Você está na página 1de 24

Núcleo de Estudo Espírita

Curso Básico da Doutrina Espírita


Apresentação

O Curso Básico da Doutrina Espírita faz parte do Núcleo de Estudos


da Instituição Casa do Caminho - Pronto Atendimento Espírita
localizado na cidade do Salvador.
Sigam nossas redes sociais para acessar notícias da Casa, textos
doutrinários, grupos de estudos e outras informações:

https://www.instagram.com/casadocaminho.pae/
https://www.facebook.com/casadocaminho.pae
https://www.youtube.com/channel/UCxXBQE8PY53SSCZtgueHwiA
Site: https://casadocaminho-pae.org.br/profile/casa-do-caminho

Ajude-nos a continuar ajudando!


Se você é de Salvador, compre livros em nossa livraria para retirada
no local: https://casadocaminho-pae.org.br/noticias/livraria-virtual-casa-
do-caminho.
Você também pode contribuir através do Programa Nota Premiada
Bahia. Cadastre-se no site http://www.notapremiadabahia.ba.gov.br/,
indique a Casa do Caminho como instituição beneficiária e a cada
compra, informe seu CPF!
Assista esse rápido vídeo para mais informações:
https://www.youtube.com/watch?v=U5RH_-LcNTQ&feature=youtu.be
Sobre o Curso

Esse curso é destinado àqueles que desejam conhecer a doutrina


espírita. O curso ocorre de forma rotativa ao longo do ano. O aluno
pode entrar em qualquer aula e ao final da carga horária mínima de
aproveitamento, recebe um certificado que permitirá acesso aos
demais cursos da Casa.

O curso básico ocorre às quartas- feiras, à noite, das 19:30 às 21:00. Em


breve, novas turmas em outros horários.

"Espíritas! Amai-vos: eis o primeiro mandamento; instruí-vos, eis o


segundo". (O Espírito da Verdade, Evangelho seg. Espiritismo/ cap. VI -
Allan Kardec).
CASA DO CAMINHO
PRONTO ATENDIMENTO ESPÍRITA

CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO

AULA N. º 1 - ALLAN KARDEC: O HOMEM E A MISSÃO

1. Dados Biográficos.

Nome: Hippolyte Léon Denizard Rivail.


Nascimento: Rua Sale, 76. Lião – França. 03 de outubro de 1804 às 19 hs.
Filiação: Jean Baptiste Antoine Rivail e Jeanne Louise Duhamel.
Desencarne: Rua Passagem Sant’Anne, 59. Paris – França, 31 de março de 1869.

 Descendente de uma família católica de nobres tradições, clã de advogados e magistrados (seu
pai era juiz), muito prematuramente o menino Rivail revelou-se altamente inteligente e
observador, sentindo–se desde então atraído para as ciências e a filosofia.
 Realizou seus primeiros estudos em Lião, seguindo aos 10 anos para o castelo de Iverdum
(Suíça) onde completou sua bagagem no Instituto Pestalozzi, criado e dirigido por João Henrique
Pestalozzi
 João Henrique Pestalozzi (1746 – Zurich; 1825 – Suíça) pedagogo e filantropo, renovador da
forma de ensino na Suíça, com influenciou outros países, especialmente do Velho Continente. De
formação religiosa protestante, o mestre de Rivail, discordava de alguns dogmas, chegando a
afirmar que “a verdadeira religião não é outra senão a moralidade”.
 Segundo André Moreil, o jovem Rivail teria sido, no Instituto Pestalozzi, um dos colaboradores do
mestre, atuando como sub – mestre.
 Em 1819 Rivail deixa o Instituto e retorna a Paris, onde passa a exercer o magistério e a traduzir
obras inglesas e alemãs e começa a preparar o seu primeiro livro didático “Curso Prático de
Aritmética”, lançado em 1823. Estava com 19 anos.
 Durante a sua carreira acadêmica, tornou–se membro de vários institutos e associações culturais,
entre as quais a Sociedade Científica Real Academia de Arras.
 Adotou em suas obras didáticas a orientação do seu mestre Pestalozzi (método intuitivo),
combinado com o método ortodoxo de pedagogia.
 1823. Inicia estudos sobre magnetismo.
 1825. Funda e dirige a “Escola de 1º grau”.
 1826. Cria o “Instituto Técnico Rivail” na rua Sévres, 35.
 1832. Casa–se com Amelie Gabriele Boudet (1795 – 1883), filha única de Julien – Louis Boudet e
Julie – Louise S. de Lacombe. Nove anos mais velha que Rivail, culta, inteligente, Amelie era
professora de belas artes.
 1834. Por causa de um dos sócios (um dos tios de Rivail), o seu Instituto Técnico, após 08 anos
de existência, vem a falir. O dinheiro que sobrou da falência devido a uma má aplicação
financeira, feita por um amigo corretor, também se perdeu, deixando Amelie e Rivail praticamente
sem nenhum recurso material. Foi necessária muita coragem para que o casal superasse o
infortúnio. Homem de fibra, auxiliado por sua valorosa esposa, Rivail trabalhou como contador de
três casas comerciais, ao mesmo tempo em que continuava a elaborar seus livros didáticos e a
fazer traduções. Em breve a situação financeira de Amelie e Rivail se estabiliza.
 1849. Passa a lecionar no “Liceu Polimático” como professor de fisiologia, astronomia, química e
física.

2. Algumas Obras Didáticas do Prof. Rivail.

Das quarenta e três publicadas, ressaltam–se as seguintes:

 1828. “Plano proposto para a melhoria da educação pública”.


 1831. “Gramática francesa clássica de acordo com um novo plano”.
 1831. “Qual o sistema de estudos mais em harmonia com as necessidades da época”?
3
 1846. “Manual dos exames para os certificados de capacidade”.
 1847. “Tratado completo de aritmética”.
 1849. “Programa dos cursos usuais de física, química, astronomia e fisiologia”.

3. A Iniciação e a Missão Espírita de Rivail.

 1854. Por esta época, a Europa e o restante do mundo, fervilhavam com o fenômeno das mesas
girantes. Pela primeira vez então, o prof. Rivail toma conhecimento dessas ocorrências através
do magnetizador Sr. Fortier, seu amigo de longas datas, que lhe fala entusiasmado sobre o fato.
Em outra oportunidade, o mesmo Sr. Fortier acrescenta mais detalhes,afirmando, inclusive, que
“as mesas falavam”.
 1855. O Sr. Carlotti, outro amigo de Rivail, também um entusiasta das “mesas”, comenta, por sua
vez o assunto, salientando outras observações mais detalhadas sobre a questão. Mesmo assim,
pela sua posição de homem de ciência, o professor não crê à priori nessas notícias, mas também
não as descarta totalmente, mantendo–se ainda distante e um pouco incrédulo. Ao Sr. Carlotti ele
responderia: “Isto é outra questão: acreditarei quando puder ver com os meus próprios olhos e
quando me provarem que uma mesa tem um cérebro para pensar, nervos para sentir e que pode
tornar–se sonâmbula: por enquanto, seja permitido–me dizer que tudo isso me parece um conto
para fazer dormir em pé”.
 Algum tempo depois numa reunião social na residência da Sra. Roger, em companhia do Sr.
Fortier, seu magnetizador , Rivail escuta novos argumentos mais ponderados e racionais, sobre
as “mesas”, emitidas por outro conhecido, o Sr. Partier. Em seguida, é convidado a assistir a uma
outra dessas reuniões que se faziam na residência da Sra. Plamemaison, à rua Grange –
Batêliére, 18.
 Atendendo ao convite, juntamente com a sua esposa Amélie, Rivail pela primeira vez observa, “in
loco” o fenômeno das “mesas girantes”. Antevendo naquela aparente brincadeira de salão da
sociedade parisiense, algo de muito mais seriedade, o mestre Rivail começa a elocubrar sobre os
fatos. Abramos espaço para as suas impressões: “As minhas idéias ainda não estavam bem
definidas, mas eu via ali um fato que devia ter uma causa. Entrevi por baixo da aparente
futilidade e da espécie de jogo que se faziam sobre esses fenômenos, algo de muito sério e
como que a revelação de UMA NOVA LEI, QUE RESOLVI INVESTIGAR À FUNDO”(grifos
nossos). Daí em diante, com esse objetivo, passa a freqüentar regularmente as reuniões e a
observar sempre que lhe era possível esses “estranhos fenômenos”.
 Em outra dessas reuniões, conhece a família Baudin, e é convidado a participar das reuniões
familiares que se faziam na residência da família na rua Rouchechouart. Ai não mais se utilizavam
as mesas, e sim uma ardósia (pequena tábua de escrita à giz ou à lápis). Nessas ardósias as
mensagens eram grafadas com o auxílio de uma cesta com um lápis preso ao centro desta última
(ver descrição em o “Livro dos Médiuns”).
 Certa feita, um espírito familiar, Zéfiro, revela à Rivail que,em uma encarnação anterior eles
foram amigos e também sacerdotes druídas na antiga Gália. Nessa época, segundo Zéfiro, Rivail
era conhecido pelo nome de Allan Kardec. Mais tarde na assinatura de suas obras espíritas
Rivail usaria essa revelação para a escolha do seu pseudônimo.
 Rivail passa pouco tempo depois a liderar o grupo de estudos e pesquisas na casa dos Baudin.
 Levava para essas reuniões questões complexas sobre a vida, a morte, a filosofia, a religião, as
ciências, etc.
 Pouco tempo depois recebe como contribuição às suas pesquisas 50 cadernos de anotações de
outro grupo que já estudava de forma parecida, esses mesmos fenômenos.
 Devido à sua formação de cientista, o prof. Rivail aplicava nestas análises o Método
Experimental, Intuitivo e Racional. Enunciou, na pesquisa espírita o princípio da Concordância e
Generalidade dos ensinos dos Espíritos”.

