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NOV E M BRO 3 0, 2 0 2 0
Dos 7 Congressos Mundiais da Internacional Comunista, alguns tiveram especialmente o Brasil como uma das
principais pautas. Um brasileiro, em destaque, fez parte do alto escalão do Comitê Executivo dos comunistas
de Moscou.
Esta questão é muito importante porque também está vinculada à história do nosso país. A abrangência da
Internacional alcançou a América do Sul. Alguns eventos do regime militar de 1964 estão relacionados ao
plano do Comintern de espalhar o comunismo pelo mundo.
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20/07/2021 INTERNACIONAL COMUNISTA | Resumo Completo!
Isto se deu após a vitória da Revolução Bolchevique em 1917, com Lênin liderando o Partido Comunista
Russo. Sua sede era em Moscou e ela durou até 1943.
A direção era conduzida pela Pequena Comissão ou Uskaia Komissia, responsável pelas decisões sobre
aspectos políticos e inteligência. Ela também ligava o Comintern ao Partido Comunista da União Soviética
(PCUS).
Embora os Congressos mundiais tenham sido iniciados em 1919, o ponto de partida se deu com Karl Marx.
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Qual a origem da Internacional Comunista?
20/07/2021 INTERNACIONAL COMUNISTA | Resumo Completo!
A origem remonta à Associação Internacional dos Trabalhadores fundada por Karl Marx e Friedrich Engels
em Londres, 1864. A primeira internacional foi em 1876. Engels promoveu a Segunda Internacional em Paris,
1889. Ela reuniu partidos socialistas, social-democratas e trabalhistas.
Com o fim da Primeira Guerra Mundial, os socialistas reformistas e os revolucionários romperam entre si. A
terceira foi criada em 1919 em Petrogrado para romper com os reformistas, considerados traidores pelos
revolucionários.
Objetivo do Comintern
O objetivo da Internacional Comunista era superar o capitalismo, estabelecendo a ditadura do proletariado e
da República Internacional dos Sovietes.
Além disso, queriam a completa abolição das classes e a realização do socialismo. Esta seria apenas uma
etapa para o comunismo, em que haveria a completa abolição do Estado. Para isso, o meio seria a luta
armada para derrubar a burguesia internacional.
O Comintern, em teoria, apresentava-se como um fórum democrático para debates abertos e orientação dos
partidos comunistas. Na prática, porém, todas as diretrizes eram decididas pelo Partido Comunista da União
Soviética (PCUS).
Os russos ainda não tinham condições objetivas para a revolução comunista. Foi necessário criar a
Internacional a fim de conduzir o proletariado a se tornar revolucionário, mesmo sob condições não
revolucionárias.
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Foi uma conspiração transacional para tomar o poder através da violência armada, liderada por um governo
que legou à humanidade a mancha de dezenas de milhões de cadáveres.
A URSS foi responsável por 61.911.000 mortos entre 1917 e 1987. (Never Again: Ending War, Democide &
Famine Through Democratic Freedom – Coral Springs, FL, Lumina Press, 2005). Os revolucionários,
sozinhos, mataram mais do que as duas guerras mundiais somadas, entre civis e combatentes. Tudo isso
para implantar o comunismo.
Sua missão era clara: organizar uma guerra revolucionária internacional. Para ter sucesso, eles precisavam de
partidos bolcheviques puros, ou seja, verdadeiramente comunistas, o mais rápido possível.
Era preciso concentrar os esforços, as táticas e ações dos partidos comunistas de todo o globo, para tomar o
poder em cada país e seguir com a implantação da ditadura do proletariado.
O comunista é convocado a transformar o mundo por meio de uma ideologia social. A tática foi elaborada e o
proletariado internacional convocado a imitar a mesma tática socialista concebida para a Rússia. Assim, a
Revolução Bolchevique foi expandida.
A construção do socialismo na URSS foi definida na Internacional Comunista como fundamental para a
revolução mundial. Os partidos comunistas precisavam ser centralizados, ter disciplina férrea, e seu
organismo central precisava de poderes para exercer uma autoridade inquestionável.
