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Aufil υ da AlioÚ du

(D a A cadem ia Evangélica de Letras do Brasil)

V inte e qu atro estud os p roféticos


extraíd os dos livros de D a n iel
e A p o ca lip se.

Θ CPAO
R E I S B O O K ’S D I G I T A L
T o d o s o s d ir e ito s r e s e r v a d o s . C o p y r ig h t 1 9 9 9 p a r a a lín g u a p o r tu g u e s a d a C a s a

P u b l ic a d o r a d a s A s s e m b l é ia s d e D e u s .

C a p a e p r o je t o g r á fic o : E d u a r d o S o u z a

D ia g r a m a ç ã o : R o d r ig o F e r n a n d e s

R e v is ã o d e p r o v a s : L e il a T e ix e ir a

236 - E s c a to lo g ia

A lm e id a , A b r a ã o d e

ALM m M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a .. ./ A b r a ã o d e A lm e id a

I a ed . - R io d e J a n e ir o : C a s a P u b lic a d o r a d a s A s s e m b lé ia s d e D e u s , 1 9 9 9 .

p .2 6 4 c m . 1 4x2 1

IS B N 8 5 - 2 6 3 - 0 2 4 1 - 8

1. E s c a to lo g ia 2 . E s tu d o B íb lic o

CDD

230 - E s c a to lo g ia

C a sa P u b lic a d o ra d a s A s s e m b lé ia s d e Deus

C a ix a P o s ta l 3 3 1

2 0 0 0 1 - 9 7 0 , R io d e J a n e ir o , R J , B r a s il

I a e d iç ã o / 1 9 9 9
Sumário
In t r o d u ção ............................................................................5

Cap ít u lo 1
O Pop ósit o Divin o com Isr ael............................................... 7
Cap ít u lo 2
Qu ed a e Restauração de Isr ael ............................................. 19
Cap ít u lo 3
Babilônia, o Prim eir o Im p ério M u n d i al ................................37
Cap ít u lo 4
O Sim b ólico Ur so D est r u i d o r .............................................47
Cap ít u lo 5
O Rei Valent e e seu So n h o D o u r ad o .................................. 55

Cap ít u lo 6
O s Reinos d o N o r t e e d o Su l ............................................. 69
Cap ít u lo 7
Rom a, a Pot ência Fér r ea....................................................... 79
Cap ít u lo 8
A Odisséia da Raça Ju d aica.................................................. 89
Cap ít u lo 9
O Tem po d o Fi m ................................................................. 101
Cap ít u lo 10
O Rapt o da Igreja................................................................. 113
Cap ít u lo 11
A s Bodas d o Co r d ei r o ......................................................... 121

Cap ít u lo 12
A Gr an d e Tr ib u lação ........................................................... 129

Cap ít u lo 13
Passará a Igreja pela Gr an d e Tr ib u lação .............................. 137

Cap ít u lo 14
O s Sel o s................................................................................ 151

Cap ít u lo 15
A s Tr o m b et as...................................................................... 159

Cap ít u lo 16
A s Taças...............................................................................173

Cap ít u lo 17
O A n t i cr i st o ........................................................................ 187

Cap ít u lo 18
O Falso Pr o f et a................................................................. 2 0 0

Cap ít u lo 19
A Vo lt a de Jesu s.................................................................2 07

Cap ít u lo 20
O Ju lgam ent o das N aç õ e s................................................. 219

Cap ít u lo 21
A Or d em das Ressurr eições.............................................. 225

Cap ít u lo 22
M ilên io , o Alm ej ad o Reino V i n d o u r o ................................ 231

Cap ít u lo 23
O Juízo Fin al.......................................................................243

Cap ít u lo 24
O Perf eit o Est ad o Et er n o .................................................. 253
N u m a h or a em q u e s ã o tã o ra r os os es critor es d e
fa to e m u ito p o u co s o s q u e s e d ã o a p en s a r... N u m a h or a
em q u e a m a io r p a r te d e n o s s a liter a tu r a é im p or ta d a e a s
n o va s p u b lica ções , q u a s e s e m p r e tra d u zid a s , to m a m o ca -
rá ter d a s u p er ficia lid a d e, s em 0 s en tid o m a io r q u e 0 ob jeti-
vo m a ter ia l e im e d ia tis ta d o r á p id o r e to r n o d o ca p ita l co m
lu c r o ... N u m a h o r a a s s im , tris tem en te, vo lto- m e p a r a o m eu
D eu s e d o u - lh e g r a ça s p o r s u a v id a e m e n te en treg u es a o
S en h or, e m a is q u e tu d o, p e la g r a ç a q u e lh e d eu d e co m u -
n ica r, v ia s eu s es critos , tã o p a ten te, c la r a e es p on ta n ea -
m en te, os m is tér ios d a r e vela çã o d o S e n h o r ”.
“S e u tr a b a lh o d e p e s q u is a é d e va lo r ; s e u s s u b s íd io s
d e h is tó r ia , e s p e c ia lm e n te r e la c io n a d a a o c e n tr o p r o fé ti-
co d o s a c o n te c im e n to s fin a is — o O r ie n te M é d io — ta m -
b é m o s ã o, e s p e c ia lm e n te a o s e s tu d io s o s d o s últimos dias.
“S u a a tu a lid a d e é in e q u ív o c a , j á q u e v iv e m o s o
e s te r to r d a h is tó r ia . É 0 m o m e n to d o fim . J e s u s e s tá ch e-
g a n d o e o g lo r io s o d e s tin o d a Ig r e ja e s tá p o r s e cu m p rir.
“S u a m a n e ir a d e e x p o r é p r ó p r ia d o s e s c r ito r e s n a -
tos , c o m a r e le v a n te r e a lid a d e d a ilu m in a ç ã o d o E s p ír ito
d o S e n h o r ”.

S ila s G o n ç a lve s
(De uma carta.)
1

0 Propósito Divino
com Israel

Israel é uma prova concreta de que Deus existe. Apesar


de humilhado, perseguido, banido, massacrado, quase
destruído por vezes, e isso durante milênios, vive ainda
Israel!
e n h u m e s tu d o s ér io d a e s c a to lo g ia b íb lic a
p o d e ig n o r a r o p o vo d e Is r a e l o u c o lo c á - lo
e m p la n o s e c u n d á r io , te n d o e m v is ta o q u e
J e s u s a fir m o u : “O lh a i p a r a a fig u e ir a , e p a r a to d a s a s
á r v o r e s ” (L u ca s 2 1 :2 9 ). Is r a e l é c o m o o r e ló g io d e D eu s ,
a in d ic a r o p a s s a r d o te m p o d e s ta p r e s e n te d is p e n s a ç ã o
d a g r a ç a d e D eu s .
N ã o s e p o d e n e g a r a in flu ê n c ia d e Is r a e l n o d e s tin o
d o s p o vo s . A p r o m e s s a fe ita p o r D e u s a A b r ã o e m G ên es is
12.3: “A b e n ç o a r e i os q u e te a b e n ç o a r e m e a m a ld iç o a r e i
o s q u e te a m a ld iç o a r e m ” te m s id o r ig o r o s a e a d m ir a ve l-
m e n te c u m p r id a a tr a vé s d o s s é c u lo s , a té o s n o s s o s d ia s .
A s n a ç õ e s q u e a p ó ia m e p r o te g e m o s is r a e lita s s ã o p r ós -
p era s e a b en çoa d a s , a o p a s s o q u e a s q u e os p ers eg u em
s ã o s e m p r e c a s tig a d a s : o u d e s a p a r e c e m , o u e s ta g n a m ,
o u s ã o h u m ilh a d a s , e, in va r ia ve lm e n te , p e r d e m a b ê n -
ç ã o d ivin a .
Is r a el é ta m b é m u m a a fir m a çã o viv a d e q u e u m p o d e r
s u p r em o , u m p o d e r in te lig e n te , u m p o d e r q u e p la n eja ,
cu id a , e ex ecu ta , d irige os d es tin o s d es te m u n d o . C erto
im p e r a d o r a lem ã o, religios o, m a s n ã o cren te; “p r o te to r ” d a
fé, m a s n ã o s a lvo, n a s u a h o r a d e m o rte teve a p r es en ç a d e
u m s a cer d o te lu ter a n o q u e p r o c u r a va in c u tir - lh e n a m en -
te a fé s a lva d ora . A es s e r e lig ios o d es a fiou 0 im p era d or:
— D á - m e u m a p r o v a d a e x is tê n c ia d e D eu s .
— O p o vo ju d e u , M a je s ta d e ! — r e s p o n d e u s e m va c i-
la r 0 s a c er d o te .
10 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

S im , Is ra el é u m a p r ova co n cr eta d e q u e D eu s exis te.


A p e s a r d e h u m ilh a d o , p er s eg u id o , b a n id o , m a s s a c ra d o ,
q u a s e d es tru íd o p o r vezes , e is s o d u ra n te m ilên ios , vive a in -
d a Is ra el! E a g o ra vive com o n a ç ã o p o d er os a e p rós p era .
Is ra el vive a in d a p o r q u e tem , d a d a p o r D eu s , u m a m is s ã o a
c u m p r ir n o fim d o S écu lo P res en te — n ã o p o d e d es a p a recer.
S e Is ra el é u m a p r o va irr efu tá vel d a ex is tên cia d e D eu s ;
s e Is r a e l in flu i n o d e s tin o d a s n a ç ões , q u iç á n o d a s p es s o -
a s , en tã o é p r e cis o e s tu d a r c o m p r o fu n d id a d e a v id a d es -
s e p o vo , m a s e s tu d á - la e m to d a s a s s u a s fa ces , p a r a co-
n h e c e r a s m a is e s tr a n h a s e ve r d a d e ir a s c ir c u n s tâ n c ia s ,
q u e s e r ve m d e r o te ir o p a r a a s p e s s o a s e a s n a ções .
O c id a d ã o m o d e r n o n e c e s s ita , p a r a e n fr e n ta r a
d ive r s ific a d a e r a e m q u e vive m o s , d e s e r u m a p e s s o a b e m
in for m a d a , e, h o d ie r n a m en te , n e n h u m a ed u ca çã o s e com -
p le ta s em 0 e s tu d o d es s e p o vo q u e c o n s titu i 0 m ila g r e do
s é c u lo — O E s ta d o d e Is r a el — u m p a ís c o m c e r c a d e 6
m ilh õ e s e m e io d e h a b ita n te s c er c a d o p o r m a is d e cem
m ilh õ e s d e in im ig o s q u e, a p e s a r d e lh e m o ver e m , h á d é-
ca d a s , e c o m o in d is fa r ç á v e l a p o io d a m a io r ia d a s n a ções ,
u m a g u e r r a c o n tín u a e cru el, n ã o c o n s e g u e m d es tr u í- lo.
E s s e Is r a e l s e fir m a c o m o 0 in e q u ív o c o s in a l d o s te m -
p o s . A B íb lia a vis a : “Q u a n d o v ir d e s a c o n te c e r e s ta s coi-
s a s .. .” O p r o m e tid o r e in a d o m e s s iâ n ic o s o b r e Is r a e l s e
a p r o x im a e o lu g a r d o M e s s ia s e s tá va g o , p ois , p r o vid e n -
c ia lm e n te , 0 a tu a l g o ve r n o d e Is r a e l n ã o p o s s u i rei: eles ,
in c o n s c ie n te m e n te , a g u a r d a m 0 R e i J e s u s , e p a r a E le
res erva m 0 tr on o .

A D ISP E N SA Ç Ã O D A P R O M E SSA

P a r a m e lh o r c o m p r e e n d e r m o s o im p o r ta n te p a p e l
d e Is r a e l n o p la n o d ivin o , te m o s d e p r im e ir a m e n te co-
n h ecer 0 pai d e s s a n a ç ã o e a s p r o m e s s a s q u e D e u s fe z
a e le e a s e u s filh o s d u r a n te a D is p e n s a ç ã o d a P r o m e s -
s a , q u e v a i d e 2 0 9 0 a 1 8 7 5 a .C ., b e m c o m o a s a m e a ç a s
O P r o p ó s ito D iv in o c o m Is r a e l 11

c o n tid a s n a a lia n ç a d a L ei, c e le b r a d a n o S in a i 4 3 0 a n o s


m a is ta r d e .
C ondições iniciais. A s circu n s tâ n cia s e m q u e A b ra ã o
receb eu a D is p en s a çã o d a P r om es s a fora m a s m elh ores pos -
síveis. E m p rim eiro lu ga r, D eu s 0 es colh eu com o 0 tron co de
u m a r a ça es p ecia l n o cu m p rim en to d e s eu p la n o. E m s egu n -
d o lu ga r, D eu s p rom eteu o M es s ia s a tra vés d e A b ra ã o. E m
terceiro lu ga r, D eu s p rom eteu d a r a terra d e C a n a ã em h e-
ra n ça eter n a ã fa m ília d e A b ra ã o, com o b a s e d e s eu fu tu ro
tra b a lh o m is s ion á rio m u n d ia l. E m q u a rto lu ga r, D eu s p ro-
m eteu revela r- s e a tra vés d e A b r a ã o e d a s u a d es cen d ên cia :

E s ta b elecerei a m in h a a lia n ça en tre m im e ti e a tu a


d es cen d ên cia no d ecu rs o da s su a s gera ções , a lia n ça p er-
p étu a , p a ra s er 0 teu D eu s, e d a tu a d es cen d ên cia . D a r-
te- ei e à tu a d es cen d ên cia a terra d a s tu a s p eregrin a -
ções , tod a a terra de C a n a ã , em p os s es s ã o p erp étu a , e
s erei o s eu D eu s (G ên es is 17:7- 8).

O propós ito divino. A h is tór ia d e Is ra el é o rela to fiel d o


cu m p rim en to d a s p rofecia s b íb lica s a res p eito d es s e p ovo
s in gu la r, d es d e a a lia n ça q u e D eu s fez co m A b r a ã o d u ra n te
a D is p en s a çã o d a P rom es s a , co n for m e G ên es is 12:1- 4. N es -
s a a lia n ça , D eu s p rom eteu : “D e ti fa rei u m a g r a n d e n a çã o ”.
E s ta p r o m es s a s e cu m p riu d e três m a n eira s d is tin ta s :
P r im e ir a m e n te e m Is m a el, q u e é o p a i d o s á ra b e s a tra -
vé s d e M a a la te (ou B a s a m a te ) e E s a ú : “F oi, E s a ú , à c a s a
d e Is m a e l e, a lé m d a s m u lh e r e s q u e j á p o s s u ía , to m o u
p o r m u lh e r a M a a la te , filh a d e Is m a el, filh o d e A b r a ã o ,
ir m ã d e N e b a io te ” ( G ê n e s is 2 8 : 9 ). ( L e ia - s e ta m b é m
G ê n e s is 2 5 :1 3 ; 3 6 :3 ,1 3 ). E m s e g u n d o lu g a r , n a s u a p o s -
te r id a d e n a tu r a l, c o m o “o p ó d a te r r a ” (G ê n e s is 1 3 :1 6 ;
J o ã o 8 .3 7 ), o u s eja , o s h e b r e u s .
F in a lm e n te , n a s u a p o s te r id a d e e s p ir itu a l, c o m o “a s
e s tr e la s d o c é u ” (G ê n e s is 2 2 :1 7 ), is to é, to d o s o s h o m e n s
d e fé, q u e r s e ja m ju d e u s o u g e n tio s : “E s s a é a r a zã o p o r
12 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

que provém d a fé, p a ra que seja segundo a graça, a fim


de que seja firm e a p ro m essa p a ra to d a a descendência,
não som ente ao que e stá no regim e d a lei, m as tam bém
ao que é d a fé que teve A braão” (Rom anos 4:16). “Ora, as
p ro m essas foram feitas a A braão e ao seu descendente.
Não diz: E aos d escendentes, como se falando de m uitos,
porém como de u m só: E ao teu descendente, que é Cris-
to” (G álatas 3:16). (Vejam: tam b ém e sta s o u tra s p a ssa -
gens: Jo ão 8:39; R om anos 9:7-8; G álatas 3;6-7.)
Aqui se confirm a a prom essa de redenção da aliança
adâm ica, conforme Gênesis 3:15: “Porei inimizade entre ti
e a tu a m ulher, entre a tu a descendência e o seu descen-
dente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás 0 calcanhar”.

“E te ab ençoarei”. A bênção divina n a vida de Abraão


se revela no plano m aterial: “T oda esta te rra que vês, hei
de d a r a ti, e à tu a descendência, p a ra sem p re”. “E ntão
ele [Eliezer] disse: Sou servo de A braão. O S en h o r tem
abençoado m uito ao m eu senhor, e ele se tem engrande-
cido. D eu-lhe ovelhas e bois, e p ra ta e ouro, e servos e
servas, e cam elos e ju m e n to s” (Gênesis 13:15; 24:34-
35). E tam bém no plano espiritual: “C reu A braão no Se-
nhor, e isso lhe foi im putado p a ra ju s tiç a ” (Gênesis 15:6.
Veja tam b ém Jo ã o 8:56).

“E te engrandecerei o nome”. Abraão tem 0 seu nome


entre os m aiores vultos da história universal, especialmen-
te no judaísm o, no cristianism o e no islamismo. A grande-
za de Abraão é devida às características da s u a dignidade:
deixou o lar e os amigos p ara atender à cham ada de Deus;
d eu a Ló o direito de escolher a terra; derrotou os reis
despojadores de Sodoma; deu 0 dízimo de tudo a Melquise-
deque; rejeitou receber presentes pelos serviços prestados,
e dispôs-se a oferecer a Deus seu filho único, Isaque (Gênesis
12:4; 13:9; 14:14-15,20,23; H ebreus 11:17).
O P r o p ó s ito D iv in o c o m Is r a e l 13

Em tu d o isso vem os obediência, altruísm o, coragem ,


benevolência, incorruptibilidade, e fé, além de u m a vida
de oração (Gênesis 18:23-33).

“E t u s e r á s u m a b ê n ç ã o ”. A versão de M eredsous traz:


Έ tu serás u m a fonte de bênçãos”. Milhões de pessoas, em
todo 0 m undo e em todoas a s épocas, têm sido abençoadas
m ediante a s prom essas feitas ao p atriarca Abraão.

“A b e n ç o a r e i o s q u e t e a b e n ç o a r e m , e a m a l d i ç o a -
r e i o s q u e t e a m a l d i ç o a r e m ”. E sta profecia tem sido
rigorosam ente cu m p rid a atrav és dos séculos, p articu -
larm en te n a dispersão e n a re sta u ra ç ã o de Israel. Os
povos que perseguiram os ju d e u s têm sofrido u m grande
fracasso, en q u an to os que os têm protegido, prosperam .
Essa profecia tem-se realizado em muitos povos. Um bom
exemplo é a Inglaterrra, que poibiu a entrada dos judeus na
Palestina quando eles mais precisavam escapar à polícia nazista
na Europa, e logo perdeu o seu império. Também 0 Brasil, que
depois de tomar o partido dos inimigos de Israel no início dos
anos setenta, por causa do petróleo, viu 0 seu milagre econômi-
co transformar-se, em pouco tempo, em um a das maiores dívi-
das externas do mundo. Finalmente, países perseguidores dos
judeus, como o Iraque e o Irã, que até meados de 1984já havi-
am registrado, nos campos de batalha, cerca de um milhão e
meio de baixas, entre mortos e feridos. Muitos outros exemplos
há na história antiga e recente, e entre eles a Rússia.

A D ISP E N SA Ç Ã O D A L EI

E sta d ispensação foi estabelecida em m eio a grandes


sin ais e prodígios. N enhum outro povo, em to d a a histó-
ria do hom em , experim entou condições m ais favoráveis
do que Israel. Havia visível m anifestação d a p resen ça de
D eus no Egito, no deserto, n a trav essia do m ar Verme-
lho e no Sinai:
14 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

E n t ã o o a n jo d e D e u s , q u e ia a d ia n t e d o e x é r c it o
d e I s r a e l, s e r e t ir o u e s e p ô s a t r á s d e le s . T a m b é m a
c o l u n a d e n u v e m s e r e tir o u d e d ia n t e d e le s , e s e p ô s
a t r á s , e ia e n t r e 0 a c a m p a m e n t o d o s e g íp c io s e 0 a c a m -
p a m e n t o d e I s r a e l. A n u v e m e r a e s c u r id a d e p a r a a q u e -
le s , e p a r a e s t e e s c la r e c ia a n o ite ; d e m a n e ir a q u e e m
t o d a a n o it e e s t e e a q u e le s n ã o p u d e r a m a p r o x im a r - s e
(Ê x o d o 1 4 : 1 9 - 2 0 )

D eus sa ro u as enferm idades de Israel e deu-lhe as


riq u ezas do Egito; falou-lhes audivelm ente e d eu -lh es
revelações; forneceu-lhes u m com pleto código de leis e
d eu -lh es m u ita s p ro m essas, e, finalm ente, d eu -lh es o
evangelho (Êxodo 12:25; 15:26; 23:25; D euteronôm io
5:22-24; G álatas 3:8; H ebreus 4:2).

O propós ito divino. O desejo de D eus com a aliança


da Lei era provar os israelitas, p a ra ver se eles lhe obede-
ceriam e trariam com pleta destruição d as raças de gigan-
tes pela espada, em virtude de os pecados desses povos já
haverem enchido a m edida d a paciência de Deus; trazer o
M essias ao m undo através da p u ra linhagem adâm ica,
em cum prim ento a G ênesis 3:15, e, finalm ente, estabele-
cer u m sistem a de sacrifícios que m ostrasse, nos mini-
m os detalhes, a hediondez do pecado e a necessidade da
m orte expiatória do M essias (Gênesis 15:16).
A D isp e n sa ç ã o d a Lei co b re 0 longo p e río d o do
S in a i ao C alvário, e n e la to d o s os h o m e n s são conde-
n a d o s p o r h a v e re m to d o s pecad o . A n a ç ã o de Isra el
n ão s u p o rto u a s p ro v as a q u e foi s u b m e tid a debaixo
d a Lei, e q u e b ro u se u c o m p ro m isso de Êxodo 19:8,
c o n s ta n te do se u so len e ju ra m e n to : “T udo o q u e 0
S e n h o r falou, fa re m o s”; que foi levado à p re s e n ç a de
D eu s: “E M oisés re la to u ao S e n h o r a s p a la v ra s do
povo”. Por isso v iera m os ju íz o s dos cativ eiro s a ssírio
e bab ilô n ico .
O P r o p ó s ito D iv in o c o m Is r a e l 15

A D ISP E N SA Ç Ã O D A G R A Ç A

O estabelecim ento da D ispensação da G raça ocorreu


n a “plenitude dos tem pos”, quando, por toda parte, era
paten te a falência da filosofia, da religião e d a política em
seu s esforços p a ra m elhorar a vida h u m an a. Um retrato
dessa época nos é apresentado por Benjam im Scott:
É im p o s s ív e l d e s c r e v e r to d a a m is é r ia m o ra l d u m a
relig iã o (pagã) c u jo s d e u s e s er a m d e b o c h a d o s , b ê b a d o s,
fra tricid a s, p r o s titu to s e a s s a s s in o s , e c u jo s te m p lo s era m
lu p a n a r e s e a n tr o s d o s p io r e s v íc io s, c h e g a n d o a lg u n s a
s ó s e r e m to le r a d o s fo ra d a s c id a d e s (V itruvio, 1.7). S e u s
e s p e t á c u lo s — a s h o rr ív eis p u g n a s d e g la d ia d o r e s e c e n a s
im p u r a s — o C a tã o c a s e r n e ir o n ã o p o d ia p r e se n c ia r . S u a s
p r o c is s õ e s e r a m c o rte jo s d e in d e c ê n c ia s . S e u s a lta r e s n ã o
ra ro s e tin g ia m d e s a n g u e h u m a n o . S u a s fe s t a s , a s c éle-
b r e s b a c a n a is e s a tu r n a is : cu jo r itu a l era o v íc io , e c u jo s
s a c e r d o te s e s a c e r d o t is a s ... (tem o s d e d e s c e r u m v é u p a r a
e s c o n d e r s u a s s im p le s fu n ç õ e s sa c e r d o ta is ).
N o te m p o d e A u g u s to , 0 c a s a m e n t o t in h a c a íd o e m
d e s u s o . S e e x is tia , e r a a p e n a s p a r a to r n a r a m u lh e r e s -
cra v a . A e s p o s a t in h a d e tr a b a lh a r; a s c o n c u b in a s e co r-
t e s ã s é q u e e r a m a s a m ig a s d o s e u s e n h o r . M a s tu d o is t o
n ã o é a in d a 0 m a is n e g r o d o q u a d r o . N ã o h á u m ú n ic o
d o s v íc io s q u e p r o v o c a r a m a e x tin ç ã o d o s c a n a n e u s o u
q u e fiz e ra m v ir d o C é u 0 fo g o v in g a d o r s o b r e a s c id a d e s
d a p la n íc ie , q u e n ã o s u je o r e tr a to q u e a h is t ó r ia r e g istr a
d e q u a s e to d o s o s im p e r a d o r e s , e s t a d is t a s , p o e t a s e filó-
s o fo s d a R o m a A n tig a e d a G r éc ia C lá s s ic a . A le p r a m o -
ra l c o r r o m p ia tu d o e a to d o s . A c r u e ld a d e c a m p e a v a ta n -
to q u a n to a s e n s u a lid a d e . A e s c r a v a tu r a e r a u n iv e r s a l.
S ó c r a te s er a u m a e x c e ç ã o .1

É neste m undo tenebroso que Je su s se m anifesta como


0 “Sol da Ju stiç a ”, com a m ais p u ra de todas as doutrinas: a
fé cristã, anunciada com autoridade e confirm ada com gran-
des sinais e prodígios, inclusive pelos discípulos e apóstolos.
16 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

O propós ito divino. Na D ispensação d a G raça, o pro-


pósito divino é salvar todo aquele que crê em J e s u s , tan -
to ju d e u s como gentios, e c h am ar p a ra fora do m undo
esse povo especial, firm ando a s u a Igreja: “Porque D eus
a m o u o m u n d o de ta l m a n e ira q u e d e u o s e u Filho
unigênito, p a ra que todo 0 que nele crê não pereça, m as
te n h a a vida e te rn a ” (João 3:16). Έ a vida e te rn a é esta:
que te conheçam a ti, 0 único D eus verdadeiro, e a J e s u s
C risto, a quem en v iaste” (João 17:3).2

ISR A E L R E J E IT A O M E SSIA S

A D isp e n sa ç ã o d a G ra ç a co m eço u com a m o rte


expiatória de J e s u s (João 19:30), e te rm in a rá no Arreba-
tam en to d a Igreja. Em todo esse período, os israelitas,
como nação, estão cortados, posto s de lado, até que en-
tre a plenitude dos gentios. A c a u sa da rejeição tem porá-
ria de Israel foi a s u a re c u sa em crer no M essias, em bora
tivessem sido p rep a rad o s p a ra a fé d u ra n te séculos. Por
rejeitarem J e s u s e perseguirem a Igreja, os ju d e u s fo-
ram deixados de lado e as Boas-Novas de salvação pro-
clam ad as aso gentios (M ateus 21:33-46).
A queda e a elevação de Israel foram profetizadas por
Simeão: “Sim eão os abençoou e disse a Maria, m ãe do
m enino: Eis que este m enino está destinado tan to p a ra
ru ín a como p a ra levantam ento de m uitos em Israel, e p ara
ser alvo de contradição” (Lucas 2:34). Notem a ordem:
ru ín a e levantam ento, diferente d a história de o u tras na-
ções, que segue a ordem inversa: elevação e queda. Assim
foi com países como: Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Persa,
Grécia, Roma, A lem anha e m uitos outros.
Os Juízos divinos, Jesus, referindo-se à profecia da Pedra
rejeitada pelos edificadores (Salmos 118:22-24; Isaías 28:16),
disse que todo aquele que caísse sobre ela seria feito em pe-
daços (Mateus 21:44). Isso seria tam bém o cumprimento de
Daniel 9:26: “Depois das sessenta e duas sem anas será mor-
O P r o p ó s ito D iv in o c o m Is r a e l J '/ ’

to o Ungido, e já não estará; e o povo de u m príncipe, que há


de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num
dilúvio, e até ao fim haverá guerra; desolações são determina-
das”, e tam bém de Amós 9:9: “Porque eis que darei ordens, e
sacudirei a casa de Israel entre todas as nações, assim como
se sacode o trigo no crivo, sem que caia n a terra u m só grão”.
Por h av er rejeitado a Jo ã o (M ateus 3:7); a J e s u s
(M ateus 11:11-27; 12:1-50; 23:1-39); e ao s prim eiros
d isc íp u lo s (Atos 4 :1 -3 1 ; 6 :8 a 7 :5 9 etc.), Isra e l foi
destruído como nação e disperso en tre os povos (M ateus
24:1-3; Lucas 21:20-24). Isso ocorreu n a s d u a s gu erras
co n tra os rom anos, de 67 a 70 e de 132 a 135 d.C.

A situação atual dos judeus. A Bíblia afirm a com clare-


za que D eus não rejeitou Israel p ara sem pre. Pela su a de-
sobediência, esse povo foi endurecido. O m esm o sol que
derrete a m anteiga, endurece o barro. Ao opor-se Israel
aos desígnios de Deus, foi então atirado ao juízo divino.
Deus se recu sa àquele que o recu sa (Romanos 11.7-10).
O propósito prim ário de D eus, traz er os gentios ao
arrependim ento, não poderia deixar de se r alcançado por
culpa de Israel. Ao haver rejeitado o Evangelho, Israel se
to rn ara n u m obstáculo ao plano divino, e p o r isso teve
de ser removido. O apóstolo Paulo explica que, pela tran s-
gressão dos ju d e u s, veio a salvação aos gentios, p a ra pó-
los em ciúm es (Romanos 11:11).
Mas D eus, que por am or não q uer excluir ninguém ,
pretende recolocar Israel no centro d a s u a so b eran a von-
tade, e isso ocorrerá q u an d o 0 rem an escen te fiel conver-
ter-se ao M essias J e s u s , no final da G rande T ribulação.
2
Queda e Restauração
de Israel

E vos espalharei entre as nações e desembainharei a


espada atrás de vós; e as vossas cidades serão
desertas... Trarei de volta do exílio o meu povo Israel;
reedificarão as cidades assoladas, e nelas habitarão
(Deuteronômio 28:25; Amós 9:14).
ste capítulo é u m resum o do que escrevi em
Is rael Gogue e o Anticristo, tam b ém edita-
do pela CPAD, onde trato com m uito m ais
detalhes d a dispersão dos israelitas e d a s u a p resente
restau ração .
P oucas sem an as após a m orte de J e s u s , Je ru sa lé m ,
centro esp iritu al de todos os ju d e u s d a d iásp o ra rom a-
na, ab arro tav a-se de peregrinos que ali com pareciam
anualm ente, à s cen ten as de m ilhares, p o r ocasião das
festividades d a Páscoa e do Pentecoste — pontos altos
do culto judaico. O evangelista Lucas testifica esse fato
quando descreve a descida do E spírito S an to no Dia de
Pentecoste:
E e m J e r u s a lé m e s t a v a m h a b ita n d o j u d e u s , v a r õ e s
r e lig io s o s d e to d a s n a ç õ e s q u e e s t ã o d e b a ix o d o c é u ...
P a r to s e m e d o s , e la m ita s e o s q u e h a b ita v a m n a
M e s o p o ta m ia , e J u d é ia e C a p a d ó c ia , P o n to e Á s ia e F rig ia
e P a n fília , E g ito e p a r te s d a L íbia, j u n t o a C ir en e, e fo r a s-
te ir o s r o m a n o s (ta n to j u d e u s c o m o p r o s é lit o s ) , c r e t e n s e s
e á r a b e s ... (A tos 2 : 5 ,9 - 1 1 ) .

S em an as an te s do Pentecoste, J e s u s h avia sido pre-


so, julgado e crucificado n u m a atm osfera carreg ad a de
religiosidade e inflam ada de u m nacionalism o ard en te e
doentio. Foi assim , n u m m om ento de incontido ódio a
Cristo e a s u a m ensagem , que os israelitas resp o n d eram
a Pilatos: “O seu san g u e caia sobre n ó s e sobre n ossos
filhos” (M ateus 27:25).
2 2 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

Conscientes ou não, os israelitas rejeitavam o M essias


tão ansiosam ente esperado, e atraíam sobre si e seus fi-
lhos as conseqüências terríveis de tão trágica escolha, como
d isse 0 Senhor a Moisés:
Eu lh e s s u s c ita r e i u m p ro fe ta d o m e io d e s e u s ir m ã o s,
s e m e lh a n te a ti; p o rei a s m in h a s p a la v r a s n a s u a b o ca , e
ele lh e s fa la rá tu d o 0 q u e e u lh e ordenar. E u m e s m o p ed irei
c o n ta s d e to d o a q u e le q u e n ã o o u v ir a s m in h a s p a la v ra s,
q u e ele fa la r e m m e u n o m e (D eu ter o n ô m io 1 8 :1 8 -1 9 ).

O advento do Cristianismo não apagou a cham a nacio-


nalista dos judeus, que continuavam su a tram a secreta e
m u ltip lic a v a m os a te n ta d o s v io le n to s c o n tr a s e u s
dominadores, tornando impossível qualquer solução pacíli-
ca a partir de maio de 66. Então as autoridades rom anas
reagiram pelas arm as n a tentativa de sufocar a rebelião or-
ganizada, que pretendia assum ir 0 controle de todo 0 país.
Nero m esm o planejou esm ag ar a revolta, depois que
os rebeldes an iq u ilaram a s gu arn içõ es ro m an a s do m ar
Morto e de A ntônia. V árias e sa n g re n ta s b a ta lh a s trava-
ram -se n a s cidades de Galiléia, com elevado n ú m ero de
b aix as em am bos os lados, m as prevalecendo sem pre a
férrea Roma, cu ja s legiões lu tav am b rav am en te sob o
com ando de V espasiano.
Após o suicídio de Nero, foi V espasiano aclam ado
Im p erad o r rom ano, m as este deixou a ú ltim a e ta p a da
g u e rra aos c u id ad o s de se u filho Tito. E ste, n a P áscoa
do an o 70, o rd en o u o início do cerco de Je ru sa lé m , de-
te rm in a n d o a c o n stru çã o de u m a m u ra lh a de e sta c a s
ao red o r d a cidade, de sete quilôm etros de com prim en-
to, lev a n ta d a em a p e n a s trê s dias, a fim de im p ed ir a
fuga dos sitiad o s e forçá-los à rendição. C u m p riam -se
a s p a la v ras de J e s u s :
P o r q u e d ia s v ir ã o s o b r e ti, e m q u e o s t e u s in im ig o s
te c e r c a r ã o d e t r in c h e ir a s , e t e s itia r ã o e te e s tr e ita r ã o d e
Q u e d a e R e s ta u r a ç ã o d e Is r a e l 23

to d a s a s b a n d a s e te d e rr ib a r a o , a ti e a o s t e u s filh o s q u e
d e n tr o d e ti e s tiv e r e m ... (L u ca s 1 9 :4 3 -4 4 ).

O terrív el sítio de J e ru s a lé m d u ro u cinco m eses de


so frim en to s in d escritív eis. N esse período, 600 mil ca-
d áv eres foram la n ç a d o s p a ra fora dos m u ro s d a cida-
de. A p e ste e a fome e n ca rre g av a m -se de dizim ar cen-
te n a s de p e sso a s d iariam e n te , e m u ita s se p u n h a m a
cam in h o d a s e p u ltu ra a n te s m esm o de c h eg a d a a s u a
h o ra. Q u an d o a cidade caiu , co n to u -se cerca de u m
m ilhão e cem m il m o rto s, e a p e n a s p o r u m a d a s s u a s
p o rta s foram re tira d o s 115 m il cad áv eres.
Dos 97 m il sobreviventes, a m aio r p a rte foi levada
p a ra Rom a, m u ito s fo ram p re s e n te a d o s à s pro v ín cias
do im pério p a ra que m o rressem como g lad iad o res n a s
a re n a s , em e sp e tá c u lo s p ú b lico s, e m ilh a re s de o u tro s
seg u iram p a ra tra b a lh o s forçados no Egito.
C om r e la ç ã o à c id a d e e ao g r a n d e te m p lo de
H erodes, a p red ição de J e s u s n ão p o d e ria se r m ais
m in u cio sa: os alicerces d o s edifícios foram rem ovidos,
inclusive os do tem plo, e to d a a s u a á re a ficou nivela-
da. Não ficou ali “p e d ra so b re p e d ra ” (Lucas 19:44).
De 132 a 135, os ju d e u s te n ta ra m de novo sa c u d ir
de so b re si o p esad o ju g o ro m an o , e de novo a teim o sia
dos isra e lita s os leva à b e ira de u m exterm ínio total.
C erca de 580 m il h o m e n s caíram so m en te n a s b a ta -
lh as, e o u tro s m ilh a re s p e re ce ram de in an içã o n a ci-
d ad e fo rtificada de B etar, e n q u a n to re sistia m v alen te-
m en te à im placável d e stru iç ã o lev ad a a efeito pelos
so ld ad o s ro m an o s.
De novo, os m ercad o s de escravos a b a rro ta ra m -se
de ju d e u s . Je ru sa lé m foi re c o n stru íd a como u m a cida-
de tip icam en te pagã. A driano proibiu a p rá tic a do ju d a -
ísm o, sob p e n a de m orte. A kiba foi c a p tu ra d o e esfola-
do vivo e, ao m orrer, exclam ou: “Ouvi, Israel, o S en h o r
é no sso D eus, o S en h o r é 0 ú n ico ”. As a u to rid a d e s ro-
2 4 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

m a n a s m u d a ra m o nom e d a J u d é ia p a ra Síria Filistéia,


de onde derivou a m o d ern a palavra Palestina.

CR UZADAS, PEST E NEGR A ET C.

H um ilhados, dim inuídos e m arginalizados, os rem a-


n escen tes ju d e u s dedicaram -se ao comércio e tro caram
s u a s am bições políticas p elas c o n q u ista s do espírito,
tran sfe rin d o 0 cen tro d a s u a c u ltu ra d a J u d é ia p a ra
Babilônia, onde os com entários e as in terp retaçõ es da
Bíblia form aram m ais tard e o fam oso T alm ude.
Vivendo em paz e dedicadas ao livre comércio, as co-
munidades israelitas em várias partes do m undo chegaram a
ser prósperas. Porém, no ano 681, n a cidade de Toledo, a Igreja
Romana começou a impor-lhes restrições. A superstição e o
baixo nível espiritual, a que desceu o cristianismo nominal
durante a Idade Média, ocuparam-se de fazer 0 resto.
No ano 1096, foi organizada em Clerm ont, F rança, a
prim eira g u e rra d a cruz co n tra os m aom etanos ocupan-
te s dos lugares sa n to s da Palestina. Os cruzados com an-
dados pelo m ercenário francês G uilherm e ab ateram -se
sobre a s co m unidades ju d a ic a s d a R enânia, de Treveris,
de E sp ira e de W orms, além de o u tro s lugares.
As hordas sanguinárias arrastaram hom ens, m ulhe-
res e crianças aos tem plos católicos p ara serem batizados
à força, m as a m aioria preferiu pagar com a vida su a fide-
lidade aos m ilenares princípios do judaísm o. Raciocina-
vam os irm ãos peregrinos que, an tes de exterm inar os
sarracenos no Oriente, precisavam eliminar no Ocidente
os descendentes daqueles que crucificaram 0 Filho de Deus.
E ntre os anos de 1350, irrom peu devastadora a morte
negra, u m a peste v irulenta que m ato u u m terço de toda a
população da E uropa. Mais u m a vez a superstição, o com-
plexo anti-sem ita e a ignorância encarregaram -se de lan-
çar toda a culpa d a desgraça sobre os ju d eu s.
Q u e d a e R e s ta u r a ç ã o d e Is r a e l 25

A pesar de o p a p a Clem ente VI inocentar os ju d eu s,


afirm ando que eles m orriam tão bem da peste como os
cristãos, 0 fanatism o falou m ais alto que a razão, e a ruí-
n a veio como u m a tem pestade: em m ais de 350 cidades
européias os infelizes israelitas foram m ortos à pauladas,
afogados, queim ados vivos, enforcados e estrangulados.

M Q UISIÇ Ã O E GUET O S

Infam ante, sob todos os pontos de vista, foi 0 m artí-


rio dos ju d e u s n a E sp a n h a e em Portugal d u ra n te a vi-
gência d a Inquisição. Só em Toledo, em p o u cas sem a-
n as, foram queim ados vivos 2.400 hom ens, a cu sad o s de
infidelidade ao catolicismo. Os que se diziam arrependidos
d a s u a falsa conversão alcançavam a “m isericórdia” de
u m estran g u lam en to vivo a n te s de atirad o s à s ch am as
“p u rificad o ras”.
Em Portugal, esse nefasto trib u n a l foi im plantado em
1536, e agindo co n tra os ju d e u s com ta m a n h a cruelda-
de que o p a p a Paulo II enviou u m protesto, e 0 Concilio
de T ren to teve de se o c u p a r d a s a n h a b á r b a r a dos
inquisidores lusos.
M as 0 ódio aos ju d e u s não com eçou com a Inquisição
e nem era u m a característica exclusiva dos inquisidores,
pois, em anado dos poderes eclesiásticos, ele tran sb o r-
dava n a s m a s sa s fan atizad as, re su lta n d o sem pre em
san g ren to s m orticínios.
O anti-sem itism o, todavia, não d esapareceu com as
C ruzadas e nem com a n efan d a Inquisição, m as conti-
n u o u atu a n te em m u itas p artes do m undo. Nos países do
oriente europeu, os apóstolos d a “últim a fé verdadeira”
fizeram inveja aos inquisidores espanhóis e portugueses.
Referindo-se a esse som brio acontecim ento, o sábio
ju d e u de Volínia, N atan b e n M oshe Hannover, que se
salvou fugindo p a ra A m sterdã, publicou em 1653, em
2 6 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

Veneza, u m relato, em hebraico, inform ando 0 m undo


como m orriam os ju d e u s n a Polônia, à m ão dos cossacos
e u cran ian o s:
Arrancavam-lhes a pele, e a carne jogavam aos cães;
cortavam-lhes as mãos e 0 pés, e deixavam à morte os
corpos assim mutilados; rasgavam as crianças pelas per-
nas; assavam os nenês e obrigavam as mães a engolir a
carne dos seus rebentos; abriam ventre de mulheres grá-
vidas e com 0 feto que arrancavam batiam no rosto das
vítimas; a m uitas punham gatos vivos nos ventres aber-
tos, e costuravam o corpo com 0 gato dentro, cortando
das infelizes as mãos para que não pudessem arrancar o
animal, nem dar cabo de sua existência”.3
A lu ta d e sesp erad a dos ju d e u s pela conservação do
seu território n ão pode se r com preendida sem 0 p an o de
fundo d a História. Os su cesso s n a s g u erras com os ára-
bes, a invasão do Líbano em perseguição aos inim igos
p alestin o s e 0 isolam ento cad a vez m aior de seu p aís no
contexto d a s nações têm s u a s raízes nos m u ito s sofri-
m en to s d a D iáspora, n a qual os guetos to rn ara m -se 0
prin cip al sím bolo d a odiosa e h u m ilh a n te segregação
racial e religiosa de que foram vítim as.
M as os guetos não se to rn a ra m a p en a s o sím bolo da
perversidade h u m a n a , pois m u ito s deles se tran sfo rm a-
r a m l it e r a l m e n t e em v e r d a d e i r a s s e p u l t u r a s de
n u m ero síssim as com unidades, como o de Varsóvia, por
exemplo.
Um a d as profecias acerca d a re sta u ra ç ã o nacional
dos ju d e u s diz: “A ssim diz 0 S en h o r Jeová: Eis que eu
abrirei as v o ssas se p u ltu ra s, e vos farei sair d as vossas
se p u ltu ra s, ó povo m eu, e vos trare i à te rra de Israel. E
sab ereis que eu so u o Senhor, qu an d o eu ab rir as v o ssas
se p u ltu ra s, e vos fizer sair d as v o ssas se p u ltu ra s, ó povo
m e u ” (Ezequiel 37:12-13).
Q u e d a e R e s ta u r a ç ã o d e Is r a e l 27

N enhum a o u tra figura dos m odernos guetos, de onde


m u ito s ju d e u s têm saído p a ra a s u a p á tria, poderia se r
m ais a d e q u a d a do que u m a se p u ltu ra . Em sentido es-
trito, gueto define u m b airro ju d e u , u m a á re a delim ita-
d a por lei p a ra se r h a b ita d a som ente por ju d e u s . O nom e
deriva d a fundição, ou Guetto, em Veneza, onde os ju -
d eu s dali foram segregados em 1517. A idéia, e n tre ta n -
to, de segregação dos ju d e u s , im plícita n a p rim eira le-
gislação d a Igreja R om ana, rem o n ta aos Concílios de
L atrão de 1179 e 1215, que proibiram ju d e u s e c ristão s
de viverem ju n to s .
Os n a z is ta s lev aram os g u e to s siste m a tic a m e n te
à in a n iç ã o , e q u a lq u e r a s s is tê n c ia p o ssív el so m e n te
po d ia se r fin a n c ia d a à s e x p e n sa s d o s p ró p rio s ju d e u s .
A d e sp eito de in d ig ê n cia e de d e sm o ralização , os ju -
d e u s m a n tin h a m u m a a tiv id ad e c u ltu ra l in te n s a , es-
co las e auxílio m ú tu o . D e ssa re s is tê n c ia m o ral n a s-
c eram a s rev o ltas de 1943. O ex term ín io m etódico dos
g u e to s com eçou com a su c e s siv a rem o ção de g ru p o s
p a ra a n iq u ila m e n to , em 1941. O g u eto de V arsóvia
foi liq ü id a d o em 1943, e os r e s ta n te s p o r v o lta de
1944.

O H OLOCAUST O

C onstruído em 1933, o cam po de concentração de


D achau, A lem anha, foi a prisão de dezenas de m ilhares
de ju d e u s d u ra n te a S eg u n d a G rande G uerra. Em 1966,
0 Governo alem ão in stalo u no local u m m o stru ário dos
horrores ali praticados, e to rn o u obrigatória a visita de
colegiais de nível médio, p a ra que n ão esqueçam a que
ponto chegou 0 desvario n azista.
E n tre os dois fo rn o s c re m a tó rio s h á u m a e s tá tu a
de b ro n ze re p re s e n ta n d o u m p risio n eiro de D ach au :
u m h o m em e sq u elético , fac es e n c a v e ira d a s, ro u p a s
2 8 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

e s fa rra p a d a s e c a b e ç a ra s p a d a . U m a leg en d a, coloca-


d a ao pé d a e s tá tu a , é u m a n g u s tia n te grito de a le rta
à ra ç a h u m a n a . Diz a in sc riç ão :
À m e m ó r ia d a s v ítim a s d e to d o s o s c a m p o s d e c o n c e n -
tração; c o m o ex p ia ç ã o d o s cr im e s c o m e tid o s n e s s e s ca m -
p o s; p a ra a d v e r tê n c ia à h u m a n id a d e e in s tr u ç ã o a to d o s o s
v is ita n te s; p e la p a z d a s c la s s e s e d a s ra ça s; p a ra sa lv a r a
h o n r a d a n o s s a N a çã o , e p e la c o m u n id a d e d o s p o v o s.

N esse local som brio, m o rre ra m h o m en s e m u lh e-


re s, depois de su p o rta re m a s m ais v a ria d a s fo rm as de
to rtu ra , e s tu d a d a s m in u c io sa m e n te pelos c a rra sc o s.
H avia n e sse cam po o local dos fu zilam en to s, a b a rra c a
d a s ex p eriên cias m éd icas (onde no v as d ro g as eram tes-
ta d a s em co b aias h u m an a s!), a b a rra c a d a s p u n içõ e s
esp eciais com su p lício s e ag o n ias, a forca e a c â m a ra
de gás.
E que falar de B irkenau e Gleiwitz? No prim eiro cam -
po, as enorm es filas de condenados cam inhavam p a ra den-
tro do forno crem atório, não sem an tes serem aspergidas
de gasolina p a ra se consum irem m ais depressa. No se-
gundo, u m a esteira tran sp o rtad o ra, g u ard ad a por solda-
dos atentos e cães treinados, levava os condenados dire-
tam en te à fornalha, vivos! Eles eram atirados sobre a ve-
loz esteira por outros ju d e u s do trabalho forçado, os quais,
por s u a vez, depois de exaustos, seguiam 0 m esm o trági-
co destino de se u s irmãos!
A m a ta n ç a era tão in te n sa em todos os cam pos de
co n cen tração n azistas, que e stes só n ão conseguiram
levar a cabo a s u a solução final do problem a ju d aico
porque p erd eram a guerra!

R E N A SC E ISR A E L

A h is tó ria de Isra el é a h is tó ria de um povo e de


u m lu g ar, u n id o s, se p a ra d o s, se m p re e se m p re ... Ne-
Q u e d a e R e s ta u r a ç a o d e Is r a e l 29

n h u m d ra m a de a m a n te s s e p a ra d o s e re u n id o s nova-
m en te é m ais ro m â n tic o q u e a h is tó ria d e s ta g en te e
de s u a te r r a n a ta l.
A Bíblia trata, de m an eira inconfundível, d as angústi-
as desse povo entre a s nações: Έ vos espalharei entre as
nações e d esem bainharei a espada a trá s de vós; e a vossa
terra se rá assolada, e a s vossas cidades serão desertas...
E, q u an to aos que de vós ficarem, eu m eterei tal pavor
nos seu s corações, n a s terras dos se u s inimigos, que o
sonido d u m a folha m ovida os perseguirá... e não podereis
p a ra r diante dos vossos inim igos” (Levítico 26:33,36-37).
Mais adiante, co n tin u a a Palavra de Deus: “O Se-
n h o r te fará cair d iante dos teu s inim igos... o fruto da
tu a te rra e todo 0 teu trab alh o com erá u m povo que n u n c a
conheceste; e tu se rás oprim ido e q u eb ran tad o todos os
dias... e se rás por pasm o, por ditado, e por fáb u la entre
todos os povos a que 0 S enhor te levará” (Deuteronôm io
28:25,33,37).
É im p ressio n an te como tais predições ten h a m sido
tão rigorosam ente cu m p rid as. Mas assim como, find an-
do a noite, surge a m a n h ã de u m novo dia, a a u ro ra
raia ria tam b ém p a ra o povo ju d e u , porque tam b ém o
S enhor prom eteu: “E dem ais disto tam bém , estan d o eles
n a te rra dos seu s inim igos, não os rejeitarei, nem m e
enfadarei deles, p a ra consum i-los...” (Levítico 26:44).
O reto rn o dos ju d e u s a s u a te rra com eçou precaria-
m ente no século p assad o , em conseqüência dos horro-
rosos pogroms, ou m assacres, praticados livrem ente con-
tra esse povo nos guetos de cen ten as de cidades euro-
péias e, principalm ente, n a R ússia. C ada grupo de imi-
gração era conhecido como Aliyah, p alav ra que significa
“su b id a ”, ex traíd a d a expressão bíblica “sub in d o p a ra
Je ru sa lé m ”.
Em 2 de novem bro de 1917, a In g laterra inclina-se a
favor do sionism o, atrav és d a d eclaração do m inistro dos
3 0 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

negócios exteriores do governo britânico, Balfuor, sub-


m etida ao gabinete de m in istro s daquele p aís e por ele
aprovada. E sse fam oso docum ento foi responsável por
m u ita s reviravoltas políticas em todo o m u n d o e princi-
p alm en te no O riente Médio.
A n im a d o s p o r e s s a p r o m e s s a , o m o v im e n to
im igratório a u m e n to u consideravelm ente, em cum pri-
m ento à profecia bíblica:
E removerei 0 cativeiro do meu povo Israel, e reediíicarão
as cidades assoladas, e nelas habitarão, e plantarão vinhas,
e beberão o seu vinho e farão pomares, e lhes comerão o
fruto. E os plantarei na sua terra, e não serão mais arran-
cados da sua terra que lhes dei, diz 0 Senhor teu Deus... E
vos tomarei dentre as nações, e vos congregarei de todos os
países, e vos trarei para a vossa terra... E dirão: Essa terra
assolada ficou como 0 jardim do Éden; e as cidades solitá-
rias, e assoladas, e destruídas, estão fortalecidas e habita-
das (Amós 9:14-15; Ezequiel 36:24,35).
Falando d a te rra de Israel e de seu povo, assim afir-
m a a D eclaração da Independência, lida à n ação no dia
15 de m aio de 1948, no m esm o dia em que os b ritân ico s
deixavam o p aís e a s nações á ra b e s iniciavam a prim eira
g u e rra oficial não d eclarad a ao novo Estado:
Aqui se forjou sua personalidade espiritual, religio-
sa e nacional. Aqui tem vivido como povo livre e sobera-
no. Aqui tem legado ao mundo 0 eterno Livro dos Livros.

