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GRANDE ORIE NTE DO BRASIL

\'O L .

Henrique Valada res (C ayrul

o APRENDIZ - MAÇOM
Seguid o de
- As Consti tuições de An de rson
- Os Landmarq ucs da Franco-Maço nari a

EDIÇAo 1997
GRANDE ORIENTE DO BRASIL

Henrique Valadares ("CAYRU")

o APRENDIZ - MAÇOM

Seguido de:
AS CONSTITUIÇÕES DE ANDERSON:
a) As antigas Leis Fundamentais (Old Charges)
b) As Antigas Obrigações ou Regulamentos Gerais
de 1721.

OSLANDMARQUESDAFRANC~MAÇONARIA
(Algumas Classificações)
GRANDE ORIENTE DO BRASIL

Henrique Valadares ("CAYRU")

o APRENDIZ - MAÇOM

Seguido de:
AS CONSTITUIÇÕES DE ANDERSON:
a) As antigas Leis Fundamentais (Old Charges)
b) As Antigas Obrigações ou Regulamentos Gerais
de 1721.

OSLANDMARQUESDAFRANC~MAÇONARIA
(Algumas Classificações)
LIVRO 1 - O APRENDIZ - MAÇOM

LIVRO 2 - AS CONSTITUIÇÕES DE ANDERSON:


a) As antigas Leis Fundamentais (Old Charges)
b) As Antigas Obrigações ou Regulamentos Gerais
de 1721.

LIVRO 3-0S LANDMARQUES DA ORDEM, segundo


Mackey, Findei, Pound e Grant.
A presente publicação foi reeditada
na administração

"-I, .....-s:u3'~ , • -- ../_~


FRANCISCO MURILO PINTO
Grão-Mestre Geral
o Grande Oriente do Brasil inicia, com o presente volume,
a publicação de uma série de livros úteis à cultura maçônica no
Brasil. Úteis e necessários.
Todos sabemos quanto é escassa a bibliografia maçônica em
língua portuguêsa. Pouco se publicou até hoje e, mesmo assim,
dificil é encontrar-se uma obra que possa ser considerada ortodoxa,
porque alguns arrivistas se camuflaram de maçons. O mal é grande,
sobretudo quanto aos neófitos, que não podem disting~ir o joio
entre o trigo.
A atual Administração do Grande Oriente pretende dar a lume,
anualmente, quatro obras maçônicas, pelo menos. Óbviamente,
água de boa fonte.
É nosso intuito fazer com que os Obreiros da Arte Real no
Brasil disponham, em breve, de uma biblioteca especializad~,
abrangendo os campos essesnciais da matéria maçônica: doutrina
e filosofia, simbologia, legislação e história.
Vale do Rio deJaneiro(GB),dezembro de 1996 E:. V:., 1440
da fundação do Grande Oriente do Brasil.

ÁL VARO PALMEIRA
Grão--Mestre Geral

A Comissão, instituída pelo Ato n° 2761, de 1965, composta dos Irmãos


João de Araujo Pedrosa, Jonas Rodrigues Barreto, Mirabeau Cesar Santos,
Roberto Alves e Idezio Rodrigues Corrêa Junior, colaborou no lançamento do
presente volume.
CARÁTER DE AUTENTICIDADE

Só será considerado autêntico o exemplar que, além


do número de ordem de expedição e do selo maçônico, levar
a assinatura do Gr:. Ger:. da Guarda dos Selos .

GUIL'.l.l.LJ.l'UY'-U' .1

SDEOLIVEIRA
A presente edição de "O Aprendiz - Maçom" de
Cairu (Henrique Valadares) é seguida pelas Constituições
de Anderson em suas duas partes essenciais: as Antigas
Leis Fundamentais (Old Charges) e as Antigas Obrigações
ou Regulamentos Gerais de 1721 e, ainda, por quatro das
mais conceituadas codificações de Landmarques da Ordem.
O Grande Oriente do Brasil crê, assim, tomar ainda
mais interessante o pequeno grande livro de Henrique
Valadares.
HENRIQUE VALADARES
( Notas biográficas)

Henrique Valadares redigiu o precioso opúsculo "0


Aprendiz - Maçom "em novembro de 1896. Era, na época, Grande
Secretário Geral do Grande Oriente do Brasil. Discretamente
usou as iniciais H:. V:. e seu nome histórico: Cairu, e
fraternalmente transmitiu ao Grande Oriente os direitos de
propriedade.
Henrique Valadares foi um eminente cidadão e um dos
maiores Maçons, quejá teve o Brsil. deixou umafolha admirável
de serviços à Pátria e à Ordem.
o Nasceu em 15 de março de 1852, no Piauí. Matriculou-se
na Escola Militar, ondefez um cruso brilhantíssimo, conquistando
o título de Engenheiro militar. Obteve depois o lugar de lente da
referida Escola e nesse cargo revelou sempre superior cultura e
era, por todos , respeitado.
Esteve no primeiro plano da campanha abolicionista e
lutou pela implantação da República. Foi discípulo estimado de
Banjamin Constant.
Acompanhou e fortaleceu a ação de Floriano P e i x o to
(maçom), na consolidação do novo regime . Foi
Prefeito do então Distrito Federal, até 1894 e, depois ,
Deputado Federal pelo seu Estado.
Faleceu em 9 de novembro de 1903 no Rio de Janeiro,
em consequência do cumprimento de seu dever de soldado.
No Acre, os brasileiros revoltados contra os
bolivianos haviam proclamado a independência do terri-

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tário e o barão do Rio Branco (maçom) se esforçava por
('oncluir um Acordo com a República irmã. Henrique Valadares
li Ira enviado ao Amazonas eAcre, emfevereiro de 1903, em missão
(·.I·pedal, como Delegado Militar, mas lá, afadigado com o insano
trahalho e o clima então inóspito, adoeceu gravemente, regressou
(/(} Rio e veio a morrer, logo depois, sem ter tido a satisfação de
(1.\·.I·istir à assinatura do Tratado de Petropólis, concertado em 17
de novembro de 1903 o qual posfim à questão acreana.
Seu enterro constituiu uma imponente consagràção. O
Presidente da República e o Ministro das Relações Exteriores
enviaram representantes. O Ministro da Guerra, nosso Ir.'.
Marechal Argolo, Deputados, Senadores, Ofidais Generais e
(1lItras autoridades civis e militares compareceram pessoalmente
(lO ato fúnebre. O Grão-Mestre General Quintino Bocaiúva e os

(;randes Dignitários da Ordem estiveram presentes, bem como


numerosas delegações de Oficinas.
Em certo ponto do trajeto, os alunos da Escola Militar
ji:eram parar o coche e à mão transportaram o corpo de seu ex-
mestre até a sepultura, no cemitério de São João Batista.
O Dr. Henrique Valadares, General de Divisão,foi reformado
('(Im honras de Marechal do Exército.
Na vida maçônica, H:. V:. iniciou-se na Aug :.Loja
"Cruzeiro do Sul/l", ao Oriente de Uruguaiana, Rio Grande do
.\'u/, em 24 dejunho de 1874. Viveu três decênios de vida maçônica.
Grande e nobre Obreiro. Sereno e firme. Trabalhador
incansável. As lojas o disputavam para seus Quadros e assim
/'ecebeu, de muitas, os títulos de Membros Honorário, Filiando
/.ivre e Benemérito.
Galgou os mais elevados postos maçônicos e
(/tingiu a dignidade de Grande Secretário Geral. O "Bo-

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letim"o Grande Oriente, durante anos a fio, ficou quase
inteiramente a seu cargo e há, em seus números, excelentes
artigos e comentários de sua lavra, com a assinatura H:. V:.
Em reconhecimento de seu extraordinário trabalho, no
Simbolismo e no Filosofismo, a Assembléia Geral do Grande
Oriente conferiu-lhe o título de Benemérito da Ordem e mais tarde
o de Grao-Mestre Grande-Comendador Honorário, este pelo
Decreto nO147, de 22 de janeiro de 1898. O Grande Oriente era,
na época, uma Potência-Mista. Serviu com os preclaros Grão-
Mestres AntônioJoaquim de Macedo Soares e Quintino Bocaiúva.
Ocupou os cargos de Grão-Mestre Adjunto e Lugar-Tenente
Comendador desde junho de 1901 até quando se transportou ao
Oriente Eterno.
Era Garante de Amizade do Grande Oriente de França e do
Supremo Conselho do Egito,junto ao Grande Oriente e Supremo
Conselho do Brasil.
O ilustre e operoso Henrique Valadares teve em vida a
consagração de ver o seu nome civil e o seu nome histórico
adotados como títulos distintivos de três Lojas maçônicas do
Grande Oriente do Brasil.

A.P.

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LIVRO I - OAPRENDIZ - MAÇOM
AO LEITOR

Aquele que se inicia na Maçonaria nem sempre encontra


quem lhe ministre todas as explicações necessárias relativamente
aos trabalhos ordinários de uma Loja.
A curiosidade e o desejo de aprender e conhecer levam o
novo Aprendiz a inquirir a todo o momento sobre as práticas mais
insignificantes. Disso resulta que o Aprendiz vai procurar essas
explicações nos livros que pode encontrar no mercado, fazendo
aquisição mais ou menos dispendiosa de obras muitas vezes pouco
criteriosas e mesmo mentirosas.
Para satisfazer a essa necessidade reconhecida e preencher
essa lacuna, procuramos organizar o presente opúsculo, em que
serão encontradas aquelas explicações, que não estão consignadas
nos Rituais e obras congêneres.
Não é um trabalho metódico e preparado a capricho. É porém,
o fruto da boa vontade de um Maçom que deseja ver a uniformidade
e a regularidade nos trabalhos das Oficinas do Grande Oriente do
Brasil. É portanto, um arrojo desculpável.

Rio de Janeiro, 16 de novembro de 1896,E:. V:.


H.V.
(CAYRU)

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o APRENDIZ-MAÇOM
DA MAÇONARIA

A Maçonaria é uma instituíção essencialmente caritativa,


li lantrópica, filosófica e progressista, tem por objetivo a iIidagação
dll verdade, o estudo da moral e a prática da solidariedade,
lruhalhando pelo melhoramento material e moral e pelo
npcrfeiçoamento intelectual da Humanidade.
Sua divisa é: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Seus princípios são: tolerância, respeito mútuo e liberdade
nhsoluta de consciência.
Considerando o trabalho um dos deveres essenciais do
homem, ela honra igualmente o trabalho manual e o trabalho
Intelectual.
O desideratum da Maçonaria é estender a todos os membros
da Humanidade os laços fraternais que ligam os maçons em toda
n superfIcie do globo.
O Maçom tem por dever, em qualquer circunstância, ajudar
c . proteger a seu Innão, mesmo com risco da própria vida,
ddendendo-o contra a injustiça.

Máximas Recomendadas

Não faças a outrem o que não quiseres que te façam.


Cumpre o teu dever, aconteça o que acontecer.

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A tolerância não vai ao ponto de proteger atos imorais.
Pratica o auxílio aos fracos, ajustiça a todos, a dedicação à
Pátria e à família e a dignidade para contigo.

RITOS

O Grande Oriente do Brasil tem adotado e sancionado os ritos:


Escocês Antigo e Aceito;
Adoniramita;
Moderno ou Francês;
York.(I)
Os Ritos Adonhiramita e Moderno chamam-se também Ritos
Azuis. (2)
Os três primeiros graus, em todos os ritos, denominam-se
Aprendiz, Companheiro e Mestre.

(I) "O Aprendiz-Maçom"foi escrito, quando o Grande Oriene do Brasil


era uma Potência Mista, unido ao Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo
e Aceito e aos Grandes Capitulos dos demais Ritos. O Grão-Mestre do Grande
Oriente era simultâneamente o Presidente dessas Oficinas - Chefes de Rito.
Desde 1951, porém, o Grande Oriente de Brasil segue a organização
maçônica universal e o Simbolismo está inteiramente separado do Filosofismo,
cada qual com seu Governo Soberano e Exclusivo. Além dessa circunstância,
ha o fato de ter a parte propriamente administrativa do Grande Oriente
recebido algumas alterações, com o decorrer do tempo.
Dai a necessidade das várias notas explicativas, que a seguir se vão ler,
para que o neófito sempre tenha a informação retificada ou exata, como é
preciso.
As últimas Constituíções do Grande Oriente do Brasil têm sancionados,
além dos quatro ritos acima referidos, mais dois Ritos: o Schroeder e o
Brasileiro.
(2) A expressão "Ritos Azuis"é tradicional e deve ser mantida. O Rito
Escocês possui várias cores e é impróprio chamá-lo de Rito Vermelho.

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o Maçom investido do grau de Mestre fica na posse de todos
os direitos maçônicos, pelo que se lhe expede um certificado ou
IlIulo que se denomina Diploma.
Além dos três primeiros graus, os diversos ritos possuem
IlutroS graus. O rito de Y ork confere aos que ocuparam o cargo de
Venerável o título de Past-Master, que não é realmente um novo
J.(l'aU, mas sim uma hierarquia no próprio grau.
O rito Escocês Antigo e Aceito possui trinta e três graus, o
AdonhiramitatemtrezeeoModemoouFrancêsapenass~te.Esses
J.(rHUStem os seus correspondentes nos outros ritos.(3)
As denominações são:

No Rito Escocês Antigo e Aceito

4° - Mestre Secreto
5° - Mestre Perfeito
6° - Secretário Íntimo
7° - Preboste e Juiz
8" - Intendente dos Edificios
9° - Mestre Eleito dos Nove
10° - Ilustre Eleito dos Quinze
1I ° - Sublime Cavaleiro Eleito
12° - Grão-Mestre Arquiteto
13° - Real Arco
14° - Grande Eleito Antigo
15° - Cavaleiro do Oriente ou da Espada
16° - Princípe de Jerusalém
17 - Cavaleiro do Oriente ou do Ocidente.

(3) Nesses números: 33,13 e 7 estão incluidos os três graus iniciais (de
Aprcndiz, companheiro e Mestre), chamados graus simbólicos, de exclusivo
Movcrno e jurisdição do Grande Oriente do Brasil.

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18° - Cavaleiro da Rosa-Cruz
19° - Grande Pontífice Sublime Escocês
20° - Mestre" Ad Vitam
21 ° - N oaquita ou Cavaleiro Prussiano
22° - Cavaleiro do Real Machado ou Príncipe do Líbano
23° - Chefe do Tabernáculo
24° - Príncipe do Tabernáculo
25° - Cavaleiro da Serpente de bronze
26° - Princípe da Mercê
21° - Comendador do Templo
28° - Cavaleiro doSol ou Príncipe Adepto
29° - Grande Escocês de Santo André da Escócia
30° - Grande Eleito Cavaleiro Kadosch
31 ° - Grande Inquisidor Inspetor Comendador
32° - Príncipe do Real Segredo
33° - Soberano Grande Inspetor Geral (4)

No Rito Adonhiramita:

4° - Mestre Perfeito, corresponde no Rito Escocês ao 5°


5° - Primeiro Eleito, Eleito dos Nove ou Pequeno Eleito,
corresponde no Rito Escocês ao 6°.
6° - Segundo Eleito ou Eleito de Perpignan, corresponde no
Rito Escocês ao 10°.
7° - Terceiro Eleito ou Eleito dos Quinze, corresponde no Rito
Escocês ao 11°.
8° - Aprendiz Escoês ou Pequeno Arquiteto, corresponde no
Rito Escocês ao 12°.

(4) Modernamente, o Soberano Supremo Conselho do Rito Escocês


concede ao grau 33 o título de "Grande Inspetor Geral"e ao membro do
Supremo Conselho o título de "Soberano Grande Inspetor Geral".

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9" - Companheiro Escocês ou Grande Arquiteto, corresponde
no Rito Escocês ao 14°.
10°_ Mestre Escocês, corresponde ao Rito Escocês ao 15°.
11o-Cavaleiro da Espada, do Oriente ou da Águia, corresponde
no Rito Escocês ao 17°.
12°_ Cavaleiro Rosa-Cruz, corresponde no Rito Escocês ao
IS".
13 0 _ Noaquita ou Cavaleiro Prussiano, corresponde no Rito
Escocês ao 21 0.

No Rito Moderno ou Francês:

4° - Eleito Secreto, correspondendo ao 9° Escocês e ao 5°


Adonhiramita.
5" - Eleito Escocês, correspondendo ao 14° Escocês e ao 9°
Adonhiramita.
6° - Cavaleiro do oriente, correspondendo ao 17° Escocês e
ao 11 °adonhiramita.
7" - Cavaleiro Rosa-Cruz, correspondendo ao 18° Escocês e
ao 12° Adonhiramita.

*
Nos Ritos Escocês e no Adonhiramita é fórmula
ohrigatória em todos os documentos - "Á Glória do
(IrllndeArquiteto do Universo". No rito Moemo a
It'trlllula é: Liberdade, Igualdade, Fraternidade".
Esta fórmula pode tambem ser adicionada á
"dolada nos ritos Escocês e Adonhiramita.
As diferentes agremiações maçônicas tem o nome
jJ.c nérico de Oficinas, recebendo denominações
,' s pcciais conforme os graus que podem conferir.
Loja é a Oficina que confere os três primeiros
jJ.l'lIlJS, que são chamados simbólicos . Efetua os seus
Il'lIhalhos ordinários no grau de Aprendiz, funcio-
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nando nos outros dois quando tenha de conferí-Ios, ou
para instrução.
Capítulo é a Oficina que trabalha no grau de Rosa-Cruz,
conferindo este grau e os anteriores desde o 4° . É constituído
sempre em uma Loja que tenha no mínimo trinta e três membros
efetivos, dos quais sete pelo menos estejam colados no grau de
Rosa-Cruz. A Loja, enquanto não tem o seu Capítulo, denomina-
se Simbólica e, depois de possuir Capítulo, passa a denominar-se
Capitufar(5).
Conselho é uma Oficina do Rito Escocês, que trabalha no grau
de Cavaleiro Kadosch 30:. e confere este grau e os anteriores
desde o 19°, aos membros das Lojas que lhes são subordinadas.
Confere, também, os graus 4° ao 14° aos OObr:. das Lojas não
Capitulares ou Simbólicas que lhes são subordinadas.
Consistório é uma Oficina do Rito Escocês que trabalha no
grau 32 :. , conferindo os graus 31 e 32 aos maçons das Lojas de sua
jurisdição.
Como agremiações maçônicas há também as Grandes Oficinas
Chefes de rito, que são.
a) Supremo Conselho do Rito Escocês;
b) Grande Capítulo dos Noaquitas, para o Rito Adonhiramita
c) Grande Capítulo do Rito Moderno.

(5) Não há mais Lojas Capitulares ao Grande Oriente, do Brasil. O


Simbolismo está inteiramente separado do Filosofismo. As Lojas SimbóliCa!
ou Lojas-Base nada tem que ver com a constituíção e o funcionalismo do~
Capítulos, Conselho de Kadosch e Consistórios.
É conveniente saber que entre a Loja Simbólica e o Capítulo pode haver
a Loja de Perfeição, conferindo os graus do 4° ao 14°. Nesse caso, o Capítulo
só se encarrega dos graus 15° ao 18°.

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Essas Grandes Oficinas concedem ou negam autorização para
1\ regularização das Oficinas do Rito que se tiverem instalado. (6).
O Supremo Conselho confere o grau 33 aos membros das
I,ojas do Rito e os graus 31 e 32 das Lojas que não forem
slIhordinadas a Consistório.
Os dois Grandes Capítulos servem de Capítulo às Lojas não
capitulares do respectivo Rito.(7)
O dos Noaquitos confere mais o grau de Noaquita aos
( )hrcitos das Lojas do Rito Adonhiramita.
As Oficinas tem títulos constitutivos que lhes são espedidos
pelas Grandes Oficinas Chefes de Rito, e esses títulos denominam-se:
Breve Constitutivo, para as Lojas (8).
Carta Capitular, para os Capítulos.
Carta Constitutiva, para os Conselhos
Patente Constitutiva, para os Consistórios.
Os maçons têm igualmente títulos dos diversos graus ou de
concessões honoríficas, que se denominam:
Diploma, para o grau de Mestre, expedido pelas Lojas.
Breve, para o grau de Rosa-Cruz, expdida pela Grande Oficina-
( 'hefe de Rito.
Patente, para os graus superiores ou concessões
honoríficas dadas pela Assembléia Geral ou por

(6) As Lojas Simbólicas ou 'Lojas-Base, em qualquer Rito, tem a sua


n illção e regularização só dependentes do Grande Oriente do Brasil.
(7) Não há mais Lojas Capitulares também nos Ritos Adonhiramita e
Moderno, Há Capítulos, independentes das Lojas-Base ou Simbólicas.
(8) Nenhuma Loja-Base ou Simbólica não maís recebe qualquer título
I'ollstitutivo emanado de Grande Oficina Chefe de Rito e sim do Grande
( lricnte do Brasil, que lhe expede a Carta Constitutiva.

lQ
Grandes Oficinas, e expedida pela Assembléia Geral ou pela
respectiva Grande Oficina (9)
Dos graus para os quais a lei não obriga a expedir título
especial, pode ser passado, pela Oficina ou Grande Oficina que o
conferir, um documento que se denomina Certificado.
Nos Diplomas, Breves e Patenes há o Ne Varietur, que indica
o lugar onde o Ir:., a quem se refere o documento, deverá assinar
o seu nome, servindo esta assiantura para confronto e verificação
da identidade do portador do mesmo.

