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ALLAN KARDEC

Antecedentes históricos de Allan Kardec


Iluminismo (séc. XVIII);
Revolução Industrial;
Independência dos EUA (1776);
Revolução Francesa (1789);
Idade Moderna  Idade Contemporânea;
O contexto histórico e cultural em que Allan Kardec
nasceu e viveu

O Século XIX foi um desses momentos em que a


humanidade foi agraciada com um grande número de
Espíritos luminosos que vieram efetuar profundas
transformações na conjuntura política, social, científica,
cultural e econômica daquela época.
O MENINO HIPPOLYTE

Nome: Hippolyte Léon Denizard Rivail


Data de Nascimento: 19h do dia 03 de outubro de 1804
Cidade onde nasceu: Lyon (França)

Pai: Jean-Baptiste Antoine Rivail


Mãe: Jeanne Louise Duhamel

Educação: Aluno de Pestalozzi

Atuação da família: Advocacia, Magistratura, Educação

Seu interesse: Estudo das ciências e filosofia


Instituto de Yverdon
 Foi discípulo do professor, jornalista e escritor Johann
Heinrich Pestalozzi, fundador de um dos centros de ensino
mais inovadores e renomados da Europa, o Instituto de
Yverdon, na Suíça. Rivail tinha 10 anos quando iniciou seus
estudos no castelo de Yverdon. No internato, os princípios de
liberdade, igualdade e fraternidade difundidos pelo filósofo
Jean-Jacques Rousseau — e hasteados como bandeiras na
então recém-vitoriosa Revolução Francesa — guiavam as
dez horas diárias de estudos e atividades complementares,
como jardinagem, pintura e ginástica. Numa época em que
estudantes eram obrigados a decorar fórmulas e verdades
irrefutáveis impostas pelos mestres, sob pena de
experimentar a força de varas e palmatórias, o Instituto de
Yverdon era uma revolução.
Instituto de Yverdon
 Altas personalidades políticas, científicas, literárias e
filantrópicas voltavam maravilhadas de suas visitas ao
famoso Instituto. Louvaram o criador dessa obra
revolucionária, e por ela também se interessaram Göethe;
o rei da Prússia, Frederico Guilherme III, e sua esposa
Luísa; o czar da Rússia, Alexandre I; o rei Carlos IV da
Espanha; os reis da Baviera e de Wurtemberg; o
imperador da Áustria; a futura imperatriz do Brasil, D.
Leopoldina de Áustria, e muitos expoentes da nobreza
europeia e do mundo cultural.
Pestalozzi e Rivail
 “A época de ensinar não é a de julgar e criticar”;

 “A individualidade do aluno deve ser sagrada para o educador”;

 “O principal objetivo do ensino elementar não é sobrecarregar a


criança de conhecimentos e talentos, mas desenvolver e
intensificar as forças de sua inteligência.”

 Pestalozzi foi um dos pioneiros da pedagogia moderna,


influenciando profundamente todas as correntes educacionais.

 Rivail era um aluno dedicado e se tornou um dos mais


eminentes discípulos do mestre. Aos quatorze anos de idade já
ensinava aos seus colegas menos adiantados.
O professor Rivail
 Chegando à Paris, Rivail logo se pôs a exercer o
magistério, aproveitando as horas vagas para traduzir obras
inglesas e alemãs, e para preparar o seu primeiro livro
didático. Assim é que em dezembro de 1823, com apenas
dezoito anos de idade, lançou sua primeira obra, o Curso
Prático e Teórico de Aritmética, segundo o método de
Pestalozzi. A obra era recomendada aos professores e às
mães de família que desejassem dar aos seus filhos as
primeiras noções de Aritmética, e primava pela simplicidade
e clareza, qualidades estas que são, aliás, o principal mérito
de todas as publicações de Rivail-Kardec O método por ele
empregado desenvolve as faculdades intelectuais do aluno.
Este não se limita a reter as fórmulas pela memória:
penetra-lhes a essência, por assim dizer.
Exercício das funções diretivas e
educativas
 No início de 1825 dirige a Escola de Primeiro Grau,
primeiro estabelecimento de ensino fundado por ele em
Paris.