4 - A Missão de Rivail / Kardec.

 1856. Casa do Sr. Roustan. Médium: Srta. Japhet. Durante a revisão do projeto de “O Livro dos
Espíritos”, um dos espíritos comunicantes fala à Rivail pela primeira vez, do seu trabalho na
estruturação da Doutrina Espírita.
 Ainda nesse mesmo ano o espírito Hanneman, o pai da Homeopatia revela o trabalho que Rivail
teria como Codificador do Espiritismo.

4
 Mais uma vez, nova confirmação dessa missão de Rivail (Médium: Aline C; Entidade
comunicante: “A Verdade”). O espírito se refere também sobre as dificuldades que seriam
encontradas por esse trabalho.
 1857. 18 de Abril. Lançamento da 1ª edição de “O Livro dos Espíritos”. Nasce a Doutrina Espírita.
O prof. Rivail passa, a partir de então, a adotar em suas obras espíritas, o pseudônimo de Allan
Kardec.
 1858. Em janeiro, praticamente com os seus recursos, lança a revista mensal intitulada Revista
Espírita, a qual dirige durante onze anos como editor responsável.
 Em Abril, no primeiro aniversário da Doutrina Espírita, funda a primeira instituição espírita do
mundo – A Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas (SPEE).
 Em 06 de Maio, através da médium Sra. Cardone (vidente), mais uma referência sobre o trabalho
espiritual do Codificador.
 1860. Em uma das sessões da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas (SPEE), com a
ausência de Kardec, através do médium Sr. Crosset, mais uma vez é reforçada a idéia da missão
de Rivail/ Kardec.

5. Obras de Allan Kardec.

5.1 - BÁSICAS:

Assim chamadas por se constituírem nas principais obras do pensamento espírita.


Conhecidas também como O PENTATEUCO KARDEQUIANO. São elas:

 1857. “O Livro dos Espíritos”.


 1861. “O Livro dos Médiuns”.
 1864. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
 1865. “O Céu e o Inferno”.
 1868. “A Gênese”.

5.2 - Suplementares.

Também de autoria do mestre lionês que auxiliam a um maior entendimento da doutrina.


Foram lançadas nos seguintes anos:

 1858. Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas.


 1858 a 1869. A Revista Espírita.
 1859. O Que é o Espiritismo?
 1862. O Espiritismo em sua expressão mais simples.
 1890. Obras Póstumas.

6. Viagens Doutrinárias.

Kardec fez várias viagens de divulgação da Doutrina, levando à vários recantos da França, e
também ao exterior , o seu estímulo para o surgimento e o fortalecimento de novos grupos espíritas.
Eis aqui alguns de seus roteiros:

 1860. Lião, Sens, Malcon e Sain’Ettiéne.


 1861. Lião, Sens e Malcon.
 1862. Lião e Bordéaus.
 1864. Bruxelas e Antuérpia (Bélgica).
 1867. Bordéaus.

7. Projeto 1868.

 Nesse ano Kardec almeja um maior crescimento da propaganda espírita. Adquire, então, seis
pequenas casas com jardins em Vila Ségur, no centro de Paris, onde pretende instalar os
escritórios da Doutrina Espírita. Nesse local também seriam abrigados, se necessário, os

5
defensores do Espiritismo quando estivessem em idade avançada. Conforme o projeto de
Kardec, na Vila Ségur, seriam implantadas as seguintes atividades:
 Um salão para as sessões e as grandes reuniões.
 Uma sala de recepção e biblioteca da instituição.
 Uma sala reservada para os trabalhos práticos .
 Um escritório para a Revista Espírita, os arquivos e a administração.
 1869 31 de Março. Quando se prepara para mudar da Rua Passagem Sant’Anne 59, para a Vila
Ségur, o sábio lionês, o codificador do Espiritismo que entrou para a história com o nome de
Allan kardec, ao atender a um despacho de algumas obras espíritas cai fulminado pelo
rompimento de um aneurisma, retornando ao Mundo Espiritual. Tinha cumprido (e muito bem) a
sua missão.
 Sepultado inicialmente no cemitério Mont’Martre, após um ano seus restos mortais foram
transladados para um dólmen no cemitério Pére – Laichaisse, onde permanecem até hoje.

8. Obras Infantojuvenis:

Indicamos algumas obras para estudo das crianças e adolescentes na Doutrina Espírita. São
elas:

 O Evangelhinho Segundo O Espiritismo - Laura Bergallo.


 Evangelho Segundo o Espiritismo. Para Infância e Juventude - Allan Kardec.
 O Livro Dos Espíritos - Para Infância e Juventude - Allan Kardec.
 O Evangelho da Meninada: uma História de Jesus - Eliseu Rigonatti.
 Meu pequeno evangelho Turma da Mônica - Luis Hu Rivas, Ala Mitchell, Mauricio de Sousa.

Texto e adaptação: Lourival Augusto.


Salvador – BA.

Referências Bibliográficas.
1. SAUSE. Henry. Biografia de Allan Kardec, in Kardec. Allan. Obras Póstumas. 17ª Ed.
FEB. Rio de Janeiro.
2. MOREIL, André. Vida e obra de Allan Kardec. 4ª Ed. Edicel. São Paulo. 1977.
3. AMORIM, Deolindo. Allan Kardec. 3ª Ed. Instituto de Maria. 1977.
4. KARDEC, Allan. Obras Póstumas. 17ª Ed. FEB. Rio de Janeiro.

6
CASA DO CAMINHO
PRONTO ATENDIMENTO ESPÍRITA

Curso Básico de Espiritismo

AULA N. º 02 - DOUTRINA ESPÍRITA: TRÍPLICE ASPECTO. O CONSOLADOR PROMETIDO

1 - O Tríplice Aspecto

Allan Kardec definiu o Espiritismo como “A Ciência que trata da natureza, da origem e do
destino dos espíritos e das suas relações com o mundo corporal”. (O Que é o Espiritismo,
Preâmbulo)
Dentro da sua argumentação, assim acrescenta o Codificador:

“O Espiritismo é, ao mesmo tempo, ciência experimental e doutrina filosófica. Como ciência


prática, tem sua essência nas relações que se podem estabelecer com os espíritos. Como
filosofia, compreende todas as conseqüências morais decorrentes dessas relações”. (Idem obra
citada)

A Doutrina Espírita apresenta três aspectos: o filosófico, o cientifico e o religioso.


No aspecto filosófico do Espiritismo, enquadra-se o estudo dos problemas da origem e da
destinação do homem, bem como o da existência de uma inteligência suprema, causa primária de
todas as coisas.

No aspecto cientifico, demonstra experimentalmente a existência do espírito e sua imortalidade,


principalmente através do intercâmbio mediúnico entre os encarnados e os desencarnados.

O Espiritismo não se constitui em uma religião a mais, visto que não tem cultos, nem ritos, nem
cerimoniais e que entre seus adeptos nenhum tomou ou recebeu o título de sacerdote. Podemos,
porém, considerá-lo em seu aspecto religioso, quando estabelece um laço moral entre os homens,
conduzindo-os a uma ascensão espiritual em direção ao Criador, através da vivência das máximas
morais do Cristo.

