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RADIOLOGIA E

ULTRASSONOGRAFIA
PRINCÍPIOS DE RADIOLOGIA E OS MEIOS DE MÉTODOS DE MANIPULAÇÃO E CONHECIMENTO
CONTRASTE DOS APARELHOS DE RAIOS-X
A radiologia pode ser definida como Equipamento de raio-X convencional:
a especialidade médica que consiste na uti- costuma ficar fixo na sala usada para radi-
lização de imagens para o auxílio do diag- ografias. É composto por uma mesa horizon-
nóstico clínico e terapêutico (radiologia in- tal, que se movimenta em todas as direções
tervencionista). A radiologia geral tem como para focar a parte de corpo que será exa-
princípio básico os raios X, uma radiação minada. Na área superior, fica a ampola de
eletromagnética capaz de ionizar a matéria raios X, que tem os componentes responsá-
em virtude de seu alto conteúdo de energia. veis pela produção da radiação, uma aber-
Pode-se apresentar quatro densidades tura por onde sai o feixe de raios X e coli-
radiográficas básicas, do radiotransparente madores. Depois de captar as imagens, o
ao radiopaco: equipamento faz a gravação em um filme.
• Ar; Por isso, para visualizar as imagens colhidas
• Gordura; durante a radiografia, é preciso revelar esse
• Partes moles; filme.
• Osso.

Contrastes são substâncias utilizadas


com o objetivo de promover diferentes ate-
nuações dos tecidos a serem examinados.
Por exemplo, uma lesão nodular no parên-
quima hepático que se apresenta isodensa
nas fases sem contraste. Ao injetarmos o con-
traste endovenoso, as células da lesão vão
captar de maneira diferente os hepatócitos,
desse modo, a lesão, que era hipodensa na
fase não contrastada, tornar-se-á hipo ou
hiperdensa com relação ao parênquima he- Equipamento de raio-X digital: A prin-
pático nas fases pós-contraste. O meio de cipal diferença entre o aparelho convenci-
contraste também pode ser utilizado por via onal e o digital está na forma de captação
oral nos exames de radiologia geral e TC, e formação das imagens. Como citei acima,
com o objetivo de opacificar as alças intes- o equipamento convencional utiliza um filme
tinais e permitir uma melhor avaliação do para registrar as informações da radiogra-
tubo digestório. As substâncias utilizadas na fia. O digital, por outro lado, capta os da-
radiologia geral e na tomografia computa- dos por meio de uma placa sensível à radi-
dorizada são o iodo e o bário. O iodo ação e, em seguida, forma as imagens em
pode ser administrado por vias oral e endo- pixels em conexão direta ou indireta com o
venosa, e o bário exclusivo por via oral. Na computador. A tecnologia digital também
RM utilizamos o gadolínio, um meio de con- possibilita a obtenção de imagens claras
traste paramagnético. com tempo reduzido de exposição do pa-
ciente aos raios X.
O paciente deve usar a vestimenta à
base de chumbo para reduzir o impacto e
a absorção excessiva de raios X. Quanto
ao técnico, precisa ficar em uma sala espe-
cial protegida por chumbo durante todo o
funcionamento do equipamento. Ele deve
também monitorar com frequência os níveis
de radiação no ambiente de trabalho para
não comprometer a sua saúde.