Cobridor do Grau de Aprendiz - Rito

Escocês Antigo e Aceito

Sinal de Ordem - Estando de pé, levar a mão direita abaixo da


garganta, tendo os quatro dedos unidos e estendidos, e o polegar
separado formando uma esquadria.
Faz-se este sinal sempre que se estiver de pé durante os
trabalhos.
Sinal Gutural - Estando à Ordem, levar a mão direita
horizontalmente até ao ombro direito e depois deixá-la cair ao longo
do corpo, formando assim uma esquadria. Voltar depois ao sinal de
Ordem.
Este sinal recorda o juramento prestado ao iniciar-se: de
consentir em ter a garganta cortada no caso de perjúrio.
Toque-Tomar com a mão direitaado Ir :. tocar levemente com
a extremidade do polegar a primeira falange do dedo index , dando
por um movimento imperceptível a bateria do grau; isto é, três

(9) A Assembléia Geral, hoje denominada Soberana Assembléia


Federal Legislativa, não expede nenhum grau e sim títulos honorificos,
recompensas maçônicas e insignias de distinção.

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pllncadas iguais, espaçadamente. Responde-se do mesmo modo.
Palavra Sagrada - Pode ser pedida dizendo-se: Dai-me a
Pll lavra sagrada, ou, depois de dar o toque, cravar ligeiramente a
IIlIha do polegar no dedo índex do Ir :. a quem se deseja interrogar.
Em qualquer dos casos, o interrogado responde: "Não vos
111 ,~~() dar senão soletrada: dai-me a primeira letra e eu vos direi a
rjcgunda".
Aquele que interroga, dá então, a primeira letra e o interrogado
li scgunda, e assim alternadamente até a última, e depois 'pratica-
Hl' \I mesmo, sílaba por sílaba.
A palavra é -B:. Z:.
Palavra de Passe - Não há neste Rito.
Marcha - Estando à Ordem, dar três passos para a frente
w lIlcçando com o pé esquerdo e unindo o direito em esquadria a
l:lUla passo, de modo a ter os calcanhares unidos. No fim do terceiro
pll~SO, deve achar-se na altura dos Vigilantes e aí faz o sinal gutural
CI uno cumprimento, em primeiro lugar ao Venerável e depois aos
doi s Vigilantes, na ordem hierárquica.
Bateria- O - O-O.
Aclamação - Huzzé! Huzzé! Huzzé!
Idade - Três anos.
Insígnia - Avental de pele branca com a abeta levantada.

Ritos Adonhiramita e Francês


(chamados também ritos azuis)

Nestes ritos há as seguintes modificações:


Toque - Faz-se por três pancadas também, sendo, porém,
lIuas rápidas e uma um pouco espaçada.
Palavra Sagrada - A palavra é J :. N:.

21
Palavra de Passe - Esta é dada ao Cobridor, fazendo-se o
toque. É NIAKLABUHT.
Marcha- Faz-se do mesmo modo, rompendo-se com o pé
direito.
Bateria - 00-0.
Aclamação - Liberdade, Igualdade e Fraternidade, no Rito
mod:.
PALAVRA SEMESTRAL

A Palavra Semestral é comum a todos os Ritos, e só vigora nas


Lojas do Brasil.
Essa palavra é dada pelo Sob .'. Grão-Mestre geral da Ordem
emjunho e dezembro de cada ano e mandada às Lojas que estiverem
em dia com as suas obrigações com o Grande Oriente.
A um maçom que se apresenta como visitante em uma Loja do
Brasil, pode ser exigida a Palavra Semestral e o visitante fica na
obrigação de dar a Palavra do semestre corrente ou pelo menos, a
do anterior; e se não o fizer; poderá ser-lhe recusado assistir aos
trabalhos, salvo se se justificar.
Abraço - O braço fraternal que os Maçons se dão consiste
em passa o braço direito por cima do ombro esquerdo do Irmão e
o braço esquerdo por baixo do braço direito do mesmo; estando os
dois nessa posição batem brandamente com a mão direita as
pancadas que constituem a bateria do grau. Feito isto, invertem-se
as posições dos braços, isto é, passa-se o braço esquerdo por cima
do ombro direito do Irmão e o braço direito por baixo do braço
esquerdo do mesmo; estando os dois nessa posição, da-se a
bateria do grau como no primeiro amplexo. Por fim, invertem-se
novamente as posições dos braços, voltando-se à primeira posição
e repete-se a formalidade da bateria.

22
Aplausos - Os aplausos fazem-se por bateria tirada pelo
V"lIcn\vcl, ou pelos Vigilantes, ou ainda pelo Mestre de Cerimônias,
t\ hateria é simples ou tríplice,
I'araaplaudirporumabateriasimples, estando de pé e à ordem,
III/.- SC o sinal gutural, depois do que se dá a bateria do grau,

, ., 111 ti mne o Rito, com os dedos unidos e estendidos da mão direita,

'",\lrc a palma aberta da mão esquerda, Depois de fazer a bateria,


doo-sc três estalos com o polegar e o dedo médio da mão direita,
" !'llllo o primeiro na altura do ombro esquerdo, o segundo na altura

do direito e o terceiro neste mesmo lado, na altura da cabeça,


",rmando-se assim uma esquadria.(1 O).
A bateria tríplice é a bateria simples feita por três vezes.
As vezes a bateria é de luto ou de dor, quando se quer
1IIIIIIitcstar pesar; neste caso, a bateria, ao invés de ser executada
'",\lrc a palma da mão esquerda, se-lo-à sobre o ante-braço esquerdo,
'I\'m ruído. Na bateria de luto, os malhetes devem bater sobre um
o\ljeto qualquer que tome a pancada surda.
Há também a bateria incessante, usada no Rito Escocês para
"1' Iaud ir os Maçons do último grau e em todos os ritos para o Sob:.
(ir:, Mestr:. e para seu Adjunto. Esta bateria faz-se por três salvas
til' nove plamas , seguindo-se a cada uma os estalos usados nas
olllras baterias. Nos aplausos, por tríplice ou incessante bateria, é
li SO o Venerável levantar três vivas, ao invés da aclamação do

I( ilua\. Esses vivas poderão ser dados depois da bateria completa


011 nos intervalos em que executam os estalos. (11).

(10) Presentementes, os estalos estão abolidos.


(11) É conveniente repetir que os estalos estão abolidos.

23
Quando os aplausos são dirigidos a algum dos membros da
Loja, os vivas poderão ser:
1°-Ao Ir:.
2°-À Loj:.
3° - Ao Grande Oriente e à Grande Oficina-Chefe do Rito.

Quando, porém, são dirigidos a Maçons de outras Lojas, os


vivas deverão ser:
1° - A esses Maçons.
2° - Às suas Lojas.
3° - A todos os Maçons espalhados pela superficie da Terra.

Tratando-se do Soberano Grão-Mestre ou seu Adjunto, e


do Sob:. Gr :. Com:. ou seu Lug:. Ten:. ( ou do grande Inspetor
dos demais Ritos), os vivas deverão ser.
10-AoSob:. Gr:. Mestr:. ouseuAdj:. eaoSob:. Gr:.
Com:.ou seu Lug:. Te:. (ou ao Grande Inspetor)
2° - Ao Grande Oriente e à Grande Oficina-Chefe do Rito.
3° - A Família Maçônica Universal.

INSTRUÇÕES DO GRAU DE APRENDIZ


RITO ESCOCÊS

P :.- Entre vós e mim existe alguma coisa?


R:.- Sim Ven:. Mestr:., um culto
P :.- Que culto é esse?
R :.- É segredo, Ven:. Mestr:.
P :.- Que segredo é esse?
R:.- A Maç :.
P :.- Sois Maçom?

24
){:. Os meus rIr:. como tal me reconhecem.
1':. - O que é perciso para ser Maçom?
R : . - Ser livre e de bons costumes.
I' :. - Como vos preparastes para ser recebido Maçom?
R ... - Principiei a preparar-me pelo coração.
I' :. - Aonde fostes depois levado?
){ : .- A uma câmara contigua à Loja.
I' :. - Como estáveis preparado?
R :.- Nem nu, nem vestido . Tiraram-me todos os metais
e fui conduzido à porta do Templo por um amigo,
que depois reconheci como Irmão.
I' :.- Como soubestes que estáveis à porta do Templo,
se estáveis vendado?
\{:. Porque ali me fizeram parar e fui depois admitido.
I' :. - Como fostes admitido?
\{ ... -Por uma grnde pancada.
I' :.- Que vos disseram?
\{ :.- Quem vem lá? Ao que respondi: - um profano que
quer ser iniciado na Ord:. Maç:.e admitido nesta
Aug:. Loj:. dedicada a S. João.
I' : .- Ecomo pudestes conceber tal esperança?
R :.- Porque sou livre e dotado de bons costumes.
I' : .- Que vos disseram então?
R :.-Que declarasse o meu nome, pátria, idade, qualidade
civil e profissão.
I' :.- Que vos mandaram fazer depois?
\{ .o. - Mandaram-me entrar.
I' :. - Como entrastes?
\{ :.- Tendo a ponta de uma espada ou de um punhal
assentada no peito.
I' : .- Que vos perguntram?
\{:. Se sentia ou via alguma coisa.

25
P :. - Que respondestes?
R:. - Que sentia, porém, nada via.
P :.- Por quem fostes recebido depois de vossa entrada?
R:. -Pelo Ir:. 2°Yig:.
P :.- Que vos fez ele?
R:. - Entregou-me ao Ir:. Exp:., que me mandou ajoelhar
e tomar parte em uma oração que o Yen:. recitou.
P :.- Que vos perguntaram depois dessa oração?
R.'. - Em quem punha a minha confiança
P :.- Que respondeste?
R.'. - Que a depositava em Deus.
P :. - Que vos fizeram depois?
R:. - Pegaram-me pela mão direita, fizeram-me levantar,
disseram-me que nada receasse e sem temor
seguisse a mão que me guiava.
P :.- Aonde vos conduziu esse guia?
R:.- Fez-me praticar três viagens.
P :.- Onde encontrastes o primeiro obstáculo?
R:.-Nomeio-dia,portrazdaCol:. d02°Yig:. onde bati
levemente três pancadas.
P :.- Que resposta vos deram?
R.'. - Perguntaram-me quem vem lá?
P :.- Que respondestes?
R:.- O mesmo que havia respondida à porta da entrada.
P :.- Aonde encontraste o segundo obstáculo?
R.'. - Por traz do 1° Yig.·. no Ocidente, onde bati, também,
três pancadas e dei depois as mesmas respostas às
suas perguntas.
P :.- Aonde encontrastes o terceiro obstáculo?
R.'. - Por traz do Yen.·. onde bati da mesma forma e dei as
mesmas respostas.
P :.- O que vos foi ordenado então?

26
R:.-Mandaram-meconduziraolr:.lOVig:.,noOcidente,
para ser instruído.
P :.- Que instrução vos deu ele?
R:. - Ensinou-me a dar os primeiros passos no ângulo de
um quadrilongo, a fim de que pudesse chegar ao Altar
e ali prestar a minha obrigação.
P :.- Onde a prestaste?
R:. - No Altar dos Juramentos, com o corpo formando uma
esquadria, a mão direita sobre a Const:. Maçon:., a
Bíblia o Compasso e o Esquadro, a mão esquerda
segurando um compasso, apoiado no peito esquerdo,
e ali prestei o juramento solene dos Maçons.
P .'. - Depois de prestado esse juramento, que vos disseram?
R.'. - Perguntaram-me que mais queria.
P :.- Que respondestes?
R:.-ALuz.
P :.- Quem vos deu a Luz?
R:.-OVen:. etodososIlr:.
P :.- Quando recebestes a Luz, o que vistes?
R:.- A Constituição, o Esquadro e o Compasso. (12)
P :.- Que vos disseram significar estas luzes?
R:.- Três Grandes Luzes da Maçonaria.
P :.-Explicai-mas.
R:. - A Const:. regula e governa a nossa Loja; o Esquadro
as nossas ações e o Compasso nos ensina a regular
os movimentos do nosso coração e a sermos justos
para com todos os homens e principalmente com os
nossos I1r:.
P :.- Que vos mostraram depois?

(12) Há uma retificação a fazer: as Três Grandes Luzes da Maçonaria


são: o Livro Lei, o Esquadro e o Compasso, mas o Livro da Lei não
é a lei administrativa e sim a Lei Moral: a Bíblia, o Alcorão, etc, são
livros da Lei Moral.

27
R:.-TrêsSSubl:. LLuz:. daMaç:. oSol,aLuaeo Ven:.
da Loja.
P ... - o que fizeram depois?
R.·. - O Ven ... me tomou pela mão direita, deu-me o Toque
e a Palavra, e disse-me: levantai-vos, meu Ir:.
P :. - Que números, compõem uma Loja, meu Ir:. ?
R:.- Três, cinco e sete.
P :.-Porque razão o número três compõe umaLoj:.?
R:.- Porque foram três os MMestr:. na construção do
templo de Salomão.
P :. - E o número cinco, porque?
R:.- Porque todo homem deve possuir cinco sentidos.
P :.- Quais são os cinco sentidos?
R:.- O ouvido, o olfato, a vista, o paladar e o tato.
P :. - Para que servem na Maç:. ?
R:. - Três entre eles para muito
P :. - Explicai-me os seus usos.
R:. - A vista, para ver os sinais, o tato para sentir o toque
e reconhecer os I1r:. tanto nas trevas como na luz, e
o ouvido para ouvir a Palavra.
P :. - Porque razão o número sete compõe uma Loj:. ?
R:.- Porque sete são as ciências liberais.
P :.- Dizei-me quais são.
R:. - A Gramática, a Retórica, a Lógica. a Aritmética. a
Geometria. a Música e a Astronomia.
P :.- De que utilidade são estas Ciências na Maç:.?
R.·. - A Gramática nos ensina a escrever e a falar.
P :.- Que nos ensina a Retórica?
R.·. - A arte de falar e de discorrer sobre quaisquer objetos (13).

13) Prover a omissão. P:. - Que nos ensina a Lógica?


R:.- A disciplina do espírito, levando-o a raciocinar com firmeza e decisão.

28
P:. - Que nos ensina a Aritmética?
R :. - O valor dos números
P :. - Que nos ensina a Geometria?
R .'. - A medir a Terra, para, nela, marcarmos o pedaço
que nos pertence na grande partilha da Humanidade.
P :.- Que nos ensina a Música?
R :. - A virtude dos sons.
P .'. - Que nos ensina a Astronomia?
R :. - O conhecimento dos corpos celestes.
P .'. - Que forma tem a vossa Loj .'. ?
R .'. - A de um quadrilongo.
I' :. - De que largura é vossa Ofic:. ?
R :.- Do Oriente ao Ocidente.
I' :. - De que cumprimento?
R :.- Do Sul ao Norte
P :.- De que altura?
R .'. - Da terra ao Céu.
P :.- Que profundidade tem?
R:.- Da superficie ao centro da Terra.
I> :.- Por que?
R:. - Porque a Maçonaria é universal e o Universo uma
Loja.
P :.- Por que razão a nossa Loj:. está situada do oriente
ao Ocidente?
R:.- Porque assim estão todas as LLoj:.
P :.- E por que?
R:.- Porque o evangelho principiou a ser pregado no
Oriente e estendeu-se depois ao Ocidente.
P:. - Quem sustenta a vossa Loj:. ?
R :.- Tem grandes CCol:.
P .'. - Como se chamam?
R:. - Sabedoria, Força e Beleza.
P :.- Quem representa o Pilar da Sabedoria?
R.'. - O Venerável, no Oriente.
P :.-Quem representa o Pilar da Força?

29
R:.-O l°Vig:. no Ocidente.
P :. - Quem representa o Pilar da Beleza?
R:.-02°Vig:.,noMeio-dia.
P :. - Por que repersenta o Ven:. o Pilar da Sabedoria?
R:. - Porque dirige os OObr:. e mantém a ordem
P :.- Por que representa 01° Vig:. o Pilar da Força?
R:.- Para pagar os OObr:. cujos salários são a força e
manutenção de sua existência.
P :. - Por que representa o 2° Vig:. o Pilar da Beleza?
R:. Para fazer repousar os OObr :., fiscalizá-los no
trabalho, a fim de que ao Ven.·. resultem honra e
glória ( 14).
P :.- Por que a Loja é sustentada por três CC 01 :.
R.·. - Porque aSabedoria, aForçae aBelezasão o complemento
de tudo; sem elas nada é duradouro.
P :.- Por que?
R:.- Porque a Sabedoria inventa, a Força sustenta e a
Beleza adorna.
P :.- Está coberta a nossa Loja?
R:.- Sim, Resp:. Mestr:., por uma abóboda celeste de
variegadas nuvens.
P :.- De onde sopram os ventos para os Maçons?
R:.- Do oriente para o Ocidente.

RITO MODERNOOUFRANCÊS

P :.- Sois Maçom?


R:.- Meus I1r:. como tal me reconhecem.

(14) Melhor seria, se dissesse:


"a fim de que resulte honra ao Ven : . e glória ao Gr:. Arq:.
do Universo".

30
I' : . - o que é um Maçom?
R:. - É um homem livre e de bons costumes, que prefere a
todas as coisas a justiça e a verdade, e que, despren-
dido dos preconceitos do vulgo, é igualmente amigo
do rico e do pobre, se são virtuosos.
P :.- O que é Maçonaria?
R : . - É uma Instituíção que tem por fim estabelecer a justiça
na humanidade e fazer imperar a fraternidade
P :.- Quais são os seus princípios? .
R .'. - A Tolerância, o Respeito Mútuo e a Librdade absoluta
de Consciência.
P :.- Qual é a sua divisa?
R :.- Liberdade! Igualdade! Fraternidade.
P :.- Não convém corroborá-la por um quarto tenno?
R.'. - Sim, pela Solidariedade.
P : .- Quais são os deveres dos Maçons?
R.'. - Independentemente do dever de auxílio e socorro aos
seus I1r:., o Maçom deve trabalhar sem descanço
pela realização dos fins da Maçonaria. Ele deve estu-
dar com cuidado todas as questões que agitam as
sociedades humanas, procurar em redor de si os
conhecimentos que tiver adquirido. Deve ser bom,
justo, digno, dedicado, corajoso, isento de orgulho e
de ambição, livre de todo o preconceito e toda a
servidão, pronto a todos os sacrificios pelo triunfo do
direito e da verdade.
P :.Como poderei reconhecer que sois Maçom?
R:. Por meus sinais, palavras e toques.
P:. Como se faz o sinal?
R:. Pela Esquadria, Nível e Perpendicular-( Faz-se)
31
P :.- Que significa?
R:.- Que eu prefiro ter o pescoço cortado a revelar os
segredos que me foram confiados.
-Simbolicamente significa-a igualdade e a retidão.
P:.-DaioToqueaoVig:. da vossa Col:. (Depois
de recebido) Vig:. - O Toque está justo,
R:.M:.
P :.- Dai-me a palavra de Passe.
R:.- T:.
P :.- Que significa essa palavra?
R:.- (Faz-se pelo modo usado)
P :.- Que significa essa palavra?
R:. - Estabilidade, firmeza. É o nome de uma Col:. do
Templo de Salomão,junto da qual recebiam os
Aprendizes o seu salário.
P :.- Tendes outra palavra de reconhecimento?
R:.- Há ainda a palavra semestral. Na época de cada
solstício, o Grão-Mestre dirige aos Veneráveis a
palavra destinada a afirmar a regularidade dos
membros da Loja. Esta palavra é comunicada em
Loja, segundo as regras estabelecidas, não
devendo ser pronunciada senão em voz baixa e em
lugar maçônico.
P :.- Por que razão, no grau que possuis, os Maçons
se servem do número três, notadamente no
Toque, na Marcha, na Bateria, na Aclamação e
no Abraço que eles se dão?
R:. - Porque o ternário tem um caráter simbólico
desde a mais remota antiguidade. Para os
antigos iniciados significava: Criação, con-

32
servação, destruíção. para nós simboliza
o passado, o presente e o futuro.
I' .". - Por que razão é o triângulo o nosso emblema?
R.". - Porque reune três em um; porque formado por três
linhas e três ângulos, é na Geometriaa figura principal,
porque servindo para medir as maiores distâncias, é
uma das bases da ciência hunama.
P .".- Por que vos fizestes receber Maçom?
R ... - Porque eu estava nas trevas e desejava luz. A sociedade
em cujo meio vivemos é apenas meio civilizada. As
verdades essenciais ainda estão para ela cercadas de
sombra espessas; os preconceitos e a ignorância
cegam- na; a forçaaindasobrepujaao direito. Acreditei;
e ainda creio que é nos Templos maçônicos,
consagrados ao trabalho e escolhidos que deve existir
a maior soma de verdade e de luz.
I' .".- Por que tinheis os olhos vedados, quando fostes
introduzido em Loja, no dia da vossa iniciação?
R.". - Para precisar o sentido da iniciação, que é a passagem
das trevas à luz.
I' .".-Oquevos fizeram praticarem Loja, quandotinheisos
olhos vendados?
R.". - Interrogaram-me por três vezes e fizeram me praticar
três viagens.
I' .".- Qual é a significação dessas viagens?
R ... - Representam as três fases ascendentes da vida humana
e o desenvolvimento prático do principio de
solidariedade. Significam, também, que a descoberta
da verdade exige esforços repetidos.
P.". - Qual é a significação das espadas com as

33
pontas voltadas poara vós, quando vós
desvendaram?
R:.- Anunciaram-me que os Maçons tomar-se-iam meus
defensores, se a minha vida ou a minha honra fossem
ameaçadas. Anunciaram-me, também, que eu
encontraria neles, vingadores da Maçonaria e de suas
leis, se eu faltasse ao cumprimento de minhas '
promessas, ou se me afastasse da senda dos meus
deveres.
P :.- As espadas que empregamos em diversas
circunstâncias, tem, de um modo geral, alguma
significação simbólica?
R:.- Tem duas. Antes de 1789 simbolizavam a igualdade.
- Nessa época, com efeito, só os nobres e os titulares
de certos oficios tinham o direito de trazer a espada em
público. Cadalr:.,qualquerquefosseseunascimento,
ou a sua posição social tendo o direito de trazer a
espada em Loj :., essa prática serviaparaindicarque
todos os homens são iguais.
- Em segundo lugar, a espada é o símbolo do combate
que o homem deve sustentar para defender ajustiça
e a verdade.
O Maçom, mais do que ninguém, deve lutar
constantemente contra a injustiça e contra a mentira,
devendo lutar sempre com armas leais, de que é a
espada o tipo tradicional.
P :. - Que significa o esquadro sobre o qual pusestes a mão,
para fazerdes a vossa promessa solene?
R:.- O Esquadro é o emblema da retidão e do direito.
P :.- Por que razão o Ven:. ao iniciar-vos, deu um par de
luvas para ofertardes à mulher que mais estimais?

