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O PESQUISADOR

MAÇÔNICO
n.º 38 –Set./Out.. 2005
Ano V

EDITORIAL ÍNDICE

H Á muito tempo que não se tinha notícias, nos meios maçônicos e profanos,
Pág. 2 e 3
 Notícia Relevante
de tantos Manifestos Maçônicos.
Houve manifestos individualizados das três principais Obediências (GOB, GGLL, e Pág. 4
GRANDES ORIENTES INDEPENDENTES), além das outras não aceitas como
 Curiosidades
“regulares”(GRANDE LOJA UNIDA etc). E, ainda, das suas federadas ou confederadas
(estaduais), separadamente. Mas, mais contundente ainda, foi o Manifesto conjunto,
publicado no dia 03/10, no “Diário do Comércio”, pelas três Obediências ditas regulares, Pág. 5
já mencionadas, em São Paulo. ,
 Para Pensar
Obviamente, que o mote para tudo isto é a corrupção deslavada e desenfreada, a
falta de moral e ética que assola este país, notadamente na classe política em geral Pág. 6
(excetuando-se honrosos casos). E, sobre isto já comentamos no editorial anterior...
 Gr. Dic.Enciclopédico de
O que desejamos destacar, extraindo de toda esta profusão de manifestos, é, ainda Maç. e Simbologia
que singela, a união do povo maçônico. União esta em torno deste grande acinte (Nicola Aslan)
político por que todos os cidadãos passam, no momento, dada a inconformidade de  Biblioteca
todas as consciências éticas e de moral ilibada deste nosso país.
Até quando poderemos agüentar uma situação tão escabrosa como esta?- Pág. 7
perguntam-se todos. E nós, maçons, que não defendemos política partidária dentro de
nossas Lojas, mas que somos altamente politizados, porque formadores de opinião, não  Polindo a Pedra Bruta
 Pílulas Maçônicas
podemos nos omitir e não vamos nos omitir! – dizemos em uníssono.
E, quando este movimento é praticamente involuntário, transforma-se em
articulação. E é nesta articulação que os maçons brasileiros fortalecem sua união, à Pág. 8 à 10
despeito das diferenças obedienciais.  História Pura
E isto é ótimo! Mesmo que uma unificação da maçonaria brasileira seja um ato
dificílimo (me recuso a usar o termo “impossível”), mostra a universalidade da Pág. 11 e 12
Maçonaria; mostra que os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade formam um  Viagem ao nosso interior
ideal indivisível a ser alcançado por todos nós.
Pág. 13
Carlos Alberto dos Santos/ M...M...
 Biografia do bimestre
O Pesquisador Maçônico
Pág. 14 e 15
Fundação: Janeiro/2001
Editor: Ir.: Carlos Alberto dos Santos/M.: M.:
 Depoimento
Revisor: Ir.: Ítalo Barroso Aslan/ M.: I.:
Registrado na ABIM sob o n.º 060-J Pág. 16 à 27
Os conceitos emitidos nos artigos aqui apresentados são de exclusiva responsabilidade • CADERNO DE
de seus autores. TRABALHOS – De
Informativo Cultural da SOCIEDADE DE ESTUDOS ANTHERO BARRADAS, e Estudos e Pesquisas
A... R...L...S... e de Instrução Renascimento n.º 08
Rua Nicola Aslan, 133 / Braga – Cabo Frio (RJ)
e-mail: opesquisadormaconico@ciclodagua.com.br 1
NOTÍCIA RELEVANTE
A:. R:. L:. S:. “ARMAÇÃO DOS BÚZIOS”
Ir.: Ítalo Aslan(*)

ARLS Armação dos Búzios


O brasão da Loja guarda as características básicas do brasão do
município: o escudo português, de base circular, a borda azul, o búzio
e os golfinhos, incorporando a eles os detalhes maçônicos que se
fazem necessários.
Em linguagem coloquial:
O compasso e o esquadro, na posição de Mestre Maçom,
identificado com o objetivo dos fundadores de que a ARLS Armação
de Búzios cumpra seu papel de Loja de progresso intelectual, daí
mostrar a posição do Grau da plenitude do Saber no Simbolismo, cor
que o azul do fundo identifica.
Os golfinhos e as faixas afirmam a condição de cidade litorânea. As
coroas sobre os golfinhos são para afirmar que a Arte Real chegou a
Armação de Búzios
Em linguagem heráldica:
Cortado: o primeiro de azul, um compasso de prata sobre um
esquadro do mesmo; o segundo de prata, com três faixas de verde,
com um búzio na sua cor.
Timbre:
Esquadro & Compasso sob o Búzio.

2
O último “7 de Setembro”, dia do aniversário da Independência do Brasil, foi marcado por um acontecimento importante
para a Maçonaria Fluminense. Referimo-nos à fundação da Loja Provisória “Armação dos Búzios”, a primeira Loja
Maçônica de um município há relativamente pouco tempo emancipado.
A referida Loja está constituída em caráter provisório, como já foi dito, sendo jurisdicionada ao Grande Oriente do
Estado do Rio de Janeiro (GOERJ) e federada ao Grande Oriente do Brasil (GOB), tendo como patrocinadoras as AA:.
RR:. LL:. SS:. União de Cabo Frio e Luzes de Iguabinha.
A Loja recém formada trabalhará no Rito Escocês Antigo e Aceito e, após os trâmites legais perante o Poder Central do
GOB, terá como título distintivo, em caráter definitivo, o nome de Aug:. Resp:. Loj:. Simb:. “Armação dos Búzios”.
Os nomes que comporão a sua primeira administração, todos interinos, são os seguintes:

Ven:. M:. Álvaro Peçanha


1º Vig:. Joel Pereira de Figueiredo
2º Vig:. Manoel Lourenço Filho
Or:. Aroldo Menezes Pereira
Secr:. Marileno Fernandes Lopes
Tes:. Vicente Sebastião de Freita
Chanc:. Paulo César Sá
1º Exp:. Wilson Proença
M:. CCer:. Carlos Manoel Sigilião Travessa
Hosp:. Amilton Rodrigues Macedo
1º Diác:. Francisco de Araújo Filho
2º Diác:. Max Merlone dos Santos
Cobr:. Irineu Moreth Dias
Port:. Esp:. Hélio de Carvalho Campos
Port: Band:. Isaias Lopes de Macedo
Port:. Est:. João Carlos da Silva Figueiredo
M:. Harm:. Antônio Carlos de Castro

Após a apresentação da sua administração interina e dos nomes que comporão, também interinamente, os demais
cargos, foi procedido o Juramento. Em seguida foi apresentado o Timbre da Loja que se assemelha ao brazão do Município
de Armação dos Búzios, de forma estilizada, contendo, evidentemente, alguns símbolos que caracterizam a Ordem
Maçônica.
Após o ato de fundação, o passo seguinte será a formalização, perante o GOB, da solicitação de regularização da Loja.
Conforme foi esclarecido na ocasião, o Regulamento Geral do GOB determina que uma Loja Maçônica Provisória, ao
ser fundada, deverá ser constituída de, no mínimo, 7 Mestres Maçons Regulares, permitindo ainda que a mesma se reúna
uma vez por mês. Foi então acordado entre os componentes do Quadro da Loja que as reuniões aconteceriam, em
princípio, todo último sábado de cada mês, às 10 horas, no Templo da Aug:. Resp:. Loj:. Simb:. União de Cabo Frio,
ficando já determinado o dia 24 de setembro a data da 1ª reunião.
Eis aí. Mais uma Loja Maçônica surgindo em nossa região. Irmãos abnegados à sua frente farão, não temos a menor
dúvida, com que continue a ser difundida a doutrina da Ordem Maçônica, preocupada com a Fraternidade, a Liberdade e a
Igualdade, levando, por meio de suas instruções, o aprimoramento de seus membros no aspecto da educação, do
esclarecimento e dos bons costumes, objetivos basilares da Ordem, objetivos esses que buscam a harmonia e o
entendimento na convivência Universal.
Seja bem vinda, Aug:. Resp:. Loj:. Simb:. “Armação dos Búzios”.
(*)Membro da ARLS RENASCIMENTO Nº 08 e Membro Honorário da ARLS UNIÃO DE CABO FRIO

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CURIOSIDADES
TRADIÇÃO MILITAR E MAÇONARIA
Ir.: Valfredo Melo e Souza(*)

O protocolo de recepção e do tratamento dado às autoridades maçônicas está calcado nas tradições militares desde
a Idade Média e têm relação com os números misteriosos (3,5,7,9...). Assim, Veneráveis e Ex-Veneráveis Mestres são
recebidos por comissão de três membros armados de espadas e munidos de archotes, salva de baterias nos três altares.
Presidentes de Tribunais Estaduais Eleitorais e de Justiça são recepcionados por comissão de cinco membros armados de
espadas e munidos de archotes, com três salvas nos três altares. Grão-Mestre Adjunto Estadual, sete membros armados,
munidos de archotes e três salvas nos três altares. Grão-Mestre Estadual, nove membros armados, portando archotes,
salva de bateria incessante. Termina a escala com a recepção do Grão-Mestre Geral da Ordem, com doze membros
armados, portando archotes, abóbada de aço; por fim, a Bandeira Nacional, com treze membros, armados de espadas e
com estrelas. Com as variações de cada Potência, todavia, calcadas nas tradições militares.
O sinal de amizade era antigamente entendido e até mesmo caracterizado pelo fato de apresentar-se uma pessoa
(como no caso da espada), um navio ou embarcação, momentaneamente, impossibilitada de combater. Tempos em que
não haviam meios seguros de comunicação, e quando no mar, não era possível aos navios saberem notícias de terra (a
menos que encontrassem outros navios que as transmitissem), era importante que cada um deles soubesse quais as
intenções das naus que encontravam. Imagine-se que um navio, no mar há algum tempo, poderia não saber se sua nação
estava ou não em guerra com outra, inclusive com aquela cuja bandeira o navio ostentava. Tornou-se necessário
demonstrar uma “atitude amistosa”. Como? Tornando difícil a manobra de combate, já que um canhão para repetir um tiro
levava cerca de uma hora. Logo os navios estavam com os canhões sempre carregados para combater. Mas se algum
disparava os canhões, ficava fora de combate, por horas. Por isto, disparar canhões ao avistar navios amigos tornou-se
uma saudação: a Salva. Entenda como o estender as mãos vazias para um cumprimento amistoso. Os venezianos foram
os inventores ou introdutores das salvas de artilharia, no século XVI. O costume foi logo aceito e se espalhou pela Europa e
pelo mundo. Daí em diante, o número de tiros disparados chegou aos nossos dias com os cerimoniais militares.
Museólogos da Marinha têm anotações interessantes, como o Decreto de 2 de abril de 1762, nos Avisos de 3 de
março de 1757 e de 5 de setembro de 1810 que categorizam, minuciosamente, os números de tiros, as embarcações e as
autoridades recepcionadas. No Brasil, as salvas de artilharia estão nos Decretos nº 11446, de 20 de janeiro de 1915 e nº
88513, de 13 de julho de 1986, com as alterações que hoje vigoram, através de Portarias, Avisos e Regulamentos, com
observações interessantes. O intervalo das salvas festivas é de cinco segundos entre um e outro tiro. Havia um costume na
Marinha antiga, hoje observado por artilheiros “safos”, para a contagem dos 5 segundos: é dizer as palavras “teco, teleco,
teco, pepinos não são bonecos” – fogo um! E continuando assim após o tiro: “teco, teleco, teco, pepinos não são bonecos”
– fogo dois! E assim por diante. Quem contar o tempo que normalmente se leva para dizer as palavras citadas, verá que
ele é de cinco segundos.
Outras convenções se observaram. Vinte e um tiros é o limite de uma salva. É um múltiplo de três. Os números 3, 5 e
7 sempre tiveram significados misteriosos entre os maçons e, por conseqüência, no meio das Forças de Combate,
compostas que eram (e ainda hoje é) de grande número de maçons. O máximo de uma salva de bordo era de 7 tiros que
deveria ser respondida com 7 e coberta pela nave patrocinadora por mais 7 tiros. Isto porque a maior parte dos navios de
guerra era composta com uma bateria de 7 canhões em cada borda. Acolhemos em Loja Maçônica a bateria do grau ser
respondida e depois coberta, em ocasiões especiais.
A tradição do número ímpar, era para não deixar dúvidas na contagem. Na verdade, as salvas eram de números
pares. Foram acrescidas de mais um tiro para se evitar o erro de contagem, levando-se em conta a falta de instrução dos
rudes marujos. A salva nacional britânica era de sete tiros. As baterias de terra, deveriam responder às salvas do navio, na
razão de 3 tiros para cada tiro de bordo, isto é, sete vezes 3.
Quem passa pelo estágio do Grau 32, observa que a salva convencionada por Frederico II, da Prússia, para convocar
todos os maçons para a reconquista da Palestina, era, para o sinal de partida, à hora aprazada, de um tiro de canhão,
seguido de quatro tiros sucessivos.

(*) Membro da Academia Maçônica de Letras do DF.

