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Estrutura da aula:
I - Introdução: por que estudar as "fontes do marxismo"?
V – As “fontes” do marxismo:
1. A filosofia alemã
2. A sociologia francesa
3. A economia política britânica
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Uma abordagem marxista do marxismo
“Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem segundo a sua livre
vontade; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se
defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado” (MARX, 2003, p.15)
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O marxismo como produto da sua época
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O marxismo como fruto de um processo histórico concreto
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Genialidade de Marx: não “criou” suas teorias do nada, mas construiu
uma síntese superior a partir do que havia de mais desenvolvido em
sua época
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A bibliografia a respeito
A doutrina de Marx seria "a legítima sucessora de tudo o que de melhor a
humanidade criou no século XIX: a filosofia alemã, a economia política inglesa e
o socialismo francês" (LENIN, 2001, p.64).
II - Antecedentes históricos da gênese do marxismo (fruto da
transição ao Capitalismo)
1847 – Filia-se com Engels à Liga dos Comunistas (antiga “Liga dos Justos”, que havia
conhecido em 1843). E em 1848, a pedido do 2º Congresso da Liga, redigem o
Manifesto do Partido Comunista.
III – Marx e sua época: apontamentos biográficos (1808-1883) -
continuação
1. A filosofia alemã
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Princípio da totalidade: todos os objetos e fenômenos estão
ligados entre si e condicionam-se reciprocamente;
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Princípio do movimento: tudo foi, é e tenderá a ser. A
afirmação engendra sua negação, mas não é essa que
prevalece, e sim a negação da negação (síntese);
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Princípio da contradição: a transformação das coisas só é
possível porque em seu próprio interior coexistem forças
opostas tendendo simultaneamente à unidade e à oposição
1. A filosofia alemã (continuação)
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“Vantagens” da DIALÉTICA para a teoria social de Marx:
1. Tudo muda;
2. A contradição não é uma anomalia;
3. A história não se faz por evolução linear, mas sofre abalos, retrocessos,
cataclismas e solavancos (esses últimos também chamados de "REVOLUÇÃO")
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Problemas do IDEALISMO:
O materialismo de Feuerbach:
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O velho materialismo (FEUERBACH) nunca se propôs a pensar que causas
estariam por trás e motivariam os atos sociais. Para ele, portanto, o estudo
da história de nada valeria, já que as ações seriam motivadas pela
natureza mais ou menos nobre dos seres humanos. Ao menos a filosofia
da história de Hegel reconhecia que as ações dos seres humanos não eram as
causas últimas dos acontecimentos históricos, mas que por detrás disto havia
outras razões a investigar. O erro, no caso de Hegel, estaria em buscar
essas razões não na própria história, mas sim na ideologia filosófica.
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Tese mais famosa de Marx sobre Feuerbach (1845): “Os filósofos se
limitaram a interpretar o mundo de diferentes maneiras; mas o que importa é
transformá-lo” (XI Tese).
1. A filosofia alemã (continuação)
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A experiência das grandes revoluções burguesas dos séculos XVII e
XVIII, principalmente a Revolução de 1789, levaram ao
desenvolvimento na França de alguns conceitos fundamentais da
sociologia moderna, como o de classes sociais e o de conflito
entre essas classes. Entre esses pensadores, estavam François
Quenais (1694 - 1774), Augustin Thierry (1795 - 1856) e François
Mignet (1796 – 1884).
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Mas tais teorias, forjadas pelo pensamento burguês, sobrepunham
aos conflitos de interesses materiais aqueles dos "valores
espirituais", dos "sistemas de ideias", como se fossem coisas
dissociadas. Assim, só certas elites (intelectuais, culturais, ou até
"étnicas") seriam capazes de levar a efeito as revoluções (afinal, o
problema fundamental da burguesia não era conquistar o poder
econômico – já o possuía –, mas sim o poder político).
2. A sociologia francesa (continuação)
O socialismo utópico:
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A ascensão do Capitalismo logo trouxe à luz o que ele representava em
opressão e exploração aos trabalhadores.
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Surgem assim as "doutrinas socialistas", que tinham um caráter utópico,
e que de certa forma acreditavam na possibilidade de convencer os
"ricos da imoralidade da exploração" (LENIN, 2001, p.68). Ou seja, o
problema passa a ser moral. E a solução, a "educação" e a
“propaganda”.
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Além disso, no geral elas queriam "parar a roda da história". Algumas
achavam que o desenvolvimento da indústria e a criação do proletariado
eram os fenômenos a deter, sem reconhecer os avanços (contraditórios)
do Capitalismo.
2. A sociologia francesa (continuação)
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Esse socialismo, portanto, era incapaz:
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Ou seja: não identificaram a LUTA DE CLASSES como o
motor desta transformação, capaz de "varrer o velho e criar
o novo", como diria LENIN (2001, p.69).
2. A sociologia francesa (continuação)
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Conde de Saint-Simon (1760-1825) – o “industrialismo” ou a
“sociedade dos produtores”;
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Charles Fourier (1772-1837) – os “falanstérios”;
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Etienne Cabet (1788- 1856) – Icária e o “comunismo agrário”.
3. A economia política britânica
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Também conhecida como “Economia Política Clássica”, seus autores
buscaram explicar o sistema econômico e o processo de
desenvolvimento das Nações. Embora nem sempre concordando entre si,
tinham em comum um grande apego às ideias do capitalismo liberal (livre
mercado e liberdade à iniciativa privada). Dentre as obras mais
importantes, destacam-se o Ensaio sobre a Natureza e as Causas da
Riqueza das Nações, de Adam Smith; os Princípios de Economia Política
e de Tributação, de David Ricardo; o Ensaio sobre o Princípio da
População, de Thomas Malthus; e os Princípios de Economia Política, de
John Stuart Mill.
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A teoria do valor-trabalho: Smith (1723-1790) e Ricardo (1772-1823)
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A crítica e a elaboração superior do marxismo: o Capitalismo como um
modo de produção historicamente determinado; a mercadoria; a força de
trabalho; a mais-valia.
3. A economia política britânica
(continuação)
“A riqueza das sociedades em que domina o modo de produção capitalista aparece como uma ‘imensa
coleção de mercadorias’, e a mercadoria individual como sua forma elementar. Nossa investigação
começa, portanto, com a análise da mercadoria”
(Primeiro parágrafo do 1º Capítulo do Livro I de O Capital. Grifo nosso)
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Troca de mercadorias: não é uma relação entre coisas (aparência), mas sim entre homens
(essência). Isso porque os objetos possuem tempo de trabalho cristalizado. Portanto, os
produtores estão neste ato trocando seus trabalhos. Ou seja: trata-se de uma relação social.
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Os assalariados não vendem “trabalho”, mas sim a sua força de trabalho, ou seja, sua
capacidade de produzir valor. Esta é a mercadoria singular existente no Capitalismo, porque
ela é a única capaz de gerar valor adicional.
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Mas os salários pagos não serão definidos pelo valor novo que será produzido, e sim em razão
dos custos de reprodução dessa força de trabalho. Assim, haverá uma quantidade adicional
de valor produzido pelo assalariado – a mais-valia – que não será paga, e será apropriada
pelo Capitalista.
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Desse modo, Marx desnuda e explica, de forma científica, o mecanismo pelo qual o trabalhador
é explorado pelo Capital e a origem dos lucros da burguesia.
VI – A síntese marxista: as partes constitutivas (e
indissociáveis) do marxismo