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Sumário

Regime Jurídico Administrativo ................................................................................ 3


Atos Administrativos ................................................................................................ 36
Poderes e Deveres da Administração ................................................................... 100
Responsabilidade Civil do Estado......................................................................... 154
Serviços Públicos ................................................................................................... 188
Lei 8112 ................................................................................................................... 212
Agentes Públicos .................................................................................................... 264
Lei 8429 ................................................................................................................... 287
Lei 9784 ................................................................................................................... 331
Lei 8666 (Licitações) ............................................................................................... 379
Lei 8666 (Contratos) ............................................................................................... 449
Lei 10520 ................................................................................................................. 498
Organização Administrativa................................................................................... 524
Aspectos Constitucionais pertinentes aos Servidores Públicos ........................ 558

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Regime Jurídico Administrativo
Questão 1: VUNESP
A possibilidade de a Administração fazer acordos ou transações é uma relativização da aplicação do
princípio da

a) segurança jurídica.

b) moralidade.

c) indisponibilidade do interesse público.

d) impessoalidade.

e) eficiência.

GABARITO: C

A questão versa acerca dos princípios aplicáveis à Administração Pública. Nesse contexto, note que a
possibilidade de a Administração fazer acordos ou transações confere uma possibilidade de dispor de um
bem jurídico tutelado por ela. A Administração Pública, ao dispor do interesse público (o maior bem
jurídico tutelado por ela), acordando ou transigindo, está relativizando o supraprincípio da
indisponibilidade do interesse público, conforme nos ensina Alexandre Mazza (Manual de Direito
Administrativo. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2019, p. 111):

Trata-se de duas inovações legislativas peculiares porque autorizam agentes públicos a tomar
decisões (transigir na demanda e optar pela arbitragem) que normalmente caberiam apenas ao próprio
titular do interesse em questão. [...]As referidas hipóteses reforçam a ideia de que, assim como
ocorre com a supremacia do interesse público, a indisponibilidade também constitui noção
relativa.

Questão 2: CEBRASPE (CESPE)

Com relação à origem e às fontes do direito administrativo, aos sistemas administrativos e à administração
pública em geral, julgue o item que se segue.

Um dos aspectos da constitucionalização do direito administrativo se refere à elevação, ao nível


constitucional, de matérias antes tratadas por legislação infraconstitucional.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

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De fato, vários assuntos foram constitucionalizados na CF/1988. Assuntos relacionados à organização
administrativa, servidores e outros passaram a ter status constitucional, o que, como tudo, tem seu lado
bom (maior estabilidade) e ruim (enrijecimento de alguns assuntos).

Questão 3: CEBRASPE (CESPE)

Com relação à origem e às fontes do direito administrativo, aos sistemas administrativos e à administração
pública em geral, julgue o item que se segue.

O conjunto das prerrogativas e restrições a que está sujeita a administração pública e que não se encontra
nas relações entre particulares constitui o regime jurídico administrativo.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

No Direito Público, ramo do qual faz parte o Direito Administrativo, um dos integrantes da relação jurídica
é colocado em condição diferenciada, quando comparado a outra parte. Noutras palavras, gozará de uma
“desigualdade” nas relações constituídas sob tal ramo do Direito. Isso se traduzirá em duas palavras
– PRERROGATIVAS e SUJEIÇÕES, quando se pensa na instituição pública regida por tal ramo jurídico
(Guardem essas palavrinhas! Ajudam bastante em algumas questões de prova!).

Bom, prerrogativas são “poderes especiais” concedidos ao Estado, para que faça valer a vontade coletiva
(interesse público). Exemplo: a prerrogativa que possui o Estado de desapropriar imóveis improdutivos,
para os distribuir entre pequenos produtores rurais.
Já as sujeições podem ser entendidas como “restrições”, caso se compare uma instituição pública a um
particular. Exemplo: enquanto as empresas privadas são livres para contratar quem bem entender (se
tiverem dinheiro, claro!), o Estado deve fazer concurso para selecionar seus servidores efetivos e
empregados integrantes dos quadros permanentes.

Questão 4: CEBRASPE (CESPE)


Ainda tendo como referência o texto 1 A 12-1, julgue os próximos itens.

I - O reconhecimento da centralidade dos direitos fundamentais viabiliza a determinação antecipada de


uma regra de supremacia absoluta dos interesses públicos sobre os interesses privados.

II - Sempre que a Constituição ou a lei não houver esgotado os juízos possíveis de ponderação entre
interesse públicos e privados, caberá à administração se utilizar da juridicidade administrativa para
ponderar os interesses em conflito.

III - A emergência de um modelo de ponderação como critério de racionalidade do direito serve de


instrumento para demonstrar a inconsistência da supremacia abstrata do público sobre o privado.

Assinale a opção correta.

a) Apenas o item I está certo.

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b) Apenas o item II está certo.

c) Apenas os itens I e III estão certos.

d) Apenas os itens II e III estão certos.

e) Todos os itens estão certos.

GABARITO: D

A questão versa acerca do Regime Jurídico Administrativo. Nesse contexto, vamos analisar os itens para
encontrar a resposta correta.

I - O reconhecimento da centralidade dos direitos fundamentais viabiliza a determinação


antecipada de uma regra de supremacia absoluta dos interesses públicos sobre os interesses
privados.

Incorreto. Na verdade, quando se concede centralidade aos direitos fundamentais, inviabiliza-se a noção
de supremacia do interesse público sobre o privado de forma absoluta, devendo-se falar em ponderação
de interesses para substituir a ideia de supremacia do interesse público e em princípio da razoabilidade,
conforme nos ensina Maria Sylvia Zanella Di Pietro (Direito Administrativo. 32. ed. São Paulo: Atlas,
2019, p. 62):

O que se alega é a inviabilidade de falar em supremacia do interesse público sobre o particular, diante da
existência dos direitos fundamentais constitucionalmente garantidos. Fala-se em indeterminação do
conceito. Fala-se em ponderação de interesses para substituir a ideia de supremacia do interesse público.
Defende-se a aplicação do princípio da razoabilidade também em substituição ao da supremacia do
interesse público.

II - Sempre que a Constituição ou a lei não houver esgotado os juízos possíveis de ponderação entre
interesse públicos e privados, caberá à administração se utilizar da juridicidade administrativa para
ponderar os interesses em conflito.

Correto. De fato, não havendo este esgotamento, a Administração deverá lançar mão da ponderação de
todos os interesses e atores envolvidos na questão, buscando a sua máxima realização, conforme
aponta Gustavo Binenbojm (Da supremacia do interesse público ao dever de proporcionalidade: um novo
paradigma para o direito administrativo. Quaestio Iuris, Rio de Janeiro, v. 02, n. 01, p. 27-63, jan. 2005,
p. 45):

Assim, sempre que a própria Constituição ou a lei (desde que agindo constitucionalmente) não houver
esgotado os juízos possíveis de ponderação entre interesses públicos e privados, caberá à
Administração lançar mão da ponderação de todos os interesses e atores envolvidos na questão,
buscando a sua máxima realização.

III - A emergência de um modelo de ponderação como critério de racionalidade do direito serve de


instrumento para demonstrar a inconsistência da supremacia abstrata do público sobre o privado.

Correto. De fato, o modelo de ponderação como instrumento para racionalizar o princípio da supremacia
do interesse público sobre o privado apresenta a inconsistência teórica e sua incompatibilidade visceral
com a sistemática constitucional dos direitos fundamentais, conforme nos alerta Gustavo Binenbojm (p.
55):

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Uma das categorias forjadas desde essa origem autoritária foi o chamado princípio da supremacia do
interesse público sobre o interesse particular. Embora decantado pela literatura brasileira como
fundamento e princípio normativo do direito administrativo, sua inconsistência teórica e sua
incompatibilidade visceral com a sistemática constitucional dos direitos fundamentais são patentes.

Questão 5: VUNESP
O regime jurídico administrativo refere-se às características diferenciadoras do direito aplicável ao
relacionamento do Estado com os cidadãos, no cumprimento de sua função administrativa, em
comparação ao direito aplicável ao relacionamento entre os cidadãos em sua vida privada. A esse
respeito, é correto afirmar, de acordo com a doutrina tradicional, que:

a) o regime jurídico administrativo implica em tratar os contratos administrativos como mera ficção, dado
não ser possível ao Estado, ente dotado de poder império que é, submeter-se a uma relação contratual
com um privado.

b) trata-se o regime jurídico administrativo de resquício autoritário do direito administrativo brasileiro, não
se justificando em nenhum caso a manutenção de poderes especiais para o Estado diante dos seus
cidadãos em um país igualitário e democrático.

c) a chamada supremacia do interesse público é o motivo justificador, no Estado Democrático de Direito,


da existência do regime jurídico administrativo, o qual confere ao Estado prerrogativas e poderes em face
dos cidadãos, de forma a permitir um melhor atendimento dos interesses públicos.

d) o regime jurídico administrativo parte do reconhecimento de que os interesses privados têm menor
valor e devem se sujeitar ao interesse estatal, ainda que o interesse privado a ser sacrificado seja
relevante diante da natureza do interesse público a ser alcançado.

e) historicamente, pode-se dizer que o direito administrativo evoluiu no sentido de limitar as hipóteses de
responsabilização do Estado, restringindo os direitos do cidadão em face da Administração, o que se
desenvolveu a partir da chamada “teoria do Fisco”.

GABARITO: C

Letra A: errada! Na doutrina administrativa, existem três teorias dedicadas a explicar o conceito e a
natureza dos contratos em que a Administração Pública seja um dos contraentes. São elas: a teoria
negativa, a teoria do contrato administrativo e a teoria intermediária.

De acordo com a teoria negativa, o contratos administrativos não existem, pois ausentes em sua
estrutura um objeto comerciável (tendo em vista que o interesse público é incapaz, ainda que
indiretamente, de transforma-se em dinheiro) a relatividade da convenção (pois as consequências dos
contratos administrativos alcançam toda a sociedade, resultando na perda do caráter relativo do pacto
contratual de produzir efeitos apenas às partes que o celebraram, tal como ocorre nos contratos de direito
privado), a autonomia da vontade(se os particulares podem fazer tudo o que a lei não proíbe, a
Administração Pública, em sentido inverso, somente poderá atuar quando legalmente autorizada) e a
igualdade entre partes (em vista do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, a
Administração goza de prerrogativas que a colocam em uma posição de superioridade perante o
particular).

Diante da ausência desses quatro elementos na estrutura do contrato administrativo, a distinção entre
estes e os contratos de direito privado seria fruto de uma mera ficção criada pelo legislador com o
intuito preservar e garantir a independência dos atos do Poder Executivo perante o Poder Judiciário, isto

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é, visando impedir que as decisões da Administração sejam julgadas pelos órgãos jurisdicionais antes de
ter sido efetuada a tentativa de conciliação por intermédio de processo administrativo.

Para a teoria intermediária, todos os contratos celebrados pela Administração Pública seriam contratos
administrativos, pois vinculado a uma Teoria Geral do Direito, o contrato seria um acordo de vontades
destinado a produzir os efeitos permitidos por determinado regime jurídico, havendo, assim, várias
espécies de contratos, cada uma delas regulamentada por um regime jurídico próprio. Nesse sentido,
haveriam os contratos civis, os trabalhistas, os consumeristas, os administrativos, etc.

Por fim, a teoria intermediária, que é a majoritária na doutrina brasileira, defende que a Administração
Pública pode firmar tanto contratos de direito privado quanto contratos administrativos, tudo dependendo
da forma como o Estado atua na relação contratual. Se preponderante um regime jurídico de direito
público em que a Administração goza de prerrogativas, atuando com poder de império e superioridade
em face do particular (regime jurídico administrativo), haveria um contrato administrativo.

Em sentido contrário, se a Administração atua desprovida de superioridade, firmando com o particular


uma relação de igualdade em que atua apenas na condição de pessoa jurídica de direito público que é,
seria hipótese de contrato de direito privado.

Seguindo a última teoria, tem-se que o regime jurídico administrativo não implica em tratar os contratos
administrativos como mera ficção, sendo plenamente possível ao Estado submeter-se a uma relação
contratual de direito privado, à exemplo dos contratos de locação, compra e venda e permuta.

Letra B: errada! O regime jurídico administrativo é o conjunto harmônico de regras e princípios que
regulamentam, norteiam e limitam a atuação da Administração Pública na busca da satisfação do
interesse público.

Distante de ser o resquício de um regime autoritário, o direito administrativo, e com ele o regime jurídico
administrativo, surgem com a inauguração do Estado de Direito, que fundamentado no princípio de que
todos devem respeito às leis, inclusive os soberanos, rompe com um modelo absolutista de Estado aonde
a vontade do rei era a vontade da lei e todos estavam subjugados ao seu poder e arbítrio.

Celso Antônio Bandeira de Mello explica:

[...] o Direito Administrativo não é um Direito criado para subjugar os interesses ou os direitos dos cidadãos
aos do Estado. É, pelo contrário, um Direito que surge exatamente para regular a conduta do Estado e
mantê-la afivelada às disposições legais, dentro desse espírito protetor do cidadão contra
descomedimentos dos detentores do exercício do Poder estatal. Ele é, por excelência, o Direito defensivo
do cidadão - o que não impede, evidentemente, que componha, como tem que compor, as hipóteses em
que os interesses individuais hão de se fletir aos interesses do todo, exatamente para a realização dos
projetos de toda a comunidade, expressados no texto legal. É, pois, sobretudo, um filho legítimo do Estado
de Direito, um Direito só concebível a partir do Estado de Direito: o Direito que instrumenta, que arma o
administrado, para defender-se contra os perigos do uso desatado do Poder.
(BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 26ª ed. rev. atual. Malheiros:
São Paulo. 2009. p. 47)

Letra C: correta! O professor Celso Antônio Bandeira de Mello define os princípios da supremacia do
interesse público e o da indisponibilidade do interesse público como as “pedras de toque” do regime
jurídico administrativo, o que significa dizer que são os valores que o fundamentam e dos quais decorrem
todas as demais regras e princípios que o compõem. Como foi corretamente afirmado na alternativa C, é
a partir da ideia de supremacia do interesse público que, no Estado Democrático de Direito, torna-se
possível conferir ao Estado prerrogativas e poderes em face dos cidadãos, de forma a permitir um melhor
atendimento dos interesses públicos. Por exemplo, é com base na supremacia do interesse público sobre
o privado que a Administração Pública poderá intervir na propriedade privada e desapropriá-la por razões

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de necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, também podendo requisitá-la nas situações
de iminente perigo público (art. 5°, XXIV e XXV, da CF/88)

Letra D: errada! O interesse público, de acordo com a doutrina italiana de Renato Alessi, subdivide-se
em interesse público primário ou propriamente dito e interesse público secundário ou estatal. O
primeiro reflete o interesse da coletividade como um todo, sendo composto pelos interesses dos cidadãos
enquanto partícipes da coletividade. Já o segundo, representa o interesse patrimonial do Estado enquanto
sujeito de direitos preocupado com o aumento de riquezas e a diminuição de despesas. É o interesse do
Estado enquanto máquina estatal.

O interesse público secundário somente poderá ser perseguido se for compatível com o interesse público
primário, sob pena de configurar abuso de poder pelo Estado.

O que o regime jurídico administrativo defende é a prevalência do interesse público primário (e não o
do interesse estatal!) sobre os interesses privados nas situações onde o sacrifício destes seja essencial
para a satisfação de um fim maior que beneficiará toda a coletividade.

A professora Di Pietro explica que é “[...] evidente a impossibilidade de, em qualquer situação de conflito
entre o público e o privado, fazer prevalecer o primeiro; se assim fosse, realmente não haveria como
garantir os direitos individuais” (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo, 27ª ed., São
Paulo: Atlas, 2014, págs. 36/37)

Letra E: errada! Historicamente, pode-se dizer que o direito administrativo evoluiu no sentido
de ampliar (e não de limitar!) as hipóteses de responsabilização do Estado, aumentando os direitos do
cidadão em face da Administração, o que se desenvolveu, entre outras, a partir da chamada “teoria do
Fisco”.

Com origem e aplicação no direito administrativo alemão, a teoria do Fisco apoiava a dupla personalidade
do Estado, permitindo a sua responsabilização nas relações de direito civil que participasse, flexibilizando,
assim, a ideia da completa irresponsabilidade do Estado pelos danos que causasse aos particulares. Isto
porque, defendia que o patrimônio público não pertenceria nem ao príncipe e nem ao Estado, mas ao
Fisco, “que teria personalidade de direito privado, diversa da personalidade do Estado, associação
política, pessoa jurídica de direito público, com poderes de mando, de império; o primeiro "[Fisco]"
submetia-se ao direito privado e, em consequência, aos tribunais "[viabilizando a responsabilização
estatal]"; o segundo "[Estado]" regia-se por normas editadas pelo príncipe, fora da apreciação dos
tribunais, "[prevalecendo a irresponsabilidade estatal nas relações de direito público]".” (DI PIETRO, Maria
Sylvia Zanella. Direito administrativo, 27ª ed., São Paulo: Atlas, 2014)

Questão 6: CEBRASPE (CESPE)


O fenômeno conhecido como deslegalização consiste
a) na permissão do Poder Legislativo ao Poder Executivo de editar normas de caráter técnico, de maneira
inovadora.

b) na edição de ato regulamentar que extrapole a norma regulamentada.

c) no excesso de decretos regulamentares existentes.

d) na edição indiscriminada de medidas provisórias.

e) na possibilidade de o Poder Executivo editar normas de caráter geral.

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GABARITO: A

A deslegalização ou deslegificação é a transferência da função normativa da sede legislativa estatal a


outra sede normativa sobre determinadas matérias. Neste caso, o legislador deixa espaço para a função
normativa inovadora de determinadas atribuições a outros organismos estatais estranhos à estrutura do
Legislativo. A doutrina tem citado o exemplo das Agências Reguladoras. Essas entidades editam
resoluções, as quais, nos termos da lei, podem gerar obrigações àqueles que estejam submetidos à sua
circunscrição. Perceba que a resolução é geral e abstrata, à semelhança da lei, genérica e abstrata, e as
bases são diversas, reprodução do processo de deslegalização.

Vejamos os erros:

Na letra B, não é ato regulamentar, esse fica contido nos limites da lei, sendo um tipo de delegação
remissiva.

Na letra C, como sobredito, não é edição de decretos puramente regulamentares. Deve-se à


sensibilidade do legislador de que determinados temas, por serem próprios do dia a dia do administrador,
merecem um tratamento mais pormenorizado por ele.

Na letra D, as medidas provisórias têm força de lei, não sendo uma forma de delegação do Legislador. A
sua edição tem previsão expressa na CF/1988.

Na letra E, item bastante amplo. Não é só deter caráter amplo. Decretos regulamentares ou executivos,
por exemplo, são gerais e abstratos, mas não decorrem do processo de deslegalização.

Questão 7: VUNESP
Assinale a alternativa que é conforme ao regime jurídico administrativo.

a) A Administração pode renunciar ao exercício de competências concedidas por lei.

b) A lei encerra o pressuposto, fundamento e limite da atividade administrativa.

c) Para a satisfação de interesses coletivos, a Administração é impedida de limitar o exercício de direitos


individuais.

d) O regime jurídico administrativo concede prerrogativas à Administração similares às existentes no


regime de direito privado.

GABARITO: B

A questão é bem genérica e trata dos conceitos iniciais da administração pública e seu regime jurídico.

Vamos às alternativas:

a) A Administração pode renunciar ao exercício de competências concedidas por lei.

Alternativa incorreta. A competência concedida por lei a administração pública para, por exemplo, editar
atos administrativos, é irrenunciável. O agente competente para exercer determinada atividade
administrativa deve exercê-la, não podendo renunciar.

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b) A lei encerra o pressuposto, fundamento e limite da atividade administrativa.

Alternativa correta. A lei baliza toda a atuação da administração pública, segundo o princípio da
legalidade. Tal princípio determina que a administração só poderá fazer o que a lei permitir ou determinar.
Portanto, os limites da atividade administrativa serão delineados por meio de lei.

c) Para a satisfação de interesses coletivos, a Administração é impedida de limitar o exercício de


direitos individuais.

Alternativa incorreta. A administração pode limitar o exercício de direitos individuais através, por
exemplo, do exercício do poder de polícia administrativa. Este poder abrange as atividades
administrativas que implicam restrições ou condicionamentos aos direitos individuais impostos em
prol do interesse de toda coletividade, como ordens, notificações, licenças, autorizações, fiscalização,
sanções, por exemplo.

d) O regime jurídico administrativo concede prerrogativas à Administração similares às


existentes no regime de direito privado.

Alternativa incorreta. As prerrogativas concedidas à administração pelo regime jurídico administrativo


são típicas do direito público, marcadas pela supremacia do interesse público. Inexiste, portanto, tais
prerrogativas no direito privado, onde predomina a igualdade entre as partes.

Questão 8: CONSULPLAN
Analise as seguintes afirmativas sobre o regime de direito utilizado pela Administração Pública.

I. Nas relações entre pessoas jurídicas de direito público, as prerrogativas e privilégios se presumem
independentemente de previsão legal, diferentemente do direito comum de que a Administração participa
aonde, no silêncio da lei, inexistem prerrogativas.

II. As derrogações do direito comum podem ter tal monta nas relações em que a Administração participa
que o instituto pode assumir feição diversa mais próxima do direito público do que do direito privado.

III. Não há limites para as derrogações do direito comum nas relações em que a Administração participa
salvo se o regime jurídico privado seja imposto pela Constituição Federal.

IV. Os serviços de telecomunicações são exemplos de serviços cujo regime jurídico é o de direito público
a ser observado pela Administração Pública, cuja determinação vem da Constituição.

Estão corretas as afirmativas

a) I, II, III e IV.

b) I e IV, apenas.

c) I, II e III, apenas.

d) II, III e IV, apenas.

GABARITO: C

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Só o item IV é falso.

IV. Os serviços de telecomunicações são exemplos de serviços cujo regime jurídico é o de direito público
a ser observado pela Administração Pública, cuja determinação vem da Constituição.

Assim prevê a CF:

Art. 21. XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de


telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um
órgão regulador e outros aspectos institucionais;

Ou seja, nem sempre o regime é só de Direito Público. No caso de contratações por concessões e
permissões, o regime é de Direito Privado e Público, ou seja, misto ou híbrido. E para as autorizações, o
interesse é público, mas o maior interesse presente é o privado.

Os demais itens são verdadeiros.

I. Nas relações entre pessoas jurídicas de direito público, as prerrogativas e privilégios se presumem
independentemente de previsão legal, diferentemente do direito comum de que a Administração participa
aonde, no silêncio da lei, inexistem prerrogativas.

Excelente quesito. Quando enxergamos uma autarquia, pensamos imediatamente que seus atos
produzidos são de Direito Público. O direito público se presume, portanto. Claro que não é uma verdade
absoluta, afinal as entidades de direito público também praticam atos de direito privado. Agora, nas
relações travadas entre particulares, o regime é comum, não marcado pelas prerrogativas e privilégios
públicos.

II. As derrogações do direito comum podem ter tal monta nas relações em que a Administração participa
que o instituto pode assumir feição diversa mais próxima do direito público do que do direito privado.

O que são derrogações? São interferências, mas não totais. É só uma dose, um pouquinho de
interferência. Quando a Administração celebra um contrato com um particular, a regência é do Direito
Público, e aqui não só derrogações, é o Direito Público dominante. Agora, a Administração também pode
celebrar contratos de direito privado, regimes do direito comum, mas, mesmo nestes casos, há a presença
do Direito Público, aplicação subsidiária, supletiva, o que podem ser consideradas, portanto, derrogações.

III. Não há limites para as derrogações do direito comum nas relações em que a Administração participa
salvo se o regime jurídico privado seja imposto pela Constituição Federal.

Não entendi muito bem o quesito. O que a banca quis dizer com "não há limites"? Entre a Administração
Pública e o particular, há sim derrogações do Direito Público, há normas dominantemente públicas. Mas
será que não há limites? Por exemplo, nos contratos administrativos, há a presença de cláusulas
exorbitantes, será que pode a Administração alterar unilateralmente o contrato em qualquer limite? Claro
que não! Portanto, apesar de a banca ter considerado correto o item, penso que merece suas ressalvas.

Questão 9: CEBRASPE (CESPE)

As tarefas precípuas da administração pública incluem

a) a prestação de serviços públicos e a fiscalização contábil.

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b) a realização de atividades de fomento e a prestação de serviços públicos.

c) a rejeição normativa e a aprovação orçamentária.

d) o incentivo setorial e a solução de conflitos normativos.

e) o exercício do poder jurisdicional e do poder de polícia.

GABARITO: B

A atividades precípuas da administração pública são quatro: serviço público, polícia administrativa,
fomento e intervenção. O serviço público são as prestações concreta que representem utilidades ou
comodidades materiais para a coletividade em geral.

A polícia administrativa é atividade de impor restrições ou condições a atividade privada para a proteção
do interesse público. Por sua vez, o fomento é atividade de incentivar a iniciativa privada na produção ou
fornecimento de algo de utilidade pública e, por fim, a intervenção quer dizer a intervenção do Estado na
propriedade privada e no domínio econômico, conforme ensinam Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino
(Direito Administrativo Descomplicado. 23. ed. São Paulo: Método, 2015, p. 22):

São usualmente apontadas como próprias da administração pública em sentido material as seguintes
atividades:
1) serviço público (prestações concretas que representem, em si mesmas, diretamente, utilidades ou
comodidades materiais para a população em geral, oferecidas pela administração pública formal ou por
particulares delegatários, sob regime jurídico de direito público);

2) polícia administrativa (restrições ou condicionamentos impostos ao exercício de atividades privadas


em benefício do interesse público; exemplo típico são as atividades de fiscalização);

3) fomento (incentivo à iniciativa privada de utilidade pública, por exemplo, mediante a concessão de
benefícios ou incentivos fiscais);

4) intervenção (abrangendo toda intervenção do Estado no setor privado, exceto a sua atuação direta
como agente econômico; estão incluídas a intervenção na propriedade privada, a exemplo da
desapropriação e do tombamento, e a intervenção no domínio econômico como agente normativo e
regulador, por exemplo, mediante a atuação das agências reguladoras, a adoção de medidas de
repressão a práticas tendentes à eliminação da concorrência, a formação de estoques reguladores etc.).

Desse modo, dentre as alternativas, somente a realização de atividades de fomento e a prestação de


serviços públicos são consideradas atividades precípuas da Administração Pública.

Questão 10: VUNESP


Leia o seguinte texto extraído da obra de Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2014:62):

“O Direito Administrativo nasceu e desenvolveu-se baseado em duas ideias opostas: de um lado,


a proteção aos direitos individuais frente ao Estado, que serve de fundamento ao princípio da
legalidade, um dos esteios do Estado de Direito; de outro lado, a necessidade de satisfação dos
interesses coletivos, que conduz à outorga de prerrogativas e privilégios para a Administração Pública,

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quer para limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do bem-estar coletivo (poder de polícia),
quer para a prestação de serviços públicos”. (grifos no original).

O trecho da obra transcrito refere-se ao

a) regime da Administração, que pode ter a sujeição exemplificada por meio do poder da Administração
Pública de aplicar sanções administrativas.

b) princípio da supremacia do interesse público, que pode ser exemplificado por meio da sujeição à
observância da lei e do direito.

c) interesse público primário, que se resume à prerrogativa contida na ideia de que a Administração
Pública não tem disponibilidade sobre os interesses públicos confiados à sua guarda e realização.

d) princípio da supremacia do interesse público, que pode ser exemplificado por meio da prerrogativa de
imunidade tributária das empresas públicas.

e) regime jurídico administrativo, que pode ter a prerrogativa exemplificada por meio do poder da
Administração de ocupar temporariamente um imóvel alheio

GABARITO: E

Leia o seguinte texto extraído da obra de Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2014:62):

“O Direito Administrativo nasceu e desenvolveu-se baseado em duas ideias opostas: de um lado,


a proteção aos direitos individuais frente ao Estado, que serve de fundamento ao princípio da
legalidade, um dos esteios do Estado de Direito; de outro lado, a necessidade de satisfação dos
interesses coletivos, que conduz à outorga de prerrogativas e privilégios para a Administração Pública,
quer para limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do bem-estar coletivo (poder de polícia),
quer para a prestação de serviços públicos”. (grifos no original).

O trecho da obra transcrito refere-se ao

a) regime da Administração, que pode ter a sujeição exemplificada por meio do poder da Administração
Pública de aplicar sanções administrativas.

b) princípio da supremacia do interesse público, que pode ser exemplificado por meio da sujeição à
observância da lei e do direito.

c) interesse público primário, que se resume à prerrogativa contida na ideia de que a Administração
Pública não tem disponibilidade sobre os interesses públicos confiados à sua guarda e realização.

d) princípio da supremacia do interesse público, que pode ser exemplificado por meio da prerrogativa de
imunidade tributária das empresas públicas.

e) regime jurídico administrativo, que pode ter a prerrogativa exemplificada por meio do poder da
Administração de ocupar temporariamente um imóvel alheio.

Inicialmente, é interessante apresentarmos a diferença entre Regime da Administração e Regime Jurídico


Administrativo.

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O regime da Administração designa, de forma ampla, os diversos regimes a que a Administração
Pública pode se submeter, seja ele o regime de direito público, dotado de prerrogativas, privilégios e
poderes, como ocorre em relação às cláusulas exorbitantes de um contrato administrativo, seja ele o
regime de direito privado, quando, então, a Administração atuará em pé de igualdade com o particular,
como ocorre no caso das empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade
econômica.

Por sua vez, o regime jurídico administrativo é tão somente aquele em que a Administração utiliza seu
poder de império, estabelecendo uma relação de verticalidade com o administrado, respeitados os
ditames legais, em que, por exemplo, pode fechar um estabelecimento comercial ou desapropriar ou
ocupar temporariamente um imóvel. Tal regime está fundamentado nos princípios da supremacia do
interesse público e da indisponibilidade do interesse público.

Sendo assim, ao observar a questão, percebe-se que o trecho transcrito refere-se ao regime jurídico
administrativo, à medida em que o referido regime representa, de um lado, a limitação do poder estatal
pela lei, por força da submissão ao princípio da legalidade, e do outro, a outorga de prerrogativas e
privilégios que permitem à Administração Pública atingir o interesse público.

Questão 11: VUNESP


O servidor ocupante de cargo temporário do quadro da Administração Pública Direta do Estado de São
Paulo vincula-se

a) ao regime jurídico único estatutário de pessoal e ao regime geral de previdência social.

b) ao regime jurídico único celetista de pessoal e ao regime próprio de previdência social.

c) ao regime jurídico de pessoal estabelecido na lei que autoriza a contratação temporária e ao regime
geral de previdência social.

d) ao regime jurídico de pessoal estabelecido na lei que autoriza a contratação temporária e ao regime
próprio de previdência social.

e) ao regime jurídico-disciplinar celetista e ao regime complementar de previdência social.

GABARITO: C

c) ao regime jurídico de pessoal estabelecido na lei que autoriza a contratação temporária e ao regime
geral de previdência social.

Agentes temporários (contratados para atendimento a necessidades excepcionais e temporárias,


segundo o inc. IX do art. 37 da CF/1988): não são servidores ou celetistas. Regem-se por contrato
especial e de direito público.

Perceba que os temporários também são agentes públicos. Os contratados temporários não ocupam
cargo ou emprego público, porém, desempenham função temporária, em razão de necessidade pública
de caráter excepcional. Em alguns editais, o tema aparece sob a expressão “REDA” (Regime Especial de
Direito Administrativo).

E sobre a filiação ao regime, dispõe a CF:

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Art. 37. § 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de
emprego público, o Regime Geral de Previdência Social.

Ou seja, seguem o RGPS.

Os demais itens estão errados:

a) ao regime jurídico único estatutário de pessoal e ao regime geral de previdência social.

Não são estatutários. É um regime especial de contratação.

b) ao regime jurídico único celetista de pessoal e ao regime próprio de previdência social.

Não são celetistas.

d) ao regime jurídico de pessoal estabelecido na lei que autoriza a contratação temporária e ao regime
próprio de previdência social.

Não é regime próprio, mas sim seguem o RGPS.

e) ao regime jurídico-disciplinar celetista e ao regime complementar de previdência social.

Não são celetistas. E não seguem o RPGS. Não há impedimento de também contarem com o regime
complementar privado.

Questão 12: VUNESP


A Câmara Municipal do Município de Pindorama aprovou lei de iniciativa do legislativo municipal criando
a “segunda-feira sem automóvel”, para impedir a circulação de veículos dentro da área urbana do
Município às segundas-feiras. Ao vetar totalmente a lei, sob o fundamento de ofensa ao interesse público
e cerceamento do direito de ir e vir, o Prefeito do Município de Pindorama está exercendo

a) função administrativa, pois está realizando a gestão concreta, prática e rotineira dos assuntos da
municipalidade.

b) função política ou de governo, porque o veto constitui ato de superior gestão da vida estatal, praticado
no exercício de competência discricionária.

c) função legislativa típica, porque o veto é ato do processo legislativo exercido pelo Chefe do Executivo
de maneira típica por expressa determinação constitucional.

d) função jurisdicional, pois está aplicando o direito a um caso concreto em razão de um conflito de
interesses.

e) função de controle, em razão do poder de tutela que o Executivo exerce sobre as leis emanadas do
Poder Legislativo.

GABARITO: B

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A questão versa acerca das funções exercidas pela administração. Nesse contexto, perceba que o veto
do prefeito a uma Lei promulgada pela Câmara Municipal é um exemplo de atividade colegislativa,
enquadrada como função política exercida pelo Prefeito, configurando verdadeiro ato de direção estatal,
conforme explica Maria Sylvia Zanella Di Pietro (Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014, p.
52):

Basicamente, a função política compreende as atividades colegislativas e de direção; e a função


administrativa compreende o serviço público, a intervenção, o fomento e a polícia. [...] Alguns traços, no
entanto, parecem estar presentes na função política: ela abrange atribuições que decorrem
diretamente da Constituição e por esta se regulam; e dizem respeito mais à polis, à sociedade, à
nação, do que a interesses individuais. [...] São exemplos de atos políticos: a convocação extraordinária
do Congresso Nacional, a nomeação de Comissões Parlamentares de Inquérito, as nomeações de
Ministros de Estado, as relações com Estados estrangeiros, a declaração de guerra e de paz, a permissão
para que forças estrangeiras transitem pelo território do Estado, a declaração de estado de sítio e de
emergência, a intervenção federal nos Estados. Além disso, podem ser assim considerados os atos
decisórios que implicam a fixação de metas, de diretrizes ou de planos governamentais

Analisando os demais itens, temos o seguinte:

a) função administrativa, pois está realizando a gestão concreta, prática e rotineira dos assuntos
da municipalidade.

Incorreto. Conforme vimos na explicação de Di Pietro, a função administrativa compreende o serviço


público, a intervenção, o fomento e a polícia, não podendo o veto ser enquadrado em nenhuma dessas
atividades, uma vez que se trata de função política.

c) função legislativa típica, porque o veto é ato do processo legislativo exercido pelo Chefe do
Executivo de maneira típica por expressa determinação constitucional.

Incorreto. O veto, conforme vimos, é uma atividade colegislativa. Ademais, o Chefe do Executivo
municipal NÃO exerce TIPICAMENTE função legislativa, esta fica a cargo do Legislativo, que a exerce
de forma típica.

d) função jurisdicional, pois está aplicando o direito a um caso concreto em razão de um conflito
de interesses.

Incorreto. A função jurisdicional é exclusiva dos Juízos e Tribunais Judiciais, uma vez que o ordenamento
jurídico brasileiro adota o sistema jurídico de jurisdição una ou inglês, no qual somente o Poder Judiciário
irá exercer a função jurisdicional.

e) função de controle, em razão do poder de tutela que o Executivo exerce sobre as leis emanadas
do Poder Legislativo

Incorreto. O controle exercido pelo Executivo sobre o Poder Legislativo existe, mas não em razão do
poder de tutela, e, sim, em razão do princípio da tripartição harmônica entre os poderes. Por sua vez, o
princípio/poder da tutela administrativa (controle finalístico ou supervisão ministerial) afirma que o
Ministério/Secretaria, a que está vinculada a a entidade da administração indireta, poderá fiscalizar o
cumprimento das finalidades desta entidade, exercendo, sobre ela, o controle, conforme lecionam Vicente
Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo Descomplicado. 23. ed. São Paulo: Método, 2015, p.
51):

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Pode-se afirmar que, em linhas gerais, a supervisão, ou tutela, visa a assegurar que a entidade controlada
esteja atuando em conformidade com os fins que a lei instituidora lhe impôs, esteja atuando segundo a
finalidade para cuja persecução foi criada - por isso, controle finalístico. É um controle que deve se
concentrar, essencialmente, na verificação do atingimento de resultados, pertinentes ao objeto da
entidade.

Questão 13: FCC


De acordo com o artigo 37 da Constituição Federal de 1988, os princípios da Administração pública da

a) moralidade e publicidade devem ser obedecidos por uma autarquia estadual.

b) legalidade e universalidade devem ser obedecidos por uma assembleia legislativa estadual.

c) eficiência e competência devem ser obedecidos por empresas públicas estaduais.

d) exclusividade e impessoalidade devem ser obedecidos por instituições sem fins lucrativos não
governamentais.

e) prudência e eficiência devem ser obedecidos pelos órgãos da administração direta estadual.

GABARITO: A

A atuação da administração pública é guiada por princípios de natureza constitucional, legal e doutrinária.

De acordo com a nossa Constituição Federal,


Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
Para guardar os princípios, lembre-se do "famoso" mnemônico LIMPE (Legalidade, Impessoalidade,
Moralidade, Publicidade e Eficiência).

Esse conhecimento já é suficiente para marcar o gabarito. Vamos lá!

De acordo com o artigo 37 da Constituição Federal de 1988, os princípios da Administração pública


da

a) moralidade e publicidade devem ser obedecidos por uma autarquia estadual.

CERTO. É o nosso gabarito! Tanto o princípio da moralidade quanto o da publicidade estão previstos em
nossa Constituição Federal. Pelo primeiro, exige-se uma conduta proba, reta, leal e justa dos agentes
públicos. O segundo, por sua vez, é uma exigência de que os atos administrativos que produzam efeitos
externos, com exceção das ressalvas constitucionais, sejam devidamente publicados. Trata-se de um
requisito de eficácia dos atos administrativos.

b) legalidade e universalidade devem ser obedecidos por uma assembleia legislativa estadual.

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ERRADO. Não existe previsão do princípio da universalidade no artigo 37 da Constituição. A legalidade,
por sua vez, é um princípio expresso e está relacionada com o fato de que a administração pública só
pode agir de acordo e em conformidade com a lei.

c) eficiência e competência devem ser obedecidos por empresas públicas estaduais.

ERRADO. Não há previsão constitucional do princípio da competência. A eficiência, por outro lado, é um
princípio expresso que deve ser obedecido pela administração pública e diz respeito à aplicação dos
conceitos de celeridade, qualidade e excelência na gestão pública.

d) exclusividade e impessoalidade devem ser obedecidos por instituições sem fins lucrativos não
governamentais.

ERRADO. A exclusividade não é um princípio previsto no artigo 37 da Constituição. A impessoalidade


faz parte dos princípios expressos e está relacionada com a vedação de comportamentos que possam
caracterizar discriminações ou preferências. Dessa forma, a administração deve perseguir apenas a
finalidade pública, sem a criação de distinções e preferências entre os administrados.

e) prudência e eficiência devem ser obedecidos pelos órgãos da administração direta estadual.

ERRADO. A prudência não é um dos princípios estabelecidos no artigo 37 da CF. A eficiência faz parte
desses princípios e, conforme dito anteriormente, diz respeito à atuação pública com qualidade,
celeridade e excelência.

Constituição Federal da República Federativa do Brasil de 1988. Versão Digital. Planalto. Art.
37, caput.

Questão 14: CEBRASPE (CESPE)


O direito de petição aos poderes públicos, assegurado pela Constituição Federal de 1988, impõe à
administração o dever de apresentar tempestiva resposta. A demora excessiva e injustificada da
administração para cumprir essa obrigação é omissão violadora do princípio da eficiência. Segundo o
STJ, por colocar em xeque a legítima confiança que o cidadão comum deposita na atuação da
administração pública, tal mora atenta também contra o princípio da

a) finalidade.

b) moralidade.

c) autotutela.

d) presunção de legitimidade.

e) continuidade do serviço público

GABARITO: B

Sabemos que a Administração Pública, dentre os princípios expressos na CF, encontramos os da


eficiência e da moralidade administrativa.

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Pelo princípio da eficiência – o mais novinho expresso na CF – o administrador deve ser célere, perfeito
e ter rendimento funcional em suas ações. Portanto, no caso exposto, a demora em informar ao cidadão
determinada ação pública atenta contra a eficiência.

E veja que, na segunda parte, a citação da banca do princípio da confiança. Sabemos que tal princípio é
uma face subjetiva da segurança jurídica. Mas não há segurança jurídica entre as respostas, para nossa
sorte, porque causaria uma grande confusão na cabeça do concurseiro.

O ponto da questão é ação “violadora” da eficiência. No caso, do dever de dar transparência. Atenta-se
contra o princípio da publicidade e também da moralidade administrativa, letra “B”.

Por oportuno, e para que você aprofunde, segue precedente do STJ:

(...) 3. "O direito de petição aos Poderes Públicos, assegurado no art. 5º, XXXIV, 'a', da Constituição
Federal, traduz-se em preceito fundamental a que se deve conferir a máxima eficácia, impondo-se à
Administração, como contrapartida lógica e necessária ao pleno exercício desse direito pelo Administrado,
o dever de apresentar tempestiva resposta. (...) A demora excessiva e injustificada da Administração
para cumprir obrigação que a própria Constituição lhe impõe é omissão violadora do princípio da
eficiência, na medida em que denuncia a incapacidade do Poder Público em desempenhar, num
prazo razoável, as atribuições que lhe foram conferidas pelo ordenamento (nesse sentido, o
comando do art. 5º, LXXVIII, da CF). Fere, também, a moralidade administrativa, por colocar em
xeque a legítima confiança que o cidadão comum deposita, e deve depositar, na Administração.
Por isso que semelhante conduta se revela ilegal e abusiva, podendo ser coibida pela via mandamental,
consoante previsto no art. 1.º, caput, da Lei n. 12.016, de 7 de agosto de 2009" (STJ, MS 19.132/DF, Rel.
Ministro Sérgio Kukina, Primeira Seção, DJe 27.3.2017).

Questão 15: CEBRASPE (CESPE)

Em relação à organização do Estado e da administração pública, julgue o seguinte item.

O princípio da legalidade se aplica apenas ao Poder Executivo federal.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

Sempre fico desconfiando com os termos do tipo “somente” ou “apenas”. Não que sejam sempre
absolutas, mas indicam sentenças, costumeiramente, incorretas, como foi o caso da presente sentença.

É a Constituição de 1988 a responsável por consagrar as normas e princípios básicos regentes


da Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos municípios. São princípios constitucionais expressos no caput do art. 37 da CF: LIMPE,
no caso, legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

Tais princípios valem para todos os Poderes, de todos os entes integrantes da Federação Brasileira
(União, Estados, Distrito Federal e municípios) e respectivas Administrações Direta e Indireta. Façamos
a leitura do referido dispositivo constitucional:

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“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...).”

Ou seja, para todos os Poderes e não apenas Poder Executivo.

Justificativa da banca:

O princípio da legalidade é consagrado no art. 37 da Constituição Federal de 1988 como um dos princípios
norteadores da atuação do estado e da administração pública no Brasil. Segundo esse princípio, o agente
público, de qualquer nível federativo e de qualquer poder da administração pública direta ou indireta,
somente pode fazer aquilo que é expressamente autorizado pela lei.

Questão 16: VUNESP


Um grupo de cidadãos ficou indignado ao ver a seguinte faixa na inauguração de conjunto habitacional:

De fato, tal comunicação fere um princípio constitucional da Administração Pública conhecido como
princípio da

a) Moralidade.

b) Legalidade.

c) Publicidade.

d) Eficiência.

e) Impessoalidade.

GABARITO: E

A questão versa sobre os princípios da administração pública. Nesse contexto, note, primeiramente, que
a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
educativo, informativo ou de orientação social, não podendo haver menção a nomes, símbolos ou
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos, em homenagem
ao princípio da impessoalidade, conforme o art. 37, §1º, da CF:

Art. 37. [...]


§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

o princípio da impessoalidade norteia toda a administração pública, desde a sua relação com os
administrado até o seu próprio comportamento, não podendo atuar para prejudicar ou beneficiar pessoas
determinadas, conforme explica Maria Sylvia di Pietro (Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas,
2014, p. 68):

[...]o princípio estaria relacionado com a finalidade pública que deve nortear toda a atividade
administrativa. Significa que a Administração não pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar

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pessoas determinadas, uma vez que é sempre o interesse público que tem que nortear o seu
comportamento.

Portanto, como tal comunicação fere um princípio constitucional da Administração Pública conhecido
como princípio da impessoalidade, gabarito LETRA E.

Analisando os demais itens, temos o seguinte:

a) Moralidade.

A moralidade é o princípio que exige respeito à moral, aos bons costumes, às regras da boa
administração, aos princípios da justiça e equidade, devendo o agente agir não só em respeito a
legalidade, mas aos deveres de honestidade, em nada opondo-se ao princípio da
impessoalidade, segundo Maria Sylvia di Pietro (Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014, p.
79):

Em resumo, sempre que em matéria administrativa se verificar que o comportamento da Administração


ou do administrado que com ela se relaciona juridicamente, embora em consonância com a lei, ofende
a moral, os bons costumes, as regras de boa administração, os princípios de justiça e de equidade,
a ideia comum de honestidade, estará havendo ofensa ao princípio da moralidade administrativa.

b) Legalidade.

Pelo princípio da legalidade, no Direito Público, não há liberdade nem vontade pessoal do agente, a lei
define o modo de operação da conduta e o administrador deve seguir a risca, diversamente do que ocorre
no Direito Privado, que, se não há proibição na lei, o particular poderá fazê-lo a seu modo. Vejamos nas
lições de Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p.
93):

Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na administração


particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que
a lei autoriza. A lei para o particular significa "pode fazer assim"; para o administrador público significa
"deve fazer assim".

c) Publicidade.

O princípio da publicidade diz respeito à divulgação do procedimento para conhecimento de todos os


interessados e à divulgação dos atos praticados pela Administração nas fases do procedimento,
ressalvando-se as hipóteses de sigilo previstas na constituição e na legislação pertinente. Vejamos o que
diz Maria Sylvia Di Pietro (Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014, p. 385):

O princípio da publicidade, que vem agora inserido no artigo 37 da Constituição, exige a ampla
divulgação dos atos praticados pela Administração Pública, ressalvadas as hipóteses de sigilo
previstas em lei.

Vejamos, por fim, alguns exemplos da restrição da publicidade dos atos encartados na própria CF, em
seu art. 5º:

Art. 5º. [...]


XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário
ao exercício profissional;
[...]

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XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e
do Estado;
[...]
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o
interesse social o exigirem;

d) Eficiência.

O princípio da eficiência subdivide-se em dois aspectos: quanto ao modo de atuação do agente público,
o qual deve buscar o melhor desempenho possível de suas tarefas; e quanto ao modo de organização,
estruturação e disciplina, sempre visando o melhor resultado na prestação do serviço público, conforme
leciona Maria Sylvia Zanella di Pietro (Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014):

O princípio da eficiência apresenta, na realidade, dois aspectos: pode ser considerado em relação ao
modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor desempenho possível de suas
atribuições, para lograr os melhores resultados; e em relação ao modo de organizar, estruturar,
disciplinar a Administração Pública, também com o mesmo objetivo de alcançar os melhores
resultados na prestação do serviço público.

Questão 17: VUNESP


Entre os vários princípios constitucionais que regem os concursos públicos está aquele que proíbe que
se privilegie participantes, como em ações de nepotismo, ou, ao contrário, que se persiga algum
candidato/a. Esse princípio constitucional, que também rege outras ações da administração pública em
todos os níveis, é o princípio da

a) Moralidade.

b) Publicidade.

c) Eficiência.

d) Legalidade.

e) Eficácia.

GABARITO: A

A Constituição Federal estabelece normas que garantam a ampla acessibilidade aos cargos, funções e
empregos públicos àqueles que preencherem os requisitos mínimos exigidos em lei, mediante aprovação
em concurso público de provas ou provas e títulos, ressalvada exceção na nomeação para preenchimento
de cargos de provimento em comissão, devidamente declarados em lei, de livre nomeação e exoneração.

O artigo 37, II da Constituição Federal assim determina:


Art. 37.
[...]
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na

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forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração;

De acordo com o entendimento do Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello:


Os concursos públicos devem dispensar tratamento impessoal e igualitário aos interessados. Sem isto
ficariam fraudadas suas finalidades. Logo, são inválidas disposições capazes de desvirtuar a objetividade
ou o controle destes certames.

Ao lado do Princípio da Impessoalidade, impera na exigência de realização de concurso público com


tratamento igualitário e isonômico entre os participantes o Princípio da Moralidade que impõe à
Administração Pública a obrigatoriedade de manter suas ações administrativas pautadas na ética e
lealdade, buscando sempre aproximar-se da justiça na condução dos interesses públicos que lhe são
afetos.

Antagonicamente contrária a moralidade e justiça esperada na condução de concursos públicos e demais


ações governamentais, a incidência de benesses pessoais ou perseguições aos participantes do certame
conduz a imoralidade e injustiça, além de falta de lealdade na concorrência entre os participantes na
seleção do melhor candidato para ocupar o cargo público.

Diante do contexto constitucional e doutrinário, vamos as alternativas.

a) Moralidade. CORRETA

b) Publicidade. INCORRETA

c) Eficiência.INCORRETA

d) Legalidade.INCORRETA

e) Eficácia.INCORRETA

Questão 18: VUNESP

Indicar parentes e amigos para cargos públicos, tal como sugere a charge a seguir, em detrimento de
pessoas devidamente capacitadas para a função pública fere um princípio constitucional da
Administração Pública.

Assinale a alternativa que apresenta esse princípio.

a) Legalidade.

b) Ética.

c) Impessoalidade.

d) Eficiência.

e) Individualidade.

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GABARITO: C

Com base no princípio da eficiência, da moralidade, da impessoalidade, e em outros fundamentos


constitucionais, o STF, por meio da Súmula Vinculante 13, entendeu que viola a Constituição a
nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro
grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de
direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda,
de função gratificada na administração pública direta e indireta.

Procura, na alternativa, os princípios da eficiência e moralidade. Encontrou? Não, mas achou


impessoalidade, certo? Esse é o nosso gabarito.

Prosseguindo.

A presente Súmula só faz reafirmar o entendimento do STF: a vedação ao nepotismo não exige edição
de lei formal, uma vez que a proibição é extraída diretamente dos princípios constitucionais que norteiam
a atuação administrativa. Trata-se da consagração do combate a indesejada moral paralela.

Para Maria Sylvia, a moral paralela na Administração Pública é um problema crucial de nossa época,
por deixar sem qualquer sanção os atos que, embora legais, atentam contra o senso comum de
honestidade e de justiça. Só por meio da efetiva participação popular no controle do Estado é que será
possível superar a figura da Administração Paralela, e, assim, da moral paralela.

Porém, não há vedação de as leis, expressamente, tratarem de tão relevante tema. E, no caso, as leis
que veiculem as hipóteses de vedação a nepotismo não são de iniciativa reservada do chefe do Poder
Executivo, podendo ser propostas por parlamentares. Inclusive, esta é a posição compartilhada pelo STF
(RE 570392/RS).

Questão 19: VUNESP

Especialmente após a promulgação da Constituição de 1988, na Administração Pública, deve-se evitar o


desperdício de recursos ao mesmo tempo em que se busca manter e ampliar a qualidade dos serviços
prestados à população. Com base nesse raciocínio, os gestores públicos devem se pautar pelo princípio
constitucional denominado

a) Eficácia.

b) Efetividade.

c) Accountability.

d) Legalidade.

e) Eficiência.

GABARITO: E

O princípio ou dever de eficiência impõe-se a toda a Administração Pública (art. 37, caput, da CF/1988).
Parte da doutrina entende que, caso atue eficientemente, o agente público exercerá suas atribuições
com perfeição, rendimento funcional e rapidez. Sobre o tema, no REsp 1044158/MS, o STJ

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reconheceu o dever de indenizar do Estado devido à demora injustificada na concessão do ato de
aposentadoria de servidor que preenchera os requisitos legais.

Acrescente-se que, para o alcance da eficiência, a Administração Pública, por razões óbvias, deve buscar
alterações em sua própria estrutura. Com efeito, podem ser citados alguns exemplos constitucionais:

Inc. LXXVIII do art. 5.º: inserido pela Emenda 45/2004 (Reforma do Poder Judiciário), estabelece que a
todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios
que garantam a celeridade de sua tramitação.

§ 3.º do art. 37: dispõe que a lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração
pública direta e indireta, regulando especialmente as reclamações relativas à prestação dos serviços
públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação
periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços (princípio da participação popular).

§ 8.º do art. 37: garante a celebração de contratos de gestão entre órgãos/entidades públicos para
incremento da autonomia gerencial, orçamentária e financeira, com a fixação de metas de desempenho.

§ 2.º do art. 39: estabelece a obrigatoriedade de a União, Estados e Distrito Federal manterem escolas
de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação
nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de
convênios ou contratos entre os entes federados. A obrigatoriedade não foi estendida aos Municípios.

Nepotismo (Súmula Vinculante 13): a súmula do STF proíbe a contratação de parentes até o 3.º grau
para cargos comissionados. É uma aplicação direta dos princípios da moralidade e da impessoalidade. O
STF reconheceu, também, a ofensa ao princípio da eficiência, pois a nomeação recai, na maior parte das
vezes, em pessoas despreparadas e descompromissadas com o interesse público, as quais não
contribuem para o bom rendimento da Administração Pública.

O § 7.º do art. 39: dispõe que Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas
correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de
qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e
racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.

O § 4.º do art. 41: previu como condição obrigatória para a aquisição da estabilidade, além do decurso
do prazo de três anos, a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

O princípio da eficiência poderia ser resumido como o do “cobertor curto”: é cabeça ou pé! Não há
recursos ilimitados. É preciso aperfeiçoar as escolhas da Administração, é dizer, ampliar a quantidade
e a qualidade das atividades prestadas pela Administração, em contrapartida à redução de custos.

Questão 20: VUNESP


Um dos princípios da Administração Pública é o da finalidade, o qual rege seus atos e do qual não se
pode afastar sob nenhuma hipótese porque representa algo que se sobrepõe a outros aspectos, que é

a) a eficiência.

b) o interesse público.

c) a autotutela.

d) a eficácia.

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e) a razoabilidade.

GABARITO: B

Um dos princípios da Administração Pública é o da finalidade, o qual rege seus atos e do qual não
se pode afastar sob nenhuma hipótese porque representa algo que se sobrepõe a outros
aspectos, que é

a) a eficiência. ERRADA.
Eficiência conjuga o binômio produtividade e economia, vedando o desperdício e o uso inadequado
nos recursos públicos. Traduz-se nas seguintes máximas: “melhor desempenho possível por parte do
agente público” e “melhores resultados na prestação do serviço público”.

b) o interesse público. CORRETA.


Finalidade significa buscar a vontade da lei, e, assim, decorre do próprio princípio da legalidade. Nesse
contexto, somente se cumprirá a legalidade quando se ATENDER A SUA FINALIDADE, QUE SERÁ
SEMPRE O INTERESSE PÚBLICO.

c) a autotutela. ERRADA.
A autotutela possibilita que a Administração venha policiar seus próprios atos, adequando-os à
realidade fática em que atua, revogando atos inoportunos e/ou inconvenientes e declarando nulos os
efeitos dos atos eivados de vícios quanto à legalidade.

d) a eficácia. ERRADA.
Neste caso, eficácia está associada ao ato administrativo pronto para produzir efeitos.

e) a razoabilidade. ERRADA.
A razoabilidade está relacionada à atuação da Administração Pública, que deve ser equilibrada,
sensata, aceitável e capaz de evitar toda forma de intervenção ou restrição abusiva ou desnecessária
contra o administrado.

Questão 21: FCC


O regime jurídico imposto à Administração pública a submete a princípios e regras. No que se refere à
obrigatoriedade de observância,

a) os princípios possuem hierarquia superior às regras constantes da legislação, sobrepondo-se,


portanto, a elas.

b) a Administração indireta se submete apenas às regras constantes da legislação, não se lhes aplicando
os princípios que regem a Administração direta.

c) as regras legais podem ser afastadas se a Administração pública demonstrar que essa conduta melhor
atenderá ao princípio da eficiência.

d) o conteúdo dos princípios pode ser identificado em inúmeras regras legais, a exemplo da
obrigatoriedade de realizar procedimento licitatório para garantia da impessoalidade entre os
interessados.

e) o princípio da legalidade é hierarquicamente superior aos demais princípios, porque obriga a


Administração pública a agir nos termos da lei.

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GABARITO: D

A questão versa acerca do Regime Jurídico Administrativo. Nesse contexto, vamos analisar os itens para
encontrar a resposta correta.

a) os princípios possuem hierarquia superior às regras constantes da legislação, sobrepondo-se,


portanto, a elas.

Incorreto. Os princípios são, juntamente com as normas, espécies de regras jurídicas, portanto, não há
que se falar em hierarquia entre eles. Vejamos o que diz Alexandre Mazza (Manual de Direito
Administrativo. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2019, p. 50-51):

Assim, a regra jurídica seria todo comando de conduta estabelecido pelo Direito. Tais regras, por sua vez,
seriam de dois tipos: a) princípios – regras gerais norteadoras de todo o sistema jurídico; b) normas –
comandos específicos de conduta voltados à disciplina de comportamentos determinados. [...] os
princípios administrativos também são normas dotadas de força cogente capaz de disciplinar o
comportamento da Administração Pública. Portanto, desde que não se questione a força cogente dos
princípios jurídicos (possuem força cogente máxima), não faz diferença denominar os comandos mais
específicos como normas ou regras.

b) a Administração indireta se submete apenas às regras constantes da legislação, não se lhes


aplicando os princípios que regem a Administração direta.

Incorreto. O texto constitucional é claro em prescrever os princípios de legalidade, impessoalidade,


moralidade, publicidade e eficiência para aplicação também na administração indireta. Vejamos:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

c) as regras legais podem ser afastadas se a Administração pública demonstrar que essa conduta
melhor atenderá ao princípio da eficiência.

Incorreto. A Administração Pública não pode usar o princípio da eficiência para burlar a lei, devendo
buscar os melhores resultados por meio da aplicação da lei, conforme ensina Alexandre Mazza (Manual
de Direito Administrativo. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2019, p. 143):

É impossível deixar de relacionar o princípio da eficiência com uma lógica da iniciativa privada de como
administrar. Porém, o Estado não é uma empresa; nem sua missão, buscar o lucro. Por isso, o princípio
da eficiência não pode ser analisado senão em conjunto com os demais princípios do Direito
Administrativo. A eficiência não pode ser usada como pretexto para a Administração Pública descumprir
a lei. Assim, o conteúdo jurídico do princípio da eficiência consiste em obrigar a Administração a buscar
os melhores resultados por meio da aplicação da lei.

d) o conteúdo dos princípios pode ser identificado em inúmeras regras legais, a exemplo da
obrigatoriedade de realizar procedimento licitatório para garantia da impessoalidade entre os
interessados.

Correto. De fato, é possível identificar o conteúdo do princípio da impessoalidade no processo de


licitação, uma vez que uma contratação é escolhida de forma objetiva, sem favoritismos ou perseguições,

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conforme ensina Alexandre Mazza (Manual de Direito Administrativo. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2019, p.
126):

Cabe destacar que diversos institutos e normas específicas de Direito Administrativo revelam uma
preocupação com a impessoalidade, especialmente, regras sobre impedimento e suspeição válidas para
o processo administrativo, a vedação de promoção pessoal de autoridades públicas, a licitação e o
concurso público.

e) o princípio da legalidade é hierarquicamente superior aos demais princípios, porque obriga a


Administração pública a agir nos termos da lei.

Incorreto. Conforme visto acima, não há hierarquia entre princípios, conceituados como normas de força
cogente, devendo, no caso concreto, ser avaliado para a sua correta aplicação, ponderando os valores
envolvidos para a melhor aplicação naquele caso.

Questão 22: FCC


Os princípios da eficiência e da moralidade, que regem a atuação da Administração pública,

a) admitem interpretação que sobreponha seu conteúdo e hierarquia ao de norma jurídica prevista em
lei formal, dada sua capacidade de atualização e ajuste ao caso concreto.

b) não são passíveis de serem objeto de controle por órgãos externos, dado seu conteúdo fluido e
desprovido de elementos concretos e tutela formal em lei.

c) se sobrepõem aos demais princípios administrativos explícitos e implícitos, em razão do conteúdo de


interesse público transversal que expressam.

d) não impedem o exercício do controle pelo Tribunal de Contas, ao qual também é dado inferir conteúdo
de economicidade aos atos e contratos administrativos.

e) afastam a possibilidade de controle judicial quando tiverem sido o fundamento da edição de atos e
celebração de contratos administrativos.

GABARITO: D

A Administração Pública, Direta e Indireta, de todos os Poderes acha-se sujeito ao controle pelos
Tribunais de Contas. E, de fato, além da moralidade e eficiência, é dado aos Tribunais o exame da
economicidade. Vejamos:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das
entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação
das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle
externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize,
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

Os demais itens estão errados:

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a) admitem interpretação que sobreponha seu conteúdo e hierarquia ao de norma jurídica prevista em
lei formal, dada sua capacidade de atualização e ajuste ao caso concreto.

Não há hierarquia entre princípios, e não há hierarquia dos princípios em relação às leis.

b) não são passíveis de serem objeto de controle por órgãos externos, dado seu conteúdo fluido e
desprovido de elementos concretos e tutela formal em lei.

Os atos da Administração poderão ser objeto de controle pelos TCs, seja quanto à moralidade, seja
quanto à eficiência.

c) se sobrepõem aos demais princípios administrativos explícitos e implícitos, em razão do conteúdo de


interesse público transversal que expressam.

Não há hierarquia entre princípios da Administração.

e) afastam a possibilidade de controle judicial quando tiverem sido o fundamento da edição de atos e
celebração de contratos administrativos.

A única coisa que se afasta do Poder Judiciário é o mérito administrativo. Lesões ou ameaças a direito
não podem fugir ao crivo do Poder Judiciário.

Questão 23: VUNESP


A respeito dos princípios administrativos, assinale a alternativa correta.

a) Em função do princípio da publicidade, a ausência de divulgação de todo ato o torna necessariamente


nulo.

b) O princípio da eficiência impõe que a Administração fiscalize de maneira rigorosa a obediência às


formalidades legais, independentemente dos resultados alcançados.

c) O princípio de moralidade, por possuir conteúdo indeterminado, tem a sua aplicação necessariamente
condicionada à prévia expedição de lei.

d) O princípio da legalidade implica na necessidade de que a realização de toda e qualquer conduta


administrativa esteja estritamente autorizada por lei em sentido formal.

e) O princípio da impessoalidade veda que os agentes públicos se promovam às custas da Administração


Pública.

GABARITO: E

Assim prevê a CF:

“Art. 37. (...) § 1.º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes,
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.”

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Os demais itens estão errados:

a) Em função do princípio da publicidade, a ausência de divulgação de todo ato o torna necessariamente


nulo.

De todo o ato? Há situações em que não precisamos divulgar os atos, exemplo dos que afetem a
segurança nacional.

b) O princípio da eficiência impõe que a Administração fiscalize de maneira rigorosa a obediência às


formalidades legais, independentemente dos resultados alcançados.

O princípio da eficiência prima pelo controle, isso é fato, mas um controle a posteriori, mais preocupado
com os resultados.

c) O princípio modalidade, por possuir conteúdo indeterminado, tem a sua aplicação necessariamente
condicionada à prévia expedição de lei.

Acredito que a banca quis dizer "moralidade". O conteúdo é mais elástico, isso é fato, mas nem por isso
precisamos de lei. A Súmula Vinculante 13 do STF é uma evidência disso. Vedou-se o nepotismo,
independentemente da existência de prévia lei.

d) O princípio da legalidade implica na necessidade de que a realização de toda e qualquer conduta


administrativa esteja estritamente autorizada por lei em sentido formal.

Toda e qualquer? Será que a conduta pode estar autorizada em veículos diversos da lei? Sim, como em
decretos. Ademais, há situações em que o legislador não consegue precisar o conteúdo do ato, e deixa
margem de discricionariedade para o gestor.

Questão 24: VUNESP


A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, bem como
aos da

a) exclusividade e tempestividade.

b) transparência e unidade.

c) universalidade e anualidade.

d) eficácia e do marketing.

e) publicidade e eficiência.

GABARITO: E

É a Constituição de 1988 a responsável por consagrar as normas e princípios básicos regentes


da Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos municípios. São princípios constitucionais expressos no caput do art. 37 da CF (LIMPE).

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Tais princípios valem para todos os Poderes, de todos os entes integrantes da Federação Brasileira
(União, Estados, Distrito Federal e municípios) e respectivas Administrações Direta e Indireta. Façamos
a leitura do referido dispositivo constitucional:

“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...).”

Fica o registro adicional de que, nos termos da CF/1988, os princípios se dirigem a toda a Administração
Indireta, independentemente da natureza jurídica da entidade. Assim, mesmo entidades da Administração
Pública que explorem atividades econômicas, como o Banco do Brasil e a Petrobras, submetem-se aos
princípios constitucionais da Administração Pública.

Questão 25: VUNESP


Assinale a alternativa que contém os princípios da Administração Pública explícitos na Constituição
Federal.

a) Proporcionalidade, moralidade, eficiência, razoabilidade e legalidade.

b) Impessoalidade, publicidade, moralidade, legalidade e eficiência.

c) Legalidade, impessoalidade, proporcionalidade, finalidade pública e moralidade.

d) Autotutela, continuidade, razoabilidade, legalidade e moralidade.

e) Moralidade, confiança legítima, segurança jurídica, legalidade e impessoalidade.

GABARITO: B

Assim prevê o caput do art. 37 da CF:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

Estamos diante do batido mnemônico LIMPE.

Questão 26: FGV


Prefeito de determinado município do Estado da Bahia nomeou sua esposa, médica de notório
conhecimento e atuação exemplar, para exercer o cargo de Secretária Municipal de Saúde. No caso em
tela, com as informações apresentadas acima, a princípio, de acordo com a jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal,

a) não é possível afirmar que houve flagrante violação ao princípio da impessoalidade pela prática de
nepotismo, pois o cargo de secretário municipal possui natureza política.

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b) não é lícito o ato administrativo de nomeação, pois houve flagrante violação ao princípio da moralidade
pela prática de nepotismo.

c) é possível afirmar que houve flagrante ato de improbidade administrativa, por violação aos princípios
da eficiência e legalidade.

d) é possível afirmar que houve flagrante crime eleitoral pela prática de ato expressamente proibido pelo
texto constitucional que viola a impessoalidade.

e) é possível afirmar que houve flagrante falta disciplinar pela prática de ato punível com a sanção
funcional de afastamento cautelar da função pública.

GABARITO: A

a) não é possível afirmar que houve flagrante violação ao princípio da impessoalidade pela prática de
nepotismo, pois o cargo de secretário municipal possui natureza política.

Com base no princípio da eficiência, da moralidade, da impessoalidade, e em outros fundamentos


constitucionais, o STF, por meio da Súmula Vinculante 13, entendeu que viola a Constituição a
nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro
grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de
direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda,
de função gratificada na administração pública direta e indireta.

A presente Súmula só faz reafirmar o entendimento do STF: a vedação ao nepotismo não exige edição
de lei formal, uma vez que a proibição é extraída diretamente dos princípios constitucionais que norteiam
a atuação administrativa. Trata-se da consagração do combate a indesejada moral paralela.

Para Maria Sylvia, a moral paralela na Administração Pública é um problema crucial de nossa época,
por deixar sem qualquer sanção os atos que, embora legais, atentam contra o senso comum de
honestidade e de justiça. Só por meio da efetiva participação popular no controle do Estado é que será
possível superar a figura da Administração Paralela, e, assim, da moral paralela.

APROFUNDAMENTO
Súmula Vinculante 13 e suas exceções

A Súmula Vinculante 13 comporta exceções.


A primeira ressalva diz respeito aos servidores já admitidos via concurso público, os quais, na visão do
STF (MS 29.320/DF), não podem ser prejudicados em razão do grau de parentesco, inclusive porque tais
servidores passaram por rigorosos concursos públicos, tendo, portanto, o mérito de assumir um cargo de
chefia, de direção.
Se entendêssemos diferente disso, alguns servidores seriam punidos eternamente, apesar de
competentes para galgarem postos mais elevados.
No entanto, esclareça-se que permanece em vigor a diretriz contida na Lei Federal 8.112/1990, em que
se proíbe ao servidor público manter sob sua chefia imediata cônjuge ou parentes até o 2.º grau civil.

A segunda exceção consta da Reclamação 6650/PR, na qual o STF reafirmou seu posicionamento de
que a Súmula 13 não se aplica às nomeações para cargos de natureza política (Secretário Estadual de
Transporte, no caso da decisão).

Vejamos um julgamento do STF sobre o tema:

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JULGAMENTO
STF – Rcl 22339/SP

A nomeação do cônjuge de prefeito para o cargo de Secretário Municipal, por se tratar de cargo público
de natureza política, por si só, não caracteriza ato de improbidade administrativa.

É que a vedação ao nepotismo (Súmula Vinculante 13) não se aplica para cargos públicos de natureza
política, a não ser que fique demonstrada a inequívoca falta de razoabilidade na nomeação por manifesta
ausência de qualificação técnica ou inidoneidade moral do nomeado.

O que só faz confirmar a correção da letra A.

Acrescenta-se que, no Código Civil, o parentesco por afinidade é limitado ao 2.º grau.

QF-8: CERTO. A Súmula Vinculante 13 veda a nomeação de parentes até 3º grau, como é o caso dos
sobrinhos.

Questão 27: FGV


João, agente de trânsito e transporte do Município de Salvador, realizava blitz a fim de verificar a
regularidade dos sistemas de trânsito e de transporte.

Por coincidência, Mário, seu vizinho e antigo desafeto que conduzia um caminhão na área urbana, foi
parado na blitz para ser fiscalizado. Ainda que não tenha sido encontrada qualquer irregularidade no
veículo inspecionado, João lavrou auto de infração em desfavor de Mário, exclusivamente por retaliação.

No caso em tela, João violou, frontal e diretamente, princípios constitucionais da Administração Pública.
Assinale a opção que os indica.

a) Legalidade e pessoalidade.

b) Segurança jurídica e autotutela.

c) Razoabilidade e publicidade.

d) Moralidade e impessoalidade.

e) Isonomia e competitividade.

GABARITO: D

Como nos ensina Carmen Lucia, o princípio republicano e o dever, que nele se contém, de se dar trato
público à coisa pública, que nesta forma de governo se encarece, fundamentam a impessoalidade
administrativa. É que nela a qualificação pessoal não conta, como não conta a situação pessoal daquele
que detém o cargo público e que se deve manter neutro e objetivo em sua conduta, seja qual for a situação
social, econômica ou político-partidária do cidadão sobre o qual incidirão os efeitos do ato da
Administração.

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Ou seja, não pode a Administração discriminar positiva ou negativamente pessoas que estejam numa
mesma situação jurídica.

No caso concreto, o servidor, além da moralidade, atingiu a impessoalidade. Cometeu o que a doutrina
nomina de desvio de finalidade. E a finalidade é uma das facetas da impessoalidade.

” (por Cármen Lúcia Antunes Rocha).

Questão 28: VUNESP


O Prefeito Mervaldinho da cidade de Esmeraldópolis aprovou junto à sua equipe o seguinte outdoor:

Os vereadores de oposição desse município elaboraram uma reclamação formal contra essa propaganda
do Prefeito junto à justiça eleitoral. Eles se basearam corretamente no princípio Constitucional descrito
na alternativa:

a) Moralidade, na medida em que os políticos devem seguir princípios morais e éticos em suas
comunicações e evitar associar seus nomes às realizações e obras públicas, sempre que possível.

b) Legalidade, pois os gestores públicos devem primar e defender as Leis e princípios que regem uma
sociedade democrática e plural, ou seja, o dinheiro público não serve para promoção de ordem pessoal.

c) Razoabilidade, ou seja, as obras públicas devem ser divulgadas para a população, mas devem ser
discretas, objetivas e educativas; além disso, não se recomenda a citação de nomes ou pessoas nesse
tipo de publicidade.

d) Supremacia do Interesse Público, o que não ocorreu nessa publicidade; o erário público foi utilizado
para promover o prefeito e ultrapassou o limite do interesse público.

e) Publicidade, pois não se deve ter uma comunicação de cunho ou promoção pessoal; os atos
governamentais devem possuir um caráter educativo, informativo ou de orientação social.

GABARITO: E

Gostaria que fosse suficiente a leitura do §1º do art. 37 da CF:

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§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

Professor, mas por que não suficiente?

Gente, o princípio marcante no §1º do art. 37 não é o princípio da publicidade, a publicidade foi citado
como instrumento para a divulgação das políticas públicas, mas o uso das imagens e símbolos ofende o
princípio da impessoalidade.

Enfim, a publicidade foi utilizada incorretamente, sim, foi, mas a reclamação foi devido ao ferimento à
impessoalidade.

Qualquer manual de Direito Administrativo aponta exatamente este exemplo como mácula à
impessoalidade.

Mas, Professor, não há, entre as alternativas, impessoalidade. O que fazer? Chorar?

Não! Nesse caso, você vai por eliminação. Não fosse a citação da moralidade na letra A, rs. Não fosse
esta banca examinadora, teria uma inclinação enorme de marcar a letra A, ou você acha, sinceramente,
que a colocação dos nomes é aplicação ética? Nem pensar!

E, só excepcionalmente, teria marcado letra E. Lamentável!

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Atos Administrativos
Questão 1: FCC
Um ato que produza efeitos jurídicos de natureza concreta e se consubstancie em exteriorização de
vontade da Administração pública quando esta estiver agindo valendo-se de suas prerrogativas e
restrições, enquadra-se na conceituação de ato

a) da Administração, este que produz efeitos sob regime jurídico administrativo ou está sujeito ao direito
comum, a depender de seu objeto.

b) administrativo, cujo procedimento para sua edição é sempre implementado de forma complexa.

c) material, cujos efeitos se exaurem com a execução da vontade.

d) administrativo, o que não afasta a necessidade de observância de outros requisitos como condição de
validade do mesmo.

e) da Administração, cuja edição por agente incompetente constitui vício insanável de legalidade.

GABARITO: D

d) administrativo, o que não afasta a necessidade de observância de outros requisitos como condição de
validade do mesmo. – certa.
O enunciado da questão, realmente, traz o conceito de ato administrativo, o qual é a exteriorização da
vontade da Administração pública valendo-se de todas as suas prerrogativas. A edição desse ato, no
entanto, deve observar os requisitos legais e assim cumprir a sua condição de validade.
Na lição de Ricardo Alexandre e João de Deus:
“O ato administrativo é espécie de ato jurídico, cujas peculiaridades são as seguintes: a) é praticado
necessariamente pela Administração Pública, por intermédio de agente público ou de agente privado
investido de prerrogativas púbicas; b) deve ter como objetivo mediato ou imediato a satisfação do
interesse público; c) é praticado sob o regime jurídico de direito público.” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS,
João de. Direito Administrativo Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método, 2015.E-book. P. 352)

Passemos à análise das demais alternativas:

1. No que tange as alternativas A e E, inicialmente, destaca-se que os atos da administração são todos
aqueles praticados pelo Poder Público, seja dotados de todas as prerrogativas em regime de direito
público, seja em regime de direito privado. Assim sendo, como o enunciado traz
expressamente “exteriorização de vontade da Administração pública quando esta estiver agindo valendo-
se de suas prerrogativas”, as alternativas encontram-se incorretas. Ademais, não é apenas o objeto do
ato que definirá se ele estará submetido ao regime jurídico administrativo ou ao direito comum. Por fim,
salienta-se que, nem sempre a edição de ato por agente incompetente gerará vício insanável, somente
ocorrerá nos casos em que a competência por exclusiva.

2. Quanto à alternativa B cumpre ressaltar que os atos administrativos não serão editados sempre de
forma complexa. Eles podem ser, quanto à sua formação: simples, compostos e complexos. Portanto,
alternativa incorreta.

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3. Por fim, no que se refere a alternativa C, afirma-se que os atos materiais são fatos administrativos, os
quais estão ligados às atividades materiais realizadas no exercício da atividade administrativa, podendo
ser fruto da vontade da administração ou não, como por exemplo, um evento natural que produz efeitos
materiais concretos na seara administrativa.

Questão 2: FCC
Os atos praticados pelos administradores de uma sociedade de economia mista, nesta qualidade,

a) podem ter natureza de ato administrativo, a exemplo de decisões indeferindo requerimento de


informações, formulado por particular, sobre os serviços públicos prestados pela empresa.

b) têm natureza de ato administrativo discricionário, a exemplo da decisão que aprova a locação de
imóveis da empresa que estejam desocupados.

c) têm natureza vinculada quando se prestarem a autorizar a alienação de imóveis da empresa que não
estejam sendo utilizados para atividades afetas a seu objeto social.

d) estão sujeitos à revisão administrativa pela Administração direta, sempre que implicarem indeferimento
de pleitos dos empregados públicos ou de particulares.

e) estão sujeitos à hierarquia administrativa da Administração direta, porque praticados por pessoa
jurídica integrante desta estrutura administrativa.

GABARITO: A

a) podem ter natureza de ato administrativo, a exemplo de decisões indeferindo requerimento de


informações, formulado por particular, sobre os serviços públicos prestados pela empresa.
As empresas governamentais atuam em duplo área, ou podem atuar. No caso, podem ser prestadoras
de serviços públicos ou interventoras no domínio econômico. Quando interventoras, submetem-se aos
rigores dos particulares, no que diz respeito às obrigações fiscais, tributárias, civis, comerciais,
trabalhistas, logo, a elas não se estendem prerrogativas. Já se prestadoras de serviços públicos, o regime
pode ser exorbitante do comum, exemplo da ECT e da Infraero. Quando prestadoras de serviços públicos,
os atos serão considerados ATOS ADMINISTRATIVOS. O mesmo raciocínio é válido para os atos
praticados por concessionárias, prestadoras de serviços públicos.

Os demais itens estão errados:

b) têm natureza de ato administrativo discricionário, a exemplo da decisão que aprova a locação de
imóveis da empresa que estejam desocupados.

A locação é ato administrativo? Não!!! É ato de direito privado, ainda que fosse praticado por pessoa
jurídica de Direito Público.

c) têm natureza vinculada quando se prestarem a autorizar a alienação de imóveis da empresa que não
estejam sendo utilizados para atividades afetas a seu objeto social.

O ato de autorização de alienar o imóvel é vinculado? Sério? Não né gente! A empresa vende se quiser
vender, não é forçada a isso.

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d) estão sujeitos à revisão administrativa pela Administração direta, sempre que implicarem
indeferimento de pleitos dos empregados públicos ou de particulares.

Cuidado! Entre a Administração Direta e Indireta há apenas vinculação, sem hierarquia, portanto. Logo,
não cabe, como regra, revisão por parte da Administração Direta, estar-se-ia admitindo a figura do recurso
hierárquico impróprio, o que só será admitido em havendo previsão expressa.

e) estão sujeitos à hierarquia administrativa da Administração direta, porque praticados por pessoa
jurídica integrante desta estrutura administrativa.

Não há hierarquia, e a Indireta são novas pessoas do lado de fora, portanto, da Direta.

Questão 3: CEBRASPE (CESPE)

Acerca de atos administrativos, serviços públicos e intervenção do Estado na propriedade, julgue o item
seguinte.

Comando ou posicionamento emitido oralmente por agente público, no exercício de função administrativa
e manifestando sua vontade, não pode ser considerado ato administrativo.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

O item está errado, pois os atos administrativos podem ser manifestados de forma oral, tal como o apito
de um guarda de trânsito determinando a parada.

Por sua vez, o silêncio não é propriamente ato administrativo, mas sim fato administrativo, o qual pode
gerar consequências jurídicas, como a prescrição e a decadência. E, realmente, não é ato, pois falta ao
silêncio algo que é essencial ao conceito de ato administrativo: a declaração de vontade. O silêncio é o
oposto disso: é ausência de manifestação. E não há ato sem a declaração de vontade.

Questão 4: CONSULPLAN
Analise as afirmativas a seguir.

I. A expressão “atos da Administração” traduz o sentido amplo, e indica que todo e qualquer ato se origine
dos inúmeros órgãos que compõem o sistema administrativo em qualquer dos Poderes.

II. Existem três pontos fundamentais para a caracterização do ato administrativo: a) a necessidade de
que a vontade seja emanada do agente da Administração Pública ou daquele que é dotado de
prerrogativas desta; b) deve propiciar a produção de efeitos jurídicos com fim público; c) deve toda essa
categoria de atos ser regida basicamente pelo direito público.

III. Se a autoridade hierarquicamente superior atrair para sua esfera decisória a prática de ato da
competência natural de agente com menor hierarquia, dar-se-á o fenômeno da avocação, cujo escopo é
evitar decisões concorrentes e, eventualmente, contraditórias.

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IV. No direito público, o silêncio, como regra, importa consentimento tácito, considerando-se os usos ou
as circunstâncias normais; somente não valerá como anuência se a lei declarar indispensável a
manifestação expressa.

Estão corretas apenas as afirmativas

a) II e III.

b) III e IV.

c) I, II e III.

d) II, III e IV.

GABARITO: C

Analise as afirmativas a seguir.

I. A expressão “atos da Administração” traduz o sentido amplo, e indica que todo e qualquer ato se origine
dos inúmeros órgãos que compõem o sistema administrativo em qualquer dos Poderes.

CORRETO. Atos administrativos e atos da administração são conceitos com significados diferentes.

Os atos administrativos são aqueles em que a Administração utiliza de seu poder de império,
fundamentados na supremacia e na indisponibilidade do interesse público. Tais atos são praticados em
posição de hierarquia às pessoas submetidas à tutela administrativa.

Noutro giro, os atos da administração são aqueles em que o Poder Público despe-se de suas
prerrogativas de direito público, atuando parcialmente sobre as regras do direito privado, normalmente
em pé de igualdade com o particular.

Assim, item correto.

II. Existem três pontos fundamentais para a caracterização do ato administrativo: a) a necessidade de
que a vontade seja emanada do agente da Administração Pública ou daquele que é dotado de
prerrogativas desta; b) deve propiciar a produção de efeitos jurídicos com fim público; c) deve toda essa
categoria de atos ser regida basicamente pelo direito público.

CORRETO. Os atos administrativos são aqueles em que a Administração utiliza de seu poder de império,
fundamentados na supremacia e na indisponibilidade do interesse público. Tais atos são praticados em
posição de hierarquia às pessoas submetidas à tutela administrativa.

Item correto.

III. Se a autoridade hierarquicamente superior atrair para sua esfera decisória a prática de ato da
competência natural de agente com menor hierarquia, dar-se-á o fenômeno da avocação, cujo escopo é
evitar decisões concorrentes e, eventualmente, contraditórias.

CORRETO. A avocação é instituto do direito administrativo previsto no art. 15 da lei nº 9.784/99.

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Nesse sentido, trata-se de exercício de poder hierárquico, que autoriza a autoridade superior a praticar o
controle interno dos atos praticados por seus subordinados.

Veja os termos da Lei:

Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados,
a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.

Item correto.

IV. No direito público, o silêncio, como regra, importa consentimento tácito, considerando-se os usos ou
as circunstâncias normais; somente não valerá como anuência se a lei declarar indispensável a
manifestação expressa.

ERRADO. Diferentemente do que ocorre no direito privado, no direito público o silêncio é considerado
fato administrativo e não ato administrativo.

Ou seja, o silêncio administrativo em nada interfere na esfera jurídica do usuário, salvo se houver previsão
diversa constante da Lei.

Sendo assim, item incorreto.

Sendo assim, estão corretas apenas as afirmativas I, II e III.

Questão 5: VUNESP
Declaração do Estado (ou de quem lhe faça as vezes – como, por exemplo, um concessionário de
serviços públicos), no exercício de prerrogativas públicas, manifestada mediante providências jurídicas
complementares da lei a título de lhe dar cumprimento, e sujeitas a controle de legitimidade por órgão
jurisdicional.

É correto afirmar que o enunciado se refere ao conceito de

a) poder hierárquico.

b) decisão judicial.

c) ato administrativo.

d) discricionariedade.

e) ativismo judicial.

GABARITO: C

Declaração do Estado (ou de quem lhe faça as vezes – como, por exemplo, um concessionário de
serviços públicos), no exercício de prerrogativas públicas, manifestada mediante providências jurídicas

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complementares da lei a título de lhe dar cumprimento, e sujeitas a controle de legitimidade por órgão
jurisdicional.

É correto afirmar que o enunciado se refere ao conceito de

a) poder hierárquico.

ERRADO. O poder hierárquico consiste na prerrogativa da Administração Pública de distribuir


verticalmente suas funções no âmbito de determinada estrutura administrativa.

Decorrente dessa hierarquia, é possível que o superior reveja os atos praticados pelos subordinados,
quando os considere inoportunos ou inconvenientes, ou por motivos de ilegalidade.

Logo, item incorreto.

b) decisão judicial.

ERRADO. A decisão judicial é ato típico do Poder Judiciário, que não se aplica à Administração Pública.

Portanto, item incorreto.

c) ato administrativo.

CERTO. O ato administrativo é a manifestação de vontade do Poder Público, muitas vezes utilizando das
prerrogativas de direito público conferidas pela Lei.

Tais atos estão sujeitos ao controle de legalidade pelo Poder Judiciário.

Em razão disso, item correto.

d) discricionariedade.

ERRADO. O poder discricionário da Administração foi concedido pelo legislador, mediante da


impossibilidade de se prever todas as relações jurídicas a serem criadas pela Administração Pública.

Diante dessa impossibilidade, o legislador facultou à Administração a prática de atos administrativos


baseados em critérios de conveniência e de oportunidade, que compõem a análise do mérito
administrativo.

Dessa forma, item incorreto.

e) ativismo judicial.

ERRADO. O ativismo judicial é conceituado como a interferência proativa do Judiciário em questões


relacionadas ao cumprimento das políticas públicas pelo Poder Judiciário.

Nesse sentido, o Judiciário sai do papel de solucionar conflitos, e passa a se tornar um fiscalizador da
execução das políticas públicas pelo Poder Público.

Desse modo, item incorreto.

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Questão 6: CEBRASPE (CESPE)

Acerca do direito administrativo, dos atos administrativos e dos agentes públicos, julgue o item a seguir.

Em razão do princípio da tipicidade, é vedado à administração celebrar contratos inominados.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

Por este princípio, afasta-se a possibilidade de produzir atos administrativos unilaterais inominados (sem
nomes), especialmente em consequência direta do princípio da legalidade: para cada finalidade
pretendida pela Administração existe um ato definido em lei.