34
R.'. - Porque não admitimos mulheres à iniciação maçônica,
mas tributamos homenagens às suas virtudes e delas
nos lembramos em nossos trabalhos.
P :.- De que espécie de trabalho é emblema o avental que
trazeis?
R:. - De todo trabalho intelectual ou manual.
p : . - Quais são o comprimento e a largura da Loja?
R:. - Seu comprimento é do Oriente ao Ocidente e sua
largura do Meio-Dia ao Norte.
P:.- Que significam essas dimensões?
R.'. - Que a Maçonaria é universal e um dia se estenderá a
toda a Humanidade.
J> :. -Por que razão é o Oriente a parte principal?
R:. - Porque a luz surge do Oriente e é preciso orientar-se
para achar sua verdadeira direção.
P:.- Por que os Aprendizes tomam lugar ao Norte?
R:. - Sendo o Norte a parte menos esclarecida, esse lugar
lembra aos Aprendizes que devem estudar e instruir-
se. (15).
P: .- Que significa o triângulo luminoso, colocado no
Oriente e o olho que nele existe?
R:. - Esse triângulo é o emblema da ciência que esclarece
e há de esclarecer cada vez mais os homens. O olho
aberto representa sabedoria que observa e que prevê.
O emblema do triângulo com olho aberto, remonta à
mais alta antiguidade, pois foi empregado pelos
primeiros sábios da Índia e pelos Druidas gauleses.
P :.- Que lembram as duas colunas à entrada do Templo?

(15) Afinnação controversa. No hemisfério sul, a parte norte desse


h"lI1l " t~rioé a mais esclarecida.

35
R:.- Lembram duas grandes colunas de bronze, ocas, nas
quais durante a construção do Templo de Salomão,
guardavam-se os instrumentos preciosos, assim como
os metais destinados ao pagamento, e perto das quais
os operários recebiam o seu salário.
P ... - Que significam as romãs entreabertas nos capitéis das
colunas?
R.·. - Esses frutos, divididos internamente por
compartimentos cheios de um número considerável
de grãos, sistematicamente disposto, representam a
família maçônica, cujos membros são todos
harmônicamente ligados pelo espírito de ordem e de
fraternidade.
P :.- Por que se chama Loj:. a vossa oficina?
R.·. - Esse nome nos foi transmitido tradicionalmente pelos
Maçons construtores da Idade Média, que assim
designavam o lugar fechado e reservado em que se
reuniam só os iniciados, nos arredores de um grande
edificio em construção.
P :.- Onde fostes recebido Maçom?
R.·. - Em umaLoj ... justa e perfeita.
P :.- O que é preciso para que uma Loj:. seja justa e
perfeita?
R:. - Três a dirigem, cinco a iluminam, sete a tornam justa
e perfeita.
P :.- Explicai esasa resposta.
R:.- Os três são: O Ven:. e os Wig:. - es~es três oficiais
com o Orad:. eoSecr:. são as cinco luzes daLoj:. -
É preciso que sete membros da Loja, pelo menos,
estejam reunidos, para poderem trabalhar regularmente.
P ... - A que horas abrimos e fechamos os nossos trabalhos?

36
R ... - Alegoricamente, os nossos trabalhos abrem-se ao
meio-dia e fecham à meia-noite.
P :.- Por que?
R:. - É um duplo simbolo de regularidade. Meio-dia é a hora
astronômica por excelência, o momento do dia que
menos varia, determinado pela passagem do sol no
zenith. Para começar um trabalho à hora fixa é
necessário esperar esse instante preciso.-
Começando ao meio-dia, o nosso trabalho prolonga-
se durante doze horas seguidas, para indicar que o
Maçom deve empregar metade do seu tempo em
tornar-se útil, em instruir-se.
Nossas horas alegóricas referem-se à tradição
segundo a qual Zoroastro, um dos primeiros
fundadores dos mistérios da antiguidade, recebia os
seus discípulos ao meio-dia nos dias de sessão e os
despedia à meia-noite, depois da ceia fraternal com
que terminava os trabalhos.
P : .- Em que trabalhais como Aprendiz?
R:. - Em desbastar a pedra bruta.
P :.- Que entendeis por isso?
R:.- Entendo adquirir os primeiros conhecimentos
maçônicos e também fazer-me progredir, esforçando-
me por adquirir as qualidades de um bom Maçom.
P : .-QuesefazemLoj:.?
R ... -Combatem-se a tirania, a ignorância, os preconceitos
e os erros, glorificam-se o direito, ajustiça, a verdade,
a razão. É o que os antigos formulários traduzem por
estas palavras: levantam-se templos à virtude e
cavamOse masmorras ao vício.
P ... - Por que os Maçons fazem uso de símbolos e empregam
uma linguagem alegórica?
37
R :. - Por imitação das antigas iniciações; e também porque
o símbolo e a alegoria, falando ao mesmo tempo aos
sentidos e ao espírito, à imaginação e a razão, servem
paramelhorgravarnamemóriaas idéias que exprimem.
P :.- Que idade tendes?
R:.- Três anos.
P :.- Onde recebeis o vosso salário?
R:.- Na coluna" J "
P :.-Queambicionais?
R.'. - Aspiro a honra de ser admitido entre os Companheiros.

Ven:.- Trabalhaieperseverai.

ENTRADA E SAÍDA DA LOJA

Para entrar no templo, depois de abertos os trabalhos, deve-


se bater na respectiva porta as pancadas da maneira estabelecida
para representarem a bateria do grau, de modo a serem ouvidas pelo
cobridor. O cobridor comunicará então em voz baixa ao 2° vigilante,
dizendo:"batem regulannente (ou maçônicamente) à porta do
templo". O 2° vigilante, batendo uma pancada de malhete, fará igual
comunicação ao 1°vigilante e este do mesmo modo ao Venerável.
O Venerável, dando outra pancada dirá: "vede quem assim bate; se
for membro do quadro, franqueai-lhe o ingresso, anunciando antes
o seu grau ou qualidade. " Esta ordem será transmitida da mesma
forma pelos vigilantes até o cobridor( 16)

(16) Em Loja Simbólica o grau maior é o de Mestre. O autor referia-se à época


em que os graus do Filosofismo tinham hierarquia em Loja Simbólica, o que
h~ie só ocorre em casos especiais, conforme o Protocolo de Recepção.

38
o cobri dor, infonnando-se então, abrirá a porta do templo,
dizendo em voz alta o grau ou qualidade do Innão, se porisso tiver
ele direito a alguma fonnalidade especial na recepção.
Concedido o ingresso, o Innão colocar-se-á à ordem e dará
os passos que constituem a marcha do grau, indo ficar entre os
vigilantes eaí executarão sinal gutural em cumprimento ao Venerável,
ao 10 e ao 20 vigilantes, depois do que irá ocupar o lugar que lhe
competir. Essa saudação será sempre correspondida pelo Venerável
e pelos vigilantes (17).
Seo InnãoqueentraéalgumadasluzesdaLoj:. ou tem grau
que lhe dê direito a assento no Oriente, o Venerável, à vista do aviso
do cobridor, dirá: "De pé e á ordem" e assim todos se conservarão
até que o recém-chegado o(;upe o seu lugar, sentando-se todos
logo que o Venerável o mande por uma simples pancada de malhete.
Se na ocasião em que o Innão bater á porta do templo, estiver
sendo lida a Ata ou se proceda a alguma votação, o cobridor baterá
do mesmo modo do lado interior e isso significará que deve
aguardar a ocasião oportuna.
Quando qualquer Innão quiser sair do templo durante os
trabalhos, deverá solicitar licença para fazê-lo, para0 que dará uma
pancada com as palmas das mãos e estenderá o braço direito para
a frente ou, pondo-se de pé e á ordem, dirá: - " pennissão para cobrir
o templo." Essa pennissão será dada pelo Venerável aos que
tiverem assento no Oriente e por intennédio dos respectivos
vigilantes aos que tiverem assento nas colunas, ou diretamente

(17) O Venerável e os Vigilantes devem retribuir a saudação com um aceno


de cabeça, porque o sinal gurutal só se faz de pé e à ordem.

39
I,clu!'! vigilantes se para isso tiverem delegação do Venerável .
( '"nccdida a permissão, o Irmão colocar-se-á à ordem e dirigir-se-
1\ pllra entrc colunas, na altura dos vigilantes e aí fará as saudações
pelo sinal gutural como na entrada e retirar-se-á. O Venerável
mandará: " de pé e à ordem", se a isso tiver direito o Irmão.

Se o Irmão não pretende voltar aos trabalhos deverá dirigir-


se antes ao hospitaleiro e concorrer com sua espórtula para o
Tronco de Beneficência, caso ainda não o tenha feito.
O Mestre de Cerimônias e o Experto, no desempenho de
suas funções, são recebidos sem que o Venerável mande de pé e
á ordem , caso tenham grau ou título que a isso lhes dê direito.
É também uso quando qualquer Irmão tem de descer do
oriente para as colunas, ao chegar próximo a grade, voltar-se para
o Venerável e fazer-lhe a saudação com o sinal gutural.

PRESIDÊNCIA DE OFICINA

Uma vez aberta a sessão de uma Oficina pelo


Maçom a quem couber de direito, ele só poderá ser
substituído na presidência, mesmo nos casos fortuitos,
por aquele que se lhe seguir no direito de abrir os
trabalhos, segundo a precedência estabelecida em lei.
Isso importa em que muitas vezes o substituto do
Venerável da sessão não seja o Maçom que esteja
servindo de 10 e 2 0 Vigilante.

MESTRE DE CERIMÔNIAS

É este um cargo da mais alta importância para


a boa execução do cerimonual dos rituais e essa é a
razão porque muitas vezes, principalmente nas ses-
40
sões solenes, são convidados para o desempenho de tais funções
os maçons antigos, mais práticos e revestidos dos graus mais
elevados.
O Mestre de Cerimônias deve ser por demais correto na
")(ccução da marcha e das baterias do grau, estando sempre atento
para o bom desempenho ~e suas atribuíções.
Essas atribuições são muito variadas,jánas simples sessões
cconômicas ou familiares, já nas sessões magnas e solenes.
É por seu intermédio que o Venerável faz preencher os
lugares em Loj:. antes da abertura dos trabalhos, se não quiser
fazê-lo diretamente ou por intermédio dos Vigilantes em suas
colunas. Para isso, o Mestre de Cerimônias, quando receber essa
incumbência, certificar-se-á da presença dos funcionários efetivos
ou de seus substitutos legais e convida-Ios-á a ocuparem os
lugares que lhes competem. Depois convidará para ocuparem os
demais lugares ainda vagos a Irmãos que tenham alguma prática
das obrigações de tais cargos, podendo convidar aqueles que não
tenham tal prática quando se tratar de sessão econômica.
Uma vez preenchidos os lugares, o Mestre de Cerimônias
dará parte disso ao Venerável e irá ocupar o seu lugar.
Depois de abertos os trabalhos, quando o Venerável
submeter a Ata à votação, deverá levantar-se do seu lugar,
verificando o resultado da votação, dar parte ao Venerável,
dizendo: "foi aprovada" ou "não foi aprovada". Do mesmo
modo procederá em toda e qualquer votação simbólica.
Depois dessa participação é que o Venerável
proclamará o resultado da votação.
Aprovada a Ata, o Mestre de Cerimônias dirigir-
se-á ao altar do Secretário , de quem r e c e b e r á o

41
I ivro das atas, que vai apresentar ao Venerável e às demais Luz~s,
segundo a sua ordem hierárquica, para que cada uma delas assine
a ata que acabou de ser aprovada.
Depois da leitura do expediente, o Mestre de Cerimônia terá
de tàzer correr o Saco de proposta e Informações, quando o
Vcnerável determinar.
Nessa ocasião, o Mestre de Cerimônias, segurando o sacó
respectivo, irá postar-se entre colunas na altura dos Vigilantes e
aguardará a ordem do Venerável para fazer a coleta das propostas.
Recebida essa ordem dirigir-se-á ao Venerável e às outras
Luzes, segundo a sua ordem hieárquica e depois aos irmãos com
assento no Oriente, na coluna do 10 Vigilante e na coluna do 20
Vigilante. A cada um dos Irmãos apresenta o saco, que tem seguro
com as duas mãos nos extremos da boca, fazendo ligeiramente com
ele o sinal gutural. Terminada a coleta, dirigir-se-á novamente
entre colunas e à ordem do Venerável irá ao Oriente, onde
depositará no altar do Venerável o conteúdo do saco, em presença
do Orador e do Secretário, voltando depois ao seu lugar.
Se tiver de se proceder a qualquer votação, distribui, na
ocasião devida, duas esferas, uma branca e uma preta, a cada um
dos obreiros presentes.
Quando, em qualquer discussão, algum Irmão tiver de
apresentar proposta, emenda, aditivo, moção ou indicação, será o
Mestre de Cerimônias quem a entregará ao Venerável, Orador ou
Secretário, conforme o caso, recebendo-a do Irmão que a formulou.
Na formação da Cadeia de União, o Mestre de
Cerimônias ficará entre os Vigilantes, dos quais
receberá a Palavra Semestral, que irá comunicar ao
venerável. Se nessa ocasião, tiver sido recebida pa-
42
Iavra nova, será ele quem queimará o cartão que a contiver escrita
c isso entre colunas.
Do mesmo modo, incumbir-se-á de queimar qualquer peça
ou coluna gravada de que a Loja não tenha querido tomar
conhecimento.
Compete-lhe convidar os Irmãos que devem formar as
comissões que o Venerável mandar nomear para a recepção de
visitantes ou de filiandos, tendo em vista as prescrições
estabelecidas em lei.
Nessas comissões, o seu lugar será sempre à frente,
dirigindo-as.
Quando tenha de ser proclamado e aplaudido qualquer
Irmão que tenha sido filiado, regularizado ou iniciado, o Mestre de
Cerimônias acompanha-lo-á durante a formalidade e só fará os
aplausos de agradecimento. Por essa ocasião pedirá a palavra para
agradecer os aplausos que forem dirigidos ao Irmão, se este o não
fizer, e tirar a bateria.
Sempre que estiver entre colunas, o Mestre de Cerimônias
pedirá a palavra diretamente ao Venerável, dando uma pancada
com as palmas das mãos.

HOSPITALEIRO

As atribuíções deste funcionário são bem definidas


em lei. Não cogitaremos, portanto, de explicá-las, mas sim de dar as
suas obrigações em Loja, que são bem limitadas, visto que apenas
tem de fazer a coleta das espórtulas para0 Tronco de Beneficência.
Na ocasião oportuna, quando o Venerável lho ordenar, o
Hospitaleiro, segurando a respectiva bolsa, irá postar-se entre
colunas e praticará tudo o que é recomendado ao Mestre de
Cerimônias, quando tem de fazer correr o Saco de Propostas e
Informações.

43
Oepois da coleta, estando entre colunas, dirigir-se-á por
ordem do Venerável, ao altar do Orador, aquem apresentará a bolsa
c ajudará a verificar o produto da coleta, que deverá ser-lhe
entregue.
É conveniente que cada Loja tenha um livro de talões onde
se fàça a declaração do produto do Tronco de Beneficência em cada
sessão, assinando o talão o Hospitaleiro, e a parte que é destacada
sendo assinada pelo Orador, podendo ser esta rubricada pelo
Venerável.
Se antes da coleta qualquer Innão pedir licença para retirar-
se, o Hospitaleiro apresentar-lhe-áa bolsa ou tronco, salvo se ainda
o Innão tiver de voltar. Se depois da coleta, entrar algum obreiro,
procederá do mesmo modo.

EXPERTOS

O 10 e o 20Expertos substituem os Vigilantes mas não lhes


assiste o direito de, nessa qualidade, substituirem o Venerável.
O 10 Experto tem a atribuição de recolher a votação por
esferas nos escrutínios secretos e as outras atribuíções
estabelecidas nos rituais e na lei.
Para recolher as esferas nessa votação o 10 Experto,
empunhando a uma apropriada, procederá como o Mestre de
Cerimônias quando faz circular o Saco de Propostas e Infonnações.
Depois de proclamado o resultado da votação, recolherá as demais
esferas sem fonnalidades.
O 20 Experto tem uma obrigação especial, que é a de
apresentar, na Sala dos Passos Perdidos, o livro aos visitantes para
que estes o assinem, recebendo deles nessa ocasião os seus
Diplomas para que possa fazer confronto da assinatura do fIne
varietur" com a do livro. Depois disso, o Experto diri-

44
gir-se-á ao Templo e apresentará ao Venerável, ou a quem este
designar, o livro e documentos.
No Rito Adonhiramita, havendo um só Experto, cabem-lhe
as funções do 10 e 20 Expertos dos outros ritos.
O 30 Experto substitui aos 10 e 20Expertos, não tendo, porém,
por isso, direito de substituir os Vigi.Iantes.

VOTAÇÕES

As votações são simbólicas ou de escrutínio.


A votação simbólica consiste em estender o braço direito
com a mão aberta e a palma voltada para o chão, no caso de querer
jar aprovação. Para reprovar não é preciso fazer sinal algum.
Essa votação poderá também ter lugar ficando os Irmãos de
pé e á Ordem, ou conservando-se sentados, conforme as ordens
do Venerável.
Para as votações de escrutínio secreto, cada Irmão, tendo
recebido do Mestre de Cerimônias uma esfera branca e outra negra,
depositará a esfera branca, se quiser aprovar, ou a esfera negra se
quiser reprovar, na urna que lhe for apresentada pelo 10 Experto. A
outra esfera será depositada na urna que lhe for apresentada em
seguida à proclamação do resultado da votação.
Há ainda o escrutínio nas eleições, votando-se por meio de
cédula, que se depositará em urna colocada no altar do Venerável.
Os aprendizes e companheiros tem direito de votar, mas não
podem ser votados nas eleições para preenchimento de cargos.
Não podem também ocupar cargos nas sessões.

