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TEILHARD DE CHARDIN:

A IDÉIA DE EVOLUÇÃO E VIDA PESSOAL


Fábio de Barros Silva (PIBIC-CNPq-FUNREI)
Orientador: Prof. José Maurício de Carvalho (DFIME-FUNREI)

Resumo: A partir da categoria científica da evolução, Teilhard de Chardin construiu um


pensamento filosófico e antropológico que merece destaque nos dias atuais. Esse pen-
sador edificou um pensamento sólido sobre o homem que se pautou na noção de que o
processo evolutivo possui um sentido. Esse sentido culminará no ponto “Ômega”, mo-
mento em que toda a natureza retornará a Deus e todos homens, enquanto pessoas,
promoverão a união no hiperpessoal por meio da energia do amor. Este trabalho preten-
de indicar como Teilhard de Chardin trabalhou a noção de evolução, solucionou o apa-
rente paradoxo: criação-evolução e edificou, a partir de tudo isso, a noção de vida pes-
soal, que possui como momento culminante o ponto que ele chama convencionalmente
de “Ômega”.

Palavras-chave: Evolução. Criação. Consciência. Pessoa

Abstract: Starting from the scientific category of the evolution, Teilhard of Chardin built
a philosophical and anthropological thought that deserves prominence in the current
days. That thinker built a solid thought on the man and it was guided by the notion that
the evolutionary process possesses a sense. That sense will culminate in the point
“Ômega”, moment in that the whole nature will come back to God and everybody men,
while people, will promote the union in the “hiperpessoal” by means of the energy of the
love. This work intends to indicate like Teilhard of Chardin he worked the evolution no-
tion, it solved the apparent paradox: creation-evolution and it built, starting from all this,
the notion of personal life, that possesses as culminating moment the point that he calls
“Ômega” conventionally.

Key-words: Evolution. Creation. Conscience. Person

1. Introdução

H
á pouco mais de cem anos traditava a idéia de criação proposta
teólogos e cientistas trava- pelo texto bíblico do Gênesis. Natu-
ram discussões em torno da ralmente, muitos cristãos mostraram,
origem do Cosmo: criação ou evolu-
ção? O evolucionismo, defendido 1809 e morreu em Buckenham no dia 19 de
pelo círculo dos cientistas, ganhou abril de 1882. Estudou medicina, mas não
impulso com a publicação dos livros concluiu o curso, por isso o pai o encaminhou
A origem das espécies (1859) e A para a carreira eclesiástica. Ele a abandonou
para estudar Botânica. Fez várias viagens
descendência do homem (1871) por
pelo mundo, ordenando o material que colhia
Charles Darwin1, nos quais ele con- para escrever A origem das espécies (1859)
1 sua obra mais importante. Publicou posteri-
Charles Darwin, naturalista inglês, nasceu
ormente A descendência do homem (1871).
em Shrewsbury em 12 de fevereiro do ano de

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na ocasião, reservas com a idéia de projeção universal no campo da ci-