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PARA PENSAR
A VOZ DA CONSCIÊNCIA DO MAÇOM
"Algum tempo atrás, tínhamos um Mestre que vivia junto com um grande número de Obreiros em um humilde templo, que
necessitava de reparos e que estava quase em ruínas. Os Obreiros pagavam seus compromissos e a Organização sobrevivia
com extremas dificuldades.
Alguns deles reclamavam das sofríveis condições das paredes e pinturas do Templo em que trabalhavam na Arte Real.
Em resposta, o velho Mestre, um dia disse: - "Nós devemos reformar as paredes do templo. Desde que nós somente
ocupamos o nosso tempo estudando e meditando, não há tempo para que possamos trabalhar e arrecadar o dinheiro que
precisamos. Assim, eu pensei em duas situações muito simples".
Os Obreiros se reuniram diante do Mestre, ansiosos em ouvir suas palavras. O Mestre disse:
1º - Todos aqueles que, abusando de nossa confiança, recolheram dinheiro, se apropriaram do que não lhes pertencia,
desviando em favor próprio, deveriam devolvê-lo. Agiram usando o nosso nome e credibilidade, para montar suas falsas
estruturas, que foram assentadas em bases de areia, devem saldar seus compromissos para conosco. Para que isto ocorra, eles
terão de ser confrontados consigo mesmos, e, isto depende de causas segundas...
2º - Cada um de vocês devem ir pela cidade, assim como, devem roubar bens que possam ser vendidos, para a arrecadação
de dinheiro.
Desta forma, nós seremos capazes de fazer uma boa, digna e generosa reforma, que nosso templo está a pedir".
Os Obreiros ficaram espantados com a revelação dos débitos e da imensa falta de caráter daqueles outros que saíram e os
de outras cidades...
Ficaram estupefatos, também, pelo tipo de sugestão vinda do sábio Mestre. Mas, desde que todos tinham o maior respeito
por ele, nenhum protesto fizeram.
O Mestre disse logo a seguir, de modo bastante severo:
- “Para não mancharmos a nossa excelente reputação, cometendo atos ilegais e imorais, advirto que cometam o roubo
somente quando ninguém estiver olhando. Não quero que ninguém seja visto ou pego".
O Mestre se afastou e os Obreiros discutiram o plano entre eles.
- "É errado roubar", disse um deles.
"Por que nosso mestre nos solicitou para cometermos este ato?". Outro respondeu em seguida:
- "Isto permitirá que possamos reformar o nosso templo; assim como aqueles que não nos pagaram e se apropriaram de
recursos que eram nossos de fato e de direito, podemos fazer o mesmo.
É por uma boa causa!".
Assim, todos concordaram que o Mestre era sábio e justo, ele deveria ter uma razão para fazer tal tipo de solicitação. Partiram
em direção à cidade, prometendo coletivamente que eles não seriam pegos, para não causarem a desgraça para a Ordem.
- "Sejam cuidadosos e não deixe que ninguém os veja roubando"...
-“Assim como aqueles outros, que negam que tenham contraído débitos, neguem sempre, incentivavam uns aos outros.”
Todos os Obreiros, com exceção de um, saíram a cata de recursos.
O sábio Mestre se aproximou dele e lhe perguntou:
-"Por que você ficou para trás?". O jovem Obreiro respondeu:
-"Eu não posso seguir as suas instruções de roubar quando ninguém esteja me vendo; nem mesmo de deixar de pagar o que
eu devo efetivamente. Não consigo negar o que tenho o dever de cumprir. Tenho juramentos e promessas que fiz quando de
minha Iniciação. Não importa aonde eu vá, eu sempre estarei olhando para mim mesmo.
Meus próprios olhos, irão me ver roubando".
Minha consciência irá me cobrar as faltas e inadimplências, assim como minhas mentiras e falsas assertivas, que sempre
terão o objetivo de enganar o meu Irmão e a Fraternidade como um todo.
O sábio Mestre abraçou o jovem Obreiro com um sorriso de alegria e disse:
- "Eu somente estava testando a integridade dos meus Obreiros e você foi daqueles que passaram no teste!"
Após muitos anos, o jovem se tornou um grande Mestre.
O errado sempre será errado, mesmo que ninguém veja.
Pior do que uma voz que cala, é um silêncio que fala, visto que o silêncio diz verdades terríveis...
O silêncio não é dado a amenidades!
Para alguém que trabalha com uma britadeira na rua, o silêncio é um bálsamo.
Para a professora de uma turma barulhenta de crianças, o silêncio é um presente.
Para os seguranças de um show de rock, o silêncio é um sonho. Mesmo no amor, quando a relação é sólida e madura, o
silêncio a dois não incomoda, pois é o silêncio da paz. O único silêncio que perturba é aquele que fala. E fala alto.
Mentir, falsear com a verdade, enganar aos outros divulgando falsetas e factóides, sonegando a veracidade dos fatos; sendo
inadimplente com compromissos livremente assumidos; perjurando e iludindo pessoas não escapam aos olhos do G.A.D.U., que
se apresenta através de causas segundas, por intermédio de nossas consciências, por exemplo. Para o Maçom que é cumpridor
de sua doutrina e de seus juramentos, o silêncio é um prêmio.
Os olhos de nossa consciência sempre estão nos vigiando, e a eles ninguém ilude."
6
Ir. Maurício Kropidlofscky, 33º (Grão-Mestre daGLURGS)

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GRANDE DICIONÁRIO ENC. BIBLIOTECA
TEMAS PARA REFLEXÃO DO MESTRE MAÇOM
DE MAÇONARIA E
SIMBOLOGIA
NICOLA ASLAN

ENCARNADO– Cor usada em várias alfaias, distintivos


e utensílios maçônicos. É a cor do R.E.A.A. e significa
zelo e fervor.

ENCERRAMENTO – É o ato de terminar os Trabalhos


de uma Oficina, o que pode ser feito tanto com a fórmula
habitual do Rito, com solenidades extraordinárias, ou com
um só golpe de malhete.
Na primeira forma, realiza-se em todos os casos normais e
ordinários.
Na segunda, quando o Venerável quer dar solenidade a
algum acontecimento ou celebrar a presença de alguma Não se trata de nenhum “lançamento”; muito pelo
comissão ou personagem, ou verificar algum ato de contrário: é uma obra de 1993. Mas como tantos livros
instrução. “clássicos”, este se encaixa naqueles “que não
Na terceira, quando assim o exige o cansaço dos Obreiros deveríamos deixar de ler”.
devido a um Trabalho muito prolongado, ou então quando O autor (que passou ao “Oriente Eterno” em 1992) vai
o Venerável julga oportuno terminar de repente a Sessão além da exposição histórico/temática na abordagem dos
para evitar discussões inconvenientes ou irregularidades. textos clássicos maçônicos, desmistificando em sua
Em algumas Oficinas de Altos Graus, os Trabalhos são abordagem alguns “mistérios”, que uma grande parte de
apenas, ritualisticamente, suspensos, pois são supostas autores ditos maçônicos gosta de “explicar”.
sempre em atividade. Mostra-nos que Maçonaria não pode ser vivenciada
separadamente da nossa vida cotidiana, ficando
evidenciado que os usos maçônicos são uma vertente do
ENIGMA– Exposição de um problema em termos comportamento e do pensamento humano.
metafóricos, ou expressão difícil de entender. Em O autor mostra sua preocupação por “... um projeto
Maçonaria, o enigma ocupa importante lugar nos pontos de recuperação do pensamento maçônico da atualidade,
cardeais da doutrina, e a expressão, às vezes, de mitos que deve manter como meta a efetiva participação do
profundos ou de representação de emblemas e mistérios maçom na construção de uma humanidade melhor e
que encerram lições morais e filosóficas, são os métodos mais esclarecida...”
utilizados. Sendo coerente com o título de sua obra, o autor –
Um exemplo é a frase Filhos da Viúva que constitui um conforme já dissemos acima – foge dos temas-padrão já
enigma para os profanos, quando desconhecem o tão amplamente explicados e discutidos, fazendo uma
significado de tais palavras. Também o são para os abordagem mais abrangente, objetivando provocar a
iniciados no 3º Grau Simbólico, se não estudarem todo o
discussão (fazer pensar) sobre a prática diária maçônica,
sistema que abarca o sentido das referidas palavras,
no cotidiano, a partir de um pensamento organizado
relacionadas com as revoluções do sistema terráqueo. Da
sobre todo o conhecimento teórico que adquirimos (todos
mesma forma, as palavras Mac-Benac e outras
constituem verdadeiros enigmas, cuja chave conhecem nós, Mestres Maçons) ao longo dos três Graus do
aqueles Maçons que estudaram a fundo os Símbolos e as Simbolismo.
Cerimônias. Não podemos nos esquecer que “estamos” Mestres
****************************************************************** Maçons. O aprendizado tem que ser permanente.
Boa leitura e boa reflexão!
ENTABLAMENTO – É assim que se chama, em
Arquitetura, a última ordem de pedras salientes colocadas Editora Maçônica “A TROLHA “ Ltda.
Londrina, 1993.
no alto das paredes de um edifício, e que forma a sua
coroação. Esta parte fica por cima das pilastras ou das Carlos Alberto dos Santos
colunas e compreende a arquitrave, o friso e a cornija Editor

8
POLINDO A PEDRA BRUTA
ELUCUBRAÇÕES SOBRE OS GRAUS MAÇÔNICOS – Convívio com o Paradoxo

A minha mente às vezes me deixa confuso quando procuro aplicar a lógica a certos problemas maçônicos, assim,
por exemplo:
Ouvimos falar ser universalmente aceito que a maçonaria indiscutivelmente se consome em 3 fases ou degraus
iniciáticos.
Falam-nos que o mestre, o adepto, o habilidoso na construção, adquire a “plenitude” maçônica quando completa o
último grau universal. Os diversos pontos de vista sobre maçonaria deram e dão origem a ritos também variados que para
não colidirem com a maçonaria de entendimento universal constituem-se em obediências diferentes e distintas entre si.
A INICIAÇÃO maçônica é trina, isto quer dizer que a formação do obreiro, completa e portando trina, se faz no
percurso ritualístico aprendiz-companheiro-mestre que por razões didáticas admite um interstício entre eles mas que em
verdade, se tivéssemos mais tempo poderiam ser conferidas numa só sessão apresentando ao candidato com a metodologia
maçônica toda a programação da sua ensinança.
Assim sendo, considerando que todo mestre é simbolicamente um INICIADO, portanto já perfeito, mas levando
também em consideração a atual existência de ALTOS GRAUS que no meu entender deveria mudar de nomenclatura para
diminuir a confusão adotando-se, por exemplo, a de “TÍTULOS DE PÓS-GRADUAÇÃO”, lembrando que o mestre deva
continuar a ser informado de que os mesmos são apenas uma extensão dos 3 graus maçônicos universais, submeto à
apreciação dos meus pares a pertinência da fundação de uma “UNIVERSIDADE MAÇÔNICA DE PÓS-GRADUAÇÃO” onde
os títulos seriam conferidos apenas por comunicação, anualmente, com exigência de freqüência integral, sem necessidade
de iniciar um caminho já trilhado, de forma que o último título fosse conferido aos 33 anos de vida maçônica plena se se
adotar o mesmo número ascensional prescrito pela Maçonaria Filosófica.

Renato em Cabo Frio (*Membro da ARLS RENASCIMENTO Nº 08).

Extraído dos escritos do “Decifra-me ou te devoro” (em organização).

PÍLULAS MAÇÔNICAS
A MAÇONARIA ATUAL

A Maçonaria, como sistema e escola moral, filosófica e social, requer de seus adeptos uma total integração com
estes princípios básicos, através do estudo, da perseverança, da participação, da aceitação e do convencimento interior
(pessoal) desses preceitos.
Muito se tem criticado o afrouxamento dos critérios de admissão, hoje imperantes na maioria das Lojas, nas quais,
por falta de uma seleção mais rígida, são iniciados elementos sem nenhuma afinidade ou identificação com a Ordem. Não
obstante ser esta uma realidade, tem-se observado, outrossim, um certo e relativo movimento pelo estudo e pelos
conhecimentos maçônicos, incrementado pélas diversas Potências. É notório, também, o razoável número de revistas
especializadas hoje editadas no Brasil; de boletins e informativos de Lojas e Potências.
Outra prova de interesse pela cultura maçônica são as Lojas de Pesquisas e os Centros de Estudos que vêm
surgindo por todo o País, além dos congressos, fóruns e seminários maçônicos, que hoje são realizados pelas Lojas e
Potências Maçônicas.

Colaboração do Ir.: ANTHERO BARRADAS/ M.:M.(*)


(*) Membro da ARLS RENASCIMENTO N º 08

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HISTÓRIA PURA
UM POUCO DE HISTÓRIA DA MAÇONARIA DO BRASIL
Ir.: Weber Varrasquim

