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CEDE – CENTRO ESPÍRITA DISCÍPULOS DO EVANGELHO - LAR IRMÃ DIRCE

DEPARTAMENTO DE ENSINO

BIOGRAFIA ALLAN KARDEC

Hippolyte Léon Denizard Rivail (Lyon, 3 de outubro de 1804 — Paris, 31 de março de 1869), era filho de
um juiz, Jean Baptiste-Antoine Rivail, e sua mãe chamava-se Jeanne Louise Duhamel foi educador, escritor
e tradutor francês. Sob o pseudônimo de Allan Kardec, notabilizou-se como o codificador do espiritismo
(neologismo por ele criado), também denominado de Doutrina Espírita. (Diz-se codificador pois o seu trabalho
foi o de reunir, compilar e sistematizar textos recebidos por diversos médiuns naquela época). A 6 de fevereiro
de 1832 desposou Amélie Gabrielle Boudet.

O pseudônimo "Allan Kardec", segundo biografias, foi adotado pelo Prof. Rivail a fim de diferenciar a
Codificação Espírita dos seus trabalhos pedagógicos anteriores. Segundo algumas fontes, o pseudônimo foi
escolhido pois um espírito revelou-lhe que haviam vivido juntos entre os druidas, na Gália, e que então o
Codificador se chamava "Allan Kardec”.
No 4º Congresso Mundial em Paris (2004), o médium brasileiro Divaldo Pereira Franco psicografou uma
mensagem atribuída ao espírito de León Denis em francês (invertida) declarando que Allan Kardec fora a
reencarnação de Jan Hus, um reformador religioso do século XV. Esta informação já foi dada em diversas
fontes diferentes, o que está de acordo com o Controle Universal do Ensino dos Espíritos, que Kardec definiu
da seguinte forma: "uma só garantia séria existe para o ensino dos Espíritos - a concordância que haja entre
as revelações que eles façam espontaneamente, servindo-se de grande número de médiuns estranhos uns
aos outros e em vários lugares."

JUVENTUDE E ATIVIDADE PEDAGÓGICA

Nascido numa antiga família com orientação católica e tradição na magistratura e na advocacia, desde cedo
manifestou propensão para o estudo das ciências e da filosofia.
Educado num país protestante onde os atos de intolerância que por ser católico teve de suportar, cedo o
levaram a conceber a idéia de uma reforma religiosa, na qual trabalhou em silêncio durante longos anos com
o intuito de alcançar a unificação das crenças. Faltava-lhe, porém, o elemento indispensável à solução desse
grande problema. O Espiritismo veio, a seu tempo, imprimir-lhe especial direção aos trabalhos.

Fez os seus estudos na Escola de Pestalozzi, no Castelo de Zahringenem, em Yverdon-les-Bains, na Suíça


(país protestante), tornando-se um dos seus mais distintos discípulos e ativo propagador de seu método, que
tão grande influência teve na reforma do ensino na França e na Alemanha. Aos quatorze anos de idade já
ensinava aos seus colegas menos adiantados, criando cursos gratuitos para os mesmos. Educado na Escola
de Pestalozzi, em Yverdun (Suíça), tornou-se um dos mais eminentes discípulos desse célebre professor e
um dos zelosos propagandistas do seu sistema de educação, que tão grande influência exerceu sobre a
reforma do ensino na França e na Alemanha.
Dotado de notável inteligência e atraído para o ensino, pelo seu caráter e pelas suas aptidões especiais, já
aos catorze anos ensinava o que sabia àqueles dos seus condiscípulos que haviam aprendido menos do que
ele. Foi nessa escola que lhe desabrocharam as idéias que mais tarde o colocariam na classe dos homens
progressistas e dos livre-pensadores.
Concluídos seus estudos, voltou para a França. Conhecendo a fundo a língua alemã, traduzia para a
Alemanha diferentes obras de educação e de moral e, o que é muito característico, as obras de Fénelon, que
o tinham seduzido de modo particular.