evolução. No entanto, à proporção ência a assumir uma posição total-
que se compreendeu os limites do mente positiva em relação à teoria
darwinismo e, simultaneamente, se evolucionista” (Zilles, 1966. p. 804).
alargou a interpretação do texto bí- Para Zilles, esta era uma contribui-
blico, a tese da evolução deixou de ção que não podia ser desprezada
contraditar o livro sagrado. Neste quando se tinha em vista entender o
século, Teilhard de Chardin2, cien- que a pessoa é. Mas para chegar ao
tista e teólogo, utilizou o conceito de exame da questão da “pessoa hu-
evolução para dar um novo impulso mana”, no pensamento teilhardiano,
às meditações sobre o homem. Mas é necessária a compreensão da
qual é a importância do pensamento questão da evolução no pensamento
de Teilhard de Chardin no que se de Chardin. Além disso, é preciso
refere às discussões antropológicas? que se faça uma reflexão sobre a
síntese operada por este filósofo
Segundo Urbano Zilles3, Teilhard de francês com relação às idéias de
Chardin foi “o primeiro católico de criação e de evolução. Feito isso
haveremos de indicar a elaboração
2
Padre jesuíta, paleontologista e filósofo, do conceito de pessoalidade, no
natural de Orcines, França, onde nasceu em 1 pensamento de Teilhard de Chardin.
de maio de 1881. Estudou Letras, Filosofia e Tal elaboração revela-se como re-
Teologia. Ordenou-se padre no ano de 1911. sultado de uma abordagem conjunta
Dedicou-se às ciências, ensinando a Paleon-
de todos os aspectos do pensa-
tologia e a Geologia no Instituto Católico de
Paris. Elaborou uma síntese de fenômenos
mento deste filósofo. Não há possibi-
físicos e biológicos, concluindo pela evolução lidade, portanto, de desvincularmos o
do universo em direção a Deus. Sua obra conceito de evolução de uma refle-
mais importante foi O fenômeno humano. xão sobre o homem em Chardin.
Morreu em New York em 10 de abril de Abordaremos as nuances principais
1955. de seu pensamento indicando os
fundamentos de sua concepção de
3
Urbano Zilles nasceu em 1937 em Nova homem e pessoa.
Petrópolis, Rio Grande do Sul. Ele seguiu
carreira eclesiástica tendo estudado filosofia
no Seminário de N. S. da Conceição - Via-
2. A idéia de evolução
mão (RS), de onde partiu para a Faculdade de 2.1 Teses evolucionistas de
Teologia de Beuron onde esteve entre os anos Teilhard de Chardin
de 1962 e 1966. Doutorou-se na Universidade
de Muenster em curso realizado entre 1966 e As propostas evolucionistas de
1969. Voltando ao Brasil foi professor na Chardin são bastantes singulares
Faculdade de Filosofia Nossa Senhora da porque convergem para uma síntese
Imaculada Conceição, transferindo-se poste-
entre a idéia de criação e evolução.
riormente para a PUCRS. Desde 1977 tor-
nou-se professor titular nesta Universidade.
Entre os religiosos, a proposta de
Coordenador da Pós-Graduação em Filosofia Chardin é especial porque se ateve
por mais de dez anos, o professor tem nume- mais ao aprofundamento das idéias
rosos artigos publicados e já editou mais de evolucionistas. Por isso, o estudo de
vinte obras de interesse filosófico. seu pensamento revela um sentido

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posto em curso no processo de evo- II) O processo de evolução possui


lução. Vejamos suas principais pro- momentos especiais, autênticos sal-
posições. tos qualitativos onde algo novo ir-
A idéia de evolução assume para rompe e aparece. Ouçamos o pen-
Teilhard, uma amplitude universal sador:
que a tudo se aplica. Por isso, a
evolução constitui Por analogia com tudo o que nos en-
sina o estudo comparado dos desen-
volvimentos naturais, temos de situar
uma condição geral à qual devem
neste momento particular da evolução
obedecer e satisfazer doravante, para
terrestre uma maturação, uma muda,
serem concebíveis e verdadeiras, to-
um limiar, uma crise de primeira
das as teorias, todas as hipóteses, to-
grandeza: o começo de uma nova or-
dos os sistemas. Uma luz que ilumina
dem (Chardin, 1965. p. 63).
todos os fatos, uma curvatura que to-
dos os traços devem acompanhar...
(Chardin, 1965. p. 234-235). O momento particular a que Teilhard
se refere acima diz respeito ao apa-
Assumir tal amplitude significa dizer recimento da vida. Do anorgânico
que tanto o físico como o psíquico, surge o orgânico e vivo. Segundo o
que estão inseridos dentro do espa- cientista jesuíta, o anorgânico não se
ço-tempo, estão sujeitos à evolução. encontra em um estágio de inconsci-
Segundo Teilhard de Chardin, ência total. Ele possui certo grau de
consciência. O autor de O fenômeno
a Evolução vai atingindo, quer se humano explica que a Terra, há
queira quer não, as zonas psíquicas
muito tempo atrás, era bastante fria e
do mundo. (Chardin, 1965. p. 237).
Diz ainda que esta evolução é redutí-
vel e identificável a uma marcha para provavelmente envolvida numa cama-
o pensamento que o movimento da da aquosa donde apenas emergiam
nossa alma é a expressão e a medida os primeiros rebentos dos futuros
dos próprios progressos da evolução continentes, teria parecido deserta e
(idem. p. 237). inanimada a um observador munido
de nossos mais modernos instru-
mentos de investigação (Chardin,
Nessas duas referências, Chardin 1965. p.62).
demonstra a idéia de evolução apli-
cada ao psíquico. A realidade mate- No entanto, ele mostra que naquele
rial também experimenta a evolução momento formas de vida infinita-
e isso desde os primeiros tempos do mente simples e elementares come-
planeta. Ele explica que çaram a surgir, possibilitando o nas-
cimento de uma “nova ordem”: a Bi-
desde a ‘Terra juvenil’, nós temos se-
osfera. É nela que se chegou depois
guido, em sentido ascendente, os pro-
gressos sucessivos da consciência na de longo processo evolutivo: à gêne-
Matéria em via de organização. Che- se da vida.
gado ao cimo, podemos agora voltar-
mos e, olhando para trás, procurar III) Na matéria atua uma dupla ener-
abarcar, com um golpe de vista des-
cendente, a ordenação do conjunto. gia. A ação dupla desta energia pos-
Na verdade, a contraprova é decisiva, sibilita o desenvolvimento da consci-
e a harmonia perfeita (idem. p. 238). ência por meio de uma cada vez
mais perceptível complexidade. Aí