No ano de 1815, estudantes brasileiros retornados da Universidade de Coimbra (Portugal), onde haviam sido iniciados
maçons, engajavam-se decididamente na luta política pela independência das províncias ultramarinas de Portugal na América do
Sul, que constituíam àquela altura o Reino do Brasil, com Capital na cidade do Rio de Janeiro. Desde 1808, achava-se abrigada
nessa cidade a família real de Portugal, fugida da Europa face à invasão de Napoleão Bonaparte.
Algumas Lojas Maçônicas haviam sido criadas em território Brasileiro pelo menos desde 1797, mas para nós interessa o
registro da fundação, em novembro de 1815, da Loja “Comércio e Artes”, fundada por maçons decididamente engajados no
propósito de promover a independência política das províncias brasileiras. Tendo em vista o Alvará Régio de 30 de março de
1818, que proibia o funcionamento no Brasil de sociedades secretas, esta Loja foi fechada e todos os seus livros queimados,
conforme ficou registrado na “ata da sessão de reinstalação”. Esta reinstalação ou reerguimento de colunas foi realizada em 24
de junho de 1821, constando da ata que a Loja passaria a adotar o título distintivo de “Comércio e Artes na Idade do Ouro”.
Esta Loja “Comércio e Artes na Idade do Ouro” é a origem do Grande Oriente do Brasil, pois em sessão de 17 de junho
de 1822 resolveu criar mais duas Lojas – A “Esperança de Niterói” e a “União e Tranqüilidade” - , pelo desdobramento de seu
quadro (por sorteio), e a partir dessas três Lojas Metropolitanas formar o Grande Oriente. Dentre os componentes da Loja
destacam-se as figuras de Joaquim Gonçalves Ledo e o padre-mestre Januário da Cunha Barbosa, dois ativistas do processo de
independência do Brasil.
José Bonifácio de Andrada e Silva, “O Patriarca da Independência”, foi aclamado primeiro Grão-Mestre do Grande
Oriente, tendo Joaquim Gonçalves Ledo como 1º Grande Vigilante e Januário da Cunha Barbosa como Grande Orador.
O objetivo primordial da criação do Grande Oriente foi engajar a Maçonaria, como Instituição, na luta pela independência
política do Brasil e tal determinação consta de forma explícita nas atas das primeiras reuniões da Obediência então criada, que
só admitia a iniciação ou filiação em suas Lojas de pessoas que se comprometessem com o ideal de independência do Brasil.
Em junho de 1822 a família real portuguesa já havia voltado à Lisboa (Portugal), por exigência das Cortes (Parlamento
português), deixando aqui como Príncipe Regente Dom Pedro de Alcântara, filho de D. João VI, rei de Portugal.
O Príncipe D. Pedro, jovem e voluntarioso, viu-se envolvido de todos os lados por maçons, que constituíam a elite
pensante e econômica da época. Por proposta do Grão-Mestre José Bonifácio, foi o Príncipe iniciado em assembléia geral do
Grande Oriente no dia 2 de agosto de 1822, adotando o “nome heróico” de “Guatimozin” (nome do último Imperador azteca
morto por Cortez, no México, em 1522). Dom Pedro ficou fazendo parte do quadro da Loja “Comércio e Artes” e na sessão
seguinte do Grande Oriente, realizada em 5 de Agosto, por proposta de Joaquim Gonçalves Ledo, que ocupava a presidência, foi
o Príncipe proposto e aprovado para o Grau de Mestre Maçom.
Numa jogada política, Gonçalves Ledo fez com que D. Pedro fosse “eleito” Grão-Mestre do Grande Oriente no lugar de
José Bonifácio, sendo empossado em 4 de outubro de 1822.
Embora quase todas as pessoas influentes junto a D. Pedro fossem maçons e membros do Grande Oriente, única
Obediência Maçônica então existente, a rivalidade política entre eles era bastante grande e a disputa pelo poder provocou sérias
lutas. A Independência do Brasil foi proclamada por D. Pedro a 7 de setembro de 1822, assumindo ele a condição de Imperador,
com o título de D. Pedro I. Um mês e meio depois, exatamente no dia 21 de outubro, determinava ele - “primo como Imperador,
segundo como G.M.” - o fechamento “temporário” do Grande Oriente, que acabou se mantendo em vigor durante todo o seu
reinado (que terminou com a abdicação ao trono em 7 de abril de 1831 e sua ida a Portugal para retomar o trono português em
poder de seu irmão dom Miguel, o que ele conseguiu, sendo coroado Dom Pedro IV de Portugal).
Já em 1830 os maçons do Rio de Janeiro procuravam reencetar os trabalhos praticamente parados, tendo fundado um
novo Grande Oriente, que viria a ser instalado em 24 de junho de 1831, com o nome de Grande Oriente Brasileiro, e que viria a
ficar conhecido sob o nome de Grande Oriente do Passeio (nome da rua onde tinha sede). Em outubro de 1831, um grupo de
maçons remanescentes do primitivo Grande Oriente reinstalou os quadros das três Lojas Metropolitanas primitivas e escolheu o
primeiro Grão-Mestre, José Bonifácio, para assumir o comando, sendo o Grande Oriente reinstalado em 23 de novembro de
1831. Em conseqüência, durante 30 anos funcionaram no Rio de Janeiro dois (2) Grandes Orientes, até que em 1861 o Grande
Oriente do Passeio deixou de existir, sendo suas Lojas absorvidas pelo Grande Oriente do Brasil.
O Grande Oriente do Brasil sofreu diversas cisões durante sua vida, a maioria delas conseqüência de disputas nas
eleições para o Grão-Mestrado Geral. Todas as dissidências havidas até 1927 acabaram sendo reabsorvidas ao longo do tempo,
com a reincorporação das Lojas e Obreiros à Obediência do Grande Oriente do Brasil.

O SURGIMENTO DAS GRANDES LOJAS ESTADUAIS

Em 1927 aconteceu uma cisão no Grande Oriente do Brasil que teria consequências históricas importantes.

11
O Grande Oriente do Brasil desde 1854 (e até 1951) era uma “Potência Mista”, adotando o nome de “Supremo Conselho
e Grande Oriente do Brasil”, exercendo o seu Grão-Mestre a chefia da Maçonaria Simbólica e também o comando dos “altos
graus”, como “Soberano Grande Comendador” do Supremo Conselho do Rito Escocês.
Mário Marinho de Carvalho Behring (Mário Behring), Grão-Mestre e Soberano Grande Comendador para o período 1922-
1925 (o cargo de Soberano Grande Comendador era exercido automaticamente pelo Grão-Mestre, sem eleição específica para o
cargo), renunciou ao final de seu mandato, mas declarou que se mantinha como Soberano Grande Comendador do Supremo
Conselho. Vicente Neiva foi eleito Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, tendo como adjunto Fonseca Hermes; antes que
pudesse resolver a pendência criada por Mário Behring, Vicente Neiva morreu (18 de fevereiro de 1926) e assumiu o Grão-
Mestrado o seu adjunto, Fonseca Hermes, amigo de Behring, que com este assinou um tratado em 22 de outubro de 1926,
reconhecendo a independência do Supremo Conselho.
A 21 de março de 1927 Octávio Kelly era empossado como Grão-Mestre Adjunto e, a 6 de junho desse ano, pressionado,
Fonseca Hermes licenciava-se do Grão-Mestrado, entregando o Grão-Mestrado a Octávio Kelly.
Sabendo que Octávio Kelly não dividiria com ele o poder, a 17 de junho de 1927 Mário Behring promoveu uma reunião
com apenas treze dos trinta e três membros do Supremo Conselho e declarou-se rompido com o Grande Oriente do Brasil. Para
dar suporte ao seu Supremo Conselho do Rito Escocês, Mário Behring estimulou a criação de Grandes Lojas Estaduais – que já
vinham sendo montadas sigilosamente -, outorgando-lhes Cartas Constitutivas emitidas pelo seu Supremo Conselho. Foram
assim criadas as Grandes Lojas da Bahia (que havia sido fundada em 22 de maio de 1927), do Rio de Janeiro (fundada em 18
de junho de 1927) e de São Paulo (fundada oficialmente em 2 de julho de 1927), a que se seguiram outras.
Essas Grandes Lojas Estaduais e as Lojas que as compõem existem até hoje, como Obediências estaduais
independentes umas das outras. Para dar um cunho nacional à sua existência, elas criaram uma entidade denominada
“Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil – CMSB”, que é presidida em rodízio anual pelos Grão-Mestres das diversas
Grandes Lojas Estaduais.

OS GRANDES ORIENTES ESTADUAIS ou “INDEPENDENTES”.

Em 1973, também por questões eleitorais, houve a última cisão registrada no Grande Oriente do Brasil, com o surgimento
dos Grandes Orientes estaduais independentes, congregando Lojas que discordaram do resultado das eleições para o Grão-
Mestrado Geral.
A cisão a princípio foi bastante volumosa, mas ao longo destes anos muitas das Lojas que haviam se rebelado voltaram à
Obediência do Grande Oriente do Brasil.
Muitas das reclamações das Lojas quanto à estrutura de poder no Grande Oriente do Brasil ficaram superadas com as
alterações havidas posteriormente, principalmente a mudança da sede, em 1978, da cidade do Rio de Janeiro para a nova
Capital Federal do Brasil (Brasília, DF).
De qualquer forma ainda existem hoje algumas centenas de Lojas agrupadas nesses Grandes Orientes Independentes na
maior parte dos Estados brasileiros. Cada um desses Grandes Oriente é independente uns dos outros, pois sua posição inicial
era contra a Federação Maçônica Nacional. Mas com a necessidade de ter um caráter nacional, também eles acabaram
constituindo uma entidade denominada “Colégio de Grão-Mestres”, que hoje se chama “Confederação Maçônica Brasileira –
COMAB”, presidida em rodízio anual pelos Grão-Mestres dos diversos Grandes Orientes Independentes.

OBEDIÊNCIA MAIS RECENTE: GRANDES LOJAS UNIDAS DO BRASIL.


Mais recentemente, a cerca de 10 anos surgiram as GRANDES LOJAS UNIDAS, que estão em processo de formação, e
pelo que consta, elas já estão em 9 Estados brasileiros. Elas funcionam nos mesmos moldes das Grandes Lojas Estaduais e dos
Grandes Orientes Independentes, e através da COMUB (Confederação da Maçonaria Universal Unida do Brasil), fundada a partir
da concepção e criação da Carta de Campo Grande, pelo Grão-Mestre da Grande Loja Unida do Rio Grande do Sul, Ir.: Maurício
Kropidlofsky, no Palácio da União Maçônica, com a participação das Grandes Lojas Unidas do Brasil, em 28 de julho de 2002 na
cidade de Campo Grande, capital do Estado de Mato Grosso do Sul. Estão se filiando à esta Confederação, Obediências que até
então não eram conhecidas, e que somando à elas, já ocupam 17 Estados do Brasil e contam com algumas Obediências filiadas
vindas de fora do país, como Bolívia, Portugal, Paraguay, Peru e Itália entre outras.
N.R.: No intuito de enriquecer o trabalho apresentado, acrescentamos que, através de soerguimento, nova Potência
maçônica, vem crescendo muito e tomado corpo no cenário maçônico nacional: a GRANDE LOJA SYMBÓLICA DO RIO
DE JANEIRO.

O GRANDE ORIENTE DO BRASIL HOJE.

Em 23 de maio de 1951 entrou em vigor uma nova Constituição do Grande Oriente do Brasil, a partir da qual este passou
a ser exclusivamente uma Potência Maçônica Simbólica, separado física e administrativamente do Supremo Conselho do Brasil
para o Rito Escocês Antigo e Aceito e das demais Oficinas Chefes de Ritos.
O Grande Oriente do Brasil é, assim, uma federação nacional de Lojas Simbólicas e Grandes \Orientes Estaduais e
desde 1978 tem sua sede na Capital Federal, Brasília (DF).Em cada unidade da República Federativa do Brasil suas Lojas se
agrupam em um Grande Oriente Estadual, organizado nos mesmos moldes do Poder Central.
12
O Grão-Mestre estadual representa o Poder Executivo do Grande Oriente do Brasil em seu Estado, exercendo funções
delegadas pelo Grão-Mestre Geral. Estes Grandes Orientes estaduais não são “Obediências Maçônicas”, mas simples
representações administrativas da Obediência Nacional, o Grande Oriente do Brasil, visando a facilitar o andamento dos
processos burocráticos num país de grande extensão territorial (8,5 milhões de quilômetros quadrados).
Por uma questão de comodismo de que hoje se penitencia, o Grande Oriente do Brasil nunca se preocupou muito com o
formalismo das relações internacionais, baseando-se no fato de que, tendo o reconhecimento da Loja-Mãe da Maçonaria
Universal, deveria automaticamente ter o reconhecimento de todas as obediências do mundo, o que a prática tem mostrado não
acontecer. Em função desse descaso, principalmente após o término da II Guerra Mundial, diversas obediências que mantinham
relações formais com o Grande Oriente do Brasil, principalmente no continente americano, estabeleceram relações com as
Grandes Lojas Estaduais brasileiras, gerando uma situação às vezes constrangedora, pois recebemos em nossas Lojas maçons
de qualquer Obediência regular reconhecida pela GLUI, mas nossos obreiros nem sempre são recebidos nas Lojas de algumas
dessas Obediências.
Para reverter essa situação o Grande Oriente do Brasil passou a dar uma atenção mais efetiva ao seu relacionamento
internacional, cuidando de manter correspondência com as Obediências amigas e procurando estabelecer a troca de Garantes
de Amizade com elas. Graças a essa atenção, restabelecemos nestes últimos dois anos relações formais com nove Grandes
Lojas dos Estados Unidos da América e estamos cuidando de regularizar nossos tratados com as Obediências da América
Latina, algumas das quais foram criadas pelo próprio Grande Oriente do Brasil.

O RELACIONAMENTO INTERNO DO GOB COM AS OUTRAS OBEDIÊNCIAS.

O Grande Oriente do Brasil encara pragmaticamente as outras Obediências Maçônicas em funcionamento no País.
Admite que elas existem, como conseqüência de dissidências havidas dentro de sua própria Obediência, e que a maioria de seus
atuais membros ingressou nessas Lojas sem ter idéia de que no Brasil houvesse mais de uma Maçonaria (mais que uma
Obediência).
A grande maioria das Lojas filiadas às Grandes Lojas Estaduais e aos Grandes Orientes Independentes trabalha
regularmente segundo os preceitos universais da Ordem, seguindo os ditames da Constituição de Anderson (grifo do
editor).
Em face dos princípios de soberania territorial não poderia haver intervisitação de maçons dessas Obediências, mas a
realidade nos mostra que as Lojas dos três sistemas recebem com maior ou menor frequência visitas de obreiros das outras
Obediências, desde que pertencentes a uma Loja considerada “regular”. Não se consideram “regulares” agrupamentos auto-
intitulados “Lojas Livres”, ou ainda vinculados a organizações que se dizem “maçonaria mista”, “maçonaria feminina”.
As administrações do Grande Oriente do Brasil e seus Grandes Orientes Estaduais federados mantêm no geral relações
cordiais com as administrações das Grandes Lojas Estaduais e dos Grandes Orientes Independentes, sem que isso implique um
“reconhecimento” formal.
No caso dos Grandes Orientes Independentes, não existe interesse em estabelecer-se o reconhecimento, por se tratar de
uma dissidência relativamente recente (N.E.: São 32 anos!) e motivada por razões que acabaram superadas, como o sistema
federalizado, a representação das Lojas junto ao Poder Central e a sede deste na Capital Federal. O sentimento generalizado é
que sendo estruturas semelhantes e baseadas nos mesmos princípios administrativos, o lógico em benefício da Sublime
Instituição seria a fusão de todos na Federação Maçônica Nacional, como já aconteceu anteriormente com outras dissidências
havidas ao longo da história.
O caso das Grandes Lojas Estaduais tem outras facetas a serem consideradas.
A estrutura delas é dentro do sistema tradicional de uma Grande Loja e cada uma é independente em seu Estado, à
semelhança do sistema norte-americano. Não existe uma Grande Loja nacional, o que dificulta as conversações, pois o Grande
Oriente do Brasil é de caráter nacional e seu Grão-Mestre fala e decide por toda Obediência, enquanto da parte das Grandes
Lojas cada um dos 26 Grão-Mestres estaduais tem autoridade própria e, também, peculiaridades locais a serem consideradas.
Além da questão da territorialidade e soberania, existe uma outra dificuldade ainda sem solução para um possível tratado
de reconhecimento entre o Grande Oriente do Brasil e as Grandes Lojas estaduais brasileiras. Segundo definição do R.W.M.
Michael Higham, Grande Secretário da GLUI, as Grandes Lojas estaduais brasileiras são consideradas por aquela Potência
como “espúrias pela origem”, por terem sido criadas por um Supremo Conselho e não por uma outra Grande loja, o que as
tornaria impossíveis de reconhecimento segundo os “oito princípios de regularidade” de 1929.
A posição do Grande Oriente do Brasil é de expectativa, aguardando a evolução dos acontecimentos para verificar o que
pode ser feito no sentido de unificação da Maçonaria Brasileira sob um único comando, que nos daria muito mais força junto à
sociedade profana.
Enquanto aguardamos, trabalhamos segundo as idéias da Arte Real.

