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MAÇÔNICO
n.º 29 – março/Abril 2004
Ano IV
EDITORIAL ÍNDICE
Pág. 2 a 4
Ei m Maçonaria, cultivamos a LIBERDADE, que é uma das
O que a imprensa
noticiou
bases da nossa doutrina (e deve ser para toda a humanidade),
E
principalmente a liberdade de expressão, pois devemos ser sempre livres
pensadores e formadores de opinião. Mas nem por isso execramos as
Pág. 5 a 7
Curiosidades
O Irmão Antônio do Carmo Ferreira, que ora preside a Associação Brasileira de Imprensa
Maçônica, vem de ser distinguido com a Medalha do Mérito Maçônico, que lhe foi concedida pelo
Grande Oriente Independente do Estado do Rio Grande do Norte, que tem como Grão-Mestre o
Irmão Ticiano Duarte.
Este mui ilustre maçom, graduado em Direito e pós-graduado na arte política, é homem de
grande cultura que ama e domina as letras. Jornalista primoroso. Tem fomentado a geração e
colaborado para a circulação de vários jornais nas diversas regiões do seu Estado, tanto na área
profana como, e sobretudo, na jurisdição maçônica. No dia 5 de fevereiro próximo passado, tomou
posse no cargo de presidente da Academia Maçônica de Ciências, Artes e Letras, sediada em Maceió.
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Conforme está sendo noticiado, teremos, este ano, a realização do ENCONTRO DA CULTURA
MAÇÔNICA, em Florianópolis, Santa Catarina. Este evento tornou-se tradicional, realizando-se nos
anos ímpares, mês de abril, no oriente do Recife, Pernambuco, sob a coordenação da ABIM; anos
pares, em Londrina, Paraná, mês de julho, sob a coordenação da Editora Maçônica A TROLHA. No
ENCONTRO de abril de 2003, ficou decidido que, neste ano, o evento teria lugar em Florianópolis, e
seria realizado nos dias 16, 17 e 18 de julho. A Maçonaria internacional estará presente, para ouvir,
aprender e ensinar assuntos pertinentes à Arte Real. As exposições e palestras estarão a cargo de
especialistas integrantes da UBRAEM (União Brasileira de Escritores Maçons); do INBRAPEM
(Instituto Brasileiro de Pesquisas e Estudos Maçônicos); da Associação Brasileira de Academias
Maçônicas de Letras; e da ABIM (Associação Brasileira da Imprensa Maçônica). A ABIM, mais
antiga de todas estas Associações, convida a todos os maçons e familiares, em especial os seus
associados, para este ENCONTRO DA CULTURA MAÇÔNICA, que se realizará nos dias
supracitados.
Fonte: IINFORMABIM nº 111, de 31/01/2004
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DIRETORIA DA COMAB
N. R.: A todos maçons do Estado do Rio de Janeiro, e em especial aos Iir.: do GOIRJ: vamos prestigiar aos
nossos Irmãos Ward (Grão-Mestre do GOIRJ e José Carlos (Grão-Mestre Adjunto), que estará assumindo a
Presidência e a Secretaria, respectivamente.
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2
A TROLHA HOMENAGEADA PELA ARTE REAL
“Ao encerrar o exercício de 2003, o Conselho Editorial da revista ARTE REAL, outorgou a Irmãos,
entidades, maçônicas ou não, a Medalha Jornalista Hipólito da Costa (patrono da revista), pela valiosa
colaboração à Sublime Instituição com seus trabalhos e atividades. A Editora A TROLHA, a mais importante
editora maçônica da América do Sul, que tem lançado relevantes títulos sobre a Ordem, além de editar a revista
A TROLHA – a pioneira – recebeu aquela láurea”.
(Texto do jornalista Deimar de Caireyt, revista Arte Real nº 20)
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A Academia de Letras, Ciências e Artes Maçônicas do Brasil realizou, em Natal/RN, nos dias 5 e 6 de
março, um Encontro de Cultura Maçônica. O Evento teve lugar na sede do Grande Oriente do Estado do Rio
Grande do Norte (GOIERN) e foi desenvolvido em conjunto com esta admirável Obediência. Na oportunidade,
houve a posse do imortal acadêmico TICIANO DUARTE na Presidência do Sodalício, e o ingresso dos maçons
Olismar Lins e Wilson Moura, como Membro Efetivo. Esta Academia tem sede em Maceió e foi fundada sob a
inspiração do maçom João Alves da Silva, jornalista editor de O DOSSEL e escritor com vários livros publicados. O
Irmão João Alves da Silva ganhou do Grande Arquiteto do Universo o dom de escrever, o que faz com elegância e
arte, sendo seus artigos muito apreciados no Brasil inteiro.
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INFORMAÇÃO RELEVANTE
N.R.: Reproduzimos a seguir nota divulgada pelo Ir.: Jackson Siedschlag, do Or.: do Rio de Janeiro e publicada em “A
TROLHA” de Abril de 2004 (nº 210).
Herdeiros de quase três séculos de Maçonaria na França, assumindo o seu papel histórico nas raízes
fixadas na Constituição de James Anderson, de 1723, o Grande Oriente da França, legítimo detentor das
patentes dos Ritos: Francês, Escocês Antigo e Aceito, Escocês Retificado, Memphis-Misraim e York Emulação,
em todos os Graus, presente em numerosos países, e por esta razão uma Obediência Maçônica de caráter
internacional; a Grande Loja da França, exercendo regularmente a patente do REAA, presente em numerosos
países, e por esta razão uma Obediência Maçônica de caráter internacional; a Ordem Maçônica Mista
Internacional “Le Droit Humain”, composta de Franco-Maçons, homens e mulheres, fraternalmente unidos,
sem distinção de ordem racial, étnica, filosófica ou religiosa, reafirma, desde sua criação em 1893 e, de
conformidade com a sua Constituição Internacional, os seus três princípios específicos:
• Igualdade entre homens e mulheres;
• Continuidade iniciática;
• Internacionalismo;
Para o desenvolvimento social, moral, intelectual e espiritual a que cada indivíduo pode alcançar em uma
humanidade fraternalmente organizada, exercendo a patente dos Ritos: Escocês Antigo e Aceito (com seus dois
tradicionais Rituais: Continental e Anglo-Saxão) e York Emulação, cônscios da diversidade de caminhos que as
três Obediências respectivamente oferecem a Irmãos de todas as origens e condições;
Regulares por natureza e legítimos por sua história e suas estruturas democráticas, decidiram assinar o
protocolo a seguir:
3
Conservando-se à distância de controvérsias partidárias, engajados num método iniciático que emancipa
as consciências, as três Obediências Maçônicas, que reúnem mais do que 100.000 membros, afirmam juntas:
Michel Singer
Grande Chanceler da Grande Loja da França
Njördur P. Njardvik
Grão-Mestre da Ordem Maçônica Mista Internacional “Le Droit Humain”
CLÍNICO E CARDIOLOGISTA
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Consultório:
Rua Silva Jardim, 78 Centro - Cabo Frio - RJ
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CURIOSIDADES
Observando o selo dos EUA, descobrimos inúmeros símbolos místicos; forte motivo para
entendermos a razão de sua inabalável força e desenvolvimento como nação. O selo foi adotado por ato do
Congresso Continental em 20 de julho de 1782 e re-adotado por ato novo Congresso em 15 de setembro de
1789. No livro “The Secret Teaching of All Ages” de Manly P. Hall encontra-se referência ao Grande Selo e
menção que o estabelecimento do governo foi controlado pelo misticismo, e aí, encontramos à frente
nossos IIr∴George Washington, John Adams, Benjamin Franklin, Thomas Jefferson e outros grandes
nomes maçons.