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está o fundamento da lei da comple- todo o resto deste ensaio não será
mais, em suma, do que a história da
xidade-consciência que veremos
luta travada, no universo, entre o Múl-
adiante. Quais são as energias que tiplo unificado e a Multidão inorgani-
agem sobre a matéria e o que elas zada, aplicação de ponta a ponta, da
representam? Teilhard nos responde grande ‘lei da complexidade e da
dizendo que na matéria a consciência’, lei esta que implica ‘uma
estrutura, uma curvatura, psiquica-
mente convergentes do mundo’ (Tei-
energia fundamental divide-se em du-
lhard de Chardin, 1965. p.42).
as componentes distintas: uma ener-
gia tangencial, que torna o elemento
solidário de todos os elementos da V) A evolução é um processo contí-
mesma ordem (...); e uma energia ra- nuo que atinge, em certo momento, o
dial, que o atrai na direção de um es- espírito humano. Conforme explica-
tado cada vez mais complexo e cen-
trado, para frente (Chardin, 1965.
nos Teilhard de Chardin a não-vida
p.46). gerou a vida. Da matéria anorgânica
surgiu uma nova ordem, conforme
indicamos, a Biosfera. No entanto, o
Com base nesta afirmação de Char- processo não terminou por aí. A
din, podemos dizer que a ação des- auto-realização do homem que ocor-
tas duas energias é fundamental reu graças ao lampejo da consciên-
para a consolidação do processo de cia auto-reflexiva, é uma prova de
evolução. A energia tangencial de que a lei da paralelidade complexi-
que nos fala o cientista, favorece a dade-consciência, que fundamenta o
complexificação interna que aconte- processo evolutivo, desemboca no
ce graças aos agrupamentos de par- infinito, ou seja, a lição que apren-
tículas de uma mesma ordem. Ora, demos com Teilhard mantém a sua
quanto maior o grau de complexida- fórmula: a evolução continua.
de interna, maior é a força de atua-
ção da energia radial que impulsiona
a matéria para um grau cada vez Considerando que o homem repre-
maior de evolução. senta a própria evolução em marcha,
podemos concluir que tal evolução
converge e se direciona para um
IV) Uma das lições que podemos sentido? Observando a proposta
retirar de Chardin é: a evolução teilhardiana de evolução parece que
constitui um processo contínuo. Tal sim. Nela temos a definição de três
processo depende imediatamente da momentos na história de nosso pla-
lei da paralelidade “complexidade- neta. Num primeiro momento, ocorre
consciência”. Conforme veremos a “cosmogênese”; no segundo, da
mais detalhadamente a seguir, é no não-vida surge a vida, que a partir da
homem que esta lei assume um re- lei da complexidade e da consciência
vestimento manifestadamente per- e do desenvolvimento de variadas
ceptível. Tamanha é a importância formas de vida, dá origem aos reinos
desta lei, que Teilhard de Chardin vegetal e animal: é a “biogênese”; o
assim se refere a ela no livro O fe- momento em que a citada lei, que
nômeno humano: constitui a base do processo evoluti-
vo, se manifestou no despertar da
auto-reflexão do homem, unindo cor-

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po e espírito, chamamos de “noogê- Vejamos como o pensador distingue