Duas consequências podem ser apontadas em razão do princípio da tipicidade. Impede-se:


I) a Administração de produzir atos unilaterais e coercitivos, sem expressa previsão legal, representando
verdadeira garantia ao administrado;

II) a prática de atos totalmente discricionários (que seriam, em realidade, arbitrários), porque a previsão
legal define os contornos em que a discricionariedade poderá ser exercida.

Porém, não há de se falar em tipicidade com relação aos atos bilaterais, como é o exemplo clássico dos
contratos administrativos, pois, em relação a estes, não há imposição da vontade administrativa. Assim,
nestes acordos, a vontade da Administração dependerá da aceitação do particular, não havendo óbices
à formalização de contratos inominados, desde que haja o melhor atendimento do interesse público e do
particular.

Questão 7: FCC
O diretor de uma fundação municipal emitiu decisão determinando a venda de um imóvel que teria se
tornado inservível, ante a necessidade do incremento de receita para aquisição de outro ativo imobiliário.
Referida decisão

a) possui natureza de ato jurídico, mas não de ato administrativo, considerando que as fundações são
pessoas jurídicas de direito privado que não integram a Administração pública.

b) tem natureza de ato administrativo, considerando que se trata de decisão proferida por diretor de
fundação municipal, pessoa jurídica integrante da Administração pública indireta.

c) depende de referendo ou homologação da Administração Central, em razão do poder de tutela que


exerce sobre os entes integrantes da Administração indireta.

d) possui caráter autônomo e independente, considerando a natureza jurídica do ente que a emitiu, o
que também afasta a obrigatoriedade de licitação.

e) possui natureza de ato administrativo, este que, contudo, não é dotado dos atributos típicos daqueles
emitidos pela Administração direta.

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GABARITO: B

Vejamos a definição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro de ato administrativo é:

“A declaração unilateral do Estado ou de quem o represente que produz efeitos jurídicos imediatos, com
observância da lei, sob o regime jurídico de Direito Público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário.”

Para complementar o aprendizado, vejamos o conceito de ato administrativo oferecido por Hely Lopes
Meirelles:

“É toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha
por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ou impor obrigações
aos administrados ou a si própria.”

Portanto, no caso concreto, há um típico ato administrativo.

Abaixo, os erros:

a) possui natureza de ato jurídico, mas não de ato administrativo, considerando que as fundações são
pessoas jurídicas de direito privado que não integram a Administração pública.

As fundações públicas, sejam públicas ou privadas, praticam atos administrativos. E o ato administrativo,
por acaso, é espécie do gênero ato jurídico.

c) depende de referendo ou homologação da Administração Central, em razão do poder de tutela que


exerce sobre os entes integrantes da Administração indireta.

Há poder de tutela, mas, enquanto pessoa jurídica, a fundação não precisa do aval da Administração
Central para produzir seus próprios atos.

d) possui caráter autônomo e independente, considerando a natureza jurídica do ente que a emitiu, o
que também afasta a obrigatoriedade de licitação.

São independentes, isso é fato. Porém, estão sujeitas ao dever de licitar, ainda que contem com
personalidade jurídica de direito privado.

e) possui natureza de ato administrativo, este que, contudo, não é dotado dos atributos típicos daqueles
emitidos pela Administração direta.

Os atos administrativos praticados pelas Fundações são dotados de atributos, como imperatividade,
autoexecutoriedade e presunção de legitimidade.

Questão 8: VUNESP
Na Administração Pública brasileira, um ato administrativo concretiza o exercício da função administrativa
do Estado. Nesse cenário, assinale a alternativa que corretamente apresenta o devido e regular conceito
de ‘ato administrativo’.

a) É a declaração entre o Estado e os particulares, em que há um acordo de vontade para a estipulação


de obrigações recíprocas.

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b) É a declaração do Estado ou de quem o represente, que não produz efeitos jurídicos imediatos,
independente de lei, mas sob o regime jurídico de direito público, e que está sujeita ao controle dos
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

c) É a prescrição unilateral predisposta à produção de efeitos não jurídicos, expedida exclusivamente


pelo Estado, estabelecida na conformidade da lei, sob o fundamento de cumprir finalidades assinaladas
do Chefe do Executivo, mas que pode ser revista pelo Judiciário.

d) É a expressão da vontade emanada do Estado ou de agentes com a prerrogativa deste, cujo conteúdo
deve visar efeitos jurídicos com interesses públicos, devendo ser regido basicamente pelo direito público,
sujeitando-se à lei e passível de controle judicial.

e) É toda manifestação de vontade da Administração Pública que, agindo por ordens do Poder Executivo,
independentemente de respaldo legal, tenha por fim licitar, punir, julgar, transferir, criar, extinguir e
declarar direitos, ou impor obrigações ou situações não jurídicas.

GABARITO: D

Sobre o conceito de ato administrativo, destacam Ricardo Alexandre e João de Deus:


“(...) entendemos que ato administrativo é a manifestação unilateral de vontade emanada de
entidade investida em prerrogativas estatais que, amparada pelos atributos decorrentes do regime
jurídico de direito público, destina-se a produção de efeitos jurídicos e sujeita-se a controle
judicial.” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo Esquematizado.1ª ed. São
Paulo: Método, 2015.E-book. P.354)
Tomando esse conceito como parâmetro, vejamos as alternativas:

a) É a declaração entre o Estado e os particulares, em que há um acordo de vontade para a estipulação


de obrigações recíprocas. – errada.
No ato administrativo não há acordo de vontade, mas sim manifestação unilateral do ente estatal.
Logo, incorreta a alternativa.

b) É a declaração do Estado ou de quem o represente, que não produz efeitos jurídicos imediatos,
independente de lei, mas sob o regime jurídico de direito público, e que está sujeita ao controle dos
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. – errada.

Embora os atos administrativos realmente estejam sujeitos a controle (do Executivo, Legislativo e
Judiciário), ele produz sim efeitos jurídicos de forma imediata, em razão dos atributos da presunção de
veracidade (presunção de que os fatos que ensejaram o ato são verdadeiros) e da presunção de
legitimidade (presunção de que o ato foi emanado conforme o ordenamento jurídico).
Nesse contexto, está incorreta a alternativa.

c) É a prescrição unilateral predisposta à produção de efeitos não jurídicos, expedida exclusivamente


pelo Estado, estabelecida na conformidade da lei, sob o fundamento de cumprir finalidades assinaladas
do Chefe do Executivo, mas que pode ser revista pelo Judiciário. – errada.

Primeiramente, o ato administrativo se destina à produção de efeitos jurídicos.


Não é, contudo, exclusividade do Executivo, já que os poderes Legislativo e Judiciário também produzem
atos administrativos, quando atuam em sua função administrativa (ex.: realização de concurso público).
Ainda, o ato não pode ser revisto pelo Judiciário, mas sim controlado, e apenas quanto aos aspectos
legais.

Nesse contexto, está incorreta a alternativa.

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d) É a expressão da vontade emanada do Estado ou de agentes com a prerrogativa deste, cujo conteúdo
deve visar efeitos jurídicos com interesses públicos, devendo ser regido basicamente pelo direito público,
sujeitando-se à lei e passível de controle judicial. - certa.

A alternativa contempla adequadamente o os elementos que compõe o conceito de ato administrativo:


- manifestação unilateral de vontade emanada de entidade investida em prerrogativas estatais;
- destinado à produção de efeitos jurídicos;
- amparado pelos atributos decorrentes do regime jurídico de direito público;
- sujeito a controle judicial.
Logo, correta a alternativa, devendo ser assinalada.

e) É toda manifestação de vontade da Administração Pública que, agindo por ordens do Poder Executivo,
independentemente de respaldo legal, tenha por fim licitar, punir, julgar, transferir, criar, extinguir e
declarar direitos, ou impor obrigações ou situações não jurídicas. – errada.

Como já observado, o ato administrativo não decorre exclusivamente do Poder Executivo. Ainda, deve
estar baseado na lei, sob pena de abuso de poder. Se destina, além disso à produção de efeitos jurídicos.
Nesse contexto, incorreta a alternativa.

Questão 9: IDECAN
Na doutrina do Direito Administrativo brasileiro, quanto a atos e fatos administrativos é correto afirmar
que:

a) Todo fato administrativo é fato jurídico.

b) Algum fato administrativo é fato jurídico.

c) Nenhum ato administrativo é ato jurídico.

d) Nenhum ato administrativo é fato jurídico.

GABARITO: D

A questão versa acerca da distinção entre fato e ato jurídico administrativo. Nesse contexto, note que um
fato jurídico é um fato, correspondente, a uma descrição contida na norma legal que produz efeitos no
mundo do direito e, por sua vez, um fato que, correspondente a uma norma jurídica, produz efeitos no
mundo do direito administrativo é um fato administrativo, conforme explica e exemplifica Maria Sylvia Di
Pietro (Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014, p. 199. grifamos):

Quando o fato corresponde à descrição contida na norma legal, ele é chamado fato jurídico e produz
efeitos no mundo do direito. Quando o fato descrito na norma legal produz efeitos no campo do
direito administrativo, ele é um fato administrativo, corno ocorre com a morte de um funcionário, que
produz a vacância de seu cargo; com o decurso do tempo, que produz a prescrição administrativa. Se o
fato não produz qualquer efeito jurídico no Direito Administrativo, ele é chamado fato da
Administração.

De seu turno, um ato administrativo é uma espécie de ato jurídico, estes são, de fato, falas prescritivas
que se pronunciam sobre certa coisa ou situação e, por conseguinte, algo mais concreto e de conteúdo

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mandamental, afirmando como essa coisa ou situação deverá ser, conforme ensina Celso Antônio
Bandeira de Mello (Curso de Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Malheiros, 2013, p. 378):

Atos jurídicos são declarações, vale dizer, são enunciados; são “falas” prescritivas. O ato jurídico
é uma pronúncia sobre certa coisa ou situação, dizendo como ela deverá ser.

Em resumo, ato e fato não se confundem, pois um fato administrativo é consequência de um ato
administrativo e resulta sempre do ato administrativo que o determina, conforme explicação de Hely Lopes
Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 174):

O fato administrativo, como materialização da vontade administrativa, é dos domínios da técnica e só


reflexamente interessa ao Direito, em razão das consequências jurídicas que dele possam advir para a
Administração e para os administrados. O que convém fixar é que o ato administrativo não se confunde
com o fato administrativo, se bem que estejam intimamente relacionados, por ser este
consequência daquele. O fato administrativo resulta sempre do ato administrativo que o determina.

Portanto, nenhum ato administrativo é fato jurídico.

Questão 10: CESGRANRIO


Conforme entendimento doutrinário, os atos administrativos

a) subordinam-se ao fato jurídico do direito privado.

b) são incompetentes quando considerados de interesse pessoal do administrador público.

c) podem ser objeto de delegação em que conste a edição de atos de caráter normativo.

d) permitem a exoneração do Servidor em estágio probatório, sem as formalidades de apuração de sua


capacidade.

e) são delegáveis ao administrador, que pode adotar fundamentos genéricos e indefinidos como de
interesse público.

GABARITO: B

Vamos, inicialmente, aos erros. Vou inverter a lógica.

Na letra A, temos que os atos administrativos até podem ser considerados uma espécie do gênero dos
atos jurídicos, mas não dos fatos jurídicos. Os atos são manifestações humanas. Ademais, o ato
administrativo é marcado predominantemente pelo Direito Público.

Na letra C, há atos indelegáveis, como a competência em matéria exclusiva, a decisão de recursos


administrativos e a edição de atos de caráter normativo, como previsto no art. 13 da Lei 9.784.

Na letra D, não é bem assim que funciona. Inclusive prevê Súmula do STF:

Súmula 21
Funcionário em estágio probatório não pode ser exonerado nem demitido sem inquérito ou sem as
formalidades legais de apuração de sua capacidade.

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Na letra E, os fundamentos são as motivações, e o motivo não pode ser genérico ou infundado, sob pena
de nulidade.

E, voilà, chegamos à letra B. De fato, quando o agente público pratica um ato desviado do interesse
público incorre em desvio de finalidade. E, claro, que o ordenamento jurídico não aprova esse tipo de
conduta. O ato fica eivado de vício, e, diga-se de passagem, não sujeito à convalidação (correção por ato
da Administração).

Questão 11: CEBRASPE (CESPE)

No que diz respeito à administração pública, julgue o item a seguir.

Ato administrativo constitui ato jurídico perfeito e, por essa razão, o seu questionamento judicial é vedado.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

Os conceitos de ato jurídico perfeito e ato administrativo não se confundem.

O ato jurídico perfeito é aquele que está completo, uma vez que concluiu todas as etapas de sua
formação.

Os atos administrativos, que são declarações unilaterais do Estado ou de quem lhe faça as vezes,
exemplo das concessionárias de serviços públicos, e que são regidos predominantemente pelo Direito
Público, sendo sujeitos ao controle judicial e aptos à produção imediata de efeitos jurídicos.

Assim, embora manifestação da vontade estatal, o ato administrativo não deixa de estar submetido,
quando necessário, ao controle pelo Poder Judiciário. É aquilo que a doutrina costuma chamar de
princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional (inc. XXXV do art. 5.º da CF/1988).

Questão 12: FCC


Praticam atos administrativos que geram efeitos externos, como manifestações de vontade da
Administração pública, dentre outros,

a) as sociedades que integram a Administração indireta, sejam empresas públicas ou sociedades de


economia mista, na realização de todas as suas atividades, fins ou meios.

b) os órgãos e agentes integrantes da Administração direta, não alcançando os entes integrantes da


Administração indireta, dada a independência e autonomia de que foram dotados.

c) os órgãos da Administração direta e as pessoas jurídicas de direito privado para as quais tenham sido
delegados poderes e atribuições para tanto, de forma expressa.

d) os dirigentes de organizações sociais e consórcios públicos, dada a natureza jurídica de direito público
das referidas pessoas jurídicas.

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e) as organizações sociais, no que se refere às atividades dirigidas a saúde e educação, na qualidade
de serviços públicos exclusivos e típicos.

GABARITO: C

A questão aqui trata ato administrativo em seu sentido estrito, não considerando atos da administração
como atos administrativos próprios. Tendo isso em mente, vamos comentar as alternativas.

a) ERRADO. Na maioria dos casos, as empresas estatais praticam atos de direito privado, mas sim, elas
também praticam atos administrativos típicos, como realização de concurso público e licitações.

b) ERRADO. Ora, na Administração indireta temos as autarquias, que possuem personalidade jurídica
de direito público, praticando atos administrativos em sentido estrito.

c) CERTO. Exato. O ato administrativo tem como elemento formador e de validade, a competência, que
nada mais é a pessoa ou órgão para quem foi atribuída a prática de determinado ato.

d) ERRADO. Se os consórcios públicos forem constituídos na forma de associações públicas (uma


espécie de autarquia), até podemos ter atos administrativos sendo praticados. Mas no caso de
organizações sociais… sem chance! Elas nem se quer fazem parte da administração pública.

e) ERRADO. Conforme já comentado anteriormente, não tem como essa alternativa estar correta. As
Organizações Sociais são pessoas jurídicas de direito privado que adquirem o título de Organização
Social por atender determinados requisitos estabelecidos em lei. Mas mesmo se tornando OS’s, elas
continuam sendo pessoas de direito privado, sem capacidade de emitir atos administrativos.

Questão 13: FCC


Considera-se ato administrativo toda e qualquer manifestação unilateral de que tenha vontade ou
necessite a Administração pública, com vistas a adquirir, resguardar, modificar, extinguir e declarar
direitos ou impor obrigações ao corpo administrativo ou a si mesma enquanto instituição pública. Os atos
administrativos dividem-se em

a) materiais e empresariais.

b) institucionais e financeiros.

c) jurídicos e legais.

d) materiais e contábeis.

e) materiais e jurídicos.

GABARITO: E

A banca FCC tem uma queda por Maria Sylvia. E a autora divide os atos da Administração em atos
materiais e jurídicos.

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Os materiais são os atos executórios, são nominados, ainda, de fatos administrativos. Veja o exemplo do
ato de dar aula ou de varrer uma rua ou de efetuar uma cirurgia. Não é um produtor direto de efeitos
jurídicos. Um fato não pode ser anulado ou revogado. O que se anula ou revoga é a determinação anterior,
para, por exemplo, se instalar um sensor eletrônico de velocidade.

Já os jurídicos são todos aqueles que produzem efeitos jurídicos. São os atos jurídicos lá do Direito Civil.
E, por acaso, adivinha de onde os atos administrativos tem seu ponto de partida? Isso mesmo. São
espécie do qual o ato jurídico é um gênero. E, por isso, o ato administrativo tem um conceito bem próximo
do de ato jurídico, contando, claro, com determinadas características (atributos) em prol da proteção do
interesse do Estado e da sociedade.

Então fica assim. Atos materiais são fatos, atos executórios. E atos administrativos atos jurídicos que
produzem efeitos jurídicos.

Questão 14: FCC


A doutrina do Direito Administrativo distingue duas espécies de atos administrativos: os vinculados e os
discricionários. O que os distingue é a ausência, nos atos vinculados, do seguinte aspecto, presente nos
atos discricionários:

a) competência.

b) mérito.

c) forma.

d) finalidade.

e) motivo.

GABARITO: B

O mérito administrativo corresponde à liberdade limitada de a autoridade administrativa escolher


determinado comportamento e praticar o ato administrativo correspondente, referindo-se ao juízo de valor
sobre a conveniência e a oportunidade da prática do ato administrativo. Presente, gente, nos atos
discricionários, daí o acerto da letra B.

Vamos prosseguir.

Para Hely Lopes Meirelles, a presença do mérito administrativo verifica-se sempre que a Administração
decidir ou atuar valorando internamente as consequências ou vantagens do ato, consubstanciando-se,
pois, na “valoração dos motivos e na escolha do objeto do ato, feitas pela Administração incumbida de
sua prática, quando autorizada a decidir sobre a conveniência, oportunidade e justiça do ato a realizar”.

Em decorrência do mérito administrativo, a Administração pode decidir ou atuar valorando internamente


as consequências ou vantagens do ato, traduzindo-se, pois, na valoração dos motivos e na escolha do
objeto do ato, feitas pela Administração incumbida de sua prática, quando autorizada a decidir sobre a
conveniência, oportunidade e justiça do ato a realizar. Em síntese, o mérito administrativo pode ser
definido com uma espécie de liberdade administrativa, a qual, contudo, é limitada.

E o mérito reside nos elementos objeto e motivo.

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Questão 15: FCC
No que concerne aos atos administrativos, tem-se que a discricionariedade

a) integra a motivação e a finalidade do ato administrativo, autorizando o controle de mérito conferido ao


Poder Judiciário.

b) é expressão do mérito presente nos atos administrativos de qualquer natureza, notadamente nos
vinculados.

c) deve ser exercida no momento da prática do ato, não podendo ser fundamento para sua revisão ou
revogação.

d) está presente em todas as espécies de ato administrativo, salvo aquelas que representam o exercício
do poder disciplinar.

e) é uma característica não inerente aos atos vinculados, que não pressupõem, para sua edição, juízo
de conveniência e oportunidade.

GABARITO: E

A questão aborda o tema Poderes da Administração Pública. Nesse contexto, o poder que permite ao
agente público, dentro dos limites legais, avaliar a conveniência e oportunidade dos atos que vai praticar
e adote a solução mais adequada para satisfazer o interesse público é o Poder Discricionário. O poder
discricionário diz respeito à liberdade de atuação que possui a administração pública, podendo valorar a
oportunidade e a conveniência da prática de ato administrativo, que, segundo Hely Lopes Meirelles
(Direito Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 139), pode ser assim
conceituado:

Poder discricionário é o que o Direito concede à Administração, de modo explícito ou implícito, para a
prática de atos administrativos com liberdade na escolha de sua conveniência, oportunidade e conteúdo.

Perceba, ademais, que não é uma liberdade total, ou seja, exige-se que sejam respeitados os limites
legais. Destarte, lei define quais as margens nas quais o administrador pode transitar para tomar as
decisões. Vejamos no escólio de Hely Lopes Meirelles (p. 140):

A faculdade discricionária distingue-se da vinculada pela maior liberdade de ação que é conferida ao
administrador. Se para a prática de um ato vinculado a autoridade pública está adstrita à lei em todos os
seus elementos formadores, para praticar um ato discricionário é livre, no âmbito em que a lei lhe concede
essa faculdade.

De posse dessas informações, vamos analisar os itens para encontrar a resposta correta.

a) integra a motivação e a finalidade do ato administrativo, autorizando o controle de mérito


conferido ao Poder Judiciário.

Incorreto. Conforme ensina Maria Sylvia Zanella Di Pietro (Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo:
Atlas, 2014, p. 223-224): "No que diz respeito à finalidade, também existe vinculação e não
discricionariedade [...] Porém, onde mais comumente se localiza a discricionariedade é no motivo e no
conteúdo do ato."

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Além disso, o Poder Judiciário não exerce controle de mérito, no entanto sempre poderá analisar a
legalidade ou legitimidade do ato administrativo e todos os seus elementos (Competência, finalidade,
forma, objeto e motivo), desde que sob o aspecto legal e de legitimidade, podendo anular estes atos,
mesmo que discricionários.

b) é expressão do mérito presente nos atos administrativos de qualquer natureza, notadamente


nos vinculados.

Incorreto. Os atos vinculados não possuem discricionariedade, uma vez que decorrem do Poder
Vinculado, que é aquele que não confere liberdade escolha à Administração. A própria lei define os
elementos e requisitos necessários à formalização, conforme explica Hely Lopes Meirelles (Direito
Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 149):

Poder vinculado ou regrado é aquele que o Direito Positivo - a lei - confere à Administração Pública para
a prática de ato de sua competência, determinando os elementos e requisitos necessários à sua
formalização.

c) deve ser exercida no momento da prática do ato, não podendo ser fundamento para sua revisão
ou revogação.

Incorreto. Pelo contrário, a própria revogação é ato discricionário pelo qual a própria administração que
editou o ato extingue um ato VÁLIDO, por razões de oportunidade e conveniência. Se o ato é válido, a
revogação terá efeitos prospectivos, isto é, o que já foi alcançado com o ato, permanece, seus efeitos
são ex nunc (a partir da revogação). É o que nos ensina Maria Sylvia Zanella di Pietro (Direito
Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014, p. 261):

Revogação é o ato administrativo discricionário pelo qual a Administração extingue um ato válido, por
razões de oportunidade e conveniência. Como a revogação atinge um ato que foi editado em
conformidade com a lei, ela não retroage; os seus efeitos se produzem a partir da própria revogação;
são feitos ex nunc (a partir de agora)

d) está presente em todas as espécies de ato administrativo, salvo aquelas que representam o
exercício do poder disciplinar.

Incorreto. Conforme vimos, existem espécies que não comportam discricionariedade, notadamente
aquelas que integram o gênero dos atos vinculados.

e) é uma característica não inerente aos atos vinculados, que não pressupõem, para sua edição,
juízo de conveniência e oportunidade.

Correto. Os atos vinculados estão plenamente adstritos aos comandos legais, não havendo espaço, em
sua edição, para juízo de conveniência e oportunidade. Desse modo, quando o administrador, ao
praticar um ato vinculado, deixa de atender a qualquer dado expresso na norma, o ato administrativo
praticado é sempre nulo, uma vez que nestes atos não há ou há mínima liberdade de ação, conforme
explica Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p.
138):

Nessa categoria de atos administrativos a liberdade de ação do administrador é mínima, pois terá que
se ater à enumeração minuciosa do Direito Positivo para realizá-los eficazmente. Deixando de
atender a qualquer dado expresso na lei, o ato é nulo, por desvinculado de seu tipo padrão.

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Questão 16: VUNESP
Constitui ato administrativo discricionário

a) a edição de decreto, pelo Chefe do Poder Executivo, para delegação de competências não exclusivas.

b) a determinação, pelo superior hierárquico, de instauração de procedimento administrativo com vistas


à apuração da prática de infração disciplinar.

c) a exoneração, a pedido, de servidor estável ocupante de cargo efetivo.

d) a concessão de licença, quando preenchidos os requisitos legais e regulamentares para sua outorga.

e) a anulação de processo de licitação em razão de vício de legalidade insanável constatado


posteriormente.

GABARITO: A

Primeiramente, diferenciemos ato discricionário de ato vinculado:

1. Ato vinculado: ocorre nos casos em que a Administração tem o dever de agir de determinada forma,
sendo-lhe vedada qualquer análise quanto à conveniência ou oportunidade dos atos a serem praticados.
Nessas situações, é mínima a margem de decisão de que goza o administrador público. (ALEXANDRE,
Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método, 2015.E-book.
P.220)

2. Ato discricionário: ocorre nos casos em que a Administração tem liberdade para decidir como e
quando agir. São situações em que é lícito ao administrador decidir sobre a conveniência e a oportunidade
para praticar determinados atos. (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo
Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método, 2015.E-book. P.221)

Partindo-se dessas premissas, vejamos qual alternativa traz um ato discricionário:

a) a edição de decreto, pelo Chefe do Poder Executivo, para delegação de competências não
exclusivas. – certa.

Realmente, a edição de decreto, pelo Chefe do Poder Executivo, para delegação de competências não
exclusivas constitui ato discricionário, porque a autoridade administrativa pode avaliar a oportunidade
e conveniência acerca da delegação, avaliando o interesse público envolvido no ato.

Correta a alternativa, portanto, devendo ser assinalada.

b) a determinação, pelo superior hierárquico, de instauração de procedimento administrativo com vistas


à apuração da prática de infração disciplinar. – errada.

Aqui se trata de ato vinculado, já que, uma vez determinada a instauração de procedimento administrativo
pelo superior hierárquico, não cabe ao agente público deliberar acerca de sua prática ou não.

c) a exoneração, a pedido, de servidor estável ocupante de cargo efetivo. – errada.

Uma vez efetuado o pedido de exoneração, não há margem para a Administração Pública avaliar a
conveniência e oportunidade do ato: preenchidos os requisitos legais, o servidor deverá ser exonerado.

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d) a concessão de licença, quando preenchidos os requisitos legais e regulamentares para sua
outorga. – errada.

Quando o administrado preenche os requisitos legais para a licença, o administrador público deve
concedê-la, sendo-lhe vedado analisar o mérito do ato.

e) a anulação de processo de licitação em razão de vício de legalidade insanável constatado


posteriormente. – errada.

Uma vez constatada a ilegalidade, é dever (e não faculdade) da Administração Pública anular o ato, de
modo que a alternativa está incorreta.

Questão 17: VUNESP


Na hipótese de um servidor público ter negado seu pedido de férias pela autoridade competente da
Administração Pública, por interesse do serviço público, é correto afirmar que

a) o servidor terá que recorrer ao Poder Judiciário para obter o gozo das férias, sobre o fundamento de
que a Administração não pode negar-lhe esse direito.

b) o administrador público exerceu, devida e corretamente, seu poder disciplinar ao negar o pedido do
servidor.

c) a negativa se deu dentro do que permite a Constituição e a lei, no exercício do poder vinculado da
Administração.

d) o pedido do servidor foi negado, legal e regularmente, com base no devido exercício do poder
regulamentar da Administração Pública.

e) a conduta da Administração, ao negar o pedido do servidor, operou-se por meio de um ato


administrativo discricionário.

GABARITO: E

A questão versa acerca dos Poderes da Administração Pública. Nesse contexto, vamos analisar os itens
para encontrar a resposta correta.

a) o servidor terá que recorrer ao Poder Judiciário para obter o gozo das férias, sobre o
fundamento de que a Administração não pode negar-lhe esse direito.

Incorreto. Tomando por base o Estatuto do Servidor Público Federal (Lei nº 8.112/90), replicado na
maioria dos entes federativos, a concessão de férias é um ato discricionário da autoridade competente,
uma vez que admite que, no caso de conveniência para o serviço, a autoridade poderá negar o pedido
de férias, que será acumulada, até no máximo dois períodos. Vejamos:

Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem ser acumuladas, até o máximo de dois
períodos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação
específica.

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De seu turno, note que o Poder Judiciário sempre poderá analisar a legalidade ou legitimidade do ato
administrativo e todos os seus elementos (Competência, finalidade, forma, objeto e motivo), desde que
sob o aspecto legal e de legitimidade, podendo anular estes atos, mesmo que discricionários. Como
não houve ilegalidade aparente e o ato é discricionário, uma vez que a lei autoriza liberdade
escolha, não há se falar em controle judicial deste ato. Vejamos nas lições de Maria Sylvia di Pietro
(Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014, p. 828):

O Poder Judiciário pode examinar os atos da Administração Pública, de qualquer natureza, sejam gerais
ou individuais, unilaterais ou bilaterais, vinculados ou discricionários, mas sempre sob o aspecto da
legalidade e, agora, pela Constituição, também sob o aspecto da moralidade.

b) o administrador público exerceu, devida e corretamente, seu poder disciplinar ao negar o


pedido do servidor.

Incorreto. Não há que se falar em poder disciplinar, pois não houve infração administrativa e, por
consequência, inexiste a necessidade de punição, porquanto a Administração Pública, por meio do
regular uso do poder disciplinar, apura infrações e aplica penalidades aos servidores públicos e demais
pessoas sujeitas à disciplina administrativa. Esta disciplina administrativa, diversamente do poder de
polícia, decorre de uma supremacia especial e de um vínculo jurídico especial entre a administração e as
demais pessoas, conforme podemos aferir das lições de Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo
Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 145):

Poder disciplinar é a faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos servidores e demais
pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração. É uma supremacia especial que o
Estado exerce sobre todos aqueles que se vinculam à Administração por relações de qualquer natureza,
subordinando-se às normas de funcionamento do serviço ou do estabelecimento que passam a integrar
definitiva ou transitoriamente.

c) a negativa se deu dentro do que permite a Constituição e a lei, no exercício do poder


vinculado da Administração.

Incorreto. Conforme vimos, a negativa se deu dentro do poder discricionário. Por sua vez, os atos
vinculados decorrem do chamado poder vinculado da administração, caracterizado como aquele que não
confere liberdade escolha à Administração, isto é, não há espaço para juízo de valor. A própria lei define
os elementos e requisitos necessários à formalização, conforme explica Hely Lopes Meirelles (Direito
Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 149):

Poder vinculado ou regrado é aquele que o Direito Positivo - a lei - confere à Administração Pública para
a prática de ato de sua competência, determinando os elementos e requisitos necessários à sua
formalização.

d) o pedido do servidor foi negado, legal e regularmente, com base no devido exercício do poder
regulamentar da Administração Pública.

Incorreto. Em nada tem que ver com o poder regulamentar. Por este poder, os Chefes do Poder
Executivo (Governador do Estado, por exemplo) possuem a faculdade de explicar a lei para a sua correta
execução, por meio de regulamentos, sendo o decreto uma de suas espécies. Vejamos nas palavras de
Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 149):

O poder regulamentar é a faculdade de que dispõem os Chefes de Executivo (Presidente da República,


Governadores e Prefeitos) de explicar a lei para sua correta execução, ou de expedir decretos autônomos
sobre matéria de sua competência ainda não disciplinada por lei.

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e) a conduta da Administração, ao negar o pedido do servidor, operou-se por meio de um ato
administrativo discricionário.

Correto. O poder discricionário diz respeito à liberdade de atuação que possui a administração
pública, podendo valorar a oportunidade e a conveniência da prática de ato administrativo (não havia
conveniência para o serviço a concessão de férias), que, segundo Hely Lopes Meirelles (Direito
Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 139), pode ser assim conceituado:

Poder discricionário é o que o Direito concede à Administração, de modo explícito ou implícito, para a
prática de atos administrativos com liberdade na escolha de sua conveniência, oportunidade e conteúdo.

Perceba, ademais, que não é uma liberdade total, ou seja, exige-se que sejam respeitados os limites
legais. Destarte, lei define quais as margens nas quais o administrador pode transitar para tomar as
decisões. Vejamos no escólio de Hely Lopes Meirelles (p. 140):

A faculdade discricionária distingue-se da vinculada pela maior liberdade de ação que é conferida ao
administrador. Se para a prática de um ato vinculado a autoridade pública está adstrita à lei em todos os
seus elementos formadores, para praticar um ato discricionário é livre, no âmbito em que a lei lhe concede
essa faculdade.

Questão 18: CEBRASPE (CESPE)


No que tange aos atos administrativos, julgue o item seguinte.

Nas situações de silêncio administrativo, duas soluções podem ser adotadas na esfera do direito
administrativo. A primeira está atrelada ao que a lei determina em caso de ato de conteúdo vinculado. A
segunda, por sua vez, ocorre no caso de ato de caráter discricionário, em que o interessado tem o direito
de pleitear em juízo que se encerre a omissão ou que o juiz fixe prazo para a administração se pronunciar,
evitando, dessa forma, a omissão da administração.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

O silêncio administrativo é um fato administrativo decorrente da omissão estatal. A regra é que o silêncio
não causa qualquer efeito jurídico. Porém, há casos em que a lei diz que, no caso de silêncio, a
administração estará tacitamente aceitando determinado fato ou negando pelo decurso do tempo. Porém,
tem que ser um caso específico previsto em lei.

Voltando a regra, quando a lei silenciar sobre os efeitos do silêncio, o mesmo não gera efeito jurídico e
por isso não representa nenhuma posição estatal.

Quando houver um direito assegurado ao particular, em que a administração deve se manifestar


concedendo um pedido, estamos diante de um conteúdo vinculado (a exemplo de um pedido de
licença). AQUI O PARTICULAR PODE EXIGIR A CONCESSÃO DO DIREITO, POR MEIO DO
JUDICIÁRIO.

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Quando houver análise de mérito administrativo, caso em que a administração deve se manifestar mas
não há obrigatoriedade de uma decisão favorável ao particular, estamos diante de um conteúdo
discricionário (a exemplo de uma reconsideração por uma autoridade que julgou o pedido do particular).
AQUI O PARTICULAR PODE EXIGIR, POR MEIO DO JUDICIÁRIO, UMA DECISÃO DA
ADMINISTRAÇÃO, SEJA PARA DEFERIR OU INDEFERIR SEU PEDIDO.

Assim, em ambos os casos, a Administração deve manifestar-se, seja para aceitar ou negar a
pretensão do particular. Portanto, o Poder Judiciário poderá interferir em eventual omissão (se provocado
pelo particular), fixando prazo para a administração se pronunciar.

O SILÊNCIO ADMINISTRATIVO CONFIGURA ILEGALIDADE. É assim que leciona o professor Matheus


Carvalho:

"Não havendo previsão legal acerca da matéria, não somente se determina que não haverá produção de
efeitos pelo silêncio, como é possível se definir que o mesmo configura ilegalidade cometida pelo ente
estatal. Com efeito, os cidadãos têm direito de peticionar aos órgãos públicos e de obterem resposta as
suas solicitações, consoante disposição do art. 5°, XXXIV da Constituição da República que estipula uma
garantia fundamental." (Carvalho, Matheus. Manual de direito administrativo - 3. ed. rev. ampl. e atual. -
pg. 250 - Salvador: JusPODIVM, 2016).

Questão 19: FCC


Os atos administrativos veiculam manifestações de vontade da Administração pública de diversas
naturezas, podendo conceder e extinguir direitos ou apenas reconhecê-los. No exercício dessas funções,
pode variar a margem de liberdade decisória conferida à Administração pública pela lei, o que permite
analisar se o ato

a) é discricionário, cuja edição permite que a Administração se submeta ou não aos parâmetros legais,
desde que haja relevantes razões de interesse público.

b) é vinculado, cujos requisitos de edição estão expressamente constantes da lei, não cabendo à
Administração conferir o atendimento pelo administrado.

c) tem força de lei, no caso da delegação ao Executivo ter sido da competência legislativa, podendo
substituí-la, observados os princípios que regem a Administração.

d) é discricionário, que possibilita ao administrador, na análise do caso concreto e sem se afastar da


previsão legal, exercer juízo de conveniência e oportunidade.

e) recomenda homologação judicial, nos casos em que implicar a extinção de direitos anteriormente
concedidos a administrados ou servidores em processos administrativos regulares, em razão da
relevância.

GABARITO: D

Vamos à análise individualizada de cada opção:

a) Errado:

Todos os atos administrativos devem se submeter aos parâmetros legais, sejam os discricionários, sejam
os vinculados. É claro que estes últimos em maior intensidade, porquanto todos os seus elementos estão

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definidos de forma fechada na lei, sem espaço para juízos de conveniência e oportunidade. Todavia,
mesmo nos atos discricionários, há elementos que são sempre vinculados, vale dizer, em relação a eles
nunca haverá possibilidade de o agente público se afastar das balizas fixadas em lei, quais sejam: a
competência, a finalidade e, para alguns doutrinadores, a forma. Deveras, ainda que se cuide de
elementos que admitem discricionariedade (motivo, objeto e, para outros doutrinadores, a forma), a
liberdade de atuação jamais será irrestrita, e sim limitada pelos termos da lei.

Em suma: o erro deste item repousa no trecho "(...)ou não aos parâmetros legais, desde que haja
relevantes razões de interesse público."

b) Errado:

Não é verdade que, nos atos vinculados, não caiba à Administração conferir seu atendimento pelo
administrado, se for o caso. Um bom exemplo do equívoco desta assertiva repousa na edição de licenças
em geral, as quais têm natureza vinculada, mas demandam que a Administração verifique se o
administrado atende a todos os requisitos previstos em lei. Caso afirmativo, o particular terá direito
subjetivo à sua concessão. Do contrário, o pedido tem de ser negado, sem margem a discricionariedades
administrativas.

c) Errado:

Nos casos em que a Constituição admite a produção de atos legislativos pelo Executivo (leis delegadas
e medidas provisórias), não se está diante de atos administrativos, mas sim de genuínas espécies
legislativas, embora emanadas, atipicamente, do Poder Executivo. Tanto assim o é que constam
expressamente do rol previsto no art. 59 da CRFB/88, que trata do processo legislativo. É ler:

"Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:


I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções."

Em síntese, não é verdade que atos administrativos possam substituir a competência legislativa. Na
realidade, atos administrativos são complementares à lei, isto é, são produzidos a título de dar
cumprimento às leis. Por isso mesmo, são infralegais.

d) Certo:

Escorreito o conteúdo desta assertiva. É exatamente isso. Atos discricionários permitem que o agente
competente possa, diante de um caso concreto, eleger a alternativa que, dentro das balizas legais, melhor
atenda ao interesse público, à luz de critérios de conveniência e oportunidade (mérito administrativo).

e) Errado:

Não há que se falar, genericamente, em necessidade de homologação judicial, ainda que se trate de atos
administrativos extintivos de direitos. Isto porque, mesmo em relação a estes atos, incide o atributo da
autoexecutoriedade, por meio do qual a Administração pode colocar seus atos em prática
independentemente de prévia aquiescência do Judiciário. Exemplo: a cassação de uma licença para
explorar determinada atividade empresarial, por ter o particular descumprido os requisitos legais
necessários à sua manutenção. Inexiste a necessidade de tal providência ser obtida (ou homologada)

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judicialmente. O que é necessário, isto é, é a oportunização ao particular do exercício do contraditório e
da ampla defesa, na forma do art. 5º, LV, da CRFB/88, in verbis:

"Art. 5º (...)
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados
o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;"

Questão 20: VUNESP


Assinale a alternativa correta a respeito dos atos administrativos.

a) Um dos seus atributos é a atipicidade.

b) É característica da competência a possibilidade de sua transferência.

c) A forma do ato é vinculada, mas o motivo pode ser vinculado ou discricionário.

d) Em observância ao princípio da legalidade, à Administração cabe o ônus de provar que seus atos são
legítimos e legais.

e) Entre outros tipos de atos administrativos, pode ser objeto de delegação a decisão de recursos
administrativos.

GABARITO: C

A questão versa sobres os atributos do ato administrativo. Nesse contexto, vamos analisar os itens para
encontrar a resposta correta.

a) Um dos seus atributos é a atipicidade.

Incorreto. Na verdade, um dos atributos do ato é a TIPICIDADE, conforme ensinam Vicente Paulo e
Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo Descomplicado. 23. ed. São Paulo: Método, 2015, p. 534):

Segundo a Prof.ª Maria Sylvia Di Pietro, tipicidade 'é o atributo pelo qual o ato administrativo deve
corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados'.

b) É característica da competência a possibilidade de sua transferência.

Incorreto. Ao contrário, as competências são intransferíveis, não podendo ser objeto de transação.
Vejamos com Celso Antônio Bandeira de Mello (Curso de Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo:
Malheiros, 2013):

c) intransferíveis, vale dizer, não podem ser objeto de transação, de tal sorte que descaberia
repassá-las a outrem, cabendo, tão somente, nos casos previstos em lei,delegação de seu exercício,
sem que o delegante, portanto, perca, com isto, a possibilidade de retomar-lhes o exercício,
retirando-o do delegado;

c) A forma do ato é vinculada, mas o motivo pode ser vinculado ou discricionário.

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Correto. A forma é sempre vinculada, pois é um elemento essencial para que o ato seja considerado
válido, sendo de maior relevância para o direito administrativo do que para o direito privado, uma vez que
a forma, no direito administrativo, constitui garantia jurídica para o administrado e para a própria
Administração, conforme nos explica Maria Sylvia Zanella Di Pietro (Direito Administrativo. 27. ed. São
Paulo: Atlas, 2014, p. 214):

Não há dúvida, pois, que a observância das formalidades constitui requisito de validade do ato
administrativo, de modo que o procedimento administrativo integra o conceito de forma. No direito
administrativo, o aspecto formal do ato é de muito maior relevância do que no direito privado, já
que a obediência à forma (no sentido estrito) e ao procedimento constitui garantia jurídica para o
administrado e para a própria Administração; é pelo respeito à forma que se possibilita o controle do
ato administrativo, quer pelos seus destinatários, quer pela própria Administração, quer pelos demais
Poderes do Estado.

Por sua vez, o motivo é a causa imediata do ato, é o pressuposto fático jurídico que justifica a prática do
ato, que poderá ser vinculado ou discricionário, a depender da natureza do ato administrativo, conforme
nos ensinam Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo Descomplicado. 23. ed. São
Paulo: Método, 2015, p. 513):

O motivo é a causa imediata do ato administrativo. É a situação de fato e de direito que determina
ou autoriza a prática do ato, ou, em outras palavras, o pressuposto fático e jurídico (ou normativo) que
enseja a prática do ato.

d) Em observância ao princípio da legalidade, à Administração cabe o ônus de provar que seus


atos são legítimos e legais.

Incorreto. A presunção de legitimidade e veracidade aduz que o ato nasce conforme a lei, podendo ser
aplicado desde já. A sua presunção é relativa (iuris tantum), invertendo o ônus da prova. Ademais,
confere agilidade à atividade administrativa, uma vez que dispensa norma legal ou decisão judicial que
confirme a sua legalidade. Como a sua presunção é relativa (iuris tantum), inverte o ônus da prova,
uma vez que essa legitimidade é relativa (juris tantum) e admite prova em contrário. Vejamos com as
valiosas lições de Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro. 36. ed. São Paulo: Malheiros,
2010, p. 162):

Outra consequência da Presunção de legitimidade é a transferência do ônus da prova de invalidade


do ato administrativo para quem a invoca. Cuide-se de arguição de nulidade do ato, por vício formal ou
ideológico, a prova do defeito apontado ficará sempre a cargo do impugnante, e até sua anulação o ato
terá plena eficácia.

e) Entre outros tipos de atos administrativos, pode ser objeto de delegação a decisão de recursos
administrativos.

Incorreto. Veda-se expressamente a delegação de decisão de recursos administrativos. Vejamos na Lei


nº 9.784/99:

Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:


[...]
II - a decisão de recursos administrativos;

Questão 21: VUNESP

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O revestimento exteriorizador do ato administrativo normal é a escrita, embora existam atos
consubstanciados em ordens verbais e até mesmo em sinais convencionais. Esse requisito do ato é
denominado

a) objeto.

b) motivo.

c) forma.

d) mérito.

e) finalidade.

GABARITO: C

De acordo com Alexandrino e Paulo (2016), a doutrina administrativista costuma apontar CINCO
REQUISITOS ou ELEMENTOS dos atos administrativos.

COMPETÊNCIA: a autoridade administrativa da qual emane a manifestação de vontade deve ter sido
regularmente investida na função e possuir competência conferida por lei para fazê-lo.

OBJETO: alteração no mundo jurídico que o ato administrativo se propõe a processar, ou seja, o objetivo
imediato da vontade exteriorizada pelo ato, a proposta, enfim, do agente que manifestou a vontade com
vistas a determinado ato. Nos atos discricionários, o binômio motivo-objeto determina o denominado
mérito administrativo.

FORMA: a EXTERIORIZAÇÃO da vontade do agente administrativo deve ocorrer na forma prevista


em lei. Nesse contexto, todo ato administrativo é, em princípio, formal, e a forma exigida pela lei quase
sempre é a escrita. Porém, podem existir atos administrativos não escritos, como são
exemplos: ordens verbais do superior ao seu subordinado; gestos, apitos e sinais luminosos na
condução do trânsito; cartazes e placas que expressam uma ordem da administração pública, tais quais
as que proíbem estacionar, proíbem fumar etc.

MOTIVO: constitui as razões de fato e de direito que determinam a realização de um ato. A Administração
Pública não pode realizar atos de forma imotivada.

FINALIDADE: compreende a exigência de que todo ato administrativo deve voltar-se à realização de uma
finalidade pública.

Logo, “O revestimento exteriorizador do ato administrativo normal é a escrita, embora existam


atos consubstanciados em ordens verbais e até mesmo em sinais convencionais. Esse requisito
do ato é denominado”:

a) objeto. ERRADA.

b) motivo. ERRADA.

c) forma. CORRETA.

d) mérito. ERRADA.

e) finalidade. ERRADA.

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Referência bibliográfica:

ALEXANDRINO, M.; PAULO, V. Resumo de direito administrativo descomplicado. 9. ed. Rio de


Janeiro – RJ: Forense; São Paulo – SP: Método, 2016.

Questão 22: CEBRASPE (CESPE)


Com o fim de assegurar a adequação na prestação do serviço e o fiel cumprimento das normas previstas
em contrato de concessão de serviço público, o poder público concedente, mesmo sem autorização
judicial, interveio na concessão por meio de resolução que previu a designação de interventor, o prazo da
intervenção e os objetivos e limites da medida interventiva. Nessa situação hipotética, o ato administrativo
de intervenção encontra-se eivado de vício quanto

a) à forma.

b) ao objeto.

c) ao motivo.

d) à finalidade.

e) à competência.

GABARITO: A

Questão que mistura dois temas. Vejamos, inicialmente, o previsto na lei 8.987:

Art. 32. O poder concedente poderá intervir na concessão, com o fim de assegurar a adequação na
prestação do serviço, bem como o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares e legais
pertinentes.

Parágrafo único. A intervenção far-se-á por decreto do poder concedente, que conterá a designação do
interventor, o prazo da intervenção e os objetivos e limites da medida.

Art. 33. Declarada a intervenção, o poder concedente deverá, no prazo de trinta dias, instaurar
procedimento administrativo para comprovar as causas determinantes da medida e apurar
responsabilidades, assegurado o direito de ampla defesa.

§ 1o Se ficar comprovado que a intervenção não observou os pressupostos legais e regulamentares será
declarada sua nulidade, devendo o serviço ser imediatamente devolvido à concessionária, sem prejuízo
de seu direito à indenização.

§ 2o O procedimento administrativo a que se refere o caput deste artigo deverá ser concluído no prazo
de até cento e oitenta dias, sob pena de considerar-se inválida a intervenção.

Art. 34. Cessada a intervenção, se não for extinta a concessão, a administração do serviço será devolvida
à concessionária, precedida de prestação de contas pelo interventor, que responderá pelos atos
praticados durante a sua gestão.

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Nota que o processo de intervenção se dá com o Decreto e não Resolução. Ou seja, o ato pode ser até
legítimo, mas tem vício de forma.

Na Lei da Ação Popular, o vício de forma se verifica quando há omissão na observância incompleta ou
irregularidade de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato.

Questão 23: CEBRASPE (CESPE)


O ato administrativo vinculado tem como característica

a) a discricionariedade do administrador.

b) a escolha da forma a ser constituído, conforme critério do administrador.

c) a avaliação da sua eficácia, a critério subjetivo do administrador.

d) a estrita observância da lei.

e) a possibilidade de anulação apenas pela administração.

GABARITO: D

A questão versa sobre a classificação dos atos administrativos. Nesse contexto, os atos vinculados não
possuem discricionariedade, uma vez que decorrem do Poder Vinculado, que é aquele que não confere
liberdade escolha à Administração. A própria lei define os elementos e requisitos necessários à
formalização, conforme explica Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo:
Malheiros, 2016, p. 149):

Poder vinculado ou regrado é aquele que o Direito Positivo - a lei - confere à Administração Pública para
a prática de ato de sua competência, determinando os elementos e requisitos necessários à sua
formalização.

Desse modo, quando o administrador, ao praticar um ato vinculado, deixa de atender a qualquer dado
expresso na norma, o ato administrativo praticado é sempre nulo, uma vez que nestes atos não há ou
há mínima liberdade de ação, conforme explica Hely Lopes Meirelles (p. 138):

Nessa categoria de atos administrativos a liberdade de ação do administrador é mínima, pois terá
que se ater à enumeração minuciosa do Direito Positivo para realizá-los eficazmente. Deixando de
atender a qualquer dado expresso na lei, o ato é nulo, por desvinculado de seu tipo padrão.

Portanto, como somente a estrita observância da lei é característica do ato vinculado, gabarito LETRA D.

Analisando os demais itens, temos o seguinte:

a) a discricionariedade do administrador.

Incorreto. A discricionariedade somente estará presente nos atos administrativos discricionários,


decorrendo do poder discricionário, que diz respeito à liberdade de atuação que possui a administração
pública, podendo valorar a oportunidade e a conveniência da prática de ato administrativo, que, segundo

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Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 139), pode
ser assim conceituado:

Poder discricionário é o que o Direito concede à Administração, de modo explícito ou implícito, para a
prática de atos administrativos com liberdade na escolha de sua conveniência, oportunidade e conteúdo.

b) a escolha da forma a ser constituído, conforme critério do administrador.

Incorreto. A forma é o elemento do ato administrativo sempre vinculado e imprescindível à sua perfeição,
não podendo ficar a critério do administrador, conforme leciona Hely Lopes Meirelles (Direito
Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 176):

Forma - O revestimento exteriorizador do ato administrativo constitui requisito vinculado e


imprescindível à sua perfeição. Enquanto a vontade dos particulares pode manifestar-se livremente, a
da Administração exige procedimentos especiais e forma legal para que se expresse validamente

Detalhe: Atualmente, alguns autores vêm abandonando a ideia de que a forma é um elemento sempre
vinculado, em razão do art. 22, caput, da Lei nº 9.784/99, que afirma não depender de forma
determinada a edição de atos administrativos. Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito
Administrativo Descomplicado. 23. ed. São Paulo: Método, 2015, p. 555) apontam importante solução
para esta controvérsia. Vejamos:

A nosso ver, o assunto deve ser assim tratado:


a) quando a lei não exigir forma determinada para os atos administrativos, cabe à administração
adotar aquela que considere mais adequada, conforme seus critérios de conveniência e oportunidade
administrativas; a liberdade da administração é, entretanto, estreita, porque a forma adotada deve
proporcionar segurança jurídica e, se se tratar de atos restritivos de direitos ou sancionatórios, deve
possibilitar que os administrados exerçam plenamente o contraditório e a ampla defesa;
b) diferentemente, sempre que a lei expressamente exigir determinada forma para a validade do
ato, a inobservância acarretará a sua nulidade.

c) a avaliação da sua eficácia, a critério subjetivo do administrador.

Incorreto. A eficácia não é elemento do ato administrativo, portanto, não há importância a sua verificação
para avaliar se o ato é ou não vinculado, porquanto todos os atos administrativos, desde de perfeitos e
válidos são eficazes.

e) a possibilidade de anulação apenas pela administração.

Incorreto. Para a doutrina majoritária, todos os Atos Administrativos (sejam eles vinculados ou
discricionários) podem ser analisados pelo Judiciário sob o aspecto da legalidade. Além disso, o Poder
judiciário também analisa os atos administrativos sob o aspecto da moralidade, posto que
autorizado pela Constituição Federal de 1988 (art. 37, caput c/c art. 5º, inciso LXXIII). Vejamos nas
lições de Maria Sylvia di Pietro (Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014, p. 828):

O Poder Judiciário pode examinar os atos da Administração Pública, de qualquer natureza, sejam gerais
ou individuais, unilaterais ou bilaterais, vinculados ou discricionários, mas sempre sob o aspecto da
legalidade e, agora, pela Constituição, também sob o aspecto da moralidade.

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Questão 24: VUNESP

Assinale a alternativa que aponta corretamente uma das características da competência administrativa,
que a diferencia da capacidade administrativa.

a) A competência é presumida, por ser regra, ao contrário da capacidade, que requer sempre texto legal
expresso.

b) A competência é intransferível, mas prorrogável, salvo disposição legal expressa, enquanto a


capacidade é improrrogável e intransferível.

c) O exercício da competência é obrigatório, enquanto o exercício da capacidade é facultativo.

d) A competência não pode ser delegada ou avocada, e a capacidade permite livre delegação e
avocação.

e) A competência é obrigatória e imprescritível, mas renunciável, e a capacidade é derrogável e delegável

GABARITO: C

c) O exercício da competência é obrigatório, enquanto o exercício da capacidade é facultativo.

Para Edmir Netto, o agente público é investido de certos poderes que lhe permitem, em nome desse
interesse, restringir, limitar e até mesmo sacrificar, em determinadas condições, interesses e mesmo
direitos privados. É também por essa razão que seus atos são dotados de fatores especiais de eficácia,
como a imperatividade, a presunção de legitimidade ou a autoexecutoriedade, ausentes dos atos dos
particulares.

Conclui o autor que seus atos são sempre preordenados a realizar o interesse público que é indisponível.
Em consequência, o uso desses poderes se apresenta, para o administrador público, como um dever
funcional irrenunciável, expresso na atribuição legal de competências: essa é a diferença básica entre o
uso da capacidade pelo indivíduo e o da competência pela agente público, pois o exercício desta última
é obrigatório, enquanto o da primeira é facultativo.

Os demais itens estão incorretos:

a) A competência é presumida, por ser regra, ao contrário da capacidade, que requer sempre texto legal
expresso.

Não se presume, é sempre decorrente de lei que a preveja.

b) A competência é intransferível, mas prorrogável, salvo disposição legal expressa, enquanto a


capacidade é improrrogável e intransferível.

Igualmente é improrrogável, ou seja, quem nasce incompetente morre incompetente, a não ser que a lei
atribua, expressamente, o exercício da competência.

d) A competência não pode ser delegada ou avocada, e a capacidade permite livre delegação e
avocação.

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Tecnicamente, não se delega a competência, mas o exercício dela. Mas as bancas não se apegam a
essa técnica. No caso, a competência, caso não exclusiva, pode ser objeto de delegação e mesmo
avocação.

e) A competência é obrigatória e imprescritível, mas renunciável, e a capacidade é derrogável e


delegável

Questão 25: FCC


Um particular apresentou requerimento de licença de funcionamento para seu estabelecimento comercial.
Protocolou o pedido no órgão municipal equivocado, cujo diretor, inadvertidamente, deferiu o pedido, sem
atentar que a natureza da atividade que o particular pretendia realizar se subordinava a atribuições
legalmente previstas para outro órgão municipal. O ato de licença deferido

a) é válido, ainda que contenha impropriedades, tendo em vista que o erro da Administração pública não
projeta efeitos sobre o particular interessado.

b) possui vício de competência, sendo necessário o encaminhamento de pedido para análise pelo órgão
competente, que emitirá licença válida.

c) reputa-se inalterável após o decurso do prazo de 30 dias, o mesmo estabelecido para a interposição
de recurso administrativo pelo particular.

d) está eivado de vício de finalidade, o que enseja a anulação do ato, decisão privativa da autoridade
competente.

e) não pode ser questionado sob o aspecto da validade, considerando que a competência é municipal e
os órgãos públicos não têm personalidade jurídica própria.

GABARITO: B

b) possui vício de competência, sendo necessário o encaminhamento de pedido para análise pelo órgão
competente, que emitirá licença válida.

Questão interessante.

A licença de funcionamento é um ato vinculado, ou seja, se o particular os requisitos legais, o ato deve
ser deferido. Ocorre que, no caso concreto, o diretor que deferiu o ato é incompetente para a prática do
ato.

A competência é de outro órgão, de outra estrutura de fora do setor que deferiu o ato. Portanto, há
invalidade do ato, por vício de competência.

Os demais itens estão errados:

a) é válido, ainda que contenha impropriedades, tendo em vista que o erro da Administração pública não
projeta efeitos sobre o particular interessado.

Houve vício de competência.

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c) reputa-se inalterável após o decurso do prazo de 30 dias, o mesmo estabelecido para a interposição
de recurso administrativo pelo particular.

Inalterável? O órgão que emitiu o ato é incompetente. E, no caso, até poderíamos pensar na convalidação.
Se e somente se a competência não for exclusiva do outro órgão competente.

d) está eivado de vício de finalidade, o que enseja a anulação do ato, decisão privativa da autoridade
competente.

Vício de competência.

e) não pode ser questionado sob o aspecto da validade, considerando que a competência é municipal e
os órgãos públicos não têm personalidade jurídica própria.

Claro que será questionado, afinal houve vício que recai no elemento competência.

Questão 26: IADES


Assinale a alternativa que apresenta corretamente os requisitos de validade ou elementos dos atos
administrativos.

a) Motivação, finalidade, competência e discricionariedade.

b) Competência, finalidade, motivo, tipicidade e imperatividade.

c) Presunção de legalidade, autoexecutoriedade, tipicidade e imperatividade.

d) Presunção de legalidade, autoexecutoriedade, motivo e competência.

e) Finalidade, forma, competência, objeto e motivo.

GABARITO: E

Aproveito para apresentar, além dos elementos essenciais, os ditos acidentais, servindo para futuras
questões:

Elementos Essenciais Elementos Acidentais (ECT)


(CO FI FO M Ob) PODEM ou não existir
DEVEM existir

Competência Encargo ou Modo

Finalidade
Condição
Forma

Motivo
Termo
Objeto

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Só uma informação extra. Não confundir com os atributos ou características. São atributos: a presunção
de legitimidade, a autoexecutoriedade, a imperatividade, a exigibilidade e tipicidade. Você poderia ter se
confundido com a letra “C”, por exemplo.

Questão 27: CEBRASPE (CESPE)


O chefe do Poder Executivo estadual baixou resolução pela qual declarou ser de utilidade pública para
fins de desapropriação determinado imóvel particular, situado no território do respectivo ente federado.

Nessa situação hipotética, o referido ato administrativo foi eivado de vício quanto

a) à forma.

b) à finalidade.

c) ao objeto.

d) ao motivo.

e) à competência.

GABARITO: A

Vamos por partes.

De quem é a competência para declarar o imóvel como de utilidade pública? O chefe do Executivo. Logo,
não há vício na competência.

A finalidade da desapropriação é o atingimento do interesse público. Não há qualquer menção ao desvio


de finalidade, logo, não há vício na finalidade.

E qual é o ato privativo do chefe do Executivo? Resolução? Claro que não. São os decretos. Portanto, no
caso concreto, houve um vício no elemento forma.

Questão 28: IADES


Assinale a alternativa que apresenta um dos requisitos do ato administrativo, necessário para o respectivo
aperfeiçoamento e para a produção de efeitos jurídicos válidos.

a) Competência

b) Veracidade

c) Imperatividade

d) Legitimidade

e) Legalidade

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GABARITO: A

Requisitos são os elementos necessários para que o ato produza efeitos jurídicos válidos. São 5 os
elementos do ato administrativo: competência, finalidade, forma, motivo e objeto, muito conhecidos
pelo mnemônico "COM-FI-FO-MO-OB".
Ou seja, a única opção que tem um requisito é a letra A. Vejamos as demais:

B e D) Tanto a veracidade quanto a legitimidade são estudados como presunções. O ato administrativo
nasce com presunção de veracidade e de legitimidade. Mas isso, como dito, são atributos do ato, não
requisitos.

C) Imperatividade também é um atributo do ato administrativo. Essa característica representa o


chamado Poder Extroverso da Administração, permitindo que o Poder Público obrigue os particulares a
agir mesmo contra a sua vontade.

E) Legalidade não é nem atributo nem elemento, é um princípio da administração pública. Ele vincula os
particulares e a Administração à lei, mas de formas diversas. O particular pode fazer tudo o que a lei não
proíba, já a administração só pode fazer o que a lei lhe permite.

Questão 29: IADES


Quanto aos elementos do ato administrativo, assinale a alternativa correta.

a) Competência representa a habilidade técnica e o zelo com que se pratica o ato administrativo.

b) Motivo é o resultado que se pretende alcançar com a prática do ato.

c) Forma é a materialização de como o ato se apresenta, que, em regra, deve ser escrito e motivado.

d) Objeto é a justificativa, por escrito, que ampara a existência do ato praticado.

e) Finalidade trata do poder conferido a determinados agentes públicos para a prática do ato.

GABARITO: C

A questão versa acerca dos atributos do ato administrativo. Nesse contexto, os elementos do ato são
Competência (sujeito), Finalidade, Forma, Motivo e Objeto. Vejamos a tabela a seguir:

Elementos CONCEITO
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo Descomplicado.
23. ed. São Paulo: Método, 2015, p. 505): "Podemos definir competência como
o poder legal conferido ao agente público para o desempenho específico
CO-mpetência das atribuições de seu cargo. [...] Somente a lei pode estabelecer
competências administrativas; por essa razão, seja qual for a natureza do ato
administrativo - vinculado ou discricionário - o seu elemento competência é
sempre vinculado."

68
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Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (ob. cit., p. 512): "A finalidade é
um elemento sempre vinculado. Nunca é o agente público quem determina a
finalidade a ser perseguida em sua atuação, mas sim a lei. Podemos identificar
nos atos administrativos:
FI-nalidade a) uma finalidade geral ou mediata, que é sempre a mesma, expressa ou
implicitamente estabelecida na lei: a satisfação do Interesse público;
b) uma finalidade especifica, imediata, que é o objetivo direto, o resultado
especifico a ser alcançado, previsto na lei, e que deve determinar a prática
do ato."
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (ob. cit., p. 513): "A forma é o modo de
exteriorização do ato administrativo. Todo ato administrativo é, em
princípio, formal, e a forma exigida pela lei quase sempre é a escrita (no caso
dos atos praticados no âmbito do processo administrativo federal, a forma é
FO-rma
sempre e obrigatoriamente a escrita [...] Apesar de autores como o Prof. Hely
Lopes Meirelles prelecionarem que a forma é elemento sempre
vinculado nos atos administrativos, pensamos que, hoje, essa afirmativa
deve, no máximo, ser considerada uma regra geral."
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (ob. cit., p. 513): "O motivo é a causa
imediata do ato administrativo. É a situação de fato e de direito que
MO-tivo determina ou autoriza a prática do ato, ou, em outras palavras, o pressuposto
fático e jurídico (ou normativo) que enseja a prática do ato." DETALHE: Pode
ser vinculado ou discricionário.
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (ob. cit., p. 517-8): "O objeto do ato
administrativo identifica-se com o seu conteúdo, por meio do qual a
administração manifesta sua vontade, ou atesta simplesmente situações
preexistentes. Pode-se dizer que o objeto do ato administrativo é a própria
OB-jeto
alteração no mundo jurídico que o ato provoca, é o efeito jurídico imediato
que o ato produz. [...] Pode-se afirmar, portanto, como o faz a doutrina em geral,
que: (a) nos atos vinculados, motivo e objeto são vinculados; (b) nos atos
discricionários, motivo e objeto são discricionário"

De posse dessas informações, vamos analisar os itens para encontrar a resposta correta.

a) Competência representa a habilidade técnica e o zelo com que se pratica o ato administrativo.

Incorreto. Competência é o poder legal conferido ao agente público para a prática de determinado ato
administrativo, conforme visto acima.

b) Motivo é o resultado que se pretende alcançar com a prática do ato.

Incorreto. O resultado que se pretende alcançar com a prática do ato é o objeto. O motivo é o pressuposto
fático-jurídico que justifica a edição do ato administrativo.

c) Forma é a materialização de como o ato se apresenta, que, em regra, deve ser escrito e
motivado.

Correto. De fato, a forma é a exteriorização do ato administrativo, isto é, como ele se apresenta após
editado. Via de regra, veda-se o ato oral e imotivado.

d) Objeto é a justificativa, por escrito, que ampara a existência do ato praticado.

Incorreto. Conforme vimos, este conceito está atrelado ao elemento motivo.

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e) Finalidade trata do poder conferido a determinados agentes públicos para a prática do ato.

Incorreto. Conforme visto na LETRA A, esta conceituação reflete o elemento competência.

Questão 30: VUNESP


A respeito da competência do ato administrativo, é correto afirmar que

a) é presumida e pode ser prorrogada.

b) permite a delegação e a avocação, mas é irrenunciável.

c) é irrenunciável, e não pode ser delegada a órgão de hierarquia inferior.

d) seu exercício é obrigatório, mas é renunciável.

e) é intransigível, mas pode ser transferida.

GABARITO: B

A irrenunciabilidade não é a única característica da competência. São apontadas, ainda, as seguintes


características:

I) sempre decorrente de lei: a competência não se presume, exigindo-se texto expresso de norma.
Fica a ressalva de que, na esfera federal, os decretos autônomos podem definir o exercício da
competência (inc. VI do art. 84 da CF/1988);

II) intransferível (inderrogável): a competência não se transmite por mero acordo entre as partes.
Mesmo quando se permite a delegação, é preciso um ato formal que registre a prática (caput do art. 14
da Lei 9.784/1999);

III) improrrogável: no processo civil, é comum ouvir falar que, se um determinado vício de competência
relativa (em razão do valor ou território), não for alegado no momento oportuno, o juiz de incompetente
passa a competente, ou seja, fica “prorrogada” sua competência.

No Direito Administrativo não é isso o que acontece, pois os interesses que estão “em jogo” não são
particulares como no Direito Civil. Assim, o mero decurso do tempo não transforma a incompetência em
competência. Para a alteração da competência, é necessária a edição de norma que especifique quem
agora passa a dispor da competência;

IV) imprescritível ou incaducável: o não uso da competência não torna o agente incompetente. Não se
pode falar, portanto, em “usucapião” de competência; e

V) pode ser objeto de delegação (ato de repartir o exercício da competência) ou de avocação (ato
de trazer para si o exercício da competência), desde que não reservada à competência exclusiva.

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Questão 31: FCC
Considerando os elementos do ato administrativo, para que este seja considerado válido, é imprescindível
que apresente

a) motivo, que são os fundamentos de fato e de direito para a prática do ato administrativo.

b) agente público competente, não podendo ser sanado vício de incompetência.

c) finalidade, que são as razões de fato e de direito para a emissão do ato.

d) forma, admitindo-se ato verbal ou escrito, desde que permita o claro entendimento de seu conteúdo.

e) objeto, que é o resultado a ser produzido com a prática do ato, o que se quer desfazer ou implementar.

GABARITO: A

A questão versa acerca dos atributos do ato administrativo. Nesse contexto, os elementos do ato são
Competência (sujeito), Finalidade, Forma, Motivo e Objeto. Vejamos a tabela a seguir:

Elementos CONCEITO
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo Descomplicado. 23.
ed. São Paulo: Método, 2015, p. 505): "Podemos definir competência como
o poder legal conferido ao agente público para o desempenho específico
CO-mpetência das atribuições de seu cargo. [...] Somente a lei pode estabelecer
competências administrativas; por essa razão, seja qual for a natureza do ato
administrativo - vinculado ou discricionário - o seu elemento competência é
sempre vinculado."
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (ob. cit., p. 512): "A finalidade é
um elemento sempre vinculado. Nunca é o agente público quem determina a
finalidade a ser perseguida em sua atuação, mas sim a lei. Podemos identificar
nos atos administrativos:
FI-nalidade a) uma finalidade geral ou mediata, que é sempre a mesma, expressa ou
implicitamente estabelecida na lei: a satisfação do Interesse público;
b) uma finalidade especifica, imediata, que é o objetivo direto, o resultado
especifico a ser alcançado, previsto na lei, e que deve determinar a prática do
ato."
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (ob. cit., p. 513): "A forma é o modo de
exteriorização do ato administrativo. Todo ato administrativo é, em
princípio, formal, e a forma exigida pela lei quase sempre é a escrita (no caso
dos atos praticados no âmbito do processo administrativo federal, a forma é
FO-rma
sempre e obrigatoriamente a escrita [...] Apesar de autores como o Prof. Hely
Lopes Meirelles prelecionarem que a forma é elemento sempre
vinculado nos atos administrativos, pensamos que, hoje, essa afirmativa
deve, no máximo, ser considerada uma regra geral."
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (ob. cit., p. 513): "O motivo é a causa
imediata do ato administrativo. É a situação de fato e de direito que
MO-tivo determina ou autoriza a prática do ato, ou, em outras palavras, o pressuposto
fático e jurídico (ou normativo) que enseja a prática do ato." DETALHE: Pode
ser vinculado ou discricionário.
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (ob. cit., p. 517-8): "O objeto do ato
OB-jeto
administrativo identifica-se com o seu conteúdo, por meio do qual a

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administração manifesta sua vontade, ou atesta simplesmente situações
preexistentes. Pode-se dizer que o objeto do ato administrativo é a própria
alteração no mundo jurídico que o ato provoca, é o efeito jurídico imediato
que o ato produz. [...] Pode-se afirmar, portanto, como o faz a doutrina em geral,
que: (a) nos atos vinculados, motivo e objeto são vinculados; (b) nos atos
discricionários, motivo e objeto são discricionário"

De posse dessas informações, vamos analisar as alternativas para encontrar a resposta correta.

a) motivo, que são os fundamentos de fato e de direito para a prática do ato administrativo.

Correto. De fato, o motivo é são os fundamentos de fato e de direito que embasam a prática do ato
administrativo.

b) agente público competente, não podendo ser sanado vício de incompetência.

Incorreto. Os vícios de competência admitem convalidação. Com efeito, somente são vícios sanáveis
(passíveis de convalidação) os vícios de competência, forma e objeto, quando este for plúrimo, ou seja,
mais de uma providência no mesmo ato. De outra monta, os vícios de objeto, quando únicos, de finalidade
e de motivos são insanáveis e não podem ser convalidados, conforme ensina José dos Santos Carvalho
Filho (Manual de Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014, p. 166-167, grifamos):

São convalidáveis os atos que tenham vício de competência e de forma, nesta incluindo-se os
aspectos formais dos procedimentos administrativos. Também é possível convalidar atos com vício no
objeto, ou conteúdo, mas apenas quando se tratar de conteúdo plúrimo, ou seja, quando a vontade
administrativa se preordenar a mais de uma providência administrativa no mesmo ato: aqui será
viável suprimir ou alterar alguma providência e aproveitar o ato quanto às demais providências, não
atingidas por qualquer vício. Vícios insanáveis tornam os atos inconvalidáveis. Assim, inviável será a
convalidação de atos com vícios no motivo, no objeto (quando único), na finalidade e na falta de
congruência entre o motivo e o resultado do ato.

c) finalidade, que são as razões de fato e de direito para a emissão do ato.

Incorreto. Conforme vimos, as razões de fato e de direito para a emissão do ato são o motivo do ato.

d) forma, admitindo-se ato verbal ou escrito, desde que permita o claro entendimento de seu
conteúdo.

Incorreto. Via de regra, a forma é escrita. Conforme vimos, o caso dos atos praticados no âmbito do
processo administrativo federal, a forma é sempre e obrigatoriamente a escrita, conforme visto nas lições
de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino.

e) objeto, que é o resultado a ser produzido com a prática do ato, o que se quer desfazer ou
implementar.

Incorreto. Essa é a conceituação de finalidade específica, conforme vimos acima. Objeto é o próprio
conteúdo do ato é a própria alteração no mundo jurídico que o ato provoca, conforme visto nas lições
de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino.

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Questão 32: VUNESP
O poder conferido por lei ao agente público para o desempenho das funções relativas ao seu cargo é
denominado

a) atribuição.

b) forma.

c) finalidade.

d) motivo.

e) competência.

GABARITO: E

A competência é o poder atribuído “pela norma” ao agente da Administração para o exercício legítimo de
suas atribuições.

Os termos entre aspas (“pela norma”) servem para esclarecer, logo de início, que a lei não é a fonte única
para fixar o círculo de atribuições dos agentes públicos. O Presidente da República e os ministros de
Estado, por exemplo, têm competências administrativas previstas diretamente na CF/1988. O autor José
dos Santos Carvalho Filho aponta, ainda, a fixação de competências em escala secundária, como na
expedição de decretos autônomos (decretos de natureza organizativa), nos termos do inc. VI do art. 84
da CF/1988.

Ressalte-se, ainda, que a expressão “competência”, dentro do Direito Administrativo, não tem o
sentido de capacidade ou habilidade que detém um servidor público para editar um ato
administrativo. De outra forma, diferentemente do Direito Privado, a competência, para o Direito
Administrativo, deve ser entendida como a quem compete produzir o ato, ou seja, um sujeito, um alguém
que é responsável pela prática do ato. Não diz respeito, portanto, à capacidade, mas sim ao poder de
praticar o ato. Assim, como dizem, não é competente quem quer, ou quem sabe fazer, mas sim quem
a norma determinar que é.

Dispõe o art. 11 da Lei 9.784/1999 (Lei de Processo Administrativo Federal):

“Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como
própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos”.

Conforme Edmir Netto de Araújo, a competência é de exercício obrigatório, sendo irrenunciável, como
decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse público. No entanto, a irrenunciabilidade não
impede que a Administração Pública transfira a execução de uma tarefa, isto é, o exercício da
competência para fazer algo. Transfere-se o exercício, mas a titularidade da competência continua a
pertencer a seu “proprietário”.

Questão 33: VUNESP


São elementos dos atos administrativos:

a) sujeito, objeto, forma, motivo e finalidade.

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b) sujeito, objetivo, eficácia, autoexecutoriedade e poder.

c) motivação, publicidade, sujeição, objeto e competência.

d) forma, finalidade, imperatividade, publicidade e motivo.

e) objeto, motivação, publicidade, eficácia e autoridade.

GABARITO: A

A questão fala sobre os ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO.

Lembra do famoso mnemônico CO FI FO MO OB? É ótimo para você nunca mais tirar do seu "juízo" os
elementos do ato administrativo. Segue a tabela com o mnemônico:

CO mpetência
FI nalidade
FO rma
MO tivo
OB jeto ou conteúdo

Uma forma de lembrarmos rapidamente desses elementos e seus respectivos conceitos é fazendo uma
leitura do art. 2º caput e parágrafo único da Lei nº 4.717/65, que é a lei que regula a ação popular:

"Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos
de:
a) incompetência;
b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
d) inexistência dos motivos;
e) desvio de finalidade.
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas:
a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente
que o praticou;
b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades
indispensáveis à existência ou seriedade do ato;
c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento
ou outro ato normativo;
d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se
fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido;
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele
previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência." (g.n.)

A COMPETÊNCIA é denominada também, pela doutrina, de SUJEITO.

Encontramos, assim, na ALTERNATIVA A o gabarito correto: sujeito, objeto, forma, motivo e finalidade.

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Questão 34: VUNESP
A respeito dos institutos da delegação e da avocação de competência, assinale a alternativa correta.

a) A delegação decorre do poder discricionário; e a avocação, do poder disciplinar.

b) A competência admite a renúncia, desde que autorizada por ato do superior hierárquico.

c) O ato de delegação, uma vez publicado no diário oficial, é irrevogável.

d) Podem ser objeto de delegação a edição de atos de caráter normativo e a decisão de recursos
administrativos.

e) É admitida, em caráter excepcional, a avocação temporária de competência atribuída a órgão


hierarquicamente inferior.

GABARITO: E

Avocar é a possibilidade que tem o superior de trazer para si as funções exercidas por um subalterno. É
medida excepcional, que só pode ser realizada à luz de permissivo legal e que desonera o subordinado
com relação a qualquer responsabilidade referente ao ato praticado pelo superior.

Não pode ser avocada, destaque-se, a atribuição expressamente dada por lei a certo órgão ou agente,
como no caso dos julgamentos de licitações pelas comissões competentes.

Os demais itens estão errados:

a) A delegação decorre do poder discricionário; e a avocação, do poder disciplinar.

Decorre do poder hierárquico, tanto delegar como avocar. Sabendo que a delegação ainda pode
acontecer sem que haja hierarquia.

b) A competência admite a renúncia, desde que autorizada por ato do superior hierárquico.

A competência é irrenunciável, podendo ser objeto de delegação ou avocação.

c) O ato de delegação, uma vez publicado no diário oficial, é irrevogável.

Pode ser revogado a qualquer tempo.

d) Podem ser objeto de delegação a edição de atos de caráter normativo e a decisão de recursos
administrativos.

São indelegáveis: competência exclusiva, edição de atos de caráter normativo e decisão de recursos
administrativos.

Questão 35: FCC


A edição de um ato administrativo de natureza vinculada acarreta ou pressupõe, para a Administração
pública, o dever

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a) de ter observado o preenchimento dos requisitos legais para a edição, tendo em vista que nos atos
vinculados a legislação indica os elementos constitutivos do direito à prática do ato.

b) subjetivo de emissão do mesmo, este que, em razão da natureza, não admite anulação ou revogação.

c) de observar as opções legalmente disponíveis para decisão do administrador, que deverá fundamentá-
la em razão de conveniência e interesse público.

d) do administrado destinatário do ato exercer o direito que lhe fora concedido, tendo em vista que os atos
administrativos são vinculantes para os particulares, que não têm opção de não realizar o objeto ou
finalidade do mesmo.

e) de submeter o ato ao controle externo do Tribunal de Contas competente e do Poder Judiciário, sob o
prisma da legalidade, conveniência e oportunidade.

GABARITO: A

A questão versa sobre os poderes administrativos, mais precisamente acerca do poder vinculado. Nesse
contexto, vamos analisar os itens para encontrar a resposta correta.

a) de ter observado o preenchimento dos requisitos legais para a edição, tendo em vista que nos
atos vinculados a legislação indica os elementos constitutivos do direito à prática do ato.

Correto. De fato, o ato vinculado decorre do Poder Vinculado, que é aquele que não confere liberdade
escolha à Administração. A própria lei define os elementos e requisitos necessários à formalização,
conforme explica Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros,
2016, p. 149):

Poder vinculado ou regrado é aquele que o Direito Positivo - a lei - confere à Administração Pública para
a prática de ato de sua competência, determinando os elementos e requisitos necessários à sua
formalização.

b) subjetivo de emissão do mesmo, este que, em razão da natureza, não admite anulação ou
revogação.

Incorreto. Conforme vimos, os atos vinculados atendem a critérios objetivos definidos legalmente. Além
disso, os atos administrativos vinculados somente não podem ser revogados, pois neste atos não há
aspectos de oportunidade e conveniência. Vejamos nas lições de Maria Sylvia Di Pietro (Direito
Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014, p. 261):

não podem ser revogados os atos vinculados, precisamente porque nestes não há os aspectos
concernentes à oportunidade e conveniência; se a Administração não tem liberdade para apreciar esses
aspectos no momento da edição do ato, também não poderá apreciá-los posteriormente; nos casos em
que a lei preveja impropriamente a revogação de ato vinculado, como ocorre na licença para construir, o
que existe é uma verdadeira desapropriação de direito, a ser indenizada na forma da lei;

c) de observar as opções legalmente disponíveis para decisão do administrador, que deverá


fundamentá-la em razão de conveniência e interesse público.

Incorreto. Quando há a liberdade para a administração apreciar determinado caso concreto, segundo a
oportunidade e conveniência, escolhendo uma solução entre duas ou mais, sendo todas as soluções

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válidas perante o direito, estamos diante de uma atuação discricionária, conforme explica Maria Sylvia
Zanella Di Pietro (Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014, p. 31):

A discricionariedade costuma ser definida como a faculdade que a lei confere à Administração para
apreciar o caso concreto, segundo critérios de oportunidade e conveniência, e escolher uma dentre duas
ou mais soluções, todas válidas perante o Direito.

d) do administrado destinatário do ato exercer o direito que lhe fora concedido, tendo em vista
que os atos administrativos são vinculantes para os particulares, que não têm opção de não
realizar o objeto ou finalidade do mesmo.

Incorreto. Conforme vimos acima, os atos vinculados são de execução obrigatória dos agentes públicos
e a eles vinculantes. Não há que se falar em obrigatoriedade de realização do objeto ou da finalidade do
ato pelo administrado, uma vez que, para o particular, somente é obrigatório fazer ou deixar de fazer o
que a LEI obriga.

e) de submeter o ato ao controle externo do Tribunal de Contas competente e do Poder Judiciário,


sob o prisma da legalidade, conveniência e oportunidade.

Incorreto. O Poder Judiciário somente poderá analisar a legalidade ou legitimidade do ato administrativo
e todos os seus elementos (Competência, finalidade, forma, objeto e motivo), desde que sob o aspecto
legal e de legitimidade, isto é, não se pode analisar o mérito do ato, podendo anular estes atos, mesmo
que discricionários. É o que explicam Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo
Descomplicado. 23. ed. São Paulo: Método, 2015, p. 951):

Com efeito, os atos discricionários podem ser amplamente controlados pelo Judiciário, no que respeita a
sua legalidade ou legitimidade. Por exemplo, um ato discricionário do Poder Executivo pode ser anulado
pelo Poder Judiciário em razão de vício de competência, de desvio de finalidade, de vício de forma (se
foi desatendida determinada forma ou formalidade que a lei considerasse essencial à validade do ato),
de vício de motivo (por exemplo, comprovação de inexistência dos fatos alegados pela administração,
na motivação do ato, como ensejadores de sua prática) e de vício de objeto.

Questão 36: FCC


Os atos administrativos, entendidos como as manifestações das vontades da Administração pública, têm
entre suas finalidades resguardar e declarar direitos ou impor obrigações. Para ter validade, um ato
administrativo deve ter determinados elementos ou requisitos em relação à competência, finalidade,
forma, motivo e objeto ou conteúdo. A finalidade é

a) a situação que autoriza ou determina a realização do ato administrativo.

b) o poder, que a lei confere aos agentes públicos para que eles desempenhem suas funções.

c) o objetivo que a Administração busca com a prática do ato administrativo e a sua prática não pode ser
diversa daquela prevista na regra de competência.

d) o efeito jurídico que o ato produz, prescreve ou dispõe, e o resultado do ato nunca pode violar outra
lei, regulamento ou outro ato normativo.

e) o meio pelo qual o ato é exteriorizado, o procedimento previsto em lei ou formalidades indispensáveis
à existência do ato administrativo.

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GABARITO: C

A questão versa acerca dos atributos do ato administrativo. Nesse contexto, os elementos do ato são
Competência (sujeito), Finalidade, Forma, Motivo e Objeto. Vejamos a tabela a seguir:

Elementos CONCEITO
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo Descomplicado.
23. ed. São Paulo: Método, 2015, p. 505): "Podemos definir competência como
o poder legal conferido ao agente público para o desempenho específico
CO-mpetência das atribuições de seu cargo. [...] Somente a lei pode estabelecer
competências administrativas; por essa razão, seja qual for a natureza do ato
administrativo - vinculado ou discricionário - o seu elemento competência é
sempre vinculado."
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (ob. cit., p. 512): "A finalidade é
um elemento sempre vinculado. Nunca é o agente público quem determina a
finalidade a ser perseguida em sua atuação, mas sim a lei. Podemos identificar
nos atos administrativos:
FI-nalidade a) uma finalidade geral ou mediata, que é sempre a mesma, expressa ou
implicitamente estabelecida na lei: a satisfação do Interesse público;
b) uma finalidade especifica, imediata, que é o objetivo direto, o resultado
especifico a ser alcançado, previsto na lei, e que deve determinar a prática
do ato."
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (ob. cit., p. 513): "A forma é o modo de
exteriorização do ato administrativo. Todo ato administrativo é, em
princípio, formal, e a forma exigida pela lei quase sempre é a escrita (no caso
dos atos praticados no âmbito do processo administrativo federal, a forma é
FO-rma
sempre e obrigatoriamente a escrita [...] Apesar de autores como o Prof. Hely
Lopes Meirelles prelecionarem que a forma é elemento sempre
vinculado nos atos administrativos, pensamos que, hoje, essa afirmativa
deve, no máximo, ser considerada uma regra geral."
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (ob. cit., p. 513): "O motivo é a causa
imediata do ato administrativo. É a situação de fato e de direito que
MO-tivo determina ou autoriza a prática do ato, ou, em outras palavras, o pressuposto
fático e jurídico (ou normativo) que enseja a prática do ato." DETALHE: Pode
ser vinculado ou discricionário.
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (ob. cit., p. 517-8): "O objeto do ato
administrativo identifica-se com o seu conteúdo, por meio do qual a
administração manifesta sua vontade, ou atesta simplesmente situações
preexistentes. Pode-se dizer que o objeto do ato administrativo é a própria
OB-jeto
alteração no mundo jurídico que o ato provoca, é o efeito jurídico imediato
que o ato produz. [...] Pode-se afirmar, portanto, como o faz a doutrina em geral,
que: (a) nos atos vinculados, motivo e objeto são vinculados; (b) nos atos
discricionários, motivo e objeto são discricionário"

De posse dessas informações, vamos analisar os itens para encontrar a resposta correta.

a) a situação que autoriza ou determina a realização do ato administrativo.

Incorreto. Conforme vimos acima, este conceito está atrelado ao elemento motivo.

b) o poder, que a lei confere aos agentes públicos para que eles desempenhem suas funções.

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Incorreto. Trata-se da Competência, que é o poder legal conferido ao agente público para a prática de
determinado ato administrativo, conforme visto acima.

c) o objetivo que a Administração busca com a prática do ato administrativo e a sua prática não
pode ser diversa daquela prevista na regra de competência.

Correto. De fato, esta é uma conceituação do elemento finalidade, mais precisamente da finalidade
imediata, que é aquela em que se funda o objetivo do ato, além do interesse público.

d) o efeito jurídico que o ato produz, prescreve ou dispõe, e o resultado do ato nunca pode violar
outra lei, regulamento ou outro ato normativo.

Incorreto. Trata-se do elemento objeto. O resultado que se pretende alcançar com a prática do ato é o
objeto.

e) o meio pelo qual o ato é exteriorizado, o procedimento previsto em lei ou formalidades


indispensáveis à existência do ato administrativo.

Incorreto. Trata-se da Forma. Assim, a forma é a exteriorização do ato administrativo, isto é, como ele
se apresenta após editado. Via de regra, veda-se o ato oral e imotivado.

Questão 37: VUNESP


Assinale a alternativa correta com relação à competência dos atos administrativos.

a) A competência pode ser renunciada, desde que em favor de órgão superior àquele a que pertence o
renunciante.

b) A edição de atos de caráter normativo e a decisão de recursos administrativos não podem ser objeto
de delegação.

c) O ato de delegação das matérias de competência exclusiva do órgão ou da autoridade dispensa a


publicação no diário oficial.

d) O ato de delegação, uma vez efetivado e publicado no Diário Oficial, não mais poderá ser revogado
pela autoridade delegante.

e) É vedada a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.

GABARITO: B

b) A edição de atos de caráter normativo e a decisão de recursos administrativos não podem ser objeto
de delegação.