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Na Grande Pirâmide, aparece o lema: “ANNUIT COEPTIS” contendo também treze letras, e a
própria pirâmide é composta de treze camadas de pedras. A águia foi escolhida para representar a
formação da vida democrática da nova nação e, voltando à antiga lenda, a águia é a representação material
do pássaro espiritual, a FÊNIX, símbolo da imortalidade. Por voar a grande altura, parecendo aproximar-
se do céu, tem sido tomada como emblema de São João pelo penetrante e profundo conhecimento das
verdades divinas que são notadas no apóstolo. Encontramos referências no Livro da Lei à águia como:
Êxodo 19:4 – “... e falou o Senhor a Moisés: Vós tendes visto como vos livrei de vossos inimigos, como vos
levei sobre as asas da águia e vos trouxe a mim” há; ainda em Deuteronômio 13:11 – “... o Senhor guiou
seu povo como a águia desperta o seu ninho, se move sobre os seus filhos, estende as suas asas, toma-os, e
os leva sobre suas asas, fez seu povo cavalgar sobre as alturas da terra e comeu as novidades do campo, e
o fez chupar o mel da rocha e azeite da dura pederneira...”, daí tiramos a idéia de força, proteção e
lealdade que ficam relacionadas à águia. Suas asas abertas no Grande Selo indicam que é a mensageira
entre o cósmico e a Terra, levando as orações da Nova Nação para a nuvem de glória que ora simboliza o
Grande Arquiteto do Universo. Na garra direita da águia, é nos mostrado um galho de oliveira, símbolo
da paz que é mantida como força no mundo, que o espírito de vida faz crescer. Na garra esquerda a águia
segura treze flechas, símbolo de força na guerra e para a qual é empunhada para proteger os fracos, para
que possam crescer e se tornarem fortes. O escudo no seu tronco, representando as trezes colônias; a
proteção da América, e as treze faixas no interior do escudo significam também o Mestre Jesus e seus doze
discípulos, que agiram como escudo, para os EUA, quando foi esta nação formada em nome de Deus. As
trezes estrelas no campo azul com a Glória Dourada surgindo através de uma nuvem, mostra a Luz de
Deus brilhando através das treze estrelas de Deus, acima da cabeça da águia, que ampara em seu tronco o
escudo. As estrelas da “Nuvem de Glória” formam, entre si, dois triângulos invertidos e entrelaçados que
formam o Selo de Salomão ou o Escudo de Davi e também representam os mundos micro e macro
cósmicos da Criação, estabelecendo o princípio da lei hermética da Analogia: “Assim como em cima, o é
em baixo”. Tal formação estelar está inscrita dentro de um círculo infinito, que por sua vez está rodeado
por uma nuvem iluminada, o prometido Reino de Cristo, dos doze estados centralizados ao redor de uma
cabeça. A nuvem de Glória, com as treze estrelas douradas representam a luz mística que circunda o
recém nascido País.
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No centro da cédula vemos a inscrição: “IN GOD WE TRUST (EM DEUS NÓS CONFIAMOS),
que representa o poder cósmico no qual a nova nação crê; por Ele está protegida e Nele põe suas
esperanças. A águia carrega a bandeira da paz, poder, unidade e liberdade através dos novos tempos,
anunciando uma nova Era, os tempos de felicidade Universal, o que nos reporta ao Manual de Aprendiz
Maçom:” “Por que nos reunimos aqui Irmão 1º Vigilante? O qual responde: - Para combater a tirania, a
ignorância, os preconceitos e os erros...”.
As asas abertas mostram também que o único propósito da águia é voar quando chegar o
momento oportuno, da velha para a nova Dispensação(*). Sua cabeça voltada para a Direita, na direção do
solo do meio-dia, quer dizer que está pronta para voar tão logo o sol alcance o meridiano, não permitindo
assim que o ocaso venha a trazer as trevas sobre a inteligência humana. A cabeça branca da água e suas
nove penas brancas da cauda, são o simbolismo dos Dez Sephirotes da antiga sabedoria cabalística,
representada pela fortaleza, majestade, fundamento e reino. As nove penas brancas da cauda representam
os princípios da Criação, e a Cabeça (Kether), o princípio espiritual que guiará a nação através dos treze
estágios do seu crescimento e preparação para o Reino Espiritual, mostrado através da Glória Celestial,
acima da cabeça da águia, que de uma forma simples nos mostra o escudo, (à altura do coração – centro
emotivo); e a cabeça (mente objetiva) juntos controlando o plano físico através dos sentidos sensoriais,
ambos, coração e cabeça, ligados à nuvem de glória (mente cósmica), numa relação direta. Os algarismos
romanos “MDCCLXXVI” – 1776”, lembram que em 04 de julho de 1776, foi proclamada sua
independência política.
Na faixa em semicírculo, encontramos a divisa: “NOVUS ORDO SECULORUM” (INÍCIO DE
UMA NOVA ERA), que representa o prenúncio de novos tempos para a humanidade; e, finalmente, as
palavras “ANNUIT COEPTIS” por sobre o “OLHO DA PROVIDÊNCIA”, apresenta o Grande Arquiteto
do Universo como a porta de entrada para esta tão esperada Nova Era.
Colaboração: Roberto da Costa Gomes, 33º, M ∴I∴, Membro ativo e regular da ARBLS “Cavaleiro da Águia
Simbólica” nº 12, Jurisdicionada a Muito Respeitável Grande Loja Simbólica do Rio de Janerio, Or ∴de São Cristóvão
– RJ J.
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(*) Entre os protestantes, período de tempo no qual o indivíduo é experimentado quanto à sua
obediência a alguma revelação especial da vontade de Deus.
Administração de Condomínios
Venda e Aluguel
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PARA PENSAR
MICROFÍSICA DA REFORMA
Ir.: Octacílio Schüler Sobrinho (*)
9
É hábito vivermos pelos outros, pensarmos pelos outros, espelharmos o discurso moral nosso para os
outros, sabendo, mas desconhecendo, deliberadamente, que cada um de nós vive sua vida e consome a
sua moral. Devemos proclamar, alto e bom tom, que Maçonaria nunca foi religião, não quer ser religião e
nunca será religião, motivo pelo qual a idéia de céu como paraíso, do bom, são mitologias, às quais não
são, metodologicamente, provadas, mas sim admitidas como verdades pela crença. Existem várias crenças
e cada uma é fundamentada – vem daí a idéia de fundamentalismo – em verdades inventadas. Ao
contrário, as instituições que não são religiões, não têm crenças em um Deus singular e aí está o paradoxo,
que é justamente crer no Deus que está dentro de cada um, pois o Maçom não necessita ser devoto a um
Deus específico, como não pode ser um ateu estúpido, isto é, não crer em nada, nem mesmo no amor.
Portanto, crer ou não crer, ser bom ou ser mau, ser branco ou negro, alto ou baixo, pobre ou rico, são
invenções morais e crer nesta dicotomia é espalhar hierarquias, que são as responsáveis pela violência e
pela forma, maneira de nos odiar uns aos outros.
Muito mais significante é o fato de estar no mundo, ver o sol, abraçar o humano, chorar, rir, olhar o
infinito, mergulhar no vazante das cachoeiras e ter a sensação da vida penetrando na pele, nos poros,
enfim, viver muito além da idéia do bem e do mal.
Isto, meus Irmãos, é o que nos ensina a Maçonaria. Esta é a microfísica da reforma – voltar a viver.
Voltar a viver? Como? Fácil, muito fácil mesmo. Reascender em cada um de nós o AMOR. Tudo que acima
foi dito é a deturpação do amor. O amor está sendo confundido com o prazer, desejo, vontades, interesses,
atração física e, pior, pela própria paixão. O Maçom é um investigador faminto em busca da verdade, a
qual pode ser encontrada num só lugar – no amor. O amor é cor, tom, timbre, intensidade, gosto, visão do
arco-íris com sua auréola multicor nos indicando o canto que nos encanta. O amor é a Escada de Jacó como
concepção de que podemos chegar ao topo, desde que nos propomos subir degrau por degrau. Não há
avião, pára-quedas, que nos possa colocar no último degrau. Falamos, neste artigo, do homem egocêntrico
que desenvolve, em si, um amor chamado concupiscêntrico, o qual é totalmente diferente do amor
maçônico que se centra na benevolência, o qual deseja o bem de alter, ou seja, do outro.
Meus Irmãos! Devemos ter presente que o amor filantrópico tem lógica diferente do amor. O
filantrópico é humano, ou seja, humanitário, e o teocêntrico fundamenta-se no Deus cristão.
O que deve fazer a Microfísica da Reforma? É desenvolver uma área da personalidade de cada Maçom
um grau de maturidade no amor, principalmente naquelas que ele encontra-se imaturo. Como identificá-las?
Pela experiência, pois em certos momentos o MAÇOM sente-se um anjo e noutros como irracional. Entre o
bem e o mal o homem balança e dança, num paradoxo e ambigüidades que permeiam a arte de amar.