1.1 Espiritismo Cientifico

Porque o Espiritismo é Ciência?

Porque estuda e classifica, através de uma metodologia própria os fenômenos ditos


espirituais, que são naturais e universais e que apresentam, como todos os fatos científicos, as
características de generalidade e independência, procurando confirmá-los pela experimentação
Por detrás desses fenômenos encontramos o Espírito, principal objeto da Ciência Espírita. Esta
compreende em si, duas partes, a saber:

 Experimental, relativa às manifestações físicas


 Filosófica, relativas às manifestações inteligentes.

Conforme nos informa o mestre Kardec em “Obras Póstumas”, ele “adotou nos seus estudos
e pesquisas espíritas, o método científico de observar, comparar e julgar (método experimental)”.

Infelizmente a Ciência acadêmica, por preconceito e orgulho, não se dispôs ainda a um


estudo sistemático e profundo dos fenômenos espirituais, profusamente examinados desde a
segunda metade do século XIX pela Ciência Espírita.

Quanto às relações com a Ciência Oficial, Allan Kardec em “A Gênese” declara que, “o
Espiritismo e a Ciência se completam um pelo outro: a Ciência sem o Espiritismo, se acha
impossibilitada de explicar certos fenômenos, unicamente pelas leis conhecidas da matéria; o
Espiritismo, sem a Ciência ficaria sem apoio e exame.”
Para finalizar este tópico, reflitamos com Kardec, quando ele nos diz que “O Espiritismo é a
Ciência nova que acaba de nascer e da qual resta ainda muito a aprender”.

O Espiritismo, enquanto Ciência, estuda os fenômenos espirituais, o fato em si, e emite


então, um juízo de realidade. Quando ele passa, em seguida, à interpretação desse fato, quando
vem a emitir um juízo de valor, de apreciação, caracteriza-se, então, como Filosofia.

O Livro dos Médiuns é a obra básica da Ciência experimental.

1.2 Espiritismo Filosófico

A Filosofia (do grego, filos e sofhia) nasce quando o homem pergunta, interroga, cogita,
quer saber o “como” e o “porque” das coisas, dos fatos, dos acontecimentos, etc. Desta forma a
Filosofia nos mostra o que são as coisas, e porque as coisas são o que são. Traduzindo “ao pé da
letra”, conforme ensina Pitágoras, Filosofia significa “amor à sabedoria”.

Como já foi observado, embora muitos dos princípios espíritas possam ser comprovados
experimentalmente, o que lhe confere um caráter cientifico, o Espiritismo é, entretanto, uma
doutrina essencialmente filosófica. Ele responde, com muita propriedade às magnas questões da
existência humana, indo além das filosofias tradicionais. O Espiritismo vê o homem como um ser
transcendente, que antecede ao corpo e sucede a este, numa evolução lenta e gradual cujo fim
ainda não vislumbramos integralmente.

O caráter filosófico da Doutrina Espírita está, muito propriamente, no estudo que faz do
Homem, sobretudo como Espírito, de seus problemas, de sua origem e da sua destinação
transcendental.

O Livro dos Espíritos é o livro básico da Filosofia Espírita.

1.3 O Espiritismo Religioso

Alguns espíritas preferem não ver o Espiritismo como religião, apoiados no próprio Allan
Kardec, que em certo momento definiu o Espiritismo como uma ciência e uma filosofia (O Que É o
Espiritismo), não tendo caráter religioso, apesar de sua filosofia levar a considerações de ordem
religiosa. O Espiritismo traz a idéia de Deus, iniciando a religião; a indagação prenunciando a
filosofia e a experimentação anunciando a ciência.

Não mais a fé cega, mas o saber racional, oriudo da experimentação e observação; a prova
material que desarma os céticos.

No entanto, essas considerações de Kardec se faziam mais no sentido de não colocar o


Espiritismo no grupo das religiões dogmáticas existentes na época (e ainda hoje, claro).

Diante de tantos abusos e explorações já feitas pelo homem em nome de suas várias
religiões em todas as épocas da humanidade, ele preferiu diferenciar o Espiritismo disso tudo,
para que a doutrina não fosse apenas mais uma repetição da intolerância e do abuso humanos.

Em seu último discurso, proferido em primeiro de novembro de 1868, Kardec explica bem
isso:

‘ “Se assim é, perguntarão, então o Espiritismo é uma religião? Ora, sim, sem dúvida,
senhores. No sentido filosófico, o Espiritismo é uma religião, e nós nos glorificamos por isto,
porque é a doutrina que funda os elos da fraternidade e da comunhão de pensamentos, não sobre
uma simples convenção, mas sobre bases mais sólidas: as mesmas leis da natureza.
"Por que, então, declaramos que o Espiritismo não é uma religião? Porque não há uma palavra
para exprimir duas idéias diferentes, e que, na opinião geral, a palavra religião é inseparável da de
culto; desperta exclusivamente uma idéia de forma, que o Espiritismo não tem. Se o Espiritismo se
dissesse uma religião, o público não veria aí senão uma nova edição, uma variante, se se quiser,
dos princípios absolutos em matéria de fé; uma casta sacerdotal com seu cortejo de hierarquias,
de cerimônias e de privilégios; não o separaria das idéias de misticismo e dos abusos contra os
quais tantas vezes se levantou a opinião pública.

"Não tendo o Espiritismo nenhum dos caracteres de uma religião, na acepção usual do
vocábulo, não podia nem devia enfeitar-se com um título sobre cujo valor inevitavelmente se teria
equivocado. Eis porque simplesmente se diz: doutrina filosófica e moral".

Concluindo, vê-se que, nesse ponto, tudo depende do pensamento de cada um, pois se
considerarmos religião como algo que necessariamente incorpore rituais, dogmas variados,
sacramentos, hierarquias sacerdotais, uso de vestimentas especiais, objetos santos ou sagrados
e cultos ou práticas exteriores, então o Espiritismo não é uma religião, já que nada disso possui.

Mas se considerarmos religião como algo que seja um elo de ligação entre o homem e
Deus (lembrando que esse é o significado original da palavra religião; do latim: religare), algo que
seja uma fonte de caminhos ao homem para a sua busca do Ser superior, nada tendo em
importância a forma, mas sim o conteúdo (pensamento), então o Espiritismo é sim uma religião.

Para que haja um elo forte entre o homem e Deus não são necessárias atitudes exteriores,
importando tão somente o que está guardado dentro do coração de cada um, pois é isso o que
Deus realmente vê e considera.

Este aspecto da Doutrina Espírita nos leva à crença:

 de que Deus existe e é a causa primária de todas as coisas;


 na existência do espírito e sua sobrevivência após a morte;
 na reencarnação;
 na lei de causa e efeito;
 na comunicação entre o mundo material e o mundo espiritual;
 na evolução progressiva dos espíritos.

E essas crenças nos levam à prática da caridade, Fora da qual não há salvação.

Através dos ensinamentos espíritas pode-se fazer uma diferença entre Religião,
propriamente dita, e religiões no sentido de seitas humanas.

"Religião, para todos os homens, deveria compreender-se como sentimento divino que
clarifica o caminho das almas e que cada espírito aprenderá na pauta do seu nível evolutivo.
Neste sentido, a Religião é sempre a face augusta e soberana da Verdade; porém, na inquietação
que lhes caracteriza a existência na Terra, os homens se dividiram em numerosas religiões como
se a fé também pudesse ter fronteiras (...)

'"(...) A Religião é o sentimento divino que prende o homem ao Criador. As religiões são
organizações dos homens, falíveis e imperfeitas como eles próprios; dignas de todo o acatamento
pelo sopro de inspiração superior que as faz surgir, são como gotas de orvalho celeste, misturados
com os elementos da Terra em que caíram. (...)'' ( Religiões. In: Palavras de Emmanuel. Ditado
pelo Espírito Emmanuel. 4. ed. Rio de Janeiro, FEB, 1978, p.164

2 - A Revelação Espírita

Revelar significa tirar o véu, mostrar, tornar conhecido o que é secreto.

