Você está na página 1de 133

AliADHPAR - Associação Educacional das

Assembleias de Deus no Estado do Paraná

IR A D Í-P - In s iiiu io R ih lic o J jn Assem bléias de Deu^


nu Lslado Jii P arani
A v. H rjv il. S/N* - F lc tio s u l - C x. PoMdl 24X
X59XÜ-ÜCK) - G uaíra - PR
Fonc/Fax. <44j 3042-25X1 / 3642-6961 / 364 2-54 11
E -m ail: ibadcpí* ihadcp com
S iic w w w .ihadcp.com
y

I n d ic e

Lição 1: A T e o c r a c ia - J o s u é ................................................ 15

Lição 2: A T e o c r a c ia - Juízes e R u t e ................................ 41

Lição 3: A M o n a r q u ia - 1 e 2 S a m u e l ............................... 65

Lição 4: A M o n a r q u i a - 1 e 2Reis e 1 e2 C rô n ic as ....91

Lição 5: O C at iv ei r o - Esdras, Ne emias e E s t e r ......... 117

Refer ênc ia s B ib lio gr á fic a s 143


Lição 1
A Teocracia - Josué

A N o tá v e l C o n q u is ta
A u to r: Incerto.
D a ta : 1400-1375 a.C.
Josué T em a: A Posse da Her anç a.
P alavras-C h ave: O b e di ên c ia , Con cer to,
Coragem.
Versículo-Chave: Js 1.9

O livro tem o nom e de seu principal


p e r s o n a g e m Josué, o suce sso r de Moisés.
É um ve rda dei ro c o m p ê n d i o de batalhas. A
sua im p o r tâ n c ia reside no fato das bat al has não terem
sido v e nci da s por força ou e st r a té g ia militar, mas sim
pela i n te rv e n ç ã o do poder de Deus.

O Autor

O autor do livro é d e s c onhe ci do. Várias


de sc ri ç õ e s que nele ap ar ec em s u g e r e m que tenh a sido
escrito por uma te st em un ha ocu lar dos aco nte c im e nto s.
M ui to s a c r e d it a m que o próprio J osu é o ten ha escrito,
se não o livro todo, pelo menos parte dele (Js 24.26).
O nome J osu é si gnifica “salvação de J e o v á " .
Filho de N um , da tribo de Efraim, Jo su é nasceu no
E git o (Nm 13.8,16) e a p rim eir a me nçã o do seu nome
se e n c o n tr a no livro de Êxodo (Êx 17).
15
A n te ri o rm e n te ele se ch am a va Oséias,
p a ss a ndo a ser c h a m a d o Josué por d e te r m in a çã o de
Moisés. Durante sua vida revelou traços m a rcant es de
uma pe rs on al id a de altruísta e um co ração fiel. Ele
morr eu com 110 anos.

Data

O livro de Josué relata fatos que s uced eram


após a morte de Moisé s, no período de 1451 a 1427
a.C. Não se sabe ao certo qua ndo o livro foi escrito.
A refe rê nci a aos je b u se u s , em Jo sué 15.63,
sugere que o te mp o do seu ap arec im e nto tenha sido
antes do reinado de Davi.

Josué - Novo Líder

♦ A necessidade de substituição (Js 1.1,2).


No texto bíblico acima, a palav ra “ s e r v o ” é
usad a duas vezes em relação a M oisés e “ s e r v i d o r ” é
utiliz ad o uma vez, dirigida a Josué. Esta é a
car ac te rís tic a bási ca daquele a que m o Se nh or
co missiona.
Nos relatos sobre Josué, en co ntr ad os no
Penta te uco , vemo-lo sempre ex ibindo um espírito
serviçal. C er ta m en te ele de se nv ol ve u tal espírito
devido à sua pro x im id ad e com Moisés, “servo do
Senhor”.
Leia os textos indicados e aliste o m áx im o
possível de inf or ma ç õe s que som am o perfil do servo-
líder Josué (Êx 17.8-16; 33.11; Nm 13 e 14; 27.12-23).
D e sta ca- se o espírito de fidelidade. Josué
obteve grande sucesso no ministério. A razão é
bast an te clara: Ele e nte ndeu que só alca nç a sucesso
àquele que é fiel em tudo.
16
D ua s outras ex pli c aç ões im por ta nte s quanto
aos ve rs íc ul os 1 e 2.
Pr im ei ro , notemos que é o Senho r que chama
a Jo sué e o c ol oc a diante da missão. Ele reve lo u sua
vontade d i r e ta m e n te ao seu eleito. Segundo, le mb remo -
nos de que J osu é j á havia sido separa do pelo Senhor
a n te r io rm e nt e , através da int e rc es s ão de M oi sé s (Nm
27.12-23).
Po rt an to , esta pa lav ra agora d ir ig id a a ele
tem a in te nç ão m a io r de livrá-lo de q u a lq uer dúvida e
e nco r aj á -l o no de se m p e n h o da função. Moisé s, o líder
anter ior c om q u e m o Senhor fala va face a face, está
morto. A g o ra o Sen hor mesm o co m is si o n a al guém que
satisfez às e x ig ên c ia s da li deran ça divina, e co m quem
tem o p ra z e r de tam bé m falar face a face.

♦ A obra desafiadora (Js 1.3-9).


Josué , ao longo do tempo de preparo,
a p re n d e ra que lide rar não é só privilégio. É priv ilégio
também, en tre ta nt o, é uma gra nde r e s po nsa bi lid a de .
A obr a que lhe e sta va sendo co n fi a d a era
d esa fia do ra. Os versí cul os 3 e 4 c o lo c a m -n o diante da
dim e n s ão o bj e tiv a do desafio. A terra a ser
c onq ui st ad a , os inimi gos ha bi lid os os na arte de guerra,
reli g io s id a d e de sp r o v id a de mo ralid ad e, tudo somava
para dar o ta m a nh o exato do desafio.
Não obstante, Josué sabia que o desafio
ma ior era de cu nho subjetivo. Ele sabia das resist ên ci as
do pov o qu a nt o à ob ed iên ci a irr estrita ao Senhor. Sabia
que h a ve r ia re si stê nc ias à sua liderança.
T in ha ta m b é m c o n sc iê n ci a para o desânimo.
P r ec is av a s up erar tudo isso e a base para a super ação
surgiu na c él e br e pa lav ra do Se nhor a ele: “Como fu i
com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei, nem
te desampa ra rei ” (v. 5b).

17
Um pouco antes o Se nhor lhe dissera que
ainda que hou vesse tentativas, n in gué m lhe resistiria
visto que Ele m e s m o se e m p e n h a ri a em todo o
processo.
Josué pre c is a va esta r pre pa rado para toda e
qu a lq u e r situação de co rr ent e da obra desafia dora à sua
frente. Foi e x a ta m e nt e sobre isto que o Senhor o
orientou.

♦ A chamada ao Povo (Js 1.10-15).


E int e re ssa nt e vermos a pos tura do novo
líder empossado. Ele estava ha bi lit a do para c onduzi r o
povo. Estav a ciente de que c o m a n d a r não é o mesmo
que ter domínio, mas é servir de modelo ( I P e 5.1-4
veja a exortaçã o aos pres bíter os. D e sta ca- se o vers ícu lo
3 que diz: “nem como dominadores dos que vos fo ra m
confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho'’’).
Deus iria c o m a n d a r através dele; para isso
ele dev eria se a fi rm ar e o povo deveria rec onhec ê- lo
co mo alguém através do qual Deus mesmo c onduzi ri a
os rumos da nação.
Assim, Josué dá ordens aos oficiais. Ele faz
uma c ham ad a ao povo. P r ec is av a c ol ocar a casa em
ordem. Não era possível d e s e n c a d e a r o processo de
c o nq uis ta sem que as coisas e st iv ess em nos seus
lugares.
O povo p re c is a v a saber quem estava no
co m an d o e isso aco nteceu. Dia nte deles estava um
h om e m otimista. Len do Jo sué 3.15: quando os que
levavam a arca chegaram ao Jordão, e os seus pés se
mergulharam na beira das águas, (porque o Jordão
transborda sobre todas as suas ribanceiras, durante
todos os dias da sega)", ace ita mo s na tur al me nte que a
trave ssia do J or dã o seria difi cul tos a por ser é poca de
cheia.

18
Qu an to à co nq uist a da terra, s abe mo s
lambém que não seria algo fácil. A i n e x p e r iê n c ia
daqueles p e re gr in os ante as hab ilidad es gue rr e ir a s dos
cananeus to rn a va a si tuação no mín im o a m ed r o n ta d o r a.
Entretanto, q u e m está à frente é alg uém que c o n fi a nas
habilidades e c a p a c it aç ã o divina. O líder otimista
afirma que o J o rd ã o será tra ns pos to e que a terra será
conquistada. Ele infund e ânimo no povo. R ea fi r m a o
que M oisés falara às três tribos que se a s s e nta r ia m
aquém do J ord ã o (Js 12-15), chamando-as à
re s po nsa bil ida de qu a nt o à ajuda na c on qui st a das terras
do outro lado do Jordão.
Im a gi ne Josué, dota do agora de mui bom
ânimo, in fu n d i n d o c ora ge m no povo para o
e m p re en d im en to da conquista.

♦ A participação necessária (Js 1.16-18).


O h o m e m - b ê n ç ã o pre ci sav a de uma res pos ta
do povo. N a q u e la hora o povo e nte ndeu
inte lig e nt e m en te que a sua pos tur a d e ver ia ser de
obediência. Ele est av a ali para obedecer. Deus era o
único Se nho r de Israel.
J osu é não fora ch am a do para ser liderado
pelo povo, mas pa ra liderá-lo. Ele e nte ndeu bem o seu
papel e ass um iu a fun çã o com de te rm ina ção . O povo
prec isa va de um líder capaz, pois sem ele s er iam como
ovelhas sem pastor. Com isto, fecha-se o ciclo:

Deus governa, o líder dirige sob o comando do Senhor. |

Não tinha com o dar errado. Só q u a ndo os


papéis se in ve rt e m em q u a lq uer um dos casos é que
tudo dá errado. A res pos ta do povo é definida: “Tudo
quanto nos ordenaste faremos, e aonde quer que nos
enviar, iremos".

19
Nest a r e s pos ta o povo ent end e o
c o m is s io n a m e n to divin o de J osu é e se submete à sua
lid eran ça. Em total atitude de subm iss ão os
re pr e se nt a nte s do povo rog am que o Senhor esteja
s em pr e com o seu eleito e a p ro ve ita a o p o rt unid ad e
para re fo rç a r os anseios de esforço e ânimo do seu líder
(v. 18b).

♦ Precaução do líder e o cuidado divino (Js 2.1-24).


No capít ulo 2 há uma c onfir m a ç ão das
p ro m e s sa s do Senhor ao seu servo-líder.
Primeiro vê a pre c a u ç ã o de Josué. Ele
c o n fi a v a no Senhor, e nessa c o n fi a n ç a ele tomou as
m e di da s necessárias que lhe c a b ia m para a ba ta lh a
c ont ra Jericó.
Ele não entre gou tudo nas mãos do Se nhor e
ficou de braços cruzados para ver o que iria acontecer.
Ao contrá rio , enviou espias à quela ci dad e numa missã o
de re c o n h e c im e n to (Js 2.1).
Josué estava c ons ci en te de que o Se nhor lhe
da ria a cidade de Jericó; mas sabia ta mbé m que nesse
pr o c e ss o ele e o povo de v e r ia m estar pre pa rados , pois
era através deles que o Se nho r e fetua ri a a obra de
c o n q u is t a da cidade, assim, tomou as pre c au ç ões
neces sár ias.
Importante ta mbé m é nota rm os que o Senhor
c u m p re a prom es sa de que iria à frente abrind o as
portas da conquista. Foi e xa ta m e n te isto que os espias
v ir a m e rela tar am p o s te r io rm e n te a Josué. Eles
o b s e r v a ra m uma cidade toma da de gra nde pav or diante
das notícias dos grandes feitos do Senhor sobre os
eg ípc io s e outros povos (Js 2.9-11). Deus j á houve ra
ido à frente e preparado o c am i n h o da vitória.

20
As Conquistas do Povo de Deus

♦ Necessidade de santificação (Js 3.1-5).


O povo, ao co m an do de Josué, le van ta
aca mp am ent o, pa rte de Sitim indo até o Jor dã o, onde
repousa antes da trave ssia m ir ac ul os a que se da ri a (Js
3.1). Passa dos três dias, ecoam no arraial uma pa la vr a
de orientação:
“Quando o povo visse a arca do Senhor
sendo conduzida pelos sacerdotes, todos deveriam se
levantar e seguir a comitiva a uma distância de cerca
de mil metros (dois mil c ô v a d o s ) ” .
Isto fa ci lit aria ao povo vê-la e ser gu ia d o por
ela, não indo por c am in ho errado. A arca era um
símbolo visível do Sen hor invisível. O sím bolo semp re
deve ex pre ss ar o mais pró xi m o pos sív el a re a li d a d e que
representa. Sendo assim, a arca era um sím bolo santo.
Veja bem: um móvel santo, c o lo c a d o no
santo dos santos para que Deus se a s s e n ta s s e e
reinasse. Por tanto, visto que a arca, sendo c o n d u z i d a à
frente do povo, a n u n ci a v a os feitos m a ra v il h o s o s do
Senhor, cabia ao povo uma atitude de s an ti fi c aç ão
(neste caso seria uma dis po siç ão esp iritual de fé e
confia nça irr estrita em Deus), para p o d e r a p ro v e it a r ao
máximo a vitória a nunc ia da pelo Senhor. Esta foi a
ordem dada por J osu é a eles, re gis tra da em 3.5.

♦ A nova divisão das águas (Js 3.9-17; 4.1-24).


O Se n h o r re n o v a a palav ra a J osu é (Js 3.6-8),
pro m e te nd o- lh e que o e ngr a n d e c e r ia ante os olhos de
todo o povo. V e m os nos ve rsículos de 9 a 17 que o
servo ta m b é m se pr e o c u p a sempre em honra r o seu
Senhor.
Um m ila gre estava preste a aconte cer , e se
daria por in te rm é d io de Josué. Este não c ham a pa ra si
21
os méritos. Sua glória, na verdade, j á e st a va a ss e gura da
com o Senhor. Por ser assim, ele fala co mo porta -vo z
de Deus.
Na an un ci a ç ão do milag re há uma ve rd ad eir a
c o n c e it u a ç ã o teológica. O Senhor é c h a m a d o de “Deus
vivo ” (3.10) e de “S e n h o r de toda a ter ra ” (3.11,13).
A primeira ex pre ssã o era base para muitas
d e c la ra ç õ e s de fé ( I S m 17.36; l R s 17.1; 2Rs 19.16; Dn
6.20). S o m e nt e o “ Deus v iv o” po de ria ex ec ut a r coisas
tão g ra nd e s como a recente história que aquele povo
te st em un ha ra .
A segunda aponta para aq uel e que tem o
c o n tr o le da nat ure za e que é s oberano quan to à doaçã o
da terra ao povo em cu m p ri m e n to às pro me ssa s aos
ant igo s pais. Isto soa como um e le m en to de cert eza
para o povo no r e la ci on a m e nto co m Deus.
Ali est av am o Deus vivo o líder vivif ica do e
o povo avivado. Q ua ndo isto a co nt e c e só pode hav er
milag res. Q ua ndo os sace rdote s c om a arca da aliança
to c a r a m as águas do rio Jordão, este se dividiu em duas
partes. Os sacerdotes for am até ao meio do rio e
a g u a r d a r a m o povo co m os “pés e n x u t o s ” pa ss a r (Js
3.14- 17) . Só depois disso é que os s ace rdo te s vieram
para as ma rge ns por ord e m divi na e o rio voltou então à
n o rm a li d a d e (Js 4.15-18).
Antes tinha sido dad a uma ord em para que
um re pre se n ta n te de cada tribo p eg ass e uma ped ra no
meio do rio e as levasse para o local onde o povo
r e p o u s a ri a naq uel e dia (4.3). C om elas seria erguido
um m e m or ia l que marcaria para gera çõe s futuras aquele
feito so bre na tu ral (4.5-7). Seria um “ m e m o r i a l ” de
r e c o n h e c im e n to , de temor e de lo uvor (Js 4.7,23,24).
Deus seria lembrado, rec o n h ec id o e e n g ra n d e c id o de
g e ra çã o em geração.

22
♦ A vitória em Jerico (Js 6.1-5,16-21).
O Se n h o r de toda a terra tem o domí nio
sobre as forças da natureza, o episódio da luta e vitória
sobre Jerico en si na isto.
Po s s iv e lm e n te a origem do nome da c ida de
de Jerico esteja a ss oc ia da a uma div in dad e pag ã
represen ta da pela lua.
N a qu el a ci dade morava uma pros tit uta de
nome Raabe. Em sua casa se h o s ped a ra m os dois espias
que foram à c ida de em missão de re c o n h ec im e n to .
Pos siv elmente te nh am se ho s pe da do lá por ser um lugar
onde não d e s p e rt a ri a m muitas atenções.
Através de Raabe eles têm a cert eza de que a
cidade e sta va a te r ro ri z a da diante da pre s e n ç a do
exército hum a no do Senhor. Tendo de algu m mo do sido
informado ao rei da pr e s en ç a deles e que eles e st aria m
na casa de Raabe, o rei enviou um grupo de home ns
para prendê-los. Raabe os escondeu, deu uma de sc ul pa
en gan ad or a aos en vi ad os do rei e depois, em seg ura nç a
os despediu. Antes, fez co m eles um pacto de pro te ç ão
de sua vida, dos seus fam ili ares e d e m onst ro u ta mbé m
a sua adesão à fé no Deus de Israel.
Raabe tinha dia nte de si pelo menos duas
possibilidades: Poderia se ju n ta r ao povo da cidade e
tentar f a z e r guerra aos hebreus , ou então, aderir ao
Deus dos hebreus e sair da morte para a vida. Ela foi
sábia ao optar pela vida e não pela morte, e com isso o
Senhor lhe fez um me moria l pe rp é tu o de
recon hec ime nto , o que tem levado a muitos à de cis ão
por Cristo.
Isto nos mostra também que se os habita nte s
de Jerico se a r r e p e n d e s s e m e ad er is s e m à fé no Senhor,
por certo a ci dade seria poupada.
Qu an to ao relato da qued a de Jerico, a
est ratégia usad a pelo povo hebreu e o ri e nta da pelo
23
S e n h o r está desc rita no texto bá sic o para este
parágrafo.
Os gue rre iro s hebreus de ver ia m c onto rn a r a
c ida de uma vez por dia durante seis dias. Ao sétimo
dia, eles ro de aria m a ci dade sete vezes, os sacerdotes
le v a r ia m a arca e algu ma s trombetas. Ao sonido das
tro m be ta s, o povo de ver ia gritar (br ados de guerra), os
muros da ci dad e viriam abaixo e Deus a en tre gar ia nas
mã os do seu povo.
A que da do muro foi um ato mi la gro so do
Se nhor. Isso mostrou para Israel que o Se nhor dos
e xé rc ito s e st a va adiante dele, gue rr e an do a seu favor.

Questionário

■ Ass ina le com “X ” as a lte rnati vas corretas

1. E c oe r en te afirm ar que
a ) D J osu é (o livro) tem o nome de seu principa
pe rs o n a g e m , Josué, o s uce s so r de Samuel
b ) I I A im po rt ân c ia do livro reside no fato das
ba ta lh as terem sido venci da s som ent e por força e
e st r a té g ia militar
c ) | I O nome Josué significa “ salvação de Je ová ”
d) I_j J osu é se c h am a v a Oséias, passou a ser
c h a m a d o Josué por d e te r m in a çã o de Calebe

2. A obra de Josué era desa fia dora. Dentre os seus


de sa fio s abaixo, aponte para o incorreto
a ) !_| C o n q u is t a r a terra da pro m e s sa
b ) I_I P a s sa r pelos inimigos ha bi lid oso s na arte de
gu e rra
c ) I J D e v o lv e r a moral na relig io si da de
d ) [ I R e c o n s tr u ir o templo

24
3. É incorreto di z er que
a ) I_1R aab e m o ra v a em Jerico
b) l_J Raabe era a filha do go ve rn a nt e em Jerico
j
c ) |_ R aab e ho s pe dou os dois espias
d ) |_I Raabe de m o n st ro u sua adesão à fé no Deus de
Israel

• M arque “ C ” para Certo e “E ” para Errado

4. O Nos relatos sobre Josué, e nc on tr ad os no


Penta te uco , ve mo -lo sem pr e exib ind o um espírito
serviçal
5. I_] P os s iv el m en te a ori ge m do nome da c ida de de
Jerico esteja a ss oc ia da a uma div in dad e pagã
re pr e se nt a do por Júpi te r
Derrotados por Causa do Pecado
(Js 7 e 9)

♦ O Pecado de Acã (Js 7.1-12).


Q ua ndo da ba ta lh a co ntra Jericó, o Senhor
or de na ra que nada da que la c ida de d e ves s e ser tomado
para uso pessoal. Tu do seria dest ru ído , ex ceto a prata,
o ouro e os vasos de bro nz e e ferro que seriam
c o n sa g ra d o s fa zen do parte do tesou ro do Senhor. Se
al gué m fizesse algo c ontrá rio a isso haveria
p e r tu rb a ç ã o no arraial de Israel (Js 6.18,19).
Em d e s o b e d iê n c ia a essa ord e m do Senhor,
Ac ã tomou para si uma capa b a b il ó n ic a bem como uma
ba rra de ouro e certa q ua ntid a de de prata, tudo achado
em Jericó.
“A nátem a” ( maldito) - tr an sl ite ração de
uma pa lav ra grega que sign ifi ca “ m a ld it o ” ou
“ s e p a r a d o ” . Seria o m esm o que algo de dic ad o ao
Se n h o r para a destr uiçã o. Na tra du ç ão grega do Antigo
T e s ta m e n to (S ept ua gin ta , LXX), esse voc áb ulo aparece
re la ci o n a d o a imagens, altares e objetos sagr ados dos
c an a ne us (Dt 7.23-26). As im ag en s de ouro e prata de
seus deu ses eram “ m a l d i t a s ” (Dt 7.26); não de via m ser
g u a rd a d as pelos israelitas, mas sim de str uíd as no fogo.
Se agiss e com avarez a e to m a s se para si aquilo que era
“ c o n d e n a d o ” , isso traria ma ld iç ão sobre a pessoa, bem
co mo para toda a c o n g re g aç ão de Israel, como no caso
de Acã (Js 7 .1,1 1,1 2,2 0-2 6) . (RONALD F.
Y O U N G B L O O D ; Dicionário Ilustrado da Bíblia. I a
Ed. São Paulo - SP: Edições V id a Nova, 2004; pág 63).
U ma vez que as gue rras no pa ssado eram
c on si d e ra d a s santas, tudo o que fosse e s p ó l i o 1 seria

1 Bens que alguém, morrendo, deixou. Despojos, restos.


26
c on sag rado ao deus ven ced or. Só por ord e m dele
alguém pode ria usar em be n ef íc io próprio algo que
fosse anátema.
Q u a lq u er pe sso a que d e l ib e ra d a m e n te
lançasse mão do a ná te m a to rn a r- se -ia parte do mesmo,
atraindo sobre si a pena de destr uiçã o. Em J osu é 6.18 e
19, vimos que o Se nho r sep arou dentre as an áte ma s
coisas de valor que ser iam “ c o n s a g r a d a s ” a Ele.
Portanto, o pecado c om et id o por Acã foi duplo:
■S Ele tomou algo que de ve r ia ser que im ad o, neste
caso uma capa ba b il ó n ic a que muito lhe despe rto u
a atenção. Era uma túnic a longa tecida com fios de
prata e ouro.
S Ele tomou do ouro e da prata, metais estes que
dev eriam ser to ta lm e nte co nsa gra dos ao Senhor.
Seu pecado foi um fl ag rant e ato de sac rifício e por
isso deveria ha ver punição.
Antes de pass ar ao item seg uinte do nosso
estudo, faça uma c o m p a r a ç ã o desse ep isó di o com
aquele de A na nia s e Safira en co n tr ad o em Atos 5.1-11.

♦ A exigência da vitória sobre o pecado (Js 7.13).


Com o vimos, de vid o o peca do de Acã, os
hebreus não saír am v ito ri os os no prim eir o em bat e
co ntra a cidade de Ai. Josué, muito deso lad o, c onsul ta
ao Senhor sobre aq uela si tuação (Js 7.7-9). Este lhe
responde, de cl a ra nd o que fora um ato de vio la ção da
aliança divina que oc a s io n a ra todo aq uele dano (Js
7.10-12).
Ato c on tín uo vem a ordem do Se nh or que é
uma ex igê nc ia su bj et iv a de tom a da de posiçã o para que
acont eç a a vitória c ontr a os inimigos ao redor.
Nesta e x ig ê n c ia e nt en de m os que os inimigos
externos são ve nc id os s om ent e qua ndo o inimigo
27
interno o é pri m ei ra m e nte . Ou seja, a p ri m ei r a grande
vitória que al gué m pode ter é c ont ra o pecado, seu
maior inimigo.
Acã fazia parte do exér cito do Senhor apenas
fisic am ent e, visto que sua alma e st a va longe de ser
ob ed ien te , o que o d e s qu a lif ic a va para fazer parte do
e xé rcito do Deus vivo. A d e s o b e diê n c ia de Acã coloco u
todo o p o v o sob o j u í z o divino.
Cabe aqui uma pa lav ra de ex plicação.
N a que la é po ca a credi ta va -s e num tipo de relação que
d e n o m in a m o s de “rela ção c o r p o r a t i v a ” . Para me lho r se
e n te n d e r isto, pense no corpo humano.
Se algu ma parte do corpo for atingida, todo o
corpo senti rá dor e não somen te a parte atingida.
Assim, acr ed ita va -s e que a família
p r i m e ir a m e n te e todo o povo era m re s pon sá vei s pelo
ato c o m e t id o por um de seus m em br os. Na é poca dos
prof etas J er em ia s e Eze qui el re s p e c ti v a m e n t e é que
c o m e ç o u a se d e se nv olv e r a idéia da resp o n sa b il id a d e
in div idu al (ver Ez 18).
C ons id e ra re m os , tão s ome nte , que o Antigo
T e s ta m e n to trata de uma rev e la ç ã o p ro gr es si va de Deus
em um a m bi e nte tot almente dif e re nt e do nosso de hoje.
A te n te m o s ta m b é m para o fato de que Deus estava num
pr oc ess o de pre pa raç ã o de um povo a co s tu m a do e
c er ca d o por toda a sorte de idolatria.
Na ordem do Senhor, através de Josué,
e xig e-se um ato de s an ti fic ação de todo o povo para
que o a n á te m a fosse tirado do seu meio e o ju íz o
dev ido à vio la ç ão fosse a fasta do e, co m isso o povo
voltas se a ser vencedor. O povo e sta va c onta m in ad o
dev ido à de so be di ê nc ia . Por isso dev eria se san tificar
de mod o c e r im on ia l e assim o Se nhor afastaria de sobre
ele o ju íz o.

28
♦ As conseqüências do pecado (Js 7.14-26).
C on fo rm e lemos nos textos acima, Josué
bus ca ao Sen hor numa ous ada oração sem ter ciênc ia
ain da do pe cad o c om et ido por Acã. O S e n h o r lhe
res pon de di zen do que o povo estava sob j u í z o , pois
al guém la nçara mão do anátema.
Antes m esm o de o Senho r re ve lar quem
houve ra d e s e nc ad e ad o todo aquele mal, j á havia
algumas c o n se qü ê nci a s do pecado. ( Pr imeiro) foi o
desagrado g eral do Sen hor. / E m segundo l u g a r / o povo
foi derrotado na batalha contra. Ai e também se tornou
alvo do severo juí zo do Senhor. Em sua o ra ç ão Jo sué
fala da ve rgo nha p ú bl ic a do povo, e, de Deus.
No caso de Acã vemos que ele de cl a ro u o
seu erro, mas não ro gou por perdão. No texto básico
acim a vemos que o tr a n s g re ss o r deveria ser de sc o b e rt o
e punido para que o mal fosse retirado do me io do
povo. Usando um meio c o n ve nc io na l da é po ca para se
saber a von tade do Se nho r (v. 14: “ ... e será que a tribo
que o Senhor designar por sorte...'" - Bíblia A notada ).
Acã é d e s c o b e rt o e taxado como c u lp a d o (Js
7.10-18). Usan do uma ex pr e ssã o solene, onde se evoca
o nome e a glória do Se nh or (v. 19), Jo sué faz c om que
Acã declare o erro com et ido , as provas são traz ida s e
estão diante do povo que nada mais tem a fa z er a não
ser a dest ru içã o do impen itente.
Ao a p e d r e ja r Acã e tudo quan to tinha, o
povo estava agindo sob ordens divinas e ao mesm o
tempo, estava de se jo s o de retira r o mal do seu meio
voltando à plena c o m u n h ã o com o Senhor.
Sob o corpo dele foi le vantado um memo ria l,
dessa vez não de lo uv or com o na tr av ess ia do Jordão,
mas para ve rg on ha pe rp é tu a e para trazer à m e m ó ri a do
povo as c o n se qüê nc ia s do pecado. Leia em l C r ô n i c a s
2.7 que Acã (lá c h a m a d o de Acar) ficou na m e m ó ri a do

29
povo co mo o p e r tu r b a d o r de Israel. O local onde ele foi
e xe c ut a do c h a m o u - s e Acor que é tr a duz id o com o “ vale
da p e r t u r b a ç ã o ” .

♦ Episódio dos gibeonitas (Js 9.1-27).