Em síntese: o amor da irmandade maçônica é o maior grau de amor, embora o amor-ágape seja o amor na
sua máxima expressão porque é doação de si, sem esperar recompensas, sem interesses, sem retorno material,
visto que é dar a vida pelo Irmão. É o amor que se deseja em benevolência, cuidando de alter, desenvolvendo o
altruísmo, em outras palavras, disponibilizando, a cada momento, a compreensão e o perdão.
(Fundada em 25/08/1995)
LOJA ITINERANTE
Reuniões trimestrais (meses de : Março, Junho, Setembro e Dezembro)
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GRANDE DICIONÁRIO ENC. BIBLIOTECA
DE MAÇONARIA E
LEON DENIS E A MAÇONARIA
SIMBOLOGIA
EDUARDO CARVALHO MONTEIRO
NICOLA ASLAN
MENDEZ ARCEO (D. Sérgio)– Bispo de Dentre todos os discípulos de Allan
Cuernavaca, no México, e que em histórico Kardec, Denis é considerado o mais
discurso, colocou perante o Concílio Vaticano II importante.
o problema da Maçonaria, pedindo solução. As Denis, Espírita e Maçom, recebeu forte
“Acta Synodalia Concilli Oecumenici Vaticani influência da Maçonaria que, por sua vez,
II”, reproduzem o discurso de D. Mendez participou intensamente da vida social e
Arceo, cuja parte referente à Maçonaria é assim política da França do século XIX (O “século das
traduzida: Luzes”), chegando a ser dirigida em várias
“Existem, além disso, outros homens, entre os ocasiões por gabinetes de ministros maçons que
quais e a Igreja alimentaram-se, no decorrer da propagaram, até radicalmente, as idéias de
história, e ainda se alimentam, há já dois séculos, liberdade de consciência e laicidade das
apenas ameaças e palavras ásperas, a saber os Instituições francesas). Daí a importância de se
Maçons. conhecer a intimidade da Loja Maçônica
“I – Devemos atender, no entanto, ao fato de que Demófilos de Tours, onde foi Iniciado, e do
os católicos não podem absolutamente dar o seu Grande Oriente de França, com seus membros
nome a associações maçônicas, tendo sido influentes interagindo nos destinos do país,
decretadas penalidades para demovê-los disto. para nos ajudar a conhecer melhor o
Não cessa, porém, o cuidado pastoral acerca de pensamento de Léon Denis, o grande
tais católicos que se tornam Maçons. propagador da Doutrina Espírita depois de
“II – Se, todavia, considerarmos os Irmãos não- Allan Kardec.
católicos e muitos de seus ministros, que se O Objetivo do livro é resgatar fatos
inscreveram na Maçonaria, seria preciso atender a inéditos de sua trajetória terrena e servem para
duas conseqüências: a) de um lado, estes compreender melhor a importância que teve
ministros e cristãos não-católicos encontrarão não
para a Maçonaria e o Espiritismo.
pequeno impedimento para a sua união
Léen Denis converteu-se ao Espiritismo
comunitária com a Igreja pela sua filiação na
aos 18 anos e com 23 foi Iniciado na Maçonaria.
Fraternidade Maçônica; b) de um outro lado, esses
Apesar da grande atividade de propagação do
ministros e cristãos não-católicos seriam fermento
Espiritismo que desenvolveu a partir de 1880,
válido para que fosse eliminado da própria
Maçonaria tudo o que houver de anticristão e de nunca se desligou da Ordem Maçônica,
anticatólico, se conhecessem, compreendessem e mostrando respeito e admiração pela Loja Lês
amassem mais a Igreja Católica. Demóphiles de Tours e pelo Grande Oriente
A própria origem da Maçonaria não foi anticristã, de França.
havendo indícios aqui e ali, embora mínimos, Para o Maçom que busca, que pesquisa,
sobre a possibilidade de uma reconciliação com a este é mais um bom motivo para uma boa
Igreja. A boa-fé de ambos os lados e a mestra da leitura.
vida que é a História muito poderão contribuir
para que seja sanado tão lamentável dissídio. A
bondosa Mãe Igreja, sob a direção do Espírito
Santo, deve buscar o caminho”.
Foi este bem fundamentado discurso o sinal
da “pausa para meditação” e uma abertura Publicação da MADRAS EDITORA LTDA.
para um Diálogo sincero. Isto deveu-se, Ano da publicação: 2003.
principalmente, ao clima no Concílio
Vaticano II que foi, sem dúvida alguma, um
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POLINDO A PEDRA BRUTA
RESPONDA-ME SE O DESEJAR
PÍLULAS MAÇÔNICAS
A INICIAÇÃO
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CLASSIFICADOS – ANUNCIE AQUI!!!
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TRABALHOS MAÇÔNICOS
A VIRTUDE NA ORDEM MAÇÔNICA
Ir.: Antônio do Carmo Ferreira (*)
Os objetivos da Maçonaria causam a melhor impressão às pessoas que se debruçam sobre a sua
leitura ou deles tomam conhecimento, mesmo àquelas que, em maior ou menor intensidade, chegaram a
ser atingidas pelo vírus da difamação de que a Maçonaria seria uma sociedade conveniada com os
demônios ou que o seu lado secreto teria a ver com tramas contra a Igreja e a queda de governos
democráticos. Por que esta impressão tão boa assim?
O homem de boa fé, ao conhecer os princípios que norteiam a existência da Maçonaria, constata de
imediato que ela é uma organização dedicada ao bem, tanto no que se refere à formação de seus quadros,
tornando-os pessoas virtuosas, como no que pertine à comunidade em que ela está encravada, a cujos
membros leva o exemplo da moral e da ética e, aos mais carentes, a mão estendida da filantropia.
Frei Caneca, numa de suas cartas de Pítia a Damão, comentava, com desprezo, a ação maldosa dos
difamantes da Maçonaria. Para aquele grande líder, a difamação era a revelação da frustração de seu
autor. Falar mal da Maçonaria, asseverava o mártir da Confederação do Equador, provém de duas
frustrações: a) não conseguir ter ingresso na Ordem; b) ter sido expulso da Ordem (1). É a aplicação da
fábula de Esopo – “A raposa e a Uva”. A raposa viu o cacho de uvas e quis comê-las. Pulava e pulava, mas
não o alcançava. Então massageou sua falta de sorte, aos miados, de que não mais queria as uvas, porque
elas ainda não estariam maduras.
Ambrósio Peters, de saudosa memória, expõe, num de seus livros (2), que em nossos dias não há
mais lugar para se pensar nestas aleivosias assacadas contra a “Arte Real”, diante do jornalismo
investigativo, munido que está de instrumentos de alcance nunca imaginados e de técnicas as mais
precisas. Falar em coisas secretas e de maldades da Maçonaria é o mesmo que desdizer da alta qualificação
dos profissionais da imprensa, cada vez mais ávidos da notícia sensacional ou pensar que a sociedade está
povoada de “bobos da corte”.
A Maçonaria prima por cuidar de seus quadros, mesmo antes de sua Iniciação, quando recebe o
pedido de ingresso e o submete a rigoroso processo de sindicância. Desejo ressaltar, contudo, que não se
trata da formação de um colegiado de santos, mas de uma agremiação de homens que se identificam por
suas qualidades exemplares nos campos da moral, da ética e do amor ao próximo. É possível que nem
todos os seus quadros alcancem este alto padrão, no entanto podemos estar certos de que a Maçonaria é
uma escola de conhecimentos que se propõe, com seus ensinamentos, a levar a tanto o seu adepto. Vale,
aqui, lembrar as palavras das Sagradas Escrituras de que “muitos são os chamados, no entanto poucos são
os escolhidos”(3).
Entranhar-se da virtude e o hábito de sua prática são a meta. E a Maçonaria chama a atenção para
isto em todos os seus ensinamentos. Todos os seus princípios estão permeados das idéias de virtude. E
a exigência de ser virtuoso é evidente, como disse, mesmo antes de o homem tornar-se um maçom.
Aliás, é a sua característica. Quando se dá a metamorfose do profano para o maçom, isto é, naquele
instante magno em que nasce o ser maçom, esta ressurreição acontece num clima de lembrança e de
ênfase na cobrança de que, dali em diante, a virtude deverá estar entronizada na vida do novo obreiro.