No exame das revelações, a História nos confirma que todo conhecimento deve ser
progressivo e ajustado às mentalidades a que se destina.
De fato, as leis divinas são reveladas às criaturas humanas, de acordo com seu grau de
entendimento e capacidade de apreensão dessas verdades. Como exemplo dessa assertiva,
vejamos o caso do homem evoluído, espiritualizado, que sente em sua consciência o respeito que
deve à vida, especialmente a dos outros. O selvagem, por sua vez, na sua insipiência espiritual e
social, não entenderia por que não deve matar, se a isso o aconselhássemos.

Embora nem todos aceitem, e muitos nem disso se apercebam claramente, periodicamente,
a Espiritualidade Maior revela aos homens princípios divinos que devem nortear as nossas vidas
no caminho da evolução espiritual. Ao lado do livre arbítrio de cada um, esses princípios
influenciam, paulatinamente, na estrutura da individualidade, ou seja, de cada espírito,
despojando-o de todos os vícios e defeitos que constituem a sua bagagem de erros do passado.

Essas revelações se repetem desde épocas remotas, e povos os mais diversos as


receberam através do ensino de profetas inspirados, de instrutores espirituais capacitados à
vivência e à pratica desses ensinamentos. São as revelações que promovem a evolução espiritual
das criaturas, imperfeitas, porém perfectíveis em si mesmas.

O livro básico “A Gênese”, traz um estudo do Codificador sobre as três revelações dirigidas
à civilização ocidental, ou seja, a de Moisés e a de Jesus, seguidas da revelação espírita, da qual
ele foi o Codificador.

2.1 - A Revelação de Moisés

O povo hebreu destaca-se por seus numerosos profetas dos quais Moisés, depois de Jesus
de Nazaré, foi o mais notável. A Revelação mosaica é individual e sobressai pela herança que nos
legou do DECÁLOGO, da idéia do Deus único e da fortificação da fé. Essa revelação se revestia
de um caráter bastante primitivo, como por exemplo, quando nos apresenta a figura da divindade
sob a forma de um SER com todas as características humanas: vingativo, cruel, guerreiro, temido
e parcial.

Isto era próprio de uma época em que somente pela ameaça de castigo físico, de represálias,
seria possível conseguir ordem, obediência e submissão. No entanto, mesmo com essas
restrições, em relação aos povos idólatras e politeístas, o mosaísmo representou uma revolução
quando simplificou bastante o culto apresentando-nos o Deus único.

2.2 - A Revelação de Jesus

A revelação Cristã representa mais um passo adiante da de Moisés. Retificando abusos


incorporados na TORAH, o mestre de Nazaré simplifica mais ainda a questão religiosa, trazendo-
nos a imagem de um Deus que é todo bondade e amor, o Pai misericordioso e justo, ao contrário
do antigo Senhor dos Exércitos, inclemente e cruel.

O Cristianismo também desvendou a questão da vida futura, afirmando que “a cada um


será dado conforme as suas obras”. A “Boa Nova” ou Evangelho é o mais perfeito código de
conduta moral que se conhece. Muitos dos ensinamentos que Jesus deixou, nele estão velados,
principalmente nas suas parábolas, pois ainda era muito cedo para o seu conhecimento integral.

Mesmo com todo esse avanço, os ensinos do mestre Jesus, como na revelação de Moisés ,
ainda estava incompleto, conforme ele mesmo nos advertiu: “Tenho ainda muito que vos dizer,
mas vós não podeis suportar agora”. (João, 16.12.)

2.3 - A Revelação Espírita e o Consolador

De acordo com a progressividade das revelações e principalmente como complemento das


anteriores, a partir do século XIX novos ensinamentos foram traduzidos à Humanidade.
Esses novos ensinamentos continuam sendo ampliados até hoje e, dentro da constatação
de que os tempos são chegados, eles representam o complemento da mensagem do mestre de
Nazaré. Foram ditados pelos Espíritos e constituem o Espiritismo, o Consolador prometido por
Jesus, conforme está no Evangelho de João, XVI 15 a 17:26.

O caráter da revelação Espírita é a verdade. Baseados nesta característica o Espiritismo


vem secundar as religiões tradicionais, demonstrando com muita clareza, a existência de um outro
mundo, mais real que o nosso; apresentando-nos as leis divinas, ou leis morais; explicando-nos a
origem e a natureza dos Espíritos e a sua necessidade de evolução através das vidas sucessivas.

A Revelação Espírita é assim, divina (proveniente dos Espíritos de Deus), e cientifica, pois
resultou, também, do trabalho de experimentação e da observação do homem, sendo baseada na
Ciência, cujos métodos adota.

É também universal, pois o ensino dos Espíritos se destina a todos, e progressiva, porque
não teme a Ciência e suas descobertas, mas nelas se alicerça, complementando-as com
esclarecimentos de outra ordem, nem por isso menos importantes.

O ensino de Allan Kardec, o extraordinário Codificador da Doutrina Espírita, exposto em A


Gênese, referente às relações da revelação espírita e as que lhe antecederam, constituem
excelente esclarecimento para o entendimento das características da 3ª revelação. Ali vemos que,
enquanto a revelação mosaica é despótica (impunha-se pela força e pelo medo) e a cristã é
conselheira (Jesus mostrava sempre a necessidade de obediência às leis de DEUS), ambas ainda
são, entretanto, bastante pessoais e autoritárias (baseadas na integridade e valor moral de seus
autores). Por outro lado a Revelação Espírita é coletiva, oriunda do ensino coincidente de muitos
Espíritos, ministrados ao mesmo tempo em muitos lugares e por vários intermediários (médiuns).

Ainda na obra citada vemos que enquanto as outras revelações transformaram-se em


dogmas de fé, a revelação espírita é cientifica (adapta-se às pesquisas e métodos da Ciência em
busca do conhecimento), divina (ditada diretamente pelos Espíritos do Senhor, seus Mensageiros
e interpretes), coletiva (originada do ensino de muitos Espíritos) e universal (porque os ensinos
dos Espíritos foram colhidos de fontes, em muitos lugares, mostrando-se sempre concordantes).
CASA DO CAMINHO
PRONTO ATENDIMENTO ESPÍRITA
CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO

AULA Nº 3 - AS OBRAS BÁSICAS

a) Introdução

Conforme vimos anteriormente, os fenômenos espirituais ou mediúnicos sempre existiram, no


entanto, o Espiritismo como doutrina, existe a partir de 18 de abril de 1857, com o lançamento, em Paris
de “O Livro dos Espíritos”, sob a responsabilidade do professor H.L. Denizard Rivail, cognominado, Allan
Kardec.
As obras básicas da codificação kardequiana são as seguintes, por ordem cronológica de edição:

1 - O LIVRO DOS ESPÍRITOS

Obra primeira da Doutrina Espírita, publicada em 18 de abril de 1857, em sua edição inicial trazia
501 perguntas de Kardec, e as correspondentes respostas dos espíritos. As respostas , em sua maioria,
foram recebidas através das irmãs Caroline e Julie Boudin que tinham à época, 14 e 16 anos
respectivamente. Uma outra médium, a Srta. Japhet, também jovem (17 anos), trabalhou com Kardec na
revisão das questões do conjunto geral do livro. Vários outros médiuns, em diversos lugares do mundo,
também deram a sua contribuição para a consecução final da obra. A segunda edição de 18 de março de
1860 é a definitiva, traz 1019 questões, acrescidas dos comentários de Kardec.
É um livro que abre novas perspectivas ao homem pela interpretação que dá aos diversos aspectos
da vida sob o prisma das Leis Naturais, da existência e sobrevivência do espírito e sua evolução natural e
permanente através de reencarnações sucessivas. Seus ensinamentos conduzem o homem atual à
redescoberta de si mesmo, no campo do espírito, fornecendo-lhe recursos para que compreenda sem
mistérios, quem é, de onde veio e para onde vai. É o livro síntese da Filosofia Espírita e, conforme a sua
página de rosto, o seu conteúdo é assim enunciado: “Princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade
da alma, a natureza dos espíritos e suas relações com os homens, às leis morais a vida presente, a vida
futura e o porvir da humanidade”.
Há nas primeiras páginas uma introdução de Kardec, que é de vital importância para o
entendimento do restante do livro. É dividido em quatro partes, ou quatro livros, assim apresentados:

 Parte Primeira: As causas primárias

Com quatro capítulos: Deus; Elementos Gerais do Universo; Criação; Princípio Vital.
 Parte Segunda: Mundo Espírita ou dos Espíritos
Com onze capítulos: Dos Espíritos; Encarnação dos Espíritos; Retorno da Vida Corporal para a Vida
Espiritual; Pluralidade das existências; Considerações sobre a Pluralidade das Existências; Retorno à
Vida Corporal; Emancipação da Alma; Intervenção dos Espíritos nos Mundo Corporal; Ocupações e
Missões dos Espíritos; Os Três Reinos.
 Parte Terceira: As Leis Morais

Traz doze capítulos: Lei Divina e Natural; Lei de Adoração; Lei do Trabalho; Lei de Reprodução; Lei de
Conservação; Lei de Destruição; Lei de Sociedade; Lei de Igualdade; Lei de Liberdade, Lei de Justiça,
Amor e Caridade; Perfeição Moral.

