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Escola Superior de Relações Internacionais

Mestrado em Relações Internacionais e Desenvolvimento

Direito Internacional Público

TEMA:
NACIONALISMO AFRICANO E DEFESA DA PAZ

Mestrandos:
Morílio Nério Urgente

Docente:
Prof. Dr. António Caetano Lourenço

Maputo, Outubro de 2022


ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1

2. NACIONALISMO AFRICANO .............................................................................. 2

2.1. História do Nacionalismo Africano ................................................................... 2

2.2. Nacionalismo Africano no Período Pós-independência .................................... 4

2.3. O papel da OUA no Nacionalismo e nas Independências Africanas ................. 4

3. A DEFESA DA PAZ EM ÁFRICA .......................................................................... 5

3.1. O Papel da Organização da Unidade Africanae da União Africana na Defesa da


Paz 6

3.1.1. O Papel da Conselho de Paz e Segurança da UA na Defesa da Paz......... 11

3.2. Factores Condicionantes a Paz e Segurança em África ................................... 13

4. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 15

REFERENCIAS ............................................................................................................. 16
1. INTRODUÇÃO

O nacionalismo africano é um fenómeno que surge na diáspora por intelectuais de


origens africanas, esse fenómeno manifesta-se a partir de movimentos que
apresentavam um descontentamento sobre o colonialismo em África, porem, nessa
primeira fase esses movimentos não tiveram sucesso. Entretanto, com o fim da segunda
guerra mundial surge uma onda de independências, concretamente na década de 1960,
mais conhecida com o ano da libertação da africa. O direito internacional teve um
grande contributo para a fase das independências.

Tal como pode se acompanhar nos dispostos de Andrade (S/D: 140) que em 1962, a
Assembleia Geral das Nações Unidas instaurou o Comité Especial sobre a
Descolonização, com a finalidade de fazer valer a Declaração sobre a Concessão da
Independência aos Países e Povos Coloniais (ou simplesmente Declaração sobre a
Descolonização), proferida através daresolução nº1514 de dezembro de 1960.
Entretanto, é nesse contexto que o nacionalismo africano ganha um grande marco, que é
o apoio da ONU sobre a concessão das independências aos países colonizados.
Portanto, o período pós-independências é caracterizado por conflitos entre países
africanos assim como conflitos internos dos mesmos, dai que apos as independências,
os países africanos preocupam com a paz na região e por conseguinte várias iniciativas
são levadas a cabo no âmbito da OUA assim como a UA com o objectivo de promover
relações pacificas entre os países da região.

O trabalho pretende, através dos métodos histórico e comparativo compreender o


processo evolutivo do nacionalismo africano, estudando a origem do pan-africanismo e
objectivos nacionalismo. Através desses métodos, procura se compreender também a
defesa da paz em africa, estudando as iniciativas de defesa da paz das organizações
mães de africa (Organização da Unidade Africana e a União Africana).

1
2. NACIONALISMO AFRICANO
2.1. História do Nacionalismo Africano

Para abordar sobre a história do nacionalismo africano é imperioso que discuta se sobre
a ideia de nação. Não existe consenso no que se refere a este conceito no seio da
academia ou literatura, ou seja, existem vários conceitos de nação, contudo, é
importante notar que o conceito de nação é meramente político. De acordo com Sousa Jr
(2013: 13), O principal significado de nação é o político e este está associado à ideia de
“povo”, a “nossa terra comum”, o “público”, o “bem-estar público”. Pode assim referir-
se que se trata afinal de um “corpo de cidadãos cuja soberania colectiva constituí um
Estado”. Entretanto, no contexto africano a nação pode ser entendida como uma luta ou
engajamento por parte de um corpo de cidadãos africanos com o objectivo de constituir
uma soberania coletiva sobre um Estado.

Abordando concretamente sobre o nacionalismo africano, Sousa Jr (2013: 14) refere


que, no período colonial uma das questões que se levantava para muitos nativos era a
dalegitimidade que o Estado soberano tinha para representar o poder. Este Estado, no
exercício da sua autoridade sobre a maioria da população, detinha o poder que era
conferido pela lei que ele mesmo emanava. Desta forma, sendo este poder “estrangeiro”
exercido sobre uma parte significativa da população indígena e havendo por parte desta
população a memória de sofrimento, colocava-se a questão da aspiração de liberdade e
nacionalismo. Dai que grandes líderes como Amílcar Cabral tomaram partida com
movimentos nacionalistas sobre o colonialismo na Africa, tal como deixa entender
Neves (S/D: 10) que Cabral mobilizou-se politicamente em torno de uma movimentação
nacionalista, assim como anticolonial.