E esta responsabilidade será permanentemente relembrada.
Para que não haja dúvida, é que a Maçonaria não somente reclama o compromisso com a virtude,
mas também a define, indagando do candidato a seus quadros, e por várias vezes, o que ele entende por
virtude. Exauridas as suas conceituações, os mestres da Ordem ensinam que “a virtude é a constante
disposição da alma que nos induz a praticar o bem e evitar o mal” (4). A Maçonaria sabe da dificuldade
que vai ter com o seu novo integrante para adaptá-lo a este estado de espírito. Só se ingressa na Maçonaria
já adulto, e muitos após os quarenta anos de idade, quando têm completa a sua formação com um acervo
de costumes diferentes dos estabelecidos pela Ordem para seus integrantes. Somos, e todos nós sabemos
disto, tal qual uma pedra sem jeito, cheia de saliências, bruta, informe. E nosso destino no seio da
Maçonaria é nos tornarmos polidos, portanto harmônicos com os seus postulados. A Loja será o
laboratório, aonde deveremos ir, não por obrigação, mas por amor, porque é nela “que trabalhamos para
acostumar nosso espírito a curvar-se às grandes afeições e a não conceber senão idéias sólidas de
bondade... levantando Templos à Virtude e cavando masmorras ao vício”(5).
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Nunca devemos esquecer de que estão dentro de nós os germes do bem e do mal (6). E de que a
porta de acesso ao mal é larga e convidativa, ao contrário do acesso ao bem, de porta estreita e difícil (7). O
oposto da virtude é o vício, contra o qual a Maçonaria tanto verbera por ser “o hábito desgraçado que nos
arrasta para o mal” (8). E, em nossos dias, a prática do vício mais tem se acentuado. Quanta coisa ruim está
permeando e destruindo a sociedade, decorrente da presença do vício? A admissão de um maçom não se
dá senão depois que o candidato promete com honra e lealdade que, a partir dali, morre para o vício,
qualquer que seja ele. E mesmo depois de sua concordância, a Maçonaria ainda lhe adverte que isto é um
compromisso que mesmo que implique enorme sacrifício, deverá ser honrado, para que ele receba o
respeito que merece um verdadeiro maçom.
E quais são as virtudes que a Maçonaria destaca e incentiva a sua prática? Fácil encontrar em
edições da segunda metade do século passado, ilustrando capa de revista e de livro, a Escada de Jacob
(grifo da redação) com sete degraus, contendo igual quantidade de virtudes, divididas em dois grupos.
De baixo para cima, o grupo de quatro virtudes conhecidas como cardinais: temperança, fortaleza,
prudência e justiça (9). As três outras virtudes, situadas no cimo da Escada, constituem no grupo das
virtudes teologais: fé, esperança e caridade (amor ao próximo). Este segundo grupo está comentado na
Teologia do Apóstolo Paulo, especialmente na I Carta aos Coríntios (10). A Maçonaria segue a trilha destas
virtudes e não economiza esforços, no sentido de levar seu integrante à prática das mesmas.
É da maior valia pra o maçom, sobretudo quando é admitido na Ordem, a leitura de livros
que tratem do assunto (grifo da redação) : virtude, e como sabemos que nem todos têm o elogiável
hábito de ler, sugerimos dedicar um tempo ao livro “ A Filosofia da Maçonaria Simbólica”, volume 2, da
lavra de escritor Raimundo Rodrigues, onde ele, especialmente, nos capítulos Ética, Moderação e Ciência
da Moral e Virtude, definindo-a como um ornamento do caráter e enfocando a sua indispensabilidade na
ação do conviver com respeito e dignidade, desde a antiguidade aristotélica até os nossos dias. Para o
professor Raimundo Rodrigues, o homem é um ser destinado a viver em sociedade, onde existem deveres
a cumprir. A prática da virtude não somente satisfaz a quem assim procede, como também atende ao
cumprimento do dever. E a Maçonaria, conforme ensina, “é uma sociedade onde os homens devem viver
irmanados, trabalhando, não só em benefício próprio, mas, sobretudo, em benefício do todo e respeitando
os direitos uns dos outros” (11).
Outro dia, fiquei maravilhado com a leitura da manchete de primeira página de um dos grandes
jornais filiados à ABIM, abrindo matéria referente ao cinqüentenário da Loja patrocinadora do periódico.
Dizia assim: “Meio século construindo Templos à Virtude”. Isto é um atestado de firmeza, pensei eu, e, ao
mesmo tempo, uma resposta à angústia do Apóstolo Thiago, quando cobrava presença mais evidente dos
cristãos primitivos – “de que vale a fé sem as obras?”
Pois bem; que cada maçom, ao avaliar o seu dia de existência, possa adaptar a manchete – estas 24
horas que me destes, Grande Arquiteto do Universo, utilizei-as construindo Templos à Virtude.
RECURSOS BIBLIOGRÁFICOS:
1. FERREIRA, Antônio do Carmo, em “Artezanatos Maçônicos”, anexo “X Carta de Pítia a
Damião”, Editora Maçônica ‘A TROLHA, Londrina/PR.
2. PETERS, Ambrósio, em “Maçonaria, História e Filosofia”, Gráfica e Ed. Núcleo Ltda,
Curitiba /PR
3. NOVO TESTAMENTO, em Mateus 22: 14
4. R ITUAL do 1º Grau – Aprendiz maçom do REAA, edição do GOIPE, 1997, Recife/PE
5. RITUAL, idem
6. JOLIVET, Régis, em “Curso de Filosofia”, Parte da Moral Geral, Capítulo Atos Humanos
– “A virtude e o vício”, Livraria AGIR Editora, Rio de Janeiro / RJ
7. NOVO TESTAMENTO, Mateus 7 : 13-14
8. RITUAL, obra citada.
9. ASLAN, Nicola, em “Grande Dicionário de Maçonaria e Simbologia”, verbete
“Virtude”, volume IV, Editora Maçônica A TROLHA, Londrina / PR.
10. NOVO TESTAMENTO, em I Epístola de Paulo aos Coríntios.
11. RODRIGUES, Raimundo, em “A Filosofia da Maçonaria Simbólica”, volume 2, Editora
Maçônica A TROLHA, Londrina / PR
N.R.: Extraído, na íntegra, da plaqueta recebida, de autoria do estimado Irmão (Presidente da ABIM).
16
A MAÇONARIA E OS MÓRMONS
Irm. Kurt Max Hauser (*)
Em 1839, os Santos dos Últimos Dias ou os Mórmons, sob a liderança de Joseph Smith, autor do
Livro de Mórmom, compraram terras em Illinois na Vila de Comércio e a rebatizaram com o nome de
Nauvoo. Ali obtiveram regular número de pessoas e que se integraram na Religião Mórmom. Entre
eles havia um número razoável de maçons sob a liderança de John C. Bennett, Heber C. Kimbal e
Hiram Smith, irmão carnal de Joeph Smith.
Em 1841, o Grão-Mestre Jonas, da Grande Loja de Illinois, forneceu uma Carta Provisória para
fundarem uma Loja, em 15 de março de 1842, tendo-a depois constituída pessoalmente em 15 de
outubro de 1842.
Isto foi mais ou menos um ano depois de que Joseph Smith casou com mais uma mulher, dando
assim o início da poligamia nos Estados Unidos. Em virtude disto, John C. Bennett tornou-se um
oponente violento dos Mórmons.
Quando - assim sabemos pelo próprio jornal de Smith – a nova Loja instalou seus oficiais num
bosque aberto, perante uma grande multidão, Joseph Smith atuou como Grande Capelão, embora
ainda não fosse maçom. Ele e um tal de Sidney Righton, naquele dia foram feitos “Maçons à vista”.
Sobre isto, a Loja “Bedley” nº 1, perto de Quiney, em Illinois, enviou uma resolução à Grande
Loja, solicitando uma investigação sobre o assunto. Em menos de seis meses depois que o Grão-
Mestre havia dado a autorização, a cancelou novamente. Entre as duas datas, a Loja “Nauvoo” havia
iniciado 286 candidatos e elevado 256. Depois que a Loja se reorganizou foi-lhe permitido que
voltasse aos trabalhos novamente.