13
Viagem ao nosso interior
CRENÇA NA VIDA FUTURA
“E conhecereis a Verdade, e a Verdade vos
libertará”. (João 8:32)

A crença na imortalidade da alma não passa, aliás, sobre


o plano filosófico e ontológico, de um corolário do princípio da
imanência no homem do Ser, do Divino, do Absoluto. A
imortalidade da alma não é mais que a eternidade de Deus. Esta
afirmação fundamental é da essência da Maçonaria, ainda que
Obediências e Maçons, por falta de uma suficiente amplitude de
vistas, não a admitiam. “A alma verdadeira da Maçonaria deve
ser figurada não pelos homens recrutados sob a sua bandeira,
mas sim de acordo com a tradição da qual pretende se
prevalecer”. (Paul Naudon)
A Maçonaria tem por princípio revelar ao homem dotado
de inteligência, de vontade e de livre-arbítrio, que lhe cumpre
desenvolver e aperfeiçoar sempre essas qualidades na busca da
perfeição. É a lei do progresso, incidindo sobre todos os seres.
O momento presente, a vida atual, são de extrema importância para o ser humano. Já que, dos pensamentos, das
palavras, das ações, do procedimento de cada um resultam conseqüências que afetam seu futuro.
O presente é uma das fases da vida, que resulta do que já passou e influi no que ainda virá. É, ao mesmo tempo,
conseqüência do passado e determinante para o futuro.
O futuro é o tempo que há de vir, marcado pelas conseqüências do presente e do passado, na vida dos seres.
Com o conhecimento da Maçonaria sentimos a importância que representa para cada um o seu passado e sua
vivência atual, ao lado das realizações coletivas de que é parte.
Sabe o Maçom que cada qual responde pelo que fez no passado e faz na atualidade, seja no sentido do bem ou do
mal.
Se não podemos modificar o passado, o presente e o futuro dependem do que somos, do que pensamos e do que
fazemos.
Para as religiões e filosofias espiritualistas a vida futura é um fato sustentado por diferentes razões.
Todas elas admitem a imortalidade, variando a concepção da forma como ocorre a continuidade da vida.
Diversificam-se as concepções relativas ao elemento imortal, a finalidade a ser alcançada e a conservação ou não
da individualidade.
É o que se observa nas concepções das igrejas denominadas cristãs, no Budismo, no Bramanismo, no Hinduismo,
no Islamismo e nas demais religiões tradicionais.
A idéia da imortalidade faz parte também de diversas filosofias espiritualistas surgidas desde remotas eras.
A Maçonaria não é uma teologia dogmática, nem é sectária; ao contrário, mostra em matéria de religião a mais
ampla tolerância; porém exige de todos aqueles que admite em seus templos a crença em Deus e na existência da alma.
Em contraposição ao princípio da perenidade da vida do ser espiritual posicionam-se as filosofias materialistas,
presentes no seio da Humanidade em todas as fases históricas.
O fundamento principal do materialismo está na existência de um só elemento no Universo – a matéria.
Negando a existência do outro elemento da Criação – o espírito –, procuram as correntes materialistas explicar a
vida e todos os fenômenos ligados a ela de uma forma restritiva, incongruente e incompatível com a realidade.
A inteligência dos seres, seus sentimentos, a vontade e tudo o que se refere ao Espírito, à alma, são atributos da
matéria orgânica, na concepção materialista.
Nesse caso, morrendo e desagregando-se a matéria construtiva do corpo, nada mais resta senão a matéria
decomposta.
O aparecimento e propagação das idéias materialistas do século XIX, convertidas em filosofias de vida e de
organização social – o positivismo, o comunismo e o utilitarismo – que ainda influenciam pessoas e nações, com seus
falsos princípios, em contraposição com a realidade.
Foi de extraordinária importância para a Humanidade a transformação da Maçonaria de Operativa para
Especulativa – passando a representar uma luz perene nos caminhos da Humanidade, para que ela não se perca em
desvios e ilusões.
14
A crença na imortalidade da alma é um corolário da crença em Deus e, conseqüentemente, é um dos dogmas
fundamentais da Maçonaria. Os Rituais fazem contínuas referências, principalmente o das cerimônias fúnebres. A
imortalidade acha-se simbolizado pelo ramo de acácia, que por ser sempre verde é considerado como o símbolo da
imortalidade.
Respeitando o livre-arbítrio do homem para se encaminhar de conformidade com sua Vontade, seus esforços e
conhecimentos, a Maçonaria vem demonstrar a continuidade da Vida, a vida futura, que não cessa com a morte do corpo
físico.
A Maçonaria explícita a sobrevivência da alma (espírito) como forma e processo para o progresso individual, na
busca da perfeição, nos desbastes de nossas imperfeições mais grosseiras.
Embora a crença na imortalidade seja antiqüíssima, referindo-se todas as religiões à vida futura como uma
realidade, os homens não encaram esse fato comprovado com a importância que ele merece.
O homem, embora aceitando a Verdade da vida futura, encara-a envolta em misticismo, sem a segurança e a
clareza que merece a questão, de extrema importância na determinação do caminho a ser seguido na fase existencial
atual.
Sendo a vida futura uma realidade para todo o gênero humano, é estranhável que após milhares de anos de
vivência material, ainda não haja maior preocupação com o que sucederá amanhã, no retorno de cada um à “pátria
espiritual”.
Se as ciências, sob a influência do materialismo, não se interessam pelo esclarecimento de tão importante questão;
as religiões, embora admitindo a vida futura, não oferecem maiores esclarecimento sobre como se desenvolve essa Vida
no Oriente Eterno, esclarecendo o que é a vida futura, seu relacionamento com o passado de cada um, a necessidade das
retificações dos desvios e a presença das leis divinas regendo a tudo, com a justiça perfeita e com o amor soberano do
Criador.
Se cada um é responsável por suas ações, colhendo as conseqüências do que faz, no bem ou no mal, desaparece
a ilusão do “perdão dos pecados” instituído pelas igrejas há séculos, já que o perdão verdadeiro, do Criador à criatura, não
exclui a necessidade da retificação do erro cometido e do arrependido sincero.
Por isso o combate permanente da Maçonaria a todas as inferioridades morais e intelectuais, ao fanatismo e as
paixões que acarretam o obscurantismo.
Instrução em todos os níveis e educação sobre “matéria e espírito”, eis a solução adequada para todas as questões
que afetam a Humanidade.
Por seu lado, as religiões, as crenças precisam ajustar-se às realidades, à verdade, pela influência que exercem
sobre os sentimentos e sobre o procedimento de seus adeptos.
A existência de um Princípio Criador, ao qual denominamos Grande Arquiteto do Universo, que ama a todos, sem
exceção de nenhum ser, mas sua Justiça indefectível alcança também a todos, não com o objetivo de condenar ou
premiar, mas fazendo retornar a cada um as conseqüências naturais das ações praticadas. É por isso que nenhum Maçom
se empenha em qualquer empresa, sem, primeiro, invocar o seu auxilio.
Trabalhar pela divulgação dos postulados maçônicos, mostrar aos homens que eles têm a missão urgente, honrosa
e necessária para todos os maçons e para todos aqueles que aspiram a transformação do nosso mundo para melhor.
Se desejarmos tornar-nos um verdadeiro Maçom, devemos, primeiro, extinguir as nossas paixões, os vícios e os
preconceitos mundanos que ainda possuímos, para vivermos com Virtude, Honra e Sabedoria.
Será essa missão uma utopia, uma aspiração inalcançável?
Muitos maçons, considerando que seu Movimento é pequeno em todo o mundo, considerando a diversidade das
religiões e das filosofias, ao lado das ciências, que pouco conseguiram, apesar dos bilhões de seus seguidores, são
pessimistas em suas aspirações e esperanças.
É evidente que uma transformação intelectual e sobretudo moral de tal magnitude não será nem rápida nem total.
Mas não podemos descrer do poder da Verdade.
As leis do Amor, da Justiça, do Progresso, são a garantia segura de que o nosso mundo se transformará, num
futuro ainda indefinido, e com ele alcançaremos nosso estágio de felicidade.
Todos precisamos trabalhar visando essa finalidade, optando sempre pelo Bem, em todas as circunstâncias que a
Vida oferece.

Valdemar Sansão
E-mail: vsansao@uol.com.br
Fone: (011) 3857-3402

A Maçonaria crê na existência da alma e exige esta crença de seus adeptos. Não a define,
porém, sabendo que cada religião, cada filosofia tem a respeito da alma uma definição
particular. Eximindo-se de interferir nas crenças religiosas de seus adeptos, a Maçonaria
evita manifestar-se em assuntos onde podem surgir
15 divergências entre os Maçons.
16
BIOGRAFIA DO bimestre
MACEDO SOARES (Dr. Antônio Joaquim de )
Nasceu em 14/01/1838, em Marica, então Província do Rio de Janeiro. Filho de Joaquim Mariano de Azevedo Soares e de
D. Maria de Macedo Soares.
Era intenção dos pais vê-lo abraçar a carreira eclesiástica, e por isto, em 1853, o matricularam no Seminário Episcopal do
Rio de Janeiro, onde, em apenas dois anos, completou com muita eficiência o curso de teologia. Mas verificando não ter vocação
para a vida religiosa, contrariando os seus pais e professores, resolveu ele seguir para São Paulo, onde em 1857 matriculou-se
na Faculdade de Direito. Depois de um curso brilhante, bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais (26/11/1861).
Casou com Dona Theodora Álvares de Azevedo Soares, que se tornaria mãe de 15 filhos. Começou sua vida pública
como Delegado de Polícia em Araruama, em 1862. Em 1865 foi nomeado Promotor Público e depois Juiz de Direito em Campo
Largo, no Estado do Paraná.
Consta que Macedo Soares tenha sido iniciado na Loja “AMIZADE” de São Paulo (SP), em seu tempo de estudante de
direito, portanto entre 1860/61.
Em 1878 Macedo Soares foi nomeado Juiz de Direito em Mar de Espanha (MG), e em 1881 foi removido para Cabo Frio
(RJ), e, em 1886, foi nomeado Juiz da 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, a acabando promovido a Desembargador da Corte de
Apelação em 1889.
Estando definitivamente no Rio de Janeiro, Macedo Soares ingressou na Loja “2 de Dezembro”, que mais tarde conferiu-
lhe o título de “filiando livre”.
Em 18/04/1891 dá-se o falecimento do Grão-Mestre Adjunto Josino do Nascimento Filho, e, para sucedê-lo foi escolhido o
Ir.: Macedo Soares. Na sessão do dia 01/07/1891 do SCBRAS, foi lida uma prancha do Grande Secretário do GOB comunicando
ter sido eleito para o cargo de Grão-Mestre Lugar Tenente Comendador, o Grão-Mestre Adjunto Ir.: Macedo Soares, membro da
Loja “2 de Dezembro”.
A Loja Ganganelli, do Rio de Janeiro, em 03/09/1891, lhe dá o título de “Filiando Livre”. Por decreto de 26/01/1892, o
Governo o nomeia Ministro do Supremo Tribunal Federal. Um dos seus filhos, o Dr. Oscar de Macedo Soares e o neto Dr.
Geraldo de Macedo Soares, este membro do quadro da Loja Acácia de Niterói, falecido em maio/2005, também foram maçons. O
bisneto, Dr. Gil de Macedo Soares, foi iniciado na Loja Esperança de Nichteroy, hoje, 1º Vig.: da Loja MACEDO SOARES.
Em 12/03/1898, a Loja “Luiz de Camões” confere ao Grão-Mestre o título de “Benemérito”.
Macedo Soares foi um grande lutador pela libertação dos escravos, e tendo sido maçom testemunha ocular da “Questão
Religiosa”, de 1873, se tornou um inimigo fidagal do clero católico, cujas diabruras perseguia com tenacidade em todos os
boletins do GOB, no correr de sua administração, sempre publicando artigos de fundo, criticando e combatendo a perseguição
que a “Santa Igreja” movia contra a Maçonaria, e, tendo sido seminarista, sabia muito bem o que estava dizendo.
Macedo Soares faleceu em 14/08/1905, em sua residência na Rua Haddock Lobo, 25 (RJ), sendo feito o seu
sepultamento no Cemitério São Francisco Xavier, às expensas dos cofres do Grande Oriente do Brasil. Não houve missas nem
atos religiosos, cumprindo-se a vontade do finado, que até a hora da morte manteve com inteireza de caráter, os seus
sentimentos de verdadeiro maçom.