 Em 1826 funda um instituto técnico que funcionou até


1834, o Instituto Rivail.

 Empregou-se como contabilista em três casas


comerciais.

 Passou a dedicar-se, juntamente com o Prof. Levy-


Alvarès, à preparação de cursos noturnos para alunos
de ambos os sexos.
Exercício das funções diretivas e
educativas
 Como pedagogo, Rivail dedicou-se à luta para uma
maior democratização do ensino público.

 Entre 1835 e 1840, junto com Amélie, manteve em sua


residência, na rua de Sèvres, cursos gratuitos de
Química, Física, Anatomia comparada, Astronomia e
outros.

 Rivail utilizou-se do ensino intuitivo, processo didático


preconizado por Pestalozzi.
Ensino intuitivo

 O ensino intuitivo se funda na substituição do verbalismo


e do ensino livresco pela observação, pelas
experiências, pelas representações gráficas, etc.,
operando sobre todas as faculdades da criança.

 Esse método faz a criança pensar a seu modo, a


caminhar com seus próprios pés, e não com os pés do
seu mestre; enfim, a criança é estimulada em sua
iniciativa pessoal.
Princípios pedagógicos do ensino
intuitivo
1. Cultivar o espírito natural de observação das crianças,
dirigindo-lhes a atenção para os objetos que as cercam.

2. Cultivar a inteligência, observando um comportamento que


habilite o aluno a descobrir por si mesmo as regras.

3. Proceder sempre do conhecido para o desconhecido, do


simples para o composto.

4. Evitar toda atitude mecânica, levando o aluno a conhecer o fim


e a razão de tudo o que faz.

5. Conduzi-lo a apalpar com os dedos e com os olhos todas as


verdades.

6. Só confiar à memória aquilo que já tenha sido apreendido pela


inteligência.
As obras didáticas
 Curso Prático e Teórico de Aritmética (1823);
 Curso Completo Teórico e Prático de Aritmética (1845);
 Escola de Primeiro Grau;
 Plano Proposto para a Melhoria da Educação Pública
(1828) (obra mereceu destaque e prêmio nacional);
 Os Três Primeiros Livros de Telêmaco;
 Gramática Francesa Clássica (1831);
 Memória sobre a Instrução Pública (1831);
 Qual o Sistema de Estudos mais em Harmonia com as
Necessidades da Época? (1831);
 Discurso Pronunciado por Ocasião da Distribuição dos
Prêmios de 14 de agosto de 1834;
 Programa dos Estudos segundo o Plano de Instrução de
H.L.D. Rivail;
 Manual dos Exames para os Certificados de Capacidade
(1846);
As obras didáticas
 Soluções dos Exercícios e Problemas do Tratado Completo
de Aritmética;
 Projeto de Reforma referente aos Exames e aos
Educandários para Mocinhas;
 Catecismo Gramatical da Língua Francesa (1848);
 Gramática Normal dos Exames;
 Ditados Normais dos Exames;
 Ditados da Primeira e da Segunda Idade (1850);
 Ditados da Primeira e da Segunda Idade, volume dois;
 Curso de Cálculo Mental;
 Programa dos Cursos Usuais de Física, Química,
Astronomia e Fisiologia;
 Programa dos Estudos de Instrução Primária;
 Tratado de Aritmética.
O professor Rivail
 Rivail era um linguista insigne e conhecia a fundo o alemão, o
inglês, o italiano, o espanhol e o holandês. Publicou em 1830
a obra “Telêmaco”, de Fénelon, traduzida para o alemão.

 Membro de várias sociedades sábias, notadamente da


Academia Real de Arras.

 Rivail era conhecido pela sua inteligência, discernimento e


ponderação, tornando-se amigo de Victor Hugo, Theóphile
Gautier, Camille Flammarion e outros conhecidos e ilustres
pensadores franceses.

 Seu nome era conhecido e respeitado e muitas de suas obras


foram adotadas pelas universidades da França.
Amélie-Gabrielle Boudet
 Nasceu em Thiais, em 23 de novembro de 1795;

 Professora de Letras e Belas-Artes, publicara três livros antes


de conhecer Rivail: Contos primaveris, de 1825; Noções de
desenho, de 1826; e O essencial em Belas-Artes, de 1828;

 Casou-se com Rivail em cerimônia civil no dia 6 de fevereiro


de 1832. Amélie tinha 36 anos e Rivail 27 anos;

 Morreu em Paris, no dia 21 e janeiro de 1883, aos 87 anos.


