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KARL MARX
1818 – 1883
BIOGRAFIA
Juventude
Marx foi o terceiro de nove filhos, de uma família de origem judaica de classe
média da cidade de Tréveris, na época no Reino da Prússia. Sua mãe,
Henriette Pressburg, era judia holandesa e seu pai, Herschel Marx, um
advogado e conselheiro de Justiça. Seus irmãos eram Sophie, Hermann,
Henriette, Louise, Emilie- adotada por seus pais), Caroline e Eduard.
Em 1830, Marx iniciou seus estudos no Liceu Friedrich Wilhelm, em Tréveris,
ano em que eclodiram revoluções em diversos países europeus. Ingressou
mais tarde na Universidade de Bonn para estudar Direito, transferindo-se no
ano seguinte para a Universidade de Berlim, onde o filósofo alemão Georg
Wilhelm Friedrich Hegel, cuja obra exerceu grande influência sobre Marx, foi
professor e reitor. Em Berlim, Marx ingressou no Clube dos Doutores. Ali
perdeu interesse pelo Direito e se voltou para a Filosofia. Em 1841, obteve o
título de doutor em Filosofia com uma tese sobre as "Diferenças da filosofia da
natureza em Demócrito e Epicuro". Impedido de seguir uma carreira
acadêmica, tornou-se, em 1842, redator-chefe da Gazeta Renana, um jornal da
província de Colônia; conheceu Friedrich Engels neste mesmo ano, durante
visita deste a redação do jornal.
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Também em 1843, Marx conheceu a Liga dos Justos (que mais tarde tornar-se-
ia Liga dos Comunistas). Em 1844, Friedrich Engels visitou Marx em Paris por
alguns dias. A amizade e o trabalho conjunto entre ambos, que se iniciou nesse
período, só seria interrompido com a morte de Marx. De acordo com Engels, foi
nesse período que Marx aderiu às ideias socialistas.
De Paris, Marx ajudou a editar uma publicação de pequena circulação
chamada Vorwärts!, que contestava o regime político alemão da época. Por
conta disto, Marx foi expulso da França em 1845 a pedido do governo
prussiano. Migrou então para Bruxelas, para onde Engels também viajou. Entre
outros escritos, a dupla redigiu na Bélgica o Manifesto comunista. Em 1848,
Marx foi expulso de Bruxelas pelo governo belga. Junto com Engels, mudou-se
para Colônia, onde fundam o jornal Nova Gazeta Renana. Após ataques às
autoridades locais publicados no jornal, Marx foi expulso de Colônia em 1849.
Até 1848, Marx viveu confortavelmente com a renda oriunda de seus trabalhos,
seu salário e presentes de amigos e aliados, além da herança legada por seu
pai. Entretanto, em 1849 Marx e sua família enfrentaram grave crise financeira;
após superarem dificuldades conseguiram chegar a Paris, mas o governo
francês proibiu-os de fixar residência em seu território. Graças, então, a uma
campanha de arrecadação de donativos promovida por Ferdinand
Lassalle na Alemanha, Marx e família conseguem migrar para Londres, onde
fixaram residência definitiva.
Nos primeiros anos após a morte de Marx, sua teoria obteve crescente
influência intelectual e política sobre os movimentos operários (ao final
do século XIX, o principal locus de debate da teoria era o Partido Social-
Democrata alemão).
Marx foi herdeiro da filosofia alemã, considerado ao lado
de Kant, Nietzsche e Hegel um de seus grandes representantes. Foi um dos
maiores (para muitos, o maior) pensadores de todos os tempos, tendo uma
produção teórica com a extensão e densidade de um Aristóteles, de quem era
um admirador. Marx criticou ferozmente o sistema filosófico idealista de Hegel.
Enquanto que, para Hegel, da realidade se faz filosofia, para Marx a filosofia
precisa incidir sobre a realidade. Para transformar o mundo é necessário
vincular o pensamento à prática revolucionária, união conceitualizada
como práxis: união entre teoria e prática.