A teoria do socialismo em um único país tornou-se a doutrina oficial da Internacional Comunista. Isto
significava que a revolução mundial deveria estar subordinada às exigências do socialismo praticado na URSS.
Para ajustar isso com os partidos de cada país, foram organizados 7 congressos.
Realizaram-se 7 congressos mundiais anuais a partir de março de 1919. Os cinco primeiros foram realizados
até 1923, com Lênin em vida. Após sua morte, Stálin rompeu com a anualidade. O sexto voltou a ocorrer em
1928 e o sétimo e último em 1935.
Do II ao VI Congresso da Internacional Comunista, seus Estatutos foram sempre modificados para fortalecer
a centralização e os poderes do Comitê Executivo, cujas decisões tinham força de lei. Suas diretrizes eram
consideradas imperativas e deveriam ser aplicadas imediatamente.
Como explica Flavio Morgenstern, escritor e analista político, a Primeira Internacional era teórica e
panfletária. Elaborou jornais que chegaram até mesmo ao Brasil, como ainda veremos.
Seus comentários completos sobre a Internacional, sobre as guerras e particularmente sobre a Ditadura
Militar e a infiltração socialista no Brasil, podem ser acessados na área de Membros da Brasil Paralelo.
Moscou, de 19 de julho a 7 de agosto de 1920. O número de participantes deu um salto considerável. Desta
vez, havia 210 representantes, entre russos e representantes de 41 outros países. Foram estabelecidas as 21
condições de adesão por causa do grande número de social-democratas solicitando a entrada no Congresso.
Neste, já se pensava em forçar a luta de classes. A ideia de Marx já existia e era o motor da história, pondo
sempre os oprimidos contra os opressores. Na Revolução Industrial, com a teoria da Mais Valia, surge
também a ideia de exploração.
Na II Internacional pensaram que “se a luta de classes não existe”, ela deveria ser forçada. Se ela não ocorrer
naturalmente, deveriam começar a falar da existência de classes sociais.
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As 21 condições
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Pensava-se que a revolução mundial comunista era uma marcha irreversível, e eram necessárias medidas
rígidas para assegurar que o partido fosse puro.
Por esta razão, surgiram as 21 condições, sectaristas e burocráticas, cujo objetivo era impedir que partidos
que não se tornaram verdadeiramente comunistas aderissem à Internacional.
O critério de pureza era justamente aceitar as 21 condições, que resumem a concepção de partido comunista.
Isto era necessário para que os cargos na imprensa, grupos no parlamento, sindicatos, prefeituras e
cooperativas fossem ocupados apenas por comunistas aprovados.
1. Toda propaganda e agitação cotidiana deve ter caráter efetivamente comunista e dirigida por comunistas;
2. Toda organização desejosa de aderir à IC deve afastar de suas posições os dirigentes comprometidos com
o reformismo;
3. Em quase todos os países da Europa e da América, a luta de classes se mantém no período de guerra
civil. Os comunistas não podem, sob estas condições, fiar-se na legalidade burguesa. É de seu dever criar,
em todo lugar, paralelamente à organização legal, um organismo clandestino;
4. O dever de propagar as ideias comunistas implica a necessidade absoluta de conduzir uma propaganda e
agitação sistemática e perseverante entre as tropas;
5. Uma agitação racional e sistemática no campo é necessária;
6. Todo partido desejoso de pertencer à IC tem por dever não só denunciar o social-patriotismo, mas
também seu social-pacifismo, hipócrita e falso;
7. Todos os partidos desejosos de pertencer à IC devem romper completamente com o reformismo e a
política de centro. A IC exige, imperativamente e sem discussão, esta ruptura, que deve ser feita o mais
breve possível;
8. Nas colônias, os partidos devem ter uma linha de conduta particularmente clara e nítida;
9. Todo partido desejoso de pertencer à IC deve realizar propaganda perseverante e sistemática nos
sindicatos, cooperativas e outras organizações das massas operárias;