Rivail e o Magnetismo
 Iniciou seus estudos em 1823, segundo afirma na Revista Espírita
de 1858. Nos anos seguintes passou a dedicar parte de seu tempo
ao estudo, teórico e prático, de todas as fases do sonambulismo
magnético (estado de emancipação da alma, provocado pela ação
de um magnetizador por meio do fluido magnético).

 O magnetismo animal ou mesmerismo, visto ter tido no médico


alemão Franz Anton Mesmer seu grande expoente, esteve em voga
no século XVIII e XIX. Mesmer acreditava na existência de uma
força natural invisível possuída por todos os seres vivos/animados,
o fluido magnético. Ele acreditava que tal força poderia ter efeitos
físicos, incluindo propriedades de cura.

 Entre 1852 e 1853 Rivail estava perdendo a visão e com o


diagnóstico médico de cegueira iminente. Procurou uma famosa
sonâmbula de Paris e obteve a cura.
Dentro do contexto cultural do século XIX se
multiplicam os fenômenos mediúnicos, sobretudo de
efeitos físicos.

 Levitações
 Hydesville
 Mesas girantes...
Primeira notícia das mesas girantes
 Foi em 1854 que pela primeira vez ouvi falar das mesas
girantes. Encontrei um dia o magnetizador, Senhor Fortier, a
quem eu conhecia desde muito tempo e que me disse:

 FORTIER: Já sabe da singular propriedade que se acaba


de descobrir no magnetismo? Parece que já não são
somente as pessoas que se podem magnetizar, mas também
as mesas, conseguindo-se que elas girem e caminhem a
vontade.
 KARDEC: Mas a rigor, isso não me parece
radicalmente impossível, o fluido magnético, que é
uma espécie de eletricidade, pode perfeitamente atuar
sobre os corpos inertes e fazer com que eles se
movam.
Algum tempo depois, encontrei-me novamente com o Sr.
Fortier, que me disse:

FORTIER: Temos uma coisa muito mais


extraordinária; não só se consegue que uma mesa se
mova, magnetizando-a, como também que fale.
Interrogada, ela responde.

KARDEC: Isto agora é outra questão. Só acreditarei


quando o vir e quando me provarem que uma mesa
tem cérebro para pensar, nervos para sentir e que
possa tornar-se sonâmbula. Até lá, permita que eu
não veja no caso mais do que um conto para fazer-
nos dormir em pé.
 Era lógico este raciocínio: eu concebia o movimento por
efeito de uma força mecânica, mas, ignorando a causa e a lei
do fenômeno, afigurava-me absurdo atribuir-se inteligência a
uma coisa puramente material. Achava-me na posição dos
incrédulos atuais, que negam porque apenas veem um fato
que não compreendem.
 No ano seguinte, estávamos no começo de 1855, encontrei-
me com o Sr. Carlotti, amigo de 25 anos, que me falou
daqueles fenômenos durante cerca de uma hora, com o
entusiasmo que consagrava a todas as ideias novas.
 Passado algum tempo, pelo mês de maio de 1855, fui à casa
da sonâmbula Sra. Roger, em companhia do Sr. Fortier, seu
magnetizador. Lá encontrei o Sr. Pâtier e a Sra.
Plainemaison, que daqueles fenômenos me falaram no
mesmo sentido em que o Sr. Carlotti se pronunciara, mas em
tom muito diverso.
 O Sr. Pâtier era [...] muito instruído, de caráter grave, frio
e calmo; sua linguagem pausada, isenta de todo
entusiasmo, produziu em mim viva impressão e, quando
me convidou a assistir às experiências que se
realizavam em casa da Sra. Plainemaison, na rua
Grange Batelière, 18, aceitei imediatamente.