A teoria marxista é, substancialmente, uma crítica radical das sociedades
capitalistas. Mas é uma crítica que não se limita a teoria em si. Marx, aliás, se
posiciona contra qualquer separação drástica entre teoria e prática, entre
pensamento e realidade, porque essas dimensões são abstrações mentais
(categorias analíticas) que, no plano concreto, real, integram uma mesma
totalidade complexa.34
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O CAPITAL
A grande obra de Marx é O Capital, na qual trata de fazer uma extensa análise
da sociedade capitalista. É predominantemente um livro de Economia Política,
mas não só. Nesta obra monumental, Marx discorre desde a economia, até
a sociedade, cultura, política e filosofia. É uma obra analítica, sintética, crítica,
descritiva, científica, filosófica, etc. Uma obra de difícil leitura, ainda que suas
categorias não tenham a ambiguidade especulativa própria da obra de Hegel,
possui, no entanto, uma linguagem pouco atraente e nem um pouco fácil.
Dentro da estrutura do pensamento de Marx, só uma obra como O Capital é o
principal conhecimento, tanto para a humanidade em geral, quanto para o
proletariado em particular, já que através de uma análise radical da realidade
que está submetido, só assim poderá se desviar da ideologia dominante ("a
ideologia dominante" é sempre da "classe dominante"), como poderá obter uma
base concreta para sua luta política. Cabe lembrar que O Capital é uma obra
incompleta, tendo sido publicado apenas o primeiro volume com Marx vivo. Os
demais volumes foram organizados por Engels e publicados posteriormente.
Outras obras
A Ideologia Alemã
Manifesto Comunista
Questão Judaica
Crítica ao Programa de Gotha
A Guerra Civil na França
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O método dialético
O movimento é absoluto
A dialética considera que toda separação é relativa
porque, na realidade, tudo se relaciona de uma
forma ou de outra, tudo está em interação
O método dialético
Explica o movimento pela luta dos contrários
Não isola os contrários
Nem os considera sistematicamente incompatíveis
Um não pode existir sem o outro
Todo movimento, toda mudança, toda transformação
são explicáveis pela luta dos contrários
O método dialético
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O termo dialético
As quatro características da
dialética
1. Tudo se relaciona
2. Tudo se transforma
3. A mudança qualitativa
4. A luta dos contrários
Tudo se relaciona
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Tudo se transforma
Lei da transformação universal do
desenvolvimento incessante
A natureza como um estado de
movimentos e mudanças perpétuas
Qualquer coisa nasce e se desenvolve
Qualquer coisa se desagrega e
desaparece
A mudança qualitativa
Num desenvolvimento que passa das
mudanças quantitativas para as mudanças
qualitativas
A mudança qualitativa
“Os marxistas denominam mudança
quantitativa o mero aumento (ou
diminuição) de quantidade. E
denominam mudança qualitativa a
passagem de uma qualidade para
outra, a passagem de um estado
para outro, como a passagem do
estado líquido para o gasoso”
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A luta do contrários
Os fenômenos da natureza supõem
contradições internas
Todos têm um lado negativo e um lado
positivo
Um passado e um futuro
Elementos que desaparecem e elementos
que se desenvolvem
Materialismo histórico
Os marxistas explicam o
desenvolvimento histórico como
resultado da luta de classes
O motor da história e a
contradição
A luta entre classes exploradoras
e classes exploradas
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A sociedade capitalista
Não há capitalismo sem contradição
Burguesia
capitalista (dona
dos meios de
produção)
Proletariado
Forças produtivas
O desenvolvimento das forças produtivas
está condicionando pelo desenvolvimento
dos instrumentos de produção
Constitui a base da “divisão do trabalho”
Relações de produção
A produção é sempre uma produção social
Diversos tipos
Relações de colaboração
Relações de dominação e submissão
Relações de transição de uma forma para
outra
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Relações de produção
“O indivíduo que não possui os bens
materiais necessários à vida é
materialmente, constrangido a
trabalhar para outrem, ele está preso
às relações de submissão”
As propriedades dos
meios de produção
O que determina o caráter das relações
de produção é a propriedade dos
meios de produção
É óbvio que o indivíduo que está
desprovido dos meios de produção só
pode viver sob a condição de quem os
possui
Relações sociais
“As relações sociais estão intimamente
ligadas às forças produtivas. Ao adquirir
novas forças produtivas, os homens
alteram os modos de produção, a
maneira de ganhar a vida e todas as
relações sociais”
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MERCADORIA
Duplo Ponto de Vista
Valor de uso
Valor de troca
O valor de uso
É o seu aspecto de utilidade que preenche
alguma necessidade do homem
Resume todas as suas qualidades
Valor de troca
Se apresenta unicamente como uma relação
quantitativa
Quantidades diferenciadas de trabalho
=
A mercadoria
Valores de usos diferentes
A mercadoria
“Todas as mercadorias são
cristalizações do trabalho gasto para
produzi-las são a materialização do
trabalho social”
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Alienação
Alienar vem do Latim
Alienare, de alienus, que significa “que
pertence a um outro” (outro = alius)
Falta de consciência dos problemas políticos e
sociais
Perde a chave da compreensão da sociedade em
que vive, isto é, dos mecanismos e fatores que
o colocam numa determinada posição na
sociedade e que produzem, inclusive, a sua
própria percepção dessa posição
Alienação do Trabalho
Trabalho forçado, em sacrifício,
mortificação
O operário não se afirma
Não se desenvolve seu corpo e seu
espírito
Marx (1818-1883)
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Materialismo Histórico
Materialismo Histórico
foi a corrente mais
revolucionária do
pensamento social,
tanto no campo
teórico como da ação
política.