Fonte: Trabalho de pesquisas do Ir.: Marcolino Alves Rocha, publicado no “Boletim Informativo da
Loja Estrela do Rio Comprido nº2.045

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17
DEPOIMENTO
REFORMA DOS RITUAIS
Ir.: Anthero Anísio Barradas (*)

Uma praxe já tornada tradicional entre as diversas Potências é a das periódicas reformas dos Rituais, sempre em
nome de uma pretendida “unificação dos procedimentos ritualísticos” das Lojas jurisdicionadas.
Ora, sabendo-se ser a nossa uma Ordem eminentemente simbólica; e, sabendo mais, que cada símbolo engloba
em si uma gama de interpretações, as mais variadas e diversificadas possíveis, por vezes até antagônicas e controvertidas,
torna-se impossível, por assim dizer, alcançar-se, em termos absolutos, a tal pretendida “unidade ritualística” entre as
diversas Lojas, através de Rituais formulados sem a anuência das mesmas.
Por acharmos nós, baseados em experiências passadas, que tais Rituais impositivos, jamais atingirão a aceitação
consensual e unânime das Lojas é que atrevemo-nos, impelidos pelo desejo de colaboração, à apresentação de uma
modesta sugestão, assaz inovadora e até sui-generis, mas muito em consonância com a variada prolixidade de
interpretações que, envolvendo a simbologia e as coisas da Maçonaria, vem permeando a sua trajetória através dos
séculos.
Em resumo, a nossa idéia seria a da implantação, por parte das Potências, de um “Ritual Paradigma”, o qual,
elaborado em obediência aos princípios de respeito ao livre arbítrio e à autonomia das Lojas, viesse a conceder às mesmas
a prerrogativa da liberdade de cada uma optar pelos procedimentos ritualísticos que lhes aprouver, dentre as opções (duas
ou mais) indicadas pelo referido Ritual Oficial (paradigma). As Potências limitar-se-iam a editar o Ritual Oficial, enviando
um exemplar a cada Loja que, por sua vez, adotadas as opções oferecidas pelo mesmo, providenciariam a impressão
individual de seu Ritual particular. Seria, com absoluta certeza, um magnífico exemplo que as Potências dariam, em nome
do respeito à liberdade de pensamento, do direito de livre escolha e da autonomia de suas Lojas.
Alguns exemplos:

1. Início dos Trabalhos


 Opção A – Com o Templo em penumbra;
 Opção B - “ “ iluminado.

2. Abertura do Livro da Lei


 Opção A - Pelo Ir.: Orador;
 Opção B - Pelo mais recente M.:I.:;
 Opção C – Por qualquer M.:I.:, à critério do Ven.: M.:

3. Leitura do Livro da Lei


 Opção A – Salmo 133;
 Opção B – Salmo de São João.
E assim por diante...
(*)MI da ARLS RENASCIMENTO Nº 08, do Oriente de Cabo Frio

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LULA SUBVERTEU O ESTADO LAICO


Daniel Sarmento

O presidente Lula encaminhou carta à Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) afirmando que não tem
intenção de apresentar ao Congresso Nacional o anteprojeto de lei elaborado por comissão tripartite, instituída pelo próprio
governo e integrada por representantes dos poderes Executivo, Legislativo e da sociedade civil, que, após ampla discussão,
propõem uma profunda revisão na anacrônica legislação brasileira sobre o aborto, editada em 1940.
A proposta básica do anteprojeto é de legalização do aborto no trimestre inicial da gestação, na linha da tendência
internacional, visando à proteção dos direitos à saúde, à autonomia reprodutiva e à igualdade da mulher. Esclareço, desde logo,
que não é meu propósito discutir aqui o explosivo tema do aborto.
Já se levantou a suspeita de que a decisão do presidente representaria tentativa de barganhar o apoio da CNBB, num
momento em que seu governo, mergulhado até o pescoço no escândalo do mensalão, é assombrado pelo fantasma de um
possível impeachment. Mas também não pretendo enveredar pela discussão das reais intenções do nosso chefe de Estado.
O que quero examinar é simplesmente a justificativa que foi apresentada pelo presidente para a sua decisão e a sua
compatibilidade com os princípios democráticos acolhidos pela Constituição Brasileira.
18
Na correspondência enviada à CNBB, Lula disse que pela sua “identificação com os valores éticos do Evangelho” e
pela fé que recebeu de sua mãe, não tomará “nenhuma iniciativa que contradiga os princípios cristãos”.
Ora, ninguém questiona que o presidente da República, como qualquer pessoa, tenha o direito de professar a religião
que preferir e de guiar-se, na vida pessoal dele, pelos respectivos princípios e dogmas. Porém, o Brasil, desde a proclamação da
República, é um Estado Laico, e isto o presidente, que jurou cumprir a Constituição, não pode ignorar.
A laicidade do Estado, consagrada no Art. 19, inciso I, da Constituição, não significa apenas a inexistência de uma
religião oficial no país. Mais que isso, ela impõe a completa separação entre religião e Estado, tanto para proteger as confissões
religiosas de indevidas intervenções dos governantes de plantão, como para assegurar aos cidadãos que as decisões dos
poderes do Estado sejam sempre tomadas com fundamento em razões públicas, e não a partir de dogmas de qualquer credo
religioso, ainda que majoritário.
Estado laico não significa Estado ateu, pois o ateísmo não deixa de ser uma concepção religiosa. Na verdade, o Estado
laico é aquele que mantém uma postura de neutralidade e independência em relação a todas as concepções religiosas, em
respeito ao pluralismo existente em sua sociedade.
Num país como o Brasil, em que convivem lado a lado pessoas das mais diversas religiões, além de ateus e
agnósticos, a laicidade do Estado representa garantia fundamental da igualdade e da liberdade dos cidadãos. Por isso, quando o
presidente afirma que exercerá a autoridade que lhe foi conferida por todo o povo brasileiro com base nos princípios cristãos, ele
desrespeita profundamente não só todos aqueles que não professam a sua religião, como também os que, católicos como ele,
têm uma visão mais clara sobre os fundamentos legítimos do poder do Estado numa democracia constitucional.
No momento, a sociedade brasileira discute, além do aborto, uma série de outros temas polêmicos em que a Igreja
Católica tem posição firmada: união civil de pessoas do mesmo sexo, pesquisas em células-tronco, eutanásia etc. Nestas e em
outras questões, as razões religiosas são válidas na esfera da consciência de cada um, mas não podem ser o fundamento dos
atos estatais.
Por tudo isto, o gesto de Lula representa um perigoso precedente. É hora de abrir os olhos, pois não é aceitável que o
presidente de uma república laica e democrática fundamente um ato de governo na “fé que recebeu de sua mãe!”
N.E.: 1) Daniel Sarmento é professor de direito constitucional da UERJ e Procurador Regional da República;
2) Publicado em “O GLOBO”, de 18 de Setembro de 2005.

Consultoria Jurídica
Causas cíveis, trabalhistas e vara de família
Vilar dos Teles “Capital do Jeans”

Direção: Ir.: ROSELMO


Gilberto de Souza Jotta
Av. Automóvel Clube, 2560 Advogado
Vilar dos Teles – Rio de Janeiro (RJ)
Galeria São José Tel.: (21) 2751.8264
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Tel: (22) 2647.2457 Cel: (22) 9971.3805

Alfredo P. Cunha
Cirurgião Dentista – CRO 4679
Dr. Wagner Buono
Glaicy M. Cunha Ginecologista e Obstetra
CRM 52.27620-8
Periodontia e Endodotia –

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(tarde)
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CADERNO DE
TRABALHOS
-
De Estudos;

20
OPINIÃO SOBRE A “OPINIÃO” DE LUIZ FERNANDO VERÍSSIMO
(Acerca de seu artigo “Emporcalhamento”)
Ítalo Aslan / M.:M.: (*)

“Toda cerimônia de iniciação é um ritual de humilhação, em que o indivíduo é rebaixado para entrar no grupo”.
Assim o laureado escritor Luis Fernando Veríssimo começa o seu artigo intitulado “Emporcalhamento”, publicado em
30/6/2005.
Li-o com atenção, e, confesso, certa apreensão, receoso de encontrar alguma referência direta à Maçonaria. Mas não
encontrei. Referiu-se, de maneira vaga, a “novos membros de sociedades secretas”. Em momento algum citou qualquer
Sociedade ou Fraternidade que, para o leigo, possa vir a ser considerada “secreta”. Mas confesso que me incomodou.
Senti uma pontinha de petulância no artigo, uma leve arrogância, quem sabe?, uma “opinião” sobre um assunto que, “me”
parece, ele desconhece ou nunca se interessou, por, talvez, falta de tempo, generalizando uma situação que merecia
maiores cuidados em sua observação.
Senão, vejamos. Transcrevo abaixo o artigo na íntegra.

Emporcalhamento

“Toda cerimônia de iniciação é um ritual de humilhação, em que o indivíduo é rebaixado para entrar no grupo.
Isso vale tanto para novos membros de sociedades secretas quanto para calouros e recrutas submetidos a trotes e a
aviltamento programado ao entrar na escola ou na tropa. Implícita no ritual está a idéia de que o que une o grupo é a
sujeira em comum, e que para pertencer ao grupo o indivíduo precisa sacrificar sua inocência e se sentir tão
conspurcado(do Latim conspurcare, emporcalhar em conjunto, se não me falha o Paulo Rónai) quanto seus novos
irmãos. Uma explicação freudiana da estranha tradição é que ela vem da horda primeva, quando era comum o bando de
irmãos se rebelar contra o pai tirano e matá-lo (e comê-lo, mas essa é outra história) e a condição para a vida na tribo
continuar era que todos assumissem o crime, e a culpa. Assim, todo o grupo, toda corporação, toda irmandade seria
uma forma de expiação coletiva, uma anulação da culpa ameaçada pelo indivíduo que não a compartilha. Segundo
Freud, a civilização e todos os seus descontentamentos, sem falar nas suas religiões, são os resultados desse primeiro
crime.
Mas a conspurcação ritualizada pode ter outro significado, além da expiação litúrgica ou, para que acha as
teorias de Freud freudianas demais, da simples estupidez humana. É o do ódio ao indivíduo pela sua individualidade.
Ele seria rebaixado como punição pela sua pior ofensa, a de ser diferente. A cerimônia de rebaixamento teria uma
conotação de triunfo sobre a pretensão, de lição a quem pensava que era melhor porque não era da horda, ou tinha um
direito exclusivo, individual, à virtude. Ou, já que estamos falando, como você já desconfiou, de política, à pureza de
métodos e propósitos. A triste história do auto-emporcalhamento do PT tem uma outra triste história ao lado, ao do tom
celebratório, eufórico, com que está sendo recebida. O PT está pagando pela sua pretensão a não ser como os outros.
Mas o que de maneira alguma poderia sobreviver à sua iniciação na irmandade do tudo igual é o seu idealismo. Esse
tem que ser enterrado na lama, para aprender.

Como se pode notar, o último parágrafo tem a ver com a situação política que o país atravessa, essa sim
“emporcalhada”, uma sujeira descomunal que maculou um congresso já claudicante e trôpego em matéria de civismo,
cidadania e respeito ao povo brasileiro. Bem, “mas essa é outra história”, como diz o nosso articulista.
“Implícita no ritual, diz o Sr. Luis Fernando Veríssimo, está a idéia de que o que une o grupo é a sujeira em comum,
e que para pertencer ao grupo o indivíduo precisa sacrificar sua inocência e se sentir tão conspurcado quanto seus novos
irmãos”. Lembremo-nos que o “ritual” referido é o “ritual de humilhação” concernente a “toda cerimônia de iniciação”. Não
possuo o “Paulo Rónai” citado, mas conhecido de minha época de “ginásio”, vejam bem “ginásio” (que saudade!), tendo no
entanto, um dicionário de Latim editado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), já bem manuseado, e que me atende
até hoje, em que o termo “conspurcare” apresenta um significado mais brando, como “sujar”, “conspurcar”. Peço ajuda ao
Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, da Mirador Internacional (Enciclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda)
e ele me informa que “conspurcar” é “pôr nódoas”, “sujar”, “macular”, “manchar”, “aviltar”, “corromper”. Ele não cita
“emporcalhar”. Mas deixa p’ra lá. Um pequeno exagero do Profº Paulo Rónai, aproveitado pelo ilustre Luis Fernando
Veríssimo, para fazer chafurdar na mesma lama os novos irmãos iniciados.
Mas permanece ainda o incômodo da visão do respeitável Sr. Luis Fernando Veríssimo a respeito da Iniciação.
Coloco com letra inicial maiúscula o nome dessa importante cerimônia e incluo a nossa Iniciação entre as citadas pelo
autor do artigo, pois ele disse “toda cerimônia de iniciação é um ritual de humilhação”.
Faço uma pequena pausa e me pergunto. Será que o homem quis se referir à nossa Iniciação também? Talvez
não, amenizo. Estou eu aqui exagerando, preocupado com a opinião de um grande escritor, filho do não menos famoso
Érico Veríssimo(*), contador de estórias gaúchas, respeitabilíssimo, como o filho. Mas, meu Deus, ele disse :“toda
cerimônia de iniciação é um ritual de humilhação”.
E como eu gostaria que ele soubesse que não é. Como eu quero que ele saiba que é o momento mais importante
na vida de todo Maçom!
21
Toda Iniciação é especial, em todos os seus graus, na Maçonaria. Mas a primeira de todas, a que nos leva à porta
do Templo e nos induz a pensar e vislumbrar uma nova vida, é especialíssima. Fomos pinçados e convidados a
experimentar. Há que se ter paciência e perseverança em encontrar. A abulia não condiz com O Iniciado no seu caminho
para ser UM Iniciado. Encontro no arquivo de minha memória a advertência dos velhos alquimistas: “Lege, lege, relege,
ora, labora et invenies”. A sigla VITRIOL também salta à minha frente: “Visita Interiora Terrae, Rectificandoque, Invenies
Occultum Lapidem”.
A palavra Iniciação, oriunda de “Initiatio”, tem origem em “in-ire”, “ir dentro”, “ingressar” e embute os dois sentidos,
o de “adentrar” e o de “iniciar”, “começar”, entendidos simultaneamente. É o início de um novo estado de consciência, um
renascimento e uma transformação ajudados por símbolos que lembram a fugacidade e a trivialidade da matéria em
contraste com a perenidade do espírito.
Uma nova maneira de agir, de pensar, de falar e de ser vai acontecendo lenta e gradualmente.
Costuma-se dizer entre nós, Maçons, que, quem o é, nunca deixa de ser. Vez por outra, vê-se casos de Irmãos que
se aborrecem por um motivo qualquer, superdimensionam as suas razões e os seus motivos e abandonam a Ordem, vão-
se embora, afastam-se dos seus pares. Mas não adianta. A Maçonaria é a boa e velha escola para adultos. Esses Irmãos
“rebeldes”, digamos assim, já estão “contaminados”. Sentiram o jeito de ser da Fraternidade. Não são mais “profanos”.
Quer queiram, quer não, transformaram-se para sempre. Acostumaram-se ao que aprenderam, melhoraram a maneira de
pensar. Calam-se quando é hora de calar, valorizam o silêncio. Trazem dentro de si o gérmen da busca e a aptidão para a
liberdade.
As Cerimônias de Iniciação acontecem desde tempos remotíssimos. As religiões das sociedades antigas, desde o
alvorecer da humanidade, e sob as formas mais diversificadas, sempre as praticaram. Umas de forma mais complexa e
sofisticada. Outras de maneira mais simples e até com certo grau de violência, onde os postulantes tinham que passar por
provas de coragem muito perigosas e que, não raro, sucumbiam. Na Maçonaria, herdeira moderna dessas tradições que se
perdem de vista no túnel da história, elas são simbólicas. Deseja-se apenas que o recipiendário manifeste disposição para
mudar, para se transformar. Nada que demonstre coragem ou vigor físicos, mas, tão somente, psíquicos. Coragem para se
modificar, vigor para manter diária e diuturnamente essa intenção. “Submeter a sua vontade” aos seus deveres, eis a
humilhação que acontece no ritual da Cerimônia de Iniciação que, concernente à Maçonaria, por acaso o Sr. Luis
Fernando Veríssimo acertou.