Pelo menos em três momentos, a lei de processo administrativo prevê atos indelegáveis, são eles:
competência exclusiva, edição de atos de caráter normativo e decisão de recursos administrativos.

Os demais itens estão errados:

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a) A competência pode ser renunciada, desde que em favor de órgão superior àquele a que pertence o
renunciante.

Uma das características da competência, é sua irrenunciabilidade. Admite-se, no entanto, que o seu
exercício seja objeto de delegação ou avocação.

c) O ato de delegação das matérias de competência exclusiva do órgão ou da autoridade dispensa a


publicação no diário oficial.

Então! Aqui a banca deu um "vaciladinha". O que a lei exige é a publicação em meio oficial. E meio oficial
não é, necessariamente, Diário Oficial. E, de fato, é muito costumeiro que o meio oficial seja um Boletim
interno. Portanto, dispensa-se sim a publicação no Diário Oficial.

d) O ato de delegação, uma vez efetivado e publicado no Diário Oficial, não mais poderá ser revogado
pela autoridade delegante.

O erro é que o ato de delegação pode ser revogado a qualquer tempo.

e) É vedada a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.

A avocação é o movimento inverso da delegação. É o ato de atrair para si o exercício da competência do


subordinado. Nesse caso, é sempre temporária e excepcional.

Questão 38: IADES


J. F. C. e L. C. O., agentes de segurança prisional recém-empossados, receberam ofício da Vara Criminal
do Tribunal de Justiça local, situado em Goiânia/GO, para que seja providenciada a escolta de C. M. V.,
detento que se encontra no estabelecimento prisional de Catalão/GO. Preocupado com o tempo para o
deslocamento, J. F. C. “convenceu” L. C. O. a levar o detento C. M. V. o quanto antes, sem a autorização
da chefia imediata, responsável legal pela confecção da guia de traslado do detento, elaborando ele
mesmo a guia. Nesse contexto, o ato administrativo contém vício de

a) competência.

b) conteúdo.

c) forma.

d) finalidade.

e) estrutura.

GABARITO: A

A questão exige conhecimento dos elementos do ato administrativo.

A doutrina aponta como cinco os elementos do ato administrativo, a saber:

• Competência ou agente competente: É a previsão legal direcionada ao agente público que fixa os
limites para a prática do ato administrativo;

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• Finalidade: A finalidade é o próprio resultado do ato, relacionando-se diretamente com o interesse
público;
• Forma: É como a Administração Pública exterioriza sua vontade;
• Motivo: É o pressuposto de fato e de direito que exige a atuação administrativa;
• Objeto: É o próprio conteúdo do ato administrativo, é o efeito que o ato causa no plano exterior.

Perceba, portanto, que, ao confeccionar a guia de traslado do detento,que era competência de seu
superior hierárquico, o agente prisional incorre em vício de competência, pois pratica ato não atribuído
a ele por lei.

Questão 39: CEBRASPE (CESPE)

No tocante a atos administrativos, julgue o item a seguir.

Tanto a inexistência da matéria de fato quanto a sua inadequação jurídica podem configurar o vício de
motivo de um ato administrativo.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

Conforme a lei 4717/65, no art. 2º, Parágrafo Único, alínea "d", o vício de motivo ocorre quando a matéria
de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente
inadequada ao resultado obtido.

Por exemplo: a Administração pune servidor, mas este não praticou qualquer ilícito administrativo (o
motivo é inexistente).

Questão 40: VUNESP


Considerados os elementos do ato administrativo, a motivação, ou seja, a exposição dos fatos e do direito
que serviram de fundamento para a prática do ato, integra o conceito de

a) forma.

b) objeto.

c) motivo.

d) finalidade.

GABARITO: A

Considerados os elementos do ato administrativo, a motivação, ou seja, a exposição dos fatos e do direito
que serviram de fundamento para a prática do ato, integra o conceito de

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a) forma.
b) objeto.
c) motivo.
d) finalidade.

A questão exige conhecimento dos elementos do ato administrativo.

A doutrina aponta como cinco os elementos do ato administrativo, a saber:

• Competência ou agente competente: É a previsão legal direcionada ao agente público que fixa os
limites para a prática do ato administrativo;
• Finalidade: A finalidade é o próprio resultado do ato, relacionando-se diretamente com o interesse
público;
• Forma: É como a Administração Pública exterioriza sua vontade;
• Motivo: É o pressuposto de fato e de direito que exige a atuação administrativa;
• Objeto: É o próprio conteúdo do ato administrativo, é o efeito que o ato causa no plano exterior.

A motivação, por sua vez, não é obrigatória, sendo conceituada como a exposição dos motivos que
levaram à prática do ato administrativo. Dessa forma, integram o elemento da forma do ato
administrativo.

Questão 41: IADES


Os atos administrativos são a expressão da vontade da administração pública, quer esta seja exarada no
Poder Executivo, precipuamente, quer seja nos Poderes Legislativo e Judiciário, de maneira residual, nas
atividades não finalísticas destes. No que tange aos elementos constitutivos dos atos administrativos,
positivados na Lei nº 4.717/1965, a Lei da Ação Popular, assinale a alternativa correta.

a) O objeto do ato administrativo poderá ser tanto vinculado pela legislação, impondo, assim, à
Administração um resultado jurídico determinado, quanto discricionário, conferindo ao agente público a
respectiva escolha, sendo, neste último caso, o resultado determinável.

b) Os elementos motivo e objeto apresentam a semelhança de terem conteúdo fático ou jurídico,


podendo, ainda, ambos serem mistos.

c) A competência, como elemento caracterizador do sujeito ativo do ato administrativo, impõe a variação
em grau, em razão de alguma especialização funcional, que seja acaso exigida para a prática de certos
atos.

d) A análise para se constatar o desvio de finalidade pressupõe, necessariamente, o exame do fim


previsto explicitamente no elemento da competência.

e) A teoria dos motivos determinantes, na qual há a vinculação dos atos administrativos à respectiva
fundamentação, ainda que tais atos sejam discricionários, decorreu do aperfeiçoamento da
obrigatoriedade da motivação insculpida na Constituição Federal de 1988.

GABARITO: A

O objeto é o efeito jurídico imediato, tratado por alguns como sendo o conteúdo do ato. E, em termos de
conteúdo, o objeto pode ser vinculado ou discricionário.

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O vinculado é também chamado de regrado, e porque o legislador traça, de forma detalhada, todo o
caminho a ser adotado pelo administrador, exemplo da licença para dirigir. Já o ato de conteúdo
discricionário ocorre quando a lei, de forma expressa ou implícita, confere ao administrador a margem de
conveniência e oportunidade. Exemplo do ato de autorização de bem público.

A seguir os erros:

Na letra B, o motivo é o pressuposto de fato e de direito, inconfundível, portanto, com o objeto, embora
ambos sejam elementos essenciais.

Na letra C, item dificílimo, extraído de literatura bem específica (Diogo de Figueiredo). A variação em grau
dá-se por exemplo no caso de hierarquia (o ministério acha-se subordinado à presidência). Já, em razão
da natureza, podemos ter a especialização. A banca só fez inverter as coisas.

Na letra D, o desvio de finalidade dá-se quando o agente, embora competente, pratica ato com finalidade
diversa da prevista. E a finalidade pode ser geral ou específica, expressa ou implícita, mas sempre de
direito público.

Na letra E, o princípio da motivação não é expresso, na CF, para a Administração Pública.

Questão 42: IADES


Os seguintes são requisitos do ato administrativo:

a) simetria, adaptação, liberdade e autonomia.

b) legalidade, autoridade e eficiência.

c) modicidade, publicidade e conteúdo.

d) moralidade, anterioridade e hierarquia.

e) competência, finalidade, forma, motivo e objeto.

GABARITO: E

Aproveito para apresentar, além dos elementos essenciais, os ditos acidentais, servindo para futuras
questões:
Elementos Essenciais Elementos Acidentais (ECT)
(CO FI FO M Ob) PODEM ou não existir
DEVEM existir

Competência Encargo ou Modo

Finalidade
Condição
Forma

Motivo
Termo
Objeto

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Questão 43: CONSULPLAN
Sobre o ato administrativo assinale a afirmativa INCORRETA.

a) A competência é elemento do ato administrativo e advém diretamente da lei, sendo intransferível e


improrrogável, salvo a previsão legal de delegação ou avocação.

b) O silêncio continuado da Administração Pública tem um sentido específico interpretativo de


indeferimento do pleito do particular, passível de aplicação no que se refere aos atos discricionários do
Poder Público.

c) A competência resulta da lei e por ela é delimitada, muito embora a outorga de competência expressa
a determinado agente importe deferimento a este último de poderes implícitos a ele dos meios
necessários à realização dos fins previstos pela norma, sem que caracterize abuso de poder.

d) No elemento relativo à forma do ato, o silêncio da Administração Pública pode importar uma aceitação
tácita, como na hipótese da ausência de aceite ou rejeição expressa de fatura por parte do parceiro
público no prazo de 40 (quarenta) dias contado da data de vencimento, nos contratos de parcerias público-
privadas.

GABARITO: B

Nem sempre é indeferimento, e sua aplicação nos atos vinculados é até mais comum. Vamos trabalhar
um pouco melhor o tema.

De partida, informe-se que, para a doutrina majoritária, o silêncio não é propriamente ato
administrativo, mas sim fato administrativo, o qual pode gerar consequências jurídicas, como a
prescrição e a decadência. E, realmente, não é ato, pois falta ao silêncio algo que é essencial ao conceito
de ato administrativo: a declaração de vontade. O silêncio é o oposto disso: é ausência de manifestação.
E não há ato sem a declaração de vontade.

José dos Santos Carvalho Filho distingue, em dois momentos, os efeitos do silêncio administrativo: a lei
aponta as consequências da omissão e a lei é omissa a respeito.

No primeiro momento, a lei pode conferir efeito deferitório (anuência tácita – efeito positivo) ou denegatório
(efeito negativo). Por exemplo, o § 3.º do art. 26 da Lei 9.748/1997 dá ao silêncio efeito positivo.
Vejamos:

“Art. 26. A concessão implica, para o concessionário, a obrigação de explorar, por sua conta e risco e, em
caso de êxito, produzir petróleo ou gás natural em determinado bloco, conferindo-lhe a propriedade
desses bens, após extraídos, com os encargos relativos ao pagamento dos tributos incidentes e das
participações legais ou contratuais correspondentes.
(...)
§ 3.º Decorrido o prazo estipulado no parágrafo anterior sem que haja manifestação da ANP, os planos
e projetos considerar-se-ão automaticamente aprovados”.

No entanto, como registra o autor, o mais comum é que a lei seja omissa, enfim, não disponha, expressa
ou implicitamente, sobre as consequências jurídicas do silêncio administrativo. A omissão decorre do
descumprimento de prazo previsto em lei (“o servidor tem o prazo de 15 dias para a emissão de parecer”)
ou da demora excessiva na prática do ato quando a lei não estabeleceu prazo.
Uma questão que se impõe é saber se o particular, diante da inércia da Administração, pode se socorrer
do Judiciário, e este, eventualmente, suprir a lacuna decorrente da omissão do administrador.

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Sobre o tema, Celso Antônio Bandeira de Mello leciona que a solução do Judiciário depende do conteúdo
do ato administrativo. Se o ato é vinculado, o juiz poderá suprir a omissão administrativa, uma vez que
o titular do direito tenha preenchido os requisitos legais. Se o ato é discricionário, o juiz poderá fixar
prazo para que a Administração se pronuncie, estipulando, inclusive, multa diária até que haja
pronunciamento conclusivo por parte da autoridade competente.

Os demais itens são verdadeiros:

a) A competência é elemento do ato administrativo e advém diretamente da lei, sendo intransferível e


improrrogável, salvo a previsão legal de delegação ou avocação.

Fica a dica de que nem todos os atos podem ser delegados, como competência exclusiva, decisão de
recursos administrativos e edição de atos com caráter normativo.

c) A competência resulta da lei e por ela é delimitada, muito embora a outorga de competência expressa
a determinado agente importe deferimento a este último de poderes implícitos a ele dos meios
necessários à realização dos fins previstos pela norma, sem que caracterize abuso de poder.

Nem sempre o legislador é expresso. Há situações em que a lei se utiliza de conceitos jurídicos
indeterminados, por exemplo. E, com isso, abre-se o uso do poder discricionário implícito por parte do
agente público.

d) No elemento relativo à forma do ato, o silêncio da Administração Pública pode importar uma aceitação
tácita, como na hipótese da ausência de aceite ou rejeição expressa de fatura por parte do parceiro
público no prazo de 40 (quarenta) dias contado da data de vencimento, nos contratos de parcerias público-
privadas.

Não há esta previsão. Nesse caso, não haverá aceitação tácita, mas sim rejeição.

Questão 44: CEBRASPE (CESPE)

Julgue o item a seguir, relativo aos atos administrativos.

No caso de vício de competência, cabe a revogação do ato administrativo, desde que sejam respeitados
eventuais direitos adquiridos de terceiros e não tenha transcorrido o prazo de cinco anos da prática do
ato.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

Quanto ao respeito ao direito adquirido de terceiros, o item está correto, nos termos do art.53 da Lei
9.784/99:
“Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode
revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.”

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Em relação ao prazo de 5 anos contados da prática do ato, também acerta o item. Nos termos legais (Lei
9.784/99):
“Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis
para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo
comprovada má-fé.”

Contudo, quanto à revogação do ato, se equivoca a assertiva. Isso porque quando o ato administrativo
apresenta um vício, ele deve ser anulado, e não revogado (esta decorre da conveniência e
oportunidade da Administração Pública).

Logo, incorreta a alternativa.

Questão 45: CEBRASPE (CESPE)


De acordo com a doutrina majoritária, os elementos fundamentais do ato administrativo são o(a.)

a) forma, a competência, a atribuição, a finalidade e o objeto.

b) objeto, a finalidade, o motivo, a competência e a tipicidade.

c) competência, a forma, o objeto, o motivo e a finalidade.

d) motivo, o objeto, a finalidade, a autoexecutoriedade e a força coercitiva.

e) objeto, o motivo, a competência, a finalidade e a abrangência

GABARITO: C

c) competência, a forma, o objeto, o motivo e a finalidade. – certa.

O ato administrativo é composto por cinco elementos: competência, finalidade, forma, motivo e objeto.

Nesse sentido a lição da doutrina:

“A doutrina, baseada na lei que regula a Ação Popular (Lei 4.717/1965), tradicionalmente aponta a
existência de cinco elementos do ato administrativo: competência, finalidade, forma, motivo e objeto.
É importante esclarecer que o vício ou a ausência desses elementos pode resultar, dependendo da
gravidade do caso considerado, em mera irregularidade sanável, na invalidade do ato ou até na sua
inexistência, conforme será detalhado no tópico 7.12.
Daí por que alguns autores, em vez de chamá-los de elementos do ato administrativo, preferem utilizar
as expressões “requisitos de validade do ato administrativo” ou “pressupostos de existência e de validade
do ato administrativo”.” (grifou-se) (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo
Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método, 2015.E-book. P. 355).

Correta, portanto, a alternativa, devendo ser assinalada.

Destaquemos os erros das demais alternativas:

a) forma, a competência, a atribuição, a finalidade e o objeto. – errada.

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b) objeto, a finalidade, o motivo, a competência e a tipicidade. – errada.

d) motivo, o objeto, a finalidade, a autoexecutoriedade e a força coercitiva. – errada.

e) objeto, o motivo, a competência, a finalidade e a abrangência. – errada.

Questão 46: AOCP


Assinale a alternativa que apresenta os elementos que formam o ato administrativo.

a) Agente designado, função, alçada, interesse e beneficiado.

b) Agente instituidor, âmbito, material, norma e legalidade.

c) Agente competente, objeto, forma, motivo e fim.

d) Agente atribuído, amplitude, lícito, moral e fato.

e) Agente delegado, área, papel, conteúdo e bem.

GABARITO: C

c) Agente competente, objeto, forma, motivo e fim. – certa.


Realmente, os elementos que formam o ato administrativo são: Competência (agente competente),
finalidade (fim), forma, motivo e objeto, razão pela qual, a alternativa C, encontra-se correta.
Vejamos a lição de Ricardo Alexandre e João de Deus:
“A doutrina, baseada na lei que regula a Ação Popular (Lei 4.717/1965), tradicionalmente aponta a
existência de cinco elementos do ato administrativo: competência, finalidade, forma, motivo e objeto.
É importante esclarecer que o vício ou a ausência desses elementos pode resultar, dependendo da
gravidade do caso considerado, em mera irregularidade sanável, na invalidade do ato ou até na sua
inexistência, conforme será detalhado no tópico 7.12.” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito
Administrativo Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método, 2015.E-book. P. 355)
No que tange às demais alternativas, por exclusão, encontram-se incorretas.

Questão 47: FCC


No que concerne aos elementos do ato administrativo, tem-se que o motivo

a) não se insere entre os elementos essenciais do ato administrativo, que são apenas sujeito, objeto e
forma, sendo, assim como a finalidade, um atributo do ato.

b) consiste nos fins colimados pela Administração com a prática do ato, que deve ser, em última instância,
o interesse público, sob pena de invalidar o ato por vício de mérito.

c) corresponde às razões de fato e de direito que fundamentam a prática do ato, sendo que a ausência
de motivo ou a indicação de motivo falso permitem a invalidação do ato, inclusive judicialmente.

d) está presente apenas nos atos discricionários, correspondendo às razões de conveniência e


oportunidade para a sua prática, ou seja, o mérito do ato administrativo.

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e) constitui um requisito específico para a prática de atos vinculados, consistente na indicação da
subsunção dos requisitos de fato aos condicionantes legais fixados para o ato.

GABARITO: C

O motivo é o que leva alguém a fazer alguma coisa. Exemplo: por que o leitor adquiriu este livro de
concurso público? Pelo prazer exclusivo da boa leitura? Por que não tem muito o que fazer? Ou para,
finalmente, resolver o problema do Direito Administrativo em concursos públicos? Provavelmente, deve
ser por causa da última situação, então, atenção: motivo é o que leva à prática de um ato, em nosso
caso, são os pressupostos de fato e de direito que levam a Administração Pública a agir.

O pressuposto de fato é o motivo real, o que realmente ocorreu; o de direito é a norma legal que descreve
a situação que levará a Administração Pública a agir.

Os demais itens estão errados:

a) não se insere entre os elementos essenciais do ato administrativo, que são apenas sujeito, objeto e
forma, sendo, assim como a finalidade, um atributo do ato.

É um dos elementos essenciais. Ao lado do objeto, forma o mérito administrativo. Assim entendido como
a margem de conveniência e oportunidade.

b) consiste nos fins colimados pela Administração com a prática do ato, que deve ser, em última
instância, o interesse público, sob pena de invalidar o ato por vício de mérito.

Fins colimados é o elemento finalidade.

d) está presente apenas nos atos discricionários, correspondendo às razões de conveniência e


oportunidade para a sua prática, ou seja, o mérito do ato administrativo.

É elemento essencial, e, por isso, parte integrante de todos os atos administrativos.

e) constitui um requisito específico para a prática de atos vinculados, consistente na indicação da


subsunção dos requisitos de fato aos condicionantes legais fixados para o ato.

O motivo não é específico de ato nenhum, ao revés disso, contido em todos os atos, sem exceção.

Questão 48: FGV


Em matéria de elementos do ato administrativo, a doutrina de Direito Administrativo destaca o elemento:

a) da competência, que é a atribuição normativa da legitimação para a prática de um ato administrativo;

b) da finalidade, em que se aplica o princípio da supremacia do interesse privado sobre o público;

c) da forma, segundo o qual todo ato administrativo deve ser publicado no prazo de quinze dias no diário
oficial;

d) do motivo, que está inserido no âmbito da íntima convicção do administrador com finalidade privada;

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e) da capacidade, que, em regra, é discricionária, não havendo margem de liberdade para o
administrador.

GABARITO: A

A competência é um elemento essencial dos atos administrativos. É irrenunciável e sempre decorrente


de lei. Pode ser objeto de delegação ou de avocação, conforme o caso. Representa o círculo de
atribuições conferido a determinados agentes públicos, por lei.

A seguir os erros:

Na letra B, no direito público, temos o regime jurídico administrativo sustentado por dois grandes
princípios: o da indisponibilidade e o da supremacia do público sobre o privado e não o contrário.

Na letra C, todo ato ser publicado? Não é bem assim. Existem vários atos que só são publicizados
internamente, como em boletim interno da Administração. Ou que sequer sejam publicados internamente.

Na letra D, há dois erros. Primeiro que motivo não é sinônimo para móvel. O móvel é a parte psicológica.
E o segundo erro é que a finalidade é pública.

Na letra E, a capacidade não é um elemento essencial. E a competência, elemento, é sempre vinculada.

Questão 49: FGV


Dentre os elementos do ato administrativo, a doutrina de Direito Administrativo elenca a competência,
que é a atribuição normativa de legitimação para a prática de determinado ato.

Nesse contexto, é característica da competência administrativa a sua:

a) prorrogabilidade, pois a competência relativa se prorroga, caso o administrado não se oponha na


primeira oportunidade processual;

b) irrenunciabilidade, apesar de o agente público poder delegá-la ou avocá-la, nos casos permitidos pela
lei;

c) delegabilidade, como regra geral, como nos casos de edição de atos normativos;

d) avocabilidade, quando se chama para si competência originariamente de agente de hierarquia


superior;

e) discricionariedade, eis que ao agente público é facultada a possibilidade de atuar quando for
provocado.

GABARITO: B

Vamos aproveitar para trabalhar as características da competência, de forma mais sintética.

Dispõe o art. 11 da Lei 9.784/1999 (Lei de Processo Administrativo Federal):

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“Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como
própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos”.

A irrenunciabilidade, porém, não é a única característica da competência. São apontadas, ainda, as


seguintes características:

I) sempre decorrente de lei;

II) intransferível (inderrogável);

III) improrrogável: o mero decurso do tempo não transforma a incompetência em competência. Para a
alteração da competência, é necessária a edição de norma que especifique quem agora passa a dispor
da competência;

IV) imprescritível ou incaducável: o não uso da competência não torna o agente incompetente. Não se
pode falar, portanto, em “usucapião” de competência; e

V) pode ser objeto de delegação (ato de repartir o exercício da competência) ou de avocação (ato
de trazer para si o exercício da competência), desde que não reservada à competência exclusiva.

Questão 50: VUNESP


Os atos administrativos são o meio de atuação da Administração, devendo obedecer a alguns princípios,
entre eles o da publicidade e o da motivação. Sobre esse tema, julgue as afirmações a seguir e selecione
a correta.

a) A necessidade de motivação dos atos administrativos resulta do princípio democrático e da regra do


devido processo legal, permitindo o controle da ação administrativa.

b) É admissível o suprimento da exigência de motivação expressa pelo silêncio, isto é, pela omissão, da
Administração, posto que o silêncio deverá ser interpretado conforme os usos e costumes do local de
produção do ato.

c) Os atos administrativos não motivados não estão sujeitos ao controle jurisdicional, diante da tendência
de prestigiar a participação do usuário na organização e prestação dos serviços públicos.

d) O princípio da publicidade impõe a transparência dos atos administrativos em todos os seus


momentos, o que inclui a divulgação de minutas, esboços, estudos internos e documentos em elaboração.

e) Motivo e motivação são sinônimos em matéria de atos administrativos, referindo-se ambos aos
elementos fáticos que justificam a existência do ato administrativo, os quais, nos atos discricionários, não
estão sujeitos ao controle judicial.

GABARITO: A

Letra A: correta! Em primeiro lugar, é preciso não confundir motivo e motivação. Enquanto o motivo é
um dos elementos formadores do ato administrativo, correspondendo às razões de fato e de direito que
deram ensejo a realização de determinado ato, a motivação é a exposição de tais motivos, ou seja, é a
fundamentação do ato administrativo, onde será expressada a correlação lógica entre o previsto na lei,
os fatos que aconteceram no mundo da vida e a decisão emanada da Administração.

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Prevista no art. 50, da lei n° 9.784/1999, doutrina majoritária compreende que a motivação é de
presença obrigatória em todos os atos administrativos, pois deriva do princípio democrático estampado
no art. 1º, parágrafo único, do texto constitucional, o qual afirma que “todo o poder emana do povo, que
o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição” e também
do princípio constitucional do devido processo legal.

Ora, se todo poder emana do povo, o povo somente poderá corretamente exercê-lo ou fiscalizar os seus
representantes se conhecer os motivos que levaram o Poder Público a praticar determinada conduta.
Mais do que isso, direitos fundamentais básicos como o do contraditório e o da ampla defesa, que são
inerentes à ideia de um devido processo legal, somente poderão ser efetivamente concretizados se o
administrado tiver a completa ciência do conteúdo dos atos e decisões praticados no âmbito do processo
administrativo.

Letra B: errada! Salvo se o contrário for expressamente previsto em lei, o silêncio administrativo, isto é,
a omissão da Administração, NÃO produzirá qualquer efeito, configurando ilicitude que
poderá sanada por meio da provocação ao Poder Judiciário.

Alerta-se que em tais situações não caberá ao juiz suprir a exigência, pois não será ele o responsável por
realizar o ato não praticado pela Administração. Deveras, em respeito ao princípio da separação de
poderes, o magistrado determinará que agente público concretize o ato e, com isso, a ilegalidade será
cessada.

Letra C: errada! Justamente porque se prestigia cada vez mais a participação do usuário na organização
e prestação dos serviços públicos, os atos administrativos devem ser motivados, de modo que se essa
exigência não for atendida, o Poder Judiciário poderá ser provocado para efetuar um controle jurisdicional
de legalidade sobre a atuação administrativa.

Letra D: errada! O princípio da publicidade, como qualquer outro princípio do regime jurídico
administrativo, encontra limitações, o que implica afirmar que em determinados momentos a publicidade
do ato ficará restrita à algumas pessoas. Cuidado, pois não estou dizendo que o princípio da publicidade
será excluído por completo, mas sim que o seu alcance será restrito, abrangendo apenas um seleto grupo
de pessoas.

O próprio texto constitucional prevê que nem todos poderão ter acesso às informações cujo sigilo seja
imprescindível a segurança da sociedade e do Estado. No mesmo sentido, afirma que são invioláveis a
intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, o que significa dizer que o acesso às
informações dessa natureza também será restrito.

Art. 5º, da CF/88. [...]


X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XXXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
Obs.: o inciso XXXIII está regulamentado no art. 23, da lei n° 12.527/2011(Lei de acesso às informações).

Letra E: errada! Na explicação da alternativa “A” já foi visto que motivo e motivação são
conceitos distintos.

Ressalto que todos os elementos do ato administrativo, independentemente de serem de natureza


vinculada ou discricionária, submetem-se ao controle do Poder Judiciário sob o aspecto da legalidade.
O que não se tolera é um controle jurisdicional voltado a substituição do mérito administrativo, pois definir
qual é a conduta mais apropriada ou não para satisfação do interesse público é uma competência do

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administrador público, cabendo ao juiz, tão somente, após a escolha da política pública pelo
administrador, verificar se esta está de acordo com a lei.

Questão 51: VUNESP


Um dos requisitos do ato administrativo é

a) a competência, pela qual é vedado que um agente público transfira a outro funções que
originariamente lhe são atribuídas.

b) o objeto, elemento pelo qual todo ato administrativo deve estar dirigido ao atendimento de um interesse
público.

c) a finalidade, que se expressa no conteúdo, na alteração no mundo jurídico que o ato administrativo se
propõe a processar.

d) a forma, vigorando no âmbito administrativo o princípio da liberdade das formas, diversamente do que
ocorre no campo do direito privado.

e) o motivo, que consiste na situação de fato ou de direito que gera a vontade do agente público, quando
este pratica o ato administrativo.

GABARITO: E

A questão pede que identifiquemos quais são os fatores que condicionam o ato administrativo. Tais
fatores são os elementos ou requisitos que compõem o ato administrativo. Nesse contexto, a questão
quer saber acerca do famoso CO-FI-FO-MO-OB, confira-se, de forma esquemática na tabela:

Elementos CONCEITO
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo Descomplicado.
23. ed. São Paulo: Método, 2015, p. 505): "Podemos definir competência como
o poder legal conferido ao agente público para o desempenho específico
CO-mpetência das atribuições de seu cargo. [...] Somente a lei pode estabelecer
competências administrativas; por essa razão, seja qual for a natureza do ato
administrativo - vinculado ou discricionário - o seu elemento competência é
sempre vinculado."
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (ob. cit., p. 512): "A finalidade é
um elemento sempre vinculado. Nunca é o agente público quem determina a
finalidade a ser perseguida em sua atuação, mas sim a lei. Podemos identificar
nos atos administrativos:
FI-nalidade a) uma finalidade geral ou mediata, que é sempre a mesma, expressa ou
implicitamente estabelecida na lei: a satisfação do Interesse público;
b) uma finalidade especifica, imediata, que é o objetivo direto, o resultado
especifico a ser alcançado, previsto na lei, e que deve determinar a prática do
ato."
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (ob. cit., p. 513): "A forma é o modo de
exteriorização do ato administrativo. Todo ato administrativo é, em
princípio, formal, e a forma exigida pela lei quase sempre é a escrita (no caso
FO-rma
dos atos praticados no âmbito do processo administrativo federal, a forma é
sempre e obrigatoriamente a escrita [...] Apesar de autores como o Prof. Hely
Lopes Meirelles prelecionarem que a forma é elemento sempre

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vinculado nos atos administrativos, pensamos que, hoje, essa afirmativa
deve, no máximo, ser considerada uma regra geral."
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (ob. cit., p. 513): "O motivo é a causa
imediata do ato administrativo. É a situação de fato e de direito que
MO-tivo determina ou autoriza a prática do ato, ou, em outras palavras, o pressuposto
fático e jurídico (ou normativo) que enseja a prática do ato." DETALHE: Pode
ser vinculado ou discricionário.
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (ob. cit., p. 517-8): "O objeto do ato
administrativo identifica-se com o seu conteúdo, por meio do qual a
administração manifesta sua vontade, ou atesta simplesmente situações
preexistentes. Pode-se dizer que o objeto do ato administrativo é a própria
OB-jeto
alteração no mundo jurídico que o ato provoca, é o efeito jurídico imediato
que o ato produz. [...] Pode-se afirmar, portanto, como o faz a doutrina em
geral, que: (a) nos atos vinculados, motivo e objeto são vinculados; (b) nos
atos discricionários, motivo e objeto são discricionário"

De posse dessas informações, vamos analisar as alternativas para encontrar a resposta correta.

a) a competência, pela qual é vedado que um agente público transfira a outro funções que
originariamente lhe são atribuídas.

Incorreto. Existe, no ordenamento jurídico pátrio, a possibilidade delegação e avocação de competência,


que são transferências do exercício dessa competência.

b) o objeto, elemento pelo qual todo ato administrativo deve estar dirigido ao atendimento de um
interesse público.

Incorreto. A descrição da alternativa refere-se ao elemento finalidade, conforme visto acima.

c) a finalidade, que se expressa no conteúdo, na alteração no mundo jurídico que o ato


administrativo se propõe a processar.

Incorreto. A alternativa conceitua o elemento objeto, consoante visto anteriormente.

d) a forma, vigorando no âmbito administrativo o princípio da liberdade das formas, diversamente


do que ocorre no campo do direito privado.

Incorreto. Vigora no âmbito do direito administrativo o formalismo moderado, pelo qual a forma só será
motivo de nulidade do ato se for indispensável para a sua execução.

e) o motivo, que consiste na situação de fato ou de direito que gera a vontade do agente público,
quando este pratica o ato administrativo.

Correto. A assertiva descreve conceitualmente o elemento motivo de forma correta.

Questão 52: CEBRASPE (CESPE)

No que se refere a atos administrativos, julgue o item que se segue.

Na discricionariedade administrativa, o agente possui alguns limites à ação voluntária, tais como: o
ordenamento jurídico estabelecido para o caso concreto, a competência do agente ou do órgão. Qualquer
ato promovido fora desses limites será considerado arbitrariedade na atividade administrativa.

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( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

Essa questão é boa para demonstrar uma coisa que eu sempre digo para os alunos: não ligue o modo
automático.

É muito comum ouvir de alunos (e também professores) o dogma: cuidaaaaado com as questões do
CESPE que falam "sempre", "em qualquer caso", ou qualquer outra expressão que indique uma afirmação
absoluta.

O problema é que essa também é uma afirmação absoluta. Então, novamente: não ligue o modo
automático.

A discricionariedade é o espaço concedido por lei para que o agente público exerça, com certa liberdade,
escolha motivada por critérios de conveniência e oportunidade. É uma liberdade, mas uma liberdade
restrita pela própria lei que a concedeu.

Assim, como a questão afirma, uma das limitações é a própria norma (ordenamento jurídico) e,
obviamente, a competência, já que não se pode alegar discricionariedade para a escolha do agente
competente para a prática do ato, pois a competência é, ela mesma, definida por lei.

E a regra é clara: passou dos limites estabelecidos por lei, já não é discricionariedade, mas
sim arbitrariedade.

Questão 53: VUNESP


A respeito dos elementos do ato administrativo, é correta a correlação entre elemento e definição que se
faz na alternativa:

a) sujeito competente - é o cidadão que se sujeita ao ato administrativo e suas consequências práticas.

b) motivo - é o resultado final que se busca atingir por meio da execução do ato administrativo.

c) objeto - é o conteúdo, isto é, a decisão contida no ato administrativo.

d) efeito - é o desdobramento do ato administrativo sobre a realidade manifesta.

e) forma – é o fato que autoriza ou exige a prática do ato.

GABARITO: C

a) sujeito competente - é o cidadão que se sujeita ao ato administrativo e suas consequências práticas. –
errada.

Apesar de alguns autores utilizarem a terminologia sujeito competente ao invés de competência, a


correlação entre elemento e definição não está correta.

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Isso porque o sujeito competente é a pessoa jurídica, órgão ou agente público que tem atribuições que
lhe foram conferidas com o objetivo de possibilitar o desempenho de suas atividades.

Vejamos a lição de Ricardo Alexandre e João de Deus sobre o tema:


“Nesse contexto, podemos definir competência como o conjunto de atribuições conferidas pelo
ordenamento jurídico às pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos, com o objetivo de
possibilitar o desempenho de suas atividades.
(...)
Por fim, é oportuno registrar que alguns autores, em vez do elemento competência, preferem
utilizar a terminologia sujeito ou agente competente. Para esses autores, de modo geral, não é
suficiente que o sujeito seja competente, sendo necessário também que ele seja capaz e que não haja
óbices a sua atuação no caso concreto. Nesse contexto, o requisito não resta cumprido quando o agente,
apesar de possuir competência legal para a prática de determinado ato, está afastado de suas funções
por motivo de férias, licença, suspensão ou está impedido de atuar em razão de parentesco
próximo.” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo Esquematizado. 1ª ed. São
Paulo: Método, 2015. E-book. P. 357)

Incorreta a alternativa, portanto.

b) motivo - é o resultado final que se busca atingir por meio da execução do ato administrativo. – errada.

Em verdade, o motivo consiste no conjunto de pressupostos de fato e de direito que determinam ou


autorizam a edição do ato administrativo.

Sobre o tema, esclarecem Ricardo Alexandre e João de Deus:


“O motivo corresponde aos pressupostos de fato e de direito que determinam ou autorizam a
edição do ato administrativo. Quando o ato a ser praticado é vinculado, de forma que a autoridade
administrativa não tem margem para decidir acerca da conveniência e oportunidade para editá-lo, a
ocorrência do motivo determina a prática do ato. Já no caso de ato discricionário, como há espaço de
decisão para a autoridade administrativa (possibilidade de análise de conveniência e oportunidade), a
presença do motivo apenas autoriza a prática do ato.” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito
Administrativo Esquematizado. 1ª ed. São Paulo: Método, 2015. E-book. P. 367)

Logo, incorreta.

c) objeto - é o conteúdo, isto é, a decisão contida no ato administrativo. – certa.

Realmente, o objeto do ato administrativo é o conteúdo, isto é, a decisão contida no ato administrativo.

Vejamos a lição de Ricardo Alexandre e João de Deus:


“O objeto (ou conteúdo) do ato administrativo consiste no efeito jurídico imediato produzido pelo
ato. Em outros termos, podemos afirmar que o objeto do ato administrativo consiste na alteração da
situação jurídica que o ato administrativo se propõe a realizar. Assim, no ato impositivo de multa, o
objeto é a punição do transgressor; por sua vez, no de nomeação de servidor, o objeto é a sua admissão
nos quadros do serviço público.” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo
Esquematizado. 1ª ed. São Paulo: Método, 2015. E-book. P. 372)

d) efeito - é o desdobramento do ato administrativo sobre a realidade manifesta. – errada.

Diferentemente do que afirmado, efeito não é elemento do ato administrativo.

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Em verdade, o objeto (ou conteúdo) do ato administrativo consiste no efeito jurídico imediato
produzido pelo ato. (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo Esquematizado. 1ª
ed. São Paulo: Método, 2015. E-book. P. 372)

Em síntese, o desdobramento do ato administrativo sobre a realidade manifesta consistem em


seu objeto, de modo que está incorreta a alternativa.

e) forma – é o fato que autoriza ou exige a prática do ato. – errada.

A alternativa traz o conceito de motivo e não de forma.

Conforme destacam Ricardo Alexandre e João de Deus, é possível identificar na doutrina duas
maneiras distintas de definir a forma como elemento do ato administrativo. A primeira, de caráter mais
restrito, considera que a forma é o modo de exteriorização do ato administrativo.

A segunda, de natureza mais ampla, inclui no conceito de forma não só o modo de exteriorização do
ato, mas também todas as formalidades que devem ser observadas no seu processo de formação.

(Direito Administrativo Esquematizado. 1ª ed. São Paulo: Método, 2015. E-book. P. 364)
Incorreta, portanto.

Questão 54: CEBRASPE (CESPE)


Acerca do direito administrativo, dos atos administrativos e dos agentes públicos, julgue o item a seguir.

A finalidade que um ato administrativo deve alcançar é determinada pela lei, inexistindo, nesse aspecto,
liberdade de opção para a autoridade administrativa.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

O item está CERTO. Na tabela a seguir, serão apresentados os elementos essenciais, com a indicação
sobre a eventual vinculação ou discricionariedade, caso a caso. Vejamos:

ELEMENTO VINCULADO
Competência SIM
Finalidade SIM
Forma SIM
Motivo Em regra, discricionário
Objeto Em regra, discricionário

Perceba que Motivo e Objeto são, em regra, elementos discricionários. Tais elementos favorecem o
surgimento do Mérito Administrativo, assim entendido como a margem de conveniência e de
oportunidade garantida pelo legislador ao administrador.

Já a finalidade, como bem indicado na alternativa, é elemento vinculado.

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Questão 55: AOCP
Sobre competência administrativa, assinale a alternativa correta.

a) A competência administrativa há de se originar de texto expresso contido na Constituição, na lei (nesse


caso, a regra geral) e em normas administrativas.

b) A competência administrativa não recebe a incidência de figuras normalmente aceitas no campo do


direito privado. Por isso, duas são as características de que se reveste. A primeira é a improrrogabilidade,
vez que a competência de um órgão não se transfere a outro por acordo entre as partes, ou por
assentimento do agente da Administração. Fixada em norma expressa, deve a competência ser
rigidamente observada por todos. A segunda é a inderrogabilidade, que determina que a incompetência
não se transmuda em competência, ou seja, se um órgão não tem competência para certa função, não
poderá vir a tê-la supervenientemente, a menos que a antiga norma definidora seja alterada.

c) Em algumas circunstâncias, pode a norma autorizar que um agente transfira a outro, normalmente de
plano hierárquico inferior, funções que originariamente lhe são atribuídas. É o fenômeno da avocação de
competência.

d) Se a autoridade hierarquicamente superior atrair para sua esfera decisória a prática de ato da
competência natural de agente com menor hierarquia, dar-se-á o fenômeno da delegação de
competência.

e) Tanto a avocação como a delegação devem ser consideradas como figuras excepcionais, só
justificáveis ante os pressupostos que a lei estabelecer. Na verdade, é inegável reconhecer que ambas
subtraem de agentes administrativos funções normais que lhes foram atribuídas. Por esse motivo, é válida
qualquer delegação ou avocação que, de alguma forma ou por via oblíqua, objetive a supressão das
atribuições do círculo de competência dos administradores públicos.

GABARITO: A

a) A competência administrativa há de se originar de texto expresso contido na Constituição, na lei (nesse


caso, a regra geral) e em normas administrativas. – certa.
Realmente, a competência administrativa deve ser definida no ordenamento jurídico, através da CF, das
leis ou mesmo normas administrativas. Nesse sentido:
“Nesse contexto, podemos definir competência como o conjunto de atribuições conferidas pelo
ordenamento jurídico às pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos, com o objetivo de possibilitar
o desempenho de suas atividades.
(...)
Quanto às fontes, quando a competência é estabelecida pela lei ou pela Constituição, temos
a chamada competência primária. Quando se tratar de órgãos de menor hierarquia, a competência
também pode vir expressa em normas de organização, editadas pelos órgãos de competência
primária. Nesse caso, temos uma norma de competência secundária, pois é produto de um ato emanado
de um órgão ou agente que possui competência primária.” (grifou-se)(ALEXANDRE, Ricardo; DEUS,
João de. Direito Administrativo Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método, 2015.E-book. P.356)
Logo, está correta a alternativa, devendo ser assinalada.

b) A competência administrativa não recebe a incidência de figuras normalmente aceitas no campo do


direito privado. Por isso, duas são as características de que se reveste. A primeira é a improrrogabilidade,
vez que a competência de um órgão não se transfere a outro por acordo entre as partes, ou por
assentimento do agente da Administração. Fixada em norma expressa, deve a competência ser
rigidamente observada por todos. A segunda é a inderrogabilidade, que determina que a incompetência

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não se transmuda em competência, ou seja, se um órgão não tem competência para certa função, não
poderá vir a tê-la supervenientemente, a menos que a antiga norma definidora seja alterada. – errada.
Primeiramente, destaca-se que a alternativa inverteu os conceitos: em verdade,
a improrrogabilidade consiste na regra de que que o agente incompetente não passa a ser competente
pelo simples fato de ter praticado o ato, e a inderrogabilidade é a impossibilidade de transferência da
competência pela vontade da Administração Pública ou de terceiros.
Ainda, a doutrina aponta diversas outras características da competência, senão vejamos:
“Embora não haja uma relação unânime na doutrina, é possível enumerar as seguintes características da
competência:
a) é de exercício obrigatório pelos órgãos e agentes públicos, uma vez que se trata de um poder-dever.
Não é possível imaginar, por exemplo, que um policial deixe de prender um criminoso surpreendido em
flagrante delito;
b) é irrenunciável (ou inderrogável), seja pela vontade da Administração, seja por acordo com terceiros,
pois é estabelecida em razão do interesse público (princípio da indisponibilidade do interesse público). É
incabível, por exemplo, que uma delegacia de polícia, diante de um aumento extraordinário da ocorrência
de crimes graves e da sua insuficiência de pessoal, decida por não mais registrar boletins de ocorrência
relativos a crimes “menos graves”;
c) é intransferível, pelo mesmo motivo anterior, não podendo ser objeto de transação ou acordo que vise
a repassá-la a outra pessoa. É importante registrar que a delegação de competência não implica
transferência de sua titularidade, mas mera autorização para o exercício de certas atribuições não
exclusivas da autoridade delegante, que poderá, a qualquer tempo, revogar a delegação;
d) é imodificável por ato do agente, quando tiver sido fixada pela lei ou pela Constituição, de forma que
só tais normas poderão alterá-la;
e) é imprescritível, ou seja, ainda que não utilizada por muito tempo, o agente continua competente;
f) é improrrogável, salvo disposição expressa prevista em lei, o que quer dizer, em regra, que o agente
incompetente não passa a ser competente pelo simples fato de ter praticado o ato ou de ter sido o primeiro
a tomar conhecimento dos fatos que motivariam a sua prática.” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João
de. Direito Administrativo Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método, 2015.E-book. P.357)
Incorreta a alternativa, portanto.

c) Em algumas circunstâncias, pode a norma autorizar que um agente transfira a outro, normalmente de
plano hierárquico inferior, funções que originariamente lhe são atribuídas. É o fenômeno da avocação de
competência. – errada.
Em verdade, a atribuição de funções consiste no fenômeno da delegação. Por seu turno, avocação é o
chamamento, pela autoridade superior, das atribuições inicialmente outorgadas legalmente ao agente
subordinado.
Nesse contexto, incorreta a alternativa.

d) Se a autoridade hierarquicamente superior atrair para sua esfera decisória a prática de ato da
competência natural de agente com menor hierarquia, dar-se-á o fenômeno da delegação de
competência. – errada.
Mais uma alternativa que inverte os conceitos de delegação e avocação. Como exposto no comentário
da alternativa anterior, a atribuição de funções consiste no fenômeno da delegação, ao passo
que avocação é o chamamento, pela autoridade superior, das atribuições inicialmente outorgadas
legalmente ao agente subordinado.
Nessa linha, incorreta a alternativa.

e) Tanto a avocação como a delegação devem ser consideradas como figuras excepcionais, só
justificáveis ante os pressupostos que a lei estabelecer. Na verdade, é inegável reconhecer que ambas
subtraem de agentes administrativos funções normais que lhes foram atribuídas. Por esse motivo, é válida
qualquer delegação ou avocação que, de alguma forma ou por via oblíqua, objetive a supressão das
atribuições do círculo de competência dos administradores públicos. – errada.

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Primeiramente, destaca-se que a Lei nº 9.784/99 veda a delegação de atos normativos, decisão de
recursos administrativos, bem como matérias de competência exclusiva. Nos termos legais:
“Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.”
Ainda, ressalta-se que a delegação somente pode ocorrer por razões de índole técnica, social, econômica,
jurídica ou territorial, bem como que a avocação é medida excepcional que exige motivos relevantes para
sua ocorrência.
Nesse contexto, e ao contrário do que afirmado na alternativa, não é válida delegação ou avocação que,
de alguma forma ou por via oblíqua, objetive a supressão das atribuições do círculo de competência dos
administradores públicos, pelo que está incorreta.

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Poderes e Deveres da Administração
Questão 1: VUNESP
Um dos poderes do administrador público é aquele pelo qual possui uma razoável liberdade de atuação,
agindo de acordo com liberdade de escolha de sua conveniência, oportunidade e conteúdo. O nome
desse poder é

a) hierárquico.

b) vinculado.

c) discricionário.

d) disciplinar.

e) regulamentar.

GABARITO: C

Um dos poderes do administrador público é aquele pelo qual possui uma razoável liberdade de atuação,
agindo de acordo com liberdade de escolha de sua conveniência, oportunidade e conteúdo. O nome
desse poder é

a) hierárquico. ERRADA.
Poder de que se vale a Administração para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, bem como
ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo também a relação de subordinação entre os
servidores públicos de seu quadro de pessoal.

b) vinculado. ERRADA.
Poder que tem a Administração Pública de praticar certos atos "sem qualquer margem de liberdade".
Sendo assim, a lei encarrega-se de prescrever quando e como a Administração deve agir, determinando
os elementos e requisitos necessários.

c) discricionário. CORRETA.
Poder discricionário é aquele em que a administração pública possui uma razoável liberdade de atuação,
agindo de acordo com liberdade de escolha de sua conveniência, oportunidade e conteúdo.

d) disciplinar. ERRADA.
É aquele por meio do qual a lei permite a Administração Pública APLICAR PENALIDADES às infrações
funcionais de seus servidores e demais pessoas ligadas à disciplina dos órgãos e serviços da
Administração.

e) regulamentar. ERRADA.
É aquele inerente, em regra, aos Chefes dos Poderes Executivos (Presidente, Governadores e Prefeitos)
para a edição de normas complementares à lei, permitindo a sua fiel execução. Poder ser expresso por
meio de decretos regulamentares, resoluções, portarias, deliberações, instruções e regimentos.

Referência bibliográfica:

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ALEXANDRINO, M.; PAULO, V. Direito administrativo descomplicado. 26. ed. São Paulo: Método,
2018.

Questão 2: IADES
O poder administrativo que permite certa flexibilidade nos próprios atos, conforme critérios de
conveniência e oportunidade, a bem da administração pública, é o poder

a) vinculado.

b) de polícia.

c) discricionário.

d) hierárquico.

e) regulamentar.

GABARITO: C

Falou em flexibilização, principalmente se ressaltar, como a questão fez, que não é uma flexibilização
total, mas uma "certa flexibilização", estamos, certamente, falando de poder discricionário.

Esse é o poder que a Administração usa para gerenciar os interesses, conforme sua análise de
conveniência e oportunidade. É o próprio gerir público.

Vamos rapidamente comentar as demais alternativas.

a) ERRADO. Poder vinculado é aquele exercido sem nenhuma flexibilização, pois a lei já define, de
antemão, todos os elementos de sua composição.

b) ERRADO. O poder de polícia é aquele que permite que a Administração restrinja interesses e direitos
dos administrados para proteger o interesse público.

d) ERRADO. Poder hierárquico é o poder utilizado para ordenar e coordenar. É o que estabelece a
relação entre os diversos graus de órgãos públicos e que dá prerrogativas de comando aos agentes
públicos em posição de chefia.

e) ERRADO. Poder regulamentar é o que permite que o Chefe do Executivo emita decretos para dar fiel
cumprimento às leis.

Questão 3: FCC
O poder discricionário atribuído à Administração pública no desempenho de suas funções

a) está sujeito a controle do Poder Legislativo e do Poder Judiciário exclusivamente no que se refere à
legalidade.

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b) é inerente a todos os atos praticados, consubstanciando-se em atributo inerente à qualificação como
administrativo.

c) permite a edição de atos normativos de cunho originário, a exemplo da instituição de obrigações aos
administrados.

d) está sujeito a controle da própria Administração pública, que pode rever seus atos, como nos casos
de anulação de ato praticado com vício de legalidade.

e) pode abranger a faculdade de revogação dos atos administrativos praticados com vício de legalidade
e inconveniência.

GABARITO: D

d) está sujeito a controle da própria Administração pública, que pode rever seus atos, como nos casos
de anulação de ato praticado com vício de legalidade.

A discricionariedade é a produção do ato com margem de conveniência e oportunidade. A esses dois


nomes a doutrina nomina de MÉRITO ADMINISTRATIVO. E o mérito, como regra, não é suscetível de
controle pelo Poder Judiciário. Já, no âmbito interno, entenda (por ato da Administração), o controle é
amplo, tanto pode o ato ser revogado como anulado. Sendo que, na espécie, a anulação recai sobre atos
ilegais ou viciados.

Os demais itens estão errados:

a) está sujeito a controle do Poder Legislativo e do Poder Judiciário exclusivamente no que se refere à
legalidade.

O Poder Judiciário só analisa a legalidade, isso é fato. Agora, o Legislativo pode controlar, além da
legalidade, também o mérito. Esse é o entendimento de prova, ok. A doutrina cita o exame sobre a
economicidade e legitimidade como sendo controle de mérito.

b) é inerente a todos os atos praticados, consubstanciando-se em atributo inerente à qualificação como


administrativo.

Há atos que são plenamente vinculados. Veja o exemplo da licença maternidade, não há, no caso,
qualquer margem de oportunidade ou conveniência.

c) permite a edição de atos normativos de cunho originário, a exemplo da instituição de obrigações aos
administrados.

Atos normativos originários? E para alcançar terceiros? Não é bem assim. Até se admite,
excepcionalmente, que atos normativos sejam primários, como é o caso dos decretos autônomos, mas
não alcança os particulares, são chamados de regulamentos de organização.

e) pode abranger a faculdade de revogação dos atos administrativos praticados com vício de legalidade
e inconveniência.

Se o ato é viciado, cabe anulação. A revogação recai sobre atos legais e eficazes.

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Questão 4: VUNESP
O poder que a lei confere à Administração Pública para a prática de ato de sua competência,
estabelecendo os elementos e requisitos necessários à sua formalização, denomina-se poder

a) de polícia.

b) hierárquico.

c) vinculado.

d) discricionário.

e) regulamentar.

GABARITO: C

O poder que a lei confere à Administração Pública para a prática de ato de sua competência,
estabelecendo os elementos e requisitos necessários à sua formalização, denomina-se poder

a) de polícia.

ERRADO. O poder de polícia confere prerrogativas para que a Administração Pública, mediante atos
normativos ou concretos, limite ou discipline direito individual visando à garantia e manutenção
do interesse público.

É por meio do poder de polícia que a administração fiscaliza estabelecimentos comerciais quanto à
higiene, estabelece a correta ocupação do espaço territorial, concede o usufruto de espaços públicos ao
particular, entre outros.

O art. 78 do Código Tributário Nacional prevê:

Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão
de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou
autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos
individuais ou coletivos.

b) hierárquico.

ERRADO. O poder hierárquico consiste na prerrogativa da Administração Pública de distribuir


verticalmente suas funções no âmbito de determinada estrutura administrativa.

Decorrente dessa hierarquia, é possível que o superior delegue ou avoque competências de seus
subordinados, nos casos permitidos em lei.

Veja os termos do art. 15 da Lei nº 9.784/99:

Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados,
a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.

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c) vinculado.

CERTO. O poder vinculado ensina que a atuação da Administração Pública está vinculada ao que está
previsto na lei, não havendo margem para análises referentes à conveniência e oportunidade para a
prática do ato. Se a lei o prevê, deve ser obrigatoriamente praticado pela Administração.

d) discricionário.

ERRADO. O poder discricionário da Administração foi concedido pelo legislador, mediante da


impossibilidade de se prever todas as relações jurídicas a serem criadas pela Administração Pública.

Diante dessa impossibilidade, o legislador facultou à Administração a prática de atos administrativos


baseados em critérios de conveniência e de oportunidade, que compõem a análise do mérito
administrativo.

e) regulamentar.

ERRADO. O poder regulamentar é consectário da função normativa, à medida em que esta permite a
regulamentação de normas preestabelecidas, já que não cabe ao Executivo criar as leis, mas sim dar fiel
cumprimento a elas, por meio de decretos, resoluções e outros normativos.

Questão 5: FGV
Mário, Guarda Civil Municipal de Salvador, exerce o cargo de chefe de determinado departamento da
Guarda Civil.

No regular exercício de suas funções, Mário determinou à dupla de guardas civis João e Maria que,
naquele dia, atuassem exclusivamente na segurança do cidadão nos órgãos e entidades da
Administração Municipal, em instalações externas e na via pública X.

No caso em tela, Mário pôde avaliar a conveniência e a oportunidade da prática do ato administrativo, ao
escolher qual atividade seria desenvolvida pelos servidores naquele dia.

De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, em matéria de classificação dos atos administrativos
quanto ao critério da liberdade de ação, Mário praticou um ato administrativo

a) arbitrário

b) discricionário.

c) de polícia.

d) regulador.

e) disciplinar.

GABARITO: B

b) discricionário.

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Como nos esclarece José dos Santos, a lei não é capaz de traçar rigidamente todas as condutas de um
agente administrativo. Ainda que procure definir alguns elementos que lhe restringem a atuação, o certo
é que em várias situações a própria lei lhe oferece a possibilidade de valoração da conduta. Nesses
casos, pode o agente avaliar a conveniência e oportunidade dos atos que vai praticar na qualidade de
administrador dos interesses coletivos.

Não é difícil perceber a impossibilidade de a lei prever todas as condutas a serem adotadas pelos
administradores públicos, em face das situações concretas que se apresentam e que exigem pronta
solução. Dessa maneira, a lei faculta ao administrador a liberdade de adotar uma dentre duas ou mais
condutas hábeis, a qual deverá estar alinhada ao melhor atendimento do interesse público. Resulta-se,
assim, o juízo discricionário por parte do responsável pelo ato.

Fica o registro de que o juízo discricionário de forma alguma pode ser confundido com “livre-arbítrio”, ou,
ainda, arbitrariedade. De fato, a Administração Pública, ao contrário dos particulares de modo geral, só
pode fazer aquilo que a lei determina ou autoriza (princípio da legalidade administrativa – caput do art. 37
da CF/1988).

Logo, ainda que haja margem de opção, a conduta do agente deve estar pautada na lei, não se admitindo
ações que desbordem de seus limites. Não possui o administrador público a ampla e irrestrita
possibilidade de escolher livremente as ações, uma vez que limitado, sempre, pela lei. Assim, pode-se
afirmar que arbitrariedade é, para a Administração Pública, sinônimo de ilegalidade.

DISCRICIONARIEDADE ARBITRARIEDADE

Liberdade de ação administrativa, Ação contrária ou excedente à lei.


dentro dos limites estabelecidos
pela lei.

Ato legal e válido, quando Sempre ilegítimo e inválido.


autorizado pela lei.

O Judiciário pode se manifestar Sempre sujeito ao controle


sobre a legalidade, mas não judiciário, desde que provocado.
acerca do mérito.

Questão 6: VUNESP
O ato administrativo que concede benefício fiscal a um contribuinte, mediante a demonstração do
preenchimento dos requisitos legais, é classificado como ato decorrente do exercício do poder

a) hierárquico.

b) disciplinar.

c) de polícia judiciária.

d) discricionário.

e) vinculado.

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GABARITO: E

Sabemos que, quanto ao regramento, os atos podem ser vinculados ou discricionários.

Os discricionários são aqueles praticados com maior margem de conveniência e oportunidade, o que a
doutrina nomina de mérito administrativo. Por exemplo, ainda que você preencha os requisitos para a
licença capacitação, a autoridade poderá indeferi-la. Ainda que você preencha os requisitos, a autoridade
pode indeferir o ato de autorização de festa de rua. Só reforçar que a discricionariedade existe sempre
nos limites da lei, de forma expressa ou implícita.

Já os atos vinculados são os que o legislador coloca a baliza para a atuação do administrador público.
Este só pode fazer ou deixar de fazer exatamente o que foi previsto pelo legislador. Portanto, neste caso,
se o particular preencher os requisitos legais, não pode o administrador indeferir o ato. Veja o exemplo
clássico da licença para construir e da licença para dirigir. Uma vez que o particular preencheu os
condicionamentos legais, não é dado ao agente público negar o pleito do particular.

Então, retoma a leitura da questão:

O ato administrativo que concede benefício fiscal a um contribuinte, mediante a demonstração do


preenchimento dos requisitos legais, é classificado como ato decorrente do exercício do poder

Se o particular preencheu os requisitos, não é dado indeferir o benefício fiscal. Trata-se, assim, de ato
vinculado.

Gente, até conversei, à época, com um professor que discordou do gabarito, ele deu como discricionário.
No entanto, como trabalho com o tema, expliquei que não é possível o Estado conceder o benefício a
uma empresa e denegar para outra, que esteja na mesma situação jurídica, que preencheu os requisitos
legais. Isso afrontaria o princípio da igualdade material.

Questão 7: FCC
A respeito da discricionariedade administrativa, na Administração Pública brasileira, afirma-se que

a) pode ser conceituada como uma liberdade de escolha da conduta administrativa a ser adotada, a partir
de um universo de condutas admitidas como válidas pela ordem jurídica vigente.

b) sua redução objetiva afastar uma possível automatização do comportamento da Administração, que
poderia dar causa a uma atuação estatal em descompasso com o interesse público, por causa do
engessamento decisório que a discricionariedade gera.

c) com o advento do Estado de Direito, quando se consagrou a submissão da Administração Pública ao


princípio da legalidade, aquela se vê ampliada, ao arrepio da lei.

d) com a promulgação da Carta de 1988, aquela se vê tratada como uma ação administrativa com
poderes ilimitados.

e) com a consagração da vinculação da administração pública ao princípio da legalidade, e mais, à


juridicidade administrativa, desenvolveu-se um âmbito muito mais livre de apreciação e ação concedidas
ao administrador.

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GABARITO: A

a) pode ser conceituada como uma liberdade de escolha da conduta administrativa a ser adotada, a partir
de um universo de condutas admitidas como válidas pela ordem jurídica vigente.

Nem sempre o nobre legislador tem a previsibilidade das condutas possíveis para os agentes públicos.
Ou tem a previsibilidade da necessidade de um atuar com maior margem de conveniência. Assim, quando
o legislador confere flexibilidade, está garantindo o exercício do poder discricionário por parte do agente
público. Veja o exemplo do ato de autorização de posse de arma.

Os demais itens estão errados:

b) sua redução objetiva afastar uma possível automatização do comportamento da Administração, que
poderia dar causa a uma atuação estatal em descompasso com o interesse público, por causa do
engessamento decisório que a discricionariedade gera.

Sua redução ou seu aumento? Se reduzirmos muito a discricionariedade haverá a automatização e não
o afastamento.

c) com o advento do Estado de Direito, quando se consagrou a submissão da Administração Pública ao


princípio da legalidade, aquela se vê ampliada, ao arrepio da lei.

Ao arrepio da lei? Na verdade, nós agentes públicos só podemos fazer ou deixar de fazer o que a lei
determina, logo, o poder discricionário não é ao arrepio da lei, é nos termos da lei.

d) com a promulgação da Carta de 1988, aquela se vê tratada como uma ação administrativa com
poderes ilimitados.

Os poderes nunca são ilimitados.

e) com a consagração da vinculação da administração pública ao princípio da legalidade, e mais, à


juridicidade administrativa, desenvolveu-se um âmbito muito mais livre de apreciação e ação concedidas
ao administrador.

A juridicidade e legalidade são travas para a discricionariedade. Trava? Sim, uma forma de reduzir o
espaço da discricionariedade, por se aumentar a forma de controle sobre o ato produzido.

Questão 8: CEBRASPE (CESPE)


Julgue o item subsecutivo, a respeito dos poderes da administração pública.

Poder discricionário corresponde à prerrogativa do gestor público de avaliar a conveniência e a


oportunidade de praticar determinado ato administrativo.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

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Poder discricionário é o poder de praticar atos discricionários, os quais se definem como aqueles que
(diferentemente dos atos vinculados, que são completamente definidos e regrados diretamente pela lei)
admitem certa margem de liberdade, atuando o administrador público como responsável por uma
valoração subjetiva no que concerne ao chamado mérito administrativo, consistente na conveniência
e oportunidade do ato.

O ato discricionário não é arbitrário. Arbitrariedade pressupõe a ausência de necessidade de observância


da lei na atuação administrativa. O que ocorre no ato discricionário é uma liberdade, sim, mas uma
liberdade definida, regrada e limitada pela lei.

Questão 9: FGV
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, quando a lei cria um ato administrativo estabelecendo
todos os seus elementos de forma objetiva, sem qualquer espaço para que a autoridade pública possa
valorar acerca da conduta exigida legalmente, pois a lei já preestabeleceu a única conduta a ser praticada,
está-se diante do poder:

a) discricionário, não havendo possibilidade de juízo de valor sobre a oportunidade e conveniência para
prática do ato pela autoridade administrativa;

b) de polícia, que confere ao administrador público a oportunidade e conveniência para a prática do ato
administrativo;

c) regulamentar, segundo o qual a autoridade pública está adstrita às normas legais para a prática dos
atos administrativos;

d) disciplinar, que é ostentado pelo administrador público para impor os atos administrativos aos
particulares, atendendo ao interesse público;

e) vinculado, pois, preenchidos os requisitos legais, o ato administrativo tem que ser praticado pela
autoridade administrativa.

GABARITO: E

Quanto ao regramento, os atos podem ser vinculados ou discricionários. Os vinculados são aqueles em
que o nobre legislador prevê, detalhadamente, todo o rito a ser seguido pelos administradores, enfim, não
lhes confere qualquer margem de conveniência e oportunidade. Um exemplo é a licença para construir.
Já os discricionários são os que admitem o mérito administrativo, ou seja, o legislador, de forma expressa
ou implícita, dá ao administrador margem para manobrar suas ações futuras. Exemplo clássico é a
autorização de porte de arma.

A seguir, os erros nos demais itens:

Na letra A, o discricionário é exatamente o contrário disso. Fica a informação de que o puro mérito é uma
região passível de controle pelo Poder Judiciário. Quer dizer que atos discricionários são suscetíveis de
controle, mas de legalidade.

Na letra B, a definição é de poder vinculado. O poder de polícia, inclusive, conta com o atributo da
discricionariedade, ao lado da coercibilidade e autoexecutoriedade.

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Na letra C, o regulamentar é o que faculta ao Executivo a expedição de atos complementares às leis.
Exemplo dos decretos expedidos pelos chefes dos Executivos.

Na letra D, o disciplinar tem ligação com o ato de apurar e de aplicar penalidades, e, no caso, a todos os
que se sujeitam a determinado vínculo especial, como é o caso das empresas contratadas.

Questão 10: CEBRASPE (CESPE)

A respeito da organização e dos poderes da administração pública, julgue o item.

Define-se poder vinculado da administração pública como a faculdade do gestor público de determinar
condutas vinculadas à sua conveniência e oportunidade, observada a legalidade.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

Poder vinculado é sinônimo para regrado. E “regrado” nos faz pensar em regras, condutas pré-
determinadas. E, realmente, de acordo com o referido poder, a Administração não tem outro caminho a
não ser seguir as regras ditadas pelo legislador. Não há, portanto, conveniência e oportunidade.

Esse binômio conveniência e oportunidade forma o tal mérito administrativo. É um campo de atuação
permitido pelas leis para que os administradores possam “se virar” no dia a dia do trato da coisa pública.
Há uma imprevisibilidade de todos os fatos futuros em que os administradores vão se submeter, e, por
isso, a lei permite ao administrador certa margem de flexibilidade, de discricionariedade. Surge o que a
doutrina nomina de Poder Discricionário.

Perceba que a banca só fez inverter os conceitos, daí o erro da sentença.

Questão 11: FCC


Um administrador apresentou requerimento perante a Administração pública pleiteando autorização para
utilização de determinado espaço destinado à exposição da produção por pequenas empresas. O
requerimento é preenchido eletronicamente, ao qual são acostados os documentos necessários à
outorga, que então é deferida pelo sistema, que seleciona a data disponível. De acordo com a teoria do
ato administrativo e considerando os elementos descritos:

a) Trata-se de ato administrativo de natureza discricionária, pois o deferimento do pedido está afeto a
juízo de conveniência e oportunidade.

b) O ato de deferimento possui natureza vinculada, considerando que, para sua concessão, basta a
análise dos documentos exigidos pelo sistema.

c) Tem natureza de ato normativo, considerando que a análise do requerimento improvido é abstrata e
objetiva.

d) Há natureza híbrida, vinculada-discricionária, tendo em vista que a Municipalidade exerce exame de


legalidade e de conveniência e oportunidade.

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e) A administração pode impor condição para que o particular utilize o espaço, editando, para tanto,
portaria específica.

GABARITO: B

Quando há certa liberdade para o agente, o ato é discricionário. Quando a liberdade não existe, o ato é
dito vinculado ou regrado. A diferença entre ambos residiria, fundamentalmente, no grau de liberdade.
Nos vinculados, nenhuma; nos discricionários, alguma, mas com limites impostos pela lei.

Então, no caso tratado, há discricionariedade? Você acha, realmente, que um sistema vai analisar
conveniência e oportunidade?

Ao contrário, é algo cara-crachá. Se o particular observar todo o rito, o sistema não terá outro caminho a
não ser disponibilizar a data, e obrigatoriamente. Claro que se houver vagas.

Só uma informação extra. O controle do Judiciário com relação aos atos discricionários encontra limites:
não cabe a tal Poder adentrar no juízo de valor próprio dos atos discricionários, o mérito administrativo,
que é intangível por parte das instituições judiciárias.

Questão 12: VUNESP


Quando o legislador atribui certa competência à Administração Pública, reservando uma margem de
liberdade para que o agente público, diante da situação concreta, possa selecionar entre as opções
predefinidas qual a mais apropriada para defender o interesse público, é correto afirmar que o agente
público está no exercício do poder

a) hierárquico.

b) vinculado.

c) de polícia.

d) normativo.

e) discricionário.

GABARITO: E

Primeiramente, vejamos o conceito de cada poder trazido pelas alternativas:

- Poder hierárquico: “é aquele conferido à autoridade administrativa para distribuir e escalonar


funções de seus órgãos, estabelecendo uma relação de coordenação e subordinação entre os
servidores sob sua chefia.” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo
Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método, 2015.E-book. P.223)

- Poder vinculado: “é aquele que a Administração utiliza na prática de atos administrativos


vinculados ou regrados. O ato administrativo vinculado é aquele cujos elementos e requisitos
necessários à formalização são determinados pela lei, não permitindo que autoridade decida o seu

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conteúdo ou exerça qualquer juízo de conveniência e oportunidade quanto à sua
produção.” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo Esquematizado.1ª ed. São
Paulo: Método, 2015.E-book. P.220)

- Poder de polícia: “consiste na faculdade conferida ao Estado de estabelecer regras restritivas e


condicionadoras do exercício de direitos e garantias individuais, tendo em vista o interesse
público.” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo Esquematizado.1ª ed. São
Paulo: Método, 2015.E-book. P.233)

- Poder normativo: “competência atribuída aos Chefes de Poder Executivo para que editem normas
gerais e abstratas destinadas a detalhar as leis, possibilitando a sua fiel execução (regulamentos).”
(ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método,
2015.E-book. P.227)

- Poder discricionário: “é aquele que possibilita à Administração praticar atos administrativos


discricionários. Ato discricionário, por sua vez, é aquele sobre o qual a Administração possui certa
margem de liberdade para valoração dos motivos e/ou para a escolha do objeto da medida a ser adotada,
segundo os critérios de conveniência e oportunidade do Poder Público.” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS,
João de. Direito Administrativo Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método, 2015.E-book. P.221/373)

A partir dessas premissas, depreende-se que, quando o legislador atribui certa competência à
Administração Pública, reservando uma margem de liberdade para que o agente público, diante da
situação concreta, possa selecionar entre as opções predefinidas qual a mais apropriada para defender
o interesse público, o administrador público atuará no exercício do poder discricionário, razão pela qual
está correta a alternativa E.

Questão 13: CEBRASPE (CESPE)

A respeito dos poderes administrativos, da contratação com a administração pública e do processo


administrativo — Lei n.º 9.784/1999 —, julgue o item seguinte.

A contratação de prestação de serviços de manutenção predial está dentro da esfera do poder


discricionário da administração.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

Poder discricionário?! Lembra o significado? Vamos recordar. Nem sempre o legislador consegue traçar,
previamente, o iter a ser seguido pelos administradores, e, por isso, lhes confere margem de conveniência
e de oportunidade. Essa margem forma o mérito administrativo. E mérito administrativo reside só em atos
discricionários.

Portanto, poder discricionário é a flexibilidade conferida, implícita ou expressamente, pelo legislador aos
administradores.
Será que a Administração pode se utilizar de seus próprios recursos humanos para a manutenção dos
prédios públicos? Ou deve, necessariamente, contratar terceiros para essa tarefa?

Se sua resposta for: DEVE contratar, o ato é vinculado. Se for: pode contratar, o ato é discricionário.

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No caso, a Administração não fica impedida de executar diretamente, enfim, a contratação é ato
discricionário.

Questão 14: IDECAN


No âmbito do direito administrativo, existem diversas prerrogativas conferidas ao Estado para fins de
consecução do interesse público, como os chamados poderes administrativos. A esse respeito, assinale
a alternativa correta.

a) O poder regulamentar é uma mera prerrogativa, podendo não ser exercido pelo seu titular.

b) O poder disciplinar implica a competência da autoridade administrativa para investigar e aplicar


sanções penais.

c) Os poderes administrativos estão sempre vinculados aos termos da lei, não comportando
discricionariedade.

d) A irrenunciabilidade é uma característica dos poderes administrativos.

e) Os poderes administrativos, na clássica divisão proposta por Montesquieu, acabam se confundindo


com os próprios Poderes do Estado.

GABARITO: D

O poder administrativo é uma competência a cargo dos administradores. E, como sabemos, são
características da competência, dentre outras, ser irrenunciável, ser intransferível, ser improrrogável e
imprescritível.

A seguir os erros:

Na letra A, não entendi bem o gabarito da ilustre banca. O poder regulamentar é o privativo do chefe do
Executivo. É encontrado no inc. IV do art. 84 da CF. Será que o chefe do executivo é forçado a
regulamentar as leis? Então, pelo entendimento da banca sim. Gente, isso não ocorre. Será que todas as
leis públicas são acompanhadas de decretos do presidente da República? Claro que não. Ou seja, o
Executivo pode ou não exercer tal prerrogativa. A meu ver, a questão é merecedora de reparos.

Na letra B, sanções penais? Nem pensar né. O poder disciplinar é para apurar e aplicar
penalidades ADMINISTRATIVAS. Não se confunde com o poder criminal do Estado.

Na letra C, já ouviram falar do poder de polícia? Sim, claro. E quais são seus atributos? Coercibilidade,
autoexecutoriedade e? E? Isso mesmo. Discricionariedade. E, com isso, confirmamos o desacerto do
quesito.

Na letra E, os poderes administrativos são instrumentais, e os constituídos imanentes do próprio Estado.


Estes são independentes (Executivo, Legislativo e Judiciário).

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Questão 15: FCC
O exercício do poder normativo pelos entes públicos configura

a) atuação que abrange a edição de decretos regulamentares sem inovação de mérito em face da lei
regulamentada, embora também permita a edição de decretos autônomos em situações expressamente
previstas.

b) expressão do princípio da supremacia do interesse público, pois admite que o Executivo possa editar
atos normativos quando houver omissão, voluntária ou involuntária, da legislação.

c) corolário do princípio da eficiência, tendo em vista que a agilidade da atuação do Executivo permite a
edição de decretos para disciplinar a situação dos administrados de forma mais aderente à efetiva
necessidade dos mesmos.

d) manifestação do princípio da legalidade, tendo em vista que a edição de decretos pelo Executivo se
dá tanto pela edição de decretos regulamentares quanto para a edição de decretos autônomos, de caráter
geral e abstrato, para suprir lacunas da lei.

e) expressão dos princípios da celeridade e da eficiência, pois tem lugar para viabilizar a edição de
decretos que veiculem soluções para casos concretos, diante da inexistência de previsão legal a respeito.

GABARITO: A

O poder normativo é um gênero, e o regulamentar é uma das espécies, como também é espécie a
expedição de decretos independentes ou autônomos. Os regulamentares, também chamados de
executivos, são expedidos para dar fiel cumprimento às leis, ou seja, não são atos primários, destinam-
se a melhorar a aplicação das leis (são atos secundários, portanto). Já os decretos autônomos fazem o
papel de verdadeiras leis, isso porque inovam no ordenamento jurídico.

Os autônomos devem ser expedidos em apenas duas hipóteses constitucionais. Para extinção de cargos
ou funções, quando vagos. E para a organização e funcionamento da Administração, desde que não crie
ou extinga órgãos ou implique aumento de despesas. É o que prevê o inc. VI do art. 84 da CF.

A seguir, os erros:

Na letra B, o poder regulamentar, de certa forma, até pode ser uma decorrência da supremacia do
interesse público, isso porque os particulares devem observar os seus comandos, desde que o decreto,
claro, esteja adstrito ao comando da lei. Mas esses atos normativos não se destinam a suprir omissões.
As involuntárias são os esquecimentos do legislador, enfim, o legislador disse menos que gostaria de
dizer. Mas, nem por isso, fica o chefe do Executivo a suprir essa lacuna.

Na letra C, o poder normativo como decorrência da eficiência? Até pode ser, isso porque, com o decreto,
a lei é tornada mais prática e de mais fácil aplicação, o que acelera a atuação dos administradores. Porém,
não é para disciplinar a situação dos administrados. Não é com essa finalidade. É para dar fiel aplicação
às leis, e estas podem ou não se referir diretamente à atuação dos administrados.

Na letra D, suprir lacunas da lei? Esse não é o papel do regulamentar ou sequer do autônomo. O
executivo é para melhorar a aplicação das leis, ou seja, para traçar regras dentro do que o legislador
previamente estabeleceu. Já os autônomos podem ou não ser genéricos e abstratos, e não suprem
lacunas. Por exemplo, o independente pode ser para extinguir cargos ou funções, quando vagos, e não
é genérico.

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Na letra E, diante da previsão legal? Não é isso. O regulamentar é para dar fiel execução às leis. E os
decretos não se destinam a soluções em casos concretos.

Questão 16: CEBRASPE (CESPE)


O governador de determinado estado da Federação editou decreto normatizando o cumprimento de lei
que dispõe sobre a forma de punição de servidores públicos que cometerem infrações funcionais.

Nessa situação hipotética, a edição do referido decreto que concedeu fiel execução da lei caracteriza o
exercício do poder administrativo

a) discricionário.

b) de polícia.

c) regulamentar.

d) hierárquico.

e) disciplinar.

GABARITO: C

Não há como o legislador prever todas as soluções a serem adotadas, em face das situações reais
enfrentadas pela Administração Pública. Logo, incumbe à Administração complementar as leis, criando
os mecanismos para o efetivo alcance dos objetivos do Estado (ligados ao interesse público, lembre-se!).
Essa é a principal característica do poder regulamentar, o qual pode ser entendido como a prerrogativa
dada à Administração Pública, mais precisamente ao chefe do Executivo, de editar atos gerais para
detalhar, esmiuçar as leis e, por conseguinte, permitir sua efetiva concretização.

Para Celso Antônio Bandeira de Mello, o exercício do poder regulamentar pode ensejar abusos por parte
da Administração, a qual poderia inovar no ordenamento jurídico e, portanto, descumprir o basilar princípio
da legalidade. De fato, atos regulamentares não são instrumentos que devam trazer novidades para o
Direito, de modo geral. Para o autor, a norma regulamentar se propõe a:

 Dispor sobre o procedimento de operação da Administração nas relações que decorrerão com os
administrados quando da execução da lei.
 Limitar a discricionariedade administrativa.
 Caracterizar fatos, situações ou comportamentos enunciados na lei mediante conceitos vagos.
 Decompor analiticamente o conteúdo de conceitos sintéticos, mediante discriminação integral do que
neles se contém.

Questão 17: FCC


O Chefe do Executivo de um estado federado editou decreto alterando a composição de um órgão
colegiado para fins de reduzir seu número de integrantes. O decreto passou a exigir, ainda, que as
decisões do referido colegiado fossem submetidas ao titular da secretaria à qual está vinculado, para
homologação. O ato normativo editado

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a) excede os limites de competência do Chefe do Executivo, invadindo matéria reservada à lei, já que os
decretos do Executivo apenas podem explicitar normais legais, não lhes sendo conferido conteúdo
autônomo.

b) pode ser considerado expressão do poder normativo, demonstrado que a alteração se insere em
matéria de organização administrativa, sem ensejar aumento de despesas ou extinção de órgãos
públicos.

c) é aderente ao texto constitucional que disciplina o poder normativo do Executivo, ao qual somente é
vedado implementar o aumento de despesas, do que não tratou o caso concreto.

d) se insere na competência regulamentar do Chefe do Executivo, pois se limitou a extinguir cargos,


aquém de matéria de organização administrativa, para a qual seria obrigatória edição de lei.

e) viola a competência normativa do Poder Executivo, considerando que os órgãos colegiados inseridos
na organização administrativa exercem competência jurisdicional e autônoma, submetendo-se apenas ao
controle do Poder Legislativo.

GABARITO DA BANCA: letra B

GABARITO DO PROFESSOR: ANULADA

Primeiramente, destaca-se que o exercício do poder normativo ou regulamentar encontra fundamento


no art. 84, IV, da CF/88, consistindo na competência atribuída aos Chefes de Poder Executivo para que
editem normas gerais e abstratas destinadas a detalhar as leis, possibilitando a sua fiel execução.
Vejamos:

“Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para
sua fiel execução;”

No caso em tela, o Chefe do Executivo do estado federado editou decreto alterando a composição de um
órgão colegiado para fins de reduzir seu número de integrantes. Diante disso, questiona-se: ele possui
competência para isso?

A resposta também está no texto constitucional:

“Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


VI - dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

No caso em tela, o Chefe do Executivo editou decreto para fins de reduzir seu número de integrantes. Ora,
redução do número de integrantes implica em extinção de cargo público que estava ocupado, razão pela
qual o decreto extrapola a competência regulamentar.

Partindo-se dessas premissas, julguemos as alternativas:

a) excede os limites de competência do Chefe do Executivo, invadindo matéria reservada à lei, já que os
decretos do Executivo apenas podem explicitar normais legais, não lhes sendo conferido conteúdo
autônomo. – errada.

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Em verdade, a CF/88 expressamente autoriza o Chefe do Executivo expedir decretos autônomos. O
problema é que o decreto extrapolou sua competência ao extinguir cargo que não estava vago.

b) pode ser considerado expressão do poder normativo, demonstrado que a alteração se insere em
matéria de organização administrativa, sem ensejar aumento de despesas ou extinção de órgãos
públicos. – gabarito da banca: certa; gabarito do professor: errada.

Realmente, o decreto autônomo é considerado expressão do poder normativo.

Contudo, no caso em comento, como explicitado, houve extrapolação da competência regulamentar, eis
que não basta apenas que ele:

- não implique aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos quando tratar de
organização e funcionamento da administração federal;

- mas é necessário também que ele não extinga funções ou cargos públicos, quando não estiverem vagos.

c) é aderente ao texto constitucional que disciplina o poder normativo do Executivo, ao qual somente é
vedado implementar o aumento de despesas, do que não tratou o caso concreto. – errada.

Em se tratando de decreto que regulamente a organização e o funcionamento da Administração Pública,


a CF/88 exige não somente que o ato normativo implemente aumento de despesa, mas também que não
crie nem extinga órgãos públicos.

d) se insere na competência regulamentar do Chefe do Executivo, pois se limitou a extinguir


cargos, aquém de matéria de organização administrativa, para a qual seria obrigatória edição de lei. –
errada.

Diferentemente do que afirmado, a matéria de organização administrativa se insere no âmbito de


abrangência do poder normativo.

e) viola a competência normativa do Poder Executivo, considerando que os órgãos colegiados inseridos
na organização administrativa exercem competência jurisdicional e autônoma, submetendo-se apenas ao
controle do Poder Legislativo. – errada.

Mais uma vez, conforme já destacado, o Chefe do Executivo tem sim competência para tratar da
organização e funcionamento da Administração Pública mediante decreto.

Nesse contexto, como não há alternativa correta, a questão deveria ter sido anulada.

Questão 18: FCC


Considere que, publicada uma lei estadual, para que possa produzir todos os seus efeitos, há a
necessidade de regulamentá-la. Para tanto, faz-se necessário

a) editar decreto regulamentar, ato de competência privativa do Chefe do Executivo.

b) aprovar outra lei, que é de iniciativa exclusiva do Governador do Estado.

c) editar resolução, ato de competência do Secretário de Estado em cuja área de atuação o regulamento
incidirá.

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d) editar decreto que, nos termos da Lei no 10.177, de 1998, prescinde de exposição de motivos e pode
cuidar de matéria correlata à lei, mas por ela não tratada.

e) editar regulamento, que pode ser veiculado por resolução ou portaria, a depender do campo de
incidência da lei a ser regulamentada.

GABARITO: A

a) editar decreto regulamentar, ato de competência privativa do Chefe do Executivo.

Existe uma lei e precisa de regulamentação. Gente, cabe ao chefe do Executivo federal expedir decretos
executivos ou regulamentares. Ao executivo federal, ok. Ocorre que este comando constitucional se aplica
aos demais chefes do Executivo. Logo, no caso concreto, o Governador usou de sua prerrogativa
constitucional.

Os demais itens estão errados:

b) aprovar outra lei, que é de iniciativa exclusiva do Governador do Estado.

Dois erros. Primeiro que se fala em regulamentar a lei, logo, suficiente o decreto. Outro erro é que o
Governador até pode iniciar projeto de lei, mas o processo legislativo é na Assembleia, não havendo
participação do Governador, a não ser, posteriori, com a sanção ou o veto.

c) editar resolução, ato de competência do Secretário de Estado em cuja área de atuação o regulamento
incidirá.

É até possível a resolução, mas, antes, há a necessidade de edição de Decretos. Afinal as resoluções
cumprem a função de regulamentar os decretos e não diretamente as leis.

d) editar decreto que, nos termos da Lei no 10.177, de 1998, prescinde de exposição de motivos e pode
cuidar de matéria correlata à lei, mas por ela não tratada.

Precisa de exposição de motivos. O verbo prescindir é sempre meio complicadinho nas provas. Prescindir
é dispensar, gente!

e) editar regulamento, que pode ser veiculado por resolução ou portaria, a depender do campo de
incidência da lei a ser regulamentada.

Questão 19: FCC


Quando o Executivo desempenha suas funções por meio do exercício do poder regulamentar,

a) edita atos de caráter concreto e específico, passíveis de serem impugnados individualmente.

b) pode inovar o ordenamento jurídico, desde que se esteja diante de lacunas legais em matéria de
interesse público.

c) deve observar os limites postos pela lei para explicitar os dispositivos desta, detalhando, por exemplo,
o procedimento de aplicação da norma regulamentada.

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d) avoca competências típicas de poder de polícia, podendo instituir limitações aos direitos dos
particulares, em caráter isonômico.

e) edita atos administrativos de natureza vinculada, porque estes não podem desbordar da lei à qual
estão submetidos

GABARITO: C

c) deve observar os limites postos pela lei para explicitar os dispositivos desta, detalhando, por exemplo,
o procedimento de aplicação da norma regulamentada.

Acrescento que, para Celso Antônio Bandeira de Mello, o exercício do poder regulamentar pode ensejar
abusos por parte da Administração, a qual poderia inovar no ordenamento jurídico e, portanto, descumprir
o basilar princípio da legalidade. De fato, atos regulamentares não são instrumentos que devam trazer
novidades para o Direito, de modo geral. Para o autor, a norma regulamentar se propõe a:

• Dispor sobre o procedimento de operação da Administração nas relações que decorrerão com os
administrados quando da execução da lei.
• Limitar a discricionariedade administrativa.
• Caracterizar fatos, situações ou comportamentos enunciados na lei mediante conceitos vagos.
• Decompor analiticamente o conteúdo de conceitos sintéticos, mediante discriminação integral do que
neles se contém.

Os demais itens estão ERRADOS:

a) edita atos de caráter concreto e específico, passíveis de serem impugnados individualmente.

Os regulamentos são normativos, ou seja, genéricos e abstratos.

b) pode inovar o ordenamento jurídico, desde que se esteja diante de lacunas legais em matéria de
interesse público.

Na verdade, o poder regulamentar é dotado de natureza secundária.

d) avoca competências típicas de poder de polícia, podendo instituir limitações aos direitos dos
particulares, em caráter isonômico.

Não tem ligação com o poder regulamentar.

e) edita atos administrativos de natureza vinculada, porque estes não podem desbordar da lei à qual
estão submetidos.

De fato, o poder regulamentar não pode ir além do comando legal, porém, fica a informação de que os
regulamentos são discricionários, dentro da órbita da lei.

Questão 20: FGV


O art. 43, parágrafos 5º e 6º, da Lei Estadual do Ceará nº 16.397/17, estabeleceu que os Juízes das
Turmas Recursais serão substituídos em suas faltas, afastamentos, férias, licenças, ausências e
impedimentos nos termos de resolução aprovada pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça. No dia

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06/06/19, o citado Órgão Especial editou a Resolução nº 10/2019, que dispõe sobre a atuação de juízes
suplentes no âmbito das Turmas Recursais dos Juizados Especiais do Estado.