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO GERAL


Equipamento de raio-X móvel: Usado Muitos dos componentes que formam
para examinar pacientes acamados ou com os equipamentos radiológicos foram proje-
dificuldades para se mover, o raio-X móvel tados para evitar a exposição desnecessá-
tem como maior vantagem justamente a ria dos pacientes e profissionais e já foram
possibilidade de deslocamento. Esses apa- vistos quando estudamos a física das radi-
relhos estão disponíveis com sistema analó- ações. A seguir, estão listados alguns deles
gico ou digital, em tamanhos e modelos va- e seu papel na radioproteção:
riados. • O tubo de raios-X recebe um invólucro
(carcaça) de chumbo para evitar que a
radiação se espalhe;
• O filtro inerente (filtro de alumínio) reduz
a radiação de baixa energia na saída
do tubo;
• O colimador restringe a área irradiada;
• Os cones e cilindros de extensão redu-
zem a área de exposição do paciente;
Equipamento de raio-X com fluoros- • O écran intensifica os raios-X, promo-
copia: Também trazendo a tecnologia digi- vendo uma redução nos tempos de ex-
tal ou analógica, esses aparelhos são utili- posição: quando um fóton de raios-X in-
zados para radiografias com fluoroscopia, cide sobre a camada de écran na su-
um exame que permite a visualização de perfície interna do chassi, ocorre excita-
movimentos internos de uma parte do corpo, ção e produção de várias micropartícu-
em tempo real. Conhecida também como ra- las que ampliam a impressão do filme sem
dioscopia, ajuda na colocação de catete- intensificar a radiação (propriedade de
res, marcapassos e implantes ortopédicos, fluorescência). Este fato é responsável
entre outros procedimentos médicos. A mesa por diminuir bastante a dose de radia-
que compõe esse equipamento é capaz de ção incidente. Contudo, a qualidade de
se movimentar na horizontal e na vertical, imagem é reduzida, ficando um pouco
com vários graus de inclinação, programa- borrada devido ao espalhamento de
dos em um console. O aparelho usado na partículas do écran.
fluoroscopia permite o uso de contraste, que • O chassi tem uma lâmina de chumbo na
resulta em uma visão ainda melhor durante tampa, evitando que as radiações pros-
a transmissão das imagens. sigam além deste ponto;
• O filme radiográfico e o seu processa-
mento estão cada vez melhores, dimi-
nuindo o tempo de exposição;
• A sala onde está o equipamento deve
ser blindada (com argamassa baritada
ou lâminas de chumbo) para evitar a sa-
ída das radiações;
• O operador deve ficar atrás de um bi-
ombo de chumbo durante a realização
do exame para evitar exposição às ra-
diações;
• A saia de chumbo do seriógrafo protege
o operador das radiações secundárias.
RADIOGRAFIA Posição de SIM: Equivale a um semi-
Uma radiografia ao ser analisada decúbito ventral, ou seja, o paciente está
deve estar com a identificação legível e po- deitado parcialmente sobre o abdômen.
sicionada de maneira que corresponda ao Litotomia: Faz menção à posição uti-
paciente em posição anatômica de frente lizada para exames ginecológicos. O paci-
para o observador, ou seja, a identificação ente se deita com o abdômen para cima
da radiografia deve sempre estar legível e (em decúbito dorsal) e apoia as pernas no
à esquerda do observador, com a borda suporte do equipamento, de maneira que fi-
superior em correspondência com a extremi- quem bem afastadas.
dade superior da região a ser radiogra- Trendelenburg: Assim como no Fowler,
fada, exceto para as extremidades (mãos / será necessário inclinar bem a mesa do equi-
carpos e pés). As radiografias das extremi- pamento de raio X. Em seguida, o paciente
dades (mãos / carpos e pés) constituem ex- se deita em decúbito dorsal, com a cabeça
ceção a essa regra e devem ser posiciona- mais baixa que os pés.
das para análise com os dedos voltados
para cima, e o numerador posicionado do
lado direito da região anatômica em es-
tudo, com a sua borda inferior em corres-
pondência com a extremidade distal dessa
região. As demais referências para identifi-
car, de modo mais específico, o lado corres-
pondente para cada estrutura fica por
conta do conhecimento anatômico da re-
gião estudada, sendo necessário lembrar,
por exemplo, que, na perna, a fíbula é sem-
pre lateral (ou externa) com relação à tíbia;
no antebraço, o rádio é mais lateral (ou ex-
terno) com relação à ulna.