Esse outro episódio m os tra a fragil id ade
h um a na dia nte de situações que e n v o lv e m tomad as de
deci sã o sem que se consulte a vontade de Deus.
O cenár io era de uma b a ta l h a muito grande
que e sta va prestes a a con te cer entre uma co nfe der a ç ão
de c i d a d e s -e s ta d o dos canane us e outros povos da
Pal est ina c ont ra Israel (Js 9.1,2).
A gu e rra por acontecer, o que Deus fizera
através de Israel a outros povos (vv 9,10), a ordem de
d e st r uiç ã o dos morad ores da terra (v. 24) e a
p ro x im id a d e dos aco nte c im e nt os de J erico e Ai fize ram
com que os gib eo ni ta s tra m a ss e m um plano para salvar
suas vidas. T a nto em palavras quan to em atitudes
c o n s e g u ir a m e ng a n a r a Josué e ao c o nse lh o de Israel.
A idéia principal era a de p re s e rv a r as suas
vidas. Isso eles de ixa m bem claro na pe tiç ão que
fi ze ram “ ... somos vindos de uma terra longínqua;
fazei, pois, agora pacto conosco'1'’ (v. 6). Dizem ter
vindo de uma terra muito distante. Seu dis cu r so dá a
e n te n d e r que não tinham ciênc ia do ac o n te c im e n to a
Jerico e Ai.
Nos ve rsículos 9 e 10 fala m dos fatos mais
antigos, se fa la sse m dos im ed ia tos po d e ri a m ser
de sc obe rto s . C om o poderia aqueles pe re gri nos de um
lugar tão d is ta nte saber de notícias tão r e c en te s ? Veja
bem que eles c o m b in a ra m os mí nim os detalhes.
Os versí cul os 14 e 15 fala m que Josué fez
pacto c om eles e os príncipes da c o n g re g a ç ã o o
c o nf irm a ra m . A gin do assim houve mais um ato
flag rante de de so b e d iê n c ia a uma o rd e m divina. Textos
com o o de Ê xo do 23.32 e 33 re gis tra m ordens taxativas
30
do Se nh or co ntra q u a lq u e r tipo de aliança c o m os
moradores de Canaã. Se j u n t a a isso o fato deles não
ter c on su lt ad o a Deus e to m a do à decisão por vonta de
própria.
Israel não foi e n g a n a d o por causa da a stú ci a
dos gibeonitas; mas o foi p orq ue não pediu a ori e n ta çã o
divina naquele ne gócio (v. 14). Dias depois, ao se dar
conta do engano, de vid o ao pacto an te r io rm e n te
assumido, Josué não pôde ord en ar a morte dos
gibeonitas; tão somen te to rn ou - os vassalos.

A Ocupação da Terra
♦ O desafio da conquista (Js 13.1).
Na parte final do ve rsículo de Jo su é 11.23,
lemos: “ ... e a terra repousou da guerra ” , dá a
entend er que houve um períod o de descan so ou paz.
Isso não significou que tudo estava termina do. Ao
contrário, muita terra havia ain da por possuir.
Após ve nc e r os pri nc ipa is reis de Canaã, em
memoráveis ba talhas onde o Se nhor agiu de mod o
miraculoso e in co n fu n d ív e l e durante o períod o
temporário de de sc a nso ou repouso como o texto
bíblico diz, Josué re ceb e a o rd e m divina de div id ir a
terra.
O ve rsículo 1 de J osu é 13 nos afirma que o
líder da co nq ui st a j á e sta va bem velho. P os s iv el m en te
co nta va naquela altura com a idade entre noven ta e cem
anos. A citação da idade de Josué serve tão s ome nt e
para expl ic ar as razões da ord e m que seria da da no
versículo 7 em c o m p le m e n to ao versí cul o 1, onde
e xpl ic itam ent e o Se n h o r dá a ord em de divisão da terra.
O bse rv e m os ta m b é m que no mesmo versí cu lo em
estudo há um su per la ti vo (m uitíssimo), que indi ca não
somen te uma palav ra rela tiv a a algo que não se de ver ia
esquecer.
31
Mais do que isso c olo ca J osu é frente a frente
com os desa fio s que, mesmo de pois de sua morte,
d e v er ia m ser a ss u m id o s pelo povo. Na verdade, depois
do pe río do de div is ã o e a ss e nt am e nto na terra, o povo
não pod eria c ru z a r os braços. Havia a in da “ m u it ís s im a ”
terra para ser co nqu ist ada .

♦ A partilha da terra (Js 13.7).


A ord em do Senho r é bem definida:
“ Reparte, pois, esta terra por herança às nove tribos, e
à meia tribo de Manassés”.
T e r m i n o u a pereg rin açã o; a gora têm onde se
abrigar. O de se rto torna-se uma le m b ra n ça viva e não
morta. Os filhos de Israel tor na m- se herdeiros da terra
divina, da terra que lhes fora d o a da pelo Senhor.
Portanto, a terra era um pres ente de Deus e por ser
assim de ver ia ser muito be m ad mi ni st rada. Era o
mom en to da partilha.
O versí cul o acima faz m e n çã o de nove tribos
e meia. A razão é que Moisés a ten de ra ao pe did o feito
pelas tribos de Ruben, Gade e meia tribo de Manassés
para se a ss e n ta r e m a leste do J ordã o (Js 13.8).
Portanto, a pa rt il h a agora em que stã o era a das terras a
oeste do Jordão.

♦ Uma tribo especial (Js 13.33).


Par a c o m p re en d e rm o s bem este ve rsículo é
ne ces sár io que prim eir o nos le m bre m os de quem era os
levitas e da raz ão de ser ela uma tribo especial. Como o
próp rio nome o diz: “ os levitas eram descendente de
Levi”. A c r e s c e n ta aqui que tempos mais tarde o termo
“ le vi ta ” não foi usado apenas para os de sc e nden te s de
Levi, mas pa sso u a fun ci ona r co mo um título paralelo
ao de “ s a c e r d o t e ” .

32
Ori gi na lm e nte , c o m o tribo, passou a ter a
predileção divina d e vi da à le al d ad e d e m o n s t r a d a por
ocasião do episó di o do be ze rr o de ouro (ler Êx 32).
Como os s ace rdo te s de ve ri am ser s em pre da
casa de Arão, aos levitas fora re s er v a d o o p riv il ég io de
cuidar de tudo o que e st iv ess e relacio na do com o
tabernáculo, inclus ive p r o te g ê -l o para não ser inva did o.
Seu sustento vinha dos díz imos .
Com o a ss e n ta m e n to dos filhos de Israel na
terra prome tida, os levitas c re sc e r a m em de ver es e
influência. Eles pa ss a ra m a fu n c io n a r como ju íz e s em
alguns casos e cu id ar ia m do livro da Lei, de ntre outras
coisas.
As tribos, uma vez e sp al ha das pela terra, não
poderia m ficar sem a p r e s e n ç a de al gué m que a elas
ministrasse em nome do Senhor. Vemos nisso o
cuidad o divino para c o m os demais povos, po d e ri a
oc as io na r um tipo de co n tá g i o re lig ios o pagão. Daí a
impor tânc ia do trab al ho re lig io s o dos levitas j u n t o às
demais tribos.
Imp or tan te ta m b é m é ressa lta r a e xpre ss ão
textual de que o “ Senhor seria a sua herança''. Pelo
menos a duas c on cl us õe s po d e m o s chegar:
Em pr im eiro lugar, vem os ex pre ssa a idéia
de que o serviço s ac erdot al seria a heran ça dos levitas,
o que em si mesm o j á seria um gra nde privilégio.
E m segundo lugar, o próp rio Deus seria sua
herança, ou seja, de mo do pa rticula r, em su bsti tu içã o
aos pri m og ên ito s de Israel que de ver iam ser ofertados
ao Senhor, os levitas p ri v a ri a m de um con tato pess oa l
com Deus. Este lhes g a ra n ti ri a o sustento e as bênçã os
com as quais o povo co mo um todo seria alcançado.

♦ Uma promessa cum prida (Js 14.6-13).


Este im p r e s s i o n a n te relato traz-nos à mente a
imagem do que sign ifi ca um h om e m nas mãos de Deus.
33
O versí cul o 6 faz me nção a C a d e s - B a r n é ia , que se
tornou c on h e c id a c o m o o local da gra n d e r e be liã o (ler
Nm 13 e 14). Jo su é e Calebe foram os únicos que não
tom aram parte na rebelião. Q ua ndo C a l e b e e os outros
memb ros do c o m a n d o de verifi ca ção e nt ra ra m na terra
de Canaã, ele ficou im pre s si onad o c om o local
c h am a do Hebrom.
H avia muitos gigantes na m o n ta n h a de
He bro m, mas isto não o assustava, por isso, ele pedira
aquela terra co mo heran ça a Mo isés , no que foi
atendido. En tr et an to , o seu sonho teve que ser adiado
devido à p e re g ri n a ç ã o como casti go para o povo.
Agora, 45 anos após a prom es sa ocorre o cu m pr im e nto .
A lg um as lições são im por tan te s neste relato.
C alebe d e m on st ro u ser um h om e m fiel. Ele e Josué
foram os únicos rem a nes c en te s . O p ta ra m por estar ao
lado do Se nh or e não dos rebeldes. C al eb e m os tro u ser
um ho me m de te rm ina do. Note que a palav ra
“p e r s e v e r a n ç a ” ocorre algumas vezes no texto em
estudo, d e m o n s t r a n d o ser um ho m e m d e te r m in a d o e
corajoso. A idade não lhe era n e n h u m proble ma ,
mesm o c o n ta n d o nesta altura da hist óri a co m 85 anos,
afirmou que a sua força era a me sm a de 45 anos atrás.
Os gig an te s c o nti nu a va m em H e bro m , mas
não gerav a me do em Calebe. M es m o aos 85 anos ele
c ont in ua va com muita vontade de e x p u ls a r gigantes.
Idade não é pr o b le m a qua ndo e sta mo s nas mãos do
Senh or Deus.

Comprometidos com o Passado


♦ Tabernáculo erguido (Js 18.1-10).
Siló ficava a 16 qui lô m e tr o s ao norte de
Betei, a p r o x im a d a m e n te (ver Jz 21.19). Q u a n d o o povo
saiu de Gilgal dirig iu- se àquelas pa ra ge ns , e em Siló
ergueu o ta be r ná c ulo onde esteve por muitos anos.
34
O ta ber nác ulo era de grande valor para os
hebreus. Ele teve div ersos nome s, como, por e xem pl o,
labernáculo, Tenda da A li a n ça e Casa do Se n h o r (Js
(>.24; 18.1; Êx 40.32). Era um san tu ário móvel de vid o à
peregrinação, que agora se fixou em alguns lugares até
ser subst it uíd o pelo templo em J er usa lé m no te mp o de
Salomão. O seu sign ifica do e st a va in tim am en te ligado
à sua função, isto é, era o local onde o Senhor
habitava. Dali o Sen hor c o m a n d a v a a vida do povo. Ali
Ele se reunia com os re p re se n ta n te s do povo (Ex 33.7).
________ Durante a p e re gri na çã o, o tab er nác ulo era
(^carre gad o pelos levitas,) ia sem pr e nojriejp_das tribos, o
que pode ria sim bol iz ar tam bé m, á fp re se nç a do Senhor"^
no meio do povo irr adiando o seu gra nde poder.
O bs erve mo s tam bé m que o le van ta r do
la bernáculo se deu antes da div is ã o total da terra. Duas
partilhas j á tinham sido feitas. A primeira na região
leste do Jordão e a se gu nda a oeste do rio fronteiriço,
partilha feita entre as tribos de Judá, E f ra im e
Manassés. Agora, antes da terceira partilha, o
la bernáculo é erigido em Siló.
O propó si to era fa z er o povo não se e sq ue c er
tia a do ração regula r ao Se nho r c onfor me m a n d a v a a
Lei. Quan do a tenda ia no me io do povo, no pro ce sso
de c am i n h ad a pelo deserto, era fácil de ser vista. Ago ra
as tribos estariam es pa lh a das por diversos e distantes
lugares. Assim, o ta b er n ác u lo em Siló co n ti n u a ri a a
servir-lhes como refe re nci a l de a dor açã o e ob s er v ân c ia
bem com o de le mb ranç a da pre s e n ç a do Senhor em seu
meio.

♦ As cidades de refúgio (Js 20.1-9).


Dentre as pre c au ç õe s tomadas por Josué,
segun do orientação divina, es ta va m as cidades de
refúgio. Que elas re p r e s e n ta v a m para Israel?

35
Hav ia no código legal dos h e bre us um
princ ípio que era c h am a do de Lei do Talião, c o n h e c id o
como a lei do “ olho por olho, dente por dente" (Êx
21.24; Lv 24.20; Dt 19.21), c o n fo rm e a última
referência, este prin cí pio foi r e a fi rm a do por M oisés
qua ndo da re pet içã o da Lei nas pla nícies de M o ab e (o
nosso D eu te r o n ô m io ), pouco antes do início do
process o de c on q u is t a e possessão de Canaã.
A razão maior da exi st ênc ia das cid ade s de
refúgio era a p ro te ç ão dos homicidas involuntários. Na
Lei do Talião, o parente mais p ró xim o da vítima
fun c io na ria co mo uma espécie de v in g a d o r de sangue
(goel ). Entr et ant o, poderia hav er algu m e x a g e ro ou até
mesm o al gu ma c onf us ão entre o que é volu n tá ri o ou
involuntário.
O v i ng a do r de sangue, por uma em oçã o
c ir cu nst an ci al , po de ria exer cer ju íz o sobre al g u ém que
se tornou um hom ic id a involuntário. Para que ho uve sse
um tempo de reflexão , o hom ic ida de ver ia pro c ura r
uma c ida de re fúg io e colo car a sua c au s a dia nte dos
anciãos que nela habitavam.
Na c ida de refúgio teria proteção. Sua causa
seria a va li ada por uma c ong regaç ão, e ele poderia
voltar à ci dad e natal quando da morte do sumo
sacerdote em e xercíc io de função naqu ele s dias (Js
20.6). Josué, em c um pr im e nto à ord e m d iv in a dada a
Moisés, sep a ra algu ma s cidades a leste e oeste do
Jordão.

As cidades dos levitas (Js 21.1-3).


_ O Se n h o r separou o m e lh or para a tribo
sacerdotal. Ela não deveria sair m e n d ig a n d o dia nte das
outras tribos; ao co ntrário, deveria re c e b e r o me lh or a
fim de re a li za r b e m o seu mi nistério j u n t o a todas as
demais tribos. Segun do lemos na r e f e r ê n c ia de

36
Números 35, os levitas d e v e r ia m receb er 48 ci dad e s
das quais 6 seriam cidades de refúg io, co nfo rm e vimos
acima. Em Josué 21.41 vem os o c u m p ri m e n to literal
dessa pro messa.
A grande lição que tir am os daqui é que Deus
sempre se pr eo cu pa em dar o m e lh o r para aq ueles que
se de dic a m a Ele. O Senhor quer que os seus obre iro s
sejam ho nrados e tratados com d ig nid a de em t o d o s - os
âmbitos de vida, para~quê p o s sa m de se n v o lv e r be m a
missão a eles co nfi ad a pelo Senhor. Afinal de contas a
llíblia fala que digno é o obre iro do seu sustento.

♦ Altar do testemunho (Js 22.10-34).


A história do altar do te st em unho é reple ta
de lições im por tan te s para a nos sa vida. D es ta c am os
primeiro uma lição sobre: a precaução.
As tribos que e s ta v a m a leste do J ordã o
(Rúben, G ade e meia tribo de M an a ssé s) , senti ndo que
no futuro pod eria hav er al gu m tipo de dis c r im in a ç ã o
contra os seus filhos, fa z e m um altar, mas não
infor mam às demais tribos a sua intenção. Não se
precav eram quanto a isso.
As outras tribos a oeste do Jordão, a ch an do
que era um ato de idolatria, c o lo ca m -s e em pé de
guerra. Talvez dev ess e prim eir o m an dar os
me nsageiros para sabe r da inte nç ão daqueles outros.
Entretanto, houve um ato de sabedoria; antes de
partirem para o c on fro nto a rm a d o re s ol ver am pe dir
e xpl ic açõ es, no que for am p ro n ta m e n te atendidos.
A co nc lu s ã o que c h e g a r a m é que o altar não
serviria para fins de a dor a çã o e, sim, para fins de
m a nute nçã o da m e m ória da fr at e rn id a d e entre as tribos
tio leste e oeste do Jordão. D e sf e it o o ma l-e nte ndid o,
lodo o Israel se alegr ou, louvou ao Se nho r e decl arou
que o Se nho r é Deus.

37
A Despedida do Líder
♦ Josué, já velho, exorta o povo (Js 23).
Seu d is cu r so tem três divisões:
(1) Retrospecto (1-4). Aqui ele atribuiu toda a
vitória a Deus. Fala do cu m p ri m e n to ple no das
prome ssa s (v. 14);
(2) Conselho (5-10). O co nselho que ele dá é
c or a ge m (v. 6); obe diê nc ia (v. 6); s ep a ra çã o (v.
7); e por último, de suma importância: “ uni-vos a
Jeová vosso D eus ” (v. 8), Veja-se Atos 11.23;
(3) Aviso (11-16). O aviso é contra o “ valor e unir-se
ao restante das nações” (v. 13). C ontra
a rm ad ilh as, laços, açoites e espin hos (v. 13), co m
o perigo de “p e re c e r desta boa te r r a ” (Go odm a n) .

♦ “Escolhei hoje a quem sirvais” (Js 24.15).


Este foi o fa mo so desafio de J osu é no fim de
sua vida, q u a ndo ele reuniu as tribos em Siquém.
Ven do a ten dê nc ia do povo para a idolatria, avi sou -o s
do perigo de p r e s u m ir que estava m servindo ao Senhor,
sem o ser vir na realidade. O povo reagiu
fav o ra v el m en te à solene ch am a da de c o n s a g ra ç ã o e
au steridade, o que pro po rc io nou um final feliz a este
livro de fé e vitória.

♦ A morte de Josué (Js 24.29)


M orr eu de velhice, e não, ap es a r de ser
guerreiro, na batalha. É notável que Lutero, nos tempos
de tantos ma rtí ri os (veja-se “ História do
Cristianismo ” ), fa le ceu tranq uil am en te na cama, na sua
vila natal.

38
♦ Conclusão.
“Israel serviu a Jeová todos os dias de
Josué". É e xt ra or di ná ri o o que a de v o ç ã o e o e xem pl o
ile um só ho me m de Deus p o d e m co nseguir.
Ve mo s ta mbé m os ossos de José sepu lt ado s
em S iqu ém (Js 24.32) depois de tere m sido levados
pelos israel it as em todas as suas pereg rin açõ es.
Em Josué 24.19, em vez de “Não podeis
servir ao Senhor ” , de vem os ler “ N ão cesseis de servir
no S e n h o r ” .

Questionário
■ A ss in a le com “ X ” as a lt e rn at iv as corretas
(i. Em d e s o b e d iê n c ia ao Senhor, tomou para si uma
capa b a bil ón ic a be m com o uma ba rra de ouro e certa
quajitidade de prata, tudo a ch a d o em Jerico
a ) l_| A cab e
b ) J>ç] Acã
c ) l_l Acaz
d ) l_| Abir ã

7. T r a m a r a m um plano para s alv ar suas vidas.


En g a n a ra m a J osu é e ao c o n s e lh o de Israel, que
fizeram pacto com eles, sem c o n s u lt a r a Deus
a ) 0 Os gib eonitas
b ) |__| Os a ma le qu ita s
c ) |_I Os moabitas
d ) l_| Os filisteus

K. É in c er to dizer que
a ) [çj Dentre as pre c au ç õe s to m a da s por Josué,
s eg un do or ie nt a çã o divina, e st a v a m as cidades
de refúgio
b ) [c] A Lei do Talião, dos he breus, é co nhec id o
co mo a lei do “olho por olho, dente por dente ”
39
c ) k J A razão m a i o r da existên cia das cid ade s de
re fúg io era a pro te ç ão dos homicidas voluntários
d ) H Na Lei do Talião , o parente mais p ró xim o da
vítima f u n c io n a r ia como uma e sp éc ie de
vin ga do r de s an gue ( goel )

M ar qu e “ C ” para C erto e “E ” para Errado

9. HO “ A n á t e m a ” - tr a ns li te ra çã o de uma pa lav ra grega


que si gnifica “ b e n d i t o ” ou “ fazer o b e m ”
10 L Aos 85 anos C al eb e recebe a terra que pediu a
Moisés, a terra de Hebrom. Hav ia giga nte s ali,
mesmo ass im não temeu

40
Lição 2
A Teocracia - Juízes e Rute

A G r a n d e D e s o r ie n ta ç ã o
A u to r: D es c on he c id o.
D a ta : 1050-1000 a.C.
T em a: Ap ostasia , O pr ess ão , Li bertação,
Ju íz e s
A rre pe ndi me nt o.
P alavras-C h ave: Fez o Mal, Clamou,
Libertou, Jul gou, Es pír i to do Senhor.
Versículo-Chave: Jz 17.6

O Autor

O autor do livro é de sc o n h e c id o , o Talmude


.i Iri bui a au toria a Samuel, opini ão que talvez esteja
próxima da verdade. Em l C r ô n i c a s 29.29, são
mencionadas as “crônicas de Samu el, o v id e n te ” .
O livro regis tra o tempo em que os juíze s,
" slwfetim " , at uaram em Israel, e daí o nome.

Data

O livro de Juízes c obre o pe río do entre a


morte de Josué e a ins tit uiç ão da mona rqu ia . A data
leal da c om po si çã o do livro é de sc on he ci da . No
mitanto, evid ênc ia s internas in di c a m que ele foi escrito
durante o período inicial da m o n a rq u ia que se seguiu à
coroação de Saul, por é m antes da c on qu is ta de
liTusalém por Davi, cer ca de 1050 a 1000 a.C.
41
Esta data tem o apoio de dois fatos:
1. As palavras “ naqueles dias, não havia rei em
Israel ” (Jz 17.6) fo ra m escritas num pe río do em que
Israel tinha um rei.
2. A decla ração de que “ os jebuseus habitaram com os
filhos de Benjamim em Jerusalém até ao dia de
hoje ” (Jz 1.21) a p ont a para um períod o an ter io r à
co nq uist a da c ida de de Davi (2Sm 5.6-7).

Após a Conquista da Terra

♦ As n o v a s c o n q u i s t a s ( J z 1.1-36).
Qua nto às novas co nquistas narradas no
capítulo 1 de vem os vê -las ta mbé m com o c onqu is ta s
in co mp le tas e nalguns casos temporários. Por e xem pl o,
lemos no ve rsículo 8 que os filhos de Judá to m a ra m
Jer usalém. Uma vez que a cidade de J er usa lé m só foi
co nq ui st ad a por Davi (2S m 5.6,7), to rn a ndo -s e ci dad e
real, en ten de mo s que a c o nqu is ta que o livro de Juízes
faz me nção é te m p o rá ri a e parcial.
O m e sm o pod e-se dizer, a título de e xem pl o,
de Gaza, A sc a lo m e E c r o m (Jz 1.18), c id ad e s -e st a d o
dos filisteus. O certo é que houve novas co nquist as ,
mas que não fo ram totais.
Muitas ci dades canané ias c onti nua ra m na
terra até mesm o em pa cíf ica co nvi vê nc ia co m Israel, o
que se co ns ti tu ía numa flagrante atitu de de
d e so be di ê nci a ao Senhor.

♦ A d e s o b e d i ê n c i a a D e u s (J z 2.1-6).
O Anjo do Se n h o r (Jz 2.1) deve ser
ent end id o com o o Se n h o r mesm o se m a nif e st an do
através de um ser an gelical. Era uma das muitas for mas
do Senhor se m a nif e st ar no tempo do AT (ver Hb 1.1).

42
Fora uma m a ni fe st aç ão de exortação. Israel
pecara d e ix an do de c um pr ir c om a sua parte no pacto,
fazendo a l ia n ça com os m ora do re s da terra em total
ilesobe diê nc ia ao S e nhor (v. 2).
Ê s i n t o m á t i c a 1 a p e r g u n ta e nco nt r ad a no
versículo 2b: ( “Por que fi ze ste isso?") A res pos ta
colocava o povo frente a fren te com a sua
incredulidade no poder de Deus, com a sua fr agi li dad e
de ixa ndo- se c o ndu zi r ou levar pe los padrões ex ter no à
lé, c om a in dif ere nç a qua ndo aos atos históricos do
Senhor o seu favor. Mais do que isso, o povo estava
ngora sendo co nf ro nta do com os resu ltados da sua
de so be di ê nc ia e so freria os danos da mesma.
O ve rsículo 3 a p re se n ta três palavr as de
juízo:
■ / N a prim eir a,/ o Senho r que h o u v e ra la nça do fora
os inimigos até então, o Se n h o r que a ssu m ira a
c aus a de Israel não mais ba ta l h ar i a por ele n a q u e le
mome nto.
■ ^ Em segundo lugar, os povos da terra seriam uma
e sp éc ie de \“pe dra no s a p a t o ” de Israel;
■ y Fin a lm e nt e , Israel se veria e n re dad o pelos deuses
deles o que levaria de uma sit ua ção de livre à de
s u b s e r v i ê n c i a 2.

♦ O pecado e sua conseqüência (Jz 2.11-15).


O pe cad o c om et ido por Israel, na prática, foi
en vol ve r- se com os povos da terra d e ix an do - se atrair
por sua relig ios ida de, foi c er ta m e n te c las si fic ado como
rom pi me nto da sua parte na aliança. Os deuses
cana ne us a que o versí cul o 13 faz menção estão

1 Relativo a, ou que constitui sintoma.


Qualidade, modos ou procedimento de subserviente; servilismo,
submissão.
43
in ti m a m e n te a sso ci ado s co m o que é c onhec ido com o
“cu lto da fe rt il id ad e ” .

♦ Deus levanta ju ízes (Jz 2.16-19).


Mov ido pelo a uto -a m or, o Senhor se
c o m p a d e c e do sofri me nto de Israel e s u s c i t a 1 juí z e s ou
libert ad ore s. Estes eram na m ai ori a líderes militares
que de se n v o lv ia m tam bé m a ti vid ad es religiosas e civis.
E r am homens tomados de modo temporário pelo
Espí ri to, o que os ha bil ita va para uma ação libertadora.
Iniciou-se aí uma é po ca que ficou c onhec id a
co mo o domí nio do ca ri sm a ou o períod o dos líderes
cari smá tic os .

Débora e Gideão: Juízes Valorosos

♦ A chamada (Jz 4.4-9).


O opre sso r era Jabi m, rei de Canaã, que
re in a v a em Hazor, cujo c o m a n d a n te de suas forças era
Síse ra (Jz 4.2), o qual tinha a sua dis posiç ão 900 carros
de c om bat e (Jz 4.3).
H azo r era uma ci dad e que se destac ava
de ntr e outras próxim as. De lá, J a b im co m an da va uma
c o n fe d e ra ç ã o de c id a d e s -e s ta d o como gove rna nte
principal, co nf e der a ç ão esta que por 20 anos oprimiu a
Israel.
Nessa época, D éb ora, a profetisa, ju l g a v a a
Israel na lgu m lugar entre R am á e Betei. Era uma
mu lh e r com grande d e st a qu e de vi do às funções que
exercia. Aliás, para a época, era algo muito raro uma
m u lh e r exer cer funções de ss a natureza.
Ela enviou um m e nsa ge ir o a Baraque,
ex o rt a n d o -o a que, o b e d e c e n d o à c onvo caç ão divina,

1 Fazer aparecer. Levantar


44
reunisse o povo e os pr e pa ra s s e para a b a t a l h a cujo
final já e st a va d e fin id o pelo Senhor, isto é, o Senhor
entregaria os o p re s so re s ao exér cito de Israel.

♦ Gideão - cham ada e dúvidas (Jz 6.11-24; 36-40).


Dep ois de 40 anos de de sc an so o povo v o lt o u
li fazer o que era mau aos olhqs do Se nhor e este os
entregou nas m ã os dos midianitas. e aos (s a q u es Jdos
nmalequitas e outros povos do deserto. Para lib e rta r o
povo da s itu açã o de opressã o o Se nhor c o n v o c o u a
(iideão, que ta m b é m ficou co nhe c id o com o Jeru baa l.
Para ob te r c onv ic ç ã o de sua c h a m a d a , desde
o início G ide ão pe diu provas ao Senhor. A p rim eir a
estava r e l a c io n a d a a uma ofere nda que foi ace ita e
co nsumi da pelo anjo do Senho r (Jz 6.17-21). As outras
estão em Juí zes 6. 3 6 -4 0 (o velo de lã e o orva lho ) e
Juízes 7.9-14 (o sonh o do so ldado m id ia n it a e suas
interpretações).
G id e ã o é c h am a do de varão val o ro s o (Jz
6.12). A c r e s c e n t e m o s a isto ta m b é m a virt ude da
prudência. Ele e st a va ma lh an do o trigo no la rg a r (um
espaço e s c a vad o num a rocha) e não na eira, onde
estaria a d e s c o b e r ta e sujeito à p i l h a g e m 1 dos inimigos.
Ele c o n tr a s ta a pa lav ra “ v a l o r o s o ” da
saudação an ge li ca l c om a sua pe quene z. A isso o
Senhor re s p o n d e c om a infalível fórmula: “ ... eu hei de
ser contigo ” (Jz 6.16).
A seguir, o Deus que é pro v a d o m o s tr a que
lambém é o Deus que prova. Dá a G id e ão a m is são de
(d es tru ir os í d o l o s j q u e eram adora dos por seu p a i (Jz
6.25-32). A o b e d iê n c ia im ed ia ta dele atesta
pub licam ente de que lado ele estava.

' Furto praticado pelas tropas que ocupam cidades conquistadas


em combate, saque.
45
♦ A vitória sobre os m idianitas (Jz 7.1-25).
O Senhor pro m e te ra a G id e ão uma vitória
r e tu m ba nt e . A glória divina não de ve r ia ser e c l i p s a d a 1
pela estr até gia humana. O povo c o m o um todo dev eria
saber que o Senhor e sta va na v a n g u a r d a da batalha.
Dos trinta e dois mil que esta va m reunidos,
vinte e dois m i l re t r o c e d e ram (Jz 7.1-3). En fr e nta r os
in im ig os com um exér cito de ap ena s dez mil homens
era c o m o assinar um a te s ta do d e óbito. Mas, o Senhor
ord e no u um outro teste, que r e d u z iu ainda mais o
c o n ti n g e n te de Israel.
No teste, das águas (vv. 4-7), os que foram
vi gila nt e s, em número de tr ez ent os , for ma ram o grupo
de guerra. Podia p a recer loucura para muitos, mas, para
G id e ão e os trezentos val ent es r e pre se nta va fé
mi la gr osa , não era uma que stã o de números; era uma
q ue st ã o de poder e p o d er e spiritua l, eles tinham cert eza
que a in ferio ri dad e num é ric a era só ap arência, sabiam
que m a io r era o que e sta va c o m eles do que os
e xé rc ito s dos inimigos.

Jefté e Sansão: Fracassos e Vitórias

♦ A chamada de um exilado (Jz 11.1-11).


