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À G D G A D U

A R L S DEFENSORES DA ORDEM Nº. 26


Venerável Mestre: J. B. KAYANO PASSOS

F B

PEÇA DE ARQUITETURA
TÍTULO: O SALMO 133.

AUTOR: ALDINO BRASIL DE SOUZA


MESTRE MAÇOM – CAD. 1349
GLOMARON
ORIENTE DE PORTO VELHO, ABRIL DE 2004
PEÇA DE ARQUITETURA
TÍTULO: O SALMO 133.

Salmo 133
 
“Oh! Como é bom, como é agradável para irmãos unidos viverem
juntos. É como um óleo puríssimo derramado sobre a fronte, e que desce sobre a
barba, a barba de Aarão, para correr em seguida até a orla de seu manto. É como o
orvalho do Hermon. Que desce pela colina de Sião; Pois ali derrama o Senhor a sua
benção. E a vida para todo e sempre”.

Os trabalhos em Loja no grau de Aprendiz são abertos com esta leitura feita
pelo Irmão Orador.

Os Salmos são Cânticos Sacros compostos por uma coletânea de 150 Hinos
religiosos e patrióticos do povo Hebreu, o seu conjunto forma um livro chamado Livro dos
Salmos.

A palavra Salmo tem sua origem na tradução grega dos Setenta; que foi a
tradução grega do Antigo Testamento feita por 72 sábios. Este livro recebeu o nome de
Psalmoi, que tem por significado cântico acompanhado por Lira ou instrumento de
cordas.

Os Salmos foram escritos por diversos autores em épocas diferentes, que


incutiam nos hinos sua vivência, seus sentimentos e suas experiências. Na maioria das
vezes o titulo que precede o Salmo indica seu autor, ou a natureza poética da
composição, ou o seu uso litúrgico, ou a ocasião histórica em que ele for composto.

O compositor da maioria dos Salmos foi o Rei Davi, e o Salmo 133 foi
composto por Moisés.

Partindo da análise de todo o texto e do contexto histórico, podemos


concluir:
 
1o Versículo:
 
“Oh! Como é bom, como é agradável para os irmãos unidos viverem juntos”.

Louva-se a união entre os irmãos, penhor da concórdia, prosperidade e fraternidade,


concitando-os a viverem em paz e harmonia.
  
2o Versículo:

“É como um óleo puríssimo derramado sobre a fronte, e que desce sobre a barba
de Aarão, para correr em seguida até a orla de seu manto”.
A união mencionada no versículo anterior é comparada ao óleo puríssimo,
óleo sagrado citado no Êxodo, cap. 30-22,23, com o nome de Óleo da Unção e o Perfume
Aromático.

Sabemos que os judeus fugiram do Egito, e permaneceram no deserto por


muitos anos, guiados pelo G\A\D\U\. Neste período que vagavam pelo deserto, o
G\A\D\U\ministrava seus ensinamentos ao povo e a seus lideres, entre eles Moisés e
seu irmão Aarão. E disse o Senhor a Moisés:
 
“Escolhe os mais preciosos aromas: 500 medidas de mirra virgem, 250
medidas de cana odorífica, 250 medidas de sinamono, 500 medidas de cássia, e um hin
de óleo de oliva. Farás com tudo isso um óleo para a sagrada unção, uma mistura
odorífica composta de segunda a arte do perfumista. Tal será o óleo para a sagrada
unção. Ungiras com ele a tenda de reunião e a Arca da Aliança, a mesa e todos os
acessórios, o Altar de Perfumes, o candelabro, o Altar dos Holocaustos e a bacia com o
seu pedestal. Depois que os tiveres, eles tornar-se-ão objetos santíssimos e tudo que os
tocar será consagrado.

Ungirás a Aarão e seus filhos e consagrá-lo-ás para que me sirvam de


Sacerdotes. Dirás, então aos filhos de Israel: este será para mim, o óleo da Unção
Sagrada, de geração em geração. Não será derramado sobre o corpo de um homem
qualquer, e não fareis outro semelhante, com a mesma composição, porque ele foi
santificado, e devereis olhá-lo como coisa sagrada. Quem dele fizer imitação, ou com ele
ungir um profano, será cortado do meio de seu povo”.
 
Moisés quando consagrou seu irmão Aarão, como Sumo Sacerdote, não
usou o óleo só para ungi-lo, mas derramou-o sobre sua fronte, de tal forma, que óleo
descesse sobre a barba e a orla de manto.