PLANOS E EIXOS ANATÔMICOS APLICADOS AO INCIDÊNCIAS


DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Incidência póstero-anterior (PA): In-
Ortostatismo: a posição ortostática dica que o feixe de raios X deve entrar pela
se refere ao paciente em pé e ereto. Um parte posterior e sair pela anterior. Como a
exemplo desse posicionamento é a posição face próxima à placa do equipamento de
anatômica. raio X aparece mais nítida nas imagens, essa
Decúbito Dorsal: Nessa posição, o pa- incidência é recomendada para observar a
ciente está deitado sobre o dorso, ou seja, porção anterior da área examinada.
com a barriga para cima. As palavras dorso Incidência ântero-posterior (AP): Ao contrá-
e dorsal têm origem a partir de um corte pa- rio da PA, essa incidência mostra que a ra-
drão específico da radiologia, chamado diação penetra o organismo pela parte an-
plano médio coronal – uma linha que divide terior e sai pela posterior. Indicada para es-
o corpo em parte anterior e posterior. tudo da porção posterior das estruturas
A parte anterior é a frente, enquanto a pos- anatômicas.
terior é a parte de trás. Incidências oblíquas AP ou PA: Privile-
Decúbito Ventral: É a posição contrá- giam a visão de um dos lados da porção
ria ao decúbito dorsal, com o paciente dei- anterior ou posterior do corpo, mencionado
tado sobre o abdômen. no pedido do exame. Se foi pedida incidên-
Decúbito Lateral: Descreve que o pa- cia oblíqua posterior esquerda (OPA), por
ciente está deitado sobre um dos lados do exemplo, a face posterior esquerda deve ser
corpo, seja o direito ou esquerdo. posicionada mais próxima da chapa sensí-
Fowler: Para este posicionamento, a vel do aparelho de raio X.
mesa do aparelho de raio X deve estar in- Incidência médio-lateral: Descreve
clinada. Então, o paciente se deita de bar- uma trajetória em que o feixe de raios X en-
riga para cima (em decúbito dorsal), com a tra pela face medial (ponto médio) da parte
cabeça mais alta que os pés. examinada, e sai pela face lateral.
Incidência látero-medial no posicio- A ideia básica de formação de ima-
namento radiológico: O raio central entra gem utilizando ultrassom é mapear as ondas
pela face lateral e sai pela medial. Essa in- ultrassônicas refletidas em diferentes níveis
cidência também é conhecida como lateral. de cinza. Essa técnica é conhecida como
princípio pulso-eco. Isso significa que o som
PRINCÍPIOS DE ULTRASSONOGRAFIA é produzido em pulsos, em vez de continua-
A ultrassonografia é um método de di- mente. A imagem é formada a partir dos
agnóstico por imagem não invasivo e seguro ecos que retornam dos tecidos ao transdu-
que fornece informações sobre a arquitetura tor após cada pulso. Portanto, o tempo
interna dos órgãos em estudo. O ultrassom é adequado para que todos os ecos retornem
caracterizado por ondas de som de alta ao transdutor antes que ele pulse nova-
frequência, de dois a dez MHz, que são mente deve ser respeitado.
transmitidas pelo transdutor para o interior Dependendo da frequência na qual
do corpo do paciente. As ondas sonoras um transdutor possua, a penetração do som
são absorvidas e refletidas em vários graus nos tecidos ocorre de forma limitada, che-
pelos diferentes órgãos, sendo, então, cap- gando á uma profundidade de aproxima-
tadas novamente pelo transdutor e exibidas damente 7cm por exemplo em um transdutor
na tela do aparelho. A imagem do ultrassom com 7MKz; mas atualmente com o avanço
está baseada no princípio do pulso e eco, da tecnologia, esse mesmo transdutor chega
ou seja, o som é produzido pelo transdutor á uma profundidade de 12cm ou mais. Essa
em forma de pulso, e a imagem é formada característica é altamente desejável para o
pelos ecos que retornam dos tecidos para diagnóstico por imagem.
o transdutor. Cada órgão tem um padrão Os transdutores podem ser classifica-
específico de eco baseado na sua arquite- dos, de acordo com o tipo de imagem pro-
tura interna. O presente artigo tem por ob- duzida podendo ser setoriais, lineares ou
jetivo apresentar uma breve revisão sobre convexos. Os transdutores setoriais podem
os princípios físicos da ultrassonografia, in- ser eletrônicos ou mecânicos, diferentemente
formações sobre o aparelho, tipos de trans- dos lineares e convexos que são somente
dutores, bem como, os modos de disposição eletrônicos. Os setoriais e os convexos dão
dos ecos. origem a feixes sonoros divergentes de cu-
nha, já os lineares produzem um feixe sonoro
de linhas paralelas, dando origem a um
MÉTODOS DE FORMAÇÃO DA IMAGEM campo de imagem retangular. Alguns trans-
ULTRASSONOGRÁFICA E TRANSDUTORES dutores possuem a capacidade de operar
O transdutor de ultrassom é um dispo- em frequências diferentes, desta forma ob-
sitivo que gera energia mecânica (sonora) tendo várias vantagens, incluindo a capa-
a partir da excitação elétrica; este contém cidade de variar a profundidade de pene-
um ou mais elementos piezoelétricos que, tração, sem alterar o transdutor.