O povo opri mi do c lam a ao Senhor que lhe
r e s p o n d e fazen do- lh e um de sa fio que tinha como
p ro pó s ito o r om pim en to co m a vida de idolatria que
le va va (Jz 10.10-14). Israel, mais uma vez e nre dad o em
sua pr óp ri a d e so be diê nci a e ap ost as ia, prisio ne iro de
sua pr óp ri a escolha, agora está fren te a frente com uma
no va decisão.
Muito si gnifi ca tiv o é o final do versículo 16,
na versão da Bíblia de E st udo Pente cos tal: "... Então,

1 Que perdeu o brilho; apagado.


46
se angustiou a sua alma por causa da desgraça de
Israel". Os ve rs íc ul os segu intes fala m de r e u n iã o dos
homens de Israel em M isp a (que si gnifica T o r r e de
vigia), para gu e rr e a r e m c ontra os amonitas.
E nt reta nt o, não havia uma p e ss oa para
comandá-los. L e m br ou -s e , então, de Jefté. Es te se
lornara líder de b a ndo le ir os depois de ex pulso de casa
pelo prec on ce ito de seus irmãos (Jz 11.1-3). Era filho
da relação de seu pai com uma prostituta.
C e r ta m e n te sua fama correu longe ; ele é
chamado de “ ho m e m v a l o r o s o ” em Juízes 11.1. O
convite dos an ciãos de Gile ade (observe que o pai de
Jefté tem o m e sm o nome da região ou clã) era algo
irrecusável. Ele seria o principal sobre a re giã o mesm o
depois da guerra, caso fosse vencida. Após fe c h a re m
acordo, o p r o s c r i t o 1 volta a terra como herói.

♦ Um voto indevido (Jz 11.30-40).


A pr im e ir a me di da de Jefté foi te nta r ev ita r a
guerra pelos meios diplo má tic os . Em Juízes 11.12-28
os dois povos, atra vés de seus re pre se nta nte s maiores,
argumentam sobre o direito de posse de terra.
De um lado os amonitas a re iv in d ic a m
usando com o refe re nci a l o direito natural de
propriedade, ou seja, ha bi ta vam lá antes dos hebreus
chegarem. Por outro lado, os israelitas a r e iv in d ic a m
com base no direito div in o de doação. Por fim, o rei de
Amom não faz caso das palavras de Jefté e a guerra
então é confirm ad a.
Antes da g u e rr a Jefté faz um voto ao Senhor
(Jz 11.30,31). O f e r e c ia m em hol o c au s to (oferta
queimada), quem saísse prim eiro da porta de sua casa
indo-lhe ao e nc o n tr o depois da vitória. Há muitas

1 Aquele que foi desterrado; emigrado.


47
te nta tiv as de se mi nim iz ar os p ro ble m a s deste texto,
visto que qua ndo ele voltou quem lhe saiu ao encontro
de m o d o fest ivo fora sua única filha.
Jefté, qua ndo chefe de bandoleiro,
pr e s en c ia ra a muitos sacrifícios hu m a n o s entre os
povos ao redor. Ele não era nen h u m e st ud io so da lei de
M ois é s que, aliás, estava muita e s q u e c id a por aquela
é poc a e proib ia esse tipo de oferta.
Hav ia em sua mente o ofe re c i m e n to de um
sa c rif íc io hum an o, pois a e xp re ss ão he braica para
aq uele que sair da porta de minha casa, só poderia ser
a p lic ad o à pe sso a e nunca a animal.

♦ Sansão: Nascimento, deslizes e vitórias (Jz 13-16)


Sans ão seria n a z i r e u 1. Isto sign ifi ca que sua
vida de ve r ia ser co ns ag rada in te gr a lm e nte ao Senhor.
Sans ão era um h om e m sobre o qual
r e p o u s a v a as expec tativa s de libertaç ão. Mas, ele era
um ho m e m cheio de deslize moral que, ao co ntrário de
partir para a luta contra os filisteus, re la ci ona -s e com
eles e até m e sm o toma para si mulh eres filistéias.
Depois de uma série de osci la çõ es, Sansão se
a feiço a a uma outra mul he r filistéia, cujo nome era
Dalila e que ex erce sobre ele um gra nde poder de
persuasão.
O Sen hor o ab an do no u à pró pr ia sorte (Jz
16.20). Sansão foi preso pelos filisteus, tornan do-s e
e sc ra vo e red uz id o a um traba lho vil (Jz 16.21). Os
filisteus va zar am -lh e os olhos.
Na sua cegueira física, ele c onte m pla a Deus
co mo nunc a antes acontecera. Ele c on te m pla as vitórias
anter ior es co ntr a os filisteus (Jz 15.14-20) numa
p e rs p e c ti v a de fé e não na c o n f ia n ç a mera em suas

1 Significa ser separado e consagrado ao Senhor por um período


de tempo ou por toda a vida.
48
próprias forças. Q u a n d o lev ado ao templo de D a g o m ,
divindade ma ior dos filisteus, defin it iv a m e n te to m a as
dores de Deus que ele bla sf em a ra e que ag ora era alvo
do escárnio dos filisteus.
Num ato de fé roga a Deus que lhe c o n c e d a
força como antes. Nu m mom en to de fé, o que é
atestado pelo autor de Juízes, na morte S a n s ão tem
maior vitória que du ra n te todos os seus feitos em vida
(Jz 16.30). Isto p or que sua última vitória fora à vitó ri a
da fé.

A Influência do Líder
♦ Otniel e Eúde: 120 anos de paz (Jz 3.7-30).
O relato sobre Otniel é curto, isto é, não tem
muito recheio co mo os de mais. Note mos que este é o
relato in tr odu tór io às av en tu ra s dos Juízes que te rm in a
com a saga de Sansão.
O que se de sta ca nele (Jz 3.7- 11) é a
soberania do Senhor. Ele entre ga os israelitas às mãos
tios m e so po t âm ic os e de pois entrega os m e s o p o t â m ic o s
nas mãos de Israel. Ele é quem separa a Otniel e o
capacita com um po d e r especial pela infusão nele do
Hspírito. C a p a c it a d o pelo Senhor, atua com o li b e rt a d o r
e ju iz de Israel, o qual tem um períod o de 40 anos de
paz.
Após sua mo rt e o povo volta a fazer o que
era mal aos olhos do Se n h o r e o entre ga à o p r e s s ã o de
liglon, rei dos m oa bi ta s, que ch efian do uma c o a li z ã o de
povos invade o territ óri o de Israel to m a ndo
lemporariame nte o que sobrou de Jericó ( c id a de das
palmeiras v. 13). Por 18 anos Israel ficou s e r v in d o a
liglon até que o Se n h o r levantou a Eúde, um ho m e m
canhoto da tribo de Benj am im .
Ele arqu it e to u um plano bem pe n sa d o em
Iodas as suas minú ci as. Fez para si uma pe q u e n a
49
e sp a d a de 30 cen tímetros, c o l o c a n d o -a no seu lado
direito. Leva tributos a Eglon e co mo bom v a s s a l o 12
c o n s e g u e uma entrevista secreta com o rei.
2
Para co n se g u ir a ent revis ta com o obeso
Eglon, ele disse ter uma palavra da pa rte de Deus. O rei
imagin ou que iria receber algum orá c ulo ou uma
m e n s a g e m esp ecial, visto que Eú de usou o título
ge nér ic o Deus, c onhec ido de outros povos e não o
nome pessoal da div indade única de Israel ( Ycihweh,
tr a duz id o em nossas Bíblias com o Senhor).
Com a morte do rei, os moa bitas ficaram
de sm o r a li z a d o s, foram perseg ui do s, muitos foram
mortos e houve paz na terra por 80 anos.

♦ Abim eleque, um juiz sem juízo (Jz 9.1-57).


O nome Ab ime le que sig nifi c a “meu pai é
r e i ” . Na ve rda de quem aspirou e lutou para ser rei foi
ele mesmo.
Esta é uma história sangrenta. Em Juízes
8.31 ele é a pr ese nt ad o como filho de Gideão com uma
c o n c u b in a de Siquém.
G id eão tinha 70 filhos legítimos que
p o d e r i a m ser líderes em Israel após a morte do seu pai.
E n tr et an to , A bi m e le q u e co nv en c e aos mo radores de
S iq ué m de que ele mesmo é que de ver ia gove rna r sobre
eles visto ser nativo da quela região. U ma vez apoiado e
co m rec ursos vindos do templo que havia em Siquém, o
c o n s p ir a d o r vai à casa do seu pai e comete uma
v e rd a d ei r a car nificina, matan do os seus 70 irmãos
sobre uma pedra, consti tui ndo-s e, a seguir, rei sobre
uma p e qu en a região (vv. 41,50), com apoio popular.
O que c o me ça mal, a rigor, cam in ha para
te rm in a r mal. A bi me le que rein ou de modo turbulento

1 Que paga tributo a alguém. Subordinado, submisso, súdito.


2 Excessivamente gordo, e de ventre proeminente.
50
durante 3 anos. Jo tão filho mais novo de Gideão, que
escapara ao m ort ic ín io pro m o v i d o por A b im e le qu e,
através de uma pa rá b o la an unc ia a ruína da q u el e
em pre en dim en to (vv. 7-21), o que aconteceu algum
tempo após a profecia.
Depois de atos de c ons pi ra ç ã o e d e sm a ndo,
onde a na tureza ímpi a e vio le nta de A b im e le q u e é
apresentada de m an ei ra viva, este morre at in gid o
prim eiramente por uma ped ra que fora lançad a de uma
torre por uma mulher. Antes de mo rr er pede a seu
escudeiro que o tra sp ass e com a esp ad a para não ser
lembrado como al gu ém que morreu pelas mãos de uma
mulher, no que foi a ten di do (vv. 50-57).

♦ Tola e Jair: 45 anos de ju d ica tu ra 1 (Jz 10.1-5).


Esses dois ju íz e s são co ns id erad os Juí zes
Menores. Sobre Tola há me nçã o de que o Se n h o r o
levantou para livrar a Israel (v. 1).
Diz ta m b é m o texto bíblico que ele ju l g o u a
Israel por 23 anos. Po s s iv e lm e n te a ação dele, bem
como a de Jair, te nh a se limitad o mais às funçõe s
judic ia is, isto é, a i n t e rp re ta r as leis e aplicá-las.
Sobre Jair, as in fo r m aç õe s são escassas. A
citação que é feita sobre o núm ero de filhos, o meio de
transporte que u s av a m e o número de cidades que
possuíam, indica que era um hom em de posi ção
pro eminente ju n t o ao povo.
N a que la época, o uso de cavalos ou j u m e n t o s
como montaria era i n c o m u m ou muito raro em Israel, o
que c on fi rm a a po s iç ã o de Jair. Foi ju iz por um pe río do
de 22 anos.

i
Poder de julgar, cargo ou dignidade de juiz; magistratura.
51
Quando Falta Liderança

♦ Ibsã, Elom e Abdom: 25 anos anônimos (Jz 12.8-15)


Ibsã ju lg o u a Israel por sete anos (v. 9). O
que s ab em os a seu respeito estão aqui (vv. 8-10). Sua
posição social de pro em in ên ci a e a tes ta do pelo número
de filhos e pelo fato de ter sido ju iz em Israel.
El om (vv. 11,12) foi j u iz na terra de
Z e bul om por 10 anos, exceto sua nat uralid ad e e
s ep ul ta m e nt o nada mais sabemos sobre ele.
Após sua morte, ju lg a a Israel Abdom, o
efraimita. Os núme ros atribuídos à qua n ti d a d e de filhos
e netos a tes ta m seu prestígio e p os iç ã o social (vv. 13-
15). A du ração de sua ju d ic a tu ra foi de 8 anos. Estes
fazem parte daqueles heróis an ôni mo s, ou quase
anônimos.

♦ A convivência com o pecado (Jz 17.1-13).


Israel se permitiu sofrer de uma enfe rmi da de
cuja m a nif e st a ç ã o ma ior ch ama-se, in sen si bil ida de . E o
que vemos na história de Mica (Jz 17 e 18).
Essa história tam bé m se prest a para informar
sobre a m ig ra ç ão dos danitas para uma região mais ao
norte, p o s si v e lm e n te devido à p ro x im id a d e do seu
te rritório original com o dos filisteus, e a opressã o que
estes im p u s e ra m àqueles.

♦ A ausência de liderança (Jz 18.1-30).


A nota triste e n co ntr ad a em Juízes 17,6
atesta a sit ua ção de anarquia que tom ou con ta de Israel:
“Naqueles dias não havia rei em Israel, cada qual
fazi a o que parecia bem aos seus olhos”. Ap liq ue mo s
isto à his tória de Mica. Ent ram na hist óri a os danitas
(Jz 1 8 .Is).

52
Altos e Baixos de um Povo
♦ Uma triste história (Jz 19.1-30).
Esta é a his tória de um crime sexual
praticado por pessoas se x u a lm e n te pe rvertidas e que
deu oc asião a uma gue rra civil em Israel.
Tudo co me ç ou qua n d o um levita foi a B el ém
de Judá em busca da sua c o n c u b in a que o a b an d o n a ra
por de sg os ta r dele e ad ult erar c ont ra ele (vv. 1,2).
A int enção do levita era positiva, pois no
versículo 3 a traduç ão literal é que ele foi à casa do pai
da moça para falar ao co ra çã o dela. Sendo bem
recebido pelo pai da moça, ficou em sua casa mais dias
do que tinha planejado. Ao final, tendo c o n se gu id o
falar ao coração de sua c oncu bin a, la nço u- se no
caminho de volta à casa l e v a n d o - a consigo. C om o o dia
estava preste a te rminar, ao c on trá rio de se h o s p ed a r
numa cidade e st ranha (vv. 10-12), foi a Gibeá, que
estava no território de Benj am im .
Lá n in gu é m da ci dade lhe con ced eu
hospedagem, o que m os tra a natureza dos seus
habitantes. Por fim, um e fr a im it a que morav a em Gibe á
ofereceu-lhe a casa para pa s s a r aq uela noite numa
nobre atitude para com aq uele levita. O ancião que
hospedara aquela p e que na c om it iv a sabia da nat ure za
má dos homens de Gibeá, por isso convidou o lev ita e
os a co m pa nh a nt es a p e rn o it a re m em sua casa.
O bs erve mo s que é uma história ch eia de
coisas bonitas. Um levita c om espírito perdoad or, seu
sogro com um sen ti m en to de hos pit al ida de e alegria
muito, grande, uma c o n c u b in a que se deixara pe rs ua dir
por uma palav ra que a l ca n ç ar a o seu co ração
conv enc en do- a do erro e da rest au ra ç ão e um ancião,
mesmo que não nativo, mas que de m o n st ra um
sentimento de ho sp it a li d a d e muito grande. É uma
história que tinha tudo para ter um final feliz. Mas, a
53
tragédia estava por acontecer. H om en s pervertid os
s e x ua lm e nt e pe d e m ao ancião que lhes dê o hom e m que
acol he ra para dele a busar em (v. 22). R ep r ee n d id o s pelo
ancião toma m a co nc ub in a do levita e a violentam
durante a noite inteira.
O texto do versículo 25 pode ser int erpre ta do
de duas maneiras. Uma diz que foi o levita que
en tre go u a sua c onc ubi na ; a outra diz que foi o ancião.
O que impo rt a é que ela foi viol en ta da até a morte.
Aquilo, bem com o a intenção inicial dos homens de
Gibeá, foi um ultraje contra um h o m e m que exercia
uma fun çã o divina.
♦ Uma vingança triste (Jz 20.1-8; 41-48; 21.24).
No dia seguinte o levita e n co nt r ou a sua
c o n c u b in a morta, levou seu corpo para sua casa,
div idi u- a em doze partes as quais en vio u pela terra de
Israel a fim de rec lama r o povo para punir os
habita nte s de Gibe á (Jz 19.27-30).
Uma vez que as auto rid ad es da c ida de nada
fizeram c ont ra os assassinos, to rn a ra m -s e c o n i v e n t e s 1
co m a tr oc ida de cometida.
T a m b é m a tribo de B e nj am im co mo um todo
se uniu a Gibe á para lutar contra as tribos (Jz 20.12-
14), fa z en do -s e pa rticipante das atitudes dos ímpios de
lá. Foi a pr im ei r a vez que um c ha m a do a ba tal ha uniu
as tribos, só que o inimigo não era externo.
M uitas vezes somos ágeis em ação internas,
isto é, para re s olv er situações ch am a da s dis ciplinares,
que para ataca r as hostes que a va s s al a m o mundo.
D eu-se, então, a guerra civil. C om o a região
onde se deu a batalha era mais c o n h ec id a dos
benj am itas , estes levaram vantag en s nos dois primeiros
encontros.

1
Que finge não ver ou encobre o mal praticado por outrem.
54
No último e de rra dei ro às tropas das outras
tribos obti ve ram a vitória us an do a mesma e st r at é gia de
Josué qua nd o da tom a da de Ai, como e stu dam os na
Lição 1. Foi uma ve rd ad eir a carnificina (veja a
seqiiência dos aco nt ec im en to s) . O certo que ao final,
Ben ja mim foi de rro ta do e do seu exército s obra ram
apenas 600 homens que fi ca ram escondidos em uma
colina ch am ad o de Penha de R im om (Jz 20.45).
O texto de Juízes 20.48 coloca-nos frente a
frente com a violê nc ia daqueles guerreiros. Tudo o que
ach aram pela frente e que era perte nce nte a B en ja mi m
foi de str uíd o pela esp ad a e pelo fogo, ficando aq uela
tribo pr a ti c am en te sujeita à extinção.

♦ A razão de tudo isso (Jz 21.25).


B en ja mi m fora diz im a do quase que por
inteiro, o que sobrara era tão pouco que sinaliza va para
a ex tin ç ão de uma tribo. Esse foi o sen timen to que se
abateu sobre os exér citos das demais tribos quan do
caír am em si e viram que iria faltar uma tribo no povo
que era a heran ça do Se nhor (Jz 21.1-4).
Jun te- se a isso o fato deles terem feito solene
voto ao Senhor de que n e n h u m a tribo iria dar suas
filhas aos be njamitas (Jz 21.7). C om o o cas am ent o com
mulheres de outros povos era proibido, tudo leva a crer
que a tribo de B en j a m im seria lit eralmen te risc ada do
mapa. O bs erva mo s que o rela to é en cer rado (Jz 21.25)
da me sm a maneira que iniciou (Jz 19.1), o que o
histo ria dor quis dizer é que se houve sse um governo
c o ns a gr a do por Deus, sendo, com isso, um governo
forte, nada daquilo po de ria ter acontecido. Isto porque
lai li de ranç a iria a dm in is tr a r a j u s ti ç a e o direito em
Israel.

55
Questionário
■ A ss in a le c om “ X ” as alternativas corretas

1. O livro de Juí zes c obre o período entre a


a) Morte de J osu é e o fim da m on a rq ui a
b )I__| Mo rte de M ois és e a instituição da m ona rq uia
O W Morte de J osu é e a instituição da m o n a rq u ia
d)|_I Morte de M ois és e o fim da m on a rq u ia

2. Para obter c o n v ic ç ã o de sua ch amada, desde o início


pediu provas ao Se nhor
a ) 0 Gideão
b ) l_] D é b o ra
c ) _| Jefté
r
d ) Sansão
3. Sans ão foi um na zireu, que, significa ser
a ) l_| D e sp re z a d o pelo Senhor por um p e rí odo de
tempo
b ) l I E xa lt a do e va lorizado ao Se nh or por um
pe río do de tempo ou por toda a vida
c) Pl C o n d e n a d o e ju lg a d o pelo Se nhor por um
pe río do de tempo
d) 0 Se pa ra do e co ns a gra do ao Se nhor por um
pe río do de te mp o ou por toda a vida

■ M ar q u e “ C ” para Certo e “ E ” para Errado

4. [£] O au tor ia de Juízes é incerta. O Talmude associa


a or ig e m dess e livro a Gideão, o que é b e m possível
5. [ 0 G ide ão ve nce u os midianitas com ap ena s 300
ho m e ns va lentes

56
F id elid ad e R ecom p en sad a
Autor: D es c on he c id o.
Data: Entre 1050-500 a.C.
R ute
Tema: A in te rv e n çã o sob erana de Deus
traz re den ção universal.
Palavras-Chave: Soberania, o Todo-
pode ros o, Rede ntor .
Versículo-Chave: Rt 1.16

O livro recebe o nome da p e rs ona ge m


principal, a mo ab ita Rute, na B íb lia heb raica este livro
faz pa rte dos cinco “rolos das f e s t a s ” , e lira lido
durante a festa ju d a i c a de Pe nte cos te s.
Este livro de qua tro cap ít ulo s é o terceiro
entre os de no m in a d o s his tóricos, e m b o ra seu co nte údo
seja dif e re nt e dos demais. Re la ta que, nos dias em que
os j u í z e s ju lg a v a m , um h o m e m c ha m a do El im el eq ue
saiu de B el ém para pe re g ri n a r nos camp os de Moabe.
f o r n o em outros relatos bíblic os, essa pereg rin açã o foi
por c aus a da fome que havia na terra.
Com ele foi sua m ulh e r No em i e seus filhos
Malom e Quiliom, que c a s a ra m com mulheres
moabitas, Rute e Orfa, r e s pec ti va m en t e.
Passa dos cerca de dez anos, El im el eq ue e
seus dois filhos hav iam mo rr id o, e Noemi reso lv eu
voltar para Judá, porqu e “ouviu que o Senhor tinha
visitado seu povo dando-lhe pão". As duas noras de
Noemi a c o m p a n h a r a m - n a no início da cami nhada.
Noemi, toda via pe diu -lh e que voltasse cada uma para
icspectiva família. Orfa at en de u ao pedido, mas Rute
negou-se a ficar em M oab e e a c o m p a n h o u a sogra até
llelém, aond e c he ga ram ao início da colheita.
Rute saiu a c olh er espiga, e veio ao campo
de Boaz, parente de El im el eq ue . Seg uin do c onsel ho de
57
Noemi, Rute pe diu a Boaz que fosse seu r e m i d o r 1 (ver
Lv 25.25). Boaz co n co r d o u em ad qui rir a terra que
havia pe rte nc id o a El im el eq ue , ta mbé m tom ou Rute,
viúva do filho deste, po r esposa.
Boaz e Rute for am os pais de Obede, que foi
pai de Jessé, que foi o pai de Davi.

Moabitas

M o a b e : Fr uto da relação in ces tuo sa entre Ló


e sua filha mais ve lh a (Gn 19.36-37). Os mo abitas,
portanto, e ra m sem itas, assim com o os israelitas. A
língua dos mo ab ita s era s em el han te a língua do povo de
Deus. A terra de M o a b e ficava ao leste do mar morto.
Q u a re n t a e cinco lugares de M o ab e são
me nc io nad os na Bíblia (ver, por exem pl o, os lugares
me nc io nad os em Je r em ia s 48.21-24).
S e rv ia m ao deus Q ue mó s (Nm 21.29),
a dor a va m ta m b é m a Baal. Seus deuses era m servidos
com sac rifícios hum a nos (2Rs 3.27), e pro st itu iç ã o
fazia parte do cu lto (Nm 25.1-3).
O p e ca d o de M oab e foi e sse n c ia lm e n te
orgulho c on tr a De us (Is 16.6; Jr 48.29; Sf 2.10), e
terem injur iado o pov o de Deus e esc a rn ec id o deles (Sf
2.8). Recusaram aj u d ar os israelitas na sua
pe regrin açã o pelo de ser to (Dt 23.4). Balaq ue , rei de
Moabe, c on tra tou B al aã o para am al d iç o a r o povo (Nm
22.6). No te mp o dos ju íz e s , Moab e oprimiu Israel por
18 anos (Jz 3.12-30).
Deus hav ia ord e na do que ne nhum moa bit a
entrasse na c o n g r e g a ç ã o do Senhor, nem ainda a sua
dé cima geraçã o (Dt 23.3), e que j a m a is se m is tu ra ri a m
com o povo de Deus (Ne 13.1-20).

I
Que ou aquele que redime; redentor.
58
O Autor
O autor deste livro é de sco nhe cid o; o
Talmude, be m com o muitos e s tu dio so s da Bíblia,
acham que tenha sido escrito por Samuel.

Data
Os estudi oso s d is c o r d a m quanto à data da
redação do livro, porém o seu c en ário his tórico é
evidente.©Os episódios re la tad os em Rute se passam
durante o pe río do dos juí ze s, sendo parte da queles
eventos que ocorrem entre a morte de Josué e a
ascensão da influên cia de Samu el (p r o v av e lm e n te entre
1150 e 1100 a.C.).

História a ser Lembrada


♦ Um sábio conselho (Rt 1.7-13).
Tudo acont ec eu na é p o c a em que os juí z e s
gov e rn a vam na terra. E li me le que, sua esposa Noemi e
os dois filhos do casal, M al om e Q uiliom, for am de
llelém de Judá para Moab e pe re grin a r, devido à fome
(Rt 1.1-3). Com a morte do ma rid o, Noemi ficou em
co m pa nhi a dos filhos, os quais, po s s iv e lm e n te sem a
orientação paterna, se ca s a ra m co m mulh eres moabitas,
cujos nomes eram Orfa e Rute. Po uco tempo depois
morrem ta m b é m ambos os fil hos ficando Noemi
de sa m pa ra da (vv. 4 e 5).
A causa da morte do ma rid o e dos filhos não
nos é aprese nta da, muito e m b o ra os nome s dos filhos
lembrem situações de fr aq ue za e d e fi n h a m e n t o físicos
(Malom significa doen te ou fr anz ino e Q uiliom
■ignifica definh am ent o). Isto pode nos induz pensar
i|iie e ra m port ad ore s de al gu m tipo de en fermidade.
I utretanto, falar sobre a c aus a da morte deles não era
59
pro pósi to do escritor. Ele estava p r e oc upad o em n arrar
as atitudes das m ul he re s que agora p ass am a o c u p a r o
centro da história.
Diante do qua dro não rest ava mais na da a
Noemi a não ser v olta r para a casa em B el ém de Judá.
Lá “o Senhor havia visitado o seu povo, dando-lhe
p ã o ” (v. 6). Com isto, Noemi tentaria s ozin ha
s ob re vi ve r em sua terra. U m a vez que ela j á era idosa e
não podia gerar mais filhos para suscitar d e s c e n d ê n c ia
através das noras, d e s p e d e -s e delas in c ita ndo-a s a
volt arem a Moabe.
No c o nse lh o ela usa de tran sp arênc ia . “ Eu
não posso lhes oferecer mais nada ” , disse ela, “ não há
mais esperança para mim a não ser tentar sobreviver
na minha terra, uma vez que a mão do Senhor se
descarregou contra mim ” (v. 13), po ssi ve lm e nte N oe mi
tenha im ag in ad o que tudo aquilo oco rre ra pelo fato
deles terem saído da te rra natal para um outro país
e str ang ei ro e co m outros deuses a fim de ten tar
sobreviver.
Em seu sábio co ns e lh o ela in voc a o a m or fiel
do Sen hor ( hesed em he br a ic o é tradu zi do com o amor
fiel) como re tr ib ui çã o à atitu de bon do s a que suas noras
tiveram dura nte o te mp o de c onv iv ê n c ia (v. 8). M es m o
tendo am ar gu ra de vida, N oe mi é l ú c i d a 1 o su ficiente
para dar sábios con selho s.

♦ Uma grande resolução (Rt 1.14-17).


Os a rg um e nto s de Noem i para co m as suas
noras for am p a rc ia lm e n te pe rsuasivos. Isto porqu e
Orfa, que é a p ri m ei r a a ser ci tada (Rt 1.4), to m a a
iniciativa de vol ta r à sua terra. Rute, que é s ec undá ri a
na na rrativa até esse m om e nt o (confira em Rute 1.4 que

1 Fig. Que tem clareza e penetração de inteligência: que mostra


uso de razão.
60
ela é a out ra nora), agora oc upa o c e n tr o da cena e vai
assim até o final.
Rute é in c i s i v a 1; ela não dei xa espaço para
uma a rg u m e n ta ç ã o co ntrária por parte de sua sogra.
Sua d is p o s iç ã o é muito grande em a b a n d o n a r os deuses
nativos e a terra natal e ir à bu s c a de um de stino
incerto nu ma terra estran ha e com um Deus diferente.
A fir ma Rute, de mo do res olu to , que ja m a is
ab an d o n a ri a a sua sogra. Onde ela fosse, Rute ta mbé m
iria; on de fosse po usar ela tam bé m pous aria. D isse que
a parti r da q u el a hora abria mão dos seus deuses, pois o
Deus de Noem i pa ssa ria a ser o seu Deus.
O seu destino seria na terra e co m o Deus de
Noemi. “ Só há uma coisa que me p o d e r á separar de ti;
disse Rute à sua sogra: a m o r t e ” . Diz: “onde quer que
morreres, morrerei eu e ali serei se pultada ” (v. 17).
Para selar esse c o m p r o m i s s o ela ev oca o
Deus de Noemi que a partir de ent ão seria o seu Deus
s u b m e t e n d o -s e a qua lq uer ca st ig o caso que bra sse esse
c omp rom is so .
Con tra st e a s en si bil ida de de ss a est rangei ra
com a i ns en s ib il id a de dos na tivos de Israel para com
Deus e suas coisas, segu ndo o livro de Juízes. Note a
gra nde za de sen timen to da qu el a que poderia ser
co n si d e ra d a com o “ filha das t r e v a s ” até então, como
aqueles que de ve r ia m ser “ filhos da l u z ” . Sinta o senso
de c o m p r o m is s o de uma mu lh e r na tiv a de um povo
estr anho em relação à a u sê n c ia desse mesmo
sen ti me nto por parte do “povo de D e u s ” .
E algo ch oc a nte quan do p e n sa m o s isto em
relação ao passado, e muito mais qua n d o apl ic amo s ao
presente; Noem i nada mais pôde fa z er a não ser aceitar
a si tuação, e ambas diri ge m -s e a Judá.

Decisivo, pronto, direto, sem rodeios.