Os Mórmons começaram a aceitar novos membros em tal quantidade que, pelo mês de outubro
de 1843, havia cinco novas Lojas dos Mórmons, que eram: Lojas “Nye” e “Helen” em Nauvoo; Lojas
“Keokuk”, “Rising Sun” e “Montrose” em Montrose, estas últimas três estavam no território de Iowa.
A Grande Loja de Illinois começou a receber queixas sobre escandalosas irregularidades praticadas
por estas Lojas, sendo que nenhuma das mesmas fazia relatório de suas atividades para a sua Grande
Loja, como era uso, e nem compareciam nas Assembléias da Grande Loja. A Grande Loja, então,
suspendeu as Lojas e ordenou que devolvessem seus documentos, Cartas Constitutivas e Relatórios.
Mas as Lojas continuaram a trabalhar em desafio à Grande Loja, iniciando maçons aos milhares. Pode
ser encontrado relatos detalhados sobre isto nas Atas da Grande Loja de Illinois dos anos de 1843,
1844, 1845 e 1846.
Em 27 de junho de 1844, Joseph Smith e seu irmão Hiram foram assassinados num motim
popular em Carthage, no Estado de Illionois.
Depois que Brigham Young assumiu o lugar de Joseph Smith, os membros da Igreja de Jesus
Cristo dos Santos do Últimos Dias, imigraram para o Estado de Utah, onde estabeleceram sua sede
central em Salt Lake City, que foi praticamente por eles erguido.
Ali, logo após sua chegada, renunciaram a sua condição de Maçons e denunciaram a
Maçonaria, proibindo aos seus adeptos de, sob qualquer hipótese, pertencerem à Ordem. Desde
então, eles têm movido uma campanha intensa contra a Maçonaria.
São inúmeros os livros que foram editados por eles condenando a Maçonaria, livros sem valor
algum, pois contêm unicamente difamações e inverdades sobre a Ordem, a exemplo de muitos livros
anti-maçônicos existentes onde são descritos cultos satânicos e outras aberrações que seriam
praticados pelos maçons.
Mórmons são uma das poucas entidades religiosas que até os dias de hoje mantém uma posição
anti-maçônica extremada.
17
SOLANO LOPEZ – TIRANO E MAÇOM
Ir.: HUMBERTO BERTOLA DE ALMEIDA(*)
19
AS ORIGENS DO PENTAGRAMA E DO HEXAGRAMA
Traduzido pelo Ir.: Sephariel S.: I.: (Hermanubis EUA) (*)
Se você olhar para baixo quando entra na porta principal do FREEMASON’S HALL na rua Great
Queen em Londres, verá um pentagrama; uma estrela de cinco pontas desenhada no chão.
A instrução dos números usada no grau de Zelador da Sociedade Rosacruciana, adota o Pentagrama
para ilustrar o número cinco e o Selo de Seis Pontas de Salomão ou Estrela de Davi para ilustrar o número
seis. São símbolos muito antigos e quero me concentrar na questão de onde eles vieram.
O primeiro passo é chamar sua atenção aos dois planetas mais próximos do Sol que a Terra – Vênus
e Mercúrio. Observe primeiro Vênus, por estar um pouco mais próximo do Sol que a Terra, sua órbita é
menor, embora a velocidade de ambos no espaço seja semelhante de qualquer ponto de partida, Vênus é
mais rápido do que a Terra, da mesma maneira que um atleta situado na parte interna de uma pista de
corridas. Se ambos partem da mesma posição no Zodíaco, Vênus alcançará um ponto (quando, vista da
Terra) no lado distante do Sol, diretamente em linha com ele; isso é chamado de “Conjunção Superior”.
Vênus então volta ao ponto de partida antes da Terra, começando sua segunda órbita e linhas entre
a Terra e o Sol, neste caso existe uma “Conjunção Inferior”, e assim sucessivamente, continuando sua
órbita até ultrapassar adiante da Terra até a próxima “Conjunção Superior”.
Como Vênus e a Terra possuem tempos diferentes para completar suas órbitas, passam-se 8 anos até
que os dois planetas cheguem ao mesmo ponto inicial. Neste espaço de tempo Vênus completou 10 órbitas
e a Terra 8. Houve dez conjunções –cinco “superiores” e cinco “inferiores”.
O próximo passo é imaginar dois círculos, cada um representando o zodíaco, que segue o caminho
aparente do Sol. Marque a posição das conjunções superiores e a ordem nas quais elas acontecem. No
outro círculo, marque as posições das conjunções inferiores, também na ordem em que elas ocorrem. Em
ambos os casos, puxe uma linha entre a posição 1 e a posição 2, então vá posicionando 2, 3 e assim por
diante. O resultado é mais que interessante.
Mas existe mais: Mercúrio, assim como Vênus, possui uma órbita menor que a Terra; no caso de
Mercúrio, sua órbita é ainda menor que Vênus. Mercúrio completa três órbitas em 50 semanas, de forma
que, ocorrerá seis conjunções – três “inferiores” e três “superiores” a cada ano.
Se todos os 6 pontos estiverem marcados no círculo zodíaco, os três inferiores unidos por linhas
puxadas, 1-2-3-1 e os três superiores unidos 1-2-3-1, o resultado será um HEXAGRAMA - ou ESTRELA DE
DAVI ou SELO DE SALOMÃO. O que faz disto uma imagem notável é que você irá reconhecer na ordem
dos desenhos, os triângulos, que são usados na consagração do templo para uma reunião Martinista.
Estes são fenômenos reais, parecendo a mim, ter só uma de quatro possíveis explicações.
Primeiro, pode ser uma coincidência sem sentido. A Ciência tem o hábito de descartar qualquer
coisa que possa ser explicada como uma “coincidência”, e eu não gostaria de calcular as probabilidades de
uma figura com um pentagrama regular que é produzido pelas conjunções de Vênus ou de um hexagrama
regular que são produzidas pelas conjunções de Mercúrio (quando ambos são símbolos extremamente
antigos), mas a probabilidade deve ser de um bilhão para um.
Segundo, estes mesmos símbolos antigos poderiam estar entre os últimos resquícios de uma
primitiva civilização, junto com seus mitos e reminiscências. Talvez estes símbolos representem o que
sobrou de uma prolongada observação e aprendizado.
Terceiro, poderia ser um exemplo sobre o qual Carl Jung descreveu como “Sincronicidade”, isto é,
coincidências significantes. Lembre-se, por exemplo, como uma coincidência inexplicável é, supostamente,
o fato de um mesmo número de hexagramas existentes no I-Ching estarem entrelaçados em uma espiral
de DNA. Talvez estes símbolos descrevam algo sobre a realidade universal.
Quarto, poderia ser uma forma de memória futura. O escritor de ficção científica, Clifford Simak
descreve, em um de seus livros, que alienígenas estavam tentando ajudar o gênero humano, mas eles
permaneceram ocultos porque a raça humana os identificariam em sua memória de raça futura como
demônios. Talvez nós tenhamos uma memória de raça do passado que produziu símbolos cujo significado
aprenderíamos três mil ou mais anos depois.
Cada uma dessas possibilidades parece, em certo grau, absurda – coincidência, informação de uma
civilização esquecida, cujos vínculos de sincronicidade ficaram embutidos no campo da realidade ou na
memória de raça futura. Eu sei que isso pode ser uma explicação provável, mas o que você pensa sobre
qual seria a mais provável?
20
A COR PRETA NA MAÇONARIA
Ir.: Anísio Anthero Barradas (*)
O preto do vestuário habitual do Maçom em Loja (terno ou balandrau) está intimamente ligado ao
simbolismo maçônico. O escritor maçônico Tne Lucien Rousseau, no seu livro “a Linguagem das
Cores”escreve:
“O preto e a noite, por lembrarem imagens da morte, nem por isso deixam,também, de evocar idéias
de mudança de estado, de transmigração, de reencarnação e de ressurreição.
A exemplo da Natureza, que tira a Aurora da Noite, o Mundo do Caos, e a Primavera do Inverno, as
religiões da Antiguidade impunham aos candidatos à Iniciação, provas que transcorriam durante a noite ou
nos subterrâneos.