45
Os aprendizes que tiverem menos de três meses de iniciados,
nllo podem ser juizes nas sessões de julgamento (18).

PROCLAMAÇÕES

As proclamações em Loja são feitas pelo Venerável e


repetidas pelos Vigilantes.
Quando se tiver de fazer a proclamação ou aplausos em
relação a esses três funcionários, não poderão eles intervir nos
anúncios ou convites.
Se tiver de se proclamar ou aplaudir ao Venerável ou
presidente da sessão, o I ° vigilante, pedindo a palavra dirá - Ir:.
2° Vig:. e Orad:. anunciai, na coluna J ( ou B) e no Oriente assim
como anuncio na coluna B ( ou J), que proclamo o Ir:., etc ou
convidai ... aunirem-seamimparameajudaremaaplaudirolr.·.... etc.
Esse anúncio é repetido pelo 2° Vigilante e depois pelo
Orador. O Orador diz então: " Ilr :. que abrilhantais o Oriente, eu vos
anuncio ou convido, etc".
Se se tratar do 10Vigilante, o Venerável dirá: "Ir:. 2°Vig:.
e Orad:., convidai aos Ilr:. das vossas colunas ou anunciai, etc.
O anúncio ou convite será repetido pelo 2° Vigilante e depois pelo
Orador. O Orador dirá então: "IIr:. que condecorás acolunaJ (ou
B). etc"
Tratando-se do 2° Vigilante, os anúncios ou convites serão
feitos pelo Venerável, pelo I ° vigilante e pelo Secretário, fazendo
este o anúncio para a coluna do 2° vigilante.
Tratando-se ao mesmo tempo dos dois Vigilan-
tes, os anúncios ou convite serão feitos pelo Venerável,

(18) Convém conferir essas informações sobre aprendizes e companheiros


com o novo Regulamento Geral.

46
pelo Orador e pelo Secretário, dirigindo-se este às colunas em
w jo topo tem assento no Oriente.
Nesses anúncios atender-se-á sempre a ordem hierárquica
de quem os fizer.

ESlRÊLAS

Chamam-se assim as luzes com que são recebidos os


visitantes ou os membros da Loja em certas solenidades, como nas
sessões de posse.
Para isso empregam-se tochas.
As erstrêlas serão sempre em número impar, conduzidas
pelos membros da comissão de recepção e, por ocasião da entrada
no Templo deverão os Irmãos que as conduzir formar alas, ficando
em número maior do lado da coluna do 10 Vigilante.
Não é correto que as estrêlas sejam sustentadas por Irmãos
que estejam dentro do Templo, mas sim pelos que formam a
comissão de recepção, que derverá iluminar o caminho desde a
Sala dos Passos Perdidos ao vestibulo do Templo (19).

ABÓBADA DE AÇO

A abóboda de aço pratica-se estando os Irmãos das colunas


de pé e cruzando no alto as pontas das espadas com as dos Irmãos
que lhes ficam em frente na coluna oposta.
. A abóbada de aço é simples quando em cada coluna há
somente uma fileira de Irmãos cruzando as espadas.
A abóbada é dobrada quando em cada coluna formam duas
fileiras cruzando as espadas.
Não é correto bater as espadas.

(19) Convém ver o Protocolo de Recepção do Grande Oriente do


Brasil.

47
No Oriente s6 a comissão de recepção forma a abóbada, que
será sempre simples(20).

MALHETES BATENTES

Os Maçons tem direito a ser recebidos com bateria de


malhetes, quando possuirem o grau que a isso lhes dê direito,
segundo o que está fixado em lei.
A bateria simples é executada com o malhete pelo Venerável
e repetida pelos Vigilantes.
Na bateria incessante termina somente quando aquele a
quem é dirigida toma o lugar que lhe cabe. Quando, neste caso, o
Venerável tem de deixar o seu lugar para oferecer o malhete, os
Vigilantes continuarão a executar a bateria até que do mesmo modo
ocupe o lugar aquele a quem se faz a recepção. (21)

CADEIA DE UNIÃO

A Cadeia de União forma-se para receber nova Palavra


Semestral nas sessões magnas de iniciação, regularização e
filiação .
O Venerável, colocado no Oriente, na frente do seu
altar e tendo aos lados o Orador e o Secretário, cruzará os
braços segurando com a mão direita a mão esquerda segurando
a direita do que estiver á sua direita, e assim praticarão todos
os Irmãos , cada um em sua coluna. Em frente ao Vene-

(20) Convém ver o Protocolo de Recepção


(21) Convém consultar o Protocolo de Recepção.

48
nível, ficarão os Vigilantes, entre os quais estará o Mestre de
Cerimônias.
Disposta assim a Cadeia, o Venerável transmitirá ao ouvido,
em primeiro lugar, ao Orador e depois ao Secretário, a Palavra
Semestral que será do mesmo modo transmitida pelas duas colunas
até chegar ao Mestre de Cerimônia. Este funcionário, desde que
tenha recebido a palavra das duas colunas, deixará o seu lUgar e,
colocando-se á ordem, dirigir-se-áao Venerável e comunicar-Ihe-
á ao ouvido a palavra recebida, voltando em seguida ao seu lugar.
O Venerável, antes de desfazer a cadeia, pronunciará então
as seguintes palavras:
- "Esta cadeiasimbolizaa união que deve reinar entre todos
os Maçons e o meio de conservá-Ia para sempre consiste na
amizade, na concórdia e na tolerância".
Ao transmitir a palavra, o Venerável poderá fazê-lo somente
ao Orador e nesse caso a palavra será transmitida pelo Io Vigilante
ao Mestre de Cerimônias e por este ao 20 Vigilante e assim circulará
até ao Venerável.
Quando forem duas as palavras, o Venerável dará a primeira
ao Orador e a segunda ao Secretário, e assim circularão em tomo
da cadeia.. Se as palavras chegarem alteradas, o Venerável fará que
circulem de novo, até serem dadas justas e perfeitas.
Os visitantes não podendo tomar parte na cadeia, deverão
afastar-se por ocasião de ser ela formada.
Estando presente o Grande Venerável ou o Venerável de
Honra, o seu lugar na cadeia será entre o Venerável e o Orador ou
aos lados do Venerável, se forem dois.

49
Quando tiver havido iniciação, o Venerável explicarão
lim da Palavra Semestral.

VISITANTES

o Maçom, que quiser visitar uma Loja, só poderá fazê-


lo, quando ela realize Sessão Magna.
No dia e hora fixados, vestidos de preto e munido de suas
insígnias e de seus títulos maçônicos, um pelo menos, o Maçom
apresentr-se-á no local das sessões, fazendo-se reconhecer, se não
for apresentado por um obreiro do quadro ou conhecido. Chegado
ao local, aguardará na Sala dos Passos Perdidos que lhe sejam
pedidos os seus títulos e então fará entrega de um deles, assinando
nessa ocasião o livro que lhe for apresentado pelo 20 Experto.
Se na Sala dos Passos Perdidos, os obreiros do quadro
ou outros visitantes já estiverm revestidos de suas insignias,
deverá também colocar as suas, procurando assim não destoar
do que encontrar.
Para entrar no Templo, acompanhará a comissão, que
seguirá na frente dirigida pelo Mestre de Cerimônias.
Ao entrar no Templo, se o Venerável estiver coberto,
poderá também cobrir-se, se o seu grau a isso lhe der direito;
se o Venerável, porém, estiver descoberto, tendo grau que lhe
dê esse direito, deverá também descobrir-se .
Se pelo seu grau, o visitante tiver de receber a oferta do
Malhete para dirigir os trabalhos, compete-lhe delicadamente
agradecer e recusar a honra.
Se, entretanto, o Venerável insistir, não deverá
recusar: o Venerável não deve, por isso, insistir na
oferta do malhete, no caso em que queira diri-

50
gir os trabalhos ou quando saiba que o visitante não deseja
presidir
Os visitantes são recebidos pelo Mestre de Cerimônias ou
por este acompanhado de comissões, segundo as prescrições
estabelecidas na lei.
Quando o visitante não tenha direito a assento no Oriente,
deverá manter-se entre colunas para responder às perguntas
ritualísticas.
Essas perguntas e as respectivas respostas são:
P :.- Donde vindes?
R:.-De uma Loja de São João, Ven:. Mestr:.
P :. - Que trazeir, meu Ir:. ?
R:.- Amizade, paz e prosperiodade a todos os meus IIr:.
P :.- Nada mais trazeis?
R:.-O Ven:. da minha Loja vos saúda portrês vezes três
P :.- Que se faz em vossa Loja?
R.·. - Levantam-se templos à virtude e cavam-se masmorras
ao vício.
P :.- Que vindes aqui fazer?
R:. Vencer as minhas paixões, submeter a minha vontade
e fazer novos progressos na Maçon:.
P :. - Que desejais, meu Ir:. ?
R:.- Um lugar entre vós.

Ele vos é concedido Ir:. Mestr:. de CCer:., conduzi os


nossos amados IIr:. aos lugares que lhes competem.
Se o visitante tem direito a assento no Oriente, não para
entre colunas senão o tempo necessário para saudar ao Venerável
e aos Vigilantes. Feito isto, dirigir-se-á para o Oriente, a cuja
entrada, aguardará a saudação que lhe será dirigida pelo Venerável.

51
A Comissão de recepção terá em vista não demorar o
visit ante entre colunas, pelo que marchará logo para o Oriente,
linde formará alas.
Quando o Venerável tira a bateria de aplausos aos visitantes,
compete a um desses, em geral o mais graduado, solicitar pennissão
para agradecer esses aplausos, juntamente com o Mestre de
Cerimônias.
No caso de ser concedida a pennissão, os dois I1r:. irão
entre colunas, conservando-se os outros visitantes em seus lugares,
se forem muitos, mas acompanhando os aplausos de agradecimento.
Logo que o Venerável faz cobrir esses aplausos, retiram-se
os dois Innãos para os seus lugares.
Nos aplausos de agradecimento não tomam parte os
membros da Loja.
Se entre os visitantes houver algum a quem o Venerável não
possa pennitir que agradeça os aplausos, não será concedida essa
pennissão, mesmo que seja solicitada por obreiro de grau inferior.
Quando se realizar alguma solenidade na qual tenham de ser
admitidas senhoras, elas serão recebidas por uma comissão sem
número detenninado, que terá ingresso mesmo sem estar
incorporada.
Suprimem-se então os sinais e baterias, podendo-se adotar
convencionais, como salvas de palmas para os aplausos.
Nas solenidades a que compareçam senhoras deve o
Venerável, antes de encerrar os trabalhos, mandar a comissão
acompanhá-las novamente à Sala dos Passos Perdidos. Essa
fonnalidade poderá ser também para os innãos visitantes.(22).

(22) Ainda nesse assunto, convém ver o Protocolo de Recepção do Grande


Oriente do Brasil.

52
LEIS MAÇÔNICAS

A Maçonaria regula-se por principais invariáveis e imutáveis


em toda a superficie do Globo, os quais formam o estatuto geral de
cada Rito.
Além desses princípios, há outros variáveis, estabelecidos
pelas diferentes agremiações em cada uma das nações, os quais
formam a Constituição Maçônica da Nação ou País, cujas
corporações maçônicas constituem um conjunto que se denomina
Potência Maçônica.
Tomando por base a sua Constituúção, toda Potência
Maçônica formula o seu Regulamento Geral, onde são
desenvolvidos os princípios estabelecidos na Constituição. Esse
Regulamento compreende em geral duas partes: a lei administrativa
e a lei penal.
Em algumas Potências, ainda é permitido a agrupamentos
de Lojas que formem agremiação semelhante à Provincia,
Departamento ou Estado, organizarem asua Constituição particular
baseada na Constituíção e no Regulamento Geral.
As Lojas, enfim, é concedido adotarem um regulamento
particular, baseado na Constituíção e no Regulamento Geral.
Ficam assim assemelhadas ao Município ou comuna.

Resumindo-se vê-se que sempre há a observar:

1°- O Estado Geral do Rito;


2° - A Constituíção Maçônica;
3° - O Regulamento Geral da Ordem;
4° - O Regulamento Particular da Loja. (23)

23) Separados o Simbolismo e o Filosofismo não há Estatuto Geral do Rito


a observar, nas Lojas Simbólicas ou Lojas Base.

53
REGULAMENTO PARTICULAR

Toda Lojaé obrigada por Lei a organizar o seu Regulamento


nu Regimento Particular, baseado na Constituíção e no Regulamento
(icral da Ordem.
Esse Regulamento deverá estabelecer as prescrições
relativas ás suas finanças, suas sessões e sua disciplina interjor.
Deverá fixar as distinções entre os diversos membros
constituíndo-os em categorias diversas, e o modo de passar de uma
para outra categoria.
Quanto às suas fmanças, estabelecerá a contribuíção mensal
dos seus obreiros e a tabela dos emolumentos de admissão e dos
graus simbólicos e capitulares, as jóias de remissão, de
benemerência e outros. Regulará também o modo de conceder
beneficências, socorros e pensões. (24)
Em relação às sessões, deverá designar a época em que
terão lugar as sessões de eleição, as de finanças, as de instrução
e outras, bem assim o modo de regular os trabalhos em cada uma.
Para sua disciplina interior, criará disposições com o fim de
manter a ordem no edificio e no Templo, podendo fixar penas que
a lei considera disciplinares, como sejam as advertências, multas,
etc.
Em geral os membros de uma Loja são divididos em duas
classes:
Ia - Membros efetivos ou ativos.
2a - Membros honorários.
Os membros efetivos ou ativos gozam de todos os direitos
e estão sujeitos aos ônus que o Regulamento Geral e o Particular
estabelecem.

(24) Não há, nas Lojas Simbólicas, emolumentos relativos a graus capitulares.

54
Os membros honorários são membros efetivos de outras
Lojas, aos quais se concede, por esse título apenas o direito de
assistirem às sessões e tomarem parte nas discussões, mas não nas
votações e nas regalias concedidas aos efetivos.
Os membros efetivos formam, por sua vez, diversas
categorias, que são:
18 - Membros Cotizantes, sujeitos ao pagamento das
mensalidades.
8
2 - Membros Remidos, dispensados por quaisquer
circunstâncias do pagamento de mensalidades
efetivamente.
38 - Membros Beneméritos, das categorias anteriores que
m~receram essa distinção por serviços especiais.
8
4 - Membros Benfeitores, idem;
58 _ Membros Grandes Beneméritos e Grandes Benfeitores,
que se destacaram por serviços relevantes;
8
6 - Filiandos Livres, membros de outros quadros que são
admitidos com esse título por serviços importantes
que tenham prestado, sendo isentos do pagamento da
jóia de filiação e de mensalidades. (25). Esse título
pode ser também dado aos membros das categorias
anteriores m -'lesmas condições.
O Regulamento Particular deve definir a quem cabe o direito de
propor o que disser respeito à categoria dos membros das Lojas, os
trâmites que a proposta deva seguir, o modo por que deve ser dis-

(25) A atual Constituição do Grande Oriente do Brasil suprimiu a categoria


dos filiandos livres, respeitados os direitos adquiridos.

55
culll.lll •como deve ser votada, se em votação simbólica ou secreta,
c n llluioria necessária para a aprovação.

TRAJE

o traje dos Maçons nas sessões econômicas não é de rigor.


Nas sessões magnas, porém, exige-se que seja preto. Nas
solenidades deve-se trazer gravata branca, luva branca, casaco ou
smoking.
No traje de casaca é tolerado o colete branco, exceto em
Sessão Fúnebre.
Nas visitas a Irmãos enfermos ou recém-chegados, deve-se
trazer vestuário preto.
No enterramento de um maçom, a que se queira comparecer
nesse carater, o traje deve ser preto, gravata branca, fita crepe no
braço esquerdo, um pouco abaixo do ombro, e um ramo de acácia
na mão, e na falta uma saudade ou uma perpétua, ou enfim uma flor
qualquer na falta daquelas (26)

INICIANDOS

o candidato à iniciação deverão ser avisados por seus


proponentes, que são os seus padrinhos, das obrigações que tem
a cumprir.
Assim, o padrinho fica na obrigação de prevenir o candidato
do dia, hora e lugar em que deverá se achar, de que deverá trazer
vestuário preto e bem assim da quantia que terá de despender com
a sua iniciação, segundo o que estiver fixado pela Loja e da quantia
que é de praxe depositar no tronco de benemerência.

(26) o Autor escrevia em 1896.Hoje há alguma tolerância no tocante ao traje,


podendo o preto ser substituído por azul-marinho ou outra cor escura e
dispensando-se a casaca ou smoking. A gravata preferida é a preta, em vez
da branca.

56
Deve ficar isso muito recomendado para que o candidato
não passe qualquer vexame, devido a descuido do seu proponente.

ABREVIAlURAS

Nos escritos maçônicos é usual empregar a abreviatura das


palavras, suprimindo-lhes alguma ou algumas das letras finais e
conservando as que forem necessárias para a leitura fácil e boa
compreensão do sentido da frase. A supressão é indicada por três
pontos dispostos do seguinte modo:.
É regra geral que a supressão se faça sempre no meio de uma
sílaba e que a primeira letra suprimida seja uma vogal e a última
deixada uma consoante.
Háalgumasexceções:. esta regra, como sejam: Ir :. (Irmão)
que deveria ser Irm:. Mestr:. (Mestre) que deveria ser Mestr:.
(também usado).
O plural dos nomes é representado nas palavras abreviadas
repetindo a inicial respectiva: assim:
Loj:. - Loja; LLoj:. - Lojas.
A abreviatura de certas palavras pode muitas vezes dar
lugar à confusão; neste caso o uso tem consagrado o modo de fazer
essa abreviatura, e assim damos alguns exemplos:
Am:. - Amor, Amér:. - América, Amiz:.- amizade,
Amp:.- Amparo, Arq:. - Arquiteto, Arquit:.- Arquitetura,
Arquiv :. - Arquivista, Car :. - Caro, Carid :. - caridade, Cariss :.-
caríssimo, Dign:.- digno, Dignid:.- dignidade, Dignit:.-
dignatário, L:.- Luz, Loj:.- Loja, M:.- Maçom, Maç:.-
Maçonaria ou maçônico, Mestr:.- Mestre, 0:.- oeste ou
ocidente, Or :.-oriente, Orad :.-orador, Ord :.-Ordem, Resp:.-
respeitável, Respeitab :.-respeitabilissimo, Secr:. -secretário,

57
Sccrct : . - secretaria, Tes:. - tesoureiro, Tesour :.-
tc~ouraria. Un:.- união ou unido, Unid:.- unidade, Unit:.-
unitário. Univ:.-Universo ou universal, Ven : .- Venerável,
Vcncrab :. - V enerabi Iíssimo.
Uma abreviatura muito usada é I~I que significa: Loja ou
Quadro.

CALENDÁRIos

Muitos são os calendários adotados pelos Maçons.


Os Maçons do Rito Escocês Antigo e Aceito, em geral
seguem o calendário hebráico, alegando que foi usado na
Maçonaria, desde o tempo dos cruzados.
O ano hebráico é lunissolar, sendo regulado pelo tempo em
que aTerra faz a sua revolução em tomo do Sol; é dividido em meses
lunares, que correspondem ao tempo em que a Lua faz a sua
revolução em roda da Terra.
Como uma lunaçãotem lugar em cerca de 29 dias, 12 horas
e 44 minutos, e como cada dia e cada mês coomeçam e terminam
à meia-noite, alguns meses devem ter só 29 dias e outros 30 dias.
Os 12 meses lunares não completam, porém, o tempo de um
ano solar, havendo um excesso de II dias, visto que o ano lunar
tem 354 dias e o solar 365. Isto dá lugar a que alguns anos lunares
tenham 13 meses.
O ano hebráico começa em dois períodos diferentes, fazendo-
se a distinção de ano eclesiástico e ano civil. O ano eclesiástico
começa no mês Nisan ou logo depois da lua nova, que se segue ao
equinócio de março e serve para regular a época das festas
religiosas dos judeus. O ano civil começa no

58
mês Tisri ou por ocasião da lua nova seguinte ao equinócio de
setembro e é usado em todos os assuntos civis, legais e históricos,
sendo este também o adotado pelos Maçons.
Os meses hebraicos são os seguintes, os quais
correspondem aos do calendário gregoriano, adiante declarados:

I· Tisri .................................... 30-de setembro, outubro e novembro.


2· Khesvan ou
Marchesvan ................... .... 29-outubro e novembro.
3· Kislev .................... .............. 30-novembro e dezembro.
4· Tebeth .. ... ......... ..... ......... ..... 29-dezembro e janeiro.
S' Schebet ........ ... ..... ................ 30-janeiro e fevereiro .
6· Adar ............. ..... ... ................ 29-fevereiro e março.
Veadar (intercalado) .......... 30-março e abril.
7· Nisan ........... ........................ 30-março, abril e maio.
g. Ijar ........... ............................ 29-abril, maio e junho.
9· Sivan .................................... 30-maio, junho, julho.
10· Tamuz .......... ................... .. 29-junho, julho e agosto.
11· Ab .... ....... ........... ............. ... 30-julho, agosto e setembro.
12· Elul ........... ......................... 29-agosto, setembro e outubro.

