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Organização de Unidade Africana (OUA)

A Organização de Unidade Africana (OUA), instituição diplomáticainternacional, foi fu


ndada a 25 de maio de 1963, em Addis Abeba, na Etiópia,por trinta chefes de Estado e d
e Governo africanos, e substituída pela UniãoAfricana (criada a 11 de julho de 2000).

OBJECTIVOS
A Organização de Unidade Africana tinha como objetivos principais a defesada indepen
dência dos países africanos colonizados, a luta contra toda e qualquer manifestação de c
olonialismo ou neocolonialismo, a promoção dapaz e da solidariedade entre os países af
ricanos e a defesa dos interessespolíticos, económicos e sociais dos países-
membros e da África em geral.
A OUA tinha as suas raízes no pan-
africanismo, que surgiu, ainda em finais doséculo XIX, como manifestação de solidarie
dade entre intelectuais deorigem africana, espalhados pelo mundo, contra a hegemonia c
ulturalbranca. Mas foi essencialmente a partir da Segunda Guerra Mundial que o pan-
africanismo ganhou força, apresentando-
se como uma ideologia dedefesa dos valores culturais de África e de contestação à ocup
ação e repartição geopolítica do continente efetuadas pelas potências europeias.

Objetivos
Os objetivos da OUA, expressos na sua Constituição eram:

 Promover a unidade e solidariedade entre os Estados africanos;


 Coordenar e intensificar a cooperação entre os Estados africanos, no sentido de atingir
uma vida melhor para os povos de África;
 Defender a soberania, integridade territorial e independência dos Estados africanos;
 Erradicar todas as formas de colonialismo da África;
 Promover a cooperação internacional, respeitando a Carta das Nações Unidas e
a Declaração Universal dos Direitos Humanos;
 Coordenar e harmonizar as políticas dos Estados membros nas esferas política,
diplomática, económica, educacional, cultural, da saúde, bem estar, ciência, técnica e
de defesa.
 Combater para luta pela a liberdade

Ela está organizada em quatro órgãos diferentes, entre eles:

 A Conferência dos Chefes de Estado e de Governo, instância suprema;


 O Conselho de Ministros que prepara e executa as decisões da
Conferência;
 O Secretariado-Geral Administrativo;
 A Comissão de Mediação, de Conciliação e de Arbitragem.
Realizações da OUA[editar | editar código-fonte]
Durante quase 40 anos de existência, a OUA não conseguiu evitar os inúmeros conflitos
que assolaram o continente, nem promover de forma efetiva o seu desenvolvimento. Uma
das razões poderia ser o caráter consensual da organização, que nunca puniu os
responsáveis por esses problemas, ao contrário da Commonwealth ou da ONU, a primeira
por vezes suspendendo das suas actividades governos despóticos, a segunda decretando
sanções sobre políticos ou governos.
No entanto, ao manter esse espírito de consenso e a tradição de uma presidência rotativa,
decidida em cimeiras anuais regulares, a OUA conseguiu manter a imagem de unidade e
de vontade de progresso que lhe granjeou sempre, por parte dos vários blocos
econômicos e políticos, apoio real para a resolução de vários problemas.
Apesar de todos os países de África se terem associado à OUA a seguir à sua
independência (ou a seguir à democratização da África do Sul) subsiste, como questão
não resolvida, o estatuto do Sahara Ocidental, que foi aceito como membro da
organização, o que levou Marrocos a abandoná-la em 1985.
A OUA teve um importante papel na história da descolonização de África, não só como
grupo de pressão junto da comunidade internacional, mas também fornecendo apoio direto
aos movimentos de libertação, através do seu Comité Coordenador da Libertação da
África.
Outro campo em que a OUA teve sucesso foi na luta contra o apartheid, tanto ao nível
da ONU onde foram declaradas sanções contra os governos da África do Sul e
da Rodésia, mas ainda conseguindo que aquele regime fosse internacionalmente
condenado como “crime contra a Humanidade” na Conferência de Teerão de 1968.
Nos primeiros dez anos da sua existência, a OUA viu-se confrontada com uma série de
conflitos sobre a delimitação de fronteiras no norte, leste e centro da África mas, graças
aos seus esforços, estes conflitos foram resolvidos num verdadeiro espírito de unidade,
sem interferência externa.
Na promoção da cultura africana, a OUA organizou em Agosto de 1969, em Argel, o
Primeiro Festival Panafricano da Cultura e, em Outubro de 1970, em Mogadíscio,
na Somália, o Primeiro Workshop de Folclore, Dança e Música Africana.
Nos campos do desenvolvimento económico e social, transportes e telecomunicações, a
OAU promoveu a harmonização das políticas dos seus membros com respeito
à UNCTAD, BIRD, FMI, UNIDO e OIT. Como consequência, as suas pretensões de formas
de comércio mais justas e da plena participação num novo sistema monetário internacional
ganharam mais peso, apesar de não terem ainda sido atingidas. Através da OAU, os
países africanos proclamaram a sua permanente soberania sobre os seus recursos
naturais, tendo levado à modificação da Lei Internacional sobre os recursos da plataforma
continental e águas territoriais. Em Fevereiro de 1972, realizou-se em Nairóbi, no Quénia,
a Primeira Feira de Negócios Pan-africana.

Integração econômica de África[editar | editar código-fonte]


Na primeira e segunda conferências dos países independentes de África, realizadas
em Acra, Gana, em Abril de 1958, e em Addis Ababa, Etiópia, em Junho de 1960, foram
discutidos os problemas económicos desses países e chegou-se a um consenso de que a
fragmentação do continente e a concentração da produção numa pequena gama de
produtos primários de exportação,constituíam grandes obstáculos à diversificação das
actividades económicas e à criação de mercados modernos e internacionalmente
competitivos. Foi, portanto, acordado que os países africanos independentes deviam
promover a cooperação económica entre si.
Duas opções foram discutidas para a implementação da estratégia
de integração económica em África:
 a) a fórmula pan-africana, que advogava a criação imediata duma organização
económica continental (esta fórmula derivou em parte das ideias do líder
ganense Kwame Nkrumah) e
 b) a fórmula sub-regional, que defendia a implementação de acordos de cooperação
entre países vizinhos que, eventualmente, poderia gerar formas de cooperação
geograficamente mais alargadas.
A maioria dos países estava a favor da opção sub-regional e, neste sentido, a Comissão
Econômica da ONU para a África (ECA), propôs a divisão do continente em quatro sub-
regiões: oriental e austral, central, ocidental e o Norte de África.
A proposta da Comissão foi adoptada pela Conferência de Chefes de Estado e de
Governo da OUA, que instou todas as nações africanas independentes a tomarem,
durante a década de 1980, os passos necessários para fortalecer os arranjos económicos
sub-regionais já existentes e, se necessário, estabelecer outros de modo a cobrir todo o
continente e promover a coordenação e harmonização dos diferentes agrupamentos, com
vista ao estabelecimento gradual duma Comunidade Económica Africana no final do
século.
Várias destas organizações foram de facto implementadas, entre as quais:

 o Mercado Comum da África Oriental e Austral (COMESA);


 a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC); e
 a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (Economic Community of
West African States, com a sigla ECOWAS, em inglês ou Comunautée Economique
des États de l’Afrique Ocidentale, com a sigla CDEAO, em francês).

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