Ademais, importa referir que movimentos do nacionalismo africano tem suas origens no
período depois da primeira guerra mundial, concretamente nos anos de 1920, na
diáspora por parte de um grupo de intelectuais negros. Segundo Sousa Jr (2013: 15) a
mudança da ordem mundial, em particular no período entre as duas Guerras, foi vital
para que fossem criadas as condições internacionais necessárias ao surgimento e
disseminação de ideias nacionalistas em África. Estas ideias foram essencialmente
geradas fora de África e disseminadas sobretudo nos anos 20 por grupos de intelectuais
descendentes de africanos que se encontravam a viver nos Estados Unidos da América,
Caraíbas e nas grandes capitais europeias.

2
Entretanto, os movimentos nacionalistas africanos resultaram na criação de uma
ideologia africana denominada Pan-africanismo. Segundo Sousa Jr (2013: 14), O Pan-
Africanismo assumiu-se como a principal ideologia política que defendia alibertação do
poder colonial por parte dos africanos. Esta ideologia teve em William Edward
Burghardt Du Bois1 o seu principal teórico e impulsionador. O Pan-africanismo fazia
apelo à consciência dos africanos para que despertassem dadominação colonial que era
exercida pelo Ocidente. Na sua intervenção política e nacionalista Du Bois reclamava a
dignidade africana. Ou seja, pretendia reivindicar para os povos afro-americanos o livre
acesso à participação na sociedade em situação de igualdade e não subjugação ou
inferioridade racial, como por exemplo, ele defendeu o despertar de consciências para o
encontro de povos e para o contributo do homem negro com toda a sua história e cultura
no avanço da humanidade.

Ademais, argumentando sobre os Movimentos nacionalistas nas colonias portugueses,


denota-se que de acordo com Oliveira (2019: 9), em 1961, reuniu-se a I Conferência das
Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas, em Casablanca, no Marrocos,
reunindo o MPLA, o PAIGC, o UDENAMO e representantes de Goa, dissolvendo a
FRAIN. Andrade tornou-se oprimeiro presidente da CONCP, participando da
elaboração da resolução geral da CONCP, propondo as seguintes teses no capítulo sobre
a Unidade:

“Proclama a Unidade de Ação das Organizações Nacionalistas na Luta por todos os


meios da liquidação imediata do colonialismo português e da liberação de qualquer
forma de opressão; confirma as declarações e resoluções aprovadas pelas
Conferências dos Povos Africanos e da Solidariedade Afro-Asiática” (CONCP2,
1961: 33, citado por Oliveira, 2019: 13).

Entretanto, a II Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesasse reuniu


entre 3 e 8 de Outubro de 1965 na cidade de Dar-Es-Salam. Cabral fez um discurso intitulado
“A unidade política e moral - força principal da nossa luta comum”, representando a delegação
do PAIGC (Oliveira, 2019: 9).

1
Du Bois nasceu no estado norte-americano do Massachusetts, descente do continente africano, teveuma
vida prestigiada vida académica. Foi sociólogo, historiador e o iniciador do Congresso Pan-africanode
Paris, em 1919 (Benot, 1981 (Vol I): 195).
2
ConférenceDesOrganisationsNationalistesDesColoniesPortugaises. Lisboa: Fundação Mário Soares,
1961. Disponível em: <http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=04357.009.001#!1>. Acesso em: 25
Abril 2019.

3
2.2. Nacionalismo Africano no Período Pós-independência

Apesar de toda a ajuda soviética aos movimentos de libertação e ao processo de


construção dos novos Estados africanos, o fim da guerra fria e do socialismo real, com a
queda do Muro de Berlim, em 1989, e o desmoronamento da URSS, em 1991, bem
como o triunfo do neoliberalismo, levariam novamente as nações africanas à quase
completa subordinação econômica aos países capitalistas centrais.Com efeito,
imediatamente após a independência, diversas formas de pilhagempermaneceram, ainda
que de maneira mais difusa, por meio do chamado neocolonialismo. Aliás, um dos
primeiros a denunciar o fenômeno foi o líder ganense, KwameNkrumah, para quem “a
essência do neocolonialismo é que um Estado que é teoricamente independente e dotado
de todos os atributos da soberania tem, na realidade, sua política dirigida do exterior”
(Mendonça, 2019: 134-135). Entretanto, está visível aqui, que mesmo com a
independência dos países africanos o colonialismo sofreu mutação para o
neocolonialismo, dai a necessidade de o nacionalismo africano continuar a operar sob
outras formas.