D E US L UT A P O R ISR A E L

Naquele tempo, os egípcios serão como mulheres, e


tremerão e temerão por causa do movimento da mão do
Senhor dos Exércitos, porque ela se há de mover contra
eles. E a terra de Ju d á será um espanto para 0 Egito...
(Isaías 19:16,17).
Q u e d a e R e s ta u r a ç ã o d e Is r a e l 31

E m bora a ONU te n h a determ inado a p a rtilh a d a Pa-


lestina em dois estad o s — Israel e J o rd â n ia — os ju d e u s
I iveram de g a ra n tir 0 seu direito de propriedade da te rra
às s u a s p ró p rias c u stas. A g u erra com eçou no dia da
p artid a dos britânicos, 14 de m aio de 1948, e m ais u m a
vez o pequeno 1’Davi” teve de d efro n tar-se com o gigante
“G olias”. Poucos acreditavam que 0 novo E stado d u ras-
se d u a s sem an as. Como poderiam 700 mil ju d e u s, m al
arm ados, proteger cidades d esg u arn ecid as co n tra m ais
de trin ta m ilhões de ferozes inim igos equipados com o
m ais m oderno m aterial bélico?
C onta Meyer Levin que os co m an d an tes á ra b e s já
escolhiam a s casa s de Tel-Aviv que p reten d iam ocupar.
Às tro p as foram prom etidos os despojos d a guerra: m u-
lheres e pro d u to do saque. M as n a d a disso aconteceu.
B atidos v erg o n h o sam en te em to d a s a s fren tes de
b a ta lh a pelo m inúsculo m as heróico povo israelita, os
p aíses á ra b es consolavam -se u n s aos o u tro s dizendo que
haviam perdido a b a ta lh a m as não a g u erra. E sta, real-
m ente, tran sferiu -se dos cam pos d a P alestin a p a ra as
trib u n a s d as organizações internacionais, de onde a nova
nação ju d a ic a foi alvo d a s m aiores in trig as e am eaças
por p a rte dos se u s inim igos feridos e h um ilhados.
A creditando n a feroz am eaça de se u s irm ãos de san -
gue, m u ito s á ra b es resid en tes em Israel, ao iniciar-se o
conflito de 1948, a b an d o n a ra m 0 p aís p a ra que os ju -
d eu s fossem varridos e exterm inados. Porém, como tal
não ocorreu, esses deslocados foram m an tid o s fora de
Israel, p a ra fins de p ro p ag an d a política.
Em 1956, todo o ódio árabe, alim entado dia a dia des-
de 1948, transborda-se. Nasser apodera-se do canal de Suez
e am eaça Israel. J á por diversas vezes gritara ele que have-
ria de vingar su a derrota de 1948, em purrando os ju d eu s
até 0 mar. Mas o primeiro m inistro, Ben-Gurion, resolveu
atacar primeiro, n u m a rápida e fulm inante cam panha. E
3 2 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

os israelenses, com andados por Moshe Dayan, lim param o


Sinai, localizando e destruindo as b ases inimigas onde en-
contraram vastos depósitos de arm as ru ssas.
As d erro tas de 1948 e 1956 não b a sta ra m p a ra
que os povos á ra b e s aceitassem a realidade inegável da
existência de Israel como n ação e d a s u a firme determ i-
n ação de m a n te r a in d ep en d ên cia do p aís m esm o à s eus-
ta s de enorm es sacrifícios.
Arm ados pelas grandes potências e estim ulados por
se u s governos belicosos, os árabes, liderados pelo ditador
egípcio G am ai Abdel Nasser, planejaram e ten taram , em
ju n h o de 1967, a destruição do E stado judaico. Foram
seis dias de m edo e apreensão em todo o m undo, de terrí-
vel su rp re sa e hum ilhação p a ra os invasores e de g randes
e inesquecíveis glórias p a ra a jovem nação israelense.
Os prejuízos sofridos pelos árabes, em preciosas
vidas h u m a n a s e em caríssim o arm am ento, foram deve-
ra s im pressionantes. Nos seis dias de guerra, m orreram
10 mil egípcios, 15 mil jo rd an ian o s e m ilhares de assírios,
iraquianos e com batentes de o utros países. Som ente 0
Egito perdeu 400 aviões, 600 tan q u e s e m ilhares de pe-
ças de artilharia, m unições, a rm a s leves e veículos, supe-
rando o valor de u m bilhão e meio de dólares! Em toda a
g u erra ap en as 700 soldados ju d e u s perderam a vida.
Como resu ltad o de m ais este confronto bélico, J e ru -
salém p a sso u in teiram en te p a ra 0 domínio israelita no
dia 8 de ju n h o . A s u a reunificação pôs term o a u m a sé-
rie de restrições im postas pelas au to rid ad es jo rd a n ia n a s
aos cristãos, ta is como: proibindo a aquisição de te rra s
n a cidade ou em se u s arredores; obrigando os m em bros
d a Irm an d ad e e ao S anto Sepulcro a to rn arem -se cida-
dãos jo rd an ian o s, sendo eles gregos desde o século VI;
exigindo dos cristão s a g u a rd a dos dias de rep o u so se-
m an ai dos m uçulm anos; abolindo as isenções de im pos-
tos a que tin h a m direito a s instituições cristãs.
Q u e d a e R e s ta u r a ç ã o d e Is r a e l 33

A SSO M BR O E M IL A G R E

As vitórias dos ju d e u s têm sido u m assom bro p a ra o


m undo. Como pode u m a p eq u en a nação, h a b ita d a por
m enos de três m ilhões de p essoas, levar à b a n c a rro ta
n a d a m enos que quatorze p aíses aliados, com u m a po-
pulação su p erio r a 100 m ilhões?
N en h u m a resp o sta, fora d a Bíblia Sagrada, pode sa-
tisfazer plenam ente a razão h u m an a . A Palavra de D eus
fala com u m a clareza m erid ian a dos últim os su cesso s
israelen ses no O riente Médio:
E os plantarei na sua terra, e não serão mais arran-
cados da sua terra que lhe dei, diz o Senhor teu Deus
(Amós 9:15).
Naquele tempo os egípcios serão como mulheres e
tremerão e temerão por causa do movimento da mão do
Senhor dos Exércitos, porque ele há de se mover contra
eles. E a terra de Ju d á será um espanto para 0 Egito;
todo aquele a quem isso se anunciar se assombrará, por
causa do propósito do Senhor dos Exércitos, do que de-
terminou contra eles (Isaías 19:16-17).
Nesses dois textos, a Palavra de Deus afirma que os ju -
deus seriam plantados n a su a terra, de onde não serão m ais
arrancados, e que os egípcios seriam como m ulheres diante
de Israel. Quão à risca e ssas palavras têm sido cumpridas!
O m edo dos so ld ad o s egípcios d ian te do exército is-
raelen se tem sido tão g ran d e que, m u ita s vezes, os ju -
d e u s n ão e n co n trara m a m ín im a resistên c ia . Na G uer-
ra dos Seis D ias, a lg u n s p á ra -q u e d ista s, que p a rtira m
com a m issão de d esalo jar o inim igo de u m a posição
estratég ica, ch eg aram ao local como tu ris ta s , p orque
os egípcios fugiram sem d isp a ra r u m só tiro!
O su rp reen d en te resu ltad o d as g u e rra s árabe-israe-
len ses n ão pode se r atrib u íd o som ente ao trein am en to
rigoroso dos b atalh õ es e à eficiência d as a rm a s de Israel.
3 4 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

Na g u e rra do Yom Kipur, por exemplo, só o Egito lançou


700 mil ho m en s n a b atalh a, a sse sso rad o s por 2.500 tan -
ques, 650 aviões e 150 b a te ria s de m ísseis antiaéreos.
E, a p e sa r de todo esse gigantesco ap arato m ilitar, foram
d u ram e n te batidos.
Levando em co n ta todo o esforço bélico dos á ra b es e
m ais o fator su rp re sa , m u ita gente afirm ou que só u m
m ilagre poderia salv ar Israel. E o m ilagre aconteceu. Os
ju d e u s foram vitoriosos e m u ito s voltaram dos cam pos
de b a ta lh a convertidos e relatan d o os m ilagres que ti-
n h a m visto com se u s próprios olhos.
M uitos soldados co n taram que, em situações difíceis,
q u an d o já não h avia n e n h u m a possibilidade de sobrevi-
vência, “u m varão de b ran co ap areceu por a lg u n s se-
g u n d o s en tre a s fileiras, e os egípcios, tom ados de re-
pentino assom bro, fugiram em d e b an d a d a ”.
Os m ilagres realm ente aconteceram no O riente Mé-
dio, em razão d a p resen ça ali do povo de Israel. Mesmo
n ão aceitando a inform ação de que os OVNIs realm ente
existam e de que os m esm os sejam pilotados por anjos,
tem os de reconhecer que houve, de fato, a ocorrência de
coisas e sp a n to sa s em favor dos israelitas, facilitando-
lh es a s vitórias em todos os cam pos de b atalh a.

A EX P A NSÃ O T E R R IT O R IA L

Israel defende a necessidade de fronteiras seg u ras


p a ra seu país, e s u a s ú ltim as m u d an ç as políticas vie-
ram reforçar a in d a m ais e ssa posição. Atraiçoado v árias
vezes p o r se u s vizinhos, ab an d o n ad o por se u s aliados e
m ais de u m a vez deixado à s u a pró p ria sorte pelos orga-
nism os in tern acio n ais, o p aís h e b re u sabe dos riscos que
corre e, p o r isso m esm o, age segundo 0 seu próprio cri-
tério de seg u ran ça.
M as existe outro aspecto do problem a palestino, qua-
se sem pre desconhecido e negligenciado pelas g ran d es
Q u e d a e R e s ta u r a ç ã o d e Is r a e l 35

potências: a escatologia bíblica. Em realidade, a Bíblia


1mo é co m p u lsad a pelos políticos em b u sc a de u m a res-
p o sta ao s m istério s q u e envolvem a d escen d ên cia de
Abraão. Como ju stific ar a sobrevivência d esse povo per-
seguido d u ra n te ta n to s séculos e 0 seu reto rn o à T erra
S an ta, senão pela ação de u m D eus E terno?
E p a ra to rn a r em fato histórico 0 que prom eteu, D eus
se serve até m esm o dos inimigos do seu povo, como acon-
teceu após a Segunda G rande G uerra. A então União So-
viética, tradicional opressora de três m ilhões de ju d e u s
radicados em seu território, m ovim entou-se diplom atica-
m ente pela criação do E stado ju d e u n a Palestina, e este
Estado n asceu n u m só dia, 29 de novem bro de 1947, por
deliberação da A ssem bléia Geral d a ONU, presidida pelo
chanceler brasileiro Osvaldo A ranha. C um pria-se Isaías
66.8: “Pode, acaso, n a sce r u m a terra n u m só dia”?
Como é sabido, a intenção ru ssa n a ocasião era a de
estabelecer no Oriente Médio u m a base de influência via
Israel, m as foi lograda. Então voltou-se p ara os árabes, ar-
mou-os e os em purrou p ara sucessivas guerras contra os
judeus, resultando n a ampliação territorial destes em pre-
juízos daqueles. O povo judeu, amado por Deus por causa
das prom essas, n u n ca m ais será arrancado da su a terra.
M as a colonização israelita dos territórios tom ados
aos á ra b es não deve se r e n ca ra d a a p e n a s do ponto de
v ista d a seg u ran ça do p aís judaico, pois tem raízes n a
profecia bíblica. A te rra d ad a por D eus aos filhos de Is-
rael n u n c a foi por e stes o cu p ad a em to d a a s u a plenitu-
de. Ela é a in d a m ais ex ten sa do que a a tu a l áre a sob o
dom ínio israelense, conform e D euteronôm io 1:7.
A Palavra de D eus n ão falha!
0 Primeiro
Mundial

Sim b olizad os na B íb lia p e lo ouro e p o r um leão


alado, os cald e us triunfaram rapid am e nte s ob re
egípcios , as s írios , fe n ício s e árab es , e cons truíram
a mais rica m etrópole do m und o A ntigo.
m andam ento de J e s u s de olharm os pri-
m eiram ente p a ra a figueira, que tipifica
Israel, é seguido de outro: “...e p ara todas
as árvores” (Lucas 21:29), que significa as nações gentílicas
em geral, especialm ente a s que se relacionam com Israel.
A fim de olharm os p a ra essas árvores tem os de deixar
o m oderno Israel de n ossos dias e retroceder aos tem pos
dos profetas, especialm ente Daniel, que com su a s visões
rech ead as de im pressionantes detalhes, tra ta da suces-
são dos dom ínios dos gentios até 0 estabelecim ento por
Deus de u m reino que será estabelecido p a ra sempre.
Sucedendo ao dom ínio assírio, o período caldeu de
B abilônia com eçou em 626 a.C., q u an d o N abopolassar,
p artin d o do golfo pérsico, ocupou o trono babilônico a
22 de novembro. A uxiliados pelos m edos, os caldeus fo-
ram infringindo su cessiv as d erro tas aos assírios, tom an-
do-lhes as cidades de S allar por volta de 623, A ssu r em
614, e Nínive dois an o s depois, em 612 a.C.
Após s u a s vitoriosas cam p an h a s c o n tra a Síria e di-
v e r s a s tr ib o s do N o rte, e n tr e o s a n o s 6 0 9 e 6 0 6
N abopolassar confiou seu exército a Nabucodonosor, seu
príncipe herdeiro, que com bateu os egípcios em K um uhi
e Q u r a m a ti, d e r r o t a n d o - o s d e f in itiv a m e n te em
C arquem is, n o s m eses de m aio e ju n h o de 606.
E n q u an to a in d a estav a n a P alestin a recebendo a su -
jeição de o u tro s povos, inclusive de J u d á , ao tem po do
rei Jeoiaquim , ouviu a notícia d a m orte do pai (15 de
agosto de 605 a.C.), “e im ediatam ente atrav esso u 0 de-
4 0 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

serto p a ra to m ar as m ãos de Bel, e, assim , reivindicar


oficialm ente o trono, a 6 de setem bro de 605 a.C .” 4
Por ocasião da sujeição da Judéia ao império de
Babilônia, Nabucodonosor ordenou a Aspenaz, chefe de
seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel,
da linhagem real e dos nobres, jovens em quem não hou-
vesse defeito algum, formosos de parecer, e instruídos
em toda a sabedoria, sábios em ciência, e versados no
conhecimento, e que tivessem habilidade para viver no
palácio do rei, a fim de que fossem ensinados nas letras
e na língua dos caldeus. O rei lhes determinou a ração
de cada dia, da porção do m anjar do rei, e do vinho que
ele bebia, e que assim fossem criados por três anos, para
que no fim deles pudessem estar diante do rei. Entre
eles se achavam, dos filhos de Judã, Daniel, Hananias,
Misael e Azarias (Daniel 1:3-6).
Os jovens h e b re u s rejeitaram a s ig u arias reais por
ferirem os princípios bíblicos, pois tratav a-se de alim en-
tos consagrados à idolatria, e “a estes qu atro jovens D eus
d eu o conhecim ento e a inteligência em to d a c u ltu ra e
sabedoria. E D aniel to rn o u -se entendido em to d as a s vi-
sões e em todos os so n h o s” (v. 17).

A E ST Á T UA P R O F É T IC A

Depois de ver consolidado 0 seu reino, N abucodonosor


teve, c erta noite, u m im p ressio n an te sonho. Viu u m a
g rande e s tá tu a que tin h a a cabeça de ouro, o peito e os
b raços de p ra ta , o v entre e as coxas de cobre, as p e rn a s
ide ferro, e os p és em p a rte de b arro e em p a rte de ferro.
O rei estava olhando qu an d o u m a p ed ra foi cortada, sem
m ãos, e feriu a e s tá tu a nos pés, red u zin d o -a a pó, p a ra o
qual não se ach o u lugar. E a pedra, por s u a vez, to rn o u -
se n u m g rande m onte que en ch eu toda a terra.
Ao d e s p e rta r n a m a n h ã se g u in te , ao s q u a tro jo-
v en s D eus d e u o co n h ecim en to e a in telig ên cia em to d a
B a b ilô n ia , o P r im e ir o Im p é r io M u n d ia l 4 1

c u ltu ra e sa b ed o ria . E D aniel to rn o u -se en ten d id o em


Iodas a s visõ es e em to d o s os so n h o s. N ab u co d o n o so r
convocou s e u s sáb io s, astró lo g o s e ad iv in h o s e exigiu
deles q u e lh e c o n ta sse m o so n h o e d e sse m a s u a in-
le rp re ta ç ã o .
Então os astrólogos disseram ao rei em siríaco: Ó
rei, vive eternamente! Dize 0 sonho a teus servos, e dare-
mos a interpretação. Respondeu 0 rei aos astrólogos: É
esta a minha decisão: Se não me fizerdes saber 0 sonho e
a sua interpretação, sereis despedaçados, e as vossas
casas serão feitas um monturo (2:4-5).

Os sábios de Babilônia, incapazes de a te n d er ao rei,


foram co n d en ad o s à m orte, e stan d o tam b ém n a lista
n eg ra D aniel e se u s com panheiros, por certo Azarias,
Misael e A nanias. Ao sa b er do decreto real, D aniel foi a
Arioque, chefe da g u a rd a do rei:
Por que se apressa tanto 0 mandado da parte do rei?
Então Arioque explicou 0 caso a Daniel. Ao que Daniel se
apresentou ao rei e pediu que lhe desse tempo, para que
pudesse dar a interpretação. Então Daniel foi para sua casa,
e fez saber 0 caso a Hananias, Misael e Azarias, seus com-
panheiros, para que pedissem misericórdia ao Deus do céu,
sobre este mistério, a fim de que Daniel e seus companhei-
ros não perecessem, com 0 resto dos sábios de Babilônia.
Então foi revelado 0 mistério a Daniel numa visão de noite,
pelo que Daniel louvou o Deus do céu (2:15-19).
De posse do segredo, D aniel p ro cu ro u a Arioque e
este d ep ressa in tro d u ziu o jovem h eb reu n a p resen ça do
rei. D isse Daniel: “Tu, ó rei, estav as olhando, e viste u m a
g rande e státu a. E sta e stá tu a , que e ra grande e cujo es-
p lendor era excelente, estav a em pé d ian te de ti, e a s u a
ap arên cia era terrível” (v. 31).
Depois de descrever a visão, D aniel p a ssa a in ter-
p reta r-lh e os diversos símbolos:
4 2 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

Tu, ó rei, és rei de reis, a quem 0 Deus do céu deu 0


reino, 0 poder, a força e a majestade, em cujas mãos ele
entregou os filhos dos homens, onde quer que habitem,
os animais do campo e as aves do céu, e fez que dominas-
ses sobre todos eles; tu és a cabeça de ouro (w. 37-38).

A CA BEÇA DE OUR O

A profecia que estam o s considerando tra ta d a domi-


n ação dos gentios desde que J u d á deixou de se r u m rei-
no, em 605 a.C., até o fu tu ro estabelecim ento do Milê-
nio. A Palavra de D eus n ão prevê p a ra todo esse longo
período m ais do que q u atro reinos m u n d iais, sendo o
prim eiros deles ju sta m e n te o de Babilônia: “T u és a ca-
b eça de o u ro ”, disse D aniel a N abucodonosor.
O império babilônico recebeu n a Bíblia Sagrada o título
de “a jóia dos reinos, a glória e o orgulho dos caldeus”, e su a
capital foi cham ada de “cidade dourada” (Isaías 13:19; 14:4).
A gran d eza do reino dos cald eu s pode se r m edida
pelas dim ensões de s u a capital:

Era então a maior e a mais moderna metrópole daquele tem-


po, ocupando uma área de 576 quilômetros quadrados, com 96 de
perímetro, ou seja 24 de cada lado. Muitas ruas, de 45 metros de
largura por 24 km de comprimento, dividiam luxuosos quarteirões
com exuberantesjardins e suntuosas residências, magníficos palá-
dos e gigantescos templos. Um destes templos, dedicado a Bel,
media cinco quilômetros de circunferência, e um dos palácios reais
ocupava uma área superior a 12 quilômetros quadrados.5

A lgum as d as d esco b ertas dos arqueólogos, que têm


trab alh ad o n a á re a da fam osa cidade desde o final do
século p assad o , são de fato im pressionantes:

• U m a m u ra lh a de m ais de vinte e dois quilôm etros


de com prim ento e 42 m etros de largura, que circu n d av a
a p arte principal d a cidade.
B a b ilô n ia , o P r im e ir o Im p é r io M u n d ia l 4 3

• M uitas p o rtas, sendo a m ais im p ressio n an te de-


las a de Istar, com se u s 575 dragões, to u ro s, e leões
esm altad o s.
‫י‬ A “ru a p rocessional”, que en trav a n a cidade pela
p o rta de Ista r ao norte, p assav a pelo palácio real, e a
seguir atrav essav a d iretam en te a p a rte principal d a ci-
dade até o tem plo de M arduque, que d e tin h a 0 título de
“O C riador e Rei do U niverso”.
• O magnífico palácio decorado de N abucodonosor,
com seu salão, onde se en co n trav a o trono e u m salão
p a ra b a n q u etes m edindo 17 m etros de larg u ra por 51
m etros de com prim ento.
• A b ase e 0 contorno da Torre de Babel, conhecida
como E-Temen-an-ki, (a casa d a plataform a, b ase do céu e
d a te rra ), a q u a l su p õ e -se te n h a sid o a s ru ín a s d a
infortunada torre referida no livro de Gênesis.
• As g ran d es ru ín a s de u m a á re a q u ad ran g u lar,
com postas de crip tas ab o b ad ad as ou só tão s reforçados
com arcos de ladrilho, e co b ertas de te rra s e escom bros.
Os escavadores acred itam que e ssa s ru ín a s são os res-
tos d a e s tru tu ra d a b ase dos fam osos J a rd in s S u sp en so s
— u m a d as sete m aravilhas do m u n d o Antigo.
‫ י‬C erca de trezentos tab letes cuneiform es que rela-
tavam principalm ente a distribuição de azeite e cevada
aos cativos e aos trab a lh a d o res especializados, proce-
d en tes de m u itas nações que viviam em Babilônia e se u s
arredores, en tre os an o s 595 e 570 a.C .6
Tão a sso m b ro sa m e n te fecundo e ra esse p a ís que
Heródoto evita relatar tudo que vira em Babilônia, tem en-
do não ser acreditado. De fato, essa grande m etrópole in-
ventou u m alfabeto, resolveu problem as de aritm ética,
inventou in stru m en to s p a ra m edição do tem po, descobriu
a arte de polir, gravar e p erfu rar p ed ras preciosas; alcan-
çou grande progresso n a s a rtes têxteis, ap ren d eu a re-
produzir fielmente os contornos de hom ens e anim ais, es-
4 4 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

tu d o u com êxito o movimento dos astros, concebeu a idéia


d a gram ática como ciência e elaborou u m sistem a de leis
civis. Em grande parte, a c u ltu ra dos gregos provinha de
Babilônia.
H á o u tra s p ro fecias re la c io n a d a s com o im pério
Babilônico em Daniel:

Quatro animais grandes, diferentes uns dos outros,


subiam do mar. O primeiro era como leão, e tinha asas
de águia. Eu olhei até que lhe foram arrancadas as asas,
e foi levantado da terra, e posto em pé como um homem,
e foi-lhe dado um coração de homem (7:3-4).

G eralm ente, em textos proféticos (especialm ente de


Daniel), animais sim bolizam reinos: leão (Babilônia),
D aniel 7:4: u rso e carneiro (o reino unido d a M édia e da
Pérsia), D aniel 7:5; 8:3,20: leopardo e bode (Grécia),
D aniel 7:6; 8:5,21; anim al terrível e espantoso, com dez
chifres (Roma), Daniel 7:7; Apocalipse 17:3. M ar ou águas
sim bolizam povos, D aniel 7:3; Apocalipse 17:5; ventos
re p re se n ta m g u e rra s, Je re m ia s 4:11; 25:32; Hc 1:11.
Asas, rapidez, D aniel 7:4; H ab acu q u e 1:6-8. Chifres ou
pontas, reinos, D aniel 7:7,24; 8:7-9. Braços significam
aju d a, exércitos, D aniel 11:31.
Acerca dos caldeus, eis o que registram outros profetas:
J á um leão subiu da sua ramada; um destruidor das
nações se pôs em marcha. Ele já partiu, e saiu do seu
lugar para fazer da tua terra um a desolação, a fim de
que as tuas cidades sejam destruídas, e ninguém nelas
habite (Jeremias 4:7). Suscito os caldeus, nação feroz e
impetuosa, que m archa sobre a largura da terra, para se
apoderar de moradas que não são suas. Ela é terrível e
pavorosa; dela mesma sai 0 seu juízo e a sua dignidade.
Os seus cavalos são mais ligeiros do que os leopardos, e
mais ferozes do que os lobos à tarde. Os seus cavaleiros
espalham-se por toda a parte; os seus cavaleiros vêm de
B a b ilô n ia , o P r im e ir o Im p é r io M u n d ia l 4 5

longe. Voam como águia que se ap re ssa a devorar


(Habacuque 1:6-8).
Assim diz o Senhor: Vede! Ele voa como a águia, e
estende as suas asas sobre Moabe (Jeremias 48:40). As-
sim diz 0 Senhor Deus: Uma grande águia, de grandes
asas, de farta plumagem, cheia de penas de várias cores,
veio ao Líbano e levou 0 mais alto ramo de um cedro
(Ezequiel 17:3).
Ao referir-se a N abucodonosor, u m escritor disse que
o império e ra ele, e ele era 0 império:
Como supremo e absoluto, su a corte não era mais
que m era fantasia; seus cortesões nada pesavam nas
decisões que ele tomava. Era 0 tudo, a m ajestade su-
prem a dum cetro que cobria vitorioso inteiram ente 0
orbe conhecido e habitado. Além disso, desem penhou
Nabucodonosor um a adm inistração que conservou as
nações todas em harm onia, bem como sob completa
segurança e proteção. E, mais ainda, jam ais a história
registrou um soberano político no trono do mundo mai-
or do que ele. Ele a todos sobrepujou em glória, gran-
deza e m ajestade. Assim, achou por bem Deus, que
lhe dera todo o poder e a glória de que era senhor,
honrá-lo no símbolo da cabeça de “ouro fino” da está-
tu a de seu im pressionante sonho inspirado, ainda que
ela representasse com toda a evidência o império caldeu
neobabilõnico.
E é surpreendente notar que a interpretação de
Daniel ignorou por completo, não somente os reis que
precederam Nabucodonosor no trono de Babilônia como
também os que lhe sucederam. Sim, só ele foi levado
em alta conta pelo Céu naquele trono do mundo. Todos
os demais que ali se assentaram , praticam ente nada
representam aos olhos daquEle que é a suprem a auto-
ridade na terra e no céu. Em toda a terra e em toda a
história não houve outro potentado que governasse o
m undo tão a contento de Deus.7
4 6 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

Os babilônios m antiveram 0 dom ínio m u n d ial desde


612 a.C., qu an d o Nínive, a capital dos assírios, foi tom a-
d a por N abopolassar. E sse prim eiro im pério d u ro u até
15 de o u tu b ro de 539 a.C., pois no dia seguinte os medo-
p e rsa s a ssu m iram a su p rem acia m undial.
4
0 Sim bolico
Urso D estruidor

C oligados, os m edos e pe rs as v e nce ram os caldeus


e fo rm a ra m um v as to império, poré m , infe rior ao de
B ab ilônia, com o pre v iu D aniel.
ando seqüência à in terp retação do sonho
de Nabucodonosor, disse Daniel: “Depois
de ti se lev an tará outro reino, inferior ao
teu ” (Daniel 2:39). E sse segundo im pério e stá sim boliza-
do n a e s tá tu a pelo peito e b raço s de p ra ta , m etal inferior
ao ouro.
N a v is ã o d o s a n im a is , D a n ie l v iu o s e g u n d o g o v e r n o
" se m e lh a n te a u m u r s o , o q u a l s e le v a n to u d e u m la d o ,
te n d o n a b o c a t r ê s c o s t e la s e n tr e o s d e n t e s , e fo i-lh e dito:
L e v a n ta -te , d e v o r a m u ita c a r n e ”(D a n ie l 7 :5 ).
E m b o ra 0 u r s o n ã o se ja 0 rei d o s a n im a is , a tin g e m a io r
e s ta tu r a e p e s o q u e o leã o . D iz -s e q u e s u a m a io r e s p é c ie foi
e n c o n tr a d a n a M édia, p a ís m o n ta n h o s o , a c id e n ta d o e frio.
O s s e u s 4 2 d e n te s , a s s u a s fo rm id á v eis e g r a n d e s g a rra s
a g u ç a d a s , 0 s e u g ra n d e p e s o , a s u a c o r a g e m e a s u a a s tú -
cia , fa ze m -n o g r a n d e m e n te terrível. N o q u e r es p eito à s u a
c r u eld a d e , fero c id a d e e s e d e d e s a n g u e , n ã o te m rival. Ao
a n da r, n ã o ra p id a m en te, s e n t a a p la n ta d o p é n o c h ã o (ao
co n trá rio d o s p é s d o cach o rro e do leão ), d a n d o a im p re s-
s ã o d e a m a s s a r tu d o o n d e q u e q u er p is e o u p a s s e , co m o s e
fora u m rolo co m p r e sso r q u e tu d o a rr a sa .
É e m s e u s p é s q u e r e s id e a s u a m a io r fo rç a d e d o m í-
n io e d e s tr u iç ã o ... A ss im , s e u tr íp lice p od er, c o n c e n tr a d o
e m s e u p e s o , s u a b o c a e s e u s p é s , fa z d o u r s o o s e g u n d o
e m s e u rein o , s ó v e n c id o p e lo le ã o a p ó s r e n h id a b a ta lh a .
N ã o p o d e n d o 0 u r s o ser 0 rei d o s q u a d r ú p e d e s , p a r e c e
p r e te n d e r s ê -lo . N ã o a lc a n ç a n d o , to d a v ia , s u p r e m a c ia a b -
s o lu ta , é o b rig a d o a c o m e te r d e s tr u iç ã o p a r a im p o r -s e ,
c o m o s e su p r e m o fora, s e m c o n tu d o lo g r a r o s e u o b jetiv o .
50 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

Neste terrível animal carniceiro e destruidor, fora 0 impé-


rio Medo-Persa figurado pela revelação.8

De fato, os so b eran o s m edo-persas, inábeis p a ra go-


v e rn a r o m undo, com eteram a s m aiores e m ais vis atro-
cidades. Em s u a s co n q u istas p ro cu ra ram vencer, não
m ediante categorias bélicas, m as pela avalanche de su a s
tro p as, daí o m assacre a q u aisq u er povos que lhes opu-
sessem a m en o r resistência. Som ente p a ra o tran sp o rte
de víveres, u sav am os p e rsa s u m a frota de 1.200 barcos,
com u m a trip u lação de 300 mil hom ens!
Os exércitos m edo-persas p a ssa ram à história como
profundam ente sanguinários, devoradores de m u ita car-
ne, conforme anunciava a profecia. Afirma-se que Tomires,
ra in h a dos citas, m an d o u cortar a cabeça de Ciro e m er-
gulhou-a n u m odre cheio de sangue hum ano, dizendo:
“F arta-te de sangue, de que sem pre viveste sequioso”.
As três costelas entre os dentes do urso, bem como
as três direções em que 0 carneiro dava marradas, signi-
ficam as três primeiras presas: Babilônia, Egito e Lídia
(Daniel 8:4).

O C A R N E IR O C O M D O IS C H IF R E S

Mais ad ian te o profeta vê 0 m esm o im pério n a figura


de outro anim al:
No terceiro ano do reinado do rei Belsazar apareceu-
-me uma visão, a mim, Daniel, depois daquela que me apa-
receu no princípio. Na visão que tive, vi que eu estava na
cidadela de Susã, na província de Elão; na visão eu estava
junto ao rio Ulai. Levantei os olhos, e vi um carneiro que
estava diante do rio, 0 qual tinha dois chifres, e os dois
chifres eram altos. Um dos chifres era mais alto do que 0
outro, e 0 mais alto subiu por último. Vi que 0 carneiro
dava marradas para 0 ocidente, para 0 norte e para 0 sul.
O S im b ó lic o U r s o D e s tr u id o r 5 1

Nenhum animal podia estar diante dele, nem havia quem


pudesse livrar-se das suas mãos. Ele fazia conforme a sua
vontade, e se engrandecia (Daniel 8:1-4).

E sta visão do carneiro Daniel teve por volta do ano 553


a.C., cerca de 14 anos antes da queda de Babilônia. É signi-
licativo que o profeta se achasse em Susã, a capital da Pérsia,
pois a visão relacionava-se diretam ente com os persas.
T razen d o m ais lu zes so b re a s visões a n te rio re s, d a
se g u n d a p a rte d a e s tá tu a e do u rso , o c arn eiro apre-
s e n ta - s e com do is c h ifre s, sím b o lo s d a M édia e d a
Pérsia. O fato de a m ais a lta su b ir p o r ú ltim o significa
que D ario, em b o ra te n h a p rim eiram en te o cu p ad o 0 tro-
no, p e rd e u -0 p a ra Ciro n a b a ta lh a de P a ssarg a d e, 0
que elevou os p e rs a s so b re os m edos: “Um dos chifres
e ra m ais alto do que o o u tro , e o m ais alto s u b iu p o r
ú ltim o ” (Daniel 8:3).
Na explicação d a d a pelo anjo a D aniel não h á qual-
q u er dúvida: “Aquele carn eiro que viste com dois chifres
são os reis d a Média e d a P érsia” (Daniel 8:20).

BE L SA ZA R E A Q UE D A D E BA BIL Ô N IA

No an o 539 a.C ., n a m e sm a n o ite em q u e B e lsaz ar


b a n q u e te a v a -s e com m il de s e u s g ra n d e s e d a v a lou-
v o res ao s d e u s e s p a g ão s, p ro fa n a n d o os v a so s sa g ra-
dos do tem p lo de S alom ão, c a iu 0 im p ério b ab ilô n ico .
A s e n te n ç a d iv in a n a c a ia d u r a d a p a re d e : “M ene,
M ene, T equel U farsim ”, c u m p riu -se h o ra s d ep o is de
e x p lica d a p o r D aniel. M ene: C o n to u D e u s o te u reino,
e o a c a b o u . T equel: P esad o foste n a b a la n ç a , e foste
a c h a d o em falta. P eres: Dividido foi.o te u rein o , e d eu -
se ao s m ed o s e ao s p e rs a s (Daniel 5:25-28). “N aq u ela
m e sm a n o ite foi m o rto B elsazar, rei d o s c a ld e u s, e
D ario, o m edo, o c u p o u o rein o , com a id ad e de ses-
s e n ta e dois a n o s ” (Daniel 5:30-31).
52 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

Há u m a in te ressa n te n o ta n a Bíblia de Figueiredo,


versão clássica, acerca d a filiação de Belsazar, nom e que
tam b ém pode se r grafado como B altasar.
O rei Baltasar é, segundo a opinião mais provável, o
filho do último rei de Babilónia, Nabonide; pelo menos
Nabonide, nas suas inscrições, diz-nos que teve um filho
chamado Baltasar. Este último não era rei, m as exercia
o poder supremo, porque o seu pai o tinha associado ao
governo e recomendara-lhe a defesa de Babilónia, de onde
estava ausente por ocasião do cerco de Ciro.
Os racionalistas têm se servido da história de Baltasar.
Contudo, as descobertas modernas referem-se à existên­
cia do filho de Nabonide, por nome Baltasar, ao contrário
do que sustentou Halevy, que entendia que Nabonide e
Baltasar eram uma só pessoa... Os cilindros de Nabonide,
em argila, encontrados em Mugheir, a antiga Ur, nos qua­
tro ângulos do Templo de Sim (a Lua), hoje existentes no
Museu Britânico, claramente referem a existência de um
filho de Nabonide, Baltasar, Bei-sar-usur, filho do rei.
Assim sabemos acerca de Baltasar o seguinte: pelas ins­
crições, que o filho primogénito de Nabonide se chamava
Baltasar; por Xenofonte, que Nabonide não voltou a Babilónia
depois da sua destruição, refugiando-se em Borsipa; por Daniel,
que Baltasar governava em Babilónia, como sendo o persona­
gem do governo. Pode desejar-se acordo mais completo entre
testemunhos provenientes de origens tão diversas?

C IR O , O UN G ID O D E D E US

Pelo m enos u n s d uzentos an o s a n te s de os p e rsa s


surgirem no cenário m undial, se u s fam osos reis já e s ta ­
vam profetizados n a Bíblia:
[Eu sou o Senhor] que digo de Ciro: É meu pastor, e cum­
prirá tudo o que me apraz; ele dirá de Jerusalém: Ela será
reedificada, e do templo: Será fundado. Assim diz o Senhor ao
O S im b ó lic o U r s o D e s tr u id o r 5 3

seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater
as nações diante de sua face, e descingir os lombos dos reis,
para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão:
Eu irei adiante de ti, e endireitarei os caminhos tortos; que­
brarei as portas de bronze, e despedaçarei os ferrolhos de ferro.
Dar-te-ei os tesouros das trevas, e as riquezas encobertas, para
que possas saber que eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que te
chama pelo teu nome. Por amor de meu serro Jacó, e de Israel,
meu eleito, eu te chamo pelo teu nome, ponho-te o teu sobreno­
me, ainda que não me conheces (Isaías 44:28; 45:1-4).
A cerca d e ssa in te re s sa n te profecia, observa o Dr.
Scofield:
Este é o único caso em que a palavra ungido, em união
com a expressão meu pastor, que é também um título
messiânico, assinala Ciro como a assombrosa exceção de
que um gentio seja tipo de Cristo. Os pontos de comparação
são os seguintes: ambos, Cristo e Ciro, são conquistadores
dos inimigos de Israel (Isaías 45:1; Apocalipse 19:19-21);
ambos restauram a cidade santa (Isaías 44:28; Zacarias
14:11); por meio de ambos o nome do único Deus verdadei­
ro é glorificado (Isaías 45:6; 1 Coríntios 15:28).
Com Ciro inaugurou-se u m a nova política em relação
aos povos conquistados. Apesar da crueldade com que lida­
va com seus inimigos, Ciro tratou seus súditos com consi­
deração, conquistando-os como amigos. Por seus famosos
decretos, promulgados no segundo ano de seu governo, per­
m itiu a volta de todos os povos às su as próprias terras. Pa­
rece que, de modo especial, o famoso imperador dos persas
favoreceu os judeus, concedendo-lhes generosa ajuda.

CAM PANHAS CONT R A OS GREGOS

O capítulo onze de D aniel tem sido dividido, p a ra efei­


to de estu d o s, em q u atro partes:
• Versos 1-4, os reis da Pérsia e o terceiro império até a sua
divisão em quatro partes, após a morte de Alexandre, o Grande;
5 4 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

• Versos 5-20, os reis do Norte e do Sul (Síria e Egito);


• Versos 21-35, o reinado de Antíoco Epifânio;
• Versos 36-45, o Anticristo, no final dos tempos.
A prim eira parte, de que nos ocupam os aqui, abrange
o período de 539 a.C., desde a tom ada de Babilónia pelos
m edos e persas, até 424 a.C., quando faleceu Artaxerxes
Longímanos. O texto bíblico diz: “Ainda três reis se levan­
tarão n a Pérsia, e o quarto será cum ulado de grandes ri­
quezas m ais do que todos. E, tendo-se fortalecido por meio
d as su a s riquezas, agitará a todos contra o reino d a Grécia.
Os reis m encionados n esse texto foram C am bises,
Pseudo Sm erdis e Dario Histaspes, considerando que a vi­
são fora dada no ano terceiro de Cri, conforme Daniel 10:1.
O quarto rei foi Xerxes I, im ensam ente rico, que invadiu a
Grécia nos anos 483 a 480, conhecido no livro de Ester
como Assuero. Tanto a Bíblia como a história grega falam
dele como sendo hom em sensual, devasso, déspota, insidi­
oso e cruel. A ssuero ocupou o trono no ano 486.
De acordo com J o h n D. Davis, no segundo ano de
seu reinado su b ju g o u os egípcios que se haviam revolta­
do c o n tra Dario, e qu atro an o s m ais tard e p rep aro u u m
im enso exército e invadiu a Grécia, m as foi obrigado a
retroceder depois da b a ta lh a de Salam ina, onde a s u a
e sq u ad ra foi an iq u ilad a por u m a p eq u en a frota grega em
480 a.C. A m ãe de Xerxes, A tossa, era filha de Ciro.
Convém sa lie n ta r que o A ssuero que a p arec e em
E sd ras 4:6 não é o m esm o de Ester, m as sim Cam bises,
que reinou de 529 a 521 a.C. É tam bém o m esm o Cambises
quem aparece em E sd ras 4:7 com o nom e de Artaxerxes.
O que aparece em E sd ras 7:1, já ao tem po de E sdras, por
volta de 458 a.C., é Artaxerxes Longímanos, o que perm i­
tiu a E sd ras e Neemias levarem u m grande núm ero de
ju d e u s de volta a Jeru salém e reconstruírem a s m u ralh as
d a cidade san ta, (E sdras 7:11-28). Ele o últim o im pera­
dor p ersa m encionado no Antigo Testam ento.
5
0 Rei Valente
e seu Sonho Dourado

U m reino s e m fron te ira s , s em gue rras e s e m cris es


económicas , tal com o s onhou A lexandre, s om ente
s e rá realid ade quando o M es s ias reinar.
eferindo-se ao reino grego, a n u n c io u o
profeta: “E u m terceiro reino, de b ro n ­
ze, o q u al te rá dom ínio sobre to d a a t e r ­
r a (Daniel 2:39b).
Nos capítulos 7 e 8 de Daniel, lemos:
D e p o is d is to , c o n t in u e i o lh a n d o , e v i o u tr o a n im a l,
s e m e lh a n t e a u m le o p a r d o , e t in h a q u a tr o a s a s d e a v e
n a s c o s t a s . E s te a n im a l t in h a q u a tr o c a b e ç a s , e fo i-lh e
d a d o d o m ín io ...
E s ta n d o e u c o n s id e r a n d o , v i q u e u m b o d e v in h a do
o c id e n te s o b r e to d a a terr a , m a s s e m to c a r n o c h ã o , e
a q u e le b o d e t in h a u m c h ifr e n o t á v e l e n t r e o s o lh o s .
D ir ig iu -s e a o c a r n e ir o q u e t in h a o s d o is c h ifr e s, a o q u a l
e u t in h a v is t o d ia n te d o rio, e c o r r e u c o n tr a e le n o fu ro r
d a s u a fo rç a . V i-o c h e g a r p e r to d o c a r n e ir o , e, irrita d o
c o n tr a ele , o fe r iu e lh e q u e b r o u o s d o is c h ifr e s , p o is n ã o
h a v ia fo r ç a n o c a r n e ir o p a r a lh e r e s is tir : e m s e g u id a o
b o d e o la n ç o u p o r te r r a e o p is o u a o s p é s , e n ã o h o u v e
q u e m p u d e s s e liv ra r o c a r n e ir o d o s e u p o d er.
O b o d e s e e n g r a n d e c e u so b r e m a n e ir a ; e s ta n d o , p o ­
rém , n a s u a m a io r fo r ç a , a q u e le g r a n d e c h ifre fo i q u e ­
b ra d o , e s u b ir a m n o s e u lu g a r q u a tr o ta m b é m n o tá v e is ,
p a r a o s q u a tr o v e n t o s d o c é u (D a n ie l 7 :6 ; 8 :5 -8 ).

É in te ressa n te n o ta r que, assim como o leão foi o


anim al adotado pelos babilónicos como o símbolo de seu
império, o bode serviu p a ra identificar o poderio grego,
como em blem a do poder real.
5 8 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

O bode é muito apropriadamente típico do império


grego ou macedônio, porque os macedônios, a princípio,
mais ou menos 200 anos antes de Daniel, eram cham a­
dos aegeadae, ou povo do bode; e, nessa ocasião, como
referem autores pagãos, Caranus, seu primeiro rei, indo
com um a grande multidão de gregos à procura de novas
habitações na Macedonia, foi mandado pelo oráculo to­
mar os bodes como seus guias para o império, e, mais
tarde, vendo um rebanho de bodes a fugir de um a vio­
lenta tempestade, seguiu-os até Edessa, e ali fixou a sede
do seu império; fez dos bodes suas insígnias ou estan­
dartes, e chamou a cidade Aegeae, ou “cidade do bode”.
E sta observação é sem elhantem ente devida ao
excelentíssimo Sr. Mede; e a isto pode-se acrescentar que
a cidade Aegeae, ou Aegae, foi o lugar de sepultamento
usual dos reis macedônios. É também muito notável que
o filho de Alexandre, de Roxama, chamou-se Alexandre
Aegus, ou “filho do bode”; e alguns dos sucessores de
Alexandre são representados em suas moedas com chi­
fres de bode.9

O u tro s im p o rta n te s te s te m u n h o s a c e rc a do bode


como sím bolo dos gregos estão no M useu B ritânico. As
m oedas m aced ô n ias, de cerca de 25 séculos, trazem no
seu reverso a figura de u m bode. T am bém n a m itologia
grega ap arece o d eu s Pan, filho de H erm es e d a n in fa
Dryope, re p re se n ta d o com chifres, corpo e p és de bode
d a c in tu ra p a ra baixo. F inalm ente, o m a r E geu, q u e b a ­
n h a a M acedonia e a G récia, significa mar do bode.
O im pério grego e stá rep resen tad o pelo v entre e co­
x as de cobre, pelo leopardo com q u atro a sa s e pelo bode
que v in h a do O cidente sem to car no chão, o q u al tin h a
u m a p o n ta notável en tre os olhos. As a sa s falam d a ra p i­
dez d as co n q u istas de Alexandre, o bode que p a rtiu do
O cidente “sem to car no chão”. O serem q u atro a sa s sig­
nifica o desm em bram ento do im pério em q u atro d in a sti­
a s independentes.
O R e i V a le n te e s e u S o n h o D o u r a d o 59

A m esm a significação têm a s q u atro cabeças do leo­


pardo e a s q u atro p o n tas que se levantam do bode, ao
cair-lhe a prim eira, a grande ponta. A Palavra de D eus é
claríssim a: “M as o bode peludo é o rei d a Grécia, e o
chifre g rande que tin h a e n tre os olhos é o prim eiro rei. O
ler sido quebrado, levantando-se q u atro em seu lugar,
significa que q u atro reinos se levantarão d a m esm a n a ­
ção, m as não com a força dele” (Daniel 8:21-22).

CAR T A S FAM OSA S

Ficou célebre a correspondência tro ca d a en tre Ale­


x a n d re e D a rio III, ta m b é m c o n h e c id o p o r D a rio
Codomano, filho de A rtaxerxes II, o qual com eçou a rei­
n a r no m esm o ano que Alexandre, ou seja, em 336 a.C.
A prim eira c a rta de Dario a A lexandre diz o seguinte:
Desta capital dos reis da terra: Enquanto o sol bri­
lhar sobre a cabeça de Iskander Alexandre, o salteador
etc. etc., saiba ele que o Rei dos Céus me outorgou o
domínio da terra, e que o Todo-Poderoso me concedeu os
quatro quartos da superfície dela. Distinguiu-me outros-
sim a providência com a dignidade, a majestade e a gló­
ria, e com um sem conta de campeões e confederados.
Chegou ao nosso conhecimento que reunistes um a
corja de ladrões e réprobos, a multidão dos quais a tal
ponto vos escaldou a imaginação que vos propusestes,
com a ajuda deles, disputar a coroa e o trono, devastar o
nosso reino e destruir o nosso país e o nosso povo.
Tais resoluções são, em sua crueldade, perfeitamente
consistentes com a fatuidade dos homens de Room. Mas,
é melhor para o vosso bem que, ao lerdes estas linhas
regresseis imediatamente do lugar até onde chegastes.
Quanto ao vosso movimento criminoso, não tenhais
receio da nossa majestade e punição, pois não entrastes
ainda para o número daqueles que nos merecem vingan­
ça ou castigo. Olhai bem! Mando-vos um cofre cheio de
ouro e um burro carregado de sésamo no propósito de
6 0 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

dar-vos uma idéia da extensão da minha riqueza e poder.


Mando-vos também um chicote e uma bola: a última para
que vos entretenhais com um brinquedo próprio da vossa
idade; o primeiro para servir ao vosso castigo.

Ao receber e ssa carta, ordenou A lexandre que fos­


sem p reso s e executados os em baixadores que a tin h am
trazido. M as estes lhe su p licaram m isericórdia e foram
finalm ente atendidos. R egressaram p a ra o seu p aís le­
vando a seguinte resp o sta de Alexandre a Dario:
De Su-ul-Kurnain Alexandre àquele que pretende ser
o rei dos reis; que se julga temido pelas próprias hostes
celestes; e que se considera a luz de todos os habitantes
do mundo! Como se pode então dignar tão alta pessoa de
temer um inimigo tão desprezível como Iskander?
Não saberá Dará Dario que o Senhor Onipotente ou­
torga poder e domínio a quem bem lhe apraz? E também
que quando um fraco mortal se julga um deus e vence­
dor das hostes celestes a indignação do Todo-Poderoso
lhe reduz a ruína o reino?
Como pode um indivíduo destinado à morte e à de­
composição ser um deus, ele a quem lhe tomam o reino e
que deixa para outros os prazeres deste mundo?
Olhai! Decidi travar batalha convosco e para isso m ar­
cho na direção de vossas terras. Confesso-me fraco e h u ­
milde servo de Deus, a quem ofereço as minhas preces
para que me conceda a vitória e o triunfo, e a quem adoro.
Com a carta em que fizestes tam anho alarde dos
vossos poderes e me enviastes um chicote, um a bola,
um cofre cheio de ouro e um burro carregado de sésamo;
tudo isso agradeço à boa fortuna e considero como si­
nais auspiciosos. O chicote significa que serei o in stru ­
mento do vosso castigo e me tornarei o vosso governa­
dor, preceptor e diretor. A bola indica que a superfície
da terra e a circunferência do globo obedecerão ao lu­
gar-tenentes. O cofre de ouro, que é um a parte do vosso
tesouro, denota que as vossas riq u ezas me serão
O R e i V a le n te e s e u S o n h o D o u r a d o 61

transferidas muito breve. E quanto ao sésamo, embora


os seus grãos sejam tão numerosos, todavia é macio ao
tato e de todos os géneros de alimento o menos nocivo e
desagradável.
Em retribuição vos envio um saco de mostarda para
provardes e reconhecerdes o amargor da m inha vitó­
ria. E não obstante vos terdes exaltado com tam anha
presunção, soberbo da grandeza do vosso reino e pre­
tendendo ser um a divindade na terra, ousando mesmo
comparar-vos à m ajestade celeste, eu verdadeiram en­
te é que sou vosso senhor suprem o; e em bora vos
tenhais esforçado por me alarm ar com a enumeração
do vosso poder e dos vossos recursos em hom ens e
arm as; todavia confio na intervenção da Divina Provi­
dência que hei de ver a vossa jactância reprovada por
todo o género hum ano; e que na m esm a proporção em
que vos exaltastes vos hum ilhará o Senhor e me con­
cederá a vitória sobre vós. No Senhor está a m inha fé e
a m inha confiança. Adeus!
Depois d a tro ca d e ssa s cartas, os dois exércitos se
d e fro n ta ra m em F a r is tã , o n d e os p e r s a s so fre ra m
fragorosa derrota. Dario fugiu p a ra além do E ufrates, e
foi re u n ir u m exército a in d a m ais num eroso. T entou n e ­
gociar com Alexandre, oferecendo-lhe pela paz a m etade
do seu reino, m as A lexandre, co n tra a opinião de seu s
generais, preferiu a rrisc a r a s s u a s tro p as em nova b a ta ­
lh a e g a n h a r toda a Pérsia. Eis a re sp o sta que m an d o u à
pro p o sta de Dario:
Dario:

Dario (Dario, o Grande, derrotado em Maratona), (Dario,


o Grande, por cujo nome sois chamado) devastou, se a his­
tória diz a verdade, todas as cidades gregas da costa do
Helesponto; todas as colónias jónias deste lado. Nem se
contentou ele com isso, mas, atravessando o mar com um
vasto exército, executou uma segunda invasão; sendo, po­
6 2 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

rém, vencido no mar, retirou-se, deixando lá o general


Mardônio, o qual em sua ausência deveria saquear toda a
Grécia, talar-lhe os férteis campos e arrasar-lhe as flores­
centes cidades.
Acrescente-se a isso a morte de meu pai Felipe, cujos
assassinos corrompestes e subornastes vilmente com a pro­
messa de grande soma em dinheiro.
Assim começais uma guerra e assim covardemente a levais
avante, tentando assassinar aqueles que tremeis de encon­
trar no campo de batalha; testemunho disso são os mil talen­
tos que oferecestes a quem quisesse ser o meu assassino,
mesmo quando estáveis conduzindo contra mim um tama­
nho exército. Por conseguinte, a guerra em que estou atual-
mente empenhado é em minha própria defesa; e os deuses,
dando o triunfo às minhas armas e permitindo-me conquis­
tar grande parte do vosso império, manifestaram a justiça da
minha causa. Bati-vos no campo da luta; e, embora não me
sinta obrigado pela honra nem pela gratidão a atender-vos
no que quer que seja, todavia vos prometo, se vierdes a mim
da maneira que exige a vossa condição, darei liberdade a vos­
sa esposa e a vossos filhos, mesmo sem nenhum penhor. Como
conquistador levastes uma lição; vereis ainda como sei tratar
com honra aqueles a quem venço. Se no entanto duvidais de
vossa segurança aqui, prometo-vos que tereis uma escolta
para vos guardar de qualquer atentado.
Entrementes, toda vez que tiverdes ocasião de escre­
ver a Alexandre, lembrai-vos de que vos dirigis a quem não
somente é rei, mas também o vosso rei.10
Finalm ente, em 21 de setem bro de 331 a.C., aprovei-
tando-se de u m eclipse lunar, o exército m acedônio, co­
m andado por Alexandre, atravessou o Tigre, e de novo a
Grécia e a Pérsia se defrontaram em Arbela (ou Gaugamela)
n u m a d as b a ta lh a s decisivas d a História. Novamente, a
vitória coube a Alexandre, e d esta vez lhe trouxe, n a idade
de vinte e cinco anos, a suprem acia indisputável sobre a
m aior p arte do m undo então conhecido. Mais u m a vez em
fuga, Dario foi m orto por u m dos seu s sátrap as.
O R e i V a le n te e s e u S o n h o D o u r a d o 63

O SONHO DE ALEX ANDR E

Alexandre Magno n asceu era Pela, em 356 a.C. e m o r­


reu em Babilónia, em 323 a.C. Filho de Felipe II e Olímpia,
assum e o trono em 336 a.C., após o assassin ato do pai, e
um ano depois, no Congresso Pan-helênico de Corinto, é
aclam ado general de to d as as forças gregas.
Com u m exército de 35.000 infantes, 5.000 cavaleiros
c um a frota de 169 navios, vence o exército persa às m a r­
gens do rio Granico, ocupa a Frigia, em cuja capital, Górdio,
corta u m nó complicado que, segundo a tradição, daria a
quem o desem baraçasse o império da Ásia. Em 333, n a
planície de Isso, vence novam ente os persas. A cam inho do
Egito, Tiro e Gaza são vencidas e arrasadas. É recebido no
Egito como filho dos faraós; funda a cidade de Alexandria
no delta do Nilo e ataca os exércitos do rei p ersa Dario III
em Arbela (ou Gaugamela), no ano 331, derrotando defini­
tivamente o império M edo-Persa. C um prindo a profecia
bíblica, que previa p a ra o terceiro reino u m “domínio sobre
toda a terra”, em 327 a.C., após a conquista do Oriente
Médio e do Norte da África, invade a índia.
Alexandre, en tre os 13 e 16 an o s de idade, teve como
m estre o fam oso Aristóteles, que lhe d esp erto u o in te ­
resse p ara a Filosofia, a M edicina e a investigação cientí­
fica. O se u grande m érito foi o de unificar o m undo grego
e difundir o helenism o, criando assim u m m undo novo.
Com su a forte personalidade, Alexandre Magno p asso u
à História como o m ais fam oso co n q u istad o r d a an tig u i­
dade. Reinou 12 an o s e oito m eses. Faleceu aos 33 anos,
vítima de u m a febre violenta, após prolongado b an q u ete
e m uita bebida. Dele disse O rlando Boyer:

E le j á e sta v a à p o r ta d e q u a lq u er c id a d e p a ra co n q u istá -
la, a n t e s m e s m o d e a lg u é m s a b e r q u e t in h a sa íd o d e s e u
p a lácio... A lex a n d re t in h a o g ra n d e alvo d e fa zer do m u n d o
inteiro u m a s ó n a ç ã o , a A lex a n d r ilâ n d ia . N ão p o d eria h a -
6 4 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

ver mais guerras nem carestia, porque não haveria mais


estrangeiros nem fronteiras, e todos os homens, assim,
podiam gozar paz e prosperidade. (Era o seu sonho doura­
do, mas só há um que pode realizá-lo: Jesus Cristo) Ale­
xandre, ainda muito novo, dominou o mundo inteiro e cho­
rou porque não havia outros reinos a conquistar!"