61
♦ A disposição para o trabalho (Rt 2.1-3).
A c h e g a d a na terra natal é ch oca nte para
N oe mi (Rt 1.19-22), vem os que toda a c ida de se
c om ov eu , por certo, o f a le ci do El im el eq ue era al guém
c om certo de sta que na cidade.
A r e s po st a de N oe m i é amarga. Disse que o
Se nh or to rn a ra -s e seu inimig o, por isso seu novo nome
de ver ia ser M ara (ama rga ). De vida amar ga só pode
sair pa lav ra amarga.
Nesse esta do ela de ixo u de ver até m esm o a
a m iz ade que Rute lhe d e m o n st ra r a (Rute sign ifi ca
amizade). Ela pe rd e ra a visão de que nada é m e lh o r do
que um dia após o outro.
R ea lm e n te os anos em M oa be fo r am - lh e
muito amargo. Anos am ar go s, situações am argas, vida
a ma rg a e palavr as amar gas . O percu rso de N oe mi a
M ar a (agradável à a ma rg a) tinha cheg ad o ao ponto
maior.
Ago ra era hora da reversão. Era hora do
“T o d o - P o d e r o s o ” re v e rt e r o percurso. Só que não seria
uma mera reve rsã o, uma e sp é c ie de volta à sit ua ção de
alegr ia inicial. Seria algo muito maior.
A N oe m i ( a gr a dáv e l) original teria ao final
do percu rso de volta um sen ti do to ta lm en te novo. Ve ja
o final da história de Jó; ele rec eb e u muito mais do que
antes. As coisas a c o n t e c e r a m ra pid am ent e. Na pobre za,
Rute que era a mais nova, vai colh er as sobras das
espigas (Rt 2.1-3). Sobre a r e s p i g a 1: ler L e víti c o
19.9,10; 23.22.
Sua dis p o si ç ã o e be le z a c ha m a m a a te nç ão
de Boaz, dono dos c am pos onde por p r ov id ê nc ia d iv in a
fora ela respigar, e p a re nte do falecido es pos o de

1
Apanhar as espigas deixadas no campo depois da ceifa.
62
Noemi. A d m ir a d o ao saber de sua fi de li da de para com
Noemi ele a pro te ge (Rt 2.8-13) e dá -lh e pro vis ã o (Rt
2.14-17).
V e ja que em Rute 2.20 as a m arguras de
Noemi c o m e ç a m a d i s s i p a r 1. Ela j á vê a mão de Deus
no proc ess o. Sa be nd o que nos c oraçõ es de Rute e Boaz
co me ça ra a s urg ir um senti men to afetivo, Noemi ensina
a Ru te o que de ve r ia fazer para que o sen ti m en to fosse
a li me nta do de modo sadio (leia Rt 3). Boaz, que era
home m digno, ass ume Rute com o sua espos a pelos
meios le gít im os (ver o cap. 4).
Ve ja que no meio do pro c e ss o ele afirma ser
ela um a m u lh e r virtuosa o que era te s t e m u n h a d o por
toda a sua c id a d e (Rt 3.11), Deus sempr e honra as
atitudes que as s u m im o s com fide lid a de de alma.

♦ A recom pensa (Rt 4.13-22).


Do c a s a m e n to entre Rute e Boaz nasceu
Obede, que sig ni fic a servo. Nele e st a va o fim do
percurso de M a r a a Noemi, da am ar gu ra ao ag radável,
ilo árido ao re st aur ado . Ao m esm o tempo o fim do
percurso era o início de outro que iria c h eg a r a Davi, o
rei de Israel, e a Jesus, o Rei dos reis.
Esta é a r e c o m p en s a maior da q u el e que deixa
o T o d o - P o d e r o s o c ont rol ar seu destino, isto é, ele passa
a fazer parte da ge ne al ogi a de Jesus Cristo.
I m p r e s s io n a n te é o te st em u n h o dado pelas
mulheres ao na sc im e n to de Obede. Elas próprias
re c on hec em a mão de Deus em todo o processo:
"Bendito seja o Senhor que não te deixou hoje sem
remidor... ele será restaurador da tua vida e
consolador da tua velhice, pois tua nora, que te ama, o
deu à luz”.

Fspalhar, dispersar; desfazer: Fazer cessar ou desaparecer; pôr


Iini a.
63
Questionário

■ A ssi na le com “X ” as a lte rnati vas corretas

6. Po de -s e dizer co mo título do Livro de Rute


a ) l_j A Notá vel C onq ui st a
b ) íx] F id el ida de R e c o m p e n s a d a
c) l_l A Gran de D e s o ri e n ta ç ã o
d ) |_| A Li berta ç ão Pr o m e t id a

7. É coer ent e dizer que, Boaz e Rute foram os avôs de


a ) I_I Elcana, que foi pai de Samuel
b ) l_| Jessé, que foi pai de Davi, que foi o pai de
_Salomão
c ) |_| Davi, que foi pai de O be de e Salomão
d ) 0 Obede, que foi pai de Jessé, que foi o pai de
Davi

8. O s ^ p i s ó d i o s re la ta dos no Livro de Rute se p ass am


a)l_| Durante o pe río do dos patriarcas
t > ) 0 Dura nte o p e río do dos juí z e s
c) l1 Dura nte o pe río do dos monarcas
d ) |_| Dura nte o pe río do do cati veiro babilónico

■ Mar que “ C ” para C erto e “ E ” para Errado

9. [Q Rute faz parte dos ci nco “rolos das f e s ta s ” , e era


lido durante a festa j u d a i c a de Purim
10. [ 3 Em Judá, Rute col he as sobras das espigas,
porém, é r e c o m p e n s a d a de vid o a sua fidelidade

64
Lição 3
A Monarquia - 1 e 2 Samuel

Autor: Incerto.
Data: Entre 931 e 722 a.C.
ISam uel Tema: Deus age na História.
Palavras-Chave: Samuel, Saul, Davi.
Versículo-Chave: I S m 16.7b e 13.

Este livro inicia o pe río do de quinhe ntos


anos dos reis de Israel (1095- 586 a.C.).
Os a co nt e c im e nto s re gis tra dos em I S am ue l
cob rem um p e rí od o de cerca de 115 anos, da infância
de Samu el, p a ss a n d o pelos agitados tempos de Saul, até
o início do re in a do de Davi, e sc olh id o por Deus. Ao
d e sc re ver a vida desses três home ns, o livro dá-nos
uma vis ão muito clara daqu ele s tempos.
Sa m ue l foi o últ im o dos j u íz e s ; Saul o
primeiro dos reis.

O Autor

A tradi ção j u d a i c a atri bui a a ut oria de ambos


os livros de Samuel, ao p ró p r io Samuel.
Pro fetas h a v ia m -s e l e v a n t a d o antes da época
de Sa m ue l (Nm 11.25; Jz 6.8). Samue l, porém
org a ni z ou uma e sco la de prof eta s. No N T ele é
m e nc io nad o com o o p ri m e ir o dos prof etas (At 3.24;
13.20; Hb 11.32), dentro d e s t a o rg a n iz aç ã o profética.

65
Samue l encerrou o período dos ju íz e s . Ele deu posse ao
pr im ei ro rei (Saul) e ungiu o ma ior dos reis de Israel
(Davi).

Data

A ép oca em que o livro foi escrito ta m b é m


não é conh ecid o com precisão, I S am ue l 27.6 sugere
que os livros te nham sido esc rit os após a morte de
S a lo m ã o e a pa rtilha do reino. Po r causa da re fe rê n c ia à
c id ad e de Ziclague, que “per tence aos reis de Judá, até
ao dia de hoje ” ( I S m 27.6), e por outras re fe rência s a
Ju dá e Israel, sabemos que I S a m u e l foi escrito depois
da divisão da nação em 931 a.C. Além disso, como não
há me nção à que da de Sa m a ria em 722 a.C. deve ser
datad o antes desse evento.
I S am ue l co bre um pe río do de cerca de 140
anos, co m eç a ndo com o na sc im e n to de Samuel cerca de
1150 a.C. e te rm in a ndo c om a morte de Saul por volta
de 1010 a.C.

Samuel: O Introdutor da Monarquia


(ISm 1-7)

Samuel - “ P ed ido a D e u s ” . Este é o


si gni fic ad o do seu nome. O livro c om eç a com a
narra tiv a de Ana, mãe de Samu el, pedindo um filho, a
q u e m Deus pud esse usar. Foi a res posta de Deus à sua
oração. Samuel m in is tr a va pe rante o Senhor, sendo
ainda menino ( I S m 2.18).
Dura nte a sua vida longa e útil, ele foi um
ho m e m de Deus. Foi, so bre tud o, um hom em de oração,
I S a m u e l é o estudo a dm irá ve l sobre o lugar e o poder
da oração, ilustrado por sua vida, foi o filho da oração
( I S m 3.1-19); deu vitória ao povo por meio da oração
66
( I S m 7.5-10); orou a Deus qua nd o o povo pe diu um
rei, a oraç ão in te rc es s ora foi a nota dom in a n te da sua
vida.
Foi nos dias so mbrios e ag itados de Israel
que ou vim os a o ra ç ão de fé pro feri da pelos lábios de
Ana, mu lh e r si mples e temente a Deus. Ela pedi u-l he
um filho que pud e ss e dedi car ao seu serviço ( I S m 1.9-
19).
Q ua nd o Samuel nasceu, Ana o troux e ao
ta bernáculo em Siló. Apesar da esp a nt os a c o rr u p ç ã o do
sacerdócio, Samue l foi pro te gid o e cresceu co mo um
menino te m e nt e a Deus ( I S m 1.24-28; 2.12-26; 3.1-
21). Eli, j u iz e sace rdo te na quele tempo, havia
gove rna do por qu a re nta anos. Foi um pai i n d u l g e n t e 1,
e, com o r e s ulta do disso, seus dois filhos Hofni e
Finéias, ta m b é m sac erdotes, p ro c e d e ra m de maneira
desonrosa.
Daí res ultou a c orru pç ão moral e Deus
avisou a Eli da q u e da de sua casa; Israel vinha pecando
fazia muito temp o, finalm en te a cat ás tro fe s obre vei o no
desastre r e gi s tr a do nesta ocasião ( I S m 4).
D ur a nt e a invasão seguint e, os inimigos
filisteus de rr o ta ra m a Israel, to m a ra m a arca e mataram
os filhos de Eli. Q ua ndo Eli ouviu tudo isso, com
noventa e oito anos, morreu do choq ue ( I S m 4).

Uma Constante Ameaça

Esta é a p rim eir a vez que os filisteus são


mencionados desd e Juízes 13-16. A ser vi dão havia
ilurado qu a re nt a anos (Jz 13.1) e pa rece haver
terminado nos dias de Samuel ( I S m 7.13,14), cer ca do
seu v ig é si m o ano com o ju iz ( I S m 7.2).

tolerante.
67
A batalha contra os filisteus p r ov a ve lm en t e
foi travada a seis q uilô m e tro s ao noroeste de
J erusa lé m. Os filisteus eram pode ros os inimigos de
Israel, e viviam ao sudoeste, na costa, talvez essas
re n o v a d as ações da parte deles se dev ess e à morte de
Sansão. Logo a batalha se tornou adver sa a Israel.
B u s c a ra m a razão por que Deus os abando na ra.
E n q u a n to lutavam contra Deus, rog a va m que Deus
lu ta sse por eles, leia a his tória do av iv am en to em
M is p a (1 Sm 7).

Um Substituto Fraco

Depois de de rr ota dos pelos filisteus da


p ri m ei r a vez, eles agiram bem em tom ar a arca de Deus
co mo pr ote ção ? ( I S m 4.3-7,10). A arca de Deus era um
fraco substituto do Deus da arca. “ O ex tremo do
ho m e m é a op ortu nid ad e de D e u s ? ” . Ape sar de, no
m om e nt o, ter sido terrível a perda, Deus a usou para o
bem. Por int ermédio de Samuel, Deus providenciou:
■S Li vr am en to do ju g o dos filisteus;
■S P r epa ração para o reino;
S Um santuário pe rm a nen te em vez do tabern ácu lo
em Siló;
■S M el h o r sacerdócio.

Um Avivamento Oportuno

Co nti nuo u o Senho r a ap ar ec er em Siló ( I S m


3.21), porque este local fora de ixa do de lado. Leia
Juízes 21.19-21.
O sítio de a dor açã o tinha sido tran sf orm ad o
em lugar de folg ue dos e danças. Siló tinha sido o lugar
da casa de Deus desde os dias de Josué até aos de
Samuel.
68
Davi o transferiu para Jer usa lém. A a rca fora
lomada pelos fili ste us , qua ndo Samuel era p e q u e n o , e
desde então Siló deixou de ter grande im p o r tâ n c ia
( ISm 4.3,11).
O que tro ux e o a v iv am en to ? Três coisas:
=> Uma mãe que orava - capítulo 1;
=> Um povo c as ti g a d o - capítulo 2;
=> Um pr o f et a fiel - capítulo 2.

Sob o d o m ín io dos filisteus, Israel não tinha


um centr o de fi n id o de adoração. Samuel to rn ou-s e
adulto e as s um iu a liderança e ju lg o u a Israel. O
primeiro sinal e nc ora ja do r, depois da longa re b e li ã o e
derrota de Israel, o povo teve c o n s c iê n c ia de sua
necessidade. C o m e ç o u a deseja r Deus e a diri gir
lamentações ao Senhor.
Os ju d e u s farão isso de novo um dia (Zc
12.10,11), q u a n d o Cristo a quem tr a s p a s s a ra m v olta r a
lerra e re ve la r -s e ao seu próprio povo.
Bem dis se Samuel, se vocês r e a lm en te
querem vol ta r para Deus, têm de me mostrar. Fa ç am
alguma coisa. Pr ovem . C om o? T ir em os deuses
estranhos de vo s so meio; pre pa rem os vossos cora çõe s
ao Se n h o r e s er ve m somente a Ele ( I S m 7.3). “ Se
vocês fi ze rem sua parte, Deus fará a d E l e ” .
R e li gi ão não é só questã o de e m oçã o, mas
lambém de vontade. O povo co me ç ou a l a m e n ta r - s e e
Samuel se a p r ov e ito u disso para co nvi dá -l os a volt ar ao
seu Deus e a b a n d o n a r os ídolos.
Samuel erigiu um altar e o c ham ou E b e n é z e r
( I S m 7.12), a pa la v r a quer dizer “ped ra de a j u d a ” .
Cristo, nossa vitória, é ch am a do “a p e d r a ” , tanto no AT
como no NT (Dn 2.35; Mt 21.42).
Nu m br ev e pa rágrafo e n co ntr am os a hist óri a
do ju i z a d o de Samuel. Seu lar era em Ramá. De lá ele,

69
c o m o itinerante, perco rri a o seu territ ório uma vez por
ano até Betei. Gilgal e Mispa, s u p e r v is io n a n d o e
a d m in is tr a n d o os neg ócios do povo ( I S m 7.15-17).
Samuel es ta be le c e u uma e sco la de profetas
em sua casa em Ramá. Este foi o co m eç o da “o r d e m ”
dos prof eta s, ou videntes.
Quando a arca foi tomada, os sace rdote s se
e sp a lh a ra m . Foi nessa ocasião que Samuel se retirou
para o seu lar em Ramá.
Por in te rm éd io de Samuel, Deus es ta be le c e u
um novo meio de tratar com Israel. C ham ou profetas
m e d ia n te os quais ele falaria.
Foi com Samuel que a prof eci a se tornou
parte defini tiv a da vida de Israel. Samuel reuniu grupos
ao seu redor, ch am a dos Filhos dos Profetas. Eram
e n c o n tr a d o s em Siló, Gilgal, Betei, Samaria e R am á
(At 3.24).
O ma ior minist ério de Samuel foi a
o r g a n iz a ç ã o do reino. As tribos in de pen de nte s iriam
a gor a for ma r uma nação. A fim de so bre viv er entre
outr as nações fortes, Israel p reci sav a tor nar-se
p o de ro s o. Ti n h am - se recu sad o a le va r Deus a sério e
o b e d e c e r a Ele com o lhes fora orde na do, por isso
pe rm it iu que Samuel a ch as se um rei para eles. Q ue ri a m
ser co m o as demais nações.
Em D e u te r o n ô m io 17.14-20 Deus havia
pr o f et iz a d o que Israel teria um rei, mas não que ria que
eles se to rn a s se m in de pen de nte s dEle.

Saul, O Rei Escolhido


(1 Sm 8-15)
Deus nunca p r e te nd eu que Israel tivesse
outro rei senão Ele. Ele lhes m a nda ri a grandes líderes e
estes por sua vez re c e b e ri a m ordens d ir e ta m e nte de

70
Deus. Mas Israel, na sua apostasia, tornou-se inqu ieto.
(Jueria um rei co mo as outras nações ao redor. Ve mos
Deus c o n c e d e r- lh e s o pedido.
Tem os aqui uma grande lição. Po de mo s ter o
melhor de Deus - sua vontade diretiv a ou sua vontade
permissiva, Saul, o primeiro rei, foi um fracasso. Era
liimoso de asp ec to, alto e de porte nobre. C om e ço u
csplendidamente. R ev e lo u-s e um chefe militar muito
cnpaz. D e rr o ta ra m os inimigos ao redor - os filisteus,
os amal equ ita s e os amonitas.
Saul foi hum ild e a princípio, mas dep ois se
encheu de org ul ho e torno u- se d e so be die nte a Deus.
Nenhum h o m e m teve op ortu nid ad e maior que Saul e
nenhum h o m e m se revelou um fr acasso maior, seu
ciúme de Davi a tin giu as raias da loucura.
Visto que Saul foi c onsti tuí do rei de Israel,
•■in res pos ta ao de se jo p e ca m in os o do povo de ter um
rei, c o n tr a ri a m e n t e à vontade de Deus, teve Saul
realmente o p o r tu n i d a d e de se pro va r aos olhos de
Deus? Podi a ele ter sido b e m sucedido em tais
ci rcunstâncias? Não estaria c on den a do por Deus ao
Iracasso m esm o antes de c om eç a r a reinar?
E n c o n tr a m o s a res posta clara na Pa la vra de
Deus. E m I S a m u e l 12.12-15 o prof eta de Deus diz a
Israel que, ain da que tivesse m exigido um rei em
desafio a Deus (v. 12), se tanto o povo com o o rei
temessem a Je o v á e o ser vis se m tudo estaria bem. Veja
o que se segue a essas palavras de Samuel (vv. 16-18).
Israel co nfe ss a seu pecado em pedir um rei
(v. 19), e Sa m ue l tran qü ili z a o povo, pro m e te n d o
bênçãos se s er vi sse m a Deus. A única razão para Deus
icjcitar u m a alma é ter ela reje itado a Deus primeiro.
Deus tom a a in ic ia tiv a do amor ( l J o 4.19), o h om e m
loma a in ic ia tiv a do pe cad o ( I S m 15.23).

71
Aspectos interessantes na escolha de Saul.
■ Escolha divina ( I S m 9.3-20). Ele saiu co m um
c ab r es to e voltou co m um cetro.
■ Escolha profética ( I S m 10.1). Samuel foi seu
t u t o r 1 e amigo. U m priv ilégio que foi jo g a d o fora.
■ Escolha esp iritu al. O Espírito de Deus apossou-
se de Saul ( I S m 10.10). Ele en tristeceu esse
Esp íri to, depois o apagou. Para que o Espírito
p e rm a ne ç a , ele tem de ser am ado e obedecido.
■ Escolha popular. Então todo o povo rompe u em
gritos, ex clam ando: Viva o rei! ( I S m 10.24).

Observe em ISamuel:
S A pr e s un çã o de Saul no altar de Deus (13.11-13);
■S A c ru e ld ad e para com o seu filho Jônatas (14.44);
V A de so b e d iê n c ia na que stã o de A ma leq ue (15.23);
V O ci úme e ódio com rela ção a Davi (18.29);
V O apelo p e c a m in o s o à m é d iu m de E n - D o r (28.7).

As campanhas de Saul.
=> Contra os amonitas : C om e ço do reino... Contra
ob s tá c ul os int ransp on ív ei s.. . Exér ci to mo bili za do às
pressas... A mo nit as c o m p le ta m e n te derrotados...
Fo r ta l ec id o o prest ígi o de Saul com o rei.
=> Contra os filisteus: O pe ca do de Saul assu min do
funçõe s de sacerdote... Deus rejeita a Saul... A
br a v u ra de J ônat as e seu e scu de iro criam pânico
en tre os filisteus... Ini m igo derrotado.
=> Contra os amaleguitas: Saul impele inimigos para o
deserto... A rr uin a o suces so pela desob ediên cia...

Indivíduo legalmente encarregado de tutelar alguém. Protetor,


defensor.
72
C apt ura v a lio s a propr ied ad e. .. M en te a Samu el ... O
profeta repet e que Deus o rejeitou.
=> Contra os f i l i s t e u s : Saul em gu e rra c onst a nte co ntra
os filisteus... O j o v e m Davi ap ar ec e depois de sua
unção... E n f r e n ta Golias, gig an te dos filisteus...
Mata-o... C a u s a pânico... Davi a lc a n ç a distin ção .
=> Contra D a v i ; C iú m e cego leva Saul a b u s c a r a vida
de Davi... Davi to rna -s e um exilado... Davi é salvo
dive rsas vezes... Saul, inim igo de Davi até sua
morte... A m iz a d e i m o r r e d o u r a 1 entre Davi e o filho
de Saul, Jônat as .
=> Contra os f i lis te u s : C am pos de b a ta l h a de
Esd raelo m... Saul visita a m é diu m de En-Dor...
Samuel in vo c ad o. .. D e rr ot a e morte anu nci ad as...
Israel c o m p l e t a m e n t e derrotado ... Saul e os três
filhos mortos.

♦ Dê a preferência a Deus.
A tra vé s dos anos Samuel e n tr is te ce u -s e com
Saul. Q ua ndo ele falha va, Samuel era fiel em adverti-
lo. Muitos textos fa la m disso ( I S m 15.35).
Em uma ba ta lh a c ontra os filisteus, Saul e
seus três filhos e n c o n t r a r a m a morte. Assim, uma vida
tão p ro m i ss o ra te rm in o u em derro ta e fracasso. Saul
não fora o b e d ie n t e a Deus, esse foi o mau de Saul.
Deus e stá mo st ra ndo nesse livro que ele tem
de ser s ob er an o e que seus filhos não p o d e m ser
a be nç oa dos q u a n d o dis ta nc ia dos dele.
A m a n h ã da vida de Saul foi radiosa, mas
logo no céu se anu vio u. Depois o sol se pôs nas nuvens
mais negras. A c o m p a n h e c u id a d o s a m e n t e sua ascensão,
seu reino e sua ruína.

1 Imortal
73
Davi, O Rei Provado.
( I S m 16-31)

Samuel pra n te ia a Saul. Deus o repre end e e


lhe diz que se levante e unja o novo rei ( I S m 16.1).
Davi, “ a m a d o ” , foi um dos maiores vultos de
todos os tempos. Deu uma gra nde co nt rib uiç ã o para a
h is tó ri a de Israel, tanto na espiritual como política.
N e ste livro ele ap ar ec e com o j o v e m pastor, mús ico ,
esc ude iro , guerreiro genro do rei, escri tor de salmos, e
fugitivo. Ungido três vezes; foi o fu n d a d o r da li nhag em
real da qual viria o Rei dos reis.
Davi, filho de Jes sé e bisneto de Rute e
B oaz, nasceu em Belém. Era o mais novo de oito
filhos. Q ua ndo est av a co m dezo ito anos, Deus disse a
Sam ue l que o ungisse rei para s uce de r a Saul. Q ua nd o
m e n in o cui dav a das ovelh as do pai, e lemos dos seus
atos de br av ura ao de fe ndê -l as dos animais selvagens.
Com o harpista, a fama de Davi chegou ao
rei. A m e la nco lia de Saul levou a Davi a ser c ham a do
ao pa lác io para tocar. U ma das mais e nca nta dora s
hi st óri as de p ro fu nda a m iz ad e é a de Davi e Jônatas,
filho de Saul.
Quan do Davi foi pro m o v i d o a um alto posto
no ex ército, seu gra nde êxito de sp e rt o u ciúme em Saul,
que reso lv eu matá-lo. Ele at acou Davi cinco vezes
( I S m 19.10 ,15 ,20 ,21 ,23,2 4). Mas Deus gua rdo u Davi.
Ele foi salvo de todos esses perigos. Leia as palav ras
de Davi nos Salmos 37 e 59.
Aqueles fo ra m dias de prov ação para o
j o v e m Davi, esc olh id o para o ofício real. Era natural
que ele busca sse a p ro te ç ão de Samuel. Tudo isso era
tre in a m e n to para a quele a que m Deus estava
p r e p a r a n d o para o trono. Ele não só apren deu a lidar
co m os homens, mas ta m b é m co nsi go mesmo; tornou-

74
se i n d e p e n d e n te e corajoso. A p r e n d e u ainda naq uele s
dias difíceis a co n fi a r em Deus e não nos hom en s,
esperava s em pr e pe la hora de Deus.
A n d o u fugit ivo, não po r qu a lq u e r mal que
tivesse pr a tic ad o, mas por causa do ciúme do e ntio de
Saul. Davi cr e sc eu com o r e s ulta do dessas pro va s e
aflições. Em vez de deixar que o ódio de Saul lhe
endurece sse o co ra çã o, ele atrib uiu o ódio c om amor;
aprendeu ta m bé m , naqueles dias, a ser guerreiro.
To rn ar-se -ia di ri g e n te de uma gra nde nação, e Deus o
estava p r e p a ra n d o para essa tarefa.

♦ O fugitivo torna-se rei.


Por fim, Davi busco u re fú gi o na fuga. Por
esse tempo Sam ue l morreu. Duas ve zes a vida de Saul
esteve nas mãos de Davi, e em ambas as oc asi õe s ele a
poupou. Se nt in do que mor reri a um dia às mãos de Saul,
buscou re fú gi o entre os filisteus. D e po is da morte de
Saul e seus filhos, te rm ino u o exílio de Davi.
O c ap ít u lo final do livro vem co ber to de
luto. A p re s e n ta o último qua dro de um dos mais
desas trosos frac ass os. Saul m orr eu no ca m po de
batalha, por suas próprias mãos. V a n ta g e n s e
op or tu ni da de s na j u v e n t u d e não c o n s ti tu e m ga ranti a de
bom êxito na id a de adulta. A p e ss oa p re c is a m a nt er-s e
fiel a Deus. A r uí na de Saul não veio tanto pela
deso be diê nci a, mas pela m e ia - o b e d i ê n c ia ( I S m 15). Ele
foi vít im a do or gu lh o e do ciúme.
O pr im ei r o livro de Samu el re gi st ra o
fracasso de Saul, o rei pedido pelos home ns. O segundo
descreve a e n tr o n iz a ç ã o de Davi, o rei e sc olh id o por
Deus, be m com o o e st a b e le c im e n to da “ C asa de D a v i ” ,
através da qual o Mes si as, Jesus Cristo viria mais
larde. Q ua ndo Cris to voltar, Ele se a ss e n ta r á no trono
cie Davi (Is 9.7; Lc 1.32).

75
Questionário

■ Ass ina le com “ X ” as al te rn at iv as corretas

1. Sobre Samuel, seria in c o er en te afirm ar que


a ) l_j En ce rro u o períod o dos ju íz e s
b ) Q Deu posse ao pri m ei r o rei (Davi) e ungiu o
maior dos reis de Israel (Sal om ão)
c ) |_J O rga niz ou uma e sc ola de profetas
d ) [ I É me nc io na do no NT com o o pri m eir o dos
profetas, dentro da o rg a n iz aç ã o profética

2. Era o ju iz e s ace rd ote de Israel no tempo em que


Sam ue l nasceu
aO E li
b) lI Eliabe
c ) | I Eliasafe
d ) l I Elifaz 43

3. É c oe r en te dizer que, IS a m u e l descreve mais


a) |______ ] A e nt ro ni z aç ã o de Davi, o rei esc olh
J)eus
b) l I A história de Davi co mo rei
c) | I O e s ta b e le c im e n to da “ Casa de D a v i” , atra
da qual o M essias, Jesus Cristo viria mais tarde
d) fxl O fracasso de Saul, o rei pedido pelos home

■ M ar q u e “C ” para Certo e “E ” para Errado

4. H Samuel foi o último dos j u í z e s ; Saul o prim e


dos reis
5 . 0 Por int ermédio de Samu el, Deus e st ab el ece u um
novo meio de tratar co m Israel. Ch am ou profetas
m ed ia nt e os quais ele falaria

76
A utor: Po s s iv e lm e n te o s ac erdot e
Abiatar.
D a ta : Entre 931 e 722 a.C.
2Samuel T em a : Rei Davi, p r e c u r s o r do Mes si as.
P alavras-C h ave: Davi, Natã, A bsa lã o,
Joab e, Bate-Seba.
Versículo-Chave: 2 Sm 3.

2 S a m u e l regis tra a hist óri a de D av i c o m o rei


(2Sm 5.3). Não con ta a his tória toda, p orq ue ela
c o me ça em I S a m u e l e se estende até IR e is. O prim eiro
livro das C rô ni c as trata dela de outro po nto de vista.
Será fácil lembra r o c o nte údo de ste livro se o
e st uda rm os c o m o biografia. Davi a go ra o c u p a o
cenário.