Para melhor compreender o nacionalismo africano no período pós-independência, torna-


se deveras importante trazer uma nova definição do nacionalismo. Segundo Carvalhais
(2019: 11-12), Kedourie descreve o nacionalismo como um estilo ideológico de política.
Ao fazê-lo, pretendo diferenciá-lo da política constitucional. Em política constitucional,
o objetivo é atender às preocupações comuns de uma sociedade em particular para a
salvaguardar contra inimigos externos, mediar divergências e conflitos entre vários
grupos através de instituições políticas, legislação, e administração da justiça, e fazer
valer a lei acima e para além de interesses seccionais, embora importantes e poderosos.
Política ideológica é muito diferente. A preocupação está em construir um estado de
espírito na sociedade e no Estado, em que toda a gente, como se costuma dizer nas
histórias antigas, viverá feliz para sempre.

2.3. O papel da OUA no Nacionalismo e nas Independências Africanas

Em Maio de 1962, representantes dos países africanos independentes e de outros ainda


sob domínio colonial reúnem-se na Conferência da Cúpula dos Estados Africanos
Independentes, realizada em Adis-Abeba capital da Etiópia, como objectivo coordenar e
intensificar esforços para acelerar as independências dos territórios africanos ainda sob
domínio da colonização europeia, reafirmando o dever de todos os Estados africanos
4
independentes em apoiar a liberdade e a independência dos povos ainda sob domínio
estrangeiro (Langa, 2020: 212). Portanto, o surgimento da OUA cria unanimidade no
concernente o nacionalismo africano, onde a missão dos líderes envolvidos era de
libertar a África de todas as formas de domínio colonial.

Ademais, foi nessa conferência que se proclamou a data de 25 de Maio como dia de
libertação de África, marcando o reconhecimento da legitimidade da OUA. Outrossim,
nessa conferência foi criada e aprovada a Carta da Organização da Unidade Africana
(OUA), a primeira instituição representativa do continente com objetivos de unir,
fortalecer e defender a soberania dos países africanos, bem como erradicar todas as
formas de colonialismo (Langa, 2020: 212). A Organização da Unida Africana trazia
consigo um cuno nacionalista, mas não só vista em assuntos da descolonização, também
em assuntos económicos e políticos numa fase em que o continente tinha que procurar
se inserir na sociedade internacional. Cardoso e Oliveira (2018:337) refere que os países
africanos independentes criaram a Organização da Unidade Africana (OUA), baseada
em ideais pan-africanistas de criar uma estrutura forte unificada para combater o jugo
colonial e o racismo, e para promover o desenvolvimento econômico e a estabilização
política dos Estados membros.

De modo geral, o nacionalismo africano influenciou o surgimento do movimento do


Pan-africanismo, e este influenciou na criação da Organização da Unidade Africana, tal
como afirma Diallo (2005: 8) que na sua inclinação continental, o pan-africanismo
concretizou-se pela criação da Organização daUnidade Africana (OUA) em 1963.
Assim como na criação da OUA, os Estados africanos comprometem-se com a defesa
da Paz no continente. Vicentini (2008: 124) que apesar das divergências existentes na
Conferência de Addis Abeba, em 1963, foi criada a Organização da Unidade Africana
(OUA), com comissões para arbitragem de conflitos e comité de libertação para os
territórios ainda submetidos. Portanto, sobre a questão da defesa da paz em África a
secção seguinte faz uma discussão mais aprofunda sobre o assunto.

3. A DEFESA DA PAZ EM ÁFRICA

Procedendo o desmantelamento dos impérios coloniais, é um facto que, na sequência


das independências políticas e até hoje, num espaço de quase meio século, a maior parte
dos países africanos tem conhecido, ao longo do tempo, em particular no período pós
Guerra Fria, situações dolorosas mais ou menos prolongadas, recorrentes, de tensão e

5
turbulência política e social, caracterizados por movimentos de contestação popular,
golpes militares, guerras civis, rebeliões de grupos mais ou menos organizados que ora
estabilizam ora desencadeiam hostilidades no âmbito da luta de guerrilha, por vezes
culminando em massacres e confrontos de grande violência (Medeiros, 2010: 182).