Era membro de várias sociedades sábias, entre outras, da Academia Real de Arras, que, em o concurso de
1831, lhe premiou uma notável memória sobre a seguinte questão:
Qual o sistema de estudos mais de harmonia com as necessidades da época?
´
De 1835 a 1840, fundou, em sua casa, à rua de Sèvres, cursos gratuitos de Química, Física, Anatomia
Comparada, Astronomia, Francês etc., empresa digna de encômios em todos os tempos, mas, sobretudo,
numa época em que só um número muito reduzido de inteligências ousava enveredar por esse caminho.
Preocupado sempre com o tornar atraentes e interessantes os sistemas de educação, inventou, ao mesmo
tempo, um método engenhoso de ensinar a contar e um quadro mnemônico da História de França, tendo por
objetivo fixar na memória as datas dos acontecimentos de maior relevo e as descobertas que iluminaram cada
reinado.

Antes que o Espiritismo lhe popularizasse o pseudônimo de Allan Kardec, já ele se ilustrara, por meio de
trabalhos do professor Rivail, de natureza muito diferente, porém tendo todos, como objetivo, esclarecer as
massas e prendê-las melhor às respectivas famílias e países.

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Pelo ano de 1855, posta em foco a questão das manifestações dos Espíritos, Allan Kardec se entregou a
observações perseverantes sobre esse fenômeno, cogitando principalmente de lhe deduzir as conseqüências
filosóficas.

Entreviu, desde logo, o princípio de novas leis naturais: as que regem as relações entre o mundo visível e o
mundo invisível. Reconheceu, na ação deste último, uma das forças da Natureza, cujo conhecimento, haveria
de lançar luz sobre uma imensidade de problemas tidos por insolúveis, e lhe compreendeu o alcance, do
ponto de vista religioso.

As idéias inatas se explicam pelos conhecimentos adquiridos nas vidas anteriores; a marcha dos povos e da
Humanidade, pela ação dos homens dos tempos idos e que revivem, depois de terem progredido; as simpatias
e antipatias, pela natureza das relações anteriores. Essas relações, que religam a grande família humana de
todas as épocas, dão por base, aos grandes princípios de fraternidade, de igualdade, de liberdade e de
solidariedade universal, as próprias leis da Natureza e não mais uma simples teoria.
Evitando as fórmulas abstratas da Metafísica, ele soube fazer que todos o lessem sem fadiga, condição
essencial à vulgarização de uma idéia. Sobre todos os pontos controversos, sua argumentação, de cerrada
lógica, poucas ensanchas oferece à refutação e predispõe à convicção. As provas materiais que o Espiritismo
apresenta da existência da alma e da vida futura tendem a destruir as idéias materialistas e panteístas. Um
dos princípios mais fecundos dessa doutrina e que deriva do precedente é o da pluralidade das existências,
já entrevisto por uma multidão de filósofos antigos e modernos e, nestes últimos tempos, por João Reynaud,
Carlos Fourier, Eugênio Sue e outros. Conservara-se, todavia, em estado de hipótese e de sistema, enquanto
o Espiritismo lhe demonstra a realidade e prova que nesse princípio reside um dos atributos essenciais da
Humanidade.
Dele promana a explicação de todas as aparentes anomalias da vida humana, de todas as desigualdades
intelectuais, morais e sociais, facultando ao homem saber donde vem, para onde vai, para que fim se acha
na Terra e por que aí sofre.

DAS MESAS GIRANTES À CODIFICAÇÃO

Conforme o seu próprio depoimento, publicado em Obras Póstumas, foi em 1854 que o Prof. Rivail ouviu falar
pela primeira vez do fenômeno das "mesas girantes", bastante difundido à época, através do seu amigo
Fortier, um magnetizador de longa data. Sem dar muita atenção ao relato naquele momento, atribuindo-o
somente ao chamado magnetismo animal de que era estudioso, só em maio de 1855 sua curiosidade se
voltou efetivamente para as mesas, quando começou a frequentar reuniões em que tais fenômenos se
produziam.
Durante este período, também tomou conhecimento do fenômeno da escrita mediúnica - ou psicografia, e
assim passou a se comunicar com os espíritos. Um desses espíritos, conhecido como um "espírito familiar",
passa a orientar os seus trabalhos. Mais tarde, este espírito iria lhe informar que já o conhecia no tempo das
Gálias, com o nome de Allan Kardec. Assim, Rivail passa a adotar este pseudônimo, sob o qual publicou as
obras que sintetizam as leis da Doutrina Espírita.
Convencendo-se de que o movimento e as respostas complexas das mesas deviam-se à intervenção de
espíritos, Kardec dedicou-se à estruturação de uma proposta de compreensão da realidade baseada na
necessidade de integração entre os conhecimentos científico, filosófico e moral, com o objetivo de lançar
sobre o real um olhar que não negligenciasse nem o imperativo da investigação empírica na construção do
conhecimento, nem a dimensão espiritual e interior do Homem.
Tendo iniciado a publicação das obras da Codificação em 18 de abril de 1857, quando veio à luz O Livro dos
Espíritos, considerado como o marco de fundação do Espiritismo, após o lançamento da Revista Espírita (1
de janeiro de 1858), fundou, nesse mesmo ano, a primeira sociedade espírita regularmente constituída, com
o nome de Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.