(*) ÉRICO Lopes VERÍSSIMO


Nascido em Cruz Alta (RS) em 17 de dezembro de 1905 e falecido em 28 de novembro de 1975.
Obras principais:
- Clarissa (2 volumes); (1933)
- Olhai os Lírios no Campo (1938)
- O Tempo e o Vento [3 volumes: O Continente (1949), O Retrato (1951), O Arquipélago (1961)].
- Incidente em Antares (1971)
- Solo de Clarineta (2 volumes) (1973 e 1976), além de inúmeros outros livros, contos, romances, traduções,
documentários, adaptações para o cinema e televisão, literatura infanto-juvenil, novelas, narrativas de viagens, ensaios
etc.
Seus livros foram traduzidos para o alemão, espanhol , finlandês, holandês, húngaro, indonésio, inglês, italiano, japonês, norueguês,
polonês, romeno, russo, sueco e tcheco.
Este é o ano de centenário de seu nascimento.

(*) Membro da ARLS RENASCIMENTO Nº 08

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22
BEM-VINDOS À MAÇONARIA
3ª PARTE
Em Maçonaria ninguém poderá esgotar um assunto,
porque a cada minuto que passa a nossa mente concebe novas
definições para os mesmos símbolos.

a) AS TRÊS VIAGENS E OS QUATRO ELEMENTOS

Segundo o rito antigo, diz Ragon, o aspirante viajava pelos


subterrâneos e não pelo templo. No fim de suas caminhadas, ele
encontrava a seguinte inscrição:
“Quem quer que tenha feito essas viagens, sozinho e sem
medo, será purificado pelo fogo, pela água e pelo ar e, tendo
podido vencer o terror da morte, com a alma preparada para
receber a luz, terá o direito de sair do seio da terra e de ser
admitido à revelação dos grandes mistérios”.
“Ele tinha o direito de voltar sobre seus passos, se lhe
faltasse coragem para ir mais longe”.
O primeiro elemento é a Terra, o domínio subterrâneo
onde se desenvolvem os germes e as sementes. Ela é
representada pela Câmara de Reflexões onde está encerrado o
Recipiendário. A primeira viagem refere-se ao Ar, a segunda à
Água, a terceira ao Fogo.
As purificações que acompanham tais viagens lembram
que o homem nunca é suficientemente puro para chegar ao
templo da filosofia.
Já, de acordo com Wirth, o simbolismo dessas três
viagens: “A primeira viagem é o emblema da vida humana. O
tumulto das paixões, o choque dos interesses diversos, a
dificuldade dos empreendimentos, os obstáculos que os
concorrentes interessados em nos prejudicar e sempre dispostos
Gravura do Ir.’. “Chico Laranjeira” da Loja a nos desencorajar multiplicam sob nossos passos, tudo isso é
“Arautos do Pogresso” Recife/PE figurado pela irregularidade do caminho que o Recipiendário
percorreu e pelo ruído que se fez a seu redor”.
“Para desenvolver ao Recipiendário sua segurança, submetem-no à purificação pela Água. Trata-se de uma espécie
de batismo filosófico, que lava de toda impureza... ao ruído ensurdecedor da primeira viagem seguiu-se um tinido de
armas, emblema dos combates que o homem constantemente é forçado a travar”.
“Para contemplar a verdade que se esconde dentro dele mesmo, o Iniciado deve saltar um tríplice cinturão de fogo. É
a prova do Fogo... O iniciado permanece no meio das chamas (paixões ambientes) sem ser queimado, mas ele se deixa
penetrar pelo calor benfazejo que dele emana”.
Acrescentamos que, aos quatro elementos, costuma-se fazer corresponder os quatro períodos da vida humana:
infância, adolescência, idade madura e velhice. Poderíamos ainda fazê-los corresponder aos quatro pontos cardeais, às
quatro estações, às quatro idades do Mundo: idade do ouro, da prata, do bronze e do ferro, etc. Todas essas comparações
são bastante banais e quase não ajudam para a compreensão dos símbolos.
Pode-se admitir – sem grandes dificuldades – que o homem se compõe não só de um corpo e de uma alma, mas de
quatro partes distintas, às quais daremos seus nomes latinos: Spiritus, Animus, Mens, Corpus. A cada uma dessas partes
faremos corresponder um dos elementos na seguinte ordem: Fogo, Água, Ar, Terra.

b) DEUS, O GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO


A noção do Grande Arquiteto do Universo, na Maçonaria, é ao mesmo tempo mais ampla e mais limitada que a do
Deus das diferentes religiões. (Note-se que não suprimimos a palavra “Deus”, mas que lhe acrescentamos o epíteto de
“Grande Arquiteto do Universo”).
A Franco-Maçonaria, desde sua origem, adotou a expressão “O Grande Arquiteto do Universo”, mostrando assim
a sua concepção da divindade em suas relações com o mundo e com o homem.
O Grande Arquiteto do Universo simboliza o princípio reitor (aquele que rege) da Maçonaria e do Universo. Trabalhar para a
glória do Grande Arquiteto do Universo, isso pode significar, ad libitum (à escolha, à vontade): ou trabalhar sob o signo de Deus;
ou, ainda, trabalhar de acordo com o princípio reitor que orienta para o Progresso a evolução do mundo e da humanidade.
23
O primeiro artigo das Obrigações de um Franco-Maçom, de Anderson, foi redigido nestes termos: “Um Maçom é
obrigado, por sua condição, a obedecer à lei moral; e se ele compreende bem a Arte, nunca será um ateu estúpido, nem
um libertino irreligioso”. Mais embora, nos tempos antigos, os Maçons fossem considerados, em cada país, como
pertencente à religião, fosse qual fosse, desse país ou dessa nação, considera-se agora mais a propósito deixar a cada um
suas opiniões particulares, isto é, que sejam pessoas de bem e leais, em outras palavras, homens honrados e probos,
sejam quais forem as denominações ou crenças que possam diferenciá-los. A Maçonaria torna-se, assim o centro da União
e o meio de assegurar uma fiel amizade entre pessoas que, de outra forma, continuariam perpetuamente afastadas uma
das outras.

c) LIVRE E DE BONS COSTUMES


Para que um candidato seja admitido à iniciação, a Maçonaria exige que ele seja “livre e de bons costumes”.
A segunda parte esteve sempre e continua ainda em pleno vigor, porém a primeira sofreu modificações no decorrer
dos séculos, desde os da Maçonaria operativa.
Existindo os servos, durante a Idade média, todas as corporações exigiam que o candidato a aprendiz para qualquer
Oficio tivesse “nascido livre”, visto que, como servo ou escravo, ele não era dono de si mesmo. No entanto, quando a
escravidão foi suprimida na Grã-Bretanha, a Grande Loja da Inglaterra teve de modificar os seus estatutos, substituindo a
expressão “nascido Livre” pela de “homem livre”.

d) MORAL MAÇÔNICA
Moral – Conjunto de regras de conduta consideradas como válidas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou
lugar, quer para grupo ou pessoa determinada.
A Moral está na base da Maçonaria, em sua história, em suas leis, em todo o seu desenvolvimento. É a razão de ser
e o principal objetivo da Instituição que, sem ela, não se poderia manter. Esse objetivo é mesmo assinalado na primeira
linha do primeiro artigo dos “Deveres de um Maçom”, nas “Constituições” Maçônicas, desde 1723: “Um Maçom é
obrigado pela sua dependência (à Ordem) a obedecer à Lei moral...”. Assim, a Moral maçônica é a moral solidarista (que
tem responsabilidade recíproca).

e) O BEM E O MAL
A Maçonaria procura fazer penetrar na consciência dos Maçons a seguinte fórmula: fazes tudo o que pode contribuir
para a felicidade da Humanidade; abstenha-se de fazer tudo o que pode causar prejuízo ou pena à Humanidade. A
Maçonaria ensina aos seus adeptos: fazes parte da Humanidade, a sua (dela) prosperidade é a tua prosperidade: o seu
sofrimento é o teu sofrimento; o que é bom ou mau para ela o é igualmente para ti; a Humanidade florescente é o teu
Paraíso; a Humanidade perecendo é o teu inferno. O Bem é o que, sendo generalizado, criaria à espécie humana
condições de existência mais favoráveis à sua felicidade. O Mal é o contrário.

Valdemar Sansão
E-Mail: vsansao@uol.com.br
Fone: (011) 3857-3402

Fontes consultadas:

-“A Simbólica Maçônica” – Jules Boucher;


-“Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e
Simbologia” – Nicola Aslan;
- Ritual do Aprendiz Maçom – GLESP;
-“O DESPERTAR PARA A VIDA MAÇÔNICA”
Valdemar Sansão (aguardando publicação)

A literatura maçônica, em geral, tem intenção de colocar informações à disposição dos


Irmãos, procurando incentivar o exercício de pensar, concentrar e meditar, a fim de formar juízo
de valores e criar decisões individuais a partir dos dados recebidos para serem trabalhados
segundo os seus conceitos e orientados pelo bom senso que sempre deve prevalecer nas
conclusões.

24
RITO DE YORK (RITUAL EMULAÇÃO)
Ir.: Anatoli Oliynk (*)

O Ritual Emulação, estabelecido em 1813 por ocasião da União das duas Grandes Lojas então existentes na
Inglaterra, remonta de uma longa tradição anterior ao próprio surgimento da Premier Grand Lodge, em Londres, em 1717.
Ao longo deste artigo, serão detalhados os aspectos históricos que envolvem o surgimento deste ritual e sua disseminação
no universo maçônico.
Muitos maçons pensam que o Emulation (Emulação) é um rito. Não é. Na verdade, não se trata de um rito, mas sim
de um ritual pelo qual ele é expressado e demonstrado. Na Inglaterra o rito é inominado. Os ingleses não consideram rito,
eles consideram rituais. Por esta razão, faz-se necessário uma explicação preliminar para que o assunto seja bem
compreendido pelos leitores e eliminada qualquer possibilidade de confusão quanto ao entendimento do que seja rito e
ritual.
Rito, representa as regras e cerimônias de caráter sacro ou simbólico que seguem preceitos estabelecidos e que se
devem observar na prática. Em síntese representa o sistema de organizações maçônicas.
Ritual, representa o livro que contém o conjunto de práticas consagradas pelo uso, por normas ou ambas, e que se
devem observar de forma invariável em ocasiões determinadas. Sintetizando, é o cerimonial.
O Ritual Emulação surge na Inglaterra após a união das duas Grandes Lojas, a dos “Antigos (1751)” e a dos
“Modernos (1717)”, em 1813. Deste fato, resultaram inevitáveis variantes, sobrevivências das diversidades e costumes
regionais. Estas variantes, por sua vez, representam os rituais, ou mais especificamente, os trabalhos (workings) praticados
pelas Lojas inglesas. Os principais rituais ingleses, ou formas ritualísticas são: o Emulation, o Logic, o Bristol, o Taylor’s,
oStability, o Humber e o West End. Existem alguns outros, mas estes são os mais conhecidos.
Antes de prosseguirmos no assunto, é mister esclarecer ao leitor que a partir de 1813 a GRANDE LOJA UNIDA DA
INGLATERRA aprovou e confirmou a forma do Ritual Emulação, entretanto isso não quer dizer que o procedimento
ritualístico tenha surgido a partir desta data. Ele já era praticado pelas Lojas antes de 1717, com pouquíssimas variações
da forma atual.
A palavra Emulação, segundo o “Novo Dicionário Aurélio”, apresenta os seguintes conceitos:
EMULAÇÃO – (Do lt. Aemulatione) S.f.
1. Sentimento que incita a igualar ou superar outrem.
2. Competição, rivalidade, concorrência.
3. Estímulo, incentivo.
Para o Ritual Emulação o conceito é de “sentimento que nos leva a imitar ou superar algo, a sermos
perfeitos”; e seria mais no sentido de imitar, porque, como o ritual era transmitido oralmente e não escrito, cabia, aos
novos, imitar os usos dos mais antigos, perpetuando-os.