nese”. A partir de tal proposta, a ori- os tipos de problemas. O ato da cria-
entação para o sentido de que fala- ção “é um conceito bíblico teológico,
mos acima, é algo próprio do espírito de natureza metafísico-religiosa”
humano. As três etapas que vimos (idem. p. 806). Este fundamenta a
demonstra que a evolução, até ago- relação da criação com o seu criador.
ra, tem se orientado e tem seu senti- A evolução é “uma categoria da ci-
do no homem. Tais considerações ência natural, de natureza científica”
serão tratadas no momento em que (idem). Com isso, ele mostra “que a
indicarmos a questão da “sobrevida” criação do mundo não exclui a evo-
dentro da perspectiva evolucionista lução biológica” (idem) mas, pelo
de Teilhard de Chardin. Por en- contrário, “a evolução pressupõe
quanto continuaremos tratando do sempre a criação” (idem).
dilema criação ou evolução dentro do
pensamento teilhardiano. A síntese Essa era a linha básica de argu-
dessas duas propostas para o en- mentação de Chardin, conforme ex-
tendimento acerca da origem do plicou Rideau. Ele citou este ilustrati-
Cosmo é o que veremos a seguir. vo texto de Chardin: “a evolução não
é ‘criadora’ como a Ciência acreditou
2.2 Criação ou evolução? a certa altura; é antes a expressão
da criação, para a nossa experiência,
Conforme afirmamos anteriormente no tempo e no espaço” (Rideau,
as discussões sobre a origem do 1965. p. 243). Ora, um observador
universo se pautaram na idéia de ou cientista atual que pudesse ver o
criação e evolução. Tais discussões, passado cada vez mais distante,
iniciadas, sobretudo no século XIX, com certeza veria já algum grau de
ganhavam tons de visível separação unificação e estruturação do mundo.
entre os que defendiam a evolução e Não lhe é possível vislumbrar o ato
os que defendiam a criação. Zilles da criação como acontecimento no
explicou que tal oposição era apenas tempo, pois, o tempo é inaugurado
aparente, referem-se a realidades no mundo no ato da criação. Por
distintas. Ele asseverou que “os dois isso, a criação escapa para o lado da
conceitos referem-se a problemas dimensão do mistério, da verdade
diferentes, se bem que ambos revelada. Assim, Teilhard explicou
abranjam a realidade sensível do que a unidade ou unificação constitui
Cosmo em sua totalidade” (Zilles, parte do processo de evolução. Deus
1966. p. 806). ao criar os entes finitos e o mundo
nos mostra que Dele tudo deriva e
Para fazer a distinção, o filósofo bra- para Ele ascende e volta; tudo Dele
sileiro utilizou as referências de depende como tudo tende a Ele.
Chardin, notadamente o entendi-
mento de que a evolução é um pro- Chardin explica que a inauguração
cesso. Por isso, é preciso antes de do dinamismo temporal acontece
tudo haver algo que evolua. Já a com a criação do mundo. O processo
idéia de criação, pressupõe antes de evolutivo encontra aí a sua base de
tudo um princípio absoluto, um nada. sustentação. A consistência e a au-

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tonomia da natureza decorrentes do essa marcha ao ponto ‘Ômega’ é o


dínamo do tempo aponta para a idéia homem. Mas, qual a concepção de
de que a Evolução segue seu cami- homem em Teilhard de Chardin?
nho sem interrupção, sem obstáculos Como esse autor espera que o ho-
e de modo impassível. A lei da com- mem leve a cabo a evolução? O que
plexidade e da consciência, de que representa o ponto ‘Ômega’?
falamos anteriormente, é prova dis-
so. A unidade e a complexificação é 3.1 A concepção de homem
parte do andamento natural conver-
gente a um sentido. Este sentido A idéia de homem em Chardin se
está posto no homem, que conforme reveste de dois caracteres distintos e
já mencionamos, se encontra no ápi- complementares. O primeiro é o da
ce do processo evolutivo. O mo- transcendência do homem em rela-
mento em que a lei da complexidade ção ao universo e, ao mesmo tempo,
e da consciência atinge sua realiza- sua ligação com o mundo; já a es-
ção no homem, Chardin chama de trutura psíquica decorrente do lam-
momento da “sobrevida”. Ele repre- pejo da consciência reflexiva consti-
senta um momento peculiar dentro tui o segundo aspecto.
da “Noogênese”, pois, ele compre-
ende a explicação do que é o ho- A transcendência do homem no uni-
mem e qual o sentido se sua evolu- verso se manifesta de modos diver-
ção. É o que trataremos a seguir. sos. O homem transcende a matéria
e a animalidade ao se apresentar
3. A significação e o sentido da vida como detentor dos meios de ação no
humana contato com o mundo. A disposição
de gestos e obras distancia o homem
A linha da evolução sugere um pro- do animal incapaz de atos racionais
gresso ascensional ininterrupto. O e previdentes, e da matéria que de-
capítulo em que Teilhard de Chardin termina o campo de ação: o homem
trata do fenômeno humano como o ao agir vence as determinações na-
espaço da convergência do processo turais. Teilhard explicou que o surgi-
evolutivo, além de revelar o sentido mento do homem provocou um
da evolução posto no momento da grande acontecimento no planeta. O
hominização, aponta para a idéia de lampejo da consciência retrata bem
que a lei da complexidade-consciên- isso. A aparição do homem apre-
cia surge de modo mais definitivo. senta ao mundo
Dito isso, se conclui que o homem
a invasão biológica de um novo tipo
representa o ápice da evolução que animal que elimina ou domina gradu-
não terminou aí, ela prossegue seu almente toda a forma de vida que não
itinerário até o ponto que Chardin é humana; esta irresistível maré de
chama convencionalmente de ‘Ôme- campos e de fábricas; este imenso
edifício de matéria e de idéias em
ga’. Nele se revela todo o sentido da contínuo crescimento...(Chardin,
evolução. Ele representa o momento 1965. p. 192).
em que toda obra de Deus converge
para ele mesmo. O responsável por O homem que ultrapassa os limites
da animalidade e as determinações