Preparo e Disciplina de Davi

Esses fo r a m dias de pro va ção . Davi foi:


S C o n v o c a d o de um curral de o ve lh as ( I S m 16.11-
13);
V V ito ri os o sob re Golias ( I S m 17);
V P e r s e g u id o po r Saul ( I S m 18 até o fim);
Os filhos de Israel tinha m c la m a d o por um
rei. Deus lhes deu prim eiro um rei, c o n fo rm e o desejo
do c o ra çã o deles, Saul. Depois lhes deu outro, segundo
o dese jo do c o ra çã o divino, Davi. Esta é a e s s ê n c i a de
2Samuel:
■/ Davi reina sobre Judá - 2Sa m ue l 1-4;
'ó Davi reina sobre todo o Israel - 2 S a m u e l 5-24.
O b se rv e a benção da vida que r e c o n h e c e o
“ Ungido do S e n h o r ” , e coloca o ve rd a d e ir o Rei no
Irono do c o ra ç ã o (uma vida assim é pro te gi da ).
77
Eras tu que faz ias entra das e saídas milit ares
c om Israel (2Sm 5.2) (u ma vida assim é alime ntad a).
Tu ap as c en ta rá s o meu p o v o de Israel (2Sm 5.2; veja
t a m b é m o SI 23.1, 2) (uma vida ass im é vitoriosa), co m
a vitória do próprio Cristo. E serás chefe sobre Israel
(2 S m 5.2).
Em 2Sa mue l 7.1 8-2 2; 8.14,15 vemos Davi
em sua me lho r co ndiçã o, q u a n d o estava no auge da sua
p r os pe ri da de. Vê-se ali o que ele era agora e o que
p o d e ri a ter c on tin ua do a ser se tão somente tives se
p e r m a n e c id o fiel a Deus.
Davi era um h o m e m segun do o c o ra çã o de
D eu s - não porque se j a c t a s s e de ser perfeito, mas
p or qu e c on fe ss av a as suas imp erfeiç ões . Ele esc on deu -
se em Deus. Leia em U o ã o 1.9 o que Deus nos ma nda
fa z er quan do pecamos.
A história de Davi com o past or en co n tr a- se
em I S a m u e l 16 e 17; ve mo -lo depois como prín ci pe na
co rte em ISamuel 10-20; e fin al me nte com o
p e rs eg ui do, nos ca pít ulo s 21 a 31, em ne nhum a outra
pa rte da Pala vra de Deus lemos de alguém mais versátil
do que ele.
Não há n e n h u m a divisão entre o pri m eir o e o
s eg un do livro. O ri g in a lm e n te os dois livros era m um
só, co br in do o pe río do que vai do co me ço da vida de
Sa m ue l até o fim da vida de Davi, mas 2Sa mue l oc upa-
se in te ir a m e nt e de Davi.
Não há n a rr a tiv a pa ralela à de 2Sa m ue l 2,
que fala da sucessã o de Davi ao reino de Judá, mas
l C r ô n i c a s 11 e 13 tra çam um qua dro vivo dos home ns
de Israel qua ndo veio fa z er Davi rei sobre toda a terra.
Saul foi à escolh a do povo; Davi foi à esc olh a de Deus.
Depois da ba ta lh a de Gilboa, qua ndo tanto
Saul, o rei, como Jônat as , o que rid o amigo de Davi,
j a z i a m mortos. Ele nat u ra lm e n te desejou saber qual

78
seria o passo segui nt e. Para isso bu s co u a d ir e ç ão de
Deus (2Sm 2.1). Na da pe rguntou qu a nto ao posto real,
porém s om en te a resp eito do lugar para onde d e ver ia ir.
A na ção de Israel pre ci sav a de um dir igente
e a re s p o st a d iv in a foi que ele devia subir á c ida de de
Hebrom (v. 3).
H e b r o m era uma das mais antigas cidades
(Nm 13.22). Já e xi st ia nos dias de Abraão. Quan do
Canaã foi c o n q u is t a d a , veio a ser p o s se ss ã o de Caleb e
e foi uma das ci da de s de refúgio (Js 14.13-15; 21.11-
13). Foi a cap ital de Davi durante os sete prim eiros
anos do seu reina do, o que a tornou ainda mais
importante. F ic a v a a uns 25 q uilô m e tro s ao sul de
Jeru sal ém , no c en tr o de Judá, e era fortificada.
Presta va- se muito be m para ser capital de um novo
reino, com os filist eu s de um lado e os se guid ore s de
Saul do outro.
Davi r e ve lo u-s e rei c om pl e to q u a ndo poupou
a vida de Saul. E s ta v a pronto a e sp e ra r que Deus lhe
dissesse que sem dúvid a iria p re v a le c e r ( I S m 26).
Estava no a p o g e u 1. Seu preparo pa re ci a com ple to.
O di ab o prefere de rru ba r um h o m e m qua ndo
está nas alturas, ele de rr ubo u Davi, que pa sso u por um
dos piore s pe rí o d o s da sua vida, e aí p e rm a n e c e u quase
um ano e meio ( I S m 27.1). Davi caiu do alto de uma
montanha de vi tó ri a esp iritual num vale so mb rio de
derrota e e sc ol he u ficar nele, fraco e d e sa n im a d o , por
muito tempo.
(E nt retan to , no mo m e nto em que se voltou
para Deu s, o Se n h o r de u-lhe uma vitór ia e sp e ta cu la r
sobre os seus inim igo s, qua ndo pediu a dir eç ão de
Deus, Deus o dirigiu a Hebrom, onde foi logo ungido
rei).

I C) mais alto grau; o auge.


79
Davi hav ia d e s f a le c id o em sua fé. Sem o
c o ns e lh o de Deus, de ixo u o país do povo de Deus e foi
vi ve r em terra inimiga. C erto de que iria morr er nas
mã os de Saul, se não fugisse. J unto u- s e a Aquis, rei de
Gate, que lhe deu Z ic la gu e para morar.
Davi mentiu a Aqu is para gan har o seu favor,
di z e n d o que tinha a ta ca do o pov o de Judá, o que não
fizera. Mas, final me nte , a tir ou- s e nos braços de Deus.
Por ém, Davi se re a n im o u no Se nhor seu Deus ( I S m
30.6). P e rg unt ou a Deus o que fazer. Deus res pondeu e
sob a direç ão divina a l ca nç ou uma grande vitória ( I S m
30).
O que a co nte ceu , qu a se ao mesmo tempo, na
vida de Saul e Davi? Saul, pe ca do r i m p e n i t e n t e 1,
s uc um bi u, arrast and o co n si g o a fam íli a e a pátria ( I S m
31.3-7). Davi, pe ca do r arre p en d i d o , con seg uiu uma
e s p lê n d id a vitória sobre o inim igo e muitos foram
salvos com ele ( I S m 30.17-20 ). Ve ja em 2Samuel 1.17-
27 o triste lame nto de Davi por Saul e Jônatas.
Ain da em Zic la gue , territ óri o inimigo, Davi
p e rg u n to u a Deus o que de v e r ia faz er e não se ele iria
re in a r (2Sm 2.1). Ele o b e d e c e u a Deus e reto rn ou a
H e bro m , onde os home ns de J u d á o fize ram rei. Entre
lutas, guerra civil e intrigas, Davi não levanta um dedo
p a ra obte r o reino de Israel.
A opo si ção foi-se e n fr a q u e c e n d o aos pouco s
e a c au sa de Davi ga n h a n d o força. Sete anos e meio
depois de subir ao trono de Judá, foi co nstituído rei de
Israel.
Por que temos c er te z a de que Davi iria ser
be m s uce did o ao ser c o n st i tu íd o rei? Saul esc ol heu o
c a m i n h o do “e u ” ; Davi e sc o lh e u o c am in ho de Deus.
Po r c aus a disso, Deus o c h a m a um hom em s eg und o o

1
Que persiste no erro ou no crime; relapso, contumaz:
80
seu coração. O b s e r v e que, depois da morte de Saul,
Davi não p r o c u r o u a possa r-s e do reino pela força.
Depois que J u d á o a cl a m ou rei, sete anos e m e io se
pa ssa ram antes que Israel o coroass e. Davi sabi a que
era plano de Deus que ele fosse rei de Israel, mas
estava pr ont o a esperar.

Ascensão de Davi: Supremacia e Governo


( 2 S m 1 -1 0)

No início deste livro, vem os Davi


regre ssa ndo a Z i c la g u e depois da sua gra nd e vitória
sobre os am al eq u it a s . Ele voltara c an s a do no físico,
mas re v ig o r a d o no e sp ír ito por c au s a do seu grande
êxito. Sem d ú v id a p e n sa v a no re s u lt a d o da sua grande
batalha do M o n te G ilboa.
Seu a m ig o Jô nata s, e o rei Saul, e s ta v a m lá.
Davi não ficou na in c er te z a por mu ito tempo. Um
am al eq uita do a c a m p a m e n t o de Is rael veio co rre ndo
toda aq uela d is tâ nci a , à man eira dos be d u ín o s, para
con tar a Davi a d e sg r aç a.
A h is tó ri a c o n ta d a pelo m e n s a g e i r o tinha
sido in v e n ta d a e Davi o tratou c om s e v e r id a d e (leia
2Sm 1.1-16). Davi tinha agora trinta anos (2S m 5.4) e
jam ai s al g u ém de ssa ida de, ou outr a qua lq uer , tinha
agido de m a n e i ra mais nobre. Seu g e n e r o s o co ração
não só e sq u e c e u tudo qu a n to Saul hav ia feito, mas
lembrou tudo o que h a v ia de lo u v á v el em Saul.
Recorde a lg um as das co is a s que Saul ha via feito a
Davi.
Davi e sc re ve u uma la m e n ta ç ã o d e n o m in a d a
“ Hino ao A r c o ” . R e v e la uma p ro fu nd a tern ura , quando
íala do seu q ue ri do a m i g o (2Sm 1.19-27). A morte de
Saul não pôs te rm o aos pro ble ma s de Davi. Ele tinha
íeito a alia nç a c om Aqiuis, ch eg a ra tão pe rto quanto
81
pos sível de ser tr ai dor do seu país, sem r e a lm en te lutar
co ntra ele. Sua pró pri a tribo, Judá, tinha sido a mais
amiga.
Eles sabi am co mo Saul o havia perseg uid o
cruel me nt e. Por isso é que Davi se havia atirado nas
mãos de Aquis, Davi consu ltou a Deus sobre onde
de ver ia e s ta b e le c e r o seu reino, e Deus lhe indicou
Hebrom. Mal tinha ch eg ad o à cidade, qua ndo os
hom en s de Judá v ie ra m ungi-lo rei sobre a casa de
Judá. E m bo ra não fos se tudo o que Deus tinha
pro m e tid o a Davi, era uma parcela c ons id e rá ve l porqu e
Ju dá era tribo real.
O início de Davi foi lento e de sa nim ad or.
Mas, Davi tinha fé em Deus. Era pa ci e nte e estava
pronto a e sp e ra r a orie nta çã o de Deus. Era hum ild e
diante de Deus e dos homens. Era hum ild e quan do
obti nha êxito e, q u a nd o pecava, era sincero em seu
arrepe nd im en to .
Davi teve uma grande carreira. Todo s os
talentos que Deus lhe deu, ele os usou para a glória do
seu cria do r e e di fi c a ç ã o do povo escolhido.
Lev ou Israel ao apog eu da sua glória; em
suas co n q u is t as ex pa nd iu suas fr onteiras do
m e di te rrâ ne o ao E uf rates . Legou uma rica he ra nç a à
sua raça, h e ra n ç a que incluía honra, poder, riqueza,
cânti cos e salmos. Mas, acima de tudo, deu-lhe s
e xem pl o de le al da de a Deus.
Davi c o m e ç o u certo: c o m e ç o u co m Deus!
En tr eg ou todos os seus planos aos cu id ad os divino s (SI
37.5). Jam ai s se e s q u e c e u que Deus era soberano. Ao
pecar, c u rv o u -s e arre p en d i d o e triste, e Deus lhe
perdoou.
Os ho m e n s de Ju dá que vie ram e nco ntr ar
Davi eram, pr o v a v e lm e n t e , os anciãos da sua pró pr ia
tribo.

82
V ie ra m c o n s a g ra -l o rei, apesar de j á ter sido
ungid o em p a rt ic u la r por Samuel. Fazia- se ne c e s s á ri o
para indicar a unç ão em pú blic o com o sinal e x te r n o e
visível da in a u g u ra ç ã o do seu reinado. Você se le mb ra
de que Saul foi un gid o em p a rt ic ul a r ta mb ém ? ( I S m
10. 1).
A unção com óleo sign ifi ca indicação divina.
Saul foi p re p a ra d o para a unção de rei. Fo i- lh e
co nc e di do o dire ito de g o v e rn a r o povo. Mas, o rein ad o
de Davi não foi r e c o n h e c id o pelo povo. Abner,
c o m an da nt e do e xé r ci to de Saul, im e di a ta m en te tom ou
pro vidências para in di c a r o filho de Saul para su bstituí-
lo.
Os g ra nd e s e sf orços de Davi para ev itar
atritos e unir o povo, pro c u ra n d o levá-lo ao r e c onhec ê-
lo com o rei, for am todos inúteis. O espírito de Saul, tão
a nta gôn ic o a ele, p e rp e tu o u -s e em Abner, que e st a va
resolvido a c e n tr a li z a r o reino de Israel na ca sa de
Saul, e não na de Davi (2 S m 2.8-10).
O po vo não co ns ult ou a Jeová; li m it ou -s e
apenas a p ro c ur a r que o favor pop ula r se inclin ass e
para Davi; s eg uiu - se a g u e rr a civil, mas, no final, tudo
favoreceu a Davi e ele foi c onsti tuí do rei de todo o
Israel. A m o n a rq u ia em Israel nunca foi uma a uto cr ac ia
ab soluta ( I S m 10.25; l R s 12.3-4).
No vig or da vida, com trinta anos, Davi
entrou na posse de toda a sua herança. Era essa a tarefa
que Deus tinha para ele. R ei no u quaren ta anos ao todo,
inclusive os sete anos e meio em H e br om sobre Jud á, e
os trinta e três anos em J er usa lé m sobre toda a terra.
A f o r ta le z a de J er usa lé m ainda e sta va nas
mãos dos je b u s e u s , mas foi c ap tu ra da no prin c íp io do
reinado de Davi (2Sm 5.6-10).
Um dos g ra nde s resultados do re in a d o de
Davi foi a un ifi ca çã o de toda a nação sob a sua

83
liderança. C o n se g u iu unir os vários gru pos em conflito.
Era agora um po vo unido, sob a lide ra nça de um j o v e m
unido a Deus. Tu do o que os hebreus tinha m de fazer
era co n ti n u a r s eg ui nd o a lid erança de Davi através dos
anos a fim de p r o g r e d ir e m de gra nde za em gra ndeza.
Davi con fiou em Deus de todo o seu coraçã o
e não se e str ibo u em seu próp rio en ten dim en to .
R ec on he ce u Deus em todos os seus c a m in hos e Ele
dirigiu os seus passos (Pv 3.6). C om o Davi obtin ha
essa dire ç ão ? Pe di ndo a Deus.
D ur ou muito tempo a guerra entre a casa de
Saul e a casa de Davi; Davi ia-se fo rt al e c en do , porém
os da casa de Saul se iam e n f ra que c e ndo (Veja 2Sm 2 e
3). A causa do e n fr a q u e c im e n to era que Deus estava
co ntra eles.
Dep ois de sete anos e meio de oposição,
Davi f in a lm e nt e c o nqu is to u o co ração de todo o Israel,
por sua j u s t i ç a e seu grande espírito. Ele não tinha mais
ne nh um rival. R ep r es e nt an te s de todas as tribos viera m
a H e br om para ungi-l o rei de toda a nação (2Sm 5).
A pr im e ir a coisa que e m p e n h o u foi a captura
de J erusa lé m, a fo rt ale za de Sião. D esd e os dias de
Josué, J e r u s a lé m fora a única a de sa fia r o a taq ue de
Israel. Era ine xp ug ná ve l.
Davi ju l g o u ser a que me lh or servia pa ra a
capital da nação. To rn ou- se re s id ên c ia de Davi e
capital do reino.
O re gis tro de como pela p rim eir a vez ela
caiu sob o d o m ín io do povo de Deus está em 2Sa mue l
5.6-9 e l C r ô n i c a s 11.4-8.
D e po is que Davi e st ab el ece u a capital em
Jer usa lém, ele de sej ou trazer a arca de Deus para a
nova sede do go ve rno . Re c on he ci a a ne c e s si d a d e que o
povo tinha de Deus. Porém, não lemos que ele tenha
c on su lt ad o a Deus.

84
Se gu iu -s e uma gra nde tr a gé dia (2Sm 6.1-19).
Uzá a ch a va que não hav ia mal em s eg urar a arca para
que ela não caísse. Ele era sincero, mas isso era
dia m e tr a lm e n t e op os to ao que Deus dissera. Uzá
morreu.
Qual foi a m a io r co isa que Davi fez pelo seu
povo? Capt urou J er u sa lé m , fê-la m a io r e mais forte,
co nq ui st ou os filisteus e unif ic ou o povo. Mas tudo
isso seria de po uc o valor se Deus não tivesse sido
c o lo ca d o no centro. Foi isso que deu à nação un id a d e e
poder.
Todos os a c o n te c im e n to s do reinado de Davi,
que se segu ir am a c ap tu r a de J erusa lé m, pode m ser
r e s um id os nestas palav ras : ia Davi c re scendo em p o d e r
cada vez mais, p or que o Se n h o r dos exércitos era co m
ele ( l C r 11.9).
Deus o e st iv er a pre p a ra n d o para esse
reinado. O preparo é difícil. Bom é para o h o m e m
s up or ta r o j u g o na sua mo cidade.
O prim eiro c uid ad o de Davi ao e st a be le c e r-
se em Jer usa lém, foi levar para lá a arca do
test em un ho . Sua ten ta tiv a de c ol ocá -l a no M onte Sião
fr acas so u por falta de re v e rê n c ia da parte dos que a
le va va m , mas depois de três meses ela foi d e v id a m e n te
c o lo c a d a no tab er nác ulo , (leia a história toda em
2S a m ue l 6).
Davi era h o m e m de ação. G o st av a de
traba lhar. As guerras c om as nações ao redor ha via m
ces sado. Ele p r oc ur a va ag or a de sc obr ir o que po de ria
fa z er para m e lho rar e e m b e l e z a r o seu reino.
Co m pa ro u a e le g â n c ia do seu pa lác io c om o
ta b er n ác u lo em que Je o v á habitava. A ch av a que essa
dif e re n ç a não devia existir. Ch am ou Natã, o prof eta , e
c on su lt o u -o sobre a c o n s tr u ç ã o de um te mp lo para
Jeová.

85
A pr in c íp io parecia que Deus iria permi tir
que ele c o n st r u ís s e o templo, mas Deus tinha um
pr opó si to dif e re nte para Davi. Leia o que Deus ma ndou
Natã di z er a Davi (2Sm 7.4-17).
O espír ito de Davi de novo se revel ou em sua
s ub mi ssã o ao pl an o de Deus para ele. Deus permitiu-
lhe a ju nt a r ma te ria l para seu filho usar. Ve ja a história
terna do tr a ta m e nto que Davi d i s pen s ou ao j o v e m
aleijado M e f ib o s e te , ao de sc obr ir que ele era filho do
seu me lho r amigo (2S m 9).
Davi era p ode ro s o na arte de guerrear, ainda
que o seu c o ra çã o se inclinasse para a paz. O capítulo
dez narra alguns e m p re e n d im e n to s perigo so s.
Esta his tó ria é a narrativa final da asc en são
de Davi ao poder, e prepa ra o leitor para a terrível
na rrativa da sua queda.
Sob o gov e rn o de Davi, Israel atingiu o
ponto cu lm in a n te . E ss a ép oca é c h a m a d a a “ Idade
Á u r e a ” de Israel. N ão houve culto idó la tra nem funções
mu nda nas e n q u a n to o “ doce c ant or de I s r a e l ” , o
“ m e n in o - p a s t o r de B e l é m ” c o m a n d a v a a nau do Estado.
Suas c a r a v a n a s de me rc ad or es c ru z a v a m os dese rto s e
suas rotas iam do Nilo ao Tigre e ao Eufrat es, e Israel
pro s pe ro u na q u el a época. Q uando Israel an dav a em
retidão para co m Deus, era in ve ncí vel em todas as
c irc uns tâ nc ias .

A Queda de Davi
(2Sm 11-20)
Ser ia prefe ríve l que a vida de Davi tivesse
te rm in ad o antes de hav er-se escrito o c apí tu lo onze. A
idade áurea hav ia pa ss a do e o que resta é uma história
e n tr e m e a d a de pe c a d o e castigo.
Em toda a Palavra de Deus não há outro
capít ulo mais tr ág ic o nem mais cheio de a dver tê nc ia
86
para o filho de Deus. É a h is tó ri a da qued a de Davi. É
co mo um e cl ip se do sol. Seus pe ca dos de ad ulté rio e
virtual h om ic íd io c o ns ti tu em uma terrível nódoa na
vida de Davi.
T o r n o u -s e um ho m e m alqueb rado. Deus lhe
pe rdo ou, mas a Pala vra diz: Não se apartará a esp a da
ja m a is da tua casa. Ele colh eu o que semeou. V e m os a
ceifa em sua pr óp ri a casa e nação!
Ex a m in e os passos na que da de Davi. Eles se
s uc e de m rapida men te :
P rim eiro, ele estava ocioso (2Sm 11.1,2).
D e veria ter ido para a guerra, mas não foi, ficou em
Je ru sa lé m , no lugar da tentação. À ta rdinha le vant ou-se
do leito e foi pa sse ar no te rra ço da sua casa. Esta va
naq uel e estado ind ole nte e d e s c u id a d o que f a v o re ce a
tentação.
Viu a bela B a t e - S e b a e desejou-a. Seu
prim eiro pe cad o foi ter olh ado. Se Davi tivesse co rtado
a te nt a çã o no na sce do uro , te r-s e-ia pou pa do um mu nd o
de a g on ia e terrível pecado. E m vez de exp ulsá -la, ele a
alime nto u.
Segundo, Davi mandou per guntar quem era
(2Sm 11.3). In f o rm o u -s e a re s pe ito dessa m ul he r e a
tomou (v. 4). M an do u trazê-la à sua casa. E s que ce u- s e
do d e v e r para com o fiel so ld ad o de quem era esposa,
mas no próx im o passo é mu ito pior, seu pecado co ntra
Urias, um dos seus mais bravos soldados.
Era pre ci so liv rar- se dele. Fez de Joab e seu
co n fi d e n te no pecado, seu pa rc ei ro no crime. Esse
pecado era ainda mais terr íve l porqu e foi com etido
pelo c he fe da nação. Esse que havia sido e s pe c ia lm en te
favore ci do por Deus.
Tinha a tr a v es s ad o muitas exper iênc ias. Os
notáveis serviços de Urias o torn am m e re c e d o r de
re c om pen s a e não de morte.

87
♦ O pecado é punido.
O pro fe ta Natã veio a Davi e o acusou do
pecado. Lem os do seu sincero a rr e p en d i m en to (Si 51).
Deus disse a Davi que o filho morr eria por
causa do seu pe cado. Veja como ele recebeu esse
castigo (2Sm 12.13-32). Quan do a c ria nça morreu,
Davi le va nt ou -s e e adorou a Deus.

Os Últimos Dias de Davi


(2Sm 20-24)

Dep ois que a rebelião liderada por Absalão


foi e sm ag ad a, Davi voltou para o seu reino. Novos
oficiais foram n om e ad os e a r e c on st r uçã o co meçou por
toda parte. Davi peco u rec en se a ndo o povo, porque
Deus não o m a nda ra fazer tal coisa. A terra foi
cas tig ad a por uma peste durante três dias.
Ele a c um ul ou grandes re cu rso s para a
c on st ru çã o do templo e orientou seu filho Salomão
quanto à c on st r uçã o. Davi tinha somen te setenta anos
qua ndo faleceu.
Os últimos versículos de 2Sa m ue l 24.18-25
falam da c om pr a que Davi fez da eira de Araúna. Ele
ergueu um alta r ali. Isso tem um s ign ifi ca do especial
porque nesse local foi mais tarde c on st ru íd o o grande
templo de Salom ão.

88
Questionário

■ A ss in a le com “X ” as a lt e rn at iv as corretas

6. Davi re ve lou -s e rei co m p le to qua ndo


a ) |_j Pou po u a vida de Saul
b ) | I De rrotou o gig an te Golias
c) M P a st ore ava ovelh as
d ) |_] Exerc ia o cargo de prí n c ip e da corte

7. Qu a nto às con qui st as de Davi, é inco rre to dizer que


a ) M C apt uro u Je ru sa lé m , fê-la maior e mais forte
b ) |_J C on qui st ou os filisteus
c ) |_| Con str uiu o templo
d ) |_j U nificou o povo

8. Pro feta que veio a Davi e o acusou do pe cad o -


aquele, com etido com B a t e -S e b a
a ) I_I Elias
b )1_I Urias
c ) |_| Samuel
d ) |_] Natã

■ M ar qu e “ C ” para Certo e “E ” para Errado

9. □ Sob o gov erno de Davi, Israel atingiu o ponto


cu lm in an te. Essa é poca é c h a m a d a a “ Idade Á u r e a ”
de Israel
10. D Deus di sse a Davi que seu filho mor reri a por
c aus a do pecado co m B at e-S eb a . Quan do a c ri a nça
morreu, Davi mu rm uro u

89
Lição 4
A Monarquia - 1 e 2Reis, l e 2
Crônicas

A u to r: D es c on he c id o. Atribuído a
Jerem ia s.
D a ta : Po s s iv e lm e n te entre 560 e 538 a.C.
1 e 2R e is T em a : Liçõe s da divi sã o do Reino
Unido.
P a lavras-C h ave: Rei, casa, profeta.
V ersícu lo-C h ave: l R s 3.9; 2Rs 12.7

O Autor

Ex is te a op in iã o de que os livros de Reis


te nham sido e scr ito pelo profeta Jerem ia s. Muitos
trechos nesses livr os le mb ram o de Jeremias. Por
exemplo, c o m p a r a r 2Reis 24.1 8-2 0 e 2Reis 25 com
Jeremias c apí tu lo 52.
O pr in ci pa l a rg um e nt o c ontra a autoria de
Jeremias é que o rela to da prisão e do cativeiro de
Jo aqu im foi e scr ito por al gu ém na B ab i lô n ia e sabe-se
que J er em ia s foi le va do ao Egito (Jr 43.1-8). O
primeiro temp lo ai nd a e sta va de pé ( l R s 8.8).
P r o v a v e lm e n te os livros de Reis tenham sido
escrito por um p ro f et a c o n te m p o râ n e o de Jeremias,
antes do fim do c at iv ei ro Babi lón ico , caso contrário, a
volta do c ati vei ro teria sido m e n c i o n a d a no livro.
91
O autor relatou fatos oc orr ido s muito antes
da sua própr ia época, e teve, porta nto , acesso a
di ferente s fontes de história escrita. Dessas fontes
estão me nci onadas:
x C rô ni c as do rei Salo mã o ( l R s 11.41);
x C rôn ic as dos reis de Judá ( l R s 14.29; 15.7; 22.46;
2Rs 8.23, etc);
x Crô nic as dos reis de Israel ( l R s 14.19; 15.31;
16.5; etc).

Data

E m bo ra a data exata para a c om pos iç ã o de 1


e 2Rei s seja incerta, a cr edi ta -s e que a sua form a final
e st a va pron ta em algum m om e nt o da última parte do
século VI a.C.
O último a c o n te c im e n to m e nci on ad o em
2Reis é a liberda de do rei Jo aqu im , de Judá, que estava
preso na Babilônia. C o n s id e ra n d o que J o a q u im foi feito
p ri s io n e ir o em 597 a.C. (ver 2Rs 24.8- 17) e libertado
trinta e sete anos mais tarde (ver 2Rs 25.27), os livros
de Reis de ve m ter sido escritos de pois de 560 a.C. para
que essa in for ma çã o pu de ss e ser incluída.
O autor de Reis teria m en ci onado ,
pr o v a v e lm e n t e , um a c o n te c im e n to tão impo rt ant e como
a q u e d a da Bab ilôn ia para a Pé rs ia em 538 a.C., caso
h o u v e ss e tido co n h ec im e n to desse evento. Como não
há me nçã o dessa im por tan te notíc ia em Reis, conclui-
se, então, que 1 e 2Reis te n h am sido escritos,
pr o v a v e lm e n t e , antes de 538 a.C.
Portanto, a data de 1 e 2Reis é fixada entre
560 a 538 a.C., e m bor a os e ven to s regis tra dos em
I R e is te n h am oc orrido uns trezen tos anos mais cedo.

92
O Esplêndido Reinado de Salomão
(1 Rs 1-1 0)

O livro c om eç a com o rei Davi j á vel ho e


entrado em dias. E n ve lh e ce u p r e m a tu r a m e n t e p orq ue
contava apenas s et e nta anos. Seu filho Salo mã o tinha
dezenove. Por c au s a da deb ilidad e de Davi, in ic ia -s e
uma rebelião c o n tr a ele. A te ntativa de A doni as, no
sentido de c o n s e g u ir o trono do pai, era natural por ser
um filho pr e s ti g ia d o por Davi.
Es sa re b e li ã o exigiu ação imediata, e q u e m a
tomou foi Natã, o profeta. Davi p e rc eb e u que S a lo m ã o
era o mais in d ic a d o para sucedê-lo. Ele era o e sc olh id o
de Deus ( l C r 22.9; l R s 2.15). E s ta va claro que a
escolha de S a lo m ã o era popu la r ( l R s 1.39,40).
A don ia s viu logo que qu a lq u e r o p os iç ã o
seria inútil. Por c au s a dessa rebe lião , Salo m ã o foi
coroa do antes da morte de Davi ( l R s 1.30,39,53).
Salomão re c eb e u seu tr e in a m e nto re lig ios o de Natã, o
profeta. Esse sábio pro fe ta o a ma va e lhe deu o nome
de Jedidias, “q ue ri do de D e u s ” (2S m 12.25).
O rein a do de Salo m ã o c o m e ç o u num
e sp le ndo r de glória. Era es p le n d o r sem sub mis sã o. E
como a co nte ceu co m Saul, a vida de S a lo m ã o te rm ino u
num a n t i c l í m a x 1. O seu coraçã o não era de todo fiel
para com o Se n h o r seu Deus, com o fora o de Davi, seu
pai ( l R s 11.4). Le m br e -s e , Deus dese ja o nosso
coração! Sal om ão , en tre tan to , foi um rei ma gn ífi co ; seu
trono foi o mais gr a n d io s o que o mu ndo j á tinha visto e
sua vida, ch eia de a co nt e c im e nt os de s ig nifi c a çã o
ma ravilhosa. Seu reino de quase 100.000 qu il ô m e tr o s
qua dr a do s era dez vezes maior que o reino que seu pai
herdara.

1 Figura que consiste no emprego da gradação descendente.


93
Salomão - O H omem

Salom ão, homem notável e bom .


<t> C re sc e u sob a sábia orie nta çã o de Natã, que lhe
deu o apelido de Jedidias, “ q ue ri do de D e u s ” (2Sm
12.25);
# Seu reino foi bem sucedido. O povo clamou com
alegria;
•#> S a lo m ã o já está ass en tad o no trono do reino ( l R s
1.46);
#> A or de m de seu pai era ch eia de pro m e s sa s ( l R s
2.1-9);
# A e s c o lh a de sab ed ori a foi uma escolh a divina
( l R s 3.7-28);
<§> Seu gabi net e foi o ma ior de Israel ( l R s 4);
# Sua grande tarefa foi a c o n s tr u ç ã o do templo,
gr a n d e soma de dinhe iro foi ga sta em erguê-lo. O
cu lto de in a ugu ra çã o reve st iu -s e de su blimidade.
■# Seu reino atingiu, depois de q ua tr oc en to s anos, as
vastas dim en sõ es e sb oç ad as por J osu é (Js 1.4);
# A ri que za e a glór ia do reino de Sa lo mã o fize ram
c om que a rainha de Sabá fic a sse com o fora de si
( l R s 10.5);
<t> Sua belez a pessoal é descrit a em Salmos 45;
#> Sua ardente afeição pode ser vista nos cânticos
que têm o seu nome (C antares de Salomão).

Salom ão, homem fraco e fa lto so :


<i> D ife re nt e de seu pai Davi, ele tratou o irmão
A do ni a s com c ru e ld ad e ( l R s 2.24, 25);
<t> Seu coraçã o se ench eu de org ulh o ( l R s 10.18-29);
# Le v a d o por suas mulheres pagãs caiu na idolatria
( l R s 11).

