deste


mundo. A sua preservação por tantos os séculos e a sua divulgação, sendo
aceita e apreciada por tantas pessoas de classes, condições e profissões
diferentes. Reis, filósofos, poetas, estadistas, sacerdotes, médicos,
publicanos, pescadores, etc ... escreveram a bíblia, um no deserto do Sinai,
outro no palácio de Jerusalém, outro junto ao rio da Babilônia, outro na
cadeia de Roma, outro na ilha de Patmos. Há um período de quase 1600
anos entre o primeiro e o último escritor. Os materiais apresentados são:
história, genealogia, lei, ética, profecia, ciência, higiene, economia, política e
regras para a conduta pessoal. Tudo isto forma uma unidade, expondo o
plano de Deus na salvação dos pecadores.

Gênesis é o Começo das Coisas. O Apocalipse, a Consumação

De Gênesis  a Malaquias - a salvação necessária, prometida e


tipificada.
Os quatro Evangelhos – a  salvação realizada.
De Atos a Apocalipse – a salvação aplicada e consumada.

6. Figuras de Linguagem na Bíblia

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Na exposição da mensagem  de Deus, a Bíblia usa linguagem figurada
ou simbólica, que pode ser entendida pelo contexto ou pela comparação
de outras passagens no mesmo assunto. Muitas figuras de retórica estão
no texto bíblico, tornando a idéia enfática, mantendo sempre a clareza do
pensamento. A bíblia é assim um livro de metáforas, símiles, alegorias, tipos,
símbolos, etc...

Metáforas – um objeto tomado por outro - "o Cordeiro de Deus’’.


Símile  -  Comparação – "sou como o pelicano no deserto’’  (Sl 102:6a).
Metonímia – uma coisa tomada por outra, com relação de:
Causa pelo efeito – "tem Moises e os profetas’’  (Lc 16:29b).
Efeito pela causa – "duas nações há no teu ventre’’ (Gn 25:23a).
Hipérbole – aumento ou diminuição exagerada da realidade das coisas. "...
faço nadar o meu leito... com as minhas lagrimas’’ (Sl 6:6).
Ironia – pensamento com sentido oposto ao significado literal. "...o homem é
como um de nós, sabendo o bem e o mal’’ (Gn 3:22b)
Antropomorfismo – atribuição a Deus das faculdades humanas: "o Senhor
cheirou o suave cheiro’’ (Gn 8:21a).

Formas Especiais de Figura


Tipo – alguma pessoa, coisa ou cerimônia que se refere a eventos futuros.
Exemplos:

Símbolo – algum objeto material representando verdades espirituais.


Exemplos:

Alegoria - Aplicação alegórica de histórias verídicas ou exposição dum


pensamento sob forma figurada. Exemplos: os filhos de Abraão (Ismael,
Isaque), como os dois concertos da lei, e da graça (Gl 4:22,23).
A história da vinha que foi trazida do Egito (Sl 80:8-10). duas águias e a
videira (Ez 17:3-10).
O livro de Cantares é todo uma alegoria  representando o amor de
Cristo para sua igreja.

Parábola – uma narrativa em que as pessoas e fatos correspondem as


verdades morais e espirituais. E são encontradas em toda a Bíblia.
Exemplos:

a) Exemplo no Velho Testamento:

O Profeta Natã contou a respeito do "homem pobre que tinha apenas


uma ovelha, e um homem muito rico lhe tomou, e a preparou numa refeição
para o amigo que chegara’’ esse homem rico era o rei Davi. (2Sm 12:1-
7). Espiritual = de Deus ninguém esconde nada.  
Moral = não devemos cobiçar as coisas alheias.

b) Exemplo no Novo Testamento

12
"um rei deu um banquete e mandou chamar os convidados, e cada um
tinha uma desculpa para não vir’’... (Lc 14:15-24).
Espiritual = muitos serão chamados, poucos os escolhidos.     
Moral = as coisas do céu devem ser levadas a sério, Jesus continua
chamando hoje para um banquete.  Vamos então considerar para análise
apenas TIPOS, SÍMBOLOS.

c) Explicando as Figuras

i. O Tipo
É uma pessoa ou coisa que se refere a acontecimentos futuros,
sempre empregado na esfera religiosa. Podemos dividi-los em históricos e
rituais.

Tipos Históricos Podem ser Pessoais ou Coletivos    

1) Pessoais 
quando certos personagens do Velho Testamento têm alguma
semelhança com a pessoa de Jesus, ou ilustram alguma revelação da
doutrina do evangelho. Este caso é o que o que chamamos tipos humanos
de Jesus.   
2) Coletivos
é aplicação dos acontecimentos da vida dum povo ou de uma
coletividade à Igreja aqui no mundo, ou como aviso sobre o modo de
proceder dos crentes.
3) Tipos rituais
quando os detalhes da lei mosaica prefiguram o ensino do Novo
Testamento. Isto aparece nos capítulos sobre o Tabernáculo e sobre as
cerimônias de Levítico.

ii. Os Antítipos
A palavra traduzida por figura, em Hb 9:24 e 1Pe 3:21. O termo alude a
uma correspondência de sentido, em alguma ilustração. No uso comum,
afirma-se que o Antigo Testamento contém TIPOS das verdades
Neotestamentárias. As coisas assim tipificadas são chamadas antítipos.
Assim o Tabernáculo e seus móveis nos oferecem tipos de Cristo, e o
próprio Cristo é o antítipo.

Israel repousou na terra de Canaã (tipo), e nós esperamos pelo


descanso na esfera celeste (antítipo). Adão, Abraão, José, etc... de
alguma maneira são tipos de Jesus Cristo, e este é o antítipo deles.

1) Tipos Humanos de Jesus Cristo


"Os quais servem de exemplar e sombra das coisas celestiais."
(Hb 8:5a).

Adão
Como primeiro homem na historia da humanidade, "é figura
daquele que há de vir"  (Rm 5:14c).
Cristo é o primeiro da nova criação. Pela ofensa de um só
morreram muitos, muito mais a graça, o dom pela graça abundou por
um só homem, Jesus Cristo (Rm 5:15).
13
Abel (vaidade)
Foi pastor de ovelhas- Jesus é o bom pastor;
Foi morto por inveja - Jesus foi também entregue por inveja;
Foi morto inocente   -  Jesus foi morto sem ter culpa;
O sangue de Abel falou - O de Jesus fala até hoje.

Melquisedeque
Cremos que este era descendente de Abraão e Noé; sua genealogia é
desconhecida até nossos dias, cremos que é Deus que não a quer revelar.
Para ser sacerdote a pessoa tinha que ter esse princípio, e os judeus não o
aceita como sacerdote de Deus, mas a Abraão o aceitou e em (Hb 7:1), fala
sobre ele como tipo de Jesus.

Isaque
Filho da promessa, e único = Jesus também;
Nascimento sobrenatural = idem;
Foi oferecido em sacrifício = idem;
No casamento um servo fiel = aqui é o Espírito Santo quem prepara,
foi providenciar a noiva para ele.

José
Amado pelo pai=Jesus
também;
Odiado pelos irmãos = idem;
Enviado pelo pai = idem;
Vendido = idem;
Tentado e venceu = idem;
Preso entre dois prisioneiros
= idem;
Levantado e exaltado = Jesus idem;
Com trinta anos começou o ministério
= idem;
A noiva não hebréia = idem;
Todos os povos abençoados = idem;  
por causa dele.           
Podemos ainda destacar, Benjamim,
Moises, Boaz, Davi, Jonas.

14
2) Tipos Não Humanos de Jesus Cristo

Luz = Luz do mundo;


Arca de NOÉ = O único caminho para salvação do dilúvio;
Cordeiro = O cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo;
A escada de Jacó = A saída preparada por Deus, o escape;
O Cordeiro Pascal = Cristo nossa Páscoa;
A coluna de fogo = Jesus adiante do povo, como pastor, guiando;
A Rocha de Horebe = Jesus foi ferido pelo juízo de Deus para nos dar água.
A serpente de metal = Jesus também foi levantado por nós.
A estrela = Para guiar os salvos.   

iii. Os Símbolos
"Começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava – lhes o que Dele se achava em todas as
Escrituras’’ (Lc 24:27).
Muitas palavras das Santas Escrituras são empregadas com vários sentidos,
apresentando alguma relação com nossa união a Deus, pela salvação alcançada pela
morte de Jesus.
Num espaço pequeno, não é possível estudar todas. Escolhemos algumas, cujo
simbolismo é mais claro, poderemos apresentar nesta apostila um pouco das aplicações
que são feitas para nosso crescimento espiritual. O sentido em que é empregada uma
palavra pode ser descoberto pelo contexto ou por outras passagens no mesmo
assunto. Seguem as palavras que encerram vários símbolos.  

1) Árvore
a. Símbolo da Graça de Deus e da Vida Eterna
Quando Deus preparou um lugar para habitação de sua criatura, o jardim do Éden,
pôs ali "a árvore da vida’’ e a "árvore da ciência do bem e do mal" (Gn2.9b). Eram
literalmente árvores, mas representavam necessidades espirituais. A árvore da vida
estava no meio do jardim, guardada pela mente do Criador, merecendo uma atenção
especial." Adão, tendo pecado, ficou privado de comer da árvore da vida, por isso foi
expulso do Éden. A figura da árvore da vida atravessa toda a revelação bíblica. Na
restauração do pecador, terá ele direito a comer do seu fruto. Numa das promessas ao
vencedor, o Espírito diz expressamente às Igrejas: -"ao que vencer, dar-lhe-ei a comer
da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus" (Ap 2:7).

b. As Árvores Também Simbolizam os Homens

Jesus Cristo, falando de falsos profetas, diz:  "Assim, toda árvore boa produz bons
frutos, e toda árvore má produz frutos maus. Toda árvore que não dá bom fruto corta-
se e lança-se  no fogo" (Mt 7:15-19).

c. As árvores são Símbolos dos que Obedecem


Quem anda fazendo a vontade de Deus é "... como árvore plantada junto a ribeiros
de águas, a qual dá seu fruto na estação própria... e tudo quanto faz prosperará". (Sl 1:3).
O crente tem que levar uma vida sempre pensando no bem do próximo. Pois a
árvore dá frutos, sombra, remédio, lenha, madeira, e outros bens para ajudar o próximo.
E caso for diferente nos enquadraremos em (Jd 12c), e seremos "... árvores murchas,
infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas"

2) Carne
A carne é o tecido muscular dos animais. Vem nas páginas bíblicas com diversos
significados.
a. A palavra aparece no sentido literal 15
Em uma murmuração no deserto, os israelitas disseram: "Quem nos dará carne a
comer?" (Nm 11:4c).
b. A carne é a Humanidade de Jesus

"E o verbo se fez carne e habitou entre nós..." (Jo 1:14a).


No  Tabernáculo  e no Templo havia um véu, uma cortina volumosa de espessura
em torno de 12cm, impedindo a entrada do povo no lugar Santo dos Santos. Quando
Jesus morreu o véu se rasgou de alto a baixo (Mt 27:51), significando que desaparecia a
separação, o impedimento no acesso a Deus. O véu era tipo da carne ou da humanidade
de Jesus. (Hb 10:20). Também na ministração da Ceia do Senhor, o pão simboliza sua
carne (Jo 5:51).

c. A Carne é o Poder dos Homens, o Valor da Humanidade

Quando o Senaqueribe, rei da Assíria, preparou guerra contra Ezequias rei de


Judá, este sendo crente fiel, confiou na proteção de  Deus e animou o povo com estas
palavras: "com ele (Senaqueribe) está o braço de carne, mas conosco está o Senhor
nosso Deus" (2Cr 32:8a).
d. Carne é a inclinação má, a tendência para o pecado. (Mc 14:38b).

3) Pedra
 
a. Pedra quer dizer monumento
Sua principal utilidade sempre foi nas construções, porem nos tempos antigos
servia de monumento. Jacó  a usou como travesseiro e a pôs como coluna fazendo voto
a Deus (Gn 28:18-20). Outra vez a usou como testemunha quando se separou de Labão
(Gn 31:45-49). Josué mandou tirar doze pedras do fundo do rio Jordão para memorial,
para relembrar a passagem no Jordão (Js 4:4-8). Samuel, depois da vitória sobre os
filisteus, tomou uma pedra e a pôs entre Mispá e Sem, e chamou o seu nome Ebenézer,
"... até aqui nos ajudou o Senhor" (1Sm 7:12b).

b. Pedra pode ser incredulidade, a insensibilidade do homem para com Deus.


"... e se amorteceu nele, o seu coração, e ficou ele como pedra" (1Sm25:37b).
1. Pedra representa o crente na obra da Igreja de Jesus Cristo. (1Pe 2:5).
2. Pedra também será a recompensa do crente que vencer. (Ap 2:17).
3. Pedra é um titulo de Jesus Cristo. (1Pe 2:4).

O apostolo Paulo escrevendo aos coríntios disse que precisamos entender as


vozes do mundo e o seu significado. (1Co 14:10). Então podemos dizer que este espaço é
muito pequeno para tantas lições que precisamos aprender com as passagens bíblicas.
Vamos tentar condensá-las.

4) Fogo
Deus é fogo consumidor (Dt 4:24), no sentido de ser zeloso (Ex 20:5),
Sua presença nos sacrifícios, e holocaustos (Gn 15:17; 1Rs 18:38).
Pode ser a perseguição que o crente sofre. (Is 43:2b).
Pode ser Juízo de Deus. (2Pe 3:7).  Etc...

5) Mundo
Humanidade - "Deus amou o mundo de tal maneira..." (Jo 3:16).
A vantagem material que desperta a cobiça. (Mt 16:26a).
As coisas corrompidas pelo pecado. (1Jo 2:15-17).

6) Vento
O poder de Deus é comparado ao vento ou manifestado por ele. Um forte vento
operou a abertura do mar para os israelitas passarem (Ex 14:21). 16
Deus emprega "os quatro ventos" para ajuntar os filhos de Israel na sua glória
futura (Ez 37:9). O vento também simboliza doutrinas errôneas, falsas. (Ef 4:14).

7) Fermento
É sempre usada esta palavra na Bíblia com o sentido de maldade, influencia
contraria a santidade, ou seja, coisa que estraga o ambiente espiritual. Na
comemoração da páscoa, os judeus por ordem divina, tiravam todo fermento da casa, e
durante sete dias quem comesse pão levedado era cortado de Israel (Ex 12:15). Também
nas ofertas de manjares não era permitido o fermento (Lv 2:11). Jesus recomendou aos
discípulos que se guardassem do fermento dos fariseus e dos saduceus. (Mt 16:6-12).