O mês Veadar (2 0 Adar) só faz parte dos anos que tem 13


meses, tendo sempre 30 dias.
O ano de 12 meses denomina-se ano comum e pode ser de
três espécies, a saber: ordinário, com 354 dias; deficiente ou
defectivo, com 353 dias; abudante com 355 dias.
O ano de 13 meses chama-se ano intercalar e pode ser
também de três espécies, que são: ordinário, com 384 dias; deficiente
com 383 dias; abudante com 385 dias.
Nos anos deficientes, o mês Kislev tem apenas 29 dias, nos
abundantes o mês Khesvan tem 30 dias.
É preciso decorrer o espaço de 19 anos para que as fases da
lua tornem a suceder nos mesmo dias dos meses do ano solar civil;
esse espaço de tempo é o que se chama ciclo lunar.

59
Por esse motivo, em um período de 19 anos, são considerados
i ntcrcalares os seguintes anos do calendário hebráico: 3°,6°, 8°, 11 0,
14", 17° e 19°.
Para achar o ano hebráico correspondente a um ano dado
da cra cristã, junta-se 3760 ao número que representa o ano dado,
se precede ao começo do mês Tisri e 3761 se é depois dessa época.
Exemplo:

1896 + 3760 = 5656

o ano de 1896 da era cristã corresponde ao ano hebráico


5656 até ao começo do mês Tisri e depois desse mês será 5657.
Tendo o ano hebráico e querendo saber o seu lugar comum
ou intercalar, divide-se o número que representa o ano dado por 19
e o resto indico o seu lugar no ciclo. Quando o resto for nulo,
significa que é o último do ciclo.
Exemplo:

5657 + 19. Resto 14.

o resto 14 significa que o ano hebráico 5657, que começa


no ano da era cristã 1896, é o 14° do ciclo, sendo, portanto um ano
intercalar ou de 13 meses.
Para os Maçons do Rito Moderno ou Francês, março é o
primeiro mês do ano maçônico. O Grande Oriente de França forma
o ano, começando-o no primeiro dia do mês de março e dá aos meses
o número de dias que têm segundo o calendário gregoriano,
determinando a série dos dias e dos meses por ordem numérica.
A época da criação que se supõe, segundo o
Gênesis, ser de 4000 anos antes da era cristã, é pelos
60
Maçons do Rito Moderno ou Francês adotada com a denominação
de " Verdadeira Luz".
Entre nós é isso também observado. Exemplo: 15 de
novembro de 1896 será 15° dia do 9° mês do ano da V :. L:. 5896.
Outros Corpos Maçônicos do mesmo Rito regulam o ano
maçônico segundo o curso das estações. Para esses o primeiro dia
do ano é o 21 de março do calendário gregoriano, tempo do
equinócio. Os meses e os dias são designados por ordem numérica,
começando cada mês no dia21. Quanto à era, observam o que acima
ficou dito.
15 de novembro de 1896 será 26° diado 8° mês do ano da V .'.
L:. 5896.
Algumas Grandes Lojas do Rito Escocês adotam
exclusivamente a era cristã. começando para elas o ano em 1° de
janeiro.
Exemplo:
15 de novembro de 1896 será 15 de novembro de 1896, E.'. V.'.
Á vista do que nos ensinam a geologia e a paleontologia,
não se pode admitir a criação do mundo fixada em 4000 anos antes
de Cristo, sendo ela mais antiga de muitos milhares de anos. Alguns
Corpos Maçônicos, como os Grandes Orientes da Itália e da
Hungria, datam os seus documentos sem determinar os milhares,
escrevendo simplismente deste modo: ano da V:. L:. 000.896,que
representa o ano ded 1896 da era cristã.
Damos ainda a data de alguns Ritos no ano de 1896.
Ano lucis, A:. L:. 5896; Rito de York, maçonaria simbólica de
três graus.
Ano inventionis, A:. Inv:. 2426; ito de York, Ordem do Real
Arco, de quatro graus.

61
Ano ordinis, A:. O:. 776, Rito de York, Ordem dos Cavaleiros
Templários, de três graus.

Ano mundi, A:. Mo'. 5656-5657; Rito Escocês Antigo e Aceito .


trinta e três graus.
Ano lucis, V:. L:. 5896; Rito Moderno ou Francês, de sete graus.

ALFABETOS MAÇÔNICOS
Sistema alemão moderno

: 1-~ ~- --:-. =-:-.·I~;-· *


Sistemainglêsmodemo
A ~H~ Usado no Brasil _~_.! . ~J ~
9 3 K. ri.. I ). ! J!.
mo 2" -n.-r í1 r".

Palavras escritas confonne o segundo sistema


] FJ-=-JLJL.nFDL -=-J 1/ L
62
EMBLEMAS E ALEGORIAS

Sobre a maior parte dos emblemas e alegorias usados pelos


Maçons, encontra-se a sua explicação e significação nos rituais.
Entretanto, há alguns que, apesar disso, não podemos
deixar de aqui referir.
Na Câmara das Reflexões devem prender a atenção do
iniciado o esqueleto humano, a ampulheta e o galo.
O esqueleto humano foi em tempos remotos empregado
para experimentar a coragem do candidato; era essa a primitiva
prova. Hoje, porém, é o emblema da verdadeira igualdade; a sua
presença serve para indicar ao candidato o termo fatal de todos os
membros da humanidade, qualquer que seja a camada social de que
cada um faça parte.
Aampulheta, mostrando pelo escoamento da areia o decorrer
do tempo, e o galo, geralmente tido como o símbolo da vigilância,
servem para indicar ao iniciado que deve estar vigilante no papel
que tem a desempenhar na sociedade, tendo em vista que o tempo
não para.
O pelicano, tirando de suas entranhas o alimento para os
filhinhos, é o mais belo símbolo do amor matemo.
A colmeiade abelhas é um importante exemplo do trabalho
regular e ordenado.

VOCABULÁRIO ESPECIAL

Abater colunas - Diz-se de uma Oficina que deixou de


funcionar.
Adormecer-Com a mesma significação de abater colunas.

63
Aumento de salário - Elevação de um grau a outro.
Balauste - Ata da sessão.
Chover - Estar presente algum profano.
Cobrir o Templo- Sair do Templo.
Coluna gravada - Proposta ou prancha depositada no saco
de propostas.
Coluna de hannonia - Irmãos ou senhoras que se encarregam
da parte musical em qualquer solenidade maçônica.
Estrela - Tocha que serve para a introdução no Templo de
Maçons de altos graus ou cargos elevados.
Goteira - Indivíduo que, não pertencendo à Maçonaria,
está entre Maçons.
Gravar-Escrever.
Livro de arquitetura - Livro de Atas.
Loja-mãe - Aquela em que o Maçom foi iniciado.
Lowton - Filho menor de Maçom que passou pela cerimônia
da adoção ou batismo maçônico; completando dezoito anos de
idade, assiste-lhe o direito de ser iniciado se satisfazer as condições
da lei. Tem direito de assistir às sessões de instrução e solenidade
maçônica
Maçom irregular-lO, aquele que, iniciado fora de Loja por
um maçom de grau elevado, não regularizou asua situação entrando
em uma Loja; (27)
20 o Maçom que, depois de regular, deixou de pertencer a
uma Loja, pelo menos por mais de seis meses;
30 o eliminado de uma Loja (chama-se também" Maçom
posto a coberto" ou Maçom coberto";

(27) Outrora era pennissível a um maçom isolado, de grau Rosa-Cruz ou


superior, iniciar profano, em situações que a lei estabelecia. No Brasil prática
veio até a Consituíção de Macedo Soares (1900), que a consignou.

64
4° o expulso da Ordem.
Medalha cunhada - Dinheiro ou moeda.
Metais - Capitais da Oficina
Peça de arquitetura - Discurso escrito. Não é correto
chamar-se" peça de arquitetura" ao discurso que não for lido.
Polir - Escrever; redigir.
Prancha - Oficio ou carta maçônica.
Profano - O indivíduo que não é Maçom
Receber a luz - Iniciar-se na Maçonaría
Recreação- Suspensão momentânea dos trabalhos em uma
sessão.
Traçar- Escrever; redigir
Trolhar - Examinar o toque e palavras
Viúva - É alegoricamente a mãe comum, que dá origem ao
tratamento de Irmãos aos Maçons, que são por isso chamados"
Filhos da Viúva."

HINO MAÇÔNICO

Da luz que de si difunde


Sagrada filosofia
Surgiu no mundo assombrado
A pura Maçonaria.

Maçons, alerta,
Tende firmeza,
Vingai direitos
Da natureza.

Da razão parte sublime


Sacros cultos merecia
Altos Heróis adoraram
A pura Maçonaria.

65
Maçons, alerta, etc.

Dá razão suntuoso Templo


Um grande Rei erigia,
Foi então instituída
A pura Maçonaria.

Maçons, alerta, etc.

Nobres inventos nilo morrem,


Vencem do tempo a porfia,
Há de os séculos afrontar
A pura Maçonaria.

Maçons, alerta, etc.

Humanos sacros direitos


Que calcara a tirania
Vai ufana restaurando
A pura Maçonaria.

Maçons, alerta, etc.

Da luz depósito augusto


Recatando a hipocrisia,
Guarda em si com zelo santo
A pura Maçonaria.

Maçons, alerta, etc.

Cautelosa esconde e nega


A profana gente impia
Seus mistérios majestosos
A pura Maçonaria

Maçons, alerta, etc.

66
Do Mundo o Grande Arquiteto,
Que o mesmo Mundo alumia,
Propicio protege, ampara
A pura Maçonaria.

Maçons, alerta, etc.

MODELOS

PROPOSTA DE UM INICIANDO(28)

No alto: nA G1:. do Gr:. Ar:. do Univ:. n ( nos Ritos Esc:. e Adon:.)


ou " Liberdade, Igualdade e Fraternidade ( no Rito Moderno).
A Aug:. e Resp:. Loj: ........................................................ .
S:. S:. S:.

Proponho para ser iniciado nesta Aug:. Of:.o profano


F ........... ....... natural de (Pais em que nasceu), nascido
em .. ................ ........ .solteiro (casado ou viúvo) ,
profissão ........... ..... .. .... ..residente à rua ...... ................... ....... .. ............... ... .

(28) Outrora, só havia proposta de iniciação por Maçom do Quadro.


Modemamente, porém é o próprio candidato que requer, com o endosso de
um membro do Quadro, como se segue:
Ao Presidente da Loja Maçônica...... .......................... ... .......... ..... .
O abaixo assinado, sendo candidato à iniciação nessa Loja, vem
apresentar-vos as necessàrias referências, que faz de próprio punho, a saber:
Nome ....................estado civil.. .....natural de ........ nascido em ............. .
de .... .... de ...... profissão ...... que exerce a ( local) ............ residência
atual. .... ... ..... .residência anterior ... .. ..... ... .(Data) .......... .de ..... .. .... de .. ........ .

Ass.) - F .. ........................ .............. .... ................ .. .


Julgando o candidato (nome) .............possuidor dos requisitos exigidos
pelo art. 10 da Constituição, subscrevo meu apoio à sua petição.
Traç:. em lug:. ocult:. aos .......de ........ de .......
Ass.) .................................................... .

67
Traç :. em lug :. OC:. aos ........... de .............. de ..·.......E:. V:.
F.. ...... ... ......... .... ... .... ..... ....... ... ......... .... .. ....... ..gr .......... .

PROPOSTA DE FILIAÇÃO
(No alto , como na proposta de iniciação)

A Aug:. e Resp:. Loj:. Cap:. (29) ...................... ... .

S:. S:. S:.


Proponho para ser filiado nesta Aug:. Of:. o Resp:. Ir:. do
gr ... ........... F..................... natural de .... ................. ( pais em que nasceu),
nascido em .... .. ... ......... .. ... .. de ... .. ... ...... .. ... de ...... ........ ... ..... .
solteiro ( casado ou viúvo), profissão .... .... ..... ...... .... . residente à
rua .. .... ..... ... membr :. at:. da Aug : ... .... .... .... Loj:... .. ..... ..... ao Or :.
de .......... .. .. em .... ...... de ..... ...... ... de ........ .. .. ... .... .
Traç em lug:. oc:. aos ....... de ........ de ........... .
F ............................. .. ... ............................ gr ..... .. .... .

ATA DA INSTALAÇÃO DA LOJA

A GL:. do GR:. ARQ:. DO UNIV:.

LffiERDADE, IGUALDADE, FRATERNIDADE

Aos ........ dias do mês ......de ..........do ano de ....... E:. V:. nesta cidade
( ou vila) de ........á rua................ n° .........às ......... horas da......estando presentes
os I1r:. abaixo.assinados tomaram os lugares de Ven:. o Ir:. F......... )O Vig:.
o Ir:. F ....... 2° Vig:. o Ir :. F ......Orad:. o Ir:. F .............etc.
O Ir:. F ..............tendo exposto o motivo da presente reunião que era
a instalação de uma Loj:. neste Or:. foi unãnimemente aceito.

(29) nâo há mais Lojas Capitulares no Grande Oriente do Brasil. Nem os


proponentes de iniciação ou filiação usam grau, porque só os Mestres
podem fazê-Io e todos tem o grau 3.

68
)0 _ Que a Loj:. solicitasse sua regularização no Rit:. Esc:. Ant:.
e Ac:. (ou em outro).
2° - Que adotasse para seu título distintivo ..........
Usaram da palavra os I1r:........e F.........( e o mais que tiver ocorrido.
E para constar, foi traçado o presente balaustre que, sendo lido e
aprovado, vai assinado por todos os presentes.
O Ven:. int:. F.
O )0 Vig:. int:. F
02° Vig:. int:. F.
O Orad:. int : . F
O Secre:. int:. F
O Tes:. int:. F.
F.
F.

PLACET

No alto: A GL:. DO GR:. ARQ:. DO UNIV:.


nos Ritos Esc:. e Adonir:. ou.

LIBERDADE, IGUALDADE, FRATERNIDADE


no Rito Francês.

Loj:. Cap : . N .........ao Or:. de ........ Estado de ............ (30).


Nós, o Ven:. e mais LL:. desta Aug:. e Resp:. Or:. certificamos que
o I1r:. e Resp:. Ir:. F........g......... natural de ( pais em que nasceu), nascido
em .... ..... de .. ............ ..de .................. solteiro (casado ou viúvo),
profissão........ tendo solicitado demissão de Memb:. At:. do nosso (:.) , foi-
lhe esta concedida, estando no gozo de todos os direitos maçônicos.
Em firmeza do que lhe expedimos o presente certificado de Placet,
por estar quite.
Dado o traç:. no Or:. de ....... Estado
de ... ........... ..aos ....... .. ...... .... ......... dias do mês ....... .... do ano da V:. L:.
589 .... ...........de ....... ... ........ de .... .......... E:. V:.

O Ven : .
O )OVig:. 02°Vig:.

(30) Vide a observação anterior sob o nO 29

69
o Orad:. o Secr:.
o Tes:. Sei:. e tim:. por nós

Chanc:.

QUEIXA

Acusação feita por um obreiro qualquer contra outro obreiro ou


contra uma Loja é uma queixa. Se essa acusação é feita pelo Orador, por ato
próprio ou por deliberação da Loja, é uma denúncia
A queixa ou denúncia, que será dirigida ao Venerável, é formulada em
duas vias para os fins que a Lei determina. Ela deve conter uma exposição
clara do fato em todas as suas circunstâncias, concluindo por capitular o delito
e as circunstâncias agravantes que concorrem, sendo acompanhada do rol de
testemunhas que justificam a acusação.
A conclusão sempre deverá ser:
P. que o Ir:. F..........cometeu o delito previsto no §......ou §§ .....do
art .......ou dos arts .......com as circunstâncis agravantes definidas no §..... ou
§§ .. .. .do art .....etc.
Não se mencionarão circunstâncias justificativas e atenuantes,
porque esse papel cabe à defesa.
Se houver documentos comprobativos de acusação, poderão ser
reunidos à queixa ou denúncia no ato da sua apresentação ou durante a
formação da culpa e sumário.

70
LIVRO 2 - AS CONSTITUIÇÕES DE ANDERSON
o LIVRO DAS CONSTITUIÇÓES DE ANDERSON
(1723) EM SUAS DUAS PARTES
FUNDAMENT AIS

A Grande Loja de Londres adotou em 1717 os rituais de Ashmole


e pediu a Andreson, em 1721, que fizesse uma compilação dos antigos
preceitos e regulamentos gerais da Maçonaria.
Anderson (Jacó Anderson) era doutor em filosofia e p~egador
presbiteriano em Londres. Teve colaboradores da mais alta vaI ia, entre eles.
Payne e Desaguliers, que haviam sido, respectivamente, 2° e 3° Grão-
Mestres da Grande Loja( o primeiro Grão-Mestre, em 1717, fora Antônio
Sayer).
O trabalho, uma vez concluído, sofreu o exame de uma Comissão
de 14 doutos, foi aprovado com pequenas modificações e publicado em
1723 sob o título: "As Constituições dos Franco-Maçons contendo a
História, Obrigações, Regulamentos, etc. da Muito Antiga, Reta e Venerável
Fraternidade. para o uso das Lojas".
O livro das Constituições contém: 1° uma dedicatória do Ir:.
Desaguliers:. 2° uma curta história da Maçonaria, desde a criação do
mundo; 3° Os Antigos Deveres ou Leis Fundamentais (old Charges) em 6
capítulos; 4° as 39 Antigas Obrigações ou Regulamentos do Livro; 6°
finalmente, quatro Cantos Maçônicos; hino do Mestre, hino dos Vigilantes,
hino dos Companheiros e hino dos Aprendizes.
Essa primeira edição do Livro das Constituíções ( 1723) é ainda
hoje a reconhecida como ortodoxa por toda a Maçonaria anglo-saxônica e
americana, constitui o suporte doutrinário dessas Potências e é a Carta
seguida por todos os Maçons regulares em todo o mundo.
É preciso não confundir o Livro das Constituíções com os
Landmarques da Ordem, dos quais há várias compilações, entre elas a mais
conhecida é a Mackey, publicada em 1858.
Vamos reproduzir, na intrega, as Antigas Leis Fundamentais (Old
Charges) e, em seguida, as Antigas Obrigações ou Regulamentos Gerais
de 1721, isto é, as duas partes fundamentais do Livro das Constituições.

73
1. AS ANTIGAS LEIS FUNDAMENTAIS
(OLDCHARGES)

As antigas Leis Fundamentais (Leis Gerais da Sociedade)


ou Regras para os Franco-Maçons, extraídas dos antigos
documentos das Lojas de Ultramar, da Inglaterra, da Escócia e da
Iri anda, para uso das Lojas de Londres, as quais devem sempre ser
lidas nas cerimônias de recepção de novos irmãos, e sempre que
o venerável mestre o ordene:

I - O que se refere a Deus e à Religião

o maçom está obrigado, por vocação, a praticar a moral; e


se compreender seus deveres, nunca se converterá em um estúpido
ateu nem em irreligioso libertino. Apesar de nos tempos antigos os
maçons estarem obrigados a praticar a religião que se observava
nos países em que habitavam, hoje crê-se mais conveniente não
lhes impor outra religião senão aquela que todos os homens
aceitam, e dar-lhes completa liberdade com referência às suas
opiniões particulares. Esta religião consiste em ser homens bons
e leais, quer dizer, homens honrados e justos, seja qual for a
diferença de nome ou de convicções. Deste modo a Maçonaria se
converterá em um centro de união e é o meio de estabelecer relações
amistosas entre pessoas que, fora dela, teriam permanecido
separadas (ou não se conheceriam).

11 - Da autoridade civil, superior e inferior

o maçom deve ser pessoa pacifica, submeter-


se às leis do País onde estiver e não deve tomar parte
nem deixar-se arrastar nos motins ou conspirações

74
deflagradas contra a paz e a prosperidade do povo, nem mostrar-
se rebelde à autoridade inferior, porque a guerra, o derramamento
de sangue e as perturbações da ordem, tem sido sempre funestas
para a Maçonaria. Assim é que na antiguidade, os reis e os
príncipes se mostraram muito bem dispostos para com a Sociedade,
pela submissão e fidelidade de que os maçons deram constantes
provas no cumprimento de seus deveres de cidadão e ,em sua
firmeza em opor adversários: esses mesmos reis e príncipes não se
recusaram a proteger os membros da Corporação e defender a
integridade da mesma, que sempre prosperou em tempo de paz.
Segundo estas doutrinas, se algum Ir:. se convertia em um
pertubador da ordem pública, ninguém devia ajudá-lo na realização
de seus propósitos e pelo contrário devia ser compadecido por ser
um desgraçado. Mas por este fato e ainda que a Confraria
condenasse sua rebelião, para se evitar dar ao governo motivo de
alguma suspeita ou de descontentamento, sempre que o rebelado
não pudesse ser censurado por outro crime, não podia ser excluido
com esta, bem como os direitos de que como maçom gozava.