O período Pós-independência da Africa é caracterizado por um ambiente de conflitos


internos, maioritariamente caracterizadas por diferenças étnicas e luta pelo poder.
Segundo Machado (S/D: 12), a segunda metade do século XX viu formarem-se as novas
nações africanas, libertas finalmente das tutelas coloniais, e quando poderia pensar-se
na paz assente em pressupostos mais consentâneos com a realidade sociológica, cobriria
por fim, de maneira durável o continente, portanto, assistimos pelo contrário, a um
recrudescer das situações de instabilidade, de conflito aberto, de guerrilha ou mesmo de
guerra. Entretanto, surge um novo desafio para a Organização da Unidade Africana que
tem por objectivo tornar a África numa região pacífica de países independentes e
politicamente coesos em termos ideológicos (pan-africanismo). Contudo, torna-se
importante compreender a atuação da Organização da Unidade Africana e da União
Africana na defesa da Paz.

3.1. O Papel da Organização da Unidade Africanae da União Africana na


Defesa da Paz

De acordo com Cardoso e Oliveira (2018: 337), o período que se seguiu às primeiras
independências africanas foi marcado pela eclosão de intensas disputas por poder e
recursos em diversos países recém-independentes. Essas disputas fizeram com que
alguns desses novos Estados passassem a vivenciar sangrentos conflitos, que tiveram
significativas consequências internas e claras implicações regionais e continentais.
Entretanto, esta evidente a importância da OUA para a defesa da paz em África.

Ademais, para Merrils (2005: 284) na ocasião da criação da OUA, já se pautava no


interesse para o incentivo e coordenação das actividades dos seus Estados-membros,
incluindo-se nesse processo a resolução pacífica dos conflitos em África, bem como a
defesa contra agressões externas. A importância atribuída por essa organização regional
refere-se à sua ênfase no aspecto moral mais do que nas obrigações jurídicas e no
respeito à soberania dos Estados-membros. Entretanto, esses compromissos da OUA em
termos normativos encontram-se nos seguintes artigos da Carta da OUA:

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Artigo 3: alínea F) Promover a paz, a segurança e a estabilidade no continente;
no Artigo 4: alínea e) Resolução pacifica dos conflitos entre membros da união
através dos meios apropriados que sejam decididos pela conferência da união;
alínea f) Proibição do uso da força ou da ameaça do uso da força entre os
Estados membros da união; alínea g) não ingerência de qualquer de qualquer
Estado membro união nos assuntos internos de outro; alínea h) Direito da União
intervir num Estado membro em conformidade com uma decisão da conferência
em situações graves, nomeadamente, crises de guerra, genocídio e crimes contra
a humanidade; alínea i) Coexistência pacífica dos Estados membros da União e
seu direito de viver em paz e segurança; alínea j) Direito dos Estados membros
de pedirem a intervenção da união, com vista à restauração da paz e segurança.

Portanto, vê-se aqui uma organização africana comprometida com paz da região,
preocupada com a resolução de conflitos por meios pacíficos e o respeito à soberania
entre os Estados membros. Porem, essa organização não foi eficaz no que se refere a
resolução de conflitos, devido ao seu princípio da não interferência em assuntos internos
dos Estados, tal como afirma Silva (2013: 50) que entre os anos de 1999 a 2002, quando
oficialmente, propuseram a dissolução da OUA, em 1999, devido à sua pouca
funcionalidade nas resoluções dos problemas dos países membros da região. Problemas
como a paz, a segurança e o desenvolvimento económico tão almejados pelas
populações, sendo efectivada a atualização da organização internacional de Estados
africanos passando de OUA para UA, em Durban, no ano de 2002.

O caso das disputas transfronteiriças entre a Líbia e o Chade pode ser tomado em conta
como um exemplo prático da pouca funcionalidade na resolução de problemas entre os
países membros da OUA. Como por exemplo, “a cooperação entre Muammar Gaddafi e
Gukuni era imensa, mas há uma reviravolta nesta parceria tão intensa. Dois
comandantes militares chadienses foram enviados à Líbia e foram mortos por
dissidentes. Era um recado claro: não abandone o acordo com a Líbia. Com uma
insatisfação crescente com Gaddafi, o presidente Gukuni decide se virar contra os líbios.
As forças da Líbia saem da capital N’djamena em Novembro de 1981, substituídas
pelas Forças Intra-Africanas da Organização da Unidade Africana (OUA). Agora
avançamos para o ano de 1986. A Líbia ainda ocupa a Faixa de Aouzou, e faz uma
investida cruzando a RedLine, delimitação terrestre feita pela França para conter o

7
avanço tanto do Chade quanto da Líbia em território alheio. Porém, mesmo com uma
superioridade militar, a Líbia perde o conflito”3.