Em matéria de poder administrativo, tal resolução decorre do poder:

a) hierárquico;

b) disciplinar;

c) avocatório;

d) legiferante;

e) normativo.

GABARITO: E

No Brasil, a tripartição de Poderes é flexível, afinal, ao lado da função primordial, o Poder pode exercer
atividades atípicas, como é o exemplo clássico da função administrativa. Por isso, alguns autores
preferem falar em poder normativo, em vez de poder regulamentar, dado que este representa, na visão
destes autores, apenas uma das formas pelas quais se expressa o poder normativo do Estado.

Nesse contexto, o poder normativo é gênero, no qual se encontra a espécie poder regulamentar.
Essencialmente, o poder regulamentar é o exercido pelos chefes do Executivo. Com efeito, a CF/1988
dispõe no inc. IV do art. 84 que compete ao Presidente da República privativamente, dentre outras
atribuições: “sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos
para sua fiel execução”.

Então, o Poder Judiciário também cuida dos afazeres administrativos, e, nesse caso, suas resoluções,
genéricas e abstratas, decorrem do poder normativo.

Questão 21: FGV


O Decreto nº 29.921/18, editado pelo Prefeito Municipal de Salvador, regulamenta os dispositivos da Lei
Municipal nº 8.915/15 e dispõe sobre a Política Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável e institui o Cadastro Municipal de Atividades Potencialmente Degradadoras e Utilizadoras de
Recursos Naturais - CMAPD, no Município.

Pela leitura acima, diante da natureza e do objeto do citado decreto, é correto afirmar que o mesmo foi
editado pelo Prefeito com base no poder administrativo

a) hierárquico, haja vista que, na qualidade de Chefe do Poder Executivo, tem a prerrogativa de promover
inovação no ordenamento em matérias de interesse local.

b) legislativo, na medida em que, como autoridade pública máxima em nível municipal, a ele cabe editar
os atos infraconstitucionais tendentes a tutelar o meio ambiente.

c) regulamentar, que é a prerrogativa de direito público que o autoriza a editar atos gerais e abstratos
para complementar a lei e permitir a sua efetiva execução.

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d) disciplinar, eis que a ele cabe a gestão administrativa e legislativa em nível municipal, devendo praticar
os atos normativos necessários para o atendimento do interesse público.

e) avocatório, haja vista que, na qualidade de Chefe do Poder Executivo, tem a prerrogativa de trazer
para si a competência para disciplinar as matérias de interesse local que configurem direitos
fundamentais.

GABARITO: A

c) regulamentar, que é a prerrogativa de direito público que o autoriza a editar atos gerais e abstratos
para complementar a lei e permitir a sua efetiva execução.

Trata-se de exercício do poder regulamentar pelo chefe do Executivo. Lembre-se de que,


constitucionalmente, está previsto no inc. IV do art. 84 da CF. Isso mesmo. Para o Presidente da
República. Logo, estende-se aos demais chefes do Executivo por simetria.

Esse poder regulamentar é não autônomo, ou seja, é de natureza não inovadora, isso porque não pode
ultrapassar o comando da lei. Inclusive, compete à Casa legislativa sustar o ato regulamentar que
ingresse no campo legal.

O Decreto é normativo, ou seja, seu interior é um regulamento. E, com essa qualidade, é geral e abstrato.
Geral por atingir indistintamente as pessoas alcançadas. E abstrato porque não se esgota com uma única
aplicação.

Questão 22: FGV


O Procurador-Geral de Justiça do MPRJ, em conformidade com o que consta no art. 2º, XVII, da Lei
Complementar Estadual nº 106/2003, editou a Resolução GPGJ nº 2.245/2018, instituindo e dispondo
sobre o Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro como instrumento
oficial de disponibilização e publicação dos seus atos administrativos, processuais e de comunicação em
geral.

A conduta do chefe do parquet estadual no caso concreto está calcada em seu poder:

a) regulamentar de editar lei em sentido formal para disciplinar matéria de interesse da instituição,
assegurando o exercício da autonomia administrativa ministerial;

b) hierárquico, pois na qualidade de autoridade máxima administrativa da instituição tem a prerrogativa


de inovar no ordenamento jurídico em matéria de interesse institucional;

c) disciplinar, haja vista que o desatendimento às normas concretas editadas por meio da resolução
geram aplicação de penalidade disciplinar ao servidor pelo Procurador-Geral;

d) normativo de expedir norma geral e abstrata que facilita a execução da lei orgânica do MPRJ na
matéria, minudenciando seus termos;

e) discricionário para editar normas concretas e específicas que extrapolem os limites da lei orgânica do
MPRJ, no regular exercício da independência funcional da chefia institucional.

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GABARITO: D

Sabemos que todos os poderes administram, apesar de ao Executivo competir tipicamente administrar.

Além dos Poderes, há o desempenho de função administrativa pelo MP e Tribunais de Contas.

E, dentre as atribuições administrativas, destaca-se a de expedir atos gerais e abstratos. Essa


competência é chamada de poder normativo. E se espalha por onde exista Administração.

Só um detalhe. Não estamos acostumados com o nome poder normativo, nós concurseiros ouvimos mais
o nome poder regulamentar. Ocorre que o poder regulamentar, gente, é privativo do chefe do Executivo.
Logo, pode ser considerado uma espécie do gênero Poder Normativo.

Então, na questão, quem expediu o ato foi o chefe do Executivo? Não! Foi o MP, portanto, a resposta não
poderia ser regulamentar.

Questão 23: FGV


Governador do Estado de Santa Catarina editou um decreto estabelecendo feriados e pontos facultativos
no ano de 2018, para órgãos e entidades da Administração Direta, autarquias e fundações do Executivo
catarinense.

Em tema de poderes administrativos, o ato praticado pelo Governador está formalmente:

a) correto, e consiste em ato administrativo que decorre do poder regulamentar;

b) correto, e consiste em ato administrativo que decorre do poder disciplinar;

c) incorreto, porque se trata de ato administrativo simples e a matéria deveria ser objeto de ato legislativo;

d) incorreto, porque se trata de ato administrativo composto que exige a participação dos Poderes
Legislativo e Judiciário;

e) incorreto, porque se trata de ato administrativo complexo que exige a participação do Poder Legislativo.

GABARITO: A

Estamos diante do poder regulamentar. Compete privativamente ao chefe do Executivo regulamentar as


leis, conferir a elas uma aplicação mais concreta. Esse poder é de natureza secundária, e pode alcançar
particulares, e não é aplicação do poder hierárquico, afinal pode até alcançar outros Poderes, como
legislativo e judiciário.

Questão 24: CEBRASPE (CESPE)


Julgue o item a seguir, relativos aos poderes da administração pública.

O poder regulamentar permite que a administração pública complemente as lacunas legais


intencionalmente deixadas pelo legislador.

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( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

Para responder à questão, é necessário ter em mente o conceito de regulamento autorizado. Conforme
esclarecem Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino:
“A doutrina fala em regulamento autorizado (ou delegado) quando o Poder Legislativo, na própria
lei, autoriza o Poder Executivo a disciplinar determinadas situações nela não reguladas. A lei traça
apenas linhas gerais, parâmetros, diretrizes, e incumbe o Poder Executivo de completar as disposições
dela constantes, não simplesmente regulamentá-la (em sentido próprio).
É importante enfatizar os seguintes pontos:
a) a existência dos regulamentos autorizados não tem previsão expressa no texto constitucional,
diferentemente do que ocorre com os regulamentos de execução, previstos no art. 84, IV, da Carta
Política;
b) os regulamentos autorizados efetivamente completam a lei, veiculam disposições que não
constam da regulação legal, nem mesmo implicitamente (a lei é intencionalmente lacunosa), em
suma, inovam o direito (embora seguindo as diretrizes estabelecidas na lei); os regulamentos de
execução não podem, na teoria, inovar o direito, de forma alguma;
e) a lei geralmente incumbe órgãos e entidades administrativos de perfil técnico da edição de
regulamentos autorizados, que devem dispor acerca de matérias de índole técnica pertinentes à
área de atuação do órgão ou entidade; os regulamentos de execução são de competência privativa do
Chefe do Poder Executivo, indelegável, e não se restringem a assuntos de ordem técnica, podendo tratar
de qualquer assunto administrativo.” (grifou-se) (PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito
Administrativo Descomplicado. 23ª ed. São Paulo: Método, 2015. P.258/259)
Em síntese, tem-se que o regulamento autorizado:
- tem aplicação quando o Legislativo, intencionalmente, deixa lacunas na lei, a serem preenchidas por
órgãos do Executivo;
- ocorre em relação a assuntos eminentemente técnicos, os quais exigem uma expertise que o Legislativo
não possui.

Nesse contexto, correto o item ao afirmar que o poder regulamentar permite que a administração pública
complemente as lacunas legais intencionalmente deixadas pelo legislador, considerando o âmbito de
aplicação do regulamento autorizado.

Por fim, para fins didáticos, transcreve-se outro trecho da obra dos autores mencionados acima, os quais
traçam um paralelo entre o regulamento autorizado e as normais penais em branco:
“Consoante explicado acima, a previsão legal de edição desses regulamentos resulta, a rigor, de uma
necessidade real do legislador, que não tem como acompanhar adequadamente, sobretudo no aspecto
técnico, a cambiante conjuntura de todos os setores que demandam alguma atuação do Estado. É uma
situação análoga à das denominadas "normas penais em branco", nas quais o legislador traça o
quadro geral do tipo penal - por exemplo, "tráfico ilícito de substâncias entorpecentes" - e deixa à
competência de ato administrativo elaborar, observado o delineamento legal, a lista dos produtos
que se enquadrem como “substâncias entorpecentes”.”(grifou-se) (PAULO, Vicente;
ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Administrativo Descomplicado. 23ª ed. São Paulo: Método, 2015.
P.260)

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Questão 25: CEBRASPE (CESPE)

Julgue o seguinte item a respeito dos poderes da administração pública.

No exercício do poder regulamentar, a administração pública não poderá contrariar a lei.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

É importante salientar a diferença entre poder normativo e poder regulamentar.

O poder normativo é o poder que a administração pública tem de expedir normas gerais e abstratas,
dentro dos limites da lei.

Já o poder regulamentar é a faculdade de que dispõe os Chefes do Executivo de explicar a lei para a
sua correta execução (decreto executivo), ou de expedir decretos autônomos sobre matéria de sua
competência, quando cabível.

Exemplos do poder normativo: Portaria do Ministério da saúde que lista o rol de drogas, em
regulamentação a Lei de Drogas (Lei 11.343/06).

Outros exemplos: Regulamento; Instrução Normativa; Resolução; etc.

Desse modo, no exercício do poder regulamentar (ou do poder normativo como um todo), a administração
pública não pode criar direitos ou deveres, e assim apenas agir dentro dos limites da lei, não a
contrariando, por isso confirmamos o gabarito da banca.

Questão 26: FCC


Suponha que o Chefe do Poder Executivo, valendo-se das competências que lhe são conferidas pela
Constituição da República, pretenda proceder a uma grande reorganização administrativa. Para tanto,
editou decreto, invocando seu poder regulamentar, detalhando a aplicação de diploma legal que criou
Secretarias e órgãos públicos, aproveitando o mesmo diploma para extinguir determinados cargos criados
pela mesma lei. Nesse caso, o chefe do Poder Executivo, ao editar tal decreto,

a) valeu-se do poder regulamentar de forma legítima, desde que não inove em matéria de reserva de lei,
podendo, com base no poder normativo, extinguir os cargos por decreto, desde que vagos.

b) exerceu, legitimamente, seu poder regulamentar para dispor sobre matéria de organização e
funcionamento da Administração, que inclui a criação e extinção de cargos, desde que sejam de livre
provimento.

c) poderia invocar seu poder normativo, descabendo falar em poder regulamentar, o que, contudo,
apenas autoriza a edição de decretos autônomos para extinção dos cargos se extintos, pelo mesmo ato,
os órgãos correspondentes.

d) somente poderá extinguir os cargos mediante decreto regulamentar na hipótese de ter a lei
regulamentada previsto expressamente tal delegação legislativa, eis que se trata de matéria de reserva
de lei formal.

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e) não pode dispor sobre o tema mediante decreto, a pretexto de exercer seu poder regulamentar, eis
que matéria de organização e funcionamento da Administração é reservada à lei, cuja iniciativa privativa
é do Chefe do Executivo.

GABARITO: A

Os decretos autônomos foram reintroduzidos em nossa ordem jurídica pela Emenda Constitucional
32/2001. A partir da promulgação dessa, compete ao Presidente da República dispor, mediante decreto,
sobre:

a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa


nem criação ou extinção de órgãos públicos;

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.

A despeito do que estabelece o item “a”, a criação e extinção de Ministérios e órgãos da


Administração Pública continua a depender de lei (art. 88 da CF/1988, princípio da reserva legal). São
duas situações distintas então: tratando-se de organização ou funcionamento da administração federal
(item “a”), a competência é do Presidente da República, por meio de decreto autônomo; já a criação ou
extinção de Ministérios é matéria reservada à lei.

Portanto, o chefe do Executivo agiu regularmente. Trata-se do exercício legítimo do poder regulamentar,
não houve criação de novo órgão, apenas reorganização e extinção de cargos vagos.

Questão 27: FCC


A edição de um decreto pelo Chefe do Executivo instituindo proibição de circulação de veículos por
determinado perímetro da cidade

a) encontra fundamento no poder regulamentar, porque este se presta a suprir lacunas legais.

b) insere-se dentre as atribuições inerentes ao poder hierárquico, considerando a supremacia do


interesse público sobre o particular, que permite a limitação da liberdade dos administrados, em prol da
coletividade.

c) configura expressão do poder disciplinar, posto que se presta a pacificar as relações entre a
Administração pública e os administrados.

d) excede os limites do poder regulamentar, na medida em que inova o ordenamento jurídico ao


estabelecer nova restrição a direitos sem que conste haver o devido fundamento em lei.

e) excede os limites do poder de polícia, tendo em vista que esta atuação se presta apenas a imposição
de obrigações, não sendo admitido o estabelecimento de limitação ou restrição a direitos dos
administrados.

GABARITO: D

A edição de decreto pelo Chefe do Poder Executivo constitui manifestação do poder regulamentar. É
pacífico que, ao exercer esse poder, o chefe do Poder Executivo não pode ultrapassar os limites da lei,

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instituindo novos direitos ou impondo novas obrigações que não tenham previsão legal. No caso em
análise, o Chefe do Executivo inovou o ordenamento jurídico, estabelecendo nova restrição de circulação
sem que haver um fundamento legal prévio. Logo, podemos afirmar que ele excedeu os limites do seu
poder regulamentar, sendo o referido Decreto passível de sustação pelo Poder Legislativo.

Daí a correção da alternativa "D". Vamos analisar as demais:

a) ERRADA. O poder regulamentar não se presta a suprir lacunas legais, e sim deve ser exercido nos
limites da lei, para regulamentar a execução daquilo que foi previsto na lei. Eventuais lacunas devem ser
preenchidas por outras leis.

b) ERRADA. O poder hierárquico é exercido internamente na Administração. Não há hierarquia entre a


Administração e os administrados.

c) ERRADA. O poder disciplinar somente incide sobre os administrados que possuem algum vínculo
específico com a Administração, a exemplo de servidores públicos e particulares contratados. Na questão,
a proibição foi direcionada para os particulares em geral, razão pela qual não se trata de manifestação do
poder disciplinar.

e) ERRADA. Também constitui manifestação do poder de polícia o estabelecimento de limitação ou


restrição a direitos dos administrados. Porém, essas limitações e restrições devem ser impostas por lei,
e não por decreto.

Questão 28: VUNESP


Sobre o poder normativo da Administração Pública, é correto afirmar que

a) é aquele em função do qual a Administração Pública edita atos de efeitos genéricos e concretos
complementares das leis.

b) o poder regulamentar é espécie de poder normativo que abrange não apenas a edição de atos
normativos, mas a fiscalização do seu cumprimento, a imposição de sanções e a mediação de conflitos.

c) compete privativamente ao Chefe do Poder Executivo dispor, mediante decreto, sobre organização e
funcionamento da administração, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de
órgãos públicos.

d) os decretos regulamentares são aqueles que dispõem sobre matéria ainda não regulada
especificamente em lei.

e) os decretos autônomos são aqueles expedidos para reger o funcionamento de órgãos colegiados no
âmbito do Poder Legislativo ou Judiciário.

GABARITO: C

Acerca do poder normativo, esclarece Matheus Carvalho:


“O Poder Normativo se traduz no poder conferido à Administração Pública de expedir normas gerais, ou
seja, atos administrativos gerais e abstratos com efeitos erga omnes. (...)
O poder normativo facilita a compreensão do texto legal. Os seus atos são sempre inferiores à lei e visam
regulamentar determinada situação de caráter geral e abstrato, pois facilitam a execução da lei,

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minudenciando seus termos.” (CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. 5ª ed. Salvador:
JusPodivm, 2018. P.123)
Partindo-se do conceito, vamos às alternativas:

a) é aquele em função do qual a Administração Pública edita atos de efeitos genéricos e concretos
complementares das leis. – errada.
Como visto, o poder normativo implica a regulamentação de situação geral e abstrata, e não concreta,
pelo que incorreta a alternativa.

b) o poder regulamentar é espécie de poder normativo que abrange não apenas a edição de atos
normativos, mas a fiscalização do seu cumprimento, a imposição de sanções e a mediação de conflitos. –
errada.
Para a doutrina tradicional, o poder regulamentar decorre do poder normativo, e consiste na competência
atribuída aos Chefes de Poder Executivo para que editem normas gerais e abstratas destinadas a
detalhar as leis, possibilitando a sua fiel execução (regulamentos). (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS,
João de. Direito Administrativo Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método, 2015.E-book. P.227)
Nessa linha, o poder regulamentar engloba apenas a edição de regulamentos para detalhar a lei, não
abrangendo a fiscalização do seu cumprimento, a imposição de sanções (os quais decorrem do poder de
polícia) e a mediação de conflitos.
Logo, incorreta a alternativa.

c) compete privativamente ao Chefe do Poder Executivo dispor, mediante decreto, sobre organização e
funcionamento da administração, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de
órgãos públicos. – certa.
Sobre o tema, dispõe a CF/88:
“Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
(...)
VI - dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
Assim, a CF/88 previu hipótese de regulamento autônomo, é dizer, decorrente do próprio texto
constitucional, em que autoriza o Chefe do Poder Executivo dispor, mediante decreto, sobre organização
e funcionamento da administração, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção
de órgãos públicos.
Correta, portanto, a alternativa, devendo ser assinalada.

d) os decretos regulamentares são aqueles que dispõem sobre matéria ainda não regulada
especificamente em lei. – errada.

Em verdade, os decretos regulamentares se prestam a minudenciar os termos da lei. O decreto que


inova no ordenamento jurídico, decorrendo diretamente da CF, é o decreto autônomo.
Nesse contexto, incorreta a alternativa.

e) os decretos autônomos são aqueles expedidos para reger o funcionamento de órgãos colegiados no
âmbito do Poder Legislativo ou Judiciário. – errada.

Ao contrário do que afirmado, os decretos autônomos são aqueles que inovam no ordenamento jurídico,
decorrendo diretamente da CF, sendo de competência privativa do Chefe do Executivo.
Por sua vez, os atos normativos expedidos para reger o funcionamento de órgãos colegiados são
os regimentos.
Incorreta, portanto, a alternativa.

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Questão 29: FCC
Suponha que o Chefe do Executivo tenha editado decreto reestruturando determinada Secretaria de
Estado. Nos termos do referido decreto, operou-se a concentração de atribuições em determinados
órgãos da Pasta, com a correspondente redução em outros. Além disso, o ato extinguiu cargos vagos,
efetivos e de livre provimento. Referido decreto foi contestado judicialmente pelos servidores, sustentando
que o mesmo não encontra base legal, extrapolando, assim, os limites do poder regulamentar conferido
ao Chefe do Executivo. Considerando as competências constitucionalmente estabelecidas, conclui-se
corretamente que a edição do referido ato afigura-se juridicamente

a) ilegítima, eis que a extinção de cargos efetivos, ainda que vagos, constitui matéria de reserva de lei,
não podendo ser operada por decreto.

b) legítima, eis que se situa no âmbito e nos limites da competência do poder normativo do Chefe do
Executivo para dispor sobre organização administrativa.

c) legítima apenas no que concerne à realocação de atribuições internas, porém inconstitucional quanto
à extinção de cargos, por afronta ao princípio da legalidade.

d) legítima apenas se precedida de delegação legislativa para o Poder Executivo, ainda que de forma
genérica, sob pena de afronta ao princípio da separação de poderes.

e) ilegítima, pois tanto a extinção de cargos como a reorganização de atribuições administrativas


constituem matéria reservada ao campo da lei em sentido formal, cabendo apenas a regulamentação por
decreto.

GABARITO: B

Sabemos que o chefe do Executivo Federal tem a competência privativa para expedição de Decretos
Autônomos, também nominados de independentes. Isso como resultado da nova redação dada ao inc. VI
do art. 84 pela EC 32/2001.

Com essa Emenda, faculta-se ao chefe do Executivo Federal, e, por simetria, aos demais chefes do
Executivo, a expedição de decreto para tratamento de duas situações específicas constitucionais, são
elas:

• Extinção de cargos e funções, QUANDO VAGOS,


• Organização e funcionamento da Administração, quando não implicar aumento de despesas ou criação
de órgãos ou entidades.

Há alguns condicionamentos, perceba. O Decreto não pode ingressar no campo da reserva legal, e
extinguir um cargo ocupado, bem como incrementar despesas ou criar órgãos e extingui-los, por ser
assunto reservado à lei.

Portanto, no caso posto, não há vedação de o Governador extinguir cargos vagos, bem como reconcentrar
as competências de determinada Secretaria (não há extinguiu).

Vejamos os erros nos demais itens:

Na letra A, o inc. VI do art. 84 da CF permite a extinção de cargos vagos. O que não se admite é a extinção
de cargos ocupados. Nesse caso, é até possível a declaração de desnecessidade, mas nos termos da
lei.

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Na letra C, constitucional em ambos os casos. Inclusive, fica a informação que se o Decreto fosse eivado
de vício, caberia a ação de inconstitucionalidade perante o STF na hipótese de organização e
funcionamento da Administração.

Na letra D, a EC 32 de 2001 permite o tratamento da matéria por meio de Decreto, sem que isso afronte
o princípio da separação de poderes.

Na letra E, são assuntos que podem ser veiculados por meio de Decreto.

Questão 30: FCC


O poder normativo atribuído ao Executivo deve observar limites e parâmetros constitucionalmente
estabelecidos, dentre os quais

a) destaca-se a expressa indelegabilidade de seu exercício, não sendo permitindo a nenhum outro ente
da Administração indireta a edição de atos normativos.

b) a possibilidade de sua delegação para agências reguladoras, constituídas sob a forma de autarquias,
para organização das atividades reguladas, bem como para estabelecimento de critérios técnicos.

c) a constitucionalidade de sua delegação aos entes integrantes da Administração pública indireta para
edição de decretos regulamentadores que disciplinem aspectos técnicos em seus setores de atuação.

d) insere-se a competência para edição de decretos autônomos, em hipóteses expressas, passível de


delegação aos entes de direito público que integram a Administração pública indireta, como autarquias,
fundações e agências reguladoras, para exercício nas mesmas condições.

e) a necessidade de existência de lei prévia tratando dos aspectos gerais e abstratos da questão,
restando ao Executivo a obrigação de viabilizar a execução dessas diretrizes, por meio da disciplina do
procedimento para tanto.

GABARITO: B

O concursando tem de saber fazer prova. Digo isso porque nem sempre encontramos a resposta correta,
achamos a menos incorreta, de redação mais próxima à realidade. Próxima do “verbo” chutar o que nos
parece mais adequada. Triste decisão. Será que a banca examinadora não tem tempo para elaborar a
prova? Será que não há revisão das questões por equipe paralela? Tenho minhas sinceras dúvidas.

Vamos lá.

O poder normativo é considerado um gênero. É algo que favorece aos organismos e às entidades na
expedição de atos gerais e abstratos. Por exemplo, o Conselho Nacional de Justiça, órgão do poder
judiciário, expede resoluções, e essas são atos normativos, dotados, portanto, de generalidade e
abstração. Está-se diante do poder normativo.

Isso também se dá em relação às agências reguladoras. Essas autarquias sob o regime especial contam
com poder normativo técnico. É um poder um pouco mais discricionário que o poder regulamentar, esse
reconhecido como privativo do chefe do Executivo.

Professor, então a resposta está perfeita. Ledo engano.

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Dispõe o enunciado que o poder normativo atribuído ao Executivo (...) “a possibilidade de delegação para
agências reguladoras...(...)”.

Pera aí! Delegação para agências reguladoras. Então quer dizer que há delegação do poder normativo
para as agências reguladoras? Por favor, banca FCC, nos responda: QUEM DELEGA? O presidente da
república? O legislativo? Diga para nós. Precisamos aprender um pouco mais o Direito Administrativo.

Gente, não há delegação do poder normativo. Isso não existe, pelo menos tecnicamente. Poder-se-ia
cogitar de delegação pela lei, dentro do que se nomina de deslegalização ou deslegificação. Mas isso
não é delegação! Os atos das agências reguladoras são atos secundários, assim entende o STF. Então,
como o legislador vai delegar algo que, naturalmente, já é de atribuição de qualquer autarquia (o poder
normativo)? Isso não existe

Porém, em provas de concursos, não podemos procurar por pelos em ovos ou pernas em cobras. Temos
de ser frios, e conviver com os deslizes das bancas examinadoras. Será que a banca examinadora não
conhece o teor do art. 13 da Lei 9784? É que, por lá, é dito que é vedada a delegação de atos de caráter
normativo, rs. Triste...Muito triste...

Vejamos os erros nas demais sentenças:

Na letra A, atos normativos são indelegáveis. Inclusive, é o que determina a lei 9.784/1999. No entanto,
o poder normativo se espalha por toda a Administração, existindo, por exemplo, até nos poderes
legislativo e judiciário quando do desempenho de atividades atípicas administrativas.

Na letra C, decretos?! Opa, os decretos só podem ser expedidos pelo chefe do Executivo. O que se
admite é a edição de outros atos normativos, exemplo das portarias e resoluções.

Na letra D, a matéria de decretos autônomos até pode ser objeto de delegação. Porém, nos termos do
parágrafo único do art. 84, só a Ministros, ao PGR e ao AGU.

Na letra E, já ouviu falar em poder regulamentar? Claro né. É o privativo do chefe do Executivo. Não há
obrigação de o chefe do Executivo detalhar as leis, isso é ato discricionário. Ou seja, não é a lei que impõe
o exercício do poder normativo pelo Executivo. Isso até pode acontecer em situações excepcionalíssimas,
como do decreto autorizado ou delegado, mas não tratado na questão como regra.

Questão 31: VUNESP


Com relação ao poder regulamentar, é correto afirmar que

a) não é legítima a fixação de obrigações subsidiárias (ou derivadas) diversas das obrigações primárias
(ou originárias) contidas na lei, por meio do poder regulamentar.

b) é possível o poder regulamentar originário contrariar a lei, sem a possibilidade de sofrer qualquer
invalidação.

c) o poder regulamentar não representa uma prerrogativa de direito público, sendo reconhecido tão
somente como um consectário do poder normativo do Estado.

d) ao desempenhar o poder regulamentar, a Administração exerce inegavelmente função normativa.

e) o poder regulamentar é derivado do poder disciplinar e hierárquico e, por este motivo, é legítima a
fixação de obrigações subsidiárias (ou derivadas) diversas das obrigações primárias (ou originárias).

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GABARITO: D

Com relação ao poder regulamentar, é correto afirmar que

a) não é legítima a fixação de obrigações subsidiárias (ou derivadas) diversas das obrigações primárias
(ou originárias) contidas na lei, por meio do poder regulamentar.

ERRADO. O Poder Regulamentar da Administração permite a regulamentação das disposições legais,


de forma a adequá-las à necessidade administrativa.

Todavia, esses decretos não possuem o poder de criar ou extinguiar direitos ou obrigações, de forma que
assim o fizerem, serão considerados ilegais.

b) é possível o poder regulamentar originário contrariar a lei, sem a possibilidade de sofrer qualquer
invalidação.

ERRADO. Caso a utilização do poder regulamentar contrarie a lei, o ato derivado dessa prática será
consdierado ilegal.

c) o poder regulamentar não representa uma prerrogativa de direito público, sendo reconhecido tão
somente como um consectário do poder normativo do Estado.

ERRADO. O poder regulamentar é prerrogativa de direito público concedida à Administração Pública para
que essa expeça decretos visando ao fiel cumprimento da Lei.

Veja os termos do art. 84, IV da CF:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua
fiel execução;

d) ao desempenhar o poder regulamentar, a Administração exerce inegavelmente função normativa.

CERTO. O poder regulamentar é consecatário da função normativa, à medida em que esta permite a
regulamentação de normas preestabelecidas, já que não cabe ao Executivo criar as leis, mas sim dar fiel
cumprimento a elas, por meio de decretos, resoluções e outros normativos.

e) o poder regulamentar é derivado do poder disciplinar e hierárquico e, por este motivo, é legítima a
fixação de obrigações subsidiárias (ou derivadas) diversas das obrigações primárias (ou originárias).

ERRADO. Como vimos na Letra A, o poder regulamentar não tem o condão de criar ou extinguir direitos
ou obrigações.

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Questão 32: FGV

O Estatuto dos Servidores Públicos Civis de Salvador estabelece que o auxílio-educação será devido ao
servidor e aos seus dependentes, na forma a ser definida em regulamento. Neste sentido, o Prefeito
Municipal editou o Decreto nº 29.128, de 10 de novembro de 2017, dispondo sobre a matéria.

O ato praticado pelo Chefe do Poder Executivo está embasado no seu poder administrativo:

a) hierárquico, pois, na qualidade de autoridade máxima em nível municipal, tem a prerrogativa de editar
atos legislativos sobre servidores públicos municipais;

b) disciplinar, pois tem competência originária para estabelecer normas gerais aplicáveis aos servidores
públicos em nível municipal;

c) normativo, pois estabelece normas gerais e abstratas que complementam legislação previamente
existente, para sua fiel execução;

d) regulamentar, pois tem a prerrogativa de editar leis de efeitos concretos que inovem no ordenamento
jurídico, criando ou extinguindo direitos e obrigações;

e) de polícia, pois tem competência originária para estabelecer normas gerais aplicáveis aos servidores
públicos em nível municipal, criando ou extinguindo direitos e obrigações.

GABARITO: C

O inc. IV do art. 84 da CF autoriza que o chefe do Executivo Federal expeça decretos regulamentares ou
executivos para dar fiel execução às leis. Trata-se de ato regulamentar, abstrato e geral, de natureza
secundária. Essa competência é privativa do chefe do Executivo, e estendida aos demais entes políticos
por simetria. Significa dizer que o chefe do Executivo municipal tem a atribuição de regulamentar as leis.
A doutrina costuma chamar o poder regulamentar também de poder normativo.

A seguir os erros:

Na letra A, atos legislativos? O decreto é decorrente do poder regulamentar, e este não é um ato
legislativo, é um ato secundário que operacionaliza a lei. O decreto, se tiver efeito interno, até pode ser
decorrente da hierarquia. Ocorre que, sendo regulamentar, seus efeitos são também externos, e isso não
é hierarquia.

Na letra B, o poder disciplinar é para apurar e aplicar penalidades. Não é o que se previu.

Na letra D, é regulamentar, isso é fato. Porém, esse poder não é criador de direitos e obrigações.

Na letra E, poder de polícia? Não. O poder de polícia é para atingir particulares em geral. E, na questão,
temos o atingimento aos servidores.

Questão 33: FCC


João é Prefeito do Município X e, no exercício de seu poder regulamentar, expediu decreto alterando
determinada lei. A conduta narrada

a) implicou abuso do poder regulamentar, vez que houve invasão da competência do Poder Legislativo.

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b) está correta, pois o poder regulamentar é a prerrogativa conferida à Administração pública de editar
atos de caráter geral e abstrato que permitam a efetiva aplicação da lei, podendo, portanto, acarretar a
alteração legislativa.

c) não é legítima, em razão do instrumento utilizado para formalizar o poder regulamentar, vez que tal
poder se exterioriza, exclusivamente, por meio dos regulamentos autônomos.

d) está correta, pois o poder regulamentar é a prerrogativa conferida à Administração pública de editar
atos de caráter individual, que permitam a efetiva aplicação da lei, podendo, portanto, acarretar a
alteração legislativa.

e) não é legítima, em razão do instrumento utilizado para formalizar o poder regulamentar, vez que tal
poder se exterioriza, exclusivamente, por meio das resoluções.

GABARITO: A

O exercício do poder regulamentar, pela Chefia do Executivo, no caso, um Prefeito, é, como regra,
subalterno à lei (excepcionalmente, submete-se de forma direta à Constituição, no caso dos regulamentos
autônomos), o que significa dizer que o intuito consiste em viabilizar a fiel execução das leis,
pormenorizando-as, esmiuçando-as, nunca as contrariando ou alterando seu conteúdo. A sede
constitucional respectiva repousa no art. 84, IV, da CRFB/88, que assim preceitua:

"Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

(...)

IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para
sua fiel execução;"

Em assim sendo, pode-se afirmar que a edição do Decreto em questão, ao modificar o conteudo de lei,
invadiu competência legislativa, sujeitando-se ao controle parlamentar previsto no art. 49, V, da
Constituição, que ora transcrevo:

"Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

(...)

V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos
limites de delegação legislativa;"

Firmadas estas premissas, vejamos as opções propostas:

a) Certo:

Em sintonia com os fundamentos acima esposados. Logo, correta esta opção.

b) Errado:

Como acima exposto, o Decreto em tela não seria legítimo, porquanto ao poder regulamentar não é dado
promover modificações legislativas, sob pena de usurpar a competência do Parlamento, sujeitando-se,
por conseguinte, ao controle externo de que trata o art. 49, V, da CRFB/88, acima transcrito.

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c) Errado:

O motivo da ilegitimidade não consistiu na forma de exteriorização, porquanto os Decretos são, sim,
instrumentos adequados ao exercício do poder regulamentar pela Chefia do Executivo. A invalidade
deriva do próprio conteúdo do Decreto, que não pode modificar a lei.

d) Errado:

Não é legítima, conforme acima exaustivamente exposto. Ademais, o conceito de poder regulamentar
aqui exposto não se mostra correto, no ponto em que sustenta consistir na edição de atos de caráter
individual, o que não é verdade, já que, a rigor, referido poder instrumental da Administração se cuida de
editar atos normativos, logo, gerais e abstratos.

e) Errado:

Idem ao comentário lançado na alternativa "c".

Questão 34: FCC


Entre os poderes administrativos, pode-se citar o poder regulamentar, que apresenta, como sua principal
expressão,

a) a concessão de autorizações e licenças a cidadãos para o desempenho de atividades de interesse


público.

b) a possibilidade de disciplinar, de forma autônoma por ato do Executivo, o regime jurídico de seus
servidores.

c) a prática de atos materiais de organização do trabalho dos órgãos e entidades da Administração


pública, como distribuição de tarefas entre os servidores.

d) a edição de decretos, no exercício de competência privativa do Chefe do Poder Executivo, para fiel
execução de lei em vigor.

e) a disciplina relativa à prestação de serviços públicos por concessionárias e permissionárias, visando


à sua regularidade e modicidade tarifária.

GABARITO: D

a) a concessão de autorizações e licenças a cidadãos para o desempenho de atividades de interesse


público. – errada.

Em verdade, a concessão de autorizações e licenças decorre do exercício do poder de polícia, e não do


poder regulamentar.
Como esclarecem Ricardo Alexandre e João de Deus, citando lição de Di Pietro:
“Conforme Maria Sylvia Zanella Di Pietro, os meios de atuação do poder de polícia são: 1) os atos
normativos em geral; e 2) os atos administrativos e operações materiais de aplicação da lei ao caso
concreto.

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1. Atos normativos: por meio da edição de leis, o Legislativo cria limitações administrativas ao exercício
de direitos individuais; além disso, o Executivo pode disciplinar a aplicação das leis aos casos concretos,
editando decretos, resoluções, portarias, instruções normativas;
2. Atos administrativos e operações materiais de aplicação ao caso concreto: consiste na adoção
de medidas preventivas para evitar que o indivíduo descumpra a lei, tais como: fiscalização, vistoria e
concessão de autorização ou licença; e de medidas repressivas, que objetivam obrigar o infrator a
cumprir a lei, a exemplo da interdição de estabelecimentos comerciais, apreensão de mercadorias
estragadas, dissolução de reunião, demolição de prédio que ameaça desabar ou internação de pessoa
com doença contagiosa.” (grifou-se)(ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo
Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método, 2015.E-book. P.238)
Nesse contexto, incorreta a alternativa.

b) a possibilidade de disciplinar, de forma autônoma por ato do Executivo, o regime jurídico de seus
servidores. – errada.

O poder regulamentar implica na possibilidade de o chefe do Executivo detalhar os termos da lei, com
vistas a melhor operacionalizar o seu cumprimento.
Assim, se o decreto é autônomo, não há lei a ser regulamentada, pelo que não se pode falar em
manifestação do poder regulamentar.
Logo, incorreta a alternativa.

c) a prática de atos materiais de organização do trabalho dos órgãos e entidades da Administração


pública, como distribuição de tarefas entre os servidores. – errada.

A afirmação contida na alternativa refere-se ao poder hierárquico, e não ao poder regulamentar.


Conforme lição de Ricardo Alexandre e João de Deus, o poder hierárquico:
“é aquele conferido à autoridade administrativa para distribuir e escalonar funções de seus órgãos,
estabelecendo uma relação de coordenação e subordinação entre os servidores sob sua
chefia.” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo Esquematizado.1ª ed. São Paulo:
Método, 2015.E-book. P.223)
Incorreta, portanto, a alternativa.

d) a edição de decretos, no exercício de competência privativa do Chefe do Poder Executivo, para fiel
execução de lei em vigor. – certa.

Realmente, conforme exposto no comentário da alternativa B, o poder regulamentar implica na


possibilidade de o chefe do Executivo detalhar os termos da lei, com vistas a melhor operacionalizar o
seu cumprimento.
Nesse sentido asseveram Ricardo Alexandre e João de Deus que o poder regulamentar consiste:
“na competência atribuída aos Chefes de Poder Executivo para que editem normas gerais e abstratas
destinadas a detalhar as leis, possibilitando a sua fiel execução (regulamentos).” (ALEXANDRE,
Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método, 2015.E-book.
P.227).
Assim, a presente alternativa está correta, pelo que deve ser assinalada.

e) a disciplina relativa à prestação de serviços públicos por concessionárias e permissionárias, visando


à sua regularidade e modicidade tarifária. – errada.

A disciplina relativa à concessão e permissão de serviço público deve se dar por lei. Nessa linha o texto
constitucional:
“Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:

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I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de
seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da
concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.”
O poder regulamentar poderá no máximo detalhar a lei, mas não disciplinar diretamente tal tema.
Assim, incorreta a alternativa.

Questão 35: VUNESP


Quando o Governador do Estado edita um Decreto atuando administrativamente na complementação de
leis, está exercendo o seu poder

a) complementar.

b) regulamentar.

c) de polícia.

d) hierárquico.

e) disciplinar.

GABARITO: B

A questão versa sobre o poder regulamentar. De fato, somente os Chefes do Poder Executivo
(Governador do Estado, por exemplo) têm a função de exercer o poder regulamentar, que é uma
faculdade destes de explicar a lei para a sua correta execução, por meio de regulamentos, sendo o
decreto uma de suas espécies. Vejamos nas palavras de Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo
Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 149):

O poder regulamentar é a faculdade de que dispõem os Chefes de Executivo (Presidente da República,


Governadores e Prefeitos) de explicar a lei para sua correta execução, ou de expedir decretos autônomos
sobre matéria de sua competência ainda não disciplinada por lei.

Ademais, o Poder Regulamentar é exclusivo dos chefes do Executivo, não podendo serem delegados.
Para a administração, genericamente considerada, ficou o poder normativo, nos quais se fundam os
demais atos de caráter normativo da administração. Vejamos na doutrina de Vicente Paulo e Marcelo
Alexandrino (Direito Administrativo Descomplicado. 23. ed. São Paulo: Método, 2015, p. 254):

As competências para a edição desses outros atos de caráter normativo não se fundam no poder
regulamentar, o qual, consoante acima exposto, é exclusivo do Chefe do Poder Executivo. Dizemos que
esses outros atos administrativos têm fundamento no poder normativo da administração pública. É esse
genérico poder normativo reconhecido à administração pública que parcela da doutrina atual tem
invocado para defender a constitucionalidade dos denominados regulamentos autorizados, consoante
será detalhado à frente.

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Questão 36: CEBRASPE (CESPE)

Considerando a doutrina majoritária, julgue o item, referente aos poderes administrativos, à organização
administrativa federal e aos princípios básicos da administração pública.

No exercício do poder regulamentar, o Poder Executivo pode editar regulamentos autônomos de


organização administrativa, desde que esses não impliquem aumento de despesa nem criação ou
extinção de órgãos públicos.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

Existe certa divergência doutrinária se decretos autônomos são decorrência do poder regulamentar. É
que os decretos regulamentares são atos secundários e dão fiel cumprimento às leis. Já os autônomos
dão cumprimento direto à CF, e, por isso, para parte da doutrina, decorrem do poder normativo e não
simplesmente regulamentar.

Deixando de lado essa crítica devido à divergência doutrinária, temos que o inc. VI do art. 84 da CF
confere ao chefe do Executivo federal a possibilidade de extinguir cargos e funções, quando vagos, como
também organizar o funcionamento da Administração, desde que, nesse caso, não implique aumento de
despesas e extinção/criação de órgão públicos.

Questão 37: CEBRASPE (CESPE)


Julgue o item subsecutivo, a respeito dos poderes da administração pública.

Ao exercer o poder regulamentar, a administração pública pode extrapolar os limites do ato normativo
primário, desde que o faça com vistas à finalidade pública.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

O Poder Regulamentar é o poder que o Chefe do Executivo tem de editar Decretos para a fiel
execução das leis e para dar-lhes maior aplicabilidade.

Sendo um ato infralegal, ele tem função complementar em relação à lei que regulamenta, não
podendo inovar no ordenamento jurídico criando novos direitos ou estabelecendo novas sanções. Por
isso, é inconcebível que o Decreto extrapole os limites do ato normativo primário (a lei). Fazendo isso, ele
torna-se automaticamente ilegal.

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Questão 38: FCC
A edição de um decreto municipal que, pretendendo incentivar a reciclagem de lixo, estabelece a
concessão de prêmios aos moradores que conseguirem comprovar determinadas quantidades de
seleção, coleta e entrega nas oficinas especializadas, bem como estabelece multas para aqueles que
não o fizerem,

a) configura expressão do poder normativo do ente público, na medida em que disciplina gestão de
serviços públicos de sua titularidade e o manejo de verbas públicas disponíveis.

b) excede o poder normativo do município, que pode se prestar apenas a disciplinar e explicitar a
operacionalização de disposições legais.

c) se insere no poder de polícia do ente, que pode instituir e aplicar multas àqueles que descumprirem a
disciplina normativa editada pelo ente.

d) configura excesso de poder normativo, já que extrapola os limites materiais admitidos para os decretos
autônomos do Chefe do Executivo, ingressando em matéria de lei.

e) pode ser convalidado se restar comprovado que o interesse público está presente, bem como que a
população concorda com a instituição de prêmios e multas.

GABARITO: D

Da análise do enunciado da questão, percebe-se que, por meio de um Decreto, foi instituída uma sanção
pecuniária (multa) aos particulares que desobedecerem as respectivas disposições. Ocorre que a criação
de penalidades somente pode ser efetivada através de lei, e não, diretamente, por meio de Decreto, que
tem natureza de ato normativo infralegal. Com efeito, apenas excepcionalmente a Constituição autoriza
a edição dos denominados Decretos autônomos, os quais retiram fundamento de validade diretamente
do texto constitucional, dispensando, portanto, a produção de leis. Cuida-se do disposto no art. 84, VI, da
CRFB/88, que assim preceitua:

"Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

VI – dispor, mediante decreto, sobre:


a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem
criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;"

Como se vê, neste sucinto rol de hipóteses, não se encontra a criação de penalidades, tal como se
pretendeu fazer no caso do decreto referido no enunciado desta questão.

Fora daí, pois, a função dos decretos e regulamentos consiste em viabilizar a fiel execução das leis, com
esteio no art. 84, IV, da CRFB/88, não podendo inovar a ordem jurídica, criando direitos e obrigações não
previstos em lei.

Confira-se, a propósito, o teor do citado inciso IV:

"Art. 84 (...)

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IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para
sua fiel execução;"

A edição de decretos autônomos, sem base constitucional, constitui indevido exercício de atividade
legislativa, pelo Poder Executivo, sujeitando-se, por conseguinte, ao mecanismo de controle parlamentar
vazado no art. 49, V, da CRFB/88, in verbis:

"Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos
limites de delegação legislativa;"

À luz destas noções teóricas, vejamos as opções:

a) Errado:

Como se viu, trata-se de extrapolação dos limites do poder normativo do Poder Executivo, por ingressar,
sem base constitucional, em atividade legislativa.

b) Errado:

O equívoco aqui repousa no uso da palavra "apenas", uma vez que, não obstante o poder normativo, de
fato, tenha por função precípua operacionalizar a fiel execução das leis, também há casos de exercício
do poder normativo de forma autônoma, na forma do inciso VI do art. 84 da Lei Maior, acima transcrito.

c) Errado:

A instituição de sanções pressupõe lei formal, o que não foi o caso, de sorte que o exercício do poder de
polícia, neste caso, se deu forma inválida.

d) Certo:

Cuida-se aqui de alternativa em perfeita sintonia com as premissas teóricas acima fincadas.

e) Errado:

Para além da de violação frontal ao texto da Constituição, uma das condições para a convalidação de
atos administrativos consiste na inexistência de prejuízos a terceiros, requisito este que não teria como
ser atendido em se tratado da instituição de multa em desfavor dos particulares. Esta condição tem sede
no art. 55 da Lei 9.784/99, de seguinte redação:

"Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a
terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria
Administração."

Logo, incorreta esta opção.

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Questão 39: FCC
A Administração pública de determinado Município editou decreto instituindo obrigação dos administrados
submeterem seus estabelecimentos comerciais e de serviços a mais um procedimento de licenciamento
para funcionamento. A medida

a) deve ser cumprida pelos administrados porque configura regular exercício do poder normativo pela
Administração pública, que pode ter natureza originária quando se tratar de matéria típica de poder de
polícia.

b) pode ser sustada ou convalidada pelo Poder Legislativo, pois cabe ao Tribunal de Contas o controle
dos atos praticados pelo Executivo no exercício do poder normativo originário.

c) é regular expressão do poder discricionário da Administração pública, mas não poderá haver negativa
na expedição da licença ao administrado caso preencha os requisitos constantes do decreto autônomo
editado.

d) pode ser questionada no Poder Judiciário sob o fundamento de ter exorbitado os limites do poder
normativo do Executivo ao instituir obrigação aos administrados.

e) poderá ser anulada ou revogada pela própria Administração pública ou pelo Poder Judiciário, tendo
em vista que o decreto editado abordou matéria reservada à lei, excedendo o poder normativo do
Executivo.

GABARITO: D

A letra D deve ser assinalada, pois nos casos em que o poder regulamentar exorbita os limites impostos
pela lei ou constituição, podem ser questionados no Poder Judiciário, em razão da ilegalidade ou
abusividade. Assim, apesar da diretriz constitucional, de forma indevida, o decreto regulamentar poderá
extrapolar o conteúdo da lei. Nesse caso, teremos a incidência do controle de legalidade a cargo do Poder
Judiciário (provocado) e, eventualmente, o controle político exercido, na esfera federal, exclusivamente a
cargo do Congresso Nacional, ao
caberá sustar os efeitos do decreto do Executivo que exorbite os limites do poder regulamentar.

A letra A está errada, pois, conforme já dito, o poder regulamentar encontra limites que devem ser
respeitados pelo administrador.

A letra B está incorreta, pois o Poder Legislativo pode sustar o ato que extrapole os limites da delegação,
nos termos do art. 49, V, da CRFB/88:
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de
delegação legislativa;
Porém, tal atribuição não é estendida ao Tribunal de Contas, que pode sustar apenas atos administrativos,
nos termos do art. 71, X, da CRFB/88:
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de
Contas da União, ao qual compete:
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
Deputados e ao Senado Federal;
A letra C está errada, pois o poder normativo é considerado um poder vinculado, assim como a licença
que deve ser concedida quando preenchidos os requisitos legais.

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Por fim, a letra E está errada, pois o Poder Judiciário pode apenas anular o ato normativo, não possuindo
atribuição para revogá-lo. Por sua vez, a Administração verificando a ilegalidade deve anular o ato,
revogando-o apenas nos casos de oportunidade e conveniência.

Questão 40: FCC


As prerrogativas e poderes conferidos à Administração direta e indireta para a consecução de suas
funções, tipicamente executivas,

a) admitem a prática de atos que exteriorizam o exercício de parcela de funções atípicas, a exemplo da
edição de decreto que extingue cargos vagos em determinado órgão cujas funções foram absorvidas por
outro departamento da estrutura administrativa.

b) não se exteriorizam de forma equânime, considerando que o controle exercido pelo Legislativo e
Tribunais de Contas sobre os atos e negócios realizados pelos entes que integram a Administração
indireta e que possuem natureza jurídica de direito privado restringe-se ao exame do cumprimento da
legalidade.

c) não excluem o exercício de funções atípicas pelos seus diversos entes, como judicante e normativa,
esta última que abrange a edição de decretos autônomos pelo Chefe do Executivo, Superintendentes de
autarquias e de fundações integrantes da Administração indireta.

d) incluem o exercício do poder de polícia, função tipicamente atribuída ao Poder Judiciário, para, em
caráter excepcional, limitar os direitos dos administrados com vistas à garantia da segurança pública.

e) restringem a incidência de controle externo sobre seus atos, cabendo, exclusivamente, ao Judiciário
o exame de legalidade e ao Legislativo, por meio do Tribunal de Contas, o exame da discricionariedade
e de seus limites.

GABARITO: A

A letra A está correta, pois, de fato, o chefe da Administração, nos termos do art. 84, VI, da CRFB/88, é
possível a edição de decreto autônomo para extinção de cargos vagos, atividade, esta, atípica no âmbito
da Administração Pública, uma vez possuir teor legiferante.

A letra B está errada, pois o controle exercido pelo Tribunal de Contas e Poder Legislativo sobre o Poder
Executivo não se restringe à análise de legalidade. O TCU pode analisar questões relativas à
economicidade e repasse de recursos, além de aplicar sanções e determinar a sustação de atos, nos
termos do art. 71, da CRFB/1988.

A letra C está incorreta, pois os superintendentes de autarquias e de fundações integrantes da


Administração indireta não possui atribuição para edição de decretos autônomos que é de competência
privativa dos chefes do Executivo, podendo ser delegado apenas aos Ministros de Estado, Procurador
Geral da República e Advogado Geral da União, conforme art. 84, parágrafo único, CRFB/1988.

A letra D está errada, pois o poder de polícia é atividade típica do Poder Executivo, que o exerce de
maneira plena. Com efeito, o poder de polícia pode ser definido como a faculdade colocada à disposição
do Estado para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em
benefício do coletivo e do próprio Estado. Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o poder de polícia é
atividade do Estado consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do interesse

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público, este manifestado nos mais variados setores da sociedade, como saúde, segurança, educação,
meio ambiente, defesa do consumidor, patrimônio cultural e propriedade.

A letra E está incorreta, pois tanto o Poder Judiciário quanto o Poder Legislativo, com auxílio do Tribunal
de Contas, podem fazer o controle de legalidade dos atos administrativos. Inclusive, este último pode
adentrar no mérito dos atos (discricionariedade), nas questões de economicidade, dentre outras. Além
disso, o controle dos atos da Administração pode ser realizado no próprio âmbito interno, é o chamado
controle interno, também previsto no art. 74, da CRFB/88.

Questão 41: VUNESP

É o de que dispõe a Administração para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever
a atuação de seus agentes estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores de seu quadro
de pessoal. Dele decorrem algumas prerrogativas: delegar e avocar atribuições, dar ordens, fiscalizar e
rever atividades de órgãos inferiores.

É correto afirmar que o texto do enunciado se refere ao poder

a) disciplinar.

b) hierárquico.

c) de delegação.

d) regulamentar.

e) de polícia.

GABARITO: B

Para José dos Santos, a hierarquia é o escalonamento em plano vertical dos órgãos e agentes da
Administração que tem como objetivo a organização da função administrativa. E não poderia ser de outro
modo. Tantas são as atividades a cargo da Administração Pública que não se poderia conceber sua
normal realização sem a organização, em escalas, dos agentes e dos órgãos públicos. Em razão desse
escalonamento firma-se uma relação jurídica entre os agentes, que se denomina de relação hierárquica.

Nas relações pautadas na hierarquia, vislumbra-se vínculo de subordinação entre órgãos e agentes que
componham a relação de direito em questão.

Apesar de as relações hierárquicas serem inerentes ao Poder Executivo, não se pode afirmar que se
restrinjam a este. De fato, onde ocorra o desempenho da função administrativa poderá se dar uma relação
hierárquica, mesmo no âmbito do Legislativo ou no Judiciário.

No entanto, quando os membros desses dois últimos Poderes estiverem exercendo suas funções típicas,
de legislar ou de julgar (funções legislativa e jurisdicional, respectivamente), inexiste hierarquia. Não há,
portanto, hierarquia entre parlamentares ou membros da magistratura no desempenho de suas
atribuições típicas.

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É o poder hierárquico que permite à Administração distribuir e escalonar as funções de seus órgãos,
ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo as relações de subordinação entre os
servidores do seu quadro de pessoal.
Junto ao poder hierárquico (até em decorrência desse) anda o poder disciplinar, entendido como a
possibilidade de a Administração aplicar sanções àqueles que, submetidos à ordem interna, descumpram
as ordens advindas da hierarquia posta.

Com efeito, de nada valeria falar em hierarquia se o superior não pudesse aplicar punições aos infratores
administrativos que lhe são subordinados.

Do poder hierárquico resultam, ainda, as prerrogativas dos superiores de: ordenar, fiscalizar, rever, aplicar
sanções, editar atos normativos, delegar ou avocar atribuições. Como bem lembrado por Irene Patrícia
Nohara, da relação hierárquica podem ser excluídos determinados tipos de atividades, como
aquelas dos órgãos consultivos, pois a função é desempenhada com o máximo de liberdade,
independentemente dos posicionamentos dos órgãos superiores.

Questão 42: CEBRASPE (CESPE)


O item a seguir apresenta uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada, acerca dos
poderes administrativo.

Um tenente da Marinha do Brasil determinou que um grupo de soldados realizasse a limpeza de um navio,
sob pena de sanção se descumprida a ordem. Nesse caso, o poder a ser exercido pelo tenente, em caso
de descumprimento de sua ordem, é disciplinar e deriva do poder hierárquico.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

Um tenente da Marinha do Brasil determinou que um grupo de soldados realizasse a limpeza de um navio,
sob pena de sanção se descumprida a ordem. Nesse caso, o poder a ser exercido pelo tenente, em caso
de descumprimento de sua ordem, é disciplinar e deriva do poder hierárquico.

Vamos por partes.

Sabemos que o poder hierárquico é inerente à Administração Pública, pelo menos no que diz respeito à
função administrativa. Por isso, é correto afirmar encontrarmos tal poder em todos os Poderes, afinal
todos administram.

Decorre deste poder, dentre outras consequências, os atos de comandar, fiscalizar, editar atos normativos
de efeitos internos, avocar, delegar e até aplicar penalidades.

Isso mesmo. Aplicar penalidades é uma decorrência do poder hierárquico. O melhor, na verdade, seria
dizer que PODE decorrer. Explico.

O poder disciplinar é a prerrogativa conferida aos administradores para apurar a responsabilização e


aplicar penalidades a todos os que estejam sujeitos a vínculo de natureza especial. Então, são apenas
servidores? Não, todos com vínculo especial, que pode ser, na espécie, de natureza estatutária, celetista
e até contratual.

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Enfim, uma empresa, que não faz parte da estrutura formal do Estado, não sujeita à hierarquia, poderá
estar sujeita ao poder disciplinar.
Deixando de lado essa observação-crítica, temos na questão o exercício do poder hierárquico (chefia) e
disciplinar (penalidade).

Questão 43: FCC


O poder hierárquico é um elemento importante na coordenação dos agentes incumbidos do exercício de
determinadas funções estatais. Tal poder

a) está presente também na relação entre o governador de um estado e os prefeitos dos municípios
situados em seu território.

b) pressupõe a faculdade de avocar e delegar atribuições, seja qual for a matéria envolvida.

c) impõe o dever de obediência, ainda que manifesta a ilegalidade da ordem recebida.

d) permite a revisão de ofício dos atos dos subordinados, seja por razões de mérito, seja por razões de
legalidade, ressalvados eventuais limites impostos pela lei.

e) explica a relação de controle que existe entre um ente da Administração Indireta e o órgão da
Administração Direta responsável pela sua supervisão.

GABARITO: D

d) permite a revisão de ofício dos atos dos subordinados, seja por razões de mérito, seja por razões de
legalidade, ressalvados eventuais limites impostos pela lei.

O poder hierárquico é o que permite, por exemplo, à autoridade competente ordenar, fiscalizar e aplicar
penalidades. Admite-se ainda a revisão dos atos praticados pelos subordinados. Essa revisão é bem
ampla, quando internamente. Logo, dentro do controle interno, pode-se aferir o ato sob um duplo aspecto:
legalidade e mérito. Entenda o mérito como a margem de conveniência e oportunidade. E a legalidade a
conformidade do ato com o ordenamento jurídico.

Os demais itens estão errados:

a) está presente também na relação entre o governador de um estado e os prefeitos dos municípios
situados em seu território.

Não há subordinação entre os entes políticos.

b) pressupõe a faculdade de avocar e delegar atribuições, seja qual for a matéria envolvida.

Há limitações para a delegação e para a avocação. Não se pode avocar ou delegar, por exemplo,
competência exclusiva.

c) impõe o dever de obediência, ainda que manifesta a ilegalidade da ordem recebida.

O dever de obediência não é irrestrito. Não devem ser observadas as ordens manifestamente ilegais.

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e) explica a relação de controle que existe entre um ente da Administração Indireta e o órgão da
Administração Direta responsável pela sua supervisão.

Entre a Administração Direta e Indireta, há tutela ou controle finalístico. Não há hierarquia.

Questão 44: FCC


O conceito de subordinação, na Administração pública, está diretamente ligado

a) ao vínculo funcional entre o agente público e a Administração pública, posto que somente a relação
de emprego pressupõe subordinação e vinculação.

b) à noção de poder normativo, posto que este é exercido pela autoridade mediante a edição de atos
destinados a instituir deveres e obrigações aos servidores que lhe são subordinados.

c) ao poder disciplinar, cujo exercício é restrito aos servidores titulares de cargo efetivo e diz respeito à
correção de infrações disciplinares.

d) aos servidores não ocupantes de cargos efetivos, posto que estes são dotados de autonomia no
exercício de suas funções, não podendo sofrer ingerências externas.

e) à hierarquia que informa a organização administrativa, dela decorrendo o poder disciplinar no que se
refere a apurar e impor sanções pela prática de infrações administrativas pelos servidores.

GABARITO: E

e) à hierarquia que informa a organização administrativa, dela decorrendo o poder disciplinar no que se
refere a apurar e impor sanções pela prática de infrações administrativas pelos servidores.

Como nos ensina José dos Santos, hierarquia é o escalonamento em plano vertical dos órgãos e agentes
da Administração que tem como objetivo a organização da função administrativa. E não poderia ser de
outro modo. Tantas são as atividades a cargo da Administração Pública que não se poderia conceber sua
normal realização sem a organização, em escalas, dos agentes e dos órgãos públicos. Em razão desse
escalonamento firma-se uma relação jurídica entre os agentes, que se denomina de relação hierárquica”
(por José dos Santos Carvalho Filho).

Nas relações pautadas na hierarquia, vislumbra-se vínculo de subordinação entre órgãos e agentes que
componham a relação de direito em questão.

Os demais itens estão errados:

a) ao vínculo funcional entre o agente público e a Administração pública, posto que somente a relação
de emprego pressupõe subordinação e vinculação.

Não é só relação de emprego que pressupõe subordinação. O vínculo estatutário também gera
subordinação. E o temporário, embora não seja celetista ou estatutário, também se vincula à hierarquia.

b) à noção de poder normativo, posto que este é exercido pela autoridade mediante a edição de atos
destinados a instituir deveres e obrigações aos servidores que lhe são subordinados.

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O poder normativo pode ou não decorrer da hierarquia. Só é hierarquia quando os atos são de efeitos
externos. Por exemplo, quando o presidente da República expede um decreto regulamentar, alcança
todos os poderes, e entre poderes não há hierarquia.

c) ao poder disciplinar, cujo exercício é restrito aos servidores titulares de cargo efetivo e diz respeito à
correção de infrações disciplinares.

O poder disciplinar pode ou não ser decorrer de subordinação. Veja o exemplo de multas aplicadas às
empresas prestadoras de serviços internos (terceirizadas).

d) aos servidores não ocupantes de cargos efetivos, posto que estes são dotados de autonomia no
exercício de suas funções, não podendo sofrer ingerências externas.

E também aos efetivos, como sobredito.

Questão 45: CEBRASPE (CESPE)

Acerca de poderes administrativos, julgue o item subsequente.

O administrador público age no exercício do poder hierárquico ao editar atos normativos com o objetivo
de ordenar a atuação de órgãos a ele subordinados.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

A propósito do tema versado nesta questão, ensina Maria Sylvia Di Pietro, ao discorrer sobre os poderes
que decorrem da organização administrativa para a Administração Pública:
"1. o de editar atos normativos (resoluções, portarias, instruções), com o objetivo de ordenar a atuação
dos órgãos subordinados; trata-se de atos normativos de efeitos internos e, por isso mesmo,
inconfundíveis com os regulamentos; são apenas e tão somente decorrentes da relação hierárquica,
razão pela qual não obrigam pessoas e ela estranhas." (Direito Administrativo, 26ª edição, 2013, p. 96)

Com apoio na doutrina acima, e considerando que se trata de característica decorrente exclusivamente
da relação hierárquica, pode-se concluir, com facilidade, que o poder administrativo de que está falando
é o poder hierárquico.
#DICA#
Atos normativos estão presente em três poderes: o hierárquico (decorrente das relações hierárquicas), o
de polícia e o normativo.
Nos atos normativos decorrentes do poder hierárquico a norma é INTERNA, com finalidade de
ordenar a atuação dos órgãos subordinados, não se estende a pessoas estranhas pois decorre tão
somente da hierarquia.
Nos atos normativos decorrentes do poder de polícia as normas atingem pessoas estranhas à
Administração. A norma é EXTERNA e visa limitar o interesse individual em prol do coletivo.

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Por fim, os atos normativos editados pelo poder normativo/regulamentar são apenas
complementares à lei, visando sua fiel execução. Por exemplo, conceitos técnicos em portarias,
regulamentos, resoluções etc.

Questão 46: CEBRASPE (CESPE)

Acerca de poderes administrativos, julgue o item subsequente.

Em decorrência do poder hierárquico, é lícita a avocação por órgão superior, em caráter ordinário e por
tempo indeterminado, de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

Primeiro, vamos lembrar dois conceitos importantes para essa questão:

- Poder Hierárquico: é aquele que permite à Administração distribuir e escalonar as funções de seus
órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo as relações de subordinação entre os
servidores do seu quadro de pessoal.

Do Poder Hierárquico resultam, ainda, as prerrogativas dos superiores de ordenar, fiscalizar, rever,
delegar ou avocar, com relação aos subordinados.

- Avocação: é a possibilidade que tem o superior de trazer para si as funções exercidas por um
subalterno. É medida excepcional, que só pode ser realizada à luz de permissivo legal e que desonera o
subordinado com relação a qualquer responsabilidade referente ao ato praticado pelo superior.

Não pode ser avocada, destaque-se, a atribuição expressamente dada por lei a certo órgão ou agente,
como no caso dos julgamentos de licitações pelas comissões competentes.

Pois bem. Voltando ao item: A Lei 9.784/1993, geral para o processo administrativo federal, trata da
avocação de competência do seguinte modo:

Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a
avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.

Os destaques são para que você perceba que a avocação é EXCEPCIONAL e TEMPORÁRIA. E nem
poderia ser diferente: se for para a autoridade avocar o tempo todo a competência daqueles que lhes são
subordinados é melhor rever a regra de competência e as passar para a autoridade. E se for "para
sempre" cabe a mesma conclusão - melhor rever as regras de competência.

Questão 47: FCC


No tocante à delegação e avocação de competências administrativas, a Lei Federal de Processo
Administrativo − Lei nº 9.784/1999, quanto ao uso de tais mecanismos na modalidade vertical (observando
a linha hierárquica) ou na modalidade horizontal (sem observar a linha hierárquica), admite a

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a) avocação e a delegação em ambas as modalidades.

b) avocação em ambas as modalidades, mas a delegação apenas na modalidade vertical.

c) delegação em ambas as modalidades, mas a avocação apenas na modalidade vertical.

d) delegação apenas na modalidade vertical e a avocação apenas na modalidade horizontal.

e) delegação em ambas as modalidades, mas a avocação apenas na modalidade horizontal.

GABARITO: C

Fico extremamente feliz de ser Professor! Sério isso! Em minhas aulas, já estava indicando para a
cobrança da avocação e delegação horizontal e vertical, conforme o caso.

Sabemos que tanto a avocação como a delegação decorrem, como regra, da hierarquia. E hierarquia
impõe subordinação, e, por isso, chamadas de vertical.

Ocorre que nem sempre a delegação é decorrência da hierarquia, podendo ser efetuada para estruturas
estranhas à Administração. Confira (lei 9784):

Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da
sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente
subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica,
jurídica ou territorial.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos
colegiados aos respectivos presidentes.

Nota que a delegação dá-se ainda que não haja subordinação, o que nos remete à conclusão de sua
possibilidade horizontal.

Já, pela lei 9784, a avocação sempre decorre da hierarquia, e, por isso, sempre vertical. Confira:

Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a
avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.

Só pelo órgão hierarquicamente superior, ou seja, vertical.

Só mais um detalhe! A lei só trata da avocação vertical. Ocorre que, fora da lei, há exemplos de avocação
horizontal, inclusive na CF. Sério Professor? Sim, sério. O CNJ pode avocar processos em curso nos
Tribunais, e entre CNJ e Tribunais não há hierarquia. Há outros exemplos, como o da avocação da CGU
(órgão da Administração Direta) de processos em curso na Indireta, e entre Direta e Indireta não há
hierarquia.

Claro que, na questão, a banca brindou a questão, por se referir expressamente à lei 9784.

Questão 48: FCC


Gustavo, superior hierárquico de Estêvão, verificou que o subordinado não estava conseguindo concluir
a elaboração de um complexo e importante parecer técnico em um processo administrativo. Preocupado,

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Gustavo determinou a Estêvão que lhe encaminhasse os autos do processo administrativo, pois ele
próprio se encarregaria de elaborar o parecer. Posteriormente, justificou no processo administrativo a
decisão de assumir a tarefa. No relato supra, a decisão adotada por Gustavo consiste em ato de

a) revogação.

b) ratificação.

c) avocação.

d) delegação.

e) encampação.

GABARITO: C

Delegar e avocar decorrem da hierarquia, mas são movimentos antagônicos.

Delegar consiste na transferência do exercício de atribuições de um órgão a outro na estrutura


administrativa. Não é admitida com relação a atos políticos, bem como de um Poder para outro, salvo nos
casos constitucionalmente previstos (exemplo único da lei delegada – art. 68 da CF/1988). Ou seja, não
foi o que aconteceu na questão ora examinada.

Em nível federal, a Lei 9.784/1999 também trata desse assunto. No art. 13 da Lei, hipóteses de
indelegabilidade foram listadas: as matérias de competência exclusiva, a decisão de recursos
administrativos e a edição de atos com caráter normativo.

Avocar é a possibilidade que tem o superior de trazer para si as funções exercidas por um subalterno. É
medida excepcional, que só pode ser realizada à luz de permissivo legal e que desonera o subordinado
com relação a qualquer responsabilidade referente ao ato praticado pelo superior. Opa! Retoma a leitura,
veja que houve o ato de trazer para si.

Não pode ser avocada, destaque-se, a atribuição expressamente dada por lei a certo órgão ou agente,
como no caso dos julgamentos de licitações pelas comissões competentes.

Questão 49: VUNESP


Constitui exercício de poder hierárquico da Administração Pública

a) delegar e avocar atribuições não privativas do superior ou do subordinado.

b) criar obrigações para os particulares independentemente de sua vontade.

c) apreender bens em comércio com prazo de validade vencido.

d) aplicar multa ao prestador de serviço terceirizado pelo descumprimento de cláusula de contrato


administrativo.

e) fiscalizar as atividades de pessoas jurídicas exploradoras de atividade econômica de risco para a


sociedade.

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GABARITO: A

A questão versa acerca dos Poderes da Administração Pública. Nesse contexto, vamos analisar os itens
para encontrar a resposta correta.

a) delegar e avocar atribuições não privativas do superior ou do subordinado.

Correto. Trata-se do Poder Hierárquico, que tem a função de distribuir e escalonar as funções dos órgãos
públicos, estabelecendo a relação de subordinação de seus agentes, inclusive delegando e avocando
competências. Ademais, o poder hierárquico é interno e perene, não episódico. Vejamos na dicção de
Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 124):

O poder hierárquico tem por objetivo ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas,
no âmbito interno da Administração Pública. Ordena as atividades da Administração, repartindo e
escalonando as funções entre os agentes do Poder [...]

b) criar obrigações para os particulares independentemente de sua vontade.

Incorreto. Trata-se do poder de império, que fundamenta a imperatividade. Assim, desde editado, o ato
tem aptidão para obrigar o cumprimento a terceiros, não dependendo de sua declaração de invalidade ou
validade, ou mesmo da concordância do administrado. Vejamos (Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo:
Atlas, 2014, p. 209):

Imperatividade é o atributo pelo qual os atos administrativos se impõem a terceiros, independentemente


de sua concordância.

c) apreender bens em comércio com prazo de validade vencido.

Incorreto. Trata-se do Poder de Polícia, no exercício de controle de atividades sanitárias. De fato, o Poder
de Polícia serve para restringir a esfera de interesses do particular, pois é o mecanismo que dispõe a
Administração Pública para conter os abusos do direito individual. Vejamos nas lições de Hely Lopes
Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 134):

Em linguagem menos técnica, podemos dizer que o poder de polícia é o mecanismo de frenagem de
que dispõe a Administração Pública para conter os abusos do direito individual. Por esse
mecanismo, que faz parte de toda Administração, o Estado detém a atividade dos particulares que se
revelar contrária,nociva ou inconveniente ao bem-estar social, ao desenvolvimento e à segurança
nacional.

d) aplicar multa ao prestador de serviço terceirizado pelo descumprimento de cláusula de


contrato administrativo.

Incorreto. Trata-se de expressão do Poder Disciplinar. Com efeito, a Administração Pública, por meio do
regular uso do poder disciplinar, apura infrações e aplica penalidades aos servidores públicos e demais
pessoas sujeitas à disciplina administrativa. Esta disciplina administrativa, diversamente do poder de
polícia, decorre de uma supremacia especial e de um vínculo jurídico especial entre a administração e as
demais pessoas, conforme podemos aferir das lições de Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo
Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 145):

Poder disciplinar é a faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos servidores e demais
pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração. É uma supremacia especial que

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o Estado exerce sobre todos aqueles que se vinculam à Administração por relações de
qualquer natureza, subordinando-se às normas de funcionamento do serviço ou do estabelecimento que
passam a integrar definitiva ou transitoriamente.

e) fiscalizar as atividades de pessoas jurídicas exploradoras de atividade econômica de risco para


a sociedade.

Incorreto. Trata-se de expressão do poder de polícia na sua modalidade preventiva. O poder de polícia
preventivo visa evitar que o ato contrário a lei ou abusivo venha a ocorrer. A fiscalização, por exemplo, é
uma manifestação do poder de polícia preventiva, conforme ensinam Vicente Paulo e Marcelo
Alexandrino (Direito Administrativo Descomplicado. 23. ed. São Paulo: Método, 2015, p. 267):

O poder de polícia administrativa pode ser exercido preventiva ou repressivamente. No primeiro caso -
exercício preventivo do poder de polícia -, o poder público estabelece normas que limitam ou condicionam
a utilização de bens (públicos ou privados) ou o exercício de atividades privadas que possam afetar a
coletividade, exigindo que o particular obtenha anuência da administração pública previamente à
utilização desses bens ou ao exercício dessas atividades. Tal anuência é formalizada nos denominados
alvarás, expedidos pela administração à vista da demonstração, pelo particular requerente, de que estão
atendidos os requisitos ou cumpridas as condições para o uso da propriedade ou a prática das atividades
que devam ser objeto de controle pelos órgãos de polícia administrativa. Os alvarás podem ser de licença
ou de autorização

Questão 50: FCC


Diante de um novo contrato firmado por uma autarquia, o administrador precisava designar o servidor
responsável pela coordenação das tarefas inerentes à execução da avença. Dentre os membros da
equipe competente para a execução do contrato, nenhum dos servidores se dispôs a assumir a
coordenação, o que levou o gestor público a designar, de ofício, aquele que tinha mais experiência no
setor. A atuação do administrador

a) se insere dentro do poder disciplinar que lhe é inerente, tendo em vista que a recusa dos servidores
para a coordenação do trabalho exigiu o sancionamento por parte da chefia.

b) é compatível como exercício do poder hierárquico, que implica o gerenciamento de tarefas e o


sancionamento discricionário diante da recusa dos servidores.

c) é expressão do poder normativo, considerando que o ato de designação do servidor para exercer as
funções de coordenador não tem natureza de ato administrativo.

d) adequa-se ao desempenho do poder hierárquico, que abrange a possibilidade de designação, de


ofício, de tarefas aos servidores integrantes do quadro, observado o respectivo âmbito de atuação.

e) está abrangida pelo poder de polícia em sentido amplo, que também inclui o gerenciamento e limitação
das condutas dos servidores a ele subordinados.

GABARITO: D

O servidor só não é obrigado a fazer o que é manifestamente ilegal. Ou seja, pelo dever de obediência,
decorrente da hierarquia, não pode o servidor designado se furtar a assumir a função. Inclusive, ao não
aceitar, pode ser considerada a insubordinação grave, passível de demissão.

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Abaixo, os erros:

Na letra A, decorre do poder hierárquico, o ato de comandar, de ordenar. Claro que, uma vez
inobservada, abrirá o exercício do poder disciplinar.

Na letra B, sanção discricionária? Se o servidor se recusar, a ele SERÁ aplicada uma sanção. Não
sabemos qual será, isso certeiramente. Mas que será, será, não sendo, portanto, ato discricionário.

Na letra C, a designação é sim ato administrativo. E é expressão do poder hierárquico. O normativo é


genérico e abstrato.

Na letra E, poder de polícia? A banca insiste nessa divisão entre disciplinar, hierárquico e de polícia.
Gente, o de polícia alcança particulares em geral, que não tenham vínculo especial com a Administração.

Questão 51: VUNESP


Os poderes de comando, de fiscalização e revisão de atos administrativos, assim como os poderes de
delegação e avocação de competências são expressão do poder administrativo

a) de polícia.

b) de polícia judiciária.

c) de autotutela.

d) disciplinar.

e) hierárquico.

GABARITO: E

a) de polícia. – errada.

Os poderes de comando, de fiscalização e revisão de atos administrativos, assim como os poderes de


delegação e avocação de competências são típicas expressões do poder hierárquico e não do poder de
polícia. Portanto, incorreta a alternativa, não devendo ser assinalada. Vejamos a lição de Ricardo
Alexandre e João de Deus sobre o tema:

“Com efeito, podemos afirmar que o poder de polícia consiste na faculdade conferida ao Estado de
estabelecer regras restritivas e condicionadoras do exercício de direitos e garantias individuais, tendo em
vista o interesse público.” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo Esquematizado.
1ª ed. São Paulo: Método, 2015.E-book. P. 233).

b) de polícia judiciária. – errada.

Os poderes de comando, de fiscalização e revisão de atos administrativos, assim como os poderes de


delegação e avocação de competências são típicas expressões do poder hierárquico e não do poder de
polícia judiciária. Portanto, incorreta a alternativa, não devendo ser assinalada. Vejamos a lição de
Ricardo Alexandre e João de Deus sobre o tema:

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“Antes de avançarmos no exame desse ponto, é necessário distinguir a polícia administrativa, que será
objeto deste estudo, da polícia judiciária.

Com efeito, o principal aspecto que se costuma apontar para diferenciar a polícia administrativa da polícia
judiciária é o caráter preventivo da primeira em contraposição ao caráter repressivo da segunda.
No entanto, tal distinção não é absoluta, pois a polícia administrativa, apesar de ter uma natureza
predominantemente preventiva (por exemplo: quando o poder público concede licença para a condução
de veículos automotores), também pode ser exercida para reprimir abusos (por exemplo: quando
apreende a carteira e o veículo do condutor que faz racha). Por outro lado, apesar de predominar o
aspecto repressivo da polícia judiciária (por exemplo: quando prende o autor de um homicídio), esta
também atua de forma preventiva quando, por exemplo, realiza policiamento preventivo em áreas de alta
incidência de roubos.” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo Esquematizado.1ª
ed. São Paulo: Método, 2015.E-book. P. 235).

c) de autotutela. – errada.

Os poderes de comando, de fiscalização e revisão de atos administrativos, assim como os poderes de


delegação e avocação de competências são típicas expressões do poder hierárquico e não do princípio
da autotutela. Portanto, incorreta a alternativa, não devendo ser assinalada. Vejamos a lição de Ricardo
Alexandre e João de Deus sobre o tema:

“Seguindo raciocínio semelhante, podemos dizer que à vantagem de gozar da presunção de que seus
atos são praticados em defesa do interesse público (o que lhe assegura a supremacia) corresponde o
dever da Administração de sempre buscar tal fim, sendo-lhe facultado revogar seus atos quando
inconvenientes e inoportunos.

Podemos afirmar, portanto, que a Administração deve anular seus atos ilegais e pode revogar aqueles
que considerar inoportunos ou inconvenientes, independentemente de pleito de terceiros. O poder-dever
concedido à administração de velar pela legalidade, conveniência e oportunidade dos atos que pratica é
denominado autotutela.” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo
Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método, 2015.E-book. P. 201).

d) disciplinar. – errada.

Os poderes de comando, de fiscalização e revisão de atos administrativos, assim como os poderes de


delegação e avocação de competências são típicas expressões do poder hierárquico e não do poder
disciplinar. Portanto, incorreta a alternativa, não devendo ser assinalada. Vejamos a lição de Ricardo
Alexandre e João de Deus sobre o tema:

“O poder disciplinar autoriza à Administração Pública a apurar infrações e aplicar penalidades aos
servidores públicos e às demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa. Dessa forma, somente está
sujeito ao poder disciplinar aquele que possui algum vínculo específico com a Administração, seja de
natureza funcional ou contratual. (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo
Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método, 2015.E-book. P. 225).

e) hierárquico. – certa.

Os poderes de comando, de fiscalização e revisão de atos administrativos, assim como os poderes de


delegação e avocação de competências são típicas expressões do poder hierárquico mesmo. Portanto,
correta a alternativa, devendo ser assinalada. Vejamos a lição de Ricardo Alexandre e João de Deus
sobre o tema:

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“O poder hierárquico é aquele conferido à autoridade administrativa para distribuir e escalonar funções
de seus órgãos, estabelecendo uma relação de coordenação e subordinação entre os servidores sob sua
chefia.
A estrutura organizacional da Administração se baseia em dois pressupostos fundamentais: distribuição
de competências e hierarquia.
Em razão da amplitude das competências e das responsabilidades da Administração, seria impossível
que toda a função administrativa fosse desempenhada por um único órgão ou agente. Por isso, faz-se
necessário distribuir essas competências e atribuições entre os vários órgãos e agentes que fazem parte
da Administração.

Contudo, para que essa divisão de tarefas ocorra harmoniosamente, os órgãos e agentes públicos são
organizados em graus hierárquicos, de forma que o agente que está no plano superior emita ordens e
fiscalize a atuação dos seus subordinados. Essa relação de subordinação (hierarquia) acarreta algumas
consequências, como o dever de obediência dos subordinados, a possibilidade de o superior delegar ou
avocar atribuições e, também, a de rever os atos dos seus subordinados.” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS,
João de. Direito Administrativo Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método, 2015.E-book. P. 225).

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Responsabilidade Civil do Estado
Questão 1: CEBRASPE (CESPE)

Acerca da responsabilidade civil do Estado, julgue o item a seguir.

As pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos respondem pelos seus atos que
causarem danos a particulares somente se verificado que a conduta tenha sido dolosa ou culposa.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

Aqui é suficiente a leitura do §6º do art. 37 da CF:

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos


responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Nota que as pessoas de direito privado, prestadoras de serviços públicos, como é o caso das
concessionárias, respondem de forma objetiva, ou seja, independentemente de dolo ou de culpa.

Questão 2: CEBRASPE (CESPE)

Acerca da responsabilidade civil do Estado, julgue o item a seguir.

A condenação do Estado em ação indenizatória ajuizada em razão de dano causado por servidor público
enseja a responsabilização do servidor em ação regressiva, independentemente da configuração de dolo
ou culpa na conduta.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

Nas ações de responsabilidade civil contra o Poder Público, há três polos facilmente identificados: o
particular prejudicado, o Estado e o agente público. O particular aciona judicial ou administrativamente o
Estado. O Estado reconhece a dívida e indeniza o particular.

Evidentemente, o pagamento da indenização do Estado não ficará “de graça”, de modo que agente
público causador do dano será chamado a ressarcir a Administração, desde que tenha praticado o

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ato com dolo ou com culpa. Ou seja, a ação de regresso é sempre de natureza subjetiva, por depender
de o agente público ter agido, no mínimo, com culpa.

Sobre o tema, no campo da responsabilidade civil, os estatutos dos servidores em geral dispõem que a
responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, de que resulte em
prejuízo ao erário ou a terceiros. Perceba que a responsabilidade do agente público é sempre
subjetiva, distintamente da do Estado, que, segundo o § 6.º do art. 37 da CF/1988, é do tipo objetiva,
baseada na teoria do risco administrativo.

Adicionalmente, fica a informação de que o STF pacificou a matéria sobre a impossibilidade de o particular
acionar diretamente o agente público (“ação de indenização há de ser promovida contra a pessoa jurídica
causadora do dano e não contra o agente público, em si, que só responderá perante a pessoa jurídica
que fez a reparação, mas mediante ação regressiva”).

Questão 3: FCC

Em conhecido acórdão proferido em regime de repercussão geral, versando sobre a morte de detento em
presídio − Recurso Extraordinário nº 841.526 (Tema 592) – o Supremo Tribunal Federal confirmou
decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, calcada em doutrina que, no tocante ao regime de
responsabilização estatal em condutas omissivas, distingue-a conforme a natureza da omissão. Segundo
tal doutrina, em caso de omissão específica, deve ser aplicado o regime de responsabilização

a) integral; em caso de omissão genérica, aplica-se o regime de responsabilização objetiva.

b) objetiva; em caso de omissão genérica, aplica-se o regime de responsabilização subjetiva.

c) subjetiva; em caso de omissão genérica, aplica-se o regime de responsabilização objetiva.

d) objetiva; em caso de omissão genérica, não há possibilidade de responsabilização.

e) subjetiva apenas em relação ao agente, exonerado o ente estatal de qualquer responsabilidade; em


caso de omissão genérica, aplica-se o regime de responsabilização objetiva do ente estatal.

GABARITO: B

Vejamos trecho do julgado (RE 841.526):

“(…) RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO POR MORTE DE DETENTO. ARTIGOS 5º, XLIX, E 37,
§ 6º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 1. A responsabilidade civil estatal, segundo a Constituição Federal
de 1988, em seu artigo 37, § 6º, subsume-se à teoria do risco administrativo, tanto para as condutas
estatais comissivas quanto paras as omissivas, posto rejeitada a teoria do risco integral. 2. A omissão do
Estado reclama nexo de causalidade em relação ao dano sofrido pela vítima nos casos em que o Poder
Público ostenta o dever legal e a efetiva possibilidade de agir para impedir o resultado danoso. (…)
Repercussão geral constitucional que assenta a tese de que: em caso de inobservância do seu dever
específico de proteção previsto no artigo 5º, inciso XLIX, da Constituição Federal, o Estado é responsável
pela morte do detento. (…).”

Aqui, inclusive, em nosso Manual de Direito Administrativo, trouxemos o entendimento doutrinário do


grande autor Sérgio Cavalieri, para quem:

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a) omissão específica: pressupõe um dever específico do Estado, que o obrigue a agir para impedir o
resultado danoso. Ocorre “quando o Estado estiver na condição de garante (ou de guardião) e por
omissão sua cria situação propícia para a ocorrência do evento em situação em que tinha o dever de agir
para impedi-lo”. O auto cita o exemplo da morte de detento em rebelião em presídio; o suicídio cometido
por paciente internado em hospital público, tendo o médico responsável ciência da intenção suicida do
paciente e nada fazendo para evitar; e o acidente com aluno nas dependências de escola pública.

b) omissão genérica: a inércia do Estado não se apresenta como causa direta e imediata da não
ocorrência do dano, razão pela qual deve a vítima provar que a falta do serviço concorreu para o dano. A
omissão genérica “tem lugar nas hipóteses em que não se pode exigir do Estado uma atuação
específica. O autor cita como exemplo a queda de ciclista em bueiro há muito tempo aberto em péssimo
estado de conservação, o que evidencia a culpa anônima pela falta do serviço.

Então, no caso do Acórdão do STF, só haverá responsabilidade objetiva, por conduta omissiva, se esta
tiver sido específica. Sendo a omissão genérica, a responsabilidade será baseada na teoria da culpa
anônima ou acidente administrativa ou falta do serviço, o que atrairá a responsabilidade subjetiva.

Questão 4: CEBRASPE (CESPE)

Acerca da responsabilidade civil do Estado, julgue o item a seguir.

O Estado é civilmente responsável por dano causado a particular em decorrência de má conservação de


rodovia que se encontra sob responsabilidade pública.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

Nos termos do art. 175 da CF, permite-se que o Estado, titular do serviço público, execute-o indiretamente,
no caso, por intermédio de concessionárias e permissionárias. No entanto, é só uma opção política, não
havendo impedimento de o Estado diretamente prestar os serviços, seja por sua Administração Direta,
seja pela Indireta (exemplo das estatais, como Infraero e ECT).

Portanto, no caso concreto, à semelhança do que ocorreria com uma concessionária, haverá
responsabilidade civil do Estado por ser o mantenedor da rodovia. Sua má conservação pode ser
considerada ação culposa por negligência ou imprudência, mas isso não importa para se atrair a
responsabilidade civil do Estado.