7. Revelação e Inspiração
A palavra revelação vem do grego apokalypsis e significa literalmente o ato de
desvendar alguma coisa oculta, para que possa ser vista e reconhecida como ela é.
Podemos falar acerca da revelação tomando-a em dois sentidos:
Revelação no sentido ativo: é a atividade de Deus, enquanto se dá a conhecer aos
homens.
Revelação no sentido passivo: é o próprio conhecimento que é comunicado aos
homens.   
A história de Israel, como nação, sua religião, bem como a igreja, foi o resultado
evidente da revelação Divina. Vemos referências abundantes à revelação de Deus nas
páginas das Escrituras: Deus revelou-se na aliança efetuada com Abraão: "Estabelecerei
a minha aliança entre mim e ti a tua descendência no decurso das suas gerações’’ Gn
17:7.  Deu a Israel a sua lei:  "Então disse o Senhor a Moisés: Assim dirás aos filhos de
Israel: Vistes que dos céus eu vos falei’’ Ex 20:22.

a) Podemos Considerar Alguns Exemplos de Revelação Dada por Deus

i. Original
A Bíblia afirma que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, para que este
pudesse conhecer, amar, servir, e glorificar a sua pessoa. Segundo o relato bíblico, Adão
no Éden tinha um conhecimento de Deus que transcende ao nosso entendimento e ao
nosso conhecimento. A narrativa da criação mostra dentre outras coisas, que Deus se
revela particularmente às suas criaturas. O homem ainda hoje mesmo derrotado, e
dominado pelo pecado, sente em seu próprio ser que Deus existe
.
ii. Redentora
Por causa do pecado o ser humano perdeu a possibilidade de aprender e
compreender o testemunho interior ou o da criação. Por isso, Deus se manifesta através
de uma revelação especial operada pelo Espírito Santo, dentro do homem, fazendo-o
voltar-se para ELE.

iii. Verbal
Através de Jesus Cristo o homem tem consciência da vontade de Deus para a sua
vida. A encarnação de Cristo como verbo de Deus é a mais completa das revelações, e,
no entanto, é da mais difícil compreensão por parte dos homens. Em Atos dos Apóstolos
a revelação verbal manifestou-se de múltiplas maneiras, tais como: visões, sonhos,
inspirações proféticas que iam da meditação ao êxtase, etc...
  
iv. Bíblica
O plano de Deus era para o fundamento da fé pessoal, um guia para o cristão, um
manual para a igreja, e grandes maravilhosos exemplos, faz da Bíblia um livro completo
no sentido de revelar Deus aos homens. O que diferencia a Bíblia de qualquer outro livro
é a sua inspiração divina. 17
b) Diferença entre Revelação e Inspiração

i. Revelação
A revelação de Deus é a forma pela qual Ele se deixa conhecer. Em outras
palavras, Deus resolveu permitir que os homens tivessem conhecimento de Sua
existência, do Seu caráter e de Sua vontade através de sua auto-revelação.
Revelar significa “desvelar o que está encoberto”. Então uma revelação é um ato
de “deixar-se ver”, de “manifestar-se”, de “descobrir-se”, de “tornar claro ou exposto o
que está oculto”. Portanto, a revelação de Deus é a Sua auto-manifestação aos homens
num nível em que o conhecimento sobre Ele se torna possível. R. C. Sproul explica que
nós não podemos contemplar Deus com os nossos olhos, mas podemos conhecê-lo por
meio da revelação, pois Ele removeu o véu que O ocultava de nós.
É importante entender corretamente o conceito da revelação de Deus para que se
tenha em mente que essa revelação parte d’Ele para nós, e não o contrário. Em outras
palavras, Ele é quem se revela, e não nós que O descobrimos.
Louis Berkhof diz que ao longo do tempo tornou-se comum falar do descobrimento
de Deus feito pelo homem, como se o homem alguma vez O tivesse descoberto. Em
qualquer estudo científico o homem se coloca acima do objeto de sua investigação, e
ativamente extrai dele o seu conhecimento pelo método que lhe pareça mais
apropriado.
Mas quando se trata do conhecimento de Deus, esse tipo de abordagem não se
sustenta. O conhecimento de Deus não é fruto de um ensaio em laboratório cujo objeto
de pesquisa é o próprio Deus. Na verdade se temos conhecimento de Deus é porque Ele
próprio nos deu esse conhecimento, ou seja, Deus transmite conhecimento de si próprio
ao homem.
Por isso falamos em “revelação de Deus”, pois sem a revelação jamais seriamos
capazes de obter qualquer conhecimento de Deus. Berkhof ainda completa dizendo que
mesmo depois de Deus ter-se revelado objetivamente ao homem, não é a razão humana
que descobre Deus, mas é Deus que se descerra aos olhos da fé.

1) Qual é a importância da revelação de Deus?


A importância da revelação de Deus é praticamente imensurável. R. C. Sproul
lembra que a Bíblia afirma que Deus é a fonte de toda a verdade. Então não somente a
verdade religiosa, mas toda verdade é dependente da obra da revelação de Deus.
Portanto, podemos concluir que a importância da revelação de Deus é absoluta. Em
outras palavras, é inconcebível imaginar nossa vida neste mundo sem a revelação de
Deus.
Agostinho de Hipona foi um dos grandes estudiosos da história da Igreja que
refletiu sobre essa questão. Ele argumentou que na condição de criaturas, não
poderíamos saber coisa alguma se Deus não tivesse tornado o conhecimento possível
para nós.
Agostinho exemplificou essa questão usando a figura da luz física. Se uma coleção
de objetos bonitos estivesse numa sala escura, nem mesmo uma pessoa com a visão
perfeita poderia observar a beleza dos objetos. Embora a pessoa tivesse a capacidade
necessária para enxergar os objetos, a menos que houvesse luz na sala, sua
observação seria impossível. Portanto, conclui Agostinho, a luz da revelação divina é
indispensável para que saibamos qualquer verdade.

2) Os tipos de revelação de Deus


A Bíblia fala da revelação de Deus em dois tipos que a teologia chama de
“revelação geral” e “revelação especial”.
A revelação geral é o conhecimento que Deus dá de si mesmo a todas as pessoas,
de todos os lugares e de todas as épocas. Isso ocorre através da natureza, da
consciência humana e do governo providencial do mundo criado. Esse tipo de revelação
não é específico, ou seja, seu conteúdo é geral e não traz detalhes sobre a vontade de
Deus e Sua obra na história da redenção. 18
Já a revelação especial é o tipo de revelação de Deus que hoje está disponível nas
Escrituras. A revelação especial fornece de forma clara e objetiva todos os detalhes
que Deus quis que soubéssemos sobre o Seu propósito, Sua obra e Sua vontade.
O processo da revelação especial de Deus foi longo e progressivo. O escritor de
Hebreus explica que no decorrer do tempo, Deus se manifestou para certas pessoas
muitas vezes e de muitas maneiras (Hebreus 1:1).
Conforme a inspiração e a orientação do Espírito Santo, esses episódios em que
Deus se revelou de forma especial foram registrados e preservados nas Escrituras –
para que hoje pudéssemos ter acesso a essa revelação especial.
Além disso, a revelação especial alcançou sua maior expressão e completude
na encarnação de Cristo. Isso quer dizer que Deus não se revela mais como se revelou
em outros estágios da história da redenção, porque uma vez que Cristo veio – sendo Ele
o resplendor da glória e a expressão exata do ser de Deus – a revelação de Deus para
nós está completa (Hebreus 1:1-3).

ii. Inspiração
Apesar de haver um consenso geral sobre a inspiração da Bíblia, há
uma variedade de conceitos a respeito do que ela vem a ser. Alguns se
concentram na ação dos autores, outros nos escritos e outros nos
leitores. Alguns relacionam a inspiração à mensagem central da Bíblia, outros aos
pensamentos e outros às palavras.
Essas diferenças, frutos dos infindos ataques que a Bíblia recebeu nos últimos dois
séculos, tornam necessário o estudo acerca da “inspiração da Bíblia”.
 
3) O relato bíblico a respeito da Inspiração
A doutrina da inspiração não é invenção de teólogos. A própria Bíblia a expõe
enfaticamente. Ela dá testemunho de si mesma (o que não é considerado válido pelos
seus inimigos) e tem testemunho da história.
Observemos alguns textos bíblicos:
 2Timóteo 3.16
Esse texto mostra a extensão da inspiração (toda a Escritura). No contexto
bíblico, Escritura significa tanto o AT como o NT (Lc 24.45; Jo 10.35; Lc 4.21; 1Tm 5.18 cf. Dt
25.4 e Lc 10.7; 2Pe 3.16).
Fica claro que a inspiração vem da parte de Deus. As Escrituras foram “sopradas
por Deus” (significado de inspiração).
O propósito da inspiração é tornar as Escrituras “úteis”. Assim, a Bíblia veio de Deus
para nos mostrar como viver e o que devemos fazer.
 2Pedro 1.21
Esse texto mostra que Deus usou autores humanos, movendo-os para esse fim pelo
Espírito Santo. O mesmo verbo “mover” é também usado em At 27.15 e nos ajuda a
entender seu sentido. Durante a tempestade, os marinheiros não estavam dormindo
nem inativos, mas era o vento quem, de fato, os levava.
Outro fator importante revelado nesse texto é que não foi a vontade humana
quem produziu as Escrituras. A vontade humana pode falhar e pode produzir erros.
Porém, não é assim com a vontade de Deus. Isso atesta a inerrância bíblica.
Resumindo, 2Pe 1.21 diz que Deus usou homens e deixou para nós uma Bíblia
totalmente confiável.

 1Coríntios 2.13
Aqui fica claro que a revelação de Deus chegou até nós por meio de palavras.
Assim, Deus não só inspirou as ideias reveladas pela Bíblia, mas as palavras que a
compõe.
Ou seja, as palavras usadas na Bíblia foram inspiradas por Deus.

4) Uma Compilação de Dados


19
Vejamos a variedade de material que Deus fez os autores incluírem na Bíblia:
 a)     Diretamente de Deus: (Dt 9.10).
 b)    Pesquisado: (Lc 1.1-4).
 Profético
aproximadamente, 25% da Bíblia consiste em profecias, boa parte já cumprida com
exatidão. Nenhum homem poderia acertar 100% das profecias se fizesse por si mesmo.
 Histórico
boa parte da Bíblia é histórica, a maior parte escrita por homens que viveram o que
foi relatado.

 Outros
a Bíblia registra algumas coisas que não são verdadeiras – como as mentiras de
Satanás (Gn 3.4-5) –, mas o faz de maneira precisa, como realmente aconteceram.
Também contém citações de escritos de pessoas incrédulas (Tt 1.12), além de trechos
que revelam experiências pessoais e emoções (Rm 9.1-3). Contudo, essa variedade de
material é registrada com precisão.
 
5) Definição de Inspiração
Uma definição abrangente de inspiração seria: Deus supervisionou os autores
humanos da Bíblia para que compusessem e registrassem, sem erros, sua mensagem à
humanidade utilizando as palavras de seus escritos originais.
Isso significa que Deus não ditou as palavras da Bíblia (algumas vezes até o fez)
para os escritores, mas os supervisionou soberanamente para que, no uso de suas
capacidades mentais e habilidades, compusessem um material que fosse verdadeiro (Jo
17.17) e que fosse o que Deus desejava nos revelar.

6) Desvios da doutrina da Inspiração

 Inspiração natural
Crê que os autores escreveram sem a supervisão de Deus.
 Deus não inspirou as palavras;
 A Bíblia está no mesmo patamar de outros escritos; e
 Exclui a inerrância e a infalibilidade.

 Inspiração mística
Crê que a Bíblia foi escrita por homens cheios do Espírito Santo. De igual modo
outros escritos, como os dos pais da igreja e de grandes homens durante a
história. Nesse caso:

 Outros escritos seriam tão inspirados quanto a Bíblia;


 Os livros da Bíblia não são infalíveis; e
 A Bíblia representa uma importante literatura religiosa que pode,
inclusive, conter mensagens de Deus.

7) Níveis de inspiração
Crê que algumas partes da Bíblia são mais inspiradas que outras. Toda
a Bíblia seria inspirada por Deus, porém, com diferença no grau de inspiração entre as
partes.

 Inspiração parcial
Crê que algumas partes da Bíblia foram inspiradas por Deus e outras não. Nesse ponto
de vista, o que é inspirado é o propósito da Bíblia. Assim, quando fala da salvação, ela
é confiável, mesmo que tenha erros históricos ou científicos.
20
 Inspiração conceitual
Crê que os conceitos bíblicos são inspirados e não as palavras. Assim, a mesma
ideia exposta de outro modo é tão inspirada quanto a original.

 Inspiração neo-ortodoxa
Nesse caso, a revelação está centrada em Jesus Cristo. A Bíblia, mesmo possuindo
erros, é válida ao nos apresentar Jesus. Assim, a Bíblia é produto humano falível, mas
pode se tornar a Palavra de Deus quando lida por nós. Ou seja, a Bíblia se torna Palavra
de Deus quando Cristo fala conosco em suas páginas. Desse modo, a Bíblia não possuiria
autoridade, mas seria um bom instrumento nas mãos de Cristo, apesar de possuir erros.

8) Várias Teorias da Inspiração da Bíblia

 Inspiração Natural
Esta  ensina  que  a  Bíblia  foi  escrita  por  homens  talentosos  como  Sócrates, e
outros  tantos escritores e poetas.
"O Espírito do Senhor fala por meu intermédio, e a sua  palavra está na minha
língua" (2Sm 23:2).

 Inspiração Comum
Ensina que da mesma maneira como os escritores da Bíblia foram inspirados, ainda
hoje o somos. Quando oramos, cantamos, ou ensinamos a Palavra, estamos inspirados
por Deus.

 Inspiração Parcial
Ensina que partes da Bíblia são inspiradas, outras não. É essa a teoria que afirma
que a Bíblia contém em parte a Palavra de Deus. Traz confusão, pois como iríamos saber
qual a parte inspirada e a que não tem inspiração!

 Inspiração Verbal
Ensina que Deus ditou para os  escritores  aquilo  que  queria  que  fosse  escrito.
Nessa  teoria,  os homens funcionaram apenas  como  máquinas ou computadores.
Sabemos que Deus usou apenas as  faculdades mentais  dos  homens,  mas,  deixou  livre
a  sua racionalidade,   os   seus  estilos, atividades, etc...