A LEX A NDR E E OS JUDEUS

A g rande p o n ta do bode significa não o prim eiro m o­


n arca, m as o prim eiro reino dom inado sucessivam ente
p o r A lexandre Magno, por seu irm ão A rideu e por se u s
dois filhos, A lexandre e H ércules. J á o “rei valen te” de
D aniel 11:3-4 a p o n ta p a ra o p rim eiro im p e ra d o r d a
Grécia, A lexandre. E ste fez do povo ju d e u o alvo de su a
especial consideração, pois, ao ap ro x im ar-se de J e r u s a ­
lém, o sum o sacerdote saiu -lh e ao encontro m o stran d o
a s profecias bíblicas que indicavam o triunfo dos gregos
sobre os m ed o -p ersas e, especialm ente, o papel que o
g rande general m acedônio deveria cu m p rir no plano di­
vino. Vejamos o que registrou o grande h isto riad o r j u ­
deu, Flávio Josefo:
Quando se soube que ele já estava perto, o Grão-
sacrificador (o sumo sacerdote) acompanhado pelos ou­
tros sacrificadores e por todo o povo, foi ao seu encontro,
com essa pompa tão santa e tão diferente da das outras
nações, até o lugar denominado Sapha, que em grego
significa mirante, porque de lá se podem ver a cidade de
Jerusalém e o templo. Os fenícios e os caldeus, que esta­
vam no exército de Alexandre, não duvidaram de que na
cólera em que ele se achava contra os judeus ele lhes
permitiria saquear Jerusalém e daria um castigo exem­
plar ao Grão-sacrificador.
Mas aconteceu justam ente o contrário, pois o sobe­
rano apenas viu aquela grande multidão de homens ves­
tidos de branco, os sacrificadores revestidos com seus
O R e i V a le n te e s e u S o n h o D o u r a d o 65

paramentos de linho e o Grão-sacrificador, com seu éfode,


de cor azul adornado de ouro e a tiara sobre a cabeça,
com um a lâmina de ouro sobre a qual estava escrito o
nome de Deus, aproximou-se sozinho dele, adorou aquele
augusto nome e saudou o Grão-sacrificador, ao qual nin­
guém ainda havia saudado. Então os judeus reuniram-
se em redor de Alexandre e elevaram a voz, para desejar-
lhe toda a sorte de felicidade e de prosperidade. Mas os
reis da Síria e os outros grandes, que o acompanhavam,
ficaram surpresos de tal espanto, que julgaram que ele
tinha perdido o juízo. Parmênio, que gozava de grande
prestígio, perguntou-lhe como ele, que era adorado em
todo o mundo, adorava o Grão-sacrificador dos judeus.
“Não é a ele”, resp o n d eu Alexandre, “ao Grão-
sacrificador, que eu adoro, mas é a Deus de quem ele é
ministro. Pois quando eu ainda estava na Macedonia e
imaginava como poderia conquistar a Ásia, Deus me apa­
receu em sonhos com esses mesmos hábitos e me exor­
tou a nada temer. Disse-me que passasse corajosamente
o estreito do Helesponto e garantiu-me que ele estaria à
frente do meu exército e me faria conquistar o império
dos persas. Eis por que jam ais tenho visto antes a nin­
guém vestido de trajes semelhantes àquele com que ele
me apareceu em sonho. Não posso duvidar de que foi por
ordem de Deus que empreendi esta guerra, e assim ven­
cerei a Dario, destruirei o império dos persas e todas as
coisas suceder-me-ão segundo os meus desejos”.
Alexandre, depois de ter assim respondido a Parmênio,
abraçou o Grão-sacrificador e os outros sacrificadores;
caminhou depois no meio deles até Jerusalém, subiu ao
templo, ofereceu sacrifícios a Deus da maneira como o
Grão-sacrificador lhe dissera fazer. O Soberano Pontífice
mostrou-lhe em seguida o livro de Daniel, no qual estava
escrito que um príncipe grego destruiria o império dos
persas e disse-lhe que não duvidava de que era ele a quem
a profecia fazia menção. Alexandre ficou contente; no dia
seguinte, mandou reunir o povo e ordenou-lhe que dis­
sesse que favores desejava receber dele.
6 6 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

Falando pelo povo, o Grão-sacrificador respondeu-


lhe que eles lhe suplicavam permitir-lhes viver segundo
as leis deles e as leis de seus antepassados, e isentá-los
no sétimo ano do tributo, o qual lhe pagariam durante os
outros seis anos. Ele concedeu-lhes. Tendo-lhe ainda,
eles pedido que os judeus que moravam em Babilónia e
na Média gozassem dos mesmos favores, Alexandre o pro­
meteu com grande bondade, e disse que se alguns dese­
jassem servir no exército grego, ele permitiria que os cons-
critos vivessem segundo a própria religião e costumes.
Vários então se alistaram .12

O S Q UA T R O R E IN O S Q UE SE
R E D UZIR A M A D O IS

No capítulo 11 de Daniel, versos 3 e 4, as profecias


acerca de Alexandre com plem entam a s anteriores: “De­
pois se levantará u m rei valente, que rein ará com grande
domínio, e fará o que lhe aprouver. Mas, estando ele em
pé, o seu reino será quebrado, e será repartido p a ra os
quatro ventos do céu. Não p a ssa rá à su a posteridade, nem
terá o m esm o poder com que reinou, porque o seu reino
se rá arrancado, e p a ssa rá a o u tro s”.
Os “quatro ventos do céu” são as quatro dinastias in­
dependentes em que se dividiu o império de Alexandre, em
301 a.C., n a b atalh a de Ipsus: Ptolomeu, filho de Lago, no
S ul, ficou com o Egito e m a is ta rd e obteve C hipre;
Cassandro, no Oeste, ficou com a Macedonia, Tessalia e
Grécia; Selêuco Nicanor, no Leste, com Babilónia, Síria e
todo o Oriente; Lisímaco, no Norte, reinou sobre a Trácia e
a Capadócia.
Os versos 5 e 20, do capítulo 11, de Daniel, falam de
u m a guerra prolongada entre os reis da Síria e do Egito. O
primeiro desses versos é assim explicado por Sir Isac Newton:
Demétrio, filho de Antígono, conservou apenas uma
pequena parte dos domínios paternos, e por fim perdeu
O R e i V a le n te e s e u S o n h o D o u r a d o 67

Chipre para Ptolomeu. Mas depois do assassinato de Ale­


xandre, filho e sucessor de Cassandro, rei da Macedonia,
Demétrio apoderou-se desse reino no ano de 454 de
Nabonassar (294 a.C.). Algum tempo depois, quando pre­
parava um grande exército para reconquistar os domíni­
os de seu pai na Ásia, Selêuco, Ptolomeu, Lisímaco e Pirro,
rei do Épiro, lig aram -se c o n tra ele, invadindo a
Macedonia, corromperam o exército de Demétrio, pondo
o rei em fuga. Em seguida, apoderaram-se do seu reino e
o dividiram com Lisímaco. Sete meses após, Lisímaco
venceu a Pirro, tomou-lhe a Macedonia e a susteve du­
rante cinco anos e meio, unindo-a ao reino de Trácia.
Em su a s g u erras co n tra Antígono e Demétrio,
Lisímaco lhes havia tomado a Cária, a Lídia e a Frigia.
Ele tin h a ainda um tesouro em Pérgamo, num caste ­
lo no topo de um a colina cónica n a Frigia, perto do
rio C aicus, cu ja g u a rd a havia confiado a um tal
Filatero, que a princípio lhe foi fiel, m as por fim se
revoltou contra ele, no últim o ano de seu reinado,
pois Lisímaco, instigado por su a esposa Arsinoé, co­
m eçou assa ssin a n d o seu próprio filho Agatocles e
depois diversos outros que o choravam . A viúva de
Agatocles fugiu com os filhos e alguns amigos, e pe­
diu a Selêuco que guerreasse a Lisímaco. D iante d is­
so, Filatero, que era acusado de ter sido o assassin o
de Agatocles, pela própria Arsinoé, pôs-se em arm as
ao lado de Selêuco.
Nessa ocasião, Selêuco deu batalha a Lisímaco na
Frigia; este m orreu na batalha e Selêuco tomou o seu
reino no ano 465 de N abonassar (283 a.C.).
Assim o império dos gregos, que inicialmente se ha­
via dividido em quatro, reduziu-se novamente a dois rei­
nos notáveis os quais são chamados por Daniel de os
reinos do Sul e do Norte. Então Ptolomeu reinava sobre o
Egito, a Líbia, a Etiópia, a Arábia, a Fenícia, a Celesíria e
Chipre; e Selêuco, tendo unido três dos quatro reinos,
tinha um domínio pouco inferior ao do império persa,
conquistado por Alexandre Magno... 13
6
Os Reinos
do Norte e do Sul

C om a re pe ntina m orte d e A lexandre , s eus


d om ínios s e d iv id iram prim e iram e nte e m quatro
reinos que, p o r s ua vez, s e red uziram a dois.
s versos 6 a 20 do capítulo 11 de Daniel,
tra ta m d as lu ta s entre os Selêucidas, reis
do Norte, e os Ptolom eus, reis do Sul. O
fato de Daniel, m ais de trê s séculos an tes, haver d escri­
to, com ta n ta s m inúcias, a história desses reinos, só pode
ser explicado à luz da Palavra de Deus, que afirm a: “Pois
a profecia n u n c a foi produzida por vontade dos hom ens,
m as os hom ens sa n to s d a p arte de D eus falaram movi­
dos pelo E spírito S an to ” (2 Pedro 1:21).
Eis o texto bíblico:
Mas ao cabo de alguns anos, eles se aliarão; a filha
do rei do Sul virá ao rei do Norte para fazer um tratado.
Ela, porém, não conservará a força de seu braço, nem ele
persistirá, nem o seu braço, porque ela será entregue, e
os que a tiverem trazido, e seu pai, e o que a fortalecia
naqueles tempos.
Mas do renovo das suas raízes um se levantará em
seu lugar, e virá com o exército, e entrará nas fortalezas
do rei do Norte, e agirá contra elas, e prevalecerá. Tam­
bém os seus deuses com a multidão das suas imagens
de fundição, com os seus objetos preciosos de prata e
ouro, levará cativos para o Egito. Por alguns anos ele
persistirá contra o rei do Norte.
Então o rei do reino do Norte invadirá o reino do rei
do Sul, mas voltará para a sua terra. Os seus filhos in­
tervirão e reunirão um grande exército, que virá apres­
sa d am e n te , a rr a s a r á tu d o como u m a in u n d a ç ã o
irresistível, e levará a guerra até a sua fortaleza.
72 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

Então o rei do Sul se irritará, e sairá, e pelejará con­


tra ele, contra o rei do Norte, que porá em campo um
grande exército, mas o seu exército será entregue nas
mãos daquele. Quando o seu exército for levado, o rei do
Sul se encherá de orgulho, e derrubará miríades, mas
não prevalecerá. Porque o rei do Norte voltará, e porá em
campo um exército maior do que o primeiro, e ao cabo de
tempos, isto é, de anos, virá à pressa com grande exérci­
to e abundantes provisões.
Naqueles tempos muitos se levantarão contra o rei
do Sul. Os violentos dentre o teu povo se levantarão, em
cumprimento da visão, m as eles cairão. O rei do Norte
virá, e lev an tará b a lu a rte s, e to m ará u m a cidade
fortificada. As forças do Sul não poderão subsistir, nem
o seu povo escolhido, pois não haverá força que possa
subsistir. O que há de vir contra ele fará segundo a sua
vontade; ninguém poderá resistir diante dele. Estará na
terra gloriosa, e terá o poder de destruí-la. Firmará o
propósito de vir com a força de todo o seu reino, e fará
um a aliança com o rei do Sul. E lhe dará um a jovem em
casamento a fim de destruir o reino, mas seus planos
não vingarão, nem serão para su a vantagem.
Depois virará o seu rosto para as ilhas, e tomará mui­
tas, mas um príncipe fará cessar o seu opróbrio contra
ele, e ainda fará recair sobre ele o seu opróbrio. Virará
então o seu rosto para as fortalezas da sua própria terra,
mas tropeçará, e cairá, e não será achado. Em seu lugar
se levantará quem fará passar um exator de tributo pela
glória do reino, mas em poucos dias será destruído, e
isto sem ira e sem batalha.

C UM P R IM E N T O F IE L D A P R O F E C IA

Os 15 versícu lo s citad o s ab ran g em u m período de


a p ro x im ad am en te u m século, com eçando p o r volta de
250 a.C. O com entário seg u in te, de McNair, refere-se a
esse texto, c u ja le itu ra su g erim o s ao leitor, a fim de m e­
lhor co m p reen d er o seu cu m p rim en to histórico:
O s R e in o s d o N o r te e d o S u l 73

Os dois que fazem aliança são os reis do Norte (a


divisão Síria do império grego) e do Sul (Egito).
E sta aliança só foi efetuada pelo casam ento da
filha do rei do Sul, a princesa egípcia Berenice, filha
de Ptolomeu II a Antíoco Theos, o rei do Norte. A com­
binação foi que Antíoco teria de divorciar-se de su a
esposa e fazer de um dos filhos de Berenice o herdei­
ro do reino. Este convénio acabou num d esastre.
Quando Ptolomeu m orreu, Antíoco Theos, em 247 a.C.,
cham ou su a esposa anterior. Berenice e seu filho fo­
ram en v en en ad o s, e o filho da p rim e ira esp o sa,
Gallinicus, foi posto no trono como Selêuco II. “Mas
ao cabo de alguns anos, eles se aliarão; a filha do rei
do Sul virá ao rei do Norte p ara fazer um tratado. Ela,
porém, não conservará a força de seu braço, nem ele
persistirá, nem o seu braço, porque ela será en tre­
gue, e os que a tiverem trazido, e seu pai, e o que a
fortalecia naqueles tem pos” (Daniel 11:6).
Ptolomeu III Euergetes (246-221 a.C.), irmão de
Berenice, que sucedeu a seu pai Ptolomeu II, invadiu o
território da Síria até a Ásia Menor e por algum tempo
ocupou a própria Antioquia, reacendendo, assim , a
guerra entre os dois reinos. Como vingança pelo a s­
sassin ato de su a irmã, m atou a esposa de Antíoco
Theos. Diz a Bíblia: “Mas do renovo das suas raízes
um se levantará em seu lugar, e virá com o exército, e
entrará nas fortalezas do rei do Norte, e agirá contra
elas, e prevalecerá” (Daniel 11:7).
Cumprindo tudo o que estava profetizado a seu res­
peito, Ptolomeu III Euergetes voltou ao Egito levando qua­
tro mil talentos de ouro, 40 mil talentos de prata e dois
mil e quinhentos ídolos e vasos sagrados, dos quais mui­
tos tinham sido arrebatados à Pérsia por Bambises. No
ano 240 a.C., Selêuco Calicino invadiu o Egito e voltou
derrotado. Sua frota pereceu num a terrível tempestade.
Os filhos de Selêuco Calicino, Selêuco III (226-223
a.C. e Antíoco, o Grande (223-187 a.C.) guerrearam con­
tra o Egito. O primeiro atacou, sem sucesso, as provínci-
74 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

as) egípcias na Ásia Menor; o segundo, também conheci­


do por Antíoco III, invadiu o Egito sem m uita oposição da
parte de Ptolomeu Filopáter. Em 218 a.C., num a outra
investida contra o Egito, Antíoco tomou a fortaleza de
Gaza. Eis a profecia bíblica respeito desses fatos:
Também os seus deuses com a m ultidão das suas
imagens de fundição, com os seus objetos preciosos de
prata e ouro, levará cativos para o Egito. Por alguns
anos ele persistirá contra o rei do Norte. Então o rei do
reino do Norte invadirá o reino do rei do Sul, m as vol­
tará para a sua terra. Os seus filhos intervirão e reuni­
rão um grande exército, que virá apressadam ente, a r ­
rasará tudo como um a inundação irresistível, e levará
a guerra até a su a fortaleza (w. 8-10).

JUDÁ E A S GUER R AS GR EGAS

No a n o s e g u in te à q u e d a de G aza, P to lo m e u ,
Filopáter, g raç as a u m poderoso exército, vence Antíoco,
o G rande, n a b a ta lh a de Ráfia, a su d o e ste de G aza, e
sacrifica em J e ru s a lé m . Pelo fato de h av er sido im p e­
dido de e n tr a r no lu g a r sa n tíssim o do tem plo, te n ta
d e s tru ir os ju d e u s de A lexandria. C erca de 14 an o s
m ais ta rd e , A ntíoco, o G ran d e, te n ta m ais u m a vez
d e rro ta r o Egito, porém falha.
Então o rei do Sul se irritará, e sairá, e pelejará contra
ele, contra o rei do Norte, que porá em campo um grande
exército, mas o seu exército será entregue nas mãos daquele.
Quando o seu exército for levado, o rei do Sul se encherá de
orgulho, e derrubará miríades, mas não prevalecerá. Porque
o rei do Norte voltará, e porá em campo um exército maior do
que o primeiro, e ao cabo de tempos, isto é, de anos, virá à
pressa com grande exército e abundantes provisões.
Naqueles tempos muitos se levantarão contra o rei
do Sul. Os violentos dentre o teu povo se levantarão, em
cumprimento da visão, mas eles cairão (w. 11-14).
O s R e in o s d o N o r te e d o S u l 75

T anto a Síria como o Egito, por am bicionarem cad a


um deles se r a verd ad eira co n tin u ação do im pério de
A lexandre, c o n tin u a ra m g u e rre an d o -se m u tu a m e n te .
J u d á , por e sta r e n tre os dois reinos, foi alvo p erm an en te
d as d isp u ta s dos gregos, que desejavam im por s u a cu l­
tu ra e filosofia tam bém aos ju d e u s.
Antíoco, o G rande, por trazer opróbrio sobre os ro ­
m anos pelas s u a s ações, foi derrotado p o r estes n a b a ta ­
lha de M agnésia, em 190 a.C., sob o com ando do cônsul
Lúcio Cornélio Cipião. De regresso à s u a terra, Antíoco
ten to u ro u b a r o tem plo de Belus, em Elim aís, e teve u m
fim triste. “Depois v irará o seu rosto p a ra a s ilhas, e to ­
m ará m u itas, m as u m príncipe fará c essar o seu opró­
brio co n tra ele, e a in d a fará recair sobre ele o seu opró­
brio. V irará então o seu rosto p a ra a s fortalezas d a s u a
própria terra, m as tropeçará, e cairá, e n ão se rá ach ad o ”
(w. 18-19).
D aniel fala ain d a de Selêuco Filopáter (187-175 a.C.),
m orto “Não em ira nem em b a ta lh a ”, pois foi envenenado
por seu cobrador de im postos de nom e Heliodoro, depois
de m andá-lo d ep red ar o tem plo em Jeru salém .
Comentando o verso 14, onde se afirm a que m uitos se
levantariam para cum prir a profecia, diz a nota de rodapé
da Bíblia Vida Nova: “Até a época destas guerras, o livro de
Daniel seria bastante conhecido pelos ju d eu s que quiseram
apressar ‘o tempo do fim’ (quando n a verdade, o Filho de
Deus é que faria cessar a injustiça h u m an a p ara prevalecer
a justiça eterna). Por isso, estes últimos apressaram -se em
tom ar arm as contra Antíoco, o Grande, a fim de obterem
independência absoluta p ara Israel, que passaria a ser um a
teocracia m essiânica, segundo su a s esperanças”.

O R EI FER OZ DE CAR A

E m bora a P alestin a só viesse a to rn a r-s e p rovín­


cia ro m a n a no ano 63 a.C ., a su p re m a c ia do povo latino
7 6 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

teve início em Pidna, no d ia 22 de ju n h o de 168 a.C.


E n tre e sta e a q u ela d ata, a J u d é ia p a sso u p o r m u ita s
v ic iss itu d e s, d e s ta c a n d o -s e a o p re ssã o so b A ntíoco
Epifânio. E sse rei, depois de p a s s a r 15 a n o s como re ­
fém em Roma, governou a Síria de 175 a 164 a.C. S u a
cru eld ad e e in to lerân cia religiosa fizeram dele u m tipo
do fu tu ro an ticristo . O relato bíblico que tr a ta d esse rei
e stá n o s c ap ítu lo s 8 e 11. Vejam os D aniel 8:23-25:
Mas, no fim do seu reinado, quando os transgressores
encherem a medida do seu pecado, levantar-se-á um rei,
feroz de semblante e entendido em enigmas. Grande será
a sua força, mas não de si mesmo. Ele destruirá terrivel­
mente, e prosperará, e fará o que lhe aprouver; destruirá
os poderosos e o povo santo. Pelo seu entendimento tam ­
bém fará prosperar o engano, no seu coração se engran­
decerá, e destruirá a muitos que vivem em segurança;
ele se levantará contra o Príncipe dos príncipes, mas sem
esforço de mãos hum anas será quebrado.

No capítulo 1 1 o m esm o Antíoco Epifânio é assim des­


crito (v. 21). Realmente, esse “hom em vil” não tin h a quais­
quer direitos à dignidade real, por ser filho m enor de Antíoco,
o Grande, m as obteve a coroa u sando de lisonjas.
É viva, no prim eiro capítulo apócrifo dos M acabeus,
a descrição que se faz dos m ales ocasionados n a Ju d é ia
pelos ju d e u s infiéis, do saq u e de Je ru sa lé m e d a in tro ­
dução do culto pagão em to d a a Palestina:
O seu santuário ficou desolado como um ermo, os
seus dias de festa se m udaram em pranto, os seus sába­
dos em opróbrio, as suas honras em nada. À proporção
da sua glória se multiplicou a sua ignomínia: E a sua
alta elevação foi m udada em luto... E o rei [Antíoco
Epifânio] dirigiu cartas suas, por mãos de mensageiros,
a Jerusalém , e a todas as cidades de Judá: Mandando-
lhes que seguissem as leis das nações da terra. E proi­
O s R e in o s d o N o r te e d o S u l 77

bissem que no Templo de Deus se fizessem holocaustos,


sacrifícios, e oferta em expiação de pecado. E proibissem
que se celebrasse o sábado, e os dias solenes. E mandou
que se profanassem os lugares santos, e o santo povo de
Israel. Outrossim, mandou que se edificassem altares, e
templos, e que se levantassem ídolos, e sacrificassem
carne de porco, e reses imundas... (11:41,42,46-50 —
versão clássica de Figueiredo).
O s r e g is tro s h is tó ric o s c o n firm a m a s s o m b ria s
c a r a c te r ís tic a s de A ntíoco E p ifân io . Ele foi c o n s id e ­
ra d o u m lo u co s a n g u in á rio p elo s h is to ria d o re s g re ­
gos e u m fo m e n ta d o r de in trig a s e n tre o s e u re in o e
o do E gito. S u a v id a em re la ç ã o ao ju d a ís m o foi u m a
b la sfé m ia c o n tra o p ró p rio D e u s (le v a n ta r-s e -á c o n ­
tr a o P rín c ip e d o s p rín c ip e s) e s u a m o rte p o r d e s g o s ­
to, em ra z ã o do fra c a s s o c o n tra os ro m a n o s , m o s tra
q u e ele foi “q u e b ra d o se m esfo rço de m ã o s h u m a ­
n a s ”.

A S DUAS PONT AS PEQUENAS

C onvém s a lie n ta r q u e o c a p ítu lo 7 de D an iel t r a ­


ta de to d o s os re in o s d o s g e n tio s, e n q u a n to o oitavo
se o c u p a a p e n a s do se g u n d o e te rc e iro , ou se ja, do
M ed o -P ersa e do G rego. N ote q u e a “p o n ta m u i p e ­
q u e n a q u e c re s c e u m u ito p a ra o m eio -d ia , e p a r a o
o rie n te , e p a r a a t e r r a fo rm o sa (Ju d á ), e se e n g ra n ­
d e c e u a té o ex ército do c é u ” (w . 9-1 0 ), n ã o s a iu do
q u a rto re in o (Roma) m a s de u m a d a s p o n ta s do t e r ­
ceiro (G récia). P o rta n to , e s s a p o n ta n ã o é a m e sm a
do c a p ítu lo 7.
Scofield e o u tro s e stu d io so s do a s s u n to en ten d em
que a p o n ta p e q u en a do cap ítu lo 8 é Antíoco Epifânio,
oitavo governador d a c a sa dos selêu cid as, que rein o u
de 175 a 164 a.C. In to leran te em religião, in te n to u des-
7 8 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

tru ir a religião dos ju d e u s p ela força. O rdenou que os


ju d e u s d e m o n stra sse m p u b licam en te seu rep ú d io à re ­
ligião de se u s pais, violando a s leis e a s p rá tic a s ligadas
a ela: que p ro fan a ssem o sáb ad o , a s festividades e o
sa n tu á rio , co n stru in d o a lta re s e tem plos ao s ídolos p a ­
gãos; que sacrificassem c arn e de porco n o s a lta re s do
tem plo e n ão c irc u n cid asse m se u s filhos. O ju d e u que
desobedecesse à p alav ra do rei seria m orto.
A p ressão de Antíoco sobre os ju d e u s, cad a vez m ais
cruel, culm inou no décim o-quinto dia do m ês de quisleu
(dezembro), do ano 168 a.C., qu an d o u m a gigantesca
e stá tu a de Z eus Olímpio foi colocada a trá s do a lta r de
sacrifício, e os pátios do tem plo tran sfo rm ad o s em luga­
res de lúbricos b acan ais.
Os que se re c u sa ra m a obedecer aos d ecreto s reais
fugiram ou m orreram . M ilhares foram sacrificados, e
n e s s a c o n ju n tu ra irrom peu a revolta dos m ac ab e u s, re ­
p leta de a to s heróicos e de sacrifícios auto-im oladores.
Os ato s de b ra v u ra dos m a c a b e u s a c a b a ra m por v e n ­
cer, no final de 165 a.C., definitivam ente, a s bem eq u i­
p a d a s e esp len d id am en te tre in a d a s tro p a s selêucidas.
Antíoco, logo ao receb er a n o tícia de que se u s exércitos
haviam sido irrem ediavelm ente b atid o s, m o rreu de d e s­
gosto en tre E lim aís e B abilónia.
No vigésim o-quinto dia de quisleu, de 165 a.C., Ju d a s,
o M acabeu, depois de purificar o templo, reconsagrou-o
acendendo as lâm padas do candelabro sagrado, oferece
incenso no a ltar de ouro, levando oferendas ao a ltar dos
sacrifícios e decretando que todos os anos o evento fosse
com em orado, n ascen d o a ssim a Chanukah, “F e sta da
Dedicação” (João 10:22).
Roma,
Férrea

O império R om ano, com s uas fé rre a s garras ,


s ub jugou todo o m und o A ntigo, crucificou o
M es s ias e des truiu Je rus alé m e o Templo.
os capítulos anteriores, analisam os os três
prim eiros im périos m undiais: Babilónico
(612-539 a.C.), M edo-Persa (539-331 a.C.)
e Grego (331-168 a.C.).
O q u arto reino, rep resen tad o pelo anim al terrível e
espantoso e pelas p e rn a s de ferro e p és em p arte de ferro
e em p a rte de b arro, é o rom ano, no qual se tem cum pri­
do a profecia bíblica até m esm o n o s m ínim os detalhes.
Diz a Bíblia:
Depois disto, continuei olhando nas visões da noite,
e vi o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o
qual tinha dentes grandes de ferro; ele devorava e fazia
em pedaços, e pisava aos pés o que sobrava. Era diferen­
te de todos os animais que apareceram antes dele, e ti­
nha dez chifres (Daniel 7:7).

O A N IM A L T E R R ÍV E L E ESPA NT O SO

Então tive desejo de conhecer a verdade a respeito


do quarto animal, que era diferente de todos os outros,
muito terrível, cujos dentes eram de ferro, e as unhas de
bronze — o animal que devorava, fazia em pedaços, e
pisava aos pés o que sobrava.
Também tive desejo de conhecer a verdade a respei­
to dos dez chifres que tinha na cabeça, e do outro que
subia, diante do qual caíram três, isto é, daquele chifre
que tinha olhos, e um a boca que falava com vanglória, e
parecia ser mais robusto do que os seus companheiros.
8 2 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

E u o lh a v a , e v i q u e e s t e c h ifr e fa z ia g u e r r a c o n tr a o s s a n ­
to s , e o s v e n c ia , a té q u e v e io o A n c iã o d e D ia s , e fo i d a d o
o ju íz o a o s s a n t o s d o A ltís s im o , e c h e g o u o te m p o e m q u e
o s s a n t o s p o s s u ír a m o r ein o .
D is s e - m e ele: O q u a r to a n im a l s e r á o q u a r to r e in o
n a te rr a , o q u a l s e r á d ife r e n te d e to d o s o s r e in o s e d e v o ­
r a r á t o d a a ter r a , e a p is a r á a o s p é s , e a fa r á e m p e d a ­
ç o s . Q u a n t o a o s d e z c h if r e s , d a q u e le m e s m o r e in o s e
le v a n t a r ã o d e z r e is . D e p o is d e le s s e le v a n t a r á o u tr o , o
q u a l s e r á d ife r e n te d o s p r im e ir o s , e a b a t e r á a t r ê s r e is
(D a n ie l 7 : 1 9 - 2 4 ) .

Que este q u arto anim al corresponde à q u a rta divi­


são da e s tá tu a de N abucodonosor não h á dúvida. Além
d a explicação d a d a pelo anjo a Daniel, os d en tes d esta
fera, de ferro, correspondem a u m dos elem entos d a e s­
tá tu a . Por o utro lado, a existência do cobre (cujas u n h a s
eram de cobre) revela que o q u arto reino conservaria ca­
racterísticas do reino anterior, dos gregos.
Realmente, o m undo rom ano experim entava a influ­
ência d as letras e da filosofia gregas. O império m undial
dos gregos, que teve domínio “sobre toda a te rra ”, (Daniel
2:39), fez com que s u a c u ltu ra prevalecesse m esm o d u ­
ran te a su p rem acia dos césares, levando m uitos a deno­
m in ar o últim o grande império m undial de Greco-Roma-
no. Se os latinos governavam pela força d as s u a s arm as,
os gregos o faziam pelo poder de s u a s letras.

C O M O R O M A C O N Q UIST O U O M UN D O

A sujeição dos gregos ao im pério Rom ano c u sto u a


vida de m ilh ares de soldados em m u ita s e sa n g ren ta s
b a ta lh a s. Os h isto riad o res A ndré A ym ard e Je a n n in e
A uboyer afirm am que é b a sta n te n a tu ra l que Roma,
C o m e ç a n d o c o m m u it o p o u c o , t e n d o d e lu t a r c o n ­
tr a c i d a d e s a n á lo g a s a e la e c o n t r a o s c o r á c e o s m o n t a ­
R o m a , a P o tê n c ia F é r r e a 83

nheses dos Apeninos centrais, detida, às vezes, em seus


progressos, por invasões gaulesas no início do século
IV a.C., só consiga após longas peripécias a subm is­
são da região à qual, até César, se reservava a denomi­
nação de Itália, isto é, a Itália peninsular dos geógrafos.
E sta subm issão, entretanto, só é obtida com a to­
m ada de Tarento, em 272 a.C e da últim a cidade
etrusca, em 265-264 a.C., n as vésperas da passagem
p ara a Sicília, em 264: quase dois séculos e meio para
a conquista da península, quando bastaram vinte e
um an o s a Felipe p a ra e sta b e le c e r a hegem onia
macedônica sobre a Grécia balcânica!
Se a expansão extra-italiana, aliás, já não se arras­
ta, a seguir, de forma tão lenta, amiúde só consegue
realizar certas anexações depois de atrasos imprevis­
tos. As guerras púnicas representam , n a longa série de
guerras ultramarinas, notáveis exceções, porque se com­
pensam imediatamente com aquisições territoriais: a pri­
meira, com a da Sicília; a segunda, com a da Espanha;
a terceira, com a da região de Cartago. Mas os empre­
endimentos no Oriente helenístico custam a dar seus
frutos. Roma já intervém na Grécia em 212 a.C., derro­
ta nitidamente o exército macedônio em 197 a.C., es-
maga-o definitivamente em 168 e, no entanto, só em
148 a.C. estabelece como província a Macedonia.
É suficiente m encionar, sem m ultiplicar os exem­
plos, o caso singular do Egito: a proteção de Roma
sobre ele encontra-se praticam ente estabelecida, pelo
m enos desde 168 a.C. e, embora cada vez mais p esa­
da, exigindo várias intervenções de tropas rom anas
n as questões in tern as do país, este protetorado não
impede a m onarquia lágida de conservar a su a inde­
p e n d ê n c ia teó rica e m esm o p rá tic a , às vezes —
Cleópatra serve-se de António, pelo m enos tanto q u an ­
to ela o serve — até 30 a.C .14
O ano 168 a.C. m arco u o início d a su p rem acia ro ­
m an a n o s três co n tin en tes — E uropa, Ásia e África —
8 4 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

resu lta n d o n a posse d as trê s divisões re s ta n te s do vasto


im pério de Alexandre.
A lguns an o s a n te s d e ssa d ata, porém , os ro m an o s
j á haviam liquidado com o reino dos S elêucidas, como
reg istro u G. O ncken:
Caio Pompílio Lena ordenou depois, no Egito, que
Antíoco IV, Epifanes, da Síria, evacuasse o país. O rei
disse que ia refletir no caso; então Pompílio com seu bas­
tão traçou na areia um círculo ao redor do selêucida,
pronunciando estas palavras: Antes que saias deste cír­
culo hás de dar-me a resposta que pede o Senado: que­
res ser amigo ou inimigo dos romanos?
Confuso em extremo, ainda sem fazer resistência al­
guma, o sucessor do grande rei de Antioquia respondeu:
“Farei o que o Senado pede". Então o rústico diplomata
romano estendeu pela primeira vez a mão a Antíoco e o
saudou como amigo e aliado do povo romano.
Sacudindo de sobre si o peso esmagador da paz ro­
m ana imposta sobre seus antecessores, Perseu ataca os
romanos e os vence num a batalha, em 171 a.C., em
Galicinos. Esta terceira guerra teve como causa a morte
do rei de Pérgamo quando viajava pela Grécia.
Na segunda batalha, ao meio-dia de 22 de julho de
168, próximo à fortaleza de Pidna, os romanos, sob o
comando de Lúcio Emílio, fogem a princípio com gran­
des perdas, ante a pressão do exército de Perseu. Po­
rém, um a feliz m anobra de Lúcio Emílio m udou a so r­
te da luta. Fogem agora os macedônios com Perseu pre­
cipitadamente, perseguidos pelos romanos. Ficaram no
campo 20.000 macedônios mortos e 11.000 prisionei­
ros, sendo saqueada a cidade de Pidna. Todos os ofici­
ais de Perseu se entregaram aos romanos. Perseu, já
até mesmo sem apoio pessoal do continente, refugiou-
se na ilha de Samotrácia. Grécia e Macedonia sofre­
ram trem endos m assacres da parte dos vitoriosos ro­
m anos.15
R o m a , a P o tê n c ia F é r r e a 85

C UM P R IN D O A S E S C R IT UR A S

Os rom anos cum priram cabalm ente tudo o que deles


se ach a escrito n a s profecias. As terríveis g arras ro m an as
su b ju g aram o m undo inteiro. Som ente n a Gália, as b a ta ­
lhas de Jú lio C ésar conquistaram 800 populações, s u b ­
m eteram 300 povos, m ataram cerca de u m m ilhão de h o ­
m ens e reduziram outro tan to à m ais cruel escravidão.
Roma, afirm am os historiadores, chegou a ter d u a s
vezes m ais escravos que cidadãos livres. Através de p e­
sados trib u to s, ela devorava o trigo do m u n d o e despe­
daçava m ilhares de prisioneiros em san g ren to s com ba­
tes u n s co n tra os o u tro s ou co n tra esfom eadas feras. Na
in au g u ração do g rande coliseu — o m aior daqueles tem ­
pos, com capacidade p a ra cem mil espectadores - o im ­
perador Tito sacrificou cinco mil anim ais. T rajano, p a ra
com em orar u m a vitória, m ato u onze mil anim ais em v á­
rios d ias festivos.
Q u an to aos com bates en tre os gladiadores - e sc ra ­
vos ou crim inosos condenados à m orte — afirm a-se que
o n ú m ero de vítim as oscilava en tre vinte e trin ta mil al­
m as por mês!!! Os cidadãos rom anos, incluindo o im pe­
rad o r e toda a s u a corte, divertiam -se assistin d o a v e r­
d ad eiras b atalhas!
É opinião geral que Rom a su p ero u em atrocidade a
todos os m ais perversos co n q u istad o res do p assad o . São
incontáveis os m assa cres e as ch acin as que ela realizou
em todo o seu vasto im pério. César, p a ra coroar s u a s
vitórias, trucidou dois m ilhões de hom ens. Os im pera­
dores ro m anos não pareciam h u m an o s, de tão im placá­
veis, im piedosos, cruéis e desalm ados que eram .
O s im p e r a d o r e s r o m a n o s , e m s u a to ta lid a d e , c o m
r a r ís s im a s e x c e ç õ e s , e r a m m a is fe r a s d o q u e h u m a n o s
in d iv íd u o s . O m u n d o fo i d e v e r a s e s m a g a d o p o r e le s . O s
m a s s a c r e s n a G r é c ia e n a M a c e d o n ia , e e m o u tr a s r e g i­
8 6 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

ões sem conta, foram inomináveis e comprovaram a per­


versidade daqueles Césares e seus exércitos. Torrentes
de sangue inundaram o império.
A igreja cristã, desde o m onstro Nero ao cruel
Deocleciano, foi perseguida, pisada, torturada, dizima­
da, chacinada. Milhões de seus membros pagaram com
a vida e o sangue a sua lealdade ao céu. Suas proprieda­
des foram confiscadas e seus templos arrasados.16
O h isto ria d o r n ã o -c re n te , E dw ard G ibbon, em D e­
cadência e Q ueda do Império Romano, escreveu: “As
a rm a s d a R ep ú b lica que d o m in a ram n a b a ta lh a e se m ­
p re foram v ito rio sa s n a g u e rra , a v a n ç a ra m com p a s ­
so s rá p id o s p a ra o E u fra tes, o D anúbio, o Reno e o
oceano; e a s im ag en s de ouro, de p ra ta , ou bronze,
que deviam serv ir p a ra re p re s e n ta r a s n a ç õ e s e se u s
reis, foram , su c essiv am e n te , q u e b ra d a s p ela m o n a r­
q u ia de ferro de R om a”.
Moisés, certam ente, ap o n tav a p a ra o im pério ro m a­
no qu an d o an u n cio u o castigo por desobediência:
Nação feroz de rosto, que não terá respeito pelo ve­
lho, nem compaixão do moço. Ela devorará as crias dos
teus animais e o fruto do teu solo, até que sejas destruído.
Não te deixará trigo, nem vinho, nem azeite, nem as cri­
as das tuas vacas e das tuas ovelhas, até que te tenha
consumido. Ela te sitiará em todas as tuas cidades, até
que venham a cair, em toda a tu a terra, os altos e fortes
muros, em que confiavas. Ela te sitiará em todas as tuas
cidades, em toda a terra que o Senhor teu Deus te deu.
Comerás o fruto do teu ventre, a carne de teus filhos
e filhas, que o Senhor teu Deus te houver dado, por cau­
sa do cerco e da angústia com que os teus inimigos te
apertarão (Deuteronômio 28:50-53).
Em n e n h u m a o u tra ocasião, senão debaixo do dom í­
nio rom ano, as p alav ras de Moisés tiveram tão perfeito e
com pleto cum prim ento!
R o m a , a P o tê n c ia F é r r e a 87

C oncluindo este capítulo, saliento que a s visões p ro ­


féticas de D aniel vão m uito além dos d ias em que Roma
crucificou Cristo ou d e stru iu Jeru salém . E las avançam
através dos séculos, incluem a época a tu a l e co n tin u am
cm direção ao futuro, qu an d o “o D eus do céu lev an tará
um reino que não se rá jam ais d estru íd o ”.
Portanto, a e stá tu a profética de D aniel 2 c o n tin u a de
pé, e os q u atro an im ais de D aniel sete a in d a co ntinuam
bem vivos e ativos, u m a vez que os tem pos dos gentios
ainda não findaram . Findarão, por fim, no Milénio, q u a n ­
do o Rei J e s u s estabelecer o reino que “não p a ssa rá a
outro povo, m as esm iu çará e co n su m irá todos estes rei­
nos, e se rá estabelecido p a ra sem pre” (Daniel 2:44).
Se te nta s em anas es tão d e te rm inad as s ob re o teu
pov o, e s ob re a tua s anta cidade, p a ra e xtinguir a
trans gres s ão, e d a r fim aos pecad os , e pa ra
e xpiar a iniquidade, e traze r a ju s tiça eterna, e
s e lar a v is ão e a profecia, e p a ra ungir o Santo
dos Santos ( D anie l 9:24).
^ uando a Igreja de Cristo deixar esta Terra,
' por ocasião do arrebatam ento, o caos to-
^ — m ará conta deste m undo que, desde agora,
vai arru in ar-se m ais e mais, às voltas com revoluções, dro­
gas, subversão, violência, poluição e u m a infinidade de sei­
tas fanáticas, agressivas e alienantes. Os sinais no m undo
religioso, social, político e físico apontam p ara m uito breve
o fim da dispensação da Igreja e o início d a últim a sem ana
de anos p a ra Israel, dos 490 anos determ inados sobre os
judeus, de acordo com u m a das m ais interessantes profe­
cias bíblicas que é a das setenta sem anas.
As raízes d essa profecia estão em Je re m ia s 25:11-
12: “E to d a a te rra virá a se r u m deserto e u m espanto; e
e stas nações servirão ao rei de B abilónia se te n ta anos.
Acontecerá, porém , que, quando se cum prirem os se te n ­
ta anos, visitarei o rei de B abilónia e e sta nação, diz o
Senhor, castigando a s u a iniqúidade e a d a te rra dos
caldeus; farei deles u n s d eserto s p e rp é tu o s”.

A O R A ÇÃ O R E SP O N D ID A

Em Babilónia, Daniel a g u ard av a o cum prim ento d es­


sa p ro m essa divina; e foi orando em favor de Israel que
D eus lhe deu o u tra grande revelação:
Setenta semanas estão determ inadas sobre o teu
povo, e sobre a tua santa cidade, para extinguir a trans­
gressão, e dar fim aos pecados, e para expiar a iniqúida-
92 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

de, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e


para ungir o Santo dos Santos. Sabe, e entende: desde a
saída da ordem para restaurar e para edificar Jeru sa­
lém, até o Messias, o Príncipe, sete semanas, e sessenta
e duas semanas; as ruas e as tranqueiras se reedificarão,
mas em tempos angustiosos.
E depois das sessenta e duas semanas será tirado o
Messias, e não mais será; e o povo do príncipe que há de
vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com
um a inundação; e até o fim haverá guerra; estão deter­
m inadas assolações. E ele firmará um concerto com
muitos por um a semana; e na metade da sem ana fará
cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa
das abominações virá o assolador, e isso até a consuma­
ção; e o que está determinado será derramado sobre o
assolador (Daniel 9:24-27).
Q ue se tr a ta a q u i de se m a n a s de a n o s é óbvio,
u m a vez q u e, de o u tra fo rm a, o texto fica to ta lm e n te
fo ra de s e u c o n te x to e se to r n a in in telig ív el. Como
p o d e ria J e r u s a lé m s e r c o n s tru íd a e d e p o is d e r r u b a ­
d a em a p e n a s 4 9 0 d ia s ? S im p le sm e n te im p o ssív el.
D epois, o fin al d e sse perío d o é m a rc a d o p o r a c o n te c i­
m e n to s q u e a in d a n ão su c e d e ra m , d a í a n e c e ssid a d e
de se a d m itir u m longo in terv alo e n tre a 6 9 a e a 7 0 a
se m a n a .
C onvém s a lie n ta r a in d a q u e a p a la v ra u s a d a p o r
D aniel p a ra s e m a n a é shabua, q u e sig n ifica “s e te ”.
Os ju d e u s co n h ec ia m a s e m a n a a n u a l tã o b em como
a s e m a n a de d ias. E les tin h a m ta n to o s á b a d o se m a ­
n a l com o o a n u a l. No p rim eiro , o h o m em d e sc a n sa v a ;
no se g u n d o , a te r r a d e s c a n s a v a (Levítico 2 5 :1 -7 ). E,
fin a lm e n te , a c a d a s e te s e m a n a s de a n o s , o povo
is ra e lita tin h a o s e u an o de ju b ile u , no q u a l os e s c r a ­
vos e ra m lib e rto s, a s p o ss e s sõ e s r e s titu íd a s a s e u s
a n tig o s d o n o s e a t e r r a n o v a m e n te d e s c a n s a v a
(Levítico 25 :8 -2 5 ).
A O d is s e ia d a R a ç a J u d a ic a 93

O P R O P Ó SIT O D A P R O F E C IA

A extensão da profecia das setenta sem anas está clara


no versículo 24, onde Gabriel diz: “Setenta sem anas estão
determ inadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade
p ara extinguir a transgressão, e d a r fim aos pecados, e
para expiar a iniquidade, e trazer a ju stiça eterna, e selar a
visão e a profecia, e p ara un g ir o Santo dos Santos”.
A nalisem os esse texto p arte por parte:
“E xtin g u ir a trans gre s s ão” — a tran sg ressão de
Israel som ente se rá ex tin ta qu an d o a nação se converter
(Romanos 11:26).
“E xp ia r a in iqu id a d e ” — como a profecia relacio-
na-se exclusivam ente com os israelitas (veja as expres­
sões: teu povo, tua santa cidade etc), o texto não pode
aplicar-se à Igreja. Os efeitos d a obra expiatória de C ris­
to som ente alcan çarão Israel quando, como nação, con­
v erter-se no final d a se p tu ag ésim a sem ana.
“Tra z e r a ju s tiça e te rn a ” — esse fato ocorrerá so­
m ente q u an d o C risto estab e le ce r aqui n a T erra a ju s ti­
ça e te rn a , diferente d a ju s tiç a h u m a n a , que é tem p o rá ­
ria e ch eia de falhas. A inda vivemos no tem po em que
opera o “m istério d a in ju s tiç a ” (2 T essalo n icen ses 2:7,
10). E ste te rá fim p o r ocasião do estabelecim ento do
Milénio. J e s u s é o Rei q u e re in a rá com ju s tiç a (Isaías
32:1; Je re m ia s 33:15-16).
“S e la r a v is ão e a p ro fe cia ” — esta p assag em só
poderá se cu m p rir no m ilénio, quando não m ais ocorre­
rão visões ou profecias, pelo fato de Cristo h a b ita r no
meio do seu povo, e de to d a a te rra a c h a r-se cheia do
conhecim ento do S en h o r (Isaías 11:9).
“U n gir o S a n to dos S a n to s ” — refere-se à p u rifi­
cação do tem plo e d a c id a d e de J e ru s a lé m d a a b o m i­
n ação d e so lad o ra lev ad a a efeito pelo a n tic risto no fi­
n al d a g ran d e trib u la ç ã o . A lguns a ch a m q u e o tem plo
referido aq u i é o m esm o de Ezequiel 4 0 -4 3 e Z acarias
9 4 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

6 :1 2 ,1 3 . F in is J e n n in g s D ake afirm a q u e a e x p ressão


santo dos santos n u n c a é u s a d a p a ra p e sso a s e que
n u n c a os j u d e u s a a p lica riam ao se u M essias.

A D IV ISÃ O D A P R O F E C IA

As seten ta sem anas estão subdivididas em três perío­


dos distintos: sete sem anas (49 anos), sessen ta e d u as se­
m an as (434 anos) e u m a sem an a (sete anos). No primeiro
período, Jeru salém seria reedificada, porém em tem pos tra ­
balhosos, como n arram os livros de E sdras e Neemias. O
segundo período, de 434 anos, por su a vez, som ado aos 49
anteriores, avança até a m anifestação de Je su s, o Messias,
como o Rei bendito “que vem em nome do S enhor”.
Os m elhores com entadores bíblicos identificam essa
m anifestação de Cristo como sendo a s u a e n tra d a triu n ­
fal em Je ru sa lé m , ocorrida no últim o dom ingo a n te s da
s u a prisão e m orte.
A Bíblia m enciona q u atro decretos acerca do Templo
de Jeru salém :
Primeiramente o de Ciro, em 536 a.C., p ara a restau ra­
ção da C asa de Deus:
Porém, no primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para
que se cumprisse a palavra do Senhor pela boca de Jere­
mias), despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei da Pérsia,
o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como tam ­
bém por escrito, dizendo: Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O
Senhor, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra, e
me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém,
que está em Judá. Quem há entre vós, de todo o seu povo,
o Senhor seu Deus seja com ele, e suba (2 Crónicas 36:22-
23). Esse decreto está repetido em Esdras 1:1-3.
Em segundo lugar, o decreto de Dario, en tre os anos
de 521-486 a.C., que descreve com m ais d etalh es o de­
creto a n terio r de Ciro, e acrescenta:
A O d is s é ia d a R a ç a J u d a ic a 95

Agora, pois, Tatenai, governador de além do rio,


Setar-Bozenai, e os seus companheiros, os afarsaquitas,
que estais de além do rio, apartai-vos dali. Deixai-os na
obra desta casa de Deus; para que o governador dos ju ­
deus e os judeus edifiquem esta casa de Deus no seu
lugar. Também por mim se decreta o que haveis de fazer
com os anciãos dos judeus, para que edifiquem esta casa
de Deus, a saber: Que da fazenda do rei, dos tributos
dalém do rio, se pague prontamente a despesa a estes
homens, para que não sejam impedidos (Esdras 6:6-8).

Em terceiro lu g ar o decreto de A rtaxerxes, em seu


sétim o ano, provavelm ente 458 a.C., que não fala em
edificação:
Artaxerxes, rei dos reis, ao sacerdote Esdras, escriba
da lei do Deus do céu, paz perfeita etc. Por mim se decreta
que no meu reino todo aquele do povo de Israel, e dos
seus sacerdotes e levitas, que quiser ir contigo a Jeru sa­
lém, vá... E por mim mesmo, o rei Artaxerxes, se decreta a
todos os tesoureiros que estão dalém do rio que tudo quan­
to vos pedir o sacerdote Esdras, escriba da lei do Deus
dos céus, apressuradamente se faça... (Esdras 7:12,21).

Finalm ente, o decreto do m esm o Artaxerxes, no vigé­


simo ano do seu reinado, que, sem dúvida, m arca o início
d as prim eiras sete sem anas, ou seja, dos 49 anos. So­
m ente aqui se fazem referências claras à cidade de J e r u ­
salém. As m elhores cronologias colocam a d a ta desse ú l­
timo decreto no ano 445 a.C., u m a vez que Artaxerxes
ocupou o trono em 465 a.C., d ata indicada tam bém pela
Enciclopédia Britânica, pela Enciclopédia M irador In ter­
nacional e por obras, as m ais conceituadas. Eis o decreto:
Sucedeu, pois, no mês de Nisã, no ano vigésimo do rei
Artaxerxes... Disse mais (Neemias) ao rei: Se ao rei parece
bem, dêem-se-me cartas para os governadores dalém do
rio, para que me dêem passagem até que chegue a Judá;
9 6 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

como também um a carta para Asafe, guarda do jardim do


rei, para que me dê madeira para cobrir as portas do paço
da casa, e para o muro da cidade, e para a casa que eu
houver de entrar. E o rei mas deu, segundo a boa mão de
Deus sobre mim (Neemias 2:1,7).
A c o n ta r d e ssa d ata, som os levados ao tem po do Se­
n h o r J e s u s (quando se cu m p riram a s se ss e n ta e d u a s
sem anas), m ais p recisam ente, segundo a lg u n s autores,
ao dia em que Cristo foi recebido triu n falm en te em J e r u ­
salém , em cum prim ento a Z acarias 9:9: “Alegra-te m u i­
to, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Je ru sa lé m ; eis que o
te u rei virá a ti, ju s to e salvador, pobre, e m ontado sobre
u m ju m en to , sobre u m b u rrin h o , filho de ju m e n ta ”.

