Você está na página 1de 12

1

Domingana Alfredo Veriano

A formação da OUA e UA

Curso de Licenciatura em Ensino de História com Habilidades em Documentação

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2023
2

Domingana Alfredo Veriano

A formação da OUA e UA

Trabalho de carácter avaliativo de


Historia de África IV, Curso de
Licenciatura em Ensino de Historia
com Habilidades em
Documentação. Departamento de
Letras e Ciências Sociais

Docente: MA. Mouzinho L.Manhalo

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2023
3

Índice

1. A formação da OUA e UA......................................................................................................5


1.1. A formação de OUA............................................................................................................5
1.2.Objectivos.............................................................................................................................5
1.3. Sucessos da OUA.................................................................................................................6
1.3.1. Insucessos.........................................................................................................................7
2. Transição da OUA para UA....................................................................................................8
2.1. Objectivos da UA.................................................................................................................8
2.2. Sucesso da UA.....................................................................................................................9
2.2.1. O insucesso da UA............................................................................................................9
Conclusão..................................................................................................................................11
Referencias Bibliográficas........................................................................................................12
4

Introdução

A Organização das Nações Unidas, tal qual a conhece actualmente, é o produto de dois
fenómenos históricos fundamentais produzidos no século XX: a Segunda Guerra Mundial e o
processo de descolonização iniciado ao final deste conflito. A Segunda Guerra Mundial
ressaltou a urgente necessidade de se criar um organismo mundial destinado à conservação da
paz. A descolonização transformou a composição do organismo instaurado e modificou o
equilíbrio de opiniões no seio das suas mais representativas instituições

Objectivos geral:

 Analisar a formação da OUA e UA.


Objectivos específicos:
 Conhecer o principal objectivo da OUA e os seus Desafios;
 Compreender o porque da transição para UA.

Metodologia:

O presente estudo utiliza o método empírico e dedutivo, por intermédio de uma abordagem
quantitativa e qualitativa; quanto ao procedimento, é uma pesquisa bibliográfica, mediante a
revisão de estudos e artigos científicos realizados sobre o tema e websites de periódicos
científicos na base da norma APA, visando esclarecer a relevância sobre a formação da OUA
e a transição para UA.
5

1. A formação da OUA e UA
1.1. A formação de OUA

Estabelecida em 1963, a OUA foi o resultado de um processo de negociação entre os líderes


dos países africanos independentes naquele ano para que suas diferenças políticas fossem
apaziguadas em prol do objectivo comum de extirpar o colonialismo da África. Antes do
estabelecimento da organização, os países africanos estavam divididos entre o Grupo de
Casablanca e o Grupo de Monróvia. O primeiro deles, formado pela República Árabe Unida
(RAU) nome dado à união política entre Egipto e Síria que existiu de 1958 a 1961 sob a
presidência de Gamal Abdel Nasser, Gana, Guiné, Líbia, Mali e Marrocos, era considerado
mais radical por ser favorável à integração política entre os Estados africanos.

Os chefes de Estado dos países que o compunham eram em sua maioria socialistas, Pan-
africanistas e engajados no Movimento dos Não Alinhados (MNA), defendendo o
desenvolvimento económico centralizado, o estabelecimento de um sistema de defesa comum
no continente e a valorização da cultura africana (Chanaiwa, 2010).

Já o Grupo de Monróvia, formado pelas antigas colónias francesas além de Nigéria, Etiópia,
Libéria, Serra Leoa, Somália, República do Congo e Tunísia, defendia uma integração mais
flexível entre os países africanos que não gerasse perdas de soberania e que permitisse a
participação voluntária em termos culturais e económicos. Esse grupo enxergava no discurso
integracionista do Grupo de Casablanca uma tentativa de influenciar a política interna dos
demais países africanos e, além do mais, defendia a manutenção das fronteiras nacionais
conforme elas se encontravam no momento da independência para evitar disputas, bem como
a continuidade das relações com as antigas metrópoles (Asante; Chanaiwa, 2010).

1.2.Objectivos

A OUA surge em um contexto de disputa entre o Grupo de Casablanca e o Grupo de


Monróvia, facções líderes dos países africanos independentes no ano de 1960, com diferenças
políticas, mas unidas pelo objectivo de acabar com a colonização:

A Organização da Unidade Africana perseguia os seguintes


objectivos: o combate ao colonialismo; a defesa do pan-africanismo; o
combate ao apartheid. Essa Organização visava incrementar a
cooperação entre os seus membros, estabelecer a unidade e a
solidariedade dos Estados africanos, defender a integridade territorial,
a independência e a soberania e seus membros. Actuou na economia,
na defesa, na segurança colectiva e na cultura. A Carta da Organização
6

da Unidade Africana tem sido definida como uma carta de libertação,


posto que as verdadeiras preocupações dos Estados africanos nela
contidas eram relativas à unidade africana, à não-interferência nos
assuntos internos dos países tomados individualmente e à libertação,
não só do sistema colonial como também do neocolonial (DIALLO,
2005, p. 11).