Em vez do postulado: Fora da Igreja não há salvação, que alimenta a separação e a animosidade entre as
diferentes seitas religiosas e que há feito correr tanto sangue, o Espiritismo tem como divisa: Fora da
Caridade não há salvação, isto é, a igualdade entre os homens perante Deus, a tolerância, a liberdade de
consciência e a benevolência mútua.
Em vez da fé cega, que anula a liberdade de pensar, ele diz: Não há fé inabalável, senão a que pode
encarar face a face a razão, em todas as épocas da Humanidade.
“À fé, uma base se faz necessária e essa base é a inteligência perfeita daquilo em que se tem de crer.
Para crer, não basta ver, é preciso, sobretudo, compreender. A fé cega já não é para este século. É
precisamente ao dogma da fé cega que se deve o ser hoje tão grande o número de incrédulos, porque
ela quer impor-se e exige a abolição de uma das mais preciosas faculdades do homem: o raciocínio e
o livre-arbítrio.”

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OS ÚLTIMOS ANOS

Morreu conforme viveu: trabalhando. Sofria, desde longos anos, de uma enfermidade do coração, que só
podia ser combatida por meio do repouso intelectual e pequena atividade material. Consagrado, porém, todo
inteiro à sua obra, recusava-se a tudo o que pudesse absorver um só que fosse de seus instantes, à custa
das suas ocupações prediletas.
Deu-se com ele o que se dá com todas as almas de forte têmpera: a lâmina gastou a bainha.
O corpo se lhe entorpecia e se recusava aos serviços que o Espírito lhe reclamava, enquanto este último,
cada vez mais vivo, mais enérgico, mais fecundo, ia sempre alargando o círculo de sua atividade. Nessa luta
desigual não podia a matéria resistir eternamente.
Acabou sendo vencida: rompeu-se o aneurisma e Allan Kardec caiu fulminado. Um homem houve de menos
na Terra; mas, um grande nome tomava lugar entre os que ilustraram este século; um grande Espírito fora
retemperar-se no Infinito, onde todos os que ele consolara e esclarecera lhe aguardavam impacientes a volta.

“A morte, dizia, faz pouco tempo, redobra os seus golpes nas fileiras ilustres!... A quem virá ela agora libertar?”

Ele foi, como tantos outros, recobrar-se no Espaço, procurar elementos novos para restaurar o seu organismo
gasto por uma vida de incessantes labores. Partiu com os que serão os fanais da nova geração, para voltar
em breve com eles a continuar e acabar a obra deixada em delicadas mãos.
O homem já aqui não está; a alma, porém, permanecerá entre nós...”

(Revista Espírita, maio de 1869.)

Kardec passou os anos finais da sua vida dedicado à divulgação do Espiritismo entre os diversos
simpatizantes, e defendê-lo dos opositores atraves da Revista Espírita Ou Jornal de Estudos Psicológicos.
Faleceu em Paris, a 31 de março de 1869, aos 64 anos de idade, em decorrência da ruptura de um aneurisma,
quando trabalhava numa obra sobre as relações entre o Magnetismo e o Espiritismo, ao mesmo tempo em
que se preparava para uma mudança de local de trabalho. Está sepultado no Cemitério do Père-Lachaise.
Junto ao túmulo, erguido como os dólmens druídicos, Acima de sua tumba, seu lema: "Nascer, morrer,
renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei", em francês.
Em seu sepultamento, o astrônomo francês e amigo pessoal de Kardec, Camille Flammarion, proferiu o
seguinte discurso, ressaltando a sua admiração por aquele que ali baixava ao túmulo:

“ Voltaste a esse mundo donde viemos e colhes o fruto de teus estudos terrestres. Aos
nossos pés dorme o teu envoltório, extinguiu-se o teu cérebro, fecharam-se-te os
olhos para não mais se abrirem, não mais ouvida será a tua palavra… Sabemos
que todos havemos de mergulhar nesse mesmo último sono, de volver a essa mesma
inércia, a esse mesmo pó. Mas, não é nesse envoltório que pomos a nossa glória e
a nossa esperança. Tomba o corpo, a alma permanece e retorna ao Espaço.
Encontrar-nos-emos num mundo melhor e no céu imenso onde usaremos das nossas
mais preciosas faculdades, onde continuaremos os estudos para cujo
desenvolvimento a Terra é teatro por demais acanhado. (…) Até à vista, meu
caro Allan Kardec, até à vista! ”
Sobre Kardec, Gabriel Delanne escreveu:

“ Substituindo a fé cega numa vida futura, pela


inquebrantável certeza, resultante de constatações
científicas, tal é o inestimável serviço prestado por
Allan Kardec à humanidade. ”

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O professor Rivail escreveu diversos livros pedagógicos, dentre os quais destacam-se:


• 1824 - Curso prático e teórico de Aritmética, segundo o método de Pestalozzi, para uso dos
professores e mães de família, com modificações - 2 tomos
• 1828 - Plano proposto para melhoramento da Instrução Pública
• 1831 - Gramática Francesa Clássica
• 1831 - Qual o sistema de estudo mais consentâneo com as necessidades da época?.
• 1846 - Manual dos exames para os títulos de capacidade: soluções racionais de questões e
problemas de Aritmética e de Geometria
• 1848 - Catecismo gramatical da Língua Francesa
• 1849 - Programa dos Cursos ordinários de Química, Física, Astronomia, Fisiologia
• 1849 - Ditados normais dos exames da Municipalidade e da Sorbona
• 1849 - Ditados especiais sobre as dificuldades ortográficas

Lista dos principais diplomas obtidos por Denizard Rivail durante a sua carreira de professor e diretor de
colégio:
• Diploma de fundador da Sociedade de Previdência dos Diretores de Colégios e Internatos de Paris -
1829
• Diploma da Sociedade para a Instrução Elementar - 1847. Secretário geral: H. Carnot
• Diploma do Instituto de Línguas, fundado em 1837. Presidente: Conde Le Peletier-Jaunay
• Diploma da Sociedade de Educação Nacional, constituída pelos diretores de Colégios e de Internatos
da França - 1835. Presidente: Geoffroy de Saint-Hilaire
• Diploma da Sociedade Gramatical, fundada em Paris em 1807, por Urbain Domergue - 1829
• Diploma da Sociedade de Emulação e de Agricultura do Departamento do Ain - 1828 (Rivail fora
designado para expor e apresentar em França o método de Pestalozzi
• Diploma do Instituto Histórico, fundado em 24 de Dezembro de 1833 e organizado a 6 de Abril de
1834. Presidente: Michaud, membro da academia francesa
• Diploma da Sociedade Francesa de Estatística Universal, fundada em Paris, em 22 de Novembro de
1820, por César Moreau
• Diploma da Sociedade de Incentivo à Indústria Nacional, fundada por Jomard, membro do Instituto
• Medalha de ouro, 1º prêmio, conferida pela Sociedade Real de Arrás, no concurso realizado em 1831,
sobre educação e ensino.