Não só, tem-se também como exemplo do fracasso da OUA na defesa da paz o caso das
disputas transfronteiriças entre a Etiópia e Eritreia. Segundo Aquino (2020: 4), em
Fevereiro do ano de 1999 a Etiópia reocupou a área de Badme ao romper as linhas
defensivas das tropas eritreias. Em resposta, a Eritreia armou uma ofensiva contra
Tsorona-Zalambessa. As tentativas de desenvolvimento de um plano de paz apresentado
pela Organização da Unidade Africana (OUA) foram falhas e apesar da “Operação Pôr-
do-sol” ter demonstrado um retorno ao status quo e uma hegemonia militar etíope,
ocorreram diversas batalhas terrestres, lutas aéreas e perdas humanas.

Entretanto, em 1986 e 1999 mesmo com a actuação da OUA nos dois casos de conflitos
transfronteiriços, a defesa da paz não foi eficiente, ou seja, o conflito voltou a tomar
lugar.

Ademais, os Estados africanos apercebendo se das limitações da OUA, iniciam com a


reconfiguração da OUA na década de 1990 e terminam no ano de 2001. Segundo
Döpcke (2002: 2), o caminho da OUA para UA começou no início da década de 1990,
mas os passos concretos da criação do novo órgão se iniciam somente a parir de 1999.
A cúpula de 2000 em Lomé, Togo, aprovou o ato constitutivo
(ConstitutiveActofTheAfricanUnion) e, em mais uma reunião extraordinária em Sirte,
em Março de 2001, foi formalmente decidida a criaçãoda UA.

No concernente a UA na defesa da paz, importa referir que a União Africana nasceu


jurídica e politicamente em 26 de Maio de 2002, quando entrou em vigor seu Ato
Constitutivo. A União Africana foi instituída solenemente em Durban (África do Sul) e
visa acelerar o processo de integração, um pouco no modelo da União Europeia (UE). A
dissolução da Organização da Unidade Africana e sua sucessão pela União Africana
significaram uma ruptura com o que podia ser considerado como um clube de Chefes de
Estado, no qual o papel do Secretário-Geral estava reduzido ao papel de chefe de
protocolo (Diallo, 2005: 13-14).

Ademais, as nobres ideias que guiaram os fundadores da OUA e o Pan-africanismo, que


foi descrito como uma determinação para promover a unidade, solidariedade, coesão e
cooperação entre os povos da África e os estados africanos, foram reiteradas no Acto
3
https://www.doisniveis.com/africa/norte-africano/a-guerra-do-deserto-a-libia-e-o-conflito-com-o-chade/

8
Constitutivo de 2001 como aspirações da UA. As aspirações recém-introduzidas
incluem a determinação de buscar o desenvolvimento socioeconômico para enfrentar
mais efetivamente os desafios colocados pela globalização, construindo parceria entre
governos e sociedade civil, prevenção de conflitos como pré-requisito para a
implementação da agenda de desenvolvimento e integração, a determinação de proteger
os direitos humanos e dos povos e a necessidade de consolidar as instituições
democráticas e a cultura foram destacadas como aspirações centrais (Yihdego, 2011:
576).

No concernente aos conflitos, denota-se que a UA carrega consigo a responsabilidade


de eliminar todas as formas. Tal como pode se perceber nos dispostos da AFRICAN
UNION (2017: 15) que a UA desenvolveu estruturas relevantes para a prevenção de
conflitos, estabelecimento da paz, estabilidade e segurança no continente. Na sua
Declaração Solene sobre o 50º aniversário da OUA/UA, os Chefes de Estado e de
Governo sublinharam a sua determinação para alcançar o objectivo de uma África livre
de conflitos, guerras civis, genocídios, crises humanitárias e violações dos direitos
humanos. Isto será conseguido através de iniciativas como “Silenciar as Armas até
2020” e salvaguardadas pela Arquitetura Africana de Paz e Segurança (APSA). A
importância e os princípios para abordar e resolver conflitos de fronteiras são reflectidos
em numerosas políticas e instrumentos jurídicos adoptados pela OUA e UA. Portanto,
esta patente que a UA também leva em conta a questão da paz na região, criando
iniciativas que tomam em conta essa questão em específico.