94
S a lo m ã o não d e m onst ro u s a b e d o r ia
espiritual. O livro de Ecl esiastes, com sua nota de
de se sp ero é uma c on fis sã o disso. Ele não tinha o
co ração em paz c o m Deus. Depois das palavras finais
de a d m o e s ta ç ã o de Davi a seu filho para que fosse
a bs ol uta m e nt e leal a Jeová, o rei morreu, tendo
go vernad o por q u a r e n t a anos.
No início do reino, Deus a pareceu a S a lo m ã o
num sonho e lhe di sse que es c ol he ss e o que dese ja sse .
A sábia es c ol ha do j o v e m rei revelou um s e n ti m en to de
in c ap a c id ad e para r e a li z a r a tarefa. O que foi que ele
pediu ao Se nho r? D eu s lhe deu a s ab ed oria que pediu.
P e de -m e o que que res que eu te dê ( l R s 3.5).
O j o v e m não se e n v ai d e c eu qua nd o Davi, seu
pai, por duas vezes o c h a m o u de sábio ( l R s 2.6-9).
Sal omã o pe diu um “ co ra çã o c o m p r e e n s i v o ” . S a lo m ã o
foi o ho m e m mais sábio que o mu ndo c on he c e u até a
vinda da qu el e que p o d ia diz er de si mesmo: “E eis aqui
está quem é maior do que Salomão ” (Mt 12.42).
E m p ri m e ir o lu ga r Salo m ã o org a niz ou seus
líderes. C er co u - se de um g ru po sábio de min is tro s de
Estados, cada um deles re s p o n sá v e l por um setor. Isso
trouxe ao reino dias de e x tr a o rd in á ri a pro sp erid ad e.
O ma ior e m p r e e n d i m e n t o no rein a do de
Salomão foi a e di fi c a ç ã o do templo, que hav ia sido o
que seu pai Davi ta nto de s e ja ra fazer. O im e ns o
alicerce de grande s pedras la vr ad as, sobre os quais o
templo foi co n st r u íd o , p e rm a n e c e até hoje, sob a
mesquita de Ornar. U m a só laje tem quase 13 metr os de
c omp rim en to. As im en sas pe dr a s, o cedr o a ro m á ti c o e
o r e v e st im en to de ouro lhe d a v a m i n v u l g a r 1 espl en dor.
O T e m p lo f ic a v a situado num lug ar
histórico. No m onte M oriá, Ab raão ofe receu Isaque

1 Não vulgar; incomum.


95
(Gn 22.2). Já vimos que Davi co m p ro u a eira de
Ara úna e hoje nela está c o n st r u íd a a m e s q u i t a 1 de
Ornar, o lu ga r sagr ado dos ma om e ta nos .
Há três templos terrenos me nci onad os nas
Esc rituras.
•S O pr im ei ro é o de Salom ão, que foi de str uíd o
pelos ba bil ôni os cerca de 587 a.C. (2Rs 25.8,9).
V O s eg un do é o de Z o r ob ab e l (Ed 5.2; 6.15-18).
Não se c om par av a na e le g â n c ia de suas linhas com
o de Salomão.
V O te rc ei ro foi o te mp lo de H e ro des erigi do em
es c a la mais gra ndi os a em 20 a.C. e co m pl e ta do em
64 a.D. Foi de str uíd o por Tito no ano 70 a.D.

A Glória do Reino de Salomão


(lRs 1-10)

Estu de IR ei s 9.1-28; 10.14-29 e veja os


p ro v á v e is perigo s que c er ca ra m S a lo m ã o em toda a sua
glória. Ve ja sua elevad a posi ção , sua gra nde sabedoria,
sua in c o n tá v e l riqueza. É difícil não e sq ue c er de Deus
nu ma hora de tanta pro s pe rid a de . A pe sso a tende a
p e n sa r só nos seus bens. Foi toda essa glória que levou
S a lo m ã o à queda. Por c au sa da sua apostasia, Deus
le van to u inimi gos para o afligirem.
O livro de Ec le si as te s de sc re ve a fut ilidade
da vida de Salo mã o nessa época. A r a in ha de Sabá foi
te s t e m u n h a do reino de S a lo m ã o em seu apog eu e viu o
c u m p r i m e n t o da oração que Davi fez por seu filho, um
ano antes de morrer.
A re puta ção de S a lo m ã o esp a lh a ra -se
p ro v a v e l m e n t e com as viagens da sua ma rin ha
(lRs 9.21-28). A fama de Salo m ã o e sta va ligada com

1 Templo maometano.
96
Jeová. Foi isso que de sp e rt o u o in te resse da ra inh a de
Sabá. Ela ficou im p r e s s i o n a d a com:
S Sua sab e do ria e ri qu e z a ( l R s 10.1,7);
S Sua c r i a d a g e m 1 (v. 8);
•/ Seu Deus (v. 9).

A História do Reino Dividido


(lRs 12 - 2Rs 17)

S a lo m ã o reino u qu a re nt a anos, o s eg undo


grande períod o do reino unido ( l R s 11). A p rin c íp io
tudo foi bem, po ré m , mais tarde su rgi ram pro ble m a s
sérios. O bs e rv e que Saul, Davi e Salom ão re in a ra m
cada um deles, q u a re n ta anos (At 13.21; 2Sm 5.4; l R s
11.42).
Os im po s to s dura nte o reina do de Salo m ã o
o n e r a r a m 2 muito o povo. O luxo e a ido latria ti nha m
reb a ix ad o a moral. O reino estava a ponto de dividir -se.
A p r o s p e r i d a d e e o po d e r que S a lo m ã o
al cançou tinham seus perigos. Isso cu st a va d in he ir o e
sign ifi ca va a u m en t o de impostos que se to rn a ra m um
fardo in s up or tá ve l, geran do seme nte s de
in tr an qu ili da de e revolta. Salo m ã o in st a lo u-s e
s o be r bam e nt e em J er u sa lé m , ed ifi c an do seu famo so
templo, m a n d a n d o vir operários e ma teriais de fora do
país e depois c o n s tr u iu para si um pal áci o que de ixo u
ab ism ad os os seus pró pr ios súditos e os vis itante s
estran ge iro s. D ur a nt e esse tempo houve c o rr u p ç ã o e
sub orn o e de b a ix o de toda esta car ga c re sc ia a
inq ui e ta çã o e o e sp ír ito de rebe ldia no povo.
C o n s id e re os a co nt e c im e nto s que le var am ao
declí nio do reino.

1 A classe dos criados e criadas.


“ Oprimir; vexar; sobrecarregar.
97
P o r muitos anos houve c iú me s entre o Norte
e o Sul. A c au sa do ci úme dat ava de tr ez ent os anos e
era d e vi da pr in c ip a lm e n te ao c iú m e entre as tribos de
Ef raim e Judá. Note as bên ção s que Jac ó impetrou
sobre E f ra im (Gn 48.17- 22; 49.2 2-2 6) . E desd e os dias
de Josué, que era da tribo de Efrai m, ela que oc upav a
lugar de de staque.
A tr an sf erênc ia de au to ri d a d e para J udá deu-
se com Davi, que perte nci a a essa tribo. Todo este
ci úme en tre as tribos in te ns if ic ou- s e por causa das
p ri va ç ões pelas quais o povo p a ss a v a com o resultado
das a rb it ra ri e da des de Salom ão. Suas ex igências
c ria ram op re s sã o e sua in fi del id a de a D eu s r e c la m a va
j u s t i ç a ( l R s 11.26-43; 12.4).
Q ua nd o o filho de Salom ão , Roboão,
am ea ç ou c o lo c a r fardos mais pe sa dos sobre o povo, sua
im p r u d e n te teimo si a só fez a c r e s c e n ta r c om bust ív el à
fogue ira , que se vinha fo r m a n d o e a rd e ndo por quase
tr ez ent os anos, desde o tempo dos ju íz e s. Veio logo a
revolta das dez tribos ( l R s 12.16), mas as tribos de
Ju dá e B e n j a m im p e rm a n e c e ra m leais ( l R s 12.17). Essa
crise levou à ind ic açã o de J er o b o ão c o m o rei da parte
do norte (v. 20).
A pós a morte de Salo mã o, Israel reuniu- se
em S iq ué m para pro c la m a r R o b o ão rei. Antes, porém, o
povo fe z -lh e o pedido de que lhe alivia sse o pesado
ju g o que lhes havia posto Sa lo mã o ( l R s 12.4).
Q ua ndo Robo ão, a c o n s e lh a d o pelos jo v e n s
que h a v ia m cresc ido co m ele na corte ( l R s 12.10-11),
rec uso u a te nd e r o povo, dez das tribos re cu sar am
r e c o n h e c ê - lo rei. As dez tribos do norte acl a m a ra m rei
a J e r o b o ã o ( l R s 12.20). J udá e B e n j a m im segu iram a
R obo ão (ano 932 a.C.).
A divis ão do reino era, assim, um fato
c o n su m a do. Mas não veio to ta lm e nte de surpresa.

98
Te nsões no r e l a c io n a m e n to entre as tribos p ude ra m ser
vista j á nos dias de J osu é e nos dos juí ze s.
No inicio do rein ad o de Davi s ome nt e Judá
acl am ou-o rei. S a lo m ã o teve d ifi cu ld a de de m a n te r o
reino unido.
A hist óri a do povo que até o fim do rein a do
de Salomão havia feito referê ncia a um povo e a um
reino passou no ano 932 a.C., a referir-se a dois reinos:
ao reino do norte ou de Israel, e ao reino do sul ou de
Judá. Neste ponto, o relato his tór ic o pa rece um pouc o
co nfuso qua ndo se tenta c o m p r e e n d e r o que ac onte c eu
s im ul ta ne a m e nt e nos dois reinos.
A Bíblia a p re se n ta a hist óri a de Israel e de
Judá alte rn ad a m e nt e . Nos livros de Reis a hist óri a de
Israel é rela tad a com mais detalhes. Nos 200 anos que
durou o reino de Israel, os dois reinos irmãos viv e ra m
tempos de franca ho st ili da de, tempos de c o e x is tê n c i a
pacífica e tempo de alia nç a direta, e am bos os reinos
foram pr o f u n d a m e n te in fl ue nc ia dos por seus reis tanto
para o bem com o para o mal.
Após os reis do reino unido, Saul (1050-
1010), Davi (1 01 0- 970), e Salo m ã o (970 -9 32 a.C.),
seg uiram-se os reis do reino dividido.

A Causa do Declínio

Um novo no me de grande im p o r tâ n c ia surge


nas págin as dest a história: J er ob oã o era j o v e m de
origem humilde, mas tinha co n q u is t ad o n o to ri ed a de por
causa dos seus fiéis ser viç os e realizações.
Aías, o prof eta, fez a J er o b o ão uma
su rpr een de nte re ve laç ão . U san do da fantasia oriental,
lirou a capa nova que vestia e, ra s g a n d o -a em doze
pedaços, disse a Jer obo ão : “Toma dez pedaços, porque
assim diz o Senhor Deus a Israel: Eis que rasgarei o
99
reino da mão de Salomão e a ti darei dez tribos ” ( l R s
11.31). O reino dividiu-se. O j u l g a m e n t o veio sobre
S a lo m ã o por seus longos anos de luxo, orgu lho e poder.
A a po st a s ia reli gio sa vinh a co mo um verme mortal
c or ro e n d o a raiz da vida de Israel. Um dia a árvore
caiu. N a d a destrói mais a raiz de uma nação do que o
de clí nio religioso.

O Pecado Traz Divisão

E m bo ra não soubes se, o povo estava


re a li z a n d o o propós ito divin o ( l R s 12.15; 11.29-33).
Deus não podia igno rar a d e s o b e d iê n c ia de Salo m ã o às
suas mais claras ordens. O reino do povo esc olh ido de
Deus foi di vid ido pelo pe cado. Há quase três mil anos.
Ve mo s esse reino e sf ac el ar-s e e, fi na lm en te , ser levado
em c at iv ei ro (2Rs 17.25).
Faz parte da p ro f ec ia que estas duas partes
de Is rael serão reunidas de novo aqui na terra, qua ndo
Cristo voltar em Glória (leia as pa ss a gen s de Isaías
11.10-13 e Eze quiel 37.15-28).

Elias - O Seu Ministério

Elias foi um dardo de fogo que Deus desferiu


sobre o perve rso A cab e e o idó la tra Israel. Ele
a tr a v es s a esta página da his tó ria de um modo rápido e
terr íve l com o relâmpago.
Elias, o tesbita, dos m ora do re s de G ileade, é
a m a n e i ra como é a pre sen ta do. O nome Elias si gnifica
Je ová é meu Deus. A d a p ta v a -s e p e rf e ita m en t e a ele.
Foi o mais notável dos prof etas. A c o m p a n h e seu
a p a r e c im e n to repentino, sua c o ra g e m intrépida, o zelo,

100
os p í n c a r o s 1 do seu triunfo no monte C ar m el o , a
pro fu nd eza do seu desale nto , seu glo ri oso
a rre bat am e nt o ao céu num r e d e m o in h o e a a p a r iç ã o no
M onte da T r a n s f ig u r a ç ã o foi uma fi gur a notável das
mon ta nha s de Gil ead e. Seus longos cabelos c a ía m -l h e
sobre o manto de pele de carneiro.
Je ov á o enviou para c ol oc a r um fim ao
destac áve l culto a Baal, praticado du ra nt e o rein a do de
Acabe, que se c as a ra com a ímpia p r in c e s a pagã,
Jezabel. Su rg in do in e sp e ra d a m e n te do de ser to e pondo-
se diante do rei co rru pto , no e s p le n d o r da sua corte, o
severo prof eta fa lou -lh e ous ada me nte : “ Tão certo como
vive o Senhor Deus de Israel per ante cuja f a c e estou,
nem orvalho nem chuva haverá nestes anos segundo a
minha palavra ( l R s 17.1)” , for a-l he dado p o d e r para
fechar os céus de tal modo que não c h o v e s s e dura nte
três anos e meio.
Ele pe diu que descesse fogo do céu diante
dos prof etas de Baal no monte Car mel o. Foi o
e van ge lis ta do seu dia, troveja ndo a d v e r tê n c ia s a esse
povo idólatra.
Elias po d e ri a ser c h a m a d o de M oisés
segundo. Em Elias a força prof ética atinge o clímax.
Ele d e s e m p e n h o u o seu mi nistério c om p ro f u n d o zelo
pela lei de Deus e pe la glória de Jeová, e, assim, como
Moisés, o seu m ini st ério foi a c o m p a n h a d o de
r e a li za ç ão de mi la gre s, três aspectos s a li e n ta m -s e no
c ar át e r de Elias:
S C oragem ; so zinho, de safiou os sac e rd ote s da
re lig iã o oficial para um co n fr o n to púb li c o no
Car melo ;
S Fé: o fu n d a m e n to da sua c oragem ; q u a n ta fé tinha
Elias para ou s ar e nf re nt a r Acabe e diz e r -l h e “ nem

1 Cume; pináculo.
101
orvalho nem chuva haverá, se não segundo a
minha pa lavra ” ( l R s 17.1);
S Z elo : pelas coisas de Deus ( l R s 19.10).
O ministé rio de Elias foi a m p la m en te
a c o m p a n h a d o de milagres. N e n h u m prof eta su perou
Elias neste aspecto. Com veem ên ci a, Elias c o n d e n a v a a
a po st a s ia e a iniqüidade em Israel, e c o n c la m a v a o
pov o para que voltasse para Deus, o b s e r v a n d o as suas
leis (a a po st a s ia no tempo do AT atingiu o m áx im o nos
dias de Acabe).

O Ministério de Eliseu
(2Rs 1-9)

Eliseu sucedeu a Elias. Era um tipo carid oso,


em co n tr a st e co m o ardoso Elias.
Elias pre pa rou Eliseu para ser seu sucessor, e
seu m in is té rio durou ci n q u en t a anos. A maior parte de
seus mi la gr e s foram atos de b o n d a d e e mise ricórd ia.
Te ve gr a nd e influência sobre os reis dos seus dias e,
e m b o r a não aprovass e os seus atos, vinha sempre em
soco rr o deles.
Elias e Eliseu a p re se n ta m ace ntu ad o
c ont raste : “Elias foi o prof eta do j u l g a m e n t o , da lei, da
s ev erida de . Eliseu foi o pro fe ta da graça, do amor, da
ternura” .

102
Questionário
■ A ssinale co m “ X ” as alternativas corretas

1. Qua nto ao rei S a lo m ã o é inc oerente diz er que


a ) l_J Cresc eu sob a sábia ori e n ta çã o de Elias, que
lhe deu o a pe li do de Jedidias, “ que rido de D e u s ”
b ) D Sua gra nd e tarefa foi a co n st r u çã o do templo,
grande so ma de dinheiro foi gasta em e rgu ê-lo
c ) D S e u rein o atingiu, depois de q u a tr o c e n to s anos,
_as vastas d im e ns õe s es bo ç a das por Josué
d ) l_I A g r a n d e z a do reino de S a lo m ã o fize ram com
que a ra inh a de Sabá ficasse com o fora de si

2. Com relação aos templos terrenos m e n c i o n a d o s nas


Esc rituras , a p ont e para o incorreto
a ) M O Te m pl o de Davi
b ) l_J O T e m p lo de Salomão
c ) |_J O T e m p lo de Zorobabel
d ) |_| O T e m p lo de Herodes 543

3. Israel se di vid iu , as dez tribos do norte a cl a m a ra m


rei a ________ ; J u d á e Benj am im se gu ir am a ________
a) |_l Abias e N a dab e
b) |______ I Baas a e Asa
c) M J os a fá e A c ab e
d) |______ I J e r o b o ã o e R oboão

■ M ar qu e “ C ” para Certo e “ E ” para Er rado

4. O S a lo m ã o tratou o irmão Adonias com cruel dad e;


se en ch e u de orgulho; levado por suas mulheres
pagãs caiu na idola tria
5. O Elias foi o pr o f et a da graça, do amor, da ternura.
El ise u foi o pro fe ta do j u lg a m e n to , da lei, da
s e ve ri da de

103
A Corrupção de Israel (2Rs 1-17)
Je r o b o ã o , o go v e rn a d o r do R ei no do Norte,
ch am ad o Israel, fez de Siqué m a capital, pareci a o
lugar na tu ra lm e n te indica do por ficar no c ent ro da
região. Er a cost um e, segun do a lei, o povo ir a
Je ru sa lé m re g u la rm e n te para ad or a r (Dt 12.11,14;
16.6,15-16; I S m 1.3-7). J er obo ão re cea va que as tribos
via ja sse m a Je ru sa lé m , a capital do Reino de Roboão, a
fim de lá a do ra re m a Deus. Por isso, fundiu dois
bezerros de ouro e os colocou em lugares c onve nie nt e s
- Betei (Gn 28 .11-1 9) , no sul, e Dã (Jz 18.29,30) no
ex tre mo norte do Reino, de modo que o povo não
tivesse de ir a Jer usa lém. Mais de vinte vezes ele é
de scrito co mo Jer ob oão , filho de Nebate, que fez pecar
a Israel.
Após 256 anos, o povo foi levad o cativo pelo
rei da A ssí ri a (2Rs 17). Mui tos dos profetas de Israel
tinham a dv er tid o o povo quan to ao cati veiro, mas eles
não q u is e r a m voltar-se da idolatria para Jeová.
Os assírios eram guerre iro s fortes e cruéis.
C on st r u ía m seu reino com a pilh a ge m de outras nações.
E s fo la v a m pe sso as vivas, c ort a vam - lh es as línguas,
a rr a n ca v a m -l h e s os olhos, d e s m e m b ra v a m -l h e s os
corpos, e depois, para infun dir terror, le van ta vam
montes de crân ios humanos. Por 300 anos a Assíria foi
um impé rio mundial.

Judá - O Cativeiro
O Rein o do Sul tentou co n q u is t ar o do Norte,
dura nte oit e nt a anos houve gue rra co ntín ua entre eles,
mas fr a c a s s a r a m no seu pro pósito, veio então um
períod o de oit e nt a anos de paz entre os dois reinos,
depois do c a s a m e n to do filho de J osa fá (Reino do Sul)
com a filha de A cab e (Reino do Norte).
104
Fi na lm en te houve um p e rí odo de c in q ü e n t a
anos, onde, se gue rre ava m, de tempos em tempos, até
ao cativeiro, No R ei no do Sul houve só uma d in a st ia
(Dav ídi ca) , de R ob oão a Ze de qu ia s . Os grande s
prof etas dessa é po ca foram Isaías, Natã, Jer emias, Joel,
e Sofonias.
Cerca de 136 anos depois de a Ass íria ter
le va do cativo o Reino do Norte, o Reino do Sul foi
levad o em c ati vei ro por N a b u c o d o n o s o r, rei da
Bab ilônia. J er us a lé m foi de struída, o templo q u e im a d o
e os príncipes levados presos.
O povo e s que c eu de Deus e recusou ou v ir a
ad v er tê n c ia dos profetas. Deus queria que seu povo
a p re n d e s se a lição de ob e d iê n c ia e de pe n d ê n c ia dEle.
E m IReis vemos d e s m o r o n a r -s e o Reino de Israel,
o r gul ho s o e arrogante, em 2Reis, pe ca ndo ainda mais -
Israel é levado em cativeiro. Em 2Reis 3.2 e n c o n tr a - se
o seg re do da qu ed a do povo ju de u: fez o que era mau
p e ra nte os olhos do Senhor.
As figuras atu ant es e inf luentes da q u el a
é p o c a foram os prof etas Elias e Eliseu. Elias era à
fo r ça de Israel. Jeza bel e Ac abe havia in tim id ad o o
povo, levand o- o à su bmissão. Elias, porém resistiu.
Leia IR ei s 17.1, onde ele diz: “Tão certo como vive o
Senhor, Deus de Israel, perante cuja f a c e estou"'.
Ficou firme co mo uma ro ch a dia nte das
f r aq ue za s de Israel. Elias foi o ca m pe ã o do altíssimo.
Ele trouxe Deus ao povo. Foi o pa st o r -e v an g e li s ta
daq uele s dias.

O Reino do Norte - Israel (lRs 12 - 2Rs 17)


=> O primeiro tempo (932 a 886 a.C.).
Jero boão, o prim ei ro rei, escolhe u Si quém
para capital de seu novo país. Esta bel ec eu dois centros
religioso s: Dã ao norte; e Betei, ao sul. Em am bos os
105
centros m a nd ar am c olo car um be zer ro de ouro, dizend o
que estes e ra m os deuses que havia tirado o povo do
Egito ( l R s 12.26-29). Com isso, ele que ria ev itar que o
povo pe re g ri n a s s e a J er usa lé m para, no templo, servir
ao Se nhor. E com isso abriu c am in ho para a idolatria.

=> Dinastia de Onri (886 a 842 a.C.).


Onri tomou o poder, e nos sete anos em que
reinou, c o n s e g u iu criar no país um clima de ordem e
e st a bili da de . Ele fez de Sama ria a capital. Mas fez
ta mbé m o que pa recia mal aos olhos do Senhor.
Ac abe, seu filho, seguiu as pisada s do pai.
C on ti n u o u a ed ifi c aç ã o de Sa m a ria e e x p a n d ir a m as
rela çõe s c om er ci a is com a Fenícia, re la çõ es que se
c o n s o l i d a r a m qua ndo esse rei casou com a prince sa
si dônia Jezabel.
E ss e c a s a m en to foi de sa s tro s o para a vida
espir itu al do país. Jezabel lutou para que o culto a Baal
fosse a religião oficial de Israel. Ac abe co nst ru iu um
te mp lo e um altar a Baal, em Samaria. N essa ocasião
Deus le va nt ou o profeta Elias, um dos mais notáveis do
Antigo Te s ta m en to .

=> Dinastia de Jeú (842 a 744 a.C.).


Após ter sido ungido rei, Jeú atuou
f u r io s a m e n te (2Rs 9.18-19). Deus ord e nou que ele
ferisse a ca sa de Acabe. E Jeú assim fez: matou o rei
Jorão, a ra inh a Jeza bel e os da li nhag em de Acabe.
Ele tentou fazer cessar o culto a Baal.
T o d a v ia suas ações inte mp est iv as não c o n d u z ir a m o
povo a n e n h u m a modif icaç ão esp iritual mais profunda.
Na di na st ia de Jeú, d e st a c o u -s e sem dúvida,
o rei J e r o b o ã o II. A Bíblia diz que este rei fez o que
pa re ci a mal aos olhos do Senhor, nunc a se ap artan do de
ne nh um dos peca dos de J er ob oã o (2Rs 14.24). Mas o
106
seu reinado de 41 anos foi o mais pró sp ero do reino de
Israel. Ele ex pa nd iu o reino, reforçou o poderio militar,
e sua bem s uc e did a política e c o n ô m i c a fez sua nação
viv er dia de muito progr ess o material.
To da via a pro s pe rid a de be nef icio u uma
minoria. Os pobres eram ex plo ra dos e oprimidos. As
pro pr ie da de s dos pobres eram e m penh ad as. Quem não
tivesse dinheiro não teria suas causas ju lg a d a s de modo
jus to . A c o rr u p ç ã o era gener aliz ad a. Con tra tudo isto se
le van to u o profeta Amós, an unc ia ndo o Juízo de Deus.
A me sm a m en sag em foi en tre gue pelo profeta Oséias
pouco s anos mais tarde.
Mas o povo não deu ouvido. N in g u é m
a c r ed ita va que o tempo de p ro s pe ri da de um dia
terminaria.

=> Os últimos tempos de Israel (744 a 722 a.C.).


Com a morte de J er ob oã o II, Israel ent rou
num período de luta pelo poder que te rm in ou em
catástrofe: A Ass íria venceu Israel e de porto u uma
parte da pop ula çã o (722 a.C.). E nc errava- se, assim, a
história do reino do Norte.
O país havia sido go vernad o por uma série
de dinastia, sendo que a respeito de cada rei que subia
ao trono, a Bíblia diz: “andou nos pecados de Jeroboão
filh o de Nebate ” . Como resultado, gra nde parte da
p o p ula çã o foi le vada cativa. E a Assíria troux e gente
de várias partes do seu reino para ha bit ar nas cid ade s
de Samaria.
O de stino das dez tribos le vadas para a
Ass íria não é con hec ido. As hipóteses a p re se n ta d as são
muitas, mas não se sabe ao certo. O certo é que as
pro me ssa s dadas a Israel for am dadas a um povo de 12
tribos, e tanto Eze quiel com o João no A p o c al ip s e
refere-se ás 12 tribos de Israel.
107
O Reino de Saul ou de Judá (932 a 586 a.C.)
( l R s 12 - 2 R s 25)

♦ O prim eiro tempo (932 a 873 a.C.).


Q u a n d o as tribos do Norte ha via m coroad o
J er ob oã o co m o seu rei, R oboão voltou a Jer usa lé m
com o rei sobre Judá.
O reino de Saul em d im en sõ es e em
p o p ul a çã o era co n si d e ra v e lm en t e me nor que Israel, mas
po ssu ía três va nt ag e ns importantes, tinha:
S Uma d in a st ia firme;
S Uma cap ital consoli dad a;
■S Um santuário.
M uit as vezes pa recia que Judá fica va em
s eg und o plano, ob s cu re c id a pelo Reino do Norte, maior
e mais pod eros o. R oboão e os reis que viera m logo
após ele, e sf o rç a ra m -s e para m an te r a a u to nom ia frente
ao R ei no do Norte, con struiu várias cidades
fo rt ifi cad as para defesa de seu reino.

♦ O fuscado por Israel (873 a 736 a.C.).


Nos prim eir os 60 anos do reino dividido,
hou ve tensã o e host ili da de entre os dois reinos. Quan do
Onri a ssu m iu o pode r em Israel, fez o possível para
m e lh o ra r as rela çõe s com o reino vizinho.
O rei Acabe de Israel fez alia nça com o rei
J os a fá de Judá, e a filha de Acabe, a prin c e sa Atália,
cas ou -s e c om Jeorão, filho e s uce s so r de Josafá.
Ini c io u- se um período em que J udá depend eu
g ra n d e m e n te de Israel, tanto no terre no político como
no religioso.
U m pou co mais tarde, no reino de Uzias, em
Judá, q u a nd o J er obo ão II era rei em Israel, ambos os
reino s e x p e r im e n t a r a m um tempo de pro sp erida de
108
s em e lh a nte aos dos dias de Salomão. To da vi a os
re s ul ta do s sociais e espir itu ai s for am negativos. E a
f r a q u e z a de Judá ficou bem pat ent e ao c heg a re m os
m om e nt os de d if ic uld a de s sob os assírios.

♦ A ameaça dos Assírios (736-637 a.C.).


O Reino do Nort e e a Síria uniram-se c ontr a
o R ei no de Judá. P r e s s i o n a r a m - n o para que fizesse,
j u n t a m e n t e com eles, alia nç a c ontra a Assíria. O rei de
Judá, Acaz, não só recu sou essa aliança, co mo
pro c u ro u o auxilio da Assíria, ig no ra ndo as
a dv er tê nc ia s do pr o f et a Isaías (cap. 7).
A Assíria, a quem Ju dá hav ia pedido socorro,
não muito tempo de poi s estava co m seu exér cito fora
de J erusa lé m, nos dias do rei Eze qui as, desta vez o
S e n h o r socorreu o seu povo e pel ej ou contra o e xército
assírio (2Rs 19.35-36).
O rei Ez e q u ia s foi um dos mais e xpre ss iv os
reis de Judá, d e d ic o u - s e a im por ta nte s proje tos de
e di fi c aç ã o como o si ste m a de a b a s te ci m en to de águ a de
Je ru sa lé m . E z eq uia s lid e ro u uma am pla re fo rm a
re lig io s a , mas seu filho M an a s sé s não c on tin uo u nos
pa ss os do pai, ma nd ou le v a n t a r nova m en te os luga res
de cu lto idó latra que seu pai havia destruído.
v
♦ A espada de N abucodonosor (637 586 a.C.).
Este p e río do se iniciou com o re in a do de
Josias. Seu go ve rno de 30 anos coincidiu com tempos
dif íceis no cenár io in te rna ci onal. O Im pé rio Assíri o
e st a va em de clínio e a capital, Nínive, caiu no ano 612
a.C. A potê nci a mu ndia l e m e r g e n te era a Bab ilônia. Ao
m esm o tempo o Egi to p ro c u ra v a e st a b e le c e r a sua
an tig a liderança.
Josias foi mo rt o no vale de M eg id o q u a ndo
saiu a pel ej ar c ont ra o rei Neco do Egito. A ss im com o

109
E ze qu ias , J osi as ta m b é m ord en ou uma am pla reforma
religiosa. O livro da lei foi acha do no templo e os
preceitos d iv in os de culto e adora çõe s foram
re s ta b e le ci d o s , en tre outras coisas foi cel e br a da a
Páscoa.
M o r r e - s e Josias, e ocu pa-se o trono de Judá
seu filho Jeo a c az . Após três meses, foi de posto pelo rei
do Egito e sub sti tu íd o por seu irmão Jeo iaquim.
Jeo a c az foi lev ado ao Egito onde morreu.
Q u a n d o a B ab il ôn ia su bjugou o Egito,
sub ju go u ta m b é m Judá.
O rei J e o ia q u im c on sp ir ou c ontra a Babi lônia
e ele p ró pr io be m com o a sua famíl ia e uns 10 mil
ju d e u s fo ram levado s em cativ eir o (entre os cativos
estava o pro fe ta Ezequiel), e J o a q u im seu filho, reinou
em seu lug ar por três meses e 10 dias tendo sido, então,
de po st o por N a b u c o d o n o s o r, e lev ado para Babilônia.
Ze de qu ia s seu tio foi posto no trono de Judá.
Q u a n d o tam bé m Z e de qu ia s quis revoltar-se
co ntra a B ab il ôn ia , ele teve o ap oio de falsos profetas
que a fi r m a v a m que J er usa lé m nunc a cairia. Em vão o
pro fe ta Je r e m ia s se levant ou c ontra esta atitude. Foi
por isso c o n s id e ra d o traido r da pá tria e la nçado em
prisão.
O resu ltado da rebe lião de Zede quias
re su lto u no cer co de Jer usalém. A ci dade caiu no ano
586 a.C. Ze d e q u ia s teve seus olhos vazados e foi
levado para a B ab il ôni a j u n t o co m gra nde parte da
popu laçã o. J e r u sa lé m foi d e st r uíd a e o templo
que imad o.
Começa uma nova et apa na história
d ra m á ti c a deste povo. E s ta va de fin iti va me nte
e nce rr a do o p e río do em que o povo foi go vernad o por
seus pr óp ri os reis.