 Inspiração das ideias


Ensina que Deus inspirou as idéias, mas não as palavras. Essas ficaram a cargo do
escritor.Se a palavra é a expressão da ideia, não podemos separá-las. A inspiração da
Bíblia, além de pensada, foi também falada. "Disto também falamos, não em palavras
ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas
espirituais com espirituais.’’  (1Co 2:13)

9) O que é “Inspiração Plena”?

A Teoria da Inspiração Plena é a que ensina que todas as partes da Bíblia são
igualmente inspiradas. Os escritores foram capacitados pela cooperação vital, e
contínua do Espírito Santo. Os homens escreveram a Bíblia com palavras de seu
vocabulário, porém sob a influência do Espírito, o que escreveram foi realmente a
Palavra de Deus.

Depois de ter sido escrito o último livro do Novo Testamento, a inspiração plena
cessou. Ninguém mais pode dizer inspirado no mesmo sentido dos escritores da Bíblia.
Foi uma inspiração especial para que fosse produzido o Livro dos livros, o Livro de
Deus.  
21
8. Provas da Inspiração Divina da Bíblia
Ainda que aceitemos a harmonia e a unidade da Bíblia como prova contundente de
que ela é divinamente inspirada, faz se necessário dar outras provas dessa natureza,
vejamos:

a) Jesus aprovou a Bíblia:


Inúmeras pessoas sabem quem é Jesus; crêem que ELE fez milagres, confiam na
sua ressurreição e ascensão, mas não aceitam a Bíblia.    
Jesus em relação à Bíblia:
i. 1- Leu: Lc 4:16-20;
ii. 2- Ensinou: Lc 24:27;
iii. 3- Chamou-a... "Palavra de Deus...’’ Mc 7:13;
iv. 4- Cumpriu a Bíblia: Lc 24:44.
b) O testemunho do Espírito Santo na vida do crente
A cada pessoa que aceita Jesus como salvador, o Espírito Santo põe em sua alma a
certeza quanto a autoria da Bíblia. É uma coisa automática. Não seria necessário ensinar
isso, quem de fato aceita a Jesus, aceita a Bíblia num todo como a Palavra de Deus.
"Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade.’’ (Jo 17:17). E ainda "O mesmo Espírito
testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.’’ (Rm 8:16).

c) O cumprimento fiel das Profecias da Bíblia


Inúmeras profecias da Bíblia se cumpriram no passado, em sentido parcial ou total;
várias   outras cumprem-se em nossos dias, e muitas outras cumprir-se-ão daqui para
frente. As profecias sobre o Messias, por exemplo, proferidas séculos antes do Seu
nascimento,  cumpriram  literalmente com toda  precisão  quanto  ao  tempo,  local  e
outros  detalhes. (Gn 49:10;   Is 7:14; 53;  Dn 9:24-26; Mq 5:2; Zc 9:9; Sl 22; etc). O
cumprimento contínuo das profecias da Bíblia é uma prova de sua origem  divina. O  que
Deus disse sucederá, Jeremias 1.12. Graças a Deus por tão sublime e glorioso livro!        
Observemos que a Bíblia é completa e maravilhosa, mas ainda podemos dizer que
ela é:
i. ________________________________________________________;
ii. ________________________________________________________;
iii. ________________________________________________________;
iv. ________________________________________________________;
v. ________________________________________________________;
vi. ________________________________________________________;
vii. ________________________________________________________;

9. A Formação do Cânon
A palavra Cânon vem do hebraico caneh, é de origem semítica e originalmente
significava "instrumentos de medir’’, passou a ser usada para designar a lista de livros
reconhecidos como a autêntica, original, inspirada e autorizada Palavra de Deus,
diferenciando-os de todos os outros livros como "regra’’ de fé.
Bem cedo na história, Deus começou a formação do livro que haveria de ser o meio
da Sua revelação ao homem: Os Dez Mandamentos escritos em pedra, (Ex 31:18, Dt. 10:45),
Deus mesmo escreveu nas duas tábuas e as deu a Moisés como testemunho da aliança
entre Ele e Israel.      

a) O Livro Sagrado

Estamos estudando sobre o livro mais importante do mundo. Livro por excelência, o
mais vendido e lido em todo o mundo; o maior best-seller de todos os tempos. Falamos
das Escrituras Sagradas, ele é um manancial de bênçãos para todas as pessoas, sejam:
sábios, leigos, ricos, pobres, raças, tribos, nações e línguas. Todos podem ser22
abençoados e alcançados por este livro maravilhoso.
Para o mudo ele é a boca;
Para o cego a visão;
Para o perdido o caminho;
Para o sedento a fonte de água;
Para o marinheiro a bússola;
Para o viajante o mapa;
Para o enfermo o remédio;
Para o desesperado a esperança;
Para o triste a alegria;
Para o infeliz a felicidade;
Para o condenado a salvação;
Para o prisioneiro a liberdade;
Para os salvos ele é tudo, pois nele que encontramos a Palavra de Vida Eterna, nele
nós encontramos o caminho que conduz ao céu. Nele nós aprendemos a amar ao Deus
Pai, ao Deus Filho, e ao Deus Espírito Santo. É através deste livro que aprendemos que
sem Deus nada podemos fazer. (Jo 15:5).   
Um dia estávamos perdidos, mas através deste livro, encontramos o caminho.
Estávamos com sede e descobrimos nele a fonte de água viva. Foi este livro que nos
orientou a buscar respostas certas para todas as nossas dúvidas. Estamos falando da
BÍBLIA SAGRADA.  Do vocábulo grego "bíblos", temos o plural "Bíblia’’, que quer dizer livros.
Daí o nome da nossa Bíblia,  um sinônimo de Bíblia é "As Escrituras’’, do grego ta "gramata
ou hai graphai" como vemos nos textos:

1- Perguntou-lhe Jesus: nunca lestes nas Escrituras’’ (Mt 21:42).


2- Ainda que não lestes esta Escritura: A pedra... ’’(Mc 12:10)

b) A Estrutura da Bíblia

A Bíblia divide-se em duas partes principais: o Antigo Testamento e o Novo


Testamento; (hebraico e grego diatheke), que significa: Aliança, concerto ou testamento.
Contém  66 livros divididos em duas partes, sendo:    

Antigo Testamento: 39 livros assim divididos:

Os cinco (05) primeiros, os Livros da Lei, são chamados Pentateuco, escritos por
MOISÉS, inspirado pelo Espírito Santo, após tudo já ter acontecido e são eles:  Gênesis
(Gn), Êxodo (Ex), Levítico (Lv), Números (Nm), Deuteronômio (Dt).

a) Os Livros Históricos são doze (12):

Josué (Js), Juízes (Jz), Rute (Rt), 1º Samuel (1Sm), 2º Samuel (2Sm), 1º Reis (1Rs), 2º Reis
(2Rs), 1º Crônicas (1Cr), 2º Crônicas (2Cr), Esdras (Ed), Neemias (Nee), Ester (Et).

b) Os Livros Poéticos são cinco (05):

Jó (Jó), Salmos (Sl), Provérbios (Pv), Eclesiastes (Ec), Cantares de Salomão (Ct).
São assim chamados devido ao seu gênero de seu conteúdo, também chamados
Devocionais.     

c) Os Livros Proféticos são dezessete (17)

Divididos em dois grupos Profetas Maiores e Profetas Menores. São assim


chamados devido a quantidade de escritos de cada profeta.

d) Profetas Maiores são cinco (05):


23
Isaías (Is), Jeremias (Jr), Lamentações de Jeremias (Lm), Ezequiel (Ez), e Daniel (Dn).
Profetas Menores são doze (12):
Oséias (Os), Joel (Jl), Amós (Am), Obadias (Ob), Jonas (Jn), Miquéias (Mq), Naum (Na),
Habacuque (Hc), Sofonias (Sf), Ageu (Ag), Zacarias (Zc), e Malaquias (Ml).
   
O Novo Testamento contém vinte e sete (27) assim divididos:

Os quatros primeiros são chamados Os Evangelhos, são livros Biográficos e falam da


descendência, nascimento virginal, vida, ministério, morte, ressurreição, e ascensão de
JESUS.
São eles:
Mateus(Mt), Marcos (Mc), Lucas (Lc), João (Jo).

a) Livro Histórico, um (01):

Atos dos Apóstolos: que conta a história do nascimento da igreja. E do


derramamento do Espírito Santo, podíamos chamá-lo Atos do Espírito Santo.

b) Epístolas são vinte e uma (21)


Cartas de vários escritores, quem mais escreveu epístolas foi o apóstolo Paulo (13):
São elas:
Aos Romanos (Rm), 1Coríntios (1Co), 2Coríntios (2Co), Aos Gálatas (Gl), Aos Efésios (Ef),
Aos Filipenses (Fp), Aos Colossenses (Cl), 1 Tessalonicenses (1Ts), 2Tessalonicenses (2Ts),
1Timóteo (1Tm), 2 Timoteo (2Tm), Tito (Tt), Filemon (Fm), Hebreus (Hb), Tiago (Tg), 1Pedro
(1Pe), 2Pedro2 (Pe), 1João (1Jo), 2João (2Jo), 3João (3Jo), Judas (Jd) (irmão de Jesus).

c) Livro Profético, um (01):


Apocalipse (Ap).

10. Razão e Necessidade da Bíblia


Deus se revelou através dos tempos por meio de suas obras, isto é, a criação.
"Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo...Os céus manifestam a
glória de Deus, e o firmamento anuncia a obra das suas mãos..." (Rm 1:20, Sl 19:1-6), porém
na Palavra de Deus temos uma revelação especial e muito maior. É dupla esta revelação
e a temos de duas maneiras:
1- Na Bíblia a palavra escrita;
2- Em Cristo a palavra viva.

a) A Necessidade do Estudo das Escrituras

É a própria Bíblia que nos traz passagens que desenvolvem em nós o desejo a
necessidade de estudá-la.
...  "Santificai a Cristo, como o Senhor em vosso coração, estando sempre
preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há
em vós’’ (1Pe 3:15). (esse preparo vem pelo estudo das escrituras).
 ‘‘Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se
envergonhar, e que maneja bem a palavra da verdade" (2Tm 2:15).
 "Buscai no livro do Senhor, e lede, nenhuma destas coisas falhará, nem uma, nem
outra faltará, porque a boca do Senhor a ordenou, e o seu Espírito mesmo as ajuntará’’
(Is 34:16).
 "A revelação das tuas palavras esclarece e dá entendimento aos simples.’’ (Sl
119:130).

O estudo destes versículos nos conduz a dois pontos importantes que são
- Porque devemos estudar a Bíblia;      
- Como devemos estudar a Bíblia. 24
i. Ela é o único manual do crente na vida cristã e no trabalho do Senhor.
O crente foi salvo para servir ao Senhor "Mas vós sois geração eleita, o sacerdócio
real, a nação santa, o povo adquirido, para anunciar as virtudes daqueles que vos
chamou das trevas para sua maravilhosa luz.’’ (1Pe 2:9). Entre as promessas de Deus
àqueles que conhecem devidamente a sua palavra, temos a do profeta Isaías que diz:
"Assim será a palavra que sair da minha boca, não voltará para mim vazia, mas fará o
que me apraz e prosperará naquilo que a designei’’ (Is 55:11).

ii. Ela Alimenta a nossa Alma

"Jesus, porém respondeu e disse, está escrito, não só de pão viverá o homem, mas
de toda a palavra que procede da boca de Deus.’’(Mt 4:4).

"Achando as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria
para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, oh! Senhor Deus dos Exércitos.’’ (Jr
15:16).

"Desejai ardentemente como criança recém nascida, o genuíno leite espiritual, para
que por ele, vós seja dado crescimento para salvação.’’ (1Pe 2:2).

Não há duvida que a leitura da Palavra de Deus trás nutrição para o crescimento
de nossa vida espiritual. Ela é tão indispensável à alma, como o pão para o corpo. Nas
passagens citadas ela é comparada ao alimento, porém, este só nutre o corpo quando é
absorvido pelo organismo. O texto de (1Pe 2:2), fala do intenso apetite dos recém
nascidos assim deve ser o nosso apetite pela Palavra de Deus. Bom apetite pela a Bíblia
é sinal de saúde espiritual.

iii. Ela é o Instrumento que o Espírito Santo usa.

"Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a Palavra de


Deus’’ (Ef 6:17).  Se em nós houver abundância da Palavra de Deus, o Espírito Santo terá o
instrumento para operar. É preciso, pois meditar nela.  "Antes tem o seu prazer na lei do
Senhor, e nela medita dia e noite.’’ (Sl 1:2). "Não se aparte da tua boca o livro desta lei,
antes medita nele dia e noite... ’’(Js 1:8). É preciso deixar que ela domine todas as esferas
de nossa vida, nossos pensamentos, nosso coração, e assim molde todo nosso viver
diário. Precisamos ficar alimentados da Palavra de Deus.  Um requisito primordial para
Deus responder nossas orações é estarmos possuídos pela sua Palavra. Aqui está em
parte a razão de muitas orações não serem respondidas: desinteresse pela Palavra de
Deus.  "Se permanecerdes em mim e as minhas palavras em vós, pedireis tudo, e vos
será concedido’’ (Jo 15:7). Três fatos nos chamam a atenção aqui:
1º- na oração precisamos apoiar a nossa fé nas promessas de Deus, e estas estão
na Bíblia;
2º- Por sua vez a Palavra de Deus produz fé em nós (Rm 10:17);
3º- Devemos fazer nossas petições segundo a vontade de Deus (1Jo 5:14), e o meio
de saber a vontade de Deus é a sua Palavra.

iv. Ela enriquece Espiritualmente a Vida

Essas riquezas vêm pela revelação do Espírito Santo "Para que o Deus de nosso
Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda o Espírito de sabedoria e revelação no
pleno conhecimento DELE’’ (Ef 1:17). A pessoa que procura entender a Bíblia somente
através da capacidade intelectual, muito cedo desistirá da leitura. Só o Espírito de Deus25
conhece as coisas de Deus. (1Co 2:10)  
         
b) Como Devemos Estudar a Bíblia

i. Leia a Bíblia conhecendo o seu autor


Isto é muito importante, é o único livro que você lê, com o autor te auxiliando,
presente na leitura.
ii. Leia a Bíblia diariamente ( Dt 17:19)
É estimado que 90% dos crentes não fazem este exercício diariamente, por isso
não podemos estranhar haver tantos frios nas igrejas. Mais do que isso, são anões,
raquíticos, mundanos, carnais, e indiferentes, nervosos, iracundos e sem crescimento
espiritual.  Assim Deus não nos revelará as suas verdades profundas (Jo 16:12; Hb 5:13; Mc
4:33). Existem pessoas que acham tempo para tudo, menos para ler a Bíblia. Alimentam-
se de tantas outras coisas que se enfadam e não se nutrem da Bíblia. Não podemos
esquecer que muitos líderes de muitas igrejas não levam o povo a ler a Bíblia. Não basta
ir aos cultos, nem só ouvir lindos sermões, comer o que lhe derem na boca, é necessário
urgente voltar para a leitura da Palavra de Deus. Pois assim se ninguém lhe der de
comer morrerás por falta de nutrição espiritual.

iii. Leia a Bíblia com a melhor atitude mental e espiritual


Para obter êxito na leitura da Bíblia, para guardar em todo o momento é necessário
tomar algumas precauções, tais como:
Estudá-la como  Palavra de Deus e não como obra literária;
Estudá-la com o coração e atitude devocional, e não apenas com o intelecto.