É que, entre nós, vigora a teoria do risco administrativo, segundo o previsto no §6º do art. 37 da CF. De
modo que o Estado responde ainda que a conduta fosse lícita, sendo suficiente que o particular
comprovasse a ação ou omissão estatal, o dano e o nexo direto de causalidade.

Questão 5: CEBRASPE (CESPE)

Acerca da responsabilidade civil do Estado, julgue o item a seguir.

A culpa recíproca da vítima é causa excludente da responsabilidade do Estado.

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( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

A teoria do risco administrativo impõe que o Estado responda pelos danos causados a terceiros, e
independentemente de dolo ou de culpa. Ocorre que os elementos dolo e culpa nem sempre são
desimportantes.

Veja o caso da culpa da vítima, se exclusiva, será suficiente para afastar a responsabilidade civil do
Estado.

Ocorre que, na sentença, fala-se em culpa recíproca, também conhecida como concorrente. E, por lá, se
revela tratar-se de excludente, o que é equivocado. A culpa concorrente não é excludente, funciona,
quando muito, como atenuante da responsabilidade civil do Estado.

Questão 6: CEBRASPE (CESPE)

Acerca da responsabilidade civil do Estado, julgue o item a seguir.

Uma vez que o ordenamento jurídico brasileiro adota a teoria da responsabilidade objetiva do Estado,
com base no risco administrativo, a mera ocorrência de ato lesivo causado pelo poder público à vítima
gera o dever de indenização pelo dano pessoal e(ou) patrimonial sofrido, independentemente da
caracterização de culpa dos agentes estatais ou da demonstração de falta do serviço público. Não
obstante, em caso fortuito ou de força maior, a responsabilidade do Estado pode ser mitigada ou afastada.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

No Brasil, adotamos a teoria do risco administrativo, nos termos do §6º do art. 37 da CF. Confira:

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos


responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

São elementos deste tipo de responsabilidade: conduta estatal, dano e nexo de causalidade direto. Ou
seja, o dano foi provocado pela ação estatal, isso é liame de causalidade.

No entanto, há situações que rompem com o nexo de causalidade, pelo fato de não decorrer da conduta
estatal. Veja o exemplo da culpa exclusiva da vítima. Não há conduta do Estado. Não foi culpa do Estado.
O Estado sequer contribuiu para o evento danoso. Logo, nesse caso, teremos uma excludente de
responsabilidade.

A questão que se impõe é saber a excludente pode também mitigar a responsabilidade do Estado.
Entenda “mitigar” como expressão de “atenuar” a responsabilidade do Estado.

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Tratando-se da culpa da vítima, a doutrina aponta a culpa concorrente. Ou seja, houve erro do Estado e
da vítima. Nesse caso, não temos uma excludente, mas só atenuante, uma mitigação da responsabilidade
do Estado.

O mesmo tratamento é dado ao caso fortuito. Este pode ser interno ou externo. O caso fortuito interno é
o evitável, e, por isto, não afasta a responsabilidade do Estado. E caso fortuito externo, inevitável, e,
assim, não acarreta, de regra, responsabilização do Estado.

Já a força maior é considerada, doutrinariamente, como excludente de responsabilidade. Não há, na


doutrina, apontamento para mitigação. Isso como regra.

E por que como regra? É porque o autor José dos Santos Carvalho Filho considera que caso fortuito e
força maior são eventos imprevisíveis, e, embora de regra sejam excludentes, podem só mitigar a
responsabilidade do Estado, em casos em que os danos causados forem resultantes, em conjunto, do
fato imprevisível e ação/omissão do Estado.

A banca examinadora deveria ter só um pouco mais de cautela. Adotar a literatura de José dos Santos
Carvalho Filho, autor com posicionamentos bem isolados, não parece ser um caminho prudente.

Justificativa da Banca:
A responsabilidade civil do Estado está prevista no art. 37, § 6.º, da Constituição Federal de 1988. A
assertiva foi adotada pelo STF por força do julgamento do RE 109.615-2/RJ, de relatoria do ministro Celso
de Mello.

Questão 7: VUNESP
Na hipótese de o Município vir a contratar uma empresa para prestação de serviço público, por meio de
regular processo licitatório de concessão, é correto afirmar que a responsabilidade civil da empresa
contratada, em relação aos usuários do serviço, será

a) objetiva, e a do Município será solidária.

b) subjetiva, e a do Município será subsidiária.

c) objetiva, e a do Município será subsidiária.

d) regressiva, e a do Município será subjetiva.

e) subjetiva, e a do Município será regressiva.

GABARITO: C

A questão versa sobre a Responsabilidade Civil do Estado perante os danos causados a terceiros. Nesse
contexto, em caso de danos causados pelo concessionário, a responsabilidade é objetiva da
concessionária e não do Município, este responderá somente em caráter subsidiário, conforme adverte
Alexandre Mazza (Manual de Direito Administrativo. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2019, p. 495):

Assim, a responsabilidade primária pelo ressarcimento de danos decorrentes da prestação é do


concessionário, cabendo ao Estado concedente responder em caráter subsidiário. Além de direta

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(primária), a responsabilidade do concessionário é objetiva na medida em que o pagamento da
indenização não depende da comprovação de culpa ou dolo.

Detalhe: Embora a questão fale em terceiro usuário, a responsabilidade da concessionária em relação


a terceiro não-usuário é também objetiva, pois, para o STF basta a demonstração do nexo causal
entre o ato e o dano para configuração de responsabilidade por dano a terceiro não-usuário do serviço
público. Vejamos:

CONSTITUCIONAL. RESPONSABILIDADE DO ESTADO. ART. 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO.


PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO PRESTADORAS DE SERVIÇO PÚBLICO.
CONCESSIONÁRIO OU PERMISSIONÁRIO DO SERVIÇO DE TRANSPORTE COLETIVO.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA EM RELAÇÃO A TERCEIROS NÃO-USUÁRIOS DO SERVIÇO.
RECURSO DESPROVIDO.
I - A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é
objetiva relativamente a terceiros usuários e não-usuários do serviço, segundo decorre do art. 37, § 6º,
da Constituição Federal.
II - A inequívoca presença do nexo de causalidade entre o ato administrativo e o dano causado ao
terceiro não-usuário do serviço público, é condição suficiente para estabelecer a responsabilidade
objetiva da pessoa jurídica de direito privado.
III - Recurso extraordinário desprovido.
(STF - RE: 591874 MS, Relator: Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Data de Julgamento: 26/08/2009,
Tribunal Pleno, Data de Publicação: REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO)

Portanto, como a responsabilidade civil da empresa contratada, em relação aos usuários do serviço, será
objetiva, e a do Município será subsidiária.

Questão 8: CEBRASPE (CESPE)

Quanto à responsabilidade civil por danos causados por seus agentes a terceiros, uma entidade da
administração indireta, dotada de personalidade jurídica de direito privado e exploradora de atividade
econômica estará sujeita

a) ao regime da responsabilidade civil objetiva do Estado.

b) ao regime jurídico da responsabilidade civil privada.

c) à teoria do risco administrativo.

d) à teoria da falta do serviço.

e) à teoria do risco integral.

GABARITO: D

Façamos a leitura do §6º do art. 37 da CF:

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos


responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

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Perceba que há menção às pessoas de direito privado, porém, se prestadoras de serviços públicos.

No enunciado, há menção para as empresas estatais, no entanto, interventoras no domínio econômico.


Estas não foram listadas no artigo da constituição, logo, a elas não se aplica a teoria do risco
administrativo, entendida como responsabilidade objetiva do Estado.

A elas se aplica, como regra, a responsabilidade civil privada, a qual, nos termos do CC/2002, é de
natureza subjetiva, de regra.

Questão 9: VUNESP

Considere que um Analista de Benefícios Previdenciários, durante a sua atuação profissional na


fiscalização dos benefícios concedidos, venha a causar um dano a um dos beneficiários. No que concerne
à responsabilidade civil, assinale a alternativa correta.

a) A responsabilidade civil pelo dano é objetiva e independe da comprovação de culpa do Analista de


Benefícios Previdenciários.

b) O Analista de Benefícios Previdenciários somente poderá ser responsabilizado civilmente se for


comprovado o dolo.

c) A responsabilidade civil pelo dano é objetiva e dependerá da comprovação de dolo do Analista de


Benefícios Previdenciários.

d) O Analista de Benefício Previdenciário sempre será responsabilizado, comprovando-se ou não a sua


culpa.

e) A responsabilidade civil pelo dano é subjetiva e dependerá da comprovação de dolo do Analista de


Benefícios Previdenciários.

GABARITO: A

a) A responsabilidade civil pelo dano é objetiva e independe da comprovação de culpa do Analista de


Benefícios Previdenciários.

Vigora, no Brasil, a teoria do risco administrativo, conforme previsto no §6º do art. 37 da CF. Confira:

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos


responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Nota que pouco importa se o ato do agente público foi ou não lícito, é suficiente para o particular
prejudicado demonstrar que o dano decorreu da conduta estatal, enfim, demonstrar o nexo direto de
causalidade.

Os demais itens estão errados:

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b) O Analista de Benefícios Previdenciários somente poderá ser responsabilizado civilmente se for
comprovado o dolo.

Perceba, pela CF, parte final, que a responsabilidade do agente é subjetiva, dependente de dolo e
também de culpa. O que a doutrina nomina de culpa em sentido amplo.

c) A responsabilidade civil pelo dano é objetiva e dependerá da comprovação de dolo do Analista de


Benefícios Previdenciários.

Ser objetiva quer significar exatamente que não depende da comprovação de dolo ou culpa do agente
público.

d) O Analista de Benefício Previdenciário sempre será responsabilizado, comprovando-se ou não a sua


culpa.

Só será responsabilizado subjetivamente, o Estado precisa, na ação regressiva, demonstrar que agiu com
dolo ou no mínimo como culpa.

e) A responsabilidade civil pelo dano é subjetiva e dependerá da comprovação de dolo do Analista de


Benefícios Previdenciários.

É objetiva, conforme previsto no §6º do art. 37.

Questão 10: CEBRASPE (CESPE)

Acerca da responsabilidade civil do Estado, julgue o item a seguir.

Historicamente, a responsabilidade civil do Estado evoluiu a partir da teoria da irresponsabilidade civil do


Estado, passando por um período no qual predominaram teorias de responsabilidade subjetiva.
Atualmente, encontra-se sedimentada e prevalecente a teoria da responsabilidade objetiva do Estado.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

Diversas são as concepções doutrinárias a respeito da evolução da responsabilidade, a qual se


apresenta, resumidamente, em cinco teorias, indo da irresponsabilidade do Estado (fase das regalias
e feudalismo) até a teoria do risco integral (o Estado como “segurador universal”).

Pela teoria da irresponsabilidade, também chamada de feudal ou regalista, o Estado nem sempre foi
responsabilizado pelos atos danosos de seus agentes públicos. No período do absolutismo monárquico,
por exemplo, vigorou a ideia de que o rei era o Estado (“L’État c’est moi”), verdadeira representação divina
na terra, e por ser Deus infalível, não havia limitações ao poder do soberano. Aplicavam-se as máximas:
“The King can do no wrong” e “le roi ne peut mal faire” (o rei não pode errar) e “Quod principi placuit habet
legis vigorem” (o que agrada ao príncipe tem força de lei).

Em termos evolutivos, logo a seguir, tivemos duas etapas de natureza subjetiva, sendo a primeira civilista,
a segunda de natureza publicística.

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Em meados do século XIX, surgiu a teoria da responsabilidade com culpa civil do Estado, superando-se
a teoria da irresponsabilidade. Nesse caso, o Estado responderia pelos prejuízos decorrentes de seus
atos de gestão praticados pelos agentes públicos, por serem atos desprovidos de supremacia estatal. E,
para os atos de império, em que havia uma posição privilegiada do Estado em relação aos particulares,
o Estado mantinha-se irresponsável.

Surgiu, depois, a teoria da culpa anônima ou acidente administrativo, faute du service para os franceses,
para contornar a necessidade de se nomear o agente público. Portanto, o principal acréscimo foi quanto
à desnecessidade de se fazer diferença entre os atos de império e os de gestão, competindo ao
interessado provar a culpa do Estado, mesmo que não fosse possível identificar o agente causador
do prejuízo.

E, atualmente, vigora nos termos do §6º do art. 37 da CF, a teoria do risco administrativo, de natureza
objetiva. A teoria objetiva ou teoria da responsabilidade sem culpa é mais apropriada à realidade do
Direito Administrativo, pois afasta a necessidade de o administrador comprovar dolo ou culpa por parte
do agente público, e fundamenta o dever de indenizar na noção de risco.

Questão 11: CEBRASPE (CESPE)

Acerca da responsabilidade civil do Estado, assinale a opção correta.

a) É vedado ao Estado realizar pagamento administrativo de dano causado a terceiro, devendo aguardar
eventual condenação em ação judicial para proceder ao pagamento mediante precatório.

b) O Estado não deve indenizar prejuízos oriundos de alteração de política econômico-tributária caso
não se tenha comprometido previamente por meio de planejamento específico.

c) A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso público gera direito a indenização caso se
comprove cabalmente erro da administração pública.

d) A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é
objetiva relativamente a terceiros usuários, mas subsidiária para não usuários.

e) O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados de empresa terceirizada não gera
responsabilidade solidária do poder público, mas tão somente subsidiária.

GABARITO: B

b) O Estado não deve indenizar prejuízos oriundos de alteração de política econômico-tributária caso
não se tenha comprometido previamente por meio de planejamento específico.

Nem todas as condutas estatais são geradoras de responsabilidade civil, ainda que sejam geradoras de
prejuízos aos particulares. Por exemplo, no REsp 1492832/DF, afastou-se o dever de indenizar do
Estado pelos danos financeiros ao setor privado decorrentes da alteração de política econômica-tributária,
afinal o ente público não se comprometeu, formal e previamente, por meio de determinado planejamento
específico.

No caso concreto, com finalidade extrafiscal, Portaria Ministerial, ao diminuir para 20% a alíquota do
imposto de importação para os produtos nela relacionados, provocou impacto econômico-financeiro sobre
a produção e a comercialização de mercadorias pelas sociedades empresárias. Tal alteração da alíquota

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de tributos decorre do risco da atividade próprio da álea econômica de cada ramo produtivo, não havendo,
portanto, direito subjetivo quanto à indenização.

Os demais itens estão errados:

a) É vedado ao Estado realizar pagamento administrativo de dano causado a terceiro, devendo aguardar
eventual condenação em ação judicial para proceder ao pagamento mediante precatório.

O Estado não precisa aguardar que o particular ingresse com ação judicial. Inclusive, é muito comum os
acordos administrativos prévios ao ingresso no judiciário. Veja o exemplo fatídico da Escola de Realengo,
Tarso da Silveira. Várias das famílias decidiram receber a indenização diretamente do município, abrindo
mão da ação judicial. E no mundo ideal, se o Estado reconhece seu erro, é muito melhor para todos, afinal
o Estado também gasta recursos em se defender no Judiciário.

c) A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso público gera direito a indenização caso se
comprove cabalmente erro da administração pública.

Esclareça-se que a nomeação tardia a cargo público em decorrência de decisão judicial não gera direito
à indenização. Não é possível o pagamento de valor equivalente à remuneração sem o exercício efetivo
do cargo, ainda que a título de indenização. Este é o entendimento do STJ (REsp 949.072/RS) e do STF
(RE 724.347/DF). Todavia, fica a informação de que tais precedentes não são uniformes, como demonstra
a mais recente decisão adotada pelo STF no RE 629392/MT (ano de 2017).

JULGAMENTO
STF – RE 629392/MT
A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso público, por meio de ato judicial, à qual
atribuída eficácia retroativa, confere direito à indenização equivalente às remunerações que teriam sido
percebidas e à contagem retroativa do tempo de serviço, porém, não gera direito às promoções ou
progressões funcionais.
Para o STF, a promoção ou a progressão funcional – a depender do caráter da movimentação, se vertical
ou horizontal – não se resolve apenas mediante o cumprimento do requisito temporal. Pressupõe a
aprovação em estágio probatório e a confirmação no cargo, bem como o preenchimento de outras
condições indicadas na legislação ordinária.

d) A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é
objetiva relativamente a terceiros usuários, mas subsidiária para não usuários.

Na verdade, para o STF, a responsabilidade é objetiva tanto em relação aos usuários como terceiros,
enfim, os que não ostentem a qualidade de usuários.

e) O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados de empresa terceirizada não gera
responsabilidade solidária do poder público, mas tão somente subsidiária.

Item mais perigoso. Na verdade, não gera também, de regra, responsabilidade subsidiária. Para o STF,
não há responsabilidade subsidiária presumida ou automática. O particular deverá comprovar que o
Estado agiu, no mínimo, com culpa.

Questão 12: CEBRASPE (CESPE)


Acerca da responsabilidade civil do Estado e de improbidade administrativa, julgue o item seguinte.

A responsabilidade civil da pessoa jurídica de direito público pelos atos causados por seus agentes é
objetiva, enquanto a responsabilidade civil dos agentes públicos é subjetiva.

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( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

A responsabilidade objetiva é a que independe da comprovação de dolo ou de culpa. Já a subjetiva fica


a depender da demonstração de o ato ser ilícito.

Então, a responsabilidade do Estado é mesmo objetiva? Sim. Atualmente, o § 6.º do art. 37 da CF/1988
estabelece a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de Direito Público e das pessoas de Direito
Privado, neste último caso, se prestadoras de serviços públicos. A CF/1988 reconheceu,
expressamente, a teoria do risco administrativo, que, por se aplicar independentemente da
existência de culpa ou de dolo, é de natureza objetiva:

“§ 6.º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”

E a dos agentes públicos? Veja a parte final do dispositivo acima reproduzido. Nota que a ação de
regresso do Estado contra o agente só e somente se houver dolo ou culpa. Ou seja, estamos diante de
responsabilidade subjetiva.

Questão 13: FGV

Rafael, funcionário da concessionária prestadora do serviço público de fornecimento de gás canalizado,


realizava reparo na rede subterrânea, quando deixou a tampa do bueiro aberta, sem qualquer sinalização,
causando a queda de Sônia, transeunte que caminhava pela calçada.

Sônia, que trabalha como faxineira diarista, quebrou o fêmur da perna direita em razão do ocorrido e ficou
internada no hospital por 60 dias, sem poder trabalhar.

Após receber alta, Sônia procurou você, como advogado(a), para ajuizar ação indenizatória em face

a) da concessionária, com base em sua responsabilidade civil objetiva, para cuja configuração é
desnecessária a comprovação de dolo ou culpa de Rafael.

b) do Estado, como poder concedente, com base em sua responsabilidade civil direta e subjetiva, para
cuja configuração é prescindível a comprovação de dolo ou culpa de Rafael.

c) de Rafael, com base em sua responsabilidade civil direta e objetiva, para cuja configuração é
desnecessária a comprovação de ter agido com dolo ou culpa, assegurado o direito de regresso contra a
concessionária.

d) do Município, como poder concedente, com base em sua responsabilidade civil objetiva, para cuja
configuração é imprescindível a comprovação de dolo ou culpa de Rafael.

GABARITO: A

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a) da concessionária, com base em sua responsabilidade civil objetiva, para cuja configuração é
desnecessária a comprovação de dolo ou culpa de Rafael.

Que tal a leitura do §6º do art. 37 da CF? Vamos lá:

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos


responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Trata da responsabilidade objetiva do Estado, mas também dos que façam as vezes do Estado. Não
entendi, Professor! Façam as vezes?! Sim, o Estado é titular do serviço público, porém, nos termos do
art. 175 da CF, pode outorgar a particulares concessões e permissões, mediante prévia licitação.

Logo, teremos pessoas de Direito Privado, prestadoras de serviços públicos. O que confere, exatamente,
com a parte final do §6º do art. 37 da CF. Portanto, no caso concreto, o advogado entrará com ação
diretamente contra a concessionária.

Inclusive, fica a dica de que, para o STF, a responsabilidade de tais prestadoras é objetiva em relação a
seus usuários e também àqueles que não ostentem essa qualidade, como é o caso dos terceiros (exemplo
da nossa questão).

Vejamos os erros nos demais itens:

b) do Estado, como poder concedente, com base em sua responsabilidade civil direta e subjetiva, para
cuja configuração é prescindível a comprovação de dolo ou culpa de Rafael.

O Estado não assume diretamente a responsabilidade civil pelos danos. Confira:

Art. 25. Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-lhe responder por todos os
prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida
pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsabilidade.
§ 1o Sem prejuízo da responsabilidade a que se refere este artigo, a concessionária poderá contratar com
terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço
concedido, bem como a implementação de projetos associados.
§ 2o Os contratos celebrados entre a concessionária e os terceiros a que se refere o parágrafo anterior
reger-se-ão pelo direito privado, não se estabelecendo qualquer relação jurídica entre os terceiros e o
poder concedente.
§ 3o A execução das atividades contratadas com terceiros pressupõe o cumprimento das normas
regulamentares da modalidade do serviço concedido.

O que pode acontecer, no caso concreto, é a concessionária não ter condições de honrar com as dívidas
e o Estado vir a responder de forma subsidiária.

c) de Rafael, com base em sua responsabilidade civil direta e objetiva, para cuja configuração é
desnecessária a comprovação de ter agido com dolo ou culpa, assegurado o direito de regresso contra a
concessionária.

O direito de regresso é contra o agente público e não contra a pessoa jurídica. Inclusive, fica a dica de
que, na jurisprudência do STF, fixou-se a orientação com repercussão geral de que o particular deve

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acionar, diretamente, o Estado ou pessoa jurídica, e, só regressivamente, é que o agente público será
acionado.

d) do Município, como poder concedente, com base em sua responsabilidade civil objetiva, para cuja
configuração é imprescindível a comprovação de dolo ou culpa de Rafael.

Como sobredito, a responsabilidade é da concessionária. E, ainda que não houvesse concessionária, não
teria como imputar responsabilidade ao município, isto porque, constitucionalmente, compete aos Estados
a prestação dos serviços de gás canalizado.

Questão 14: FCC


Uma viatura policial do Estado, em perseguição a um criminoso, atropelou um pedestre que se encontrava
na calçada. Nesse caso, acerca do regime de responsabilidade do Estado, aplica-se a responsabilidade

a) objetiva, sujeita a pretensão de reparação à prescrição quinquenal.

b) subjetiva, sendo a pretensão de reparação de natureza imprescritível.

c) subsidiária, sujeita a pretensão de reparação à prescrição decenal.

d) objetiva, sujeita a pretensão de reparação à prescrição trienal.

e) integral, sujeita a pretensão de reparação à prescrição vintenária.

GABARITO: A

Assim prevê o §6º do art. 37 da CF:

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos


responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Nota que a conduta do Estado pode ser lícita ou ilícita. Para a caracterização da responsabilidade, são
elementos: conduta, dano e nexo de causalidade.

Trata-se de responsabilidade do tipo objetiva, portanto.

No caso concreto, a perseguição é ato lícito, mas isso não afasta o dever de indenizar terceiro
prejudicado. E, na espécie, o Estado, ainda que condenado, não terá como acionar regressivamente o
seu agente público, podendo este alegar o estrito cumprimento do dever legal para não ter contra ele uma
ação de regresso.

E, Professor, qual é o prazo prescricional? Se fossemos seguir o CC/2002, três anos. Mas é uma regra
de Direito Público, logo, o prazo é quinquenal, cuidado!

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Questão 15: FCC
Considere a seguinte situação.

Em uma determinada metrópole, há duas linhas de trem metropolitano: uma é operada por uma empresa
privada, mediante regime contratual de concessão, e o sistema de condução dos trens é totalmente
automatizado, sem maquinistas ou operadores manuais; na outra linha, gerida por empresa estatal, os
trens são conduzidos por maquinistas.

Em caso de ocorrência de acidentes envolvendo usuários em cada uma dessas linhas, é correto concluir
que será aplicado o regime de responsabilidade

a) subjetivo, em ambas as situações.

b) objetivo, em ambas as situações.

c) subjetivo na linha gerida pela concessionária e objetivo na linha gerida pela empresa estatal.

d) objetivo na linha gerida pela concessionária e subjetivo na linha gerida pela empresa estatal.

e) integral, em ambas as situações.

GABARITO: B

A questão versa sobre a Responsabilidade Civil do Estado perante os danos causados a terceiros. Nesse
contexto, observe que a a primeira pessoa jurídica citada no enunciado é uma concessionária que presta
serviço público de transporte urbano. Da mesma forma, a empresa estatal presta serviços públicos de
transporte.

Com efeito, as concessionárias, as permissionárias, as sociedades de economia mista e as empresas


públicas exploradoras de atividade econômica e respondem pelos danos causados por seus agentes
da mesma forma que respondem as demais pessoas privadas, ou seja, de forma subjetiva.

Diferentemente, do que ocorre com as concessionárias, as permissionárias, as empresas públicas e as


sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos, que respondem objetivamente. É
o que podemos extrair da doutrina de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo
Descomplicado. 23. ed. São Paulo: Método, 2015, p. 851):

O primeiro ponto relevante a examinar diz respeito às pessoas a que está endereçada a regra de
responsabilidade objetiva contida no § 6.º do art. 37 da Carta Política: ela alcança todas as pessoas
jurídicas de direito público - administração direta, autarquias e fundações de direito público -,
independentemente das atividades que exerçam, e, também, todas as pessoas jurídicas de direito
privado prestadoras de serviços públicos - o que inclui as empresas públicas e as sociedades de
economia mista prestadoras de serviços públicos, as fundações públicas com personalidade jurídica
de direito privado que prestem serviços públicos e, ainda, as pessoas privadas, não integrantes da
administração pública, delegatárias de serviços públicos (concessionárias, permissionárias e
detentoras de autorização de serviços públicos). Ressalte-se que não estão abrangidas pelo § 6º
do art. 37 as empresas públicas e as sociedades de economia mista exploradoras de atividade
econômica. Estas respondem sem quaisquer peculiaridades pelos danos que seus agentes causarem a
terceiros, isto é, respondem da mesma forma que as demais pessoas privadas, regidas pelo direito civil
ou pelo direito comercial.

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Portanto, como ambas prestam serviços público, embora possuam personalidade jurídica de direito
privado, será aplicado o regime de responsabilidade objetivo, em ambas as situações.

Questão 16: FCC


No tocante à responsabilidade extracontratual do Estado, as seguintes teorias foram adotadas em
determinado momento histórico:

1. Teoria do risco administrativo, propiciando a responsabilidade objetiva do Estado;


2. Teoria da irresponsabilidade, afastando a responsabilidade do Estado;
3. Teoria civilista da culpa, propiciando a responsabilidade subjetiva, baseada na culpa in eligendo e culpa
in vigilando em relação aos agentes causadores do dano;
4. Teoria da culpa do serviço, propiciando a responsabilidade subjetiva, baseada na culpa anônima do
serviço público.

Do ponto de vista evolutivo, tais teorias se sucederam na seguinte sequência:

a) 1, 2, 3 e 4.

b) 2, 3, 4 e 1.

c) 4, 3, 2 e 1.

d) 2, 3, 1 e 4.

e) 3, 2, 4 e 1.

GABARITO: B

Vejamos a evolução, passo a passo.

A irresponsabilidade do Estado (teoria regalista ou feudal)

O Estado nem sempre foi responsabilizado pelos atos danosos de seus agentes públicos. No período do
absolutismo monárquico, por exemplo, vigorou a ideia de que o rei era o Estado (“L’État c’est moi”),
verdadeira representação divina na terra, e por ser Deus infalível, não havia limitações ao poder do
soberano. Aplicavam-se as máximas: “The King can do no wrong” e “le roi ne peut mal faire” (o rei não
pode errar) e “Quod principi placuit habet legis vigorem” (o que agrada ao príncipe tem força de lei).

A responsabilidade com culpa civil do Estado (teoria civilista)

Em meados do século XIX, surgiu a teoria da responsabilidade com culpa civil do Estado, superando-se
a teoria da irresponsabilidade. Nesse caso, o Estado responderia pelos prejuízos decorrentes de seus
atos de gestão praticados pelos agentes públicos, por serem atos desprovidos de supremacia estatal. E,
para os atos de império, em que havia uma posição privilegiada do Estado em relação aos particulares,
o Estado mantinha-se irresponsável.

Nesse contexto, fala-se na responsabilização do Estado baseada em sua dupla personalidade.


Enquanto produtor de atos de império (Direito Público), irresponsável; já quando da prática de atos de
gestão (Direito Privado), responsável civilmente.

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Essa teoria da dupla personalidade é reconhecida, doutrinariamente, como teoria do fisco. O fisco
representaria uma entidade diversa da pessoa do monarca, sendo responsável pelas atividades de
caráter privado do Estado (os atos de gestão – jus gestionis), em igualdade de condições, portanto, com
os particulares, e, por isso, submetidas à responsabilização pelos tribunais comuns.

A responsabilidade pela “culpa do serviço” (teoria da culpa anônima ou administrativa)

Uma vez comprovada a conduta de agente público do Estado, como decorrência de ato de gestão, por
ato doloso ou culposo, a teoria civilista era aplicada. A questão que se impôs foi como conseguir
reparação pelos danos provocados pela omissão estatal, exemplo dos prejuízos advindos de eventos da
natureza.

Nesse contexto, surgiu a teoria da culpa anônima ou acidente administrativo, faute du service para os
franceses, para contornar a necessidade de se nomear o agente público. Portanto, o principal acréscimo
foi quanto à desnecessidade de se fazer diferença entre os atos de império e os de gestão, competindo
ao interessado provar a culpa do Estado, mesmo que não fosse possível identificar o agente
causador do prejuízo.

A referida teoria da culpa administrativa ou anônima pode se consumar de três modos diversos:

1. o serviço não existe;

2. o serviço existe, funciona bem, porém, atrasou-se;

3. o serviço existe, porém, funcionou mal.

A responsabilidade objetiva do Estado (teoria do risco administrativo)

Para Alexandre Mazza, a teoria objetiva ou teoria da responsabilidade sem culpa é mais apropriada
à realidade do Direito Administrativo, pois afasta a necessidade de o administrador comprovar dolo ou
culpa por parte do agente público, e fundamenta o dever de indenizar na noção de risco.

Quem presta um serviço público assume o risco dos prejuízos que eventualmente causar,
independentemente da existência de culpa ou dolo. A teoria objetiva baseia-se na ideia de solidariedade
social, distribuindo entre a coletividade os encargos decorrentes de prejuízos especiais que oneram
determinados particulares. É por isso, também, que a doutrina associa tal teoria às noções de partilha
de encargos e justiça distributiva. Atualmente, esta teoria é encontrada no § 6.º do art. 37 da CF/1988.

Questão 17: FGV


João, Técnico Judiciário do Tribunal de Justiça do Ceará, no exercício de suas funções, praticou, por
negligência, ato ilícito que causou dano a Maria, parte em determinado processo judicial. Maria buscou
atendimento na Defensoria Pública e ajuizou ação indenizatória, em cujo curso restou comprovada a
culpa concorrente entre a particular e o agente público.

No caso narrado, o pleito de Maria deve ser julgado:

a) improcedente, porque a autora da ação concorreu para o resultado danoso, fato que exclui a
responsabilidade civil estatal;

b) improcedente, porque o agente público João não agiu de forma dolosa ou com má-fé, fato que exclui
a responsabilidade civil estatal;

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c) procedente, incidindo a responsabilidade civil objetiva do Estado, havendo redução do valor
indenizatório a ser pago pelo Estado do Ceará, em razão da culpa concorrente;

d) procedente, incidindo a responsabilidade civil subjetiva do Estado do Ceará, devendo o valor


indenizatório ser fixado de acordo com o princípio da proporcionalidade;

e) procedente, incidindo a responsabilidade civil subjetiva do Poder Judiciário do Ceará, devendo o valor
indenizatório ser fixado de acordo com o princípio da proporcionalidade.

GABARITO: C

A questão versa acerca da Responsabilidade Civil do Estado. Nesse contexto, note que, como
houve culpa concorrente entre a particular e o agente público, o pleito deverá ser julgado procedente,
incidindo a responsabilidade civil objetiva do Estado, havendo redução do valor indenizatório a ser pago
pelo Estado do Ceará, em razão da culpa concorrente.

A culpa concorrente é um fator de mitigação da responsabilidade do Estado com a indenização, no


entanto não a exclui totalmente, apenas mitiga a culpa da administração em face da parcela de culpa do
particular ao contribuir para a ocasião do sinistro. Assim, como deve haver uma análise culpas, a o
quantum de responsabilidade de cada um (administração e administrado) será resolvido com base na
teoria subjetiva, conforme informa Alexandre Mazza (Manual de Direito Administrativo. 6. ed. São
Paulo: Saraiva, 2016, p. 531-532):

Nos casos de culpa concorrente, a questão se resolve com a produção de provas periciais para determinar
o maior culpado. Da maior culpa, desconta-se a menor, realizando um processo denominado
compensação de culpas. A culpa concorrente não é excludente da responsabilidade estatal, como ocorre
com a culpa exclusiva da vítima. Na verdade, a culpa concorrente é fator de mitigação ou causa
atenuante da responsabilidade. Diante da necessidade de discussão sobre culpa ou dolo, nos casos
de culpa concorrente aplica-se a teoria subjetiva;

Analisando os demais itens, temos o seguinte:

a) improcedente, porque a autora da ação concorreu para o resultado danoso, fato que exclui a
responsabilidade civil estatal;

Incorreto. O pedido deverá ser julgado procedente, uma vez que a culpa concorrente não exclui a
responsabilidade civil estatal, apenas mitiga a parcela de culpa do Estado, conforme visto acima.

b) improcedente, porque o agente público João não agiu de forma dolosa ou com má-fé, fato
que exclui a responsabilidade civil estatal;

Incorreto. O particular atingido pela conduta lesiva ao seu patrimônio poderá pleitear a reparação dos
danos sofridos com base na teoria da responsabilidade objetiva do Estado, sob a modalidade do risco
administrativo. Esta Teoria aduz que não se há que cogitar culpa da administração ou de seus agentes,
bastando a demonstração do nexo causal ao dano sofrido, conforme explica Hely Lopes Meirelles (Direito
Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 781):

Aqui não se cogita da culpa da Administração ou de seus agentes, bastando que a vítima demonstre o
fato danoso e injusto ocasionado por ação ou omissão do Poder Público. Tal teoria, como o nome está a
indicar, baseia-se no risco que a atividade pública gera para os administrados e na possibilidade de
acarretar dano a certos membros da comunidade, impondo-lhes um ônus não suportado pelos demais.

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d) procedente, incidindo a responsabilidade civil subjetiva do Estado do Ceará, devendo o valor
indenizatório ser fixado de acordo com o princípio da proporcionalidade;

Incorreto. Conforme vimos, deverá incidir a responsabilidade civil OBJETIVA do Estado do Ceará.

e) procedente, incidindo a responsabilidade civil subjetiva do Poder Judiciário do Ceará, devendo


o valor indenizatório ser fixado de acordo com o princípio da proporcionalidade.

Incorreto. Conforme vimos, deverá incidir a responsabilidade civil OBJETIVA do Estado do Ceará.

Questão 18: FCC


Considere que um servidor municipal, ao efetuar a vistoria de um imóvel, no curso do procedimento de
concessão de licença de funcionamento de um restaurante, tenha provocado danos de grande monta nos
revestimentos e acabamentos em decorrência da realização de testes de higidez feitos de forma
inadequada. Diante desse cenário, o

a) município possui responsabilidade objetiva pelos prejuízos sofridos pelo particular, descabendo
responsabilidade civil do servidor que tenha ocasionado o dano, salvo na hipótese de conduta dolosa.

b) servidor responde administrativamente por potencial infração disciplinar e pode ser acionado por
perdas e danos, não havendo, contudo, responsabilidade civil do município pelos prejuízos sofridos pelo
particular.

c) município poderá ser responsabilizado civilmente pelos prejuízos sofridos pelo particular, desde que
comprovado o dolo ou culpa do servidor, ou conduta abusiva da Administração.

d) município poderá ser responsabilizado pelos prejuízos causados pelo servidor, exclusivamente em
caráter subsidiário, caso o patrimônio deste não seja suficiente para suportar a indenização
correspondente.

e) município é responsável pelos danos comprovadamente sofridos pelo proprietário em razão da ação
do servidor, independente da comprovação de culpa ou dolo do mesmo.

GABARITO: E

Considere que um servidor municipal, ao efetuar a vistoria de um imóvel, no curso do procedimento


de concessão de licença de funcionamento de um restaurante, tenha provocado danos de grande
monta nos revestimentos e acabamentos em decorrência da realização de testes de higidez feitos de
forma inadequada. Diante desse cenário, o

E) município é responsável pelos danos comprovadamente sofridos pelo proprietário em razão da ação
do servidor, independente da comprovação de culpa ou dolo do mesmo.

CORRETO. O município, pessoa jurídica de direito público, possui responsabilidade civil objetiva,
uma vez que o estado adota a teoria do risco administrativo. Conforme dispõe a Constituição em seu
artigo 37:

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“§ 6º. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem à terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”

As demais alternativas:

A) município possui responsabilidade objetiva pelos prejuízos sofridos pelo particular, descabendo
responsabilidade civil do servidor que tenha ocasionado o dano, salvo na hipótese de conduta dolosa.

ERRADO. Como vimos acima, o direito de regresso contra o servidor responsável é cabível em casos
de dolo ou culpa.

B) servidor responde administrativamente por potencial infração disciplinar e pode ser acionado por
perdas e danos, não havendo, contudo, responsabilidade civil do município pelos prejuízos sofridos pelo
particular.

ERRADO. O município responde de forma objetiva, só precisa ser comprovado o nexo de causalidade
entre a conduta e o dano (Celso Antônio Bandeira de Melo).

C) município poderá ser responsabilizado civilmente pelos prejuízos sofridos pelo particular, desde que
comprovado o dolo ou culpa do servidor, ou conduta abusiva da Administração.

ERRADO. Só é necessária a comprovação do nexo de causalidade entre a conduta e o dano (Celso


Antônio Bandeira de Melo).

D) município poderá ser responsabilizado pelos prejuízos causados pelo servidor, exclusivamente em
caráter subsidiário, caso o patrimônio deste não seja suficiente para suportar a indenização
correspondente.

ERRADO. O município responde de forma objetiva.

Questão 19: CEBRASPE (CESPE)


Considere as seguintes situações hipotéticas.

I João, agente de uma fundação pública de direito público, no exercício de suas funções, causou dano a
terceiro.

II Pedro, agente de sociedade de economia mista exploradora de atividade econômica, no exercício de


suas funções, causou dano a terceiro.

III Antônio, agente de empresa privada prestadora de serviços públicos, no exercício de suas funções,
causou dano a terceiro.

Assinale a opção que apresenta, na ordem em que aparecem, as formas de responsabilidades das
referidas pessoas jurídicas pelos danos causados por João, Pedro e Antônio.

a) objetiva / objetiva / objetiva

b) objetiva / objetiva / subjetiva

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c) objetiva / subjetiva / objetiva

d) subjetiva / objetiva / objetiva

e) subjetiva / subjetiva / objetiva

GABARITO: C

Considere as seguintes situações hipotéticas.

I João, agente de uma fundação pública de direito público, no exercício de suas funções, causou
dano a terceiro.

A fundação pública de direito público é entidade integrante da Administração Indireta, sendo


sua responsabilidade objetiva, fundada na teoria do risco administrativo.

Dessa forma, a fundação responde objetivamente pelos danos causados por João, cabendo seu direito
de regresso, como ensina o art. 37, §6º da CF:

Art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

II Pedro, agente de sociedade de economia mista exploradora de atividade econômica, no


exercício de suas funções, causou dano a terceiro.

As sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica são pessoas jurídicas de direito
privado, que se sujeitam parcialmente ao regime de direito público.

Sua responsabilidade civil, todavia, sujeita-se às regras de direito privado, ou seja, seus agentes
submetem-se à responsabilização subjetiva, não respondendo a sociedade de economia mista pelas
atos desses.

Veja o que ensina o art. 173, §1º, II da CF:

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica
pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante
interesse coletivo, conforme definidos em lei.

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas
subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação
de serviços, dispondo sobre:

II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;

III Antônio, agente de empresa privada prestadora de serviços públicos, no exercício de suas
funções, causou dano a terceiro.

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As concessionárias de serviço público submetem-se à responsabilidade objetiva prevista no art. 37,
§6º da CF.

Dessa forma, respondem pelos atos danosos que seus agentes causem a terceiros, cabendo direito de
regresso em casos de dolo ou culpa.

Sendo assim, a ordem correta é: objetiva / subjetiva / objetiva.

Questão 20: CEBRASPE (CESPE)


No que diz respeito a desvio e excesso de poder e à responsabilidade civil do Estado, julgue o item
subsecutivo.

É possível responsabilizar a administração pública por ato omissivo do poder público, desde que seja
inequívoco o requisito da causalidade, em linha direta e imediata, ou seja, desde que exista o nexo de
causalidade entre a ação omissiva atribuída ao poder público e o dano causado a terceiro.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

A assertiva está em conformidade com o entendimento jurisprudencial e doutrinário dominante. A título


de exemplo, vejam-se os seguintes julgados do STF: RE 372.472/RN,; RE 409.203/RS, STA 223/PE,
Ag.Reg., RE 580.252/MS, e RE 598.356/SP.

Em algumas situações bem peculiares, o STF vem reconhecendo a responsabilidade objetiva do


Estado.

“Responsabilidade civil do Estado. Art. 37, § 6.º, da Constituição do Brasil. Latrocínio cometido por
foragido. Nexo de causalidade configurado. Precedente. A negligência estatal na vigilância do criminoso,
a inércia das autoridades policiais diante da terceira fuga e o curto espaço de tempo que se seguiu antes
do crime são suficientes para caracterizar o nexo de causalidade. Ato omissivo do Estado que enseja a
responsabilidade objetiva nos termos do disposto no art. 37, § 6.º, da Constituição do Brasil” (RE
573595/RS).

Conforme entendimentos jurisprudenciais, o Estado tem responsabilidade pelas pessoas sob sua
custódia e guarda (exemplo dos presidiários, dos estudantes e dos internados em hospitais públicos).
Nessas situações, haverá, de regra, a responsabilidade objetiva do Estado, mesmo que o prejuízo não
decorra de ação direta de um agente do Poder Público. Quando o Estado estiver no papel de garantidor
da integridade de pessoas, responderá com base no § 6.º art. 37 da CF/1988, ou seja, de modo objetivo.

Questão 21: VUNESP


Tendo em vista o entendimento da Jurisprudência acerca da responsabilidade civil do Estado,
é correto afirmar que

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a) a responsabilidade civil do Estado por condutas omissivas é subjetiva, devendo ser comprovados a
culpa do agente ou falha do serviço, o dano e o nexo de causalidade.

b) a responsabilidade civil do Estado é subjetiva em razão das lesões sofridas por vítima baleada em
razão de tiroteio ocorrido entre policiais e assaltantes.

c) a responsabilidade civil do Estado é subjetiva em razão do suicídio de preso ocorrido no interior de


estabelecimento prisional.

d) o Estado não responde civilmente por atos ilícitos praticados por foragidos do sistema penitenciário,
mesmo quando os danos decorrem direta ou imediatamente do ato de fuga.

e) nas ações de responsabilidade civil do Estado, é necessária a denunciação da lide ao suposto agente
público causador do ato lesivo.

GABARITO: A

A questão versa sobre a Responsabilidade Civil do Estado perante os danos causados a terceiros. Nesse
contexto, vamos analisar os itens para encontrar a resposta incorreta, conforme exigência da questão.

a) a responsabilidade civil do Estado por condutas omissivas é subjetiva, devendo ser


comprovados a culpa do agente ou falha do serviço, o dano e o nexo de causalidade.

Correto. A responsabilização pela ausência (ou falta) do serviço é oriunda da Teoria da Culpa
Administrativa, a qual se verifica a responsabilidade por omissão, que é subjetiva, devendo-se averiguar
a culpa em sentido amplo, a qual se funda na teoria da culpa administrativa. Nesse sentido, confira-se
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo Descomplicado. 23. ed. São Paulo: Método,
2015, p. 856):

Nessas hipóteses, segundo a citada jurisprudência, responde o Estado com base na teoria da culpa
administrativa. Trata-se, portanto, de modalidade de responsabilidade civil subjetiva, mas à pessoa que
sofreu o dano basta provar (o ônus da prova é dela) que houve falta na prestação de um serviço que
deveria ter sido prestado pelo Estado, provando, também, que existe nexo causal entre o dano e essa
omissão estatal.

b) a responsabilidade civil do Estado é subjetiva em razão das lesões sofridas por vítima baleada
em razão de tiroteio ocorrido entre policiais e assaltantes.

Incorreto. Nestes casos, de acordo com a jurisprudência do STF e do STJ, a responsabilidade civil é
objetiva do Estado. Vejamos a ementa do julgado:

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. AUSÊNCIA DE


PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA N. 282/STF. TIROTEIO ENVOLVENDO POLICIAL MILITAR
DENTRO DE ÔNIBUS. VÍTIMA BALEADA. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO OBJETIVA.
DEVER DE INDENIZAR PRESENTE. RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESSA
PARTE, PROVIDO. 1. Não houve apreciação pelo Corte de origem sobre os dispositivos legais
supostamente violados, o que impossibilita o julgamento do recurso neste aspecto, por ausência de
prequestionamento, nos termos da Súmula n. 282/STF. 2. Na hipótese dos autos, a vítima foi baleada por
estar presente em um tiroteio, envolvendo policial militar e assaltantes, ocorrido dentro de ônibus de
transporte coletivo. 3. A jurisprudência do STF e do STJ já se manifestaram no sentido de que deve
ser reconhecida a responsabilidade extracontratual do Estado pelas lesões sofridas pela vítima
baleada por causa de tiroteio entre policial e assaltantes. Nesse sentido: AgR no RE 346.701, 2ª

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Turma, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ 24.4.2009; AgR no RE 257.090, 2ª Turma, Rel. Min. Maurício Corrêa,
DJ 26.5.2000; REsp 976.073/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJe 12.8.2008. 4. Recurso especial
parcialmente conhecido e, nessa parte, provido.
(STJ - REsp: 1144262 PE 2009/0111527-0, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Data de
Julgamento: 22/03/2011, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 31/03/2011)

c) a responsabilidade civil do Estado é subjetiva em razão do suicídio de preso ocorrido no


interior de estabelecimento prisional.

Incorreto. O STJ tem entendimento consagrado de que a Responsabilidade civil do Estado é objetiva em
razão do suicídio de preso ocorrido no interior de estabelecimento prisional, pois o Estado tem o dever de
vigilância e segurança sobre os presos sob sua custódia. Vejamos:

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL.


RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. SUICÍDIO. DETENTO. ESTABELECIMENTO PRISIONAL.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO. 1. O Superior Tribunal de Justiça sedimentou o
entendimento de que a responsabilidade civil do Estado pela morte de detento em delegacia,
presídio ou cadeia pública é objetiva, pois é dever do Estado prestar vigilância e segurança aos presos
sob sua custódia. 2. Agravo interno a que se nega provimento.
(STJ - AgInt no REsp: 1305249 SC 2012/0034503-7, Relator: Ministro OG FERNANDES, Data de
Julgamento: 19/09/2017, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 25/09/2017 RB vol. 648 p.
65)

d) o Estado não responde civilmente por atos ilícitos praticados por foragidos do sistema
penitenciário, mesmo quando os danos decorrem direta ou imediatamente do ato de fuga.

Incorreto. Deverá haver responsabilidade civil do Estado caso exista nexo causal entre a fuga do foragido
e o ato ilícito, como já consolido entendimento o STF. Vejamos:

CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO.


RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL DO ESTADO. OMISSÃO. DANOS MORAIS. CRIME
PRATICADO POR FORAGIDO DA FEBEM. ART. 37, § 6º, CF/88. AUSÊNCIA DE NEXO CAUSAL.
1. Inexistência de nexo causal entre a fuga de apenado e o crime praticado pelo fugitivo. 2.
Não existindo nexo causal entre a fuga do apenado e o crime praticado, não se caracteriza a
responsabilidade civil do Estado. Precedentes. 3. Agravo regimental improvido.
(STF - AI: 463531 RS, Relator: Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, Data de Publicação: DJe-200
DIVULG 22-10-2009 PUBLIC 23-10-2009 EMENT VOL-02379-07 PP-01431)

e) nas ações de responsabilidade civil do Estado, é necessária a denunciação da lide ao suposto


agente público causador do ato lesivo.

Incorreto. A denunciação da lide ao suposto agente público causador do ato lesivo somente é necessária
quando na hipótese de perda do direito de regresso. Vejamos:

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO REGRESSIVA. COBERTURA


SECURITÁRIA. DENUNCIAÇÃO DA LIDE. DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE.
FUNDAMENTO INATACADO SUFICIENTE PARA MANUTENÇÃO DO ACÓRDÃO. SÚMULA Nº
283/STF. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. DENUNCIAÇÃO DA LIDE. HIPÓTESE RESTRITA.
PERDA DO DIREITO DE REGRESSO. SÚMULA Nº 83/STJ. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL.
DISPOSITIVO NÃO APONTADO. DEFICIÊNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO RECURSAL. SÚMULA Nº
284/STF. DECISÃO MANTIDA. 1. A subsistência de fundamento inatacado apto a manter a conclusão do
aresto impugnado impõe o não conhecimento da pretensão recursal. Súmula nº 283/STF. 2. Em se
tratando da alegação de responsabilidade civil do Estado, a denunciação da lide somente é

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obrigatória na hipótese de perda do direito de regresso. Súmula nº 83/STJ. 3. Não se conhece do
recurso especial por dissídio pretoriano quando não apontado o artigo de lei federal sobre o qual os
acórdãos recorrido e paradigma teriam divergido. Deficiência na fundamentação que enseja a aplicação
da Súmula nº 284/STF. 4. Agravo interno não provido.
(STJ - AgInt no AREsp: 1286782 PR 2018/0101284-8, Relator: Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Data
de Julgamento: 02/10/2018, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 08/10/2018)

Questão 22: CEBRASPE (CESPE)


Segundo o entendimento majoritário do STJ, no caso de ação indenizatória ajuizada contra a fazenda
pública em razão da responsabilidade civil do Estado, o prazo prescricional é

a) decenal, como previsto no Código de Processo Civil, em detrimento do prazo trienal previsto pelas
normas de direito público.

b) quinquenal, como previsto pelas normas de direito público, em detrimento do prazo decenal contido
no Código de Processo Civil.

c) trienal, como previsto pelo Código de Processo Civil, em detrimento do prazo quinquenal contido no
Código Civil.

d) quinquenal, como previsto pelas normas de direito público, em detrimento do prazo trienal contido no
Código Civil.

e) trienal, como previsto no Código Civil, em detrimento do prazo quinquenal contido no Código de
Processo Civil.

GABARITO: D

O decurso do prazo é relevante para o Direito, pois provoca, por exemplo, a perda da pretensão de
ressarcimento por aqueles que foram prejudicados pelas ações e omissões estatais: a prescrição. As
ações de ressarcimento a favor do Estado, que não digam respeito a ilícitos civis, são imprescritíveis,
pois, nesse caso, o interesse público é o bem superior a ser preservado.

Agora, tratando-se das dívidas passivas do Estado, a ação para a reparação dos danos deve ser proposta
em até cinco anos (prescrição quinquenal).

Na visão do STJ, aplica-se o prazo prescricional quinquenal às ações indenizatórias ajuizadas contra
a Fazenda Pública, nos termos do art. 1.º do Decreto 20.910/1932, e não o prazo prescricional trienal,
previsto no art. 206, § 3.º, V, do CC/2002. O decreto é norma especial em relação ao CC/2002 (REsp
1251993/PR).

Acrescento que a prescrição quinquenal é aplicável, também, às pessoas jurídicas de Direito Privado
prestadoras de serviços públicos (Lei 9.494/1997):

“Art. 1.º-C. Prescreverá em cinco anos o direito de obter indenização dos danos causados por agentes
de pessoas jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços
públicos.”

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A respeito da constitucionalidade da Lei 9.494/1997, fica o registro de que, na ADI 2418/DF, o STF
reconheceu constitucional o prazo prescricional de 5 anos para os pedidos de indenização, ainda que por
danos causados por agentes de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos.

Questão 23: VUNESP


A respeito da responsabilidade civil extracontratual do Estado, assinale a alternativa correta.

a) O Supremo Tribunal Federal pacificou entendimento no sentido de reconhecer a responsabilidade


subsidiária e subjetiva do Estado pelos danos causados pelos notários e registradores.

b) Segundo a legislação, é objetiva a responsabilidade civil dos Tabeliães de Protestos de Títulos por
danos causados a terceiros, assegurado o direito de regresso.

c) Em casos de danos causados por má execução de obras públicas por empresas a terceiros, a
empreiteira responderá primariamente e de maneira subjetiva, havendo, contudo, a responsabilidade
subsidiária do Estado.

d) A pretensão de responsabilização do Estado por dano extrapatrimonial prescreve em 03 (três) anos.

e) Responsabilizado o Estado por ato culposo de servidor público, surge para Administração o direito de
regresso a partir da sentença condenatória, sendo a pretensão de ressarcimento imprescritível.

GABARITO: C

a) O Supremo Tribunal Federal pacificou entendimento no sentido de reconhecer a responsabilidade


subsidiária e subjetiva do Estado pelos danos causados pelos notários e registradores. – errada.

Em verdade, o Supremo Tribunal Federal pacificou entendimento que o Estado possui responsabilidade
civil direta e primária pelos danos que tabeliães e oficiais de registro, no exercício de serviço público por
delegação, causem a terceiros. Portanto, alternativa incorreta.
Vejamos a de decisão:
“O Estado possui responsabilidade civil direta e primária pelos danos que tabeliães e oficiais de registro,
no exercício de serviço público por delegação, causem a terceiros.”(STF. Plenário. RE 842846/RJ, Rel.
Min. Luiz Fux, julgado em 27/2/2019 (repercussão geral) (Info 932).)

b) Segundo a legislação, é objetiva a responsabilidade civil dos Tabeliães de Protestos de Títulos por
danos causados a terceiros, assegurado o direito de regresso. – errada.

De acordo com a Lei nº 13.286/2016, é subjetiva a responsabilidade civil dos Tabeliães de Protestos de
Títulos por danos causados a terceiros, assegurado o direito de regresso. Portanto, alternativa incorreta.
Vejamos a lição de Marcio André Lopes Cavalcante sobre o tema:
“A Lei nº 13.286/2016 alterou o art. 22 da Lei nº 8.935/94 prevendo que a responsabilidade civil dos
notários e registradores é subjetiva. Essa opção do legislador é válida ou viola o art. 37, § 6º da CF/88?
O legislador poderia ter estipulado a responsabilidade subjetiva? Esse dispositivo é constitucional?
A maioria dos Ministros entendeu que sim, ou seja, trata-se de dispositivo constitucional.
O art. 236, § 1º, da CF/88 é uma norma de eficácia limitada na qual o constituinte outorgou competência
para o legislador infraconstitucional definir qual seria o regime de responsabilidade dos notários e
registradores. Veja:
Art. 236 (...)

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§ 1º Lei regulará as atividades, disciplinará a responsabilidade civil e criminal dos notários, dos oficiais de
registro e de seus prepostos, e definirá a fiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário.
Assim, a responsabilidade civil dos notários e registradores não precisa ser, necessariamente, objetiva,
tal qual prevê o art. 37, § 6º da CF/88 considerando que o constituinte facultou ao legislador a opção de
estipular regra diversa. Em outras palavras, a própria Constituição Federal retirou o assento constitucional
da regulação da responsabilidade civil e criminal dos notários, relegando-a à autoridade legislativa.
A disciplina conferida à matéria pelo legislador consagra a responsabilidade civil subjetiva dos notários e
oficiais de registro. Portanto, não compete ao STF fazer interpretação analógica e extensiva, a fim de
equiparar o regime jurídico da responsabilidade civil de notários ao das pessoas jurídicas de direito
privado prestadoras de serviços públicos (art. 37, § 6º, da CF/88).
Ademais, o art. 37, § 6º, da CF/88 se refere a “pessoas jurídicas” prestadoras de serviços públicos, ao
passo que notários e tabeliães respondem civilmente como “pessoas naturais” delegatárias de serviço
público, nos termos do referido dispositivo legal.” (CAVALCANTE, Márcio André Lopes. O Estado
responde, objetivamente, pelos danos causados por notários e registradores. Buscador Dizer o Direito,
Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/abebb7c39f4b5e46bbcfab2b565ef32
b>. Acesso em: 11/10/2019)

c) Em casos de danos causados por má execução de obras públicas por empresas a terceiros, a
empreiteira responderá primariamente e de maneira subjetiva, havendo, contudo, a responsabilidade
subsidiária do Estado. – certa.

A alternativa encontra-se correta. Isso porque esse é o entendimento da maioria da doutrina.


Vejamos a lição de Rafael de Oliveira:
“Segundo entendimento: deve ser feita a distinção entre dano causado pelo simples fato da obra e danos
oriundos da má execução da obra. Na primeira hipótese, o Estado responde diretamente e de maneira
objetiva, inexistindo responsabilidade da empreiteira (ex.: obra que acarreta o fechamento de via pública
por longo período, prejudicando comerciantes). Na segunda situação, a empreiteira responde
primariamente e de maneira subjetiva, havendo, no entanto, responsabilidade subsidiária do
Estado (ex.: ausência de sinalização no canteiro de obra que gera queda de pedestre). Nesse sentido:
José Cretella Júnior, Hely Lopes Meirelles e José dos Santos Carvalho Filho.” (OLIVEIRA, Rafael
Carvalho Rezende de. Curso de Direito Administrativo. 6ª ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: Método, 2018. E-book. P. 834)

d) A pretensão de responsabilização do Estado por dano extrapatrimonial prescreve em 03 (três) anos. –


errada.

Em verdade, às pretensões de responsabilização do Estado por dano extrapatrimonial prescrevem em 05


anos pois, à elas se aplicam o Decreto nº 20.910/32. Portanto, alternativa incorreta.
Vejamos o texto regulamentar:
“Art. 1º As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer direito
ou ação contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em
cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se originarem.”

e) Responsabilizado o Estado por ato culposo de servidor público, surge para Administração o direito de
regresso a partir da sentença condenatória, sendo a pretensão de ressarcimento imprescritível. – errada.

Em verdade, o entendimento do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que são imprescritíveis apenas
as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso. Ademais, há entendimento
também que a imprescritibilidade das ações de ressarcimento ao erário não se aplica a ilícitos
civis. Portanto, alternativa incorreta.
Vejamos a decisão:

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“São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso tipificado na
Lei de Improbidade Administrativa.” (STF. Plenário. RE 852475/SP, Rel. orig. Min. Alexandre de Moraes,
Rel. para acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 08/08/2018.)
“É prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil. Dito de outro
modo, se o Poder Público sofreu um dano ao erário decorrente de um ilícito civil e deseja ser ressarcido,
ele deverá ajuizar a ação no prazo prescricional previsto em lei.” (STF. Plenário. RE 669069/MG, Rel.
Min. Teori Zavascki, julgado em 03/02/2016 (repercussão geral).)

Questão 24: IDECAN


Em relação à responsabilidade civil do Estado, assinale a alternativa correta.

a) A responsabilidade civil do Estado prevista no art. 37, §6º da CF/88 é subjetiva.

b) A teoria do risco administrativo não admite excludente da responsabilidade.

c) O Brasil adotou como regra geral a teoria do risco integral.

d) O Brasil adotou como regra geral a teoria do risco administrativo.

e) Não se admite a responsabilidade por omissão do Estado, segundo a doutrina majoritária e a


jurisprudência consolidada dos Tribunais Superiores.

GABARITO: D

Atualmente, e de acordo com a teoria do risco administrativo, o Estado tem o dever de indenizar o dano
sofrido de forma injusta pelo particular, independentemente de falta do serviço ou de culpa dos agentes
públicos.

Enfatize-se que, embora a teoria do risco administrativo não exija que o particular comprove a culpa da
Administração, é possível que o Poder Público demonstre a culpa da vítima para excluir ou atenuar a
indenização. Essa é a fundamental diferença com relação ao risco integral. Assim, permite-se que a
Administração comprove a culpa do pretenso lesado no evento danoso, de modo a eximir o erário do
dever de indenizar.

A partir de agora, façamos o detalhamento do § 6.º do art. 37 da CF/1988:

“§ 6.º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa” .

A seguir, quatro importantes observações sobre o dispositivo constitucional em destaque:

1.ª O risco administrativo não se aplica a todas as hipóteses em que órgãos/entidades do Estado
causem prejuízos a terceiros, mas tão somente nos casos em que a ação de uma pessoa jurídica de
Direito Público estatal ou quem lhe faça as vezes venha a causar danos aos particulares;

2.ª O dano é prejuízo, e pode ser material ou moral (o “preço da dor”, por assim dizer). Já o fato lesivo
diz respeito à ação ou omissão específica por parte do causador do dano. Por fim, o nexo de causalidade,

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que pode ser entendido como o liame (o elo) entre a ação ou omissão do Estado com o prejuízo causado,
ou seja, o vínculo direto entre as duas pontas para a responsabilidade civil: a ação e o dano.

3.ª Independentemente de serem ou não estatais, as prestadoras de serviços públicos submetem-


se às regras de responsabilização civil do Estado, com algumas ressalvas.

4.ª Para o conceito de agente público, socorre-se do art. 2.º da Lei 8.429/1992 (Lei de Improbidade
Administrativa):

“Art. 2.º Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no
artigo anterior.”

Questão 25: FGV


Em determinado Município do interior do Estado, pessoa jurídica de direito privado é prestadora do serviço
público de abastecimento de água potável. Funcionários dessa sociedade empresária concessionária, no
exercício da função, ao realizarem reparo em estação de tratamento de água, atingiram com um duto a
criança Guilherme, que andava de bicicleta pela calçada e veio a quebrar a perna. Os pais de Guilherme
buscaram a Defensoria Pública, que providenciou o ajuizamento de ação indenizatória.

Finda a instrução processual, a Promotoria de Justiça Cível deve direcionar seu parecer no sentido da
responsabilidade civil:

a) objetiva da concessionária, que decorre da teoria do risco administrativo, bastando a comprovação da


conduta, dano e nexo de causalidade, e sendo prescindível a demonstração do dolo ou culpa dos agentes;

b) objetiva da concessionária, que decorre da teoria do risco integral, bastando a comprovação da


conduta, dano e nexo de causalidade, e sendo imprescindível a demonstração do dolo ou culpa dos
agentes;

c) subjetiva da concessionária, que decorre das normas de direito privado, bastando a comprovação da
conduta, dano e nexo de causalidade, e do elemento subjetivo dolo ou culpa dos agentes;

d) subjetiva da concessionária, que decorre da teoria do risco administrativo, bastando a comprovação


da conduta, dano e nexo de causalidade, e sendo imprescindível a demonstração do dolo ou culpa dos
agentes;

e) subjetiva do Município, que decorre da teoria do risco integral, bastando a comprovação da conduta,
dano e nexo de causalidade, e sendo prescindível a demonstração do dolo ou culpa dos agentes.

GABARITO: A

Vejamos o disposto no §6º do art. 37 da CF:

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos


responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

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Essa disposição é uma consagração da teoria do risco administrativo. Trata-se de responsabilidade de
natureza objetiva, porque independe da comprovação de dolo ou culpa.

São elementos necessários para a configuração deste tipo de responsabilidade: conduta (lícita ou ilícita,
pouco importa), dano e nexo de causalidade.

Agora nota que o dispositivo também menciona pessoas de direito privado, se prestadoras de serviços
públicos. Foi o que se deu exatamente na questão ora analisada.

Questão 26: FGV


Policiais militares, em operação de combate ao tráfico de entorpecentes, trocaram disparos de arma de
fogo com criminosos em comunidade do Rio de Janeiro. Durante a troca de tiros, um projétil de arma de
fogo atingiu a cabeça da criança João, de 6 anos, que estava de uniforme a caminho da escola e faleceu
imediatamente. Câmeras de vigilância e perícia de confronto balístico comprovaram que o disparo que
vitimou o menor se originou da arma do PM José.

A família de João buscou assistência jurídica da Defensoria Pública, que:

a) informou da impossibilidade de ajuizar ação indenizatória contra o Estado do Rio de Janeiro, pois a
Defensoria integra o Poder Executivo estadual;

b) informou da impossibilidade de ajuizar ação indenizatória contra o Estado do Rio de Janeiro, pois o
policial agiu no estrito cumprimento de seu dever legal;

c) ajuizou ação indenizatória em face do PM José, com base em sua responsabilidade civil objetiva,
devendo ser comprovado que o policial agiu com culpa ou dolo;

d) ajuizou ação indenizatória em face do Estado do Rio de Janeiro, com base em sua responsabilidade
civil objetiva, sendo desnecessária a comprovação de que o policial agiu com culpa ou dolo;

e) ajuizou ação indenizatória em face do Estado do Rio de Janeiro, com base em sua responsabilidade
civil subjetiva, sendo necessária a comprovação de que o policial agiu com culpa ou dolo.

GABARITO: D

O § 6.º do art. 37 da CF/1988 estabelece a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de Direito Público
e das pessoas de Direito Privado, neste último caso, se prestadoras de serviços públicos. A CF/1988
reconheceu, expressamente, a teoria do risco administrativo, que, por se aplicar
independentemente da existência de culpa ou de dolo, é de natureza objetiva:

“§ 6.º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”

Enfim, a responsabilidade é do tipo objetiva, isso porque independe da demonstração de dolo ou de culpa.

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Questão 27: VUNESP
Uma determinada empresa pública que desenvolve atividade econômica em sentido estrito praticou um
ato que provocou danos. Via de regra, pode-se afirmar que a responsabilidade extracontratual da referida
estatal será

a) subjetiva.

b) objetiva, fundada na culpa do serviço.

c) imprescritível.

d) integral.

e) objetiva, fundada na teoria da culpa anônima.

GABARITO: A

De pronto, refaçamos a leitura do § 6.º do art. 37 da CF/1988:

“§ 6.º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”.

É transparente que, além das pessoas jurídicas de Direito Público (autarquias, associações públicas e
algumas fundações governamentais), as entidades de Direito Privado também podem se submeter
à responsabilidade de natureza objetiva, como é o caso das empresas públicas e sociedades de
economia mista. No entanto, não é qualquer pessoa jurídica estatal de Direito Privado que se submete à
responsabilidade civil objetiva do Estado. O texto constitucional é expresso ao exigir que tais entidades
sejam prestadoras de serviços públicos.

Relativamente às empresas estatais, reforça-se que há dois campos de atuação: a intervenção direta no
domínio econômico e a prestação de serviços públicos.

A primeira atividade é encontrada no art. 173 da CF/1988, como é a intervenção realizada pela sociedade
de economia mista Banco do Brasil (BB) e a empresa pública Caixa Econômica Federal (CEF). E estas
não são prestadoras de serviços públicos, e, assim, respondem com base no CC/2002, e, portanto,
seguindo a regra da responsabilidade subjetiva.

Questão 28: CEBRASPE (CESPE)


Acerca da responsabilidade civil do Estado, julgue o item subsecutivo.

O Estado não é civilmente responsável por danos causados por seus agentes se existente causa
excludente de ilicitude penal.

( ) Certo
( ) Errado

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GABARITO: ERRADO

Sobre o tema, vamos nos socorrer dos ensinamentos do autor Felipe Fraga Netto. As excludentes de
ilicitude não se confundem com as excludentes de responsabilidade civil. Essas afastam a
responsabilidade civil do Estado, porque rompem o nexo causal, a exemplo da culpa exclusiva da vítima.
Já as de ilicitude (legítima defesa e estado de necessidade, por exemplo) nem sempre provocam esse
resultado, enfim, não significa que esteja excluído o dever de indenizar por parte do Estado.

Por exemplo, policial militar dispara sua arma de fogo para atingir meliante, e atinge, acidentalmente,
transeunte que passara no local. Apesar de inexistir responsabilidade penal do agente público, a eventual
causa de justificação (estrito cumprimento do dever legal) não será capaz de excluir a
responsabilidade civil do Estado pelos danos provocados a terceiros (STJ – REsp 1266517/PR).

Outro exemplo é do policial que, dirigindo uma viatura, para evitar atropelamento, faz manobra brusca e
atropela alguém, ou colide com outro veículo, o ato será lícito (estado de necessidade), mas provocará
dever de indenizar por parte do Estado (REsp 124527/SP).

Questão 29: CEBRASPE (CESPE)


De acordo com o entendimento majoritário e atual do STJ, a responsabilidade civil do Estado por condutas
omissivas é

a) objetiva, bastando que sejam comprovadas a existência do dano, efetivo ou presumido, e a existência
de nexo causal entre conduta e dano.

b) objetiva, bastando a comprovação da culpa in vigilando e do dano efetivo.

c) subjetiva, sendo necessário comprovar negligência na atuação estatal, o dano causado e o nexo
causal entre ambos.

d) subjetiva, sendo necessário comprovar a existência de dolo e dano, mas sendo dispensada a
verificação da existência de nexo causal entre ambos.

e) objetiva, bastando que seja comprovada a negligência estatal no dever de vigilância, admitindo-se,
assim, a responsabilização por dano efetivo ou presumido.

GABARITO: C

Nos termos do § 6.º do art. 37 da CF/1988, a responsabilidade civil do Estado é objetiva na ação de seus
agentes. Por sua vez, na omissão estatal, há a responsabilidade de natureza subjetiva, em que se exige
do potencial prejudicado a comprovação da culpa ou do dolo por parte da Administração Pública. Este é
o entendimento doutrinário e jurisprudencial dominante:

“Em se tratando de ato omissivo, embora esteja a doutrina dividida entre as correntes dos adeptos da
responsabilidade objetiva e aqueles que adotam a responsabilidade subjetiva, prevalece na jurisprudência
a teoria subjetiva do ato omissivo, de modo a só ser possível indenização quando houver culpa do
preposto” (STJ – REsp 602102/RS).

Note que o STJ menciona, expressamente, que há divergências doutrinárias significativas. Contudo, na
jurisprudência, a questão é mais ou menos pacífica: por atos omissivos, a responsabilidade do Estado

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é do tipo subjetiva, tendo a vítima o dever de provar a culpa do agente da Administração, para que
possa ter o direito à indenização.

Sobre o tema, a jurisprudência do STF é idêntica à jurisprudência do STJ, reconhecendo a natureza


subjetiva para atos omissivos genéricos. A seguir, trecho do RE 130764/PR:

“Responsabilidade civil do Estado. Dano decorrente de assalto por quadrilha de que fazia parte preso
foragido vários meses antes.
No caso, em face dos fatos tidos como certos pelo acórdão recorrido, e com base nos quais reconheceu
ele o nexo de causalidade indispensável para o reconhecimento da responsabilidade objetiva
constitucional, e inequívoco que o nexo de causalidade inexiste, e, portanto, não pode haver a incidência
da responsabilidade prevista no art. 107 da Emenda Constitucional 1/1969, a que corresponde o § 6.º do
art. 37 da atual Constituição. Com efeito, o dano decorrente do assalto por uma quadrilha de que
participava um dos evadidos da prisão não foi o efeito necessário da omissão da autoridade
pública que o acórdão recorrido teve como causa da fuga dele, mas resultou de concausas, como a
formação da quadrilha, e o assalto ocorrido cerca de vinte e um meses após a evasão.”

Questão 30: CEBRASPE (CESPE)


Considerando a jurisprudência do STJ, julgue os seguintes itens, relativos à responsabilidade civil do
Estado.

I O Estado responde civilmente por danos decorrentes de atos praticados por seus agentes, mesmo que
eles tenham agido sob excludente de ilicitude penal.

II A despeito de situações fáticas variadas no tocante ao descumprimento do dever de segurança e


vigilância contínua das vias férreas, a responsabilização da concessionária é uma constante, passível de
ser elidida somente quando cabalmente comprovada a culpa exclusiva da vítima.

III A responsabilidade civil do Estado por condutas omissivas é subjetiva, devendo ser comprovados
concomitantemente a negligência na atuação estatal, o dano e o nexo de causalidade entre o evento
danoso e o comportamento ilícito do poder público.

Assinale a opção correta.

a) Apenas os itens I e II estão certos.

b) Apenas os itens I e III estão certos.

c) Apenas os itens II e III estão certos.

d) Todos os itens estão certos.

GABARITO: B

I O Estado responde civilmente por danos decorrentes de atos praticados por seus agentes, mesmo que
eles tenham agido sob excludente de ilicitude penal.

Certo. Sobre o tema, vamos nos socorrer dos ensinamentos do autor Felipe Fraga Netto. As excludentes
de ilicitude não se confundem com as excludentes de responsabilidade civil. Essas afastam a

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responsabilidade civil do Estado, porque rompem o nexo causal, a exemplo da culpa exclusiva da vítima.
Já as de ilicitude (legítima defesa e estado de necessidade, por exemplo) nem sempre provocam esse
resultado, enfim, não significa que esteja excluído o dever de indenizar por parte do Estado.

Por exemplo, policial militar dispara sua arma de fogo para atingir meliante, e atinge, acidentalmente,
transeunte que passara no local. Apesar de inexistir responsabilidade penal do agente público, a eventual
causa de justificação (estrito cumprimento do dever legal) não será capaz de excluir a
responsabilidade civil do Estado pelos danos provocados a terceiros (STJ – REsp 1266517/PR).

Outro exemplo é do policial que, dirigindo uma viatura, para evitar atropelamento, faz manobra brusca e
atropela alguém, ou colide com outro veículo, o ato será lícito (estado de necessidade), mas provocará
dever de indenizar por parte do Estado (REsp 124527/SP).

II A despeito de situações fáticas variadas no tocante ao descumprimento do dever de segurança e


vigilância contínua das vias férreas, a responsabilização da concessionária é uma constante, passível de
ser elidida somente quando cabalmente comprovada a culpa exclusiva da vítima.

Errado. Há outras excludentes, como é o caso de fato exclusivo de terceiros. Imagina o lançamento de
projetis por transeuntes. Como a concessionária poderia impedir o vandalismo? Não é uma empresa
encarregada de segurança urbana, fica a lição.

III A responsabilidade civil do Estado por condutas omissivas é subjetiva, devendo ser comprovados
concomitantemente a negligência na atuação estatal, o dano e o nexo de causalidade entre o evento
danoso e o comportamento ilícito do poder público.

Certo. Nos termos do § 6.º do art. 37 da CF/1988, a responsabilidade civil do Estado é objetiva na ação
de seus agentes. Por sua vez, na omissão estatal, há a responsabilidade de natureza subjetiva, em que
se exige do potencial prejudicado a comprovação da culpa ou do dolo por parte da Administração Pública.
Este é o entendimento doutrinário e jurisprudencial dominante:

“Em se tratando de ato omissivo, embora esteja a doutrina dividida entre as correntes dos adeptos da
responsabilidade objetiva e aqueles que adotam a responsabilidade subjetiva, prevalece na jurisprudência
a teoria subjetiva do ato omissivo, de modo a só ser possível indenização quando houver culpa do
preposto” (STJ – REsp 602102/RS).

Note que o STJ menciona, expressamente, que há divergências doutrinárias significativas. Contudo, na
jurisprudência, a questão é mais ou menos pacífica: por atos omissivos, a responsabilidade do Estado
é do tipo subjetiva, tendo a vítima o dever de provar a culpa do agente da Administração, para que
possa ter o direito à indenização.

Questão 31: CONSULPLAN


Os servidores públicos podem, em sua atuação, cometer infrações de natureza administrativa, civil,
criminal e de improbidade. Tais práticas invocam a sujeição à responsabilização do agente, não se
furtando a Administração à sua responsabilidade objetiva quanto a danos a terceiros. Diante da prática
de atos pelos quais possa ser o servidor responsabilizado, assinale a alternativa correta.

a) O exercício de clemência administrativa, ou anistia administrativa, por ato do legislativo, deve ser
conferido em caráter geral, sob pena de ser declarado nulo.

b) De acordo com a norma do art. 37 da Constituição Federal, o direito de postular regresso em face do
agente que causar danos a terceiros, compete à Administração Pública somente nas hipóteses em que
restar atestado o dolo ou culpa.

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c) A responsabilização do servidor por infrações que configurem ilícito penal atraem a exclusiva atuação
da esfera judicial, sendo vedada a dupla penalização pela cumulação de processo administrativo e
judicial, em atenção à presunção de não culpabilidade.

d) Em decorrência da prática de determinado ato, quando apurada administrativamente a


responsabilidade criminal, necessariamente resta reconhecida a prática de ilícito civil e administrativo,
sendo que o inverso, qual seja, a apuração de ilícito civil e administrativo, não implica reconhecimento
inerente da responsabilidade penal.

GABARITO: B

b) De acordo com a norma do art. 37 da Constituição Federal, o direito de postular regresso em face do
agente que causar danos a terceiros, compete à Administração Pública somente nas hipóteses em que
restar atestado o dolo ou culpa.

Assim prevê a CF, de 1988:

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos


responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Os demais itens estão errados:

a) O exercício de clemência administrativa, ou anistia administrativa, por ato do legislativo, deve ser
conferido em caráter geral, sob pena de ser declarado nulo.

As anistias podem ou não ser gerais. Há anistia especifica ou nominada, por alcançar uma ou mais
pessoas identificadas.

c) A responsabilização do servidor por infrações que configurem ilícito penal atraem a exclusiva atuação
da esfera judicial, sendo vedada a dupla penalização pela cumulação de processo administrativo e
judicial, em atenção à presunção de não culpabilidade.

Vigora o princípio da independência entre as instâncias. Um mesmo fato pode repercutir cumulativamente
nas esferas civil, penal e administrativa.

d) Em decorrência da prática de determinado ato, quando apurada administrativamente a


responsabilidade criminal, necessariamente resta reconhecida a prática de ilícito civil e administrativo,
sendo que o inverso, qual seja, a apuração de ilícito civil e administrativo, não implica reconhecimento
inerente da responsabilidade penal.

Necessariamente? Não é bem assim, gente! Cuidado! A decisão penal condenatória poderá sim repercutir
nas demais, mas não em todos os casos. Dá-se, por exemplo, quando, no juízo penal, reconhecer-se a
negativa do fato ou autoria.

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Serviços Públicos
Questão 1: VUNESP
A respeito da concessão de serviço público, assinale a alternativa correta.

a) Na concessão comum de serviço público, em regra, o poder concedente é responsável pelo


pagamento de contrapartida pecuniária em favor do parceiro privado.

b) É vedada a celebração de contrato de parceria público- privada cujo valor do contrato seja inferior a
R$ 15.000.000,00 (quinze milhões de reais).

c) Na concessão, a prestação de serviço público é delegada a parceiro privado que demonstre


capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado.

d) No contrato de parceria público- privada, as obrigações pecuniárias da Administração Pública deverão


ser garantidas por meio de vinculação de receitas.

e) As concessões e permissões de serviços público deverão ser precedidas de licitação, a ser realizada
sob a modalidade concorrência ou tomada de preço.

GABARITO: C

Assim dispõe a lei de concessões:

Art. 2o Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:


II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante
licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;

O que confere, exatamente, com os termos da letra C.

Abaixo, vejamos os erros nos demais itens:

a) Na concessão comum de serviço público, em regra, o poder concedente é responsável pelo


pagamento de contrapartida pecuniária em favor do parceiro privado.

Não confunda a concessão comum da lei 8987 com a concessão especial da lei da PPP. A
contraprestação pecuniária é prevista, com exclusividade, para a PPP.

b) É vedada a celebração de contrato de parceria público- privada cujo valor do contrato seja inferior a
R$ 15.000.000,00 (quinze milhões de reais).

O valor atual é de 10 milhões de reais.

d) No contrato de parceria público- privada, as obrigações pecuniárias da Administração Pública deverão


ser garantidas por meio de vinculação de receitas.

Deverão? Ou poderão? Vejamos:

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Art. 8o As obrigações pecuniárias contraídas pela Administração Pública em contrato de parceria público-
privada poderão ser garantidas mediante:
I – vinculação de receitas, observado o disposto no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal;
II – instituição ou utilização de fundos especiais previstos em lei;
III – contratação de seguro-garantia com as companhias seguradoras que não sejam controladas pelo
Poder Público;
IV – garantia prestada por organismos internacionais ou instituições financeiras que não sejam
controladas pelo Poder Público;
V – garantias prestadas por fundo garantidor ou empresa estatal criada para essa finalidade;
VI – outros mecanismos admitidos em lei.

Ou seja, a vinculação é só uma das formas. Na esfera federal, por exemplo, optou-se pelo fundo
garantidor.

e) As concessões e permissões de serviços público deverão ser precedidas de licitação, a ser realizada
sob a modalidade concorrência ou tomada de preço.

A modalidade eleita, legalmente, foi a concorrência.

Questão 2: CEBRASPE (CESPE)


Assinale a opção que apresenta exemplo de prestação direta de serviço público.

a) coleta seletiva de lixo

b) execução de obra pública

c) serviço postal

d) serviços de radiodifusão

e) serviços de distribuição de gás natural

GABARITO DA BANCA: A
GABARITO DO PROFESSOR: A e C

A resposta é letra A, mas não concordo com o gabarito.

Uma questão problemática. De pronto, afastamos a correção da letra “B”, isso porque uma obra pública
não se confunde serviços públicos.
A prestação direta dos serviços públicos é efetuada pela própria máquina estatal, centralizada ou
descentralizadamente. É muito comum os estudantes confundirem o conceito de prestação indireta com
o de Administração Indireta, para concluir, equivocadamente, que, quando se está diante da
Administração Indireta, a prestação é indireta.

Como nos esclarece Gustavo Scatolino, a prestação direta corresponde à prestação por meio de sua
própria estrutura, seja por seus órgãos ou entidades da Administração Indireta. É o caso do serviço
postal, prestado pela União, com caráter de exclusividade por meio da Empresa Brasileira de Correio e
Telégrafos (empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações),

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ou do serviço de infraestrutura aeroportuária, por meio da Infraero (empresa pública vinculada ao
Ministério da Infraestrutura).

Então, a questão menciona que a prestação é tão somente direta? Não! Apenas admite prestação direta.

Provavelmente, o examinador pensou assim: “escolha a alternativa que não permite a prestação indireta”.
E, mesmo nesse caso, a resposta está errada, não poderia ser coleta de lixo. Vejamos a triste formulação.

Sobre a radiodifusão, prevê a CF:

Art. 21. Compete à União:


XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;

Sobre o serviço de gás canalizado, prevê a CF:

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os
princípios desta Constituição.
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás
canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.

Assim, ficamos entre as letras “A” e “C”.

E o serviço postal é uma forma de prestação sempre direta, por ser monopólio do Estado. Mas, Professor,
é realizado pela ECT, pessoa integrante da Indireta. Sim, mas é estrutura estatal. A prestação seria
indireta por meio de concessão ou permissão.

Portanto, a resposta da banca, a nosso ver, está incorreta, afinal coleta de lixo é prestada por empresas
particulares em regime de concessão e, por vezes, permissão.

Questão 3: IADES
No que se refere a serviços públicos, assinale a alternativa correta.

a) O usuário de serviço público é a pessoa física que se beneficia ou utiliza, efetiva ou potencialmente,
o serviço público, de sorte que tal conceito não se aplica às pessoas jurídicas.

b) Os serviços públicos administrativos são aqueles que produzem renda para os respectivos prestadores
– excluídos os serviços que devem ser necessariamente gratuitos –, podendo ser delegados, por
concessão ou permissão, aos particulares.

c) A concessão de serviço público consiste na delegação, a título precário, mediante licitação, da


prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre
capacidade para o respectivo desempenho, por própria conta e risco.

d) As concessionárias de serviços públicos, de direito público e privado, nos estados e no Distrito Federal,
são obrigadas a oferecer ao consumidor e ao usuário, dentro do mês de vencimento, o mínimo de duas
datas opcionais para escolherem os dias de vencimento dos respectivos débitos.

e) O serviço público adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência,


segurança, atualidade, generalidade, cortesia na prestação e modicidade das tarifas.

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GABARITO: E

Vamos comentar as questões isoladamente.

a) ERRADO. Para você entender o erro dessa questão é fácil: imagine um serviço público como, por
exemplo, o fornecimento de energia elétrica. Só pessoas físicas são usuárias de energia elétrica? Não,
qualquer pessoa jurídica é também usuária.

b) ERRADO. Se produzem renda, não são serviços administrativos, mas sim econômicos,
ou industriais. Os serviços administrativos são aqueles atendem a necessidades internas da
Administração, como por exemplo, o Diário Oficial.

c) ERRADO. Esse, na verdade é o conceito de permissão de serviço público, não de concessão. A


concessão, segundo o art. 2º, II e IV da Lei 8.987/95.

" II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante
licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;

IV - permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de


serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para
seu desempenho, por sua conta e risco."

d) ERRADO. Não são apenas duas datas opcionais, são seis, para escolher a data do vencimento,
coforme o art. 7º-A da Lei 8.987

"Art. 7º-A. As concessionárias de serviços públicos, de direito público e privado, nos Estados e no Distrito
Federal, são obrigadas a oferecer ao consumidor e ao usuário, dentro do mês de vencimento, o mínimo
de seis datas opcionais para escolherem os dias de vencimento de seus débitos."

e) CERTO. Perfeito. É a cópia ipsis literis do §1º do art. 6º da Lei 8.987/96

"§ 1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência,


segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas."

Questão 4: FCC

Um ente federado pretende desenvolver projeto para ampliação e conservação de sua malha rodoviária,
com vistas a permitir o escoamento da produção de sua indústria, propiciando desenvolvimento
econômico e social com benefícios à população.

Poderá fazê-lo mediante

a) licitação para as obras de construção da rodovia, com base na Lei nº 8.666/1993, e, após a conclusão,
outro certame sob o mesmo regime, para exploração dos serviços rodoviários mediante cobrança de
tarifa.

b) concessão de serviço público precedida de obra pública, com a obrigação de a concessionária realizar
as obras de ampliação, ficando a manutenção e conservação por conta da Administração direta, que
poderá instituir pedágio como sua forma de remuneração.

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c) poderá licitar a contratação sob qualquer das formas legalmente admitidas, desde que explore o
serviço diretamente, vedada a terceirização.

d) permissão de serviço público e obra pública, outorgando ao permissionário a titularidade do referido


serviço e o dever de execução da obra necessária.

e) licitação para contratação de uma concessão de serviço público precedida de obra pública, cabendo
à concessionária realizar a obra viária e se remunerar mediante cobrança de tarifa e, a depender do edital
e contrato, por meio de receitas acessórias.

GABARITO: E

Nas concessões, temos que a remuneração é viabilizada, ordinariamente, por tarifas, admitindo-se, no
entanto, a previsão de receitas alternativas ou complementares.

Abaixo, os erros:

a) licitação para as obras de construção da rodovia, com base na Lei nº 8.666/1993, e, após a
conclusão, outro certame sob o mesmo regime, para exploração dos serviços rodoviários
mediante cobrança de tarifa.

Não é bem assim. As obras devem também ser executadas sob o regime da lei de concessões. Há
previsão para obra pública e depois execução de serviços públicos.

b) concessão de serviço público precedida de obra pública, com a obrigação de a concessionária


realizar as obras de ampliação, ficando a manutenção e conservação por conta da Administração
direta, que poderá instituir pedágio como sua forma de remuneração.