A ÚL T IM A SE M A N A

O verso 26, de Daniel 9, faz referência à crucificação de


Je su s e dá u m resum o de todas as calamidades que sobrevi­
riam a Israel nestes últimos quase dois mil anos: “E depois
das sessenta e duas sem anas será tirado o Messias, e não
será mais; e o povo do príncipe, que h á de vir, destruirá a
cidade e o santuário, e o seu fim será como u m a inundação;
e até o fim haverá guerra; estão determ inadas assolações”.
“Se rá tira d o o M es s ias ”, ap o n ta p a ra a crucifica­
ção, assim profetizada por Isaías: “Da opressão e do juízo
foi tirado; e quem c o n tará o tem po d a s u a vida? Por­
q u an to foi cortado d a te rra dos viventes: pela tra n sg re s­
são do m eu povo foi ele atingido” (Isaías 53:8).
“D e s tru irá a cidad e e o s a n tu á rio” fala d a qu ed a
de Je ru sa lé m , no ano 70 d.C., qu an d o ali n ão ficou p e­
d ra sobre p ed ra que não fosse d errib ad a (M ateus 24:2).
Flávio Josefo assim descreve o cum prim ento d e ssa
profecia:
Não tendo já o exército a quem matar, nem o que rou­
bar, porque a sua ira contra os judeus ainda não havia sido
A O d is s é ia d a R a ç a J u d a ic a 97

plenamente extravasada, pois, por mais que tivessem outra


coisa em que se ocupar deixaram de fazê-lo, mandou-lhes
Tito que acabassem de destruir a cidade e todo o templo
também, deixando somente aquelas torres que eram mais
altas que todas as outras; uma a de Faseio, e outra a de
Hípico e a terceira de Mariano, bem como a parte de muro
que cercava a cidade pela parte ocidental. Este, por servir de
forte aos que ali ficassem como guarnição; e as torres para
que mostrassem aos séculos futuros que cidade e quão
guarnecida e abastada de todos os recursos haviam os ro­
manos ganhado e sujeitado. Derribaram todo o outro muro
da cidade, e de tal maneira que aplainaram toda...
A imprudência e loucura dos revoltados dentre o povo e
dos que amavam inovar as coisas resultaram no fim e na
destruição de Jerusalém, cidade principal e de grande nome,
louvada e pregada entre todos os homens do mundo. A que­
da da capital dos judeus ocorreu, segundo o historiador ci­
tado, no dia 8 de setembro do segundo ano de Vespasiano, e
2177 anos após a sua fundação por Melquisedeque.17
“E até o Jim hav erá guerras ; es tão determinadas
as s olações ”. G uerras, perseguições infindáveis d u ran te
a Idade Média, e sob o com unism o, e sob o nazism o etc.,
e a quase com pleta assolação d a Palestina, tudo p a ra que
se cum prisse Amós 9:14: “E removerei o cativeiro do m eu
povo Israel, e reedificarão as cidades asso lad as”.
No referido intervalo, cum prem -se os m istérios do rei­
no dos céus, m ediante o surgim ento da Igreja: “Por que
não quero, irm ãos, que ignoreis este segredo (para que
não presu m ais de vós mesmos): que o endurecim ento veio
em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja
entrado. E assim todo o Israel será salvo, como está escri­
to: De Sião virá o Libertador, e desviará de Ja có a s impie-
dades (Romanos 11:25-26; M ateus 13:1-50; 16:18).
O verso 27 do capítulo 9 de Daniel, descreve os aco n ­
tecim entos d a sep tu ag ésim a sem ana: “E ele firmará um
concerto com muitos por uma semana”: O “ele” se refere
9 8 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

ao “príncipe que h á de vir”, do v. 26, e cujo povo — o


rom ano — d e stru iu o tem plo em 70 d.C. T rata-se da
m esm a personagem de D aniel 7:8,20,24, denom inado
“chifre p equeno” ou “p o n ta p e q u en a ”.
“E na m etade da s em ana fa rá ce s s ar o s a crifí­
cio e a ofe rta de m anjare s ”. O a n ticristo fará u m a
alian ç a com os ju d e u s p a ra a re sta u ra ç ã o dos sacrifíci­
os no tem plo por u m a se m a n a de an o s, m as no meio
d e ssa se m a n a ele ro m p erá a alian ça, d an d o c u m p ri­
m ento a D aniel 12:11 e 2 T essalo n icen ses 2:3-4. E ssa
ú ltim a p a ssa g em diz:
Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não
será assim sem que antes venha a apostasia, e se mani­
feste o homem do pecado, o filho da perdição; o qual se
opõe, e se levanta contra tudo o que se chama deus, ou
se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no tem­
plo de Deus, querendo parecer Deus.
“E sobre a asa das abominações virá o assolador, e
isso até a consumação; e o que está determinado será
derramado sobre o assolador”. Este texto indica a gran­
de tribulação (Mateus 24:15-28), o “tempo de angústia”
(Daniel 12:1), a “hora da tentação” (Apocalipse 3:10), etc..

E V E N T O S IM P O R T A N T E S
DO A N T IG O T EST A M E N T O

As d a ta s, em ordem decrescente, são to d as a n te s de


Cristo.

• 2 1 6 5 —N ascim ento de Abrão em Ur.


• 2 0 9 0 —Abrão, aos 75 anos, deixa H arã e peregrina
em C anaã. Início d a D ispensação d a Prom essa: D eus
prom ete aben ço ar as nações n a descendência de Abrão,
que é C risto (Génesis 22:17-18; G álatas 3:16).
A O d is s e ia d a R a ç a J u d a ic a 99

• 2 0 7 9 — D e u s c o n firm a a a lia n ç a com A brão e


m uda-lhe o nom e p a ra Abraão, que significa Pai de uma
multidão (Génesis 17:5).
• 1 8 7 5 — Ja c ó e n tra no Egito (Génesis 46:1-6). Fim
da D ispensação d a P rom essa e início do período de 430
an o s m encionado em G álatas 3:17.
•1 4 4 5 — Israel recebe a Lei no Sinai. Quinta dispensação,
que se estende até a Cruz (Êxodo 19:8; Mateus 27:35).
• 1 0 9 5 — Saul, o primeiro rei de Israel, inicia o período da
m onarquia, que durou 490 anos. Chave p ara o cativeiro
babilónico e para a profecia das setenta sem anas de anos.
• 1 0 5 5 — (ou 1020 n a cronologia revisada), Davi acla­
mado rei de Israel, em Hebrom. Aiiança Davídica, segundo a
qual a descendência de Davi reinaria para sempre em J e ru ­
salém. É nessa aliança que se baseia o reino glorioso de Cris­
to (Ezequiel 37:22-25). Desde o cativeiro babilónico, em 605
a.C., somente um rei da casa de Davi foi coroado em Je ru sa ­
lém, m as com um a coroa de espinhos. A este rei, que é Je su s
Cristo, o Pai dará o trono de Davi (Lucas 1:32-33; At 2:29-32;
15:14-17).
• 9 7 5 — Divisão do Reino de Israel en tre Reoboão
(Judá) e Jeroboão (Israel).
• 7 2 1 — Sargão co n q u ista o Reino de Israel, conheci­
do como Reino d as Dez Tribos, Reino de S am aria e C asa
de Efraim (2 Reis 17:4-6).
• 7 0 1 — Senaqueribe, com u m poderoso exército, in ­
vade J u d á , tom a aldeias e cidades e am eaça Jeru salém .
A oração de Ezequias, a resp o sta divina e a destruição
do exército assírio (2 Reis 19:14-19,35-37).
• 6 0 5 — Fim da m o n arq u ia in d ep en d en te de J u d á e
início do cativeiro de 70 an o s (Jerem ias 25:11-12). Por
100 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

n ão c u m p rir o m an d a m e n to de d a r d e sca n so à te rra


(Levítico 25:2-4), os ju d e u s foram levados p a ra B abilónia
e lá p erm an eceram (2 C rónicas 36:21).
• 5 3 9 — Fim d a su p re m ac ia babilónica e início do
reino M edo-Persa.
• 4 4 5 — A rtaxerxes, no vigésimo ano do seu reinado,
d á ordem p a ra a reco n stru ção de Je ru sa lé m . Início das
70 se m an a s de an o s (Daniel 9:23-27).
• 3 3 1 — B atalh a de Arbela, su p rem acia dos Gregos,
sob Alexandre, o G rande.
• 3 2 3 — Morte de Alexandre, aos 33 anos de idade.
• 3 0 1 — B atalh a de Ip su s e divisão do im pério grego
em q u atro p artes.
• 1 7 5 — Reina o cruel e intolerante Antíoco Epifânio,
c au sa d o r d a m orte de m ais de cem mil ju d e u s em J e r u ­
salém .
• 1 6 8 — B atalh a de P idna e início da su p rem acia ro ­
m a n a n o s três continentes: E uropa, Ásia e África.
• 8 4 — Prim eiro triu n v irato rom ano (César, Pom peu
e Craso).
• 4 4 — A ssassin ato de Jú lio C ésar por Bruto.
• 4 3 — Segundo triu n v irato (Marco António, Lépido e
Otávio).
•31 — G uerra civil en tre António e Otávio, vitória
deste n a b a ta lh a de Ácio. Otávio, com o nom e de Otávio
C ésar A ugusto (ou sim plesm ente C ésar Augusto), inicia
a época im perial do im pério Romano.
• 6 - 5 — J e s u s n a sc e em Belém de J u d á , q u an d o
H erodes, o G rande, rein a n a Ju d é ia e C ésar A ugusto é o
im perador rom ano (M ateus 2:1; Lucas 2:1).
0 Tem po d o Fim

Le v antar- s e - á nação contra nação, reino contra


reino, e hav erá fom e s , pe s te s e terremotos em
vários lugares. Todas es tas coisas, porém , s ão o
p rincípio das dores (M ateus 24:7-8).
1^ u a s razões m e fizeram h e sita r em inserir
/ este capítulo n este livro. A prim eira (j que
,_______ ^ o tem a é m uito sazonal; a segunda, é p o r­
que é difícil a gente n ão ficar u m pouco p essim ista se
olhar a p en a s o lado negativo dos tem pos em que vive­
mos. J e s u s , porém , d eseja que vejam os tan to o aspecto
negativo como o positivo. Os sin ais dos tem pos indicam
o breve retorno de C risto e o dia d a n o ssa redenção.
O início do tempo do fim pode ser claram ente estabele­
cido graças aos detalhes proféticos e aos registros históri­
cos. Ele veio ã luz por meio das dores de parto da Revolução
Francesa, n a transição do século dezoito p ara o dezenove. A
partir desse grande evento histórico, tem os a s guerras
napoleônicas, a expansão da democracia, a revolução in­
dustrial, as sociedades bíblicas, as m issões evangélicas
m undiais e o surgim ento de diversas seitas heréticas e de
movimentos anticristãos, como o darwinismo e o marxismo.

SIN A IS N O M UN D O F ÍSIC O

U m a im agem vale p o r mil palavras, diziam os a n ti­


gos, e por isso vou deixar que alguns gráficos falem por
si m esm os do au m en to a ssu s ta d o r d esses sinais, espe­
cialm ente no últim o sécu lo .18

E r u p ç õ e s v u lc â n ic a s .
E sses fenóm enos físicos vêm au m en tan d o muito n a s
ú ltim a s d é ca d as, p a s s a n d o de 21 g ra n d e s erupções
104 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

reg istrad as n a década de 1970, p a ra 36 n a década de


1980, e chegando a 55 n o s prim eiros cinco an o s d a dé­
cad a de 1990 (até 1994).
A lgum as d e ssa s erupções de grande porte c au sa ram
esp an to pelo fato de p artirem de vulcões “adorm ecidos”
h á d écad as ou séculos, que de repente e n tra ra m em ati-
vidade, como é o caso do m onte St. H elens, no E stado de
W ashington, EUA, que estav a inativo h á m ais de 175
an o s e acordou n a m a n h ã de 18 de m aio de 1980 como a
m aior eru p ção da h istó ria dos E stad o s Unidos.
Em 1982 foi a vez do vulcão mexicano El Chicón entrar
em erupção de modo tão intenso que envolveu todo o planeta
n u m a am pla cam ada de ácido sulfúrico e hidroclórico. Em
1983, o Kilauea, do Havaí, entrou em erupção e manteve-se
ativo durante vários anos. Em 1985, a erupção do Nevado del
Ruiz, n a Colômbia, m atou pelo menos 25 mil pessoas.
Depois de m ais de 600 anos de inatividade, o vulcão
Pinatubo, n a s Filipinas, acordou em ju n h o de 1991 e se
to rnou a seg u n d a m aior erupção vulcânica do século XX,
m atando cerca de 800 p esso as e lançando tan to m aterial
n a atm osfera que circundou o globo em três sem an as e
cobriu 42% do p lan eta dois m eses depois d a erupção.
O Pinatubo, segundo os cientistas, provocou m uitos dis­
túrbios n a atmosfera, ocasionando, entre outras calam ida­
des, o rigoroso inverno da Nova Zelândia em 1992, os vio­
lentos furacões daquele ano, como o Iniki e o Andrew (este
último destruiu 63 mil residências nos EUA e passou bem
próximo de m inha casa), bem como as chuvas torrenciais
que alagaram o meio-oeste dos Estados Unidos em 1993.
Alguns estudiosos afirm am que h á u m a correlação
en tre o deslocam ento dos pólos m agnéticos e a s explo­
sões solares com a frequência d as erupções vulcânicas.
E n tre 1850 a 1950, os pólos m agnéticos deslocaram -se
em m édia d u a s m ilhas por ano, ao p asso que a p a rtir de
1950 — qu an d o recru d esceu a atividade v u lcân ica — o
O T e m p o d o F im 105

pólo n o rte m agnético se deslocou m ais de 200 m ilhas,


com u m au m en to de 400% de declinação.
Como ocorre com os terrem otos, as erupções vulcâni­
cas tam bém têm u m índice que m ede a s u a intensidade.
( :ham a-se VEI: índice de Explosão Vulcânica. A tabela abai­
xo descreve as características dos oito estágios existentes:

V E I D E S C R IÇ Ã O A L T U R A D A F UM A Ç A F R E Q U Ê N C IA

0 Não-explosivo < 100 m diária


1 Suave 100 - 1000m diária
2 Explosivo 1 5 km sem anal
3 Severo 3 - 1 5 km anual
4 Cataclísmico 10 - 25 km um em 10 anos
5 Paroxísmico > 25 km um em 100 anos
6 Colossal > 25 km um em 100 anos
7 Super-colossal > 25 km um em 1.000 anos
8 Mega-colossal > 25 km um em 10.000 anos

De 1900 a 1991 foram reg istrad as cinco erupções


com VEI 5 e d u a s com VEI 6, u ltra p a ssa n d o de m uito as
expectativas de ocorrência do fenóm eno.

Te rre m otos

É a ssu s ta d o r o au m en to do n ú m ero e d a in ten sid ad e


dos terrem otos nos últim os anos, revelando que e s ta ­
m os vivendo n a época p red ita por J e s u s .
D u ran te o século XIX ocorreram 41 g ran d es terre ­
m otos, que m atara m pouco m ais de 350 mil p essoas. No
século XX, até m aio de 1997, já haviam ocorrido 96 g ra n ­
des terrem otos, que provocaram a m orte de m ais de dois
m ilhões e 150 mil p essoas.
E specialm ente no O riente Médio, que tem sido palco
de g ran d es cum prim entos proféticos, salien ta-se o a u ­
m ento dos terrem otos, como m o stra o gráfico seguinte:
106 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

TERREM O TO S NO O RIEN TE M ÉD IO
Décadas do Século XX NQde terremotos /década
1900 a 1909 141
1910 a 1919 154
1920 a 1929 321
1930 a 1939 358
1940 a 1949 347
1950 a 1959 467
1960 a 1969 1.205
1970 a 1979 1.553

Dividindo esse período de 80 anos em d u a s p artes


iguais, n a prim eira m etade (1900-1939) ocorreram 974
terrem otos n a região, ao p asso que nos q u a re n ta anos
seguintes (de 1940 a 1979), ocorreram 3.572 terrem otos!

F u ra cõ es

G RANDES FURA CÕES E TUFÕ ES IVO M UNDO


Período N.Qde furacões N.Q
e tufões de m ortes
1900 a 1949 126 1.874
1950 a 1996 77 1.069.797

Um único furacão, que atingiu B angladesh em 30


de abril de 1990, c au so u a m orte de 139 mil p esso as

In u n d a çõ es

As grandes inundações estão ocorrendo cad a vez m ais


am iude em to d as a s p a rte s do m undo, a ca rre tan d o a
destru ição de cidades e vilas, p erd as agrícolas, doenças
e m ortes. No m om ento m esm o em que escrevo e sta s n o ­
ta s (julho de 1999), a cidade de Las Vegas, nos EUA, está
alagada. Os prejuízos são incalculáveis.
O T e m p o d o F im 107

Segundo o World Almanac, d u ra n te todo o século XIX


ocorreram trê s g ran d es in u n d açõ es em que m orreram
cerca de 938 mil p essoas. No século XX, até agosto de
1996, j á haviam ocorrido 82 g ran d es in u n d açõ es em di­
versos p ontos do globo, as q u ais m ata ra m aproxim ada­
m ente 4 m ilhões e 72 mil pessoas.
A tab ela a seguir m o stra o nú m ero de g ran d es in u n ­
dações por década no século XX:

G R A N D E S IN U N D A Ç Õ E S NO M U N D O
D écada Núm ero de In undações
1900 a 1909 2
1910 a 1919 3
1920 a 1929 2
1930 a 1939 3
1940 a 1949 2
1950 a 1959 6
1960 a 1969 16
1970 a 1979 18
1980 a 1989 15
1990 a 1996 26

É extraordinário o au m en to do n ú m ero de in u n d a ­
ções n a s últim as d écad as do século XX. De 1900 a 1939
ocorreram 10 g ran d es in u n d açõ es, en q u an to que n o s 40
anos seguintes tivem os 41 g ran d es inundações.

O UT R O S S IN A IS F ÍSIC O S

É quase dispensável falar aqui de poluição atm osfé­


rica e de secas prolongadas, que por s u a vez provocam
fomes e doenças em v árias p a rte s do m undo. Os noticiá­
rios estão sem pre trazendo ta is triste s notícias e, às ve­
zes pertu rb an d o -n o s o sono com im agens de m ultidões
esqueléticas por falta de alim ento.
108 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

A penas alg u n s exem plos dos resu lta d o s d a poluição:

• Em 1986, 100 mil pessoas morreram na cidade do


México de doenças respiratórias em virtude de 15 mil
toneladas de poluentes que a cidade suporta a cada dia.
Algo parecido ocorre na grande São Paulo, onde está São
Caetano do Sul. Em 1980, esse município possuía meio
metro quadrado de área verde por habitante, quando a
ONU recom enda um a área quadrada m ínim a de 17
metros e meio.
• A produção indiscriminada de CFC (clorofluorcarbono)
está enfraquecendo, especialmente na Antártida, a cama­
da de ozônio, que protege a vida na terra contra as perigo­
sas radiações ultravioletas. A falta dessa proteção está cau­
sando grandes mudanças na região polar sul e certamente
aumentará o índice de câncer de pele. Apocalipse 16:1-2
trata de um tempo em que os adoradores do anticristo se­
rão vítimas de uma chaga feia e dolorosa.

O profeta Isaías fala de u m tem po em que a terra


seria q u eb ran tad a, fendida, e totalm ente abalada. “A terra
vacila como u m ébrio, oscila como u m a choça ao vento;
tão p e sad a é a cu lp a a s u a rebelião que ela cai, e jam ais
se lev an tará” (Isaías 24:19-20).
O apóstolo Paulo tam b ém fala d a s a n g ú s tia s d a te r ­
ra p o r c a u s a do pecado. Diz ele: “A a rd e n te e x p e c ta ti­
va d a criação a g u a rd a a revelação dos filhos de D eus.
Pois a criação ficou su je ita à vaidade, n ão p o r s u a v o n ­
tad e, m as p o r c a u s a d aq u ele q u e a su je ito u , n a e sp e ­
ra n ç a de q u e tam b ém a p ró p ria criação s e rá lib e rta d a
do cativeiro d a co rru p ção , p a ra a lib erd ad e d a glória
dos filhos de D eus. S ab em o s q u e to d a a criação gem e
como se estiv esse com d o res de p a rto a té a g o ra ” (Ro­
m an o s 8:19-22).
Finalm ente, u m a d as razões por que os juízos divinos
hão de vir sobre o hom em é a destruição d a te rra que este
O T e m p o d o F im 109

1íomem vem sistem aticam ente realizando, m ediante a pro­


dução irrefreada de todo o tipo de poluente e u m a contí­
n u a agressão ao meio am biente (Apocalipse 11:18).

SIN A IS P O L ÍT IC O S

J e s u s disse que haveria guerras e rum ores de guerras


antes d a su a vinda. Na década de 1990, havia cerca de 40
guerras regionais em todo o m undo.
Em 1948, a revista Boletim dos Cientistas Atómicos criou
o relógio do fim do m undo em Chicago, como u m alerta de
que u m a guerra nuclear pode provocar a própria extinção
da raça hum ana. Em 1980, cerca de quinze nações já pos­
suíam tecnologia nuclear, e m ais da m etade delas possuía
arm as nucleares. Hoje, h á um potencial nuclear capaz de
destruir toda a hum anidade 27 vezes!
Talvez J e s u s estivesse se referindo a u m a guerra n u ­
clear quando disse: “Se aqueles dias não fossem abrevia­
dos, n e n h u m a carne se salvaria” (Mateus 24:22).
Vejamos agora os índices de m ortes anuais em combate
nos últim os quatro séculos: século XVII: 9.500; século XVIII:
15.000; século XIX: 13.000; século XX: 458.000, até 1980.
Somente n a Segunda Grande Guerra, que ceifou 50 milhões
de pessoas entre soldados e civis, a média de mortos em
combate foi de 5.561.000, ao passo que n a G uerra Civil (EUA)
esse índice foi de 63.000, e n a G uerra dos Trinta Anos (sé­
culo dezessete), foi de apenas 6.000.

S I N A I S Ê T I C O -S O C I A I S

O a b o r to

E ntre os muitos sinais ético-sociais, desejo salientar o


do esfriam ento do amor m aterno, refletido no altíssim o
núm ero de abortos provocados em todo o m undo, que, em
1994, já ultrapassava a casa dos seis milhões anuais. No
pára-choque de um automóvel, n a Flórida, li o seguinte: “O
110 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

lugar m ais perigoso para se viver n a América é no ventre de


u m a m ãe”.

O s u ic íd io

O utro alarm an te sinal dos tem pos é o suicídio, que se


to rnou a principal cau sa de m orte n a F ran ça entre 15 e
34 anos. No Jap ão , ocorrem 25 mil suicídios a cada ano.
E stados Unidos, Suíça, Suécia e Bélgica ap resen tam ín ­
dices elevadíssim os de suicídios, sem, evidentem ente, a
justificativa d a m iséria económica.

A fo m e

De acordo com um a publicação do Instituto Breadfo r the


World (Instituto Pão para o Mundo), havia, em 1993, cerca de
786 milhões de pessoas sofrendo de fome aguda ou crónica.
Embora haja fome em todos os continentes, a África continua
sendo a região mais atingida por essa calamidade. Nesse con­
tinente, o consumo de alimento percapitave m declinando h á
décadas, caindo para 25 % a partir de 1980.19

A v io lê n c ia u r b a n a

G erada pelo êxodo urbano, pelo desemprego e pelas


gangues da droga, o núm ero de homicídios n as grandes ci­
dades do Brasil e do m undo é hoje um dos m aiores desafios
que as autoridades enfrentam. Os homicídios registrados
n a grande São Paulo em 1998 foi superior a 8.600. No Rio
de Janeiro, tantos têm sido os assassinatos diários, inclusi­
ve com chacinas de famílias inteiras, que a im prensa che­
gou a afirm ar que se tratava de um a guerra civil.

SIN A IS E S P IR IT UA IS

D entre os sin ais espirituais que p ren u n ciam o breve


retorno de C risto está, por um lado, a ap o stasia, rep re ­
se n ta d a hoje pelo Concílio M undial de Igrejas, organiza-
O T e m p o d o F im 1 1 1

Vão que reú n e cen ten as de denom inações cristãs, e, por


outro lado, a expansão do Evangelho em todo o m undo.
A p a r d esses g ran d es sinais, falsos cristos e falsos
profetas surgem em v árias p a rte s do m undo. Som ente
em Los Angeles h á cerca de 400 falsos cristos.
A expansão do ocultismo, principalm ente com a filoso­
fia da Nova E ra de Aquário, é tam bém o u tra preparação
para o advento do futuro anticristo. Russell Chandler, em
seu livro Understanding the New Age (Entendendo a Nova
Era) relata que dezenas de em presas norte-am ericanas —
lalvez sem essa intenção —, estão doutrinando hom ens e
m ulheres no movimento nova era m ediante técnicas “de
levantamento do consciente”, e de cursos exigidos sobre
“auto-aperfeiçoam ento”.20
M uitas d as principais em presas, d en tre as 500 rela ­
cionadas pela revista Fortune, regularm ente enviam se u s
executivos a centros e retiro s rem otos de treinam ento, a
fim de “en trarem em contato com seu eu in te rn o ”.
E que falar da astrologia e d a ufologia?
• os franceses gastam 650 milhões de dólares com
astrólogos cada ano;
• dois terços dos ingleses consultam horóscopos;
• dezoito milhões de alemães seguem a Astrologia;
• na região da Indochina (Vietnã etc.), estandartes
astrológicos são exibidos em procissões;
• há um a federação de astrólogos no Japão com
200.000 filiados.
Um congresso de ufologistas, realizado no Chile anos
atrás, informou que 14 milhões de naves d a Confederação
Intergalática virão em breve à Terra evacuar milhões de
pessoas espiritualm ente m ais evoluídas, que escaparão à
devastação do nosso planeta.
112 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

Em Isaías 21:11-12, alguém ansioso pelo raia r de


u m novo dia p e rg u n ta ao profeta, o g u a rd a de Israel:
“G uarda, o que re s ta d a noite? G uarda, o que re sta d a
n o ite ? ” B a se a n d o -se n e sse texto profético d a Bíblia,
Sidney S. Brewer escreveu o lindo hino, que recebeu a
m ú sica de William B atchelder B radbury:

Guarda, vê se muito fa lta para o dia alvorecer.


Vai a noite ainda alta, ou já vem o amanhecer?
Viajor, ó, sim, desperta ao romper do arrebol!
Fica em pé e põe-te alerta, eia, pois, que surge o Sol!

Guarda, vê a luz nascente anunciando ojubileu;


Alça a voz, alegremente, fa z vibrar o próprio céu.
Logo os justos falecidos, imortais ressurgirão,
Ao soar aos seus ouvidos o clarim da redenção.

Guarda, vê a terra linda, frutos, flores sem rival!


Vê o Rei em glória infinda, vê o mar como um cristal!
Ouve as harpas, que harmonia! Ouve as hostes a cantar!
Peregrino, que alegria! Vais em breve para o lar!
10
O Rapto
da Igreja
D e pois nós, os q u e jica rm o s vivos, s eremos
arreb atad os ju n ta m e n te com eles nas nuvens,
p a ra o encontro d o Se nhor nos ares, e as s im
es tarem os p a ra s e m pre com o Senhor.
(I Tes s alonice ns e s 4.17)
QUANDO OCOR R ER Á?

Não podem os sa b e r o d ia e a h o ra em que ocorrerá o


a rreb atam en to d a igreja, m as podem os conhecer a s u a
época. Q uando J e s u s disse: “Mas, à m eia-noite ouviu-se
u m grito: Aí vem o noivo, saí ao seu en co n tro ” (M ateus
25:6), Ele estava se referindo ao final do dia d a graça,
que ocorre à m eia-noite.
E ssa “meia-noite” pode significar tam bém a noite do m a­
terialismo, da apostasia e da era nuclear, quando o poderio
acumulado é capaz de destruir toda a hum anidade 27 vezes.

Q u a n d o e n tr a r a p le n itu d e d o s g e n tio s

R om anos 11:25 afirm a: “Não quero, irm ão s, q u e


ignoreis este segredo (para que n ão p resu m ais de vós
mesmos), que o endurecim ento veio em p a rte a Israel,
até que a plenitude dos gentios h a ja e n tra d o ”.

Q u a n d o fin d a r o d ia d a g ra ç a

Lemos em Salm os 118:24: “E ste é o dia que o S enhor


fez; regozijem o-nos e alegrem o-nos nele”. Q uando o S e­
n h o r in au g u ro u esse dia de regozijo e de alegria? J u s t a ­
m ente após a rejeição do M essias por p a rte de Israel,
como claram ente m o stra o contexto do Salm o 118: “A
pedra que os edificadores rejeitaram to rn o u -se a p rin ci­
pal de esquina. Foi o S en h o r que fez isto, e é m aravilho­
so aos n o sso s olhos” (w. 22-23).

N o c o m e ç o d o s s in a is .

Muito gente a ch a que todos os sin ais preditos p a ra a


volta de J e s u s devem ocorrer prim eiro, m as em relação à
n ossa redenção no rapto, as p alav ras de J e s u s são m u i­
to claras: “Q uando e sta s coisas com eçarem a acontecer,
olhai p a ra cim a e levantai as v o ssas cabeças, porque a
vossa redenção está próxim a” (Lucas 21:28).
116 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

Todo o contexto do serm ão profético m ostra que have­


riam de ocorrer grandes sinais, terrem otos, fomes e pestes
em diversos lugares. Lucas 21:11 diz: “Haverá grandes te r­
remotos, fomes e pestilências em vários lugares, e coisas
espantosas e grandes sinais do céu”. E ntre esses sinais
dos tem pos poderíam os m encionar o hom em n a lua, os
transplantes de órgãos hum anos, objetos voadores não iden­
tificados (OVNIs), a pregação do Evangelho em todo o m u n ­
do, a Bíblia traduzida em m ais de 2.300 línguas e dialetos.

Q u a n d o a fig u e ir a fr u tific a r

No lindo poem a profético de C antares (2:13), lemos: “A


figueira já deu os seus figos, e a s vides em flor exalam o seu
arom a. Levanta-te, am ada m inha, form osa m inha, e vem ”.
Em Lucas 21:29-30, J e s u s n o s diz: “Olhai p a ra a fi­
gueira, e p a ra to d as as árvores. Q uando vedes que as
s u a s folhas com eçam a brotar, sabeis por vós m esm os
que o verão e stá próxim o”.

A q u a lq u e r m o m e n to

M arcos 13:35-37: “Portanto, vigiai porque não sabeis


quando virá o sen h o r d a casa; se à tarde, se à m eia-
-noite, se ao c a n ta r do galo, se pela m an h ã. Se ele vier
in esp erad am en te, não vos encontre dorm indo. O que vos
digo, digo a todos: Vigiai!”.
Lemos tam b ém em Apocalipse 22:12: “Eis que cedo
venho! A m in h a recom pensa e stá comigo, p a ra d a r a cada
u m segundo a s u a o b ra”.

P R O P Ó SIT O S DO R A P T O

R e v iv ific a r o s m o r to s e m C r is to

Todos os cren tes fiéis serão ressu scitad o s p o r oca­


sião do arreb atam en to . É o que a Bíblia claram en te e n ­
sin a em 1 C oríntios 15:52: “N um m om ento, n u m a b rir e
O R a p to d a Ig r e ja 117

fechar de olhos, ao so ar a ú ltim a trom beta. Pois a tro m ­


b eta so ará, e os m ortos ressu rg irão in co rru p tív eis...”
O m esm o apóstolo Paulo afirm a em 1 T essalonicenses
4:16: “Pois o m esm o S en h o r d escerá do céu com grande
brado, à voz do arcanjo, ao som d a tro m b eta de D eus, e
os que m o rreram em C risto ressu rg irão prim eiro”.
O grande brado será o grito de guerra de Cristo contra
a morte, que haverá de entregar os seus mortos. A voz do
arcanjo indica que será u m sinal p a ra Israel, pois a Bíblia
sem pre m enciona esse ser angelical sem pre em conexão
com os israelitas. A partir do m om ento do rapto, Deus vol­
ta a tra ta r com o povo ju d eu da m esm a m aneira, como o
fazia an tes do dia da graça. Terá início a últim a sem ana de
anos p a ra Israel. O som d a trom beta de Deus, por su a vez,
relaciona-se com a reunião final e etern a do povo de Deus.
A trombeta relacionada com o arrebatamento da Igreja
n ad a tem a ver com a s trom betas de juízo descritas em
Apocalipse. O contexto das cartas de Paulo é de reunião dos
salvos com o seu Salvador. No Antigo Testamento, as trombe­
tas soavam para convocar o povo de Deus para o culto ou para
a defesa militar. Neemias 4:20 é um bom exemplo: “No lugar
onde ouvirdes o som da trombeta, ali vos ajuntareis conosco, e
o nosso Deus pelejará por nós”. A última trombeta, portanto,
significa a nossa reunião com Cristo para sempre.
T ra n sfo rm a r o s n o sso s co rp o s

Im ediatam ente após a ressurreição dos que dorm i­


ram em Cristo, os cristãos que estiverem vivos não prova­
rão a morte, m as serão transform ados e traslad ad o s j u n ­
tam en te com os que tiverem sido ressuscitados. A Bíblia
e n s in a isso com c la re z a em 1 C o rín tio s 15:52 e 2
Tessalonicenses 4:17. E ssa últim a p assagem afirma: “De­
pois nós, os que ficarm os vivos, serem os a rreb atad o s j u n ­
tam en te com eles n a s n uvens, p a ra o encontro do S enhor
nos ares, e assim estarem os p a ra sem pre com o S enhor”.
118 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

Deixemos que a Bíblia fale por si m esm a a esse respeito:


Pois em parte conhecemos, e em parte profetizamos, mas
quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será
aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, pen­
sava como menino, raciocinava como menino. Mas logo que
cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Ago­
ra vemos em espelho, de maneira obscura; então veremos
face a face. Agora conheço em parte; então conhecerei como
também sou conhecido (1 Coríntios 13:9-12).
E, assim como trouxemos a imagem do terreno, as­
sim traremos também a imagem do celestial. Pois convém
que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade,
e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quan­
do isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade,
e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então se
cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte
na vitória (1 Coríntios 15:49,53-54)
Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se
manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que,
quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele,
porque assim como é, o veremos (1 João 3:2).

A ciência afirm a que a n o ssa vitalidade cu lm in a aos


16 anos; a n o ss a visão começa a falh ar aos 19 anos, e a
n o ssa audição com eça a falhar aos 21 anos. Alguém d is­
se que com eçam os a m orrer no dia em que nascem os.
Mas esse corpo corruptível e m ortal se rá revestido do
novo corpo incorruptível e im ortal.

R e v e la r -n o s C r is to

J e s u s o ro u p a ra que u m d ia vejam o s a s u a p le n a
glória, que Ele, n a verdade, n u n c a pôde re v e la r aq u i
n a T erra. E is a s s u a s palavras: “Pai, q u e ro q u e onde
eu estiver, e ste ja m tam bém com igo a q u e le s q u e m e
d e ste, p a ra q u e vejam a m in h a glória, a g ló ria q u e m e
d e ste, p o rq u e m e am aste a n te s d a criação do m u n d o ”
(João 17:24).
O R a p to d a Ig r e ja 119

L iv r a r -n o s d a T r ib u la ç ã o

Como a n alisam o s d e ta lh a d a m e n te no m ódulo 10


deste curso, a Igreja n ão p a s s a rá pela g rande tribulação.
Cito aqui d u a s p a ssa g en s bíblicas, u m a do Antigo T esta­
m ento, e a o u tra do Novo Testam ento:
M a s o s t e u s m o r to s v iv erã o : o s s e u s c a d á v e r e s r e s ­
s u s c it a r ã o . D e s p e r ta i e e x u lta i, o s q u e h a b it a is n o p ó . O
t e u o r v a lh o , ó D e u s , é c o m o o o r v a lh o d a s erv a s; a ter r a
la n ç a r á d e s i o s m o r to s . V ai, p o v o m e u , e n tr a n o s t e u s
q u a r to s , e fe c h a a s t u a s p o r ta s s o b r e ti; e s c o n d e - t e s ó
p o r u m m o m e n to , a té q u e p a s s e a ir a (Isa ía s 2 6 : 1 9 - 2 0 ) .
V is to q u e g u a r d a s te a p a la v r a d a m in h a p e r s e v e r a n ç a ,
t a m b é m e u te g u a r d a r e i d a h o r a d a tr ib u la ç ã o q u e h á d e
v ir s o b r e to d o o m u n d o , p a r a p ro v a r o s q u e h a b ita m s o ­
b r e a ter r a (A p o c a lip se 3 :1 0 ).

Note a expressão: “Até que p a sse a ira ...”, e note ta m ­


bém o contexto de ressu rreição dos m ortos n a passagem
de Isaías.

L e v a r-n o s ao e n c o n tr o do S en h or nos a res


e à casa do Pai

São co n h ecid íssim as a s co n so lad o ras Palavras de


J e s u s aos se u s discípulos em Jo ão 14:3: “E, se eu for, e
vos p re p a ra r lugar, virei o u tra vez, e vos levarei p a ra m im
m esm o, p a ra que onde eu estiver estejais vós tam b ém ”.
O Salm o 24 tem sido considerado como u m a d escri­
ção de como foi a e n tra d a triu n fal de J e s u s no céu, após
a s u a ascensão, e de como será a s u a fu tu ra e n tra d a
com a Igreja. Note a diferença en tre a s d u a s en trad as:
“Levantai, ó portas, a s v o ssas cabeças; levantai-vos, ó
e n tra d as etern as, e e n tra rá o Rei da Glória. Q uem é esse
Rei d a Glória? O S en h o r forte e poderoso, o S enhor po­
deroso n a g u e rra ”. A expressão: “S en h o r poderoso n a
g u e rra ” a p o n ta p a ra a prim eira en trad a.
120 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

Depois vem o segundo cântico (w. 9-10): “Levantai,


ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó e n tra d as e te r­
n as, e e n tra rá o Rei d a Glória. Q uem é esse Rei d a Gló­
ria? O S en h o r dos Exércitos, ele é o Rei da Glória”. Como
S enhor dos exércitos J e s u s não e n tra só, m as aco m p a­
n h ad o dos m ilhões que ele com prou com o seu sangue.

R e c e b e r m o s a N o v a J e r u s a lé m

Diz a Bíblia que “a n o ssa p á tria e stá n o s céus, de


onde e sp e ra m o s o Salvador, o S e n h o r J e s u s C risto ”
(Filipenses 3:20).

R e v e la r -n o s D e u s f a c e a f a c e

Ver a face de D eus se rá o m ais elevado de todos os


privilégios. J e s u s disse: “B em -aventurados os p u ro s de
coração, porque eles verão a D eu s” (M ateus 5:8).
O apóstolo Paulo, ao tr a ta r d as n o ssa s p resen te s li­
m itações, fala do novo corpo que cad a cristão receberá
por ocasião d a ressu rreição ou do arreb atam en to , e afir­
ma: “E ntão conhecerei como tam b ém so u conhecido” (1
Coríntios 13:12).
E, finalm ente, em Apocalipse 22:3-4, lem os que ali
no céu “n u n c a m ais hav erá m aldição. Nela e sta rá o tro ­
no de D eus e do Cordeiro, e os se u s servos o servirão, e
verão a s u a face, e n a s u a te s ta e sta rá o se u nom e”.
11
As Bodas

B e m - av e nturad os aqueles que s ão cham ados


à ce ia das b odas do C ordeiro (A pocalips e: 19:9).
u an d o J e s u s , ao in stitu ir o m em orial d a
ceia, disse: “E digo-vos que, d e sta h o ra
em diante, não beberei deste fruto d a vide,
até àquele dia em que o b eb a de novo convosco no reino
de m eu Pai” (M ateus 26:29), Ele estav a se referindo ao
m esm o evento fu tu ro descrito por Jo ã o como as bo d as
do Cordeiro:
Regozijemo-nos, e exultemos, e demos-lhe a glória!
Pois são chegadas as bodas do Cordeiro, e já a sua noiva
se aprontou. E disse-me: Escreve: Bem-aventurados
aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordei­
ro. E disse-me ainda: Estas são as verdadeiras palavras
de Deus (Apocalipse 19:7,9).

C A R A C T E R ÍST IC A S
DO CASAM ENT O H EBR EU

A tipologia do Antigo Testam ento é rica em relação aos


eventos futuros. Salientam os aqui os seguintes pontos:

Os p a is n ão c a sa v a m s e u s f ilh o s c o m e s tr a n h o s .

Disse Abraão ao seu servo, o mais antigo da casa,


que governava tudo o que possuía: Põe a tua mão debai­
xo da minha coxa, para que eu te faça ju rar pelo Senhor
Deus do céu e da terra, que não tomarás para meu filho
mulher dentre as filhas dos cananeus, no meio dos quais
habito” (Génesis 24:2-3).
124 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

E Isa q u e ch a m o u a J a c ó , e o a b en ço o u , e o rd en o u -
-lh e , d iz e n d o : N ã o t o m e s m u lh e r d e e n tr e a s f ilh a s d e
C a n a ã . L e v a n ta -te , v a i a P a d ã -A r ã , à c a s a d e B e tu e l, p a i
d e t u a m ã e , e to m a d e lá u m a m u lh e r d e n tr e a s f ilh a s d e
L a b ã o , ir m ã o d e t u a m ã e (G é n e s is 2 8 :1 -2 ).

F ic a v a m n o iv o s a n te s d o c a s a m e n to

Afirma a Bíblia: “Q ual é o hom em que p ro m eteu ca­


sam ento a algum a m u lh er e a in d a não a d esposou? Vol­
te p a ra a s u a casa, p a ra que não m o rra no com bate e
outro hom em a receb a” (Deuteronôm io 20:7).
No Novo T estam en to , tem os o noivado de Jo s é e M a­
ria: “Ora, o n a scim en to de J e s u s C risto foi assim : E s­
tan d o M aria, s u a m ãe, d e sp o sa d a com Jo sé, a n te s que
c o a b ita ss e m , a c h o u -s e g ráv id a pelo E sp írito S a n to ”
(M ateus 1:18).

C a sa v a m -se jo v e n s

O profeta Joel revela que n o s tem pos do Antigo T es­


tam en to os noivos casavam -se ain d a jovens: “L am enta
como a virgem que e stá cingida de pano de saco, pelo
m arido d a s u a m ocidade” (Joel 1:8). Em o Novo T esta ­
m ento, o apóstolo Paulo afirm a que J e s u s vai a p re se n ­
ta r a Igreja a si m esm o como “Igreja Gloriosa, sem m á ­
cula, n em ru g a, nem coisa sem elh an te, m as s a n ta e
irrepreensível” (Efésios 5:27).
No gabinete p a sto ral de um colega m eu, m issionário
em M ontreal, C anadá, vi um q u adro que ch am o u a m i­
n h a atenção p a ra e ssa verdade bíblica de que a Igreja é
sem pre jovem . O q u ad ro m ostrava u m aposento sim ples,
u m a rú stic a cam a de solteiro, e, deitada nela, u m a se ­
n h o ra idosa, bem en ru g ad a, cabelos escasso s e em de­
salinho, ap aren te m e n te em estado term inal. Na m esin h a
de cabeceira estav a u m copo com as d e n ta d u ra s p o sti­
ças d a anciã.
A s B o d a s d o C o r d e ir o 125

À esq u erd a d a cam a, tom ando o pulso d a senhora,


estav a u m médico, cabisbaixo, indicando que a enferm a
a c a b a ra de p a s s a r p a ra a eternidade. Do outro lado d a
cam a, fam iliares chorosos se abraçam , d em o n stran d o o
q u an to a falecida era a m ad a por todos. E ssa fora a cena
que percebi à prim eira vista. M as o a rtista p in to u leve­
m ente sobre a v elh in h a os traço s de u m a linda jovem
que se erguia, b raço s levantados, cabelos belos e longos,
d en tes alvos e perfeitos, olhos b rilh a n te s e voltados p a ra
o alto, sorrindo. Levantei então os olhos, e percebi, à
altu ra do teto, os traços leves de u m formoso ser angelical,
com os b raços estendidos em direção à jovem. O p in to r
havia conseguido expressar, em u m só p an o ram a, a dor
d a sep aração e a alegria c ristã de deixar este vale de
lágrim as e d e sc a n sa r n o s b raços do Salvador. E m ais:
ab riu os m eu s olhos p a ra a verdade bíblica de que o e n ­
velhecim ento é u m a doença que não vai existir no céu.
C hegarem os lá no m elhor d a n o ssa juventude!

O c a s a m e n to e r a r e a liz a d o c o m g r a n d e a le g r ia

Em Je rem ias 33:11, a Bíblia afirm a: “A voz de gozo,


a voz de alegria, a voz do noivo e d a noiva...” J e s u s falou
d e ssa alegria em Jo ã o 3:29: “A noiva pertence ao noivo.
O amigo do noivo, que lhe assiste, esp era e ouve, e alegra-
-se m uito com a voz do noivo. E ssa alegria é m inha, e
agora está com pleta”.
No casam ento de Jacó , diz a Bíblia que, “Reuniu, pois,
Labão a todos os ho m en s daquele lugar, e fez u m b a n ­
q u ete” (Génesis 29:22).

E r a c e le b r a d o d u r a n te s e te d ia s

T anto no casam en to de Ja c ó (Génesis 29:27) como


no de Sansão, o casam en to era celebrado d u ra n te u m a
sem ana: “D isse-lhes Sansão: E u vos proporei u m enig­
m a. Se nos sete dias d as bo d as m e d erdes a resp o sta,
126 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

dar-vos-ei trin ta tú n ic a s de linho e trin ta m an to s. Ela


chorou d iante dele os sete d ias em que celebravam as
bodas. Assim, ao sétim o dia, ele lhe declarou a resp o sta,
porque ela o im portunava. E n tão ela declarou o enigm a
aos filhos do seu povo” (Juizes 14:12,17). Note a conexão
en tre a d u ração d as bo d as e o período de tribulação.

C A R A C T E R ÍST IC A S
D A N O IV A D E C R IST O

V ir g e m

No Antigo Testam ento, a virgindade, em sentido figu­


rado, indicava a fidelidade de Israel ao seu m arido, Deus.
A adoração de qualquer outro deus significava adultério
espiritual. Em o Novo Testam ento, perm anece o m esmo
sentido: “E stou zeloso de vós com zelo de D eus. Tenho-
vos preparado p a ra vos a p re se n tar como u m a virgem p u ra
a u m m arido, a saber, a C risto” (2 Coríntios 11:2).

G lo r io s a

Na C a rta aos Efésios 5:27, o apóstolo Paulo n o s dá


alg u n s traço s da noiva: “A fim de ap re se n tá-la a si m es­
mo Igreja gloriosa, sem m ácula, nem ruga, nem coisa
sem elhante, m as s a n ta e irrepreensível”.
A glória d a Igreja e stá em se r ela, hoje, o tem plo do
Espírito S an to n a terra, e tam bém em se u s privilégios
futuros: P articip ará da plen itu d e de Cristo, Efésios 1:23:
“Q ue é o seu corpo, a p len itu d e daquele que en ch e tudo
em todos”. P a rtilh ará d a glorificação de Cristo, conform e
R om anos 8:30: “E aos que p red estin o u , a estes tam b ém
cham ou: aos que cham ou, a e stes tam bém justificou: aos
que justificou, a estes tam b ém glorificou”.
O utras características da Igreja, segundo Efésios 5:27:
“A fim de ap resen tá-la a si m esm o Igreja gloriosa, sem
m ácula [contaminação], nem ru g a [sempre renovada, jo ­
A s B o d a s d o C o r d e ir o 127

vem], S a n ta [separada do m undo, habitação do Espírito


Santo] e irrepreensível” [ausência de defeitos morais].

R e c e b e p r e s e n te s a n te s d a s b o d a s

Abraão, Isaque, Eliezer e Rebeca, como tipos respecti­


vos de D eus Pai, D eus Filho, D eus Espírito Santo e a Igre­
ja, constituem lições preciosas p a ra nós hoje, como povo
de Deus. O Pai envia o Espírito Santo, a fim de p rep a rar e
levar u m a noiva p a ra seu filho, Je su s . O Espírito Santo,
vindo a este m undo com tal finalidade, d á à noiva m uitos
presentes: “E ntão tirou o servo jóias de prata, e jóias de
ouro, e vestidos, e deu-os a Rebeca; tam bém deu coisas
preciosas a seu irm ão e a s u a m ãe” (Génesis 24:53).
A p ra ta fala de resgate, o ouro, de glória, e os vestidos,
de salvação. Em o Novo T estam ento, diz a Bíblia que é o
Espírito Santo quem d á dons á Igreja: “Há diversidade de
dons, m as o Espírito é o m esm o” (1 Coríntios 12:4).

R ecebe u m a a m a

O mesmo Espírito Santo, representado no Eliezer que


prepara e leva a noiva, está representado tam bém n a ama,
conforme diz Génesis 24:59: “Então despediram a Rebeca,
su a irmã, e a su a ama, e ao servo de Abraão, e a seus ho­
m ens”. Je su s falou do Espírito Santo como a am a da Igreja:
Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador,
para que esteja convosco para sempre, o Espírito da ver­
dade, que o mundo não pode receber, porque não o vê
nem o conhece. Mas vós o conheceis, pois h ab ita
convosco, e estará em vós. Não vos deixarei órfãos; virei
para vós (João 14:16-18).

F ic a r á à D i r e i ta d o N o iv o

Assim como o Filho e stá a sse n tad o à d ireita do Pai,


assim tam bém a Igreja o cu p ará o seu lu g ar à direita do
128 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

noivo, Je s u s . A figura e stá n o s Salm os 45:9: “Filhas de


reis estão en tre a s tu a s ilu stre s donzelas; à tu a direita
e stá a rain h a, o rn ad a de finíssim o ouro de Ofir”.

E sq u e c e -se d a c a s a d e s e u p a i

Se p u d é sse m o s n o s le m b ra r de to d a s a s co isas tr is ­
te s d e ste m u n d o , d o s p a re n te s e am igos n ão salv o s, o
céu d e ix a ria de se r céu. Por isso a B íblia a firm a a c e r ­
ca d a noiva: “Ouve, filha, e o lh a, in c lin a os te u s o u v i­
dos: E sq u e c e -te do te u povo, e d a c a s a de te u p a i”
(Salm os 45:10).
12
A Grande
T ribulação

O uvi! A m argo s e rá o clam or no d ia do Senhor, o


d am or do hom e m pod eros o. A que le d ia é um dia
de indignação, d ia de angús tia, e d ia de alv oroço
e des olação, d ia de trev as e es curidão, d ia de
nuv ens e dens as trev as (Sofonias 1:14).
E R Á O T E M P O D A M A N IFE ST A Ç Ã O D A
IR A DIVINA:

a) Isaías 26:20: “Vai, povo m eu, e n tra n o s te u s q u a r­


tos, e fecha as tu a s p o rtas sobre ti; esconde-te só por u m
m om ento, até que p a sse a ira ”.

b) Jo ão 3:36: “Todo aquele que crê no Filho tem a


vida etern a, m as todo aquele rejeita o Filho não v erá a
vida, pois sobre ele p erm anece a ira de D eu s”.

c) Efésios 2:3: “E n tre eles todos n ó s tam b ém a n te s


andávam os nos desejos da n o ssa carne, fazendo a von­
tad e d a carn e e dos p en sam en to s. E éram os por n a tu re ­
za filhos d a ira, como tam b ém os d em ais”.

d) Efésios 5:6: “Ninguém vos engane com palavras


vãs, pois por e stas coisas vem a ira de D eus sobre os
filhos da desobediência”.

e) 1 T essalonicenses 1:10: “E ag u ard ard e s dos céus


a seu Filho, a quem ele ressu scito u d en tre os m ortos, a
saber, J e s u s , que n o s livra d a ira v in d o u ra”.

f) Apocalipse 6:16-17: “E diziam aos m ontes e aos ro­


chedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que
está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro! Pois é
vindo o grande dia da ira deles, e quem poderá subsistir?”
132 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

g) A p o c alip se 14:10: “T am b ém o ta l b e b e rá do v i­
n h o d a ir a de D e u s, p re p a ra d o , se m m is tu r a , no c á ­
lice d a s u a ira . E s e r á a to rm e n ta d o com fogo e e n x o ­
fre d ia n te d o s s a n to s a n jo s e d ia n te do C o rd e iro ”.

h) Apocalipse 15:1: “Vi no céu outro sinal, grande e


admirável: sete anjos, que tin h am a s sete ú ltim as pragas;
porque n elas é co n su m ad a a ira de D eus”.

i) Apocalipse 15:7: “Um dos q u atro seres viventes


deu aos sete an jo s sete ta ç a s de ouro, ch eias d a ira do
D eus que vive p a ra todo o sem p re”.

j) Salm os 2:5: “E ntão lh es fala n a s u a ira, e no seu


furor os co n fu n d e...”

k) M iquéias 5:15: “Com ira e com fu ro r tom arei vin­


g ança sobre as nações que não obedeceram ”.

1) A pocalipse 19:15: “Da s u a boca saía u m a esp ad a


afiada, p a ra ferir com ela a s nações. Ele a s regerá com
v ara de ferro. Ele m esm o é o que p isa o lagar do vinho do
furor e d a ira do D eus T odo-poderoso”.

m) Isa ía s 34:2: “O S e n h o r e s tá in d ig n ad o c o n tra


to d as a s n açõ es; a s u a ira e s tá so b re to d o s os exérci­
tos d elas. Ele a s d e s tru irá to ta lm e n te , ele a s e n tre g a rá
à m a ta n ç a ”.

S E R Á O D IA D A V IN G A N Ç A D E D E U S

a) Isaías 34:8: “Porque se rá u m dia de v ingança p a ra


o Senhor, u m ano de retribuições pela c a u sa de Sião.”
A G r a n d e T r ib u la ç ã o 133

b) Isaías 35:4: “Dizei aos tu rb a d o s de coração:


Esforçai-vos, não tem ais; o vosso D eus virá com vin­
gança; com reco m p en sa divina ele virá, e vos salv ará”.

c) Isaías 61:2: “A apregoar oano aceitável do S enhor


dia d a vingança do nosso D eus”.

S E R Á O TE M PO D E A N G Ú S T IA P A R A JA C Ó

a) Je re m ia s 30:7: “Ah! porque aquele dia se rá tão


gran d e que não h á outro sem elhante! S erá tem po de a n ­
g ú stia p a ra Jacó , m as ele se rá livrado dela”.

b) Daniel 12:1: “N esse tem po se le v a n ta rá Miguel, o


g ran d e príncipe que protege os filhos do te u povo, e h a ­
v erá u m tem po de a n g ú stia , q u al n u n c a houve, desde
que houve n ação até àquele tem po. M as n e sse tem po
liv rar-se-á teu povo, todo aquele q u e se a c h a r escrito
no livro”.

c) Oséias 6:1: “Vinde e tornem os p ara o Senhor. Ele nos


despedaçou, m as nos sarará; fez a ferida, m as a ligará”.

d) Isaías 30:26: “A luz da lu a se rá como a luz do sol,


e a do sol sete vezes m aior, como a luz de sete dias, no
dia em que o S enhor ligar a q u e b ra d u ra do seu povo, e
c u ra r a chaga da s u a ferida”.