aplicado um pulso elétrico, vibram em suas
frequências de ressonância emitindo, assim, FORMAÇÃO DA IMAGEM
o ultrassom. Este dispositivo pode também Os equipamentos de ultrassonografia
receber energia mecânica, após interação diagnóstica possuem uma unidade básica
com o meio de propagação, e convertê-la denominada transdutor (ou sonda). Este ele-
em energia elétrica, de forma que se pode mento básico converte uma forma de ener-
armazenar, processar e visualizar este sinal. gia em outra. Os transdutores são montados
A escolha de um transdutor (scan de maneira a produzir e receber os ecos ge-
head) também define a frequência de ultras- rados pelas diversas interfaces. Eles são
som que será empregada em um exame em compostos por materiais piezoelétricos (cris-
particular. A frequência emitida por determi- tais/ cerâmicas), por aparato eletrônico
nado transdutor depende das característi- (eletrodos para a excitação dos cristais e
cas dos cristais piezoelétricos especiais captação dos ecos), por uma lente acús-
contidos nesse, bem como da espessura do tica, por material que acopla a lente aos
material piezelétrico utilizado na sua cons- cristais, e por um material de amortecimento
trução. Ou seja, quanto menor a espessura, posterior (que absorve as frequências inde-
maior a frequência produzida. sejáveis produzidas eventualmente).
Os elementos piezoelétricos (cristais A variação de absorção, refração e
ou cerâmicas) que compõem os transdutores reflexão do som é que provoca a variação
têm a capacidade emitirem eletricidade das cores na tela.
quando pressionados, e ao mesmo transfor-
mam energia elétrica em mecânica (onda
sonora), que é chamado efeito piezoelétrico
inverso. São, portanto transmissores e recep-
tores simultaneamente. Existem diversos tipos
de transdutores, sendo cada um adequado
para um tipo de exame.
O princípio pulso-eco refere-se a
emissão de um pulso curto de ultrassom pelo
transdutor. Na medida em que este pulso
atravessa os tecidos, ele é parcialmente re-
fletido pelas interfaces de volta ao transdu-
tor. Em geral 1% da energia sonora incidente
é refletida e o restante continua sua trajetó- TÉCNICAS ULTRASSÔNICAS E OS ARTEFATOS
ria através dos tecidos. O equipamento ULTRASSONOGRÁFICOS
guarda o tempo gasto entre a emissão do
pulso e a recepção do eco, transformando- ARTEFATOS
o em distância percorrida, na representa- Reforço Acústico Posterior: absorve
ção do eco na tela, já estando calibrado menos do que os outros tecidos, típico de
para uma velocidade fixa de 1540m/s. cistos (estruturas líquidas). Imagem Anecóica
Assim, quanto maior o tempo gasto → Reforço acústico posterior (“mancha
para receber o eco de uma interface, mais branca” abaixo da estrutura).
longe da superfície da imagem ele a coloca.
Desta forma, quanto mais longe está a estru-
tura da superfície do transdutor, ela apare-
cerá em situação mais inferior na tela.
Após a emissão de pulsos de ultras-
som, eles interagem com os tecidos e os ecos
refletidos ou dispersos são transformados em
energia elétrica pelo transdutor e processa-
dos eletronicamente pelo equipamento para
formação da imagem. Esta forma de proces-
sar os ecos refletidos (em imagem bidimensi-
onal) é denominada modo-B (brilho).