A questão fronteiriça tem constituído um desafio para UA no que se refere a defesa da


paz na região africana. A UA para resolver conflitos fronteiriços estabelece um
objectivo (e seus respectivos objectivos estratégicos) estratégico que foi projectado com
o objectivo de promover mais cooperação nas questões fronteiriças entre os Estados
membros. Trata-se do seguinte objectivo estratégico (AFRICAN UNION, 2017: 28-30-
32-33):

Objectivo estratégico 4:

➢ Equilibrar a circulação fácil e legal de pessoas e bens ao longo das fronteiras e a


prevenção de actividades ilegais e insegurança através de disposições comuns
eficazes e eficientes.

Objectivos específicos do objectivo estratégico 4:

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➢ Objectivo 4A: Melhorar a cooperação Intra serviços nos organismos de
fronteiras;
➢ Objectivo 4B: Melhorar a cooperação inter-serviços entre os organismos de
fronteiras;
➢ Objectivo 4C: Reforçar a cooperação bilateral e internacional entre os agentes
das fronteiras;
➢ Objectivo 4D: Reforçar a cooperação com o sector privado e as comunidades de
fronteiras.

Portanto, sobre a defesa da paz em África, considerando as questões transfronteiriças,


que por sua vez, são as que tem suscitado mais conflitos entre os países africanos.
Deixando de lado os conflitos transfronteiriços entre Líbia e Chade, entre Etiópia e
Eritreia que comprovam por um lado a pouca atuação da OUA na defesa da paz, por
outro, o desafio que a UA tem na defesa da paz. Existe uma situação de sucesso sobre a
defesa da em África, que partiu de uma situação de conflito transfronteiriço para uma
cooperação transfronteiriça, tal como pode se constatar nos dispostos de Belo (2021:
22), que de forma a utilizar os recursos da bacia hidrográfica do Nilo com maior
eficácia, foi necessário formar uma instituição que coordenasse iniciativas de
cooperação e projectos entre os Estados que têm parte do seu território em contacto com
o rio Nilo. Por esta razão, em 1999 foi criada a Iniciativa da Bacio do Nila (NBI, sigla
em inglês), que é composta por 10 países. A linha geral definida pela organização
quando foi estabelecida passa por utilizar os recursos hídricos de uma forma
sustentável, de forma a promover a segurança e a cooperação entre os Estados do Nilo.

Entretanto, a NBI, para colocar a estratégia em prática, procura identificar situações que
terá de ultrapassar e quais os objectivos que pretende alcançar, como instituição, de
modo mais eficaz (Ibid: 24-25). Os objetivos traçados para o futuro são em parte a
continuidade dotrabalho feito pela NBI no passado, como pode ser notado nos seguintes
objetivos:

➢ melhorar o acesso e a utilização dos recursos hídricos na bacia;


➢ promover a conexão de redes elétricas entre Estados e de fontes hidroelétricas;
➢ desenvolver o uso de água nas práticas agrícolas de maneira mais eficaz;
➢ proteger e promover ecossistemas relacionados com a gestão dos
recursoshídricos;

10
➢ reforçar a capacidade de lidar com os impactos das alterações climáticas nabacia
hidrográfica;
➢ estabelecer uma governança mais eficaz nas questões de cooperação em tornoda
gestão dos recursos hídricos.

No entanto, verificam-se esforços a nível da África em defesa da paz onde são criadas
instituições para regular as relações entre os países africanos de modo a reduzir os
conflitos latentes. No âmbito da criação de tais instituições, são estabelecidas normas de
conduta a luz do direito internacional africano.

De modo geral, de acordo com Almeida (S/D: 131) África atravessou décadas de
dificuldades, após as independências, para consolidar a soberania, com carência de
mecanismos de alerta precoce, bem como a difícil articulação de meios militares e os
limites de aptidões da maior parte das instituições africanas, permitiram a existência de
um cenário de desadequação de actuações e carência de meios para combater os
emergentes fenómenos de conflito, progressivamente mais complexos. Já para a UA
usando de experiências acumuladas, ensaiou consolidar o seu papel na esfera económica
no sentido de uma maior articulação de sensibilidades, por vezes divergentes, visando
uma capacitação institucional em matéria de defesa e segurança materializando a ideia
segundo a qual “Soluções Africanas para problemas Africanos”, conduzindo para a
criação do Conselho de Paz e Segurança.

3.1.1. O Papel da Conselho de Paz e Segurança da UA na Defesa da Paz

O conselho de paz e segurança da união africana foi constituído adoptado pela 1ª sessão
ordinária da conferência da unidade africana em Durban a 9 de Julho de 2002 através de
um protocolo constitutivo “Protocolo sobre o estabelecimento do conselho de Paz e
Segurança da União Africana” um documento exaustivo com 22 artigos dos quais
importa destacar: art. 2 que cria o conselho, art. 3 define objectivos do conselho e o art.
4 indica os princípios orientadores, art. 5 indica a composição deste conselho e o
processo de indicação para o órgão e o art. 6 descreve as funções do conselho.