Histórico do Ritual Emulação


Durante muitos anos antes da união das duas Grandes Lojas rivais, a dos Modernos (de 1717) e a dos Antigos (de
1751), muitos esforços de bastidores foram empreendidos para padronizar as formas ritualísticas, ou seja, aquilo que
entendemos hoje por rituais.
Em 1794, dois Grão-Mestres, John IV, duque de Athol – Grão-Mestre dos “Antigos” – e George, Príncipe de Gales –
Grão-Mestre dos “Modernos”, solicitam ao Príncipe Edwards, mais tarde duque de Kent, Grão-Mestre dos “Antigos” em
1813, que arbitrasse o trabalho de unificação.
Em 1809, a primeira Grande Loja (dos “Modernos”) tomou a iniciativa neste sentido, promovendo a fundação da
Loja da “Promulgação” com o objetivo de estudar os Landmarks e as práticas esotéricas para recomendar as mudanças
que deveriam ser feitas no sentido de trazer os rituais a uma forma aceitável, visando de antemão a preparação para a
união das Grandes Lojas rivais. Um corpo similar foi fundado pelos “Antigos”.
Em 7 de dezembro de 1813 é criada uma Loja mista – Lodge of Reconciliation (Loja de Reconciliação) – que
harmoniza os rituais. O trabalho foi efetuado oralmente, respeitando a proibição de nada escrever a respeito do “segredo
maçônico”. Nenhuma ata foi redigida, assim como foi proibido até tomar notas.
A Loja da “Reconciliação” passa a apresentar, na prática e oralmente, o novo ritual harmonizado para as Lojas de
Londres e arredores. Essas apresentações prosseguiram durante três anos ininterruptos. Com esta providência a forma
ritualística do novo ritual praticamente foi padronizada em toda a Inglaterra.
Em junho de 1816, as formas dos rituais para uso na nova Grande Loja foram demonstradas pela Lodge of
Reconciliation (Loja de Reconciliação), constituída especialmente para produzi-las, as quais, viriam documentar,
oficialmente por uma resolução e pela primeira vez, as Cerimônias praticadas até então.
Assim em 1816 surge oficialmente um novo ritual, “aprovado e confirmado” pela GRANDE LOJA UNIDA DA
INGLATERRA, resultado de um longo trabalho iniciado em 1794, coroado pelo Act of Union de 27 de dezembro de 1813 e,
finalmente, concluído em junho de 1816.
25
Em 2 de outubro de 1823 os membros da “Burlington Lodge”, fundada em 1810 e “Perseverance Lodge”, fundada
em 1817, se reúnem pela primeira vez na “Emulation Lodge of Improvement for Máster Masons” (Loja Emulação de
Aperfeiçoamento para Mestres Maçons), com a finalidade de prover instruções para aqueles que desejassem se preparar
para cargos de Lojas e à sucessão na Cadeira.
O Emulation Work (Trabalho Emulação) recebeu seu nome da Emulation Lodge of Improvement cujo Comitê é o
curador do ritual por delegação da GRANDE LOJA UNIDA DA INGLATERRA, e que autoriza a publicação do livro
denominado Emulation Ritual (Ritual Emulação).
A GRANDE LOJA UNIDA DA INGLATERRA não dispõe de nenhum ritual oficial escrito e jamais autorizou a
publicação de qualquer forma específica de rituais existentes e consagrados na Inglaterra. Pela Regra (Artigo) nº 155 das
Constituições da GRANDE LOJA UNIDA DA INGLATERRA, compete às Lojas Simbólicas a regulamentação dos
procedimentos das formas de ritual, reservando-se no direito de intervir em qualquer Loja inglesa que adote formas ou
modificações estranhas à prática do ritual conforme ensinado desde 1813. Senão vejamos:
“Lodge may regulate its own proceedings” (Loja pode regular seus próprios procedimentos)”.
“155. The members present at any Lodge duly summoned have an undoubted right to regulate their own
proceedings, provided they are consistent with the general laws and regulations of the craft; but a protest
against any resolution or proceeding, based on the ground of its being contrary to the laws and usages of
the Craft, and for the purpose of complaining or appealing to a higher Masonic authority, may be made,
and such protest shall be entered in the Minute Book if the Brother making the protest shall so request”.
Tradução:
“155. Os membros presentes em qualquer Loja, devidamente reunida, tem o direito inalienável para
regular os seus próprios procedimentos, desde que eles estejam de acordo com as leis gerais e
regulamentos da Ordem; mas um protesto contra qualquer resolução ou procedimento que seja contrário
às leis e costumes da Ordem e com a finalidade de reclamar ou atrair uma autoridade maçônica maior,
pode ser feito, e tal protesto será anotado no Livro de Apontamentos, se o Irmão que faz o protesto
assim solicitar”.
Decorre daí a existência, na Inglaterra, das diversas formas de rituais – Emulation, Stability, Bristol, Oxford,
Taylor1s, Humber, Logic, West end etc., pois a GRANDE LOJA UNIDA DA INGLATERRA não legisla sobre a forma de
ritual adotado pelas suas Lojas.
As instruções nos anos iniciais, concentradas no trabalho do Primeiro Grau e preparação dos candidatos à
sucessão na Cadeira da Loja, eram realizadas por meio de palestras maçônicas de acordo com o sistema da Grand
Stewards’ Lodge (Loja dos Grandes Provedores), cujas preleções descrevem as cerimônias em detalhes. Pelos anos de
1830, conforme prática geral que então havia se desenvolvido, as próprias cerimônias eram também ensaiadas.
Os responsáveis pela condução da Emulation Lodge of Improvement, desde os primeiros tempos, têm adotado a
postura de assegurar a prática do ritual aprovado sem permitir sua alteração. Embora não se possa pretender que o atual
Ritual Emulação esteja na forma exata do ritual praticado verbalmente há quase dois séculos atrás, as Cerimônias
daqueles tempos foram originalmente e especificamente aprovadas pela GRANDE LOJA UNIDA DA INGLATERRA, a
quem cabe, única e exclusivamente, atualizá-las ou aprovar suas atualizações. Por esta razão, o Comitê da Emulation
Lodge of Improvement, sempre considerou que, por razões de confiança, deveria manter sem alteração as formas rituais
completas passadas por seus predecessores, e que está fora de sua autoridade fazer qualquer alteração, a menos que
oficialmente sancionadas por resolução ou aceitação da própria GRANDE LOJA UNIDA DA INGLATERRA, por ter sido
aprovado originalmente por ela.
Neste ínterim, houve ajustes ocasionais, de natureza, nos rituais aprovados pela Grande Loja. Os mais significativos
foram as variações nos Juramentos, permitidas por uma resolução da Grande Loja em dezembro de 1964 e, mais
recentemente a mudança mais extensa no procedimento, introduzida pela resolução da Grande Loja em 11 de junho de
1986.
A GRANDE LOJA UNIDA DA INGLATERRA decidiu que “todas as referências e penalidades físicas fossem
omitidas dos Juramentos assumidos pelos Candidatos nos três Graus e pelo Mestre Eleito em sua instalação, mas as
manteve em outro lugar nas respectivas cerimônias”. Esta resolução de 11 de junho de 1986 é obrigatória em seus termos,
e representa a única mudança mais momentosa feita nas cerimônias desde que elas foram aprovadas pela GRANDE LOJA
UNIDA DA INGLATERRA após a União das duas Grandes Lojas, em 1813.
Apesar desses ajustes nos rituais, a política do Comitê da Emulation Lodge of Improvement é preservar o ritual o tão
próximo quanto possível da forma na qual foi originalmente aprovado pela GRANDE LOJA UNIDA DA INGLATERRA, e não
permitir emendas cuja autorização não derive da mesma fonte. Assim, embora de tempos em tempos pequenos ajustes
foram feitos, sempre com autorização superior, os erros de procedimentos práticos nunca foram permitidos passar sem
controle, para que com o transcorrer do tempo não se tornasse prática estabelecida.
Hoje, há muitos outros sistemas de trabalhar o ritual maçônico e muitos dos maçons mais idosos, acreditam que o
modo que eles estão acostumados a levar a cabo os trabalhos em suas próprias Lojas, é o único modo correto.
Ocasionalmente, visitantes bem intencionados tentam apontar possíveis erros quando, de fato, as Lojas estão executando

26
a prática padrão no modo de Trabalho Emulação. As práticas contidas neste livro que trata do Ritual Emulação, estão na
forma como elas tem sido executadas por muitos anos pela Emulation Lodge of Improvement.
Afinal, quem é a Emulation Lodge of Improvement for Máster Masons?
Reforçando o que já foi dito no início deste trabalho, a Emulation Lodge of Improvement for Máster Masons (Loja
Emulação de Aperfeiçoamento para Mestres Maçons) como o próprio nome já diz, é uma Loja de Aperfeiçoamento para
Mestres Maçons cujo objetivo é prover instruções, especialmente para aqueles que entram na cadeia de sucessão e
desejam se preparar para cargos em Loja, almejando alcançar a cadeira principal de uma Loja Simbólica. Ela se reúne no
Freemasons’ Hall (Palácio Maçônico), na Great Queen Street (Rua da Grande Rainha) em Londres, semanalmente às 18
horas e 15 minutos das sextas-feiras de outubro a junho, onde demonstra as Cerimônias e Preleções de acordo com o
Trabalho Emulação e somente Mestres Maçons podem frequentá-la.
Isso posto, caro leitor, observe-se que é preciso conhecer muito bem a história que assinala o surgimento do
Emulation York na Maçonaria. Por falta de conhecimento, os maçons, muitas vezes, involuntariamente até, distorcem as
características naturais deste extraordinário ritual. Trata-se de um ritual de fácil execução, mas com nuanças tênues quanto
a sua origem.

Concluindo e Sintetizando

As formalidades ritualísticas para uso na UNITED GRAND LODGE OF ENGLAND ( GRANDE LOJA UNIDA DA
INGLATERRA) foram elaboradas pela Lodge of Reconciliation tendo sido aprovadas e confirmadas pela Grande Loja em
junho de 1816. Estas têm sido a base do Ritual Emulação desde sua concepção em 1823. A política do Comitê da Loja
Emulação de Aperfeiçoamento tem sido a de preservar o ritual tão próximo quanto possível do formato com que foi
aprovado pela Grande Loja, admitindo somente aquelas mudanças aprovadas pela Grande Loja que se tornaram costume
estabelecido.
Devido ao fato de que a Grande Loja assumira a opinião de que o ritual não devia ser confiado à impressão, a
repetição oral se constituiu no meio de sua transmissão. Foi apenas em 1969 que a Loja Emulação de Aperfeiçoamento
patrocinou a publicação da primeira edição do “Ritual Emulação”.
Este ritual ou prática (Emulation Working) é a expressão inglesa usada para defini-lo, pela restrição mencionada, era
muito pouco ou quase nada conhecida fora dos países de língua inglesa. Todavia, após 1969, quando da liberação para
publicação impressa, o ritual vem atraindo cada vez mais interessados, não só no sentido de 27orna27e-lo como de
praticá-lo.
O Ritual se caracteriza por procedimentos muito peculiares, ausentes em outros rituais, pelo despojamento de
certas pompas aliado à simplicidade e singeleza, o que acaba lhe conferindo certa gravidade e um ar de sobriedade sem
todavia, 27orna-lo circunspecto, pode acabar agradando a muitos maçons.

N.E.: (1) Este artigo, gentilmente cedido pelo Irmão Anatoli Oliynik, é uma transcrição do capítulo 4 do segundo
livro deste Irmão, a ser lançado brevemente;
(2) Publicado na Revista EGRÉGORA, nº 44 (março/maio de 2004).

(*) Escritor e obreiro da Loja “Os Templários” nº 2819, ex-Grande Séc. Geral de Orientação Ritualística Adjunto do Rito de York do GOB, secretário da
Academia Paranaense de Letras Maçônicas e membro da Academia de Cultura de Curitiba.

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CARIDADE MAÇÔNICA E/OU FILANTROPIA MAÇÔNICA
Ir.: Jorge Levy S. Pereira / M.:I.*)

Há muitos anos vimos dizendo que uma Loja, uma Potência e a Ordem, como um todo, para ser forte, precisa que
os seus membros sejam fortes. Como poderemos pensar em fazer filantropia extra-templos, se intra-templos existem tantos
Irmãos, cunhadas e sobrinhos necessitados?
Recentemente, lemos – e não tivemos oportunidade de conversar com ele – um artigo do pranteado Irmão Xico
Trolha, em que ele, com sua costumeira erudição maçônica e elevada sensibilidade humanitária, aborda e conclama os
Irmãos para um retorno às origens.
Dizia ele: “A Maçonaria da corrente latina, dentre ela a Maçonaria Brasileira, teve início como Maçonaria política,
conforme sua Mãe, a Maçonaria francesa. Todavia, após 1877, quando a Maçonaria francesa perdeu o reconhecimento da
Maçonaria inglesa (o que , na verdade, não lhe fez nenhuma falta), a Maçonaria Brasileira abandonou sua Mãe de sangue,
alguns de seus costumes, menos o Rito e o seu Sistema de Caridade Maçônica, para adotar a Maçonaria inglesa e para
não ser excomungada pela mesma. Sistema este que era e é, somente, maçônico mesmo; só e unicamente para os
maçons e seus familiares.
A Maçonaria Brasileira passou todo o século XX fazendo uma coisa que não faz parte da Tradição Maçônica, isto é,
fazendo Filantropia Profana.
Enquanto ficamos dando essas “esmolinhas”, arrecadadas nos nossos Troncos, para entidades filantrópicas,
estamos sendo hipócritas, pois essas “esmolas” matam de vergonha quem as entrega e de raiva quem as recebe. Maçom
não pode e não deve ser hipócrita, com sua Loja, nem com seus Irmãos. O Tronco da Viúva é para é para ajudar as Viúvas
dos Maçons!
As Lojas e as Potências precisam ter:
1. Um fundo para Bolsas de Estudo (destinado a Irmãos, cunhadas e sobrinhos);
2. Um fundo para empréstimos aos Irmãos e Lojas;
3. Um fundo para criação de Lares Maçônicos;
4. Um fundo para a Caridade Maçônica.”

