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Cavaleiro do Real Machado ou Príncipe do

Líbano - Grau 22°


Os trabalhos transcorrem em Assembléias que se denominam de Colégios.
A Loja apresenta duas divisões: a primeira, constitui-se de uma sala sem
ornamentação, sem número fixo de Luzes e representa uma Oficina de Carpinteiro, rústica,
evocando um Carpinteiro do Monte Líbano; a segunda divisão é constituída de uma sala
pintada de vermelho, com 36 Luzes dispostas simetricamente e representa a Câmara do
Colégio.
O Altar encontra-se a Leste e sobre ele estão colocados o Livro das Constituições, o
Esquadro, o Compasso e um Machado que em sua parte superior, ou testa, apresenta uma
coroa dourada.
O Machado traz gravadas de um lado do cabo, as letras: L. S. A. A. C. D. X. Z. A.
(Líbano, Salomão, Abdá, Adoniram, Ciro, Dario, Xerxes, Zorobabel e Ananias; e de outro
lado, S. N. S. C. J. M. B. G. (Sidônio, Noé, Sem, Cam, Jafé, Moisés, Bezeleel e Goliab.)
Na outra extremidade da divisão ou em ângulo, vê-se um jardim cuja entrada é
assinalada por uma figueira, atrás da qual esconde-se uma cadeira para o Neófito; esse
jardim está oculto por uma cortina onde se vêem desenhadas nuvens sulcadas por um raio.
O Presidente denomina-se de Venerável Chefe. Os dois Vigilantes, de Grandes
Vigilantes; os outros Oficiais do Colega são: um Grande Secretário, um Grande Orador um
grande mestre de Cerimônias chamado Condutor dos Trabalhos e u«i Guarda do Colégio.
Em alguns Rituais, o Presidente denomina-se de Sapientíssimo Grande Patriarca;
todos os irmãos são chamados de Patriarcas.
O traje é em negro, com luvas negras.
O Colar, um cordão nas cores do arco-íris. O Avental é branco; no centro, uma
távola redonda sobre cujo tampo vêm colocados um Compasso sobre um Esquadro, uma
Trolha, dois rolos de pergaminho e um desenho de um projeto.
Na Abeta, uma serpente com três cabaças.
A Bateria é constituída de dois golpes; a hora da abertura dos trabalhos, quando o
Sol surge no horizonte; de encerramento, o Sol está por deitar-se.
A Oficina diz respeito ao trabalho com a madeira do Líbano para o Templo de
Salomão. Os trabalhos não são iniciados, mas retomados.
O Venerável Chefe abre o Colégio para dar instruções aos obreiros, escutar-lhes as
queixas e fazer Justiça.
A palavra é logo concedida a quem a solicitar; este Grau difere dos demais por essa
peculiaridade, pois, qualquer obreiro pode apresentar a sua queixa e pedir Justiça.
A queixa não é dirigida contra um Irmão, mas sim, contra qualquer injustiça social
sofrida no Mundo Profano, posto que possa incluir, também, qualquer queixa de atos dos
próprios Irmão do Quadro.
O Grau é iniciático.
** *
A Iniciação divide-se em quatro partes, a saber:
A Porta do Éden - O Mestre de Cerimônias conduz o Neófito até o Jardim do Éden
e o coloca entre a Árvore da Vida e da Ciência, iniciando a descrição do drama do "pecado
original".
Após realizada a primeira parte, com o desenvolvimento do drama segundo relatado
nas Sagradas Escrituras, há momentos de música, reacendendo-se as Luzes, eis que, quando
o Neófito foi conduzido para o Jardim, somente esse encontrava-se iluminado.
Tanto na entrada do Jardim quanto do final dessa primeira parte, a música
desempenha relevante papel, preparando o ambiente, que deve ser de misticismo e cujas
vibrações fluem sobremaneira para propiciar a compreensão exata do homem nas suas
primeiras reações.
A iluminação, quando possível, deverá reproduzir no Jardim o nascer do Sol, isto é,
tênue inicialmente, para, após, tornar-se bem clara; a música adequada deve ser bem
selecionada a ponto de auxiliar a imaginação; todo desenvolvimento do Ritual evoca