I1I-DasLojas

A Loja é o lugar onde os maçons se reunem para


trabalhar, e por extensão, se dá esse nome a toda
assembléia de maçons regularmente constituída; todos
os IIr:. devem fazer parte de uma Loja e submeter-
se aos seus regulamentos particulares e ás leis
gerais. As lojas são individuais ou gerais e a
melhor maneira de distinguir estas distintas formas é

75
visitá-Ias e estudar os atuais regulamentos da Loja Geral ou Grande
Loja a este anexos.
Antigamente os Mestres e os membros dessas Lojas não
podiam se ausentar nem deixar de assistir aos seus trabalhos
quando convocados, sem incorrer em severo castigo, a menos que
dessem ciência aos Veneráveis e Vigilantes das causas que os
haviam impedido de cumprir com este dever.
As pessoas admitidas na qualidade de membros das Lojas
devem ser homens bons e leais, de nascimento livre, de idade
madura e razoável, de boa reputação; é proibido admitir na
Maçonaria, escravos, mulheres e homens imorais, cuja conduta
seja motivo de escandâlo.

IV - Dos Veneráveis, Vigilantes, Companheiros e


Aprendizes

Entre os maçons a preferência não se pode basear senão


exclusivamente no verdadeiro merecimento pessoal, deve-se cuidar
com especial atenção que os proprietários que ordenam as
construções, sejam servidos à sua completa satisfação; deve-se
procurar que os I1r:. não tenham de se envergonhar de sua obra
e que a Real Associação (Royal Craft) não perca a consideração
de que goza. Por esta razão os Veneráveis e Vigilantes devem ser
eleitos tendo em conta, mais que sua idade, seus méritos
pessoais. É impossível tratar todas essas cousas por escrito.
Cada Ir:. deve estar em seu lugar e aprender estes princípios,
segundo o método adotado em cada confraria: deve-se entretanto,
ter em conta, pelos Aspirantes, que nenhum Mestre pode aceitar
um Aprendiz, se não tem trabalho para ele, se não é um jovem
perfeito, sem deformidade alguma física, e sem nenhum defeito

76
que o tome incapaz de instruir-se em sua arte, de servir ao seu
Venerável e de chegar a ser por sua vez Ir :. e Mestre, quando tenha
decorrido o tempo de seu aprendizado.
Deve ser também filho de pais honrados para que, se
possuir outras qualidades, possa chegar e obter o posto de
Vigilante, de Venerável de uma Loja, de Grande Vigilante e de Grão-
Mestre de todas as Lojas, segundo os seus méritos e virtudes.
Os Vigilantes tem de ser membros da Corporação e os
Veneráveis devem ter desempenhado antes o cargo de Vigilantes;
os Grandes Vigilantes devem ter sido antes Veneráveis de Lojas e
por fim o Grão-Mestre deve ser membro da Confraria antes da
eleição e possuir o caráter perfeito de maçom.
O Grão-Mestre deve ser nobre de nascimento, ou então
ocupar uma posição excepcional, uma educação perfeita ou sábio
distinguido, um arquiteto hábil, filho de pais honrados e ainda as
Lojas devem reconhecer nele um valor real: e, para que possa
preencher os deveres de seu cargo de um modo mais perfeito,
autoriza-se-Ihe designar e nomear um Deputado, que deve ter sido
Venerável de uma Loja. O Deputado do Grão-Mestre tem o dever
de realizar todos os atos que são de competência do Grão-Mestre,
seu superior, nos impedimentos deste ou por sua ordem.
Todos os I1r:. das antigas Lojas estão obrigados a prestar
obediência a todas estas determinações e a todos os governantes
superiores e subalternos em seus diversos cargos, de acordo com
as antigas leis e regulamentos e executar as ordens com humildade,
amor, reverência e alegria.

77
v- Do regulamento da corporação durante os
trabalhos

Durante os dias de trabalho todos os maçons devem


trabalhar lealmente, para que melhor desfrutem o dia de festa. O
Companheiro de mais conhecimento e experiência deve ser eleito
na qualidade de Mestre ou Superintendente dos trabalhos da
construção, coordenados pelo proprietário, e os que trabalham sob
suas ordens devem chamá-lo Mestre. os companheiros devem
evitar toda incoveniência desonesta e linguagem pouco decente
e se chamarão mútuamente I1r:. ou Companheiros e devem se
conduzir cortesmente, tanto dentro, como fora da Loja.
O Venerável deve empreender os trabalhos do proprietário
nas condições mais justas e equitativas e empregar o que a este
pertença como se tratasse de seus próprios bens, e não dar a cada
Aprendiz ou Companheiro mais salário do que realmente mereça.
Venerável e maçons todos devem ser fiéis ao proprietário
que os empregue e lhes pague religiosamente o seu salário, bem
como executar os trabalhos com consciência, quer trabalhe por
diária ou contratos.
Nenhum Ir:. deve mostrar-se enciumado da prosperidade
do outro, nem atormeritá-lo ou procurar tirar-lhe seu trabalho,
quando for capaz de executá-o; porque ninguém poderá terminar
um trabalho começado por outro em condições tão vantajosas
como o que começou, a não ser que possua um conhecimento
profundo dos planos e desenhos da construção.
Se um Vigilante é eleito entre os Companheiros,
deve ser fiel ao Venerável e aos Companheiros: na
ausência do Venerável velará cuidadosamente no

78
interesse do proprietário pela boa execução dos trabalhos e seus
Ilr :. devem obedecer-lhe.
Todos os maçons receberão seu salário com
reconhecimento, sem murmúrio nem observações e não
abandonarão o seu Venerável sem que a obra esteja terminada.
Deve-se ensinar a obra aos Ilr:. jovens para que aprendam a
empregar bem os materiais para que por meio desta fraternal
ensinança se consolide entre eles a mais estreita amizade; todos os
utensílios empregados nos trabalhos devem ser aprovados pela
Grande Loja.
Nos trabalhos exclusivos da Maçonaria não se deve
empregar nenhum operário; e também os maçons não devem
trabalhar senão com os seus companheiros, a não ser que se vejam
obrigados a isto por uma necessidade premente; tão pouco poderão
comunicar seus ensinamentos a obreiros, que não pertençam
àFraternidade.

VI-Da conduta

10 - Na Loja organizada:

Não se deve instituir comissão particular alguma nem


realizar reuniões sem ter obtido autorização do Venerável; não se
deve tratar nenhuma questão inoportuna ou inconveniente nem
interromper a palavra do Venerável ou dos Vigilantes ou de
qualquer Ir:. , que esteja falando com o Venerável. Tão pouco se
deve empregar frases jocosas enquanto a Loja se ocupe de assuntos
sérios, nem usar em caso algum linguagem pouco honesta, e em
todas as ocasiões deve-se dar ao Venerável, Vigilantes e
Companheiros o testemunho de respeito que merecem e que todos
lhes devem.

79
Se for apresentada uma queixa contra um Ir.". o acusado
deve submeter-se ao juizo e decisão da Loja, que é o tribunal real,
regularmente chamado ajulgarestas diferenças, a menos que caiba
à Grande Loja tomarconheimento. Em tais casos deve-se cuidarem
que não se interrompam por estas ocasiões os trabalhos do
proprietário e se chegar a haver uma suspensão forçada deve-se
tomar uma decisão de acordo com as circunstâncias. Tão pouco se
deve recorrer aos tribunais de justiça profana para ventilar assuntos
da Maçonaria, a não ser que a Grande Loja reconheça e declare de
absoluta necessidade.

20 - Conduta que se deve observar quando a Loja esteja


fechada, porém reunidos ainda os lIr.·.

Os I1r .". podem dedicar-se a prazeres inocentes e recrear-


se segundo os meios de cada um, porém procurando evitar os
excessos de todo gênero, especialmente na mesa. Também
devem abster-se de dizer ou fazer alguma coisa que possa ferir
ou romper a boa harmonia, que deve sempre reinar entre todos;
por esta razão não se deve levar a estas reuniões ódios
privados, nem motivo algum de discórdia e sobretudo, deve-
se evitar discussões sobre religião e polftica, sobre
nacionalidade, posto que os maçons como anteriormente
dissemos, não professam outra religião, que a universal e
pertencem a todos os povos, a todas as línguas e são inimigos de
toda empresa contra o governo constituido; a inobservância destes
preceitos tem sido e será sempre funesta á prosperidade das Lojas.
Em todo o tempo a observância deste artigo do
Regulamento tem sido imposta com grande severidade
e mais especialmente depois da reforma da

80
Igreja Anglicana, quando o povo inglês se separou da comunhão
da Igreja Romana.

3° - Regras de conduta quando os Ilr ... se encontrem fora


da Loja, sem presença de profanos:

Devem saudar-se amistosamente e, confonne está disposto,


dar-se o nome de IIr .". comunicar-se reciprocamente as notícias que
possam lhes ser úteis, tendo o cuidado de não serem obse'rvados
nem ouvidos; devem evitar toda a pretensão de elevar-se sobre os
demais, e dar a cada um a manifestação de respeito que se outorgaria
a qualquer um, mesmo que não fosse Maçom; porque ainda quando
todos os Maçons, na qualidade de IIr.". estejam na mesma altura,
a Maçonaria não despoja ninguém das honras de que gozava antes
de ser Maçom, até pelo contrário, aumenta estas honrarias,
principalmente quando forem merecidas, pelo bem da Confraria,
que deve honrar aqueles que merecem e condenar os maus cos-
tumes.

4° - Conduta que se deve observar diante daqueles que


não são Maçons,

Devem ser os Maçons circunspectos em suas palavras e


obras, a fim de que os profanos, ainda os mais observadores, não
possam descobrir o que não seja oportuno que aprendam; algumas
vezes deve-se aproveitar o rumo que toma a conservação para fazê-
la recair na Confraria e fazer com tal motivo seu elogio.

5° - Regras de conduta que se deve observar em sua


própria casa e na vizinhança:

Os Maçons devem conduzir~se como convém a


um homem prudente e de boa moral, não se ocupar

81
de assuntos da Loja com sua família, com os parentes e com os
amigos, e não perder de vista, em nenhum caso, que o mérito próprio
e o da Confraria estão unidos; isto por motivo que não podemos
expor aqui. Não se devem descuidar dos próprios interesses,
permanecendo ausentes de sua casa depois das horas da Loja;
evitem-se igualmente a embriaguez e os maus costumes, para que
não se vejam abandonadas as próprias familias, nem privadas
daquilo a que tem direito de esperar dos maçons, e para que estes
não se vejam impossibilitados para o trabalho.

6° -Da conduta que se deve observar com um Ir.·. estrangeiro

É preciso interrogá-lo com precaução e do modo que a


prudência recomenda, a fim de não ser enganado pela falsaaparência
e pela ignorância.
Se entenderdes que alguém deseja enganar-vos, rechaçai-
o com desprezo e tende cuidado de não tàzer nenhum sinal de
reconhecimento.
Se descobrirdes, porém, que é um verdadeiro Ir:. deveis
tratá-lo como tal e se tem necessidade deveis proporcionar-lhe
socorros ou indicar-lhe aos meios de obtê-los; deveis dar-lhe
alguns dias de trabalho ou recomendá-lo para que se possa instalar,
mas não estais obrigado a fazer por ele mais do que vossos recursos
permitam, devendo tão somente preferir um Ir:. pobre que seja um
homem honrado a outra qualquer pessoa que se encontre em iguais
condições.
Enfim, deveis conformar-vos a todas estas prescrições,
assim como a quantas vos sejam comunicadas por outros meios;
deveis praticar a caridade fraternal, que é pedra fundamental, a
chave, o cimento e a glória de nossa antiga Confraria, deveis evitar
toda discussão, toda discórdia e todo propósito calunioso,

82
toda maledicência, não pennitir que em vossa presença se ataque
a reputação de um Ir:. respeitável e, em tal caso, deveis defendê-
lo, prestando-lhe tal serviço tanto quanto pennitam vosso valo e
vosso interesse e se algum Ir:. vos prejudicar de qualquer modo
deveis levar vossa queixa á vossa Loja ou a do dito Ir:. apelando,
se for preciso, à Grande Loja em sua assembléia trimestral e em
último caso à assembléia anual, segundo o bom e antigo c.0stume
observado por nossos antepassados em todos os países. Não
deveis intentar processo algum, a menos que o caso não possa ser
resolvido de outra fonna, e deveis acolher com deferência aos
conselhos amistosos do Venerável e de vossos Companheiros, se
tratarem de evitar que compareçais emjuizo diante de estranhos.
Em todo caso, deveis procurar oferecer todos os meios para facilitar
a ação da justiça, para que possais ocupar-vos com toda a
tranquilidade dos assuntos da Confraria. Quanto aos I1r:. e
Companheiros, que tenham entre si algumas divergências, o
Venerável e os Companheiros pedirão conselho aos I1r .'. que con-
heçam o Direito, para propor uma solução amistosa, que as partes
em litígio aceitem com agradecimento. Se estes meios não produzirem
resultados, aceitar-se-á que entrem em questão, porém, reprimindo
toda a cólera, abstendo-se de fazer ou dizer coisa alguma que possa
ferir a caridade fraternal ou interromper a reciprocidade das boas
relações e isto com o objetivo de que todos sintam a influência
benéfica da Maçonaria.
Desta maneira tem seguido sempre desde o princípio do
mundo todos os bons e fiéis maçons e assim seguirão os que nos
sucederem para o futuro.
Assim seja,

83
2. ANTIGAS OBRIGAÇÓES OU REGULAMENTOS
GERAIS DE 1721

Para uso das Lojas de Londres e Westminster. Conforme a


la edição do Livro das Constituições de Anderson. Contêm 39
preceitos.

I - O Grão-Mestre ou o seu Deputado tem autoridade e


direito não só de estar presente à reunião de qualquer Loja, como
de presidi-la, tendo o Venerável da Loja à sua esquerda e determinar
que seus Grandes Vigilantes ocupem os cargos de Vigilantes.
Os Grandes Vigilantes não tem direito de ocupar os cargos
de Vigilantes senão em presença do Grão-Mestre e por sua ordem.
O Grão-Mestre, se ausentes os Grandes Vigilantes, podem
determinar que os Vigilantes da Loja ou quaisquer outros IIr:.
desempenhem essas funções.
11 - O Venerável de uma Loja tem direito e autoridade para
reuni-la em qualquer emergência ou circunstância, bem como
designar o local de suas reuniões normais.
No caso de doença, morte ou ausência obrigada do
Venerável, o 1° Vigilante deve agir como Venerável acidental, se
não estiver presente nenhum Ir:. que já tenha sido Venerável da
Loja, pois então a autoridade do Venerável reverterá para o último
ex-Venerável presente, o qual, porém, não poderá agir enquanto
o I°Vigilante,ouemsuafalta02°Vigilante,nãotiverreunidoaLoja.
III - O Venerável, ou um dos Vigilantes, ou outro qualquer
Irmão por sua ordem, deve ser o guarda do livro de seus
Regulamentos, da relação dos Obreiros, bem como da lista das
Lojas da cidade, com o local e horas de suas reuniões, e das notas
sobre a atividade da Loja, merecedoras de registros.

84
IV - Nenhuma Loja pode iniciar mais de 5 profanos de uma
vez. O candidato deve ter mais de 25 anos e não ter senhor ( ser dono
de si mesmo), salvo com permissão do Grão-Mestre ou de seu
Deputado.
V - Nenhum profano pode ser iniciado sem ciência da Loja
com um mês de antecedência e sem que se tenha feito oportunas
investigações, relativas à honradez, reputação e capacidade do
candidato, salvo com permissão do Grão-Mestre ou de seu
Deputado.
VI - Ninguém poderá ser recebido aprendiz de uma Loja,
nem aela filiar-se, sem o consentimento unânime de seus membros,
presentes quando se proponha o candidato e aos quais o Venerável
deve expressamente pedir a opinião e que se devem manifestar,
consentindo ou não, mas unânimemente. Esse direito não estão
sujeito à dispensa, porque os membros da Loja são os melhores
juízes neste particular. Se um membro sem unanimidade fosse
imposto à Loja, ele poderia causar desarmonia ou pertubar a
liberdade dos I1r :. e até poderia causar a dispersão da Loja, o que
deve ser evitado por todos os bons e verdadeiros Irmãos.
VII - Cada novo Ir:. em seu ingresso, deve estar
corretamente vestido e todos os Irmãos presentes. O iniciado deve
dar um óbulo à sua vontade, para socorro dos I1r:. indigentes ou
necessitados além do pagamento das taxas constantes do
Regulamento particular da Oficina. Esse óbulo será entregue à
guarda do Venerável ou de um dos Vigilantes, ou do Tesoureiro,
se um houver sido escolhido pelos Irmãos. O candidato deve
solenemente prometer obedecer às Obrigações e às Regras, bem
como a outras exigências, que lhes sejam feitas em tempo e lugar
convenientes.

85
VIII -Nenhum grupo de I1r :. deve retirar-se da Loja em que
foram iniciados ou admitidos como membros, a menos que seja por
se ter a Loja tornado muito numerosa e, neste caso, só com o
consentimento do Grão-Mestre ou de seu Deputado ..
Reiterando-se dessa forma, devem logo filiar-se em outra
Loja de sua escolha, se dela tiverem obtido o consentimento
unânime, ou obter do Grão-Mestre permissão para fundar uma
nova Loja Se um grupodeIIr:. fundarumaLojasemoconsentimento
do Grão-Mestre, as Lojas regulares não são obrigadas a ajudá-Ia,
nem a reconhecê-los como I1r:. bons e regularmente constituídos,
nem a aceitar seus atos e feitos, mas devem considerá-los rebeldes
enquanto não se submetem às condições que o Grão-Mestre em
sua prudência estipular e lhes seja dada Carta Constitutiva, o que
deve ser comunicado a todas as Lojas, como é de costume fazer,
quando mais uma Loja tem que ser acrescida à relação.
IX - Se um Ir:. proceder mal deve ser devidamente
admoestado duas vezes pelo Venerável, ou por um Vigilante, em
Loja aberta, e se não refrear sua imprudência e submeter-se obediente
aos conselhos dos I1r:. desfazendo o que os molesta, deve ser
eliminado, de acordo com o Regulamento daLojaou como a Grande
Loja em sua grande prudência resolva na Assembléia trimestral , o
que deve ficar registrado para futuras resoluções análogas.
X - A maioria de cada Loja, quando reunida, tem o
direito de dar instruções ao Venerável e aos Vigilantes, em
relação ao que hão de dizer nas Assembléias trimestrais e
anual da Grande Loja, porque o Venerável e os Vigilantes são
seus representantes e devem interpretar o pensamento dos I1r :.

86
XI - Todas as Lojas devem observar os mesmos usos ,
tanto quanto possível. Para isso e para cultivar as boas
relaçoes entre os Maçons, alguns membros de cada Loja
devem ser escalados para visitar as demais, tão
frequentemente quanto conveniente.
XII - A Grande Loja (*) se constitui e é
formada pelos Veneráveis e pelos Vigilantes de
todas as Lojas sob a presidência do Grão-Mestre ,
que tem à sua esquerda o Deputado e os Grandes
Vigilantes reunir-se trimestralmente nos dias de São
Miguel, Natal, Nossa Senhora (**), em seu lugar
conveniente, designado pelo Grão-Mestre, não
podendo assisti-la nenhum Irmão que não seja
membro dela, salvo com permissão do Grão-Mestre
e, neste caso sem direito de votar nem de dar opinião ,
senão com permissão solicitada e concedida, ou por
determinação da Grande Loja.
Todos os assuntos da Grande Loja devem ser
decididos por maioria de votos , tendo cada membro
um voto e o Grão-Mestre dois, salvo se a Grande

(*) Na época s6 havia a Grande Loja de Londres. Não havia Grandes Orientes.
A expressão "Grande Oriente" é antiga , mas veio depois o Grande Oriente
da França foi fundado em 1772. A expressão designou também, outrora, a sede
de Grandes Corpos Escoceses: "Grande Oriente de Bordeus" (1762). "Grande
Oriente de Berlim ( 1786), este era a sede do Supremo Conselho de Frederico 11.

(** ) O dia de São Miguel é 29 de setembro; Natal, 25 de dezembro, Nossa


Senhora (Anunciação), 25 de março. O dia de São João Batista (24 de junho)
era consagrado á reunião anual, "com banquete ou não", a fim de escolher o
novo Grão-Mestre.

87
Loja deixar ao Grão-Mestre o poder de agir e resolvera seu critério
em algum assunto urgente.
XIII - Nas reuniões trimestrais todos os assuntos
concernentes à Fraternidade devem ser resolvidos, os de carater
geral como os referentes às Lojas e aos I1r:., pela discussão
tranquila e exame rigoroso e ponderado; somente nelas os
Aprendizes serão elevados a Companheiros e os Mestres exaltados,
salvo com dispensa especial; os desentendimentos entre I1r:. que
não puderam ser solucionados, ou acomodados particulannente,
ou pelas Lojas devem também ser considerados e resolvidos, o Ir:.
que se julgar injustiçado pela decisão de seu tribunal, pode apelar
para a reunião anual seguinte, deixando seu apelo escrito com o
Grão-Mestre, ou com seu Deputado, ou um Gr:. Vigilante, e os
Veneráveis, ou os Vigilantes das Lojas devem infonnar sobre os
novos membros aceitos por elas, desde a última comunicação da
Grande Loja. Deve haver um livro, guardado pelo Grão-Mestre, ou
seu Deputado ou melhor por um Ir ... designado para Secretário pela
Grande Loja, no qual estejam registrados os nomes de todas as
Lojas, os dias e locais de suas reuniões nonnais, os nomes de todos
os membros e as atividades da Grande Loja que possam ser
registradas.
Nessas reuniões deve ainda ser estudada a mais prudente
e eficaz fonna de obter e empregar os meios com que socorrer algum
Ir:. necessitado, As Lojas devem ter também seu próprio fundo de
caridade para os I1r:. pobres, de acordo com seu Regulamento
particular, até que em contrário seja resolvido (em novo
Regulamento), juntando seus fundos de caridade ao da Grande
Loja, nas reuniões trimestrais ou na anual, a fim de ser estabelecido
um fundo comum, para melhor amparo dos Innãos pobres.