Sugestão: Estabelecer um óbulo de 1 a 5 reais, por Irmão presente à Sessão, e “multas” no mesmo valor, para os
ausentes, debitadas junto com sua mensalidade.
Meus Irmãos, a Maçonaria atual está afastada dos seus valores antigos e tradicionais, sendo estes totalmente
distorcidos; resgatemo-los.
Shakespeare em “Hamlet”, no conselho dado por Polonius a seu filho Laertes, quando este partiu da Dinamarca em
seu retorno para a França: - “Acima de tudo, seja verdadeiro; siga a verdade como a noite segue o dia e não seja falso com
qualquer homem” e aí eu parafraseio: “com qualquer Irmão”.
Em podendo fazer filantropia, que o façamos, mas, principalmente, Filantropia Maçônica para maçons.

(*) Membro da ARLS DESEMBARGADOR NAVEGA CRETON (GLSRJ)

AUGUSTA E RESPEITÁVEL LOJA SIMBÓLICA DE PESQUISAS MAÇÔNICAS DO


ESTADO DO RIO DE JANEIRO “NICOLA ASLAN”

(Fundada em 25/08/1995)
LOJA ITINERANTE
Reuniões trimestrais (meses de : Março, Junho, Setembro e Dezembro)

28
MAÇONARIA E ROTARY CLUBES

O interesse máximo do Rotary e da Maçonaria é a


Humanidade. Por essas e muitas outras razões muitos rotarianos
são maçons.

a) Maçonaria
Em traços gerais, define-se Maçonaria como uma Instituição que condena a exploração do homem, seus privilégios e
regalias, enaltecendo o mérito da inteligência e da virtude e o valor da prestação de serviços à Ordem, à Pátria e à
Humanidade. Desenvolve o amor à Família, obediência à Lei, combate à ignorância, a superstição e à tirania. Os homens
são livres e iguais em direitos; defende a plena liberdade de expressão, do pensamento, como direito fundamental do ser
humano; o trabalho como dever social e direito inalienável, pois dignifica e enobrece sob qualquer de suas formas; pugna
pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio da prática inflexível do dever, da beneficência
desinteressada e da investigação constante da Verdade. Seus fins supremos são: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
É uma Instituição cuja história ainda está por ser plena e corretamente escrita pelos historiadores, sejam eles maçons
ou não. Por todo o seu mistério, pela sua antigüidade, pelo seu alcance e poder, tem despertado ao longo dos séculos,
ódios e paixões.
A Maçonaria solicita a seus obreiros o desenvolvimento de processos pessoais de auto-conhecimento e de auto-
desenvolvimento ético. O iniciado assume, livre e espontaneamente, o compromisso de construir-se homem novo, sempre
desejando conscientemente ser menos imperfeito, para ser o homem que deve ser. Ele combina razão e fé, verdades
científicas e certezas fundadoras de esperança. Os maçons nada mais procuram do que viver em comunidade, em
comunhão com o mundo. Não são revolucionários no sentido da luta contra o poder constituído, mas progressistas no
sentido de promover o bem estar na comunidade global. A Maçonaria instituída na forma especulativa em 1717, tem
andado de mãos dadas com o progresso racional da humanidade. Filha da ilustração tem buscado as luzes dos séculos e a
alegria de viver em união.
O maçom que trabalha diligentemente, preenche todas as condições para ser Companheiro num Clube de Rotary.
Sua disponibilidade e solidariedade não são pura tendência natural (há muitos Companheiros não maçons de profunda
bondade natural). O maçom decide ser compreensivo, promotor da paz e guardar a provisoriedade das verdades que
defende.
b) Rotary Internacional
Enquanto a Maçonaria tem indefinida a sua data de nascimento, por assim dizer, tendo em vista tratar-se de uma
filosofia que contempla um cabedal de conhecimentos reunidos pela Humanidade ao longo de sua história; o movimento
rotário completou neste ano (2005), seu centésimo aniversário.
Da mesma forma como ocorreu com a Maçonaria, também o Rotary foi perseguido por Hitler e Mussolini. Como os
princípios de tolerância, o caráter apolítico e fraternal do Rotary são semelhantes aos pregados e adotados pela maçonaria,
à partir de 1935 passaram a surgir problemas, pois a propaganda nazista começou a veicular a informação de que o Rotary
possuía ligações com a Maçonaria e o judaísmo, resultado da participação de uns e outros no movimento rotário.
Na verdade, antes de condenar a natureza dessas instituições, os alemães condenavam o caráter estrangeiro delas,
pois viviam um ambiente extremamente nacionalista radical e fanático.
Diante da crescente perseguição ao movimento rotário, seus fundadores se viram diante de um dilema, pois ao
mesmo tempo que não podiam deixar o movimento fracassar, muitos de seus membros eram também membros da
Maçonaria.
Também do Vaticano foram lançadas críticas e perseguições ao movimento rotário, à maneira do que foi feito com a
Ordem Maçônica. Lá, a perseguição ao Rotary se iniciou no final dos anos 20, antes portanto da ocorrida na Alemanha e
Itália. O jornal do Vaticano, La Civiltá Cattolica, por exemplo, afirmou que “o código de ética do Rotary apregoava princípios
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semelhantes aos da Maçonaria” e a Igreja sustentava que “os ensinamentos filosóficos e morais do Rotary tinham cunho
religioso e iam contra a autoridade papal”.
O Vaticano inclusive, chegou a proibir que seus sacerdotes se tornassem sócios dos clubes rotários, à maneira do
que fizeram com as Lojas Maçônicas, mesmo com a oposição de muitos sacerdotes que testemunhavam contra a conexão
Rotary/Maçonaria.
Ainda hoje, convivemos com o fanatismo e a intolerância e, as suposições sobre o elo entre o Rotary e a Maçonaria,
impedem a expansão do movimento rotário nos países muçulmanos.
Os Rotary Clubes têm como objetivo manter a ordem moral no comércio, na indústria e nas profissões liberais e
promover a amizade entre os povos.
Seria, nos dias de hoje, impossível imaginar o mundo sem as grandes ações realizadas pelo Rotary International nos
quatro cantos do globo, o que vem acontecendo nos últimos cem anos por meio de homens e mulheres abnegados, que se
inspiraram no ideal de Paul Percy Harris. Com certeza, a maior destas ações reveste-se no trabalho iniciado em 1986 e
que tem como resultado nos dias de hoje a praticamente erradicação da poliomielite da face da terra. A próxima meta para
este século rotário que se inicia é a eliminação do analfabetismo em todos os países, permitindo a inclusão social de
milhões, porque não dizer, bilhões de pessoas.
O Rotary, de inestimáveis serviços prestados à Humanidade, solicita dos seus sócios – “os Companheiros” – não
uma mudança de nível da sua consciência de ser humano, mas a influência do seu suor, da sua inteligência, das suas
habilidades e capacitações, do poder dos seus cargos e de suas empresas.
O Companheiro, com boas instruções rotárias, aprende que “influir” é correr por dentro das decisões comunitárias.
Ele deve incendiar, agilizar as pessoas no sentido de que elas construam as suas cidadanias.
Paul Harris, em 1905, quis canalizar o potencial dos profissionais diversos para a criação de um movimento de
compreensão e de paz mundial.
Os Clubes de Rotary se multiplicaram; e foi compreendendo a dor alheia e a possibilidade da partilha da sua vida que
os rotarianos vêm trabalhando a promoção humana por meio de uma série de programas em quase duzentos países.
Os Clubes de Rotary são “oficinas-laboratórios” de uma comunidade. Por ali passam todos os problemas do lugar,
cabendo a busca das soluções – soluções dos problemas, não distribuição de pão.
O Clube de Rotary, que age desta forma, transforma-se na maior riqueza local, porque, entre os seres humanos, todo
bem é operativo. Sem a operação da pessoa material, política e ética.
Finalizando peço ao Grande Arquiteto do Universo que, com sua Luz maravilhosa, continue iluminando essas duas
correntes de solidariedade humana: A MAÇONARIA E O ROTARY INTERNACIONAL.

Valdemar Sansão (E-mail: vsansao@uol.com.br)

Extraído do Livro: “O DESPERTAR PARA A VIDA MAÇÔNICA” / Valdemar Sansão (aguardando publicação)

O estabelecimento de relações fraternais entre o Rotary Internacional e Maçonaria,


fundamentadas no alto espírito de fraternidade, de franqueza e lealdade, adornados pela humildade,
descartando interesses pessoais, de grupos classistas, religiosos, políticos, raciais ou de cor, somos
todos iguais. A união faz a força, encarregados de completar o trabalho. Demo-nos as mãos!

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OS OPOSTOS EM EIFFEL E BABEL


Ir.: Valfredo Melo e Souza (*)

Reza a parábola bíblica da Torre de Babel que os homens movidos por estímulos ambiciosos construíram uma
imensa edificação por meio da qual acreditavam que conseguiriam alcançar o céu e assim desvendar os mistérios
celestiais. Tarefa inglória. A confusão começou a se formar em face das diversas procedências do gênero humano. Os
homens falavam dezenas de idiomas. Comunicação impossível.
Em Gêneses 11: 1 a 9, encontramos: “toda a terra tinha uma só língua e servia-se das mesmas palavras. Alguns
homens partindo para o Oriente, encontraram na terra de Senaar uma planície e se estabeleceram; e disseram uns aos
outros: vamos, façamos para nós uma cidade e uma torre cujo cimo atinja os céus. Tornemos assim célebre o nosso nome,
para que não sejamos dispersos pela face da terra. Mas o Senhor desceu para ver a cidade e a torre que construíram os
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filhos dos homens. Eis que são um só povo, disse Ele e falam uma só língua; se começam assim, nada futuramente os
impedirá de executarem todos os seus empreendimentos. Vamos: desçamos para lhes confundir a linguagem, de sorte que
já não se compreendam um ao outro”. “Foi dali que o Senhor os dispersou daquele lugar, para a face de toda a terra e
cessaram a construção da cidade. Por isto deram-lhe o nome de Babel, porque ali o Senhor confundiu a linguagem de
todos os habitantes da terra”. “Sede fecundos, disse-lhes o Senhor, multiplicai e enchei a terra” (Gen 9:1). E assim se fez,
como nos conta a história da Arca de Noé. A confusão de línguas em Babel é a divina resposta à negligência humana em
observar as cláusulas da primeira aliança entre Deus e os homens. Babel em hebraico significa “confundir”. Oposto de
Eiffel, torre parisiense construída para a Exposição Mundial de 1889 - centenário da Revolução Francesa – para ser
desmontada após o evento e que se tornou símbolo maior do amor universal. Um monumento ao romantismo mundial. Um
sítio de Paz.
Conforme a tradição judaica, Babel, uma Torre construída pela geração pós-diluviana tinha a intenção de tomar de
assalto, o céu, derrotar Deus e pôr ídolos em Seu lugar. Deus que tinha controle sobre as águas, pois havia trazido o
dilúvio. Com a torre pretendiam escapar de qualquer inundação futura. A morte de um operário preocupava menos que a
perda de um tijolo que caísse das alturas. Por isto foram punidos com a fragmentação de sua língua original de
comunicação, o hebraico. Não mais se entenderam entre si . Caos . Por certo, uma alegoria para justificar a existência de
diferentes línguas no planeta. Em contraponto à “construção da Torre”, a vontade de um homem, Ludwig Zamenhof (1859-
1917), polonês, médico, maçom, em edificar uma língua universal: o Esperanto. Utopia de um homem em unir seus
conterrâneos em torno de uma só forma de falar. De se entender. Existem hoje diversas instituições internacionais,
nacionais e regionais (Academias, Ligas, Associações) trabalhando neste sentido. Um idioma facilmente compreensível.
Dez vezes mais fácil que o português. “A pessoa que fala esperanto tem na mão uma ferramenta para viajar pelas culturas
do mundo”, afirma o presidente da Liga Brasileira de Esperanto. Quem se interessar acesse o programa de busca Google
que é pleno de informações interessantes.
Dá para se perceber uma língua com sonoridade e semântica bem mais simples que outras. Possui apenas
dezesseis regras gramaticais. Existem diversas obras literárias traduzidas para o esperanto, o que comprova o seu
crescente interesse dos estudiosos. De fato, será interessante observar um alemão, um sueco, um inglês, um brasileiro ou
um africano se comunicando em esperanto. Esta a utopia ! O mundo, uma nação esperantista ! Um templo da humanidade,
sem fronteiras. Belíssimo !
Mas será que unificar a fala dos povos resolveria o problema da comunicação humana ? E as preconceituosas
diferenças, seriam respeitadas ?
A grande unificação da comunicação humana deve ser pinçada das pequenas “bolhas” da educação e não em
planos mirabolantes. Por exemplo: nas relações familiares que andam tão impregnadas de “autoritarismos”, em qualquer
idioma.
Eiffel e Babel. Características claramente opostas.
(*) Membro da Academia Maçônica de Letras do DF.

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O PESQUISADOR
MAÇÔNICO

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