Para se tornarem homens novos, para nascerem para a existência espiritual, era preciso passar por
uma morte simbólica; morria para a vida de ilusões e de paixões e tornava-se digno assim de contemplar o
sol resplandescente da Verdade... O negro, portanto, esotericamente, significa mudança de estado. Nem
sempre ele é um mau presságio e freqüentemente, ao contrário, é a origem de grandes coisas, como provam
os mitos e numerosas lendas consagradas aos pássaros negros” (justamente o que acontece no simbolismo
maçônico: câmara de reflexões, a morte simbólica, a busca da Verdadeira Luz. Por isso, que a roupa preta
usada pelo maçom traz em si todo esse conteúdo simbólico).
Para que se produza o equilíbrio há necessidade que ao avental e luvas brancas - símbolos da pureza
– se junte o traje preto representando “as trevas”, das quais o maçom se afastou quando foi Iniciado nos
mistérios da Maçonaria.
Não são o branco e o preto considerados cores, sendo o branco “a reunião de todas as cores”e o preto
“a ausência de cor”, isto é, de luz. Em física a substância preta é a que absorve todas as luzes e não transmite
nenhuma, portanto incapaz de refletir os raios luminosos; ao contrário, reflete os raios caloríficos. Assim o
maçom vestido de preto estaria, simbolicamente, absorvendo toda a luz e, em contrapartida, refletindo
ondas de calor, de calor fraterno, de amizade e de companheirismo que devem caracterizar os membros da
Sublime Ordem.
Alfredo P. Cunha
Cirurgião Dentista – CRO 4679
Dr. Wagner Buono
Glaicy M. Cunha Ginecologista e Obstetra
CRM 52.27620-8
Periodontia e Endodotia –
Acompanhamento Pré-Natal
Atendimento: Tratamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis
2ª, 3ª, 5ª e 6ª 8h às 11h – 14h às 17h Prevenção do Câncer de Colo
Prevenção do Câncer de Mama
Avaliação Hormonal na Peri-Menopausa e Menopausa
21
HISTÓRIA PURA
FUNDAÇÃO DA A∴R∴L∴S∴PHILANTROPIA E LIBERDADE
Ir∴ Alexandre Magno Camargo, MI (*)
Desde meados do ano 2002 desejávamos criar uma Loja em Brusque no Rito Moderno. Alguns
Irmãos de pronto apoiaram a idéia e outros a consideraram extravagante, que dividiria as Lojas e outras
preocupações do gênero.
Nosso pensamento passava então – e ainda passa – ao largo dessas possibilidades, pois não
acreditamos nisso!
Sabemos que muitas Lojas surgem de desavenças e isso é lamentável. Mas não é o caso da Loja
Orvalho do Hermon e Luz e Harmonia, as quais vivem a fraternidade e a união de uma forma muito
concreta, e em nosso entender, o que é bom merece multiplicar! E é nesse sentido que focamos nosso
projeto.
Por que a opção pelo Rito Moderno?
Mais de uma razão nos fez optar pelo Rito Moderno, principalmente:
1) Sendo as Lojas de origem dos fundadores Lojas do Rito Adonhiramita e do Rito Brasileiro, se
um desses ritos viesse a ser escolhido descontentaria os demais além de não cumprir a
finalidade, que é oferecer mais uma oportunidade de prática maçônica. Um terceiro rito
permitiu que ambas as Lojas pudessem ser consideradas como “Loja Mãe” da nova Oficina,
contribuindo com Obreiros de seus Quadros e apoio para as sessões até que a Loja possa
formar um Quadro completo;
2) O Rito Moderno é uma opção a mais para a prática da Maçonaria em Brusque, onde já se
praticam os Ritos: Adonhiramita; Brasileiro; Escocês e Schröeder;
3) O Rito Moderno possui uma ritualística “enxuta” que permite mais tempo para estudos,
debates, apresentação de trabalhos consistentes e palestras de interesse geral, inclusive para
as Cunhadas e Sobrinhos;
4) Mais um dia disponível para reunião, se apresenta como uma alternativa a mais para aqueles
Irmãos com dificuldade de se fazer presentes nos demais dias da semana, e desse modo não
se afastarem da Ordem;
5) O maçom deve conhecer a Maçonaria como um todo e não apenas o rito em que nasceu, pois
os ritos não são excludentes entre si, na verdade são complementares; a Maçonaria é uma só
e seus ideais são os mesmos a despeito da roupagem que assuma;
6) Para os Irmãos cujas convicções os fazem sentir-se pouco à-vontade nos ritos deístas e teístas,
o Rito Moderno – por ser agnóstico – é uma excelente alternativa;
7) Nenhuma Loja está perdendo nada com nossa iniciativa, pelo contrário, é a Maçonaria que
está ganhando!
Diante disso, tomamos em 2003 medidas para a motivação dos fundadores potenciais, porém,
tomando o cuidado de não constranger nenhum Irmão, de tal modo que todos que viessem a aderir a nova
Loja o fizessem voluntariamente.
Como uma dessas medidas, sugerimos que à Loja Acadêmica Bruno Carlini, do Or∴ de Itajaí,
nos brindasse com uma apresentação do Rito Moderno, realizando uma Sessão, o que foi feito em 16 de
outubro de 2003, despertando o interesse de diversos Irmãos.
O Ir∴ Alexandre Magno Camargo, mentor original da idéia, havia obtido a autorização do Grão
Mestre do GOESC, o Eminente Irmão Walmor Backes, em 24 de setembro na reunião mensal da Loja de
Estudos e Pesquisas União dos Mestres, e aproveitando a sessão demonstrativa do dia 16 comunicou que
seria fundada uma Loja do Rito Moderno, com apoio dos Irmãos, fruto do que as adesões tiveram início a
partir das duas Lojas do GOB em Brusque.
Foram tomadas as medidas de praxe para essas ocasiões, inclusive distribuição de tarefas e
reuniões entre os membros efetivos e, após a reunião do dia 5 de dezembro, com a presença de nossas
Cunhadas, em que foram decididos o nome da Loja, o dia e hora de reuniões, assim como o nome da
Sociedade Feminina – que adotou o mesmo nome da Loja – e a data de fundação oficial; o Ir∴ Alexandre
visitou a Poderosa Assembléia Estadual Legislativa do GOESC no dia 6 a fim de formalizar pessoalmente
o convite ao Povo Maçônico na pessoa de seus representantes.
22
Os convites foram emitidos dia 8 e a fundação foi efetuada no dia 16 de dezembro de 2003, às
20:00 horas, seguida de jantar típico de Brusque a base de marreco, e contamos com a presença das
seguintes autoridades: o Eminente Irmão Walmor Backes, Grão Mestre do GOESC; o Eminente Irmão
Wagner Sandoval Barbosa, Presidente da PAEL; o Poderoso Irmão Antônio Gouveia Medeiros, Grande
Secretário de Educação, Cultura e Ritualística do GOESC, seu Adjunto para o Rito Moderno, o Poderoso
Irmão Cid Gomes, o Poderoso Ir∴ Jocely Xavier Araújo, ex-Delegado da 5ª Região e atual Juiz, assim como
se fizeram presentes diversos integrantes das Lojas: Orvalho do Hermon e Luz e Harmonia, Lojas Mãe dos
Fundadores, e Delegações das Lojas do Rito Moderno: Acadêmica Bruno Carlini, Oriente de Itajaí e Ordem
e Trabalho, do Oriente de Florianópolis, primeira Loja do Rito Moderno fundada em Santa Catarina, assim
como diversos Deputados Estaduais que atenderam nosso convide, prestigiando o evento.
O nome da Loja foi uma homenagem a Loja nº 9 do GOB, a primeira no Sul, criada ao Oriente de
Porto Alegre no dia 25 de dezembro de 1831, e da qual participavam os líderes da Guerra Farroupilha, de
importância histórica não apenas para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, mas para o Brasil, pois este
movimento – que durou praticamente 10 anos – criou a primeira república em solo brasileiro que
efetivamente funcionou como um país independente, tornando-se o principal germe das idéias
republicanas e democráticas no Sul do Brasil, tendo por ideais a Liberdade, a Igualdade e a Humanidade.
A Diretoria provisória e demais membros fundadores:
(*) N.R.: Aproveitamos para incluir nesta seção a recente HISTÓRIA do nascimento desta Loja.
Desejamos muito sucesso, paz e união!