 Foi aí que, pela primeira vez, presenciei o fenômeno das


mesas que giravam, saltavam e corriam, em condições
tais que não deixavam lugar para qualquer dúvida. [...]
Eu entrevia, naquelas aparentes futilidades, no
passatempo que faziam daqueles fenômenos, qualquer
coisa de sério, como que a revelação de uma nova lei,
que tomei a mim estudar a fundo.
 Numa das reuniões da Sra. Plainemaison, travei
conhecimento com a família Baudin, que residia
então na rua Rechechouart. O Sr. Baudin me
convidou para assistir às sessões hebdomadárias
que se realizavam em sua casa e às quais me
tornei desde logo muito assíduo. [...] Os médiuns
eram as duas senhoritas Baudin, que escreviam
numa ardósia com o auxílio de uma cesta, chamada
carrapeta e que se encontra descrita em O Livro
dos Médiuns.

 As pesquisas de Rival iniciaram-se com a ajuda das


médiuns Caroline e Julie Baudin, então com 16 e 14
anos, filhas de Emile-Charles e Clementine Baudin.
 Compreendi, antes de tudo, a gravidade da
exploração que ia empreender; percebi,
naqueles fenômenos, a chave do problema
tão obscuro e tão controvertido do passado
e do futuro da Humanidade, a solução que
eu procurara em toda a minha vida. Era, em
suma, toda uma revolução nas ideias e nas
crenças; fazia-se mister, portanto, andar
com a maior circunspeção e não
levianamente; ser positivista e não idealista,
para não me deixar iludir.
Primeiras observações:

a) Os espíritos eram nada mais do que as


almas dos Homens.

b) Prova de um mundo invisível,


“espiritual”, por intermédio da comunicação.

c) Individualidade dos Espíritos;


 Rivail recebeu do seu amigo Carlotti cinquenta
cadernos repletos de mensagens. Material reunido
ao longo de 5 anos de sessões. O calhamaço de
textos escritos a lápis veio da casa do sr. Roustan,
na rua Tiquetonne, número 14, pelas mãos de outra
médium: Ruth Japhet, então com 19 anos.

 As irmãs Baudin casaram-se e Ruth Japhet ficou


indignada pela ausência de menção a seu nome em
O Livro dos Espíritos;

 Após a primeira edição de O Livro dos Espíritos,


Kardec passou a ser auxiliado por Ermance Dufaux,
então com 16 anos.
KARDEC E A MISSÃO
 As primeiras notícias dos fenômenos mediúnicos
das mesas girantes (1854);
 Os primeiros estudos sérios de Espiritismo
(1855);
 Notícias e desempenho da missão
(12.06.1856);
 O nome Allan Kardec (1857);
 A atuação de Kardec na codificação da Doutrina
Espírita (divulgação);
 A desencarnação (31 de março de 1869)
18 de abril de 1857
O LIVRO DOS ESPÍRITOS
um tratado dialogado de filosofia espiritualista.
Organização do saber Espírita: os resultados
KARDEC E AS OBRAS ESPÍRITAS

 O Livro dos Espíritos (18 de abril de 1857);


 A Revista Espírita (janeiro de 1858 a abril de 1869);
 O que é o Espiritismo (julho de 1859);
 O Livro dos Médiuns (15 de janeiro de 1861);
 O Evangelho segundo o Espiritismo (abril de 1864);
 O Céu e o Inferno (agosto de 1865);
 A Gênese (16 de janeiro de 1868);
 Obras Póstumas (1890), publicada por P. G. Leymarie.
 Espiritismo e Doutrina Espírita foram
palavras criadas por Kardec, assim como
espírita, espiritista, mediunidade, médium e
perispírito;

Terceira Revelação
Judaico-Cristã;

Cristianismo Redivivo;

Consolador Prometido;
Como foi organizado o saber espírita?
 Entes não físicos se identificaram como ESPÍRITOS
responsáveis pelos eventos observados;

 Nenhuma teoria preconcebida;


 Observações com vários médiuns em diversos lugares;

 Metodologia das ciências vigentes, ou seja, a


experimentação;
 Autoridade da Doutrina Espírita;
 Transdisciplinaridade da Doutrina Espírita.
Princípios da Doutrina Espírita
Deus
Pluralidade dos Mundos Habitados
Imortalidade da Alma
Pluralidade das existências
Comunicabilidade dos Espíritos
Lei de Progresso

Lei de Justiça, Amor e Caridade

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