As riquezas da Bíblia são para os humildes que temem ao Senhor, "Pelo que
rejeitando a imundícia e toda superfluidade de malícia, recebei com mansidão a palavra
em vós enxertada, a qual pode salvar as vossas almas’’. (Tg 1:21). Quanto maior for nossa
comunhão com Deus, mais humildes seremos. Os galhos mais repletos de frutos são os
que mais se abaixam. É preciso ler a Bíblia sem duvidar do seu ensino, aceitá-lo, praticá-
lo e ensiná-lo. A dúvida ou descrença, cega o leitor. "E ele lhes disse: Oh!  Néscios e
tardos de coração para crer em tudo aquilo que os profetas disseram’’ (Lc 24:25).

iv. Leia a Bíblia devagar e meditando


Assim fizeram os grandes nomes da Bíblia "Bendito és tu, oh! Senhor; ensina-me os
teus estatutos. Desvia os meus olhos para que veja as maravilhas da tua lei’’ (Sl 119:12,18).
Na presença do Senhor, em oração, as coisas incompreensíveis passam a ser
compreendida. "Quando pensava em compreender isto, fiquei sobre modo perturbado.
Até que entrei no santuário de Deus; então entendi eu o fim deles.’’ (Sl 73:16,17). A
meditação aprofunda o sentido. Muitos lêem a Bíblia para estabelecer recordes de
leitura somente. Ao lê-la aplica-a primeiro em si próprio, senão, não haverá virtude
nenhuma.

v. Leia a Bíblia toda


Há nisso uma riqueza incomparável, é a maneira única de conhecermos a verdade
completa do que trata a Bíblia. A revelação de Deus é progressiva, como entender um
livro se não completou a leitura deste. Não existe ainda no mundo algo tão incomparável
como este livro. Nada o substitui, e nada se iguala. "As profundidades das riquezas, tanto
da sabedoria, como da ciência de Deus. Quão insondáveis são os seus juízos e
inescrutáveis os seus caminhos. Porque quem compreendeu o intento do Senhor? Ou
quem foi o seu conselheiro? (Rm 11:33, 34, 1Co 13:12, Dt 29:29). Muitos começam a ler a Bíblia
e param no meio do caminho, não persistem, não buscam em Deus os recursos
necessários para prosseguir. É o Espírito Santo quem revela para nós, o que não
entendemos.

11. Oque Devemos Considerar ao Estudar a Bíblia 26


a) Relação entre séculos e anos
Século I = 1 a 100 anos;
Século II = 101 a 200 anos;
Século III = 201 A 300 anos;
Século XX = 1901 a 2000 anos;
Séculos XXI = 2001 a 2100 anos.  

b) A era antes de Cristo (a.C)


A contagem antes de Cristo é regressiva, isto é parte de Cristo para a criação, que
se juntássemos tudo daria (4004 anos). Exemplo: o profeta Isaias pregou em mais ou
menos 800 a.C, ou seja, após a pregação passaram-se 800 anos e nasceu Jesus.

c) O tempo e suas divisões

i. O dia natural, ou seja, o período que há luz, entre os Judeus e os Romanos era
contabilizado em 12 horas. (Jo 11:9), nos dias do Novo Testamento
 A hora primeira era as seis da manhã;
 A hora sexta era ao meio dia;
 A terceira, e a sexta, e a nona hora, eram de oração, e adoração;
 Antes da terceira hora os Judeus não comiam, nem bebiam. (At. 2:15).

ii. No Antigo Testamento o dia (período de luz), era dividido em três tempos:
 Manhã = 6 às 10 horas.
 Calor do dia =10 às 14 horas.
 Frescor da tarde =14 às 18 horas.
 O dia civil era contado de um por do sol ao outro (Lv. 23:32)

iii. As noites no Antigo Testamento eram divididas em três vigílias.


 Primeira vigília = 6 às 10 que é igual a 18 às 22 horas.
 Segunda vigília = 10 às 02 que é igual a 22 às 02 horas da manhã.
 Terceira vigília = 02 às 06 da manhã (Lm. 2:19, Jz. 7:19, Ex. 14:24)

iv. As noites no Novo Testamento eram divididas em quatro vigílias


 Primeira = à tarde, 6 às 9 (18 às 21 horas).
 Segunda = meia noite, 9 às 12 (21 às 24 horas).
 Terceira = cantar do galo, 24 às 03 horas.
 Quarta = manhã, 03 às 06 horas.
d) A vida, costumes e curiosidades dos povos bíblicos

A vida com seus usos, costumes, e leis diferem entre os povos, vejamos alguns
acontecimentos:
i. O juramento com a mão sob a coxa
Significava submissão, obediência, irrestrita. Por isso Abraão exigiu que seu servo o
fizesse antes de buscar Rebeca (Gn 24). E Deus prosperou o caminho deles.

ii. Rasgar as vestes (Gn 37:37).


Era  demonstração  de  luto, lamento, tristeza.
A  Bíblia  traz  28  casos  relatados.
Havia  um  caso especial os  Sacerdotes  não  podiam  fazê-lo (Lv 10:6).  Porém
houve um caso em Mateus que um sacerdote rasgou as vestes sem razão (Mt 26:65).

iii. Cavalgar sobre jumentas brancas (Jz 5:10).


Era então costume exclusivo dos Reis, Juizes, fidalgos sem exceção.

iv. Semeadura de sal  (Jz 9:45)


Tal ato significava desolação perpétua sobre o local, castigo perene.
27
v. Maria desposada com José (Mt 1:8)
Na linguagem do antigo testamento, o termo significa noivos, conforme vemos em
(Dt 20:7; 22:23-24). Naqueles tempos, em Israel, o noivado era ato seríssimo. E de fato o é,
os noivos tinham responsabilidades como se fossem casados. Em Israel, o noivado era o
primeiro ato do casamento. Na ocasião o noivo entregava a noiva o contrato de
casamento, ou uma moeda escrita: "consagrada a mim.".

vi. O vinagre oferecido a Jesus na cruz (Mt 27:48).


Tal procedimento era usado então para aumentar o sofrimento das vítimas, visto
que aumenta as dores e faz sangrar as feridas.  

vii. A ordem de Jesus: A ninguém saudeis pelo caminho (Lc 5:19)


Não se tratava de indelicadeza, o tempo que restava era pouco, e as saudações
orientais  tomavam muito tempo, não somente devido a troca de expressões formais,
mas também devido as poses que o corpo assumia. Se os enviados por Jesus fossem
cumprimentar o povo segundo a maneira usual, ai do tempo.

viii. O caminho de um sábado (At 1:12)


É o percurso permitido ao judeu caminhar no dia de sábado. Era o espaço da
extremidade de um arraial das tribos, ao tabernáculo, quando no deserto, equivalente a
2000 côvados ou 1,200 metros (Jz 3:4).

e) O que vem a ser os “Sinóticos”

A palavra Sinópticos vem do grego sun, "junto com’’, e ópsis, "visão’’, dando a
entender uma visão conjunta sobre algo, uma visão de um mesmo ângulo. Esse adjetivo
é aplicado aos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas porque seu ponto de vista sobre
a vida de Cristo concorda e é praticamente o mesmo. Um grande fato relatado e serve
de exemplo de sinótico para nós  é a passagem da conversa de Jesus com o jovem rico.
Mt 19:16; Mc 10:17; Lc 18:18. Supõem os estudiosos que primeiro foi escrito Marcos e os
demais são cópias, pois dos 661 versículos de Marcos cerca de 600 estão inseridos em
Mateus, e 330 em Lucas. As diferenças são que Mateus escreveu para os Judeus,
Marcos aosRomanos, e Lucas aos Gregos.  Obs: O evangelho de João foi escrito para a
igreja, que somos nós.  

     
12. Noções da Geografia na História Bíblica
Geografia Bíblica é a parte da Geografia Geral  que  estuda as terras e  os  povos
bíblicos, bem como a matéria de natureza geográfica, contida no texto bíblico, que de
passagem se diga, é de fato, abundante.

a) A importância da Geografia Bíblica

É de muita importância o estudo da geografia bíblica como meio auxiliar no estudo


e compreensão da Bíblia. Mensagens e fatos descritos na Bíblia, tido como obscuros
tornam-se claros quando estudados à luz da geografia bíblica. Deus permitiu a inserção
de grande volume dessa matéria na Bíblia. Um exame, mesmo superficial, mostrará que a
cada passo, a Bíblia menciona terras, povos, montes, cidades, vales, rios, mares e
fenômenos físicos da Natureza.

b) O porquê dessa importância 28


A Geografia é o palco terreno e humano da revelação Divina. É ela que juntamente
com a cronologia, situa a mensagem no tempo e no espaço, quando for o caso.
Ela dá cor ao relato sagrado, ao localizar, situar, fixar e documentar os mesmos.
Através dela, os acontecimentos históricos tornam-se vívidos e as profecias mais
expressivas. O ensino da Bíblia torna-se objetivo e de fácil comunicação quando
podemos apontar, mostrar e descrever os locais onde os fatos se desenrolaram.
Exemplos: Lc 10.30 ("descia um homem de Jerusalém para Jericó") (Dt 1.7) (aí nós temos
uma profunda aula de geografia da Terra Prometida.)
O estudo da  geografia  bíblica da  Palestina (Israel bíblico)  e  as nações
circunvizinhas esclarecem muitos fatos e ensinos constantes das Escrituras.
As nações vêm de Deus, logo o estudo deste assunto à luz da Bíblia é profícuo sob
todos os pontos de vista. Ler Dt 32:8; At 17:26.

BIBLIOGRAFIA
Bíblia Módulo Avançado - 3.0 – SBB
Bíblia – ARA - SBB
Bíblia Sagrada - RC- SBB/1995
LIVRO DA EETAD - ANTONIO GILBERTO - BIBLIOLOGIA
SOMBRAS TIPOS, MISTÉRIOS DA BÍBLIA -  CPAD - JOEL LEITÃO MELO
INTRODUÇÃO BIBLICA – PASTOR J. CABRAL
MANUAL DO ESTUDANTE - CPAD
R. N Champlin, Ph.D, J. M. Bentes, ENCICLOPEDIA HISTORIA, FILOSOFIA, TEOLOGIA;
O NOVO TESTAMENTO COMENTANTADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO Milenium 29
R. N Champlin, Ph.D, J. M. Bentes, O ANTIGO TESTAMENTO COMENTADO VERSÍCULO POR
VERSÍCULO
McNAIR, S. E. A Bíblia Explicada.
HALLEY, Henry H. Manual Bíblico. São Paulo: Vida Nova.
TOLEDO, Alcino Lopes. Apostilas das Sete Dispensações, Faetel, São Paulo.
BICKEL, Bruce, Guia da Biblia. São Paulo, SP, United Press, 2002
BRUCE, FF. O Cânon das Escrituras. São Paulo, SP, Hagnos, 2011
CARVALHO, A. Vieira. Introdução ao Estudo da Bíblia. São Paulo, SP. Hagnos, 2003
DOCKERY, D.S. (Ed. Geral) Manual Bíblico Vida Nova, São Paulo, SP. Vida Nova, 2001
GOWER, Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos. São Paulo, SP. CPAD, 2013
PACKER, J.I. O Mundo do Novo Testamento, Deerfield, Fl (EUA). Editora Vida, 2002
HILL, Andrew. Panorama do Antigo Testamento, São Paulo, SP. Editora Vida, 2006
TOGNINI, Enéias. O Período Interbíblico. São Paulo, SP. Hagnos, 2009
APOSTILA, Pr. Alcino Lopes de Toledo - www.faetel.com.br (Adaptada)

Pastores Jorge Albertacci e Eliezer Dias Damasceno


Postado por Pastor Jorge Albertacci

30
APÊNDICE

Anexo 1
João Ferreira de Almeida
História

Conhecido pela autoria de uma das mais lidas traduções da Bíblia em português, ele
teve uma vida movimentada e morreu sem terminar a tarefa que abraçou ainda muito
jovem. Entre a grande maioria dos evangélicos do Brasil, o nome de João Ferreira de
Almeida está intimamente ligado às Escrituras Sagradas. Afinal, é ele o autor (ainda que
não o único) da tradução da Bíblia mais usada e apreciada pelos protestantes
brasileiros. Disponível aqui em duas versões publicadas pela Sociedade Bíblica do Brasil
- a Edição Revista e Corrigida e a Edição Revista e Atualizada - a tradução de Almeida é
a preferida de mais de 60% dos leitores evangélicos das Escrituras no País, segundo
31
pesquisa promovida por A Bíblia no Brasil.
Se a obra é largamente conhecida, o mesmo não se pode dizer a respeito do autor.
Pouco, ou quase nada, se tem falado a respeito deste português da cidade de Torres de
Tavares, que morreu há 300 anos na Batávia (atual ilha de Java, Indonésia). O que se
conhece hoje da vida de Almeida está registrado na "Dedicatória" de um de seus livros e
nas atas dos presbitérios de Igrejas Reformadas (Presbiterianas) do Sudeste da Ásia,
para as quais trabalhou como pastor, missionário e tradutor, durante a segunda metade
do século XVII.  De acordo com esses registros, em 1642, aos 14 anos, João Ferreira de
Almeida teria deixado Portugal para viver em Málaca (Malásia). Ele havia ingressado no
protestantismo, vindo do catolicismo, e transferia-se com o objetivo de trabalhar na
Igreja Reformada Holandesa local.