Para efeitos do presente trabalho importa indicar os objectivos, princípios, composição


pela relevância que atribuímos essa matéria.

Segundo o art. 3 do protocolo acima indicado são objectivos do Conselho:

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a) Promoção da Paz, Segurança e estabilidade em África para garantir a protecção e
preservação da vida e da propriedade, e bem-estar das populações africanas e
seu meio ambiente bem como a criação de condições favoráveis ao
desenvolvimento sustentável,
b) Antecipação e prevenção de conflitos. Em circunstância onde tenha ocorrido
conflito, o Conselho de Segurança tem responsabilidade de desempenhar as
funções de edificação e manutenção da paz com vista a resolver esses conflitos.
c) A promoção e execução de Actividades de Edificação da Paz e reconstrução
Pós-conflitos de modo a consolidar a Paz e impedir o ressurgimento da
violência.
d) A coordenação e harmonização dos esforços a nível continental para a prevenção
e o combate ao terrorismo internacional em todos seus aspectos.
e) Desenvolvimento de uma política de defesa colectiva da união, em
conformidade com artigo 4 (d) do acto constitutivo.
f) A promoção e o encorajamento de práticas democráticas, boa governação, e o
estado de direito, protecção dos direitos humanos e liberdades fundamentais,
respeito pela santidade da vida humana e direitos humanitários internacionais,
como parte de esforços em prol da prevenção dos conflitos.

Por sua vez o art. 4 estabelece os princípios que norteiam o conselho na sua árdua
missão de garantir a Paz e segurança continental nos seguintes termos:

a) Resolução pacífica de diferendos e conflitos,


b) Resposta antecipada às situações de crise para impedir que se transformem em
conflitos de grande escala,
c) Respeito pelo estado de direito, pelos direitos e liberdades fundamentais do
homem, pela santidade da vida humana e pelo direito humanitário internacional.
d) Interdependência entre o desenvolvimento socioeconómico e a segurança dos
povos e dos Estados.
e) Respeito pela soberania e integridade territorial dos Estados membros.
f) Não ingerência por qualquer Estado membro nos assuntos internos de outros
Estados.
g) Igualdade de soberania e interdependência dos Estados membros,
h) Direitos inalienáveis à existência independente,
i) Respeito pelas fronteiras herdadas por altura da obtenção das Independência,

12
j) O direito da União de intervir num Estado membro em conformidade com a
decisão da conferência, caso ocorra circunstâncias graves, nomeadamente crimes
de guerra, genocídio e crimes contra a humanidade de acordo com artigo 4 (1)
do acto constitutivo.

E o artigo 5 expõe a composição do conselho de Paz e segurança nos seguintes termos:

a) Dez membros são eleitos para um período de dois anos,


b) Cinco membros são eleitos para um período de três anos de modo a assegurar a
continuidade.
c) Representação regional equitativa e de rotação bem como:
➢ Compromisso de proteger os princípios da União.
➢ Contribuição para promoção e manutenção da Paz e segurança.
➢ Capacidade e compromisso de assumir a responsabilidade vinculada aos
membros
➢ Participar da resolução de conflitos, participação e construção de um
clima de Paz ao nível regional e continental,
➢ Disposição e capacidade de assumir responsabilidade em relação as
iniciativas regionais e continentais visando a resolução de conflitos,
➢ Contribuição para o fundo da paz e ou fundo específico criado para
objectivo específico
➢ Respeito pela governação constitucional de acordo com declaração de
Lomé, bem como o Estado de Direito e os direitos Humanos,
➢ As missões permanentes, na sede da União e nas Nações Unidas deverão
ter pessoal e equipamento suficiente, de forma a assumirem as
responsabilidades que se prendem com a condição de membro e,
➢ Compromisso de honrar as obrigações Financeiras da União.

O desempenho do Conselho de Paz e Segurança da União africana é objecto de


escrutínio período em sede das conferências da organização.

3.2. Factores Condicionantes a Paz e Segurança em África

O continente africano continua a enfrentar diversos desafios de segurança, apesar de


esforços em curso ao nível continental e das suas regiões, que incentivos têm recebido
da união no quadro da promoção da paz e estabilidade.