 Parte Quarta: Esperanças e Consolações.


Apresenta apenas dois capítulos: Penas e Gozos Terrestres: Penas e Gozos Futuros.

Não se pode compreender o Espiritismo sem o estudo regular deste livro. Ele é a base para o
entendimento correto dos seus princípios gerais e das obras que o seguiram.

2 - O LIVRO DOS MÉDIUNS

Lançado em 15 de janeiro de 1861, veio em substituição ao opúsculo “Instruções Práticas Sobre as


Manifestações Espíritas”. Apresenta o ensino especial dos Espíritos sobre todos os gêneros de
1
manifestações, os meios de comunicação com os espíritos, o desenvolvimento da mediunidade, as
dificuldades e os tropeços que eventualmente surgem na prática mediúnica. Traz o seguinte subtítulo: “O
Guia dos Médiuns e Evocadores”. Na sua apresentação encontra-se esse resumo:
“Ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de
comunicação com o mundo invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os tropeços
que se podem encontrar na prática do Espiritismo, constituindo o seguimento de ”O Livro dos Espíritos”.

Esses temas estão assim dispostos:

 Parte Primeira: Noções Preliminares


Com quatro capítulos: Há espíritos? O Maravilhoso e o Sobrenatural; O Método; Os Sistemas.
 Parte Segunda. As Manifestações Espíritas.
Com trinta e dois capítulos: A Ação dos Espíritos Sobre a Matéria; As manifestações Físicas; As
Mesas Gigantes; As Manifestações Inteligentes; Teoria das Manifestações Físicas Espontâneas; As
Manifestações Visuais; A Biocorporeidade e a Transfiguração; O Laboratório do Mundo Invisível; Os
Lugares Assombrados; A Natureza das Comunicações; A Sematologia e a Tiptologia; A Pneumatografia
ou Escrita Direta e a Pneumatofonia; A Psicografia; Os Médiuns; Os Médiuns Escreventes ou
Psicógrafos; Os Médiuns Especiais; A Formação dos Médiuns; Os Inconvenientes e Perigos da
Mediunidade; O Papel dos Médiuns nas Comunicações Espíritas; A Influência dos Médiuns; As
Evocações; As Perguntas que se Podem Fazer aos Espíritos; Das Contradições e das Mistificações; O
Charlatanismo e os Embustes; As Reuniões e as Sociedades; Regulamento da Sociedade Parisiense de
Estudos Espíritas; Dissertações Espíritas; Vocabulário Espírita.
Como se constata, O Livro dos Médiuns é a obra primordial da Ciência Espírita. Graças a ele o
Espiritismo tem a sua base como Ciência Experimental. Embora publicado há mais de um século seu
conteúdo permanece ainda bem atual. Seus ensinamentos permitem ao leitor estabelecer relações
evidentes da Doutrina Espírita com várias conquistas cientificas da atualidade sobre o homem como ser
psíquico, imortal e multi-existencial.

3 - O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Teve a sua primeira edição em abril de 1864 e trazia o título de “Imitação do Evangelho Segundo o
Espiritismo”. No ano seguinte (em dezembro), em sua terceira edição, por sugestão do seu editor Sr.
Didier, passa a ostentar o seu título definitivo.
Enquanto os livros anteriores apresentam as partes filosóficas e cientifica da doutrina o Evangelho
Segundo o Espiritismo oferece a base e o roteiro moral / religioso. Sua leitura e estudo são
imprescindíveis não só para os espíritas, mas para todos aqueles que se interessam pela promoção
espiritual dos homens. Essa obra traz a mais eficiente e natural explicação sobre o código moral do
Evangelho de Jesus.
Na folha de apresentação encontra-se a seguinte síntese do seu conteúdo:

“A explicação das máximas morais do Cristo em concordância com o Espiritismo e suas aplicações
às diversas circunstâncias da vida”.

São vinte e oito capítulos assim distribuídos: Não Vim Destruir a Lei; Meu Reino Não é Deste
Mundo; Há Muitas Moradas na Casa de Meu Pai; Ninguém Poderá Ver o Reino de Deus se Não Nascer
de Novo; Bem Aventurados os Aflitos; O Cristo Consolador; Bem Aventurados os Pobres de Espirito; Bem
Aventurados os que Têm Puro o Coração; Bem Aventurados os Que São Brandos e Pacíficos; Bem
Aventurados os que São Misericordiosos; Amar ao Próximo Como a si Mesmo; Amai os Vossos Inimigos;
Não Saiba a Vossa Mão Esquerda o que Faz a Vossa Mão Direita; Honrai a Vosso Pai e a Vossa Mãe;
Fora da Caridade Não Há Salvação; Não se Pode Servir a Deus e a Mamon; Sede Perfeitos; Muitos os
Chamados e Poucos os Escolhidos; A Fé Transporta Montanhas; Os Trabalhadores da Última Hora;
Haverá Falsos Cristos e Falsos Profetas; Não Separeis o que Deus Juntou; Estranha Moral; Não Ponhais
a Candeia Debaixo do Alqueire; Buscai e Achareis; Daí Gratuitamente o que Gratuitamente Recebestes;
Pedi e Obtereis; Coletânea de Preces Espíritas;

4 - O CÉU E O INFERNO

Esta obra é de agosto de 1865, e traz, desde então, o subtítulo “A Justiça Divina Segundo o
Espiritismo”. Conforme a sua folha de abertura trata dos seguintes assuntos:

“... exame comparado das doutrinas sobre a passagem da vida corporal à vida espiritual, sobre as
2
penalidades e recompensas futuras, sobre os anjos e os demônios, sobre as penas, etc., seguidos de
numerosos exemplos acerca da situação real da alma durante e depois da morte”.
Na primeira parte, são expostos vários assuntos em onze capítulos assim distribuídos:
“O Porvir e o Nada; Temor da Morte; O Céu; O Inferno; O Purgatório; Doutrina das Penas Eternas;
As Penas Futuras Segundo o Espiritismo; Os Anjos; Os Demônios; Intervenção dos Demônios nas
Modernas Manifestações; a Proibição de Evocar os Mortos”.

A segunda parte o livro traz a transcrição de comunicações de espíritos nas mais variadas
situações evocados por Kardec nas reunões da SPEE, e as seguintes questões:
“A Transição; Espíritos Felizes; Espíritos de Condição Mediana; Espíritos Sofredores, O Castigo;
Suicidas; Criminosos Arrependidos; Espíritos Endurecidos; Expiações Terrenas”.
Este livro é um dos mais consoladores da Doutrina Espírita. Além de destruir as idéias tradicionais
sobre o Céu e o Inferno coloca ao alcance de todos o conhecimento do mecanismo pelo qual se processa
a justiça divina, em concordância com o principio evangélico: “A cada um, segundo suas obras”.

5 - A GÊNESE

Em janeiro de 1868 surge, em Paris, a primeira dessa que é a ultima obra básica da Doutrina
Espírita. Ela tem como subtítulo: “Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo”.

O seu conteúdo é apresentado desta forma:


“A Doutrina Espírita é o resultado do ensino coletivo e concordante dos espíritos. A Ciência é
chamada a constituir a Gênese de acordo com as leis da natureza. Deus prova a sua grandeza e seu
poder pela imutabilidade de suas leis e não pela ab-rogação delas. Para Deus, o passado e o futuro são
presentes”.
Sobre a obra o próprio Kardec assim se expressa: “ ... é mais um passo no terreno das
conseqüências e das aplicações do Espiritismo. Conforme seu título o indica, ela tem por objeto o estudo
dos três pontos até agora diversamente interpretados e comentados: a Gênese , os Milagres e as
Predições, em suas relações com as novas leis decorrentes da observação dos fenômenos
espíritas”.(Introdução)

Em seus 18 capítulos, destacam-se os seguintes temas:


Caráter da Revelação Espírita; Existência de Deus; O Bem e o Mal; O Papel da Ciência na Gênese;
Antigos e Modernos Sistemas do Mundo; Uranografia Geral - O Espaço e o Tempo; Esboço Geológico da
Terra; Teoria Sobre a Terra; Revoluções do Globo; Gênese Orgânica; Gênese Espiritual; Gênese Mosaica;
Caracteres dos Milagres; Os Fluidos; Os Milagres do Evangelho; Teoria da Presciência; Predições dos
Evangelhos e os Tempos São Chegados.