88
Um Ir:. de notórios recursos deve ser escolhido para
Tesoureiro, o qual por suas funções fica membro da Grande Loja
e pode ser presente a seus trabalhos e trazer o que às suas
atribuições for necessário. A ele deve ser entregue o dinheiro
arrecadado para caridade ou para qualquer outro fim pela Grande
Loja, e por ele deve ser escriturado em um livro com gastos e
receitas, de fonna a avaliar-se o movimento. Esse Tesoureir.o, não
pode votar para a escolha do Grão-Mestre, nem dos Vigilantes,
embora tenha voto nas demais decisões.
Da mesma fonna o Secretário deve ser membro da Grande
Loja por seu oficio e votar nas decisões, exceto para a escolha do
Grão-Mestre e dos Vigilantes.
O Tesoureiro e o Secretário terão, cada um, um aux iIiar que
deve ser um Ir:. Companheiro, mas que não pode ser membro da
Grande Loja, nem nela manifestar-se, salvo com pennissão, ou
quando detenninado.
O Grão-Mestre e o Deputado devem dirigir o trabalho do
Tesoureiro e do Secretário, bem como o de seus aux iIiares, para que
tenham seus livros em ordem e conheçam o expediente a fazer em
qualquer ocasião.
Um outro Ir:., que deve ser um Companheiro, será designado
para Guarda da Porta da Grande Loja, mas não será membro dela.
Essa função será melhor explanada com outras, quando, em novo
Regulamento, as necessidades tiverem delas dado melhor
conhecimento.
XIV - Se a Grande Loja reunir-se extraordinariamente, ou em
suas reuniões nonnais trimestrais ou anual, e o Grão-Mestre e seu
Deputado estiverem ausentes, o Venerável de uma Loja, mais anti-

89
go maçom presente, assumirá a presidência como Grão-Mestre
"pro-tempore", e fica investido de todos os poderes e honras, se
não estiver presente um Ir:. que tenha sido Grão-Mestre ou
Deputado do Grão-Mestre, porque neste caso, o mais novo ex
Grão-Mestre, ou ex Deputado Grão-Mestre presente deve tomar a
presidência, na ausência do Grão-Mestre e do Deputado em
exercício.
XV -Na Grande Loja só os Grandes Vigilantes, se presentes,
podem ocupar seus lugares. Se ausentes, o Grão-Mestre, ou quem
presidir os trabalhos, designará dois Vigilantes para ocuparem os
cargos dos Grandes Vigilantes, sendo os lugares dos cargos dos
Grandes Vigilantes, sendo os lugares dos IIr:. designad9s
preenchidos por dois Companheiros da mesma Loja a que eles
pertenceram, escalados, pelos respectivo Venerável se isso não for
feito, o Grão-Mestre deve chamá-los, para que a Grande Loja fique
sempre completa.
XVI -Os Grandes Vigilantes, bem como outro qualquer Ir:.,
devem, antes de dirigir-se ao Grão-Mestre, entender-se com o
Deputado, seja sobre os assuntos das Lojas, seja sobre os dos
IIr :., salvo se o Deputado se negar a opinar, neste caso, ou quando
houver desentendimento entre o Deputado e os Grandes Vigilantes,
ou outros IIr :. ambas as partes devem concordar em dirigir-se ao
Grão-Mestre, que poderá facilmente dirimir a controvérsia e por
termo à discórdia, em virtude de sua grande autoridade.
O Grão-Mestre só por intermédio à Maçonaria, pode
conhecer dos assuntos referentes à Maçonaria, salvo em casos
especiais em que tenha em contrário preferido, pois se o recurso ao
Grão-Mestre for considerado irregular, este pode determinar aos
IIr:. Gr:. Vig:. ou ao Ir:. que foi seu autor, levá-lo ao Deputado,
que deve prepará-lo com urgência e submetê-lo ao Grão-Mestre.

90
XVII - O Grão-Mestre, o Deputado, os GGr:. VVig:., o
Tesoureiro, o Secretário, ou quaisquer outros que ocupem lugares
"pro tempore", não podem ser ao mesmo tempo Venerável ou
Vigilante de uma Loja, mas logo que, com honorabilidade, deponham
esses Grandes Cargos, voltam aos cargos ou funções de que foram
afastados em suas Lojas, em virturde da designação referida.

XVIII - Se ausente o Deputado do Grão-Mestre, por doença


ou qualquer motivo justo, o Grão-Mestre pode nomear um Deputado
"pro tempore" mas não podem ser afastados de suas funções os
que forem eleitos pela Grande Loja Deputados e Grandes Vigilan-
tes, senão por motivos imperiosos e por deliberação de sua maioria.
O Grão-Mestre, se estiver em desinteligência com algum deles,
deve convocar a Grande Loja e expor-lhe a situação, pedindo
conselho, e nesse caso a Grande Loja, se não puder reconciliá-los,
deve ajudar ao Grão-Mestre, permitindo-lhe exonerar o Deputado
do Grão-Mestre ou Grande Vigilante e escolher outro Deputado
imediatamente, elegendo a Grande Loja outro Grande Vigilante, se
for o caso, para que a harmonia seja preservada.

XIX - Se o Grão-Mestre abusar de seu poder e tomar-se


indigno da obediência e subordinação das Lojas, deverá então ser
estabelecida a necessária regra, pois não tendo havido até agora
tal situação, todos os Grãos-Mestres tendo sido até hoje dignos
desse alto cargo, não ocorreu a necessidade de fazer essa previsão.

xx-O Grão-Mestre com seu Deputado e Grande sVigilan-


tes devem ir pelo menos uma vez, em visita, às Lojas, durante seu
mandato.
91
XXI- Se o Grão-Mestre morrer durante o mandato, ou se
por doença, ausência, ou outro qualquer motivo, não puder
desincumbir-se de suas obrigações, o Deputado ou, em sua ausência
o 10 Grande Vigilante, ou na ausência deste, o 20Grande Vigilante,
ou, por fim, na ausência de todos esses, três quaisquer Veneráveis
das Lojas de Obediência, devem reunira Grande Loja imediatamente
para resolver em conjunto a Emergência, enviando dois de seus
membros a convidar o último dos Grãos-Mestres para reassumir o
cargo, que pelo ocorrido a ele reverte. Se este recusar, será
convidado o imediatamente anterior e assim sucessivamente, se
nenhum ex-Grão-Mestre for encontrado, o Deputado do Grão-Mestre,
então, deve agir como o chefe, até nova escolha de Grão-Mestre; se
não houver Deputado, o mais antigo Venerável assim agirá

XXII - Os I1r:. das Lojas de Londres e suas cercanias e os


de Westminster realizarão anualmente uma reunião com um
banquete em um local conveniente, no dia de São João Batista, ou
no dia de São João Evangelista, se assim resolver em novo
Regulamento a Grande Loja, pois nos últimos tempos tem-se
reunido no dia de São João Batista.
Faz-se necessário, porém, que a maioria dos Veneráveis e
dos Vigilantes, com o Grão-Mestre, seu Deputado e os Grandes
Vigilantes tenham resolvido na reunião trimestral, realizada três
meses antes, que haja banquete e reunião geral de todos os I1r:.
pois se o Grão-Mestre ou a maioria dos Veneráveis forem contrários
a ele, não deve ser realizado.
Mas quer haja ou não banquete para todos os I1r :. a Grande
Loja deve reunir-se em local conveniente anualmente no dia de São
João, ou, se esse dia cair em domingo, no dia seguinte, a fim de es-

92
colher todos os anos um Grão-Mestre e os Grandes Vigilantes.
XXIII - Se o Grão-Mestre e a maioria dos Veneráveis
resolverem que haja o grande banquete, de acordo com o antigo e
louvável costume dos maçons, os Grandes Vigilantes terão o
cuidado de preparar os ingressos, selados com o selo do Grão-
Mestre, e distribuí-los, recebendo poreles as contribuíções comprar
o material do banquete, procurar um local apropriado e conveniente,
providenciar tudo que se faça necessário à sua realização.
Mas para que não sejam sobrecarregados os dois Grandes
Vigilantes, e para que tudo seja providenciado satisfatoriamente,
o Grão-Mestre ou seu Deputado poderá escolher e nomear um certo
número de Mestres de Banquete, conforme julgue conveniente,
para agir em concerto com os Grande Vigilantes, sendo tudo que
se relacione com o banquete por eles resolvido por maioria de
votos, salvo se o Grão-Mestre ou o Deputado, interferir por alguma
organização ou providência especial.
XXIV - Os Grandes Vigilantes e os Mestres de Banquete
devem oportunamente solicitar do Grão-Mestre, ou de seu
Deputado, instruções sobre o que devem fazer. Se o Grão-Mestre
e seu Deputado estiverem ausentes, por doença ou outro motivo,
eles devem solicitar dos Veneráveis e Vigilantes das Lojas que em
conjunto lhes deem conselhos e ordens, ou que tomem a seu cargo
a tarefa. Os Grandes Vigilantes e os Mestres de Banquetes devem
presta conta de todo o dinheiro recebido e das despesas feitas,
imediatamente após o banquete, ou quando a Grande Loja achar
conveniente sua prestação de contas.
Se o Grão-Mestre não preferir tomar á sua
responsabilidade a solução, pode em tempo útil con-

93
vocar todos os Veneráveis e Vigilantes para consultá-los s~bre a
organização do banquete, ou qualquer circunstância emergente ou
acidental a ele referente.
XXV - Os Veneráveis devem indicar um Companheiro
discreto e experiente de suas respectiva:; Lojas, para compor uma
Comissão, que será organizada com um de cada Loja e que se
reunirá em local apropriado, para receber cada pessoa que troxer
ingresso para0 banquete, com poderes para examiná-las se acharem
necessário, a fim de admití-Ias ou não conforme, concluirem. Para
evitar enganos, não devem, porém, recusar nenhuma pessoa, sem
que tenham ouvido antes os demais I1r:., expondo-lhes as razões1
para que nenhum Ir:. verdadeiro seja recusado, nem um falso, ou
simples pretendente admitido.
Esta comissão deve se reunir no local do banquete, no dia
de São João, antes que qualquer pessoa com ingresso se apresente.
XXVI - O Grão-Mestre deve designar dois ou mais Irmãos
de valor, para porteiro, ou guarda da porta, os quais também, por
óbvias razões, devem se achar cedo no local do banquete e devem
ficar sob as ordens da Comissão.
XXVII - Os Grandes Vigilantes ou os Mestres de
Banquete devem designar antecipadamente certo' número
de I1r:. para servirem a mesa, conforme julguem
necessário e suficiente, pedindo para isso, se quiserem,
conselho aos Veneráveis e Vigilantes das Lojas sobre
os I1r:. mais capazes para isso, pois só Maçons livres e
,a ceitos devem servir nesse dia, para que a reunião seja
livre e harmoniosa.
XXVIII - Todos os membros da Grande Loja
devem estar no local muito antes da refeição, c o m

94
o Grão-Mestre, ou seu Deputado, e reunirem-se retirados, a fim de:
10 - Receber apelos devidamente encaminhados, como
acima dito, para ser o apelante ouvido e o assunto amigavelmente
solucionado, antes do jantar, se possivel, se isso não for conseguido,
o assunto deve ficar adiado, até que o novo Grão-Mestre seja
eleito, se não puder também por ele ser resolvido depois do jantar,
poderá ser atribuído a uma Comissão especial, que deve ajustá-lo
com calma e fazer um relatório a ser apresentado àGrande Loja na
seguinte reunião trimnestral, para que o amor fraternal seja
preservado.
20 - Prevenir qualquer desgosto ou desentendimento
presumível nesse dia, para que não se perturbe ou interrompa a
alegria do Grande Banquete.
30 - Resolver qualquer coisa que se prenda ao decoro e
austeridade da Grande Assembléia e prevenir qualquer indecência
ou maneira impróprias, sendo a Assembléia promíscua.
40 - Receber qualquer boa ou momentosa moção sobre
assuntos importantes, trazidos das Lojas pelos seus representantes
- Veneráveis e Vigilantes.
XXIX - Após esses assuntos discutidos, o Grão-Mestre e
seu Deputado, os Grandes Vigilantes, os Mestres de Banquete, o
Grande Secretário, o Grande Tesoureiro e seus auxiliares e todos
os mais devem retirar-se, deixando sós os Vigilantes e os Veneráveis
das Lojas, para se consultarem amigavelmente sobre a eleição de
um novo Grão-Mestre, ou continuação do atual, se isso não tiver
sido resolvido no dia anterior. Se forem unânimes pela
~ontinuação do atual, devem mandar-lhe pedir para comparecer
1 reunião, sendo-lhe humildemente solicitado que conti-

95
nue a fazer-lhe as honras de governá-los no ano seguinte, após o
jantar, será dado a conhecer se o Grão-Mestre aceitou ou não o
pedido, pois o resultado não deve ser conhecido senão pela
eleição.
XXX - Depois disso, todos os Veneráveis, Vigilantes e
demais I1r .'. podem se entreter, em conjunto, ou se preferirem, ficar
sós até a hora do jantar, quando todos os I1r:. devem ocupar seus
lugares à mesa.
XXXI - Algum tempo depois do jantar, a Grande Loja se
reune, não em carater privado, mas em presença de todos os I1r:.
Se entre eles alguns não fazem parte dela, esses não podem falar,
a menos que lhes seja solicitado, ou consentido.
XXXII - Se o Grão-Mestre em exercício, na sessão privada
dos Veneráveis e Vigilantes, antes do jantar, tiver consentido em
continuar por mais um ano no cargo, um dos membros da Grande
Loja, para esse fim designado, fará a apresentação de S. Excelência
aos I1r:. e, voltando-se para o Grão-Mestre, em nome da Grande
Loja, humildemente lhe pedirá para fazer à Fraternidade a honra
(se de nascimento nobre), ou (se não fornobre), a grande bondade
de continuar a ser o Grão-Mestre no ano seguinte. S. Excelência
dando, por uma reverência, ou por um ligeiro discurso, assentimento,
o referido Ir:. delegado da Grande Loja, proclama-o Grão-Mestre
e todos os membros da Loja devem saudá-lo na devida forma. A
todos os demais IIr:. é permitido por alguns minujtos proclamarem
sua satisfação e fazer votos de congratulações.
XXXIII - Mas se os Veneráveis e Vigilantes
tiverem resolvido, na sessão privada antes do jantar,
ou no dia anterior, não continuar com o mesmo
Grão-Mestre, ou se este não aceitou o convite, então o

96
Grão-Mestre que finda deve designar seu sucessor para o ano
seguinte, o qual, se unanimemente aceito pela Grande Loja e se
presente será proclamado e saudado como novo Grão-Mestre,
como acima dito, e imediatamente instalado, pelo último Grão-
Mestre, conforme o uso.
XXXIV - Se, porém essa indicação não for unanimemente
aceita, o novo Grão-Mestre deve ser escolhido imediatamente por
escrutinio, cada Venerável e Vigilante escrevendo seu prõprio
nome, e também o Grão-Mestre que termina escreve o seu. Se o
nome do Grão-Mestre que termina o mandato for retirado da uma,
por sorte, ou casualmente será o Grão-mestre do ano seguinte. Se
ele estiver presente, será logo proclamado, saudado e felicitado,
como' dito acima e depois instalado pelo último Grão-Mestre de
acordo com o uso.
XXXV -O Grão-Mestre que continua, ou o novo instalado,
conforme o acontecido, em seguida escolhe e nomeia seu Deputado,
que pode ser o último ou um novo, o qual será também proclamado
e saudado.
O Grão-Mestre deve também escolher os novos Grandes
Vigilantes, os quais, se unanimemente aceitos pela Grande
Loja,devem ser proclamados, saudados e felicitados, como acima,
mas se não forem aceitos, eles devem ser escolhidos, por escrutinio,
da mesma forma que foi feito para o Grão-Mestre. De forma
semelhante deve ser feito para os Vigilantes das Lojas, se a escolha
dos Veneráveis não satisfizer.
XXXVI - Se o Ir:. escolhido pelo Grão-Mestre para seu
sucessor, ou o escolhido pela maioria da Loja estiver ausente do
grande Banquete, por doença, ou por outro qualquer motivo, não
pode ser aclamado Grão-Mestre, salvo se o último Grão-Mes-
97
tre, ou algum dos Veneráveis ou Vigilantes puder garantir pela
honra de Ir:. que a referida pessoa, assim nomeada ou escolhida,
aceitará realmente o cargo, neste caso, o último Grão-Mestre agirá
como substituto, nomeando o Deputado e os Vigilantes em seu
nome, e também em seu nome receberá as honras, homenagens e
felicitações habituais.
XXXVII -O Grão-Mestre permitirá depois a qualquer Ir:.
Companheiro ou Aprendiz, falar dirigindo-se a ele, ou fazendo
votos pelo bem da Fraternidade. O dircurso poderá ser considerado, .
ou deixado à consideração a Grande Loja na próxima reunião
ordinária ou eventual.
XXXVIII- Terminada a palavra, o Grão-Mestre ou o
Deputado, ou algum Ir:. por ele designado, deverá falar aos I1r:.,
dand~lhes conselhos e orientação.
Por fim, após atos que não podem ser escritos em nenhuma
linguagem, os I1r:. se retirarão, ou ficarão em palestra no local.
XXXIX - Todas as reuniões tem poder inerente e autoridade
para fazer novos regulamentos ou alterar estes, para o real bem da
Fraternidade, desde que, porém, respeitados cuidadosamente os
antigos Landmarques e que tais alterações e novos regulamentos
tenham sido propostos e aprovados na teceira reunião trimestral
precedente ao grande Banquete anual e que tenham sido
apresentados escritos à leitura de todos os I1r:. antes do jantar,
mesmo para o mais novo Aprendiz, sendo necessária a aprovação
e o consentimento da maioria para que sejam postos em vigor e
obriguem a todos, o que deve ser proposto pelo novo Grão-Mestre,
depois de instalado, c()mo foi feito e obtido para este Regulamento,
submetido a cerca de 150 I1r :. ,que o aprovaram, no diade São João
Batista do ano de 1721.

98
LIVRO 3 - OS LANDMARQUES DA ORDEM
OSLAND~QUESDAORDEM
(Algumas Classificações)

A palavra "Iandmarques" (Iandmark) é composta de dois tennos:


"Iand" que significa solo, terra, território, povo, nação, pais, e "mark" que
é limite, indicação, testemunho. A Bíblia emprega a palavra landmarque-e ela
recorda as marcas ou sinais, sagrados e invioláveis, que dividiam as terras de
diferentes donos.
Em Maçonaria, a palavra landmarque designa os usos, práticas e
tradições, que se consideravam princípios fundamentais da Instituição. São os
antigos e universais constumes da Ordem, os quais pouco a pouco ficaram
estabeleciodos como regras de açlIo. Os landmarques constituem a Lei não
escrita da Maçonaria. A Lei Tradicional.
Os landmarques delimitam o que é Maçonaria e o que não é Maçonaria:
o que estiver nos landmarques, ou dentro deles é Maçonaria regular, o que
estiver fora dos landmarques não é Maçonaria ou é Maçonaria espúria. São
os " limites" O Livro das Constituições de Anderson refere-se aos "Antigos
Landmarques", que devem ser "respeitados cuidadosamente".
Para que uma regra ou nonna seja considerada landmarque tem que
reunir em si vários requisitos:
a) antiguidade, isto é, deve existir desde um tempo imemorial. Por
isso se hoje as Autoridades maçônicas pudessem reunir-se e decretar uma lei
universal, esta não seria absolutamente um landmarque.
b) esponteneidade e generalidade, isto é, o landmarque não tem autor
conhecido, não se origina de nenhuma autoridade pessoal, só é landmarque
todo uso universal, de origem desconhecida
c) inviabilidade e irrevogabilidade, isto é, todo landmarque é inalterável.
Os tratadistas maçônicos não são conformes entre si quanto ao
número e grandeza dos landmarques. Há por isso várias classificações ou
codificações, sendo a mais conhecida a de Albert G. Mackey, que foi a primeira
em 1858. Mackey é o autor de uma famosa "Enciclopedia de Franco-
Maçonaria."