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Diversos actos insurrecionais, extremismos militantes e religiosos, variados tipos de
terrorismos, a maioria assentes em dogmas religiosos ou secessionistas, são alguns dos
casos que colocam em causa a Paz e a Segurança no Continente africano: seja a norte,
junto às margens do Mediterrâneo, seja no Sahel, seja no Corno de África, seja na
região dos Grandes Lagos, ou no Golfo da Guiné. Naturalmente não só nestas regiões
onde pontuam os maiores conflitos e as maiores preocupações quanto à Paz e Segurança
em África e que mantém em constante alerta a CPSUA (Almeida, S/D: 137)

Portanto, pode-se dizer que África continua mergulhada nas diversas categorias de
conflitos entre os quais se destacam os económicos, político, e militares com potencial
para causar dano a arquitectura da Paz e segurança. Segundo Silva (S/D: 6) São
principais causas de conflitos em África as diferenças culturais das populações, disputas
territoriais, subdesenvolvimento e causas ambientais. Para este autor, estes factores são
geradores de conflitos que podem colocar em causa toda uma arquitectura criada para
manutenção e sustentação de uma Paz e Segurança africana.

Para Almeida (S/D: 137) são exemplo de conflitos desafiadores à UA e CSPUA a) A


fragmentação da Líbia após o derrube do ditador Kadhafi; dos iniciais grupos
insurreccionais que se revoltaram contra o regime de Tripoli e que tiveram como base a
cidade petrolífera de Benghazi, a maioria fraccionou em diferentes grupos armados de
cariz jihadista, com alguns a aderirem ao EI, ISIS ou DAESH; b) status quo da somali
com a persistente actuação do grupo extremista islâmico al-Shabab, na Somália, c) As
tentativas de secessão nos territórios do Norte do Mali e da Nigéria, protagonizadas por
organizações extremistas jihadista. No caso do Mali (Azawad ou Azaoud), com o
Movimento Nacional para a Libertação do Azawad (MNLA), de raiz tuaregue/
tamasheq associado aos grupos extremistas islâmicos Ansar Dine, Al-Qaeda do Magreb
islâmico (AQMI) e a Jihad na África Ocidental (Mujao), d) Conflitos armados na
Nigéria, no norte do Camarões, grupos com potencial aliança com jihadistas da Líbia,
podendo provocar uma acção asfixiante sobre a zona ocidental e o norte de África e do
Sahel. e) A crise política militar nos Grandes Lagos (Burundi, Ruanda, e República
Democrática do Congo) com Angola e África do Sul serem dois dos países que mais
têm tentado manter a solução pacífica na ordem dos trabalhos. f) No caso do Sudão do
Sul, e apesar da cisão ter sido formalizada através do Comprehensive Peace Agreement
(Acordo Global de Paz), celebrado entre as duas partes, com o apoio da comunidade
internacional e gerida pela UA.

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4. CONCLUSÃO

O pan-africanismo foi o movimento que deu origem do nacionalismo africano, tendo


como consequência a criação da OUA para acelerar as independências africanas.
Importa referir que esse movimento do nacionalismo africano tem origens no período da
primeira guerra mundial, sendo promovido por intelectuais negros na diáspora.
Entretanto, com o fim da segunda guerra mundial é criada a ONU que vem a condenar o
colonialismo e cria condições legais para a promoção da independência dos países
colonial. Ademais, no período pós-independência surge um novo fenómeno no
continente africano, trata-se dos conflitos internos dos países africanos assim como
conflitos transfronteiriços entre os países africanos, dai que a OUA na sua origem
enfatiza a ideia da resolução de conflitos entre os países africanos por meios pacíficos
de modo a promover o princípio da defesa da paz em africa.

Entretanto, os conflitos transfronteiriços demostram a ineficiência da OUA no que


refere a solução de conflitos por causa da sua pouca atuação nessa questão, eis a razão
da criação da UA com o objectivo de se ter uma organização com capacidade de
intervenção apuradas nos conflitos entre Estados africanos. Contudo, importa referir que
a OUA assim como a UA representam aquilo que se chama de Direito Internacional
Africano, pelo simples facto de estas organizações criarem leis e regras de convivência
no seio da região. Contudo, a OUA teve suas limitações na intervenção de alguns
conflitos, como é o caso do conflito entre o Chade e Líbia, conflito entre Etiópia e
Eritreia, que constituem desafio sobre a defesa da paz em africa. Ademais existem
exemplos que comprovam o sucesso da defesa da paz em africa, como é o caso da
cooperação entre os países sobre os quais o Rio Nilo passa, que através da Iniciativa da
Bacia do Nilo (IBN).

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