As cinco obras fundamentais que versam sobre o Espiritismo, sob o pseudônimo Allan Kardec, são:
• O Livro dos Espíritos, publicado em 18 de abril de 1857
• O Livro dos Médiuns, publicado em janeiro de 1861
• O Evangelho Segundo o Espiritismo, publicado em abril de 1864
• O Céu e o Inferno ou A Justiça Divina Segundo o Espiritismo, publicado em agosto de 1865
• A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, publicado em janeiro de 1868

Além delas, como Kardec, publicou mais cinco obras complementares:


• Revista Espírita, publicada mensalmente de 1 de janeiro de 1858 a 1869
• O que é o Espiritismo (resumo sob a forma de perguntas e respostas), publicado em 1859
• Instrução prática sobre as manifestações espíritas (substituída pelo O Livro dos Médiuns; publicada
no Brasil pela editora O Pensamento)
• O Espiritismo em sua expressão mais simples, publicado em 1862
• Viagem Espírita de 1862 (publicada no Brasil pela editora O Clarim)

Após o seu desencarne, viria à luz:


• Obras Póstumas, publicado em 1890

Outras obras menos conhecidas foram também publicadas no Brasil:


• O principiante espírita (pela editora O Pensamento)
• A Obsessão (pela editora O Clarim)

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Citações de Kardec

"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da humanidade."

"Nascer, Morrer, Renascer ainda e Progredir sem cessar, tal é a Lei."

"Todo efeito tem uma causa; todo efeito inteligente tem uma causa inteligente; a potência de uma causa está
na razão da grandeza do efeito."

"Sejam quais forem os prodígios realizados pela inteligência humana, esta inteligência tem também uma
causa primária. É a inteligência superior a causa primária de todas as coisas, qualquer que seja o nome pelo
qual o homem a designe."

"Reconhece-se a qualidade dos Espíritos pela sua linguagem; a dos Espíritos verdadeiramente bons e
superiores é sempre digna, nobre, lógica, isenta de contradições; respira a sabedoria, a benevolência, a
modéstia e a moral mais pura; é concisa e sem palavras inúteis. Nos Espíritos inferiores, ignorantes, ou
orgulhosos, o vazio das idéias é quase sempre compensado pela abundância de palavras. Todo pensamento
evidentemente falso, toda máxima contrária à sã moral, todo conselho ridículo, toda expressão grosseira,
trivial ou simplesmente frívola, enfim, toda marca de malevolência, de presunção ou de arrogância, são sinais
incontestáveis de inferioridade num Espírito."

"Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz para domar as
suas más inclinações"

"Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas
lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma
verdade nova se revelar, ela a aceitará."

"Melhorados os homens, não fornecerão ao mundo invisível senão bons espíritos; estes, encarnando-se, por
sua vez só fornecerão à Humanidade corporal elementos aperfeiçoados. A Terra deixará, então, de ser um
mundo expiatório e os homens não sofrerão mais as misérias decorrentes das suas imperfeições."

"Onde quer que as minhas obras penetraram e servem de guia, o Espiritismo é visto sob o seu verdadeiro
aspecto, isto é, sob um caráter exclusivamente moral"

"Pelo espiritismo a humanidade deve entrar em uma nova fase, a do progresso moral, que é a sua
conseqüência inevitável".

"Antes de fazer a coisa para os homens, é preciso formar os homens para a coisa, como se formam obreiros,
antes de lhes confiar um trabalho. Antes de construir, é preciso que nos certifiquemos da solidez dos materiais.
Aqui os materiais sólidos são os homens de coração, de devotamento e abnegação".
"A Doutrina Espírita transforma completamente a perspectiva do futuro. A vida futura deixa de ser uma
hipótese para ser realidade. O estado das almas depois da morte não é mais um sistema, porém o resultado
da observação. Ergueu-se o véu; o mundo espiritual aparece-nos na plenitude de sua realidade prática; não
foram os homens que o descobriram pelo esforço de uma concepção engenhosa, são os próprios habitantes
desse mundo que nos vêm descrever a sua situação."