Tradutor aos 16 anos

Dois anos depois, começou a traduzir para o português, por iniciativa própria, parte
dos Evangelhos e das Cartas do Novo Testamento em espanhol. Além da Versão
Espanhola, Almeida usou como fontes nessa tradução as Versões Latina (de Beza),
Francesa e Italiana - todas elas traduzidas do grego e do hebraico. Terminada em 1645,
essa tradução de Almeida não foi publicada. Mas o tradutor fez cópias à mão do
trabalho, as quais foram mandadas para as congregações de Málaca, Batávia e Ceilão
(hoje Sri Lanka). Mais tarde, Almeida tornou-se membro do Presbitério de Málaca, depois
de escolhido como capelão e diácono daquela congregação.

No tempo de Almeida, um tradutor para a língua portuguesa era muito útil para as
igrejas daquela região. Além de o português ser o idioma comumente usado nas
congregações presbiterianas, era o mais falado em muitas partes da Índia e do Sudeste
da Ásia. Acredita-se, no entanto, que o português empregado por Almeida tanto em
pregações como na tradução da Bíblia fosse bastante erudito e, portanto, difícil de
entender para a maioria da população. Essa impressão é reforçada por uma declaração
dada por ele na Batávia, quando se propôs a traduzir alguns sermões, segundo
palavras, "para a língua portuguesa adulterada, conhecida desta congregação."

Perseguido pela Inquisição, ameaçado por um elefante

O tradutor permaneceu em Málaca até 1651, quando se transferiu para o


Presbitério da Batávia, na cidade de Djacarta. Lá, foi aceito mais uma vez como capelão,
começou a estudar teologia e, durante os três anos seguintes, trabalhou na revisão da
tradução das partes do Novo Testamento feita anteriormente. Depois de passar por um
exame preparatório e de ter sido aceito como candidato ao pastorado, Almeida
acumulou novas tarefas: dava aulas de português a pastores, traduzia livros e ensinava
catecismo a professores de escolas primárias. Em 1656, ordenado pastor, foi indicado
para o Presbitério do Ceilão, para onde seguiu com um colega, chamado Baldaeus.

Ao que tudo indica, esse foi o período mais agitado da vida do tradutor. Durante o
pastorado em Galle (Sul do Ceilão), Almeida assumiu uma posição tão forte contra o que
ele chamava de "superstições papistas," que o governo local resolveu apresentar uma
queixa a seu respeito ao governo de Batávia (provavelmente por volta de 1657). Entre
1658 e 1661, época em que foi pastor em Colombo, ele voltou a enfrentar problemas com
o governo, o qual tentou, sem sucesso, impedi-lo de pregar em português. O motivo
dessa medida não é conhecido, mas supõe-se que estivesse novamente relacionado
com as ideias fortemente anticatólicas do tradutor.

A passagem de Almeida por Tuticorin (Sul da Índia), onde foi pastor por cerca de um
ano, também parece não ter sido das mais tranqüilas. Tribos da região negaram-se a
ser batizadas ou ter seus casamentos abençoados por ele. De acordo com seu amigo
Baldaeus, o fato aconteceu porque a Inquisição havia ordenado que um retrato de
Almeida fosse queimado numa praça pública em Goa. 32
Foi também durante a estada no Ceilão que, provavelmente, o tradutor conheceu
sua mulher e casou-se. Vinda do catolicismo romano para o protestantismo, como ele,
chamava-se Lucretia Valcoa de Lemmes (ou Lucrecia de Lamos). Um acontecimento
curioso marcou o começo de vida do casal: numa viagem através do Ceilão, Almeida e
Dona Lucretia foram atacados por um elefante e escaparam por pouco da morte. Mais
tarde, a família completou-se, com o nascimento de um menino e de uma menina.

Ideias e personalidade

A partir de 1663 (dos 35 anos de idade em diante, portanto), Almeida trabalhou na


congregação de fala portuguesa da Batávia, onde ficou até o final da vida. Nesta nova
fase, teve uma intensa atividade como pastor. Os registros a esse respeito mostram
muito de suas idéias e personalidade. Entre outras coisas, Almeida conseguiu convencer
o presbitério de que a congregação que dirigia deveria ter a sua própria cerimônia da
Ceia do Senhor. Em outras ocasiões, propôs que os pobres que recebessem ajuda em
dinheiro da igreja tivessem a obrigação de freqüentá-la e de ir às aulas de catecismo.
Também se ofereceu para visitar os escravos da Companhia das Índias nos bairros em
que moravam, para lhes dar aulas de religião - sugestão que não foi aceita pelo
presbitério - e, com muita freqüência, alertava a congregação a respeito das
"influências papistas."

Ao mesmo tempo, retomou o trabalho de tradução da Bíblia, iniciado na juventude.


Foi somente então que passou a dominar a língua holandesa e a estudar grego e
hebraico. Em 1676, Almeida comunicou ao presbitério que o Novo Testamento estava
pronto. Aí começou a batalha do tradutor para ver o texto publicado - ele sabia que o
presbitério não recomendaria a impressão do trabalho sem que fosse aprovado por
revisores indicados pelo próprio presbitério. E também que, sem essa recomendação,
não conseguiria outras permissões indispensáveis para que o fato se concretizasse: a
do Governo da Batávia e a da Companhia das Índias Orientais, na Holanda.

Exemplares destruídos

Escolhidos os revisores, o trabalho começou e foi sendo desenvolvido


vagarosamente. Quatro anos depois, irritado com a demora, Almeida resolveu não
esperar mais -mandou o manuscrito para a Holanda por conta própria, para ser
impresso lá. Mas o presbitério conseguiu parar o processo, e a impressão foi
interrompida. Passados alguns meses, depois de algumas discussões e brigas, quando o
tradutor parecia estar quase desistindo de apressar a publicação de seu texto, cartas
vindas da Holanda trouxeram a notícia de que o manuscrito havia sido revisado e
estava sendo impresso naquele país.

Em 1681, a primeira edição do Novo Testamento de Almeida finalmente saiu da


gráfica. Um ano depois, ela chegou à Batávia, mas apresentava erros de tradução e
revisão. O fato foi comunicado às autoridades da Holanda e todos os exemplares que
ainda não haviam saído de lá foram destruídos, por ordem da Companhia das Índias
Orientais. As autoridades Holandesas determinaram que se fizesse o mesmo com os
volumes que já estavam na Batávia. Pediram também que se começasse, o mais rápido
possível, uma nova e cuidadosa revisão do texto.

Apesar das ordens recebidas da Holanda, nem todos os exemplares recebidos na


Batávia foram destruídos. Alguns deles foram corrigidos à mão e enviados às
congregações da região (um desses volumes pode ser visto hoje no Museu Britânico, em
Londres). O trabalho de revisão e correção do Novo Testamento foi iniciado e demorou
dez longos anos para ser terminado. Somente após a morte de Almeida, em 1693, é que
essa segunda versão foi impressa, na própria Batávia, e distribuída.
Ezequiel 48.21 33
Enquanto progredia a revisão do Novo Testamento, Almeida começou a trabalhar
com o Antigo Testamento. Em 1683, ele completou a tradução do Pentateuco (os cinco
primeiros livros do Antigo Testamento). Iniciou-se, então, a revisão desse texto, e a
situação que havia acontecido na época da revisão do Novo Testamento, com muita
demora e discussão, acabou se repetindo. Já com a saúde prejudicada - pelo menos
desde 1670, segundo os registros—, Almeida teve sua carga de trabalho na congregação
diminuída e pôde dedicar mais tempo à tradução. Mesmo assim, não conseguiu acabar a
obra à qual havia dedicado a vida inteira. Em 1691, no mês de outubro, Almeida morreu.
Nessa ocasião, ele havia chegado até Ez 48.21. A tradução do Antigo Testamento foi
completada em 1694 por Jacobus op den Akker, pastor holandês. Depois de passar por
muitas mudanças, ela foi impressa na Batávia, em dois volumes: o primeiro em 1748 e o
segundo, em 1753.

34
ANEXO 2

AS SETE DISPENSAÇÕES
O dispensacionalismo é uma doutrina teológica com repercussões na escatológica cristã, pois afirma
que a segunda vinda de Jesus Cristo será um acontecimento no mundo físico, envolvendo
o arrebatamento pré-tribulacionista e um período de sete anos de tribulação, após o qual ocorrerá a batalha
do Armagedon e o estabelecimento do Reino Milenar de Jesus Cristo na Terra.
O dispensacionalismo é um sistema interpretativo da Bíblia que divide a sua história em dispensações
(também denominadas épocas, eras ou períodos), que representam distintas interações entre Deus e a
humanidade, a partir de pactos que foram celebrados. De acordo com o dispensacionalismo, cada era do
plano de Deus é assim administrada de uma certa maneira, e a humanidade é responsabilizada como
mordomo durante esse tempo. As pressuposições dos dispensacionalistas começam com o raciocínio
indutivo de que a história bíblica tem uma descontinuidade particular na maneira como Deus reage à
humanidade no desdobramento de seus, às vezes supostos, vontades livres.[1]
A palavra "dispensação" deriva de um termo latino que significa "administração" ou "gerência", e se
refere ao método divino de lidar com a humanidade e de administrar a verdade em diferentes períodos de
tempo.
O sistema pré-milenista dispensacionalista (séc. XIX) é diferente com o Pré-Milenismo Histórico
ensinado na Igreja Primitiva até o quarto século[2].

1. A DISPENSAÇÃO DA INOCÊNCIA

Em Gênesis l.28, começa a “Primeira Dispensação”. Uma Dispensação é um


período de tempo em que o homem é provado com respeito à sua obediência e alguma
revelação específica da vontade divina.
O homem foi colocado em um ambiente perfeito, sujeito a uma lei simples e
advertido das consequências da desobediência.
A mulher caiu pelo orgulho; o homem deliberadamente, Ef l. 10; I Tm 2.14.
Deus restaurou as suas criaturas pecaminosas, mas a Dispensação da inocência terminou
com o julgamento e a expulsão do casal, Gn 3.24.
Nesta Dispensação o homem tinha uma perfeita comunhão com Deus, pois
notamos que rpo Senhor andava no jardim na viração do dia, Gênesis 3.8.
0 homem foi dotado de inteligência perfeita e capacidade para poder administrar o
mundo. Foi-lhe dado o direito de dar os nomes aos animais, orientado por uma intuição
dos propósitos divinos a seu respeito.
O homem possuía por intuição, e não por um processo didático, uma perfeição
física, mental e moral. A mulher foi feita não da cabeça do homem, para não governá-lo;
nem de seus pés, para não ser pisoteada por ele; mas de seu lado, para ser amparada; e de
perto do coração, para ser amada.
Em Gn l .28, temos também a primeira das oito grandes Alianças da Bíblia - A
Edênica, que determina a vida e a salvação do homem.

Esta aliança tem seis elementos, onde o homem e a mulher haviam de:
1. Encher a Terra de uma nova ordem - a humana;
2. Subjugar a Terra, para o proveito humano;
3. Ter domínio sobre a criação animal;
4. Zelar do jardim; 35
5. Comer ervas e frutas;
6. Abster-se de comer da árvore da ciência do bem e do mal.

A penalidade pela desobediência desta última ordenação era a morte. O Elemento


Estranho Satanás, cujo único desejo era introduzir confusão no ambiente de paz. O ardil
usado foi a “Dúvida” que conseguiu introduzir na mente da mulher, por meio de
insinuação muito disfarçada.
Em Gn 2.16,17: Deus disse: “... mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela
comerás”. O homem, com seu livre-arbítrio, estava sendo testado.

Verifique os passos que o homem deu para sua queda:


l°) ver;
2°) cobiçar;
3°) tomar;
4°) esconder;
5°) transmitir;
6°) morrer.
As Consequências da Queda do Homem
1°) Conhecimento do mal;
2°) A perda da comunhão com Deus; 3°) Separou-
se de Cristo;
4°) O espírito do homem ficou em estado de morte; 5°) A
perversão da natureza moral;
6°) Tornou-se escravo do pecado e de Satanás, e
7°) Perdeu muito de sua inteligência (além de outros resultados funestos).
As três consequências más sobre a mulher, uma maldição tríplice:
1°) A concepção multiplicada;
2°) O aumento de dores durante a maternidade, e 3°) Sujeição
ao domínio do homem.
Vedado o Caminho da Árvore da Vida, Gn 3.24. Foi por misericórdia que Deus
expulsou Adão e Eva do Jardim e proibiu a sua aproximação da árvore da vida, pois
se tivessem comido dessa árvore amargariam uma existência eterna, no triste estado em
que se encontravam. Era preferível estarem sujeitos a morte física, pois a mesma serve
para conduzir o homem a Cristo.
Em Gn 3.15, encontramos a Primeira Promessa do Redentor.

2. A DISPENSAÇÃO DA CONSCIÊNCIA, Gn 3. l

Aliança Adâmica

Enquanto a Primeira Dispensação não teve uma duração muito certa, a Segunda
Dispensação, de “Adão ao Dilúvio”, teve uma duração de 1656 anos, quando deu-se a
Tentação e a queda do homem até Gn 2.
Temos visto muitas coisas boas; porém em Gn 3, a cena muda e o mal aparece. O
tentador, com o aspecto de uma serpente, tenta a mulher e ela comete o pecado da
desobediência, acompanhando-a Adão. Se a serpente era simplesmente influenciada pelo
maligno ou se era uma positiva materialização dele, não sabemos; não resta dúvida 36
porém que Satanás foi a causa original da tentação, Ap 12.9; 20.2. Ao menos, é evidente
que a serpente foi possuída por Satanás e chegou a ser identificada com ele e o mesmo
falou por ela, Gn 3.1,4: “...Diz que a Serpente falou".
Por que Deus fez o homem com a capacidade de pecar? Podia haver criatura moral
sem capacidade de escolher? A Liberdade é um dom de Deus ao homem: liberdade de
pensar, liberdade de escolher, liberdade de consciência e sendo assim, ainda usa essa
liberdade para rejeitar e desobedecer a seu Deus.
Deus não sabia que o homem haveria de pecar? Sim. E Ele previu as terríveis
consequências disso, e também previu seu resultado final. Sofremos e tomamos a sofrer,
e indagamos sem atinarmos porque Deus fez o mundo assim, um dia, porém, depois tudo
tiver chegado à plena realização, nosso sofrimento acabará e todos enigmas se deslizarão,
E assim, desobedecendo, pecaram e trocaram sua inocência por uma consciência
acusadora; sua ignorância por um conhecimento do bem que tinham desprezado e do mal
que não podiam remediar. Tinham agora seus olhos abertos para descobrir o que teria
sido mais feliz ignorar; e, impelidos por um sentimento de vergonha, trabalharam
(inutilmente) para cobrir a sua nudez.
Notamos que Adão e Eva podiam estar tranquilos com os aventais de folhas que
fizeram, enquanto lhes parecia que Deus estava longe. Mas, em vindo o Senhor, logo se
esconderam, sentindo-se, aos olhos divinos, descobertos e envergonhados.