110
A u to r : A tri buí do a Esdras.
D a ta : P r o v a v e lm e n te entre 425 e
400 a.C.
T e m a : E n c o r a ja m e n t o e e x o rt a çã o
1 e 2 C r ô n ic a s p ro v e n ie n te s da he ra nç a
esp ir itu a l de Judá.
P a l a v r a s - C h a v e : Rei, casa, profeta.
V e r s í c u l o - C h a v e : 2C r 7.14

O Autor

Não se s abe ao certo que m seja o autor


dest es livros, na tr a diç ão j u d a i c a a au toria é at rib uí da a
Esdr as , o estilo de C rô nic as é mu ito s em e lh a nte ao de
E sd ras e Neemias. O fim de 2C rô nic as pa rece c o n ti n u a r
no livro de Esdras (ver 2C r 36.22-23 co m Ed 1.1-2).
O certo é que estes livros for am esc ritos por
al guém bem f a m il ia r iz a d o co mo o e xe r cí c io do
sac e rd óc io levítico.

Data

Não é po s sí v e l p re c is a r a data ex ata em que


os livros fo ra m e scr ito s, c er ta m e n te for am alguns anos
após o retorno do ca ti v ei r o bab ilónic o.
Esses livros m e n c i o n a m difere nte s fontes
c ons ul ta da s pelo seu autor, pa ra org anizá-los:
■ Livros dos reis de Israel ( l C r 9.1), os quais
inc lue m “notas de Jeú, filho de H a n a n i ” (2Cr
20.34);
■ Crô nic as do rei Davi ( l C r 27.24);
■ Crô nic as de Sa mu el , o vid en te ( l C r 29.29);
■ Crô nic as do pr o f et a N a tã ( l C r 29.29);
■ Crô nic as de Gade, o v id e nte ( l C r 29.29);
111
■ Pr ofe cia s de Aías, o silonita (2Cr 9.29);
■ Visões de Ido, o vide nte (2Cr 9.29);
■ Livro de Sema ía s, o prof eta (2 C r 12.15);
■ H is tó ria do pro fe ta Ido (2Cr 13.22);
■ Livro dos reis de J udá e Israel (2Cr 16.11; 25.26,
etc.);
■ A not a çõ e s do prof eta Isaías, filho de Amoz (2Cr
26.22; 32.32);

Comentário

C o m p a re os livros de C rô nic as co m os livros


histó ricos que os ant ece dem , os livros de Crônic as
iniciam co m Ad ão e te rm in a m com o edito de Ciro (ano
536 a.C.). Eles cob rem, assim, um p e rí od o a pro xim a do
de 3500 anos, e a b ra n g e m r e s u m i d a m e n t e toda a
história bíblica, com ênfase espe cial à sucessão
messiânica.
Ao c on trá rio dos livros de Reis que rela tam a
his tória tanto de Israel com o de Judá, os livros de
Crô nic as p r a ti c a m e n te ig noram as dez tribos do Norte e
de dic a-se à h is tó ri a do povo divin o de um ponto de
vista mais po lítico, e m bor a não pro fano, os livros de
Crô nic as f o c a li z a m mais o aspe ct o re lig io s o dessa
me sm a história.
X Os livros de C rôn ic as d e m o ra m -s e de sc re v e n d o os
rein ad os de Davi e Salom ão, e relatam
m in u c i o s a m e n t e tudo que diz re s pe ito ao templo.
X Biog rafia s, relatos de guerras, etc., são
m e n c i o n a d o s de pass ag em , ha v en d o ma ior lugar
para aq uel es reis temen tes a Deus e que muito
c o n tr ib u ír a m para o fo r ta le c im e n to da instituição
sacer dota l e do culto ligado ao templo. Por
e xe mp lo , a re fo rm a re lig io sa de E z e q u ia s que em

112
Reis é d esc rit a em um único v e rs íc ulo (2Rs 18.4),
ocup a três ca pí tu lo s em 2C rô nic as (29-31).
X Tudo que diz re s pe ito ao templo , ao culto, ao
sac erdócio, é a p re se n ta d o co m detalhes. A lg u é m
disse que e n q u a n to os livros de Reis re la ta m os
aco nte c im e nt os sob ponto de vista prof ético, os
livros de Crô nic as fa z e m - n o sob ponto de vista
sacerdotal.

Genealogias
( lC r 1 - 9)

As g e nea lo gi a s re gis tr a da s em C rô nic as


e s te n d e m -s e desde A dã o até 400 a.C., porta nto , até
vá rias gerações após o c at iv ei ro bab ilónic o.
Após o terr íve l c a t a c l i s m o 1 que foi o exílio
da Babi lôn ia, fazia- se n e ce s sá ri o pro va r o vínc ulo que
a q u e la ge ração tinha c o m o passado.
A ge ração que en tão vivia tinha p r of und as
raízes na história sagrada. D e sc e n d i a dos patria rcas,
isto é, da verdad eir a ori g e m do povo de Israel, e não só
isso, d e sc e nd ia m esm o dos p rim eir os pais.
A m e n s a g e m por trás destas g e n ea lo gia s é
que aq uele povo ain da era o pov o esc olh id o de Deus na
terra, apes ar de a c o n te c im e n to s c at as tró fic os p a ss a dos
e das circ un stâ nc ia s difíceis então presentes.
Essas ge n e a lo g ia s po dem , à pri m ei r a vista,
p a re c e r cansativa, mas elas en ce rr a m muitos fatos
in te ressa nte s. A p r e s e n ta m certos detalhes que têm
mu ito a nos dizer, por e xem pl o, l C r ô n i c a s 4.9-10;
6.31- 32; 7.2-11; 9.1 9-2 3; etc.

1 Fig. Convulsão social; revolta, convulsão. Fig. Grande


desastre; derrocada.
113
Relatos Históricos
( lCr 10 - 2 C r 34)

ít H istória de Davi ( lC r 11 - 29).


A pe nas Crônicas re la ta co mo Davi
c u id a d o s a m e n t e pre pa rou a c o n s tr u ç ã o do templo;
como ele o r ga ni z ou as dif erentes f un ç õe s dos levitas,
dos s ac erdote s; como organiz ou a ta re fa dos cantores,
dos po rteiros, etc.
De especial interesse é a hist óri a dos
valentes de Davi ( l C r 11.10-47). Q ua ndo se uniram a
Davi ( I S m 22.2), se diz ia m ser “homens em aperto,
endividados, homens de espírito des gostoso ”.
Sob a liderança de Davi eles se
t ra n s fo rm a ra m em verda deiro s heróis, d e ix a n d o - n o s um
es ti m ul an te e x em p l o de ope ração da gra ç a de Deus e da
inf lu ên c ia de um bom líder.

X História de Salomão (2Cr 1 - 9).


N a tu ra lm en t e, o te mp lo tem o lugar
prim ord ia l neste relato. Em C rô nic as está registrado:
X C om o o te mp lo foi con str uíd o;
X C om o o templo foi instalado;
X C om o o templo foi in a ugu ra do e d e dic a do pelo
pr ópr io Salom ão numa g r a n d io s a e tocante
solen id ade . Só neste trecho a e x p re s s ã o “casa de
D e u s ” a parece nada menos de 50 vezes.

U H istória do reino de Judá (2Cr 10 - 36).


São de scritos com ma ior d e ta l h e aqueles reis
que ti v e ra m m a io r si gnificado para a vida relig ios a do
povo:
X Asa (14-16);

114
X J osa fá (17-20);
X Uzias (26);
X E z eq uia s (29-32);
X Josias (34-35).

2Crônicas um Livro de Avivamentos

G ra nde s a v iv a m e n to s sob:

Asa « 2C rô nic as 15

Josafá <=> 2C rô nic as 20

Joás « 2C rô nic as 23-24

Eze quias O 2C rô nic as 29-31

Josias 2C rô nic as 35

115
Questionário

■ A ssi na le com “ X ” as al te rnativas co rretas

6. Judá, o R ei no do Sul, foi levado cati vo para o


a ) l_I Impé rio Babi lónico
b ) Q Im pé ri o Romano
c ) I_j Im pé rio Assírio
d ) l_] Im pé rio Egípcio

7. Qu an to aos livros de Crônic as é in c o er en te dizer que


a ) |_I D e m o ra m -s e de sc re ve ndo os re in a do s de Davi
e Sal om ã o
b ) l_j R el at a m min uc io s am e nte tudo que diz respeito
ao temp lo
c ) |_I O que é mais m e nci ona do em C rô nic as são as
_biografias e relatos de guerras
d ) IZI T u d o que diz respeito ao templo , ao culto, ao
sa c e rd óc io , é ap resen ta do com det al hes 0198

8. D e st a q u e o rei de Judá que não teve um si gnificado


po si tiv o em relação à vida relig io sa do povo
a) l______ ] Asa
b) l_l J eor ão
c) LI Josias
d) |______ ] E z eq uia s

■ M a r q u e “ C ” para Certo e “E ” para Er rado

9. O C er ca de 136 anos depois de a A ss ír ia ter levado


cati vo o R eino do Norte, o Rein o do Sul foi levado
em c at iv ei ro por N a buco dono s or, rei da Babi lônia
10. O A tr ad iç ão j u d a ic a atribui a Es dra s a autoria de
C rôn ic as

116
Lição 5
O Cativeiro - Esdras, Neemias e Ester

A L ib erta çã o P rom etid a


A u to r: P r o v a v e lm e n te Esdras.
D a ta : 5 3 8 -4 5 7 a.C.
T em a : R et orn o dos ex ila dos para
Esdras
J e r u s a l é m e re c o n st r u çã o do templo.
P a la v ra s-C h a v e: Co nstruir, a mã o do
Se nhor, a casa do Senhor.
Versículo-Chave: Ed 7.10

O Autor

O livro le va o nome do p e r s o n a g e m
principal, Esdr as , o qual pa rece ser tam bé m o seu au tor
(nos ca pí tu lo s 7-9 a red a çã o do texto é feita na
p rim eir a p e ss oa - eu).
Esdra s era sacerdot e, da casa de A rã o (Ed
7.1-5), esc rib a hábil na lei de M oisés (Ed 7.6),
p re pa rado para e n s in a r em Israel os estatu tos do Se n h o r
(Ed 7.10). A tr ib u i u -s e a Esdra s a o rg a n iz aç ã o do c â n o n
do A nti go T e s ta m en to .
De E sd ras se diz: “ Tinha disposto o coração
para buscar a lei do Senhor e para a cumprir, e para
ensinar em Israel os seus estatutos e os seus j u í z o s ”
(Ed 7.10).
Seu nom e quer dizer “ a j u d a ” . P e rt e n c e ao
grande t r i u n v i r a t o 1 dos tempos do A nti go Te s ta m e n to
(Moisés, Samu el e Esdras). Ele e sc re veu e tr ab al hou
para m an te r os re gis tro s intactos e c o n s e r v a r Israel, o
povo esc ol hid o de Deus, fiel à Sua mis são divina.
Somos de ve dor es a Esdras pela re n a sc e n ç a
literária e e cl e s iá s ti c a daqu ele s dias. Ele co la bor ou na
for mação do cânon das Escritura s para a qual fora
esc olh ido por Deus.
A tr ad iç ão apon ta- o com o p re s id e n te de um
c ons el ho de 120 ho m e ns que e st a b e le c e ra m o câno n do
Antigo T e s ta m en to . Além do d e st a c ad o m in is té ri o da
Pala vra que E sd ras exerceu, ele pro v a v e lm e n t e
escreveu partes de 1 e 2Crônic as, e o Sal mo 119, que é
um m a ra vi lh os o p o e m a sobre a Pa la vra de Deus.
Esdra s instituiu o culto da s ina gog a, que é
pr ec ur so r da nos sa form a de culto, e ass is tid o pela
Gra nde Sina goga , da qual era presi den te , e st a b e le c e u o
cânon das Es c rit ur a s do AT. Foi sob a d ir e ç ão de
Esdras que oc or re u o grande d e s p e rt a m e n to no estudo
da Bíblia.
Q ua nd o Esdras reto rno u a J er usa lé m,
en co nt ro u as coisas em pior situação do que esperava.
Ainda que o povo não tivesse voltado à idolatria, houve
c as a m en to s co m o povo da terra e p a s s a ra m a pra tic ar o
que os pagão s lhes e n si n a v a m (Ed 9.1-4). Os príncipes
e go ve rn a nt es e ra m os piores culp ado s. Esdras rasgou
as vestes e lit e ra lm e nte arra nc ou os cabelos,
de sgostoso. Lei a sua tocante oraç ão e c onfis sã o (Ed
9.5-15).
E n q u a n to Esdras orava e c h o ra v a perante
Deus, re uni u- se uma grande c o n g re g aç ão , o que tinha
a co nt e c id o? (Ed 10.1-44).

1 Associação de três cidadãos que em si reúnem toda a


autoridade.
118
O povo que se reunira ao re dor dele du ra nte
lon ga s horas do dia, teve c o n s c iê n c ia da e norm id a de do
seu pe cad o, ao ver com o isso tinha afetado Esdras.
F in a lm e n te um deles falou e re c o n h e c e u o pecado. Sem
de m o ra Esdras os levou a uma alia nça sagrad a com
Deus.

Data

O livro de Esdra s relata a hist óri a dos ju d e u s


nos prim eir os tempos que se s eg uir am ao c ati vei ro
ba bi ló nic o. Registra a c o n te c im e n to s que vão desde 538
a.C. (pri mei ro retor no sob lid e ra n ç a de Z oro bab e l) a
458 a.C. (s egundo retor no sob li de ra nç a de Esdras).

Retorno Sob a Liderança de Zorobabel

Cerca de 50 mil ju d e u s ser vir am -s e da


p e r m is s ã o dada pelo rei persa para retor na rem a Judá.
L e v a r a m co nsigo te sou ro s que N a b u c o d o n o s o r hav ia
tir ado do templo em J erusa lé m. A ss im que c h e g a r a m
em Je ru sa lé m , e di fi c ar am um altar de holo c au st o, e
la n ç a ra m os alicerc es do templo. O en tu si as m o
p r e m a tu r o tra ns fo rm ou- se em de sânimo.
O re la c io n a m e n to c om aqueles que ha via m
o c u p a d o a terra foi de muita tensão. E s p e c ia lm e n te
difí cil foi a host ili da de dos sam arit ano s. A lé m disso,
v ie ra m anos de co lheitas es c a ss as e tempos de carestia.
A in fl ação daqueles dias está bem descrit a no livro do
p ro f et a Ageu em seu c ap ít ulo 1, versí cul o 6.
Graças ao m in is té rio dos profetas Ageu e
Z a c ar ia s , a c on str uçã o do te mp lo foi retomada. E, no
ano 516 a.C. ex at a m e nt e 70 anos após a d e st r uiç ã o do
te m plo em 586 a.C. o novo te mp lo foi inaug ura do.

119
Te m pl o este, c o n hec id o como templo de Zo ro bab e l,
nem de lon ge era c o m par áv e l ao g r a n d io s o te mp lo de
Salomão. M e s m o ass im foi de gra nde si gn ifi c a do para
os j u d e u s, após o exílio.

A Volta e a Reconstrução do Templo


(Ed 1 - 6)

No início do livro (Ed 1.1-6), vem os Ciro,


rei da Pérsia fa z en do uma p r oc la m aç ã o por todo o seu
Reino, que pe rm iti u aos ju d e u s cativ os em seu Reino
voltar a Je ru sa lé m . D uzentos anos antes, Deus havia
pro fetiz ad o que iria fazer isso. M e n c io n o u Ciro como
aquele a q u e m iria usar.
O regis tro dessa notável prof ecia, que c ham a
um rei pelo nome duz entos anos antes de ele nascer,
en co nt ra -s e em Isaías 44.28 e 45.1-4. Se m dúvida, essa
p ro c la m aç ã o de Ciro de veu -s e em pa rte ao fato de ele
ter visto tais palav ras em Isaías.
A infl uê nc ia de Daniel na corte era bast an te
grande. Ele foi um dos prí nc ip e s le vad os por
N a b u c o d o n o s o r. A go ra estava e nve lhe ci do.
Na p rim eir a c onv oc a ç ão de Ciro em 537 a.C.
(Ed 1.1-4), não mais de 50.000 ju d e u s se va le r am da
op o rt u n i d ad e para re gre ss a r a J e r u sa lé m sob Z or obabe l.
A parti r dess e tempo os israelitas são c h a m a d o s j u d e u s ,
porqu e a ma ior parte deles era da tribo de Judá, da qual
o nome se origina.
Ciro restitui a Zo ro bab el os vasos de ouro
que N a b u c o d o n o s o r havia tirado do te mp lo em
J e r u sa lé m (Ed 1.5-11).
Os exila dos iniciaram a via g em de
a p r o x im a d a m e n te mil quil ôm et ros pelo dese rto, entre a
B abi lôn ia e Je ru sa lé m , quando fo r am le vad os cativos,
setenta anos antes, só os que p e r t e n c i a m às classes
120
m el ho res foram levados para a Babi lôn ia. O res tante do
povo foi de ixa do em sua pró pr ia te rra para sofrer (Jr
24.5 -8; 44.15).
Nem todos voltaram, s om en te os ju d e u s mais
d is pos to s e piedosos. Foi uma é po ca de v e rd a d ei r a
s el eç ão do povo.
A maioria, depois de setenta anos, tinha
c o n s tr u íd o casas, hav ia-se es ta b e le c id o e pre fe ri a
p e r m a n e c e r na B abi lônia. Não que ria m e nfr en ta r os
pe rig os e priv ações de uma j o r n a d a através do de se rto
para c h eg a r a uma ci dade destruída.
O m esm o a co nte ce co m os ju d e u s de hoje,
q u a n d o milhares estão volta ndo à Palestina, vindo de
todo mun do. Os que p ro s p e ra m noutras terras não têm
in te re ss e em re gre ssa r para r e c o m e ç a r em Jer usalém.
E m bo ra os líderes fos sem da tribo de Judá,
ha via , sem dúvida, re pre se n ta n te de todo o Israel. Só os
que a m a v a m a Deus est a va m prontos a fa z er a
te nta tiva.
Muitos ju d e u s h a v ia m nasc ido s na B a b i lô n ia
d u ra n te os setenta anos. Esses não eram co n si d e ra d o s
cati vos , mas exilados. Os nome s dos que re g re s s a ra m
a p a r e c e m no capítulo 2.
A prim eir a coisa que fi ze ram ao c h eg a r foi
la nç a r os alicerces do Temp lo. Foi uma oc as iã o de
g ra n d e regozijo.
E int eress an te notar que antes m e sm o de
c o n s tr u ír e m suas própr ias habi ta çõe s pe nsa ra m numa
ca sa para Deus. Não c o n s tr u ír a m o templo pri m eir o,
mas o altar (Ed 3.2).
O lugar no qual se trata do pe cad o deve vir
pri m ei r o em todas as vidas. O coraçã o prec isa esta r
p re p a ra d o para que Deus possa abençoar. O altar era o
c ent ro da religião ju da ic a.

121
A Cruz é o Centro da Fé Cristã

Surgiram obstáculos (Ed 4.1-22).


Em todo traba lho de Deus é de esp erar que
surjam os obs tác ulo s. A Igreja não deve r e c eb e r auxílio
do mundo. A opos içã o os desanimou. Eles pre c isa va m
da m e nsa ge m de Ageu. Ele e Zac arias e n co r aj a ra m o
povo (Ed 5.1; 5.17), e quatro anos depois o temp lo
estava c on st ru íd o e foi dedi cad o (Ed 6).
O templo de Zorobabel era mo de st o e
simples. Não era su ntu oso como o de Salomão.
R ealmente, c on tr a st a v a tanto com a e le gâ nc ia do
primeiro que as pess oa s idosas, que tinham visto o
templo de Sal om ão , ch ora ram em voz alta.
Mas era a casa de Deus e, por isso ag radec eu
a Deus e se rean im ou.

Regresso e Reforma Sob a Direção de Esdras


( E d 7 - 10)

P a s sa do 60 anos entrou em cena o próprio


Esdras. J u n ta m e n te c om quase dois mil, ele de ixo u a
B abi lôn ia em d ir e ç ão a Jerusalém.
Es dr a s e m pre en de u uma am pla reforma
religiosa. M ui to s ju d e u s hav iam -se cas ad o com
mulheres pagãs. A história do povo de Deus estava
cheia de ex em pl os de como esse tipo de mis tur a era
pe rig os o para a vida espiritual (exemplo: Salomão,
Acabe, etc.). Isso foi co nsid e ra do uma d e sl e a ld ad e a
Jeová, e Esdras então: Intercedeu pelo povo. Comp arar:
Z Ab raão - G ên esi s 18;
Z M oisés - Ê x o d o 32;
Z Daniel - Da niel 9.

122
Esdra s aparec e em pe sso a no capítulo 7 (458
a.C.). Mais de seten ta anos depois que os prim eir os
ju d e u s ti nha m reto rn a do a J er usa lé m, ele dirig iu a
se g u n d a e xp e d iç ã o da B ab il ôn ia para reforçar o grupo
de c o lo n iz a d o r e s da Palestina.
Esdras recebeu uma inc um bê nci a do rei
A rt a x e rx e s (Ed 7.11-28) que, sem o saber, estava
c o l a b o r a n d o na re al iza ção dos planos de Deus para o
seu povo.
Em Esdras 7.25 vemos como rei ficou
i m p r e s s i o n a d o com o amor de Esdras pela Pala vra de
Deus. Esse c on tin ge nte , sob a direção de Esdras
c o m p u n h a - s e de 1.700 ju d e u s e foi fina nc iad o por
A rt a x e rx e s (Ed 7.12-26).
Treze anos mais tarde, esse mesm o rei
au to ri z o u Ne emias a c o n st r u ir os muros de J er usa lé m
(Ne 2). Ciro, Dário e Art a xe rx es for am grandes amigos
dos ju d e u s .
Diz-nos a tr ad iç ão que Esdras foi o fu n d a d o r
da si na go ga , que surgiu nos dias do cativeiro. Visto
que o templo fora de str uíd o e o povo espalha do,
p r e c i s a v a m de um lugar para ad or a r a Deus. Cada
c o m u n i d a d e j u d a i c a tinha o seu lugar de culto e
ins trução.
Depois que os ju d e u s voltaram a sua pátria,
esses cent ro s sur gir am não só erfVsua terra, mas em
outr as terras por onde fo ram dispérsos.
A história do Antigo Te st am en to en cer ra-s e
a p r o x i m a d a m e n t e cem anos depois que os ju d e u s
v o lt a r a m do cativeiro. A le xan dr e, o Gra nde (336-325
a.C.), ro mp eu o d o m ín io persa, e o poder mundial
pa sso u da Pérsia para a Grécia. A história mostra que
A l e x a n d r e revelou c o n si d e ra ç ã o pelos jude us.

123
O Senhor Mantém Firme Suas Promessas

À se m e lh a n ç a do livro de Josué, o livro de


Esdras mostra co mo Deus cum pre a sua palavra. “ Os
dons e a vocação de Deus são sem arrependimento’’’
(Rm 11.29). Até reis de povos estran hos to rn aram -s e
ins trumentos para o cu m p ri m e n to das prome ssa s do
Senhor, porqu e “ como ribeiros de águas, assim é o
coração do rei” (Pv 21.1).

A Palavra o Senhor Dirige

Esdra s ins truiu o povo nos estatutos e nos


direitos do S e n h o r (Ed 7.10). O minist ério de Esdras
foi um marco hi st óri co im portante para o povo de
Israel. M arcou uma transição da d e p e n d ê n c ia da
palavra falada pelos profetas para a d e p e n d ê n c ia das
Escrituras Sagradas.

124
A R e c o n s tr u ç ã o
Autor: Neemias.
Data: C erca de 423 a.C.
Tema: L i d e ra n ç a oied osa . co oneracão .
N eem ias
op os iç ã o ao êxito.
Palavras-Chave: Sof rimento. oraçãn.
traba lho, o Livro, choro, alegria, culto.
Versículo-Chave: Ne 6.3

O Autor
A obra leva o nome de seu pe rs onag e m
prin ci pa l - N eemias. A red a çã o do livro sugere que o
pr ópri o Ne emia s seja o autor. Ori gi na lm e nt e , o livro de
N e e m ia s fo rm av a um único volum e, ju n ta m e n te com o
livro de Esdras. Ne emias era filho de Hacalias, irmão
de H an ani (Ne 1.1-2; 7.2), e tr a b a lh a v a na corte do rei
da Pérsia.

Data
Este livro rela ta o que acontec eu qua ndo
N e em ia s reto rno u a J er usa lé m no ano 445 a.C. (90 anos
após o re tor no sob a liderança de Zoro bab el). Neem ia s
vai c om a in c um bê nci a de re c o n st r u ir os muros da
cidade.

A Oração de Neemias
Ela en co nt ra -s e no c ap ít ulo 9 do seu livro.
O rar é o mais el evado pri vi lé gio do cristão. A oração
de N e e m ia s c o me ça onde a de Esdras termin a - em
c o m ple ta subm iss ão a D eu s (ana lis e Ne emias 9.1,2 e
Esdras 9.15; 10.1).

125
Deus havia p r om e tid o traz er de volta os
ju d e u s depois de 70 anos de cativeiro na B ab il ônia (Jr
25.11,12; 29.10). Lemos no prim eiro ve rsículo de
Esdras que foi para c um pr ir essa palav ra que o Senhor
de spertou o espírito de Ciro a fim de pro c la m a r a
restauração. Mas é pela oração que Deus de seja que a
sua vontade se cumpra.
A res ta ura ç ão era totalm en te im ereci da por
Israel, mas re al iza da pela mi se ric órd ia de Deus. Os
resultados da rest au ra ç ão do povo de Deus à sua terra
foram:
X R eco nst ru ção do templo, Deus abriu a port a da
co mu nh ão co m ele. Através dos seten ta anos de
sofrimento, for am prepa rados para re gr e ss a r e
con str uir e esperar até que ele, o verdad eiro
Servo, viesse.
X Deus re nov ou a p ro me ssa de um R ed e nto r que
havia de vir. Foi pro fetiz ad o que esse Re de nt or
estaria ligado à Palestina.
X Preparou -os para a plen itude dos tempos qua ndo
Cristo viria com o diz Paulo em Gá latas 4.4.

A Reconstrução de Jerusalém
Ne emias co nseg uiu sen si bi liz a r o rei
Artaxerxes para o p ro ble m a da ci dade Santa. J er usa lé m
co nti nu a va sem muros, e suas portas est av am
quei ma das a fogo, e isso co nst it uía um real perigo para
os que se arris c av a m a mora r ali. N e em ia s recebeu
auto riz açã o para re c on st r ui r os muros, e iniciou logo o
em pre en di m en to . Ele repartiu o trab al ho em setores,
m obi liz an do muita gente.
A re c ons tr uçã o dos muros encon trou
opos ição ferrenh a dos inimigos do povo de Deus.
Todavia, nem zo mb aria (Ne 4.2), nem ataques abertos
126
(Ne 4.8), ne m c o n sp ir aç õ e s (Ne 6.1-13), c o n s e g u ir a m
i m p e d ir a re al iza ção do projeto.
M etade dos trab a lh ad or es fu nc ion av a com o
vigias, en qua nto a out ra me ta de tr a b a lh av a d ir e ta m e nte
na edificaçã o. Com uma mão fa z ia m a obra e na outra
ti nha m as armas (Ne 4.17).
Em 52 dias os muros est av am erguidos.
Se gui u-s e, então, uma r e e di fi c aç ã o espiritual. Em 445
a.C. Ne emia s c on str uiu os muros de Jerusalém.

Reforma Religiosa
N ov a m en te en tra em ce na o sacerdote Esdras
e o po vo lê e ouve a te n t a m e n te a Lei do Senhor.
■S A lei do Se nh or foi lida para o povo;
S O povo c el eb rou um dia de je ju m , com co nfis são
de pecados e a do ra çã o ao Senhor;
S O povo renovou o pacto com o Senhor.
Como j á hav ia ac o n te c id o outras vezes na
h is tó ri a do povo de D eus, esta re n o v a ç ã o não foi muito
pro fu nda . Quan do Ne em ia s, pouco tempo depois,
r e to rn ou a J er us a lé m (Ne 13.6 ss.), e ncon tr ou um cl im a
de gr a nde in di fe re nç a espiritual.
S E le m e nt os e st ra nho s h a v ia m sido int ro duzi dos na
casa de Deus (Ne 13.1-5);
S As ne ce ssi da de s do te mp lo ha via m sido
n e glig e nc ia da s, pois o pov o não e ntre gav a ali seus
díz imos (Ne 13.10-11);
S O Sábado do Se n h o r e st a va sendo p ro fa na do (Ne
13.15-16);
S M ui to ju d e u s h a v ia m -s e ca s a do com m ul heres de
povos pagãos (Ne 13.23-24).
P r o v a v e lm e n te foi ne sta época que atuou o
p ro f e ta Malaq uia s c o n d e n a n d o todos estes pecados.

127
N e em ia s co m muito zelo con seg uiu fazer
com que diversos precei tos da lei de Deus volta sse m a
ser obser vad os .