É uma obra que enfeixa interessantes assuntos. No tocante aos Milagres, por exemplo, expõe
amplo estudo no sentido teológico, relacionando-os com a questão dos fluidos, sua natureza e
propriedades e também quanto ao perispírito. Desta forma, dá a explicação de vários “milagres” contidos
nos Evangelhos, entre eles: O Cego de Betsaida, O Paralítico da Piscina, Lázaro, Jesus Caminhando
Sobre as Águas, a Multiplicação dos Pães e outros. Expõe também a Teoria da Presciência e as
Predições do Evangelho, esclarecendo suas causas à luz do Espiritismo.
Na sua parte final o livro apresenta ainda um capítulo intitulado “Os Tempos são Chegados” no qual
aborda a marcha progressiva do globo, no campo físico e moral, de acordo com a Lei do Progresso.
Com este livro completa-se o conjunto das Obras Básicas da Codificação Espírita, também
conhecido como “O Pentateuco Kardequiano”.

6 - FINAL

Estas são as chamadas obras básicas da Doutrina Espírita. Elas representam o trabalho dos
espíritos, organizado, metodizado e classificado por Alan Kardec. Todo o aprendizado espírita deve
necessariamente começar pela ordem desses livros, pois foram editados numa seqüência lógica e
progressiva para oferecer o melhor entendimento. Entretanto, para o neófito que deseja ter uma visão
rápida do que seja, em linhas gerais, o Espiritismo, recomenda-se ler um opúsculo de Kardec preparado
especialmente para esse fim: “O Que é o Espiritismo?” - Paris, 1859.
Existem outros livros do mestre lionês considerados suplementares e que auxiliam a uma maior
compreensão da doutrina. São eles:
Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas (1858)
O Espiritismo em sua Expressão mais Simples (1862)
3
A Revista Espírita (1858 a 1869)
Obras Póstumas (1890)

Texto e adaptação: Lourival Augusto


Salvador - Ba, Agosto de 1996.

Referências Bibliográficas
1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, trad. Herculano Pires, 39 ed. 1979, LAKE, SP
2. KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns, trad. Herculano Pires, 10 ed. 1982, LAKE, SP
3. KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, trad. Herculano Pires. 9_ ed. EDICEL, 1985. SP.
4. KARDEC, Allan. O céu e o Inferno, trad. Herculano Pires, 3ª ed. LAKE. 1979. SP.
5. KARDEC, Allan. A Gênese, trad. Victor Tollendal Pacheco, 13ª ed. LAKE, 1981,SP.
6. KARDEC, Allan. Obras Póstumas trad. Guillon Ribeiro, 17ª ed. FEB, 1978, RJ.
7. KARDEC, Allan. O Que é o Espiritismo. Trad. Guillon Ribeiro. Ed. FEB. RJ.

4
CASA DO CAMINHO
PRONTO ATENDIMENTO ESPÍRITA

CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO

AULA N. º 10 - PERISPÍRITO: FORMAÇÃO E PROPRIEDADES.

O Espírito é a centelha divina. A parte inteligente do ser humano; sede da


consciência, da razão e da sensibilidade. É de natureza incorpórea e, por isso,
necessita de um agente intermediário que lhe permita agir sobre a matéria. Esse
agente é o perispírito.

1 Formação do Perispírito
O perispírito é de natureza semimaterial, ou seja, constituído de matéria tão
sutil, que não impressiona os nossos sentidos. Segundo Allan Kardec o perispírito é
formado por “uma substância que é vaporosa para ti (encarnado), mas ainda bastante
grosseira para nós (desencarnados)” (Livro dos Espíritos, pergunta 93). Esta
substância que forma o perispírito é retirada da atmosfera do mundo que o espírito irá
habitar. “É por isso que ele (o perispírito) não é o mesmo em todos os mundos;
passando de um mundo para outro o Espírito muda de envoltório como mudais de
roupa” (Livro dos Espíritos, pergunta 94)
Forma-se pela “condensação de um fluido em torno de um foco de inteligência”
(A Gênese, cap. XIV, item 7).
Como o corpo carnal, o perispírito tem sua origem no FCU (Fluido Cósmico
Universal) transformado. A diferença é que, enquanto no corpo carnal o fluido se
condensa a ponto de deixar a matéria tangível, no perispírito a transformação
molecular se dá de forma a manter a imponderabilidade e as qualidades etéreas do
fluido. A qualidade dos fluidos que formam o perispírito depende do nível evolutivo do
espírito. Quanto mais evoluído é o espírito e o mundo por ele habitado, mais sutil é o
seu perispírito.

2 Propriedades do Perispírito
Segundo Gabriel Delanne, no livro “A Evolução Anímica”, o perispírito tem as
seguintes propriedades e funções:
- “Reter todos os estados de consciências, de sensibilidade e de vontade”;
- “É o reservatório de todas os conhecimentos”;
- “Armazena, registra e conserva todas as percepções, volições (vontades)
e idéias da alma”;
- “É o guardião fiel, o acervo imprescindível do nosso passado”.

É no perispírito que se registram todas as ocorrências da jornada evolutiva do


espírito. É nele que ficam arquivadas todas as lembranças, os registros da memória e
os estados da consciência. É, ainda, o responsável pelo controle da formação e
conservação do corpo físico.

Para a ciência oficial “um dos espantosos mistérios dos seres vivos é o sistema
de cuidadoso equilíbrio pelo qual seus corpos são capazes de produzir células novas,
no lugar das antigas, mantendo, por esse meio, o mesmo número anterior” (Dr.
Heizaburo Ichikawa, diretor do Centro Hospitalar Nacional do Câncer, Tóquio, Japão).
O perispírito dá a chave para a solução desse “mistério”. É ele que garante a
recuperação dos tecidos lesionados do corpo físico. No tocante às percepções e
ações conscientes do encarnado, o perispírito desempenha papel relevante. Vejamos
como é o processo: todas as informações captadas pelos órgãos dos sentidos são
registradas pelo perispírito. Através dele, o Espírito toma consciência do ambiente em
que se encontra e das condições funcionais do corpo físico. As decisões que o espírito
necessita tomar são baseadas em registros de outras situações vividas pelo indivíduo
e registradas no perispírito. Este mecanismo de registro de informações e decisões, é
que constitui a memória.

As decisões do espírito são enviadas, através do perispírito, ao córtex cerebral


que determina a execução da ação pelo corpo físico.

Resumindo:
- O perispírito não é imutável; “depura-se e enobrece-se com a alma”
(Depois da Morte, Leon Denis);
- Forma com o espírito um todo indivisível;
- É indestrutível, assegurando ao espírito a memória integral, quando
desencarnado;
- Invisível em seu estado normal, pode condensar-se a ponto de tornar-se
visível e tangível. É esta propriedade que permite as aparições;
- Matéria nenhuma lhe impõe obstáculo. É a propriedade de
penetrabilidade.

Do sem número de funções e propriedades do perispírito, duas particularidades


merecem destaque, por sua participação e importância no processo do passe:

São: o Duplo Etérico e a Aura.

2.1 O Duplo Etérico


“Todos os seres vivos, dos mais rudimentares aos mais complexos, se revestem
de um halo energético que lhes corresponde à natureza. No Homem, contudo,
semelhante projeção surge profundamente enriquecida e modificada pelos fatores do
pensamento contínuo que, em se ajustando às emanações do campo celular, lhe
modelam, em derredor da personalidade o conhecido corpo vital ou duplo etéreo”
(Espírito André Luiz, no livro “Evolução em Dois Mundos”, capítulo XVII, psicografia de
Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira).

Pelo exposto, podemos concluir que o duplo etérico é um corpo fluídico, uma
espécie de duplicata do indivíduo que interpenetra o seu corpo físico e dele se irradia.
É importante considerar que o duplo etérico não é um “corpo” à parte e independente
do perispírito e sim uma sua extensão, um verdadeiro campo energético.