Temos no pecado de Eva, os seguintes resultados:

a) A Concupiscência do Comer: “...boa para comer”;


b) A Concupiscência dos Olhos: “...agradável aos olhos”, e
c) A Soberba da Vida: “...desejável para entendimento”.

Notamos que a primeira consequência do pecado foi a vergonha que eles tiveram,
ao encontrar-se com Deus, ao ponto de “fazerem aventais”, Gn 3.7. O Todo Poderoso
então fez túnicas de pele de animal, para vesti- los, Gn 3.21.

Aliança Adâmica
A Aliança Adâmica determina a vida do homem decaído, e marca condições
que prevalecerão até a época do reino eterno.
“A própria criatura será liberada do cativeiro da correção para a
liberdade da glória dos filhos de Deus” Rm 8.21.

Os Elementos da Aliança Adâmica, são os seguintes:

1°) A Serpente, instrumento de Satanás, amaldiçoada; 2°) A


primeira promessa de um redentor, Gn 3.15;
3°) A condição da Mulher mudada em três sentidos, Gn 3.16: concepção multiplicada;
maternidade ligada com sofrimento; sujeição ao homem, Gn 1.26,27.
4°) A Terra Amaldiçoada por causa do homem, Gn 3.17;
5°) O inevitável cansaço da vida, Gn 3.17;
6°) O leve trabalho do Éden, Gn 2.15; mudado para o serviço laborioso,
Gn 3.18,19,
7°) A morte física, Gn 3.19; Rm 5.12,2; para a Morte Espiritual. 37
“Deus dá uma demonstração que sua atitude para com o Homem é sempre com o intuito
de fazê-lo compreender sua pequenez e dependência, mas jamais deixa de prover”.

Aqui, duas Ofertas Diferentes:

1a) Abel oferece sangue. Ele mostrou penitência e desejo de aproximar-se de Deus. O
sacrifício foi feito pela Fé nos atributos que ele via em Deus, I Jo 3.12. Devemos
observar que havia uma grande diferença na conduta de Caim e Abel, que era um
homem de fé e obediente ao Senhor, Gn 4.4; Hb 11.4 e Caim, ofereceu dos frutos do
campo que cultivava, demonstrando um espírito de alta confiança, onde temos uma
“Oferta Sem Fé”, movida pela rebelião e pelo desprezo ao Redentor. Deus recebe a
oferta de Abel e Caim revolta-se e mata seu irmão:
“É bom notar que a primeira contenda entre irmãos resultou em ódio, separação e morte”.
2a) Caim. Foi o primeiro a construir cidades e o primeiro a glorificar o nome do homem,
Gn 4.17. Edificou uma cidade e pôs o nome de seu filho, Enoque.

Uma pergunta frequente é esta: “Com quem casou Caim?”. A resposta, por uma
suposição, é esta: com uma irmã dele.
Você talvez vai ignorar este casamento, mas não deve esquecer que a proibição de
casamento com parente próximo, veio só 2.500 anos depois, Lv 18.6. Sabemos que “tais
uniões”, ilícitas para os Israelitas, eram praticadas por outros povos, Lv 18.24. Não
podemos continuar nesta história, pois é muito longa.
A Genealogia de Adão a Noé e suas idades relacionadas:
Adão, 930 anos;
Sete, 912 anos;
Enos, 905 anos;
Cainã, 910 anos;
Maalelel, 895 anos;
Jerede, 962 anos;
Enoque, 365 anos;
Metusalém, 969 anos;
Lameque, 777 anos;
Noé, 950 anos.
Temos aí uma influência do pecado na raça humana. O homem perdendo vida,
saúde e alegria; e hoje o salmista afirma: “que os nossos dias são de 70 anos e se
alguns chegarão aos 80 anos pela sua robustez”. Salmos 90.9,10.
No começo da Dispensarão, colocamos sua duração de 1656 anos. Vamos dividi-
la: Adão viveu 930 anos e Noé, 950 anos; entre a morte de Adão e o nascimento de Noé,
temos 126 anos. Do Dilúvio a Abraão, 427 anos e Noé viveu 600 anos antes do castigo
divino e 350 anos após.
No final da Dispensação da Consciência, os homens estavam em um estado de
iniquidade desenfreada, soltando as rédeas às práticas carnais, isto com exemplos
vividos pela geração passada, resultando em costumes e corrupção do povo
antediluviano. O seu cálice de iniquidade encheu-se; porém o Justo Noé, passou a avisar
seus compatriotas do que poderia acontecer. Foram 720 anos de pregação. Então o
Senhor disse: “Arrependo- me de ter feito o homem na terra e isso pesou no coração”.
Disse o Senhor: “Farei desaparecer da face da terra o homem que criei”, Gn 6.6,7. 38
Um período longo de 1656 anos onde a raça humana havia aumentado muito e o
Senhor destruiu com o Dilúvio, o qual durou l ano e 10 dias. Noé entra na arca no dia 17
do segundo mês, quando tinha 600 Anos, e continuou até o dia 27 do segundo mês, no
ano seguinte, Gn 7.11; SI 1.22.
O que significa a Arca ? Era uma simples e clara figura de Cristo, e um meio de
salvação pelo qual uma geração passou pelas águas da morte, e saiu salva do juízo
divino. Os refugiados na arca escaparam da sorte dos ímpios. Assim Cristo nos salva, por
sua morte e ressurreição, se somos achados mortos nele. Para quem está nele não há
condenação, Rm 8.1.
Noé não esperou o pronunciamento de um juízo. O que ele queria é que sua
família fosse salva por meio da arca, não importando com quem não cria em sua
pregação. Seu dever foi cumprido.
O incidente do Dilúvio é, sem dúvida, o exemplo clássico de Juízo Divino e, por
isso, deve ser aceito como o tipo e ensino do Espírito Santo
sobre o assunto. Lemos que juízo é uma obra estranha de Deus, Is 28.21. Significa que é
diferente de falar que Deus é amor, paz, alegria, prazer e misericordioso.

O juízo tem cinco aspectos diferentes:

1°) É para a Glória de Deus;


2°) É para Instruir as Nações, Is 26.9; 3°) É
para Purificar, Gn 15.16;
4°) É, consequentemente, uma Libertação do Mal 5°) É
Profético, Leviticos 7.26,27.

O desfecho da Dispensação da Consciência não significa que Deus deixou de usar


a consciência como um meio de falar ao homem. A consciência é conhecida como “a
voz. de Deus dentro da alma”. Noé e sua família haviam presenciado tanto o bem como o
mal e eram responsáveis, junto com a sua posteridade, pela obediência à voz da
consciência e a escolher o bem. O Dilúvio marcou o término de um período de
Intervenção Divina, na história do homem e um novo começo com Noé e seus filhos.
O aluno deve localizar esta Dispensação da Consciência no mapa das
Dispensações.

3. A DISPENSAÇÃO DO GOVERNO HUMANO, Gn 8 15 11.19.

ALIANÇA NOÉTICA

Esta Dispensação durou 427 anos, desde o tempo do Dilúvio até a Dispersão do
homem sobre a superfície da Terra, Gn 10.35; 11. l O-19.
O homem fracassou inteiramente e o julgamento do Dilúvio marca o fim da
Segunda Dispensação e o começo da Terceira. A declaração da aliança com Noé sujeita a
humanidade a uma prova: “o homem é essencialmente responsável pelo governo do
mundo, de acordo com a vontade de Deus”. Essa responsabilidade pesou sobre os judeus
e gentios, até que o fracasso de Israel sobre a Aliança da Palestina, Dt 28-30.1-10,
resultou no julgamento dos cativos quando começaram “os tempos dos gentios”, Lc
21.24. O governo do mundo passou definitivamente para os gentios, Dn 2.3 6-45; At 39
15.14-17, e Israel, como os Gentios, tem governado para si e não para Deus.
Neste trecho de Noé e seus descendentes, contém alguns pontos que pedem a nossa
atenção: a bênção e a promessa de Deus, o pacto que fez com Noé e com toda a alma
vivente. O arco-íris, Gn 9.12,17. Alguns pensam que antes do Dilúvio, nunca houve
chuva, Gn 2.6. Ezequiel teve
uma visão, Ez l .28: “Como o aspecto do arco que aparece no dia da chuva,
assim era o aspecto do resplendor em redor. Este era o aspecto da semelhança da glória
do Senhor; e, vendo isto, caí sobre o meu rosto, e ouvi a voz de quem falava”.
Em Gn 9.21, lemos sobre a embriaguez, de Noé que nos faz ver que até um
homem ricamente abençoado por Deus pode ser vencido por pecados carnais.
De passagem, notamos o procedimento correio de Sem e Jafé, que em tempos
remotos tiveram um sentimento moral tão desenvolvido como o dos mais ilustrados de
hoje.
Notamos também, como a maldição caiu sobre Canaã, o filho mais moço de Cão, e
não sobre seu pai, e desde então os Cananitas foram adversários do povo de Deus, até
serem totalmente extintos da Terra, Is
17.18. Se a Bíblia não tivesse registrado: a embriaguez de Noé; o adultério de Davi e a
mentira de Pedro, estaríamos imaginando que os homens piedosos do passado eram
diferentes de nós mesmos, pois temos tido nossos lapsos na senda da retidão.
Verificamos que tal falha não nos autoriza cairmos no mesmo delito, porque deles já
temos a história e o aviso: “Olha, Não Caia”.
Quatro Raças originaram-se dos quatro filhos de Cão. Essas por sua vez
subdividiram depois, povoaram as terras da África, da Arábia Oriental, da Costa Oriental
do Mar Mediterrâneo e do grande Vale dos rios Tigre e Eufrates.

Descendentes de Noé:

a) Jafé: zona Norte das nações e as proximidades dos mares Negro e Cáspio: as raças
caucásicas da Europa e Ásia.
b) Cão: zona Sul das nações, a Arábia Meridional e Central, o Egito, a costa oriental do
Mediterrâneo e a costa oriental da África. (Canaã, filho de Cão).
c) Sem: zona central das nações. Os semitas incluíam os judeus, assírios e sírios, na parte 40
Norte do vale do Eufrates. A Aliança com Noé, Gn 9.1-17:
1) Confirmação de que o homem seria relacionado à terra, conforme a Aliança
Adâmica,Gn 8.21;
2) Confirmação da ordem da natureza, Gn 8.22;
3) Estabelecimento do governo humano, Gn 9. l -6;
4) Garantia de que a Terra não sofreria outro Dilúvio, Gn 8.21; 9.11;
5) Declaração profética de que procederia de Cão uma posteridade inferior e serviçal,
Gn 9.24.25;
6) Declaração profética de que haveria uma relação especial entre Jeová e Sem,
Gn9.26.27,
7) Declaração profética de que de JAFÉ procederiam as “raças dilatadas”, Gn 9.27. Os
governos, as ciências e as artes têm provido, geralmente, de descendentes de Jafé; assim
a História tem confirmado o exato cumprimento dessas declarações.

A Torre de Babel, Gn 11
Neste capítulo do Gênesis encontramos o começo da confederação e do
engrandecimento humano. E Deus desaprovou essa confederação: impediu o projeto de
se fazer uma alta torre que tocasse no “céu”. É interessante confrontar com este começo o
desenvolvimento de confederações humanas de hoje e a multiplicação de nomes
partidários.

A Descendência de Sem.
Vemos que a posteridade abençoada por Deus nem sempre seguiu pela linha do
primogênito. Arpachade era o terceiro filho de Sem, Gn 10.22, e não o primeiro.
Em Gn 5, vemos que as idades dos patriarcas vão quase sempre diminuindo.
Porventura seria licito entender que os anos eram, no princípio, mais curtos do que
atualmente7 Somente assim poderemos compreender o caso de um homem esperar uns
100 anos antes de nascer- lhe um filho.
A Chamada de Abraão, Gn 12.
A chamada de Abraão e as promessas que Deus lhe fez.
Podemos estudar neste capítulo:
a) A escolha divina. Deus escolheu Abraão e isto importa conhecimento, aprovação,
confiança, preparação para o fim destinado;
b) O plano de (mediante o escolhido de Deus) abençoar muitos povos;
c) A proteção divina – “amaldiçoarei os que te amaldiçoarem”;
d) A chamada divina - uma chamada positiva, individual, imperativa;
e) A Revelação Divina – “apareceu o Senhor a Abraão”;
f) A Promessa Divina – “à tua descendência darei esta terra”.
A chamada é descrita em At 7.2,3, a resposta, em Hb 11.8.
Abraão desce ao Egito, Gn 12.10.
Isto nos parece um desvio da senda da fé, pois aí Abraão perde a sua confiança na
proteção de Deus e pretende valer-se de um subterfúgio para evitar o ciúme do rei da
terra. Contudo, Deus o protegeu sem que ele esperasse.
Sete coisas neste desvio de Abraão, notemos:
1) Agiu sem consultar a Deus, Gn 12.10;
2) Escolheu seu destino, confiando na própria inteligência, Gn 12.10; 41
3) Valeu-se da duplicidade, para conseguir seu propósito, Gn 12.13;
4) Perdeu de vista a perspectiva e o plano de sua vida, Gn 12.2,12;
5) Sua astúcia parecia alcançar bom êxito, Gn 12.14,15;
6) Achou-se mais tarde enlaçado na trama que ele mesmo fizera, Gn 12.18,
7) Foi censurado por um rei pagão, e mandado para sua própria terra, Gn 12.18-20.