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da matéria não seria possível sem extensiva, mas muito mais coerente
mundo. Por isso, se diz que o ho- ainda, como veremos, do que todas
as camadas precedentes, que, após
mem está intimamente ligado ao ter germinado no Terciário declinante,
mundo. O fenômeno humano é histó- se expande desde então por cima do
rico e temporal. A maturação biológi- mundo das Plantas e dos Animais:
ca e cósmica que obedeceram a lei fora e acima da Biosfera, uma Noosfe-
ra (idem. p. 191-92).
da complexidade e da consciência se
fizeram agir no homem que, situado
A desproporção que se mostra entre
no espaço e no tempo, está implica-
o homem e o restante da natureza é
do na história do universo inteiro.
gigantesca.
Portanto, apesar de situado em um
microcosmo, o homem se encontra Para dar ao Homem o seu verdadeiro
em conjunção com a totalidade do lugar na Natureza, não basta abrir nos
macrocosmo. O próprio processo de quadros da Sistemática uma secção
evolução revela esse dado. Da tota- suplementar, mesmo uma Ordem,
mesmo um Ramo mais. Pela homini-
lidade do processo evolutivo surgiu o zação, apesar das insignificâncias do
homem. Há no homem a convergên- salto anatômico, uma nova Idade co-
cia de todo o processo. Vejamos o meça. A Terra ‘muda de pele’. Melhor
que explica Chardin: ainda, encontra sua alma (idem. p.
192).
o que pode haver de mais revelador
para a nossa Ciência Moderna é per- Tudo o que foi exposto se deve basi-
ceber que todo o precioso, todo o ati- camente ao lampejo da consciência
vo, todo o progressivo originariamente que aconteceu no homem. A mani-
contidos no retalho cósmico donde
festação do pensamento só se mos-
saiu o nosso mundo, se acha agora
concentrado na ‘coroa’ de uma Noos- trou como “comparável, em ordem de
fera (idem. p.192). grandeza, à condensação do qui-
mismo terrestre ou o próprio apare-
O papel da reflexão como base da cimento da vida” (idem). Além de
estrutura psíquica do homem é de considerar que o advento da consci-
grande importância para a própria ência constitui um salto qualitativo
transcendência humana de que fa- jamais visto no processo evolutivo,
lamos acima. A reflexão é um ato Chardin aponta para a idéia de que a
peculiar do homem que ultrapassa o própria consciência manifestada
limite da animalidade. O fenômeno possui um dinamismo evolutivo inte-
humano, conforme já mencionamos, rior que a levou a se constituir como
representa não só um novo momento dotada de uma tríplice propriedade:
na história de nossa evolução mas o
advento de uma nova era, o surgi- 1) de ‘tudo’ centrar parcialmente à sua
volta; 2) de poder centrar-se cada vez
mento de uma esfera ou um estágio ‘mais’ sobre si mesma; 3) de ser leva-
superior manifestado pelo nous. A da, por esta própria supercentração, ‘a
importância deste novo passo da reunir-se a todos os outros centros’
evolução é apontado por Chardin. que a rodeiam (idem. p.284).
Ele explicou que
As considerações sobre o homem
é verdadeiramente uma camada nova, apresentadas acima revelam que
a ‘camada pensante’, exatamente tão Chardin compreende o homem como