10. Todo partido pertencente à IC tem o dever de combater com energia e tenacidade a Internacional do
Sindicatos Amarelos de Amsterdã;
11. Todos os partidos desejosos de pertencer à IC devem rever a composição de suas frações parlamentares;
12. Os partidos pertencentes à IC devem ser construídos com base no princípio do centralismo
democrático;
13. Os partidos comunistas, onde são legais, devem ser depurados periodicamente para afastar os elementos
pequeno-burgueses;
14. Os partidos desejosos de entrar na IC devem sustentar, sem reservas, todas as repúblicas soviéticas em
suas lutas com a contrarrevolução;
15. Os partidos que ainda conservam os antigos programas social-democratas têm o dever de revisá-los e,
sem demora, elaborar um novo programa comunista adaptado às condições especiais de seu país e no
espírito da IC;
16. Todas as decisões do Congresso da IC e de seu Comitê Executivo são obrigatórias para todos os partidos
filiados à IC;
17. Todos os partidos que aderirem à IC devem modificar seu nome e intitular-se “Partido Comunista”. A
mudança não é uma simples formalidade, mas sim de uma importância política considerável, para
distingui-los dos partidos social-democratas ou socialistas, que venderam a bandeira da classe operária;
18. Todos os órgãos dirigentes e da imprensa do partido são importados do Comitê Executivo da IC;
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19. Todos os partidos pertencentes à IC são obrigados a se reunir, quatro meses após o II Congresso da IC,
para opinar sobre estas 21 condições;
20. Os partidos que quiserem aderir, mas que não mudaram radicalmente a sua antiga tática, devem
preliminarmente cuidar para que 2/3 dos membros de seu comitê central e instituições centrais sejam
compostos por camaradas que, antes do II Congresso, tenham se pronunciado a favor da adesão do
partido à IC;
21. Os aderentes partidários que rejeitam as condições e as teses da IC devem ser excluídos do partido. O
mesmo deve ser feito com os delegados ao Congresso Extraordinário (Edgard Carone. “A Segunda
Internacional”).
Este último foi um ideólogo comunista italiano que inaugurou o Marxismo Cultural. Sua proposta era infiltrar
o comunismo em países não de forma armada, mas pela cultura, pelo controle da mídia e da educação.
Disso surgiu o Secretariado para a América do Sul. Sua sede era em Buenos Aires e seu principal órgão era
chamado de “Escritório de Propaganda do Comintern para a América do Sul”. Seu chefe era o fundador e
secretário geral do Partido Comunista Brasileiro (PCB), Abílio de Nequete.
No VI Congresso, 7 membros latino-americanos foram eleitos para compor o Comitê Executivo, devido ao
sucesso do Secretariado para a América do Sul. Assim, percebemos o quanto era importante sua ação para
Moscou.
O partido modelo da Internacional Comunista era o alemão. Era o maior e melhor organizado. Somavam-se
360 mil membros e 6 milhões de leitores. Era maior do que o Partido Nazista.
Mas, em janeiro de 1933, o Marechal Paul Ludwig Von Hindenburg, presidente da República de Weimar,
entregou o poder aos nazistas. Com isso, Hitler dissolveu o Partido Comunista, confiscou seus bens, ocupou
suas sedes e expulsou 100 deputados comunistas do Parlamento. Além disso, estava encarcerando seus
membros em grande número.
Não houve resistência das massas e o partido exemplar da Internacional Comunista perdeu toda sua
representatividade histórica. A Alemanha representava a nação mais próxima de estabelecer uma revolução e
romper com o sistema capitalista e isso não aconteceu.
“A luta de classes em cada país e a luta de libertação nacional dos povos oprimidos pelo
imperialismo continuam sendo fatores importantes da revolução mundial, mas o fator essencial é
a construção do socialismo na URSS. Daí, que a ditadura do proletariado na URSS detenha a
hegemonia do movimento revolucionário mundial”.
O VI Congresso aumentou o aparato burocrático do Comitê Executivo e lhe concedeu o direito de enviar
“representantes” e “instrutores” para as seções nacionais.