"Como meio de elaboração, o Espiritismo procede exatamente da mesma forma que as ciências positivas,
aplicando o método experimental. Fatos novos se apresentam, que não podem ser explicados pelas leis
conhecidas; ele os observa, compara, analisa e, remontando dos efeitos às causas, chega à lei que os rege;
depois, deduz-lhes as consequências e busca as aplicações úteis. Não estabeleceu nenhuma teoria
preconcebida; assim, não apresentou como hipóteses a existência e a intervenção dos Espíritos, nem o
perispírito, nem a reencarnação, nem qualquer dos princípios da doutrina; concluiu pela existência dos
Espíritos, quando essa existência ressaltou evidente da observação dos fatos, procedendo de igual maneira
quanto aos outros princípios. Não foram os fatos que vieram a posteriori confirmar a teoria: a teoria é que veio
subsequentemente explicar e resumir os fatos. É, pois, rigorosamente exato dizer-se que o Espiritismo é uma
ciência de observação e não produto da imaginação. As ciências só fizeram progressos importantes depois

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que seus estudos se basearam sobre o método experimental; até então, acreditou-se que esse método
também só era aplicável à matéria, ao passo que o é também às coisas metafísicas."

"(…)o Espiritismo, restituindo ao Espírito o seu verdadeiro papel na criação, constatando a superioridade da
inteligência sobre a matéria, apaga naturalmente todas as distinções estabelecidas entre os homens segundo
as vantagens corpóreas e mundanas, sobre as quais o orgulho fundou castas e os estúpidos preconceitos de
cor. O Espiritismo, alargando o círculo da família pela pluralidade das existências, estabelece entre os homens
uma fraternidade mais racional do que aquela que não tem por base senão os frágeis laços da matéria, porque
esses laços são perecíveis, ao passo que os do Espírito são eternos. Esses laços, uma vez bem
compreendidos, influirão pela força das coisas, sobre as relações sociais, e mais tarde sobre a legislação
social, que tomará por base as leis imutáveis do amor e da caridade; então ver-se-á desaparecerem essa
anomalias que chocam os homens de bom senso, como as leis da Idade Média chocam os homens de hoje…"

FONTES
° KARDEC, Allan. Obras Póstumas
° KARDEC, Allan. Revista Espírita
° KARDEC, Allan. A Gênese
° KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo
° KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno
° KARDEC,Allan. O Que é o Espiritismo
° Holocausto Pela Verdade, palestra de Divaldo Pereira Franco (em DVD)
° Os Luminares Tchecos", obra da médium Wera Krijanowskaia, pelo espírito de J.W. Rochester
° João Huss na História do Espiritismo, artigo de Wallace Leal V. Rodrigues, publicado no Anuário Espírita de 1973 (órgão do Instituto de Difusão
Espírita (IDE), Ano X, N º 10, Araras, SP, pág. 75 –85
° Encyclopædia Britannica, 1997. Vol.8. p.390
° Gabriel Delanne - sua vida, seu apostolado e sua obra (.doc). Paul Bodier e Henri Regnault
° ABREU FILHO, Júlio. Biografia de Allan Kardec. in: O Principiante Espírita. São Paulo: O Pensamento, 1956. p. 7-30
° CARNEIRO, Victor Ribas. ABC do Espiritismo (5a. ed.). Curitiba (PR): Federação Espírita do Paraná, 1996. 223p. ISBN 85-7365-001-X p. 47-51
° INCONTRI, Dora. Para Entender Allan Kardec. São Paulo: Lachâtre, 2004
° INCONTRI, Dora. Pedagogia Espírita, um Projeto Brasileiro e suas Raízes. Bragança Paulista (SP): Comenius, 2004
° JORGE, José. Allan Kardec no pensamento de Léon Denis. Rio de Janeiro: Centro Espírita Léon Denis/Departamento Editorial, 1978. 48p
° GODOY, Paulo Alves; LUCENA, Antônio. Personagens do Espiritismo (2ª ed.). São Paulo: Edições FEESP, 1990
° RIZZINI, Jorge. Kardec, Irmãs Fox e Outros. Capivari (SP): Editora EME, 1994. 194p. ISBN 8573531517
° SAUSSE, Henri. Biografia de Allan Kardec. in: O que é o espiritismo (38a. ed.). Rio de Janeiro: FEB, 1997. ISBN 8573281138 p. 9-48
° SOARES, Sylvio Brito. Grandes Vultos da Humanidade e o Espiritismo. 1ª Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1961.
° WANTUIL, Zêus, THIESEN, Francisco . Allan Kardec – o Educador e o Codificador. Rio de Janeiro: FEB, 2004
° GUÉNON, René. L'Erreur Spirite (O Erro Espírita). Paris, 1923
° www.feparana.com.br
° www.febnet.org.br

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