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ente digno e extremamente significa- O ser reflexivo representa um avan-


tivo dentro do quadro sistemático da ço radical na evolução, ele cria um
Evolução. O homem representa a universo interior. A vida interior ma-
própria Evolução em marcha para nifestada pelas diversas atividades
algo ainda mais estruturado e com- do espírito (abstração, lógica, mate-
plexo. O ponto ‘Ômega’ representa mática etc) representa uma nova
este momento. A tarefa de conduzir realidade, um outro mundo que nas-
o processo evolutivo numa linha as- ce.
cendente pertence ao homem. A
intercomunhão que Chardin prega Chardin mostrou que a reflexão
visa justamente a isso. A idéia de
uma ‘superpessoa’ que se coloca é o poder adquirido por uma consci-
ência de se dobrar sobre si mesma e
após o desenvolvimento do pessoal
de tomar posse de si mesma ‘como
constitui uma das etapas deste pro- um objeto’ dotado da sua própria con-
cesso. Mas como se coloca o pro- sistência e do seu próprio valor: já não
blema da personalização no pensa- só conhecer - mas conhecer a si pró-
mento teilhardiano? prio; já não só saber - mas saber que
sabe (idem. p.169).

3.2 A personalização e a super- Ora à medida que vai se individuali-


personalização zando o homem se constitui “‘centro’
punctiforme onde todas as repre-
A questão da tríplice propriedade sentações e experiências se entrela-
conferida à consciência sintetiza bem çam e se consolidam num conjunto
a noção de pessoa presente na obra consciente de sua organização”
de Teilhard de Chardin. O homem à (idem).
medida em que foi desenvolvendo a
consciência aprimorou a capacidade Com a reflexão tudo muda. Chardin
reflexiva voltando-se cada vez mais nos informou que com a atitude re-
sobre si mesmo. O fenômeno da flexiva que até mesmo
reflexão é um dos atributos centrais
que diferem o homem do animal. A sob a realidade mais manifesta das
ato reflexivo gera o aprofundamento, transformações coletivas, se efetuava
o conhecimento e possibilita a afir- uma marcha paralela para a individu-
alização (idem. p. 179). Essa individu-
mação do ‘eu’. Ele é um dado que alização no homem é mais figurativa.
transforma e enriquece a natureza Com a ‘pessoa’ dotada pela ‘persona-
humana. A partir do passo reflexivo lização’ de um poder indefinido de
já não há uma simples “mudança de evolução elementar, o ramo cessa de
envolver no seu conjunto anônimo as
grau” (idem. p. 170) entre o homem e promessas exclusivas do futuro. A
o animal, mas uma “mudança de célula tornou-se ‘alguém’. Após o grão
natureza - que resulta de mudança da Matéria, após o grão da Vida, eis o
de estado” (idem). Teilhard nos ex- ‘grão do pensamento’ enfim constituí-
do (idem. p. 180).
plicou que essa transformação é de
infinita “relevância porque somos
reflexivos, não somos apenas dife- Podemos concluir, com base no que
rentes, mas outros” (idem). foi exposto, que o ser reflexivo na
medida em que vai se centrando e

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centrando o mundo à sua volta nas construir o hiperpessoal por meio dos
representações e experiências, que prolongamentos de nosso ser e da
se entrelaçam de modo singular em Noosfera. Aí encontra-se, finalmente,
cada indivíduo, se torna uma mani- a base da terceira propriedade da
festação particular, um grão de pen- consciência. “A Noosfera, e mais
samento autônomo, subsistente e geralmente o mundo, representam
individual. Aí, já ocorre uma mani- um conjunto, não apenas fechado,
festação elementar da ‘pessoa’. No mas centrado” (idem. p. 284). Cada
entanto, a evolução não pode parar centro individual deve se unir a ou-
por aí. É necessário que o universo tros constituindo uma supercentra-
pessoal seja universalizado. O passo ção que ocasionará uma síntese es-
posterior da evolução se encontra no piritual. Longe de ocorrer uma dis-
hiperpessoal. solução dos centros individuais, tal
união acentuará a “profundidade e a
Teilhard de Chardin explicou que incomunicabilidade de seu ego”
temos impressões erradas sobre o (idem. p. 288). Por isso, ao invés de
problema da afirmação da pessoa e dissolução da vida pessoal no Todo,
a constituição da totalidade. A idéia o movimento é inverso: “quanto mais
de que estar centrado sobre si mes- se tornam, todos juntos o Outro,
mo reflete o contrário do Todo e de mais se acham ‘eles mesmos’”
que o Todo absorve o que é singular (idem). A maneira desses centros
anulando-o é falsa, conforme indicou dissolverem-se é supercentrarem-se.
o cientista. Ele explicou que a evolu-
ção retrata uma ascensão constante A hiperpersonalização será realizada
da consciência. Por isso, gradual- e efetivada pela união dos homens.
mente, as consciências particulares Tal união reflete o itinerário do ho-
irão “culminar, para frente, em algu- mem a Deus, conforme nos explicou
ma Consciência suprema” (idem. p. Chardin. O homem deve ser enten-
283). O pensador jesuíta informou dido como o resultado de todo o pro-
ainda que cesso evolutivo, conforme já menci-
onamos. Portanto, a complexificação
é unicamente na direção de uma hi- da Noosfera dada pela superperso-
per-reflexão, quer dizer, na direção de
nalização reflete todo o universo em
uma hiperpersonalização, que o pen-
samento pode extrapolar-se. De outra busca de Deus:
maneira, como poderia ele armazenar
as nossas conquistas que se realizam, Cristo, reveste-se organicamente da
todas elas, no Reflexivo? (idem. p. própria majestade de sua criação. E
283-84). por isso mesmo é, sem metáfora,
através de toda extensão, de toda es-
pessura e de toda profundidade de
Essa afirmação explica o erro de que Mundo em movimento que o homem
falamos acima e que Teilhard de se vê capaz de experimentar e desco-
Chardin nos indicou. Não se trata de brir o seu Deus (idem. p. 329).
descobrir e de edificar um Todo im-
pessoal oposto à pessoa ou uma Chardin diz que o homem ama Deus
pessoa individualizada que se opõe não só com o seu corpo, sua alma e
ao Todo. Trata-se, na verdade, de seu coração mas “com todo o Uni-

