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LUKAS GARCIA PAULINO JORDÃO

Trabalho de Reflexão
A Vida de David Brainerd
JONATHAN EDWARDS

Trabalho de Reflexão apresentado


atendendo às exigências da matéria de
Teologia de Missões 2. Prof. Rev.
Chun Kwang Chung

SEMINÁRIO TEOLÓGICO PRESBITERIANO


REV. JOSÉ MANOEL DA CONCEIÇÃO
São Paulo – Junho de 2022

Turma: 8°semestre de Bacharel em Teologia / Noite


A leitura do livro foi muito edificante e de fato me fez refletir em muitos aspectos
a respeito de minha vida espiritual e devocional. Brainerd relata muitas vezes
como se sentia com relação a sua indignidade diante de Deus, até mesmo a um
ponto desesperador. Desespero esse que só findou depois de muita luta
espiritual e trabalhar do Espírito Santo. Mesmo depois de sua convicção a
respeito da salvação por meio dos merecimentos de Cristo, a consciência do
pecado era para Brainerd muito nítida e constrangedora.

Em minha vida sempre foi presente a consciência do pecado, desde a minha


conversão ainda na pré-adolescência. Apesar disso, vivi rodeado pelos
princípios da salvação pela graça em termos um pouco distorcidos. Essa
salvação, por muitas vezes gerava em mim um certo comodismo. Não nego que
foi um aprendizado muito importante e que por vezes me livrou do orgulho e me
proporcionou conforto diante da cruz. Mesmo assim, apenas recentemente
compreendi como é perigoso viver a vida cristã relaxadamente, fiando-se em
uma salvação sem evidências e sem confirmação externa. Partes da bíblia que
falavam sobre a perseverança dos santos e da vida de obras eram amenizadas
por mim por explicações baseadas em outros textos. Finalmente aprendi que
devemos sim ter uma compreensão do todo na revelação da soteriologia, mas
também devemos deixar que cada texto expresse sua ênfase como intenciona o
autor. Confrontar minha vida com textos que falam a respeito da vida do salvo
foi algo tremendamente transformador em minha vida. “Mostrar a minha fé pelas
obras” me fez ser mais ativo e menos passivo na minha santificação. Entender
que a eleição e a responsabilidade humana não se anulam me fez compreender
melhor meu compromisso e responsabilidade.

Algo mais que me fez crescer espiritualmente e em devoção nos últimos anos é
a compreensão de quão odioso é o pecado. Em primeiro lugar porque é rebeldia
contra o Senhor e Salvador da minha vida, origem de todo o bem, criador e
soberano sobre toda realidade. Comecei a compreender que, ao pecar, não
devia entender essa rebeldia como algo que simplesmente aconteceu. Frases
como “perdão porque foi mais forte do que eu”, ou “perdão por não ser capaz de
vencer” deixaram de fazer sentido para mim. O pecado, essa rebeldia declarada,
definitivamente significavam que meu amor era pobre, e que eu havia amado
mais ao pecado do que ao Senhor. Em segundo lugar, o pecado se mostrou
extremamente odioso por ser contra a criação e a imagem de Deus em mim.
Percebi como no pecado eu estava completamente ausente de razão e
justificativa. Qualquer coisa que me pareça boa, natural e aceitável, não sendo
aceitável para Deus, mostra o quanto minha mente está subordinada a outros
princípios e paradigmas. Essa consciência não apenas me fez odiar o pecado,
mas amar a justiça com mais alegria e prazer. Passei a entender o porquê de
muitas coisas e odiar mais gravemente quando, sendo filho de Deus, agia como
filho do Diabo. Em terceiro lugar o pecado me foi odioso quando eu passei a
meditar mais sobre o sermão do Monte e a verdadeira natureza da justiça e do
pecado. Mais e mais eu percebia quantas vezes havia de fato matado, roubado,
e adorado outros deuses. Aprendi a pensar mais no meu mundo interior e menos
nas consequências dele. Muitas vezes deixei de me importar com minhas
motivações e coração adorador para pensar em como alcançar “isso ou aquilo”.
De fato, nesse último ponto, muitas vezes me sentia desmotivado e desanimado
por pensar demais no mundo externo e não no interno. Me entristecia com metas
que não poderiam ser alcançadas, com incapacidades minhas, falta de
resultados, ao invés de olhar para como meu coração estava diante de Deus.
Aprendi, e na verdade tenho aprendido, a descansar em saber que o Pai me vê
e ele compreende. Entendi que não a nada que não venha das mãos do Senhor
e devo me preocupar apenas com o que está ao meu alcance. Tenho lutado com
isso, e é para mim algo muito sério, pois a falha nesta compreensão nos leva a
muitos pecados de hipocrisia, desanimo, e descontentamento contra o Senhor.

Tenho aprendido que a alegria da fé é apenas para os que se constrangem e se


entristecem verdadeiramente diante do pecado. O Senhor tem sido
misericordioso e benevolente comigo e com os que eu tenho servido. Que o
Senhor continue me ensinando a depender de sua graça em como viver para
sua glória. Amém.

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