S E R Á U M D IA D E T R E V A S E D E T R IS T E Z A

a) J1 2:2: “Dia de trevas e de escuridão, dia de n u ­


vens e de trevas esp essas. Como a alva e sp alh ad a sobre
os m ontes, vem um povo grande e poderoso, o qual d e s­
de o tem po antigo n u n c a houve, nem depois dele h averá
pelos an o s adiante, de geração em geração”.
134 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

b) 1 T essalonicenses 5:4-7: “M as vós, irm ãos, j á não


e stais em trevas, p a ra q u e esse dia vos su rp re e n d a como
u m ladrão. Todos vós sois filhos d a luz, e filhos do dia.
Nós não som os da noite, nem d as trevas. Não d u rm a ­
m os, pois, como os dem ais, m as vigiemos, e sejam os só­
brios. Pois os que dorm em , dorm em de noite, e os que se
em briagam , em briagam -se de noite”.

c) Sofonias 1:14-18: “O g rande dia do S en h o r está


perto; sim, e stá perto, e se a p re ssa m uito. Ouvi! Amargo
se rá o clam or no dia do Senhor, o clam or do hom em po­
deroso. Aquele dia é u m dia de indignação, dia de a n g ú s­
tia, e dia de alvoroço e desolação, dia de trev as e e scu ri­
dão, dia de n u v en s e d e n sa s trevas. Dia de tro m b eta e de
alarido c o n tra a s cidades fortificadas e c o n tra a s to rres
altas. A ngustiarei os hom ens, e eles a n d a rã o como ce­
gos, porque pecaram co n tra o Senhor. O seu san g u e se
d e rra m ará como pó, e a s u a carn e será tira d a como e s­
terco. Nem a s u a p ra ta nem o seu ouro os p oderá livrar
no dia do fu ro r do Senhor. No fogo de seu zelo to d a e sta
te rra se rá consum ida, porque certam en te fará de todos
os m o radores d a te rra u m a destru ição total e re p e n tin a ”.

S E R Á U M T E M P O D E G R A N D E A F L IÇ Ã O

a) M alaquias 4:1: “C ertam ente aquele dia vem; a r ­


d erá como fornalha. Todos os soberbos, e todos os que
com etem im piedade, serão como o restolho, e o dia que
está p a ra vir os a b ra sa rá, diz o S enhor dos Exércitos, de
sorte que n ão lhes deixará nem raiz nem ram o ”.

b) M ateus 24:21: “Pois hav erá então g rande aflição,


como n u n c a houve desde o princípio do m u n d o a té ago­
ra, nem h av erá ja m a is”.
A G r a n d e T r ib u la ç a o 135

c) Apocalipse 3:10: “Visto que g u a rd a ste a palavra


da m in h a perseverança, tam b ém eu te gu ard arei d a h o ra
d a trib u lação que h á de vir sobre todo o m undo, p a ra
provar os que h ab itam sobre a te rra ”.

d) Apocalipse 7:14: “Respondi-lhe: Senhor, tu o s a ­


bes. D isse-m e ele: E stes são os que vieram d a grande
tribulação, e lavaram as s u a s v estes e as b ran q u e ara m
no san g u e do Cordeiro”.

S E R Á O T E M P O D E D E S T R U IÇ Ã O P A R A O S Q U E
DESTROEM A TERRA

a) Apocalipse 11:18: “Iraram -se as nações; então veio


a tu a ira, e o tempo de serem julgados os m ortos, e o tempo
de dares recom pensa aos profetas, teu s servos, e aos s a n ­
tos, e aos que tem em o teu nome, a pequenos e a grandes,
e o tem po de destruíres os que destroem a terra”.

SERÁ UM T E M P O E M Q U E O A N T IC R IS T O F A R Á
GUERRA A O S SANTO S

a) Apocalipse 13:7: “T am bém foi-lhe perm itido fazer


g u erra aos san to s, e vencê-los. E deu-se-lhe poder sobre
toda tribo, língua e n a çã o ”.
13
Passará a Igreja
pela Grande Tribulação?

D e us purifica os crentes , não atrav és do Jogo d a


s ua ira, mas atrav é s do s angue de Jes us .
O AR GUM ENT O DO
A R R E BA T A M E N T O P A R C IA L

sse argum ento afirma: “Como parte da Igreja


não está preparada para o arrebatamento, su ­
birão com Cristo apenas os crentes ressusci­
tados e os que estiverem realmente prontos.
Os outros terão de p assar pela tribulação, a fim de serem
provados e purificados m ediante grandes sofrimentos”.
Esse ensino parece ter sido influenciado pela d outrina
católica do purgatório, segundo a qual o sofrimento pode
purgar pecados. A Bíblia, porém, afirm a que só Cristo re ­
move os pecados: “No dia seguinte Jo ão viu a Je su s, que
vinha p a ra ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o
pecado do m undo!” (João 1:29). “E jam ais me lem brarei
dos seu s pecados e das su a s iniqúidades” (Hebreus 10:17).
O argum ento do arreb atam en to parcial perde a s u a
força tam bém quando consideram os a Igreja como o corpo
de Cristo. A Bíblia afirm a em 1 C oríntios 12:13,20: “Pois
todos n ó s fomos b atizad o s em u m Espírito, form ando
u m só corpo, q u er ju d e u s, q u er gregos, quer servos, q u er
livres; e a todos nós foi dado b eb er de u m só Espírito.
Pois h á m uitos m em bros, m as u m só corpo”.
O m esm o apóstolo Paulo afirm a, em Efésios 5:27,
que J e s u s vai a p re se n ta r a Igreja a si m esm o como u m a
“Igreja gloriosa, sem m ácula, nem ruga, nem coisa se ­
m elhante, m as s a n ta e irrepreensível”. A figura de u m a
noiva perfeita rejeita a hipótese de u m rapto parcial. Q ue
noivo g o staria de receber u m a noiva incom pleta?
140 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

O A R G U M E N T O P Ó S -T R I B U L A C I O N I S T A

O s d o is s e n tid o s d e tr ib u la ç ã o n a B íb lia .

Esse argum ento está baseado n a s Palavras de J e s u s


em Jo ão 15:18-19: “Se o m undo vos odeia, sabei que, p ri­
meiro do que a vós, m e odiou a mim. Se fôsseis do m u n ­
do, o m undo am aria o que era seu. Mas como não sois do
m undo, antes, dele vos escolhi, é por isso que o m undo
vos odeia”, e tam bém em Jo ão 16:33: “Disse-vos e stas
coisas p a ra que em mim ten h ais paz. No m undo tereis
aflições. Mas tende bom ânimo! E u venci o m u n d o ”.
O u tras p assag en s, c itad as pelos que defendem e ssa
hipótese, são: Apocalipse 7:14: “Respondi-lhe: Senhor,
tu o sabes. D isse-m e ele: E stes são os que vieram da
grande tribulação, e lavaram a s s u a s v estes e as b r a n ­
qu earam no san g u e do Cordeiro” e 1 C oríntios 15:52:
“Num m om ento, n u m ab rir e fechar de olhos, ao so a r a
ú ltim a trom beta. Pois a tro m b eta soará, e os m ortos re s ­
surgirão incorruptíveis, e nós serem os tran sfo rm a d o s”.
A B í b l i a n ã o a p ó i a e s s e p o n t o d e v i s t a . A palavra
tribulação é u sa d a em dois sentidos n a Bíblia: como prova­
ção, aflição, pelo fato do crente e star no m undo, conforme
Romanos 5:3. “Não som ente isto, m as tam bém nos gloria­
mos n as tribulações, sabendo que a tribulação produz p e r­
severança”. A palavra “tribulações” é sinónim a de sofrimen­
tos, como aliás aparece n a NIV (New Internacional Version).
O sofrim ento resu ltan te d a fúria satân ica contra nós,
dentro dos lim ites da perm issão divina, só pode fortalecer
a n o ssa fé e nos levar à m atu rid ad e espiritual, pois “todas
as coisas concorrem p ara o bem daqueles que am am a
Deus, daqueles que são cham ados segundo o seu propó­
sito” (Romanos 8:28). É nesse sentido que o apóstolo P au ­
lo afirm a m ais adiante n a m esm a C arta aos Rom anos,
“ que som os m ais do que vencedores em todas e stas coi­
P a s s a r á a I g r e j a p e la G r a n d e T r ib u la ç ã o 1 4 1

sas: tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, peri­


go, esp ad a” (Romanos 8:35-37).
O outro sentido em que a p alav ra trib u lação é u s a d a
n a Bíblia é que se refere de fato a u m período distinto de
castigo, quando a ira divina se rá d e rra m ad a sobre a T e r­
ra. Os salvos não estão debaixo d a ira divina.
Todos os que c re ra m em C risto e estão firm ados
nEle, estão debaixo d a g raç a e n ão d a ira, pois e ssa ira
divina J e s u s receb eu em n o sso lugar, n a cruz. É por
isso que a Bíblia afirm a: “Portanto, agora n e n h u m a co n ­
d en ação h á p a ra os que estão em C risto J e s u s , que não
an d am segundo a carn e, m as segundo o E sp írito ” (Ro­
m an o s 8:1).
D eus p u rifica os c re n tes, n ão a tra v é s do fogo d a
s u a ira, m a s a tra v é s do sa n g u e de J e s u s , como afirm a
a P alav ra de D eu s em 1 Jo ã o 1:7,9:
“Mas se andarmos na luz, como ele na luz está, te­
mos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesu s
Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se confes­
sarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos
perdoar os pecados, e nos purificar de toda injustiça”.

A M UL T ID Ã O DO S SA L V O S D E
A P O C A L I P S E 7 .1 4 N Ã O É A I G R E J A .

As distinções são diversas, como podem os ver a seguir.


Há distinção en tre ju d e u s e gentios, ao p asso que n a
Igreja n ão existe tal distinção, conform e Efésios 2:14:
“Pois ele é a n o ssa paz, o qual de am bos os povos fez um ,
e d e stru iu a parede de separação, a b a rre ira de inim iza­
de que estav a no meio, desfazendo n a s u a c arn e ”.
E sses salvos n ão são coroados, en q u an to que a igre­
ja sim, conform e Apocalipse 4:4: “Ao red o r do trono ta m ­
bém havia vinte e q u atro tronos, e vi a sse n ta d o s sobre
142 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

os tronos vinte e q u atro anciãos, vestidos de branco, que


tin h am n a s s u a s cabeças coroas de o uro”.
Em Apocalipse 7:15, vemos referência a dia e noite, ao
passo que no céu essas coisas não existem m ais, conforme
Apocalipse 22:5: “Ali não haverá m ais noite. Não necessita­
rão de luz de lâm pada, nem da luz do sol, pois o Senhor
Deus os ilum inará. E reinarão p a ra todo o sem pre”.
Servem no Templo (v. 15), o que é outro sinal de que per­
tencem à terra e não ao céu. A Igreja não serve no Templo,
como é o templo do Senhor. Eis as passagens bíblicas: (João
2:21); “Mas ele falava do templo do seu corpo” (1 Coríntios
3:17); “Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o des­
truirá; pois o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado” (1
Coríntios 6:19); “Ou não sabeis que o nosso corpo é santuário
do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus?
Não sois de vós mesmos”, 1 Coríntios 12:13,27. “Pois todos
nós fomos batizados em um só Espírito, formando um só
corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres; e a
todos nós foi dado beber de um só Espírito. Ora, vós sois o
corpo de Cristo e, individualmente, membros desse corpo”.
Som bra ou tem plo indicam a te rra (v. 15). Os anciãos
e as c ria tu ra s viventes do capítulo 5 não tom am parte no
louvor. Fome, sede, sol, falam de condições terren as.
Há que co n sid erar, a in d a, a p re se n ç a do núm ero
quatro, que é favorito n esse capítulo. M enciona-se q u a­
tro anjos, q u atro ângulos, q u atro ventos (v. 1), 144.000
selados, ou seja 4 x 3.600 (v. 4); a g rande m ultidão é
classificada em q u atro g rupos d istin to s (nações, tribos,
povos e línguas) (v. 9); h á a in d a q u atro seres viventes (v.
11), e a m enção de que q u atro b ên ção s serão d ad as aos
redimidos: n ão terão fome, sede, o sol não cairá sobre
eles nem calor algum (v. 16).
O núm ero quatro relaciona-se sem pre com os mistéri­
os de Deus em relação à terra. No Éden havia quatro rios
(Génesis 2:10), e no mobiliário do tabernáculo esse núm e­
P a s s a r á a Ig r e ja p e la G r a n d e T r ib u la ç ã o X4 3

ro aparece cerca de u m a dezena de vezes. Há quatro reinos


m undiais simbolizados por quatro anim ais, e h á quatro
m etais diferentes n a profecia do capítulo dois de Daniel.
Esses fatos, e m uitos outros, reforçam o argum ento de que
os salvos no período de tribulação não são a Igreja.
Q uem serão então esse conv ertid os ? Serão aqueles
que acolherem o testem u n h o dos m issionários israelitas
e se converterem. Serão cham ados de ovelhas, em con­
traste com os bodes, conforme M ateus 25:33: “Ele porá
as ovelhas à su a direita e os bodes à s u a esquerda”. Em
n en h u m lugar da Bíblia é dito que eles e n trarão no c éu...”
E sses convertidos serão, no milénio, como os levitas do
Antigo Testam ento, que serviam ao sacerdócio. A Bíblia diz
em 1 Pedro 2:9 que a Igreja é u m sacerdócio: “Mas vós sois
a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo
adquirido, p ara que anuncieis as grandezas daquele que
vos cham ou das trevas p a ra a su a m aravilhosa luz”.
Scofield é da m esm a opinião: “E stes não pertencem
ao sacerdócio, à Igreja, com o qual parecem te r u m a re ­
lação sem elhante a dos levitas com os sacerdotes, d eb ai­
xo do Pacto Mosaico”.
Assim como no tem po d a vigência d a lei m osaica h a ­
via qu atro grupos distintos de povos, assim tam bém ocor­
re rá no milénio. Os sacerd o tes tipificam a Igreja, os levi­
ta s tipificavam os convertidos no período de tribulação e
os sa n to s do Antigo T estam ento, o re sta n te d a n ação de
Israel tipificava todo o Israel que se converterá por oca­
sião do retorno de Cristo, e os gentios em geral tipificavam
a s nações que p articip arão do reino milenial.
O d uplo s ign ifica d o das tromb etas . Os que a rg u ­
m en tam que a Igreja p a s s a rá por todo o período de tri­
bulação se servem d a expressão última trombeta, de 1
Coríntios 15:52, alegando que e ssa tro m b eta a n u n c ia o
fim d a tribulação e o início do reinado de Cristo no m ilé­
nio, conform e Apocalipse 11:15.
144 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

Mas as trom betas soavam em Israel com finalidade to­


talm ente oposta, que era a de reu n ir o povo de D eus p a ra o
culto ou p a ra a defesa militar. Nesse sentido, o soar da
trom beta p a ra a Igreja significa que estarem os p a ra sem ­
pre com o Senhor, conforme 1 Tessalonicenses 4:17.

O A R G U M E N T O D A M E I A -T R I B U L A Ç Ã O

E sse arg u m en to é bem parecido com o a n terio r no


que diz respeito à necessidade de se p re p a ra r p a ra o a r ­
reb atam en to sob o governo do anticristo. Os que defen­
dem essa hipótese afirm am que a tribulação propriam ente
d ita tem a d u ração de a p e n a s trê s anos e meio.
De fato, a ú ltim a m etade d a sem an a de tribulação
se rá de sofrim ento m uito m ais intenso, do que a prim ei­
ra parte, m as isso não q u er dizer que todo o período não
seja de juízo divino. O “dia d a vingança do nosso D eus”,
como profetizou Isaías (61:2), cobre todo o período de
sete anos.

O A R G U M E N T O P R É -T R I B U L A C I O N I S T A

A igreja s erá tirad a antes. E ssa interpretação é hoje


a m ais aceita, e é a que está m ais bem fundam entada no
contexto profético da Bíblia. O ju sto é levado antes do mal:
Perece o justo, e não há quem considere isso em meu
coração: os homens compassivos são retirados, sem que
alguém considere que o justo é levado antes que venha o
mal” (Isaías 57:1). “Vigiai em todo o tempo, e orai para
que sejais havidos por dignos de escapar de todas estas
coisas que hão de acontecer, e de estar em pé diante do
Filho do homem” (Lucas 21:36).

O m odo de D eus agir no p assad o m ostra que d a m es­


m a m an eira Ele agirá no futuro. Vejamos o caso de Coré
e se u s seguidores:
P a s s a r á a Ig r e ja p e la G r a n d e T r ib u la ç ã o 145

Apartai-vos do meio desta congregação, e os consu­


mirei como num momento. Mas eles se prostraram so­
bre os seus rostos, e disseram: Ó Deus, Deus dos espíri­
tos de todos os viventes, pecará um só homem, e indig­
nar-te-ás tu tanto contra toda esta congregação? Disse o
Senhor a Moisés: Diz a toda esta congregação: Levantai-
vos do redor da tenda de Coré, Datã e Abirão.
E ntão Moisés se levantou, e foi a D atã e a Abirão,
e após ele foram os anciãos de Israel. E disse à con­
gregação: Desviai-vos, peço-vos, das tendas destes
hom ens ímpios, e não toqueis n ad a do que é seu,
p ara que p o rventura não pereçais em todos os seus
pecados.
Levantaram-se, pois, do redor da tenda de Coré, Datã
e Abirão. E Datã e Abirão saíram, e se puseram à porta
das suas tendas, juntam ente com as suas mulheres, e
seus filhos, e suas crianças (Números 16:21-27).
A E sc ritu ra S ag rad a e n sin a que o Dilúvio veio sobre
a te rra som ente depois de Noé e s u a fam ília se e n co n tra ­
rem abrigados dentro d a arca, cu ja p o rta foi logo fecha­
d a pelo próprio D eus (Génesis 7:1-16). O castigo sobre
Sodom a e G om orra só veio depois de Ló e se u s fam iliares
terem ab an d o n a d o e ssa s cid ad es (G énesis 19:15-22).
Assim, de m odo sem elhante, os terríveis ju ízo s divinos
só virão sobre este m u n d o depois d a tran sla d aç ão de
todos os crentes.
Em se tratan d o d a m anifestação d a ira divina, esta
não p oderá atingir a Igreja, que foi redim ida pelo precio­
so san g u e de Cristo. P ara os cren tes cesso u o motivo da
ira de D eus, por isso que n e n h u m a condenação h á p a ra
os que estão em C risto J e s u s (Rom anos 8:1).
O missionário Eurico Bergstén escreveu: “O que a Pala­
vra de Deus diz é que nós seremos salvos da ‘ira fú tu rá (1
Tessalonicenses 1:10) e que Deus não nos destinou à ira,
m as à aquisição da salvação (1 Tessalonicenses 5:9-10).
146 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

A g rande trib u lação é, n a palavra profética, figura­


d a como a noite (1 T essalonicenses 5:4-6). M as a m esm a
p assag em diz que os cren tes não são da noite, m as filhos
do dia, filhos da luz. “Nós, po rtan to , não esperam os o
anticristo, m as a Cristo. “Nós não esperam os a grande
trib u lação (a noite), m as a vin d a de J e s u s ” (2 Pedro 1:19;
Apocalipse 22:16).
A Palavra de D eus nos d á a p ro m essa de poderm os
e sca p ar d e ssa s coisas (Lucas 21:36). Lemos em Isaías
57:1. que o “ju s to é levado a n te s do m al”. G raças a D eus.
A Igreja fiel, rep re se n ta d a n a te rra pela igreja de Fi­
ladélfia, J e s u s disse: “Porque g u a rd a ste a p alav ra da
m in h a paciência, tam b ém eu te g u ard arei d a h o ra da
ten tação que h á de vir sobre todo o m undo, p a ra te n ta r
os que h ab itam n a te rra ” (Apocalipse 3.10).
O m esm o J e s u s advertiu se u s discípulos: “Ora, q u a n ­
do estas coisas com eçarem a acontecer, olhai p a ra cim a e
levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está
próxim a” (Lucas 21.28). O modo de D eus agir no passado
m ostra claram ente que a Igreja não e stará n este m undo
d u ran te a grande tribulação, m as será tira d a antes.

A G R A N D E T R IBUL A Ç Ã O SE R Á
O SÉ T IM O C A ST IG O P A R A ISR A E L

Lemos em Levítico 26.21,28:


S e a n d a r d e s c o n tr a r ia m e n te p a r a c o m ig o , e n ã o m e
q u is e r d e s o uv ir, m u ltip lic a r e i a s v o s s a s a fliç õ e s s e t e v e ­
z e s m a is , s e g u n d o o s v o s s o s p e c a d o s ... e n tã o e u v o s s e ­
r ei c o n tr á r io e m furor, e v o s c a s tig a r e i s e t e v e z e s m a is
por c a u sa d o s v o sso s p ecad os.

Por mais que a expressão “sete vez mais” possa parecer


apenas um a figura da intensidade do castigo de Deus sobre o
povo israelita, a história nos permite interpretá-la literalmente.
P a s s a r á a Ig r e ja p e la G r a n d e T r ib u la ç ã o 147

Ao longo de su a história, Israel, como povo e como nação, cor­


reu o risco de ser exterminado pelo menos seis vezes:

1)Por ocasião do cativeiro assírio, em 721 a.C., q u a n ­


do o reino das dez tribos desapareceu sob o império assírio.
2) O cativeiro babilónico, 605 a.C., quando J u d á fi­
cou su jeita ao im pério de babilónia.
3) A opressão sobre Antíoco Epifânio, de 168 a 165
a.C ., q u a n d o de novo a p e q u e n a n a ç ã o de J u d á foi
am eaçad a de ser exterm inada.
4) Por ocasião da destru ição de Je ru sa lé m e do tem ­
plo, em 70 d.C.. Cerca de dois m ilhões de ju d e u s perece­
ram n e ssa g u erra co n tra os rom anos. Som ente no cerco
de Je ru sa lé m pereceram qu ase u m m ilhão de ju d e u s.
5) A opressão sob Adriano, de 132 a 135 d.C., q u a n ­
do Rom a tom ou to d as as m edidas no sentido de fazer
que a nação e o povo de Israel d esaparecessem .
6) Finalmente, o recente holocausto sob o nazismo, de
1939-1945 d.C., quando seis milhões de ju d eu s pereceram.
A operação denom inada “A solução final do problema ju ­
deu”, dos nazistas, visava o extermínio de todos os judeus.

A SP E C T O S D A G R A N D E T R IBUL A Ç Ã O

Nos prim eiros trê s an o s e meio, seguindo u m a se ­


quência que inclui os capítulos 38 e 39 de Ezequiel, te rí­
amos então, no início d esse período de sete anos, p ri­
m eiram ente a invasão de Israel por p a rte d a R ússia e de
seus aliados, aproveitando-se do caos em que ficará o
m undo em virtude do d esaparecim ento de m ilhões de
pessoas. E sta invasão de Israel e stá a ssim profetizada:
T u , p o is , ó filh o d o h o m e m , p r o fe tiz a c o n tr a G o g u e, e
dize: A s s im d iz o S e n h o r D e u s : E u s o u c o n tr a ti, ó G o g u e,
p r ín c ip e e c h e fe d e M e s e q u e e d e T u b a l. F a r -te -e i virar, e
te p o r e i s e is a n z ó is , e te fa r e i s u b ir d o e x tr e m o n o r te , e te
tr a r e i a o s m o n t e s d e I sr a e l (E ze q u ie l 3 9 :1 -2 ).
14 8 M a n u a l d e P ro fe c ia B íb lic a

Em seguida, haverá um rápido conflito nuclear de âmbito


mundial. Diz o Senhor: “Enviarei um fogo sobre Magogue e
sobre os que habitam seguros nas ilhas, e saberão que eu sou
o Senhor” (Ezequiel 39:6). O fogo, aqui, é figura muito apropri­
ada para as arm as nucleares. Magogue é o território russo, e
as ilhas podem ser continentes desconhecidos do profeta.
Finalm ente, o caos m u n d ial e o gênio da b esta. A
Bíblia descreve a p esso a do anticristo como sendo u m
hom em m uito inteligente:
E sta n d o e u observando o s chifres, vi qu e entre eles su b iu
outro chifre pequeno; e três d o s prim eiros chifres foram arran­
ca d o s d ia nte dele. N este chifre h a v ia o lho s com o o s o lh o s de
h o m em , e u m a b o ca q u e falava co m vanglória (Daniel 7.8).

“Olhos de h om em ” significa inteligência, e “u m a boca


que falava com vanglória” significa u m a trem en d a c a p a ­
cidade oratória.
E m bora todo o período de trib u lação te n h a a d u ra ­
ção de sete anos, se rá m ais a c e n tu a d a n o s últim os trê s
anos e meio. Eis as p a ssa g en s bíblicas:
D a n ie l 7 :2 5 : P ro ferirá p a la v r a s c o n tr a o A ltíssim o , e
d e s tr u ir á o s s a n t o s d o A ltís s im o , e c u id a r á em m u d a r o s
te m p o s e a s le is . E le s s e r ã o e n t r e g u e s n a s s u a s m ã o s
p o r u m te m p o , e te m p o s , e m e t a d e d e u m te m p o .

A p o c a lip s e 11 :2 : M a s d e ix a o á trio q u e e s tá fo ra d o
tem p lo ; n ã o o m e ç a s , p o r q u e fo i d a d o a o s g e n tio s . E s t e s
p is a r ã o a c id a d e s a n t a p o r q u a r e n t a e d o is m e s e s .

A p o ca lip se 1 2 :6 ,1 4 : A m u lh e r fu g iu p a ra o deserto, o n d e
j á tin h a lu g a r p rep a ra d o p o r D e u s p a ra q u e ali fo sse a lim e n ­
ta d a d u ra n te m il d u z e n to s e s e s s e n t a d ias. E foram d a d a s à
m u lh e r a s d u a s a s a s d a g r a n d e á g u ia , p a ra q u e v o a sse a té o
d eserto , ao s e u lugar, o n d e é s u s te n ta d a p o r u m tem p o , e
tem p o s , e m e ta d e d e u m te m p o , fora d a v is ta da serp en te .
P a s s a r á a Ig r e ja p e la G r a n d e T r ib u la ç ã o 149

A p o c a lip s e 13:5: F o i-lh e d a d a u m a b o c a p a r a p r o fe ­


rir a r r o g â n c ia s e b la s fé m ia s , e d e u - s e - lh e a u to r id a d e p a r a
c o n t in u a r p o r q u a r e n ta e d o is m e s e s .

O anticristo firm ará u m a aliança com m uitos por u m a


sem ana: “Ele confirm ará u m a alian ça com m uitos por
um a sem ana, m as n a m etade da se m an a fará c essar o
sacrifício e a oferta de cereais. E sobre a a s a d as abom i­
nações virá o assolador, até a d estru ição determ inada, a
qual se rá d erram ad a sobre o assolador (Daniel 9.27).
E sta alian ça não se rá com todos, o que indica que
m uitos ju d e u s terão o p ressen tim en to de que terá ch e­
gado o tem po de D eus tr a ta r de novo com eles como o
fazia d u ra n te a vigência d a lei.
A voz do a rc a n jo re la c io n a d a com o a rre b a ta m e n to
d a Ig reja é u m sin a l p a r a os is ra e lita s . Diz a B íblia:
“Pois o m esm o S e n h o r d e s c e rá do c é u com g ra n d e
b rad o , à voz do a rc a n jo , ao so m d a tro m b e ta de D eus,
e os q u e m o rre ra m em C risto re s s u r g ir ã o p rim e iro ”
(1 T e s s a lo n ic e n s e s 4:16). Leia e s ta s o u tr a s p a s s a ­
g e n s : J u d a s 9; D a n ie l 1 0 :1 3 ,2 1 ; D a n ie l 1 2 :1 ;
A p o calip se 12:7.
D eus n u n c a ficou sem u m rem anescente fiel. Um bom
exemplo e stá em 1 Reis 19:14,18:
R espondeu ele: E u ten h o sido em extrem o zeloso pelo S e ­
nhor D e u s d o s exércitos. O s lilhos de Israel deixaram a tu a ali­
ança, derrubaram o s te u s altares, e m ataram o s te u s profetas à
espada. S ó eu fiquei, e agora estão ten tan do m atar-m e ta m ­
bém ... T am bém conservei em Israel sete mil, todos o s joelho s
que n ã o s e dobraram a Baal, e tod a b o ca q ue n ã o o beijou.

Eis o u tra s passagens:


I s a ía s 4 :3 ; 1 1 :1 6 : A q u e le q u e fic a r e m S iã o , e p e r m a ­
n e c e r e m J e r u s a lé m s e r á c h a m a d o s a n to , to d o a q u e le
q u e e s tiv e r in s c r ito e n tr e o s v iv o s e m J e r u s a lé m ... H a v e ­
rá c a m in h o p la n o p a r a o r e s t a n t e d o s e u p o v o , q u e for
150 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

d e ix a d o d a A ssír ia , c o m o s u c e d e u a Isr a e l n o d ia e m q u e
s u b iu d a terr a d o E g ito .
R o m a n o s 9 :2 7 ; 1 1 :1 5 : I s a ía s c la m a v a a c e r c a d e I s ­
rael: A in d a q u e o n ú m e r o d o s filh o s d e I sr a e l s e ja c o m o a
a r e ia d o m a r, o r e m a n e s c e n t e é q u e s e r á s a lv o ... P o is s e
a s u a r eje iç ã o é a r e c o n c ilia ç ã o do m u n d o , q u a l s e r á a
s u a a d m is s ã o , s e n ã o a v id a d e n tr e o s m o r to s ?

O u tr o s e v e n to s o co rr erã o n e s s a s e g u n d a m e ta d e d a
s e p t u a g é s i m a s e m a n a p r o f é t ic a d e D a n i e l . E m p r im e ir o
lu g a r , t e m o s o s s u c e s s o s d o a n t i c r i s t o e o e n g a n o d o s
j u d e u s . J e s u s a d v e r t iu : “E u v im e m n o m e d e m e u P a i, e
n ã o m e a c e i t a i s ; m a s s e o u t r o v ie r e m s e u p r ó p r io n o m e ,
a e s s e a c e it a r e is ” (J o ã o 5 :4 3 ).
E s s e o u t r o é a q u e l e q u e “s e o p õ e e s e l e v a n t a c o n t r a
tu d o o q u e s e c h a m a D e u s o u é o b je to d e c u lto , d e s o r te
q u e s e a s s e n t a r á , c o m o D e u s , n o t e m p lo d e D e u s , q u e ­
r e n d o p a r e c e r D e u s ” (2 T e s s a l o n i c e n s e s 2 : 4 ) .
E m s e g u n d o lu g a r, o s j u d e u s q u e a in d a e s tiv e r e m e m
o u t r o s p a ís e s r e t o m a r ã o à s u a a n t ig a p á tr ia . A s s im c o m o
D e u s d e r r u b o u o m u r o d e B e r lim e p ô s u m fim à p r is ã o e m
q u e v iv ia m o s j u d e u s n o s p a ís e s d a a n t i g a U n iã o S o v ié tic a ,
a s s i m n e n h u m a o u tr a n a ç ã o c o n s e g u ir á r e te r o s is r a e lita s .
E z e q u ie l 3 7 . 1 2 afirm a : “P o r ta n to p ro fe tiz a , e d iz e -lh e s : A s s im
d iz o S e n h o r D e u s : E u a b rir ei a s v o s s a s s e p u lt u r a s , e v o s
fa re i s a ir d e la s , ó p o v o m e u , e v o s tra re i à te r r a d e Isr a e l”.
E m ter ce iro lugar, a m a n ife s ta ç ã o d o a n tic r is to e d o fa ls o
p r o fe ta c o n tr a o s j u d e u s . A s s im c o m o E lia s tip ific a a Igreja
a r r e b a ta d a , E lis e u tip ifica Israel. É in t e r e s s a n t e d u a s u r s a s
d e s p e d a ç a m q u a r e n ta e d o is m e n in o s q u e z o m b a v a m d e E lis e u :

E n tã o s u b iu d a li a B e te i. In d o e le p e lo c a m in h o , u n s
r a p a z in h o s p e q u e n o s s a ír a m d a c id a d e, e z o m b a v a m d ele,
d ize n d o : S o b e , calvo! S o b e , calvo! V ir a n d o -se e le p a r a trá s,
v iu - o s e o s a m a ld iç o o u e m n o m e d o S e n h o r . E n tã o d u a s
u r s a s s a ír a m do b o s q u e , e d e s p e d a ç a r a m q u a r e n ta e d o is
d a q u e le s r a p a z in h o s (2 R eis 2 : 2 3 - 2 4 ) .
14

A s leis do im pério rom ano e xigiam que um


d ocum ento im portante fo s s e s e lad o com s ete s elos
e confirm ad o com s e te tes temunhas .
os te m p o s em q u e J o ã o e s c re v e u o
Apocalipse, o processo de selagem v aria­
va de caso p a ra caso. G eralm ente o do­
cum ento era envolvido com sete cordões, cad a u m com o
seu selo e u m nó bem aju stad o . No caso em apreço, o
livro com os selos p arece significar a revelação dos even­
tos que deveriam ocorrer, como de fato aconteceu com a
a b e rtu ra dos selos.

O P R IM E IR O SE L O

Vi q u a n d o o C o rd eiro a b r iu u m d o s s e t e s e lo s , e o u v i
u m d o s q u a tr o s e r e s v iv e n t e s d izer, c o m o s e f o s s e v o z d e
trovã o: V em ! O lh e i, e v i u m c a v a lo b r a n c o . O s e u c a v a le i­
ro t in h a u m a r co , e fo i-lh e d a d a u m a c o ro a , e e le s a iu
v e n c e n d o , e p a r a v e n c e r (A p o c a lip se 6 :1 -2 ).

O rom pim ento do prim eiro selo m arc a o início do


período de tribulação, im ediatam ente após o a rre b a ta ­
m ento d a Igreja. Ele indica, po rtan to , o surgim ento do
cavalo branco, sím bolo de paz, que a p o n ta p a ra a pessoa
do A nticristo. Este, como u m im itador do Principe da
Paz, te n ta rá estabelecer a paz em u m m u n d o em caos.
154 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

O SEGUNDO SELO

Q u a n d o o C o rd eiro a b r iu o s e g u n d o s e lo , o u v i o s e ­
g u n d o s e r v iv e n te dizer: V em ! E n tã o s a iu o u tr o c a v a lo ,
v e r m e lh o . A o s e u c a v a le ir o fo i d a d o tira r a p a z d a terra
p ara q u e o s h o m e n s s e m a ta s se m u n s a o s o u tr o s. T a m ­
b é m lh e fo i d a d a u m a g r a n d e e s p a d a (A p o c a lip se 6 :3 -4 ).

A paz re p re se n ta d a pelo cavalo b ranco d u ra rá p o u ­


co, como prediz a Bíblia: “Q uando disserem : h á paz e
seg u ran ça, então lhes sobrevirá rep e n tin a d estru ição ,
como as dores de parto àq u ela que e stá gravida, e de
m odo n e n h u m escaparão" (2 T essalonicenses 5:3).
O cavalo verm elho rep resen ta g uerras e d erram am en ­
to de san g u e que ocorrerá por m ãos do A nticristo.

O T E R C E IR O SELO

Q u a n d o o C o rd eiro a b r iu o te r c e ir o s e lo , o u v i o t e r ­
c e ir o s e r v iv e n te dizer: V em ! O lh ei, e vi u m c a v a lo p reto .
O s e u c a v a le ir o t in h a u m a b a la n ç a n a m ã o . E o u v i u m a
c o m o q u e v o z n o m e io d o s q u a tr o s e r e s v iv e n t e s , q u e d i­
zia: U m a m e d id a d e trig o p o r u m d e n á r io , e t r ê s m e d id a s
d e c e v a d a p o r u m d e n á r io , e n ã o d a n ifiq u e s o a z e ite e o
v in h o (A p o c a lip se 6 :5 -6 ).

O cavalo preto e seu cavaleiro rep resen tam u m a g ran ­


de fome que sobrevirá ao m u n d o como p arte do castigo
de D eus. A b a la n ça fala de grande carestia. O azeite e o
vinho indicam a oliveira e a videira, as quais resistem
m uito m ais à s secas que os cereais.
O azeite e o vinho, por serem p ro d u to s considerados
caros n o s tem pos antigos, podem indicar tam b ém que
u m a m inoria poderá viver n a opulência à s cu stas da g ran ­
de m aioria d a populaçào, como aliás tem ocorrido nos
p a íses de regim e com unista.
O s S e lo s 155

O QUAR T O SELO

Q u a n d o o C o rd eiro a b r iu o q u a r to s e lo , o u v i a v o z d o
q u a r to s e r v iv e n te , q u e dizia: V em ! O lh e i, e v i u m c a v a lo
a m a r e lo . O s e u c a v a le ir o c h a m a v a - s e M o rte, e o In fer n o o
s e g u ia . F o i-lh e s d a d o p o d e r s o b r e a q u a r ta p a r te d a ter r a
p a r a m a ta r c o m a e s p a d a , c o m a fo m e, c o m a p e s t e e c o m
a s fe r a s d a ter r a (A p o c a lip se 6 :7 -8 ).

O cavalo am arelo, com seu cavaleiro que se ch am a


Morte, sim boliza u m a terrível escalad a d a m orte em v ir­
tude d a guerra, d a fome, d as doenças e dos ataq u es dos
an im ais selvagens. Um q u arto d a po p u lação d a te rra
m orrerá, o que pode significar m ilhões de pessoas.
Um a idéia p álida do que se rá e ssa trag éd ia ocorreu
n a E uropa, de 1340 a 1350, quando a p este neg ra dizi­
m ou dois terços de to d a a população.

O Q UIN T O SE L O

Q u a n d o e le a b r iu o q u in to s e lo , v i d e b a ix o d o a lta r a s
a lm a s d o s q u e fo ra m m o r to s p o r c a u s a d a p a la v ra d e D e u s
e p o r c a u s a d o t e s t e m u n h o q u e d er a m . E c la m a v a m c o m
g r a n d e v o z , d iz e n d o : A té q u a n d o , ó v e r d a d e ir o e s a n to
S o b e r a n o , n ã o j u lg a s e v in g a s o n o s s o s a n g u e d o s q u e
h a b ita m so b r e a te rr a ? E fo ra m d a d a s a c a d a u m d e le s
c o m p r id a s v e s t e s b r a n c a s , e fo i-lh e s d ito q u e r e p o u s a s ­
s e m a in d a p o r p o u c o te m p o , a té q u e s e c o m p le t a s s e o
n ú m e r o d e s e u s c o n s e r v o s e s e u s ir m ã o s , q u e h a v ia m d e
s e r m o r to s , c o m o ta m b é m e le s fo ra m (A p o c a lip se 6 :9 -1 1 ).

Na a b e rtu ra d este selo, Jo ã o vê “as alm as dos que


foram m ortos por c a u s a d a p alav ra de D eus e por c a u ­
sa do te ste m u n h o que d e ra m ”. A e sse s foi dito que ti­
vessem paciência, pois m u ito s o u tro s h av eriam de m o r­
re r por c a u s a de s u a fé em Cristo. O período de trib u la ­
ção se rá u m tem po m u ito difícil p a ra qu em co n fessar o
156 M a n u a l d o l'r o fe c la B íb lic a

nom e de J e s u s C risto. A lguns crêem que os m á rtire s do


p a ssa d o estejam in clu íd o s e n tre os que se en co n tram
“debaixo do a lta r ”.

O SEX T O SELO

O lh ei e n q u a n to ele a b ria o s e x to selo . H o u v e u m g ra n d e


ter r em o to . O s o l t o r n o u - s e n e g r o co m o s a c o d e cilíc io , e a
lu a to r n o u -s e co m o s a n g u e . A s e str e la s do c é u ca íra m so b re
a terra, c o m o q u a n d o a fig u eira , s a c u d id a p o r u m v e n to
forte, d e ix a ca ir o s s e u s fig o s v e r d e s. O c é u r e c o lh e u -s e
co m o u m p e r g a m in h o q u a n d o s e e n ro la , e t o d o s o s m o n ­
t e s e ilh a s fo ra m r e m o v id o s d o s s e u s lu g a r e s.
O s r e is d a terr a , o s g r a n d e s , o s c h e f e s m ilita r e s , o s
r ic o s, o s p o d e r o s o s e to d o e s c r a v o e to d o liv re s e e s c o n ­
d e r a m n a s c a v e r n a s e n o s p e n h a s c o s d o s m o n t e s , e d iz i­
a m a o s m o n t e s e a o s r o c h e d o s : C aí s o b r e n ó s , e e s c o n d e i-
- n o s d o r o s to d a q u e le q u e e s t á a s s e n t a d o s o b r e o tro n o ,
e d a ir a d o C o rd eiro! P o is é v in d o o g r a n d e d ia d a ira
d e le s , e q u e m p o d e r á s u b s is t ir ? (A p o c a lip se 6 : 1 2 - 1 7 ) .

Os eventos descritos p o r ocasião da a b e rtu ra do sex­


to selo se relacionam com os a stro s celestes que envol­
vem a terra. No dia 19 de m aio de 1780, principalm ente
no nordeste dos E stad o s U nidos, ocorreu u m asso m b ro ­
so fenóm eno atm osférico em que o sol se escu receu a
p a rtir d as nove h o ras d a m an h ã , e à noite, ao su rg ir a
lua, e sta estav a verm elha como sangue.
C inquenta e trê s an o s m ais tarde, em 1833, n a m es­
m a região d a Nova Inglaterra, outro fenóm eno ocorreu:
u m a im ensa c h u v a de m eteoros riscou todo o céu à noi­
te, exatam ente d a m an eira como Jo ão viu n a s u a visão
ilha de Patm os.
E sse s e v en to s j á o co rrid o s são, a m e u ver, u m a
am ostragem dos g ran d es sin ais que hão de ocorrer no
futuro.
O s S e lo s 157

O utros acontecim entos dessa época de tribulação são


um g rande trem or de terra, qual n u n c a houve, que m o­
verá m o n tes e ilhas de se u s lugares. As pessoas, em de­
sespero, p ro cu rarão algum esconderijo co n tra a ira do
Cordeiro, e m esm o b u sc arã o a m orte, m as será em vão.

O SÉ T IM O SELO

Q u a n d o e le a b r iu o s é tim o s e lo , fe z - s e s ilê n c io n o
c é u p o r c e r c a d e m e ia h o ra . E v i o s s e t e a n jo s q u e e s t a ­
v a m e m p é d ia n te d e D e u s , e lh e s fo r a m d a d a s s e t e tr o m ­
b e t a s . V eio o u tr o a n jo , e p ô s - s e j u n t o a o a ltar, te n d o u m
in c e n s á r io d e o u r o . F o i-lh e d a d o m u it o in c e n s o , p a r a
o fe r e c ê -lo c o m a s o r a ç õ e s d e to d o s o s s a n t o s s o b r e o a l­
ta r d e o u ro , q u e e s t á d ia n te d o tr o n o . E d a m ã o d o a n jo
s u b iu d ia n te d e D e u s a fu m a ç a d o in c e n s o c o m a s o r a ­
ç õ e s d o s s a n to s . E n tã o o a n jo to m o u o in c e n s á r io , e n c h e u -
-o d o fo g o d o a lta r e o la n ç o u s o b r e a terra; e h o u v e tr o ­
v õ e s , v o z e s , r e lâ m p a g o s e te r r e m o to s (A p o c a lip se 8 :1 -5 ).

Os acontecim entos relacionados com o sétim o selo


estão contidos n a s tro m b etas e taças, que enfocarem os
a seguir. O últim o selo contém as sete trom betas, e a
ú ltim a tro m b eta contém a s sete taças. O silêncio no céu
indica o h o rro r d iante d a im inência dos terríveis juízos
divinos sobre a terra. Há, tam bém , u m a referência às
orações dos san to s, de su m a im p o rtân cia no com bate ao
m al e no estabelecim ento n a te rra d a ju stiç a .
15

O hom em confia demais na fixid e z d a natureza. O


pe ríod o d a trib ulação de ixará os homens
as s us tados e atónitos, porquanto e s s a fixid e z
ced erá lugar a ev entos os mais ines perados ,
alguns dos quais e nv olv erão os luzeiros do
firm am e n to.
A P R IM E IR A T R O M BE T A

ntão os sete anjos que tinham as sete trom­


betas prepararam-se para tocar. O primeiro
anjo tocou a su a trombeta, e houve saraiva e
. fogo m isturado com sangue, que foram lan-
_ çados na terra. Foi queimada a terça parte
da terra, a terça parte das árvores, e toda a erva verde
(Apocalipse 8:6-7).
Os castigos p ro v en ien tes do to q u e d a p rim eira
tro m b eta são fogo e saraiva, d estru in d o u m a terça p arte
da vegetação d a Terra.

A SEGUNDA T R OM BET A

O segundo anjo tocou a trombeta, e foi lançado no


m ar como que um grande monte ardendo em fogo, e
tornou-se em sangue a terça parte do mar. E morreu a
terça parte das criaturas viventes que havia no mar, e foi
destruída a terça parte dos navios (Apocalipse 8:8-9).

Um a in terp retação literal d e ssa p assag em indica


que u m gigantesco m eteoro ard en d o em fogo cairá no
m ar, cau san d o g rande poluição e a m orte de um terço de
todas a s cria tu ra s m arítim as e a in d a a destruição de u m a
terça p a rte dos navios. U m a g rande co m p an h ia cinem a­
tográfica dos E stad o s U nidos in sp iro u -se n a q u ed a d es­
se m eteoro p a ra produzir filmes como Impacto Profundo
e Armagedom.
162 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

A T E R C E IR A T R O M BE T A

O te r c e ir o a n jo t o c o u a s u a tr o m b e ta , e c a iu d o c é u
u m a g r a n d e e s tr e la , a r d e n d o c o m o u m a to c h a , e c a iu
so b r e a te r ç a p a r te d o s r io s, e s o b r e a s f o n t e s d a s á g u a s .
O n o m e d a e s t r e la er a A b s in to . A te r ç a p a r te d a s á g u a s
t o r n o u - s e e m a b s in to , e m u it o s h o m e n s m o r r e r a m d a s
á g u a s , q u e s e to r n a r a m a m a r g a s (A p o c a lip se 8 : 1 0 - 1 1 ) .

E ssa g ran d e estrela p o d erá se r u m m eteoro em c h a ­


m as, ou outro anjo caído tal como no caso d a m o n ta n h a
ardente. A bsinto é o nom e do a rb u sto m ais am argo que
existe, sím bolo n a Bíblia d a aflição e dos m ales que o
pecado traz à vida dos h om ens. Sendo u m anjo caído, h á
u m a c o n s o n â n c ia com o sim b o lism o d a l it e r a tu r a
apocalíptica ju d a ic a dos tem pos h elen istas, onde e stre ­
las são m u i com um ente rep resen tativ as de anjos.
A expressão “terça p a rte ” é u m reflexo do núm ero
divino, p o rq u a n to tu d o a co n tec erá p o r p e rm issão de
Deus. Além disso, esse n ú m ero m o stra quão v a sta será
a destruição, m as tam bém m o stra como se rá a d e stru i­
ção p arcial, pois o arrep en d im en to c o n tin u a rá sendo
encorajado.

A QUAR T A T R OM BET A

O q u a r to a n jo t o c o u a s u a tr o m b e ta , e fo i fe r id a a
te r ç a p a r te d o s o l, a te r ç a p a r te d a lu a e a t e r ç a p a r te d a s
e s t r e la s , d e m o d o q u e a te r ç a p a r te d e le s s e e s c u r e c e u . A
te r ç a p a r te d o d ia n ã o b r ilh o u , e s e m e lh a n t e m e n t e a d a
n o it e (A p o c a lip se 8 :1 2 ).

Agora, d u ra n te u m a terç a p arte do dia, a s luzes ce­


lestes não dão luz, m as parecerão n o rm ais d u ra n te o
resto do tem po. Se isso tiver de ser a in terp retação lite­
ral, então su p õ e-se que certo tipo de condições atm osfé­
A s T r o m b e ta s 163

ricas, que atu alm en te n ão podem os conceber, c au sa rão


esse escurecim ento parcial e periódico.

A Q UIN T A T R O M B E T A

O q u in to an jo to c o u a s u a tro m b eta , e v i u m a e str e la


q u e d o c é u c a iu n a terra. F o i-lh e d a d a a c h a v e do p o ço d o
a b is m o . E a b riu o p o ç o d o a b ism o , e s u b iu fu m a ç a d o p o ç o ,
c o m o a fu m a ç a d e u m a g r a n d e fo rn a lh a , e c o m a fu m a ç a
do p o ço e s c u r e c e r a m -s e o s o l e o ar (A po calip se 9 :1 -2 ).

Não sabem os se o se r angelical que abre o abism o


é u m anjo caído, m as é perfeitam ente claro que o re su l­
tado d e ssa ação é que seres de p ro fu n d a iniquidade, de
n a tu re za espiritual, serão soltos n a face d a Terra. E sses
seres serão tão m aliciosos e inerentem ente m alignos que,
até então, não terão p erm issão de vir à Terra. A chave
se rá n ecessária porque aquele horrendo lu g ar e stá fe­
chado p a ra os de fora, ao m esm o tem po que o acesso de
se u s m oradores ao exterior, até então, e sta rá barrado.
Q uanto ao poço do abism o, alg u n s a u to re s ach am
que o próprio H ades e stá em foco; o u tro s ach am que o
poço é inteiram ente d istin to do Hades.
E sse poço emite u m a fu m aça extrem am ente esp es­
sa, que obscurece o firm am ento interior. Se derm os à
p assagem u m sentido sim bólico, terem os aqui u m a n u ­
vem de dem ónios esp alh ad o s pela face do globo, tão n u ­
m erosos q u an to a p rag a de g afanhotos que en ch eu o
antigo Egito (Apocalipse 9:3-4). Liderados por S a ta n á s
ou por algum poder angelical caído, e p o ssu in d o poder
como o dos escorpiões, e sse s gafanhotos saem da fu m a­
ça e se esp alh am pela T erra a tacan d o a s p esso as que
não têm n a te sta o selo de Deus.
E m bora h a ja quem su p o n h a serem os gafanhotos
insetos verdadeiros, o fato de não c au sarem dano às p lan ­
ta s to rn a difícil tal in terp retação . Se fossem insetos lite­
1 6 4 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

rais, esp era r-se -ia que devorassem to d a v erdura, especi­


alm ente no caso de u m a p rag a de gafanhotos. M as estes
não são gafanhotos com uns, pois o objetivo deles é o ser
h u m an o (Apocalipse 9:5-6). H á estu d io so s dos tem as
ap o calíp tico s que a c re d ita m que Jo ã o te n h a visto os
m odernos in stru m e n to s de guerra. Os ferrões de s u a s
ca u d a s seriam então m etralh ad o res ou lança-foguetes
dos caças m ilitares, com todo o seu trem endo poder de
destruição.
O contexto d e ssa praga, porém , indica que se tr a ­
ta de alg u m a form a de invasão dem oníaca de seres tão
terríveis e perversos que só n o s fins dos tem pos lhes será
perm itido o acesso à T erra. A descrição d e sse s seres
m o stra q ue não se tra ta de en o rm es e horren d o s insetos,
por m ais h o rren d o s que p o ssam ser, m as de seres esp iri­
tu a is m alignos.
Note-se que não lhes foi perm itido m a ta r a s p essoas,
m as a to rm en tá-las d u ra n te cinco m eses com u m to rm en ­
to sem elh an te ao que provoca o escorpião. N aquele tem ­
po a s p e sso a s b u scarão a m orte e n ão a acharão; d eseja­
rão m orrer, m as a m orte fugirá delas. Os ato rm en tad o s
p erm anecem vivos a fim de conhecerem a s terríveis con­
seq u ên cias do seu pecado. Em seu desespero, alg u n s
invocarão a Deus.
É in te re ssa n te observar que os gafanhotos só agem
m ediante p erm issão de D eus, o que nos m o stra que as
forças do m al, m esm o as m ais poderosas, n ão podem
fazer o que querem , m esm o em relação aos ímpios.
Os cinco m eses podem significar u m prazo p a ra a r ­
rependim ento. Nesse sentido, a s p rag as terão o propósi­
to de devolver aos h o m en s o bom senso espiritual. É p o s­
sível que, atrav és d as m isérias e dos sofrim entos, m u ito s
sejam lan çad o s de joelhos, arrependidos.
Em geral, a s p esso as ach am que vale a p e n a viver
a q u alq u er custo, tão p reciosa lhes p arece a vida. O perí-
A s T r o m b e ta s 165

odo d a g rande trib u lação m odificará tu d o isso. Não se


sabe por que D eus n ão p erm itirá que a s p esso as m o r­
ram d u ra n te aqueles cinco m eses, d u ra n te o juízo da
q u in ta trom beta, m as o texto deixa claro que é p recisa­
m ente isso que ocorrerá. Diz a Bíblia:
A a p a r ê n c ia d o s g a fa n h o to s e r a s e m e lh a n t e a d e c a ­
v a lo s a p a r e lh a d o s p a r a a g u er ra . S o b r e a s s u a s c a b e ç a s
h a v ia c o m o q u e u m a s c o r o a s s e m e lh a n t e a o o u ro , e o s
s e u s r o s t o s e r a m c o m o r o s t o s d e h o m e n s . T in h a m c a b e ­
lo s c o m o c a b e lo s d e m u lh e r e s , e o s s e u s d e n t e s e r a m
c o m o o s d e le õ e s . T in h a m c o u r a ç a s c o m o c o u r a ç a s d e
ferro, e o r u íd o d e s u a s a s a s e r a c o m o o r u íd o d e c a r r o s
d e m u ito s c a v a lo s q u e co r r e m a o c o m b a te . T in h a m c a u ­
d a s e a g u ilh õ e s s e m e lh a n t e s a s d o s e s c o r p iõ e s , e n a s
s u a s c a u d a s tin h a m p o d e r p a r a d a n ific a r o s h o m e n s p o r
c in c o m e s e s (A p o c a lip se 9 :7 -1 0 ).