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verso em vias de unificação” (idem). mostra muitas vezes de modo vio-


O encontro com Deus a partir da lento e corruptor. Ele pode gerar o
supercentração Chardin chama de individualismo e a crença na eleição
Ponto Ômega. Mas como se caracte- de um povo superior, de uma classe
riza o momento Ômega no processo portadora da verdade, na existência
de evolução descrito por Teilhard de de raças inferiores etc. O cientista
Chardin? jesuíta explicou que a ascensão da
consciência é o resultado da evolu-
3.3 O significado e a constitui- ção. Mas tal ascensão não pode pa-
ção do Ponto Ômega rar por aí. Ela deve gerar um efeito
de união. Tal efeito demonstra que o
Conforme já foi mencionado o Ponto mundo melhor só pode ser conse-
“Ômega” representa o cume de todo guido por meio da supercentração. O
o processo evolutivo. Esse momento pensador asseverou que
constitui o reflexo do universo que de
a saída do Mundo, as portas do Futu-
modo único e inimitável se espelha
ro, a entrada no Super-Humano, não
na unidade. Os diversos centros de se abrem para diante a alguns privile-
consciência que se formam e se ma- giados apenas, nem a um só povo
nifestam por meio das atividades eleito entre os povos! Elas não cede-
espirituais reflexivas, abstrativas e rão senão a um empurrão ‘de todos
juntos’, numa direção em que todos
operacionais encontram no cimo da juntos se podem reunir e completar
evolução a sua manifestação e o seu numa renovação espiritual da Terra -
aprimoramento que se expõe na renovação cujos aspectos temos ago-
formação da unidade. O Ponto ra de precisar, e sobre cujo grau físico
de realidade nos cumpre meditar
“Ômega” não se forma a partir da (idem. p. 266).
fusão ou da eliminação desses cen-
tros particulares. Ele O pensador mostrou que não pode-
mos encontrar nossa singularidade e
não pode ser senão ‘um Centro dis-
tinto a irradiar o âmago de um siste- originalidade sozinhos. Por isso, de-
ma de centros’. Um agrupamento em vemos caminhar para uma megas-
que a personalização do Todo e as síntese espiritual, para a formação
personalizações elementares atingem de um espírito da Terra, para o ideal
o máximo, sem mescla e simultanea-
mente, sob a influência de um foco de de humanidade. O jesuíta explicou
união supremamente autônomo que
(idem. p. 288). ao procurar afastar-se o mais possível
dos outros, o elemento individualiza-
Para atingir tal unidade representada se; mas, ao mesmo tempo, recai e
pelo “Ômega” é necessário que haja procura arrastar o Mundo para trás,
para a pluralidade, para a Matéria. Na
um afastamento de diversos obstá-
realidade diminui-se e perde-se (idem.
culos. Um deles é o isolamento. Se- p. 289).
gundo Teilhard de Chardin, o homem
tem a tendência de se afastar dos Por isso, indica Teilhard que “para
outros e do mundo por meio da refle- sermos plenamente nós mesmos, é
xão. Refugia-se sempre mais no seu em direção contrária, é no sentido de
interior. Mas tal afastamento se uma convergência com tudo o resto,
é para o Outro, que temos de avan-