2.2 A AURA
Como vimos, o duplo etérico emite energia continuamente a partir de sua
superfície. A essas energias em forma de raias é que se denomina aura interna
(Fig.11)
A aura interna é de aparência bastante variada, principalmente quanto à
intensidade e coloração. Suas características modificam-se em função da saúde, da
alimentação, dos sentimentos etc. Variam também quanto à amplitude que é sempre
maior nas extremidades do corpo, onde atinge uma espessura entre um e dois
centímetros. Nestes limites as emanações da aura são mais intensas, reduzindo
gradualmente sua intensidade a partir desse ponto. Após esse ponto, em que as raias
praticamente se extinguem, verifica-se por mais de uma dezena de centímetros, já
sem a forma definida do corpo, uma luminosidade difusa, vaporosa, emanada do duplo
etérico que constitui a chamada aura externa ou simplesmente aura (Fig. 12).

A Aura é uma “fotografia” sensível de todos os nossos estados de espírito. É a


fotosfera psíquica de coloração variável de acordo com o teor da onda mental que
emitimos e que retrata em cores e imagens todos os nossos pensamentos e
sentimentos. É esta “fotografia” que fornece os componentes fluídicos para a produção
das formas-pensamento – nossas criações mentais – verdadeiros pacotes fluídicos
que, se exteriorizando para o ambiente ficam sujeitas às forças de atração e repulsão
que promovem o deslocamento dos fluidos. Quando, através de nossos
pensamentos e sentimentos entramos em sintonia vibratória com esses “pacotes”,
imediatamente os atraímos. Ao atingir-nos, serão parcial ou totalmente assimilados
pelo nosso duplo etérico, produzindo em nós os efeitos de acordo com suas
características vibratórias: os bons fluidos causando bem-estar e os maus fluidos
causando desequilíbrio e enfermidades.
CASA DO CAMINHO
PRONTO ATENDIMENTO ESPÍRITA

CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO

AULA Nº 11 - MEDIUNIDADE, COMUNICABILIDADE MEDIÚNICA

1) Introdução.

Se as almas sobrevivem à morte do corpo físico; continuam com as suas idéias,


pensamentos e sentimentos; se, conforme o teor dos seus sentimentos, ainda amam, ou odeiam,
desejam ajudar ou atrapalhar; sentem saudades; etc. Se tudo isto é verdadeiro o que pode impedir
que essa vontade de comunicação entre os dois planos seja realizada?
O intercâmbio entre os “vivos” e os “mortos” existe desde todos os tempos e é sancionado
pelo testemunho da História. Especialmente as religiões em seus livros sagrados registram diversos
exemplos que não deixam a menor dúvida sobre a autenticidade do fenômeno. A descrença sobre
esses fatos deve-se ao predomínio do ceticismo e do materialismo dos nossos dias. Em O Livro dos
Médiuns, cap. I, Allan Kardec, faz um estudo sobre a questão da existência dos Espíritos e de suas
manifestações no plano corpóreo colocando, de forma lógica e clara, as possibilidades reais e
objetivas desse fenômeno.

1.1) Médium e Mediunidade.

No centro dessas manifestações, além do espírito comunicante, está a pessoa que é


suscetível de sentir a influência dos espíritos em qualquer grau de intensidade. A essa pessoa Kardec
chamou de médium e a faculdade que permite esse intercâmbio, ele denominou: mediunidade.
É importante ressaltar que essa faculdade não se revela em todos da mesma maneira e,
embora guardando características comuns à todos, cada médium tem a sua forma própria de situar-
se e de se perceber no processo, o que lhe permite uma maior ou menor facilidade em receber as
mensagens e sentir os espíritos.
Os fenômenos, por sua vez, se dividem em tantas variedades quantas são as espécies de
manifestações.

2) Tipos de Mediunidade.

Sintetizando o que diz “O Livro dos Médiuns”, os médiuns podem ser divididos em duas
grandes categorias:

2.1) Médiuns de Efeitos Físicos.

São os que têm o poder de provocar fenômenos materiais ou manifestações ostensivas,


chamados Fenômenos de Efeitos Físicos, que se traduzem por efeitos sensíveis, como os ruídos, o
movimento e o deslocamento de corpos sólidos. Os fenômenos de efeitos físicos podem ser ainda
subdivididos em:

2.1.1) Espontâneos – quando independem da vontade do agente (médium).

2.1.2) Provocados quando dependem da vontade do agente.

De todas as manifestações mediúnicas de efeitos físicos, as mais simples e freqüentes


são os ruídos e as pancadas. Tem características inconfundíveis como intensidade e timbres
variados.

2.2) Médiuns de Efeitos Intelectuais.

São os que estão mais propensos às comunicações inteligentes São classificados nesse
grupo os seguintes médiuns:

2.2.1) Médiuns audientes: Ouvem a voz dos espíritos.


2.2.2) Médiuns falantes: São aqueles que “emprestam” seus órgãos vocais aos espíritos
comunicantes. É o tipo de mediunidade atualmente mais comum. Essa designação de “falantes” dadas
por Kardec não é muito popularizada, geralmente são conhecidos como médiuns de psicofonia ou de
incorporação (especialmente esse último termo).
2.2.3) Médiuns videntes: Dotados da faculdade de ver os Espíritos. A vidência pode ser
objeto de desenvolvimento, mas por suas peculiaridades, o codificador recomenda esperar que esse
desenvolvimento seja natural e espontâneo a fim de evitar que o edium seja vítima da própria
imaginação.
2.2.4) Médiuns videntes: Dotados da faculdade de ver os Espíritos. A vidência pode ser
objeto de desenvolvimento, mas por suas peculiaridades, o codificador recomenda esperar que esse
desenvolvimento seja natural e espontâneo a fim de evitar que o edium seja vítima da própria
imaginação.
2.2.5) Médiuns sonambúlicos: O sonambulismo pode ser anímico ou mediúnico.
Anímico quando é a própria alma do sensitivo que se manifesta, ou mediúnico quando ele é
instrumento de uma inteligência estranha.
2.2.6) Médiuns escreventes ou psicógrafos: Este tipo de mediunidade, na época
de Kardec, era por ele considerada, a forma mais simples e prática das comunicações com os espíritos.
Está subdividida em: mecânicos, intuitivos, semimecânicos e inspirados.
2.2.6.1) Médiuns mecânicos ou passivos: O que caracteriza o fenômeno, nesta
circunstância, é que o médium não tem a menor consciência do que escreve, apresentando, de certa
forma, uma inconsciência absoluta do processo.
2.2.6.2) Médiuns intuitivos: Nesta modalidade o médium tem consciência do que
escreve, embora a mensagem não seja fruto do seu pensamento, e sim, de uma inteligência estranha.
Ele é mais um intérprete das entidades manifestantes.
2.2.6.3) Médiuns semimecânicos: Este tipo de médiuns é um meio termo entre
os mecânicos e os intuitivos. Ao mesmo tempo em que é impulsionado a escrever, por uma força
estranha, tem consciência do que escreve.
2.2.6.4) Médiuns inspirados: É uma variedade da mediunidade intuitiva. Pode ser
assim considerada toda a pessoa que recebe, seja no estado normal, seja no estado de êxtase,
pelo pensamento, comunicações estranhas às suas idéias . Essa forma de mediunidade é
caracterizada pela espontaneidade. Em relação à intuitiva, nela é ainda mais difícil distinguir os
pensamentos próprios dos que são sugeridos.

Lourival Augusto
Salvador, BA.
Outubro de 1996.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KARDEC, Allan. O livro dos Médiuns. Trad. J. Herculano Pires, 10ª edição LAKI, 1982 
São Paulo, SP.
_. A Gênese, Ed. FEB, Rio de Janeiro, RJ.
CASA DO CAMINHO
PRONTO ATENDIMENTO ESPÍRITA

CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO

AULA N. º 15 E 16 - A DESOBSESSÃO E AS REUNIÕES DOUTRINÁRIAS, O CULTO DO


EVANGELHO NO LAR .