23
Viagem ao nosso interior
UMA CANÇÃO DE AMOR
Giovanni Scognamillo
O título que encima este artigo pertence a Mozart, um menino prodígio que compunha páginas
clássicas e tocava órgão e cravo aos 5 anos de idade, numa demonstração de que todo aquele acervo e
conhecimento musical ele os trazia de vidas passadas, sendo somente a reencarnação capaz de
explicar tais fenômenos que assombram o mundo.
Nascido JOHANNES CRYSOSTOMUS WOLFGANGUS THEOPHILUS MOZART ,em
Salzburgo (Áustria), no ano de 1756, este gênio dos clássicos desencarnaria na mesma cidade, em
1791, com apenas 35 anos de idade e em plena atividade criadora, deixando valiosa contribuição
musical, que variava da música de câmera a sonatas, concertos, sinfonias e até mesmo óperas, que se
tornaram muito conhecidas do público e onde destacamos “A Flauta Mágica”, “As Bodas de Fígaro”
e, a mais popular de todas, “Don Giovanni”, muito encenadas nos teatros líricos do mundo.
Aos 8 anos de idade, o pequeno Mozart se encontrava em Londres para uma turnê, quando
conheceu o cantor lírico Carlo Manzoli, que o provocou se seria ele capaz de compor em breve espaço
de tempo “Una canzone d’amore”, para ser utilizada em uma determinada ópera em apresentação na
capital britânica. O rapazinho, atendendo ao pedido de Manzoli, dirigiu-se ao cravo e improvisou a
música como se a conhecesse de há muito tempo. Manzoli assim descreve o momento: “aquele
menino parecia transfigurado diante dos meus olhos. Em alguns instantes flutuava sobre a banqueta,
enquanto os dedinhos agitavam freneticamente o teclado e a melodia escapava, não somente do
instrumento, mas saía por todos os poros; e tive a impressão de que os ‘deuses da música’ o estavam
possuindo, tamanha a beleza melódica dessa ‘canzone d’amore’, feita de improviso e diante dos meus
olhos estupefatos”.
Mozart era um lídimo médium da música, espírito superior que não se assustava com a idéia da
morte, chegando mesmo a preparar a esposa Constanza, os filhos e amigos para a sua breve partida
desse mundo, ao afirmar, sereno e tranqüilo: “pressinto a aproximação da morte, essa amiga dos
homens que apenas interrompe um percurso para logo começar um outro, pois morrer é não deixar
de existir. Não, não! Não temo essa transformação e pressinto-a bem perto e por isso começo, desde
já, a compor a minha própria missa fúnebre (Missa in Réquiem) e assim poupar trabalho aos
amigos...”
A encenação de sua última ópera, “A Flauta Mágica”, em setembro de 1791, tomou muito tempo
do compositor que se ocupava também na criação do “Réquiem”, página esta que ele, de fato, não
terminaria, pois a morte, “essa amiga dos homens”, anunciou a sua chegada, prostrando-o no leito,
onde ele volta a afirmar, convicto: “não durarei muito”. E assim foi, pois o inspirado Mozart
abandonou o corpo alquebrado no dia 5 de dezembro de 1791, deixando incompleta aquela que seria
a sua última obra. Mas, para nossa alegria, Mozart –Espírito retorna e utiliza as faculdades
mediúnicas do também compositor F. Sussmayer e termina a prometida missa fúnebre, que logo foi
examinada por peritos musicais que a autenticaram como sendo de autoria do genial Mozart,
redivivo no Mundo Maior.
Em 1858, em Paris, um dos membros da equipe de Allan Kardec, Victorien Sardou (1831 – 1908),
em desdobramento mediúnico, retratou a casa de Mozart em Júpiter, segundo divulgação da “Revista
Espírita” de 1858, o que afirma a superioridade desse genial compositor sepultado em cova rasa, e
cujo túmulo permanece desconhecido até os dias de hoje. Popularmente, ficou conhecido como
WOFGANG AMADEUS MOZART, e sua vida foi uma linda canção de amor unida a um hino à
imortalidade.
Publicado no boletim semanal “SEI”, nº 1846 (16/08/2003)
Notas da Redação:
1. Mozart era maçom ativo e atuante;
2. “A FLAUTA MÁGICA” é considerada “quase um hino maçônico”.
24
BIOGRAFIA DO MÊS
PINHEIRO DE OLIVEIRA (Padre Belchior)
Nascido no antigo arraial do Tijuco, depois cidade de Diamantina, no dia 08/12/1775, sendo filho
de Belchior Pinheiro de Oliveira e de D. Floriana Rosa de Oliveira. Era primo em quinto grau colateral
de José Bonifácio, e não sobrinho, como o apontam vários historiadores.
Tendo feito os seus primeiros estudos no Seminário de Mariana, Belchior recebe as ordens em São
Paulo.
Nos dias 6 e 7 de outubro de 1798 foi, respectivamente, promovido à Primeira Tonsura e ao
Subdiaconato, na Igreja Paroquial de Sant’Ana de Itapeva da Faxina, bispado de São Paulo. Em 14 do
mesmo mês, foi promovido ao Diaconato na Igreja Paroquial de Itapetininga, do mesmo bispado.
Em 15/02/1802, o Padre Belchior obtém licença para estudar cânones em Portugal. Neste mesmo
ano, matricula-se na Universidade de Coimbra.
Em 20/04/1810. por apresentação régia, o Padre Belchior é indicado para vigário de Pitangui, em
Minas Gerais.
Enquanto aguardava a vacância da paróquia de Pitangui (1812), ocupada por outro padre, o
Padre Belchior fez parte da Loja Distintiva, fundada num recanto da Praia Grande, hoje Niterói, com
José Joaquim da Rocha, Antônio Carlos de Andrada, Luís Pereira da Nóbrega e outros. Foi um
membro proeminente desta Loja, de fundo francamente republicano e revolucionário, centro
irradiador do movimento nacionalista, que despertou e cresceu com a vinda da Família Real para o
Brasil.
Denunciada à polícia, os patriotas tiveram que fechar a Loja Distintiva. Segundo Melo Morais,
alguém da intimidade do Padre Belchior, por desavenças pessoais, apoderou-se dos papéis da Loja,
levando-os às autoridades. O Intendente Geral da Polícia, Paulo Fernandes Viana, chamou Rocha e
Belchior à sua presença e lhes disse: “Que estão vossas mercês fazendo? Que loucura é essa?! Os
segredos da Loja já estão sabidos do governo e o Príncipe Regente, não querendo perder a ninguém,
os manda advertir para que dissolvam o quanto antes esse conventilho”. `À vista disso, obedeceram e
fecharam a Loja, sendo atirado ao mar todo o seu arquivo...”
Fechada a Loja, o Padre Belchior ficou no Rio de Janeiro, até poder tomar posse de sua paróquia
de Pitangui.
Em setembro de 1821, o Padre Belchior Pinheiro de Oliveira é eleito Deputado pela Província de
Minas Gerais para as Cortes de Lisboa, merecendo o primeiro lugar na lista.
Em conseqüência do movimento encabeçado pela Loja Comércio e Artes e do qual foi incumbido
José Joaquim da Rocha e José Mariano de Azeredo Coutinho, D. Pedro pronuncia o Fico
(09/01/1822).
Em 1822, o Padre Belchior, José Joaquim da Rocha e outros patriotas fundam O Constitucional,
periódico que se tornou o jornal do centro mineiro, no Rio de Janeiro.
Em 17/06/1822, por ocasião da fundação do Grande Oriente Brasiliano, o Padre Belchior era
membro do quadro da Loja Comércio e Artes. Em 21 do mesmo mês, no desmembramento que se
processou na Loja Comércio e Artes, com a criação de mais duas Lojas, para a formação do Grande
Oriente, o Padre Belchior foi sorteado para fazer parte do quadro da Loja Comércio e Artes na Idade
de Ouro. O seu nome simbólico era Ir.: Sócrates.
Em 23/07/1822, o Ir.: Sócrates é nomeado com outros para conferir o grau Rosa-Cruz a José
Bonifácio e a outros, aprovados para recebê-lo.
Em 14/08/1822, tendo partido D. Pedro para a sua histórica viagem a São Paulo, o Padre
Belchior incorpora-se à comitiva oficial, em Venda Grande, acompanhando o Príncipe Regente, como
seu confidente, até o Ipiranga.