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çar” (idem). A relevância do “Ômega” Conclusão


encontra-se aí. A união só efetua
plenamente nele. O isolamento não Visto a partir de uma análise con-
nos permite o descobrimento da juntural, o pensamento de Teilhard
pessoa. Vejamos como o pensador de Chardin nos apresenta um senti-
tra- do teleológico que culmina no surgi-
mento da consciência e da capaci-
balhou esta questão: dade reflexiva do homem. O surgi-
mento da pessoa e do “hiperpesso-
O termo de nós próprios, o cúmulo da
nossa originalidade, não é a nossa in- al”, resultantes da capacidade de
dividualidade - é a nossa pessoa; e interiorização e exteriorização do
esta, em razão da estrutura evolutiva homem, refletem o momento em que
do Mundo, não a podemos encontrar toda a natureza tende para Deus. A
senão unindo-nos. Nenhum espírito
sem síntese. Sempre a mesma lei de pessoa, além de ser a responsável
alto a baixo. O verdadeiro ‘Ego’ cresce pelo retorno do mundo a Deus, é o
na razão inversa do ‘Egoísmo’. À ima- resultado cumulativo de todo proces-
gem de Ômega que o atrai, o ele- so evolutivo. Ela está, portanto, liga-
mento só se torna pessoal universali-
zando-se (idem).
da ao mundo e à natureza.

Somente no homem o processo de Entretanto, a própria estrutura hu-


evolução encontra seu sentido. A mana contempla a transcendência
supercentração das consciências só em relação a este mundo. Aí se re-
se tornará possível por meio da atra- vela um paradoxo inerente à própria
ção do amor. Para Chardin ele “não estrutura humana, pois, o homem é o
é mais nem menos que o sinal mais único ser capaz de conhecer e
ou menos marcado direto do âmago transformar o meio natural, apesar
do elemento pela Convergência psí- de estar ligado a ele. Qual a impor-
quica do Universo sobre si próprio” tância dessa estrutura para o pro-
(idem. p. 291). Em outras palavras é cesso evolutivo?
o amor quem possibilita a união dos
homens e o retorno de toda criação a Observamos no pensamento de
Deus. O individualismo, o racismo, o Teilhard que o “Ômega” representa o
classismo, a crença na superioridade retorno de toda a natureza a Deus e
de alguns povos devem ser abolidos. o momento da união de todas as
pessoas no hiperpessoal que se for-
Só o amor, porque só ele prende e junta os
seres pelo mais fundo deles mesmos, é ca- ma a partir da energia do amor. Ora,
paz - e isto é um fato da experiência cotidiana o homem que surge como resultado
- de completar os seres enquanto seres, de todo este processo evolutivo que
unindo-os (idem. p. 292).
revela saltos qualitativos represen-
Portanto, é a energia do amor que tando verdadeiras revoluções na
possibilita o Ponto Ômega que re- história de nosso planeta, aparece
presenta a Parusia do Senhor, o en- como um ser original e singular, dono
contro de toda criação com Deus de uma dignidade não observável
em nenhum outro ente da natureza.
Se toda a evolução converge para

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Deus, esse Deus se revela como o criação se converge para Cristo” (Zi-
fundamento da moral. Assim, a no- lles, 1995. p. 31). Portanto, a evolu-
ção de que o homem transcende ção que irá desembocar em Deus
todo o determinismo indica que é ou noPonto “Ômega” encontra seu
nele que todo aprimoramento moral sentido no desenvolvimento da vida
e toda continuidade da evolução pessoal que se extrapola na hiper-
deve se apoiar. Pode-se afirmar com pessoalidade.
isso, que o homem é “eixo e flecha
da evolução. Nele e através dele a

Referências Bibliografias

CHARDIN, Pierre Teilhard de. O fenômeno humano. São Paulo : Herder, 1965.

RIDEAU, Ëmile. O pensamento de Teilhard de Chardin. Lisboa : Duas cidades, 1965.

ZILLES, Urbano. Criação ou evolução. 2 ed. (Coleção Descartes). Porto Alegre


:EDPUCRS, 1995.

ZILLES, Urbano. Teilhard de Chardin: criação e evolução. Rio de Janeiro : Revista Ca-
tólica de Cultura, Vozes, v. 60, n. 10, out. 1966. p. 803-17.

____________. Teilhard de Chardin e S. Boaventura: itinerário do Cosmo ao Ômega.


Petrópolis : Vozes, maio/1968. p. 446-48.

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