Não é isso. A conservação é pela concessionária. Esse é o seu papel contratual, diga-se de passagem.

c) poderá licitar a contratação sob qualquer das formas legalmente admitidas, desde que explore
o serviço diretamente, vedada a terceirização.

A licitação é para a contratação de uma empresa que assuma os serviços, na condição de concessionária.

d) permissão de serviço público e obra pública, outorgando ao permissionário a titularidade do


referido serviço e o dever de execução da obra necessária.

Na delegação, não temos a entrega da titularidade, apenas a execução dos serviços.

Questão 5: CEBRASPE (CESPE)


Com base no disposto na Lei n.º 8.987/1995 (Lei das Concessões), julgue o próximo item.

Os concessionários podem ser tanto pessoa física quanto jurídica, a qual pode inclusive ser composta
por um consórcio de empresas.

( ) Certo
( ) Errado

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GABARITO: ERRADO

Concessionário é só pessoa jurídica. Quem pode ser pessoa física ou jurídica é o permissionário.

“Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:

II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante
licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;

III - concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a construção, total ou
parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público,
delegada pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica
ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de
forma que o investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do
serviço ou da obra por prazo determinado;

IV - permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de


serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade
para seu desempenho, por sua conta e risco.”

Questão 6: CEBRASPE (CESPE)


Com base no disposto na Lei n.º 8.987/1995 (Lei das Concessões), julgue o próximo item.

Para as concessões de serviços públicos que não sejam precedidos de obra pública, a modalidade de
licitação deve ser necessariamente a concorrência.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

Aqui, de fato, a questão não foi muito bem elaborada.

O CESPE tem disso: ele é maldoso toda vida. Mas as vezes ele se faz de sonso, sabendo que muita
gente vai errar porque vai achar que ele está sendo maldoso de novo, e acaba errando.

As concessões que não são precedidas de obra pública devem necessariamente adotar a modalidade
concorrência? Sim, conforme o art. 2º, II:

“Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:

II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente,
mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;”

193
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Mas e as que são precedidas de obra pública devem necessariamente adotar a modalidade
concorrência? Também! Conforme o inciso III do art. 2º.

“Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:

III - concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a construção, total ou
parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público,
delegada pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa
jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e
risco, de forma que o investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a
exploração do serviço ou da obra por prazo determinado;”

E não dá pra dizer que a questão está errada, porque ela não usou nenhum termo restritivo como
“apenas”, “somente”, etc.

Questão 7: FCC
Um município que pretenda contratar uma concessão de serviço de transporte de ônibus regida pela Lei
nº 8.987/1995, pode incluir, na modelagem do projeto, que

a) a prestação dos serviços pelo privado também poderá ser remunerada por meio de exploração de
outras receitas, alternativas ou acessórias, sem prejuízo do pagamento de tarifa diretamente pelos
usuários do transporte.

b) a delegação à iniciativa privada da titularidade do serviço público, para que, além do pagamento de
tarifas, seja permitida a cobrança de valores de outra natureza, tais como a exploração de receitas
acessórias.

c) haverá transferência da propriedade dos ativos afetados ao serviço público ao concessionário de


serviço público para complementação da remuneração pela prestação dos serviços.

d) sejam trespassados para o privado também os terminais de ônibus, com a garantia de que a
propriedade desses imóveis será adquirida pela concessionária ao término da concessão, caso haja
investimentos não amortizados para serem indenizados.

e) outros serviços públicos no objeto do contrato de concessão como forma de reequilíbrio econômico-
financeiro em favor do concessionário, desonerando o poder concedente de indenizar os investimentos
não amortizados.

GABARITO: A

Com efeito, o Poder Público, ao fixar a remuneração das prestadoras, deve aferir o poder aquisitivo dos
usuários, para que estes não sejam afastados do universo de beneficiários. Inclusive, o legislador prevê
as chamadas receitas alternativas ou complementares, com o propósito de manter a tarifa cada vez mais
atrativa e acessível. Exemplo:

A concessionária da rodovia federal “pista lenta” pode cobrar de concessionária de energia elétrica
“escuridão” pelo uso de faixa de domínio de rodovia para a instalação de postes e passagem de cabos
aéreos, na hipótese em que o contrato de concessão preveja a possibilidade de obtenção de receita

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alternativa decorrente de atividades vinculadas à exploração de faixas marginais. Este é o entendimento
do STJ, adotado no REsp 985695/RJ.
Daí a correção da letra A. Abaixo, os erros nos demais itens:

Na letra B, o erro é que, por se tratar de descentralização por colaboração, há apenas o repasse da
execução, mantendo-se o Estado titular dos serviços públicos.

Na letra C, os bens utilizados pelas concessionárias podem ser considerados reversíveis, ou seja, nunca
serão, portanto, incorporados ao patrimônio do particular, até porque, ao fim da concessão, devem
retornar para a continuidade do serviço púbico.

Na letra D, adquirir o terminal? Nem pensar. No final do contrato, os bens retornam ao patrimônio público.
E o Estado é forçado a indenizar o concessionário pelo que ainda não estiver amortizado, depreciado ou
exaurido.

Na letra E, outros serviços públicos? Não é bem assim. Serviços públicos devem ser licitados. Ou seja,
ou está na licitação inicial, ou não poderá depois entregar ao particular. Não é assim que funciona. O erro
maior, no entanto, é falar que o Estado não precisa indenizar.

Questão 8: FCC
Considerando o que estabelece o artigo 175 da Constituição Federal e a Lei nº 8.987/1995, é compatível
com o instituto da permissão do serviço público

a) formalização por meio de contrato que, por ter natureza precária, não exige a fixação de prazo de
vigência, é dizer, cuida-se de exceção à regra segundo a qual os contratos administrativos não podem
ser firmados por prazo indeterminado.

b) remuneração da execução do serviço público por tarifa ou preço público pago pelo usuário do serviço,
este que tem direitos e deveres reduzidos se comparado ao usuário de serviço público concedido.

c) possibilidade de revogação a qualquer tempo pelo titular do serviço, ante o caráter precário da
delegação, independentemente de indenização.

d) caráter transitório da outorga, somente realizada para normalização de situação excepcional, ocorrida
durante a execução de contrato de concessão.

e) realização de licitação, por qualquer modalidade, desde que adequada à modalidade de serviço cuja
exploração se pretenda delegar.

GABARITO: E

Façamos a leitura da definição legal das permissões:

Art. 2o Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:


(...)
IV - permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de
serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para
seu desempenho, por sua conta e risco.

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Enfim, é contrato de adesão, de natureza precária e revogável. E não há modalidade eleita
expressamente, à semelhança da concessão que é precedida de concorrência.

Abaixo, os erros:

Na letra A, aqui a banca não foi tão feliz. As permissões, apesar de contratos, são de adesão. E sabe por
que considerados precários? Porque, de regra, não há prazo, sendo indeterminado. Pode ter prazo? Sim,
mas, nesse caso, deixa de precário, e passa ser chamado de permissão condicionada ou qualificada.

Na letra B, direitos reduzidos?! Nem pensar. Não há diferença, não pode haver distinção.

Na letra C, contratos não são revogados, são rescindidos. Mas o maior erro talvez, na visão da banca,
tenha sido o fato de inexistir o dever de indenização. Com a retomada do serviço, a permissionária pode
ter o direito à indenização inclusive prévia. Há permissões condicionadas, as quais exigem investimento
por parte da permissionária, e com a extinção abre-se o dever de indenização.

Na letra D, as permissões são autônomas em relação às concessões. Ou seja, ou se formaliza uma


permissão ou uma concessão. E não inicialmente uma permissão para testar a empresa e depois
celebrar-se uma concessão.

Questão 9: FCC
Apartando-se da discussão quanto ao critério identificador do conceito de serviço público e a partir da
classificação doutrinária segundo a qual o gênero atividade econômica comporta duas distintas espécies,
quais sejam, o serviço público e a atividade econômica em sentido estrito, a Constituição Federal

a) submeteu a exploração de ambas as espécies ao mesmo regime jurídico, essencialmente público,


com o que se permitiu a coparticipação do setor privado na prestação de serviços públicos e atividades
econômicas de interesse social.

b) submeteu a prestação de cada uma das atividades a dispositivos constitucionais e regimes jurídicos
distintos, a primeira a regime essencialmente público e a segunda a regime privado.

c) conferiu tratamento diverso às duas diferentes espécies de atividade, razão pela qual o serviço púbico
cuja exploração é delegada à iniciativa privada perde sua natureza essencial pública, passando a se
submeter tão somente a normas indutivas.

d) conferiu o mesmo tratamento jurídico às duas espécies do gênero atividade econômica, razão pela
qual não há utilidade prática na classificação, pois se submetem ao mesmo e indistinto regime jurídico de
prestação, a ser definido por decisão discricionária da Administração pública.

e) submeteu cada uma das atividades a regimes e dispositivos constitucionais distintos, respectivamente
público e privado, razão pela qual, dado o princípio da livre iniciativa, ao estado é vedada a prestação da
segunda e à iniciativa privada da primeira.

GABARITO: B

O serviço público não se identifica com a intervenção no domínio econômico. Relativamente ao regime
jurídico, o serviço público se sujeita a um conjunto de princípios e de normas predominantemente de
Direito Público, como a continuidade, a modicidade das tarifas, a eficiência, a universalidade e a cortesia.
Por sua vez, a atividade econômica se desenvolve sob a observância dos comandos constitucionais

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primariamente do Direito Privado e da ordem econômica, como os princípios da livre-iniciativa, da
propriedade privada e da livre concorrência.

Quanto à forma de atuação, o Poder Público é titular do serviço público, podendo prestá-lo direta ou
indiretamente, nesse caso, sob o regime de concessão e permissão. Na intervenção, por sua vez, o Poder
Público atua subsidiariamente em paralelo ao sistema capitalista, só podendo explorar a atividade
econômica nos casos de monopólio, de imperativo de Segurança Nacional e de relevante interesse
público. Na intervenção direta no domínio econômico, as empresas governamentais ficam sujeitas ao
regime próprio das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas e tributárias, o que,
no entanto, não alcança integralmente as empresas estatais que prestam serviços públicos.

A seguir os erros nos demais itens:

Na letra A, os regimes são diversos, como bem explicado no item B.

Na letra C, o serviço público é de regime publicístico. E a forma de atuação por indução dá-se, por
exemplo, com a concessão de incentivos fiscais, que não é o caso dos serviços públicos.

Na letra D, os regimes são diversos, releitura dos comentários da letra B.

Na letra E, o Estado pode ser prestador de serviços públicos, e pode sim repassar à iniciativa privada,
nos termos do art. 175. E, quanto à atuação econômica, o art. 173 da CF autoriza a criação de empresas
estatais com esse propósito.

Questão 10: FCC


As diversas correntes e teorias que se ocuparam do tema dos serviços públicos pretendiam conceituar e
delimitar a natureza dessas atividades. Atualmente, as atividades consideradas como serviços públicos
são

a) prestadas diretamente pela Administração direta ou pelo setor privado, por meio de concessão
administrativa ou concessão patrocinada, quando se tratar de serviços públicos em sentido estrito,
remunerados mediante tarifa.

b) assim previstas na legislação, sendo possível admitir o conceito de serviços públicos em sentido amplo
para fins de delegação à iniciativa privada por meio de concessão administrativa.

c) utilidades disponibilizadas à população mediante expressa previsão legislativa, não se admitindo a


delegação à iniciativa privada de serviços públicos essenciais, que têm exclusividade de trespasse para
pessoas jurídicas de direito público.

d) restritas aos serviços que possam ser prestados em caráter lucrativo e exclusivo sob regime jurídico
de direito privado.

e) sempre remuneradas diretamente pelo usuário, por meio de tarifa, aspecto que diferencia a atividade
como essencial e efetivamente necessária à população.

GABARITO: B

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Adotamos o sistema formal para serviços públicos. Enfim, são todos os previstos em lei, e dotados de
regime exorbitante do comum. E, no Brasil, por não adotarmos o critério subjetivo, os serviços podem ser
delegados a concessionárias, permissionárias e até autorizatárias.

Vejamos os erros nos demais itens:

Na letra A, primeiro que as concessões administrativas até alcançam serviços públicos, mas em sentido
amplo apenas. Ademais, ao se formalizada uma concessão administrativa, o pagamento é feito
integralmente pelo Estado, não havendo tarifas, como equivocadamente afirma o quesito.

Na letra C, energia elétrica é essencial? Água é essencial? Então, pode acreditar, tais serviços são objeto
de delegação, embora essenciais.

Na letra D, os serviços públicos seguem um regime de Direito Público, mas nem sempre só públicos.
Veja o exemplo dos serviços prestados pelas concessionárias, reconhecidamente híbrido, isso porque há
parte sob o regime de direito público, parte sob o de direito privado.

Na letra E, nem sempre há tarifas. Na concessão administrativa, o Estado paga integralmente. E, na


patrocinada, não há vedação de o Estado pagar integralmente, e liberar o usuário do pagamento das
tarifas. Fica só o registro de que, nesse caso, há a necessidade de autorização legislativa, afinal, pela lei,
o limite máximo da contraprestação é de até 70%.

Questão 11: AOCP


Serviço público é a atividade realizada no âmbito das atribuições da Administração, inserida no Executivo,
em que o poder público propicia algo necessário à vida coletiva. Assinale a alternativa que apresenta o
elemento da definição de serviço público a que se refere.

a) Atividade prestacional.

b) Atividade fiscalizadora.

c) Atividade arrecadacional.

d) Atividade normatizadora.

e) Atividade operacional

GABARITO: A

Trata-se da atividade prestacional. Os serviços públicos são atividade positiva, distintamente do poder de
polícia, por exemplo, que é atividade negativa.

Questão 12: FGV


A Administração Pública municipal, após regular procedimento licitatório na modalidade concorrência,
celebrou contrato administrativo com determinada sociedade empresária, que demonstrou capacidade
para o desempenho da atividade, transferindo-lhe, por sua conta e risco, a prestação do serviço público

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de transporte coletivo de passageiros intramunicipal, por prazo determinado, mediante remuneração por
meio da cobrança de tarifa dos usuários.

O instrumento jurídico por meio do qual se firmou o negócio jurídico em tela é o contrato de:

a) autorização de serviço público, aplicando-se o princípio do equilíbrio econômico e financeiro do


contrato;

b) permissão de serviço público, aplicando-se o princípio da disponibilidade do serviço;

c) concessão de serviço público, aplicando-se o princípio da continuidade do serviço público;

d) consórcio de serviço público, aplicando-se o princípio da modicidade da tarifa;

e) parceria público-privada de serviço público, aplicando-se o princípio da eficiência do serviço público.

GABARITO: C

Estamos diante do conceito de concessão de serviços públicos. Abaixo, a referência legal sobre o tema:

Art. 2o Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:


II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante
licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;
III - concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a construção, total ou parcial,
conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegada
pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou
consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma
que o investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço
ou da obra por prazo determinado;

Questão 13: IADES


Apesar de algumas mudanças estruturais relativas à prestação dos serviços públicos implementadas
atualmente pela União, pelos estados, pelos municípios e pelo Distrito Federal, tais serviços continuam
sendo essenciais aos cidadãos.

Levando-se em conta o exposto, é correto afirmar que os serviços públicos

a) podem ser explorados por particulares apenas quando classificados como impróprios.

b) podem ser prestados por entidades públicas ou privadas com ou sem fins lucrativos.

c) constituem obrigação do poder público, que não pode prestá-los indiretamente.

d) podem, a partir de autorização legislativa, ter a respectiva titularidade transferida a particular, mediante
concessão ou permissão.

e) devem ser prestados apenas por instituições do terceiro setor.

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GABARITO: B

Apesar de algumas mudanças estruturais relativas à prestação dos serviços públicos implementadas
atualmente pela União, pelos estados, pelos municípios e pelo Distrito Federal, tais serviços continuam
sendo essenciais aos cidadãos.

Levando-se em conta o exposto, é correto afirmar que os serviços públicos

a) podem ser explorados por particulares apenas quando classificados como impróprios.

ERRADO. Os serviços públicos são classificados, quanto à titularidade, em próprios e impróprios.

Os serviços públicos próprios são aqueles de titularidade exclusiva do Estado, mas que permitem a
execução direta, pelo Estado, ou indireta, pelo concessionário ou permissionário.

Os serviços públicos impróprios são aqueles que não são de titularidade exclusiva do Estado, sendo
prestados pelo particular, mas que por sua importância, também atendem às demandas coletivas, como
os serviços bancários, por exemplo.

Dessa forma, tanto os serviços públicos próprios ou impróprios podem ser prestados pelo particular,
motivo pelo qual está incorreta a alternativa.

b) podem ser prestados por entidades públicas ou privadas com ou sem fins lucrativos.

CERTO. A execução do serviço público pode se dar diretamente pelo Poder Público, mediante órgãos e
entidades públicas, ou por pessoas jurídicas de direito privado, que visem ou não fins lucrativos, a
depender do serviço prestado.

Portanto, item correto.

c) constituem obrigação do poder público, que não pode prestá-los indiretamente.

ERRADO. Os serviços públicos são prestados de forma direta pelo Estado, ou de forma indireta, mediante
concessões e permissões.

Veja o art. 175 da CF/88:

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.

Portanto, item incorreto.

d) podem, a partir de autorização legislativa, ter a respectiva titularidade transferida a particular, mediante
concessão ou permissão.

ERRADO. A concessão e a permissão são institutos que transferem a execução ao particular, não se
transferindo a titularidade do serviço, que permanece com a Administração Pública.

Logo, item incorreto.

e) devem ser prestados apenas por instituições do terceiro setor.

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ERRADO. Como visto, os serviços públicos podem ser prestados por qualquer pessoa, física ou jurídica,
a depender do serviço que foi concedido ou permitido, não se limitando às instituições do terceiro setor.

Dessa forma, item incorreto.

Questão 14: CEBRASPE (CESPE)


No que diz respeito à ordem econômica e financeira, aos serviços públicos, às formas de outorgas e à
ordenação do transporte aquaviário, julgue o seguinte item.

A prestação de serviços públicos é incumbência do poder público, que, na forma da lei, pode prestá-lo
diretamente ou, sempre mediante licitação, sob o regime de concessão, permissão ou autorização.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

Façamos a leitura do art. 175 da CF:

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.

Então, viu o erro? Nota que a CF não cita a autorização.

Professor, significar dizer que a autorização não se destina, também, à possível prestação de serviços?
Não, pode sim se formalizar por autorização.

O erro é que a licitação é uma imposição apenas para as permissões e concessões. Não há, de regra,
licitação para a formalização das autorizações.

Questão 15: FCC


A gratuidade da tarifa de serviços públicos para grupos determinados de usuários

a) pode ser imposta unilateralmente pelo poder concedente ao concessionário de serviço público após a
celebração do contrato, por meio de ato motivado e mediante reequilíbrio econômico-financeiro, se for o
caso.

b) implica ofensa ao princípio da isonomia, prévia ou posteriormente à contratação, salvo se houver


previsão de reequilíbrio econômico-financeiro, por meio de indenização, em favor do prestador do serviço.

c) pode ser imposta unilateralmente pela Administração pública após a contratação da concessão de
serviço público, não admitindo reequilíbrio econômico-financeiro por se configurar evento previsível,
inserida na álea ordinária do contratado.

d) depende da observância de critérios que justifiquem a distinção entre os usuários, juízo que se insere
na discricionariedade do administrador, não admitindo controle externo.

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e) deve estar previamente acordada em eventual contrato de concessão, sob pena de não ser permitido
ao poder concedente instituir novas isenções.

GABARITO: A

Não há qualquer vedação de o serviço público ser gratuito. Por exemplo, a empresa sagrou-se vencedora
do certame, e ofertou uma tarifa “X” pela execução dos serviços, até como forma de cobrir seus
investimentos e ter lucro. Ocorre que, durante a execução, a população não estava conseguindo honrar
com as tarifas, tendo paralisações, greves etc. Nesse caso, o poder público pode cobrir 100% o valor da
tarifa, sem qualquer problema. O importante é que a empresa não seja prejudicada, sendo sempre
mantido o equilíbrio econômico-financeiro do acordo.

Os demais itens estão errados. Abaixo:

Na letra B, não há qualquer quebra na isonomia, seja de forma prévia ou posterior. Se for prévia, as
empresas já são sabedoras que os valores serão arcados pelo Estado. Se posterior, o Estado terá de
manter o equilíbrio econômico-financeiro.

Na letra C, álea ordinária? Como a empresa vai sobreviver? De vento? Rs. Gente, isso é impossível. A
empresa concessionária será remunerada pelo Estado.

Na letra D, de fato, devem existir critérios para a justificação da distinção, mas isso não é algo que deva
ficar sob a órbita do poder discricionário do administrador. E, qualquer desvio de conduta, além do controle
interno, abrirá a possibilidade de controle externo.

Na letra E, não há impedimento de isenções futuras, ainda que não previstas no edital ou no contrato.
Claro que não poderá a União conceder gratuidade em serviços concedidos pelos Estados, e vice-versa.

Questão 16: FCC


Como destaca a doutrina abalizada, as primeiras noções de serviço público, surgidas na França, eram
tão amplas que abrangiam, algumas delas, todas as atividades do Estado. É certo que referido conceito
evoluiu e passou por modificações significativas, podendo-se afirmar que, atualmente, serviço público,
em seu sentido estrito,

a) denota, em seu aspecto subjetivo, a obrigatoriedade de prestação direta pelo Estado ou por pessoa
jurídica de direito público.

b) corresponde, em seu aspecto material, à prestação de uma utilidade ou comodidade fruível


diretamente pelos administrados.

c) significa toda a atividade de natureza econômica exercida pelo poder público, em regime de direito
privado, mediante cobrança de tarifa.

d) apresenta, em seu aspecto formal, a instrumentalização mediante contrato de concessão ou


delegação e a cobrança direta do usuário por meio de taxa.

e) representa a atuação do Estado, diretamente ou por intermédio de delegação a entidades da


Administração indireta, para prestar utilidades aos cidadãos, vedada a cobrança de tarifa.

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GABARITO: B

Sobre o tema, esclarece Matheus Carvalho:

“(...) a conceituação de determinada atividade como serviço público depende da conjunção de 3 (três)
elementos, a saber:
• Substrato material – o serviço público é uma comodidade ou utilidade fruível pelo particular, de forma
contínua, sem interrupções indevidas (...).
• Substrato formal – o serviço público é regido por normas de direito público (...).
• Elemento subjetivo – o serviço público deve ser prestado pelo Estado de forma direta ou indireta.
(...)”
(CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. 5ª ed. Salvador: JusPodivm, 2018. P.638)

Partindo-se dessas premissas, vamos às alternativas:

a) denota, em seu aspecto subjetivo, a obrigatoriedade de prestação direta pelo Estado ou por pessoa
jurídica de direito público. – errada.

Conforme visto, o serviço público poderá ser prestado diretamente pelo Estado ou de forma indireta, a
qual se dará pela delegação do serviço a particulares.

Logo, incorreta a alternativa.

b) corresponde, em seu aspecto material, à prestação de uma utilidade ou comodidade fruível


diretamente pelos administrados. – certa.

A alternativa reflete adequadamente o substrato material do serviço público, o qual deve aumentar a
esfera de interesses do particular, em oposição ao poder de polícia, que limita sua esfera de interesses.

Nessa linha, correta a alternativa, devendo ser assinalada.

c) significa toda a atividade de natureza econômica exercida pelo poder público, em regime de direito
privado, mediante cobrança de tarifa. – errada.

Serviço público não se confunde com atividade econômica. Esta sim se submete a um regime jurídico de
direito privado, já que o Estado atua em igualdade de condições com o particular.

No serviço público, o Estado atua munido de suas prerrogativas decorrentes da supremacia do interesse
público sobre o privado, sendo que tal atividade rege-se, conforme o substrato formal acima elencado,
pelo regime jurídico de direito público.

Logo, incorreta a alternativa.

d) apresenta, em seu aspecto formal, a instrumentalização mediante contrato de concessão ou


delegação e a cobrança direta do usuário por meio de taxa. – errada.

Em verdade, conforme exposto acima, o aspecto formal do serviço público significa que ele deve
observar o regime jurídico de direito público.

Logo, incorreta a alternativa.

e) representa a atuação do Estado, diretamente ou por intermédio de delegação a entidades da


Administração indireta, para prestar utilidades aos cidadãos, vedada a cobrança de tarifa. – errada.

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Primeiramente, destaca-se que os serviços públicos poderão ser prestados por particulares mediante
delegação, e não apenas diretamente pelo Estado ou delegação à Administração Indireta.

Ainda, quando prestado por particulares, o serviço público pode sim ser remunerado mediante a cobrança
de tarifa, pelo que incorreta a alternativa.

Questão 17: FCC


Conforme a Constituição Federal e a Lei nº 8.987/1995, a concessão e a permissão são espécies de
delegação da prestação de serviços públicos pelo Estado a terceiros,

a) sendo a primeira classificada como contrato e a segunda como ato precário, razão pela qual somente
a concessão exige prévia licitação.

b) sendo a permissão equivalente à autorização e cabível nas hipóteses em que o Poder público pretende
estimular a competição e eficiência, razão pela qual está submetida a regime privado.

c) devendo o Estado lançar mão da primeira quando não pretenda manter a titularidade do serviço
concedido e, em sentido oposto, da segunda quando pretenda manter a sua titularidade; assim, a
permissão aplica-se a serviços cuja exploração possa ser delegada por período menor de tempo.

d) aplicáveis, respectivamente, para serviços públicos de prestação direta e exclusiva pelo Estado e para
serviços públicos não autossuficientes, em razão da natureza precária do contrato da segunda espécie
de delegação.

e) que, necessariamente, devem ser precedidas de licitação, a primeira obrigatoriamente na modalidade


concorrência e à pessoa jurídica ou consórcio de empresas, já a segunda podendo ser feita à pessoa
física.

GABARITO: E

São clássicas as questões envolvendo a distinção entre permissões e concessões. Ambas são definidas,
expressamente, pela Lei 8.987/1995. E são diferenças bem significativas, e, por isso, marcantes para
decorarmos.

Então, a permissão é um contrato? Sim, é! Essa não é uma diferença. As permissões são contratos
administrativos, pelo menos tratando-se de serviços públicos. É chamado, no entanto, de contrato de
adesão.

Uma distinção é em relação à modalidade de licitação. Não há modalidade expressa para a permissão.
A concorrência é prevista para a concessão.

Em relação à formalização com o Estado, as concessões são formalizadas entre pessoas jurídicas e
consórcios e o Poder Concedente. Já as permissões com pessoas físicas (naturais) e pessoas jurídicas.
Daí, inclusive, a correção da letra E.

Vejamos os erros:

Na letra A, a permissão é contrato também, apesar de dotado de precariedade e revogabilidade.

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Na letra B, as permissões seguem um sistema híbrido, como as concessões. São marcadas pelo Direito
Privado e Público. Porém, não se confundem com as autorizações, por ser esses meros atos
administrativos.

Na letra C, na delegação negocial, não há mudança da titularidade. Portanto, o Estado repassa apenas
a execução.

Na letra D, os serviços exclusivos do Estado são indelegáveis. E as concessões não são precárias.

Questão 18: FCC


Considere:

I. Delegação, pelo ente titular, da titularidade e da prestação de serviço público à pessoa jurídica ou
consórcio de empresas.
II. Delegação, pelo ente titular, da prestação de serviço público à pessoa jurídica ou consórcio de
empresas.
III. Formalização mediante contrato, precedida de licitação, na modalidade concorrência.
IV. Fiscalização pelo poder concedente responsável pela delegação, com a cooperação dos usuários.

No que concerne às concessões de serviços públicos regidas pela Lei n° 8.987/1995, está correto o que
se afirma APENAS em

a) I, II e III.

b) I, II, e IV.

c) II, III e IV.

d) III e IV.

e) I e III.

GABARITO: C

O único item incorreto é o item I. É que, com a delegação negocial, forma de descentralização por
colaboração, o Estado não repassa sua titularidade do serviço público. É transferida apenas a execução,
para concessionárias e permissionárias de serviços públicos.

Os demais itens são verdadeiros, mas merecem algumas explicações adicionais.

No item II, vale o acréscimo de que as permissões não podem ser formalizadas com consórcios. E que
as concessões não podem ser com pessoas físicas.

No item III, a concessão é formalizada por contrato, e precedida de concorrência. Já as permissões


precisam de licitação, mas não há, na lei, eleição expressa de quaisquer modalidades de licitação.

No item IV, além do papel do Poder Concedente, abre-se a possibilidade de cooperação dos usuários, o
chamado princípio da participação popular.

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Questão 19: FCC
A configuração de serviços públicos para fins de celebração de contrato de concessão regido pela Lei no
8.987/1995 dá-se

a) pela análise da inconveniência de interrupção da prestação dos serviços, em razão de sua relevância,
prestados sob regime jurídico público-privado.

b) mediante discricionariedade do administrador, ao qual caberá analisar a necessidade de remuneração


por meio da cobrança de tarifa diretamente do usuário.

c) por meio de autorização legislativa específica para qualificação do serviço como público, além de
autorização legislativa para celebrar a concessão, ainda que a prestação do serviço público seja prestada
em regime jurídico de direito público.

d) de acordo com a repartição de competências estabelecidas pelos entes políticos, desde que guarde
pertinência com o setor de transporte.

e) para as atividades previstas como tal no ordenamento jurídico, dotadas de relevância e inseridas
dentre as competências do ente que figurar como poder concedente.

GABARITO: E

No Brasil, adotamos o critério formal para a definição de serviços públicos. Por esse critério, o Estado é
o responsável por estabelecer quais atividades devem ou não ser reconhecidas como serviços públicos.
O Estado é que enquadra a atividade dentro de um sistema exorbitante do comum, cercada por normas
de Direito Público.

Com outras palavras, ser ou não ser serviço público é uma escolha política. Mas sendo eleito, pela lei,
como tal, contará com um regime exorbitante do comum.

Os demais itens estão errados:

a) pela análise da inconveniência de interrupção da prestação dos serviços, em razão de sua relevância,
prestados sob regime jurídico público-privado.

O fato de o serviço público ser prestado diretamente pelo Estado não quer significar, sobremaneira, que
tenha baixa qualidade, ou seja, que a qualquer momento poderá sofrer solução em sua continuidade.
Nem pensar. Não é isso. Não se procurar por concessionárias ou permissionárias para evitar interrupção
dos serviços. Essa tratativa contratual é um mecanismo que o Estado tem de desafogar das tarefas que
podem ser bem executadas pela iniciativa privada, e concentrar-se em atividades mais gerenciais.

b) mediante discricionariedade do administrador, ao qual caberá analisar a necessidade de remuneração


por meio da cobrança de tarifa diretamente do usuário.

Não é uma questão de discricionariedade. Há serviços que sequer podem ser concedidos. Ademais, não
é o administrador que vai sopesar a necessidade de haver ou não tarifas. As tarifas fazem parte do jogo
dos serviços públicos. É a forma clássica de remuneração das prestadoras de serviços públicos, conforme
previsto em lei.

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c) por meio de autorização legislativa específica para qualificação do serviço como público, além de
autorização legislativa para celebrar a concessão, ainda que a prestação do serviço público seja prestada
em regime jurídico de direito público.

Isso não existe. É até previsto, em lei, que há a necessidade de autorização em lei para a formalização
das concessões, o que é de constitucionalidade duvidosa. Agora, autorização em lei para a qualificação
como serviço público, isso não existe.

d) de acordo com a repartição de competências estabelecidas pelos entes políticos, desde que guarde
pertinência com o setor de transporte.

Desde que guarde pertinência com o quê? rs. Gente, a banca criou algo na parte final da sentença. Será
que serviços públicos são só na área de transporte? Claro que não!!! Mas fica o registro de que os serviços
públicos seguem sim o princípio da preponderância do interesse, ou seja, há serviços privativos da União,
dos Estados e dos Municípios.

Questão 20: FGV


Dentre os diferentes tipos de serviços públicos, há aqueles classificados, pela doutrina, como de utilidade
pública.

Assinale a opção que apresenta características dos serviços de utilidade pública.

a) São executados pela Administração Pública para atender às suas necessidades internas de rotina,
possuindo caráter intrinsecamente instrumental.

b) Produzem receita originária para a Administração Pública, tendo em vista sua prestação compulsória
mediante o pagamento de tarifa.

c) Têm sua conveniência reconhecida pelo Estado, podendo executá-los diretamente ou por terceiros,
com remuneração realizada pelos usuários.

d) Possuem utilização mensurável e usuário determinado, sendo necessário que a sua prestação seja
feita por meio de um particular, tendo o seu financiamento oriundo de taxas.

e) Representam o Estado de maneira essencial, garantindo ao Poder Público a sua prestação exclusiva,
em função da tipicidade das atividades.

GABARITO: C

Os serviços públicos podem ser classificados, ainda, em propriamente ditos e de utilidade pública. Para
José dos Santos Carvalho Filho, são classificados, nessa ordem, em serviços indelegáveis e delegáveis.

Para Hely Lopes Meirelles, os serviços públicos propriamente ditos são os que a Administração presta
diretamente à comunidade, sem delegação a terceiros, por reconhecer sua essencialidade e a
necessidade para a sobrevivência da população e do próprio Estado, como a defesa nacional. São
considerados serviços pró-comunidade, por se destinarem ao atendimento a necessidades gerais da
sociedade.

Por sua vez, os serviços de utilidade pública são aqueles em que a Administração reconhece a
conveniência, mas não sua necessidade e essencialidade, e, por isso, ou os presta diretamente à

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sociedade ou os delega para que sejam executados por terceiros (concessionários e permissionários, por
exemplo). São exemplos: transporte coletivo, energia elétrica e telefonia. São considerados serviços
pró-cidadão, por propiciarem facilidades diretamente aos cidadãos.

Os demais itens estão errados:

a) São executados pela Administração Pública para atender às suas necessidades internas de rotina,
possuindo caráter intrinsecamente instrumental.

Estes são chamados de serviços administrativos ou internos.

b) Produzem receita originária para a Administração Pública, tendo em vista sua prestação compulsória
mediante o pagamento de tarifa.

Serviços industriais são geradores de receitas. Porém, fica a dica de que a compulsoriedade costuma ser
a marca para a cobrança de taxas pelo Estado. A banca, inadvertidamente, tarifas.

d) Possuem utilização mensurável e usuário determinado, sendo necessário que a sua prestação seja
feita por meio de um particular, tendo o seu financiamento oriundo de taxas.

São os serviços uti singuli ou individuais.

e) Representam o Estado de maneira essencial, garantindo ao Poder Público a sua prestação exclusiva,
em função da tipicidade das atividades.

São os propriamente ditos ou indelegáveis.

Questão 21: IDECAN


A respeito da classificação e dos princípios dos serviços públicos, assinale a alternativa correta.

a) O princípio da modicidade tem aplicação no âmbito dos serviços públicos, procurando evitar a exclusão
social.

b) Os serviços públicos são sempre contínuos e compulsórios.

c) Não são considerados serviços públicos os chamados serviços administrativos, que são executados
pelo Estado em prol de sua organização interna.

d) Os serviços de transporte coletivo são considerados serviços indelegáveis.

e) Por força do princípio da eficiência, os serviços públicos são remunerados exclusivamente por tarifas,
buscando-se o máximo retorno entre o equilíbrio contratual e a satisfação do interesse público.

GABARITO: A

A letra A está certa, pois o prestador do serviço público deve ser remunerado de maneira razoável.
Contudo, os usuários não devem ser onerados de maneira excessiva.

Com efeito, o Poder Público, ao fixar a remuneração das prestadoras, deve aferir o poder aquisitivo dos
usuários, para que estes não sejam afastados do universo de beneficiários.

Inclusive, o legislador prevê as chamadas receitas alternativas ou complementares, com o propósito de


manter a tarifa cada vez mais atrativa e acessível.

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A letra B está incorreta, pois embora os serviços públicos sejam contínuos, eles não são sempre
compulsórios. Há muitos serviços que são prestados apenas quando demandado pelo particular, tal como
serviços médicos, concessão de alvará, dentre outros.

Também denominado de princípio da permanência, a continuidade é sempre um forte item de prova. Pelo
princípio da continuidade, os serviços públicos não podem sofrer interrupção. É dizer, não devem sofrer
solução de continuidade em sua prestação, a não ser em situações excepcionais. Nesse contexto, não
caracteriza descontinuidade a interrupção da prestação do serviço:
- Em razão de situação emergencial (exemplo de “apagão” devido à queda de raio na central elétrica), e
- Após aviso prévio, quando:
a) motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e
b) por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.

Já os serviços compulsórios são os impostos de forma coercitiva pelo Estado e cobrados mediante taxa
(exemplo das taxas de incêndio e judiciária), não podendo sofrer solução de continuidade, pois a Fazenda
Pública conta com instrumentos hábeis de cobrança, como a inscrição em dívida ativa para futura
execução do devedor.

A letra C está errada, pois mesmo os serviços administrativos que servem ao interesse interno da
administração, são considerados serviços públicos.

Com efeito, os serviços administrativos são os que a Administração executa para atender a suas
necessidades internas ou para preparar outros serviços que serão prestados ao público, tais como os de
imprensa oficial (impressão de diários) e das estações experimentais.

A letra D está errada, pois os serviços de transporte coletivo podem ser delegados.

Aprofundando, os serviços de transporte coletivo são classificados como serviços de utilidade pública,
que são aqueles em que a Administração reconhece a conveniência, mas não sua necessidade e
essencialidade, e, por isso, ou os presta diretamente à sociedade ou os delega para que sejam
executados por terceiros (concessionários e permissionários, por exemplo). São exemplos: transporte
coletivo, energia elétrica e telefonia. São considerados serviços pró-cidadão, por propiciarem facilidades
diretamente aos cidadãos.

A letra E está incorreta.

Embora de titularidade do Estado, os serviços públicos podem ser executados indiretamente por meio de
concessionárias e permissionárias. Nesse caso, quando o serviço público é prestado por particulares, o
vínculo entre o usuário e a prestadora de serviços é de natureza contratual, sendo a tarifa o modo clássico
de remuneração.

Agora, se a prestação é direta pelo Estado, por meio de órgãos ou pessoas administrativas, a relação
travada entre o Poder Público e os cidadãos é de Direito Público, sendo a taxa a forma clássica de
remuneração. As taxas são tributos, e, bem por isso, cobradas coativamente dos particulares,
independentemente do uso efetivo dos serviços, pois, nos termos do Código Tributário Nacional, é
suficiente que o serviço seja colocado à disposição e esteja em pleno funcionamento.

A questão que se impõe é saber se as tarifas podem ser cobradas ainda que não exista serviço público
alternativo e gratuito para o usuário. A resposta está expressa na Lei 8.987/1995, em seu § 1.º do art. 9.º:
§ 1.º A tarifa não será subordinada à legislação específica anterior e somente nos casos expressamente
previstos em lei, sua cobrança poderá ser condicionada à existência de serviço público alternativo e
gratuito para o usuário.

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Questão 22: VUNESP
A respeito do serviço público, assinale a alternativa correta.

a) Os serviços públicos uti universi são serviços prestados a usuários determinados, sendo possível
mensurar a sua utilização por cada um deles.

b) Em razão dos princípios constitucionais da livre iniciativa e da livre concorrência, a caracterização de


atividade como serviço público exige prévia autorização constitucional.

c) As atividades que tenham como resultado a promoção de direitos fundamentais devem ser
consideradas como serviço público.

d) O serviço público é de titularidade do Estado, podendo a sua prestação ser transferida à iniciativa
privada e realizada em regime de competição.

e) O princípio da continuidade do serviço público impõe, necessariamente, que todos os serviços públicos
sejam prestados diariamente e em período integral

GABARITO: D

a) Os serviços públicos uti universi são serviços prestados a usuários determinados, sendo possível
mensurar a sua utilização por cada um deles. – errada.

Em verdade, os serviços públicos uti universi são aqueles prestados a coletividade, não sendo possível
mensurar a sua utilização por cada usuário. Portanto, alternativa incorreta.
Vejamos a lição de Ricardo Alexandre e João de Deus:
“Os serviços uti universi, também conhecidos como serviços universais, coletivos ou gerais, são aqueles
prestados à coletividade, mas usufruídos apenas indiretamente pelos indivíduos, como serviço de
iluminação pública, varrição de rua, defesa nacional etc. Os serviços uti universi são prestados a usuários
indeterminados e indetermináveis, não sendo possível, justamente por isso, a mensuração individualizada
do uso. Esses serviços são custeados por meio de impostos ou contribuições especiais. Por essa razão,
o STF editou a Súmula 670, na qual consagra o entendimento de que “o serviço de iluminação pública
não pode ser remunerado mediante taxa”, uma vez que se trata de serviço uti universi.” (ALEXANDRE,
Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método, 2015.E-book.
P. 567)

b) Em razão dos princípios constitucionais da livre iniciativa e da livre concorrência, a caracterização de


atividade como serviço público exige prévia autorização constitucional. – errada.

Em verdade, apesar de não haver uma definição exata do que é ou não um serviço público, não há, no
ordenamento jurídico, a exigência para a sua caracterização de que a atividade esteja previamente
autorizada pela Constituição. Portanto, alterativa incorreta.
Na lição de Ricardo Alexandre e João de Deus:
“Do exposto, podem-se tirar algumas conclusões:
2. é o Estado, por meio da lei, que escolhe quais as atividades que, em determinado momento, são
consideradas serviços públicos; no direito brasileiro, a própria Constituição faz essa indicação nos artigos
21, incisos X, XI, XII, XV e XXIII, e 25, § 2o, alterados, respectivamente, pelas Emendas Constitucionais
8 e 5, de 1995; isto exclui a possibilidade de distinguir, mediante critérios objetivos, o serviço público da
atividade privada; esta permanecerá como tal enquanto o Estado não a assumir como própria;” (DI
PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo.31ª ed. São Paulo: Forense, 2018. P. 176)

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c) As atividades que tenham como resultado a promoção de direitos fundamentais devem ser
consideradas como serviço público. – errada.

Não necessariamente toda a atividade que promova os direitos fundamentais é considerada como serviço
público. Isso porque o conceito de serviço público está em constante evolução e é mais amplo do que a
promoção dos direitos fundamentais, visto que o objetivo é satisfazer as necessidades coletivas, tendo
uma relação maior com os direitos sociais. Portanto, alternativa incorreta.
Vejamos a lição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro:
“Daí a nossa definição de serviço público como toda atividade material que a lei atribui ao Estado para
que a exerça diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer concretamente às
necessidades coletivas, sob regime jurídico total ou parcialmente público.” (DI PIETRO, Maria Sylvia
Zanella. Direito Administrativo.31ª ed. São Paulo: Forense, 2018. P. 177)

d) O serviço público é de titularidade do Estado, podendo a sua prestação ser transferida à iniciativa
privada e realizada em regime de competição. – certa.

Realmente, o serviço público é de titularidade do Estado, no entanto, ele pode transferir a sua prestação
à iniciativa privada, a qual pode ser realizada em regime de competição. Portanto, alternativa correta.
Na lição de Ricardo Alexandre e João de Deus:
“No tocante ao modo de prestação dos serviços públicos, estes podem ser prestados de forma
centralizada ou descentralizada.
Quando o serviço público é prestado pela própria pessoa jurídica federativa que detém a sua titularidade,
diz-se que o serviço está sendo prestado de forma centralizada. Ocorre que, em várias situações, o ente
político titular daquele serviço público, embora mantendo a sua titularidade, transfere a pessoas alheias
à sua estrutura administrativa a responsabilidade pela prestação, hipótese em que o serviço passa a ser
executado de forma descentralizada.
O ente político, mesmo quando transfere a terceiros a responsabilidade pela prestação de serviços
públicos, sempre conserva a sua titularidade, o que lhe garante a manutenção, em qualquer caso, da
competência para regular e controlar a prestação desses serviços.” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João
de. Direito Administrativo Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método, 2015.E-book. P. 569)

e) O princípio da continuidade do serviço público impõe, necessariamente, que todos os serviços públicos
sejam prestados diariamente e em período integral – errada.

Em verdade, o princípio da continuidade não impõe que todos os serviços públicos sejam prestados
diariamente e em período integral, esse princípio, na verdade, veda a interrupção dos serviços públicos,
o que não significa que eles devam ser prestados diariamente e em turno integral. Salienta-se, ainda, que
esse mesmo mandamento traz a possibilidade que de em casos de emergência os serviços podem ser
interrompidos. Portanto, o princípio da continuidade não pode ser recebido como uma regra absoluta e
literal, a continuidade será observada pela não interrupção dos serviços, assim sendo, um serviço poderá
ser considerado contínuo mesmo que não seja prestado diariamente e em período integral. Sendo assim,
alternativa incorreta.
Vejamos a lição de Fernanda Marinela:
“Continuidade significa ausência de interrupção, sequência, ação incessante. O princípio da continuidade
aplicado ao Direito Administrativo exige que a atividade administrativa seja prestada de forma contínua,
não comportando intervalos, não apresentando lapsos ou falhas, sendo constante e
homogênea.” (MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo. 10ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016. E-book.
P. 112).

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Lei 8112
Questão 1: VUNESP
A respeito do regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações
públicas federais, assinale a alternativa correta, conforme a Lei no 8.112/1990.

a) Servidor é a pessoa legalmente investida do serviço público.

b) Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional


que devem ser cometidas a um servidor.

c) Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros natos, são criados por lei complementar, com
denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos.

d) É absolutamente proibida a prestação de serviços gratuitos.

e) O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade competente do Poder
Executivo, ainda que se trate de cargo da estrutura de outro Poder.

GABARITO: B

É o que prevê o art. 3º:

Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional


que devem ser cometidas a um servidor.
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com
denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em
comissão.

Os demais itens estão errados:

a) Servidor é a pessoa legalmente investida do serviço público CARGO PÚBLICO.

INCORRETA. Cargo público.

c) Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros natos, são criados por lei complementar, com
denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos.

INCORRETA. Natos ou naturalizados e lei ordinária.

d) É absolutamente proibida a prestação de serviços gratuitos.

INCORRETA. Nos termos da lei.

e) O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade competente do Poder
Executivo, ainda que se trate de cargo da estrutura de outro Poder.

INCORRETA. Depende de concurso público.

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Questão 2: IDECAN
No que se refere aos servidores e agentes públicos, assinale a alternativa correta.

a) Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional


que devem ser cometidas a um servidor.

b) Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e
vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter temporário, efetivo ou em comissão.

c) O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade competente de cada Poder, e
a investidura ocorrerá com a nomeação.

d) A nomeação em cargo público far-se-á em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de
provimento efetivo, excetuando-se os de carreira.

e) Poderá ocorrer novo concurso mesmo que haja candidato aprovado no concurso anterior com prazo
de validade não expirado.

GABARITO: A

a) Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional


que devem ser cometidas a um servidor.

Assim prevê a lei:

Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional


que devem ser cometidas a um servidor.
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com
denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em
comissão.

Os demais itens estão errados:

b) Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e
vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter temporário, efetivo ou em comissão.

São de provimento efetivo ou comissionado.

c) O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade competente de cada Poder, e
a investidura ocorrerá com a nomeação.

A investidura no cargo público dá-se com a posse.

d) A nomeação em cargo público far-se-á em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de
provimento efetivo, excetuando-se os de carreira.

O provimento efetivo dá-se em cargo isolado ou em carreira.

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e) Poderá ocorrer novo concurso mesmo que haja candidato aprovado no concurso anterior com prazo
de validade não expirado.

A CF autoriza, mas a lei 8.112 veda. Confira:

Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma única vez,
por igual período.
§ 1o O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital, que será
publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circulação.
§ 2o Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo
de validade não expirado.

Questão 3: FCC
A Administração pública federal relaciona-se com seu pessoal por meio de distintos regimes, dentre os
quais o estabelecido pela Lei nº 8.112/1990, que é aplicável

a) ao servidor civil da Administração pública federal direta, autárquica e fundacional pública, investido em
cargo público.

b) aos empregados públicos e servidores da Administração pública federal direta e indireta, inclusive o
temporário.

c) ao servidor civil e militar, investido ou não em cargo público, desde que vinculado à Administração
pública direta federal.

d) ao servidor civil, empregado público, titular de cargo em comissão e temporário das pessoas jurídicas
de direito público federal, em razão do regime jurídico único.

e) a todos os servidores federais civis e aos servidores civis dos demais entes federativos e pessoas
jurídicas de direito público a eles vinculadas, em razão do princípio federativo.

GABARITO: A

O regime jurídico estabelecido pela Lei 8.112/90 é o chamado regime estatutário, pois regido por um
Estatuto. Nem todos os agentes públicos estão sujeitos a tal regime, mesmo que sejam integrantes da
administração pública federal.

Os 2 primeiros artigos da referida Lei delimitam de forma muito clara a abrangência subjetiva dessa
norma.

"Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias,
inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público."

Apenas os servidores civis federais são submetidos à Lei 8.112/90, ficando de fora, portanto, todos os
outros, sejam militares (C), empregados públicos, temporários (B e D) ou servidores de outras esferas
como estaduais, municipais e distritais (E).

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Questão 4: FCC
A Lei n° 8.112/1990 estabelece o Regime Jurídico dos Servidores Públicos

a) Civis e Militares da União e de suas autarquias, excluídas as de regime especial, e das fundações,
públicas, federais e privadas.

b) Federais, da Administração pública direta, não abrangendo os servidores públicos da Administração


indireta, mesmo que autárquica.

c) Civis e Militares da União, das autarquias, inclusive as de regime especial, e das fundações públicas
federais.

d) Civis da União, das autarquias, inclusive as de regime especial, e das fundações públicas federais.

e) Federais, da Administração pública direta e indireta, abrangendo os empregados das empresas


estatais e fundações públicas.

GABARITO: D

O regime jurídico dos servidores estatutários – efetivos e comissionados – é sempre legal, chamando de
regime institucional, distinto do contratual, típico dos celetistas. Na esfera federal, vigora a Lei 8.112/1990.

Trata-se de uma lei federal, e, enquanto tal, restrita aos servidores civis da União. Assim dispõe a Lei:
Art. 1o Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive
as em regime especial, e das fundações públicas federais.

Perceba que a lei é só para a União, e, ainda assim, somente às pessoas de Direito Público. Os
empregados das estatais são celetistas, por exemplo.

Questão 5: IDECAN
Acerca do provimento de cargo público, assinale a alternativa correta.

a) A investidura em cargo público ocorrerá com a nomeação ou com a entrada em efetivo exercício.

b) A reintegração não é forma de provimento de cargo público.

c) A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial.

d) Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para


provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para
tais pessoas serão reservadas, no mínimo, 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.

e) A readaptação não é forma de provimento de cargo público.

GABARITO: C

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A questão versa sobre a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, que dispõe sobre o regime jurídico
dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. Nesse contexto,
vamos analisar os itens para encontrar a resposta correta.

a) A investidura em cargo público ocorrerá com a nomeação ou com a entrada em efetivo


exercício.

Incorreto. Na verdade, a investidura em cargo público somente se dará com a posse, conforme o art. 7º,
da Lei Estatutária:

Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.

b) A reintegração não é forma de provimento de cargo público.

Incorreto. Pelo contrário, a reintegração é forma de provimento. Efetivamente, a Reintegração surge


quando um servidor recupera o cargo perdido por demissão, quando esta for invalidada por decisão
administrativa ou judicial, conforme dispõe o art. 28, caput, da Lei nº 8.112/90:

Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no


cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa
ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens

c) A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial.

Correto. De fato, a posse depende de prévia inspeção médica oficial, conforme exige o art. 14, parágrafo
único, da Lei:

Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial.
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e mentalmente para o
exercício do cargo.

d) Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso


público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que
são portadoras; para tais pessoas serão reservadas, no mínimo, 20% (vinte por cento) das vagas
oferecidas no concurso.

Incorreto. Embora a lei não estabeleça um número de vagas exato para a reserva de contratação de
pessoas portadoras de deficiência, estabelece um teto de ATÉ 20% das vagas, conforme o art. 5º, § 2º,
da Lei Estatutária:

Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo público:


[...]
§ 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público
para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras;
para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.

e) A readaptação não é forma de provimento de cargo público.

Incorreto. A Readaptação é forma de provimento e conceitua-se como a realocação de um servidor que


sofreu perdas em sua composição física ou mental para um cargo compatível com as limitações que
surgiram, conforme determina o art. 24, da Lei 8.112/90:

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Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades
compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção
médica.
[...]
§ 2o A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida,
nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o
servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.

Questão 6: VUNESP
A realização de concurso público para a seleção de profissionais integrarem o serviço público é
mandamento constitucional, excetuadas algumas situações específicas, tais como a dos cargos em
comissão demissíveis ad nutum.

A respeito do concurso público, é correto afirmar, com base na Lei nº 8.112/1990, que

a) o concurso será de provas e títulos, devendo ser realizado em duas etapas, conforme dispuser o
respectivo plano de carreira, condicionada a inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no
edital.

b) o concurso público terá validade de 4 (quatro) anos, se o seu prazo for prorrogado uma única vez.

c) o prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital, que será
publicado na internet e em periódicos especializados de grande circulação.

d) não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo
de validade não expirado.

e) a nomeação para cargo técnico em comissão depende de prévia habilitação em processo seletivo
simplificado, obedecida a ordem de classificação, em razão do princípio da moralidade e impessoalidade.

GABARITO: D

Abaixo, o disposto no art. 12 da lei 8.112:

Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma única vez,
por igual período.
§ 1o O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital, que será
publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circulação.
§ 2o Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo
de validade não expirado.

Vejamos os erros:

a) o concurso será de PROVAS ou provas e títulos, devendo ser realizado em duas etapas, conforme
dispuser o respectivo plano de carreira, condicionada a inscrição do candidato ao pagamento do valor
fixado no edital.

INCORRETA. Também há concurso só de provas.

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b) o concurso público terá validade de 4 (quatro) anos, se o seu prazo for prorrogado uma única vez.

INCORRETA. A validade é de 2 anos.

c) o prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital, que será
publicado na internet e em periódicos especializados de grande circulação.

INCORRETA. Até pode ser publicado na internet. Mas a lei prevê Diário Oficial. E o jornal é diário de
grande circulação.

e) a nomeação para cargo técnico em comissão NÃO depende de prévia habilitação em processo
seletivo simplificado, obedecida a ordem de classificação, em razão do princípio da moralidade e
impessoalidade.

INCORRETA. A nomeação para cargos comissionados é exceção ao princípio do concurso público.

Questão 7: IDECAN
A Lei 8.112/90 dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e
das fundações públicas federais. Nesse contexto normativo, assinale o que não é considerado requisito
básico para investidura em cargo público.

a) nacionalidade brasileira

b) aptidão física e mental

c) gozo dos direitos políticos

d) idade mínima de dezoito anos

e) quitação com as obrigações militares, eleitorais e fiscais

GABARITO: E

Os requisitos para a investidura são encontrados, expressamente, no art. 5º da Lei 8.112/1990:

Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo público:


I – a nacionalidade brasileira;
II – o gozo dos direitos políticos;
III – a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV – o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V – a idade mínima de dezoito anos;
VI – aptidão física e mental.

Fácil, assim, concluir pela correção da letra E, afinal a quitação das obrigações fiscais não constitui
requisito básico.

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Questão 8: IDECAN
São requisitos básicos para investidura em cargo público, exceto

a) a nacionalidade brasileira.

b) o gozo dos direitos políticos.

c) a quitação com as obrigações militares.

d) a aptidão física e mental.

e) a idade mínima de 21 anos.

GABARITO: E

A idade mínima é de 18 anos. Confira:

Lei 8.112:
Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo público:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o gozo dos direitos políticos;
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V - a idade mínima de dezoito anos;
VI - aptidão física e mental.

Questão 9: IDECAN
A respeito da Lei 8.112/90, assinale a alternativa correta.

a) A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo


resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial,
com ressarcimento de todas as vantagens.

b) Recondução, reversão, reintegração e transferência são formas de provimento de cargo público.

c) No ato da nomeação, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem seu
patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.

d) O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado em


processo no qual lhe seja assegurada ampla defesa.

e) O concurso público terá validade de 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual
período.

GABARITO: A

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a) A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo
resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial,
com ressarcimento de todas as vantagens.

Confira a lei:

Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo
resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial,
com ressarcimento de todas as vantagens.
§ 1o Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, observado o disposto
nos arts. 30 e 31.
§ 2o Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem,
sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.

Os demais itens estão errados:

b) Recondução, reversão, reintegração e transferência são formas de provimento de cargo público.

A lei revogou a transferência, pois, ao lado desta forma, o STF reconheceu a inconstitucionalidade da
ascensão.

c) No ato da nomeação, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem seu
patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.

No ato da posse e não da nomeação.

d) O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado em


processo no qual lhe seja assegurada ampla defesa.

De acordo com a lei, perde-se o cargo também por processo administrativo, em que se confira o
contraditório e ampla defesa.

e) O concurso público terá validade de 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual
período.

Detalhe de prova! Olhos de águia, gente! Não é de dois anos. É de ATÉ 2 anos. Ou seja, o prazo pode
ser de 90 dias, prorrogável por igual período (+ 90 dias).

Questão 10: IDECAN


Acerca do exercício em cargo público, assinale a alternativa correta.

a) Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio
probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses.

b) O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, será aposentado com
proventos proporcionais.

c) A capacidade de iniciativa não é um fator que influencia na avaliação para o desempenho do cargo.

d) O estágio probatório não ficará suspenso na hipótese de participação em curso de formação.

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e) A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo posicionamento na carreira
a partir da data de publicação do ato que promover o servidor.

GABARITO: E

e) A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo posicionamento na carreira
a partir da data de publicação do ato que promover o servidor.

Vejamos o disposto na lei:

Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo posicionamento na
carreira a partir da data de publicação do ato que promover o servidor.

Os demais itens estão errados:

a) Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio
probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses.

O prazo é de 36 meses. Apesar de, na literalidade da lei 8.112, ainda se prevê 24 meses. Cuidado!

b) O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, será aposentado com
proventos proporcionais.

Na verdade, o servidor se estável, ao ser inabilitado no estágio, terá direito à recondução. Veja:

Art. 20. § 2o O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, reconduzido
ao cargo anteriormente ocupado, observado o disposto no parágrafo único do art. 29.

c) A capacidade de iniciativa não é um fator que influencia na avaliação para o desempenho do cargo.

Para ser aprovado no estágio probatório, deve ser um PADRI: produtividade, assiduidade, disciplina,
responsabilidade e capacidade de iniciativa.

Veja:

Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a
estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade
serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguinte fatores:

I - assiduidade;
II - disciplina;
III - capacidade de iniciativa;
IV - produtividade;
V- responsabilidade.

d) O estágio probatório não ficará suspenso na hipótese de participação em curso de formação.

Vejamos os casos de suspensão ou não suspensão:

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Art. 5º. § 5o O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e os afastamentos previstos nos
arts. 83, 84, § 1o, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação em curso de formação, e será retomado
a partir do término do impedimento.

Ou seja, fica sim suspenso no caso de participar em curso de formação.

Questão 11: VUNESP


Fulano da Silva é servidor público federal e há seis meses vem se recuperando de acidente ocorrido fora
do ambiente de trabalho que lhe causou cegueira total permanente, perda da função motora nos membros
superiores e perda da capacidade de fala. A limitação da sua capacidade por decorrência do acidente foi
verificada em inspeção médica. A respeito dessa situação hipotética, é correto afirmar, com base na Lei
nº 8.112/1990, que

a) se julgado incapaz para o serviço público, Fulano será exonerado a bem do serviço público.

b) caso seja possível a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis


com a limitação, ocorrerá a chamada recondução do servidor.

c) caso a nova condição física de Fulano se mostre incompatível com qualquer função no serviço público,
ele poderá optar pela aposentadoria ou pela disponibilidade, caso no qual aguardará eventual
recuperação sem recebimento de quaisquer vencimentos.

d) Fulano permanecerá como servidor público em licença médica renovável após avaliação médica até
a sua plena recuperação ou a sua aposentadoria por idade, o que ocorrer primeiro.

e) eventual readaptação do servidor será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação
exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos.

GABARITO: E

Assim dispõe a lei 8.112:

Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades


compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção
médica.
§ 1o Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será aposentado.
§ 2o A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, nível
de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor
exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.

Abaixo, os erros:

a) se julgado incapaz para o serviço público, Fulano será exonerado a bem do serviço público.

INCORRETA. Poderá ser readaptado ou aposentado por invalidez.

b) caso seja possível a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis


com a limitação, ocorrerá a chamada recondução do servidor.

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INCORRETA. Readaptação.

c) caso a nova condição física de Fulano se mostre incompatível com qualquer função no serviço público,
ele poderá optar pela aposentadoria ou pela disponibilidade, caso no qual aguardará eventual
recuperação sem recebimento de quaisquer vencimentos.

INCORRETA. Não há opção. Quando não cabe a readaptação, será aposentado.

d) Fulano permanecerá como servidor público em licença médica renovável após avaliação médica até
a sua plena recuperação ou a sua aposentadoria por idade, o que ocorrer primeiro.

INCORRETA. Será aposentado, não cabendo a readaptação.

Questão 12: CESGRANRIO


Q é servidor público e postulou readaptação por ter sofrido limitações que impediriam o exercício no cargo
público originário que ocupava. Ao submeter-se à inspeção de saúde, foi diagnosticado como totalmente
incapaz para o serviço público.

Nesse caso, nos termos da Lei nº 8.112/1990, o servidor Q será

a) exonerado

b) demitido

c) disponibilizado

d) aposentado

e) retornado

GABARITO: D

Sendo considerado totalmente incapaz de retornar ao serviço, ele não poderá ter seu pedido de
readaptação atendido. A readaptação ocorre em casos onde a incapacidade é parcial, relativa, é de um
modo que possibilite o servidor retornar ao serviço de alguma forma.

Nesse caso, o readaptando será aposentado.

"Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades


compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção
médica.

§ 1º Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será aposentado."

Vamos comentar rapidamente as demais alternativas.

a) ERRADO. Há três situações nas quais o servidor poderá ser exonerado:

1. A pedido

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2. Não entrar em exercício no prazo determinado (§2º do art. 15)

3. Reprovação no estágio probatório (§2º do art. 20)

"Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, ou de ofício.

Parágrafo único.

A exoneração de ofício dar-se-á:

I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;


II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido."

b) ERRADO. A demissão é uma penalidade aplicável ao servidor que cometa falta grave. Não tem
cabimento falar dela no caso em tela. O servidor que não possa retornar ao serviço não comete nenhuma
irregularidade.

c) ERRADO. Se a questão quis dizer "posto em disponibilidade", também não é aplicável. Disponibilidade
é uma forma de inatividade, assim como a aposentadoria, mas não é aplicável em caso de invalidez.

e) ERRADO. Ora, não há retorno a ser feito. Se o servidor está incapaz de retornar, ele é aposentado por
invalidez.

"Art. 186. O servidor será aposentado:

I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais quando decorrente de acidente em serviço,
moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificada em lei, e proporcionais nos
demais casos;"

Questão 13: IDECAN


A respeito do Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias e das fundações
públicas federais, Lei 8.112/90 e suas alterações, assinale a alternativa correta.

a) O servidor habilitado em concurso público e empossado em cargo de provimento efetivo adquirirá


estabilidade no serviço público ao completar três anos de efetivo exercício.

b) Não é garantido às pessoas com deficiência o direito de se inscrever em concurso público, porque as
atribuições do cargo podem justificar de maneira motivada pela administração pública essa proibição.

c) Não é permitida a inscrição de estrangeiro em concurso público, uma vez que são requisitos básicos
para investidura em cargo público, dentre outros, a nacionalidade brasileira.

d) O concurso terá validade de até três anos, podendo ser prorrogado por uma única vez, por igual
período.

e) Não se admite que a posse e o exercício de um cargo público sejam feitos por procuração específica,
dado o seu caráter personalíssimo.

GABARITO: A

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O prazo da estabilidade é de 3 anos. Só o detalhe adicional é o de que, atualmente, além do decurso do
prazo, precisamos de avaliação especial.

Os demais itens estão errados:

b) Não é garantido às pessoas com deficiência o direito de se inscrever em concurso público, porque as
atribuições do cargo podem justificar de maneira motivada pela administração pública essa proibição.

A CF determina a reserva de percentual para os portadores de deficiência, mas sem prever o limite
percentual. Já a lei 8.112 previu o percentual de até 20%. E, em decreto federal, finalmente, previu-se o
percentual de 5% das vagas.

c) Não é permitida a inscrição de estrangeiro em concurso público, uma vez que são requisitos básicos
para investidura em cargo público, dentre outros, a nacionalidade brasileira.

Nos termos do §3º do art. 5º da lei 8.112, os cargos públicos são acessíveis a estrangeiros:

§ 3o As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus


cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos
desta Lei.

d) O concurso terá validade de até três anos, podendo ser prorrogado por uma única vez, por igual
período.

O prazo de validade é de até 2 anos, prorrogável por igual período.

e) Não se admite que a posse e o exercício de um cargo público sejam feitos por procuração específica,
dado o seu caráter personalíssimo.

O ato não é personalíssimo. Pode ser por procuração específica:

Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os
deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados
unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei.
(..)
§ 3o A posse poderá dar-se mediante procuração específica.

Questão 14: CESGRANRIO


As regras de acumulação de cargos previstas no sistema jurídico pátrio são rígidas. Nos casos em que
não é possível a acumulação de cargos ou quando o limite de acumulação já foi atingido, como no caso
de médico que acumula dois cargos públicos de médico, para evitar ilegalidade, a Lei nº 8.112/1990
estabelece que no ato da posse, o empossando apresente declaração de não exercício de outra(o)

a) inserção comunitária

b) atividade filantrópica

c) função social

d) emprego privado

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e) cargo público

GABARITO: E

Sinceramente, essa questão é mais de raciocínio lógico do que de Direito Administrativo! rs...

Se a questão está falando de acumulação de cargos públicos, e ela fala que para evitar a acumulação
ilegal de cargos públicos o servidor deve apresentar declaração de não exercício, essa declaração se
refere ao exercício de quê?

De outro cargo público, ora!

Tal regra encontra previsão no §5º do art. 13.

"§ 5º No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem seu patrimônio
e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública."

As letras C e D até que poderiam (com muita boa vontade) gerar alguma dúvida. No entanto, a regra de
acumulação não abrange funções "sociais" ou empregos privados, apenas aqueles vínculos
empregatícios de caráter público.

Questão 15: IADES


O ato de investidura em cargo público ou função gratificada é denominado

a) nomeação.

b) exercício.

c) aprovação.

d) promoção.

e) posse.

GABARITO: E

Com a posse é que ocorre a investidura do cargo. Porém, só a partir do exercício efetivo, é que fará jus
aos benefícios financeiros.

O prazo de posse é de 30 dias, improrrogável. Já o prazo de exercício é de 15 dias, igualmente


improrrogável.

Se não tomar posse, o ato de nomeação é tornado sem efeito. Se não entrar em exercício, o servidor
será exonerado.

E, por fim, fica a informação que a posse pode ser por procuração específica.

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Questão 16: CEBRASPE (CESPE)
Com base nas disposições constitucionais relativas a cargos, empregos e funções públicas e nas
disposições do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Pernambuco, julgue o item
seguinte.

Reintegração corresponde ao reingresso de servidor aposentado no serviço público, se insubsistentes os


motivos da aposentadoria ou se houver interesse e requisição da administração, respeitada a opção do
servidor.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

A reintegração é o retorno do servidor estável devido ao ato de demissão ter sido anulado administrativa
ou judicialmente. Já o retorno do servidor porque as razões que levaram a aposentadoria não mais
subsistem é a REVERSÃO.

Questão 17: IDECAN


Em relação aos conceitos definidos na Lei 8.112/90 (Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da
União, das Autarquias e das Fundações Públicas Federais), assinale a alternativa correta.

a) Os cargos públicos são criados por lei, com ou sem denominação própria, para provimento em caráter
efetivo.

b) A nomeação é o ato solene praticado pelo servidor público, pelo qual ele passa a ter direitos e deveres
perante a Administração Pública.

c) Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional


que devem ser cometidas a um servidor.

d) Posse é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de confiança.

e) Readaptação é a passagem do servidor estável de cargo efetivo para outro de igual denominação,
pertencente a quadro de pessoal diverso, de órgão ou instituição do mesmo Poder.

GABARITO: C

c) Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional


que devem ser cometidas a um servidor.

Exatamente como previsto na lei:

Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional


que devem ser cometidas a um servidor.

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Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com
denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em
comissão.

Os demais itens estão errados:

a) Os cargos públicos são criados por lei, com ou sem denominação própria, para provimento em caráter
efetivo.

Há denominação própria. Além disso, os cargos podem ser comissionados.

b) A nomeação é o ato solene praticado pelo servidor público, pelo qual ele passa a ter direitos e deveres
perante a Administração Pública.

O ato de posse é o ato solene, depois da regular nomeação.

d) Posse é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de confiança.

O conceito é de exercício.

e) Readaptação é a passagem do servidor estável de cargo efetivo para outro de igual denominação,
pertencente a quadro de pessoal diverso, de órgão ou instituição do mesmo Poder.

Conceito para remoção.

Questão 18: CEBRASPE (CESPE)


Se um servidor em disponibilidade reingressa no serviço público, em cargo de natureza e padrão de
vencimento correspondentes ao que ocupava, então, nesse caso, ocorre o que se denomina

a) redistribuição.

b) aproveitamento.

c) readaptação.

d) recondução.

e) remoção.

GABARITO: B

Estamos diante do retorno do servidor colocado em disponibilidade. A disponibilidade é uma forma de


descanso remunerado do servidor, haja vista o seu cargo, por exemplo, ter sido extinto.

Então, qual é a forma de provimento? Vamos colar da Lei 8.112:

Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento


obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.

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Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determinará o imediato aproveitamento de servidor
em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração Pública Federal.

Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3o do art. 37, o servidor posto em disponibilidade poderá ser
mantido sob responsabilidade do órgão central do Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal -
SIPEC, até o seu adequado aproveitamento em outro órgão ou entidade.

Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor não entrar
em exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial.

Questão 19: IDECAN


A respeito da reversão, recondução e reintegração, analise as afirmativas a seguir:

I. A reintegração é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis


com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica.

II. A recondução implica o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado.

III. A reversão é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo


resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial,
com ressarcimento de todas as vantagens.

Assinale

a) se apenas a afirmativa I estiver correta.

b) se apenas a afirmativa II estiver correta.

c) se apenas a afirmativa III estiver correta.

d) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

e) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

GABARITO: B

I. A reintegração é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis


com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica.

Conceito para readaptação.

II. A recondução implica o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado.

Assim dispõe a lei sobre o tema:

Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
II - reintegração do anterior ocupante.

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Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em outro,
observado o disposto no art. 30.

III. A reversão é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo


resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial,
com ressarcimento de todas as vantagens.

Conceito para reintegração. Na reversão, o servidor aposentado é que retorna.

Questão 20: FGV


João, servidor público estadual estável ocupante de cargo efetivo, foi demitido após processo
administrativo disciplinar. Quatro anos depois, sua demissão foi invalidada por sentença judicial transitada
em julgado.

De acordo com a Constituição da República de 1988, João será reintegrado e José, servidor estadual
estável que estava ocupando a vaga de João no momento de sua reintegração, será:

a) colocado em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de contribuição, até seu


adequado aproveitamento em outro cargo;

b) exonerado, em razão de extinção superveniente do cargo público então provido pelo servidor, com
direito a indenização;

c) reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em
disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço;

d) readaptado em outro cargo similar, com redução ou cometimento de encargos diversos daqueles que
o funcionário estava exercendo;

e) aproveitado em cargo de natureza e vencimento hierarquicamente superiores ao anteriormente


ocupado, com direito a indenização.

GABARITO: C

Vejamos o disposto na CF sobre o tema:

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar,
assegurada ampla defesa.
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o
eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo
de serviço.
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

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§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho
por comissão instituída para essa finalidade.

Nota que, com a reintegração, o eventual ocupante será reconduzido ao cargo anterior, e se estável.

Questão 21: VUNESP


É requisito básico para investidura em cargo público, segundo a Lei nº 8.112/1990,

a) a nacionalidade originária brasileira.

b) o gozo dos direitos sociais.

c) quitação com as obrigações militares e eleitorais.

d) ensino médio completo, no mínimo.

e) idade mínima de dezesseis anos.

GABARITO: C

Assim prevê a lei 8.1112:

Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo público:


I - a nacionalidade brasileira;
II - o gozo dos direitos políticos;
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V - a idade mínima de dezoito anos;
VI - aptidão física e mental.

A nacionalidade pode ser nata ou naturalizada. O gozo é de direitos políticos. A escolaridade vai depender
do cargo. E a idade mínima é de 18 anos.

Questão 22: CESGRANRIO


O servidor público W foi demitido do serviço público, após processo administrativo disciplinar.
Inconformado, ele propôs ação judicial, buscando o retorno ao serviço público, tendo obtido decisão
favorável, após dez anos de duração do processo.

Nos termos da Lei nº 8.112/1990, quando invalidada a demissão por decisão judicial, ocorre a
denominada

a) reinclusão

b) reintegração

c) recondução

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d) revisão

e) repristinação

GABARITO: B

Uma vez que a decisão que o demitiu foi invalidada judicialmente, os efeitos serão retroativos, fazendo
com que todos os efeitos gerados pela referida decisão sejam revertidos, como se ele nunca tivesse
existido.

Por isso, o servidor retornará ao cargo anteriormente ocupado, e esse retorno, que na verdade é
uma reinvestidura, chama-se reintegração.

"Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no


cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou
judicial, com ressarcimento de todas as vantagens."

Dentre as demais alternativas, a única que representa uma outra forma de provimento, e que merece
comentário, é a letra C. Porém, a recondução não ocorre no caso narrado no enunciado. Ela
acontece por causa de uma reintegração. ou por inabilitação em estágio probatório relativo a outro
cargo.

"Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:

I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;


II - reintegração do anterior ocupante."

Questão 23: VUNESP


De acordo com o disposto na Lei nº 8.112/1990, sobre o provimento de cargos públicos, é correto afirmar
que

a) são requisitos para a investidura em cargo público a idade mínima de 18 anos e outros a serem criados
por Decreto do Chefe do Executivo.

b) às pessoas portadoras de deficiência serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas
no concurso.

c) a investidura em cargo público ocorrerá com a nomeação do candidato aprovado no diário oficial.

d) é vedado às universidades federais prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas
estrangeiros.

e) a promoção não será considerada forma de provimento de cargo público.

GABARITO: B

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É o que prevê o art.5º:

§ 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público


para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras;
para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.
Os demais itens estão errados:

a) são requisitos para a investidura em cargo público a idade mínima de 18 anos e outros a serem
criados por Decreto do Chefe do Executivo.

Os requisitos só podem ser previstos EM LEI.

c) a investidura em cargo público ocorrerá com a nomeação do candidato aprovado no diário


oficial.

A investidura dá-se com a POSSE.

d) é vedado às universidades federais prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas
estrangeiros.

O §3º do art. 5º da lei permite a contratação.

e) a promoção não será considerada forma de provimento de cargo público.

É sim, ao lado de outras como reintegração, readaptação e reversão.

Questão 24: VUNESP


No contexto da Administração de Recursos Humanos na área pública, há a investidura. Trata-se do ato
de preenchimento de cargo ou emprego público, com a designação de seu titular.

Assinale a alternativa que apresenta corretamente alguns dos requisitos para a investidura num cargo ou
emprego público da União, de autarquias e de fundações públicas federais.

a) Ser brasileiro nato; gozar dos direitos políticos; ter nível de escolaridade exigido para o cargo e idade
mínima de 21 anos.

b) Possuir nacionalidade brasileira; ter competência técnica demonstrada em concurso público; ter idade
mínima de 18 anos e nível de escolaridade compatível com o cargo.

c) Residir em território nacional; apresentar quitação das obrigações militares e eleitorais; ter idade
mínima de 20 anos e nível de escolaridade compatível com o cargo.

d) Residir em território nacional; estar em dia com as obrigações civis, militares e com a receita federal;
ter idade mínima de 18 anos e aptidação física e mental.

e) Possuir nacionalidade brasileira; apresentar quitação das obrigações militares e eleitorais; ter idade
mínima de 18 anos e aptidão física e mental.

GABARITO: E

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Abaixo, os requisitos previstos no art. 5º da Lei 8.112:

Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo público:


I - a nacionalidade brasileira;
II - o gozo dos direitos políticos;
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V - a idade mínima de dezoito anos;
VI - aptidão física e mental.

Ou seja, não precisa ser brasileiro nato, a idade mínima é de 18 anos, não precisa residir no Brasil.

Questão 25: FCC


Diante de uma decisão de reintegração de determinado servidor ao cargo que anteriormente ocupava,
aquele

a) será necessariamente colocado em disponibilidade se o cargo anterior estiver sendo ocupado por
outro servidor.

b) passará a ocupar cargo imediatamente superior ao que ocupava, no caso de extinção deste ou se tiver
sido provido por terceiro.

c) será automaticamente colocado em disponibilidade ou no quadro de cargos em extinção.

d) pode ser reintegrado no cargo resultante da transformação do anteriormente ocupado, caso tenha se
operado essa alteração.

e) passará a ocupar exatamente o mesmo cargo anterior, por direito subjetivo, ainda que tivesse sido
extinto, cabendo exoneração do servidor que estivesse ocupando referido cargo no momento da
reintegração.

GABARITO: D

Assim dispõe a lei 8.112:

Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo
resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial,
com ressarcimento de todas as vantagens.

§ 1o Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, observado o disposto
nos arts. 30 e 31.
§ 2o Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem
direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.

Ou seja, o eventual ocupante, se estável, será reconduzido ao cargo de origem ou posto em


disponibilidade, até o mais breve possível aproveitamento.

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Questão 26: FCC
Manuel dos Santos foi servidor público federal estável e aposentou-se voluntariamente aos sessenta e
dois anos de idade. Após dez anos de gozo da aposentadoria, requereu sua reversão ao cargo público
que antes ocupava. Diante dessa hipótese, à luz do que dispõe a legislação federal aplicável,

a) é impossível a reversão, pois o requerente já atingiu a idade da aposentadoria compulsória.

b) é impossível a reversão, pois a lei federal apenas contempla a hipótese de reversão ex officio, pela
insubsistência dos motivos que levaram à aposentadoria por invalidez.

c) é possível, desde que haja cargo vago e interesse da administração no retorno do requerente à
atividade.

d) é possível, independentemente do interesse da administração, pois se trata de hipótese de ato


vinculado e o requerente preencheu todos os requisitos legais.

e) é impossível, em razão do lapso temporal transcorrido desde a aposentadoria do requerente.

GABARITO: E

Há duas formas de reversão. A primeira dá-se de ofício, ou seja, é ato vinculado, o servidor deverá
retornar. Já a reversão a pedido, precisa do implemento de algumas condições, como a de o servidor ter-
se aposentado nos últimos 5 anos e não ter completado 70 anos.

Na situação concreto, o servidor já tem mais de 70 anos, e a aposentadoria deu-se nos últimos 10 anos,
logo impossível a reversão.

Só um detalhe. De acordo com a lei, a idade é de 70 anos. Essa foi a idade da aposentadoria compulsória.
A lei não foi alterada, logo, desconsiderem a afirmação de aposentadoria compulsória, pois esta, em
termos constitucionais, dá-se aos 75 anos.

Questão 27: IDECAN


Assinale abaixo a única forma de provimento de cargo público admitida pela Lei nº 8.112/90.

a) Ascensão

b) Transferência

c) Recondução

d) Adaptação

e) Perempção

GABARITO: C

A única forma lista é a recondução. A transferência e a ascensão foram revogadas, até porque declaradas
como inconstitucionais pelo STF.

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Vamos fazer um resuminho das principais formas de provimento.

Ato administrativo mediante o qual uma pessoa assume o cargo público, ou


seja, é o ato de “preenchimento de lugar” na estrutura da Administração.

É a única forma de provimento originário, é com


ela que se inaugura o vínculo do pretenso
servidor com a Administração.
Nomeação – Há nomeação e posse para cargos efetivos e
comissionados.

Trata-se de movimento vertical na estrutura de


carreira, com a adição de vencimentos e
responsabilidades.
Promoção – A promoção acarreta, simultaneamente,
provimento e vacância.

Diz respeito ao retorno ao serviço público de


servidor estável que estava em disponibilidade.
Aproveitamento – Apenas os servidores já estáveis têm direito
de serem postos em disponibilidade, e, por
conseguinte, de serem aproveitados.

Ocorre no caso de desfazimento de decisão que


levou à demissão de servidor estável.
– Se o cargo do reintegrado estiver ocupado, o
ocupante, se estável, deverá ser reconduzido ao
Provimento dos Reintegração
seu cargo de origem (se ainda estiver vago),
Cargos Públicos aproveitado em outro cargo, ou mesmo posto
em disponibilidade, sem direito a qualquer
indenização.

Ocorre em duas hipóteses: na reintegração do


ocupante do cargo e na inabilitação de estágio
Recondução probatório.
– A recondução é entendida pela doutrina
como hipótese de vacância.

É a possibilidade de recolocação do servidor


que tenha sofrido limitação física ou sensível
(mental), em suas habilidades, impeditiva do
exercício das atribuições do cargo que ocupava.
Readaptação
– É instituto que atende servidor detentor de
cargo efetivo. Servidores exclusivamente
comissionados não são amparados pela
readaptação.

É o retorno do servidor aposentado à atividade.


São seus tipos:
– Insubsistência de motivo de invalidez
Reversão
(reversão de ofício); e
– Reversão no interesse da Administração (a
pedido).

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Questão 28: FGV
Maria é servidora pública estatutária, ocupante de cargo efetivo de técnico administrativo em determinada
autarquia. Desejando aumentar sua renda mensal, Maria se inscreveu para o concurso público de
Coordenador Censitário Subárea do IBGE e foi aprovada em 5º lugar.

Quando Maria compareceu ao órgão para preencher os documentos necessários à sua investidura no
novo cargo, foi informada de que, de acordo com a Lei nº 8.112/90, a acumulação dos cargos públicos
pretendida é:

a) lícita, desde que haja compatibilidade de horário na jornada de trabalho, seja qual for a autarquia;

b) lícita, desde que haja compatibilidade de horário e seu cargo anterior seja em autarquia federal;

c) lícita, desde que haja compatibilidade de horário e seu cargo anterior seja em autarquia federal ou
estadual;

d) ilícita, independentemente de compatibilidade de horário, exceto se seu cargo anterior for em autarquia
que exerça atividade estatística, fato que autoriza a acumulação;

e) ilícita, independentemente de compatibilidade de horário e do ente federativo a que estiver vinculada


a autarquia de seu cargo anterior.

GABARITO: E

e) ilícita, independentemente de compatibilidade de horário e do ente federativo a que estiver vinculada


a autarquia de seu cargo anterior.

Então, a regra constitucional é pela inadmissibilidade de acumulação remunerada de cargos. No entanto,


há exceções, como:

Art. 37. (...)

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de
horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:

a) a de dois cargos de professor;


b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;

Agora, retoma a leitura do enunciado:

Maria é servidora pública estatutária, ocupante de cargo efetivo de técnico administrativo em determinada
autarquia. Desejando aumentar sua renda mensal, Maria se inscreveu para o concurso público de
Coordenador Censitário Subárea do IBGE e foi aprovada em 5º lugar.

Então, pode acumular o cargo com a função de agente temporário? Não! Não há previsão legal ou
constitucional.

Logo, a acumulação verificada é ilícita.

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Questão 29: IDECAN
Assinale a alternativa que não indique uma forma de provimento de cargo público.

a) nomeação

b) promoção

c) reintegração

d) reversão

e) ascensão

GABARITO: E

O STF reconheceu como inconstitucionais as formas de provimento ascensão e transferência. Tanto que,
hoje, são previstas na lei 8.112:

Art. 8o São formas de provimento de cargo público:


I - nomeação;
II - promoção;
III - ascensão;
IV - transferência;
V - readaptação;
VI - reversão;
VII - aproveitamento;
VIII - reintegração;
IX - recondução.

Questão 30: CESGRANRIO


J é portador de necessidades especiais e pretende ingressar no serviço público. Nos termos da Lei nº
8.112/1990, às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso
público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são
portadoras.

Para tais pessoas, serão reservadas, das vagas oferecidas no concurso, até

a) 5%

b) 10%

c) 15%

d) 20%

e) 30%

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GABARITO: D

A reserva de vagas destinadas a pessoas com deficiências encontra-se no §2º do art. 5º da Lei 8.112.

"§ 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público


para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras;
para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso."

É importante ressaltar que esse valor é máximo, não fixo. Assim, pelo texto da lei, pode um edital oferecer
menos do que 20%, mas como a questão perguntou explicitamente o valor máximo ("até"), de fato a
resposta é a letra D.

As demais alternativas somente mudam o valor, não havendo necessidade de maiores comentários.

Questão 31: IDECAN


A nomeação, a promoção, a reversão, a reintegração e o aproveitamento são formas de provimento de
cargos públicos. Sobre estes institutos, assinale a alternativa correta.

a) A nomeação é a forma originária de provimento de cargo público, seja efetivo, seja em comissão, e
deverá ser precedida de concurso público.

b) A reversão ocorre quando o servidor aposentado por invalidez tem o seu estado de saúde
reestabelecido e confirmado por laudo médico.

c) O aproveitamento é o retorno do servidor estável ao cargo que ocupava anteriormente, em razão da


sua não aprovação em estágio probatório relativo a outro cargo.

d) A promoção é uma forma de progressão funcional e ocorre quando o servidor desocupa o cargo mais
elevado de uma carreira e passa a ocupar o cargo de classe inicial de carreira diversa.

e) A reintegração ocorre quando o servidor é designado para ocupar cargo distinto, tendo em vista que
o cargo anteriormente ocupado foi extinto.

GABARITO: B

A nomeação, a promoção, a reversão, a reintegração e o aproveitamento são formas de provimento de


cargos públicos. Sobre estes institutos, assinale a alternativa correta.

a) A nomeação é a forma originária de provimento de cargo público, seja efetivo, seja em comissão, e
deverá ser precedida de concurso público.

ERRADO. A nomeação para cargos em comissão é de livre nomeação e livre exoneração, não havendo
necessidade realização de concurso público.

É o que ensina o art. 37, II da CF:

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Art. 37, II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público
de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração;

b) A reversão ocorre quando o servidor aposentado por invalidez tem o seu estado de saúde
reestabelecido e confirmado por laudo médico.

CERTO. Reversão é o retorno do servidor aposentado ao serviço público. A doutrina afirma que a
reversão pode ocorrer a pedido, nos casos do inciso II do art. 25, quanto no caso da cessação dos
motivos que o levaram a se aposentar por invalidez, conforme expresso no inciso I do art. 25.

Dessa forma, o art. 25, II da Lei nº 8.112/90 traz as hipóteses de reversão a pedido do servidor, sendo
esses requisitos cumulativos. Veja:

Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado:

I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou

II - no interesse da administração, desde que:

a) tenha solicitado a reversão;

b) a aposentadoria tenha sido voluntária;

c) estável quando na atividade;

d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação;

e) haja cargo vago.

Logo, item correto.

c) O aproveitamento é o retorno do servidor estável ao cargo que ocupava anteriormente, em razão da


sua não aprovação em estágio probatório relativo a outro cargo.