101
CLASSIFICAÇÃO DE MACKEY

I - De todos os landmarques, o mais legítimo e


universalmente admitido é o método ou processo de
reconhecimento, que não admite variação.
11 - A divisão da Maçonaria em três graus é um landmarque
que se tem conservado melhor que nenhum outro.
Em 1813, a Grande Loja da Inglaterra reinvidicou este
landmarque, reafirmando que a Antiga Maçonaria consistia nos
três graus de Aprendizes, Companheiro e Mestre Maçom, incluindo
o Real Arco.
III - A lenda do terceiro grau é um importante landmarque,
cuja integridade tem sido respeitada, pois não há Rito Maçônico
praticado em qualquer país ou língua em que não se ~nsinem os
elementos essenciais dessa lenda. Poderão , variar as palavras e
com efeito variam constantemente, mas a lenda permanece
substancialmente a mesma.
IV -O governo da Ordem por um Presidente chamado Grão-
Mestre, eleito por toda a Fratenidade, é outro landmarque da
Maçonaria.
A alguns parece que a eleição do Grão-Mestre dimana de
uma Lei decretada pela Grande Loja da Inglaterra, porém isso não
procede, uma vez que o cargo presidencial é um landmarque da
Maçonaria, se considerarmos que já encontramos o título e o cargo
de Grão-Mestre em documentos anteriores, à fundação da Grande
Loja da Inglaterra.
V - Outro landmarque da Maçonaria é a
prerrogariva do Grão-Mestre de presidir toda reunião
rT1açônica onde e quando se realize.
Em consequência dessa Lei, o Grão-Mestre occupa
a presidência, chamada na Inglaterra de " trono" em
todas as sessões da Grande Loja; também preside às

102
reuniões das Lojas de sua Obediência quando presente nelas.
VI - Outro importante landmarque da Maçonaria é a
prerrogativa do Grão-Mestre de outorgar a dispensa para concessão
de graus.
A lei estatutária da Maçonaria requer o tempo de um mês ou
de outro determinado período entre a proposta do interessado e
sua recepção.
Mas é privilégio dO.Grão--Mestre a dispensa do temPo de
prova e ordenar que o candidato se inicie imediatamente.
VII - Este landmarque consiste na prerrogativa do Grão-
Mestre de conceder permissão para fundar e manter Lojas, com o
direito de conferir os três graus, reunindo um número suficiente de
MM:. MM:. As Lojas assim constituídas se chamam " Lojas
Licenciadas" e são estritamente da iniciativa do Grão-Mestre, por
cuja autoridade se criam e somente subsistem a seu talante,
podendo ser dissolvidas a qualquer momento.
Sua existência pode ser de um dia, um mês ou de um ano, mas
qualquer que seja sua duração devem sua existência unicamente
ao Grão-Mestre.
VIII - A prerrogativa do Grão-Mestre de "fazer Maçons à
vista" ou criar Maçons, é um landmarque inteiramente relacionado
com o anterior.
Não se deve entender que o Grão-Mestre possa retirar-se
com um profano a um aposento privado e iniciá-lo ali, sem a ajuda
de ninguém. Não possui tal prerrogativa; e sem dúvida a muitos se
afigura ser este o significado da expressão: "fazer Maçons à vista" .
O verdadeiro e único modo de exercer este privilégio, consiste em
que o Grão-Mestre convoca não menos de seis Mestres, reúne-os
em Loja, e sem prova prévia e tão somente com o candidato à vista,
confere o grau ou os graus e em seguida dissolve

103
a Loja e despede os I1r :. EasLojasassim formadas se chama "Lojas
de emergência."
IX - Outro landmarque é a necessidade de os maçons se
congregarem em Lojas. Isto não significa que os landmarques
prescreva a permanente organização de Lojas subordinadas, que
é uma das características atuais da Maçonaria.
O que prescreve o landmarque é que todos os maçons se
reunam periodicamente, e chama de Lojas a essas reuniões, que em
outros tempos eram circunstâncias e se dissolviam, uma vez
cumprido o objetivo da convocação, separando-se os I1r:. para
voltar a se reunirem quando o exigissem as circunstâncias.
X - É, também um landmarque da Maçonaria o governo da
Loja, presidida por um Venerável edois Vigilantes. Paradem~)Ostrar
a influência desta antiga lei, observemos de passagem, que não se
pode reconhecer como Loja a reunião de Maçons com presidente
e vice-presidentes. A presença de um Venerável e dois Vigilantes
é tão essencial para a validade da organização de um Loja, como a
garantia duma Constrituíção o é atualmente.
XI - A necessidade de cada Loja ao reunir-se estar
devidamente a coberto, é um landmarque importante, o qual nunca
se deve esquecer. A necessidade desta lei deriva do caráter
esotérico da Maçonaria. Como Instituíção Secreta, suas portas
devem estar guardadas da intromissão de profanos, pelo Guarda
do Templo, e esta lei deve estar em vigor, desde a origem da
Maçonaria.
XII -O direito representativo de cada Ir :. nas Assembléias
Gerais da Ordem, é outro landmarque. Antes, estas reuniões eram
feitas uma vez por ano e se chamavam de Assembléias Gerais, aque
assistiam todos os maçons, inclusive os Aprendizes. Mo-

104
dernamente nas Assembléias Gerais a representação é feita através
de Delegados eleitos e nas Grandes Lojas pelos Veneráveis e
Vigilantes.
XIII - É direito de todo maçom apelar ou recorrer á Grande
Loja ( ou Grande Oriente) de qualquer decisão dos I1r .'. reunidos
em Loja. É um landmarque sumamente essencial para a manutenção
da justiça e impedir a opressão.
XIV - O direito de todo maçom de visitar e ocupar .seu
devido lugar em qualquer Loja é Um inquestionávellandmarque da
Ordem. Chama-se o" Direito de Visita", reconhecido sempre como
inerente direito que cada maçom pode exercer, pois as Lojas são
consideradas como divisões convencionais da família universal
maçônica.
XV - Nenhum maçom visitante pode entrar numa Loja sem
ser devidamente trolhado, segundo a tradição, a menos que o
conheça pessoalmente algum membro da Loja, o qual responde
pelo visitante.
XVI - Nenhuma Loja pode intrometer-se no assunto interno
de outra Loja, nem conferir graus a membros de outra Loja.
Indubitavelmente é um landmarque muito antigo, fundamentado
no capital principio da cortesia e benevolência fraternal, inalienável
em nossa Instituição.
XVII - Todo maçom está sujeito ás leis e regulamentos da
Jurisdição em que reside, ainda que não seja membro de alguma
Loja. O estado de inativo, quedepersijáé uma ofensa à Maçonaria,
não exime o maçom da obediência às leis jurisdicionais.
XVIII - Este landmarque exige do candidato à iniciação
certas formalidades que seja homem de boa origem, sem defeitos
físicos nem mutilação corporal. Uma mulher, um aleijado ou um
nascido em escravidão, não estão qualificados para ingressar na
Maçonaria.

lOS
XIX - A crença no Grande Arquiteto do Universo é um dos
mais importantes Iandmarques da Ordem. Sempre se considerou
essencial que a negação dessa crença é impedimento absoluto e
insuperável para a iniciação.
XX - Subsidiária desta crença em Deus, como landmarque
da Ordem, é a crença na imortalidade da alma humana e na vida
futura. O ritual não assinala tão explicitamente esta crença como a
crença em Deus, mas está implícita em todo o simbolismo maçônico.
XXI - Também é um landmarque um "Livro da Lei", parte
indispensável das alfaias de uma Loja . Digo "Livro da Lei"
propositadamente, porque não é exigível que em todas as partes
seja a Bíblia. Entende-se por "Livro da Lei" aquele volume que
segundo a religião do pais, crê-se que contenha a vontade revelada
do Grande Arquiteto do Universo. Resultando daí que as Lojas dos
países cristãos usem a Bíblia, e num país cuja religião dominante
fosse o judaísmo bastaria o Velho Testamento e nos países
maometanos o Alcorão.
XXII - A igualdade de todos os maçons em Loja, é
outro landmarque da Maçonaria, ainda que esta igualdade
não subverta as categorias instituidas pelos usos e costumes
da Ordem. Um rei, um nobre, um cavaleiro recebe o respeito
que merece, na sua elevada posição social, mas a doutrina da
igualdade maçônica nos induz a reunirmo-nos na Loja, como
filhos de um Pai comum, sobre o nível que nos encaminha á
meta predestinada, que na Loja merece a virtude e o
conhecimento são a base das honras maçônicas e receberão
recompensa preferencial. Quando, encerrados os trabalhos da
Loja, saem os I1r:. de seu aprazível retiro para misturar-se mais

106
uma vez no mundo profano, cada um reassume sua posição social
e goza dos privilégios da categoria assinalada pelos costumes
sociais.
XXIII - O segredo da Instituição é outro landmarque
importante, e consiste na conservação secreta dos conhecimentos
havidos pela iniciação. A Maçonaria não é sociedade secreta no
conceito lógico, estrito, daquelas associações, cujos propósitos
são resguardados rigorosamente do conhecimento público, e
cujos membros são desconhecidos, que trabalham nas trevas,
maldosamente, e cujas operações se ocultam à vista pública.
Ela é secreta, como uma Sociedade que possui certa soma
de conhecimentos peculiares, um método de se reconhecerem seus
membros e vários ensinamentos, que só se comunicam aos que
tenham passado por uma forma estabelecida de iniciação esotérica.
Durante séculos assim existiu e existirá a Maçonaria como
secreta, pois se fosse sociedade pública não duraria muitos anos.
XXIV -Outro landmarqueda Ordem é o estabelecimento de
uma ciênciaespeculativa sobre uma arte operativa, e o uso simbólico
e explicação dos termos dessa Arte, com propósito de ensinamento
moral. O Templo de Salomão foi o berço da Ordem, portanto a
referência à construção do magnífico edifício, aos materiais e
ferramentas nele empregados e aos artistas que intervieram na
obra, são partes indispensáveis do corpo da Franco-Maçonaria.
XXV - O último landmarque, coroa de todos eles, é a
inalterabilidade dos landmarques anteriores. Não se lhes pode
nada acrescentar ou subtrair, nem os modificar.

107
Tal como os recebemos de nossos antecessores somos
solenemente obrigados a transmití-los a nossos sucessores "
NBolumuslegesmutari".
Além de Mackey, há várias outras classificações. Entre elas
publicamosasdeFindel,PoundeGrant,J.G.Findel,urndosmaiores
clássicos em Maçonaria, autor da notável História de Franco-
Maçonaria (1866), fixou os landmarques em 9. São eles.

CLASSIFICAÇÃO DE FINDEL

I - A obrigação de cada Maçom de professar a religião


universal em que todos os homens de bem concordam ( Ia obrigação
da Constituíção de Anderson)
2 - Não existem na Ordem diferenças de nascimento, raça,
cor, nacionalidade, credo religioso ou polftico.
3-Cada iniciado toma-se membro da Fraternidade Univer-
sal, com pleno direito de visitar outras Lojas.
4 - Para ser iniciado, é necessário ser homem livre e de
bons costumes, ter liberdade espiritual, cultura geral e ser maior de
idade.
S - A igualdade dos Maçons em Loja.
6 - A obrigatoriedade de solucionar todas as divergências
entre Maçons dentro da Fraternidade.
7 - Os mandamentos da concordia, amor fraternal e
tolerância. Proibição de levar para a Ordem discussões sobre
assuntos de religião e política.
8 - O sigilo sobre os assuntos ritualísticos e os
conhecimentos havidos na iniciação.
9 - O direito de cada Maçom de colaborar na legislação
maçônica, o direito de voto e o de ser representado no Alto Corpo.

108
O.H. Roscoe Pound,autordaconceituada" Jurisprudência
Maçônica", também fixa o número de landmarques em 9. Ei-Ios:

CLASSIFICAÇÃODEPOUND

I - Crença em Deus
2 - Crença na imortalidade da alma (na "imutação da
personalidade)
3 - Um" Livro da Lei" como parte integrante e indisperisável
dos utensílios de cada Loja.
4 - A lenda do terceiro grau
5 -O segredo
6 - O simbolismo da arte da construção
7-Que o Maçom seja homem livreede idade viril. Mais dois
devem ser anexados
8 - O governo da Loja pelo Venerável e os dois Vigilantes
9 - O direito de visitação para o Maçom que tenha seus
documentos legais.
Várias outras codificações de landmarques foram feitas. Algumas
muito sumárias: 3 e 5 landmarques outras muito extensas: 40 e mesmo 52.
como a de H.B. Grant.
A classificação de Grant vai publicada abaixo e nela o autor liberalizou
muito o conceito tradicional de landmarque, porque alguns não se revestem
de universidade e imemorabilidade.

CLASSIFICAÇÃODEGRANT

- Antigamente teve a Maçonaria um duplo carater


operativo e especulativo. Hoje é especulativo e abrange um sistema
de moral e ética, religião e filosofia, relacionado com o progresso
social, ético e intelectual do homem.
2 - A Franco-Maçonaria compreende os graus de Aprendiz,
Companheiro e Mestre, conferidos em Lojas regulares, segundo
Ritos e cerimônias secretas.
109
3 - O segredo é elemento essencial da Franco-Maçonaria
e todo maçom está ligado por indissolúveis laços a manter secretos
os sinais, toques, palavras e tudo quanto ocorre na Loja (exceto
em casos de traição e assassinato) e não divulgar os segredos que
um Ir:. lhe confie.
4 - Escrever ou imprimir a parte esotérica da Maçonaria em
palavras, sílabas ou sinais, é contrário aos principios da Fraternidade.
5 - As promessas de um Maçom não contrariam seus
deveres para com Deus, seu Pais, sau família, seu próximo, nem para
consigo mesmo. Somente obrigam a sua consciência e ações.
6- É absolutamente indispensável a crença no SupremoSer
a quem os homens chamam de Deus, e os maçons dão o nome de
Grande Arquiteto do Universo e como tal o reverenciam.
7 -Crerna imortalidade da alma e na ressurreição numa vida
futura.
8 - Em Loja é indispensável a presença do Livro Lei, o
Esquadro e o Compasso.
9 - Os dogmas fundamentais da Maçonaria são:
Fraternidade, Amor, Beneficência e Verdade.
10 - As virtudes cardiais da Franco-Maçonaria são:
Prudência, Justiça, Fortaleza e Temperança.
11 - O avental de pele branca de carneiro é a insignía de
moralidade.
12 - O esquadro e o compasso são símbolos
maçônicos de moralidade.
13 - O dia de São João Batista, 24 de junho, e o dia
de São João Evangelista, 27 de dezembro, são festas maçônicas. Em
uma delas se efetua a eleição anual dos oficiais.
14 - A Assembléia Geral ou Grande Loja é o
supremo Corpo Legislativo, Judicial e Executivo da

110
Ordem em todos os assuntos de carater maçônico que se suscitam
em sua jurisição territorial e é constituida de representantes de
todas as Lojas de sua Jurisdição.
15 - Uma Loja é uma corporação de maçons regularmente
organizada, com Carta Constitutivas que a autoriza a trabalhar
segundo as leis e costumes.
16-Cada Loja Grande ou subordinada, quando se ~eune em
sessão, deve estar devidamente ornamentada, coberta e aberta
antes de começar os trabalhos.
17 - Os Franco-Maçons se reunem em Loja sobre nível da
igualdade e tratam-se fraternalmente na reunião.
18 - Uma Loja devidamente instalada tem o direito de
instruir seus representantes na Assembléia.
19 - Não se podem discutir, nem tratar em Loja, questões
sectárias de política ou religião.
20-Um Maçom em boas relaçoes com alguma Loja regular
de Maçons, poderá visitar outras Lojas contanto que não pertube
os trabalhos da Loja visitada.
21- Um Maçon não pode frequentar uma Loja irregular nem
conversar sobre os segredos da Maçonaria com um Maçom
irregular, nem com o que tenha seus direitos suspensos ou expulso
da Ordem.
22 - O Grão-Mestre é o chefe executivo da Ordem e o
Presidente da Fraternidade que o elegeu e a cujas leis deve
obedecer.
23 - O Grão-Mestre pode presidir todas as Lojas de sua
Jurisdição.
24 - O Grão-Mestre pode suspender de seu cargo o
Venerável de uma Loja e reter sua Carta Constitutiva.

111
25-0soficiaisdeumaLojasão:o Venerável,o 1° Vigilante,
o 2°Vigilante, Tesoureiro, Orador, Secretário, 1° Diácono, ~Diacono,
Mestre de Cerimônias e Trolhador.
26 - O Venerável é o chefe da Loja, e como presidente a
governa de conformidade com as Leis e costumes da Ordem, e pode
convocá-la sempre que julgue conveniente.
27 - O Venerável deve ter desempenhado o cargo de
Vigilante, exceto se a Loja é de recente formação ou se não houver
ex- Venerável ou ex- Vigilante disposto a servir.
28 - O Venerável por força de seu oficio deve ser um dos
representantes de sua Loja, na Assembléia.
29-0 Venerável de uma Loja passa a ser ex-Venerável no
término de seu mandato.
30-0sVigilantesdeumaLojadevemterograudeMestre.
31 - Na ausência do Venerável fará suas vezes o primeiro
Vigilante, na ausência de ambos o segundo Vigilante. Se os três
estão ausentes, ocupará a presidência o ex-Venerável mais jovem
entre os que se achem presentes e sejam membros da Loja legalmente
convocada.
32 - Os Oficiais de uma Loja Grande ou subordinada
exercerão seus cargos até que seus sucessores sejam eleitos
legalmente e se lhes dê posse do cargo. Também cessará esse
direito se forem legalmente destituídos.
33 - Um Maçom não deve convidar nenhum profano a
solicitar ingresso na Maçonaria, porque todo candidato deve se
oferecer voluntariamente, sem estranha solicitação.

112
34 - O candidato deve ser homem livre, maior de idade, de
bons costumes, íntegro fisicamente e sem defeito que o impeça de
receber e comunicar os Mistérios da Maçonaria.
35 - A única recomendação que pode ostentar um candidato
são suas qualidade internas.
36 - É indispensável a indagação das qualidades fisicas,
intelectuais e morais do candidato.
37 - Para elevação aos graus de Companheiro e Mestre é
necessário o exame das qualidades do candidato.
38 - O voto unânime de todos os maçons presentes em uma
Sessão de Loja, expresso por meio de bolas, é necessário, para
admissão de um candidato à Iniciação ou à Filiação.
39 - Um Maçom deve ser justo e verdadeiro, e de conduta
conforme aos princípios fundamentais da lei moral.
40- Todo Maçom deve obedecer as leis do pais onde reside.
41 - Nenhum Maçom deve reconhecer ninguém como
maçom, sem prévio exame de trolhamento ou informação legal.
42 - Um Maçom está obrigado a não mostrar nem dar a
entender em presença de profanos ou de maçons de um grau
inferior, os sinais, toques e palavras de passe que não devam
conhecer.
43- Todo Maçom é obrigado a pertencera uma Loja regular,
assistir a suas reuniões e contribuir para seu sustento.
44- Não poderá ser admitido em uma Loja um maçom como
membro ativo, se não apresentar o certificado de "quite-placet" e
de informações satisfatórias.

113
45 - O Maçom deve submeter-se aos acordos de uma Loja,
embora possa recorrer a Assembléia.
46 - Um Maçom deve ser fiel a seus I1r:. instruí-los,
aconselhá-los, defendê-los e assistí-los; porém nunca suplantá-
los nem traí-los.
47 - Um Maçom deve respeitar a mulher, filha, mãe, irmã, ou
criada de outro Maçom.
48 - O Maçom deve ser diligente nos negócios e pagar
rigorosaménte suas dívidas justas.
49 - O Maçom deve obedecer as instruções de sua Loja.
50 - As penalidades usuais na Maçonaria são: multa,
repreensão, suspensão temporária dos direitos maçônicos e
expulsão.
51 - Não se poderá sentenciar a nenhum Maçom sem ouvi-
lo, a menos que se negue a comparecer ou se desconheça seu
paradeiro.
52 - Todo Mestre Maçom tem direito a enterro com honras
maçônica.
Estes Antigos Landmarques foram recompiladoscom provas
evidentes em 1889.

114
ÍNDICE
1. O Aprendiz Maçom ........................................... 11

2. As Constituições de Anderson ........................... 71


-As Antigas Leis Fundamentais (OldCharges) .. 74
- As Antigas Obrigações ou Regulamentos
Gerais de 1721 .................................................. 84

3. Os Landmarques da Ordem ............................... 99


-ClassificaçãodeMackey .............................. 102
-Classificação deFindel .................................. 108
-ClassificaçãodePound ................................. 109
-ClassificaçãodeGrant .................................. 109
Publicação autorizada e editada pelo
GRANDE ORIENTE DOBRASD.
"
Composto e Impresso na Editora Gráfica
'GRANDE O!lIENTE 00 .BRASIL

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