4. A DISPENSAÇÃO ABRAÂMICA Gn 12.1-Êx 18 27.

ALIANÇA ABRAÂMICA

Começa aqui a História da Redenção. Dela surge uma ideia vaga pelo tempo,
Gn 3.15. Agora, 1963 anos após a criação e a queda do homem, ou seja 427 anos após o
Dilúvio, num mundo que desenfreadamente aderiu-se a idolatria e a maldade. Foi aí que
houve por objetivo a recuperação e a redenção do gênero humano.
A duração desta Dispensação foi de 430 anos, considerada a Dispensação da
Promessa, que terminou quando Israel tão facilmente aceitou a Lei, Êx 19.8. A Graça
tinha oferecido um Libertador (Moisés), um sacrifício para o culpado, e, por divino
poder, libertado Israel da escravidão, Êx 19.17, mas no final trocaram a Graça pela Lei.
Separação Para Deus.
Agora Abraão volta do Egito e vira o rosto para a Terra Prometida. Sua vida de
peregrinação é caracterizada por Três Coisas: a Tenda; o Altar e o Poço. Nada lemos
sobre altar no Egito.
As riquezas que Abraão e Ló acumularam no Egito, foram a causa de contenda e
separação, porém Abraão tinha uma confiança em seu Deus. Por isso, deixou que Ló
escolhesse primeiro para onde iria. A confiança na proteção Divina faz. com que o
homem fique desprovido de qualquer dúvida.
Em Gn 14, é mencionado pela primeira vez. o termo Reis. Dois reis encontram- se
com Abraão em sua volta vitoriosa: o de Sodoma e Melquisedeque (Tudo que sabemos
que está neste capítulo, no (Salmos 110 e Hb 5,6 e 7). Ele é também o primeiro
Sacerdote mencionado na Bíblia: um Sacerdote Real e por isso uma figura do Senhor
Jesus Cristo. Também aqui pela primeira vez, lemos sobre “O Deus Altíssimo”.
Depois da divina bênção, pronunciada por Melquisedeque, vem a tentação material
por parte do rei de Sodoma.
Há um ditado, que diz: “Cada homem tem seu preço”, porém um homem como
Abraão não pode ser comprado por um rei mundano, como este de Sodoma.
E na volta de Abraão da matança dos reis que a misteriosa figura de
Melquisedeque aparece. Ele vem ter com Abraão, traz-lhe pão, vinho e o abençoa;
Abraão dá-lhe o dízimo de tudo.
Tanto se fala deste incidente no NT, que devemos estudá-lo.

Vamos notar os seguintes pontos, como seguem:

1) Por ser ele o Primeiro Sacerdote mencionado na Bíblia, tem sido escolhido pelo
Espírito Santo como tipo de Cristo, um Sacerdote maior.
2) Ele era Rei e também Sacerdote. Rei de Salém (da paz) e seu nome significa “Rei da
Justiça” Cl 6.12,13; Hb 7.2;
3) Assim, no Salmos 110.4 está escrito de Cristo: “Tu és Sacerdote para sempre, 42
segundo a ordem de Melquisedeque”;
4) Não há alguma menção de seu pai ou de sua mãe, do seu nascimento ou morte; por
isso é tomado em Hb 7.3, como um tipo de Cristo: O Sacerdote Eterno.
Para estudar o assunto mais detalhadamente, é preciso ler com cuidado
Hb 5.7.

Promessa de uma Posteridade


Em Gn 15.6 , pela primeira vez, a Fé é mencionada, e lemos “E creu ele no
Senhor, e foi-lhe imputado isto por justiça”; Rm 4.3; Tg 2.23.
Abraão nasceu quando seu pai Terá tinha 26 anos, Gn 11.25. Abraão tinha 75 anos
quando foi convidado por Deus a deixar sua parentela e partir
para uma terra desconhecida (Canaã). Contava com 80 anos quando encontrou-se com
Melquisedeque e foi abençoado por ele. Tinha 86 anos quando nasceu Ismael, fruto de
uma fragilidade em sua vida. Persuadido pela esposa, lança mão de outro meio, sugerido
pela sua desconfiança quanto a conseguir as promessas de Deus. Toma a serva egípcia de
sua mulher e por ela tem seu filho Ismael. Depois desse incidente sua fé foi provada mais
13 anos.
Em Gn 17, seu nome foi mudado.

Um quadro interessante foi as três vezes que Deus apareceu a Abraão:


1a) Apareceu o Senhor a Abraão, e lhe disse: Darei à tua descendência esta terra. Ali
edificou Abrão um altar ao Senhor, que lhe aparecera '\ Gn 12.7; 2a) “Quando atingiu
Abraão a idade de noventa e nove anos, apareceu-lhe o Senhor e disse-lhe: Eu sou o
Deus Todo-poderoso: anda na minha presença e sê perfeito”, Gn 17.1,
3a) “Apareceu o Senhor a Abraão nos carvalhais de Manre, quando ele estava
assentado à entrada da tenda, no maior calor do dia”, Gn 18.1.

Abraão tinha 90 anos quando Sodoma foi destruída. Contava com 100 anos
quando nasceu Isaque e tinha 137 anos quando Sara morreu. Em seguida, casou-se com
Quetura, com quem teve seis filhos; morre com 175 anos de idade.
Em Gn 18, deparamos com o aparecimento de três visitantes celestiais que falaram
com Abraão com aparência de seres humanos: "três varões e dos três um era o Senhor",
Gn 18.1-3; Mc 16.5; Jo 5.13. Um acontecimento interessante é quando dois anjos seguem
para Sodoma, e Abraão começa a fazer sua célebre intercessão ao terceiro. Esta é a
primeira grande oração intercessória registrada na Bíblia.

Verificamos como a oração de um justo pode mudar os rumos das coisas:

1) A base da oração é dupla: Primeiro, o reconhecimento de Deus e da liberdade que


tinha para falar com Ele. Segundo, o concerto de Deus, Gn
17.19. Abraão tinha sido chamado por Deus a fim de interessar-se por Ele e seus
propósitos, referentes ao mundo, e por isso sente liberdade em falar- lhe.
2) Características da oração de Abraão:
Discriminação, Gn 18.24,25, entre os justos e os ímpios, e o interesse pelos
dois grupos;
Confiança na justiça de Deus, Gn 18.23,25; na Graça de Deus, Gn 18.24, e no
Poder de Deus, Gn 18.25; 43
Precisão, Gn 18.28-32. Lembremo-nos que petições em termos gerais não terão
respostas precisas;
Importunidade. Seis vezes Abraão pede que Sodoma seja poupada e cada vez reforça seu
pedido;
Humildade, Gn 19.27. Ele jamais se esquece de que fala com Deus;

3) O êxito da oração de Abraão. Não obteve tudo o que desejava, mas alcançou
tudo o que Sodoma tomou possível, (leia Jr 5. l.)
Salvação de Ló e a Destruição de Sodoma
Notamos que os varões, em Gn 18.2, são anjos. Em Gn 19.1, Ló parece ser tão
hospitaleiro quanto Abraão.

Veja algumas considerações sobre o nosso amigo Ló:

a) Parece ser o tipo do “meio-crente”. convencido mas não convertido:


b) Uma pessoa costuma ser contenciosa;
c) Resultado: uma inutilidade ou uma catástrofe. SODOMA: figura o mundo e sua
sensualidade;
EGITO: simboliza o mundo e sua comunidade (Êx 16.3); BABILÔNIA:

simboliza o mundo e sua grandeza (Js 7.21).

A história de Ló ensina que embora o cristão mundano possa conseguir para si a


salvação, pode contudo perder a família, filhos e filhas, pois, criados no meio da
devassidão, podem ser corrompidos. A mulher que olha saudosa para a vaidade do
mundo, em pouco tempo não poderá mais trilhar a senda da salvação. “A não
observância da Palavra de Deus pode ser funesta para a nossa vida espiritual”.

Isaque nasce - Ismael é despedido


Afinal, nasce Isaque, depois de muitos anos de fé alternada com incredulidade da
parte de seus pais, Abraão e Sara. Em Gálatas 4, o apóstolo encontra um sentido
simbólico em cada um dos dois filhos. Na alegoria que Paulo percebe na história de
ambos, Hagar representa o monte Sinai e tudo que a lei pode produzir, enquanto que
Isaque é o fruto da fé, e mostra o que Deus faz para o crente.
Vemos que Ismael, o filho “nascido segundo a carne” Gl 4.29, persegue o filho da
promessa, e é despedido, porque não pode herdar com este. Os que são das obras da Lei,
Gl 3.10, não herdarão as promessas dadas a Abraão, mas sim aqueles que têm fé em
Cristo, Gl 3.12-14. Uma religião carnal é sempre inimiga da religião espiritual.
O altar sobre o monte
Este incidente é talvez o mais misterioso e sublime na história de Abraão. Somente
após longos anos de preparo espiritual poderia Deus submetê-lo a tal provação de sua fé,
com a certeza de que havia de sair triunfante. Era sem dúvida um experiência penosa à
vista do mundo cruel. Mas o resultado final havia de ser um notável engrandecimento da
vida espiritual de Abraão, e o conhecimento, mediante a sua própria experiência, de
verdades bem importantes.
44
Notemos, os seguintes pontos:

1°) Certeza da Palavra Divina. Para agirmos em algum sentido contrário ao sentimento
natural, ao procedimento comum, aquilo que nossas convicções e as dos vizinhos
aprovam, precisamos ter uma palavra de Deus mui positiva, que não admita dúvidas;
2°) Falta de Explicação. O mandado divino não trouxe consigo um “porquê”;contudo,
havia um raio de luz nas palavras "a quem amas", revelando que Deus não estava
esquecido da forte afeição natural de Abraão para com Isaque;
3°) A Completa Confiança de Abraão. Isto nos faz pensar nas palavras de Jó:
“Ainda que me mate, nele esperarei”, Jó 13.15. A explicação dada em Hb 11.18, é
que Abraão “considerou que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar (a
Isaque)”;
4°) O Conhecimento de Deus. Fruto de longos anos de experiência da divina proteção e
bondade, progrediu até que, afinal, Abraão podia obedecer a Deus cegamente;
5°) A Submissão de Isaque a Vontade do Pai. Um belo tipo da obediência de Cristo até a
morte;
6°) A Palavra Profética De Abraão. Disse Abraão: “Deus proverá para si o cordeiro”.
Também havia um sentido profético no nome que Abraão deu ao lugar: Jeová-Jireh: "O
Senhor proverá". Em Jo 8.56, permite pensar que ele tinha alguma vaga previsão do
"Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo";
7°) A Lição da Substituição. O carneiro “travado pelas suas pontas num mato”, e veio a
ser o substituto do moço; e quantos seres humanos desde o tempo de que Isaque têm dado
graças a Deus por Ele ter “fornecido um substituto”
8°) A maneira maravilhosa como Deus operou em Abraão, uma semelhança a si
mesmo. Num dia futuro Deus havia de ceder seu Filho, em sacrifício pelo pecado, Mas
então não haveria outro cordeiro para tomar o lugar dele: “Nem mesmo a seu próprio
filho poupou, antes o entregou por todos nós”, Rm 8.32.
A obediência de Abraão era agradável aos olhos de Deus; por isso o mandamento
foi dado. “A morte de Isaque não teria sido agradável a Deus, visto que o ato da matança
foi impedido”. No Monte do Senhor se Proverá.

Os três significados dos nomes desta História


Abraão lembrou-se de que já era tempo de o filho contrair matrimônio. Ele marcou
duas condições: a noiva havia de ser da mesma parentela, e Isaque não havia de sair da
Terra Prometida em procura de esposa. Felizmente, Abraão tinha um empregado fiel e
competente para tratar desse negócio.
Abraão receava que Isaque se casasse com uma moça de Canaã, ou voltasse para a
terra de onde tinha sido chamado. Ainda hoje, às vezes, os pais sabem melhor do que os
próprios moços que tipo de casamento será bom para seus filhos. Entre os chineses são os
pais que escolhem as noivas para seus filhos, e parece que todos acham essa maneira
mais proveitosa.

Notemos, em relação ao empregado Eliézer, Gn 15.2, os seguintes pontos:

1. Era um homem de idade e pessoa de confiança. É bem possível que Abraão não
tivesse outro a quem pudesse confiar uma tarefa tão delicada; 45
2. Era um homem prevenido. Levou consigo tudo o que era necessário para o bom êxito
de sua missão;
3. Era um homem cauteloso. Pediu um sinal, uma coisa que nem sempre é preciso, e
que o Deus misericordioso às vezes fornece;
4. Era um homem piedoso. Orou a Deus pelo serviço que havia de fazer;
5. Era um homem eloquente. Quando precisava falar do seu Senhor;
6. Era um homem pontual. E não quis perder tempo, Gn 25.54.
Eliézer é o servo Modelo.
1. Não vai sem ser mandado, Gn 24.2-9;
2. Vai para onde o mandam, Gn 24.4,10;
3. Não se preocupa com outra coisa;
4. Ora e dá graças, Gn 24.12,14,26,27;
5. É sábio para persuadir, Gn 24.17,18,21;
6. Fala, não de si, mas das riquezas do amo, e da herança do filho, Gn 22.34-36;
At l.8,7. Apresenta o caso sem equívoco e requer uma decisão positiva, Gn 24.49.
Eliézer enfeita a noiva com as jóias da casa paterna, mesmo antes
dela iniciar a viagem. O Espírito Santo procura enfeitar a Igreja com as lindas regalias
da casa do Pai, antes dela ser arrebatada, Gn 24.53.
Isaque saiu a orar (meditar sobre o falecimento de sua mãe no campo), Gn 24.63; talvez
por falta de sossego necessário na tenda, ali mesmo levanta os olhos e vê chegando
Eliézer vindo de regresso.
Na oração solitária podemos ver coisas maravilhosas.

Vamos agora considerar Rebeca:

1. Era formosa, Gn 24.16;


2. Trabalhadeira, Gn 24.19;
3. Hospitaleira, corajosa, decidida, Gn 24.58,
4. Modesta.Gn 24.65.

Significado dos Nomes:


1. Isaque (hb - riso) representa Cristo.
2. Rebeca (hb - corda com laço) representa a Igreja.
3. Eliézer (hb - meu Deus é auxílio) representa o Espírito Santo.