ERRADO. O aproveitamento é o retorno do servidor em disponibilidade, conforme art. 30 da Lei nº


8.112/90:

Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento


obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.

d) A promoção é uma forma de progressão funcional e ocorre quando o servidor desocupa o cargo
mais elevado de uma carreira e passa a ocupar o cargo de classe inicial de carreira diversa.

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ERRADO. A promoção ocorre com a progressão funcional do servidor, passando a ocupar cargo mais
elevado na carreira e a desocupar o cargo de classe inicial da mesma carreira.

e) A reintegração ocorre quando o servidor é designado para ocupar cargo distinto, tendo em vista
que o cargo anteriormente ocupado foi extinto.

ERRADO. A reintegração é o retorno do servidor em virtude de decisão administrativa ou judicial que


determinou seu retorno.

Veja os termos do art. 28:

Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no


cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa
ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.

Questão 32: FCC


Considere hipoteticamente que José, servidor público federal estável, cujo vínculo é regido pela Lei nº
8.112/1990, tenha sido demitido após regular processo administrativo. Inconformado com a decisão,
apresentou recurso administrativo, que foi desprovido. Recorreu ao Poder Judiciário pleiteando a
anulação do referido ato demissório. Na ação judicial obteve êxito, tendo o judiciário anulado o ato
administrativo de demissão. Intimada para dar cumprimento à decisão judicial, a autoridade administrativa
federal competente

a) poderá reinvesti-lo no cargo anteriormente ocupado ou em outro de natureza diversa, que esteja vago,
decisão de cunho discricionário, que deve levar em conta a necessidade do serviço público.

b) deverá, por ato de reintegração, reinvesti-lo no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante
de sua transformação, com ressarcimento de todas as vantagens.

c) deverá reinvesti-lo no cargo anteriormente ocupado, se este estiver vago, ou em outro de mesma
natureza ou não, na hipótese de o cargo ter sido provido.

d) deverá reinvesti-lo no cargo anteriormente ocupado, mesmo que tenha sido extinto, uma vez que a
anulação da demissão torna a extinção inexistente.

e) deverá, por ato de reintegração, reinvesti-lo no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante
de sua transformação, sem direito a ressarcimento de qualquer espécie.

GABARITO: B

Uma vez que o servidor, após ter seu recurso administrativo negado, obtém êxito na pretensão judicial de
retornar ao cargo anteriormente ocupado, qual o mecanismo a ser utilizado para operar esse retorno?
Essa é a pergunta que vamos responder comentando as alternativas dessa questão.

a) ERRADO. O erro da questão foi afirmar que a decisão acerca da reinvestidura (se no mesmo cargo ou
em outro de natureza diversa) é discricionário. A lei é clara ao dizer que, se a reintegração não puder ser
feita no cargo que o servidor ocupava, será feita no resultante de sua transformação.

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"Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo
resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial,
com ressarcimento de todas as vantagens."

b) CERTO. Perfeito. Como já adiantado na alternativa anterior, a alternativa está correta, por força do art.
28. É a reintegração que se opera pela reinvestidura.

c) ERRADO. O cargo não precisa estar vago. Mesmo se estiver ocupado, o servidor será reintegrado. No
caso de reintegração quem tem que "se mexer" é quem está ocupando o cargo do que foi agora
reintegrado.

"Art. 28

§ 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem
direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade."

d) ERRADO. Se o cargo foi extinto não tem como reintegrá-lo no mesmo cargo. É materialmente
impossível. O que acontecerá nesse caso é a colocação do servidor em disponibilidade.

"Art. 28

§ 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, observado o disposto
nos arts. 30 e 31."

e) ERRADO. Pelo contrário, quem volta reintegrado tem direito a tudo, veja que o final do art. 28 afirma
claramente: "com ressarcimento de todas as vantagens".

Questão 33: FCC


Suponha que determinado órgão da Administração pública federal tenha sido extinto e, por força do
mesmo diploma legal, também extintos os cargos efetivos correspondentes. Diante de tal circunstância,
os servidores estáveis que ocupavam os referidos cargos deverão ser, conforme disposto na Lei no
8.112/1990,

a) colocados em disponibilidade, até o seu aproveitamento em cargo de atribuições e vencimentos


compatíveis com o anteriormente ocupado.

b) readaptados, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos.

c) colocados em licença compulsória, com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço, até a


realocação em cargo equivalente ao extinto.

d) redistribuídos a outros órgãos ou entidades integrantes da Administração, recebendo a remuneração


correspondente, ainda que inferior à do cargo extinto, enquanto não sobrevier cargo vago equivalente.

e) aposentados compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de serviço, cabendo reversão


na hipótese de vacância de cargo equivalente ao extinto, a pedido do servidor ou ex officio.

GABARITO: A

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A questão versa sobre a Lei 8.112, de 11 de dezembro de 1990, que dispõe sobre o regime jurídico dos
servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais e versa ainda sobre
as disposições constitucionais acerca dos servidores públicos. Nesse contexto, note que um órgão e seus
cargos da Administração pública federal foram extintos, fazendo com que os servidores estáveis que
ocupavam os referidos cargos sejam colocados em disponibilidade, até o seu aproveitamento em cargo
de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado, conforme mandamento do art.
41, § 3º, da CF:

Art. 37. [...]


§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade,
com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro
cargo.

Por sua vez, a Lei nº 8.112/90 prevê o aproveitamento para este servidor colocado em disponibilidade,
conforme o art. 30, caput, da Lei Estatutária:

Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento


obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.

Analisando as demais alternativas, temos o seguinte:

b) readaptados, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de


vencimentos.

Incorreto. A readaptação é a realocação de um servidor que sofreu perdas em sua composição física
ou mental para um cargo compatível com as limitações que surgiram, conforme determina o art. 24, da
Lei 8.112/90:

Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades


compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção
médica.

c) colocados em licença compulsória, com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço, até a


realocação em cargo equivalente ao extinto.

Incorreto. O servidor será colocado em disponibilidade com vencimentos proporcionais até o seu
adequado aproveitamento.

d) redistribuídos a outros órgãos ou entidades integrantes da Administração, recebendo a


remuneração correspondente, ainda que inferior à do cargo extinto, enquanto não sobrevier cargo
vago equivalente.

Incorreto. A redistribuição seja o deslocamento do cargo e não uma forma de provimento, o que não se
aplica ao caso. Vejamos no art. 37, caput, da Lei nº 8.112/90:

Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito
do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do
órgão central do SIPEC, observados os seguintes preceitos:

e) aposentados compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de serviço, cabendo

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reversão na hipótese de vacância de cargo equivalente ao extinto, a pedido do servidor ou
ex officio.

Incorreto. A aposentadoria compulsória somente irá ocorrer caso o servidor atinja a idade máxima para
o serviço público, conforme o art. 40, §1º, inciso II, da CF:

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter
contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos
e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste
artigo.
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados,
calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17:
[...]
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos
de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;

Questão 34: FCC


Aprovado em concurso público para provimento de cargo junto à Autarquia federal W, João não chegou
a ser investido, pois não apresentou o diploma universitário exigido, nos termos da Lei e do edital, para
comprovar, no momento da posse, o nível de escolaridade mínimo necessário para o exercício do referido
cargo. Inconformado, recorreu ao judiciário. A ação deve ser julgada

a) procedente, pois a aprovação em concurso público gera direito adquirido à nomeação e dispensa a
comprovação de outros requisitos para investidura.

b) procedente, pois a comprovação do nível de escolaridade exigido para o cargo deve ser feita no
momento da inscrição no concurso, sob pena de preclusão consumativa.

c) improcedente, pois João não preencheu requisito básico para investidura no cargo, a despeito de sua
aprovação em concurso público.

d) improcedente apenas se João tiver sido aprovado fora do número de vagas disponibilizadas no edital,
hipótese em que não há direto subjetivo à nomeação.

e) improcedente, pois João não tem habilitação legal para o exercício do cargo para o qual foi aprovado
em concurso público, mas a Administração poderá nomeá-lo para exercer cargo diverso, com requisito
menor de escolaridade, em razão do princípio da eficiência.

GABARITO: C

Assim prevê a Súmula do STJ:

O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não na inscrição
para o concurso público.

Ou seja, a ação será julgada improcedente, afinal João não tinha, no momento da posse, habilitação para
tanto.

244
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Questão 35: CEBRASPE (CESPE)
João, servidor público civil federal, ainda em período de estágio probatório, sofreu um acidente vascular
cerebral que o deixou com sequelas que o levaram à aposentadoria por invalidez. Três anos depois, a
administração pública, por meio da junta médica oficial, constatou que João teria se reabilitado e que suas
sequelas haviam sido extintas, fatos que ocasionaram a declaração de insubsistência dos motivos da sua
aposentadoria.

Nessa situação hipotética, a determinação do retorno ao cargo anteriormente ocupado por João configura
o(a)

a) reintegração.

b) recondução.

c) reversão.

d) reaproveitamento.

e) readaptação.

GABARITO: C

c) reversão. – certa.
Realmente, o caso em tela, de acordo com a Lei nº 8.112/90, é exemplo de reversão. Portanto, item
correto.
Vejamos o texto legal:
“Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado:
I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria;”

Vejamos as demais alternativas:

a) reintegração. – errada.
Na verdade, de acordo com a Lei nº 8.112/90, o caso em tela é exemplo de reversão e não reintegração.
Portanto, item incorreto.
Vejamos o texto legal:
“Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no
cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou
judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.”

b) recondução. – errada.
Na verdade, de acordo com a Lei nº 8.112/90, o caso em tela é exemplo de reversão e não recondução.
Portanto, item incorreto.
Vejamos o texto legal:
“Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
II - reintegração do anterior ocupante.
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em outro,
observado o disposto no art. 30.”

245
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d) reaproveitamento. – errada.
Na verdade, de acordo com a Lei nº 8.112/90, o caso em tela é exemplo de reversão e não
reaproveitamento. Portanto, item incorreto.

e) readaptação. – errada.
Na verdade, de acordo com a Lei nº 8.112/90, o caso em tela é exemplo de reversão e não readaptação.
Portanto, item incorreto.
Vejamos o texto legal:
“Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades
compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção
médica.”

Questão 36: CEBRASPE (CESPE)


Acerca das regras aplicáveis aos servidores públicos do Poder Judiciário, e considerando o que dispõe a
Lei n.º 8.112/1990 e a Lei n.º 11.416/2006, julgue o item a seguir.

Provimento é o ato emanado da pessoa física designada para ocupar um cargo público, por meio do qual
ela inicia o exercício da função a que fora nomeada.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

O candidato aprovado, dentro do número das vagas indicadas no edital, deverá ser nomeado no cargo
público. Com a posse, o candidato muda sua condição para servidor público. E, a partir da posse, tem o
prazo de até 15 dias para entrar em exercício, sob pena de exoneração.

É com o exercício que a pessoa física inicia suas funções.

O provimento do cargo pode ser originário e derivado. A única forma de provimento de cargo originário é
a nomeação, inconfundível, portanto, com o exercício. Um exemplo de provimento derivado dá-se com a
readaptação, quando o servidor é realocado para outra função em razão de debilidade físico-mental, em
cargo compatível, portanto.

Questão 37: IDECAN


Determinado servidor federal, aposentado por invalidez, teve o quadro clínico que comprometia seu
desempenho e em razão do qual se aposentou integralmente superado. No que se refere ao possível
restabelecimento do vínculo funcional ativo com a Administração Pública, assinale a alternativa correta.

a) Não há possibilidade de restabelecimento do vínculo ativo por meio do instituto da reversão.

b) Há possibilidade de restabelecimento do vínculo ativo por meio de recondução, desde que seja no
mesmo cargo ou no resultante de sua transformação.

c) Há possibilidade de restabelecimento do vínculo ativo por meio de reintegração, desde que o servidor
não tenha completado 75 anos de idade, nos termos da Lei 8.112/90.

246
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d) Há possibilidade de restabelecimento do vínculo ativo por meio de reversão, independentemente de
declaração de insubsistência dos motivos da aposentadoria por junta médica oficial, nos termos da Lei
8.112/90.

e) Há possibilidade de restabelecimento do vínculo ativo por meio de reversão, desde que observada a
declaração de insubsistência dos motivos da aposentadoria por junta médica oficial, nos termos da Lei
8.112/90.

GABARITO: E

A questão versa sobre a Lei 8.112, de 11 de dezembro de 1990, que dispõe sobre o regime jurídico dos
servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. Nesse contexto, se
o servidor federal, aposentado por invalidez, teve o quadro clínico que comprometia seu desempenho e
em razão do qual se aposentou integralmente superado, deverá retornar ao cargo de origem, com
o restabelecimento do vínculo ativo por meio de reversão, desde que observada a declaração de
insubsistência dos motivos da aposentadoria por junta médica oficial, conforme exige o art. 25, inciso I da
Lei 8.112 de 1990:

Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado:


I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou

Analisando os demais institutos, temos o seguinte:

a) Não há possibilidade de restabelecimento do vínculo ativo por meio do instituto da reversão.

Incorreto. Há, sim, possibilidade de restabelecimento do vínculo ativo por meio do instituto da reversão,
desde que junta médica oficial declare insubsistentes os motivos da aposentadoria.

b) Há possibilidade de restabelecimento do vínculo ativo por meio de recondução, desde que seja
no mesmo cargo ou no resultante de sua transformação.

Incorreto. Não é caso de recondução. A recondução é a forma de provimento que ocorre em duas
situações, conforme previsão do artigo 29 da Lei 8.112:

Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
II - reintegração do anterior ocupante.

c) Há possibilidade de restabelecimento do vínculo ativo por meio de reintegração, desde que o


servidor não tenha completado 75 anos de idade, nos termos da Lei 8.112/90.

Incorreto. Não é caso de Reintegração. A Reintegração surge quando um servidor recupera o cargo
perdido por demissão, quando esta for invalidada por decisão administrativa ou judicial, conforme dispõe
o art. 28, caput, da Lei nº 8.112/90:

Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no


cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa
ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens

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d) Há possibilidade de restabelecimento do vínculo ativo por meio de reversão,
independentemente de declaração de insubsistência dos motivos da aposentadoria por junta
médica oficial, nos termos da Lei 8.112/90.

Incorreto. Conforme vimos, a declaração de insubsistência dos motivos da aposentadoria por junta
médica oficial para que ocorra a reversão.

Questão 38: CEBRASPE (CESPE)


Helena, servidora pública, requereu aposentadoria após ter cumprido os requisitos legais para tal. A
aposentadoria foi concedida, mas Helena, por ter tido ciência do interesse da administração pública em
seu retorno, resolveu solicitar, depois de meses, o retorno às atividades do cargo que desempenhara.

Nessa situação hipotética, Helena solicitou

a) readaptação.

b) reversão.

c) reintegração.

d) recondução.

e) remoção.

GABARITO: D

Trata-se de forma derivada de provimento de cargos. Dá-se, por exemplo, por reingresso, enfim, a pessoa
está fora do cargo e retorna. Se há o retorno do demitido, há REINTEGRAÇÃO. Se há retorno do
inabilitado em estágio probatório, há RECONDUÇÃO. Se há o retorno do servidor aposentado, temos a
REVERSÃO.

Há dois tipos de reversão: de ofício e a pedido. De ofício é quando a Administração determina o retorno
do aposentado porque as razões que levaram à aposentadoria não mais subsistem. Já a pedido fica a
critério da Administração, o servidor pode requerer e a Administração decidir pela negativa.

Perceba que a situação trata da reversão a pedido.

Questão 39: CEBRASPE (CESPE)


A investidura em cargo público ocorrerá com o(a)

a) nomeação.

b) posse.

c) exercício.

d) provimento.

248
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e) classificação em todas as etapas do concurso público.

GABARITO: B

b) posse. – certa.
Realmente, de acordo com a Lei nº 8112/90, a investidura em cargo público ocorrerá com a posse.
Portanto, item correto.
Vejamos o texto legal:
“Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.”

Vejamos as demais alternativas:

a) nomeação. – errada.
Conforme fora explicitado supra, de acordo com a Lei nº 8112/90, a investidura em cargo público ocorrerá
com a posse. Ademais, a nomeação é uma das formas de provimento de cargo público. Portanto, item
incorreto.
Vejamos o texto legal:
“Art. 8º São formas de provimento de cargo público:
I - nomeação;”

c) exercício. – errada.
Conforme fora explicitado supra, de acordo com a Lei nº 8112/90, a investidura em cargo público ocorrerá
com a posse e não com o exercício. Portanto, item incorreto.

d) provimento. – errada.
Conforme fora explicitado supra, de acordo com a Lei nº 8112/90, a investidura em cargo público ocorrerá
com a posse e não com o provimento. Portanto, item incorreto.

e) classificação em todas as etapas do concurso público. – errada.


Conforme fora explicitado supra, de acordo com a Lei nº 8112/90, a investidura em cargo público ocorrerá
com a posse e não com a classificação em todas as etapas do concurso público. Portanto, item incorreto.

Questão 40: CEBRASPE (CESPE)


Em 2015, Sara era servidora pública estável de determinado órgão. No ano seguinte, ela foi aprovada em
concurso público para cargo de provimento efetivo de outro órgão público, nomeada e empossada nesse
último cargo, tendo iniciado efetivamente o exercício de suas funções nesse mesmo ano. Em 2018, Sara
foi reprovada em avaliação de desempenho e, consequentemente, no estágio probatório.

Acerca dessa situação hipotética, julgue o item a seguir à luz das disposições do Regime Jurídico dos
Servidores Públicos Civis da União.

Com a reprovação no estágio probatório, Sara poderá ser reconduzida ao primeiro órgão no qual
trabalhou para ocupar o antigo cargo, desde que ele esteja disponível.

( ) Certo
( ) Errado

249
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GABARITO: CERTO

A Lei 8112/90 dispõe que:

Art. 20. [...]


§ 2º O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, reconduzido ao
cargo anteriormente ocupado, observado o disposto no parágrafo único do art. 29.
[...]

Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
II - reintegração do anterior ocupante.
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em outro,
observado o disposto no art. 30.

Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento


obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
Assim, Sara pode ser reconduzida ao cargo anteriormente ocupado, porque era servidora pública estável,
tendo sido reprovada no estágio probatório relativo ao segundo cargo para o qual foi aprovada.

Questão 41: CEBRASPE (CESPE)


Acerca do acesso à informação, dos servidores públicos e do processo administrativo no âmbito federal,
julgue o item que se segue.

Se sofrer um acidente que o leve à incapacidade física, o servidor público federal poderá ser readaptado
em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com as suas limitações, ficando em
disponibilidade até a vacância do cargo adequado.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

Façamos a leitura da Lei 8.112/1990:


Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades
compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção
médica.
§ 1o Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será aposentado.
§ 2o A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, nível
de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor
exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.
Perceba que, ainda que não haja vaga, o servidor exercerá suas funções, na condição de excedente.
Na disponibilidade remunerada, o servidor ficará em casa, até o mais breve aproveitamento.

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Questão 42: FGV
Maria foi aprovada em concurso para o cargo de analista judiciário do Tribunal Regional Federal da 2ª
Região, mas, após ter adquirido a estabilidade, foi demitida sem a observância das normas relativas ao
processo administrativo disciplinar. Em razão disso, Maria ajuizou ação anulatória do ato demissional, na
qual obteve êxito por meio de decisão jurisdicional transitada em julgado. Nesse interregno, contudo,
Alfredo, também regularmente aprovado em concurso e estável, foi promovido e passou a ocupar o cargo
que era de Maria.

Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.

a) A invalidação do ato demissional de Maria não poderá importar na sua reintegração ao cargo anterior,
considerando que está ocupado por Alfredo.

b) Maria, em razão de ter adquirido a estabilidade, independentemente da existência e necessidade do


cargo que ocupava, deverá ser posta em disponibilidade.

c) Maria deverá ser readaptada em cargo superior ao que ocupava anteriormente, diante da ilicitude de
seu ato demissional.

d) Em decorrência da invalidade do ato demissional, Maria deve ser reintegrada ao cargo que ocupava e
Alfredo deverá ser reconduzido para o cargo de origem.

GABARITO: D

Questão recorrente em provas.

A reintegração ocorre no caso de desfazimento de decisão que levou à demissão de servidor estável. A
palavra-chave para a reintegração é, portanto, demissão. A invalidação da decisão pode ser
administrativa ou judicial.

E se o cargo do sujeito que foi demitido estiver ocupado? Vai ser reintegrado onde?

É fato que o servidor demitido não pediu para sair do cargo. Retiraram-lhe da função. Por isso, se o cargo
do reintegrado estiver ocupado, o ocupante, se estável, deverá ser reconduzido ao seu cargo de origem
(se ainda estiver vago), aproveitado em outro cargo, ou mesmo posto em disponibilidade, sem direito a
qualquer indenização.

Na reintegração (e também na recondução, tratada adiante), o servidor público deve ser estável. Apesar
de extremamente criticável, é o que dispõe a CF/1988 (§ 2.º do art. 41).

Ao ser reintegrado, o servidor fará jus a todas as vantagens e direitos. Enfim, terá direito a tudo o que
deveria ter recebido durante o período em que permaneceu fora da Administração.

E o que acontece com o eventual ocupante? Façamos a leitura da lei, sobre o tema (lei 8.112/1990):
Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo
resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial,
com ressarcimento de todas as vantagens.

§ 2o Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem
direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.
Perceba que, como é estável, o servidor terá direito à recondução ao cargo de origem.

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Questão 43: CEBRASPE (CESPE)
Acerca do regime jurídico dos servidores públicos federais, julgue o item a seguir.

A investidura em cargo público ocorre com a nomeação devidamente publicada em diário oficial.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

A questão versa sobre a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, que dispõe sobre o regime jurídico
dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. Neste contexto,
a assertiva está INCORRETA, pois observe que a investidura se dará com a posse, conforme o art. 7º,
da Lei Estatutária:

Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.

Questão 44: CONSULPLAN


No que se refere ao servidor público, assinale a afirmativa INCORRETA.

a) A reintegração é a reinvestidura do servidor ao mesmo cargo de que fora demitido, uma vez
reconhecida a ilegalidade da demissão.

b) O aproveitamento é o retorno obrigatório à atividade de servidor em disponibilidade em cargo de


atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.

c) A recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado em decorrência de


inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo ou de reintegração do anterior ocupante.

d) A reversão é o retorno do servidor aposentado por invalidez em algum cargo vago existente na
Administração Pública quando a junta médica concluir não perdurarem os motivos que ensejaram o
afastamento para a inatividade.

GABARITO: D

Abaixo, o teor do art. 25 da lei 8.112:

Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado:


I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou
II - no interesse da administração, desde que:
a) tenha solicitado a reversão;
b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
c) estável quando na atividade;
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação;
e) haja cargo vago.
§ 1o A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação.

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§ 2o O tempo em que o servidor estiver em exercício será considerado para concessão da
aposentadoria.
§ 3o No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, o servidor exercerá suas atribuições como
excedente, até a ocorrência de vaga.

Não é em algum cargo existente. Ainda que não exista vaga, vai retornar. Ademais, será no MESMO
cargo ou no cargo objeto de transformação.

Os demais itens estão errados:

a) A reintegração é a reinvestidura do servidor ao mesmo cargo de que fora demitido, uma vez
reconhecida a ilegalidade da demissão.

É o que prevê a lei:

Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo
resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial,
com ressarcimento de todas as vantagens.
§ 1o Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, observado o disposto
nos arts. 30 e 31.
§ 2o Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem,
sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.

b) O aproveitamento é o retorno obrigatório à atividade de servidor em disponibilidade em cargo de


atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.

Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento


obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.

c) A recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado em decorrência de


inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo ou de reintegração do anterior ocupante.

Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
II - reintegração do anterior ocupante.
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em outro,
observado o disposto no art. 30.

Questão 45: CEBRASPE (CESPE)


Em 2015, Sara era servidora pública estável de determinado órgão. No ano seguinte, ela foi aprovada em
concurso público para cargo de provimento efetivo de outro órgão público, nomeada e empossada nesse
último cargo, tendo iniciado efetivamente o exercício de suas funções nesse mesmo ano. Em 2018, Sara
foi reprovada em avaliação de desempenho e, consequentemente, no estágio probatório.

Acerca dessa situação hipotética, julgue o item a seguir à luz das disposições do Regime Jurídico dos
Servidores Públicos Civis da União.

Enquanto estava em estágio probatório no segundo órgão no qual trabalhou, Sara não poderia exercer
funções de chefia, direção ou assessoramento.

253
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( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO.

O item está em desacordo com o disposto na Lei 8112/90:

Art. 20.
§ 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos de provimento em
comissão ou funções de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação, e
somente poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de Natureza Especial, cargos
de provimento em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4,
ou equivalentes.

Questão 46: FCC


Considere hipoteticamente que João, servidor público federal cujo vínculo é regido pela Lei nº 8.112/90,
foi promovido na sua carreira após 10 anos de efetivo exercício. Solicitou, ao departamento competente,
a contagem de seu tempo de serviço, passados 5 anos do ato que o promoveu, sem que tenha se afastado
do exercício de quaisquer dos cargos nesse período. A certidão foi expedida na mesma data em que
solicitada, apontado que João contava com 5 anos de exercício no serviço público federal. A certidão

a) está incorreta, pois a promoção não interrompe o tempo de exercício, que, tão somente, é contado no
novo cargo a partir da publicação do ato que o promoveu.

b) está correta, pois a promoção suspende o tempo de exercício, cuja contagem é retomada, com efeitos
ex nunc, a partir da publicação do ato de promoção.

c) está incorreta, pois dela deveria ter constado que João contava com 15 anos de serviço no cargo para
o qual foi promovido, pois, para tanto, o tempo de exercício decorrido antes da promoção deveria ter sido
considerado.

d) está correta, pois, após a promoção, o tempo de serviço é zerado, contando-se apenas o tempo de
exercício decorrido no novo cargo.

e) está incorreta, pois dela deveria ter constado que João contava com 10 anos de serviço público federal,
pois a lei de regência determina que o tempo transcorrido após a promoção deve ser desconsiderado.

GABARITO: A

Houve certo debate sobre o gabarito dessa questão, pois inicialmente o gabarito dado foi a letra C. No
entanto, após a apreciação dos recursos, a banca alterou para letra A. O problema da letra C foi que ela
afirmou que João teria 15 anos no cargo, o que, de fato, é impreciso. Uma coisa é a contagem no cargo,
outra é a contagem no serviço público.

Mas seja como for, a certidão que dá a João 5 anos de exercício no serviço público está absolutamente
incorreta. Com isso, podemos excluir as letras B e D.

a) está incorreta, pois a promoção não interrompe o tempo de exercício, que, tão somente, é contado no
novo cargo a partir da publicação do ato que o promoveu.

254
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b) está correta, pois a promoção suspende o tempo de exercício, cuja contagem é retomada, com efeitos
ex nunc, a partir da publicação do ato de promoção.

c) está incorreta, pois dela deveria ter constado que João contava com 15 anos de serviço no cargo para
o qual foi promovido, pois, para tanto, o tempo de exercício decorrido antes da promoção deveria ter sido
considerado.

d) está correta, pois, após a promoção, o tempo de serviço é zerado, contando-se apenas o tempo de
exercício decorrido no novo cargo.

e) está incorreta, pois dela deveria ter constado que João contava com 10 anos de serviço público federal,
pois a lei de regência determina que o tempo transcorrido após a promoção deve ser desconsiderado.

A promoção é uma das formas de provimento previstas no art. 8º da Lei 8.112/90.

"Art. 8º São formas de provimento de cargo público:

I - nomeação;

II - promoção;

V - readaptação;

VI - reversão;

VII - aproveitamento;

VIII - reintegração;

IX - recondução."

No entanto, a promoção não invalida - ou de qualquer forma interfere - na forma originária de provimento,
que é a nomeação. É com a nomeação e posterior posse e exercício no cargo que o tempo de serviço
começa a ser contado e só é interrompido em hipóteses de cessação ou suspensão do vínculo estatutário,
pela interrupção do exercício.

Ademais, o art. 17 afirma expressamente que a promoção não interrompe o exercício do cargo, deixando
claro a correção da letra A.

"Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo posicionamento na
carreira a partir da data de publicação do ato que promover o servidor."

Por fim, está incorreta a letra E, pois não há na lei nada no sentido de desconsiderar o tempo percorrido
após a promoção.

Questão 47: VUNESP


Conforme dispõe a Lei nº 8.112/90 – Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, o retorno
à atividade de servidor em disponibilidade, obrigatoriamente em cargo de atribuições e vencimentos
compatíveis com o anteriormente ocupado, far-se-á mediante

a) reintegração.

255
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b) aproveitamento.

c) recondução.

d) recontratação.

e) reversão.

GABARITO: B

Questão que versa sobre "aproveitamento". Veja o que diz a Lei nº 8.112/90:

Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento


obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.

Veja a definição das demais alternativas:

a) reintegração.

Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo
resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial,
com ressarcimento de todas as vantagens.

c) recondução.

Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
II - reintegração do anterior ocupante.

d) recontratação.

Não existe essa modalidade de provimento na Lei supracitada.

e) reversão.

Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado:


I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou
II - no interesse da administração, desde que:
a) tenha solicitado a reversão;
b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
c) estável quando na atividade;
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação;
e) haja cargo vago.

Questão 48: IADES


Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional, que
devem ser cometidas a um servidor público. A respeito desse tema, é correto afirmar que a vacância em
cargo público ocorre por

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a) reintegração.

b) aproveitamento.

c) promoção.

d) redistribuição.

e) recondução.

GABARITO: C

Apesar de ser um concurso para policial militar do Distrito Federal, a banca não cobrou o Estatuto dos
Policiais Militares do DF, nem mesmo dos servidores civis do DF, mas sim dos servidores civis federais,
a lei 8.112/90.

Então, vamos comentar a questão com base no Estatuto Federal.

Vacância é, como o próprio nome sugere, o que ocorre quando o cargo público vaga, ou seja, quando
não está mais ocupado por um servidor. Isso pode se dar por diversas razões: desde a morte do servidor
até mesmo sua demissão. O art. 33 traz as hipóteses de vacância em cargo público. Vejamos.

"Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:

I - exoneração;

II - demissão;

III - promoção;

VI - readaptação;

VII - aposentadoria;

VIII - posse em outro cargo inacumulável;

IX - falecimento."

Assim, a alternativa que consta no rol do art. 33 é a letra C: promoção.

Reintegração (letra A), aproveitamento (letra B) e recondução (letra E) são formas de provimento e não
de vacância.

"Art. 8º São formas de provimento de cargo público:

I - nomeação;

II - promoção;

V - readaptação;

VI - reversão;

257
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VII - aproveitamento;

VIII - reintegração;

IX - recondução."

OBS.: repare que promoção é tanto uma forma de vacância quanto de provimento.

Por fim, redistribuição (letra D) não é nem provimento nem vacância, é movimentação de um cargo, por
necessidade do serviço, para outro órgão ou entidade, na forma do art. 37.

"Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito
do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do
órgão central do SIPEC, observados os seguintes preceitos:"

Questão 49: CEBRASPE (CESPE)


Em 2015, Sara era servidora pública estável de determinado órgão. No ano seguinte, ela foi aprovada em
concurso público para cargo de provimento efetivo de outro órgão público, nomeada e empossada nesse
último cargo, tendo iniciado efetivamente o exercício de suas funções nesse mesmo ano. Em 2018, Sara
foi reprovada em avaliação de desempenho e, consequentemente, no estágio probatório.

Acerca dessa situação hipotética, julgue o item a seguir à luz das disposições do Regime Jurídico dos
Servidores Públicos Civis da União.

Para ser investida em cargo público, Sara teve de preencher os seguintes requisitos básicos: ter
nacionalidade brasileira, gozar de direitos políticos e estar quite com suas obrigações eleitorais, além de
ter nível de escolaridade exigido para o cargo, idade mínima de dezoito anos e aptidão física e mental.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

O item está de acordo com a Lei 8112/90. Vejamos:

Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo público:


I - a nacionalidade brasileira;
II - o gozo dos direitos políticos;
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V - a idade mínima de dezoito anos;
VI - aptidão física e mental.
§ 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em lei.
§ 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público
para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras;
para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.

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§ 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover
seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os
procedimentos desta Lei.

Questão 50: FCC


Estevão Artacho, candidato em concurso público para a carreira policial, foi considerado inapto por exame
médico oficial, realizado em 24 de março de 2017, pela constatação de que sofria de sopro no coração,
isto é, uma alteração nas válvulas coronárias. Por essa razão, não pôde tomar posse na data marcada
para a investidura dos candidatos, 11 de abril de 2017. Inconformado, Estevão ajuizou ação ordinária,
questionando o ato administrativo que o considerou inapto e pleiteou, a título de indenização, o valor
correspondente aos vencimentos do cargo, computados desde a data fixada para a posse. Citada a
Fazenda Estadual e contestada a pretensão, determinou-se realização de prova pericial, que constatou,
por meio de exames mais detalhados, que se tratava de variedade benigna da anomalia, não impeditiva
do exercício da função pública. O juiz prolatou sentença de procedência, no tocante ao pedido de
empossamento no cargo público. No tocante à pretensão relativa à indenização, a sentença seguiu a
jurisprudência dominante do STF, que dispõe que

a) a indenização é devida, computada desde a data em que deveria ter ocorrido a posse.

b) tal pretensão deve ser deduzida em ação própria.

c) a indenização é devida, computada desde a data do ajuizamento da ação.

d) a indenização é devida, computada desde a data da citação da Fazenda Pública.

e) não é devida indenização, salvo em situação de flagrante arbitrariedade do ato que impediu a posse.

GABARITO: E

A questão trata da decisão do STF no Informativo 775, onde encontramos o seguinte trecho do RE
724347/DF

“na hipótese de posse em cargo público determinada por decisão judicial, o servidor não faz jus à
indenização sob fundamento de que deveria ter sido investido em momento anterior, salvo situação de
arbitrariedade flagrante. STF. Plenário. RE 724347/DF, Rel. para acórdão Min. Roberto Barroso”

Como a questão nada relata sobre arbitrariedade flagrante na negativa de nomeação, não há que se
indenizar. A negativa foi pautada em resultado de exame que constatava doença que impossibilitaria o
exercício da função.

Mas, por óbvio, o candidato logrou sucesso em comprovar, por meio de exames mais detalhados (o que
prova que não houve arbitrariedade por parte da junta médica oficial), que a situação não lhe
impossibilitaria o exercício do cargo.

Por isso, a indenização não é devida.

Ademais, não há que se falar em deduzir a pretensão em ação própria, pois tratou-se de dois pedidos
feitos pelo candidato na mesma peça.

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Questão 51: VUNESP
De acordo com a Lei nº 8.112/90, o retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante

a) readaptação.

b) reversão.

c) recondução.

d) reintegração.

e) aproveitamento.

GABARITO: E

Questão que aborda a forma de provimento "aproveitamento". Veja o que diz a Lei nº 8.112/90:

Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento


obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.

Veja a definição das demais alternativas:

a) readaptação.

Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades


compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção
médica.

b) reversão.

Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado:


I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou
II - no interesse da administração, desde que:
a) tenha solicitado a reversão;
b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
c) estável quando na atividade;
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação;
e) haja cargo vago.

c) recondução.

Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
II - reintegração do anterior ocupante.

d) reintegração.

260
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Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo
resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial,
com ressarcimento de todas as vantagens.

Questão 52: CEBRASPE (CESPE)


Com base nas disposições da Lei n.º 8.112/1990, julgue o item a seguir.

É vedado ao servidor público aposentado o retorno ao serviço público a pedido, somente sendo possível
a reversão por insubsistência dos motivos da aposentadoria por invalidez.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

Reversão é o retorno do servidor aposentado ao serviço público. A doutrina afirma que a reversão pode
ocorrer a pedido, nos casos do inciso II do art. 25, quanto no caso da cessação dos motivos que o
levaram a se aposentar por invalidez, conforme expresso no inciso I do art. 25.

Dessa forma, o art. 25, II, traz as hipóteses de reversão a pedido do servidor, sendo esses requisitos
cumulativos. Veja:

Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado:


I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou
II - no interesse da administração, desde que:
a) tenha solicitado a reversão;
b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
c) estável quando na atividade;
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação;
e) haja cargo vago.

Dessa forma, a assertiva está ERRADA, pois é permitido pela legislação o retorno do servidor a pedido.

Questão 53: FCC


Nos termos da Lei n° 8.112/1990, a investidura em cargo público

a) se dará com a nomeação do servidor no cargo público.

b) somente se dará com a entrada em exercício no cargo público.

c) ocorrerá com a posse.

d) ocorrerá com a posse na hipótese de cargo efetivo e com a nomeação na hipótese de cargo em
comissão.

e) ocorrerá com a nomeação para cargo efetivo e com a entrada em exercício para cargo em comissão.

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GABARITO: C

Investidura faz-nos lembrar de vestir. Isso mesmo. É o momento em que o candidato se transforma
servidor público. Se investe na função pública.

Assim dispõe a Lei 8.112/1990:


Art. 7o A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.

Fica a informação de que o prazo para a posse é de 30 dias, improrrogável.

Questão 54: CEBRASPE (CESPE)


Acerca do regime jurídico dos servidores públicos federais, julgue o item a seguir.

A promoção não constitui forma de provimento em cargo público.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

A questão versa sobre a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, que dispõe sobre o regime jurídico
dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. Neste contexto,
a assertiva está INCORRETA, pois a promoção é uma forma de provimento, conforme elenca o art. 8º,
da Lei nº 8.112/93:

Art. 8º São formas de provimento de cargo público:


[...]
II - promoção;

A promoção se trata de um provimento derivado vertical, pois, nestes casos, o servidor é guindado para
cargo mais elevado, conforme clássica lição de Celso Antônio Bandeira de Mello (Curso de Direito
Administrativo. 27. ed. São Paulo: Malheiros, 2013, p. 316):

Provimento derivado vertical é aquele em que o servidor é guindado para cargo mais elevado. Efetua-se
através de promoção - por merecimento ou antiguidade, critérios alternados de efetuá-la. Promoção é a
elevação para cargo de nível mais alto dentro da própria carreira.

Questão 55: CEBRASPE (CESPE)


Julgue o seguinte item de acordo com as disposições constitucionais e legais acerca dos agentes
públicos.

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A reversão constitui a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, e ocorre quando
é invalidada a demissão do servidor por decisão judicial ou administrativa. Nesse caso, o servidor deve
ser ressarcido de todas as vantagens que deixou de perceber durante o período demissório.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

A questão versa sobre a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, que dispõe sobre o regime jurídico
dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. Nesse contexto,
note que a assertiva conceitua a reintegração, que surge quando um servidor recupera o cargo perdido
por demissão, quando esta for invalidada por decisão administrativa ou judicial, conforme dispõe o art.
28, caput, da Lei nº 8.112/90:

Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no


cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa
ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens

Por sua vez, a reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado invalidez quando insubsistentes
os motivos da aposentadoria ou no interesse da administração. Nesta última, para que o servidor volte ao
trabalho é necessário cumprir cinco requisitos e administração deve mostrar interesse no seu retorno. Os
requisitos estão dispostos no art. 25, inciso II da Lei 8.112 de 1990:

Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado:


I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou
II - no interesse da administração, desde que:
a) tenha solicitado a reversão;
b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
c) estável quando na atividade;
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação;
e) haja cargo vago.

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Agentes Públicos
Questão 1: VUNESP
O exercício da função pública, que é cometida ao órgão ou à própria entidade, é realizado por pessoas
físicas: agentes públicos. Assim, considera- se toda vinculada, ,
ao exercício de função pública.

Assinale a alternativa que, correta e respectivamente, preenche as lacunas.

a) servidor público … pessoa física ou jurídica … definitivamente

b) órgão público … pessoa física ou jurídica … definitivamente

c) agente público … pessoa física … definitiva ou transitoriamente

d) agente público … pessoa jurídica … definitivamente

e) órgão público … pessoa jurídica … transitoriamente

GABARITO: C

O exercício da função pública, que é cometida ao órgão ou à própria entidade, é realizado por pessoas
físicas: agentes públicos. Assim, considera- se toda vinculada, ,
ao exercício de função pública.

Assinale a alternativa que, correta e respectivamente, preenche as lacunas.

a) servidor público … pessoa física ou jurídica … definitivamente


b) órgão público … pessoa física ou jurídica … definitivamente
c) agente público … pessoa física … definitiva ou transitoriamente
d) agente público … pessoa jurídica … definitivamente
e) órgão público … pessoa jurídica … transitoriamente

A questão exige conhecimento de agente público para fins de Direito Administrativo.

Nesse sentido, o agente público é a pessoa física que, seja de forma definitiva, seja de forma
transitória, ainda que sem remuneração, exerce função pública em nome da Administração Pública.

Veja o que ensina, por exemplo, o art. 2º da Lei nº 8.429/92, que trata do conceito de agente público para
fins de improbidade administrativa:

Art. 2º Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer
outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas
no artigo anterior.

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Questão 2: VUNESP
Com relação à função pública e aos cargos públicos, assinale a alternativa correta.

a) A função pública tem cargos específicos, remunerados ou não, fixados em lei ou diploma a ela
equivalente, entretanto, nem toda função pressupõe a existência do cargo.

b) O cargo público é a atividade em si mesma, ou seja, cargo é sinônimo de atribuição e corresponde às


inúmeras tarefas que constituem o objeto dos serviços prestados pela Administração, ocupado por
servidor público, tendo funções específicas e remuneradas fixadas em lei ou diploma a ela equivalente.

c) A função pública é a atividade em si mesma, entretanto, função não é sinônimo de atribuição e


corresponde a tarefas certas e determinadas, que não constituem o objeto dos serviços prestados pelos
servidores públicos.

d) Toda função tem um cargo, porque não se pode admitir um lugar na Administração que não tenha a
predeterminação das tarefas do servidor, ressaltando-se que a função poderá ser ocupada por servidor
público, com funções específicas, remuneradas ou não, fixadas em lei ou diploma a ela equivalente.

e) Cargo público é o lugar dentro da organização funcional da Administração Direta e de suas autarquias
e fundações públicas que, ocupado por servidor público, tem funções específicas e remuneradas fixadas
em lei ou diploma a ela equivalente.

GABARITO: E

e) Cargo público é o lugar dentro da organização funcional da Administração Direta e de suas autarquias
e fundações públicas que, ocupado por servidor público, tem funções específicas e remuneradas fixadas
em lei ou diploma a ela equivalente.

Essa é daquelas mais lacônicas e abstratas definições legais. Está prevista, por exemplo, na Lei 8.112,
o estatuto dos servidores públicos civis da União, vejamos:

Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional


que devem ser cometidas a um servidor.
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com
denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em
comissão.

Os demais itens estão errados:

a) A função pública tem cargos específicos, remunerados ou não, fixados em lei ou diploma a ela
equivalente, entretanto, nem toda função pressupõe a existência do cargo.

Já ouviram falar em agentes temporários? Então, tais agentes só exercem função pública, sem que
titularizem cargos. O que invalida a sentença.

b) O cargo público é a atividade em si mesma, ou seja, cargo é sinônimo de atribuição e corresponde às


inúmeras tarefas que constituem o objeto dos serviços prestados pela Administração, ocupado por
servidor público, tendo funções específicas e remuneradas fixadas em lei ou diploma a ela equivalente.

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Não é a atividade. No cargo é que vamos exercer a atividade. O cargo é o conjunto das atribuições.
Quando ingressamos na Administração, e, depois da posse, entramos em exercício no cargo público,
passamos a exercer atribuições públicas, a partir do cargo e não no cargo.

c) A função pública é a atividade em si mesma, entretanto, função não é sinônimo de atribuição e


corresponde a tarefas certas e determinadas, que não constituem o objeto dos serviços prestados pelos
servidores públicos.

A função pública não é a atividade em si mesma. É a atribuição para se chegar à atividade a cargo do
Estado. Por exemplo, o que você precisa fazer para que a atividade serviço público seja desempenhada?
O exercício de determinada atividade, como a organização interna dos servidores encarregados da tarefa,
da atividade em si mesma.

d) Toda função tem um cargo, porque não se pode admitir um lugar na Administração que não tenha a
predeterminação das tarefas do servidor, ressaltando-se que a função poderá ser ocupada por servidor
público, com funções específicas, remuneradas ou não, fixadas em lei ou diploma a ela equivalente.

Como sobredito, há funções sem cargo. Exemplo dos temporários. Cito também os mesários, estes são
agentes honoríficos, não contam com cargos, desempenham funções temporárias e sem remuneração.

Questão 3: CEBRASPE (CESPE)


No que concerne aos agentes públicos, assinale a opção correta.

a) Um particular que exerce função pública, mesmo que sem remuneração e sem vínculo empregatício,
atua como agente público.

b) Os agentes políticos restringem-se aos integrantes do Poder Legislativo da União, dos estados e dos
municípios, eleitos periodicamente para mandatos temporários.

c) Considera-se agente público somente aquele que ocupa cargo ou emprego público.

d) Servidor público temporário não possui vínculo com a administração pública, mas exerce função
relevante para ela.

e) O conceito de agente público é rígido, na medida em que obedece a rol taxativo previsto em lei
específica.

GABARITO: A

a) Um particular que exerce função pública, mesmo que sem remuneração e sem vínculo empregatício,
atua como agente público.

Os agentes públicos são tomados em sentido amplo, de forma a abranger os políticos (exemplo dos
detentores de cargos eletivos, deputados, vereadores, governadores, prefeitos e até presidente da
República), os agentes particulares em colaboração (exemplo dos mesários, membros do juri - chamados
estes de agentes honoríficos -, leiloeiros, titulares de cartórios), os servidores públicos estatais em sentido
amplo (estatutários - considerados em sentido estrito -, empregados e temporários), e, por fim, os
militares.

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Portanto, ainda que seja só um mesário ou membro do juri, e não recebam qualquer remuneração, e o
caráter da função seja temporária, não deixam de ser considerados agentes públicos.

Os demais itens estão errados:

b) Os agentes políticos restringem-se aos integrantes do Poder Legislativo da União, dos estados e dos
municípios, eleitos periodicamente para mandatos temporários.

E os ministros e secretários? E os da carreira diplomática? São todos agentes políticos, embora não
eletivos.

c) Considera-se agente público somente aquele que ocupa cargo ou emprego público.

E também meras funções temporárias, exemplo dos agentes honoríficos, que, por acaso, não recebem
remuneração.

d) Servidor público temporário não possui vínculo com a administração pública, mas exerce função
relevante para ela.

Claro que possui! Os temporários não são contratados por concurso público, isso é verdade. São
selecionados em processo seletivo simplificado. No entanto, são agentes públicos, e com vínculo
contratual com o Estado, apesar de temporário.

e) O conceito de agente público é rígido, na medida em que obedece a rol taxativo previsto em lei
específica.

Não há qualquer legislação que preveja, em numerus clausus, exaustivo, quais são os agentes públicos.
O conceito é por demais abrangente, fazendo-se referência, ao fim, a qualquer tipo de função pública.

Questão 4: VUNESP
Assinale a alternativa que contempla corretamente dois exemplos de servidores públicos em sentido
estrito.

a) Defensores Públicos e Procuradores do Estado.

b) Policiais e Peritos Judiciais.

c) Deputados e Mesários da Justiça Eleitoral.

d) Conciliadores do Poder Judiciário e Juízes togados.

e) Leiloeiros e Titulares de Cartório.

GABARITO: A

Questão bem elaborada.

Os agentes públicos são tomados em sentido amplo, de forma a abranger os políticos (exemplo dos
detentores de cargos eletivos, deputados, vereadores, governadores, prefeitos e até presidente da
República), os agentes particulares em colaboração (exemplo dos mesários, membros do juri - chamados

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estes de agentes honoríficos -, leiloeiros, titulares de cartórios), os servidores públicos estatais em sentido
amplo (estatutários - considerados em sentido estrito -, empregados e temporários), e, por fim, os
militares.

Então, vamos lá aos itens.

Na letra B, veja que temos os peritos judiciais, estes são agentes costumeiramente credenciados, logo,
encaixam-se como particulares em colaboração.

Na letra C, Deputados são políticos e mesários particulares em colaboração.

Na letra D, conciliadores são particulares em colaboração.

Na letra E, todos particulares em colaboração.

Voilà! Concluímos pela correção da letra A, são ambos servidores estatutários.

Questão 5: FCC
O diretor executivo de uma sociedade de economia mista exploradora de atividade econômica

a) emite ato administrativo sempre que determina ou autoriza uma contratação, precedida ou não de
licitação.

b) tem sua atuação sujeita a controle externo exercido pelo Tribunal de Contas, que não detém poderes
para sustar os contratos administrativos que aquele subscrever em nome da empresa.

c) submete-se a concurso público para provimento do cargo efetivo que ocupa, que exige vínculo
estatutário.

d) sujeita-se aos princípios que regem a Administração pública, mas não se enquadra no conceito de
agente público para fins de configuração de ato de improbidade administrativa.

e) está sujeito a controle externo e interno, em razão das funções que exerce em pessoa jurídica de
direito público, mas não incide em responsabilização por infração disciplinar ou por ato de improbidade.

GABARITO: B

a) ERRADA. Os dirigentes de empresas estatais apenas emitem ato administrativo quando atuam no
exercício da função administrativa, sob regime de direito público. Isso ocorre, basicamente, nas
atividades-meio das entidades. Por outro lado, quando atuam na atividade-fim, sob o regime de direito
privado, não há a emissão de atos administrativos. Por exemplo, quando o Banco do Brasil, uma
sociedade de economia mista federal, assina um contrato de empréstimo com seu cliente, não emite ato
administrativo.

b) CERTA. Os Tribunais de Contas possuem jurisdição sobre as sociedades de economia mista, ainda
que elas possuam capital privado em seu patrimônio, conforme entendimento pacificado do STF. A CF
preceitua que, se verificar ilegalidade em contrato de seus jurisdicionados, o Tribunal de Contas deve
assinar prazo para o exato cumprimento da lei e, caso não atendido, o Congresso Nacional deverá adotar
o ato de sustação, solicitando ao Poder Executivo as medidas cabíveis (CF, art. 71, IX, §§1º e 2º). Logo,
é correto afirmar que o Tribunal de Contas “não detém poderes para sustar os contratos administrativos

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que aquele subscrever em nome da empresa”, pois essa competência é do Poder Legislativo. Não
obstante, vale ressaltar que, caso o Poder Legislativo ou o Poder Executivo não adotarem as providências
relativas à sustação do contrato no prazo de 90 dias, caberá ao Tribunal de Contas decidir a respeito.

c) ERRADA. Os dirigentes de empresas estatais não ocupam cargos efetivos. O vínculo com a entidade
é estatutário, mas não no mesmo sentido que os servidores públicos, cujo vínculo estatutário é
estabelecido por lei. No caso dos dirigentes das estatais, o vínculo é definido pelo Estatuto da entidade,
com base nas normas de direito empresarial.

d) ERRADA. Os dirigentes de empresas estatais exercem função pública e, nessa condição, são sim
considerados “agentes públicos” para fins de configuração de ato de improbidade administrativa.

e) ERRADA. O primeiro erro é que os dirigentes de sociedades de economia mista atuam em uma
entidade de direito privado, e não de direito público. Outro erro é que eles estão sim sujeitos à
responsabilização disciplinar e também por improbidade administrativa.

Questão 6: VUNESP
A respeito dos servidores públicos, assinale a alternativa correta.

a) Os conceitos de agentes públicos e servidores públicos se confundem, sendo tratados na doutrina


como sinônimos.

b) Os empregados públicos comissionados podem ser demitidos ad nutum, não possuindo a garantia da
estabilidade.

c) Enquanto não regulado o exercício do direito de greve pelos servidores públicos, a normatização é
realizada casuisticamente pelo Poder Judiciário, em sede de dissídio coletivo.

d) Possui direito subjetivo à nomeação o candidato aprovado em concurso público que componha o
cadastro de reserva.

e) O Edital é o meio adequado e suficiente para sujeitar candidato a cargo público a exame psicotécnico.

GABARITO: B

A respeito dos servidores públicos, assinale a alternativa correta.

a) Os conceitos de agentes públicos e servidores públicos se confundem, sendo tratados na doutrina


como sinônimos.

ERRADO. Os agentes públicos são gênero, do qual servidores públicos é uma das espécies.

De acordo com a doutrina, os agentes públicos podem ser agentes políticos, servidores públicos ou
particulares em colaboração.

Assim, agente público é todo aquele que exerce atividade estatal.

Por sua vez, servidor público é a pessoa investida em cargo público após aprovação em concurso.

Logo, item incorreto.

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b) Os empregados públicos comissionados podem ser demitidos ad nutum, não possuindo a garantia da
estabilidade.

CERTO. Na forma do art. 37, II da CF/88, os empregados públicos comissionados são livremente
nomeados e exonerados.

Veja:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de


provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração;

Portanto, item correto.

c) Enquanto não regulado o exercício do direito de greve pelos servidores públicos, a normatização é
realizada casuisticamente pelo Poder Judiciário, em sede de dissídio coletivo.

ERRADO. A Constituição estabelece que o direito de greve do servidor será exercido na forma da lei
específica.

Veja o art. 37, II:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;

Todavia, até o momento essa Lei não foi editada.

Em razão disso, o STF decidiu que se aplica aos servidores públicos civis as Leis nº 7.701/98 e nº
7.783/89, que tratam da greve dos empregados regidos pela CLT.

Veja:

Em razão da evolução jurisprudencial sobre o tema da interpretação da omissão legislativa do direito de


greve dos servidores públicos civis e em respeito aos ditames de segurança jurídica, fixa-se o prazo
de sessenta dias para que o Congresso Nacional legisle sobre a matéria. Mandado de injunção conhecido
e, no mérito, deferido para, nos termos acima especificados, determinar a aplicação das
Leis 7.701/1988 e 7.783/1989 aos conflitos e às ações judiciais que envolvam a interpretação do
direito de greve dos servidores públicos civis.

[MI 708, rel. min. Gilmar Mendes, j. 25-10-2007, P, DJE de 31-10-2008.]

Dessa forma, item incorreto.

d) Possui direito subjetivo à nomeação o candidato aprovado em concurso público que componha o
cadastro de reserva.

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ERRADO. O candidato que compõe cadastro de reserva possui apenas expectativa de direito, não tendo
direito subjetivo à nomeação.

Nos termos da decisão do STF no RE 598.099, o candidato aprovado dentro das vagas é que possui
direito subjetivo.

Veja:

O candidato aprovado em concurso público dentro do número de vagas previsto no edital possui direito
subjetivo à nomeação.

[RE 598.099, rel. min. Gilmar Mendes, P, j. 10-8-2011, DJE 189 de 3-10-2011]

Desse modo, item incorreto.

e) O Edital é o meio adequado e suficiente para sujeitar candidato a cargo público a exame psicotécnico.

ERRADO. A alternativa contraria os termos da Súmula Vinculante nº 44 do STF.

Nesse sentido, somente a lei pode sujeitar o candidato à exame psicotécnico.

Veja:

Súmula Vinculante 44

Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público.

Sendo assim, item incorreto.

Questão 7: CONSULPLAN
Em relação aos agentes públicos, analise as afirmativas a seguir.

I. À Administração Pública não é possível aplicar aos servidores a pena de demissão em processo
disciplinar, se ainda em curso a ação penal a que responde pelo mesmo fato.

II. O STF firmou a tese de que a contratação por tempo determinado para atendimento de necessidade
temporária de excepcional interesse público em desconformidade com os preceitos do art. 37, IX, da
CF/88, não gera quaisquer efeitos jurídicos válidos, com exceção do direito à percepção dos salários
referentes ao período trabalhado e ao levantamento dos depósitos efetuados no FGTS.

III. A estabilidade compreende a garantia constitucional do servidor público estatutário nomeado em


virtude de concurso público, de permanecer no serviço público após o período de 3 (três) anos de efetivo
exercício, enquanto a efetividade representa situação jurídica que qualifica a titularização de cargos
efetivos, para distinguir-se da que é relativa aos ocupantes de cargo em comissão.

IV. Os notários e os registradores são titulares de cargo público efetivo, exercem atividade estatal e, de
acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal, são considerados servidores públicos,
independentemente do tempo de serviço.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)

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a) I, II, III e IV.

b) III, apenas.

c) I e II, apenas.

d) II e III, apenas.

GABARITO: D

Os itens I e IV são falsos. No item I, aplica-se a independência entre as instâncias, de forma que a
Administração pode demitir ainda que haja processo em andamento. E, inclusive, pode acontecer de, no
futuro, haver a absolvição por negativa de autoria, e o servidor ser reintegrado. No item IV, os tabeliães
não são servidores efetivos, não são detentores de cargos, exercem apenas função pública.

Algumas considerações sobre os outros itens.

Se houver burla ao princípio do concurso público, o detentor não deixará de receber pelo serviço, afinal
não há trabalho escravo no Brasil, e o STF admite o levantamento do FGTS. Agora, não há formação de
vínculo permanente, isso porque haveria a necessidade de concurso público.

A estabilidade não se confunde com a efetividade. Veja por exemplo o caso da estabilização
constitucional, em que o sujeito, embora estável, não é efetivo, isso porque não prestou ainda concurso
público. Assim como pode acontecer, também, de o servidor ser efetivo e ainda não ser estável, por não
ter cumprido os requisitos objetivos e subjetivos para tanto.

Questão 8: VUNESP
Com relação aos agentes públicos, é correto afirmar:

a) os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas são agentes
públicos.

b) as pessoas jurídicas podem ser agentes públicos.

c) a regência pela legislação trabalhista exclui a situação jurídica de agente público.

d) todos os agentes públicos são regidos pelo regime estatutário.

GABARITO: A

Galera, a questão quer saber se você conhece o conceito de agentes públicos.

Se ainda não conhece, se liga só:

Agentes Públicos são todas as pessoas físicas que são incumbidas do exercício de serviço público, seja
remunerado ou não, seja transitório ou permanente.

272
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Assim, podemos ir para a análise das alternativas:

a) os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas são
agentes públicos.

Alternativa correta. Os servidores de qualquer entidade ou órgão da administração pública, seja direta
ou indireta, são agentes públicos.

b) as pessoas jurídicas podem ser agentes públicos.

Alternativa incorreta. Como vimos no conceito inicial, só as pessoas físicas são consideradas agentes
públicos.

c) a regência pela legislação trabalhista exclui a situação jurídica de agente público.

Alternativa incorreta. Entre os agentes públicos estão presentes os empregados públicos, que são
regidos pelo regime celetista.

No regime Celetista, os direitos e deveres dos servidores são disciplinados na Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT). Os agentes que estão nesse regime são chamados deEmpregados Públicos e têm sua
carteira profissional (CTPS) assinada no ato do ingresso no serviço público, ou seja, eles serão regidos
pela legislação trabalhista.

Assim, encontramos o erro da alternativa, pois empregados públicos são agentes públicos regidos
pela legislação trabalhista.

Ainda, para fins de fixação do aprendizado, são Empregados Públicos os agentes que trabalham nas
Empresas Públicas, nas Sociedades de Economia Mista e nas Fundações Públicas de Direito Privado. O
regime Celetista não confere ao Empregado Público o direito à estabilidade (mesmo existindo a exigência
constitucional de concursos públicos para a ocupação dos empregos públicos).

d) todos os agentes públicos são regidos pelo regime estatutário.

Alternativa incorreta. Como já falei no comentário da alternativa anterior, os empregados públicos são
agentes públicos que não são estatutários, e sim celetistas, regidos pela legislação trabalhista (CLT).

Questão 9: FCC
O conceito de agente público na extensão a este atualmente conferida pela Constituição da República,
predica que

a) os militares, a partir da edição da Emenda Constitucional nº 20/98, não mais se enquadram na


definição de agentes públicos, sujeitos que estão a regime jurídico próprio, diverso dos servidores
públicos.

b) os particulares que atuam em colaboração com a Administração, tais como aqueles convocados para
prestação de serviço eleitoral, são agentes públicos, na medida em que exercem função pública, embora
não se enquadrem na categoria de agente administrativo.

c) são considerados agentes administrativos apenas os detentores de mandato eletivo e seus auxiliares
diretos, também denominados agentes políticos, diversamente dos agentes públicos que detém vínculo
funcional com a Administração, denominados servidores públicos.

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d) os ocupantes de cargo em comissão de livre nomeação e exoneração, assim como os temporários e
os empregados públicos são considerados agentes administrativos, em contraposição aos ocupantes de
cargo efetivo, cuja natureza do vínculo confere apenas a estes últimos a condição de agentes públicos.

e) os agentes políticos ocupantes de cargo efetivo provido por meio de mandato eletivo não são
considerados servidores públicos para fins previdenciários, embora se enquadrem na categoria de
agentes administrativos.

GABARITO: B

Modernamente, a doutrina apresenta o conceito de particulares em colaboração. São todos aqueles que
não fazem parte da estrutura formal do Estado, mas exercem função pública, ainda que em caráter
transitório. Veja o exemplo dos mesários e membros do juri. Esses são também chamados de agentes
honoríficos. O certo é que não são agentes estatais, como são os administrativos. Modernamente, os
administrativos têm sido chamado de servidores estatais em sentido amplo, abarcando os empregados,
os temporários e os estatutários.

Os demais itens estão errados:

a) os militares, a partir da edição da Emenda Constitucional nº 20/98, não mais se enquadram na


definição de agentes públicos, sujeitos que estão a regime jurídico próprio, diverso dos servidores
públicos.

INCORRETA. Continuam sendo agentes, não são mais servidores públicos.

c) são considerados agentes administrativos apenas os detentores de mandato eletivo e seus auxiliares
diretos, também denominados agentes políticos, diversamente dos agentes públicos que detém vínculo
funcional com a Administração, denominados servidores públicos.

INCORRETA. Os servidores públicos, agentes administrativos, são sim agentes públicos.

d) os ocupantes de cargo em comissão de livre nomeação e exoneração, assim como os temporários e


os empregados públicos são considerados agentes administrativos, em contraposição aos ocupantes de
cargo efetivo, cuja natureza do vínculo confere apenas a estes últimos a condição de agentes públicos.

INCORRETA. Cargo efetivo também é administrativo.

e) os agentes políticos ocupantes de cargo efetivo provido por meio de mandato eletivo não são
considerados servidores públicos para fins previdenciários, embora se enquadrem na categoria de
agentes administrativos.

INCORRETA. São sim servidores e agentes administrativos.

Questão 10: CEBRASPE (CESPE)


No que diz respeito à administração pública direta, à administração pública indireta e aos agentes
públicos, julgue o item que se segue.

Ministros e secretários estaduais e municipais são agentes políticos cujos vínculos funcionais não têm
natureza permanente, mas que, com base no seu poder político, traçam e implementam políticas públicas
constitucionais e políticas públicas de governo.

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( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

Vamos aproveitar para mais considerações sobre a classificação dos agentes públicos como agentes
políticos.

Os agentes políticos são aqueles competentes pelas mais altas diretrizes estabelecidas pelo
Estado. Tais agentes ocupam os mais elevados postos da Administração Pública, sejam cargos, funções,
mandatos ou comissões. Contam com ampla liberdade funcional, sendo regidos por normas específicas.
São exemplos unânimes entre os doutrinadores:

- Membros do Legislativo (deputados, senadores e vereadores);

- Chefes de Poder Executivo (presidente da República, governadores e prefeitos); e

- Assessores diretos destes (ministros e secretários estaduais, municipais e distritais).

De modo mais simples, pode-se afirmar que os agentes políticos “transpiram” o poder. São aqueles de
que você se recorda quando ouve falar em “Poder Constituído”. Por exemplo: quando se pensa em
Poder Executivo Federal, qual a primeira imagem que vem à lembrança? A do Presidente da
República e do ministro de Estado. E, na espécie, são agentes políticos, que se sucedem no Poder
Executivo.

Questão 11: VUNESP


Agentes públicos são todas as pessoas que exercem função pública. Os agentes públicos podem ser
classificados em: agentes políticos; agentes administrativos; agentes honoríficos; agentes delegados e
agentes credenciados.

Um servidor público temporário, contratado para preencher uma vaga na administração pública indireta,
é classificado como:

a) Agente administrativo.

b) Agente credenciado.

c) Agente honorífico.

d) Agente delegado.

e) Agente político.

GABARITO: A

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Agentes públicos são todas as pessoas que exercem função pública. Os agentes públicos podem ser
classificados em: agentes políticos; agentes administrativos; agentes honoríficos; agentes delegados e
agentes credenciados.

Um servidor público temporário, contratado para preencher uma vaga na administração pública indireta,
é classificado como:

a) Agente administrativo.

CERTO. O agente administrativo é aquele que exerce suas funções no âmbito do Poder Executivo.

Em alguns Planos de Cargos e Carreiras de servidores, o agente administrativo é a denominação do


cargo de nível médio que exerce funções compatíveis com sua escolaridade.

b) Agente credenciado.

ERRADO. Os agentes credenciados são agentes a quem a Administração atribui a função de representá-
la em determinado ato, mediante remuneração. É o caso dos representantes do Brasil em eventos
internacionais, por exemplo.

c) Agente honorífico.

ERRADO. Os agentes honoríficos também são conhecidos como agentes particulares colaboradores.

São particulares que realizam atividades públicas especiais como os jurados de Tribunal do Juri e os
mesários em período eleitoral. Por vezes, não há contrapartida pecuniária do ente público.

d) Agente delegado.

ERRADO. Agente delegado é o particular que recebe a responsabilidade por realizar atividade, obra ou
serviço em nome da Administração. Para tanto, o agente delegado é remunerado mediante o pagamento
de tarifas ou preços públicos, conforme previsão em contrato. É o caso das concessionárias ou
permissionárias de serviços públicos, por exemplo.

e) Agente político.

ERRADO. São aqueles eleitos mediante eleição, para exercício de mandato temporário e com a
finalidade de fazer as grandes tomadas de decisões em nome do Estado.

Do exposto, nosso gabarito é a Letra A.

Questão 12: CEBRASPE (CESPE)


No caso de ser extinta delegação a notário ou a oficial de registro, a autoridade competente deverá
declarar vago o respectivo serviço, designar o substituto mais antigo para responder pelo expediente e
abrir concurso. Nesse caso, segundo entendimento do STF, os substitutos interinos das serventias
extrajudiciais

a) deverão submeter-se ao teto remuneratório constitucional, porque o interino não atua como delegado
do serviço notarial e de registro, mas como preposto do poder público.

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b) deverão submeter-se ao teto remuneratório constitucional, porque as receitas auferidas pela serventia,
permanentes ou interinas são públicas e decorrem do caráter público dos serviços prestados.

c) não deverão se submeter ao teto remuneratório constitucional, porque as categorias de agentes


delegados, permanentes ou interinos são particulares em colaboração com a administração pública.

d) não deverão se submeter ao teto remuneratório constitucional, porque os serviços prestados pelas
serventias extrajudiciais são remunerados pelos particulares.

e) não deverão se submeter ao teto remuneratório constitucional, porque não é possível transpor a
categoria de particulares em colaboração com o poder público para a de agentes públicos.

GABARITO: A

a) deverão submeter-se ao teto remuneratório constitucional, porque o interino não atua como delegado
do serviço notarial e de registro, mas como preposto do poder público.

Questão bem interessante! Não há aplicação do teto remuneratório para os tabeliães. Inclusive, há
cartório com valores acima de 5 milhões de reais/mês. Só que a sentença requer a aplicação ao interino.
Para o STF, os interinos não atuam como delegados do serviço notarial e de registro, mas como prepostos
do Estado delegante. Aplicação do teto remuneratório previsto no art. 37, XI, da CF.

Questão 13: VUNESP


A possibilidade de contratação de pessoas por tempo determinado no setor público é estabelecida na
Constituição Federal e regulamentada por legislações posteriores. A principal razão para que isso possa
acontecer é, em termos gerais, a “necessidade temporária de excepcional interesse público”. Em termos
específicos, essa necessidade deve ser suprida por

a) concurso público.

b) recrutamento simples.

c) processo seletivo simplificado.

d) contratação regida pela Lei nº 8.666/93.

e) concurso público simplificado.

GABARITO: C

Sabe-se que a CF/1988 exige concurso público para cargos e empregos públicos (inc. II do art. 37). Como
os agentes temporários exercem apenas funções públicas, a contratação destes é exceção ao princípio
do concurso público. Os temporários são selecionados por meio de processos seletivos simplificados, e,
em alguns casos (como de calamidade pública), será, inclusive, dispensável.

A lei exigida pela CF/1988 é, na esfera federal, a Lei 8.745/1993, que assim estabelece:

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“Art. 3.º O recrutamento do pessoal a ser contratado, nos termos desta Lei, será feito mediante processo
seletivo simplificado sujeito a ampla divulgação, inclusive através do Diário Oficial da União, prescindindo
de concurso público.”

Questão 14: AOCP


“São os titulares dos cargos estruturais à organização política do país, isto é, são ocupantes dos cargos
que compõem o arcabouço constitucional do Estado e, portanto, o esquema fundamental do poder”. O
conceito apresentado refere-se aos

a) agentes de fato.

b) agentes particulares colaboradores.

c) agentes administrativos.

d) agentes civis.

e) agentes políticos.

GABARITO: E

A questão versa acerca da classificação dos agentes públicos. Nesse contexto, os agentes ocupantes
da dos cargos estruturais à organização política do país, isto é, são ocupantes dos cargos que compõem
o arcabouço constitucional do Estado e, portanto, o esquema fundamental do poder são os agentes
políticos. Assim, de um modo mais claro, agente político é aquele que ocupa os primeiros escalões de
um governo, investidos em cargos, funções, mandatos ou comissões, por nomeação, eleição, designação
ou delegação para exercer atribuições constitucionalmente definidas, conforme podemos extrair da
doutrina de Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p.
80):

Agentes políticos: são os componentes do Governo nos seus primeiros escalões, investidos em cargos,
funções, mandatos ou comissões, por nomeação, eleição, designação ou delegação para o exercício de
atribuições constitucionais. Esses agentes atuam com plena liberdade funcional, desempenhando suas
atribuições com prerrogativas e responsabilidades próprias, estabelecidas na Constituição e em leis
especiais. Têm normas específicas para sua escolha, investidura, conduta e processo por crimes
funcionais e de responsabilidade, que lhes são privativos.

Questão 15: CEBRASPE (CESPE)


Acerca do direito administrativo, dos atos administrativos e dos agentes públicos, julgue o item a seguir.

Em que pese ocuparem cargos eletivos, as pessoas físicas que compõem o Poder Legislativo são
consideradas agentes públicos.

( ) Certo
( ) Errado

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GABARITO: CERTO

Os agentes públicos podem ser classificados como políticos. Os políticos exercem cargos por nomeação
(exemplo dos juízes e Ministros de Estado) e por eleição (exemplo dos deputados, senadores e
vereadores).

Portanto, no caso concreto, as pessoas físicas que exercem mandato eletivo devem ser consideradas
agentes públicos na espécie agentes políticos.

Questão 16: FCC


É característica comum aos servidores ocupantes de cargos públicos efetivos e de empregos públicos:

a) a necessidade de processo administrativo disciplinar e fundadas razões para exoneração do serviço


público.

b) a submissão a prévio concurso público de provas ou de provas e títulos e a necessidade de estágio


probatório para estabilização no cargo e no emprego.

c) a necessidade de se submeter a estágio probatório, reduzido em um ano no caso de empregos


públicos junto à Administração indireta.

d) enquadramento no conceito de agente público para fins de tipificação de ato de improbidade.

e) responsabilidade pessoal e objetiva por danos causados a terceiros em razão do exercício de suas
funções públicas.

GABARITO: D

Vamos analisar as alternativas para descobrirmos características comuns tanto a servidores quanto a
empregados públicos.

a) ERRADO. Não se fala em exoneração para empregados públicos. Além disso, a necessidade de
processo administrativo disciplinar só existe para o servidor público, e mesmo assim, para a sua punição
(que não é o caso da exoneração) e depois de estável.

b) ERRADO. Necessidade de concurso, ok. Bom, sendo chato, você pode encontrar autores mais
criteriosos (ou seja, chatos) que vão distinguir o concurso público - destinado a prover cargos públicos
vagos - e o processo de seleção pública - destinado a preencher as vagas de emprego público nas
empresas estatais e demais entidades administrativas que contratam sob o regime da CLT.

Outro erro (que é repetido na letra C) é a necessidade de estágio probatório, que não existe. Empregado
público não tem estabilidade, pois ele é regido pela CLT, cujo regime é incompatível com o instituto da
estabilidade; e tem FGTS. Se ele tivesse estabilidade não teria motivo para o FGTS.

c) ERRADO. Nem adianta vir com esse papo de redução. Empregado público não tem estágio probatório
e acabou.

d) CERTO. Aí sim. Agente público é o gênero do qual são espécies os servidores, os empregados

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públicos, dentre outros, como os agentes políticos, os temporários, os honoríficos, etc. Qualquer pessoa
com vínculo jurídico-profissional com a Administração será considerado agente público, mesmo que esse
vínculo seja precário, não remunerado ou temporário.

e) ERRADO. Essa regra só vale para os servidores. Os empregados públicos, servindo a entidades
administrativas de direito privado, serão responsabilizados na forma da lei civil.

Questão 17: FCC

Em relação aos agentes públicos, é correto afirmar que

a) particulares em colaboração com o Poder Público são pessoas físicas que prestam serviços ao Estado,
necessariamente mediante remuneração, embora sem vínculo empregatício.

b) os servidores estatutários se submetem a um regime jurídico legal estabelecido pela respectiva


unidade da Federação.

c) os titulares de cargo vitalício só podem perder o cargo por sentença judicial transitada em julgado ou
por meio de processo administrativo disciplinar, observados os princípios do contraditório e da ampla
defesa.

d) servidores temporários não são considerados agentes públicos, uma vez que não ocupam cargo ou
emprego público.

e) os empregados públicos são agentes contratados sob o regime da legislação trabalhista e ocupantes
de cargo público.

GABARITO: B

Vejamos as alternativas propostas pela Banca, em busca da correta:

a) Errado:

Como ensina Maria Sylvia Di Pietro, o conceito de particulares em colaboração com o Poder Público
abarca pessoas que prestem serviços ao Estado, não necessariamente mediante remuneração. A
propósito, confira-se (grifos acrescentados):

"Nesta categoria entram as pessoas físicas que prestam serviços ao Estado sem vínculo
empregatício, com ou sem remuneração." (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 26ª
ed. São Paulo: Atlas, 2013)

b) Certo:

Escorreito o conceito exposto neste item. Novamente me valendo das palavras de DI PIETRO, assim se
posiciona a referida doutrinadora:

"(...)submetem-se a regime estatutário, estabelecido em lei por cada uma das unidades da federação e
modificável unilateralmente desde que respeitados os direitos adquiridos." (idem)

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c) Errado:

Em se tratando de cargos vitalícios, sua perda somente pode derivar de sentença judicial transitada em
julgado, e não através de processo administrativo disciplinar. Dito de outro modo, a vitaliciedade constitui
garantia ainda mais acentuada, se comparada à estabilidade, esta sim admitindo outras formas de perda
do cargo, dentre as quais o processo administrativo disciplinar.

Como exemplo, podemos citar o art. 95, I, da CRFB/88, que, ao estabelecer a vitaliciedade em favor dos
magistrados, assim assevera:

"Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:

I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a
perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais
casos, de sentença judicial transitada em julgado;"

d) Errado:

O conceito de agente público é amplo, abrangendo, sim, aqueles que, mesmo sem ocuparem cargos ou
empregos públicos, prestam serviços ao Estado. No ponto, confira-se a seguinte lição de Rafael Oliveira:

"Os agentes públicos são responsáveis pela manifestação de vontade do Estado e pelo exercício da
função pública, que pode ser remunerada ou gratuita; definitiva ou temporária; com ou sem vínculo
formal com o Estado." (OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Curso de Direito Administrativo. 5ª ed.
São Paulo: Método, 2017)

No plano legislativo, pode-se citar como exemplo a definição contida no art. 2º da Lei 8.429/92, in verbis:

"Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer
outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
mencionadas no artigo anterior."

Note-se como não há necessidade de estar ocupando cargo ou emprego para que se esteja diante de
genuíno agente público, bastando que haja o exercício de função pública.

e) Errado:

A rigor, consideram-se empregados públicos aqueles que, de fato, são contratados basicamente pelo
regime da legislação trabalhista, e que passam a ocupar empregos públicos, e não cargos públicos,
conforme incorretamente sustentado neste item.

Questão 18: VUNESP

Os particulares em colaboração com o Poder Público são as pessoas físicas

a) que concorrem para o direcionamento dos fins da ação do Estado mediante a fixação de metas,
diretrizes ou planos que pressupõem decisões governamentais.

b) contratadas por tempo determinado para atenderem as necessidades temporárias de excepcional


interesse público, exercendo função de regime jurídico especial, fixado em lei por cada unidade da
federação.

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c) sujeitas a regime contratual pautado na legislação trabalhista, submetendo-se às normas
constitucionais referentes à investidura e à proibição de acumulação de empregos e vencimentos.

d) que exercem função pública, em seu próprio nome, sem vínculo empregatício, porém sob fiscalização
do Poder Público, podendo receber remuneração paga por terceiros.

e) que ocupam cargos públicos efetivos ou em comissão, sujeitos ao regime estatutário fixado em lei,
podendo adquirir estabilidade, recebendo remuneração paga pela Administração Pública.

GABARITO: D

A questão abordou o conceito de particulares em colaboração com o Poder Público de Maria Sylvia
Di Pietro, para quem:
“Nesta categoria entram as pessoas físicas que prestam serviços ao Estado, sem vínculo empregatício,
com ou sem remuneração. Podem fazê-lo sob títulos diversos, que compreendem:
1. delegação do Poder Público, como se dá com os empregados das empresas concessionárias e
permissionárias de serviços públicos, os que exercem serviços notariais e de registro (art. 236 da
Constituição), os leiloeiros, tradutores e intérpretes públicos; eles exercem função pública, em seu próprio
nome, sem vínculo empregatício, porém sob fiscalização do Poder Público. A remuneração que recebem
não é paga pelos cofres públicos mas pelos terceiros usuários do serviço;
2. mediante requisição, nomeação ou designação para o exercício de funções públicas relevantes; é o
que se dá com os jurados, os convocados para prestação de serviço militar ou eleitoral, os comissários
de menores, os integrantes de comissões, grupos de trabalho etc.; também não têm vínculo empregatício
e, em geral, não recebem remuneração;
3. como gestores de negócio que, espontaneamente, assumem determinada função pública em
momento de emergência, como epidemia, incêndio, enchente etc.” (DI PIETRO, Maria Sylvia
Zanella. Direito Administrativo.31ª ed. São Paulo: Atlas, 2018.P.751/752)
A alternativa D traz exatamente o conceito de particulares em colaboração a título de delegação do
Poder Público, a qual, segundo lição de Di Pietro, apresenta as seguintes características:
▪ se dá com os empregados das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, os
que exercem serviços notariais e de registro (art. 236 da Constituição), os leiloeiros, tradutores e
intérpretes públicos,
▪ eles exercem função pública, em seu próprio nome,
▪ sem vínculo empregatício, porém sob fiscalização do Poder Público,
▪ a remuneração que recebem não é paga pelos cofres públicos mas pelos terceiros usuários do
serviço.

Vejamos a letra D:

d) que exercem função pública, em seu próprio nome, sem vínculo empregatício, porém sob fiscalização
do Poder Público, podendo receber remuneração paga por terceiros. – certa.

Esse é o gabarito da questão, portanto.

Analisemos os erros das demais alternativas:

a) que concorrem para o direcionamento dos fins da ação do Estado mediante a fixação de metas,
diretrizes ou planos que pressupõem decisões governamentais. – errada.

Em verdade, os particulares em colaboração não concorrem para a definição dos fins da ação estatal,
nem influenciam decisões governamentais. Eles apenas exercem função pública, em situações
específicas.

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Incorreta a alternativa, portanto.

b) contratadas por tempo determinado para atenderem as necessidades temporárias de excepcional


interesse público, exercendo função de regime jurídico especial, fixado em lei por cada unidade da
federação. – errada.

A alternativa trata dos servidores temporários, os quais são todos aqueles contratados, com base no
art.37, inciso IX, da Constituição Federal, para atendimento, em caráter excepcional, de necessidades
não permanentes dos órgãos públicos (CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. 5ª ed.
Salvador: JusPodivm, 2018. P.783)

Não se confundem com os particulares em colaboração, os quais não perdem sua característica de
particulares, não integrando a estrutura da Administração Pública.

Nesse contexto, está incorreta a alternativa.

c) sujeitas a regime contratual pautado na legislação trabalhista, submetendo-se às normas


constitucionais referentes à investidura e à proibição de acumulação de empregos e vencimentos. –
errada.

Conforme exposto supra, os particulares em colaboração com o Estado não têm vínculo celetista com
o Poder Público, mantendo sua qualidade de particulares. Eles apenas exercem uma função
pública em determinadas situações, mas não integram a estrutura da Administração Pública.

Incorreta, portanto.

e) que ocupam cargos públicos efetivos ou em comissão, sujeitos ao regime estatutário fixado em lei,
podendo adquirir estabilidade, recebendo remuneração paga pela Administração Pública. – errada.

Ao contrário do que afirmado, os particulares em colaboração com o Estado não mantêm vínculo
trabalhista ou estatutário com a Administração Pública, não podendo adquirir estabilidade (sua
função é ocasional ou temporária), pelo que incorreta a alternativa.

Questão 19: VUNESP


O Agente Administrativo pode, no que concerne à classificação de servidores públicos, ser considerado
um

a) servidor público com regime jurídico estatutário.

b) empregado público com regime jurídico contratual.

c) agente político com regime jurídico estatutário.

d) servidor público com regime jurídico contratual.

e) empregado público com regime jurídico estatutário.

GABARITO: A

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O Agente Administrativo pode, no que concerne à classificação de servidores públicos, ser considerado
um

a) servidor público com regime jurídico estatutário.

CERTO. Essa é a previsão contida no art. 39 da CF/88.

Veja:

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua
competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração
pública direta, das autarquias e das fundações públicas.

Logo, item correto.

b) empregado público com regime jurídico contratual.

ERRADO. O emprego público está submetido ao regime jurídico celetista, conceituado como aquele
regido pelas Leis Trabalhistas.

Dessa forma, o empregado público não está submetido ao regime jurídico contratual.

Portanto, item incorreto.

c) agente político com regime jurídico estatutário.

ERRADO. O agente político é aquele escolhido por mandato eletivo, não se aplicando a ele o regime
jurídico estatutário aplicável aos servidores efetivos.

Desse modo, item incorreto.

d) servidor público com regime jurídico contratual.

ERRADO. O regime jurídico contratual é aplicável aos empregados públicos, e não aos servidores.

Dessa forma, item incorreto.

e) empregado público com regime jurídico estatutário.

ERRADO. Aos empregados públicos é aplicado o regime contratual, fundamentado na CLT, e não o
regime jurídico estatutário.

Sendo assim, item incorreto.

Diante do exposto, nosso gabarito é a Letra A.

Questão 20: CEBRASPE (CESPE)

Pedro, após ter sido investido em cargo público de determinado órgão sem a necessária aprovação em
concurso público, praticou inúmeros atos administrativos internos e externos.

Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item que se segue.

284
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Pedro é considerado agente putativo e, ainda que não tenha sido investido legalmente, deverá receber
remuneração pelo serviço prestado no órgão público.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

Distintamente dos agentes de direito, investidos regularmente em funções públicas, os agentes de fato
são aqueles que se investem da função pública de forma emergencial ou irregular.

Nesse contexto, a doutrina costuma distingui-los em necessários e putativos. Os necessários, também


chamados de agentes públicos voluntários ou gestores de negócios públicos, exercem a função em razão
de situações excepcionais, como o auxílio durante calamidades públicas. Já os putativos são os que
têm apenas a aparência de agente público, sem o ser de direito. É o caso de um servidor que fora
aprovado em concurso público anulado posteriormente, ou de um servidor aposentado compulsoriamente
e que permaneça no desempenho ordinário das tarefas públicas.

Registra-se que, embora a investidura seja irregular, os agentes de fato trabalharam em suas funções, e,
por isso, não há que falar em devolução dos recursos que receberam como retribuição pecuniária. Esse
é o entendimento do STF – RMS 25.104/DF. Daí a correção do quesito.

Questão 21: FCC


Acerca do regime jurídico aplicável aos cargos públicos, a Constituição Federal e a Lei nº 8.112/1990
dispõem que

a) apenas nos cargos públicos reservados aos brasileiros natos pode ser recusada a investidura aos
estrangeiros.

b) somente os servidores titulares de cargo efetivo podem exercer funções de confiança.

c) a aptidão física e mental deve ser apurada antes da nomeação para o cargo.

d) a readaptação é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo


resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial.

e) a investidura de servidor em cargo de natureza eletiva sempre impõe o seu afastamento do cargo
efetivo de que é titular.

GABARITO: B

b) somente os servidores titulares de cargo efetivo podem exercer funções de confiança.

Nos termos do inc. V do art. 37 da CF, só os servidores efetivos é que se acham aptos a assumir as
funções de confiança. Já os cargos comissionados podem ser franqueados ao acesso de particulares.

Os demais itens estão errados:

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a) apenas nos cargos públicos reservados aos brasileiros natos pode ser recusada a investidura aos
estrangeiros.

O §3º do art. 5º da lei permite que haja contratação de estrangeiros para instituições de pesquisa e
universidades. Vejamos:

§ 3o As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus


cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos
desta Lei.

c) a aptidão física e mental deve ser apurada antes da nomeação para o cargo.

Na verdade, só no momento da posse.

d) a readaptação é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo


resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial.

Conceito para reintegração. A readaptação é a passagem para outro cargo mais compatível com as
deficiências adquiridas.

e) a investidura de servidor em cargo de natureza eletiva sempre impõe o seu afastamento do cargo
efetivo de que é titular.

Sempre? E no caso de Vereador? Sabemos que, em havendo compatibilidade de horários, não há


necessidade de se afastar.

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Lei 8429
Questão 1: CEBRASPE (CESPE)
Considerando as disposições da Lei n.º 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), julgue o item que
se segue.

A incidência da referida lei independe de percepção de remuneração decorrente do exercício da função


pública pelo agente.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

A incidência da referida lei independe de percepção de remuneração decorrente do exercício da função


pública pelo agente.

Veja o disposto no art. 2º da lei de improbidade:

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no
artigo anterior.

Nota que não são apenas os servidores. São todos os agentes públicos, ainda que não recebam qualquer
centavo de dinheiro público, ainda que só transitoriamente. Daí a correção do quesito.

Adicionalmente, informamos que a lei também alcança terceiros, ou seja, particulares em geral. Confira:

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma
direta ou indireta.

Além dos agentes públicos, terceiros podem ser sujeito ativo da improbidade administrativa.

Questão 2: CEBRASPE (CESPE)


Considerando as disposições da Lei n.º 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), julgue o item a
seguir.

O sucessor daquele que enriquecer ilicitamente estará sujeito às cominações da Lei de Improbidade
Administrativa até o limite do valor da herança.

( ) Certo
( ) Errado

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GABARITO: CERTO

O sucessor daquele que enriquecer ilicitamente estará sujeito às cominações da Lei de Improbidade
Administrativa até o limite do valor da herança.