O objectivo comum dentro e entre os dois grupos de acabar com o colonialismo na África
permitiu que eles se reunissem em 1963 em Addis Abeba a fim de resolver as principais
divergências entre eles e estabelecer um espaço de cooperação inter-fricana.

Na óptica de Appiah, (1997) afiram:


A partir da observação das divisões políticas na África que resultaram
na formação de dois grupos distintos, pode-se afirmar que as elites
políticas do continente travaram uma disputa entre si ao defenderem
propostas distintas sobre os melhores rumos para os países africanos.
O fato deles terem vivenciadas experiências comuns – colonização e
escravidão, por exemplo não significou a adopção de políticas
homogéneas a partir da conquista das primeiras independências.

Ao contrário, conforme os regimes coloniais foram chegando ao fim, as elites políticas


africanas tiveram que encarar a missão de construir uma nação para os Estados que herdaram
e lidar com os diferentes interesses dos grupos internos a respeito dos rumos que deveriam ser
adoptados. A organização teve suas raízes no pan-africanismo, impulsionando os Estados
africanos a manter a unidade política e económica. Nas décadas seguintes à fundação, dentre
os principais objectivos da OUA, passou a constar manutenção da estabilidade entre os
Estados. Entretanto, nas décadas de 1970 e 1990, o continente africano apresentou um
contexto marcado por conflitos internos permeados por disputas de poder, que provocaram
crises nos países.

1.3. Sucessos da OUA

A promoção da paz e inspiração que os outros países africanos tiveram graças a criacao da
OUA foi um dos grandes sucessos desta organização. As lutas armadas contra o colonialismo
europeu generalizam-se na Guiné-Bissau, Cabo-Verde, São-Tomé e Príncipe, Angola,
Moçambique, Zimbabwe, África do Sul e Namíbia. Cerca de dez anos depois, em 1975, os
territórios da Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Angola obtêm
suas independências da colonização portuguesa por meio de lutas armadas sangrentas.
7

1.3.1. Insucessos

A rivalidade entre os líderes foi o principal motor das desgraças deste movimento. A partir da
observação das divisões políticas na África que resultaram na formação de dois grupos
distintos, pode-se afirmar que as elites políticas do continente travaram uma disputa entre si
ao defenderem propostas distintas sobre os melhores rumos para os países africanos. O fato
deles terem vivenciadas experiências comuns colonização e escravidão, por exemplo não
significou a adopção de políticas homogéneas a partir da conquista das primeiras
independências,

Este insucesso mais tarde dera um espaço para o surgimento da UA, ou seja, como forma de
corrigir algumas lacunas deixadas e reconhecidas na antiga instituição. Por vez, A União
Africana vinha sendo preconizada desde a época de Kwame Nkrumah, ou seja, no pan-
africanismo. Essas ideias teriam sido retomadas na 35ª sessão de Conferência Ordinária dos
Chefes de Estado e de Governo da OUA, realizada de 12 a 14 de Julho de 1999, em Argel.
Atentos na promoção de um maior fortalecimento da OUA, na globalização e no comprimento
dos Objectivos do Desenvolvimento do Milénio, os líderes africanos se reuniram, entre 8 e 9
de Setembro de 1999, em Sirte, na Líbia onde optaram pela substituição da OUA.
8

2. Transição da OUA para UA

A União Africana vinha sendo preconizada desde a época de Kwame Nkrumah, ou seja, no
pan-africanismo. Essas ideias teriam sido retomadas na 35ª sessão de Conferência Ordinária
dos Chefes de Estado e de Governo da OUA, realizada de 12 a 14 de Julho de 1999, em
Argel. Atentos na promoção de um maior fortalecimento da OUA, na globalização e no
comprimento dos Objectivos do Desenvolvimento do Milénio, os líderes africanos se
reuniram, entre 8 e 9 de Setembro de 1999, em Sirte, na Líbia onde optaram pela substituição
da OUA.

Origem da UA
Para Visentini (2010). A ideia da criação da UA inspira-se na ideologia do pan-africanismo.
Segundo este autor, sua fundação se insere no contexto da necessidade de uma organização
capaz de fazer frente aos desafios potencializados pela situação gerada pelo encerramento do
conflito bipolar.

No ano de 2000, foi o início de uma nova era: Numa reunião em Lomé, no Togo, os chefes de
Estado e de Governo da OUA assinam o Ato Constitutivo da União Africana (UA). Segundo
o Artigo 30 do documento, os governos que cheguem ao poder através de meios
inconstitucionais serão suspensos da União. (Dopcke 2002, P.14).