A fronte representa também a cabeça, centro vital da existência, comandada


pelo cérebro. A barba era o símbolo da honra e do respeito, e as vestes, o emblema da
honestidade e do pudor.

O simbolismo deste cerimonial, o óleo derramado, espalhando-se, provoca a


unidade entre o centro vital da existência, que é a fronte; o respeito e a honra, que é a
barba; a honestidade e o pudor, que são as vestes.

Na tradução da vulgata, entende-se por fronte, o ouvido, a visão, o paladar,


o olfato, as mãos e os pés, ou seja, o tato. Logo a fronte também simboliza os cinco
sentidos, e o óleo derramado, a purificação dos mesmos.

3o versículo:
 
“É como o orvalho do Hermon, que desce pela colina de Sião; pois ali derrama o
Senhor a sua benção e a vida para todo o sempre”.
 
Nas regiões desérticas, apesar do grande calor durante o dia, a evaporação
da umidade concentra-se nas montanhas e retorna durante a noite em abundancia em
sob a forma de orvalho, suprindo a falta de chuvas, proporcionando boa colheita, e as
condições mínimas para a vida humana.
No contexto histórico e geográfico, o monte de Hermon tem 2.800 metros de
altura e esta localizado na Palestina. É conhecido como sagrado pelos habitantes
originais de Canaã. A neve nunca desaparece do seu cume durante o ano,
proporcionando orvalhos abundantes em contraste com a terra árida da região. O degelo
da neve de Hermon é uma das principais fontes alimentadoras do rio Jordão.

As correntes de ar procedentes da Cordilheira do Hermon levam a névoa


para os montes de Sião, condensando-se ali na forma de orvalho.

Sugere também o Salmo 133os dois grandes mandamentos da Lei de Deus:


Amar a Deus sobre todas as coisas; e Amar o teu próximo com a ti mesmo.
 
A apreciação destes dois mandamentos me lembra Ramon Cué em sua
obra; “O Meu Cristo Partido” e a Parábola do Bom Samaritano. Vale lembrar que os
samaritanos eram inimigos do povo Judeu.

Na parábola, um doutor da Lei pergunta a Jesus:


“Mestre, o que farei para alcançar a vida eterna?”
 
Respondeu-lhe Jesus:
“O que esta escrito na Lei”;

Ele respondeu:
“Os dois grandes mandamentos”.
 
Falou-lhe então Jesus:
“Respondestes bem”.
 
Mas querendo se justificar, o doutor da Lei perguntou a Jesus:
“E quem é o meu próximo?”
 
Jesus respondeu:
“No caminho de Jerusalém e Jericó, um homem caiu em poder de ladrões que o
despojaram e o espancaram, deixando-o semimorto na estrada. Por ali passou então um
Sacerdote, vendo-o, passou ao largo. Do mesmo passou um Levita (futuro Sacerdote) por
aquele lugar, também o viu e passou ao largo.
Mas um Samaritano tratou-lhe as feridas derramando óleo e vinho e levou-o até uma
estalagem”.
 
Então Jesus perguntou ao doutor da Lei:
“Quem destes três te parece o próximo daquele que caiu em poder dos ladrões?”
 
Ele respondeu:
“Quem usou de misericórdia para com ele”
 
Então Jesus lhe disse:
“Vai e faz tu o mesmo”.
  
Ramon Cué, sacerdote espanhol, sua obra “O Meu Cristo Partido” nos
reporta a Sevilha.
Um padre visitando um mercado Jueves, porque se realizava as quintas-
feiras, vê uma imagem esculpida em madeira com mais ou menos 90 cm de altura,
representando um Cristo crucificado.

Provavelmente conseqüência da guerra civil espanhola de 1936, a imagem


não tinha uma das pernas, nem um dos braços e o rosto estava parcialmente destruído.
Era um Cristo mutilado! Tomado de encantos por aquela escultura, compra-a e, ao chegar
em casa, pensa em voz alta em leva-la a um restaurador para recompô-la, fazendo-a
voltar à beleza primitiva. Mas, eis que, de repente, (e ai começa a metáfora) a imagem
tomada de vida falou:
 
“Não quero que me restaurem. Deixe-me ficar assim, como tantos Cristos
que por ai existem, mutilados. No máximo mande fazer um estojo para eu me abrigar”.
 
Passando o primeiro impacto, tão logo o padre se recompôs, iniciou-se uma
serie de diálogos místicos entre o sacerdote e o Cristo redivivo.