5. A DISPENSAÇÃO DA LEI

ALIANÇA MOSAICA

A Dispensação da Lei teve uma duração de 1.430 anos: do “Êxodo do Egito” até
a “Crucificação de Cristo”.
Para estudarmos este livro, onde começa a Quinta Dispensação, vamos
verificar as importantes revelações de Deus, a saber:

1) O “Eu Sou”, na sarça ardente - Um Deus que mantém aliança;


2) As pragas - Um Deus de punição; 46
3) A Páscoa - Um Deus de redenção;
4) A travessia do Mar Vermelho - Um Deus de poder;
5) A jornada até o Sinai - Um Deus de provisão;
6) A Lei - Um Deus de santidade;
7) Tabernáculo, sacerdote, ofertas - Um Deus de comunhão;
8) A punição devida do bezerro de ouro - Um Deus de disciplina;
9) A Renovação da Aliança - Um Deus de graça;
10) A vinda da glória - Um Deus de glória.
“Porque a Lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e verdade vieram por Jesus
Cristo” Jo l. 17.
É bom lembrar que esta Dispensação pode ser chamada de
Dispensarão dos Israelitas.
Devemos lembrar que o cenário histórico data de 1440 a.C. aproximadamente.
Sabemos que a data do Êxodo foi por volta de 1445 a.C.
Além desta outra data, também é defendida pelos estudiosos do AT, a de 1290 a.C. O
tema do livro: “Redenção e organização de Israel como povo da Aliança”.
Em Gn 19.3 começa a Quinta Dispensação, quando a Lei foi colocada em ênfase
dos princípios de Deus.
Israel chega ao monte Sinai depois de 3 meses de uma longa viagem.

Neste momento. Deus chama-o a um Concerto mais sério, e passa-lhe uma nova lição:

1. Mediante ao mandamento aprendeu a Santidade de Deus;


2. Mediante ao seu próprio erro, aprendeu a sua fraqueza pecaminosa;
3. Mediante a provisão do sacerdócio e do sacrifício, aprendeu a Bondade de Deus.
Em Gl 3.6-25, aprendemos a relação da Lei para com a Aliança Abraãmica:
1. A Lei não pode anular esta aliança;
2. Foi “acrescentada” para convencer do pecado;
3. Servia de pedagoga até a vinda de Cristo;
4. Era uma disciplina preparatória “até que viesse a semente”. A trajetória de Israel no
deserto e em Canaã é uma longa história de violação da Lei. A prova terminou no
julgamento dos cativeiros, mas a Dispensação propriamente dita só terminou na Cruz.
Podemos considerar:

1) O estado do homem no começo da jornada, Êx 19.1-3;


2) Sua responsabilidade, Êx 19.5,6; Rm 10.5;
3) Seu fracasso, II Rs 17.7-17; At2.22.23,
4) O julgamento, II Rs 17.1-6,20; 25.1-11; Lc 21.20-24.
Notemos neste capítulo o cuidado que Deus tem de desenvolver em Israel uma
compreensão de sua santidade. No Egito tinham se acostumado com as imundas
divindades do paganismo, e agora precisam aprender que Jeová é um Deus santíssimo e
temível.

A Lei foi dada de três maneiras:


1°) Verbalmente, Êx 20.1-17. Isto era lei pura, sem nenhuma provisão de sacerdócio ou
sacrifício, e foi acompanhada das “Ordenanças”, Ex 21.1- 23.13, relativas às relações de
hebreus com hebreus; a isto foram acrescentadas, Ex 23.14- 49, direções diferentes às 47
três festas anuais, Êx 23.30-33, e inscrições sobre a conquista de Canaã. Estas palavras
Moisés comunicou ao povo, Êx 24.3-8. Imediatamente, na pessoa dos seus anciões,
foram admitidos na presença de Deus, ÊX 24.9-11.
2°) Moisés foi então chamado ao monte para receber as tábuas de pedra, Êx 24.12-18. A
história então se divide. Moisés no monte recebe instruções
referentes ao Tabernáculo, ao sacerdócio e aos sacrifícios, Êx 25-31. No entanto, o povo,
Êx 32, chefiado por Aarão, transgride o primeiro mandamento. Moisés, voltando, quebra
as tábuas escritas pelo dedo de Deus, Êx 31.18; 32.16-19.
3°) As segundas tábuas são feitas e a Lei escrita novamente (por Moisés?) na presença de
Jeová, Êx 34.1,28,29.

Os Dez Mandamentos

A Aliança Mosaica foi dada a Israel com três divisões, cada


uma ligada às outras, e, conjuntamente, formando a Aliança
Mosaica.
Os Dez Mandamentos, expressão da vontade de Deus para
seu povo, Ex 20.1- 26; Os Juízos, governo da vida social de Israel,
Êx21.1 - 24.11; e as Ordenanças, governando a vida religiosa de
Israel, Êx 24.12 - 31.18.
Estes três elementos formam a “LEI” como essa palavra se
emprega no NT, Mt 5.17,18. Os Mandamentos e Ordenanças formam um só sistema
religioso.
Os mandamentos foram um “Ministério de Condenação” e de “Morte”,
II Co 3.7-9.
Os Dez Mandamentos são:
1) Não terás outros deuses diante de mim;
2) Não farás para ti imagem de escultura;
3) Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão;
4) Lembra-te do dia de sábado para o santificar;
5) Honra a teu pai e a tua mãe;
6) Não matarás;
7) Não adulterarás;
8) Não furtarás;
9) Não dirás falso testemunho;
10) Não cobiçarás.

TABERNÁCULO

Passaremos à história do Tabernáculo, considerado a grande Tipologia do


Plano da Salvação, uma ordenança de Deus a Moisés para proteção e orientação do
povo de Deus.

Vejamos alguns significados:


1. Tenda provisória onde Deus falava ao seu povo, Êx 33.3-
10;
2. Construção portátil em forma de tenda, Êx 25.8,9; 48
3. Recebeu o nome de habitação, Êx 25.9;
4. Onde estava depositada a tábua da lei;
5. O tabernáculo do testemunho;
6. Denominado casa do Senhor, Êx 34.26;
7. Sua planta foi dada pelo Senhor a Moisés, Êx 25.22.

Verifique Sua Planta:


PERDÃO = Pelo sacrifício do sangue
PURIFICAÇÃO = Pela limpeza
PODER DE DEUS = Pela participação, percepção e oração PRESENÇA DE DEUS
= Pelo Sangue aspergido e Obediência

Nota:
1. O Tabernáculo simboliza: Israel aproximando-se de Deus;
2. Tipificou a obra redentora de Cristo para trazer os pecadores a Deus.

6. A DISPENSAÇÃO DA GRAÇA

A Nova Aliança, A Aliança DA GRAÇA

Chamada Dispensação Eclesiástica. A palavra-chave é: Graça. Sua duração


começa com a crucificação de Cristo até a sua segunda vinda, tempo determinado pelo
Senhor: “Aquele dia e hora ninguém sabe, unicamente meu pai que está nos céus”. Hoje,
já contamos com quase 2000
anos em que o véu do Templo foi rasgado e esta Dispensação findará com o toque da
trombeta, quando acontecerá a segunda etapa da vinda de Cristo convocando os fiéis ao
Arrebatamento.
Na Dispensação da Graça, Deus fez uma aliança com o homem, uma aliança
superior às outras, ou seja, o próprio Filho enviado por Deus à humanidade:

1°. Mt 19.28
2°. Hb 2.7 3°. Lc 2.27 4°. Mt 13.55-57 5°. Lc 4.2-8 6°. Is 53.1-6 7°. G13.13

A Nova Aliança
Tal qual Moisés foi mediador da aliança mosaica, assim Cristo é o Mediador da
Nova Aliança, Hb 8.6; 9.15; 12.24. Com o aparecimento de Cristo, a Antiga Aliança
terminou, como Paulo afirma em Rm 10.4; Gl
3.19. Novamente apareceu Ele celebrando a Ceia com os discípulos, conforme registra
Lc 22.20 e I Co 11.25. “Ele disse: Este é o cálice da nova aliança no meu sangue”, Mc
14.24.
A Graça não dispensa ordenação pois há l .050 mandamentos no NT; mas, ao
contrário da Lei, ela dá poder ao homem para cumpri-los. A palavra Graça aparece 166
vezes na Bíblia e tem um valor inestimável.
Verifique 10 citações da palavra Graça, com referências: Ef 2.8,9; At. 4.33; 18.27;
Tt3.7; Rm5.20; 15.15; I Co 15.10; Gl 1.15; Cl 3.16; II Tm2.1.

Verificamos três aspectos da revelação de Deus nessa Dispensação: 49


1. Os Evangelhos, um tratado da revelação de Jesus Cristo, um Deus introduzido no
meio dos homens: “Emanuel, Deus Conosco”.
2. Revelação através do Espírito Santo: o Guia; o Orientador; o Consolador; o
Intercessor; o Fortificador; o Ornamentador da Igreja. “Todos que são guiados pelo
Espírito de Deus são filhos de Deus”.
3. Revelação pela Palavra Escrita - A Bíblia Sagrada. Nela está a revelação perfeita da
vontade de Deus.

Esta mesma Graça atua na formação da Igreja desde a fundação do mundo e já existia na
mente de Deus:

1. Eleita por Deus desde a fundação do Mundo, Ef 1.4,5;


2. No AT, os Profetas falaram dela;
3. Personagens que simbolizaram a vida e a ação da Igreja (Enoque, Rebeca,
Azenate, etc.);
4. Organização espiritual da Igreja, Mt 16.16;
5. Data de inauguração: Dia de Pentecostes, At 2;
A Igreja, uma representação do Corpo de Cristo aqui na Terra. Suas funções, seu trabalho
e suas obrigações'.
1. Em relação a ela mesma “Comunhão”, At 2.42;
2. Em relação ao mundo “Evangelização”, Mc 16.15;
3. Em relação a Deus “Adoração”.
Toda e qualquer tarefa da Igreja depende exclusivamente da Graça. Ela é quem nos
encoraja no sentido de cumprirmos nossa tarefa como Igreja que também é um Luzeiro
no Mundo e Sal da Terra.
Tenho me preocupado muito com a expressão: “Se o sal se tomar insípido para
mais nada presta, a não ser para ser pisado pelos homens”.
Que Deus proteja a Igreja!
Seu compromisso para o futuro é o desfecho final do cumprimento das profecias, do fim
dos tempos e a Dispensação da Igreja.

Verifique alguns acontecimentos que surgirão :


1. Ressurreição dos crentes;
2. Transformação dos crentes vivos na vinda do Senhor;
3. Arrebatamento;
4. Tribunal de Cristo (compensação);
5. Casamento da Igreja (bodas do Cordeiro);
6. Glorificação da Igreja;
7. E nos fez Reis e Sacerdotes para Deus seu Pai.

7. A DISPENSAÇÃO DO MILÊNIO

ALIANÇA MILÊNICA

O plano redentor de Deus para com o homem termina com o cumprimento dos mil
anos de paz sobre a Terra, que serão seguidos do Juízo Final e a volta à eternidade. Jesus
Cristo descerá pessoalmente a terra e será REI. Ele denominou esta Dispensação de
“Regeneração”, Mt 19.28; é também chamada de “Tempo de_ Restauração”, At 3.20,21. 50
A juntura destes “Séculos”, presente e vindouro, forma um nítido exemplo de
sobreposição das Dispensações, isto é, às vezes, a um tempo transitório entre um tempo e
outro.
Sua duração, o próprio título indica, terá mil anos', seu início se dará com a
manifestação (Parousia) de Cristo na segunda etapa de sua segunda vinda a terra, Ap
19.11-21, e findará com a instalação do grande Trono Branco, Ap 20.11-15.
O próprio Cristo voltará literalmente a terra, onde Ele esteve durante 33 anos e
pessoalmente reinará sobre a mesma por um espaço de 1.000
anos, e terá ao seu lado a SUA IGREJA. Ela voltará dos céus para onde foi levada no
Arrebatamento.
O Plano de Deus para com o mundo é fazer “Convergir” nele (em Cristo), na
Dispensação e na plenitude dos tempos, Ef 1.10.
Havendo efetuado a redenção dos homens pelo seu sangue derramado na cruz, e
Deus no século vindouro mostrará a suprema riqueza de sua graça.

A dupla revelação do Milênio será feita:


l. Pela presença pessoal de Jesus Cristo, que se sentará no trono de Davi,
Lc 1.32,33;
2. O Sermão do Monte, pregado por Jesus no início de seu ministério terreno, Mt 5.6,7,
é uma legislação que se tomará plena como plataforma do reino milenial. Ela será a
Pedra Angular das atividades do Rei durante o Milênio. O Governo será um regime
teocrático, isto é. Governo Pessoal de Deus, Is 52.7; Lc l .33; Dn 7.13.

A SEDE DO GOVERNO
A capital do mundo não será Washington, Londres, Tóquio e nem Paris, mas, sim,
Jerusalém, a desprezada cidade tantas vezes pisada pelos exércitos invasores. Ela será
totalmente restaurada, vindo a realizar-se a visão do salmista que disse:
“Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado, na cidade do nosso Deus”. Seu
santo monte, belo e sobranceiro, é a alegria de toda a terra; o monte de Sião, para
os lados do Norte, a cidade do grande Rei. Nos
palácios dela. Deus se faz conhecer como alto refúgio. SI 48.1-3; Is 2.2-4.

A BÍBLIA NO SEU TRANSCURSO MILENIAL


1. Será um reino literal e universal, Dn 2.34,35;
2. Jerusalém será a capital do reino, Jr 3.27; Is 24.23; Ez 48;
3. Os animais serão dóceis. Is 11.6-9; 65.25; Os 2.18;
4. Época de justiça e paz. Is 9.6,7; 11.4; Zc 9.10; SI 96.13;
5. A terra ficará mais fértil, Is 35. l; Am 9.3,6;
6. O prolongamento da vida humana. Is 65.20,22; Zc 8.4,5;
7. Satanás será amarrado, Ap 20.20,22,23.

Haverá duas classes de pessoas:


1. Glorificados e
2. Não-glorifícados.
Os glorificados são os crentes do AT e NT e os do período da Grande Tribulação e as
não-glorificados são os judeus sobreviventes da Grande Tribulação, gentios remanescentes das 51
nações e os nascidos no Milênio.
A cena final e a justificação do grande Trono Branco, quando comparecerão diante do
Cordeiro e Rei todos os mortos de todas as épocas, ainda não ressuscitados. Esta é a Segunda
Ressurreição.

O julgamento iniciará por ocasião da abertura dos livros de Deus, Ap 20.12:


1. Cada pessoa serei julgada,
2. Os inimigos do Rei serão punidos,
3. Os inimigos espirituais do Rei serão julgados: Satanás; o Anticristo; o Falso Profeta; os
demônios; o Inferno e a morte.
Cristo colocará sob seus pés todos os seus inimigos, I Co 15.24,25. A Ele, toda honra, glória e
louvor para sempre. Amém!

BIBLIOGRAFIA
OLSON, Nelson Lourenço. Plano Divino Através dos Séculos.

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