2.1. Objectivos da UA

A organização teria sido criada com o intuito de corrigir o legado negativo deixado pela
antecessora OUA e recolocar a África no novo cenário que se vislumbrava. Deste modo
sublinha-se que o objectivo da UA era de responder com medidas claras ao alastrar da
globalização, que arrisca deixar o continente numa situação de desvantagem e de colonialismo
financeiro, à mercê de mercados e políticas, por outro lado, a UA (União africana) pretende
continuar com os objectivos da OUA (Organização da Unidade Africana), mas com uma
estrutura mais reduzida. Assim, para justificar os motivos da criaçãod da UA, Ki-Zerbo
afirma,

A chegada do multipartidarismo a quase todos os países a sul do Sara


permitiu o crescimento de uma nova consciência civil, e levou vários
governos a apoiar a Carta dos Direitos dos povos e das pessoas e a
Declaração de Grand Bay com o seu plano de actuação para a
promoção dos direitos humanos. Outros mecanismos foram previstos
9

para a solução pacífica das crises políticas e dos conflitos e os países


africanos (2010. P.73)

2.2. Sucesso da UA

Para Dopcke, (2002. P. 05). Faz umas sínteses daqueles que foram os sucessos da UA. Os
órgãos da UA decalcam os da OUA, com algumas novidades significativas. O presidente da
Comissão tem um papel e um poder mais definidos do que acontecia com a OUA.

 A Comissão tem o encargo de planificar e administrar o trabalho de toda a União;


 O presidente assume encargos específicos e, graças à respeitabilidade dos primeiros
dois, este ofício assumiu agora também;
 O papel de autoridade super partes, capaz de intervir em momentos de crise e de
representar a UA na resolução de crises regionais;
 Kwame Nkrumah, futuro primeiro-ministro e depois presidente do Gana, por
exemplo, encontrou em Londres George Padmore, líder político de Trindade, e por ele
foi despertado para o pan-africanismo.

2.2.1. O insucesso da UA

Para Mearsheimer (2000) analisa a incapacidade da União Africana de por fim aos vários dos
conflitos vivenciados pelo continente africano, que vive uma gravíssima crise humanitária. A
exemplo de Darfur, o autor observa que a União Africana ainda não foi capaz de estabelecer
mecanismos capazes ou eficientes que façam promover os direitos básicos e comportamentos
estatais aceitáveis.

No entanto, Ngoeha (2002, p.13):“A terrível ferida da escravatura e o domínio colonial por
parte das potências europeias, nos fins do século XIX inspiraram vários intelectuais de
origens africanas nos Estados Unidos e nas Índias Ocidentais a tomar posição em defesa dos
africanos e dos seus descendentes presentes no chamado Novo Mundo”.

Papel da FRELIMO da UA

A FRELIMO tinha a diplomacia, como um instrumento indispensável na cristalização da


consciência Moçambicana, a africana e internacional no processo de procura de soluções
pacíficas sobre problema africano.

A diplomacia da FRELIMO/ FRELIMO foi sendo privilegiada no sentido no sentido


que estes atribuíram a estes instrumentos;
10

Que a resolução de conflitos passa necessariamente pela observância incondicional


aos princípios constitucionais e não as vontades imediatas e circunstancias das partes
beligerantes;
Havia, no seio do povo moçambicano, o espírito de irmandade, entre-ajuda.
Havia acima de tudo o sentimento que entre os Zimbabweanos e os moçambicanos
não havia fronteiras e que o sofrimento daqueles humilhação.
11

Conclusão

As avaliações a respeito do desenvolvimento e do progresso da União Africana são passíveis


de várias considerações. Neste sentido, verifica-se que muitos têm uma visão céptica, até
mesmo pessimista, quanto a um futuro melhor para o continente africano, sobretudo a curto e
médio prazo, e consequentemente, para a União Africana, já que dela fazem parte quase a
totalidade dos países do continente. Vale ressaltar que, apesar de suas limitações tais como a
incapacidade de evitar conflitos entre países africanos, os poucos recursos materiais e até
mesmo o baixo comparecimento das delegações nas cúpulas, a OUA conseguiu atender a
muitas de suas aspirações iniciais. Como exemplo pode-se citar a reforma do Conselho de
Segurança para a participação mais equitativa dos países africanos e o convite feito pela ONU
para a OUA participar de suas actividades. Tão importante quanto essas conquistas é a
mensagem que a OUA transmitiu para o mundo desenvolvido, ou seja, de que não se poderia
mais negligenciar a relevância do continente ou privá-lo de ganhos políticos e económicos.
12

Referencias Bibliográficas

BOAHEN, A. 2010 (ed.). História Geral da África VII: África sob dominação colonial,
1880-1935. 2. Ed. Brasília: UNESCO. p. 657 - 674.

CROWDER, M. A Primeira Guerra Mundial e suas consequências. In:


BOAHEN, A. (ed.). História Geral da África VII: África sob dominação
colonial, 1880-1935. 2. ed. Brasília: UNESCO, 2010. p. 319 – 352

DIALLO, 2005 A. Integração africana: da Organização da Unidade Africana à União


Africana. Espaço Jurídico, Joaçaba, v. 6, n. 1, p. 07 - 20,

NGOENHA, E, Severino, (2002). Condições actuais em Africa

KI-ZERBO, J. 1972 História da África Negra. v. I. Viseu: Publicações EuropaAmérica.


História geral da África, VIII: África desde 1935 / editado por Ali A. Mazrui e
Christophe Wondji. – Brasília : UNESCO, 2010. 1272 p

Você também pode gostar