Os gafanhotos são sem elh an tes a cavalos, d o ta ­


dos de coroas de ouro. O cavalo é u m anim al vigoroso,
u sa d o n a g u erra por se r ligeiro e capaz de p roduzir g ra n ­
de destruição. E sses gafanhotos dem oníacos sairão como
u m exército conquistador de forças satânicas. Serão “reis”
d u ran te cinco m eses, o que fica d em onstrado pelas s u a s
coroas.
O fato de terem d en tes como os de leões n o s fala
que serão d estru id o res terríveis, inclinados a d esp ed a­
çar, ferindo e aleijando s u a s vítim as, como fazem os le­
ões quando saltam sobre a presa.
O versículo nove fornece a sétim a descrição dos
gafanhotos, a qual com pleta a descrição geral com o m ís­
tico núm ero “se te ”, tão com um no Apocalipse. O quadro
gráfico do avanço de enxam es de gafanhotos dem onía­
cos e a total in capacidade de resistir a eles, é dado n este
caso como o som de carros, de m u ito s cavalos que a v an ­
çam para a guerra. Os gafanhotos se parecem com e s­
corpiões, e foi-lhes dado poder de a to rm e n ta r os hom ens
166 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

por cinco m eses, o período n o rm al d as atividades dos


gafanhotos n atu ra is, pois coincide com seu “ciclo de vida”.
A pocalipse 9:11-12 afirm a:
T in h a m s o b r e s i c o m o rei o a n jo d o a b is m o , cu jo o
n o m e e m h e b r a ic o é A b a d o m , e e m g reg o A p o lio m . P a s ­
s a d o é j á u m ai; d e p o is d is s o v e m a in d a d o is a is .

Abadom é u m term o hebraico que significa “d es­


tru ição ou ru ín a ”. Algum as vezes é u sad o como equiva­
lente d a m orte, d a se p u ltu ra ou do Seol, a h ab itação tem ­
p o rária dos m ortos. Abadom seria, de acordo com a l­
g u n s in térp retes, o rei d a “p a rte m á ” do H ades, o lugar
de detenção dos hom ens in ju sto s e rebeldes, até ao ju l­
gam ento do trono branco, após o que serão lan çad o s em
Geena, que e a região definitiva dos condenados.
O prim eiro “ai” é a q u in ta trom beta. O fato de o
vocábulo “ai” e sta r ligado à s tro m b etas cinco, seis e sete
m o stra que elas são d e stac ad a s d as três prim eiras tro m ­
b e ta s por serem de c a rá te r m ais virulento. D u ra n te o
período d a grande tribulação, os ju ízo s divinos se to rn a ­
rão cada vez m ais severos, a fim de levar os h o m en s ao
arrep en d im en to .

A SEX T A T R OM BET A

O s e x to a n jo t o c o u a s u a tr o m b e ta , e o u v i u m a v o z
qu e v in h a d a s q u a tr o p o n t a s d o a lta r d e o u ro , q u e e s t a v a
d ia n te d e D e u s , a q u a l d iz ia a o s e x t o a n jo , q u e t in h a a
tro m b eta: S o lt a o s q u a tr o a n jo s q u e e s t ã o p r e s o s j u n t o
a o g r a n d e rio E u fr a te s . E fo r a m s o lt o s o s q u a tr o a n jo s
que e s ta v a m p r e p a r a d o s p a r a a q u e la h o ra , e d ia , e m ê s ,
e a n o , a fim d e m a t a r e m a t e r ç a p a r te d o s h o m e n s
(A po calip se 9 : 1 3 - 1 5 ) .

Os juízos d as tro m b etas tra ta m específica e essen ci­


alm ente d a liberação de poderes satân ico s que invadirão
A s T r o m b e ta s 167

a terra. A sexta tro m b eta in ten sificará a in d a m ais o so ­


frim ento descrito n a q u in ta trom beta.
A p assag em do versículo 13 re to rn a ao altar, à
cen a onde foram in tro d u zid o s os selos. A selagem de
Apocalipse 7:13 co n tin u a em vigor. Os selados serão isen ­
tos d esses juízos, a in d a que, eventualm ente, o m al ve­
n h a a prevalecer n a T erra, sendo aqueles cren tes m a rti­
rizados por c a u sa de s u a fé. Os fiéis, pois, sofrerão devi­
do à “ira dos h o m en s”, m as serão protegidos d a “ira de
D eu s”, conform e su ced eu ao antigo povo de Israel.
O que os q u atro anjos são e fazem constitui o juízo
d a sex ta trom beta. Ao serem soltos, e sp raia r-se-á u m
exército de d uzentos m ilhões de cavaleiros, que re sp i­
ram ch am as, e que m atarão a terça p a rte dos h a b ita n ­
tes d a Terra.
E sses anjos podem ser “anjos sa n to s ”, dotados de
vasto poder, m as podem tra ta r-s e de “arcan jo s do m al”.
E ste últim o ponto de v ista e stá m ais de acordo com a
ten d ên cia geral dos ju ízo s d as tro m b etas, que tra ta m de
u m a invasão d a T erra que ocorrerá n o s últim os d ias por
p arte de forças sa tân ica s. O fato de serem quatro anjos
indica que a s p rag as atingirão a plenitude d a Terra. O
núm ero qu atro e stá sem pre relacionado, n a Bíblia, com
toda a terra.
O rio E u frates e ra conhecido como o “grande rio”,
por se r o m aior que se conhecia n a á re a d a Palestina.
Form ava a s fronteiras de Israel ao norte. Em face disso,
o E u frates servia de defesa n a tu ra l c o n tra os exércitos
vindos do norte, especialm ente d a A ssíria. O rio sofre
um tran sb o rd am en to a n u al que com eça em m arço e p ro s­
segue até maio. E sse tran sb o rd am en to simboliza os juízos
infligidos por D eus c o n tra Israel, por meio de poderes
estrangeiros. O E u frates sim bolizava, p a ra os profetas
heb reu s, tu d o q u an to é d esastro so que pode atingir os
hom ens m ediante ju ízo s divinos.
168 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

Vários a u to re s vêem no versículo 15 precisão, e não


extensão de tem po. Nesse caso, aqueles q u atro anjos fo­
ram p rep arad o s p a ra o tem po exato de s u a m an ifesta­
ção, envolvendo até a h o ra d a m esm a.
O n ú m e r o d o s e x é r c ito s d o s c a v a le ir o s e r a d e d u z e n ­
t o s m ilh õ e s . E u o u v i o n ú m e r o d e le s . E a s s im v i o s c a v a ­
lo s n e s t a v isã o ; o s s e u s c a v a le ir o s tin h a m c o u r a ç a s d e
fo g o , e d e j a c in t o , e d e e n x o fr e . A s c a b e ç a s d o s c a v a lo s
e r a m c o m o c a b e ç a s d e le õ e s , e d e s u a s b o c a s s a ía m fo go ,
f u m a ç a e e n x o fr e (A p o c a lip se 9 : 1 6 - 1 7 ) .

Literalm ente, o grego diz dois dez mil de dez m il,


isto é, duzentos m ilhões. Em seu total espanto, o apóstolo
Jo ão contem pla aquilo que ouvira. Terror após terro r se
am ontoa n a descrição d a m orte de u m terço d a h u m an i­
dade. De acordo com Cham plin, não devemos im aginar
aqui cavaleiros infernais visíveis, que agirão como se fora
u m exército. Antes, esses seres dem oníacos haverão de
influenciar os hom ens, transform ando-os em agentes do
próprio S atan ás. E ssa é a circu n stân cia que c riará o caos,
a g u erra e a violência sem limites. A existência h u m an a,
n e sta terra, to rn a r-se -á u m autêntico inferno.
A descrição dos gafanhotos, n o s w . 7-10 deste
capítulo consiste de sete elem entos, en q u an to esses c a ­
valeiros co n ta com a p en a s q u atro elem entos. O prim eiro
indica u m poder “com pleto”, que a p esa r de ser dem onía­
co se rá d iretam en te controlado, a fim de a to rm e n ta r os
hom ens. O segundo é o n ú m ero terrestre, o que su b e n ­
ten d e que a m a ta n ç a efetu ad a pelos poderes dem onía­
cos cu m p rirá o propósito de D eus sobre a te rra inteira,
em u m ju lg am en to que, a p e sa r de se r retributivo, ta m ­
bém te rá a finalidade de conduzir a s p esso as ao a rre ­
pendim ento.
Os m étodos de m atança, a saber, fogo, fum aça e
enxofre, são n esse texto cham ados de praga. C onstituem
A s T r o m b e ta s 169

u m a praga do Hades, da m esm a form a que os gafanhotos


foram u m a praga. A atribuição de c au d as de serpente aos
cavalos que sopravam fogo dão u m toque gráfico, to rn a n ­
do aqueles cavalos trem endam ente grotescos. A serpente
é símbolo de m aldade e dano, de perigo oculto e am eaça.
Os hom ens serão atacados por u m poder contra o qual
não têm experiência nem meios de defesa.
Os dois terços que sobreviverão ao juízo de sex ta
tro m b eta não se deixarão “reform ar” ao m ínim o, a p e sa r
de serem te ste m u n h a s ao que su ced er ao outro terço da
h u m an id ad e. N ada m u d o u em seu credo ou em s u a vida
diária. Há u m ponto de endurecim ento a que o hom em
pode chegar em s u a rebeldia e depravação, do qual é
m uito difícil voltar.
Nos últim os dias, os hom ens sofrerão terrivelm en­
te por adorarem ao an ticristo e p raticarem o seu culto
científico contrário a D eus. H averá a m ais v a sta e m ais
h o rren d a de to d as a perseguições religiosas co n tra a q u e ­
les que se recu sarem a u n ir-se a esse culto ao anticristo.
Apocalipse 21:8 afirm a que a “se g u n d a m orte” se rá o
destino dos que p ersistirem n a idolatria, com todos os
seus vícios.

A SÉ T IM A T R O M BET A

O s é tim o a n jo t o c o u a s u a tr o m b e ta , e h o u v e n o c é u
g r a n d e v o z e s , q u e d izia m : O s r e in o s d o m u n d o v ie r a m a
s e r d e n o s s o S e n h o r e d o s e u C risto , e e le r e in a r á p a r a
to d o o s e m p r e . E o s v in te e q u a tro a n c iã o s , q u e e s tã o a s ­
s e n ta d o s e m s e u s tr o n o s d ia n te d e D e u s , p r o str a r a m -se
so b re s e u s r o sto s, e a d o ra ra m a D e u s , d izend o: G r a ça s te
d a m o s, S e n h o r D e u s T o d o -p o d e ro so , q u e er a s, p o rq u e to ­
m a s te o te u g ra n d e poder, e r e in a s te s . Ir a ra m -se a s n a ­
ç õ e s , e n tã o v eio a t u a ira, e o te m p o d e s e r e m ju lg a d o s o s
m o rto s, e o te m p o d e d a r e s r e c o m p e n s a a o s p ro feta s, t e u s
s er v o s, e a o s s a n to s , e a o s q u e te m e m o t e u n o m e, a p e q u e ­
170 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

n o s e g r a n d e s, e o te m p o d e d e s tr u ir d e s o s q u e d e str o e m a
terra. A b r iu -s e n o c é u o te m p lo d e D e u s , e a a r c a d a s u a
a lia n ç a fo i v is t a n o s e u s a n tu á r io . E h o u v e r e lâ m p a g o s ,
v o z e s e tr o v õ e s , e te r r e m o to e g r a n d e c h u v a d e p e d r a s
(A p o c a lip se 1 1 :1 5 -1 9 ).

O ú ltim o p a rá g ra fo do c a p ítu lo nove r e la ta o ju ízo


d a se x ta tro m b e ta . A n tes de s e r a p re s e n ta d a a s é ti­
m a tro m b e ta , d a q u a l em erg irão os ju íz o s d a s sete
ta ç a s , o a u to r faz u m a p a u s a p a ra r e la ta r a visão do
rolo de gosto d o ce-am arg o e ta m b é m p a ra refe rir-se
à s d u a s te s te m u n h a s . S o m en te a p ó s o “p a rê n te s is ” é
q u e é a p re s e n ta d o o ju íz o d a sé tim a tro m b e ta . A a b e r ­
tu r a do sétim o selo ta m b é m foi c a ra c te riz a d a p o r d u a s
c e n a s. É ev id en te, pois, q u e o a u to r sa g ra d o p lan e jo u
c u id a d o sa m e n te o se u livro a fim de revelar, d e n tro
de se u estilo lite rá rio , u m a p ro g re ssã o n o s castig o s
d ivinos.
A sétim a tro m b eta p ro cu ra trazer à lum e o m isté­
rio de D eu s. D e u s c o n c re tiz a rá os s e u s p ro p ó sito s
rem idores e estab elecerá a su b seq ú e n te era etern a, p o r­
q u an to a vontade de D eus é a re sta u ra ç ã o de tu d o em
J e s u s Cristo, e p a ra isso contribui até m esm o os eventos
relacionados com a sétim a trom beta.
Começa neste ponto a seg u n d a m etade d a grande
tribulação, ou os últim os três anos e meio. Os complexos
eventos da sétim a trom beta incorporam de certo modo
todo o restan te do Apocalipse, incluindo a glória d a res­
tau ração de todas as coisas. E sse resultado, portanto, será
o produto de tais juízos.
A sétim a tro m b eta co n siste essen cialm en te dos
seg u in tes pontos:
• As ações de sete p ersonagens, incluindo a conso­
lidação do an ticristo e seu poder, bem como o ap areci­
m ento do falso profeta;
A s T r o m b e ta s 171

• Os respectivos adoradores de Cristo e do anticristo,


e os efeitos que isso te rá sobre o m u n d o (cap. 14);
• Os juízos d a sete trom betas;
• A q u ed a d a Babilónia, o sistem a m undano;
• A q u ed a de S a ta n á s e do anticristo;
• A seg u n d a vin d a de Cristo;
• O milénio;
• A revolta final;
• A nova criação e a Je ru sa lé m celestial;
Q u an to aos v in tes e q u atro an cião s do versículo
16, seu significado n ão é certo, visto que n o s escritos
ju d aico s n ão h á q u alq u er paralelo a e ssa idéia, que com
frequência sugere as figuras e conceitos do apóstolo João.
Em Isaías 24:23, tem os anciãos que entoavam louvores
a D eus. Assim, se h á anciãos n a Sião terrestre, h averá
tam b ém n a celestial.
No versículo 19 tem os a a b e rtu ra do sa n tu ário de
D eus. A lguns au to re s ach am que h á “tem plo literal” nos
céus, com os objetos originais que serviam de modelo
p a ra o tem plo terrestre. Tal arg u m en to não tem n e n h u m
apoio escriturístico. A ntes, o tem plo sobre a te rra in co r­
pora “princípios esp iritu ais e celestes”, de modo típico, e
não literalm ente como que em “im itação de objetos lite­
ra is”. Os sím bolos, como sa n tu ário e a rc a falam de reali­
d ad es espirituais, a titu d e s e operações esp iritu ais, e n ão
de objetos físicos.
A arca no Antigo T estam ento era o lugar onde D eus
vin h a e n co n trar-se com os h o m en s a fim de revelar a
su a vontade. E ra tam bém símbolo de sacrifício, pois a b ri­
gava a Lei, que exigia castigo por c a u sa do pecado. E ra
sím bolo de aceitação d a p arte de D eus, m ediante a ali­
ança, que, n esse caso, e ra a da Lei.
Na p resen te p assag em do versículo 19 vemos, por
conseguinte, que D eus e stá p restes a confirm ar s u a ali­
a n ça com a h u m an id ad e por meio de Cristo, qu an d o o
172 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

seu reino estiver p restes a se r restau rad o . A te rra pode­


r á ver e ssa g ran d e verdade, m as o fará em meio a grande
agonia, pois os hom ens só ap ren d em len tam en te e com
dificuldade acerca d as v an tag en s d a alian ça com Deus.
É por isso que tem os aqui relâm pagos, trovões e u m te r ­
rem oto, ou seja, m u ito s ju ízo s a p ressio n arem os h o ­
m en s p a ra que reconheçam a provisão divina.
16
As

A o te rm inare m os ju íz o s das s e te taças, e s tará


cons um ad a a ob ra d e purificação d a terra, e s e rá
inaugurad a a e ra áure a — o milénio.
A P R IM E IR A TAÇA

n tã o o u v i, v in d a d o te m p lo , u m a g r a n d e v o z
j q u e d iz ia a o s s e t e a n jo s: Ide, e d e r r a m a i s o -
_ b r e a te r r a a s s e t e t a ç a s d a ira d e D e u s . O
p rim eiro s a iu e d e r r a m o u a s u a t a ç a s o b r e a terr a , e a p a r e c e u
u m a c h a g a fe ia e d o lo r o s a n o s h o m e n s q u e tin h a m o s in a l d a
b e s t a e q u e a d o r a v a m a s u a im a g e m (A p o c a lip se 1 6 :1 -2 ).

Os sete anjos com setes ta ç a s significa que este


se rá u m ciclo de ju lg am en to com pleto e total, como o
protótipo, os sete dias criação, que co n stitu em o período
completo e total d a criação.
A p a rtir de agora os ad oradores d a b e sta e de s u a
im agem terão de beb er do cálice d a cólera de D eus. A
prim eira p rag a d as ta ç a s provocara trem endo su rto de
úlceras en tre os hom ens, talvez de fundo canceroso. Isso
é u m a repetição, em escala m aior, d a p rag a d as úlceras,
a sexta p rag a do Egito.

A SEGUNDA T AÇA

O s e g u n d o a n jo d e r r a m o u a s u a t a ç a n o m ar, q u e s e
to r n o u e m s a n g u e c o m o d e u m m o r to , e m o r r e r a m to d o s
o s s e r e s v iv e n t e s q u e e s t a v a m n o m a r (A p o c a lip se 1 6 :3).

E ssa seg u n d a p rag a tam b ém se assem elh a às que


foram d erram ad as sobre o Egito, q u an d o o rio Nilo to r ­
nou-se em sangue. Aqui, o próprio m a r é atingido. Q u a n ­
do dos juízos d as tro m b etas, som ente u m a terça p a rte
176 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

se tran sfo rm o u em sangue, e som ente u m a terç a parte


d a vida m a rin h a pereceu. M as n e sse caso, os efeitos se­
rão m uitíssim o s m ais vastos, pois m orrerão todos os se­
res viventes que estiverem no m ar. O m ar to rn a r-se -á
como o san g u e de u m m orto, im undo e coagulado, im ­
possibilitando a p resen ça de vida.
Alguns autores acham que essa descrição é simbólica,
referindo-se ao envenenamento do sangue da vida das nações,
como se a questão fosse moral e espiritual, e não literal.

A T E R C E IR A T A Ç A

O terceiro anjo d erra m o u a s u a ta ç a n o s rio s e n a s fo n ­


te s d a s á g u a s, e s e to rn a ra m e m sa n g u e . E n tã o o u v i o anjo
d a s á g u a s dizer: J u s to é s tu , ó S en h or, q u e é s e q u e era s, o
S a n to , p o rq ue ju lg a s te e s t a s co isa s; p o rq u a n to d erra m a ram
o s a n g u e d e s a n to s e d e p rofetas, ta m b é m tu lh e s d e s te s a n ­
g u e a beber; sã o m e re ce d o re s d isto . E o u v i u m a v o z d o altar
respon der: N a v erd ad e, ó S e n h o r D e u s T o d o -p o d ero so , v e r ­
d a d eiro s e j u s t o s s ã o o s t e u s ju íz o s (A pocalipse 16:4-7).

Tem os aqui algo paralelo à prim eira p rag a do Egi­


to, que atingiu não som ente o rio Nilo, m as tam b ém a s
fontes, os poços e os ribeiros, tran sfo rm an d o -o s em s a n ­
gue. Aqui o dano se rá total, pelo que a destru ição p ro d u ­
zida se rá m uito m ais vasta. É de se a d m irar que algum
se r h u m an o a in d a p o ssa sobreviver a tudo isso.
Q u an to ao anjo d as ág u as, é possível que essa
figura seja ex traíd a d as nações pagãs, que acreditavam
que cad a elem ento d a n a tu re z a é controlado por anjos.
A prendem os aqui que D eus controla tudo, e que n a d a
fica fora d a s u a influência.
O versículo cinco salien ta a e ternidade e a p e rm a ­
nên cia de D eus. D eus tran scen d e o tem po, em bora ta m ­
bém se m anifeste dentro dele. Ele e stá sem pre p resen te
e pronto a ju lg a r os hom ens segundo a s s u a s obras.
A s Ta ça s 177

O castigo de beber sangue é u m a espécie de “p u n i­


ção de acordo com a n a tu re za da cu lp a”. Aquilo que a
pessoa sem eia isso tam bém colhe. Tem os aqui o “ab c” da
d o u trin a cristã e da m oralidade. A D eus pertence a re­
com pensa e o castigo. O anjo d as ág u as agora p u n irá os
hom ens sedentos de sangue, dando-lhes sangue a beber.
No versículo sete, a s p alav ras provindas do a lta r
rep resen tam o cum prim ento d as orações dos m ártires
debaixo do altar, im plorando que D eus vingue seu s a n ­
gue dos povos d a T erra, os q u ais os perseg u iram e m a ta ­
ram . E agora que o ju lg am en to divino com eçou a ser d es­
carregado, o a lta r fala em favor dos m ártires, declarando
que esse ju lg am en to é ju sto : “E clam avam com grande
voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e san to so b era­
no, n ão ju lg a s e vingas o nosso san g u e dos que h ab itam
sobre a te rra ? ” (Apocalipse 6:10).

A QUAR T A T AÇA

O q u a r to a n jo d e r r a m o u a s u a t a ç a s o b r e o s o l, e
fo i-lh e p e r m itid o q u e a b r a s a s s e o s h o m e n s c o m fo g o . O s
h o m e n s fo ra m a b r a s a d o s c o m g r a n d e ca lo r, e b la s f e m a ­
r a m c o n tr a o n o m e d e D e u s , q u e t e m p o d e r so b r e e s t a s
p r a g a s , m a s n ã o s e a r r e p e n d e r a m p a r a lh e d a r e m g ló ria
(A p o c a lip se 16: 8 -9 ).

A q u a rta ta ç a tem m ais ou m enos o m esm o cará-


te r d a q u a rta trom beta, reg istrad a em A pocalipse 8:2.
Em vez de u m a terça p a rte do sol se r atingida, o poder
do sol é trem en d am en te au m en tad o . Há tam b ém a p o s­
sibilidade de redução d a atm osfera p ro teto ra d a terra,
de tal m odo que os raios solares atin jam a superfície do
p lan eta sem o crivo do “escu d o ” p ro teto r d a atm osfera.
O benfeitor d a terra, o sol, to rn a r-se -á u m inim i­
go. O rdinariam ente, o sol é u m benfeitor. Sem ele não
178 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

p o d e r ia h a v e r v i d a e m n o s s o p l a n e t a . P o r é m , a i n i q u i d a ­
d e d o s h o m e n s t o r n a r - s e - á t ã o g r a n d e q u e a p r ó p r ia n a ­
t u r e z a h a v e r á d e r e v o l t a r - s e c o n t r a e l e s , p r e j u d ic a n d o -
o s e n o r m e m e n t e , a o i n v é s d e a j u d á - l o s . E s s e v e r s íc u l o
d e m o n s t r a q u e a p r ó p r ia n a t u r e z a a m e a ç a r á o h o m e m
d e to ta l e x tin ç ã o .

A Q UIN T A T A Ç A

O q u in to a n jo d e r r a m o u a s u a t a ç a s o b r e o tr o n o d a
b e s t a , e o s e u r e in o s e fez te n e b r o s o . O s h o m e n s m o r d i­
a m a s s u a s lín g u a s d e dor, e p o r c a u s a d a s s u a s d o r e s, e
p o r c a u s a d a s s u a s c h a g a s , b la s fe m a r a m c o n tr a o D e u s
d o c é u , e n ã o s e a r r e p e n d e r a m d a s s u a s o b r a s (A p o ca lip se
1 6 : 1 0 - 1 1 ).

E n t e n d e - s e q u e a “d o r ” d o s h o m e n s s e r á d e v id a
à s q u e im a d u r a s r e c e b id a s s o b o ju íz o d a q u a r ta ta ç a .
E n tã o , s u b it a m e n t e o m u n d o s e r á m e r g u lh a d o e m to ta l
e s c u r id ã o . N e m m e s m o e s s e s o fr im e n to e x tr e m o c o n s e ­
g u ir á c o n d u z ir a s p e s s o a s a o a r r e p e n d im e n to .
E m b o ra d e u m m od o g era l a s ta ç a s rep r e se n te m
a s tr o m b e ta s , s ã o , p o r é m , a c o n t e c im e n t o s d ife r e n te s e m
d iv e r s o s a s p e c t o s . O s j u íz o s d a s t a ç a s s e r ã o m u ito m a is
in t e n s o s e e x te n s iv o s . T e m o s a q u i s o m e n t e a r e p e tiç ã o
d o s m e s m o s tip o s d e c a s tig o s e m fo r m a in te n s ific a d a .
I n t e n s a a n g ú s t i a a t in g i r á a s p e s s o a s , q u e f ic a r ã o c o b e r ­
t a s d e “ú l c e r a s e c h a g a s ”, f e r i m e n t o s d e c o r r e n t e s d e e n ­
f e r m id a d e s e d e q u e im a d u r a s p r o v o c a d a s p e lo s r a io s
s o la r e s ; m a s n a d a d i s s o c o n s e g u e l e v á - l a s a o a r r e p e n d i ­
m e n to .
O b s e r v e m o s q u e o s e f e i t o s d o s j u í z o s s e ir ã o a c u ­
m u l a n d o . A lé m d e t e r e m s u a s ú l c e r a s e q u e i m a d u r a s , a s
p e s s o a s e sta r ã o s e n ta d a s em tr e v a s. S u a s d e s g r a ç a s s e
ir ã o m u l t ip li c a n d o . M a s e m v e z d e s e a r r e p e n d e r e m , b l a s ­
f e m a r ã o d o p r ó p r io D e u s d o c é u .
A s Ta ça s 179

A SEX T A TAÇA

O s e x t o a n jo d e r r a m o u a s u a t a ç a s o b r e o g r a n d e rio
E u fr a te s , e a s u a á g u a s e c o u - s e , p a r a q u e s e p r e p a r a s s e
o c a m in h o d o s r e is d o O r ie n te. E n tã o v i t r ê s e s p ír ito s
im u n d o s , s e m e lh a n t e s a r ã s , s a ír e m d a b o c a d o d ra g ã o ,
d a b o c a d a b e s t a e d a b o c a d o fa ls o p r o fe ta . S ã o e s p ír ito s
d e d e m ó n io s , q u e o p e r a m s in a is , e v ã o a o e n c o n tr o d o s
r e is d e to d o o m u n d o , a fim d e c o n g r e g á -lo s p a r a a b a t a ­
lh a , n a q u e le g r a n d e d ia d o D e u s T o d o -p o d e r o s o .
E is q ue v e n h o co m o ladrão! B em -a v en tu ra d o a q u ele q u e
vigia e g u a rd a a s s u a s v e ste s, p ara n ã o a n d a r n u , e n ã o se
v eja a s u a v erg on ha. E n tã o con grega ram o s reis n o lugar q ue
e m h eb raico s e c h a m a A rm a g ed om (Apocalipse 16:1 2-16 ).

A sex ta p rag a secará literalm ente o rio E ufrates,


facilitando a p assag em de tro p as u n id a s no oriente, e
isso a p re ss a rá o Arm agedom . E ssa b a ta lh a se rá satan i-
cam ente in sp irad a, por p erm issão de D eus, e os h om ens
ficarão tão enlouquecidos pela influência diabólica que a
raç a h u m a n a a n d a rá perto d a extinção.
O desvario satân ico governará o m u n d o inteiro,
p o rq u an to os hom ens rejeitaram a D eus e a b raçaram a
S a ta n á s e ao anticristo. M as a b a ta lh a do Arm agedom
a ssin a la rá a q u ed a do sistem a satân ico por inteiro em
to d a a face d a terra.
O juízo d a sex ta ta ç a é u m a espécie de duplicação
geral do juízo d a sexta trom beta, qu an d o d uzentos m i­
lhões de cavaleiros satân ico s haverão de invadir a terra,
por ordem dos qu atro anjos, até então am arrad o s no rio
E ufrates.
A rã, além de ser u m anim al im undo, é u m sinal
de m aldade. Portanto, os três espíritos do versículo treze
são tão im u n d o s como a s s u a s fontes de origem: o d ra ­
gão e a s d u a s b e stas. A m issão p a rtic u la r d e ssa s rã s
s e r á c o n v o c a r o s c o m b a te n te s p a r a a b a ta lh a do
180 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

A rm agedom , conform e se vê em Apocalipse 16:14. Elas


enlouquecerão de ira os hom ens, e estes, dom inados pela
violência, provocarão u m a m a ta n ç a como ja m a is se viu
an tes. S a ta n á s m o stra rá o que significa adorá-lo, e até
onde ele conduz os seu s seguidores. Voltarem os a falar
d e ssa b a ta lh a m ais adiante, n este m ódulo.
No v ersícu lo 15 e n c o n tra m o s a te rc e ira bem -
a v en tu ran ç a do livro de Apocalipse. Aquele que c o n ser­
va p uro o se u cam inho, a n d a rá “de b ran c o ” com Cristo.
Tem os como sim bolism o de “vestes b ra n c a s ”: a) p ureza
de v id a e c a rá te r, tr a n s f e r id a s p a r a a s d im e n sõ e s
celestiais; b) im ortalidade obtida atrav és d a santidade.
Q uanto ao a n d a r n u, isso a p o n ta p a ra a indecência e
p a ra a falta de pureza. T am bém indica o espirito despi­
do, ou seja, sem aquela im ortalidade que C risto dá.

A SÉ T IM A T A Ç A

O s é tim o a n jo d er ra m o u a s u a ta ç a n o ar, e s a iu g r a n ­
d e v o z d o tem p lo d o c é u , d o tro n o, d izend o: E s tá feito. E
h o u v e re lâ m p a g o s, v o z e s, tr o v õ es, e u m g ra n d e terrem o to ,
co m o n u n c a tin h a h a v id o d e s d e q u e h á h o m e n s so b r e a
terra, ta l foi o terrem o to , forte e g ra n d e. A g ra n d e cid a d e
fe n d e u -s e e m tr ê s p a rtes , e a s c id a d e s d a s n a ç õ e s ca íra m .
D e u s s e le m b r o u d a g r a n d e B a b iló n ia , p a r a lh e d a r o
c á lic e d o v in h o d a in d ig n a ç ã o d a s u a ira. T o d a s a s ilh a s
fu g ira m , e o s m o n te s n ã o m a is s e a c h a r a m . E s o b r e o s
h o m e n s c a iu d o c é u u m a g r a n d e sa r a iv a d a , p e d r a s q u e
p e s a v a m c e r c a d e u m ta le n to . E o s h o m e n s b la s fe m a r a m
c o n tr a D e u s p o r c a u s a d a p ra g a d e c h u v a d e p ed r a , p o r ­
q u e a s u a p r a g a er a m u ito g r a n d e (A p o c a lip se 1 6 :1 7 -2 1 ).

Há paralelism os en tre os ju ízo s d as tro m b e ta s e


os das taç as, m as tam b ém h á diferenças notáveis que
certam ente m o stram que o juízo d as ta ç a s ocorrerá de­
pois do d as tro m b etas, e se rá m ais severo, levando-nos
ao fim d e sta e ra e à in au g u ração do milénio.
A s Ta ça s 1 8 1

As o u tra s ta ç a s foram d erram ad as “sobre a t e r ­


ra ”, “sobre o m a r”, “sobre a s fontes de ág u as e rios”, “so­
bre o sol”, “sobre o trono d a b e sta ” e “sobre o rio E ufrates”.
Talvez e sta taça, d e rra m ad a no ar, envolva u m aconteci­
m ento m ais universal, que p erm eará a “atm osfera to d a
d a criação”.
A “g ra n d e v o z” é u m a e x p re s s ã o c o m u m do
Apocalipse, m as a p e sa r de u su a lm e n te in d icar os “a n ú n ­
cios angelicais” no versículo 17, só pode e sta r em foco a
“voz de D eu s”.
Ao term in arem os ju ízo s d as sete taças, e sta rá
c o n su m ad a a obra de purificação da terra, e se rá in a u ­
g u rad a a era á u re a — o milénio.
O g ran d e terrem o to final “a b a la rá ” a e s tru tu ra
antiga d a terra. Ele atin g irá p rincipalm ente a B abilónia
espiritual, que tem Rom a como s u a rep resen tan te. Al­
g u n s com entadores bíblicos en ten d em tra ta r-s e aqui de
Je ru sa lé m , em v ista de Apocalipse 11:8 referir-se a ela
como “grande cidade”.
No entanto, tra ta -se de eventos distintos, de épo­
cas d istin ta s e de efeitos tam b ém distintos. Apocalipse
11:13 afirm a que o terrem oto que a b alará Je ru sa lé m , o
qual se relaciona com o juízo d a sex ta tro m b eta e com a
m orte d as d u a s te ste m u n h a s, d e rru b a rá a décim a p arte
da cidade, ao p asso que o trem or de te rra d a sétim a ta ç a
fenderá em três p a rte s a cidade sede d a “grande p ro sti­
tu ta ”, e p o rá por te rra as “cidades d as n açõ es”. G randes
m etrópoles, em todo o m undo, sofrerão a s terríveis con-
seqúências desse m aior de todos os sism os.
Os ju ízo s an terio res tinham , de certo modo, sido
a ra u to s deste últim o. Os trê s espíritos m alignos, saídos
d a boca do dragão, d a b e sta do m a r e d a b e sta da terra,
pro cu rarão u n ir os h o m en s em u m propósito com um ,
m as esse terrem oto afro u x ará to d a a coesão entre eles.
As nações cairão re p e n tin a e violentam ente. Um novo
182 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

cataclism o, como aquele n o s tem pos de Noé, te rá tido


lugar.
Supõe-se que a ú ltim a e trem en d a p rag a d a sa ­
raiva ocorrerá depois d a b a ta lh a do Arm agedom . O m u n ­
do já e sta rá to talm en te devastado. O m undo a tu a l terá
de d esap arecer de vez a n te s que seja in au g u ra d a a era
áu rea, o m ilénio.
Em conclusão, este estu d o d as tro m b etas e das
ta ç a s n o s d á u m a visão de como se rá o período d a g ran ­
de tribulação p a ra os que não su b iram no a rre b a ta m e n ­
to d a Igreja. Vimos que a s tro m b etas e as ta ç a s do livro
de A pocalipse fazem p arte do juízo de D eus p a ra com
este m undo. Em H ebreus 10:31, lemos: “H orrenda coisa
é cair n a s m ãos do D eus vivo”.
Neste estu d o apocalíptico, tem os que levar em
consideração que o fu tu ro pertence a Deus, e que nós,
sim ples seres h u m an o s, podem os som ente form ular h i­
póteses e in terp retaçõ es b asead o s no que conhecem os
de D eus e d a Bíblia. A p ró p ria B íblia n o s revela em
D euteronôm io 29:29 que “a s coisas encobertas p e rte n ­
cem ao S en h o r nosso D eus, porém a s reveladas p e rte n ­
cem a n ó s e a n o sso s filhos p a ra sem pre, p a ra que c u m ­
pram os to d as a s p alav ras d e sta lei”.
A pesar de tu d o o que a h u m an id ad e tem feito con­
tra D eus atrav és dos séculos, a totalidade d a ira divina
não se rá d e rra m ad a de u m a só vez, dando aos hom ens
caídos a op o rtu n id ad e de arrependim ento.
O m ais im portante é estarm o s p rep arad o s p a ra o
grande evento que e stá p a ra acontecer a q u alq u er m o­
m ento: A se g u n d a vinda de J e s u s . G rande se rá o sofri­
m ento dos que ficarem , e a salvação será então q u ase
im possível. A tentem os, pois, p a ra as próprias p alav ras
do apóstolo Jo ã o em A pocalipse 20:6: “B em -aventurado
e san to aquele que tem p a rte n a prim eira ressurreição.
Sobre estes não tem poder a seg u n d a m orte, m as serão
A s Ta ça s 183

sacerdotes de D eus e de Cristo, e reinarão com ele d u ­


ran te os mil a n o s”.

A BAT ALHA DO AR M AGEDOM

O ponto culm inante da an g ú stia de Ja c ó será por oca­


sião da b a ta lh a do Armagedom, quando o anticristo co­
m an d ará todos os exércitos do m undo contra Jeru salém .
P o r q u e e u a ju n ta r e i to d a s a s n a ç õ e s p a r a a p e le ja
c o n tr a J e r u s a lé m ; e a c id a d e s e r á to m a d a e a s c a s a s s e ­
rã o s a q u e a d a s , e a s m u lh e r e s fo r ç a d a s; e a m e ta d e d a
c id a d e s a ir á p a r a o ca tiv e ir o , m a s o r e s to d o p o v o n ã o
s e r á e x p u ls o d a c id a d e (Z a ca r ia s 14:2).

A b a ta lh a final do Arm agedom lan ç ará a s forças


do an ticristo co n tra os que vêm do O riente e se u s alia­
dos. S erá u m a verdadeira g u erra m undial. T oda a terra,
em seguida, será lan çad a ju n ta m e n te em oposição a C ris­
to, que e sta rá reto rn an d o .
Armagedom significa, n a língua hebraica, “Monte
de Megido”. E sse m onte fica ao su l do vale do Megido e a
oeste do m onte Carmelo.
Megido foi a capital da porção de C an aã d ad a a
Josué. E stá n u m a posição estratégica entre o Eufrates e o
Nilo. Historicamente, Megido era u m a fortaleza no começo
da planície de Esdraelom. Im portantes b atalh as foram tra ­
vadas ali ao longo da história de Israel, e é perfeitam ente
possível que esse term o se ten h a tornado símbolo da gran­
de b atalh a que, finalmente, libertará Israel de seus inimi­
gos e d ará o triunfo ao M essias de Israel, o Senhor J e s u s
Cristo, sobre o anticristo, o último e pior inimigo de Israel.
O local desse conflito m u n d ial com preende a v a sta
planície de Esdraelom , que se estende do M editerrâneo
ao Jo rd ão . T anto a h istó ria bíblica como a secu lar m os­
tram que g ran d es b a ta lh a s foram trav a d as n e ssa área,
justificando, assim , a raiz h eb raica de “arm agedom ”, que
184 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

significa “d e c e p a r”, “m a ta r ”. A firm a-se q u e Napoleão


B o n ap arte pôs-se sobre o M onte Megido, contem plou o
im enso vale e exclam ou: “Todos os exércitos do m undo
poderiam m an o b ra r aqui p a ra a g u e rra ”.
B iblicam ente falando, A rm agedom refere-se som en
te à b a ta lh a decisiva que p o rá fim, por a ssim dizer, ao
ciclo de governos h u m an o s, denom inado n a Bíblia de os
tempos dos gentios, e m arc ará o início do reino milenial
do S en h o r J e s u s .
De fato, o porto de Haifa, que e stá n a e n tra d a do vale
do A rm agedom , é u m a d as á re a s d a P alestin a m ais apro­
p riad a s ao d esem b arq u e de tro p as anfíbias. A v a sta re ­
gião proporciona g ran d es espaços p a ra o a q u artelam en ­
to de tro p as, s u a organização e in stalação de a b u n d a n ­
tes equipam entos bélicos.
A Bíblia tam b ém relaciona o A rm agedom com o “Vale
de J o s a fá ”, ou “vale d a decisão”. Através do profeta Joel,
D eus diz:
C o n g r e g a r e i t o d a s a s n a ç õ e s , e a s fa re i d e s c e r a o v a le
d e J o s a fá ; e a li c o m e la s e n tr a r e i e m ju íz o , p o r c a u s a do
m e u p o v o , e d a m in h a h e r a n ç a , Isr a el, a q u e m e le s e s p a ­
lh a r a m e n tr e a s n a ç õ e s , r e p a r tin d o a m in h a te rr a ... F orjai
e s p a d a s d a s v o s s a s e n x a d a s , e la n ç a s d a s v o s s a s fo ic e s;
d ig a o fra co : e u s o u fo rte. A ju n ta i-v o s , e v in d e , to d o s o s
p o v o s e m red o r, e c o n g r e g a i-v o s , (ó S e n h o r , íá z e d e s c e r
a li o s t e u s fortes!); m o v a m - s e a s n a ç õ e s , e s u b a m a o v a le
d e J o s a fá ; p o r q u e a li m e a s s e n t a r e i, p a r a j u lg a r to d a s a s
n a ç õ e s e m r e d o r ... M u ltid õ e s n o v a le d a d e c isã o ! P o rq u e
o d ia d o S e n h o r e s t á p e r to , n o v a le d a d e c is ã o (J o el 3 :2 ,
9 -1 4 ).

Em conexão com a b a ta lh a do A rm agedom , a Bí­


b lia fala de u m terrem o to de p ro p o rçõ es m u n d ia is e d a
q u e d a d a s g ra n d e s c id a d es do m u n d o , d a n d o a e n te n ­
d e r q u e a rm a s n u c le a re s e o u tra s a in d a m ais d e s tr u i­
d o ra s se rão la n ç a d a s so b re a s g ra n d e s m etró p o les. O
A s Ta ça s 185

p r o fe ta I s a ía s c e r ta m e n te a n te v iu e s s a c e n a q u a n d o
r e g istr o u :

E is q u e o S e n h o r e s v a z ia a ter ra , e tr a n s t o r n a a s u a
s u p e r fíc ie , e d is p e r s a o s s e u s m o r a d o r e s ... D e to d o s e r á
q u e b r a n ta d a a terr a , d e to d o s e r o m p e r á a terra , e d e
to d o s e m o v e r á a ter ra . D e to d o v a c ila r á a te r r a c o m o o
éb rio , e s e r á m o v id a e r e m o v id a c o m o a c h o ç a d e n o ite
(I sa ía s 2 4 : 1 ,1 9 - 2 0 ) .
17

O anticris to s erá o mais te rrív el tirano s ob re a


terra, o ins trum ento cruel da ira e do ód io de
Satanás contra D e us e Is rael.
som bria figura do an ticristo aparece em
m u ita s p a rte s d a Bíblia. No livro proféti­
co de Daniel, ele é o desolador, a abom i­
nação desoladora, o chifre pequeno, o rei feroz de cara, o
príncipe que h á de vir e o rei que fará conform e a s u a
vontade.
Nas c artas de Jo ão , ele é o anticristo, “por onde co­
nhecem os que j á é a ú ltim a h o ra ”. Nos escritos de Paulo,
ele é o hom em do pecado, o filho d a perdição, o iníquo (2
T essalonicenses 2:3). No últim o livro bíblico, é ele a b e s­
ta que g a n h a rá o apoio de todo o m u n d o m ediante p ro ­
m essa s de paz, p rosperidade e seg u ran ça. Em resum o,
o an ticristo se rá o m ais terrível tiran o sobre a terra, o
in stru m en to cruel d a ira e do ódio de S a ta n á s co n tra
D eus e Israel.
Segundo Scofield, o an ticristo se identifica com o ca­
valeiro do cavalo b ran co de Apocalipse 6:2, que com eça
a s u a obra com a co n q u ista pacífica de trê s dos dez rei­
nos em que e sta rá dividido ,então, o prim itivo im pério
rom ano, p ara, em seguida, estabelecer a tira n ia eclesi­
ástica e política d escrita em D aniel 8,9,11 e Apocalipse
13. A ele concede S a ta n á s o poder que ofereceu a Cristo
no deserto d a Ju d é ia, poder que C risto rejeitou e que o
anticristo aceitará (M ateus 4:8,9; Apocalipse 13:4).
D essa form a, o a n tic risto su rg irá n a T erra como h o ­
m em forte, capaz de so lu c io n a r os gravíssim os p roble­
190 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

m as políticos e económ icos em que este m u n d o estará


m erg u lh ad o logo ap ó s o a rre b ata m e n to d a Igreja e em
v irtu d e m esm o desse evento. Ele d e m o n stra rá u m po­
d er de lid e ran ç a tão g ran d e que g a n h a rá a confiança de
todos.
A falência dos a tu a is sistem as de governo favorecerá
a ascen são do últim o im perador m undial a n te s do e sta ­
belecim ento do m ilénio. Não é por acaso que e stá a u ­
m en tan d o , em todo o m undo, o núm ero de en tid ad es
políticas e religiosas favoráveis ao internacionalism o, a
u m só governo — o governo m undial.

O D IT A D O R M UN D IA L

Em u m de n o sso s livros, salientam os que, se a Se­


g u n d a G rande G uerra teve por m eta elim inar a d ita d u ra
como form a de governo, como se afirm ou n a ocasião, é
certo que aq u ela g u erra ficou longe de alc an ç ar tal obje-
tivo. A d ita d u ra com unista, desde então, chegou a h a s ­
te a r a b a n d eira d a foice e do m artelo n a m etade do m u n ­
do, e m ovim entos n azi-fascistas se fortalecem c ad a vez
m ais. Parece que o trágico destino dos povos é o de to r­
n arem -se p resa de cru éis regim es totalitários, até ch e­
garem , finalm ente, à feroz d ita d u ra do anticristo.
A Bíblia prevê a re sta u ra ç ã o do império rom ano e a
m anifestação de seu últim o cabeça. Daniel escreveu a c e r­
ca do anim al representativo do últim o im pério m undial:

O q u a r to a n im a l s e r á o q u a r to re in o n a terra , o q u a l
s e r á d ife r e n te d e to d o s o s r e in o s; e d e v o r a r á to d a a terra ,
e a p is a r á a o s p é s e a fa rá e m p e d a ç o s . E, q u a n to à s d e z
p o n t a s , d a q u e le m e s m o r e in o s e le v a n ta r ã o d e z reis; e
d e p o is d e le s s e le v a n ta r á o u tr o , o q u a l s e r á d ife r e n te d o s
p r im e ir o s , e a b a te r á a tr ê s r e is. E p r o ferirá p a la v r a s c o n ­
tra o A ltís s im o , e d e s tr u ir á o s s a n t o s d o A ltís s im o , e c u i ­
d a r á e m m u d a r o s te m p o s e a lei; e e le s s e r ã o e n t r e g u e s
O A n tic r is to 191

n a s u a m ã o p o r u m te m p o e t e m p o s , e m e ta d e d e u m
te m p o (D a n ie l 7 : 2 3 - 2 5 ) .

No livro de Apocalipse, capítulo 13, tem os a revela­


ção de que esse últim o líder m undial, n a qualidade de
anticristo, será auxiliado pelo dragão e pelo falso profe­
ta, que são, respectivam ente, o a n tid eu s e o antiespírito
(Santo), u m a im itação grotesca da trin d ad e divina. O se­
guinte texto bíblico d á os principais nom es pelos q u ais
podem os identificar o c a rá te r do anticristo:
N in g u é m d e m a n e ir a a lg u m a v o s e n g a n e , p o r q u e n ã o
s e r á a s s im s e m q u e a n t e s v e n h a a a p o s ta s ia , e s e m a n i­
fe s t e o h o m e m d o p e c a d o , o filh o d a p e r d iç ã o , o q u a l s e
o p õ e , e s e le v a n ta c o n tr a tu d o o q u e s e c h a m a D e u s , o u
s e a d o ra ; d e s o r te q u e s e a s s e n t a r á c o m o D e u s , n o t e m ­
p lo d e D e u s , q u e r e n d o p a r e c e r D e u s (2 T e s s a lo n ic e n s e s
2 :3 -4 ).

O H O M E M D O P E C A D O , F IL H O
D A M A L D IÇ Ã O

U m a definição do pecado afirm a: “O pecado é o p ro ­


cedim ento segundo a v o n tad e p rópria, sem te r co n ta os
p e n sam e n to s de D eus. É pro ced er sem c o n ta r com a
a u to rid ad e de D eus so b re o h o m em ”. J e s u s , como o h o ­
m em perfeito, disse: “A m in h a com ida é fazer a vontade
daquele que m e enviou, e realizar a s u a o b ra ” (João
4:34);
“P o rq u e e u fa ç o s e m p r e o q u e lh e a g r a d a ” (J o ã o 8 :2 9 ).

O anticristo, pelo contrário, “fará conforme a s u a pró­


pria vontade; e se levantará e se engrandecerá sobre todo
o deus, e contra o D eus dos deuses falará coisas incríveis
(ARA), e será próspero, até que a ira se complete; porque
aquilo que está determ inado será feito” (Daniel 11:36).
192 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

Por fazer exclusivam ente a s u a vontade, o anticristo será


a própria en carn ação do pecado, razão por que é tam bém
cham ado iníquo (2 T essalonicenses 2:8).
Assim como Cristo é o resp len d o r d a glória e a ex­
p re ssa im agem do Pai (H ebreus 1:3), assim o anticristo
se m an ifestará “segundo a eficácia de S a ta n á s, com todo
o poder, e sin a is e prodígios de m entira, e com todo o
engano d a in ju stiça p a ra os que perecem , porque não
re c e b e ra m o a m o r d a v e rd a d e p a ra se sa lv a re m ” (2
T essalonicenses 2:9-10). D a m esm a form a como J e s u s
foi enviado por D eus com “m aravilhas, prodígios e si­
n ais, que D eus por ele fez”, a ssim S a ta n á s enviará o
an ticristo “com todo o poder, e sin ais e prodígios de m en­
tira ” (Atos 2:22).
A m anifestação do an ticristo se rá u m a consequência
d a a p o sta sia que e stá tom ando co n ta do cristianism o
n e ste s últim os tem pos. Um escritor p o rtu g u ês registrou
o seguinte: “Um velho m in istro do Evangelho afirm ou
n ão acred itar que o S en h o r volte no espaço de se ssen ta
mil a n o s”.
Um recente inquérito feito a diferentes instituições
teológicas d a A m érica do Norte deu como resu ltad o que
56 % dos se u s alu n o s rejeitavam o n ascim en to virginal
de J e s u s , 71 % negava haver vida após a m orte, 54 %
não acred itav a n a ressu rreição corporal de Cristo, e 98
% não acred itav a n a im inente vin d a do S en h o r”.
Todavia, a total a p o stasia só ocorrerá após o a rre b a ­
tam en to d a Igreja, qu an d o ficarão no m u n d o os crentes
nom inais, que negarão fu n d am en talm en te a s verdades
do Evangelho.

A S S E N T A R -S E -Á N O T E M P L O D E D E U S

Após o arreb atam en to , po rtan to , o falso profeta será


o chefe religioso de todos, inclusive dos cristãos nom i­
n ais que re sta re m n a Terra, ao p asso que o poder políti­
O A n tic r is to 193

co e sta rá n a s m ãos do im pério rom ano resta u ra d o e do


seu chefe, o anticristo, que receberá d iretam en te do d ia­
bo o poder, e o trono, e grande au to rid ad e (Apocalipse
13). Em am b a s a s b e sta s o poder se rá espiritual, em bo­
ra a seg u n d a b e sta utilize esse poder p a ra fortalecer o
líder político do im pério, a prim eira b esta.
O dom ínio do an ticristo se e sten d e rá a todos os po­
vos, razão por que em diversas p a ssa g en s proféticas da
Bíblia ele é cham ado de o rei, sem m aiores indicações.
P ara Israel, se rá u m a figura bem conhecida, que dom i­
n a rá no tem po do fim.
Q uando o S en h o r J e s u s veio ao m u n d o em nom e de
seu Pai, co rrespondeu pouco aos desejos dos corações
infiéis que o rejeitaram . M as quando o an ticristo vier em
seu próprio nom e, recebê-lo-ão (João 5:43), porque será
um hom em segundo o próprio coração deles. Porém, no
meio d a se p tu ag é sim a se m a n a de an o s, de que tra ta
Daniel 9:27, o an ticristo m o stra rá aos ju d e u s o seu v e r­
dadeiro caráter, a p o statan d o publicam ente tam bém do
judaísm o. E ntão o rem an escen te fiel de Israel fugirá de
Je ru sa lé m , porque se rá d esen cad ead a c o n tra eles u m a
perseguição terrível.
As profecias indicam que o an ticristo se rá u m h o ­
m em extrem am ente inteligente, au to ritário e poderoso.
M ediante u m a alian ça com Israel p erm itirá que os j u ­
d eu s c o n stru am o tem plo e adorem a D eus d u ra n te um
período de sete anos. D epois se rá reconhecido como o
M essias e governará de Je ru sa lé m , a sse n tad o no p ró ­
prio tem plo. Afirma a Bíblia que s u a au to rid ad e se rá
exercida sobre “to d a tribo, e língua, e povo e n a ç ã o ”
(Apocalipse 13:7). \

O PAPA, O PA PA D O E O A N T IC R IST O

M uitos teólogos e líd e res p ro te s ta n te s , b a se a d o s


p rin cip alm en te no cap ítu lo 17 de A pocalipse, afirm am
194 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

que o p a p a ou o p ap ad o é que se rá o a n ticristo , e até


m esm o a u to rid a d e s do C atolicism o R om ano a ch a m que
u m falso p a p a se rá a b e s ta m en cio n ad a no últim o livro
d a Bíblia.
Os defensores d e ssa in terp retação a rg u m en tam que
o im pério rom ano deixou de existir em 476 d.C., e ao
c a ir, d iv id iu -s e em d ez re in o s : a le m ã e s , fra n c o s ,
b u rg u n d o s, suevos, vândalos, visigodos, anglo-saxões,
o s tr o g o d o s , lo m b a r d o s e h é r u lo s , d o s q u a is sã o
co n tin u ad o res os principais p aíses eu ro p eu s d a atuali-
dade; que, após o ano de 476, o p a p a rep re se n to u a ú n i­
ca in stitu ição que p erm an eceu n a cidade de Roma; que
os 1260 d ias de D aniel 7:25, Apocalipse 11:13, 12:6 e
13:5 não são d ias com uns, m as an o s etc.
Aos argum entos m encionados, levantam os a s seguin­
tes objeções: Não h á como ju stific ar o reinado do p ap a
sobre “todos os que h ab itam sobre a te rra ” (Apocalipse
13:8), e d u ra n te ta n to s séculos, pois a Bíblia afirm a que
a b e sta re in a rá pouco tempo (Apocalipse 17:10). É o que
reg istram , em p o rtu g u ês: T rad u ç ão B rasileira, p ad re
Negromonte, Figueiredo, M attos Soares, M ateus Hoepers,
Lincoln R am os etc. A lm eida A tualizada traz: “Tem de
d u ra r pouco”; Cipriano Valera (espanhol): “Breve tem ­
po”; M arcora (italiano): “S erá por pouco tem po”; e King
J a m e s (inglesa): “C urto tem po”.
O im pério ro m an o (do Ocidente) n ão d e sap a rec eu
em 476, pois co n tin u o u a té 73 1 21, e n ão se dividiu em
a p e n a s dez rein o s ap ó s 476, m a s em d ezen as de reinos.
A lgum as lista s chegam a rela cio n ar 65 rein o s diferen­
tes, re s u lta n te s d a s invasões b á rb a ra s do lado o ciden­
tal do im pério. “Se os dez rein o s significam os que s u r ­
g iram com a d e rru b a d a de Roma, os dez seriam perfei­
ta m e n te conhecidos, e n q u an to que existem vinte e oito
lis ta s d ifere n te s feitas p o r o u tro s ta n to s in té rp re te s,
so m an d o e n tre todos s e s s e n ta e cinco re in o s”.22
O A n tic r is to 195

Na in terp retação d a profecia de Daniel, capítulos 2 e


7, não se pode ignorar que o império rom ano se dividiria
em O riental e O cidental, e que a p e rn a e sq u erd a d a e s­
tá tu a profética corresponde ju sta m e n te ao Oriente, m ais
p recisam ente à Grécia. E ssa p e rn a esq u erd a só caiu em
poder dos tu rco s em 1453, p a ra re c u p e ra r a s u a inde­
p en d ên cia em 1821. A G récia não pode e sta r a u sen te
dos dez dedos, pois ela é o “bronze” d a s u n h a s, conform e
D aniel 7:19.
As p a la v ra s “k a is e r ”, “tz a r ” ou “k z a r” significam
“césar” - u m esforço por m a n te r vivo o q u arto império
até o surgim ento dos dedos no século XX. De fato, o S a ­
cro Im pério Rom ano, organizado em 962 d.C., só d e sa ­
p areceu ap aren tem en te em 1918. O versículo 26 do c a ­
pítulo 9 de Daniel m o stra que en tre o começo e o fim do
quarto im pério haveria u m longo período de tem po.
O tem po do governo d a b e sta é a in d a futuro, pois
corresponde à sep tu ag ésim a sem an a profética de Daniel.
E n u n c a, em toda a h istó ria d a Igreja, cu m p riram -se as
profecias de Daniel 9:24-27. A in terp retação que consi­
d era as se ten ta se m an a s p len am en te c u m p rid as é in ca­
paz de satisfazer a q u alq u er e stu d a n te sincero da H istó­
ria e d a s S ag rad as E scritu ras.
Finalm ente, a E sc ritu ra S ag rad a não au to riza a in ­
terp retação de todos os períodos de tem po tom ando por
base o texto de Ezequiel 4:6, onde D eus diz ao profeta:
“Um dia te dei por c ad a a n o ”. Há m u ito s exem plos n a
Bíblia de tem pos proféticos que só podem s e r in te rp re ta ­
dos literalm ente, e n u n c a figuradam ente.
No caso mesmo de Ezequiel 4:6, se aplicada a teoria do
dia-ano, teríam os de adm itir que o profeta esteve deitado
sobre seu lado direito d u ran te qu aren ta anos! Em Núme­
ros 14:34, u m ano de peregrinação no deserto foi fixado
p ara cada dia dos 40 que os espias exploraram Canaã;
porém os dias, tanto em Ezequiel como em Números, eram
196 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

sim plesm ente o tipo ou a razão dos anos, os que eram anun
ciados como haviam de ser cum pridos. Na parte profética
do texto de Números, os anos são literais, pois se aplicada
a este caso a teoria do dia-ano, seriam então 14.400 anos!
S alientam os, todavia, que a p esso a do an ticristo dis­
tingue-se dos m u ito s an ticristo s que têm surgido ao lon­
go d a h istó ria, e d istin g u e-se tam b ém do “espírito do
an ticristo ”. E sse “espírito” e stá p resen te n o s anticristos,
m as n ão é ele o anticristo. O papado, a igreja rom ana, os
o u tro s siste m a s religiosos e o p ro testan tism o ap ó stata,
enfim tu d o o que re s ta r de cristianism o, após o a rre b a ­
tam ento d a Igreja, ap o iará o anticristo.