símbolos e a participação dos Irmãos deverá ser consciente de que o homem no princípio
não possuía a elasticidade que possui hoje, em manejar a sua inteligência que eduz de
dentro do ser humano, toda soma de conhecimento que acumulou durante tantos milênios.
A iluminação, o som, o perfume do incenso, são elementos que deverão sempre
estar presentes em toda Iniciação.
No Líbano - Cessada a Cerimônia da primeira parte, apagam-se as luzes que
iluminavam o Jardim e reacendem-se as do Templo.
O Neófito senta-se e ouve a história referida pelo Venerável Chefe, auxiliado pelo
Grande Orador:
"Durante numerosos séculos sem história, vimos vagar nos campos dos arredores as
tropas e caravanas dos Patriarcas legendários que, no limiar de suas tendas, conversavam
familiarmente com Eloim.
Após a dispersão das línguas surgiram do Oriente as legiões compactas dos velhos
reis caldeus que levaram até o mar Ocidental o nome e a imagem dos primeiros sargônidas,
pois, foram essas as hordas bárbaras dos hicsos que assaltaram nossos vales para invadir o
Egito.
Três séculos mais tarde, seus filhos degenerados tornaram a transpor nossos
desfiladeiros, perseguidos, espada à cinta, pelo faraó vingador, cujos carros de guerra
fizeram tremer o solo até as margens do Eufrates e Tigre.
Em seguida, veio a anarquia: Canas, Edon e Moab disputaram entre si nossas
montanhas; os filhos de Israel, ao sair do seu longo êxodo no deserto, estabeleceram as suas
doze tribos às margens do Jordão, enquanto que os fenícios fundaram em todos os
recônditos da costa suas repúblicas, indústrias e seus "escritórios" suntuosos.
Eis que chegam até nós os gemidos das vítimas que empalam e esfolam!
O horizonte está vermelho das chamas que devoram as cidades. E o assírio que
passa.
Quando o terror chega ao auge, o astro sangrento de Nínive empalidece e se
extingue; Babilônia o conduz de novo, mas para cair, por seu turno, sob a lança de Ciro.
Donos da Ásia, os persas espalham-se pela Europa. Por sua heróica resistência, um
pequeno país imortal, a Grécia, salva a liberdade do mundo.
Os gregos tiram sua revanche sobre o próprio solo da Ásia e Alexandre reina até a
índia; seus sucessores, porém, desentendem-se e logo as Águias Romanas tomam vôo para
virem pousar, das margens do Tigre, às do Jordão e de Oronto.
Ao romano altivo e forte, sucedeu o bizantino astuto e supersticioso. Entretanto,
uma nuvem de poeira levanta-se da Arábia.
São os cavaleiros de Maomé que se lançam sobre as cidades e os campos como uma
nuvem de gafanhotos.
Em vão a cavalaria cristã do Ocidente tenta restituir à Cruz os lugares santificados
pela paixão de Cristo.
O Crescente recuou, mas recupera, depois, o terreno perdido e a Ásia sacode, uma
vez mais, o jugo da Europa, esperando que após uma convulsão nova, o Líbano mude,
ainda uma vez, de dono, mesmo por um dia.
Permanecem em suas montanhas os modestos lenhadores do Líbano, os Cavaleiros
do Real Machado, porque representam o trabalho pacífico e produtivo, o elemento
indestrutível a todas as civilizações.
A tradição dos drusos relata que Adão, expulso do Éden, levou consigo uma muda
da Árvore da Vida; plantou-a no coração do Líbano e desse ramo provieram os cedros que
cobrem os flancos da Cordilheira.
Seus descendentes, para se ajudarem no labor a que tinham sido condenados,
juntaram o sílex da praia e fizeram suas ferramentas.
Assim foram preparados os primitivos machados de que nossos avós se serviram
para apanharem em nossas florestas os materiais de suas construções rudimentares, até o
dia em que Tubalcaim tendo aprendido a utilizar os metais nos forneceu
machados de bronze e de ferro.