Reconstrução dos Muros da Cidade


(Ne 1 - 7)

N e em ia s era o cop eir o da corte de


Artaxe rxes. Esta era uma pos içã o de muita honra. Mas
nessa posição de int im id ad e com o rei, ele não se
e s que c eu do seu povo. As notícias que r e c eb e ra de
J e r u sa lé m o e n tr is te ce ra m muito. Não pôde esc onde r
essa tristeza intei rame nte , e o rei a notou.
Os ju d e u s ti nham regre ssa do à pátria havia
um século, mas n e nhu m a tentat iva fora feita para
re c o n st r u ir J e r u sa lé m além da r e s ta ur aç ão do templo,
p orq ue os seus inimi gos to rn a v a m essa tarefa quase
impos sív el. Ester, a ju d ia , era m a dra sta de Artaxe rxes,
e sem dúv ida ainda e sta va viva. Pode ser que Ne emia s
tiv e sse sido no m e ad o por in fl uên c ia dela.
A lealdade dele para com o seu povo era
ba st a n te forte, para fazê-lo dei xar o con for to da corte
real e voltar para re c o n st r u ir Jeru sal ém , a capital da
sua terra. O rei c on se nti u nisso.
Ainda hoje ju d e u s de toda parte d e se ja m ver
J e r u sa lé m fl or esc er e voltam os seus rostos para ela
co mo sua pátria.
Quan do N e em ia s c he go u a J e r u sa lé m em 445
a.C., Esdras j á se a ch a va lá havia 13 anos. Era
s ac e rd ot e e vinha e nsi n a n d o ao povo a Pala vra de
Deus. Mas Neem ia s era o g o ve rn a dor civil. Tinha
vindo com a ut ori zaç ão do rei da Pérsia para const ru ir
os muro s da cidade.
Três dias depois de hav er ch egado, foi fazer
vis to ria dos muros à noite. Ao ver o estado de ruína em
128
que se e n c o n tr a v a m , incentivou o pov o a inicia r a
re c o n st r u çã o im e di a ta m e n te . A obra foi re a li za d a em
52 dias, tendo sido e ntr eg ue a ca da fam íli a uma parte
do muro. A atitu de do povo está e x p re ss a nesta frase: O
povo tinha â ni m o pa ra trab al har (Ne 4.6).
N e e m ia s foi um ve rd a d e ir o eng enh ei ro.
Havia ini mi go s por toda parte. Pr imeiro, os
sam arit ano s, ini mi go s dos ju de us , e s c a r n e c e r a m deles.
P e r tu r b a v a m o tra ba lh o, de modo que os ju d e u s tinham
de vigiá-los noite e dia.
O e sc á rn io deles se t ra n s fo rm o u em ódio e
N e em ia s divid iu os homens em dois grupos: um para
vigiar e outro pa ra trabalhar. Segu nd o a o p os iç ã o entre
os pr ópr ios ju d e u s . Alguns deles se c a n s a ra m e
re c la m a ra m que ha via tanto e sc o m b ro que os muros
não po d ia m ser le van ta dos. Todo esse ent ulh o tinha de
ser re m o v id o em sacos c ar regad os às costas.
Não ha via , na tur al me nte , c ar rin hos de mão
nem outros ve íc ul os para tr a ns port a r o material. Surgiu
ainda a q u e ix a de que os ricos est a va m co b ra n d o ju ro s
que os po bre s não po d ia m pagar.
De novo os inimigos tentaram , por astúcia,
de sv ia r N e e m ia s da sua con str uçã o, mas ele só orou e
de novo fru str ou o inimigo (os reis pe rsas semp re se
m o s tr a r a m a mi gos dos ju de us) .
N e em ia s en tre go u a ci dade de J e r u s a lé m aos
cu id ad os do seu irm ão H an ani (Ne 7.1-4). Q ua nd o ele
fez o r e c e n s e a m e n t o (7.5-73), o total de ha bit an tes era
42.360, a lém de 7.337 servos e 245 c ant or es e cantoras.

Restauração dos Princípios Morais do Povo


(Ne 8 - 13)

To do o po vo se reuniu na rua dia nte da Porta


das Á guas, na ci dad e de J er usa lé m, e pediu que Esdras,
129
o escriba, tr oux es se o livro da lei de Moisés. Ele se pôs
de pé num púlpito de m a dei ra e ex pl ic ou a Lei ao povo
(Ne 8.1-3), essa leitura pú b li c a trouxe verda dei ro
a rr e p e n d i m e n to ao povo e o c orre u então um grande
d e sp e rt a m e nt o, qua nd o Josias achou o livro da Lei,
teve início uma grande reforma.
O cativeiro da B a b i lô n ia curou os ju d e u s da
idolatria. Até aq uele tempo, ap es a r de todas as
a dver tê nc ia s dos profetas, o povo co n ti n u a v a adora ndo
os ídolos dos povos ao redor. Mas desde o cati veiro até
os dias atuais (quase 2.500 anos) os ju d e u s nunc a mais
c a ír a m nesse pecado.
O c a s a m en to en tre cren tes e nã o-crente s até
hoje é coisa perigosa. Paulo diz: Não vos ponhais em
j u g o desigual com os in créd ulo s (2Co 6.14).
Ne emia s deixou uma vida de bem-estar,
co nf or to e segur anç a por uma vida de trabalho, perigos
e aflições. Ele era re f o r m a d o r e n in g u é m es ti m a aq uele
que p ro c ura reformá-lo. N e em ia s era ho m e m de oração.
Não se en con tr a m a n ch a a lg um a em seu caráter. Era
de st e m id o e corajoso.

130
Questionário

■ Assina le co m “ X ” as alternativas co rretas

1. É in co erent e a fi rm a r que
a ) l_l Esdras era gove rn a dor , da casa de Davi
b ) |_| Esdras era e sc ri b a hábil na lei de M oisés
c ) I_I Esdras era sace rdo te , da casa de Arão
d ) |_I A tr ib u i u -s e a Esdras a o rg a n iz aç ã o do câno n
do An tigo T e s ta m en to

2. Os profetas que mais a ju dar am no re to rn o sob a


lide ra nç a de Z o r o b a b e l foram:
a ) |_| M al a q u ia s e Sofonias
b ) |_i Ag eu e Za c ar ia s
c ) |_| H a b a c u q u e e Amós
d ) |_j N a um e Oséias 543

3. Ne em ia s era o _________ da corte de A rta xe rx es ,


pass a a ser o ____________ em Israel
a) l______ | J ar din ei r o e e nge nhe iro
b) |______ J G o v e r n a d o r e sacerdote
c) Q C op ei ro e g o v e rn a d o r civil
d) |______ | M il ita r e j u i z

■ M ar q u e “ C ” para Certo e “E ” para Er rado


4. Q] D iz -no s a tr a di ç ão que Ne emias foi o fu n d a d o r da
sinago ga , que su rgiu após o c ati vei ro ba bi lón ic o
5. [U N e em ia s de ix ou uma vida de bem -esta r, co nfo rto
e s e gu r an ç a por uma vida de traba lho, p e ri gos e
aflições

131
O D r a m á tic o L iv r a m e n t o
Autor: De sco nheci do.
Data: Pouco depois de 465 a.C.
Tema: T ra ba lh o em e q uip e que moldou
E ste r
uma nação.
Palavras-Chave: H u m il d a d e , temor de
Deus, inte rd e pen dê nc ia .
Versículo-Chave: Et 4.14

O livro leva o nome da p e rs o n a g e m


pri nc ipa l, uma mulher j u d ia de nom e H a d a s s a (Ester =
est rela, na língua persa). Ela to rn ou -s e ra in ha persa e
teve papel decis ivo para o seu povo em uma situação
muito crítica. Na Bíblia he bra ic a o livro de Ester está
inc lu íd o nos “ rolos das f e s ta s ” , e era lido na Festa de
P ur im cuja or ig e m este livro relata.

O Autor
O livro de Ester não m e n ci o n a q u e m é o seu
autor. M uitas hipóteses têm sido levantadas:
M a r d o q u e u , Esdras, N eemias, etc. Q ue m o redigiu
tinha livre trânsito no reino persa, e teve acesso a
d o c u m e n t o s do Império Pers a (Et 2.23; 6.1) e a editais
pú bli co s (Et 4.8; 9.20-32).

Data

U ma vez que o autor não é c onheci do, fica


difícil de te r m in a r quando foi escrito. Os fatos
m e n c i o n a d o s aco nte c er am du ra nt e o reinado de
A ss ue ro (de 486 a 465 a.C.). A ssu e ro cas ou- se com
Este r no sétimo ano de seu reina do, port an to no ano
480 a.C.
132
Comentários

Você j á deve ter ouvido falar do gra nde


Xerxes, rei da Pérsia, o A ssuero do livro de Ester, da
sua fa mo sa e x p e d iç ã o co ntra a Grécia, na qual os
gregos d e rr ot a ra m sua for midáve l esqua dra, na b a ta l h a
de Sala mina, em 48 0 a.C. Diz os his tor ia dores que essa
foi uma das ba ta lh as mais im por tan te s do mundo.
Por in fo r m aç õ e s de H e ró to do fic a m os
sab en do que a festa descrit a no pri m ei r o c a pít ulo de
Este r foi a oc as iã o do pla n ej am e n to da c a m p a n h a
co ntra a G réci a (t erce iro ano do reino de Assuero).
Ester su bsti tu iu Vasti no sétimo ano do seu
reino (Et 2.16), q u a n d o Xerxes e sta va p r o c u ra n d o
conso lar- se, de poi s da sua d e sas tro sa derrota. Foi no
meio desse famo so c apí tu lo da história mu ndi al que se
d e se nr ol ou a bela e e n c a n ta d o ra história de Ester.
E m bo ra o nome de Deus não seja
m e n ci o n ad o no livro, cada pág ina está c he ia dele, que
se esc on de por trás de cada palavra. Se você não a ch a o
nome de Je o v á aqui, le mb re-s e de que este livro tinha
de pa ssar pelas mãos do c e n s o r 1 persa. E m b o r a
p ude ss e m e li m in a r seu nome, não pod ia m e l im in a r
Deus.
M at t h ew Hen ry, o grande c o m e n t a r i s ta da
Bíblia, diz: “ Se o nom e de Deus não está aqui, seu
dedo e s t á ” . O Dr. Pi e rs on c ham a-o de “ O R o m a n c e da
Providência” .
Deus tem pa rte em todos os a c o n te c im e n to s
da vida huma na. O mu ndo hoje não pode d e s v e n c il h a r -

1 Funcionário público encarregado da revisão e censura de obras


literárias ou artísticas, ou da censura aos meios de comunicação
de massa: jornais, rádio, etc. Entre os romanos, magistrado que
recenseava a população e velava pelos bons costumes.
133
se de Deus; nem Israel podia. Ele nun ca a b a n don ou seu
povo no p a s s a d o e nunc a o a b a n d o n a r á no futuro. Ele o
a c o m p a n h o u no cati veiro da Bab il ôni a. Q ua ndo os
prof etas s ile nc ia ra m e o templo se fechou, Deus ainda
os e st a va gu arda ndo. Q uando os reis da terra se
b a n q u e te a v a m e esque ci am, Deus se le m br a va e com
sua mão e s c re v ia o destino deles, ou m ov ia a mão deles
para e x e c u t a r e m a sua glória.
Este livro c om eç a c om um b a nquet e de
A ssu ero, prín ci pe do mundo, e e n c e rr a com um
b a n q u et e de M ar do que u, prín ci pe de Deus.
Por algu m tempo Ha m ã é ex al ta do , mas no
fim é M a r d o q u e u . Ve ja nesta hist óri a os c ontr a te m pos
da hi st ória hu m a n a e o triunfo final do povo escolhid o
de Deus.
Es te r é como José e Davi. Deus tinha
re s er v a d o c ad a um deles para o seu propó si to. Quando
a o c as iã o ch eg ou , ele os c oloc ou em e v id ê n c ia a fim de
e x e c u t a r e m seu plano. Deus esc ond e u José numa prisão
do Egi to e na hora certa, c o lo co u- o na posi ção de
pr im ei r o m in is tr o daquele país. Deus semp re tem
a lg u ém de re s e rv a para levar av ante os seus propósitos.
As vezes é um ho m e m com o José, ou Mo isés . As vezes
é uma m u lh e r como Ana, Ester, ou Maria. R ec ord e os
vultos da His tória que Deus pa rece ter pre pa rado e
r e s e r v a d o pa ra uma d e te r m in a da ocasião.
Es te r de sta c a- se com o e s c o lh id a de Deus. E
m e ig a e cativ ant e. Veio ao reino j u s t a m e n t e para uma
oc as iã o c o m o essa (Et 4.14). Ao e nt ra r na pre s en ç a do
rei para in te rc ed e r por seu povo, ela diz: Se perecer
pereci ... (Et 4.16).
Duas for mosas mul he res unem as mãos a
favo r do povo de Deus. Rute e Ester. Ru te tornou-se
a n ces tra l do L ib er ta dor de Israel. E s te r salvou o povo a
fim de que o L i b er t ad o r viesse.

134
Deus v in ha pro te g e n d o c u id a d o s a m e n t e ess a
nação, através dos séculos, com o prop ós ito de
a b en ç o a r o mu ndo todo po r meio dela. Ela não podia
de sa p a re c e r antes que tro uxes se o Sa lv a do r ao mun do,
por que isso não e st a va de acordo com os planos de
Deus; daí que Ele a c o n se rv ou , c onf orm e pro m e te ra a
Abraão.
Em que é po ca essa história foi escrit a e
que m a e sc re ve u são fatos de sc on he ci do s . Os
a co nte c im e nt os se pass am entre o capítulo 6 e 7 de
Esdras. C o m p a r a t iv a m e n te poucos, não mais de 50 .0 00
dos ju d e u s cativ os ha via m regre ssa do da B abi lôn ia em
c o n se q u ê n ci a do ed ito de Ciro. Mu itos na sc e ram na
B ab il ôni a e se h a v i a m es ta b e le c id o lá em a ti vid ad es
c ome rcia is ; não est av am , pois, intere ssa dos em
a tr a v es s ar o de se rto e c om eç a r tudo de novo na terra de
seus pais.
Se todos h o u v e s s e m voltado a Je ru sa lé m , o
livro de Ester não teria sido escrito, leva o nome de
uma órfã ju d i a que veio a torn ar-s e ra inh a da Pérsia.
Este livro e o de Rute são os únicos a ter por
título nome de uma mulher.
A lg u é m disse que todos os a co n te c im e n to s
deste livro gir am em torno de três fatos:
1) A festa do rei A s s u e r o ................................... Este r 1 e 2
2) A festa de E s t e r ................................................ Este r 7
3) A festa de P u r i m ...............................................Este r 9

A Rejeição de Vasti (Et 1)

A gr a nd e festa a que Vasti se rec uso u a


co m par ec e r, pelo que se conclu iu de ins criçõ es
en co ntr ad a s, foi re a li za d a para est uda r o plano de uma
e xpe di ç ã o co ntr a a Gré cia, para a qual Xerxes se vinha

135
pr e p a ra n d o hav ia qu a tro anos. O rei A ss ue ro desta
hist óri a era Xe rxes, o famo so m o n a rc a persa (485-465
a.C.).
O livro inicia com uma r e c e p ç ã o do rei aos
nobres e pr ín c ip e s do seu reino, no pa lác io de Susã. O
ba nque te era de pro porçõe s colossais. D ura ra m 180
dias (Et 1.4). Os home ns se b a n q u e t e a v a m nos
so berbos j a r d i n s do palácio e as m ul heres eram
ho s ped a da s pela for mo sa rainha Vasti em seus
apo sen tos partic ula res .
Susã era a re si dên ci a de in ve rno dos reis da
Pérsia. N e em ia s e ste ve neste palácio (Ne 1.1). Em 1852
o local foi ide ntif ic ad o por Lotfus, e em 1884 um
francês c h a m a d o D ie ulafay pro sse gui u nas esc avações.
Ele c o n s e g u iu d e sc obr ir os lugares m e n c i o n a d o s no
livro de E s te r - o pátio interior, o pá tio exterior, a
porta do rei e o j a r d i m do palácio.
Q u a n d o o rei e os príncipes e s ta v a m no meio
da sua orgia, o m onarca mandou c h a m a r Vasti para
exibir a sua beleza. Mas ne nhu m a mu lh e r pe rsa poderia
c ons e nt ir nisso; era uma afronta à sua c ondi çã o de
mulher. A e m b ri a g u e z tinha ult rajado as mais sagradas
normas da etiq ue ta oriental. O reces so do haré m iria
ser vio la do para o div e rti m e nt o do dis so lu t o rei e seus
jo vi a is c o m p a n h e ir o s , Vasti re cu sou -s e, isso fez do rei
motivo de escá rni o, para defender, depôs a ra inh a (Et
1 . 12 - 2 2 ).

A Coroação de Ester (Et 2)

No m o m e n to em que A ssu ero viu Ester, ele a


fez rainha. A pe q u e n a órfã judi a, cria da pelo primo
M ar do qu eu , foi e le v a d a ao trono persa. N e sse mom en to
o Impé rio Pers a a bra ngia mais da m et ad e do mundo
então c on hec ido .
136
Entre os cap ít ulo s 1 e 2, A ssuero lanço u o
seu histórico at aque co ntra Gré ci a, com um e xército de
c in co milhões de home ns, s ofr e ndo terrível derrota.
Dois anos depois que X e rx es (A ssuero) travou as
fam os as batalhas das Te rm ópi la s e de Salamina, ele se
casou com Ester, que foi sua ra inh a por treze anos.
Sem dúvida ela viveu ainda por muitos anos no rein a do
de seu enteado, A rta xe rxes. Sob o reino dele Ne emia s
re c on st ru iu Jeru sal ém .
Foi o c a s a m e n to de E s te r com o fa mo so
m o n a rc a persa que deu aos ju d e u s prestígios nessa
co rte e tornou pos sív el a N e em ia s re c onst r uir
J e r u s a lé m (veja Ne 2.1-8).
O gra nde pa lá c io de Xerxes em Persépolis,
onde Ester, sem dú vid a, pa sso u gra nde parte do tempo,
foi escavado. A de sc riç ã o que dele se faz, mesm o em
ruínas, é magnífica. A c ida de foi de str uíd a pelo fogo
a te a do por A le xan dr e, o G ra nde , em 331 a.C. D esd e
ent ão esteve s ot er ra da nas areias do deserto.
Em 1930 o Ins tit uto Oriental de C hic ago
o b te ve permis são do go v e rn o para, tanto quan to
possí ve l, es c a va r e r e s ta u r ar o palácio. A fim de torna r
a história dessa j o v e m j u d i a mais real e intere ssa nte ,
va mo s dar uma breve de scr iç ão desse palácio.
O fu n d a m e n to do pa lá c io era uma pla ta fo rm a
de 17 metros de altura e c obria uma área de um
qu il ô m e tr o qua drado. E m bai xo , hav ia um vasto sist em a
de esgo tos com qu il ô m e tr o s de ext ens ão , pelo qual se
po de an dar hoje. As pared es do palácio eram c ober tas
das mais ma gní fic as obras de entalhe, relevo e
e scu ltu ra. Duas gr an des salas do M use u do Louv re, na
Fr ança, ex ibe m esses tesouros.
Q uando o en tu lh o foi fin al me nte re m ovid o,
as obras de e sc ul tu ra e st a v a m bem c ons e rv a das , tão
perfe ita s e belas co mo no te m po em que a r a in ha Este r

137
pe rcorria os c o rr e d o re s e as apreciava. O pri m eir o
cap ítulo de sc re ve a cena nesse palácio. T old os de ricas
cores eram presos por colunas de má rm ore a postes de
prata, fa z en do so m b ra aos hóspedes que, r e c li n a d o s em
assentos de ouro e prata, b a n q u e te a v a m - s e com o
glutões e b e b ia m fart a m e nt e todos os dias (Et 1.5-8).
Hav ia uma grande sala de au di ên c ia s, onde
visitantes dos qu a tro cantos da terra p re s ta va m
ho m e na ge ns ao gra nde rei, marido de Ester.
Giga nte sc as c ol una s ainda estão de pé, em sua
gra ndeza, e fa la m da glória do pal áci o de outrora.
Assim, era o luga r para onde Ester foi le vad a como
rainha. Aqui, a br in do um parêntese, ap ar ec e a hist óri a
de M ar d o q u eu sal va ndo a vida do rei. Essa na rr a ti va é
de st a c ad a mais tarde (Et 2.21-23).

A Conspiração de Hamã (Et 3-4)


Ve mo s uma form a la nça ndo s om bra por
sobre o quadro. Esta é uma cena de tristeza e luto.
Em E s te r 3 a 5 lemos da a s c e n d ê n c ia de
certo ho m e m c h a m a d o Hamã, que era h o m e m perverso,
cujo triunfo foi curto e cuja alegria duro u por só um
m om e nt o (Jó 20.4,5). Ele se tornou pri m e ir o -m in is tr o
do rei. H a m ã foi o Judas de Israel. Foi um m on s tro de
p e rv e rs i d ad e na vida do povo esc olh ido por Deus.
D ur a nt e a leitura do livro de Es te r numa
sin ag og a j u d a i c a , na Festa de Purim, p ode -s e ouvir a
c o n g re g a ç ã o dizer, toda vez que o nom e de Ha mã é
me nci on ad o: “Que o seu nome seja apag a d o V ,
en qu an to isso, me nin os j o g a m pedras ou ped aço s de
ma deiras, nos quais o seu odiado nome está escrito.
Q u a n d o H a m ã aparece no livro de Ester, ele
a ca ba va de ser ele va do ao mais alto pos to do reino da
Pérsia (Et 3.1). A gra nde honra tr a ns to rn ou-o , enche u-

138
se de vaidade e sentiu-se p r o f u n d a m e n te humi lha do
q u a nd o al gué m não lhe prestou a h o m e n a g e m que o rei
ord e n a ra (Et 3.2).
Cheio de orgulho, não pôde su portar a
ind if ere nç a, mesmo do mais in si gnifi ca nte súdito. A
p e q u e n a falta de M ardoqu eu foi tra ns fo rm a da numa
ofe ns a capital. M ardo que u, sendo ju d e u , não podia
pre s ta r honras divinas a um homem!
Hamã ficou tão furi oso que res olv eu
p r o m o v e r um mass acr e de todos os ju d e u s do reino (Et
3.6). Para marc ar o dia em que os inimigos seriam
d e st r uíd os , lançou sorte, que rec aiu no dia 13 de
março, dez meses mais tarde (Et 3.7).
Ha mã procuro u prov ar ao rei que todos os
ju d e u s era súditos desleais. O fe re ce u pag ar ao rei um
s ubo rn o de dez mil talentos de prata, uma ve rd ad eir a
fo rt una (Et 3.9). O rei ass ino u um decreto,
d e te r m in a n d o que todos os home ns, mu lheres e
c ri a n ça s da raça ju d a i c a fossem mort os e seus bens
co nf is ca dos . Co m pa re isso com o que a co nte ceu
du ra n te o regime na zista de Hitler.
Os ju d e u s se pu se ra m a je ju a r, orar e
l a m e n ta r de it an do- se em pano de saco de cinza (Et 4.1-
3), a rainh a Ester viu aquilo e p e rg unt ou a M ardoqueu
o que era. Ele deu a ela uma cópia do decr eto do rei
que c o n ta v a a triste história. Dep ois acr escentou: E
q u e m sabe se para tal c o n ju nt ura co mo está foste
e le v a d a a rainha? (Et 4.14).

O Risco de Ester (Et 5)


A rainha Ester re s p o n d e u ao desafio de
M ar d o q u eu . A pe sa r de goz ar de toda a op ulê nci a do
pal áci o, ela não se de ixo u levar pelo luxo da quel e
am bie nte . Por amor ao seu povo opri m ido , esc ol heu um
m od o de agir que e nce rra va terrível perigo para ela.
139
Fe li z m e n te Es te r não se deixou c o r r o m p e r
por sua e le va da posi ção . Ainda que fosse agora r a in ha
de um gra nde reino, não esq ueceu do hom em que a
criara na infância.
Uma vez aceitou sua perigosa tarefa, la nçou-
se a ela com c or ag em . Era uma atitude ousada, a de ir à
pres enç a do rei sem ser chamada. Quem poderia diz er o
que o volúve l m o n a rc a iria fazer? Le m bre -s e do que ele
fez a Vasti.
Q ua ndo foi rec eb id a pelo rei, ela soube usar
seus recursos. C on h e c ia a fraqueza do mona rca, por
isso c o n vi do u- o para um banquete. Lei a o que
acontec eu na qu el a noite em que o rei não pôde d o rm i r
(Et 6.1-11).
C om o Ha m ã caiu na arma dil ha ? (Et 6.6). No
segundo ba nq uet e ela pleiteou por sua pró pri a vida.
Tinha Ha m ã em suas mãos. O rei co nc ed eu o pe did o de
Ester. H a m ã foi e n fo rc a d o na mesma forca que havia
pr ep arado para M ar d o q u eu , e este foi elev ad o à posi ção
de honra logo abai xo do rei.
Es tu d a n d o a Palavra de Deus, p ode -s e ver
que através dos te mp os Satanás sempr e pro c ur ou
de struir o povo de Deus, os ju de us ; a Igreja, e até
mesm o o próp rio Cristo. Mas, Deus frustra seus planos.
Mesmo as portas do inferno não pre va le c e rã o c ontra a
sua Igreja. Deus triunfará! Cristo co nquis to u a vitória!

O Livramento dos Judeus (Et 6-10)

O livro de E s te r termin a com a narra tiv a do


e st a b e le c im e n to da Fe st a de Purim e a e le va ç ão de
M ar d o q u eu ao posto de ixa do vago por Ha mã (Et 10.3).
A festa de Purim deveria ser c el e bra da
an ual m ent e. É sem pr e ins pirada na dra m á ti c a história
de Ester. O fato de ser cel e bra da ainda hoje c o n fi rm a a
140
sua a ut en ti ci da de . A festa não c o m e m o r a tanto a queda
de Ha m ã c o m o o livr ame nto do povo. Essa festa lemb ra
o liv r am e n to dos ju d e u s de um sério perigo. Era o Dia
de A çõ es de Gra ça para o povo escolhido. Em bora
ti v e s se m a b a n d o n a d o a Deus, Ele os havia poupado.
Li v ra m e n to parece ser a nota dom ina nte da
hi st ória dos ju d e u s . Deus sempr e livr ou essa nação na
hora da aflição.
O livro de Ester é um elo impo rt ant e numa
c ad e ia de a co nte c im e nt os que narram o
e s t a b e l e c i m e n t o da nação heb raica, outr a vez, em sua
p r ó p r ia terra com o pre pa ra ç ã o para a vinda do Messias.
Os ju d e u s tinha m e s c a p a d o ao extermínio. O
p ro p ó s it o de Deus era que fo sse m pre s er v a d o s a fim de
que por eles viesse o S a lv a do r ao mun do.
O car áte r de A ssu ero m o s tr a como o poder
ili m i ta d o é muitas vezes e s m a g a d o e desfeito sob o
peso da sua próp ri a im en si dad e. O home m que é
e x a lt a d o ao pe destal de um deus sofre a v e r t i g e m 1 da
sua pr ó p r ia altitude.

1 Med. Estado mórbido em que o indivíduo tem a impressão de


que tudo gira em torno de si ( v e r t i g e m o b j e t i v a ) , ou de que ele
próprio está girando ( v e r t i g e m s u b j e t i v a ). Fig. Desvario,
loucura.
141
Questionário

■ Assinale co m “ X ” as a lte rnati vas corretas

6. Cas ou-s e com E s te r no sétimo ano de seu reinado


a ) Q As suero
b ) l_j Dario
c ) |_] M ardoq ueu
d ) |_| Hamã

7. Quanto ao Livro de Ííute, aponte para asser tiv a


correta
a ) | I C om e ça com um ba nqu ete de Dario, prí nc ip e
do mund o
b) |_J En c e rra co m um ba nq uet e de Assuero, prín ci pe
do povo Deus
c ) Q No início, Ha m ã é hu m ilh a do
d ) |_J No fim, M a r d o q u e u é exaltado 8

8. Ha mã foi ________ na me sm a ______ que havia


pr e pa rado para M a r d o q u e u
a) |______ | Q ue im ad o e fo r n al h a
b) |_J D eca pit ad o e gui lh o ti n a
c) l_l En f o rc ad o e forca
d) |______ I Preso e prisão

■ Mar que “C ” para C erto e “E ” para Er rado

9.1_I Ester to rno u- se a n ces tra l do L i b er t ad o r de Israel.


Rute salvou o povo a fim de que o L i b er t ad o r viesse
10.0 H a m ã fi cou tão furi oso coma a atitu de de
M ar do que u que r e s olv eu pro m o v e r um m a ss a cr e de
todos os ju d e u s do reino

142
Livros H istóricos
Referências Bibliográficas

S T A M P S , Do na ld C.; Bíblia de Estudo Pentecostal.


Rio de Jan ei ro - RJ: CPAD, 1995.
F E R R E I R A , Au rélio Bu arque de Holanda. Novo
Aurélio Século XXL 3a Ed. Rio de Janeiro - RJ:
E di to ra N ov a Fr onteira, 1999.
H A L L E Y , Hen ry H., Manual Bíblico, São Paulo:
E di tor a Vida Nova, 9a edição, 1990.
B O Y E R , Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica.
P i n d a m o n h a n g a b a - SP: IBAD.
D O U G L A S , J. D.; O Novo Dicionário da Bíblia. 2a Ed.
São Paul o - SP: Ed ições Vida Nova, 2001.
ANDRADE, C la u d io n o r C orrê a de. Dicionário
Teológico. 6a Ed. Rio de J an e iro - RJ: CPA D , 1998.
M E A R S , H e nr ie tt a C.; Estudo Panorâmico da Bíblia',
São Paulo: E di tor a Vida, 9a Ed iç ão , 1997.
M C N A I R , S. E.; A Bíblia Explicada', ; Rio de Janeiro:
C PA D , 1994; 13a edição.
P E A R L M A N , Myer.; Através da Bíblia Livro por
Livro', São Paulo: E di tor a Vida, 1977.
______, Manual Bíblico de Halley. São Paulo: Editora
Vida, 2000.

143
IB A D E P - Instituto Bíblico das Igrejas Evangélicas Assembléias de Deus do Estado do Paraná
Av. Brasil, S/N° - Cx.Postal 248 - Fone: (44) 3642-2581
Vila Eletrosul - 85980-000 - Guaíra - P R
E-m ail: ib a d e p @ ib a d e p .c o m - w w w .ibadep.com

Você também pode gostar