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VII Congresso Mundial da Internacional Comunista
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Moscou, agosto de 1935. Foi o último Congresso antes da dissolução da Internacional. Naquela época, o
Secretário-Geral do CEIC era Georgi Dimitrov, que teve a ideia de criar a Aliança Nacional Libertadora
(ANL) dentro da estratégia das “frentes populares”. Eram organizações de massa que, teoricamente, tinham
um caráter antifascista.
Neste VII Congresso, a Internacional Comunista optou pela construção de frentes populares para unir
comunistas e social-democratas contra o fascismo.
Seu papel essencial era o de movimentar a dinâmica histórica, ou seja, fazer as massas entenderem que a
única salvação que tinham estava no poder soviético. Mesmo sem saber para onde estavam indo, precisavam
ser convencidas de que deveriam seguir o Partido Comunista.
Todos deveriam preservar a “unidade de ferro” da revolução, colocando o Partido acima de tudo. A lei
suprema do bolchevismo era defender a unidade bolchevique.
Os fundos com que o Comintern financiava os partidos comunistas ao redor do globo vinham do Estado
soviético. Luiz Carlos Prestes era um assalariado do Comintern, tendo recebido 1.717 dólares entre abril e
setembro de 1935.
Em 1990, o último ano de ativo funcionamento do PCUS, esta ajuda fraternal ao Partido Comunista Brasileiro
(PCB) foi de 400.000 dólares, conforme divulgado pelo Tribunal Constitucional russo que, em 1992, julgou os
crimes do PCUS ( jornal Konsomolskaya Pravda, Moscou, 8 de abril de 1992). Isto é o que nos relata o
jornalista Carlos Azambuja.
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Havia um delegado brasileiro do PCB no IV Congresso Mundial da IC: Antônio Bernardo Canellas.
Foi ele quem propôs a criação de um órgão para tratar especificamente da revolução na América Latina.
Gramsci foi um dos entusiastas da ideia e assim surgiu o Secretariado Latino do Comintern, submetido à
autoridade do Comitê Executivo da Internacional Comunista (CEIC).
Quando retornou ao Brasil em 1934, veio acompanhado de dois importantes agentes da Internacional
Comunista:
Olga Benário, que também usava os nomes de Frida Leuschner, Ana Baum de Revidor, Olga Sinek, Olga
Bergner Vilar e Zarkovich. Ela pertencia ao IV Departamento do Estado-Maior do Exército Vermelho.
Arthur Ernest Ewert, que também usava os nomes de Albert, Castro e Harry Berger. Ele era oficial da
NKVD (serviço secreto que precedeu a KGB).
Prestes liderou a Intentona Comunista no Brasil, também conhecida como Revolução Vermelha de 1935, em
uma tentativa de golpe contra o Presidente Getúlio Vargas. Ele o fez por meio da Aliança Nacional
Libertadora, cuja matriz era socialista.
Sua missão seria uma revolução armada no Brasil para implantar a ditadura do proletariado de acordo com as
prescrições de Moscou.
Por isso, ele organizou discursos nacionalistas e anti-varguistas. A isso foram acrescentadas bandeiras para
enganar o povo brasileiro, como a reforma agrária e a abolição da dívida externa. Neste VII Congresso
Prestes foi eleito membro efetivo do CEIC.
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Embora lhes faltasse uma organização internacional, os diferentes partidos comunistas seguiam as diretrizes
do Partido Comunista da União Soviética, com o qual mantinham encontros periódicos.
Mesmo que a doutrina comunista tenha falido, o discurso sectário e doutrinante permanece.
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3 comentários
JANEIRO 20, 2021 AT 12:47 AM
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Ironildo Rodrigues
Excelente e, sobretudo, bastante esclarecedor todo o trabalho da Brasil Paralelo. É a História
contada sem filtros ou vieses ideológicos, os fatos como realmente ocorreram, e não
narrativas deturpadas. Infelizmente, eu não tenho ainda condições de me tornar um membro,
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pela precariedade financeira em que me encontro, mas fica aqui meus elogios e minha
gratidão a todos vocês que fazem a BP por este importante material, disponibilizado
gratuitamente. Fico imaginando a riqueza do conteúdo reservado aos membros assinantes.
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