Além desta forma de processamento
dos ecos, existem outras como os gráficos de Sombra Acústica Posterior: absorve
amplitude e gráficos de movimentação tem- mais intensidade do que o tecido circunja-
poral. Existem diversos efeitos físicos implica- cente (sobrou menos intensidade para a for-
dos na interação do som-tecido para for- mação de ecos). Imagem Hiperecóica →
mação da imagem. É importante o conheci- Sombra acústica posterior (“mancha preta”
mento destas características para melhor abaixo da estrutura).
entendimento da formação da imagem ul-
trassonográfica. Pois, por exemplo, o compri-
mento de onda e a frequência influem a re-
solução da imagem; a amplitude está rela-
cionada com a energia empregada e essa
tem que ser controlada. O mesmo com a ve-
locidade que deve estar controlada em
1540 m/s (velocidade média do som no
corpo humano, exceto nos locais com ar).
Mas o mais importante dos fatores na forma-
ção da imagem é a impedância acústica, Atenuação: é provocada pela dimi-
pois está relacionada com a densidade e nuição da intensidade (absorção, disper-
resistência dos materiais do corpo. são, reflexão e divergência do feixe).
Artefatos são extremamente comuns retratada na imagem progressivamente com
em imagens de US e precisam ser reconheci- maior profundidade no tecido, devido ao
dos para evitar erros de diagnóstico. Alguns prolongado tempo de voo dos ecos que,
artefatos como sombra e realce acústicos eventualmente, retornam ao transdutor. O
também têm ter valor diagnóstico. artefato de reverberação é observado
Sombra acústica é produzida pela como bandas repetitivas de ecos de inten-
absorção ou reflexão praticamente com- sidade progressivamente menor a intervalos
pleta do feixe de US, obscurecendo estrutu- regulares.
ras mais profundas. Sombras acústicas são Artefato de imagem em espelho, nor-
produzidas por cálculos biliares, cálculos malmente, é evidenciado quando se exami-
urinários, ossos, objetos metálicos e bolhas nam o abdome superior e o diafragma. Di-
de gás. A sombra acústica auxilia na identi- versos reflexos resultantes da forte reflexão
ficação de todos os tipos de cálculos. sonora, produzida pela superfície pulmonar
cheia de ar acima da curva do diafragma,
descrevem um padrão tecidual de fígado
ou baço tanto acima como abaixo do dia-
fragma.

Realce acústico refere-se a aumento


da intensidade do eco até estruturas que
transmitem o som de maneira excepcional,
como cistos, bexiga preenchida por líquido,
vesícula biliar e algumas massas sólidas,
como linfonodos substituídos por linfoma. O
realce acústico auxilia na identificação de Artefato ring down ou em cauda de
massas císticas. cometa é observado como um padrão de
ecos brilhantes afunilados, a partir de pe-
quenos refletores brilhantes, como bolhas de
ar e cristais de colesterol. O artefato pode
ser o resultado de vibrações do refletor ou
de múltiplas reverberações curtas. Os arte-
fatos em cauda de cometa são utilizados
para identificar precipitados de cristais de
colesterol associados a adenomiomatose
da vesícula biliar e coloide tireóideo preci-
pitado em cistos coloidais benignos.
Artefato twinkle é um ruído intrínseco
da máquina observado com Doppler colo-
rido.28 O artefato twinkle aparece como um
padrão aleatório alternante de vermelho e
azul, mostrado em objetos altamente refleti-
vos como os cálculos. Esse artefato é mais
Artefato de reverberação é causado sensível para a detecção de cálculos do
pela repetição do reflexo entre fortes refle- que a sombra acústica. O artefato twinkle é
tores acústicos. Os ecos de retorno são re- muito dependente dos ajustes feitos no equi-
fletidos para os tecidos, produzindo múlti- pamento e mais pronunciado quando a su-
plos ecos de uma mesma estrutura, que é perfície refletora não é totalmente lisa.