Materialismo Histórico
Marx parte do princípio
de que a estrutura de
uma sociedade qualquer
reflete a forma como os
homens organizam a
produção social de bens.
A produção social,
segundo Marx, engloba
dos fatores básicos: as
forças produtivas e as
relações de produção.
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Alienação Política
Politicamente, também o
homem se tornou alienado,
pois o princípio da
representatividade, base
do Liberalismo, criou a idéia
de Estado como um órgão
político imparcial, capaz de
representar toda a
sociedade e dirigi-la pelo
poder delegado pelos
indivíduos. Marx mostrou,
entretanto, que na
sociedade de classe esse
Estado representa apenas
a Classe dominante e age
conforme o interesse
desta.
As Classes Sociais
Marx identificou relações de
exploração da classe dos
proprietários- a burguesia
- sobre a dos
trabalhadores- o
proletariado. Isso porque a
posse dos meios de
produção, sob forma legal
de propriedade privada, faz
com que os trabalhadores, a
fim de assegurar a
sobrevivência, tenham de
vender sua força de trabalho
ao empresário capitalista,
que se apropria do produto
do trabalho de seus
operários.
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A História
A história do homem é,
segundo Marx, a história da
luta de classe, da luta
constante entre interesse
opostos, embora esse
conflito nem sempre se
manifeste socialmente sob
a forma de guerra
declarada. As divergências,
oposições e antagonismo
de classes estão
subjacentes a toda relação
social, nos mais diversos
níveis da sociedade, em
todos os tempos, desde o
surgimento
Segundo Marx, a
Revolução industrial
acelerou o processo
de alienação do
trabalhador dos
meios e dos produtos
de seu trabalho.
O Salário
No capitalismo a força de
trabalho se torna uma
mercadoria, algo útil, que se
pode comprar e vender.
O salário deve corresponder
à quantia que permita ao
operário alimentar-se, vestir-
se,cuidar dos filhos,
recuperar as energias e,
assim, estar de volta ao
serviço no dia
seguinte.(reprodução das
condições de subsistência
do trabalhador e sua
família).
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A mais - valia
Uma coisa é o valor
da força de trabalho,
isto é, o salário, e
outra é quanto esse
trabalho rende ao
capitalista. Esse valor
excedente produzido
pelo operário é o que
Marx chama de mais-
valia.
A mais - valia
Custo de um par de sapatos na jornada de trabalho
de 3 horas
Meios de produção + salário → 120
+ 30 = 150
(100 moedas de matéria prima, mais 20 moedas com o
desgaste dos instrumentos, mais 30 de salário diário
pago a cada trabalhador).
A mais - valia
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A mais - valia
As Relações Políticas
As classes sociais não
apresentam apenas uma
diferente quantidade de
riqueza, mas também
posição, interesse e
consciência diversa.Os
indivíduos de uma
mesma classe social
partilham de uma
situação de classe
comum, que inclui
valores, comportamentos,
regras de convivência e
interesses.
As Relações Políticas
Cada forma assumida
pelo Estado na
sociedade burguesa ,
seja sob forma de
regime liberal,
monárquico
constitucional ou
ditatorial, representam
maneiras diferentes
pelas quais ele se
transforma no
“comitê” para gerir os
negócios comuns da
burguesia. (K. Marx e F
Engels Manifesto do
Partido Comunista)
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