Em 7 de setembro de 1822, ao receber a correspondência enviada do Rio de Janeiro pela Princesa
D. Leopoldina, que ficara como Regente, e inteirado do seu conteúdo, D. Pedro pede ao Padre
Belchior que o aconselhasse, mandando-o ler alto as cartas trazidas pelos emissários vindos da Corte.
25
Segundo narrativa feita pelo Padre Belchior, e publicada em 1826, o Príncipe arrancou as cartas de
suas mãos e, amarrotando-as, pisou-as deixando-as na relva. O Padre Belchior as apanhou,
guardando-as, e perguntado novamente por D. Pedro sobre o que havia de fazer, respondeu: “Se
Vossa Alteza não se faz Rei do Brasil neste momento, será prisioneiro das Cortes, e talvez deserdado
por elas. Não há outro caminho senão a independência e a separação”. E o Príncipe Regente disse
então: “Padre Belchior, eles o querem, terão a sua conta”. E proclamou o Brasil para sempre separado
de Portugal.
Em 17/04/1823, a Constituinte Brasileira para a qual o Padre Belchior tinha sido o deputado mais
votado de Minas Gerais, dá início aos seus trabalhos.
Em 15/07/1823, os Andradas demitem-se do Ministério e passam a fazer oposição a D. Pedro I.
Ao lado de José Joaquim da Rocha, o Padre Belchior os acompanha, sustentando na Assembléia
vigorosa oposição. Irritado com a oposição demagógica dos Andradas, o Imperador fecha a
Assembléia Constituinte e manda prender José Bonifácio, seus irmãos e seus amigos. Entre eles estava
o Padre Belchior.
Em 20/11/1823, em companhia dos Andradas e de seus partidários presos, o Padre Belchior é
desterrado, seguindo para a França a bordo da charrua Lucânia.
Depois de seis anos de exílio (1829), o Padre Belchior volta ao Brasil.
Tendo sido fundado o Grande Oriente Brasileiro,. Com o Senador Vergueiro como Grão-Mestre, o
Padre Belchior a ele se filia, ocupando o cargo de Grande Secretário Interino da nova Potência
Maçônica brasileira.
Em 1833, pelas suas ligações com os Andradas, o Padre Belchior, que voltara a Pitangui
alquebrado e doente, é preso como Caramuru.
Em 12/06/1856, morre o Padre Belchior Pinheiro de Oliveira.
26
O Nosso Planeta
27
Políticas públicas e um melhor gerenciamento dos recursos hídricos em todos os países tornam-se
hoje essenciais para a manutenção da qualidade de vida dos povos. Se o problema de escassez já existente
em algumas regiões não for resolvido, ele se tornará um entrave à continuidade do desenvolvimento do
país, resultando em problemas sociais, de saúde, entre outros.
O país está tomando medidas concretas para impedir esse futuro, entre elas a criação da Agência
Nacional de Águas, a sobreposição do rio São Francisco, adoção de técnicas de reuso de água e construção
de infra-estrutura de saneamento, já que hoje 90% do esgoto produzido no país é despejado em rios, lagos
e mares sem nenhum tratamento.
Segundo a Organização das Nações Unidas - ONU, 50% da taxa de doenças e morte nos países em
desenvolvimento ocorrem por falta de água ou pela sua contaminação. Assim sendo, o rápido crescimento
da população mundial e a crescente poluição, causado também pela industrialização, torna a água o
recurso natural mais estratégico de qualquer país do mundo.
Para cada 1.000 litros de água utilizados, outros 10 mil são poluídos. Segundo a ONU, parece estar
cada vez mais difícil se conseguir água para todos, principalmente nos países em desenvolvimento. Dados
do International Water Management Institute – IWMI - mostram que, no ano de 2025, 1.8 bilhão de
pessoas de diversos países deverão viver em absoluta falta de água, o que equivale a mais de 30% da
população mundial. Diante dessa constatação, cabe lembrar que a água limpa e acessível se constitui em
um elemento indispensável para a vida humana e que, para se tê-la no futuro, é preciso protegê-la para
evitar o futuro caótico previsto para a humanidade, quando homens de todos os continentes travarão
guerras em busca de um elemento antes tão abundante: a água.
Devido à grande expansão urbanística, à industrialização, à agricultura e à pecuária intensivas e
ainda à produção de energia elétrica - que estão estreitamente associadas à elevação do nível de vida e ao
crescimento populacional -crescentes quantidades de água passaram a ser exigidas.
As crescentes necessidades de água, a limitação dos recursos hídricos, os conflitos entre alguns usos
e os prejuízos causados pelo excesso de água exigem um planejamento bem elaborado pelos órgãos
governamentais, estaduais e municipais, visando técnicas de melhor aproveitamento dos recursos
hídricos. Além das responsabilidades públicas, cada cidadão tem o direito de usufruir da água mas o
dever de preservá-la, utilizando-a de maneira consciente, sem desperdícios, assim dando o valor devido à
água.
Use a água racionalmente, a fonte não pode secar!
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DEPOIMENTO
A polêmica das cotas para ingresso nas universidades públicas brasileiras faz parte de um
amplo contexto de questões que indicam como a sociedade brasileira está preocupada com a
depuração do processo democrático. Estão sendo discutidos, entre outros temas, os efeitos civis da
união entre homossexuais, os limites éticos e jurídicos de aplicação da biotecnologia e a introdução ou
não no Brasil do sistema de políticas afirmativas voltadas para a população de baixa renda.
Em todas essas discussões, o que está em pauta é o poder de decisão dos cidadãos no sentido de
avançar ou recuar rumo a uma sociedade mais democrática, plural e tolerante. Trata-se de decidirmos
se continuaremos ou não sustentando o sistema de segregação social e discriminação que tem, em
parte, caracterizado negativamente a nossa sociedade.
É sabido que o Estado brasileiro desmantelou o serviço público de ensino fundamental e médio
durante o período da ditadura. A ausência total de uma política de investimentos levou a classe
média a matricular seus filhos em escolas particulares. As escolas públicas, outrora reduto de
excelência do ensino, sofreram um penoso processo de esvaziamento.
O ensino superior, por outro lado, embora tenha sofrido ao longo da ditadura com a censura e a
perseguição política a grandes cabeças da academia, não foi vítima do mesmo descaso no que se
refere ao repasse de recursos orçamentários, o que permitiu que as universidades públicas
alcançassem um nível de qualidade em geral muito melhor do que o das universidades privadas.
Isso fez com que hoje nos deparemos com a seguinte situação: a população de baixa renda,
consumidora dos ensinos fundamental e médio públicos, não consegue acesso ao ensino superior
público, o que evidencia a inviável competição entre estudantes egressos da escola pública e egressos
da escola particular.
O Estado brasileiro não pode continuar de braços cruzados diante dessa triste realidade. É
preciso que a universidade pública cumpra o seu papel de permitir o acesso a quem tem perfeitas
condições intelectuais, mas não teve a sorte de pertencer a uma família que tivesse condições
financeiras de matriculá-lo em uma escola particular.
A tese de que devemos nos limitar a melhorar o ensino fundamental e médio para permitir que
os seus alunos possam competir em igualdade de condições com os alunos da escola particular é
inaceitável e somente se justifica como uma forma de manter tudo como está, sem se mexer nos
privilégios das classes mais favorecidas, dado o número de anos que serão necessários para que tal
estágio de evolução seja alcançado.
O sistema de cotas justo e criterioso de acesso ao ensino superior público é o que reserva um
percentual das vagas para alunos egressos da escola pública, pois além de ser objetivo e de levar em
consideração o mérito, beneficia também aquelas pessoas pertencentes a grupos raciais que sofrem
discriminação no país, já que são elas as grandes clientes do serviço público de ensino fundamental e
médio.
Por essas razões fui ferrenho defensor da introdução das cotas para alunos da escola pública
junto à Uerj, quando era presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, e
apresentei no Congresso Nacional o projeto de lei número 61, de 2003, que reserva 50% das vagas nas
universidades federais para estudantes da rede pública de ensino, já aprovado no Senado e
encaminhado no dia 16 de março último para a Câmara dos Deputados.
O objetivo de tais iniciativas é um só: diminuir o desnível social e dar uma chance real de
ascensão e pleno desenvolvimento intelectual para milhões de jovens brasileiros.
O PESQUISADOR
MAÇÔNICO
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