A BE ST A E M D A N IE L
E NO NOVO T EST AM ENT O

Há m ais d u a s dezenas de sem elhanças entre os ani­


m ais de Daniel e do Apocalipse representativos do anticristo:

• A m b o s s ã o c o n q u i s t a d o r e s (D a n ie l 7 :2 3 ;
Apocalipse 6:1-2);
• A m b o s fa la m b la s f é m ia s (D a n ie l 7 :8 ,2 0 -2 6 ;
Apocalipse 13:5);
• Am bos prevalecem c o n tra os sa n to s (Daniel 7:21-
25; Apocalipse 13:7);
• A m bos controlam os dez chifres (Daniel 7:20-25;
Apocalipse 13:1; 7:12-14);
• Am bos m u d am os tem pos e a s leis (Daniel 7:11;
Apocalipse 13:1-7);
• Am bos são m ortos e lan çad o s ao fogo por u m a
m esm a p esso a e n u m m esm o tem po (Daniel 2:44-45; 7:9-
11,18,25-27; Apocalipse 18:11-21);
• Am bos rein am sobre dez reinos até que o Ancião
de dias vem e os sa n to s recebem o reino (Daniel 2:44-45;
7:8-11; A pocalipse 17:12-14; 19:11-21);
O A n tic r is to 197

• A m bos c o n tin u a m p o r u m m esm o tem p o e são


d e s tru íd o s n a s e g u n d a v in d a de C risto (D aniel 2:44-
45; 7 :9 -1 4 ,2 5 ; A p o c a lip se 1 1 :2 -3 ; 1 2 :6 ,1 4 ; 13:5;
19:11-21);
• Im ediatam ente após a m orte dos anim ais proféti­
cos, que apontam p a ra os quatro reinos m undiais, será
estabelecido o reino dos céus (Daniel 2:44-45; 7:9-14; Lucas
1:32-35; Isaías 9:6-7; Apocalipse 19:11-21; 20:1-6).
A inda h á o u tra s se m e lh a n ç a s e n tre a s b e s ta s de
D aniel e Apocalipse:
• A m bas surgem e n tre os dez reinos e ab atem a trê s
deles (D aniel 7 :7 ,8 .2 3 -2 4 ; A pocalipse 6:1-2; 13:1-5;
17:12-17);
• A m bas surgem depois dos dez reinos (Daniel 7:7,
23-24; Apocalipse 13:1-7; 17:12-17);
• Ambas indicam reis de aparência feroz (Daniel 7:8-
25; Apocalipse 13:1-18; 17:12-17; 2 Tessalonicenses 2:8-12);
• A m bas u sa m de a stú c ia p a ra p ro sp e rar e exal­
tam -se a si m esm as (Daniel 7:8,20-26; 2 T essalonicenses
2:4-12; Apocalipse 13:1-18);
• Am bas lu tam co n tra Cristo em s u a vinda (Daniel
7:20-25; Apocalipse 17:12-17; 19:11-21; 2 Tessalonicenses
2 :8 - 12 );
• A m bas fazem acordo por s u a p ró p ria vontade pelo
m esm o período e a m b a s são d e s tru íd a s “sem m ã o s”
(Daniel 2:44-45; 7:9-11, 22-27; 2 T essalonicenses 2:8-
12; Apocalipse 13:5-7; 19:11-12);
• Ambas causam a Grande Tribulação e am bas são
m ortas n a Segunda vinda de Cristo (Daniel 7:11,21 -27; 9:27;
11:40-45; 12:1-7; M ateus 24:15-31; 2 Tessalonicenses 2:1-
12; Apocalipse 7:14; 13:1-18; 14:9-11; 15:2-4; 20:4-6).

Os livros de Daniel e Apocalipse, além de outros do


Novo Testam ento, afirm am acerca do anticristo o seguinte:
198 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

• Proibirá o culto dos ju d e u s em Je ru sa lé m (Daniel


7:25; 9:27; 11:35-45; 12:8; M ateus 24:15);
• R einará a p a rtir do tem plo ju d e u de Je ru sa lé m
(D an iel 9 :2 7 ; 1 1:45; 12:7; 2 T e s s a lo n ic e n s e s 2:4;
A pocalipse 11:1-2; 13:1-18);
• D e sp re za rá o D eus de s e u s p a is (Daniel 7:11;
19:25; 9:27; 11:38-39; Jo ão 5:43), e
• H o n rará a S a ta n á s, de quem recebe todo o seu
poder (Daniel 7:25; 11:35-45; 2 T essalonicenses 2:8-12;
Apocalipse 13:1-4).

D u as p a ssa g en s do Novo T estam ento m o stram o


c o n traste en tre Cristo e o anticristo:

L ucas 1:35 2 T essa lo n ic e n se s 2 :8-9

S an to Iníquo
Filho do pecado Filho do Homem
Filho de D eus Filho de S a ta n á s
Filho d a J u s tiç a Filho d a perdição
So b re-h u m an o S u p er-h o m em
D eus verdadeiro Falso D eus
R edentor D estruidor
Rei dos reis D itador m u n d ial
Agente de D eus Agente de S a ta n á s
Hum ilde O rgulhoso
Sacrificial Tirânico

O NÚM ER O D A BEST A

O Dr. Van Impe, u m dos m ais conhecidos e stu d i­


osos d as profecias bíblicas n o s E stad o s U nidos, relacio­
n a m ais de trin ta g ran d es em p resas e o u tra s im p o rtan ­
tes organizações que u sa m ab ertam en te o nú m ero 666
com o propósito de am p liar os seu s negócios.23 Por que
O A n tic r is to 199

se rá que o nú m ero d a b e sta e stá se to rn an d o tão p o p u ­


la r em n ossos dias? Seria essa popularização do 666 m ais
u m sin al dos tem pos?
Como em m eu livro Israel, Gogue e o Anticristo já fiz
com entários acerca d a gem atria em relação ao anticristo
e ao núm ero 666, de Apocalipse 13:18, desejo aqui an ali­
s a r o núm ero da b e sta à luz dos ensinam entos d a filosofia
d a Nova E ra de Aquário, tão popular em n ossos dias.
Dentro do ocultismo em geral, e principalmente n a
filosofia da Nova Era e n a cabala hebraica, o núm ero seis é
equivalente ao nove, por ser o inverso deste e vice-versa. O
núm ero sete, por su a vez, é considerado um núm ero de m is­
tério, como representante do aspecto espiritual da vida, e tam ­
bém como um símbolo d a fé cristã pelo fato de ser o núm ero
de Netuno, n a astrologia, que vem a ser o regente de Peixes,
símbolo do cristianismo. O núm ero nove, ao contrário do sete,
representa a vida material em toda a Terra, razão por que é
considerado imperecível e fim de todas as coisas.
Há m u ita s razões e stra n h a s que levam os ocultis-
ta s d a nova era a a d o tarem esse nú m ero como o símbolo
da vida terrena: u m g ran d e ano sideral d u ra 25.920 anos
(2+5+9+2+0=18(1+8=9]); o ritm o n o rm al de respiração é
de 18 vezes por m inuto, que term in a em 9; o ritm o card í­
aco n o rm al é de 72 b a tid a s por m inuto, que term in a em
9, ou de 4.320 b a tid a s por hora, que term in a em 9 etc..
O nú m ero zero, pelo fato de to rn a r m ais poderoso
qu alq u er núm ero a que se agregue, é considerado o n ú ­
m ero do poder, por se r o nú m ero m ais poderoso de todos
os p lan etas, e de Plutão, que rege Escorpião. O zero é
tam bém considerado o nú m ero d a eternidade.
O núm ero u m rep resen ta o D eus Criador, como a
c au sa primeira. Se ju n ta rm o s ao núm ero do Criador o
núm ero da eternidade, até chegarm os à casa do m ilhão
(1000000), e dividirmos pelo núm ero espiritual, sete, e
encontram os o n úm ero 142.857, que é conhecido desde a
2 0 0 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

antiguidade como o núm ero sagrado, pelo fato de, som a­


dos entre si, resu ltarem em 27 (1+4+2+8+5+7=27), que
por s u a vez corresponde ao nove (2+7=9), que rep resen ta
no ocultism o o núm ero d a vida m aterial n este m undo.
Partindo do princípio de que o nove é indestrutível, pelo
fato de resu ltar sem pre em nove qualquer que seja o n ú ­
m ero por ele multiplicado (9x3=27=9,9x7=63=9,9x9=81+9
etc.), e tam bém porque a som a de todos os núm eros do
nosso sistem a num érico (1+2+3+4+5+6+7+8+9=45=9) re­
su lta em nove, concluem os adeptos da Nova E ra que a
vida m aterial é indestrutível por si m esm a, o que significa
que não precisam os necessariam ente morrer.
Aplicando essa gem atria ao 666 de Apocalipse, e n ­
contram os 18 (6+6+6=18), que por s u a vez n o s leva ao
m esm o nove (1+8=9), como o n ú m ero sagrado d a e tern i­
dade, d entro d a filosofia d a Nova Era. Assim, h á u m a
íntim a relação da Nova E ra com o an ticristo d a Bíblia.
Na Bíblia, o sete é número-chave, que indica perfeição
espiritual e corresponde a u m a espécie de m arca registrada
da inspiração divina das Escrituras. A filosofia da nova era,
entretanto, enaltece, não o núm ero sete, m as o nove, que é,
também, o núm ero de Marte, o planeta da guerra, regente de
Aries. Adolf Hitler, por sinal, era ariano, e tem sido chamado
pelos ocultistas como o Senhor da Grande Guerra.
É flagrante a associação do núm ero nove com p ráti­
cas ocultistas e pagãs. O catolicismo rom ano tem o seu
novenário, com os seus nove dias de rezas. A m açonaria,
que se baseia n a astrologia, possui a ordem dos nove cava­
leiros, em cujo funcionam ento se u s a nove rosas, nove lu ­
zes e nove golpes. A alquim ia identificava com o núm ero
nove ao dragão vermelho, e este, n a Bíblia, simboliza o pró­
prio S atanás (Apocalipse 12:3; 13:2; 16:13; 20:2).
Concluindo este capítulo, fica claro que o núm ero
nove é íntim o do seis, e am bos ap o n tam p a ra o hom em e
p a ra o anticristo.24
18

0 flalso

A hipócrita m ans id ão do fa ls o p rofe ta e os milagres


que ele fa rá s e rão um ard il p a ra enganar
principalm e nte os ju d e u s crédulos , porque, na
realidade, todo o p od e r d a s e gund a b es ta
proce d e rá dire tam ente d e Satanás : “e fa la v a com o
d ra gã o” (A pocalips e 13.11).
se g u n d a b e sta que Jo ão viu sa ir d a te rra
e s tá id e n tific a d a com o o falso p ro fe ta
(Apocalipse 16:12-13; 19:20; 20:10). T ra-
ta-se de u m líder religioso com poderes
m iraculosos, m as com ap arên cia dócil, pois tin h a “dois
chifres sem elh an tes aos de u m cordeiro”.
O falso profeta tu d o fará p a ra im itar as realizações
d a T e rc e ira P e s s o a d a T rin d a d e , n a q u a lid a d e de
antiespírito (Santo). O rlando Boyer registrou que, assim
como o Espírito S anto n ão tra ta de exaltar a si m esm o,
m as sim a Cristo, assim o falso profeta faz com que o
m undo adore a prim eira besta.
Assim como o Espírito Santo tem poder p a ra d ar vida,
tam bém o falso profeta d á vida à im agem d a besta. As­
sim como o Espírito S an to sela os cren tes p a ra o dia d a
redenção (Efésios 1:13-14), d a m esm a form a o falso p ro ­
fe ta s e la s e u s s e g u id o r e s p a r a o d ia d a p e rd iç ã o
(Apocalipse 13:16; 14:9-11).
O falso profeta será, após o arreb atam en to d a Igreja,
a ú ltim a cabeça do siste m a eclesiástico, u m a espécie de
“p a p a ” d a igreja m u n d ial, cu jas b a se s já estão sendo
lan çad as pelos esp ú rio s m ovim entos ecum énicos. E n ­
quanto isso, a prim eira b e sta rep re se n ta rá a últim a c a ­
beça do sistem a civil, o últim o prem ier, o últim o César.
E sses dois hom ens estarã o reu n id o s a p a rtir d a m etade
da sep tu ag ésim a se m an a de Daniel, no propósito diabó­
lico de perseguir o povo de Israel.
204 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

E m b o ra a lg u n s e stu d io so s d a escatologia bíblica


e n te n d a m q u e o falso p ro feta re p re s e n ta o an ticristo ,
p a re ce claro q u e a fu n ção d a se g u n d a b e s ta é serv ir à
p rim eira, com o s u b o rd in a d a a esta. O fato de o falso
p ro feta p o s s u ir dois ch ifres — e chifre n a B íblia sig n i­
fica p o d er — m o stra q u e s u a a u to rid a d e s e rá b em in ­
ferior à d a p rim e ira b e sta , que p o ssu i dez (Apocalipse
13:1). N e n h u m a d a s d u a s b e s ta s , e n tre ta n to , p o d erá
d e s tru ir os p o d eres d e ste m u n d o , pois D eu s Pai tem
reserv a d o este ato p a ra o S e n h o r J e s u s C risto, o único
q u e p o ss u i se te p o n ta s (Apocalipse 5:6), a p le n itu d e
do p o d er político.
Q uando tu d o parecer perdido p a ra a h u m anidade;
qu an d o o governo h u m an o m ais u m a vez m o stra r-se in ­
capaz e q u an d o a d estru ição do próprio p lan e ta parecer
inevitável, J e s u s aparecerá n a s n uvens com poder e g ran ­
de glória, acom panhado tam bém d a su a igreja glorificada.
Ele virá como Rei dos reis e S en h o r dos senhores, como
ju iz p a r a d e s tr u ir a q u e le s q u e “d e s tro e m a t e r r a ”
(Apocalipse 11:18). Ele intervirá n o s destinos do m undo
p a ra evitar que a ra ç a h u m a n a seja totalm ente extinta
pela lo u cu ra dos hom ens.
F in a lm e n te , Ele v irá com o a q u e la p e d ra d a v isão
de N a b u co d o n o so r, q u e foi c o rta d a sem m ão:
“a q u a l fe r iu a e s t á t u a n o s p é s d e ferro e d e b a rr o , e
o s e s m iu ç o u . E n tã o fo i j u n t a m e n t e e s m iu ç a d o o ferro, o
b a rr o , o c o b r e , a p r a ta e o o u r o , o s q u a is s e fiz e r a m co m o
a p r a g a n a d a s e ir a s d o e s tio , e o v e n to o s le v o u , e n ã o s e
a c h o u lu g a r p a r a e le s; m a s a p e d r a , q u e fe r iu a e s t á t u a ,
s e fez u m g r a n d e m o n te , e e n c h e u to d a a te r r a ”.

A in te r p r e ta ç ã o do a n jo a D aniel foi: “M as, n o s


d ia s d e s te s re is, o D e u s do c éu le v a n ta rá u m rein o
q u e n ã o s e r á ja m a is d e s tru íd o ; e e ste re in o n ã o p a s ­
s a r á a o u tro povo; e s m iu ç a rá e c o n s u m irá to d o s e s ­
O F a ls o P r o fe ta 205

tes re in o s , e s e rá e sta b e le c id o p a r a s e m p re ” (D aniel


2 :3 4 -3 5 ,4 4 ).
D esse glorioso reino, que porá fim definitivo aos tem ­
pos dos gentios, p articip arão os que forem fiéis até a
m orte.

SIM IL A R ID A D E S E C O N T R A ST E S

S im ila r id a d e s e n tr e a s d u a s b e sta s:
• A m bas são de baixo, d a terra;
• A m bas são aliad as fiéis em seu propósito;
• A m bas sofrem o m esm o destino;
• A m bas são im itações do Cordeiro (a segunda, m ais
do E spírito Santo);
• A m bas são p esso as reais.

C o n tr a ste s e n tr e a s d u a s b e sta s:

A p rim eir a b e s ta A se g u n d a b e s ta

S ob e d o m a r S ob e d a terra
In stru m en to d e S a ta n á s Instru m en to d a p rim eira b esta
V ice- regen te d e S a ta n á s V ice- regen te d a B esta
P od er secu la r Pod er esp iritu a l
C a b eça p olítica C a b eça eclesiá stica
Pos su i d ez chifres Possu i d ois chifres
U m gen tio? U m ju d eu ?
A u torid a d e su p rem a A u torid a d e lim itada, su b ordina da
G lorifica a s i m es m a G lorifica a p rim eira b esta
A p a rece p rim eiro A p a rece d epois
G overn a d e R om a G overn a d a Pa lestin a
Inteligên cia notável S a b ed oria n otá vel
Fa lso d eu s Fa lso p rofeta
19

A Volta de Jesus

E le m es m o é o que p is a o lagar do v inho do fu ro r e


da ira do D eus Todo- poderos o. N o manto, s ob re a
s ua coxa tem e s crito o nome: R e i dos reis, e Se nhor
dos s enhores (A pocalips e 19:15-16)
SE R Á U M A V O L T A G L O R IO SA

oltará com su a Igreja glorificada. O arreb a­


tam ento constitui a prim eira fase do reto r­
no de Cristo, a partir do qual ocorrem n a
terra os eventos relacionados com a ira de Deus, e ocorrem
nos céus os eventos relacionados com a Igreja. A Bíblia diz:
Vi o c é u a b e r to , e a p a r e c e u u m c a v a lo b r a n c o . O s e u
c a v a le ir o c h a m a - s e F ie l e V e rd a d eiro , e j u lg a e p e le ja c o m
j u s t i ç a . O s s e u s o lh o s e r a m c o m o c h a m a d e fo g o , e so b r e
a s u a c a b e ç a h a v ia m u it o s d ia d e m a s .
E le tin h a u m n o m e escrito , q u e n in g u é m s a b ia s e n ã o
ele m e s m o . E s ta v a v e s tid o co m u m m a n to sa lp ic a d o d e
s a n g u e , e o n o m e p e lo q u a l s e c h a m a é o V erbo d e D e u s.
S e g u ia m -n o o s ex ér cito s q u e e s tã o n o c é u , e m ca v a lo s b r a n ­
c o s , e v e s tid o s d e lin h o fino, b r a n c o e p u ro . D a s u a b o c a
s a ía u m a e s p a d a a fia d a , p a ra ferir c o m e la a s n a ç õ e s .
E le a s re g e r á c o m v a r a d e ferro. E le m e s m o é o q u e
p is a o la g a r d o v in h o d o fu ro r e d a ir a d o D e u s T o d o -
-p o d er o so . N o m a n to , s o b r e a s u a c o x a te m e sc r ito o n o m e:
R ei d o s r eis, e S e n h o r d o s s e n h o r e s (A p o ca lip se 1 9 :1 1 -1 6 ).

PO R Á SEUS PÉS SO BR E O M O NT E DAS


O L IV E IR A S, Q UE S E F E N D E R Á E M D O IS

Diz a Bíblia em Z acarias 14:3,4:


E n tã o o S e n h o r sa ir á , e p ele ja r á c o n tr a e s t a s n a ç õ e s ,
co m o p e le jo u n o d ia d a b a ta lh a . N a q u e le d ia e s ta r ã o o s
s e u s p é s so b r e o m o n te d a s O liv eira s, q u e e s t á d efr o n te
2 1 0 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

d e J e r u s a lé m p a r a o o rien te; o m o n te d a s O liv e ir a s se r á


fe n d id o p e lo m eio , p a r a o o rien te e p a r a o o c id e n te , e h a ­
v e r á u m v a le m u ito g ra n d e; m e ta d e d o m o n te s e a p a rta rá
p a r a o n o r te , e a o u tr a m e ta d e p a ra o s u l.

T o d o s v e r ã o a s o b r e e x c e le n te g ló r ia d o S e n h o r

O apóstolo Paulo escreve:


E a v ó s, q u e s o is a trib u la d o s, alívio c o n o sc o , q u a n d o do
c é u s e m a n ife sta r o S e n h o r J e s u s co m o s a n jo s d o s e u p o ­
der, em c h a m a d e fogo. E le to m ará v in g a n ç a d o s q u e n ã o
c o n h e c e m a D e u s e d o s q u e n ã o o b e d e cem a o ev a n g e lh o d e
n o s s o S e n h o r J e s u s . E le s p o r ca stig o p a d ec erã o e te r n a p e r ­
dição , b a n id o s d a fa ce d o S e n h o r e d a glória d o s e u poder,
q u a n d o vier p a ra s e r glorificado n o s s e u s s a n to s , e s e r a d m i­
rado em to d o s o s q u e creram , n a q u e le d ia (porque o n o s s o
te ste m u n h o foi crido en tre v ós) (2 T e s s a lo n ic e n s e s 1 :7-10 ).

O m esm o apóstolo Paulo afirm a em Tito 2:13:


“A guardando a b e m -a v en tu rad a esp eran ça e o ap areci­
m ento da glória do nosso g rande D eus e Salvador Cristo
J e s u s ”. Finalm ente, o próprio J e s u s disse em M ateus
24:30: “E ntão ap arecerá no céu o sinal do Filho do h o ­
mem, e todos os povos d a te rra se lam en tarão e verão o
Filho do homem, vindo sobre a s nuvens do céu, com poder
e grande glória”.

OS JUDEUS N A V IN D A DE J ESUS
EM G L Ó R IA

S e r á te m p o d e c o n v e r s ã o

Afirma a Bíblia que todo o rem an escen te de Israel


será salvo.
E a s s i m to d o o I sr a e l s e r á s a lv o , c o m o e s t á e sc r ito :
D e S iã o v ir á o L ib ertad or, e d e s v ia r á d e J a c ó a s im p ie d a -
A V o lta d e J e s u s 2 1 1

d e s . E s t a s e r á a m in h a a lia n ç a c o m e le s , q u a n d o e u tir a r
o s s e u s p e c a d o s (R o m a n o s 1 1 :2 6 ,2 7 ).

Os profetas Isaías e O séias se referem a esse tem po


de conversão de Israel, quando escrevem :
A qu ele q u e ficar em S iã o , e p er m a n ec e r e m J e r u s a lé m
s e r á c h a m a d o sa n to , to do a q u ele q u e estiv er in scr ito en tre
o s v iv o s em J e r u sa lé m . Q u a n d o o S e n h o r la va r a im u n d íc ia
d a s filh a s d e S iã o , e lim p a r o s a n g u e d e J e r u s a lé m d o m eio
d ela, c o m o esp írito d e j u s t iç a e c o m o esp írito d e ardor...
D e p o is to rn arão o s filh o s d e Israel, e b u sc a r ã o ao S en h o r
s e u D e u s, e a D avi, s e u rei. V irão trem en d o a o S en h o r e à
s u a b o n d a d e, n o s ú ltim o s d ia s (Isaías 4 :3 ,4 ; O sé ia s 3:5).

O u tro s p ro fetas tam b ém escreveram acerca d e ssa


conversão final do povo de Israel:
S o b r e a c a s a d e D a v i e s o b r e o s h a b it a n t e s d e J e r u ­
s a lé m d e r r a m a r e i o E sp ír ito d e g r a ç a e d e s ú p lic a s . O lh a ­
rã o p a r a m im , a q u e m tr e s p a s s a r a m , e o p r a n te a r ã o c o m o
q u e m p r a n te ia p o r s e u filh o ú n ic o , e c h o r a r ã o a m a r g a ­
m e n t e p o r ele , c o m o s e c h o r a p e lo p r im o g é n ito (Z a ca ria s
1 2 :1 0 ). N a q u e le d ia h a v e r á u m a fo n te a b e r ta p a r a a c a s a
d e D a v i, e p a r a o s h a b it a n t e s d e J e r u s a lé m , c o n tr a o
p e c a d o , e c o n tr a a im p u r e z a . N a q u e le d ia , d iz o S e n h o r
d o s E x é r c ito s , tir a r ei d a ter ra o s n o m e s d o s íd o lo s , e d e ­
le s n ã o h a v e r á m a is m e m ó r ia . T a m b é m fa re i s a ir d a t e r ­
ra o s p r o fe ta s e o e s p ír ito d a im p u r e z a (Z a ca ria s 1 3 :1 -2 ).
P o is e u v o s tir a r ei d e n tr e a s n a ç õ e s , e v o s c o n g r e g a ­
re i d e to d o s o s p a ís e s , e v o s tr a re i p a r a a v o s s a terra .
E n tã o e s p a r g ir e i á g u a p u r a s o b r e v ó s , e fic a r e is p u r ific a ­
d o s; d e to d a s a s v o s s a s im u n d íc ia s e d e t o d o s o s v o s s o s
íd o lo s v o s p u r ific a r e i. D a r - v o s -e i u m c o r a ç ã o n o v o , e p o ­
rei d e n tr o e m v ó s u m e s p ír ito n o v o; tir a r ei d e v ó s o c o r a ­
ç ã o d e p ed ra , e v o s d a r e i u m c o r a ç ã o d e c a r n e . P o re i
d e n tr o e m v ó s o m e u E sp ír ito , e fa re i q u e a n d e is n o s
m e u s e s t a t u t o s , e g u a r d e is o s m e u s j u íz o s , e o s o b s e r v e is
(E z e q u ie l 3 6 : 2 4 - 2 7 ) .
2 1 2 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

Q uando os filhos do te u povo te p erguntarem : Não


n o s d eclararás o que significam e sta s coisas? (Ezequiel
37:10). N aqueles dias, e naquele tem po, diz o Senhor,
b u sc a r-se -á a m aldade de Israel, m as n ão se rá ach ad a, e
os pecados de J u d á , m as não se acharão, pois perdoarei
aos que eu deixar de resto (Jerem ias 50:20).

O A N T IC R IST O N A V IN D A D E J E SUS
EM G L Ó R IA

J e s u s v e n c e rá o a n tic r is to

G u errea rã o c o n tr a o C ord eiro , e o C o rd eiro o s v e n c e ­


rá, p o r q u e é o S e n h o r d o s s e n h o r e s e o R ei d o s reis; v e n ­
ce r ã o ta m b é m o s q u e e s t ã o c o m ele, c h a m a d o s e le ito s , e
fié is ... E v i a b e s ta , e o s r e is d a terra, e o s s e u s e x é r c ito s
r e u n id o s , p a r a g u e r r e a r e m c o n tr a a q u e le q u e e s t a v a m o n ­
ta d o n o ca v a lo , e o s e u e x é r c ito (A p o c a lip se 1 7 :1 4 ; 1 9 :1 9 ).

Nesse tem po cu m p rir-se-á a profecia do Salm o 2:8-


9: “Pede-m e, e eu te darei a s nações por h eran ça, e os
fins d a te rra por tu a possessão. T u os regerás com v ara
de ferro; tu os desp ed açarás como a u m vaso de oleiro”,
e de Isaías 66:15: “O S en h o r virá em fogo, e os se u s c a r ­
ro s como um torvelinho, p a ra to rn a r a s u a ira em furor,
e a s u a repreensão em c h am as de fogo”.
Na parábola dos lavradores m aus, Je su s diz aos líderes
religiosos de Israel que quem caísse sobre Ele — a pedra rejei­
tada pelos construtores — seria despedaçado, o que de fato
ocorreu no início da era cristã. A seguir, o Mestre fala da su a
manifestação como aquela pedra vista por Nabucodonosor e
Daniel, que cai sobre o anticristo e o reduz a pó (Mateus 21:44).
Outras profecias que se cumprirão no retorno de Cristo:
C o n c e r n e n te a e s t e s p ro fetiz o u E n o q u e , o s é tim o d e ­
p o is d e Adão: V ede, o S e n h o r v e m c o m m ilh a r e s d e s e u s
s a n to s , p a ra fazer ju íz o c o n tr a to d o s, e p a r a fa ze r c o n v ic ­
A V o lta d e J e s u s 213

to s t o d o s o s ím p io s , a c e r c a d e to d a s a s o b r a s ím p ia s q u e
im p ia m e n te p ra tica r a m , e d e to d a s a s d u r a s p a la v r a s q u e
ím p io s p e c a d o r e s c o n tr a e le p ro ferira m . (J u d a s 1 4 ,1 5 )

M a s, n o s d ia s d e s t e s reis, o D e u s d o c é u le v a n ta rá u m
re in o q u e n ã o se r á j a m a is d e str u íd o . E s te rein o n ã o p a s s a ­
r á a o u tr o povo , m a s e s m iu ç a r á e c o n s u m ir á to d o s e s t e s
r e in o s, e s e r á e sta b e le c id o p a ra sem p re . C o m o v is te q u e do
m o n te foi co rta d a u m a p ed ra , s e m a u x ílio d e m ã o s, e ela
e s m iu ç o u o ferro, o b ro n ze, o barro, a p ra ta e o o u ro , o
g r a n d e D e u s fez sa b e r a o rei o q u e h á d e s e r d e p o is d isto .
C erto é o s o n h o , e fiel a s u a in ter p re ta ç ã o . (D an iel 2 :4 4 ,4 5 )

O T R IUN V IR A T O SA T Â N IC O
SER Á PR ESO

Quando Je su s descer do céu com poder e grande glória,


acompanhado de su a noiva e de miríades de seres angelicais,
porá um fim definitivo aos tempos dos gentios. Diz a Bíblia:
E a b e s t a foi p r e s a , e c o m e la o fa ls o p r o fe ta q u e
d ia n t e d e la fiz e r a o s s in a is c o m q u e e n g a n o u o s q u e r e ­
c e b e r a m o s in a l d a b e s t a , e o s q u e a d o r a r a m a s u a im a ­
g e m . E s t e s d o is fo r a m la n ç a d o s v iv o s n o la g o d e fo g o q u e
a rd e c o m e n x o fre . (A p o c a lip se 1 9 :2 0 )

E n tã o vi d e sce r d o c é u u m anjo q u e tin h a a ch a v e do


a b is m o e u m a g ra n d e c a d e ia n a m ã o . E le p r e n d e u o dragão,
a a n tig a serp en te, q u e é o d ia bo e S a ta n á s, e o a m a rro u por
m il a n o s. L an ço u -o n o a b ism o , e ali o en cerro u , e s e lo u s o ­
b re ele, p a ra q u e n ã o e n g a n a s s e m a is a s n a ç õ e s , a té q u e o s
m il a n o s s e c o m p le ta sse m . D ep o is d isto é n e c e ssá r io q u e
se ja so lto , por u m p o u c o d e tem po . (A pocalipse 2 0 :1 -3 )

E u s o u o q u e vivo ; fu i m o rto , m a s e s t o u v iv o p a r a
to d o o se m p re ! E t e n h o a s c h a v e s d a m o r te e d o in fe r n o .
(A p o c a lip se 1 :1 8)
214 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

E o D e u s d a p az esm a g a rá em b reve a S a ta n á s d e­
b a ix o d o s v o s s o s p é s . A g r a ç a d e N o s s o S e n h o r J e s u s
s e ja c o n v o s c o . A m é m . (R o m a n o s 1 6 :2 0 )

Dessas passagens depreende-se, primeiramente, que o


anticristo e o falso profeta também não provarão a morte, mas
em sentido totalmente oposto àquele em que foram honrados os
homens de Deus Enoque e Elias. No caso das duas bestas, elas
serão humilhadas aos olhos do mundo pelo fato de serem ime­
diatamente lançadas vivas no lugar de seu merecido castigo.
Em segundo lugar, esse evento ocorrerá diante dos
exércitos do anticristo reunidos contra Jerusalém , os quais
logo depois serão m ortos. As carn es desses m uitos m ilha­
res de grandes e pequenos servirão de b an q u ete à s aves
do céu, no que a Bíblia cham a de ceia do grande Deus.
Finalm ente, u m poderoso anjo lan ç a S a ta n á s no
abism o, onde ficará preso d u ra n te mil anos, e D eus, a tra ­
vés de J e s u s , que tem as chaves d a m orte e do inferno,
esm ag ará o diabo debaixo dos pés dos crentes.

R A IA R Á O SO L D A J UST IÇ A

E specialm ente p a ra o povo israelita, o reto rn o de


C risto se rá o cum prim ento de M alaquias 4:1-3:
C ertam ente aq uele dia vem; arderá co m o fornalha. T odos
o s sob erb os, e to d os o s qu e com etem im piedade, serão co m o o
restolho, e o dia q u e e s tá para vir o s abrasará, diz o S en h o r d o s
E xércitos, d e sorte q ue n ã o lh es deixará n e m raiz n e m ram o.
M as p a ra v ó s, q u e tem eis o m e u n o m e, n a sc e r á o so l d a
ju stiç a , tra zend o sa lv a çã o d ebaixo d a s s u a s a s a s . E sa ireis, e
sa lta r e is co m o b ezerro s liberto s d a estreb a ria . P isa reis o s
ím p io s, p orq u e s e farão cin za d eb aixo d a s p la n ta s d e v o s so s
p é s n a q u e le d ia q u e prepararei, diz o S en h o r d o s E xércitos.

Nesse tem po, todos reconhecerão o senhorio de


J e s u s , q u er ju d e u s quer gentios, p a ra que se cu m p ra o
que e stá escrito em Filipenses 2:11: “e to d a lín g u a con-
A V o lta d e J e s u s 215

fesse que C risto J e s u s é o Senhor, p a ra glória de D eus


Pai”. P ara os perdidos, evidentem ente, esse tem po se rá
de g rande sofrim ento e desespero, como diz a Bíblia:
O s reis da terra, o s grandes, o s chefes militares, o s ricos, o s
poderosos e todo escravo e todo livre se esconderam n a s cavernas
e n o s p en ha sco s d o s m ontes, e diziam a o s m o n tes e ao s roche­
dos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está a s ­
sentado sobre o trono, e d a ira do Cordeiro! Pois é vindo o grande
dia d a ira deles, e q uem poderá subsistir? (Apocalipse 6:15-17).

A D ÚP L IC E V IT Ó R IA D E C R IST O

A Bíblia e n sin a com m u ita clareza que J e s u s virá


prim eiram ente p a ra o arreb atam en to , e depois p a ra o
estabelecim ento de seu reino de mil an o s aqui n a terra.

J e s u s v ir á p r im e ir a m e n te com o o la d r ã o e de­
p o is c o m o o r e lâ m p a g o

P o r ta n to v ig ia i, p o r q u e n ã o s a b e is a q u e h o r a h á d e
v ir o v o s s o S e n h o r . M a s c o n s id e r a i is to : S e o p a i d e fa m í­
lia s o u b e s s e a q u e h o r a v ir ia o la d r ã o , v ig ia r ia e n ã o d e i­
x a r ia q u e s u a c a s a f o s s e a rr o m b a d a . P or is s o e s t a i v ó s
t a m b é m a p e r c e b id o s , p o r q u e o F ilh o d o h o m e m h á d e v ir
à h o r a e m q u e n ã o p e n s e is (M a te u s 2 4 : 4 2 - 4 4 ) .

P o rq u e c o m o o r e lâ m p a g o ilu m in a d e s d e u m a a té a
o u tr a e x tr e m id a d e d o c é u , a s s im s e r á ta m b é m o F ilh o d o
h o m e m n o s e u d ia (L u ca s 1 7 :2 4 ).

V ir á p r im e ir o c o m o E s tr e la d a M a n h ã e d e p o is
co m o o S o l d a J u s tiç a

E u , J e s u s , e n v ie i o m e u a n jo p a r a v o s te s tific a r e s ­
t a s c o is a s à s ig r e ja s. E u s o u a r a iz e a g e r a ç ã o d e D a v i, a
r e s p la n d e c e n t e e s t r e la d a m a n h ã (A p o c a lip se 2 2 :1 6 ). E
216 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

t e m o s a in d a m a is fir m e a p a la v r a d o s p r o fe ta s , à q u a l
b e m fa z e is e m e s t a r a t e n t o s , c o m o a u m a lu z q u e ilu m i­
n a e m lu g a r e s c u r o , a té q u e o d ia c la r e ie , e a e s t r e la d a
a lv a s u r ja e m v o s s o s c o r a ç õ e s (2 P e d ro 1 :1 9).

C e r t a m e n t e a q u e le d ia v e m ; a r d e r á c o m o fo r n a lh a .
T o d o s o s s o b e r b o s , e t o d o s o s q u e c o m e t e m im p ie d a ­
d e , s e r ã o c o m o o r e s t o lh o , e o d ia q u e e s t á p a r a v ir o s
a b r a s a r á , d iz o S e n h o r d o s E x é r c it o s , d e s o r t e q u e n ã o
l h e s d e ix a r á n e m r a iz n e m r a m o . M a s p a r a v ó s , q u e
t e m e i s o m e u n o m e , n a s c e r á o s o l d a j u s t i ç a , tr a z e n d o
s a lv a ç ã o d e b a ix o d a s s u a s a s a s . E s a i r e i s , e s a lt a r e is
c o m o b e z e r r o s lib e r t o s d a e s t r e b a r ia (M a la q u ia s 4 : 1 ,2 ) .

J e s u s v ir á p r im e ir a m e n te c o m o N o iv o e d e p o is
com o R ei

E n tã o o reino d o s c é u s se r á s e m e lh a n te a d ez v irg en s
q u e, to m a n d o a s s u a s lâ m p a d a s, sa ír a m a o en co n tr o do
n oivo. C inco era m in s e n s a t a s e cinco , p r u d e n te s. A s in s e n ­
sa ta s, ao to m a rem a s s u a s lâ m p a d a s, n ã o lev a ra m a zeite
co n sig o . M as a s p ru d e n te s lev a ra m a zeite e m s u a s v a silh a s,
co m a s s u a s lâ m p a d a s. D e m o r a n d o o noivo, to d a s e la s a c a ­
b a ra m co ch ila n d o e d o rm in d o . M as, à m eia -n o ite o u v iu -se
u m grito: Aí v em o noivo, s a í ao s e u en co n tro (M ateu s 2 5 :1 -6 ).

“E n tã o dirá o R ei a o s q u e estiv er em à s u a direita: V inde,


b e n d ito s d e m e u Pai, p o s s u í p o r h e r a n ç a o rein o q u e v o s
e s tá preparado d e sd e a fu n d a ç ã o do m u n d o ” (M ateu s 2 5 :3 4).

J e s u s v ir á p r im e ir a m e n te p a r a as bodas e de­
p o i s p a r a o tr o n o

E , te n d o e la s id o c o m p r á -lo , c h e g o u o n o iv o . A s v ir ­
g e n s q u e e s ta v a m p r e p a r a d a s e n tr a r a m c o m e le p a r a a s
b o d a s . E f e c h o u - s e a p o r ta (M a te u s 2 5 :1 0 ).
A V o lta d e J e s u s 2 1 7

Q u a n d o o F ilh o d o h o m e m v ie r e m s u a g ló r ia , e to -
d o s o s s a n t o s a n jo s c o m e le , e n tã o s e a s s e n t a r á n o tr o n o
d a s u a g ló r ia (M a te u s 2 5 :3 1 ).

J e s u s v ir á p r im e ir o a n te s d a s b o d a s e d e p o is a p ó s
as bodas

E n tã o o r e in o d o s c é u s s e r á s e m e lh a n t e a d e z v ir ­
g e n s q u e , to m a n d o a s s u a s lâ m p a d a s , s a ír a m a o e n c o n ­
tro d o n o iv o (M a te u s 2 5 :1 ).

S e d e v ó s s e m e lh a n t e s a o s h o m e n s q u e e s p e r a m o s e u
se n h o r , a o v o lta r e le d a fe s ta d e c a s a m e n to , p a r a q u e,
q u a n d o vier, e b a ter, lo g o p o s s a m a b r ir -lh e ” (L u ca s 1 2 :36 ).

J e s u s v ir á p r im e ir a m e n te p a r a a su a n o iv a , e
d e p o is c o m a s u a n o iv a

E s e e u for e v o s p r e p a r a r lu g a r, v ir e i o u tr a v ez , e v o s
le v a r e i p a r a m im m e s m o , p a r a q u e o n d e e u e s t o u e s t e j a is
v ó s ta m b é m (J o ã o 1 4 :3).

Q u a n d o C risto , q u e é a n o s s a v id a , s e m a n ife s ta r ,
e n tã o ta m b é m v ó s v o s m a n if e s t a r e is c o m e le e m g ló ria
( C o lo s s e n s e s 3 :4 ).

J e s u s v ir á p r im e ir a a té o s a r e s , e d e p o is a o m o n ­
te d a s O liv e ir a s

D e p o is n ó s , o s q u e fic a r m o s v iv o s , s e r e m o s a r r e b a ­
ta d o s j u n t a m e n t e c o m e le s n a s n u v e n s , p a r a o e n c o n tr o
do S e n h o r n o s a res, e a s sim e sta r e m o s p a ra sem p re co m
o S e n h o r (1 T e s s a lo n ic e n s e s 4 :1 7 ).

E n tã o o S e n h o r sa ir á , e p eleja r á c o n tr a e s t a s n a ç õ e s ,
co m o p ele jo u n o d ia d a b a ta lh a N a q u ele d ia e sta r ã o o s
s e u s p é s so b re o m o n te d a s O liveiras, q u e e s t á d efr o n te d e
J e r u s a lé m p a ra o orien te; o m o n te d a s O liveiras se r á fen d i-
218 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

d o p elo m eio , p a r a o o r ie n te e p a ra o o c id e n te, e h a v er á u m


v a le m u ito gran de; m e ta d e d o m o n te s e a p a r ta rá p a ra o
n o rte, e a o u tr a m e ta d e p a r a o s u l (Z a ca rias 1 4 :3 -4 ).

J e s u s p r im e ir a m e n te receb erá a n o iv a ; d e p o is
s e r á r e c e b id o p o r I s r a e l

V o s le v a r e i p a r a m im m e s m o ” (J o ã o 1 4 :3 ). “S o b r e a
c a s a d e D a v i e s o b r e o s h a b it a n t e s d e J e r u s a lé m d e r r a ­
m a r e i o E sp ír ito d e g r a ç a e d e s ú p lic a s . O lh a r ã o p a r a
m im , a q u e m tr e s p a s s a r a m , e o p r a n te a r ã o c o m o q u e m
p r a n te ia p o r s e u filh o ú n ic o , e c h o r a r ã o a m a r g a m e n te
p o r e le , c o m o s e c h o r a p e lo p r im o g é n ito (Z a ca ria s 1 2 :1 0 ).

J e s u s v ir á p r im e ir a m e n te p a r a a n o s s a u n iã o c o m
E le ; d e p o is p a r a r e v e la r - s e a o m u n d o , n o s c é u s

E a s s im e s t a r e m o s p a r a s e m p r e c o m o S e n h o r ” (1
T e s s a lo n ic e n s e s 4 :1 7 ). “E a v ó s , q u e s o is a tr ib u la d o s , a lí­
v io c o n o s c o , q u a n d o d o c é u s e m a n ife s ta r o S e n h o r J e ­
s u s c o m o s a n jo s d o s e u p o d e r (2 T e s s a lo n ic e n s e s 1:7).

J e s u s v ir á p r im e ir a m e n te c o m o a n o s s a b e n d ita
e s p e r a n ç a ; d e p o is c o m o u m g lo r io s o a p a r e c im e n to

A g u a r d a n d o a b e m -a v e n tu r a d a e s p e r a n ç a e o a p a r e ­
c im e n to d a g l ó r i a d o n o s s o g r a n d e D e u s e S a lv a d o r C r is ­
to J e s u s (Tito 2 :1 3 ).
20

Q uando o Filho do hom e m v ier e m s ua glória, e


todos os s antos aryos com ele, então s e as s entará
no trono d a s ua glória. Todas as nações se
reunirão diante dele, e ele apartará uns dos outros,
como o pas tor aparta dos b odes as ovelhas.
(M ateus 25:31 -32)
J E SUS, C O M O R EI, S E R Á O J U IZ

in te ressa n te n o tar que diversos eventos de


tran sição h ão de ocorrer até que o reino
m ilenial de C risto seja estabelecido. E ssa
idéia e stá p resen te n a profecia dos reinos m u n d iais de
Daniel, em que a pedra, que re p re se n ta Cristo, a n te s de
en ch er to d a a Terra, to rn o u -se prim eiram ente em u m
grande m onte (Daniel 2:35).
E ntre esses eventos de transição está o julgam ento dos
gentios, conforme disse J e s u s em M ateus 25:31-34:
Q u a n d o o F ilh o d o h o m e m v ie r e m s u a g ló ria , e to d o s
o s s a n t o s a n jo s c o m ele, e n tã o s e a s s e n t a r á n o tr o n o d a
s u a g ló ria . T o d a s a s n a ç õ e s s e r e u n ir ã o d ia n te d ele, e ele
a p a r ta r á u n s d o s o u tr o s , c o m o o p a s to r a p a r ta d o s b o d e s
a s o v e lh a s . E le p o r á a s o v e lh a s à s u a d ir e ita e o s b o d e s à
s u a e s q u e r d a . E n tã o d irá o R ei a o s q u e e s tiv e r e m à s u a
d ireita : V in d e, b e n d ito s d e m e u P ai, p o s s u í p o r h e r a n ç a o
re in o q u e v o s e s t á p r e p a r a d o d e s d e a fu n d a ç ã o d o m u n d o .

E sse julgam ento se rá no próprio vale de Jo safá,


ou Arm agedom , como profetizou Joel:
S u s c it e m - s e a s n a ç õ e s , e s u b a m a o V ale d e J o s a f á ,
p o r q u e a li m e a s s e n t a r e i p a r a j u lg a r to d a s a s n a ç õ e s e m
redor. L an çai a fo ice, p o rq u e j á e s t á m a d u r a a se a r a . V in d e,
d e s c e i, p o r q u e o la g a r e s t á c h e io , o s v a s o s d o s la g a r e s
tr a n sb o r d a m ; p o r q u e a s u a m a líc ia é g r a n d e . M u ltid õ e s,
m u lt id õ e s n o v a le d a d e c isã o ! P o r q u e o d ia d o S e n h o r
e s t á p er to , n o v a le d a d e c is ã o (J o e l 3 : 1 2 - 1 4 ) .
2 2 2 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

A b a se do ju lg am en to se rá o tratam e n to dado in­


dividualm ente aos ju d e u s d u ra n te o período de trib u la ­
ção, como o próprio J e s u s afirm a em M ateus 25:40:
“Em verdade vos digo que, qu an d o o fizestes a u m destes
m eu s p eq u en in o s irm ãos, a m im o fizestes”.
M u ita s p e s s o a s c o rre rão g ra n d e risc o em a b ri­
g a r e p ro te g e r os ju d e u s a m e a ç a d o s de ex term ín io pelo
a n tic ris to , com o a liá s j á o c o rre u em e sc a la b em m e­
n o r p o r o c a siã o d a te n ta tiv a d o s n a z is ta s de e lim in a r
o s is ra e lita s . O s so frim en to s d a fam ília T en B oon p o r
h a v e r a ju d a d o a a lg u n s ju d e u s , com o n a r r a o livro O
Refúgio Secreto, é bom exem plo. O p rin cíp io bíblico
de G é n e s is 12:3 c o n tin u a em vigor. D e u s p ro m e te
a b e n ç o a r o s q u e a b e n ç o a m o s d e s c e n d e n t e s de
A braão, e p ro m e te a m a ld iç o a r os q u e os am ald iço am .

OS POVOS JULGADOS

O ju lg a m e n to d a s n a çõ e s d e te rm in a rá q u em e n ­
tr a r á ou n ã o no Reino de C risto. A B íblia a firm a que
to d a s a s n a ç õ e s e sta rã o re u n id a s d ia n te dEle, “e ele
a p a r ta r á u n s d o s o u tro s, como o p a s to r a p a r ta d o s b o ­
des a s o v e lh a s” (M ateus 25:32). J e s u s c o n tin u a , a fir­
m an d o q u e “e n tã o d irá o Rei ao s que estiv erem à s u a
d ireita: V inde, b e n d ito s de m eu Pai, p o ssu í p o r h e ra n ­
ç a o reino q u e vos e stá p re p a ra d o d esd e a fu n d aç ão do
m u n d o ” (v. 34).
Os “b o d e s” ou “cab rito s” serão lançados no fogo
eterno: “E n tã o d irá tam bém aos que estiverem à s u a e s­
querda: A partai-vos de mim , m alditos, p a ra o fogo e te r­
no, p rep arad o p a ra o diabo e se u s an jo s” (M ateus 25:41).
O ju lg a m en to do povo israelita, cham ado p o r J e ­
su s de “m e u s p equeninos irm ão s”, já te rá ocorrido no
período de trib u lação , qu an d o se cu m p rirá e ssa am eaça
divina:
O J u lg a m e n to d a s N a ç õ e s 223

T ir a r -v o s -e i d e n tr e o s p o v o s , e v o s c o n g r e g a r e i d a s
te r r a s n a s q u a is a n d a is e s p a lh a d o s , c o m m ã o fo rte, e c o m
b r a ç o e s te n d id o , e c o m in d ig n a ç ã o d e r r a m a d a . L ev a r -v o s-
-ei a o d e s e r to d o s p o v o s , e a li e n tr a r e i e m ju íz o c o n v o s c o
c a r a a c a ra . C o m o e n tr e i e m ju íz o c o m v o s s o s p a is , n o
d e s e r t o d a t e r r a d o E g it o , a s s i m e n t r a r e i e m j u íz o
c o n v o s c o , d iz o S e n h o r D e u s . F a r -v o s -e i p a s s a r d e b a ix o
d a v a r a , e v o s fa re i e n tr a r n o v ín c u lo d a a lia n ç a (E z eq u ie l
20:34-37).
21

A ____
d as R essu rreições

M uitos dos que d orm e m no p ó d a te rra res surgirão,


uns p a ra a v ida eterna, e outros p a ra a v e rgonha e
o d e s pre zo e te rno (D anie l 12:2).
C R IST O , A S P R IM ÍC IA S

palavra ordem, aplicada à ressurreição, apa­


rece em 1 Coríntios 15:23: ’’Mas cada um por
su a ordem: Cristo as primícias, depois os que
são de Cristo, n a su a vinda”. A expressão “os que são de Cris­
to” é equivalente à primeira ressurreição, que abrange a Igreja,
os convertidos durante a tribulação e os santos do Antigo Tes­
tamento. A segunda ressurreição ocorrerá no final do milénio,
e dela farão parte todos os ímpios de todas as épocas. O profeta
Daniel fala dessas duas ressurreições: “Muitos dos que dor­
mem no pó da terra ressurgirão, u n s para a vida eterna, e
outros para a vergonha e o desprezo eterno” (Daniel 12:2).
Embora tenham ocorrido ressurreições no Antigo Tes­
tamento e durante o ministério terreno de Jesu s, nenhum a
daquelas pode ser com parada ao tipo de ressurreição que
começou com Cristo, como as primícias. Nessa ressurreição
cumpriu-se a tipologia de Levítico 23:11, que trata da festa
das primícias, quando o sacerdote movia u m molho perante
o Senhor, para que o povo fosse aceito. Jesu s, ao ressurgir,
levou consigo um molho de ressuscitados (Mateus 27:52,53),
os quais, depois de aparecerem a muitos em Jerusalém , fo­
ram recebidos pelo Pai como um a garantia de que nós tam ­
bém o seremos.