Entretanto, o cuidado para abater e esquadras os cedros foi confiado, muito cedo, a
uma corporação de artífices que, recrutada entre os filhos de Israel e investida de
privilégios quase reais, perpetuou-se entre os drusos de Líbano, em um dos vales mais
protegidos da cadeia de montanhas.
É esse Colégio que nós, hoje, representamos.
O lendário Líbano nos assegura que Deus continua o mesmo e que os seus bosques,
também, são os mesmos.
O povo diz que Deus é Luz; Deus é Espírito; Deus é verdade; Deus é Justiça; Deus
é amor.
Nós afirmamos: Deus é trabalho porque descobrimos a sua presença na força
permanente que o trabalho irradia para o equilíbrio e a harmonia do Universo.
A esse Deus é que erguemos um Templo, porque Laborare est Orare.
Os Obreiros do Real Machado são os Filhos do Trabalho.
No Banco de Carpinteiro - A Oficina de Carpinteiro é uma sala adequadamente
preparada onde se vêem os Obreiros talhando e cortando a madeira.
O 2º Grande Vigilante deixa o Templo e dirige-se à Oficina de Carpintaria e ocupa-
se com um desenho.
O Grande Mestre de Cerimônias conduz o Neófito e o apresenta ao 2o Grande
Vigilante informando que se trata de um Cavaleiro Prussiano que deseja o seu auxílio para
tornar-se Príncipe do Líbano, por reconhecer a divindade do trabalho como privilégio do
homem para ganhar sua subsistência; admite, outrossim, que o homem trabalhando
honestamente, com probidade, com independência, será no Brasão da Natureza, igual aos
reis; sabe que a desonra vem da ociosidade e não do trabalho.
A seguir, o Neófito despoja-se de suas vestes e insígnias e veste a blusa e o Avental
do operário e inicia, serrando uma tábua.
O 2º Vigilante discorre a respeito do trabalho e, finda a explanação, retira-se o
Neófito e os Obreiros procedem à votação.
Aprovado, o Neófito retoma as suas vestes e insígnias desfaz-se da blusa e do
Avental e acompanha o Grande mestre de Cerimônias, regressando ao Templo.
O Venerável Chefe diz:
"Quatro móveis do trabalho acompanha o indivíduo: o constrangimento, o dever, o
interesse e a previdência."
Após explanar sobre essas modalidades, diz o 1º Grande Vigilante:
"O trabalho tem por fim produzir a segurança, a justiça, a saúde, a instrução e esses
não são menos necessários à prosperidade geral, porque, sem eles, a obra da produção
modera-se e se detém".
Feita a explanação sobre as palavras do 1º Vigilante, o Neófito presta o seu
juramento.
Inicia jurando jamais comunicar os segredos do Grau a nenhum Maçom de Grau
inferior.
Jura empregar no futuro, todos os seus melhores esforços e disposições para elevar
o caráter das classes trabalhadoras, melhorando, assim, a sua condição e proporcionar a
educação de sua família.
Faz profissão de fé de considerar os operários como entes iguais a si, reconhecendo
ser o seu trabalho honroso, com a condição, porém, de que esse trabalho seja honesto e
virtuoso.
O juramento vem acompanhado de uma pena: a de em caso de perjúrio ser exposto
sobre os cumes glaciais do Líbano e de parecer em suas veves.
A Cerimônia finda na forma convencional do Ritual e o Venerável Chefe diz:
"Em vista do juramento prestado, eu vos proclamo e vos e vos consagro Cavaleiro
do Real Machado, Príncipe do
Do mesmo modo que o trabalhador resoluto, armado de Machado, marcha na
vanguarda da civilização, e que os troncos mais duro caem sob os seus golpes, assim,
também, a Maria destrói as folhagens venenosas que se chamam: intolerância, hipocrisia,
egoísmo e perseguição. Ela faz penetrar a Luz da Razão no Espírito Humano obscurecido
por esses vícios durante séculos.
Assim considerando, o Machado é mais nobre que a Espada.
Ide em Paz".