Um belo dia o Cristo Partido manifesta o seu desejo de arranjar um


emprego. Ele queria trabalhar.

O padre então lhe diz que isso seria muito fácil, pois não haveria grande
empresário em Espanha que não iria querer no seu quadro de empregados, a Jesus
Cristo como funcionário.

Mas a imagem retruca e diz ao sacerdote:


 
“Não quero que saibam que sou Jesus Cristo; apresente-me como o Sr.
Fernandes, ou o Sr. Garcia, ou qualquer outro nome que me queira dar, mas não diga que
sou Jesus Cristo”.
 
E assim foi feito. Naquele dia, de fabrica em fabrica, de loja em loja, todas as
portas em que bateram à procura de trabalho para o Cristo mutilado se fecharam, com os
mais diferentes motivos e desculpas.

Lamentamos padre, mas a ultima vaga foi preenchida ontem.

Bem que gostaríamos de servir o Sr. Fernandes, talvez em outra ocasião,


deixe aqui seu endereço.

Ao retornarem, viram quantos Cristos mutilados existem por ai...

Seguindo nossa historia, o padre tomado por ímpetos de vaidade, começou


a exibir a sua imagem de madeira na televisão espanhola e logo os pedidos para que
levasse o Cristo Partido às diversas casas. E assim foi feito. A presença daquela imagem
nas residências elegantes de Sevilha, levadas pelo seu dono, era sempre motivo de uma
reunião social.

Um dia, ao chegar em casa e abrir o estojo onde guardava a escultura, o


padre não mais a encontrou. Tomado de pânico, pensou em dar queixa à polícia. Haviam-
lhe roubado a sua imagem!
Eis que passados três dias, o Cristo reaparece. O padre, feliz por vê-lo,
pergunta:
 
“Onde estavas Cristo? Pensei que tivessem roubado você de mim”.
 
E o Cristo lhe respondeu:
 
“Fui a lugares onde você nunca me levou. Visitei um hospital de leprosos, fui
a um presídio, fui a um asilo de velhos e estive na casa de uma mulher extraordinária –
uma prostituta”.
 
A reação do padre não se fez esperar:
 
“Uma prostituta? Como pode classificar uma prostituta como extraordinária.
Enlouqueceu?”.
 
E o Cristo, achando que as palavras seriam estéreis naquele momento,
convida o padre acompanha-lo.

Passam por uma ruela escura e fétida, sobem as escadas de um


determinado prédio. Entram em um apartamento mal iluminado e se deparam com uma
velhinha entrevada com 80 anos.
 
“Veja padre, aquela velhinha esta assim a 5 anos. Foi o amor de uma mulher
que vende o corpo e que a encontrou abandonada na rua, que a salvou.

A prostituta que vive aqui, sem conhecer esta velhinha, tomou-a aos seus
cuidados, e como desconhece um oficio qualquer, vende o seu corpo para poder
sustentar essa mulher que renegada por todos.

A prostituta a que me refiro, tem mais dignidade que tantas damas das
casas elegantes em que me levou”.
 
Meus irmãos, que estes dois pequenos exemplos despertem em nós a visão
que talvez nos falte, para enxergarmos em nossos semelhantes os Samaritanos e os
Cristos do nosso dia a dia.
 
“Oh! Como é bom, como é agradável para irmãos unidos viverem juntos. É
como um óleo puríssimo derramado sobre a fronte. E que desce pela barba, a barba de
Aarão. Para correr em seguida até a orla de seu manto. É como o orvalho do Hermon.
Que desce pela colina de Sião, pois ali derrama o Senhor a sua benção. E a vida para
todo o sempre”.
Bibliografia:
 
1)     Bíblia Sagrada ................................ Editora Ave Maria.
2)     O Prumo ......................................... Edição no 106.
3)     Mensagens Espirutuais ...................Gibran Kalil.
4)     Novo Dicionário Aurélio.
5)     O novo Dicionário da Bíblia volume 1.
6)     Trabalho de Aprendiz “O Salmo 133”.

  Aug\ Resp\ Loj\ Simb\ de São João “Vigário Bartolomeu Fagundes” Nº 2312
Oriente de Porto Velho, 05 de abril de 2004 da E V

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Aldino Brasil de Souza - MM
Cadastro nº 1349 - GLOMARON
A R L S DEFENSORES DA ORDEM Nº. 26

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