A P R IM E IR A R E SSUR R E IÇ Ã O

A próxima ressurreição a ocorrer, portanto, será a


da era da Igreja, por ocasião do arrebatam ento, quando “o
228 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

mesmo Senhor descerá do céu com grande brado, à voz do


arcanjo, ao som da trom beta de Deus, e os que m orreram
em Cristo ressurgirão prim eiro” (1 Tessalonicenses 4:16).
Depois d a ressu rreição d a Igreja, no período que
decorre e n tre o final d a g ran d e trib u lação e início do
milénio, ocorrerá a ressu rreição dos m ártires d a trib u la­
ção e dos sa n to s do Antigo T estam ento. A Bíblia afirma:
Então ouvi um a voz do céu, que dizia: Escreve: Bem-
-aventurados os mortos que desde agora morrem no Se­
nhor. Sim, diz o Espírito, descansarão dos seus traba­
lhos, pois as suas obras os acompanharão. Olhei, e vi
uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem um se­
melhante a filho de homem, tendo na cabeça um a coroa
de ouro, e na mão um a foice afiada.
Então outro anjo saiu do templo, clamando com gran­
de voz ao que estava assentado sobre a nuvem: Lança a
tua foice e ceifa, porque é chegada a hora de ceifar, pois
já a seara da terra está madura. E aquele que estava as­
sentado sobre a nuvem meteu a sua foice à terra, e a
terra foi ceifada (Apocalipse 14:13-16).

E vi como que um m ar de vidro m isturado com fogo,


e os que tinham vencido a besta e a sua imagem e o n ú ­
mero do seu nome, estavam em pé junto ao m ar de vidro.
Tinham as harpas de Deus (Apocalipse 15:2).

A SE G UN D A R E SSUR R E IÇ Ã O

A S eg u n d a ressu rreição ocorrerá depois do m ilé­


nio. Apocalipse 20:5 afirm a que “os o u tro s m ortos não
rev iv eram , a té q u e os m il a n o s se c o m p le ta s s e m ”
(Apocalipse 20:50). E sses ressu scitad o s “p a ra vergonha
e desprezo e te rn o s” serão os que hão de com parecer pe­
ran te o juízo do trono branco. Diz a Bíblia:
Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil
anos se completassem. Esta é a primeira ressurreição. En­
A O r d e m d a s R e s s u r r e iç õ e s 229

tão vi um grande trono branco, e o que estava assentado


sobre ele. Da presença dele fugiram a terra e o céu, e não
se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e peque­
nos, que estavam diante do trono, e abriram-se livros.
Abriu-se outro livro, que é o da vida. Os mortos fo­
ram julgados pelas coisas que estavam escritas nos li­
vros, segundo as suas obras. O m ar entregou os mortos
que nele havia, e a morte e o além deram os mortos que
neles havia, e foram julgados cada um segundo as suas
obras. Então a morte e o inferno foram lançados no lago
de fogo. Esta é a segunda morte (Apocalipse 20:11-14).
A pesar de o texto acim a afirm ar com clareza que
os o u tro s m ortos, os in ju sto s, só ressu rg irão depois do
milénio: “M as os o u tro s m ortos não reviveram , até que
os m il a n o s se c o m p l e t a s s e m ”, m u ito s te ó lo g o s
arm in ian o s e reform ados acred itam n u m a ressu rreição
sim u ltân ea de todos os m ortos. E videntem ente que tais
teólogos não são p ré-m ilen istas nem in terp retam literal­
m ente os m encionados textos de Apocalipse.
Além d a clareza dos textos acim a, tem os a in d a
p a s s a g e n s com o L u c a s 2 0 :3 5 - 3 6 , M a rc o s 1 2 :2 5 ,
Apocalipse 20:5-6, Atos 4:1-2 e Filipenses 3:11, n a s quais
a palavra ressu rreição vem seguida de dentre os mortos,
sugerindo assim que h á d istinção en tre a ressu rreição
dos ju s to s e a dos m au s.
22

Milénio, o Almejado
Reino Vindouro

B e m - av e nturad o e s a nto aque le que te m p a rte na


p rim e ira re s s urre ição; s ob re e s te s não te m p od e r
a s e gund a morte; m as s e rão s a ce rd ote s de D e us
e de C ris to, e re inarão com e le m il anos
(A pocalips e 20:6).
palavra “m ilénio”, reg istrad a seis vezes no
capítulo 20 de Apocalipse, significa “mil
a n o s” e corresponde ao tem po do reinado
de C risto aqui n a T erra. E m bora alg u n s procurem n egar
esse ensino bíblico, ele tem raízes p ro fu n d as n a Palavra
d e D e u s , com o v e re m o s a s e g u ir n a a n á lis e d a s
d ispensações e dos pactos.
V árias teorias n eg ad o ras do Milénio podem se r refu ­
ta d a s com ap en as este versículo: “B em -aventurado e s a n ­
to aquele que tem p a rte n a prim eira ressu rreição ; sobre
estes não tem poder a seg u n d a m orte; m as serão sa c e r­
dotes de D eus e de Cristo, e rein arão com ele mil a n o s”
(Apocalipse 20:6).
A prim eira teoria elim inada por este texto é a de que
os mil an o s serão p a ra os anjos, e não p a ra os redim idos.
O nde provar, n a s E scritu ras, u m a ressu rreição de a n ­
jo s? Mesmo que o term o aqui u sad o como ressu rreição
fosse entendido como “regeneração”, ele não poderia ser
aplicado aos anjos, pois a Bíblia n ão faz n e n h u m a refe­
rência à regeneração de anjos. Portanto, os que rein arão
com Cristo serão os crentes, os san to s, os que forem re s ­
su scitad o s n a prim eira ressu rreição e os que forem tr a n s ­
form ados por ocasião do arreb atam en to d a Igreja.
A seg u n d a teoria refu ta d a é a que coloca o Milénio
no p assa d o , n a Idade M édia, p o r exem plo, q u an d o o
papado reinou com g rande poderio. Ao afirm ar que os
sa n to s reinarão com C risto d u ra n te mil anos, a Bíblia
2 3 4 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

e n sin a que ta is sa n to s po ssu irão corpos glorificados, pois


é impossível, n a p resen te dispensação, que alguém pos­
s a viver mil anos.
E se o texto bíblico refere-se a p esso as com corpos
glorificados, o tem po desse reinado só poderá se r depois
d a prim eira ressurreição. T orna-se evidente, tam bém , que
o Milénio não terá lu g ar a n te s do reto rn o de Cristo. E stá
escrito que som ente receberem os a coroa de glória quando
ap arecer no sso Sum o P astor (1 Pedro 5:4), e ninguém
recebe coroa depois de reinar, m as sim, p a ra reinar.
A terceira teoria n ão ap o iad a pela Bíblia é a que con­
sid era o Milénio como u m fato presente, com J e s u s a s ­
sen tad o e reinando no se u trono de glória. As E sc ritu ras
en sin am claram en te que J e s u s e stá hoje a sse n ta d o à
d e stra do Pai, ag u ard an d o o m om ento de s u a volta. Ele
se a s s e n ta rá no trono de Davi som ente depois que se u s
inim igos forem colocados p o r escabelo de s e u s pés (Sal­
m os 110:1; Z acarias 8:3; Apocalipse 20:7-14).
F inalm ente, a q u a rta teoria refu tad a pelo texto de
Apocalipse 20:6 e n sin a que o Milénio se rá no céu e não
n a Terra. A Palavra de D eus é clara: “E p a ra o nosso
D eus os fizeste reis e sacerdotes; e eles rein arão sobre a
te rra ” (Apocalipse 5:10). “E ao que vencer, e g u a rd a r até
ao fim a s m in h a s obras, eu lhe darei poder sobre a s n a ­
ções” (Apocalipse 2:26).
Na profecia dos reinos m undiais, a Pedra co rtad a sem
m ãos feriu a e s tá tu a n o s p és, de so rte q u e e s ta foi
esm iuçada, m as a Pedra “se fez u m g rande m onte, e e n ­
cheu to d a a te rra ” (Daniel 2:35). O Milénio te rá fim, m as
os novos céu s e a nova te rra ja m a is acabarão, e d u rarão
por to d a a eternidade.

EV EN T O S P R E C UR SO R E S DO M IL É N IO

T rês g ran d es eventos, en tre outros, hão de preceder


o estabelecim ento do reino m ilenial n a terra: o a rre b a ta ­
M ilé n io , o A lm e ja d o R e in o V in d o u r o 2 3 5

m ento da Igreja, a re sta u ra ç ã o de Israel e o ju lg am en to


d as nações. O prim eiro d esses im p o rtan tes acontecim en­
tos, ou seja, a glorificação d a Igreja, ocorrerá sete an o s
a n te s do reto rn o de C risto em glória. E sses sete anos
correspondem à últim a sem an a de Daniel, d u ra n te a qual
se m an ifestará o an ticristo em todo o seu poderio, levan­
do o m u n d o a profundo caos que c u lm in ará n a b a ta lh a
do Arm agedom .
E n q u an to e ssa s coisas estiverem acontecendo aqui
n a T erra, os cren tes p a ssa rã o pelo T rib u n al de Cristo
p a ra receberem a s u a reco m p en sa e p articip arão d as
b o d as do Cordeiro, a g rande festa do casam en to de J e ­
su s com a Igreja triu n fa n te (2 C oríntios 5:10; 1 Pedro
4:17; Apocalipse 19:7-9).
A p len a re sta u ra ç ã o do povo de Israel ocorrerá no
auge d a s u a aflição, q u an d o tu d o p arecer perdido d iante
de inim igos h u m an a m e n te invencíveis. As pressões m u n ­
diais co n tra os ju d e u s , cad a vez m ais fortes, se e n ca rre ­
garão de u n ir esse povo, não a p en a s em torno de s u a s
m ilenares tradições, m as principalm ente, em torno d as
m isericórdias divinas e d as p ro m essas de D eus relativas
à T e rra Santa. Israel, que desde o arreb atam en to d a Igreja
se rá o alvo d as atenções e bênçãos divinas, com preende­
rá as razões de seu regresso à P alestin a e se converterá
como nação ao Senhor.
E s s a co n v ersão p o r q u e p a s s a r á o povo ju d e u te rá
início e n tre a s n a ç õ e s, “em lu g a re s re m o to s” (Z acarias
10:8-10), e se c o n s u m a rá n a P a le s tin a , q u a n d o J e ­
s u s d e sc e r so b re o M onte d a s O liveiras com p o d e r e
g ra n d e glória. Como a P e d ra c o rta d a sem m ão s, q u e
feriu a e s tá tu a n o s p é s e a d e s tru iu to ta lm e n te (D aniel
2 :3 4 -3 5 ,4 5 ), a ssim J e s u s “d e sfa rá pelo a sso p ro d a s u a
b o c a ” o a n tic risto e to d o s os rein o s d e ste m u n d o , in a u ­
g u ra n d o e n tã o u m rein o q u e “s e rá e sta b e le c id o p a ra
s e m p re ” (v. 44).
236 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

O terceiro grande evento pré-m ilenial se rá o ju lg a ­


m ento d a s nações. J e s u s a sse n ta r-se -á no se u trono de
glória, no Vale de Jo safá, tendo to d as as nações diante
dEle re u n id a s (Joel 3:12-14; M ateus 24:30-31). É evi­
dente que e ssa s nações ali estarão rep resen tad as por seu s
m in istro s e exércitos, m as g raças aos a tu a is e fu tu ro s
p ro g resso s d as com unicações eletrônicas, via satélite,
todos, em bora em s u a s c a sa s e n a s m ais d ista n te s regi­
ões do globo, se sen tirão como d ian te dEle. As nações
serão ju lg a d a s coletivam ente, pela m an eira como tr a ta ­
ram o povo de Israel. A b ase desse ju lg am en to e stá em
G énesis 12:3 “E abençoarei os que te abençoarem e am al­
diçoarei os q u e te am aldiçoarem ”.

A D IS P E N S A Ç Ã O D O R E IN O

A Bíblia fala de sete dispensações, d as q u a is cinco já


p assaram :
a) I n o c ê n c ia — o hom em inocente, colocado n u m
am biente ideal, sujeito a u m a prova sim ples (Génesis 1:28);
b) C o n s c iê n c ia — com a queda, o hom em p a sso u a
p o ssu ir u m conhecim ento p essoal e experim ental do bem
e do m al, assu m in d o , então, a responsabilidade de fazer
o bem e ficando sujeito à s co n seq u ên cias d a p rática do
m al (Génesis 3:23);
c) G o v e rn o h u m a n o — com o fracasso do hom em
d u ra n te a se g u n d a d ispensação, e depois do juízo do Di­
lúvio, D eus faz u m pacto com Noé, in stitu in d o o governo
do hom em (Génesis 8:21);
d) P r o m e ssa — esta dispensação (Génesis 12:1), de
c aráter p u ram en te israelita, estende-se de G énesis 12:1
até Êxodo 19:8, quando, então se inicia a dispensação da
e) L ei — que d u ro u do Sinai ao Calvário.

A sex ta d ispensação, d en o m in ad a d a G raça de D eus


(João 1:17), é o tem po p resen te, quando a bo n d ad e de
M ilé n io , o A lm e ja d o R e in o V in d o u r o 2 3 7

D eus se m an ifesta em favor de todos os ho m en s através


de Cristo (Tito 3:4,5). A G raça se ex p ressa c o n stan te ­
m ente em co n traste com a Lei. E n q u an to e sta bendiz o
que é bom , aquela salva o que é m au (Êxodo 19:5; Efésios
2:1-9); en q u an to a L ei o rd en a ao hom em que o b ten h a a
bênção como u m a recom pensa, a G raça é u m a dádiva
divina estendida gratuitam ente ao pecador (Deuteronômio
28:1-6; Efésios 2:8).
Finalm ente, a sétim a e ú ltim a disp en sação é a do
R ein o d e C risto aqui n a T erra (Efésios 1:10), conform e
foi solenem ente p actu ad o com Davi:
Uma vez jurei por minha santidade que não mentirei
a Davi. A sua descendência durará para sempre, e o seu
trono será como sol perante mim; será estabelecido para
sempre como a lua; e a testem unha no céu é fiel (Salmos
89:35-37; 2 Samuel 7:8-17; Ezequiel 37:24-28; Zacarias
12:8; Lucas 1:31-33; 1 Coríntios 15:24,25).
Nesse glorioso reinado de Cristo, terá term inado defi­
nitivam ente o tem po d a opressão e do governo hum ano:
E deleitar-se-á no temor do Senhor; e não julgará
segundo a vista dos seus olhos, nem repreenderá segun­
do o ouvir dos seus ouvidos; mas julgará com justiça os
pobres e repreenderá com equidade os mansos da terra,
e ferirá a terra com a vara da sua boca, e com o sopro
dos seus lábios m atará o ímpio (Isaías 11:3-4).
O M ilé n io , com o a ú ltim a ép o ca d iv in a m en te o r ­
d e n a d a p a ra a p ro v ação h u m a n a a q u i n a T erra, t e r ­
m in a rá em ju ízo (M ateus 2 5 :3 1 -4 6 ; A tos 16:30-31;
A pocalipse 20:7-15). Pela ú ltim a vez o h o m em e s ta r á
se n d o p o sto à prova, sob co n d içõ es a s m ais fav o rá ­
veis p o ssív eis, q u a n d o o tem p o de d u ro tra b a lh o t e r ­
m in a em d e sc a n so e g a la rd ã o (2 T e s sa lo n ic e n se s 1:6-
7); q u a n d o o so frim en to d á lu g a r à g ló ria (R om anos
8 :17-18); q u a n d o a c e g u e ira e s p iritu a l e o castig o t e r ­
238 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

m in a m em r e s ta u r a ç ã o e c o n v ersão (R om anos 11:25-


27; E zequiel 3 9 :28-29); q u a n d o os tem p o s d o s g e n ti­
os te rm in a m com a d e s tru iç ã o d a im agem e do e s ta ­
b e le c im e n to do r e in o d o s c é u s (D a n ie l 2 :3 4 -3 5 ;
A p o calip se 19:15-21); q u a n d o a serv id ão d a criação
te rm in a n a s u a lib e rta ç ã o e n a m a n ife sta ç ã o d o s fi­
lh o s de D e u s (G énesis 3:17; Isa ía s 11:6-8; R om anos
8 :1 9 -2 1 ).

A A L IA N Ç A D O R E IN O D E C R IST O

O milénio se rá tam b ém o cum prim ento do pacto que


D eus fez com Davi, de que n ão faltaria herdeiro deste no
trono de Israel. A Bíblia fala de oito pactos ou alianças:

a) A a lia n ç a e d ê n ic a - regulou a vida h u m a n a em


seu estado de inocência (Génesis 1:26-28);
b) A a lia n ç a a d â m ic a - contém a s n o rm as de vida
p a ra o hom em caído e p rom ete a v in d a do R edentor
(Génesis 3:14-19);
c) A a lia n ç a n o é lic a - estabelece, com Noé, o p rin ­
cípio do governo h u m an o (Génesis 9:1);
d) A a lian ça abraâm ica - estabelece a nação israelita e
confirma a prom essa adâm ica de redenção (Génesis 15:18);
e) A a lia n ç a m o s a ic a - co ndena todos os hom ens
como pecadores (Êxodo 19:25);
f) A a lia n ç a p a le s tín ic a - g aran te a re sta u ra ç ã o e a
conversão final de Israel (Deuteronôm io 28:30).
g) A s é t im a a lia n ç a - foi feita com Davi e estabelece
a p erp etu id ad e d a fam ília e do reino de Davi. C risto é o
Rei que re in a rá sobre Israel e sobre todos os povos d u ­
ra n te o m ilénio (Zacarias 12:8; Atos 15:14-17).
h) A o ita v a a lia n ç a - tam bém c h am ad a nova a lian ­
ça (Jerem ias 31:31; H ebreus 8:8,12), e stá b a se a d a no
sacrifício de Cristo e g aran te a bênção e te rn a a todo a q u e­
le que crê (1 C oríntios 11:25). E ssa alian ça é o cu m p ri­
M ilé n io , o A lm e ja d o R e in o V in d o u r o 239

m ento daquele feito com A braão (cf. G álatas 3:13-19). É


u m a aliança incondicional e de c aráte r final e irrevogável:
“Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; m as aquele
que n ão crê no Filho n ão v erá a vida, m as a ira de D eus
sobre ele p erm anece (João 3:36).
Convém sa lie n ta r que a p esso a de Cristo é proem i­
n en te em to d as e ssa s alianças:
Na alian ça edênica, Ele é o últim o Adão (1 Coríntios
15:45-47), que a ssu m e o lu g ar de su p rem acia sobre to ­
d as a s coisas p erd id as pelo nosso prim eiro pai; n a se ­
g u n d a aliança, Ele é a “sem en te” d a m u lh e r que cum pre
as condições de trab alh o e obediência im postas ao h o ­
m em (Génesis 3:15; M arcos 6:3; Jo ão 12:31; G álatas 4:4).
Na terc eira alian ça, J e s u s é o m aio r d e n tre os d e s­
c en d en tes de Sem (G énesis 9:1; Cl 2:9); n a q u a rta , é a
sem en te de A braão, obediente até a m orte, e o objeto
d as p ro m e ssa s divinas (Génesis 22:18; G álatas 3:16;
F ilipenses 2:8).
Na quinta aliança, Cristo viveu sem pecado debaixo da
aliança m osaica e levou sobre si m esm o a m aldição da Lei
(Gálatas 3:10-13); n a sexta, Ele viveu obedientemente como
um ju d eu n a Palestina, debaixo da aliança cujas prom es­
sas de bênçãos se cum prirão no futuro (Deuteronômio 28:1-
30); n a sétim a aliança, Ele é o rebento e renovo do trono de
Jessé, o herdeiro e o Rei (Isaías 11:1; Lucas 1:31-33). Na
oitava e últim a aliança, J e s u s é o “Cordeiro de Deus que
tira o pecado do m undo” (João 1:29).

O M IL É N IO E O D E S C A N S O H UM A N O

O milénio virá qu an d o o hom em com pletar s u a m is­


sã o a q u i n a te r r a , d a d a p o r D e u s a p ó s a cria çã o :
“Frutificai e multiplicai-vos, e enchei to d a a terra, sujeitai-
a; e dom inai sobre os peixes do m ar, e sobre as aves dos
céus, e sobre todo o anim al que se move sobre a te rra ”
(Génesis 1:28).
2 4 0 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

E ssa tarefa, entregue ao homem h á seis mil anos pelo


Criador, já está quase concluída. O homem multiplicou-se e
encheu a terra. Nos dias de Jesu s, a população m undial era
de aproximadamente 250 milhões. Foram necessários 1.600
anos para chegar a 500 milhões. Oitenta anos m ais tarde, em
1930, a população do m undo havia dobrado. Menos de cin­
quenta anos depois, éramos já quatro bilhões, e seremos oito
bilhões daqui a m enos de 20 anos, se Je su s não vier antes! O
homem, literalmente, multiplicou-se e encheu a Terra.
As outras tarefas o homem só conseguiu realizá-las no cor­
rente século, como resultado do extraordinário desenvolvimen­
to tecnológico. Desde a Primeira Guerra Mundial, multiplica­
ram-se os submarinos, a sondarem as profundezas dos ocea­
nos. Em 1958, pela primeira vez, um a exploração subm arina foi
realizada no Polo Norte pelos submarinos Skate e Nautilus, dos
Estados Unidos. Menos de um ano depois, o Skate, sob o co­
mando de Jam es Calvert, emergiu no mesmo Pólo Norte, pela
primeira vez. Desde então o domínio do homem em todos os
mares do globo tem sido cada vez mais acentuado.
O mesmo se pode dizer da aviação, nascida em 1906
com o 14-Bis do brasileiro Alberto Santos Dumont. Som en­
te os aviões comerciais transportaram , em 1981, em todo o
m undo, cerca de dez milhões de passageiros em 150 mil
toneladas de carga. Depois vieram os foguetes, responsáveis
pelo lançam ento ao espaço de m ilhares de satélites artifici­
ais e pelo pouso vitorioso do hom em n a Lua. Hoje, os cien­
tistas exploram os demais planetas do sistem a solar e conti­
n u am aperfeiçoando seus instrum entos p ara sujeitar o es­
paço exterior, cum prindo assim a determinação divina.
Se um “dia para Deus é como mil anos e mil anos como um
dia” (Salmos 94:4; 2 Pedro 3:8), o homem já está encerrando, na
sem ana divina, seu último dia de trabalho, devendo, então en­
trar no milénio de descanso. A Bíblia fala tanto de um a semana
de descanso para o homem, como para a terra. Cada sétimo ano
a terra deveria descansar em Israel” (Levítico 25:4).
M ilé n io , o A lm e ja d o R e in o V in d o u r o 2 4 1

Da m esm a form a, depois de seis m ilénios de su jei­


ção, o sétim o se rá de regeneração:
Em verdade vos digo que vós, os que me seguistes,
quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar
no trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze
tronos, para julgar as doze tribos de Israel (Mateus 19:28).

N O M IL É N IO , A T E R R A
SER Á R EST AUR ADA

Em Atos 3:21 lemos:


O qual (Jesus) convém que o céu contenha até aos
tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela
boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio.

E ssa restau ração com eçará com o estabelecim ento do


milénio. Hoje os ecologistas estão a ssu sta d o s com o in s­
tinto predatório do ser hum ano. As lavouras, a atm osfera
e os rios estão poluídos: a s florestas estão aos poucos
desaparecendo e dezenas ou centenas de anim ais estão
sendo extintos. Por isso, o Milénio se rá u m freio ao ím pe­
to d estru id o r do hom em e o começo da regeneração. J e ­
su s virá, segundo Apocalipse 11:8, no tem po de d estru ir
“os que destroem a te rra ”.
E m b o ra n ão n o s se ja possível co n h ec er p le n a m e n ­
te a s p ro fu n d a s tra n sfo rm a ç õ e s n a n a tu re z a , podem os
p rev er u m in crem en to d a fertilid ad e d a te rra (Isaías
55:13), com g ra n d e s á re a s a té ag o ra d e s a b ita d a s to r-
n a n d o -se c e n tro s de g ra n d e b eleza (Isaías 35:1-7); r e s ­
ta u ra ç ã o m ilag ro sa dos an im ais, q u e terã o s e u s in s ­
tin to s m odificados:
E morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o
cabrito se deitará, e o bezerro, e o filho do leão e a nedia
ovelha viverão juntos, e um menino pequeno os guiará.
2 4 2 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

A vaca e a ursa pastarão juntas, e seus filhos juntos se


deitarão; e o leão comerá palha como o boi. E brincará a
criança de peito sobre a toca do áspide, e o já desmama­
do meterá a su a mão na cova do basilisco. Não se fará
mal nem dano algum em todo o monte da m inha santi­
dade, porque a terra se encherá do conhecimento do Se­
nhor, como as águas cobrem o mar (Isaías 11:6-9).

A P alavra de D eus prevê a in d a u m a vida longa e


m u ita s tran sfo rm açõ es n o s a stro s em s u a relação com a
T erra (Isaías 65:20-23; 30:26).
Em conclusão, resu m im o s que, com a vin d a de
C risto em todo o seu esplendor, a m aldição que p e sa so­
bre a criação de D eus, e a vem d estru in d o , se rá to tal­
m ente rem ovida. A perseguição a Israel e a s s u a s afli­
ções cessarão, e a s p ro m essas feitas a A braão serão fiel­
m ente cu m p rid as. Ao instável governo do hom em e ao
s e u in ev itáv el fra c a sso s e g u ir-s e -á o go v ern o firm e
daquE le que é o Rei dos reis e o S en h o r dos senhores.
Tam bém a confusão que hoje rein a n a igreja p rofessa e a
s u a infidelidade clam am pela vinda de u m libertador, que
não ta rd a rá . O ra vem, S en h o r Je su s! Aleluia!
23

O J u íz o F in a l

Q u e m m e reje ita, e não re ce b e as m inhas


pa la v ra s , j á te m qu e m o ju lg u e : a p róp ria
p a la v ra que te n ho p rofe rid o, e s s a há
d e ju lg á - lo no últim o d ia (Joã o 12:48).
S E R Á O G R A N D E J U L G A M E N T O D O F IM

s profecias bíblicas m encionam u m dia de


juízo final p a ra todos os que m orreram
perdidos. E sse dia de juízo, que ocorrerá
no final do milénio, atin g irá a todos os que re ssu sc ita ­
rem n a ú ltim a ressu rreição . D aniel anteviu esse dia:
Eu continuei olhando, até que foram postos uns tro­
nos, e um Ancião de Dias se assentou. A sua veste era
branca como a neve, e o cabelo da sua cabeça como lã
puríssima. O seu trono era de chamas de fogo, com ro­
das de fogo ardente. Um rio de fogo manava e saía de
diante dele. Milhares de milhares o serviam, e milhões de
milhões estavam diante dele. Assentou-se o tribunal, e
abriram-se os livros (Daniel 7:9,10).
Davi e Salom ão tam b ém falaram desse dia de juízo:
“O Senhor reina perpetuamente; já preparou o seu
tribunal para julgar. Ele mesmo julgará o mundo com re-
tidão; governará os povos com justiça” (Salmos 9:7,8). “Ale-
gra-te, jovem, na tu a juventude, e recreie-se o teu coração
nos dias da tua mocidade. Anda pelos caminhos do teu
coração, e pela vista dos teus olhos, mas sabe que por
todas estas coisas te trará Deus ajuízo” (Eclesiastes 11.9).
Em o Novo Testamento, Je su s afirmou: “No dia do juízo
haverá menos rigor para Sodoma e Gomorra do que para aquela
cidade”, referindo-se a u m a cidade que porventura não rece­
besse os pregadores do Evangelho (Mateus 10:15). Outras pas­
sagens do Novo Testamento que tratam do juízo final, são:
248 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

trono branco, e o que estava assentado sobre ele. Da presen­


ça dele fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles.
E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam
diante do trono, e abriram-se livros. Abriu-se outro livro,
que é o da vida. Os mortos foram julgados pelas coisas
que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.
O m ar entregou os mortos que nele havia, e a morte e
o além deram os mortos que neles havia, e foram julgados
cada um segundo as suas obras. Então a morte e o infer­
no foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda mor­
te. E todo aquele que não foi achado inscrito no livro da
vida, foi lançado no lago de fogo (Apocalipse 20:10-15).
A s o b e r a n ia d e c r is to

O j u íz o fin a l, t a m b é m c o n h e c i d o c o m o o j u í z o d o t r o n o
b r a n c o , a s s i n a l a r á d e f in it iv a m e n t e a s o b e r a n ia d o F ilh o d e
D e u s s o b r e t o d a s a s c o i s a s . N e s s a o c a s iã o c u m p r i r - s e - á o
q u e o a p ó s t o l o P a u lo a f ir m a e m 1 C o r ín t io s 1 5 : 2 4 - 2 6 :

Então virá o fim, quando tiver entregado o reino a Deus,


o Pai, e quando houver destruído todo domínio, e toda
autoridade e todo poder. Pois convém que ele reine até
que haja posto a todos os inimigos debaixo dos seus pés.
Ora, o último inimigo que há de ser destruído é a morte.

A I g r e ja s e r á a s s is te n te n e s s e ju lg a m e n to

A I g r e ja n ã o s e r á a lv o d e s s e j u l g a m e n t o , c o m o a l ­
g u n s t e ó l o g o s in t e r p r e t a m . O p r iv ilé g io d o c r i s t ã o é q u e ,
p a r a e le , n ã o h á n e n h u m a c o n d e n a ç ã o ( R o m a n o s 8 : 1 ) .

Não sabeis vós que os santos hão dejulgar o mundo? Ora, se


o mundo deve serjulgado por vós, sois indignos dejulgar as coisas
mínimas? Não sabeis vós que havemos dejulgar os anjos? Quan­
to mais as coisas pertencentes a esta vida? (1 Coríntios 6:2-3)

J e s u s c o n v o c a r á to d o s à s u a p r e s e n ç a

O p r ó p r io J e s u s d i s s e q u e v ir á a h o r a e m q u e t o d o s
o s q u e e s t i v e r e m n o s s e p u l c r o s o u v ir ã o a s u a v o z e s a i ­
O J u íz o F in a l 249

r ã o . E m o b e d i ê n c i a a o c o m a n d o d o F i lh o d e D e u s , o m a r ,
a m o r t e e o a lé m e n t r e g a r ã o o s m o r t o s q u e n e l e s h o u v e r ,
g r a n d e s e p e q u e n o s — o u se ja , d e to d a s a s c la s s e s s o c i­
a is , r e l i g i o s a s , p o l í t i c a s e t c . — e e l e s s e r ã o j u l g a d o s s e ­
g u n d o a s s u a s o b r a s (J o ã o 5 :2 8 e A p o c a lip s e 2 0 .1 3 ).

D e u s e x e c u ta r á ju íz o s so b re a te r r a

A c o n h e c i d a p r o f e c ia d e P e d r o t e r á c u m p r i m e n t o n e s ­
s a o c a s i ã o , e n ã o a n t e s . D iz o a p ó s t o lo :

Mas os céus e a terra que existem agora, pela m es­


ma palavra, têm sido guardados para o fogo, sendo re­
servados para o dia do juízo e da perdição dos homens
ímpios. Mas, amados, não ignoreis um a coisa: que um
dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um
dia. O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que
alguns a têm por tardia. Ele é longânimo para convosco,
não querendo que ninguém se perca, senão que todos
venham a arrepender-se.
Mas o dia do Senhor virá como um ladrão. Os céus
passarão com grande estrondo, e os elementos, a r ­
dendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há,
serão descobertas. Havendo, pois, de perecer todas
estas coisas, que pessoas não deveis ser em san tid a­
de e piedade, aguardando, e desejando ardentem ente
a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se
dissolverão, e os elementos, ardendo, se fundirão? (2
Pedro 3.7-12).

O S L IV R O S SE R Ã O A B E R T O S

P e lo f a t o d e a B íb l ia s e r e f e r ir a li v r o s , n o p lu r a l,
m u ito s e s t u d io s o s d a s E s c r itu r a s a c r e d ita m q u e ta is li­
v r o s p o d e r ã o se r :

O liv r o d a c o n s c iê n c ia

O a p ó s t o l o P a u lo s a l i e n t a o v a l o r d a c o n s c i ê n c i a
q u a n d o escrev e:
2 5 0 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

Eles mostram a obra da lei escrita em seus cora­


ções, testificando juntam ente a sua consciência, e os seus
pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os”.
Em Cristo digo a verdade, não minto (dando-me teste­
munho a minha consciência no Espírito Santo) (Roma­
nos 2:15; 9:1).

O liv r o d a n a tu r e z a .

Q u a n d o a P a la v r a d e D e u s a f ir m a q u e o s h o m e n s
s e r ã o in e s c u s á v e is d ia n te d e D e u s , e la m e n c io n a a s o b r a s
d a c r ia ç ã o . Q u e m n ã o fic a d e s lu m b r a d o a o c o n t e m p la r
a s m a r a v ilh a s d o U n iv e r s o ? A lg u m a s d e s s a s m a r a v ilh a s
d e D e u s e s t ã o b e m à n o s s a v o lt a . D iz a B íb lia :

Mas pergunta aos animais, e cada um deles te ensi­


nará, e às aves dos céus, e elas te farão saber; ou fala
com a terra, e ela te instruirá, até os peixes do m ar te
informarão. Qual dentre todas estas coisas não sabe que
a mão do Senhor fez isto? (Jó 12.7-9). Pois os atributos
invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o
seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e
claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de
modo que eles são inescusáveis (Romanos 1.20).

Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento


proclama a obra das suas mãos. Um dia faz declaração a
outro dia, e um a noite m ostra sabedoria a outra noite.
Sem linguagem, sem fala, ouvem-se as suas vozes. Em
toda a extensão da terra estende-se a sua voz, e as suas
palavras até o fim do mundo. Nos céus pôs um a tenda
para o sol (Salmos 19:1-4).

O liv r o d a L e i
Todos os que sem lei pecaram, sem lei também pere­
cerão, e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão
julgados... Por isso ninguém será justificado diante dele
pelas obras da lei; antes, pela lei vem o conhecimento do
pecado (Romanos 2:12; 3:20).
O J u íz o F in a l 2 5 1

O liv r o d o e v a n g e lh o

D iz a B íb lia :

Isto sucederá no dia em que Deus há de julgar os


segredos dos homens, por meio de Jesu s Cristo, segun­
do o meu evangelho... Quem me rejeita, e não recebe as
minhas palavras, já tem quem o julgue: a própria pala­
vra que tenho proferido, essa há de julgá-lo no último
dia (Romanos 2:16; João 12:48).

O liv r o d a m e m ó r ia

N a p a r á b o l a d o R ic o e L á z a r o , c o n t a d a p o r J e s u s ,
A b r a ã o d iz:

Filho, lem bra-te de que recebeste os teu s bens


em tu a vida, ao passo que Lázaro som ente m ales,
m as agora ele é consolado e tu atorm entado (Lucas
16:25).

O liv r o d o s a to s h u m a n o s

E vi os m ortos, grandes e pequenos, que estavam


diante do trono, e abriram -se livros. Abriu-se outro
livro, que é o da vida. Os m ortos foram julgados pelas
coisas que estavam escritas nos livros, segundo as
su a s obras (Apocalipse 20:12).

O liv r o d a V id a

S ã o m u i t a s a s p a s s a g e n s d a s E s c r i t u r a s q u e f a la m
d o liv r o d a V id a .

Sejam riscados do livro da vida, e não sejam inscritos


com os justos (Salmos 69:28). Nesse tempo se levantará
Miguel, o grande príncipe que protege os filhos do teu povo,
e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde
que houve nação até àquele tempo. Mas nesse tempo li-
vrar-se-á teu povo, todo aquele que se achar escrito no
livro (Daniel 12:1).
2 5 2 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

M as n ã o v o s alegreis porque o s espíritos se v o s subm etem ,


alegrai-vos a n te s por esta rem o s v o sso s n o m es escritos n o s céu s
(Lucas 10:20). E peço-te ta m b ém a ti, m eu leal com panheiro de
jugo, q u e ajud es a e s s a s m u lheres q ue trabalharam com igo no
evangelho, e co m Clem ente, e co m o s outros cooperadores, cujos
n o m es estã o n o livro d a vida (Filipenses 4:3).

Por que o Livro da Vida e stará presente em u m julga­


m ento que não tem outra finalidade senão condenar?
A presença desse livro servirá p ara provar que os nom es
dos perdidos estão riscados dele. Percebe-se, n u m a leitura
cuidadosa da Bíblia, que cada pessoa que nasce neste m u n ­
do tem o seu nom e escrito no Livro da Vida. Porém, à medi­
da que a pessoa chega à idade d a razão e escolhe, conscien­
tem ente, ou afastar-se de D eus ou aproxim ar-se dEle, o seu
nom e é riscado desse livro ou m antido nEle.
M uitas pessoas, por viverem um a vida supostam ente
cristã e até mesmo realizarem milagres e profetizarem no
nome do Senhor, ficarão chocadas ao perceber que os seus
nom es já não estão escritos nos céus, como Je s u s advertiu:
M u ito s m e dirão n a q u e le dia: S en h or, S en h or, n ã o p ro­
fetiz a m o s n ó s e m te u n o m e? e e m te u n o m e n ã o e x p u ls a m o s
d e m ó n io s? e e m te u n o m e n ã o fizem o s m u ito s m ila g res?
E n tã o lh e s d irei a b erta m en te: N u n c a v o s c o n h ec i. A partai-
v o s d e m im , v ó s q u e p ra tica is a iniquidade! (M ateu s 7 :2 2 ,2 3 ).
24
O P erfeito
E sta d o E tern o

O cé u não é ape nas um es tad o d e e te rna b em-


av enturança; ele é tam b é m um lugar, a m orad a
dos ju s to s no s e u e s tad o e te rno de glorificação.
QUE É O CÉU?

palavra lugar, como referência ao céu, foi


u s a d a p o r J e s u s , qu an d o disse em Jo ão
14:2: “Na c a sa de m eu Pai h á m u itas m o­
ra d a s . Se n ã o fosse a ssim , eu vo-lo te ria dito. Vou
p rep arar-v o s lu g ar”.
A Bíblia declara que D eus h a b ita no terceiro céu, lu ­
gar onde esteve Paulo em estado de arreb atam en to . Ge­
ralm ente se crê que o prim eiro e segundo céu s sejam
o céu atm osférico e o galáctico, respectivam ente, e que o
terceiro é o lu g ar d a h ab itação divina.
Não devemos, entretanto, p en ar em distância, em te r ­
m os de espaço físico, como se o futuro lar dos rem idos
estivesse além do Sol ou d as estrelas, como em geral se
can ta n a s igrejas, e como crêem alguns povos m u çu lm a­
nos que u sa m a expressão “a trá s do Sol” p a ra m orte. A
Bíblia diz ap en as que esse lar-estad o fica além do véu. O
crente tran sp õ e esse véu e en tra no gozo do seu Senhor,
n a habitação etern a dos rem idos de todas a s idades.

O VÉU

P ara o crente, o véu que faz a sep aração en tre o p re ­


sen te estado e o estado eterno é a m orte física ou a tr a n s ­
form ação em vida por ocasião do arreb atam en to . O con­
ceito cristão de m orte inclui a m orte física. E sta, como
separação d a alm a e do corpo, é co n sid erad a o últim o
acontecim ento n a vida te rre n a do indivíduo. A Bíblia
256 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

e n sin a que “aos hom ens e stá ordenado m o rrer u m a só


vez, vindo depois disso o ju ízo ” (Hebreus 9:27).
Os o u tro s tipos de m orte m encionados n a Bíblia são:
a) a m orte espiritual, como sep aração de D eus, con­
form e Efésios 2:1: “Ele vos vivificou, estan d o vós m ortos
n o s vossos delitos e p ecad o s”;
b) m orte etern a, ou se g u n d a m orte, que vem a ser a
sep aração final e irrevogável d a p resen ç a de D eus, de
form a a não haver m ais possibilidade de vivificação, con­
form e Apocalipse 21:8:
M a s, q u a n to a o s m e d r o s o s , e a o s in c r é d u lo s , e a o s
a b o m in á v e is , e a o s h o m ic id a s , e a o s a d ú lte r o s , e a o s fe i­
tic e ir o s , e a o s id ó la tr a s , e a t o d o s o s m e n t ir o s o s , a s u a
p a r te s e r á n o la g o q u e a r d e c o m fo g o e e n x o fr e , q u e é a
s e g u n d a m o r te .

O s a lá r io d o p e c a d o

A m orte, tan to física como espiritual, é reco m p en sa


do pecado. Em certo sentido, Adão m orreu d u p lam en te
no dia em que pecou, tendo sido de im ediato separado
de D eus por c a u sa do pecado e, m ais adiante, aos 912
a n o s de idade, sep arad o do corpo através d a m orte físi­
ca, tudo isso no m esm o “d ia”, considerando que, p a ra
D eus, u m dia é como mil an o s (Génesis 2:17; Ezequiel
18:20; R om anos 6:23; Salm os 90:4; e 2 Pedro 3:8).

C r is to a b o liu a p e n a d a m o r te

E ssa abolição, n a s u a suficiência, é de c a rá te r u n i­


versal, pois é ela capaz de salvar a todos; porém , é re s tri­
ta n a s u a eficiência, pois opera som ente p a ra quem está
em Cristo (João 3:36; R om anos 8:1).
A abolição d a p enalidade d a m orte é, p o r s u a vez,
condicional e gradual. Condicional porque depende da
n o ssa fé em Cristo; gradual, porque esperam os a n sio sa ­
O P e r fe ito E s ta d o E te r n o 257

m ente o dia em que todo ra stro de m orte se rá removido


do U niverso c ria d o p o r D e u s (1 C o rín tio s 13:10; 2
Coríntios 5:1-5). P ara o cristão, a m orte física e stá agora
tran sfig u ra d a em sim ples p a rtid a d e sta vida p a ra a o u ­
tra (2 C oríntios 5:8).

A im o r ta lid a d e d o h o m e m

A vida h u m a n a ja m a is cessa (E clesiastes 3:21). A


se p u ltu ra é a p en as o tú m u lo pelo qual se p a s s a p a ra
chegar à vida e te rn a ou à m orte etern a. Além da intuição
fu n d am en tal p o ssu íd a pelos hom ens de que são im o r­
tais, existem arg u m en to s que apóiam a im ortalidade:
• A r g u m e n t o p s i c o l ó g i c o : a a lm a é e s s ê n c ia
im aterial, indivisível e, p o rtan to , indestrutível.
• A r g u m e n t o t e l e o l ó g i c o : a alm a h u m a n a não com ­
pleta nem pode com pletar a s u a finalidade n este m u n ­
do, precisando, p o rtan to , de outro m u n d o e de ex istên ­
cia co n tin u ad a p a ra alc an ç ar p len a realização ou felici­
dade.
• A r g u m e n t o m o r a l ; o hom em n este m undo nem
sem pre recebe ju stiç a, daí ser a aniquilação inaceitável,
pois não perm ite g rau s de castigo co rresp o n d en tes a di­
ferentes g rau s de culpabilidade.

A b e m -a v e n tu r a n ç a d o s s a lv o s

Mesmo que n este m u n d o não seja possível conhecer


a n a tu re z a da p len a b em -a v en tu ran ç a fu tu ra, a Bíblia
dá diversas am o stras do que se rá o gozo p rep arad o por
Deus p a ra os se u s filhos.

O céu é um lu g a r o n d e n ã o e n tr a r á n e m p e c a d o
n e m in ju s tiç a .

E n ão e n tra rá nela coisa algum a im p u ra, nem o que


p ratica abom inação ou m en tira, m as som ente os que
258 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

estão in scrito s no livro d a v ida do Cordeiro” (Apocalipse


21:27). N ada do que seja im undo e n tra rá ali, nem q u a is­
q u er con seq u ên cias do pecado:
D eus en x u g ará de se u s olhos to d a lágrim a. Não h a ­
v erá m ais m orte, nem p ran to , nem clamor, nem dor, pois
j á a s prim eiras coisas são p a ssa d a s (Apocalipse 21:4).

N o c é u s e g o z a r á a p o s s e d e to d o o b e m p o s itiv o

Ali n u n c a m ais hav erá m aldição. Nela e sta rá o trono


de D eus e do Cordeiro, e os se u s servos o servirão, e
verão a s u a face, e n a s u a te s ta e sta rá o se u nom e. Ali
não h av erá m ais noite. Não n ecessitarão de luz de lâm ­
p ada, nem d a luz do sol, pois o S en h o r D eus os ilu m in a­
rá. E rein arão p a ra todo o sem pre (Apocalipse 22:3-5).

O c é u s e r á , d e s s a m a n e ir a , a r e s p o s ta p e r f e ita a
to d o d e s e jo s a n to .

P ara os can sad o s, o descan so eterno; p a ra os tristes,


o lugar onde D eus en x u g ará to d a lágrim a; p a ra os que
sofrem, o lu g ar em que n ão hav erá dor; p a ra os erros e
as faltas de u m serviço sincero a in d a que im perfeito, o
trono de D eus e sta rá ali, e s e u s servos o servirão — toda
a o bra feita em s u a p resen ç a e sob a aprovação de seu
sorriso; p a ra os que estão perplexos e confusos por in ­
certezas e d esen g an o s d a vida, prom ete-se que não h a ­
verá ali m ais noite, porque D eus lhes d á luz, e rein arão
com Ele p a ra sem pre.25

O c é u é u m lu g a r d e c o m u n h ã o p e r f e ita u n s co m
o s o u tr o s

P assag en s como H eb reu s 12:22-23 e M ateus 8:11


afirm am que se rá inviolável a personalidade de cad a re ­
mido. Os in stin to s sociais que n o s caracterizam aqui não
serão rem ovidos, m as intensificados. R econhecerem os
O P e r fe ito E s ta d o E te r n o 259

u n s aos o u tro s e n o s m istu ra rem o s com os que, como


nós, foram lavados no san g u e do Cordeiro e a m aram a
D eus acim a de to d as a s coisas. 1 C oríntios 13:12 nos
g aran te que no céu conhecerem os de u m m odo perfeito,
assim como D eus n o s conhece.

O c éu é a c a s a d o P a i e a N o v a J e r u s a lé m

O au to r da C arta aos H ebreus (11:10) afirm a que os


santos do Antigo Testam ento esperavam , pela fé, a “cidade
que tem fundam entos, d a qual D eus é o arquiteto e cons­
trutor. O apóstolo João viu essa cidade san ta, “que de Deus
descia do céu, ataviada como u m a noiva p a ra o seu noivo.
Ela brilhava com a glória de Deus, e o seu brilho era sem e­
lhante a u m a pedra preciosíssim a, como o jasp e cristalino.
As nações andarão ã su a luz, e os reis d a terra trarão p ara
ela a s u a glória e h o n ra” (Apocalipse 21:7,11,24).

O c é u é a p á tr ia c e le s tia l

Diz a Bíblia que os h eró is d a fé do Antigo T estam ento


não alcan çaram a s p ro m essas, m as:
“v ir a m - n a s d e lo n g e , e a s s a u d a r a m . E c o n f e s s a r a m
q u e e r a m e s tr a n g e ir o s e p e r e g r in o s n a ter r a . O ra, o s q u e
d iz e m t a is c o is a s , c la r a m e n te m o s t r a m q u e e s t ã o b u s ­
c a n d o u m a p á tr ia . E s e , n a v e r d a d e , s e le m b r a s s e m d a ­
q u e la d e o n d e h a v ia m s a íd o , te r ia m o p o r tu n id a d e d e v o l­
tar. M a s a g o r a d e s e j a m u m a p á tr ia m e lh o r , is t o é, a
c e le s tia l. P elo q u e ta m b é m D e u s n ã o s e e n v e r g o n h a d e ­
le s , d e s e r c h a m a d o o s e u D e u s , p o is j á lh e s p r e p a r o u
u m a c id a d e ” (H e b r e u s 1 1 :1 3 -1 6 ).

D e u s h a b ita r á c o m o s g lo r ific a d o s

Eis a p ro m essa dEle: “Como os novos céu s e a nova


terra, que hei de fazer, estarã o d iante d a m in h a face, diz
260 M a n u a l d e P r o fe c ia B íb lic a

o Senhor, assim h á de e sta r a v o ssa p o sterid ad e e o vos­


so nom e” (Isaías 66:22). “D eus h a b ita rá com eles, e eles
serão o se u povo, e o próprio D eus e sta rá com eles, e
se rá o seu D eu s” (Apocalipse 21:3).
Em se tra ta n d o d a Nova Je ru sa lé m , n ão devem os
n o s esq u ecer de q u e o u tro s sa n to s, além d a Igreja, h a ­
b ita rão n ela. Os sa n to s do Antigo T estam en to an tev iram
pela fé e ssa cidade e a desejaram . A Bíblia diz que A braão
esp erav a u m a cidade que tem fu n d am en to s, cujo a r-
quiteto e c o n stru to r é D eus (H ebreus 11:10). O a p ó sto ­
lo Paulo, ao fazer u m c o n traste en tre a Je ru sa lé m terre n a
e a celestial (G álatas 4), dizendo d aq u ela que é escrav a
com s e u s filhos, confirm a a p ro m essa de u m a cidade
m elhor, a m o ra d a dos rem idos. Afirm a ele: “M as a J e ­
ru sa lé m de cim a, que é a m ãe de todos nós, é livre”
(G álatas 4:26).
O au to r d a C arta aos H ebreus faz referência aos santos
do Antigo T estam ento com estas palavras:
M a s te n d e s c h e g a d o a o m o n te S iã o , e à c id a d e d o D e u s
vivo, à J e r u s a lé m c e le stia l, e a o s m u ito s m ilh a r e s d e a n jo s,
à u n iv e r s a l a s s e m b lé ia e ig reja d o s p rim o g én ito s in s c r ito s
n o s c é u s . T e n d e s c h e g a d o a D e u s , o ju iz d e to d o s, e a o s
e sp ír ito s d o s j u s t o s a p e r fe iç o a d o s” (H eb re u s 1 2 :2 2 -2 3 ).

Estas palavras dão a entender que n a Nova Jerusalém


habitarão a Igreja, os santos do Antigo Testamento e os anjos.
E n tre os sa n to s do p a ssa d o que m orarão n a cidade
celestial estarã o m uitos n ão s ju d e u s, como E noque e Jó ,
e m u ito s ju d e u s , como A braão.

A R ELAÇÃO DA NOVA JER USALÉM


C O M O M IL É N IO

A p a rtir do m om ento em que a Igreja estiver c asa d a


com seu noivo, J e s u s , ela o c u p ará o seu lu g ar e n u n c a
m ais se rá rem ovida dEle. No a rre b ata m e n to , a Igreja
O P e r fe ito E s ta d o E te r n o 261

e n tra rá no se u estad o eterno. C ontudo, não quero dizer,


com isso, que ela e sta rá c ircu n scrita à s dim ensões da
cidade celestial, pois te rá todo u m Universo infinito p a ra
explorar e conhecer.
O livro de A pocalipse revela que, qu an d o o S enhor
J e s u s reg re ssar à te rra com s u a esp o sa p a ra reinar, o
seu la r não ficará desocupado d u ra n te mil anos, m as
d escerá do céu à terra. Por isso Jo ão viu “a cidade sa n ta,
a nova Je ru sa lé m , que de D eus d escia do céu, atav iad a
como u m a noiva p a ra o seu noivo”. E ssa gloriosa cidade
ficará n o s ares, como u m resp lan d ecen te satélite, a j o r ­
ra r a s u a luz à terra, conform e diz Apocalipse 21:23,24:
A c id a d e n ã o n e c e s s it a n e m d o s o l, n e m d a lu a , p a r a
q u e n e la r e s p la n d e ç a m , p o is a g ló ria d e D e u s a ilu m in a , e
o C o rdeiro é a s u a lâ m p a d a . A s n a ç õ e s a n d a r ã o à s u a lu z,
e o s r e is d a terra tra rã o p a r a e la a s u a g ló r ia e h o n ra .

Um estudioso do livro de Apocalipse afirm a que “n a


seg u n d a vinda, o tem po d a descida d a cidade até aos
a res que envolvem a terra, os sa n to s d a Igreja se u n irão
aos sa n to s do Antigo T estam ento, que serão re s su s c ita ­
dos, e farão ali a s u a resid ên cia n esse tem po”.26
Bibliografia

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2 .1 4 -2 2 ; 1 T im ó t e o 2 .4 .
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19. A lg u m a s d a ss in f o r m a ç õ e s a c e rc a d o s s in a is fís i
Abraão de Almeida

M anual da • O q u e é o a r r e b a t a m e n t o d a I g r e ja ?

PROFECIA • O q u e é a G r a n d e T r ib u la ç ã o ?
• O q u e é o M ilé n io ?

BÍBLICA • C o m o in te r p r e ta r c o r r e ta m e n te a s
p r o fe c ia s ?
• P o d e m o s c o n f ia r n a p a l a v r a p r o f é t ic a ?
Saiba como interpretar
corretamente as
pwfecim concernentes E sta s e o u tr a s p e r g u n ta s sã o
aos últimos tempos
r e s p o n d i d a s p e lo p a s t o r A b r a ã o d e
A lm e i d a , u m d o s m a i o r e s e s p e c i a l i s t a s
e m p r o f e c i a b íb li c a .
C o m b a s e n o s liv r o s d e D a n ie l e
A p o c a lip s e , o a u to r m o s tr a , d e fo r m a
c la r a e p r e c is a , to d o o p r o g r a m a d e
D e u s c o n c e r n e n t e a o s ú lt im o s d ia s .
L er e s t a o b r a é c o m p r e e n d e r a u r g ê n c ia
d o p r o g r a m a d e D e u s e m r e la ç ã o a
I s r a e l, à I g r e ja e a o s g e n t i o s .

O Autor
M in istr o d o E v a n g e lh o , o a u to r é
u m d o s m a is c o n h e c id o s a u to r e s
e v a n g é lic o s b r a s ile ir o s .
E n tre s u a s o b ra s, d e sta c a m -se :
I s r a e l. G o g u e e o A n tic r ís to ,
O T a b e r n á c u lo e a I g r e ja ,
T e u é o R e in o e n tre o u tr a s.
M e m b r o d a A c a d e m ia E v a n g é lic a ,
a tu a lm e n te e x e r c e o
p a sto r a d o n o s
E s t a d o s U n id o s .

ISBN 8 5 - 2 6 3 - 0 2 4 1 -

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