CONCEITOS BÁSICOS EM ULTRASSONOGRAFIA Infiltração gordurosa. Provoca au-
mento na ecogenicidade do fígado, tor-
DO ABDÔMEN nando as áreas afetadas nitidamente mais
Cavidade Peritoneal Anatomia normal ecogênicas do que o parênquima renal nor-
na US. A cavidade peritoneal normal é um mal. 8 A infiltração gordurosa também au-
espaço potencial mais bem apreciado menta a atenuação do feixe de US, redu-
quando há líquido. A membrana peritoneal zindo a visualização do diafragma e neces-
delineia a cavidade abdominal e cobre, no sitando de um transdutor de frequência mais
todo ou em parte, os órgãos abdominais. baixa para examinar porções profundas do
Líquido intraperitoneal. O líquido na fígado.
cavidade peritoneal flui por efeito da gra- Anatomia normal na US dos Ductos Bi-
vidade, ao longo de reflexões peritoneais liares. Os ductos biliares intra-hepáticos cor-
até os recessos peritoneais. O recesso he- rem na tríade porta na companhia das veias
patorrenal (bolsa de Morison) e o fundo de porta e das artérias hepáticas. Os ductos
saco pélvico são os locais mais baixos do intra-hepáticos normais podem ser visualiza-
paciente em decúbito dorsal. Eles se conec- dos por US de alta resolução atualmente
tam por meio dos sulcos paracólicos. O lí- disponível.
quido que delineia os órgãos intraperitone- Anatomia normal na US da Vesícula
ais fornece uma oportunidade para avaliar Biliar. A vesícula biliar está localizada na su-
anormalidades na superfície dos órgãos, perfície inferior do fígado, com o colo posi-
como nodularidade fina da cirrose. cionado na fissura interlobar. A bile normal é
Abscesso intraperitoneal. Embora TC anecoica. A parede normal tem espessura
seja comumente a modalidade preferida que não ultrapassa 3 mm.
para a detecção de pequenos abscessos Anatomia normal na US do Baço. O
intraperitoneais, a US prontamente mostra a baço é mais bem visualizado na US por uma
maioria dos abscessos e é utilizada com efi- abordagem posterolateral intercostal com o
ciência para guiar procedimentos de aspi- paciente posicionado em decúbito dorsal.
ração e drenagem por cateter.
Tumor intraperitoneal. Metástase é o
tipo de tumor mais comum da superfície pe-
ritoneal. O líquido e a gravidade distribuem
as células malignas por toda a cavidade ~ EUDIANE ZANCHET ~
peritoneal, na qual se implantam sobre su-
perfícies viscerais ou parietais do peritônio.
Retroperitônio Anatomia normal por
US. O retroperitônio é a porção do abdome REFERÊNCIAS
por trás do peritônio parietal posterior.
Adenopatia retroperitoneal. Linfono- MELLO Junior, Carlos Fernando. Radiologia
dos individuais aumentados de tamanho são Básica. Rio de Janeiro: Revinter, 2010
homogêneos, hipoecoicos e com formato ar-
redondado ou oval. Pode haver transparên- BRANT, W. E. Fundamentos de Radiologia:
cia (through-transmission) acentuada, e al- Diagnóstico por Imagem / William E. Brant e
guns nódulos sólidos dilatados são tão hi- Clyde A. Helms; tradução Mariângela Vidal
poecoicos que parecem císticos. Sampaio Fernandes. 4. ed. Rio de Janeiro:
Tumores retroperitoneais. São mais co- Guanabara Koogan, 2015
mumente de origem mesenquimal e incluem li-
possarcoma, liomiossarcoma e histiocitoma MARCHIORI, Edson. Introdução à Radiolo-
fibroso maligno. gia / Edson Marchiori e Maria Lúcia Santos
Coleções de líquido retroperitoneais. - 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koo-
Incluem hemorragia, infecção, urinoma, cole- gan, 2015.
ções pancreáticas e massas císticas (linfo-
celes, linfangiomas, cistos renais e terato- CHEN, Michael Y. M. Radiologia básica [re-
mas). curso eletrônico] / Michael Y. M. Chen, Tho-
Anatomia normal na US do Fígado. A mas L. Pope, David J. Ott – 2. ed. – Dados
ecogenicidade do parênquima hepático é eletrônicos. – Porto Alegre: AMGH, 2012.
homogênea e igual ou ligeiramente maior do
que a do rim. A superfície do fígado normal
é lisa e a borda inferior é aguda.

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