Cavaleiro do Real Machado


Também chamado de Príncipe do Líbano, o Grau 22 pertence à categoria dos Graus
herméticos, onde o esoterismo e o misticismo são acentuados.
A lenda do Grau remonta ao Líbano e lembra a utilidade encontrada pela Maçonaria para os
cedros do Líbano. Os sidônios eram os encarregados dos cortes dos cedros e foram eles que
produziram as madeiras para a Arca de Noé, para a Arca da Aliança e para os Templos de Salomão
e de Zorobabel. Os cortadores de cedros organizaram Colégios no Monte Líbano adorando a Deus.
O Grau desenrola-se numa oficina de carpintaria onde um Cavaleiro Prussiano ou Noaquita,
21, apresenta-se aspirando ao título de Príncipe do Líbano, baseado na sua nobreza de nascimento e
seu posicionamento social. Seu pedido foi rejeitado, sendo-lhe informado que deveria renunciar à
sua posição social e procurar merecer o prêmio a que aspirava através do trabalho com o serrote, a
plaina e o machado.
A Iniciação no Grau divide-se em quatro partes, cujos nomes são os seguintes: A Porta do
Éden, No Líbano, No Banco de Carpinteiro e Sob o Machado.
Após diálogos com o Venerável Chefe, o Neófito, um Cavaleiro Prussiano, Grau 21, é
conduzido pelo Mestre-de-Cerimônias ao Jardim do Éden, onde é colocado entre as árvores da vida
e da ciência, onde passa-se o drama do pecado original.
Apaga-se então a Luz do Éden e acende-se a do Templo. O Neófito sentado ouve do
Venerável Chefe e do Orador a segunda parte — No Líbano. A tradição dos drusos relata que,
expulso do Éden, Adão levou uma muda da Árvore da Vida que, plantada no Líbano, deu origem
aos cedros. O Ritual fala da utilidade e da utilizarão dos cedros e do trabalho de lavrá-los com o
machado.
E então o Cavaleiro Prussiano levado ao Banco de Carpinteiro, que é uma sala
adequadamente preparada, onde se vêem os Obreiros talhando e cortando madeiras.
O Segundo Vigilante narra a lenda que, após o término do Dilúvio, Noé criou a Ordem do
Machado, pois para a construção da Arca foram cortados e preparados os mais altos cedros do
Líbano. Fala que o Machado, a Serra e a Plaina são os Instrumentos de Trabalho de um Cavaleiro
do Real Machado, Príncipe do Líbano, e discorre sobre a simbologia destes instrumentos.
Finda a explanação, o Neófito retira-se e os Obreiros fazem a votação, após o que o Neófito
retorna ao Templo e ouve explanação do Venerável Chefe sobre o trabalho e presta o seu
Juramento.

1 - Ornamentação da Loja
A Loja funciona em sala com dois ambientes. O primeiro representa a Oficina do Monte
Líbano e é decorada em azul; o segundo, que é o Conselho da Mesa-Redonda, é decorado em
vermelho. No primeiro, as ferramentas estão espalhadas pelo soalho, e no segundo, há uma mesa
redonda sobre a qual estão colocados Compassos, Esquadros e um Plano dourado.
O Grau é transmitido por Iniciação.

2 -Mistérios do Grau
PALAVRAS
- SAGRADA - Noé, Beseleel, Sidônio.

SINAL - Imitar o movimento de levantar o machado com ambas as mãos e dar um


golpe como para cortar uma árvore pelo pé.
- Resposta: Levantar as duas mãos à altura da testa, com os dedos estendidos e deixá-los
cair.

TOQUE - Pegar mutuamente as mãos um do outro, cruzando os dedos.

BATERIA - Duas pancadas igualmente espaçadas (! !).

TRABALHO - Do alvorecer ao pôr-do-sol.

3 - Insígnias do Grau do Príncipe do Líbano


Avental - Tem duas apresentações: a primeira é a de um Avental branco, tendo, no
corpo, bordada, uma mesa redonda sobre a qual estão alguns planos desenrolados e Instrumentos de
Trabalho. Noutra versão o Avental tem no corpo o desenho de um olho.
Fita - Da cor do arco-íris, forrada de vermelho, tendo, pendurada, a Jóia do
Grau.

Jóia - Um Machado dourado e coroado, tendo inscritas no cabo de um lado as


letras L. S. A. A. C. D. X. Z. e A., e do outro lado as letras S. N. S. C. J. M. B. O.

As letras do primeiro lado são as iniciais de: Líbano, Salomão, Abda, Adonhiram, Ciro,
Dario, Xerxes, Zorobabel e Ananias. As do outro lado significam: Sidônio, Noé, Sem, Cam, Jafet,
Moisés, Beseleel e Ooliab.
São palavras que de uma forma ou de outra estão ligadas aos Graus e ao Velho Testamento.
O Príncipe do Líbano ou Cavaleiro do Real Machado, no primeiro momento da Iniciação,
está armado de um Machado e, na segunda parte, armado com uma Espada.

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