1. A Desobsessão e as Reuniões Doutrinárias

Outra ação de muita importância para o processo da desobsessão é a reunião


doutrinária. Verificamos isso nas obras de André Luiz, e em “Trilhas da Libertação”, da autoria
de Manoel Philomeno de Miranda que faz a narrativa dos acontecimentos durante uma reunião
doutrinária.
Quando uma pessoa entra no Centro Espírita, que tem uma psicosfera vibratória
adequada, já está protegida dos seus desafetos. Quando ela ali se adentra, os Espíritos
benevolentes começam a fazer um tratamento adequado, segundo as necessidades que
apresenta.
Então, verifica-se que durante a exposição doutrinária há verdadeiros milagres nessa
área, porque o encarnado está fora da sintonia do desencarnado, que o está atormentando, e
prestando atenção ao conteúdo da palestra.
Esta ocorrência permite aos Benfeitores espirituais, a realização de cirurgias perispirituais,
visando, assim, colocar um ponto final naquelas ligações fluídicas, que são o motivo da
implantação da obsessão no que se refere ao encarnado. Ali ele se renova mentalmente,
emocionalmente e, durante todo aquele percurso se processa uma verdadeira psicoterapia de
apoio para o encarnado porque ele recebe uma terapia de ordem psicológica, de salutar
eficiência para a questão desobsessiva.
Quando sair dali, vai depender dele próprio a continuidade dos benefícios, permanecendo
na sintonia do bem, ou, então, voltar a sintonizar com seus desafetos. Os Benfeitores fazem
inclusive uma triagem das entidades que acompanham os encarnados, e que se situam no seu
campo magnético. Aquelas que estão mais suscetíveis de serem doutrinadas são hospedadas
na Casa Espírita para posterior tratamento, no campo dos desencarnados.
No final da reunião, há também o benefício do passe, que pode ser coletivo ou individual
e que retira os resíduos de fluidos que o indivíduo traz, para que ele saia dali liberto daquelas
injunções obsessivas, que vêm martirizando-o há muito tempo.
Vale recordar a postura dos expositores. Nossas Casas Espíritas devem ter expositores
estudiosos, que preparem com cuidado as suas palestras, buscando escolher temas, que
veiculem uma mensagem positiva e otimista. Nunca transmitir circunstâncias deprimentes para
as pessoas que ali se encontram; para tanto é necessária uma elaboração esquematizada dos
assuntos doutrinários-evangélicos focalizados. Preservarem-se da acomodação de que os
Bons Espíritos irão inspirá-los no momento próprio.
O expositor, portanto, tem que manter todos esses cuidados, e mais a conduta moral
sadia para se tornar um ponto de referência para os ouvintes. Os dirigentes de Centro têm a
obrigação de escolher, com cuidado, os palestrantes que irão ocupar a tribuna das Casas que
dirigem.
Os expositores devem tornar-se mais próximos uns dos outros, sem reações contrárias à
troca de idéias entre si, evitando espírito de competição. Inclusive, ouvirem-se uns aos outros.
Diante do exposto, as nossas Casas Espíritas devem colocar em pauta a apresentação de
palestras de boa qualidade. Isto é muito importante para a terapia de apoio, que é a reunião
doutrinária, indispensável no processo de desobsessão.

Adaptado de A Obsessão: Instalação e Cura. Coletânea das Obras de Manoel Philomeno


de Miranda, psicografadas por Divaldo Pereira Franco, organizada por Adilton Pugliese, p. (187
a 188).
2. O Culto do Evangelho no Lar

Jesus Contigo
Dedica uma das sete noites da semana ao Culto Evangélico no Lar, a fim de que Jesus
possa pernoitar em tua casa.
Prepara a mesa, coloca água pura, abre o Evangelho, distende a mensagem da fé,
enlaça a família e ora. Jesus virá em visita.
Quando o Lar se converte em santuário, o crime se recolhe ao museu. Quando a família
ora, Jesus se demora em casa. Quando os corações se unem nos liames da Fé, o equilíbrio
oferta bênçãos de consolo e a saúde derramam vinho de paz para todos.
Jesus no Lar é vida para o Lar.
Não aguardes que o mundo te leve a certeza do bem invariável. Distende, da tua casa
cristã, a luz do Evangelho para o mundo atormentado.
Quando uma família ora em casa, reunida nas blandícias do Evangelho, toda a rua
recebe o benefício da comunhão com o Alto.
Se alguém, num edifício de apartamentos, alça aos Céus a prece da comunhão em
família, todo o edifício se beneficia, qual lâmpada ignorada, acesa na ventania.
Não te afastes da linha direcional do Evangelho entre os teus familiares. Continua orando
fiel, estudando com os teus filhos e com aqueles a quem amas as diretrizes do Mestre e,
quanto possível, debate os problemas que te afligem à luz clara da mensagem da Boa Nova e
examina as dificuldades que te perturbam ante a inspiração consoladora do Cristo. Não
demandes à rua, nessa noite, senão para os inevitáveis deveres que não possas adiar.
Demora-te no Lar para que o Divino Hóspede aí também se possa demorar.
E quando as luzes se apagarem à hora do repouso, ora mais uma vez, comungando com
Ele, como Ele procura fazer, a fim de que, ligado a ti, possas, em casa, uma vez por semana
em sete noites, ter Jesus contigo.
Joanna de Angelis
(Do livro Messe de Amor, psicografia do médium Divaldo Pereira Franco)

2.1 Principais Finalidades do Evangelho no Lar

1º - Estudar o Evangelho à Luz da Doutrina Espírita, a qual possibilita compreendê-lo em


"espírito e verdade", facilitando, assim, pautar nossas vidas segundo a vontade do Pai.

2º - Criar em todos os lares o hábito salutar de reuniões evangélicas, para que despertem e
acentuem o sentimento fraterno que deve existir em cada criatura.

3º - Pelo momento de paz e de compreensão que o Evangelho no Lar oferece, unir mais as
criaturas, proporcionando-lhes uma vivência mais tranqüila.

4º - Tornar o Evangelho melhor compreendido, sentido e exemplificado, no lar e em todos os


ambientes.
5º - Higienizar o lar pelos nossos pensamentos e sentimentos elevados permitindo assim, mais
fácil influência dos Mensageiros do Bem.

6º - Ampliar o conhecimento literal e espiritual do Evangelho para oferecê-lo com maior


segurança a outras criaturas.

7º - Facilitar no lar e fora dele o amparo necessário para enfrentar as dificuldades materiais e
espirituais, mantendo, operantes, os princípios da oração e da vigilância...

8º - Elevar o padrão vibratório dos componentes do lar, a fim de que ajudem, com mais
eficiência, o Plano Espiritual na obtenção de um mundo melhor.

2.2 Roteiro
1 – Escolher um dia da semana, fixando horário para o Culto do Evangelho no Lar.
Convidar todos os membros da família e visitas a participarem. Se recusarem o convite, faça-o
sozinho. Seus amigos espirituais estarão presentes.
2 – Abrir a reunião com uma prece.
3 – Fazer a leitura, em voz alta, de um texto de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” ou
outro livro de conteúdo e inspiração evangélica.
4 – Após a leitura, trocar idéias sobre o texto lido (incluindo as crianças), buscando o
entendimento de sua mensagem. Evitar a polêmica e o desvio para assuntos alheios ao texto e
aos objetivos da reunião.
Importante – As crianças devem ser incentivadas a participar da reunião para que
possam iniciar com segurança a nova experiência física. Permitir que elas façam comentários,
perguntas e colaborem nas preces. Acrescentar livros de história infantil, para despertar nelas o
interesse e o gosto pelos ensinos de Jesus.

Lembremo-nos: "Deixai vir a mim as criancinhas e não as impeçais..." (Jesus – Marcos, 10:14)

5 – A seguir, rogar a Jesus em favor do seu lar e de sua família, das pessoas
presentes, amigos e vizinhos, pela paz e fraternidade entre os homens, pelos
governantes e os que trabalham na elaboração das leis, e encerrar agradecendo a Deus
por tudo que lhes tem proporcionado.

Cuidado!

Não transforme o Culto do Evangelho no Lar em reunião mediúnica. Desenvolvimento


mediúnico e desobsessão requerem condições vibratórias especiais, só disponíveis em Centros
Espíritas.
Sugestões
 Além de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, poderão ser utilizados outros
livros como:
Pão Nosso
Fonte Viva
Vinha de Luz
Caminho Verdade e Vida.

Os livros acima são de autoria do Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido


Xavier.
 Música suave, em volume baixo, favorece uma melhor ambientação para as
vibrações e preces.
 O Culto do Evangelho no Lar não é uma cerimônia religiosa. Caso seja realizado
em torno de uma mesa, não haverá necessidade de forra-la com toalha branca ou
colocar sobre ela flores, imagens, retratos ou qualquer outro objeto.
 A reunião não deverá prolongar-se por mais de 30 minutos.

Você também pode gostar