O fato de o servidor falecer não quer significar, sobremaneira, que a dívida morra. Não é bem assim!
Claro que estou falando de dívida de valor passar para outros, isso porque a penalidade não pode passar
da pessoa do apenado, isso é constitucional.

E assim prevê a lei de improbidade:

Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está
sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

Questão 3: CEBRASPE (CESPE)


Acerca de atos de improbidade administrativa, julgue o item que se segue.

Situação hipotética: Determinado prefeito determinou pagamento a pessoas que prestavam serviços de
forma irregular ao município, bem como ordenou despesas relacionadas a obra não realizada, tendo
liberado verbas públicas sem a estrita observância das normas pertinentes ao processo
licitatório. Assertiva: O referido prefeito, embora seja considerado agente político, está sujeito à Lei de
Improbidade Administrativa.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

A questão versa sobre a Lei nº 8.429, de 02 de junho de 1992, que dispõe sobre as sanções aplicáveis
aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou
função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras providências. Nesse contexto,
a assertiva está CORRETA, pois, de fato, o prefeito, embora seja considerado agente político, está
sujeito à Lei de Improbidade Administrativa. Com efeito, a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal consolidou entendimento de que os agentes políticos respondem por improbidade
administrativa e estão sujeitos a um duplo regime sancionatório, com exceção do Presidente da
República. Vejamos a ementa do julgado:

Direito Constitucional. Agravo Regimental em Petição. Sujeição dos Agentes Políticos a Duplo Regime
Sancionatório em Matéria de Improbidade. Impossibilidade de Extensão do Foro por Prerrogativa de
Função à Ação de Improbidade Administrativa.
1. Os agentes políticos, com exceção do Presidente da República, encontram-se sujeitos a um
duplo regime sancionatório, de modo que se submetem tanto à responsabilização civil pelos atos
de improbidade administrativa, quanto à responsabilização político-administrativa por crimes de
responsabilidade. Não há qualquer impedimento à concorrência de esferas de responsabilização
distintas, de modo que carece de fundamento constitucional a tentativa de imunizar os agentes políticos
das sanções da ação de improbidade administrativa, a pretexto de que estas seriam absorvidas pelo
crime de responsabilidade. A única exceção ao duplo regime sancionatório em matéria de improbidade

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se refere aos atos praticados pelo Presidente da República, conforme previsão do art. 85, V, da
Constituição.
[...]
3. Agravo regimental a que se nega provimento.
(STF - AgR Pet: 3240 DF - DISTRITO FEDERAL 0004163-95.2004.1.00.0000, Relator: Min. TEORI
ZAVASCKI, Data de Julgamento: 10/05/2018, Tribunal Pleno)

Questão 4: CEBRASPE (CESPE)


Considerando as disposições da Lei n.º 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), julgue o item a
seguir.

A transitoriedade do exercício da função pública impossibilita a aplicação das regras relacionadas a


improbidade administrativa.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

A transitoriedade do exercício da função pública impossibilita a aplicação das regras relacionadas a


improbidade administrativa.

Veja o disposto no art. 2º da lei de improbidade:

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer
outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas
no artigo anterior.

Nota que não são apenas os servidores. São todos os agentes públicos, ainda que não recebam qualquer
centavo de dinheiro público, ainda que só transitoriamente. Daí a incorreção do quesito.

Um exemplo de quem exerce apenas funções transitórios são os mesários e membros do júri, chamados,
doutrinariamente, de agentes honoríficos.

Questão 5: CEBRASPE (CESPE)


Lúcio, conselheiro de tribunal de contas estadual, Pierre, prefeito de município, e Mário, desembargador
de tribunal de justiça estadual, cometeram ato de improbidade administrativa, previsto na Lei n.º
8.429/1992. Nessa situação hipotética, no âmbito do Poder Judiciário, deverá ocorrer o processamento e
julgamento em 1.ª instância de

a) Lúcio, Pierre e Mário.

b) Lúcio e Pierre, somente.

c) Lúcio e Mário, somente.

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d) Pierre e Mário, somente.

e) Pierre, somente

GABARITO: A

Vamos por partes.

O sujeito ativo é aquele que pratica ou deixa de praticar o ato, causando prejuízo ao erário,
enriquecimento ilícito ou ferindo princípios da Administração. Pela definição da LIA, o agente público deve
ser entendido em sentido amplo, indo além dos qualificados “servidores públicos” em sentido estrito. Com
efeito, vejamos o art. 2.º da Lei:

“Art. 2.º Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no
artigo anterior.”

A LIA abrange todos aqueles que, com ou sem remuneração, com ou sem caráter de
permanência nos quadros da Administração, sejam responsáveis pela execução dos fins da
Administração. Por exemplo: os agentes honoríficos, como membros do júri, não são remunerados e
não se agregam à estrutura estatal de forma permanente, mas nem por isso deixam de ser agentes
públicos.

Questão controvertida dizia respeito à aplicação da LIA aos agentes políticos. Finalmente a polêmica foi
resolvida pelo STF: os agentes políticos estão sujeitos à Lei 8.429/1992 (lei de improbidade) e não
existe foro por prerrogativa de função em ação de improbidade.

No Pet 3240/DF, o Supremo foi categórico de que o foro é previsto, pela CF/1988, apenas para as
infrações penais comuns, não podendo ser estendida para as ações de improbidade, as quais têm
natureza civil. Em relação à responsabilização dos agentes políticos, acham-se sujeitos a duplo regime
sancionatório.

Ou seja, tais agentes submetem-se aos ditames da lei de improbidade, sem prejuízo da responsabilização
político-administrativa por crimes de responsabilidade. A exceção é feita para o Presidente da República,
isso porque o inc. V do art. 85 da CF/1988 prevê a improbidade como crime de responsabilidade, com
julgamento em regime especial pelo Senado Federal.

E aí? Retoma a leitura e perceba que só o prefeito e o desembargador são agentes políticos. Mas nem
por isso deixaram de responder por improbidade, como visto.

E em que jurisdição? Há prerrogativa de foro?

Esse foi outro tema decidido pelo STF. Gente, improbidade administrativa não é crime, logo, não há foro
por prerrogativa de função. Afinal o que a CF reserva o foro para os ilícitos penais. Daí a correção da letra
“A”.

Questão 6: CEBRASPE (CESPE)


Considerando as disposições da Lei n.º 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), julgue o item a
seguir.

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As disposições da Lei n.º 8.429/1992 são aplicáveis àquele que induzir um agente a praticar ato ímprobo.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

As disposições da Lei n.º 8.429/1992 são aplicáveis àquele que induzir um agente a praticar ato ímprobo.

O ato de improbidade é cometido, ordinariamente, pelos agentes públicos. Isso é fato. E, antes de
avançarmos, reveja a definição para agentes públicos:

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no
artigo anterior.

Estamos diante de conceito bem amplo.

Só que não apenas agentes, a lei pode alcançar também terceiros, como indicado na sentença da banca
examinadora. Confira:

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma
direta ou indireta.

Ou seja, além dos agentes públicos, terceiros podem ser sujeito ativo da improbidade administrativa.

Questão 7: CEBRASPE (CESPE)


Considerando as disposições da Lei n.º 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), julgue o item que
se segue.

As regras que vedam a prática de atos de improbidade administrativa incidem apenas sobre servidores
públicos.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

As regras que vedam a prática de atos de improbidade administrativa incidem apenas sobre servidores
públicos.

Apenas? Há dois erros. Vamos por partes.

De partida, veja o disposto no art. 2º da lei de improbidade:

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Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no
artigo anterior.

Nota que não são apenas os servidores. São todos os agentes públicos, ainda que não recebam qualquer
centavo de dinheiro público, ainda que só transitoriamente.

Esse é um primeiro erro.

O segundo é depreendido da leitura do art. 3º. Confira:

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma
direta ou indireta.

Além dos agentes públicos, terceiros podem ser sujeito ativo da improbidade administrativa.

Questão 8: VUNESP
É correto afirmar, que nos termos

a) da Lei Federal no 9.784/99, o processo administrativo somente poderá se iniciar de ofício, pois é
vedado ao interessado peticionar solicitando a instauração e instrução do processo.

b) da Lei Federal no 8.429/92, o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se
enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

c) da Lei Complementar no 101/00, lei municipal não poderá fixar limites inferiores àqueles da Lei
Complementar para as dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito e concessão de garantias.

d) da Lei Federal no 12.527/11, a informação armazenada em formato digital será fornecida nesse
formato, independentemente da anuência do requerente, exigindo-se a elaboração de requerimento
digital.

e) do Decreto-Lei no 201/67, impedir o funcionamento regular da Câmara trata-se de crime de


responsabilidade que sujeitará o Prefeito ao julgamento da Câmara dos Vereadores.

GABARITO: B

É correto afirmar, que nos termos

a) da Lei Federal no 9.784/99, o processo administrativo somente poderá se iniciar de ofício, pois é
vedado ao interessado peticionar solicitando a instauração e instrução do processo.

ERRADO. O art. 5º da Lei nº 9.784/99 determina que o processo administrativo pode iniciar-se de
ofício ou a pedido de interessado.

Veja:

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Art. 5º O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado.

b) da Lei Federal no 8.429/92, o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se
enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

CERTO. A alternativa corretamente os termos do art. 8º da Lei nº 8.429/92, a saber:

Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente
está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

Assim, alternativa correta.

c) da Lei Complementar no 101/00, lei municipal não poderá fixar limites inferiores àqueles da Lei
Complementar para as dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito e concessão de garantias.

ERRADO. O art. 60 da LC nº 101/00 determina que pode haver a licitação de limites inferiores, em lei
municipal, para as dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito e concessão de garantias.

Veja:

Art. 60. Lei estadual ou municipal poderá fixar limites inferiores àqueles previstos nesta Lei
Complementar para as dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito e concessão de
garantias.

d) da Lei Federal no 12.527/11, a informação armazenada em formato digital será fornecida nesse
formato, independentemente da anuência do requerente, exigindo-se a elaboração de requerimento
digital.

ERRADO. A informação armazenada em formato digital somente será fornecida nesse formato se houver
anuência do requerente.

É o que ensina o art. 11, §5º da Lei nº 12.527/11:

Art. 11, § 5º A informação armazenada em formato digital será fornecida nesse formato, caso haja
anuência do requerente.

e) do Decreto-Lei no 201/67, impedir o funcionamento regular da Câmara trata-se de crime de


responsabilidade que sujeitará o Prefeito ao julgamento da Câmara dos Vereadores.

ERRADO. Impedir o funcionamento regular da Câmara Municipal é infração político-administrativa, e


não crime de responsabilidade.

Veja o art. 4º, I do Decreto nº 201/67:

Art. 4º São infrações político-administrativas dos Prefeitos Municipais sujeitas ao julgamento pela
Câmara dos Vereadores e sancionadas com a cassação do mandato:

I - Impedir o funcionamento regular da Câmara;

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Questão 9: FGV
Pedro, servidor público do Município Beta, foi acusado, pelo referido Município, de ter violado o seu dever
legal de sigilo. O polo passivo da relação processual foi igualmente ocupado por José, particular que o
teria auxiliado e se beneficiado da quebra de sigilo. O Juiz de Direito, ao proferir a sua sentença, decidiu
inexistir qualquer prova de que Pedro praticara o ato ilícito. Por outro lado, as provas em relação a José
eram irrefutáveis, pois ele efetivamente teve acesso à informação sigilosa.

Considerando que a sentença foi proferida no âmbito de uma ação civil por ato de improbidade
administrativa, o Juiz de Direito deve:

a) absolver Pedro e condenar José;

b) condenar Pedro e absolver José;

c) absolver Pedro e José;

d) condenar Pedro e José;

e) encaminhar os autos ao Ministério Público.

GABARITO: C

Questão excelente!

Precisamos saber se o terceiro pode ser sujeito ativo da improbidade isoladamente, afinal o Juiz absolveu
o agente público, e este sai do polo passivo da ação.

Vejamos o precedente do STJ sobre o tema:

STJ – REsp 1155992/MA


“1. Os arts. 1.º e 3.º da Lei 8.429/1992 são expressos ao prever a responsabilização de todos, agentes
públicos ou não, que induzam ou concorram para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficiem
sob qualquer forma, direta ou indireta.
2. Não figurando no polo passivo qualquer agente público, não há como o particular figurar sozinho como
réu em Ação de Improbidade Administrativa.
3. Nesse quadro legal, não se abre ao Parquet a via da Lei da Improbidade Administrativa. Resta-lhe,
diante dos fortes indícios de fraude nos negócios jurídicos da empresa com a Administração Federal,
ingressar com Ação Civil Pública comum, visando ao ressarcimento dos eventuais prejuízos causados ao
patrimônio público, tanto mais porque o STJ tem jurisprudência pacífica sobre a imprescritibilidade desse
tipo de dano.”

Logo, não havendo o agente público, não há outra saída a não ser absolver o particular. Mas só um
detalhe! É absolvido da ação de improbidade, ok!

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Questão 10: CEBRASPE (CESPE)
Acerca da responsabilização pela prática de ato de improbidade administrativa, julgue o item a seguir, à
luz da Lei n.º 8.429/1992.

Estudante maior de vinte e um anos de idade que estagia sem remuneração em empresa pública estadual
estará sujeito a responder por ato de improbidade administrativa caso se utilize de sua condição de
estagiário para auferir vantagem econômica indevida.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

As bancas examinadoras, especialmente a CEBRASPE, têm-se inclinado para a cobrança de


jurisprudências. Antes as provas de Direito Administrativo eram muito mais doutrinárias. É uma boa
tendência, isso porque nós concurseiros ficamos vendidos com tantas doutrinas e divergentes entre si.

Não quero dizer que a jurisprudência não seja divergente, mas as bancas costumam adotar os
precedentes uniformes. E, hoje, estão consolidados nos principais sites, no caso, STF e STJ.

E, sobre o tema, na jurisprudência do STJ, colhemos que os estagiários podem sim ser sujeitos ativos do
ato de improbidade. Vejamos:

STJ – REsp 1352035/RS


O alcance conferido pelo legislador à expressão “agente público” possui expressivo elastério, o que faz
com que os sujeitos ativos dos atos de improbidade administrativa não sejam apenas os servidores
públicos, mas também quaisquer outras pessoas que estejam de algum modo vinculadas ao Poder
Público. É o caso dos estagiários, os quais possuem vínculo com o Estado – ainda que transitório e de
caráter educativo. Portanto, fica reconhecida sua legitimidade para figurarem no polo passivo da
improbidade administrativa.

Questão 11: CEBRASPE (CESPE)


Acerca da responsabilização pela prática de ato de improbidade administrativa, julgue o item a seguir, à
luz da Lei n.º 8.429/1992.

Os sucessores de agente público falecido que, em vida, praticou ato de improbidade administrativa que
importou lesão ao patrimônio público terão obrigação de ressarcir o dano apurado até o limite do valor da
herança.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

Assim prevê a lei:

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Art. 8º O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está
sujeito às cominações desta Lei até o limite do valor da herança.

Nota que só até o limite da herança. São clássicas as questões sobre o tema, mas, de regra, a banca
tenta confundir com a responsabilidade de forma ilimitada. Cuidado, portanto!

Questão 12: VUNESP


Nos termos da Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/1992), quando o ato de improbidade
causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá à autoridade administrativa
responsável pelo inquérito representar

a) ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.

b) ao juiz criminal responsável, para processar e julgar o acusado.

c) ao seu superior imediato, para aplicação das penalidades cabíveis.

d) à Corregedoria competente do órgão público no qual ocorreu o ato improbo.

e) à Procuradoria Geral competente, com a finalidade de bloquear os bens do infrator.

GABARITO: A

Assim prevê a lei:

Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito,
caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a
indisponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que
assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do
enriquecimento ilícito.

Ou seja, representa-se ao MP, mas a decretação, em si, é ato judicial, dentro do seu poder geral de
cautela.

Questão 13: VUNESP

Nos termos da doutrina existente, improbidade administrativa na Administração Pública

a) viola o direito de receber dos órgãos públicos informações de interesse coletivo ou geral.

b) é uma especial ou qualificada forma de imoralidade.

c) apresenta características próprias, inconfundíveis com as características do detentor do poder.

d) é a consagração da responsabilidade objetiva do Estado, sem a necessidade de comprovação de dolo


ou culpa do agente que tenha dado causa ao dano.

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e) é a discriminação infundada, baseada em questões de ordem pessoal dos envolvidos.

GABARITO: B

A questão versa sobre a Lei nº 8.429, de 02 de junho de 1992, que dispõe sobre as sanções aplicáveis
aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou
função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras providências. Nesse contexto,
embora o seu conteúdo seja mais amplo, a improbidade administrativa na Administração Pública é uma
especial ou qualificada forma de imoralidade, uma vez que abrange não só atos desonestos ou imorais,
mas também e principalmente atos ilegais, conforme nos ensina Maria Sylvia Zanella Di Pietro (Direito
Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014, p. 901):

No entanto, quando se fala em improbidade como ato ilícito, como infração sancionada pelo ordenamento
jurídico, deixa de haver sinonímia entre as expressões improbidade e imoralidade, porque aquela tem
um sentido muito mais amplo e muito mais preciso, que abrange não só atos desonestos ou
imorais, mas também e principalmente atos ilegais. Na lei de improbidade administrativa (Lei nº 8.429,
de 2-6-92), a lesão à moralidade administrativa é apenas uma das inúmeras hipóteses de atos de
improbidade previstos em lei.

Detalhe: Para o STJ, a improbidade administrativa é a ilegalidade tipificada e qualificada pelo elemento
subjetivo (dolo ou culpa). Não se pode confundir qualquer infração a lei ou mera ilegalidade com
improbidade, não se podendo punir, por improbidade, o agente público inepto por ilegalidade, conforme
entendimento consolidado do STJ. Vejamos:

AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. ELEMENTO SUBJETIVO.


CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 7/STJ. AUSÊNCIA DE CARACTERIZAÇÃO DAS IRREGULARIDADES
COMO ATOS DE IMPROBIDADE. 1. Caso em que, na origem, o Ministério Público Federal ajuizou Ação
Civil Pública contra contra os recorridos por ato de improbidade administrativa previsto no art. 11, caput,
da Lei 8.429/1992. 2. O entendimento do STJ é de que, para que seja reconhecida a tipificação da conduta
do réu como incurso nas previsões da Lei de Improbidade Administrativa, é necessária a demonstração
do elemento subjetivo, consubstanciado pelo dolo para os tipos previstos nos artigos 9º e 11 e, ao menos,
pela culpa, nas hipóteses do artigo 10. 3. É pacífico o entendimento desta Corte de que o ato de
improbidade administrativa previsto no art. 11 da Lei 8.429/1992 exige a demonstração de dolo, o qual,
contudo, não necessita ser específico, sendo suficiente o dolo genérico. 4. Quanto à existência do
elemento subjetivo, o v. acórdão recorrido consignou que "da análise atenta do vasto acervo probatório
constante dos autos, constato que não restou demonstrada a presença do dolo, como elemento motivador
da conduta" (fl. 485, e-STJ). 5. Na esteira da lição deixada pelo eminente Min. Teori Albino Zavascki,
"não se pode confundir improbidade com simples ilegalidade. A improbidade é ilegalidade
tipificada e qualificada pelo elemento subjetivo da conduta do agente. Por isso mesmo, a
jurisprudência do STJ considera indispensável, para a caracterização de improbidade, que a
conduta do agente seja dolosa, para a tipificação das condutas descritas nos artigos 9º e 11 da Lei
8.429/1992, ou pelo menos eivada de culpa grave, nas do artigo 10"(AIA 30/AM, Rel. Ministro Teori
Albino Zavascki, Corte Especial, dje 28/9/2011). 6. Ausente hipótese de evidente afastamento
descuidado do elemento subjetivo pelo Tribunal a quo, modificar a conclusão a que chegou o acórdão
recorrido demanda reexame do acervo fático-probatório dos autos, inviável em Recurso Especial, sob
pena de violação da Súmula 7 do STJ. 7. Agravo Interno não provido.
(STJ - AgInt no REsp: 1560197 RN 2015/0252624-9, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de
Julgamento: 02/02/2017, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 03/03/2017)

Analisando os demais itens, temos o seguinte:

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a) viola o direito de receber dos órgãos públicos informações de interesse coletivo ou geral.

Incorreto. Esta violação é referente ao direito fundamental de acesso às informações, consagrado pela
Constituição e pela Lei nº 12.527/2011 - Lei do Acesso à Informação.

c) apresenta características próprias, inconfundíveis com as características do detentor do poder.

Incorreto. Os detentores do poder também estão sujeitos às penalidades por improbidade, uma vez que
o conceito de agente público, para a LIA, é amplo. Assim, são agentes públicos aqueles
que exercem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, mandato, cargo, emprego ou função
em qualquer entidade pública, conforme o art. 2º, da LIA:

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer
outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
mencionadas no artigo anterior.

d) é a consagração da responsabilidade objetiva do Estado, sem a necessidade de comprovação


de dolo ou culpa do agente que tenha dado causa ao dano.

Incorreto. Conforme já dissemos em outras ocasiões, a improbidade administrativa é a ilegalidade


tipificada e qualificada pelo elemento subjetivo (dolo ou culpa), não havendo que se falar em
responsabilidade objetiva. Com efeito, há muito, se decidiu que os atos que necessitam da presença do
elemento subjetivo dolo para a caracterização da conduta de ato que importe em enriquecimento ilícito e
que atente contra os princípios da Administração Pública e, de pelo menos culpa, para atos que
causem lesão ao erário. Vejamos na jurisprudência do STJ:

ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. USO DE INFORMAÇÃO


PRIVILEGIADA EM RAZÃO DO CARGO. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC NÃO CARACTERIZADA.
ART. 11 DA LEI 8.429/1992. VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA MORALIDADE E IMPESSOALIDADE.
CONFIGURAÇÃO DE CULPA E DOLO GENÉRICO. ELEMENTO SUBJETIVO. DESNECESSIDADE DE
DANO MATERIAL AO ERÁRIO. COMINAÇÃO DAS SANÇÕES. DOSIMETRIA. ART. 12 DA LIA.
PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. SÚMULA 7/STJ. ART. 18 DA LEI
7.347/1985. INAPLICABILIDADE.
1. Não ocorre ofensa ao art. 535 do CPC, se o Tribunal de origem decide, fundamentadamente, as
questões essenciais ao julgamento da lide.
2. O posicionamento firmado pela Primeira Seção é que se exige dolo, ainda que genérico, nas
imputações fundadas nos arts. 9º e 11 da Lei 8.429/1992 (enriquecimento ilícito e violação a
princípio), e ao menos culpa, nas hipóteses do art. 10 da mesma norma (lesão ao erário).
3. A jurisprudência do STJ, quanto ao resultado do ato, firmou-se no sentido de que se configura ato de
improbidade a lesão a princípios administrativos, o que, em princípio, independe da ocorrência de dano
ou lesão ao erário público.
4. Não havendo violação aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, modificar o quantitativo da
sanção aplicada pela instância de origem, no caso concreto, enseja reapreciação dos fatos e provas,
obstado nesta instância especial (Súmula 7/STJ).
5. Inaplicável o art. 18 da Lei 7.347/1985 à hipótese, uma vez que a condenação em honorários
advocatícios recaiu sobre os réus, em razão de sua sucumbência.
6. Recurso especial não provido (Processo: REsp 1320315 DF 2011/0248804-6. Relator(a): Ministra
ELIANA CALMON. Julgamento: 12/11/2013. Órgão Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA. Publicação: DJe
20/11/2013.)

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e) é a discriminação infundada, baseada em questões de ordem pessoal dos envolvidos.

Incorreto. Não há que se falar em discriminação infundada, tampou em questões de ordem pessoal,
umas vez que a improbidade administrativa, tem como base princípios administrativos, de direito e ordem
públicos.

Questão 14: VUNESP


A Lei de Improbidade Administrativa (Lei no 8.429/92) tem por objetivo disciplinar práticas consideradas
ofensivas ao interesse público, contendo em seu teor normas dispondo sobre condutas consideradas
ímprobas, as penas e o respectivo processo de aplicação. Com base no mencionado diploma legal,
assinale a alternativa correta.

a) As disposições da Lei não se aplicam aos particulares que não se enquadrem como agentes públicos,
ainda que tenham concorrido para a prática de ato tipificado como improbidade administrativa.

b) Somente os agentes que tenham ciência oficial do ato podem representar à autoridade administrativa
competente, para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.

c) Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração ordenar
ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento

d) O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito
às cominações desta Lei até o limite do valor da herança.

e) Todo agente público possui o dever de declarar à autoridade competente os bens e valores que possui
em seu patrimônio privado, estando sujeito à pena de suspensão àquele que se recusar a prestar
declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.

GABARITO: D

Assim dispõe a lei:

Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está
sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

Os demais itens estão errados:

a) As disposições da Lei não se aplicam aos particulares que não se enquadrem como agentes públicos,
ainda que tenham concorrido para a prática de ato tipificado como improbidade administrativa.

Aplicam-se sim, vejamos:

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma
direta ou indireta.

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b) Somente os agentes que tenham ciência oficial do ato podem representar à autoridade administrativa
competente, para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.

Na verdade, qualquer pessoa pode representar:

Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja
instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.

c) Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração ordenar
ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento

É ato que causa prejuízo ao erário:

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão,
dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação
dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;

e) Todo agente público possui o dever de declarar à autoridade competente os bens e valores que possui
em seu patrimônio privado, estando sujeito à pena de suspensão àquele que se recusar a prestar
declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.

A penalidade é demissão. Vejamos:

Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração dos
bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal
competente.
§3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções
cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado,
ou que a prestar falsa.

Questão 15: CEBRASPE (CESPE)


Acerca da responsabilização pela prática de ato de improbidade administrativa, julgue o item a seguir, à
luz da Lei n.º 8.429/1992.

Sociedade de economia mista em que a União detenha mais de 50% das cotas sociais será considerada
sujeito ativo de improbidade administrativa caso um de seus dirigentes cometa conduta dolosa que cause
prejuízo ao erário.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

Sabe qual é a diferença entre sujeito ativo e passivo? Então, o ativo é o que pratica o ato de improbidade.
Podem ser os agentes públicos e os terceiros. E o passivo? Então, é o que sofre a incidência da
improbidade. E, sobre o tema, vejamos o disposto no art. 1º da Lei de Improbidade

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Art. 1º Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para
cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do
patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta Lei.
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta Lei os atos de improbidade praticados
contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de
órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com
menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção
patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Ou seja, as sociedades de economia mista podem ser sujeito passivo do ato de improbidade. E a banca,
inadvertidamente, fala em sujeito ativo.

Professor, quer dizer que pessoas jurídicas não podem ser sujeito ativo? Podem, gente. Não é isso. Mas,
nesse caso, na condição de terceiro em conluio com o agente público, ok. Seria o exemplo de empresa
prestadora de serviço de limpeza em conluio com o agente de fiscalização.

Questão 16: CEBRASPE (CESPE)


Acerca da responsabilização pela prática de ato de improbidade administrativa, julgue o item a seguir, à
luz da Lei n.º 8.429/1992.

Para ser imputado como ato de improbidade administrativa praticado contra associação civil de direito
privado sem fins lucrativos e de interesse coletivo a referida entidade deve ter sido subsidiada pelo erário
em montante não inferior a 50% da sua receita anual.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

Como abre-alas, vejamos o disposto na Lei de Improbidade:

Art.1º Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para
cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do
patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta Lei.
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta Lei os atos de improbidade praticados
contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de
órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com
menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção
patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

O sujeito passivo é a pessoa jurídica que sofre o ato de improbidade administrativa. E, sobre o tema,
o caput do art. 1.º da LIA estabelece quais as entidades que podem “sofrer” por conta do ato de
improbidade, ou seja, situarem-se no polo passivo de tais atos.

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A LIA engloba toda a Administração direta e indireta, e, ainda, aquelas em que o Estado haja concorrido
com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual. Nessas entidades e órgãos, temos
os agentes públicos; logo, além da repercussão patrimonial, poderá haver a perda da função pública e
suspensão dos direitos políticos, por exemplo. Doutrinariamente, são chamados de sujeitos passivos
principais.

Já o parágrafo único do art. 1º indica que estão, igualmente, sujeitos às penalidades da Lei os atos contra
o patrimônio de entidades ou de órgãos em que o Estado concorra com menos de cinquenta por cento do
patrimônio ou da receita anual. São reconhecidos, pela doutrina, como sujeitos passivos secundários.
Nesse caso, as penalidades ficam limitadas à sanção patrimonial referente às contribuições dos cofres
públicos. Ou seja, não há a presença, nessas pessoas jurídicas, de agentes públicos, motivo pelo qual a
repercussão é meramente patrimonial, não haverá a perda de cargo ou a suspensão de direitos
políticos, por exemplo.

E aí, percebeu o erro? Isso mesmo, inclusive será alcançada se o montante tiver sido inferior a 50%, o
sujeito passivo secundário.

Questão 17: FCC


A tipificação de ato de improbidade depende da participação de pessoa enquadrada no conceito de
agente público previsto em lei. NÃO se incluem como sujeitos ativos de atos de improbidade

a) os servidores públicos em estágio probatório, podendo lhes ser exigido o ressarcimento dos danos
causados.

b) as pessoas nomeadas para funções públicas não remuneradas.

c) os empregados públicos, porque não contam com vínculo funcional estatutário.

d) aqueles que tenham sido eleitos pelo voto direto para ocupar cargos públicos.

e) os diretores de empresa constituída e gerida por recursos integralmente privados, mesmo quando
omitirem ilicitudes cometidas pela pessoa jurídica durante fiscalização pública.

GABARITO: E

O sujeito ativo é aquele que pratica ou deixa de praticar o ato, causando prejuízo ao erário,
enriquecimento ilícito ou ferindo princípios da Administração. Pela definição da LIA, o agente público deve
ser entendido em sentido amplo, indo além dos qualificados “servidores públicos” em sentido estrito. Com
efeito, vejamos o art. 2.º da Lei:

“Art. 2.º Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no
artigo anterior.”

Perceba que pouco importa se é ou não permanente, se recebe ou não remuneração. O ponto central da
definição é entender que exerce função pública: cargos, empregos, mandato (agente político, exceto
Presidente da República) e meras funções temporárias.

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E, por exclusão, chegamos à letra E. Os diretores são de empresa gerida sem qualquer aporte de recurso
público. Logo, realmente, não ingressa no conceito de agente público.

Só um detalhe! Professor, o enunciado não fala em agente público, mas sujeito ativo. Hum! Verdade.
Então, fica a dica de que os diretores podem sim ser enquadrados como sujeitos ativos. Podem mesmo!
O art. 3º da Lei prevê:

“Art. 3.º As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob
qualquer forma direta ou indireta.”

Ocorre que, na sentença, não há qualquer informação de conluio, de tal sorte que esse terceiro não
responderá mesmo por improbidade administrativa. Não se responde isoladamente.

Questão 18: FGV


O Oficial do Ministério Público Fernando recebeu vantagem econômica direta, consistente em vinte mil
reais em espécie, para omitir ato de ofício e providência a que estava obrigado a fazer no exercício da
função. Ao cumprir diligência intimatória, Fernando aceitou receber a citada propina de Fernanda, pessoa
que deveria ser intimada e, em troca, lançou certidão informando que não a intimou por não tê-la
localizado.

No caso em tela, conforme estabelecido na Lei nº 8.429/92:

a) Fernando cometeu ato de improbidade administrativa, na qualidade de agente público, mas Fernanda
não, por se tratar de particular que responde com base no direito privado;

b) Fernando e Fernanda não cometeram ato de improbidade administrativa, eis que não houve prejuízo
ou dano ao erário, mas o primeiro deve ser responsabilizado por falta funcional;

c) Fernando deve responder por crime de responsabilidade, na qualidade de agente público que auferiu
vantagem indevida, e Fernanda deve ser responsabilizada na esfera cível;

d) Fernando e Fernanda cometeram ato de improbidade administrativa, o primeiro na qualidade de


agente público, e a segunda como particular que concorreu e se beneficiou do ato;

e) Fernando e Fernanda não cometeram ato de improbidade administrativa por falta de adequação típica,
mas ambos deverão responder com a reparação pelo dano moral sofrido pelo poder público de forma
difusa.

GABARITO: D

Dispõe a lei de improbidade:

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo
de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou
atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:

Portanto, não há dúvida de que o agente público incorreu em improbidade.

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Abaixo, a definição para agentes públicos:

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no
artigo anterior.

No caso, tivemos a interveniência de um terceiro, que agiu dolosamente. Então, pode ser considerado
sujeito ativo? Sim, confira:

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma
direta ou indireta.

Questão 19: FCC


Quando um agente público comete ato de improbidade, sabe-se que

a) se trata de servidor público estatutário ou celetista, admitidos mediante concurso público, não sendo
indispensável a comprovação de conduta dolosa para aquela configuração.

b) o terceiro que tiver participado, induzido ou concorrido para a prática do ato poderá sofrer as sanções
previstas na mesma lei.

c) para sua condenação é indispensável a comprovação de dolo, independentemente da modalidade em


questão.

d) agiu com a reprovável quebra de confiança, configurando dolo presumido, o que enseja condenação
por ato de improbidade.

e) sua conduta culposa é suficiente para aplicação de algumas penalidades acessórias, mas não admite
a tipificação como uma modalidade individualizada de ato de improbidade.

GABARITO: B

Assim dispõe o art. 3º da Lei de Improbidade:


Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma
direta ou indireta.

Ou seja, além do agente público, um terceiro pode ser sujeito ativo, mas, nesse caso, só se houver dolo.

A seguir os erros:

Na letra A, há dois erros. O primeiro é que o conceito de agente público, no art. 2º da lei, é muito amplo.
Até um estagiário, que exerce uma função pública, pode ser considerado agente público para fins de
configuração do ato como improbidade. O segundo é que até a conduta culposa pode gerar improbidade,
como é o caso do prejuízo ao erário do art. 10 da lei.

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Na letra C, tratando-se de prejuízo ao erário, o ato se configurar por omissão ou comissão, dolosa
ou CULPOSA.

Na letra D, dolo presumido? Isso não existe. A má-fé não se presume. Deve ser comprovada.

Na letra E, admite sim, a do art. 10 da LIA, que trata do prejuízo ao erário.

Questão 20: IDECAN


Sobre a improbidade administrativa, analise as afirmativas abaixo:

I. A Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/920) não é aplicável àquele que não detenha a
condição de agente público.

II. No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público os bens ou valores acrescidos ao seu
patrimônio.

III. Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita observância
dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são
afetos.

Assinale

a) se apenas a afirmativa I estiver correta.

b) se apenas a afirmativa II estiver correta.

c) se apenas a afirmativa III estiver correta.

d) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

e) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

GABARITO: E

I. A Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/920) não é aplicável àquele que não detenha a
condição de agente público.

FALSO. Assim prevê o art. 3º:

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma
direta ou indireta.

Só uma dica. O terceiro para responder por improbidade, além da conduta ser necessariamente dolosa,
deve ter a participação com agente público. Ou seja, nunca responderá isoladamente.

II. No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público os bens ou valores acrescidos ao seu
patrimônio.

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VERDADEIRO. É o que prevê a lei:

Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou
valores acrescidos ao seu patrimônio.

III. Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita observância
dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são
afetos.

VERDADEIRO. Assim prevê a lei:

Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita observância
dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são
afetos.

Questão 21: CEBRASPE (CESPE)


Acerca de improbidade administrativa, julgue o item subsecutivo.

Terceiro não enquadrado ou não equiparado à definição de agente público que obtiver vantagem
decorrente de ato ímprobo será responsabilizado culposamente, ainda que tenha agido de boa-fé e sem
ciência da origem ilícita do proveito auferido.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

Assim prevê a lei:

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma
direta ou indireta.

Nota que não há a possibilidade de responsabilidade por conduta culposa. O ato deve ser,
necessariamente, doloso (intencional).

Questão 22: VUNESP


A respeito dos atos de improbidade administrativa, é correto afirmar com base na Lei nº 8.429/1992, que

a) estão sujeitos às penalidades desta lei quando praticados contra o patrimônio de entidade que receba
subvenção de órgão público, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito
sobre a contribuição dos cofres públicos.

b) se reputa agente público todo aquele que exerce por nomeação, designação, contratação, mandato,
cargo, emprego ou função em instituição pública, desde que por vínculo permanente.

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c) os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita observância dos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e confidencialidade no trato dos assuntos que lhe
são afetos.

d) o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito
às cominações desta lei independentemente do limite do valor da herança.

e) no caso de lesão a princípio administrativo, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens
ou valores acrescidos ao seu patrimônio.

GABARITO: A

A questão versa sobre a Lei nº 8.429, de 02 de junho de 1992, que dispõe sobre as sanções aplicáveis
aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou
função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras providências. Nesse contexto,
vamos analisar as alternativas para encontrar a resposta correta.

a) estão sujeitos às penalidades desta lei quando praticados contra o patrimônio de entidade que
receba subvenção de órgão público, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Correto. Os agentes de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com
menos de 50% do patrimônio ou da receita anual responderão na forma da LIA, todavia, a sanção
patrimonial limita-se a parcela do erário público correspondente a contribuição deste a empresa citada,
uma vez que estas estão subordinadas ao regime da Lei nº 8.429/92, Vejamos:

Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade
para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento
do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra
o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão
público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com
menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a
sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

b) se reputa agente público todo aquele que exerce por nomeação, designação, contratação,
mandato, cargo, emprego ou função em instituição pública, desde que por vínculo permanente.

Incorreto. O funcionário público está sujeito, uma vez que se trata de agente público em sentido amplo.
E, para a LIA, são agentes públicos aqueles que exercem, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, mandato, cargo, emprego ou função em qualquer entidade pública, conforme o art. 2º, da
LIA:

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer
outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
mencionadas no artigo anterior.

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c) os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita
observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e confidencialidade no
trato dos assuntos que lhe são afetos.

Incorreto. Os agentes deverão observar o princípio da publicidade e não da confidencialidade. Vejamos:

Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita observância
dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe
são afetos.

d) o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está
sujeito às cominações desta lei independentemente do limite do valor da herança.

Incorreto. A responsabilização patrimonial poderia recair sobre os sucessores, porém somente até o
limite do valor da herança, conforme o art. 8º, da LIA:

Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está
sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

e) no caso de lesão a princípio administrativo, perderá o agente público ou terceiro beneficiário


os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.

Incorreto. Dentre as penalidades aplicáveis ao agente que comete atentado aos princípios, não está
elencada a perda dos bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio, conforme o art. 12, inciso III, da LIA:

Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação
específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser
aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:
[...]
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão
dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da
remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios
ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica
da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.

Questão 23: FCC


Suponha que tenha sido interposta ação de improbidade administrativa em face de diretor de uma
empresa na qual o Estado do Alagoas detém participação acionária minoritária, apontando a ocorrência
de prejuízos financeiros à companhia em face da realização de investimentos em projetos deficitários. A
inicial da ação judicial aponta, ainda, a responsabilidade de Secretários de Estado na formatação de tais
projetos e possível conluio com o diretor da companhia para as aprovações societárias correspondentes.
Considerando as disposições da legislação aplicável, a referida demanda afigura-se

a) cabível, tanto em face do diretor como dos Secretários de Estado, limitando-se a sanção patrimonial à
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos à companhia.

b) cabível apenas em face dos Secretários de Estado, dada a necessária condição de agentes públicos,
respondendo o diretor da companhia exclusivamente na esfera civil.

c) descabida, eis que não se verifica prejuízo a entidade pública ou a empresa na qual o poder público
detenha a maioria do capital social.

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d) cabível apenas em face do diretor da companhia, nos limites da conduta lesiva apurada, não
alcançando os Secretários de Estado, os quais poderão responder por crime de responsabilidade.

e) cabível apenas se apurada conduta dolosa dos imputados, eis que o elemento volitivo doloso é
determinante para a caracterização de atos de improbidade, que não admitem modalidade culposa.

GABARITO: A

a) cabível, tanto em face do diretor como dos Secretários de Estado, limitando-se a sanção patrimonial à
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos à companhia.

Questão bem completa para trabalharmos a ideia de sujeito passivo secundário e o sujeito ativo, este
alcançando, além do agente público, a atuação de terceiro.

Nos termos do parágrafo único do art. 1º, o sujeito passivo pode ser, inclusive, quando o Estado não tem
o controle, como previsto na questão. Basta uma contribuição financeira que não ultrapasse 50% da
receita ou patrimônio público. Já o nível de responsabilização se altera, isso porque a sanção é tão
somente patrimonial.

E o terceiro, ao agir com dolo, também responderá com o agente público.

Mas, Professor, o agente público é Secretário. E, portanto, agente político. Algum problema? Nenhum.
Para o STF, tirando o Presidente da República, os agentes políticos também respondem por improbidade
administrativa.

Os demais itens estão errados:

b) cabível apenas em face dos Secretários de Estado, dada a necessária condição de agentes públicos,
respondendo o diretor da companhia exclusivamente na esfera civil.

Confira:

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma
direta ou indireta.

c) descabida, eis que não se verifica prejuízo a entidade pública ou a empresa na qual o poder público
detenha a maioria do capital social.

Confira:

Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para
cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do
patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra
o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão
público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos
de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial
à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

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d) cabível apenas em face do diretor da companhia, nos limites da conduta lesiva apurada, não
alcançando os Secretários de Estado, os quais poderão responder por crime de responsabilidade.

Decisão do STF. Alcança também agentes políticos.

e) cabível apenas se apurada conduta dolosa dos imputados, eis que o elemento volitivo doloso é
determinante para a caracterização de atos de improbidade, que não admitem modalidade culposa.

Para o prejuízo ao erário também se admite a culpa. Confira:

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão,
dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação
dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:

Questão 24: VUNESP


A Lei nº 8.429/1992, nas suas disposições gerais determina que

a) quando o ato de improbidade administrativa causar lesão ao patrimônio público, caberá a autoridade
administrativa responsável pelo inquérito representar ao Juiz competente, para a indisponibilidade dos
bens do indiciado.

b) a indisponibilidade recairá sobre os bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre
o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.

c) as disposições desta Lei não são aplicáveis àqueles que não são agentes públicos e prestam serviços
voluntários nas Fundações.

d) o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente não está
sujeito às penas desta Lei.

e) agente público é todo aquele que exerce, com remuneração, por nomeação em decorrência de
aprovação em concurso público, cargo público nas entidades da Administração Direta ou Indireta.

GABARITO: B

Vamos analisar as alternativas conforme a Lei nº 8.429/92.

a) quando o ato de improbidade administrativa causar lesão ao patrimônio público, caberá a


autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Juiz competente, para a
indisponibilidade dos bens do indiciado.
ERRADA. A representação deve ser feita ao Ministério Público:

Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito,
caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a
indisponibilidade dos bens do indiciado.

b) a indisponibilidade recairá sobre os bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou


sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.
CORRETA, aqui está a resposta.

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Art. 7°, Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que
assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do
enriquecimento ilícito.

c) as disposições desta Lei não são aplicáveis àqueles que não são agentes públicos e prestam
serviços voluntários nas Fundações.
ERRADA. A definição de agente público, na visão da LIA, é bem abrangente, incluindo também quem
presta serviços sem remuneração nas entidades mencionadas no artigo 1º:

Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de
entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por
cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer
outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas
no artigo anterior.

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo
agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob
qualquer forma direta ou indireta.

d) o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer


ilicitamente não está sujeito às penas desta Lei.
ERRADA. O sucessor está sujeito às penas sim, porém só até o limite do valor da herança:

Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está
sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

e) agente público é todo aquele que exerce, com remuneração, por nomeação em decorrência de
aprovação em concurso público, cargo público nas entidades da Administração Direta ou Indireta.
ERRADA. Conforme dito na letra "C", o conceito de agente público na LIA é bem abrangente, compondo-
se também de pessoas que não tenham remuneração e exerçam funções transitórias, entre outras:

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
mencionadas no artigo anterior.

Questão 25: VUNESP


Sobre as sanções previstas na Lei nº 8.429/92 para os atos de improbidade administrativa, é correto
afirmar:

a) aplicam-se tão somente aos agentes públicos no exercício de mandato ou servidores públicos e
ocupantes de emprego público na Administração Pública.

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b) aplicam-se aos agentes públicos no exercício de mandato ou servidores públicos e ocupantes de
emprego público na Administração Pública, bem como, no tocante ao setor privado, exclusivamente aos
agentes que pratiquem atos de improbidade contra o patrimônio de entidade para cuja criação ou custeio
o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual.

c) aplicam-se aos agentes públicos no exercício de mandato ou servidores públicos e ocupantes de


emprego público na Administração Pública, bem como, no tocante ao setor privado, aos agentes que
pratiquem atos de improbidade contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou
incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como de entidade para cuja criação ou custeio o erário
haja concorrido ou concorra com parcela do patrimônio ou da receita anual.

d) aplicam-se exclusivamente em face de atos dolosos cometidos pelos agentes alcançados pela lei.

e) podem ser objeto de medida judicial cuja proposição é de competência e iniciativa exclusiva do
Ministério Público.

GABARITO: C

c) aplicam-se aos agentes públicos no exercício de mandato ou servidores públicos e ocupantes de


emprego público na Administração Pública, bem como, no tocante ao setor privado, aos agentes que
pratiquem atos de improbidade contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou
incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como de entidade para cuja criação ou custeio o erário
haja concorrido ou concorra com parcela do patrimônio ou da receita anual.

Vamos combinar dois dispositivos da lei:

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma
direta ou indireta.

E, agora,

Art. 1° (...) parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade
praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou
creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou
concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes
casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Os demais itens estão errados:

a) aplicam-se tão somente aos agentes públicos no exercício de mandato ou servidores públicos e
ocupantes de emprego público na Administração Pública.

Perceba, pelo conceito de agente, que temos uma definição bastante ampla. Abarca, inclusive, aqueles
que não tenham remuneração ou tenham só caráter transitório na Administração.

b) aplicam-se aos agentes públicos no exercício de mandato ou servidores públicos e ocupantes de


emprego público na Administração Pública, bem como, no tocante ao setor privado, exclusivamente aos
agentes que pratiquem atos de improbidade contra o patrimônio de entidade para cuja criação ou custeio

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o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual.

Veja o parágrafo único. Inclusive, nas entidades que recebam menos de 50%.

d) aplicam-se exclusivamente em face de atos dolosos cometidos pelos agentes alcançados pela lei.

Nos termos do art. 10 da lei, inclusive por atos culposos. O prejuízo ao erário dá-se por omissão ou ação,
dolosa ou culposa.

e) podem ser objeto de medida judicial cuja proposição é de competência e iniciativa exclusiva do
Ministério Público.

Não é exclusiva. É o que chamamos de competência concorrente disjuntiva. Ou o MP ou a Pessoa


Jurídica interessada. Vejamos:

Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa
jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar.

Questão 26: VUNESP


Sobre a Lei de Improbidade Administrativa, é correto afirmar:

a) o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente não está
sujeito às cominações da lei.

b) as disposições da lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público,
induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta
ou indireta.

c) não se reputa agente público, para os efeitos da lei, aquele que exerce, transitoriamente e sem
remuneração, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades que recebam subvenção, benefício ou
incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público.

d) estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio
de entidade cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de setenta por cento
do patrimônio ou da receita anual.

e) quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito,
caberá à autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Poder Judiciário, para a
indisponibilidade dos bens do indiciado.

GABARITO: B

b) as disposições da lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público,
induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta
ou indireta.

É o que prevê o art. 3º:

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Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma
direta ou indireta.
Os demais itens estão errados:

a) o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente não está
sujeito às cominações da lei.

Estão sim, porém, só até o limite da herança transmitida.

c) não se reputa agente público, para os efeitos da lei, aquele que exerce, transitoriamente e sem
remuneração, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades que recebam subvenção, benefício ou
incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público.

O conceito de agente público é amplo, abrangendo, inclusive, quem não tem remuneração ou o caráter
seja apenas transitório.

d) estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio
de entidade cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de setenta por cento
do patrimônio ou da receita anual.

Aqui foi um problema de raciocínio lógico. As bancas são tão inocentes. Alguém que tenha mais de 50%
é alcançado, certo? E por que não seria com mais de 70%.

Na letra E, prevê o art. 7º:

Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito,
caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a
indisponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que
assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do
enriquecimento ilícito.

Questão 27: CEBRASPE (CESPE)


Valdemar, empresário do setor de frigoríficos, emprega estratégias, como a utilização de produtos
químicos, para disfarçar o estado de putrefação de carnes que vende fora do prazo de validade. Ele
garante uma mesada a Odair, empregado de agência reguladora do setor e encarregado de elaborar os
registros de fiscalização, em troca de ser avisado de qualquer ação não programada do órgão. De posse
desse tipo de informação, Valdemar toma providências para que os fiscais não encontrem a carne de má
qualidade. Durante a investigação de um caso referente a uma pessoa que sofrera prejuízo à saúde em
razão do consumo de carne estragada, escuta telefônica autorizada gera as provas da existência do
esquema.

A respeito da situação hipotética apresentada, julgue o item a seguir.

Valdemar cometeu o crime de corrupção ativa, mas, como não é servidor público, a ele não se aplica a
Lei n.º 8.429/1992.

( ) Certo
( ) Errado

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GABARITO: ERRADO

Veja o que diz a Lei 8.429/92:

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma
direta ou indireta.

Assim, a Lei de Improbidade Administrativa também pode ser aplicada a Valdemar.

Questão 28: VUNESP


Para caracterização do ato de improbidade que importe em enriquecimento ilícito, nos termos da Lei
Federal nº 8.429/92, é correto afirmar:

a) o sujeito ativo do ato de improbidade, que importe em enriquecimento ilícito, pode ser somente agente
público.

b) ser dispensável a presença do dano ao erário.

c) a caracterização do ato de improbidade que importa enriquecimento ilícito pode decorrer de culpa ou
dolo.

d) imprescindível a presença de dano material à Administração.

GABARITO: B

A questão versa sobre a Lei 8.429, de 02 de junho de 1992, que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos
agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função
na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras providências. Nesse contexto, vamos
analisar as alternativas para encontrar a resposta correta.

a) o sujeito ativo do ato de improbidade, que importe em enriquecimento ilícito, pode ser somente
agente público.

Incorreto. No contexto da lei, são passíveis de enquadramento nas disposições previstas na Lei de
improbidade administrativa os atos praticados por agentes públicos ou terceiro que induza ou concorra
para a prática do ato ou dele se beneficie, conforme o art. 2º (que define agente público) e art. 3º da LIA:

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no
artigo anterior.

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma
direta ou indireta.

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Detalhe: Sempre deverá existir, para a responsabilização por improbidade administrativa do particular, a
concorrência de um agente público. Não pode o terceiro figurar sozinho como réu de ação de improbidade.
Este é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça:

ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. IMPOSSIBILIDADE DE FIGURAR APENAS


PARTICULARES NO POLO PASSIVO DA AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. AUSÊNCIA DE
AGENTE PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. A jurisprudência desta Corte firmou
entendimento no sentido de que "os particulares não podem ser responsabilizados com base na
LIA sem que figure no pólo passivo um agente público responsável pelo ato questionado, o que
não impede, contudo, o eventual ajuizamento de Ação Civil Pública comum para obter o ressarcimento
do Erário" (REsp 896.044⁄PA, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 16.9.2010, DJe
19.4.2011)

b) ser dispensável a presença do dano ao erário.

Correto. O dano ao erário é irrelevante para a caracterização de ato de improbidade administrativa que
importa em enriquecimento ilícito, conforme o art. 21, inciso I, da LIA:

Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:

I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento;

c) a caracterização do ato de improbidade que importa enriquecimento ilícito pode decorrer de


culpa ou dolo.

Incorreto. Os atos de improbidade administrativa que importem em enriquecimento ilícito ou que atente
contra os princípios da administração pública exigem o elemento subjetivo dolo do agente público. A única
espécie que admite culpa é o ato que cause lesão ao erário, conforme o art. 10, caput, da LIA:

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou
omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou
dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:

d) imprescindível a presença de dano material à Administração.

Incorreto. Conforme já vimos, não é necessário que ocorra dano à Administração.

Questão 29: FCC


No que tange à lei de improbidade administrativa,

a) o integral ressarcimento do dano ao patrimônio público dependerá de ação ou omissão dolosa do


agente público, não se aplicando a sanção se meramente culposa a conduta.

b) as disposições da lei de improbidade, dada sua natureza, são aplicáveis somente aos agentes
públicos.

c) quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito,
caberá à autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a
indisponibilidade dos bens do indiciado.

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d) o sucessor daquele que causar a lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito
à reparação do prejuízo ilimitadamente.

e) os atos de improbidade administrativa são punidos pela lei específica somente se praticados contra a
administração direta, aplicando-se as normas do Código Penal em relação aos atos lesivos à
administração indireta ou fundacional.

GABARITO: C

Vamos analisar as alternativas conforme a Lei nº 8.429/92:

a) o integral ressarcimento do dano ao patrimônio público dependerá de ação ou omissão dolosa


do agente público, não se aplicando a sanção se meramente culposa a conduta.
ERRADA. Também se aplica a sanção em caso de conduta culposa.

Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de
terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.

b) as disposições da lei de improbidade, dada sua natureza, são aplicáveis somente aos agentes
públicos.
ERRADA. Também se aplica àquele que não é agente público, em situações que ele colabore com a
prática do ato de improbidade.

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma
direta ou indireta.

c) quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento


ilícito, caberá à autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério
Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
CORRETA, aqui está a resposta.

Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito,
caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a
indisponibilidade dos bens do indiciado.

d) o sucessor daquele que causar a lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está
sujeito à reparação do prejuízo ilimitadamente.
ERRADA. O limite é o valor da herança.

Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está
sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

e) os atos de improbidade administrativa são punidos pela lei específica somente se praticados
contra a administração direta, aplicando-se as normas do Código Penal em relação aos atos
lesivos à administração indireta ou fundacional.
ERRADA. Tanto para Administração Direita quanto para a Indireta serão aplicadas as punições previstas
na LIA.

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Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para
cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do
patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.

Questão 30: CEBRASPE (CESPE)


Considerando os conceitos, princípios e valores da ética e da moral, bem como o disposto na Lei n.º
8.429/1992, julgue o item a seguir.

As sanções aplicáveis nos casos de enriquecimento ilícito são cabíveis apenas para agentes públicos,
excluindo-se a possibilidade de responsabilização administrativa de pessoa que não exerça mandato,
cargo, emprego ou função administrativa.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

A questão versa sobre a Lei 8.429, de 02 de junho de 1992, que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos
agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função
na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras providências. Nesse contexto, o
conceito de agente público dado pela Lei é amplo e engloba todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função. Vejamos:

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no
artigo anterior.

Além disso, a lei de improbidade é endereçada não somente ao agente público. Suas disposições são
aplicáveis, no que for cabível, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a
prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta, conforme o art.
3º, da LIA:

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma
direta ou indireta.

Detalhe: Para que o terceiro seja enquadrado na LIA, é indispensável que seja identificado o agente
público que detém a autoria do ato de improbidade. Assim, é impossível que o terceiro, por si só, seja
enquadrado na LIA, sem que figure também um agente público, como o autor do fato. Vejamos na
jurisprudência do STJ:

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA DE


IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. LITISCONSÓRCIO PASSIVO. AUSÊNCIA DE INCLUSÃO DE

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AGENTE PÚBLICO NO PÓLO PASSIVO. IMPOSSIBILIDADE DE APENAS O PARTICULAR
RESPONDER PELO ATO ÍMPROBO. PRECEDENTES.
1. Os particulares que induzam, concorram, ou se beneficiem de improbidade administrativa estão sujeitos
aos ditames da Lei nº 8.429/1992, não sendo, portanto, o conceito de sujeito ativo do ato de improbidade
restrito aos agentes públicos (inteligência do art. 3º da LIA).
2. Inviável, contudo, o manejo da ação civil de improbidade exclusivamente e apenas contra o
particular, sem a concomitante presença de agente público no polo passivo da demanda.
3. Recursos especiais improvidos.

(Processo: REsp 1171017 PA 2009/0242733-1. Relator(a): Ministro SÉRGIO KUKINA. Julgamento:


25/02/2014. Órgão Julgador: T1 - PRIMEIRA TURMA. Publicação: DJe 06/03/2014.)

Questão 31: FCC


No que concerne ao alcance, objetivo e subjetivo, das disposições da Lei de Improbidade, tem-se que

a) abrangem apenas condutas dolosas, exigindo-se, para configuração do ato de improbidade, a


comprovação de vício de legalidade ou má-fé do agente.

b) atingem particulares que tenham se beneficiado de forma direta ou indireta da conduta improba.

c) estabelecem, como condição necessária para caracterização de improbidade, o enriquecimento ilícito


do agente cumulado com prejuízo à Administração.

d) aplicam-se exclusivamente a condutas perpetradas em detrimento de pessoa jurídica de direito


público.

e) atingem condutas comissivas e omissas, ambas com responsabilização objetiva e solidária dos
agentes públicos que praticaram ou se beneficiaram do ato.

GABARITO: B

Letra A: errada! A modalidade de ato de improbidade administrativa que causa danos ao erário será
configurada tanto por meio de condutas dolosas quanto de condutas culposas, ao passo que os atos
de improbidade que implicam em enriquecimento ilícito ou em atentado aos princípios
administrativos, estes sim, concretizam-se somente se praticados a título de dolo pelo agente.

Além disso, para um ato de improbidade ser configurado é essencial a demonstração da má-fé do
agente. Ilegalidade e improbidade são conceitos distintos, de modo que o ato improbo tem a má-fé
como premissa básica e sem ela não se concretiza, ainda que presente uma ilegalidade. Conforme
entendimento do STJ:

“(...) a má-fé é premissa do ato ilegal e ímprobo e a ilegalidade só adquire o status de improbidade quando
a conduta antijurídica fere os princípios constitucionais da administração pública coadjuvado pela má
intenção do administrador"
(STJ – REsp 807.551/MG. relator ministro Luiz Fux. DJ 5/11/2007).

Letra B: correta! É o previsto na parte final do art. 3º da lei n° 8.429/1992:

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Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer
forma direta ou indireta.

Letra C: errada! Constituem atos de improbidade administrativa não apenas aqueles que venham causar
prejuízos ao erário, mas também os que tenham implicado em enriquecimento ilícito assim como os que
resultaram de violação aos princípios da Administração Pública.

Letra D: errada! São os sujeitos passivos da Lei de Improbidade Administrativa:


a. Administração Pública Direta e Indireta
b. Pessoas jurídicas de direito privado que para criação ou custeio receberam ou recebam dinheiro
público.
Vejamos a redação do art. 1º da lei n° 8.429/1992:

Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para
cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do
patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.

Letra E: errada! No âmbito da lei n° 8.429/1992, a responsabilização por atos de improbidade


administrativa é de natureza subjetiva, ou seja, depende, no mínimo, da demonstração do dolo do
agente.

Em relação ao dever de ressarcir o erário, a lei não traz nenhuma previsão expressa quanto a existência
de solidariedade entre os agentes públicos que se beneficiaram do ato de improbidade, todavia é pacífico
no STJ que:

“(...) nos casos de improbidade administrativa, a responsabilidade é solidária até, ao menos, a instrução
final do feito em que se poderá delimitar a quota de responsabilidade de cada agente para o
ressarcimento.
(MC 15.207/RJ, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 02/02/2012, DJe
10/02/2012)

Questão 32: CEBRASPE (CESPE)


De acordo com a Lei n.º 8.429/1992, julgue o próximo item, relativo a improbidade administrativa.

Situação hipotética: Lucas, no exercício de determinada função pública, cometeu ato de improbidade
administrativa que lhe ensejou enriquecimento ilícito. Todavia, em uma viagem a serviço, ele faleceu,
tendo deixado um filho, Paulo, seu único herdeiro.

Assertiva: Paulo, sucessor de Lucas, estará sujeito às sanções previstas na lei em apreço até o limite do
valor da herança.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

320
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A questão versa sobre a Lei 8.429, de 02 de junho de 1992, que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos
agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função
na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras providências. Nesse contexto, no caso
de falecimento daquele que tiver, desta forma, enriquecido ilicitamente, o seu sucessor estará sujeito às
penalidades da LIA até o limite do valor da herança, conforme o art. 8º, da LIA:

Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está
sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

Note que as cominações que o herdeiro está sujeito são as cominações de ordem patrimonial, não lhe
podendo recair as sanções de perda da função pública, tampouco suspensão de direitos políticos.

Questão 33: VUNESP


Fulano de Tal é funcionário de empreiteira fornecedora de serviços para a empresa pública ABC Obras
Ltda. No curso da realização de serviço, Fulano de Tal se associa informalmente ao empregado público
Beltrano Júnior para, juntos, desviarem parcela dos materiais que seriam utilizados nas obras de
construção da rodovia estadual, para a qual ambas as empresas foram contratadas, de maneira a que
sejam utilizados em obras privadas.

A respeito dessa situação hipotética, e considerando o que determina a Lei de Improbidade


Administrativa, é correto afirmar que

a) Beltrano Júnior não responderá por ato de improbidade administrativa, pois a lei de improbidade
administrativa direciona-se aos dirigentes de empresas estatais, secretários e ministros de estado, além
de chefes de poder, não se aplicando a empregados públicos de nível operacional.

b) caso o empregado público Beltrano Júnior venha a ser absolvido em processo penal em razão da
ausência de prova de dolo na prática de crime, tal decisão terá repercussões na esfera civil, vinculando
a decisão de eventual decisão em ação de improbidade.

c) Fulano de Tal poderá responder por ato de improbidade, pois, mesmo não sendo agente público,
concorreu para a prática do ato de improbidade pelo empregado da empresa estatal e dele se beneficiou.

d) o funcionário da empreiteira Fulano de Tal poderá ser responsabilizado criminalmente, porém, não
responderá por ato de improbidade administrativa, por não se tratar de agente público.

e) a lei de improbidade administrativa não se aplica às empresas estatais, por se tratarem de entidades
integrantes da Administração indireta, não se podendo falar em responsabilização administrativa do
empregado público Beltrano Júnior.

GABARITO: C

Letra A: errada! A lei n° 8.429/1992, determina em seu art. 1º que qualquer agente público, servidor
ou não, poderá ser responsabilizado pelos atos de improbidade administrativa que vier a praticar,
definindo em seu art. 2º que:

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra

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forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no
artigo anterior.

Beltrano Júnior, portanto, responderá pelo ato improbo que efetuou, pois é empregado público
vinculado a empresa pública ABC Obras Ltda e a Lei de Improbidade Administrativa define que qualquer
agente público poderá ser o sujeito ativo dos atos nela previstos, o que inclui os dirigentes de empresas
estatais, os secretários e ministros de estado, os chefes de poder e os empregados públicos de nível
operacional.

Letra B: errada! O ordenamento jurídico brasileiro é pautado pelo princípio da independência ou da


incomunicabilidade das instâncias punitivas. Por este motivo, somente NÃO será possível a
condenação do réu na esfera civil por ato de improbidade administrativa se na esfera penal ele for
condenado ou se for absolvido com fundamento na negativa da existência do fato ou da sua autoria.

Nas demais situações, a decisão proferida em sede de processo penal não vinculará as outras esferas
punitivas, sendo possível que o criminalmente absolvido seja condenado por um ilícito cível ou um ilícito
administrativo.

Letra C: correta! De fato, Fulano de Tal poderá responder por ato de improbidade, pois, mesmo não
sendo agente público, já que é funcionário da empreiteira que presta serviços a uma empresa pública e
não funcionário da empresa pública, ele concorreu e se beneficiou do ato de improbidade realizado
por Beltrano Júnior, empregado da empresa pública ABC Obras Ltda.

Nesse sentido, há no art. 3º, da lei n° 8.429/1992, que:

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer
forma direta ou indireta.

Letra D: errada! O funcionário da empreiteira, Fulano de Tal, poderá ser responsabilizado tanto
criminalmente quanto pelo ato de improbidade administrativa.

Letra E: errada! Podem ser sujeitos passivos dos atos de improbidade administrativa qualquer entidade
da Administração Indireta. Com atenção, leia o art. 1º, da lei n° 8.429/1992:

Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para
cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do
patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.

Questão 34: CEBRASPE (CESPE)


José, servidor de um órgão público, autorizou a entrada de uma amiga, Cristina, trabalhadora sem vínculo
com o serviço público, em sua repartição. Cristina e José elaboraram conjuntamente um documento falso
que determinava a transferência de determinados bens para outro prédio do órgão, por ordens superiores.
Sob essa justificativa, Cristina obteve autorização dos seguranças para efetuar o transporte desses bens,
ocasião em que furtou equipamentos de tecnologia.

Nessa situação hipotética, conforme as disposições da Lei n.º 8.429/1992, somente José, por ser agente
público, estará sujeito às penalidades relativas aos atos de improbidade administrativa previstas na lei em

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questão, enquanto Cristina, por não ter vínculo com o serviço público, não estará sujeita a essa lei,
devendo ser responsabilizada somente na esfera criminal.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

Bem ao contrário do aduzido nesta questão, a Lei 8.429/92 é expressa ao alcançar, também, os
particulares que venham a induzir a prática de atos de improbidade administrativa, bem assim aqueles
que concorram ou se beneficiem de tais atos ímprobos, como obviamente seria o caso versada na
presente questão.

No ponto, confira-se o teor do art. 3º do mencionado diploma legal:

"Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo
agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob
qualquer forma direta ou indireta."

Do exposto, claramente incorreta a assertiva em análise.

Questão 35: FCC


Considere as seguintes hipóteses:

I. José Carlos, não sendo agente público, induziu seu primo Douglas, servidor público federal, à prática
de ato de improbidade administrativa.

II. Horácio, não sendo agente público, concorreu para a prática de ato de improbidade administrativa
praticado pela sua amiga Tábata, servidora pública federal ainda não estável.

III. Isabel, não sendo agente público, se beneficiou indiretamente pela prática de ato de improbidade
administrativa praticado pela sua vizinha, Sofia, que exercia cargo em comissão na empresa pública “X”.

Nesses casos, as disposições da Lei nº 8.429/1992 serão aplicáveis, no que couber, a

a) José Carlos, Douglas, Horácio, Tábata, Isabel e Sofia.

b) Douglas, Tábata e Sofia, apenas.

c) José Carlos, Douglas, Horácio, Tábata e Sofia, apenas.

d) Douglas, Horácio e Tábata, apenas.

e) Douglas e Sofia, apenas.

GABARITO: A

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Vejamos, inicialmente, o conceito de agente público:
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no
artigo anterior.

O conceito é super, hiper abrangente. Alcança servidores estáveis e não estáveis, empregados e até
comissionados. Portanto, em todos os casos, houve um envolvimento de um terceiro com um agente
público.

Então, será que a lei também é válida para não agentes? Assim dispõe o art. 3º:
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma
direta ou indireta.

Perceba que o terceiro até pode ser sujeito ativo, mas deve sempre agir em participação DOLOSA com
agente público. Os verbos do núcleo do artigo são: INDUZIR, CONCORRER OU BENEFICIAR-SE.

Logo, no caso concreto, todos os terceiros vão responder por improbidade administrativa.

Questão 36: VUNESP


Nos termos da Lei nº 8.429/1992, é correta a seguinte afirmação:

a) Se a lesão ao patrimônio decorrer de ação ou omissão culposa do agente ou do terceiro, não se fará
necessário o integral ressarcimento do dano.

b) Esta Lei se aplica apenas aos funcionários públicos que pratiquem ato lesivo ao erário da
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados ou do
Distrito Federal.

c) As disposições desta Lei poderão ser aplicadas àquele que, mesmo não sendo agente público, induza
ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou
indireta.

d) Para os fins desta Lei, não se reputa agente público aquele que, por designação, exerça função de
confiança junto a órgão da administração direta ou indireta, sem recebimento de remuneração.

e) O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou enriquecer ilicitamente em razão do
serviço público não se sujeita às cominações desta Lei, ainda que o falecido tenha deixado herança.

GABARITO: C

A questão versa sobre a Lei nº 8.429 de 2 de junho 1992, que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos
agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função
na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras providências. Nesse contexto, vamos
analisar s alternativas para encontrar a resposta correta.

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a) Se a lesão ao patrimônio decorrer de ação ou omissão culposa do agente ou do terceiro, não se
fará necessário o integral ressarcimento do dano.

Incorreto. O ato de improbidade que causa lesão ao erário admite a culpa como elemento subjetivo,
conforme acentua o art. 10, da LIA:

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão,
dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação
dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
Ademais:

Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de
terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.
b) Esta Lei se aplica apenas aos funcionários públicos que pratiquem ato lesivo ao erário da
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados ou
do Distrito Federal.

Incorreto. O conceito de agente público dado pela Lei é amplo e engloba todo aquele que exerce, ainda
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer
outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função. Vejamos:

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no
artigo anterior.
c) As disposições desta Lei poderão ser aplicadas àquele que, mesmo não sendo agente público,
induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma
direta ou indireta.

Correto. É o que determina o art. 3º, da LIA:

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma
direta ou indireta.

d) Para os fins desta Lei, não se reputa agente público aquele que, por designação, exerça função
de confiança junto a órgão da administração direta ou indireta, sem recebimento de remuneração.

Incorreto. Conforme visto, dado o conceito amplo de agente público, nesta hipótese, também estará
enquadrado em agente público quem comete ato de improbidade.

e) O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou enriquecer ilicitamente em


razão do serviço público não se sujeita às cominações desta Lei, ainda que o falecido tenha
deixado herança.

Incorreto. Sujeita-se, sim, até o limite do valor da herança. Somente não sofrerá as sanções
personalíssimas (perda da função pública, suspensão dos direitos políticos etc.). Vejamos:

Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está
sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

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Questão 37: CEBRASPE (CESPE)
À luz da Lei de Improbidade Administrativa — Lei n.º 8.429/1992 —, julgue o item a seguir.

Além dos servidores públicos, são considerados sujeitos ativos de atos de improbidade administrativa os
notários e registradores, que podem sofrer as penalidades previstas na lei em apreço.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

A questão nos requer o conhecimento da amplitude do conceito agente público, pela Lei de Improbidade.
Antecipo que o conceito é extremamente amplo, pouco importante se o vínculo é só precário e sem
remuneração. Vejamos:
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no
artigo anterior.

Notários são particulares em colaboração. E, para a doutrina clássica, agente público delegatário. Enfim,
recebem do Estado a incumbência de prestar uma função pública. E, pela dicção legal, todos que exercem
uma função pública devem ser considerados agentes públicos.

Esclareço, por oportuno, que tais agentes não titularizam cargos públicos, apenas exercício de função
pública.

Questão 38: CEBRASPE (CESPE)


De acordo com a Lei n.º 8.429/1992, julgue o próximo item, relativo a improbidade administrativa.

Pessoa que, investida em função pública, não receba remuneração estará isenta de responder por ato de
improbidade administrativa.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

A questão versa sobre a Lei 8.429, de 02 de junho de 1992, que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos
agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função
na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras providências. Nesse contexto, o
conceito de agente público para LIA é amplo. Note que são agentes públicos aqueles que exercem, ainda
que transitoriamente ou sem remuneração, mandato, cargo, emprego ou função em qualquer entidade
pública, conforme o art. 2º, da LIA:

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Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer
outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
mencionadas no artigo anterior.

Portanto, não há necessidade de recebimento de remuneração para enquadrar-se como sujeito ativo do
ato de improbidade. Assertiva INCORRETA.

Questão 39: CEBRASPE (CESPE)


Considerando as disposições da Lei de Improbidade Administrativa — Lei n.º 8.429/1992 — e suas
alterações, julgue o item que se segue.

Os atos de improbidade administrativa atingem apenas entidades integrantes do Poder Executivo.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

Improbidade só verificada em atos do Executivo? Então, se os agentes do Legislativo ferirem princípios


não incorrerão em improbidade? E os agentes do Judiciário se enriquecerem ilicitamente não praticarão
improbidade? Ilógico, não é verdade.

Vejamos o disposto na Lei de Improbidade:

Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de
entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por
cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.

Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra
o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão
público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos
de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial
à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Perceba que o alcance é Nacional! Ou seja, alcança toda a Administração Direta e Indireta de todos os
poderes de todas as entidades políticas.

Questão 40: VUNESP


Considere a seguinte situação hipotética:

João e Maria trabalham no Departamento Estadual de Trânsito – DETRAN de algum Estado-membro da


Federação Brasileira. Maria trabalha no balcão, no atendimento ao público, enquanto José trabalha com
processos e tem acesso ao sistema de dados, fazendo inclusões e alterações de informações, como a

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pontuação da Carteira Nacional de Habilitação. João e Maria conversam e decidem atuar ilicitamente. Se
algum cidadão se apresentasse querendo dar baixa em sua pontuação indevidamente, sem preencher os
requisitos legais, Maria afirmaria que conseguiria fazer isso, mediante o pagamento de R$ 500,00. Se o
cidadão concordasse com essa prática, Maria passaria o pedido a João, que faria a alteração no sistema,
dando a baixa na pontuação, dividindo, os dois, o resultado da prática ilícita.Certo dia, José, na qualidade
de cidadão, solicita a Maria que diminua seus pontos, que já haviam atingido a quantia de 62. Maria impõe
a condição do pagamento ilegal e José aceita. José retorna com o dinheiro e, quando vai entregá-lo a
Maria, é flagrado pela Corregedoria do DETRAN. No que tange à responsabilização pela Lei de
Improbidade Administrativa, é correto afirmar que poderá(ão) responder no polo passivo da demanda:

a) João e Maria, na qualidade de agentes públicos, e José, porque, mesmo não sendo agente público,
concorreu para a prática do ato de improbidade.

b) João e Maria, pois a Lei de Improbidade Administrativa atinge somente agentes públicos, ainda que
em sentido amplo.

c) Maria, pois José não responde por não pertencer aos quadros da Administração, e João não havia
recebido sua parte, portanto não se poderia caracterizar enriquecimento ilícito.

d) Maria e José, porque, mesmo não sendo José funcionário público, ele participou ativamente da
ilicitude, inclusive tomando a iniciativa da prática ímproba e instigando Maria a se beneficiar da proposta;
João não recebeu nenhuma vantagem, então não responde.

e) João e Maria, na qualidade de agentes públicos; José poderá ser demandado, todavia,
subsidiariamente, por ação própria, apenas para ressarcir o Erário pelo dano causado, caso João e Maria
sejam condenados a ressarcir os cofres públicos.

GABARITO: A

A questão versa sobre a Lei 8.429, de 02 de junho de 1992, que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos
agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função
na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras providências.

No contexto da lei, note que João e Maria enquadram-se no conceito agentes públicos em sentido amplo
dado pela LIA. O conceito de agente público dado pela Lei, portanto, é amplo e engloba todo aquele que
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função.
Vejamos:

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no
artigo anterior.

Tais servidores praticaram ato de improbidade que importa em enriquecimento ilícito, uma vez que se
valeram do cargo para obter vantagem econômica para atuar contra a lei em favor de interesse de terceiro,
conforme o art. 9º, inciso I, da LIA:

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo
de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou
atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:

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I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem
econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem
tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão
decorrente das atribuições do agente público;

De outro vértice, José, particular, potencial beneficiário também poderá sofrer as penalidades da LIA,
porquanto o terceiro que induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie
sob qualquer forma direta ou indireta sofrerá sanções descritas na LIA. Confira-se:

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer
forma direta ou indireta.

Portanto, figurarão no polo passivo da demanda de ação de improbidade administrativa João e Maria, na
qualidade de agentes públicos, e José, porque, mesmo não sendo agente público, concorreu para a
prática do ato de improbidade.

Questão 41: FGV


Almir, servidor público da Câmara Municipal de Salvador e membro da comissão permanente de licitação,
valendo-se de seu cargo, em conluio com seu amigo Adir, que não é servidor público, frustrou a licitude
de processo licitatório no âmbito do legislativo municipal. A fraude praticada fez com que a sociedade
empresária de que Adir é sócio-administrador saísse vencedora no certame e celebrasse contrato
superfaturado.

Na hipótese descrita, no que concerne ao sujeito ativo do ato de improbidade administrativa, de acordo
com as disposições da Lei nº 8.429/92:

a) Almir deve responder por ato de improbidade administrativa, mas Adir não pode ser responsabilizado
por ato de improbidade porque não é servidor público;

b) ambos devem ser responsabilizados por ato de improbidade administrativa, seja o agente público
Almir, seja o particular Adir que concorreu e se beneficiou do ato;

c) Almir e Adir não podem responder por ato de improbidade administrativa, porque não ostentam a
qualidade de ordenador de despesas;

d) Adir deve responder por ato de improbidade administrativa porque causou dano ao erário, mas Almir
não pode ser responsabilizado por ato de improbidade porque é servidor público;

e) Almir e Adir não podem responder por ato de improbidade administrativa, porque não ostentam a
qualidade de agentes políticos.

GABARITO: B

De partida, vejamos a configuração do ato, conforme a Lei de Improbidade Administrativa:

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Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão,
dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação
dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
(...)
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com
entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente;

Ou seja, houve improbidade administrativa, que causa prejuízo ao erário.

Agora, vejamos a responsabilidade dos agentes envolvidos. Almir é servidor público, e, quanto a ele, não
há dúvida de sua responsabilização. Façamos a leitura, agora, do art. 3º:

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma
direta ou indireta.

E, na questão, há menção de que houve conluio, logo, Adir, embora terceiro, também será
responsabilizado.

A seguir, os erros:

Na letra A, Adir não é servidor público, mas, na condição de terceiro, também é sujeito ativo da
improbidade, por ter agido em conluio.

Na letra C, qualquer agente público que pratica o ato pode ser responsabilizado, não, necessariamente,
o ordenador de despesas.

Na letra D, os dois serão responsabilizados. Fica a informação de que Adir não pode responder sozinho
por improbidade, fazendo necessária a presença de agente público na ação.

Na letra E, Almir é agente público, e Adir, apesar de terceiro, responderá sim pelo prejuízo ao erário.

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Lei 9784
Questão 1: CEBRASPE (CESPE)
O processo administrativo pode ser iniciado e impulsionado sem qualquer provocação de particular. Além
disso, adota formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito
aos direitos dos administrados. Esses critérios, previstos na Lei n.º 9.784/1999, refletem observância,
respectivamente, aos princípios

a) da eficiência e da finalidade.

b) da verdade material e da segurança jurídica.

c) do interesse público e da verdade formal.

d) da finalidade e da instrumentalidade das formas.

e) da oficialidade e do informalismo procedimental.

GABARITO: E

O princípio do Informalismo ou formalismo moderado é previsto no art. 22 da lei. Confira:

Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei
expressamente a exigir.
§ 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua
realização e a assinatura da autoridade responsável.
§ 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver dúvida de
autenticidade.
§ 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo.
§ 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas seqüencialmente e rubricadas.

E o processo, realmente, não precisa aguardar, para sua instauração, de provocação de terceiros. Temos
a aplicação do principio da oficialidade, ou seja, a Administração pode, de ofício, iniciar o processo.

Questão 2: IDECAN
Nos processos administrativos serão observados os seguintes critérios, exceto

a) atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé.

b) proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei.

c) adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida
superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público.

d) objetividade no atendimento do interesse público, permitida a promoção pessoal de agentes ou


autoridades.

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e) divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na
Constituição.

GABARITO: D

d) objetividade no atendimento do interesse público, permitida a promoção pessoal de agentes ou


autoridades.

Não se permite a promoção pessoal do agente. Ao agir desta forma, fere-se o princípio da impessoalidade
da Administração, um dos princípios expressos no art. 37 da CF.

Os demais itens estão perfeitos. Aproveito para reproduzir, na íntegra, trecho da Lei 9.784:

Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica,
interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
I - atuação conforme a lei e o Direito;
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências,
salvo autorização em lei;
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou
autoridades;
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na
Constituição;
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida
superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito
aos direitos dos administrados;
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à
interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio;
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a
que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.

Questão 3: FCC

A Lei Federal nº 9.784/1999 – Lei do Processo Administrativo – impõe como critério a ser observado na
atuação nos processos administrativos a vedação à aplicação retroativa de nova interpretação (art. 2º,
parágrafo único, XIII). Tal diretriz prestigia especialmente o princípio da

a) segurança jurídica.

b) moralidade administrativa.

c) eficiência.

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d) impessoalidade.

e) autotutela.

GABARITO: A

À semelhança da motivação, da razoabilidade e da proporcionalidade, o princípio da segurança


jurídica foi catalogado de forma expressa pela Lei Federal 9.784/1999.

Percebe-se sua presença no inc. XIII do parágrafo único do art. 2.º da Lei, quando impõe a interpretação
da norma administrativa de forma a garantir o atendimento do fim público a que se dirige, vedada
aplicação retroativa de nova interpretação.

Esta disposição legal é uma contribuição do sistema anglo-saxão (common law), em que as mudanças
de interpretação devem ser aplicadas aos casos futuros (teoria do “prospective overruling”).

Questão 4: FGV

De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, processo administrativo é uma série concatenada de
atos administrativos, obedecendo a uma ordem previamente estabelecida pela lei, com uma finalidade
específica que enseja a prática de um ato final.

Consoante dispõe a Lei nº 9.784/99, nos processos administrativos serão observados, entre outros, o
critério de:

a) proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;

b) atendimento a fins de interesse geral, permitida, em qualquer caso, a renúncia total ou parcial de
poderes ou competências;

c) divulgação oficial dos atos administrativos, vedada qualquer hipótese de sigilo;

d) impulsão, pelos interessados, do processo administrativo, vedado o andamento de ofício;

e) interpretação da norma da forma que melhor garanta o fim público, inclusive com aplicação retroativa
de nova interpretação.

GABARITO: A

A questão trata, no essencial, dos critérios da lei 9784, previstos em seu art. 2º.

Vejamos, na íntegra, o artigo da lei:

Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica,
interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
I - atuação conforme a lei e o Direito;

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II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências,
salvo autorização em lei;
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou
autoridades;
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na
Constituição;
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida
superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito
aos direitos dos administrados;
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à
interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio;
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a
que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.

Nota que a regra é a gratuidade.

Vejamos os erros nos demais itens:

b) atendimento a fins de interesse geral, permitida, em qualquer caso, a renúncia total ou parcial de
poderes ou competências;

Não se permite a renúncia total ou parcial.

c) divulgação oficial dos atos administrativos, vedada qualquer hipótese de sigilo;

Permite-se, ainda que excepcionalmente, o sigilo, como no caso de assuntos reservados à segurança
Nacional.

d) impulsão, pelos interessados, do processo administrativo, vedado o andamento de ofício;

O impulso é oficial, ou seja, ainda que não exista provocação do terceiro, a Administração tem interesse
em iniciar e dar prosseguimento ao processo.

e) interpretação da norma da forma que melhor garanta o fim público, inclusive com aplicação retroativa
de nova interpretação.

É vedada a interpretação retroativa, como aplicação do princípio da segurança jurídica.

Questão 5: VUNESP

A razoável duração do processo e o emprego de meios que assegurem a celeridade na sua tramitação
são assegurados, a todos, no âmbito administrativo e revelam direito fundamental que tem por conteúdo
os princípios da

a) nova gestão pública e razoabilidade.

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b) impessoalidade e indisponibilidade do interesse público.

c) isonomia e eficiência.

d) moralidade e reserva legal.

e) legalidade e publicidade.

GABARITO: C

Primeiramente, destaco que a questão está mal elaborada, sendo passível de anulação.

Contudo, penso que a banca queria que o candidato fizesse a seguinte associação:

1) razoável duração do processo e o emprego de meios que assegurem a celeridade na sua


tramitação = princípio da eficiência, cujo núcleo, segundo José dos Santos Carvalho Filho, é a
procura de produtividade e economicidade e, o que é mais importante, a exigência de reduzir os
desperdícios de dinheiro público, o que impõe a execução dos serviços públicos com presteza,
perfeição e rendimento funcional. Há vários aspectos a serem considerados dentro do princípio, como
a produtividade e economicidade, qualidade, celeridade e presteza e desburocratização e flexibilização,
como acentua estudioso sobre o assunto. (CARVALHO FILHO; José dos Santos. Manual de Direito
Administrativo. 32ª ed. São Paulo: Atlas, 2018.E-book. P.83)

2) assegurados a todos = princípio da isonomia, o qual, segundo Ricardo Alexandre e João de Deus,
consiste em uma faceta do princípio da impessoalidade, tendo como foco da análise o administrado. Não
importa a pessoa que está se relacionando com a administração, o tratamento deve sempre ser
isonômico. Não pode ser aplicada a odiosa frase: “aos amigos tudo, aos inimigos a lei”. A lei é para
todos, não consistindo em um meio à disposição da autoridade para a concessão de privilégios
ou realização de perseguições. (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo
Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método, 2015.E-book. P.181)

Nessa linha, a razoável duração do processo e sua celeridade (princípio da eficiência) devem ser
assegurados a todos os administrados (princípio da isonomia).

Com esse raciocínio, chegamos ao gabarito da banca:

c) isonomia e eficiência.

Questão 6: VUNESP
Princípio previsto expressamente na Lei nº 9.784/99, que obriga a permanente adequação entre os meios
e os fins, banindo-se medidas abusivas ou de qualquer modo com intensidade superior ao estritamente
necessário.

É correto afirmar que o enunciado contempla o princípio da

a) motivação.

b) proporcionalidade.

c) legalidade.

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d) segurança jurídica.

e) continuidade.

GABARITO: B

Princípio previsto expressamente na Lei nº 9.784/99, que obriga a permanente adequação entre os meios
e os fins, banindo-se medidas abusivas ou de qualquer modo com intensidade superior ao estritamente
necessário.

É correto afirmar que o enunciado contempla o princípio da

a) motivação.

ERRADO. A motivação representa a exteriorização dos motivos da prática do ato administrativo.

Logo, item incorreto.

b) proporcionalidade.

CERTO. O princípio da proporcionalidade refere-se à medida de utilizar os meios adequados à resolução


do problema.

A título de exemplo, em termos do Processo Administrativo Disciplinar, a penalidade aplicada de forma


proporcional é aquela que respeita direitos e garantias do servidor, respeitando o devido processo
administrativo e aplicando a penalidade prevista em lei de acordo com o fato ilícito.

A intervenção ou restrição abusiva ou desnecessária da Administração Pública fere o princípio da


proporcionalidade, mesmo em se tratando de atos discricionários.

Assim, item correto e gabarito da nossa questão.

c) legalidade.

ERRADO. O princípio da legalidade está previsto no art. 37 da CF/88 como sendo um dos princípios que
regem a Administração Pública:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

Nesse sentido, o princípio da legalidade ensina que a atuação do administrador público, para ser legítima,
deve estar pautada nas previsões legais, sendo-lhe permitido agir apenas dentro do previsto na lei.

Portanto, item incorreto.

d) segurança jurídica.

ERRADO. O princípio da segurança jurídica está previsto implicitamente no art. 54 da Lei nº 9.784/99.

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Por meio do referido princípio, a Administração Pública deve manter suas relações com o administrado
dentro de parâmetros de confiança estabelecidos em lei, de forma que os atos praticados por ela não
surpreendam o particular beneficiado, sendo tal princípio considerado um fator de estabilização das
relações jurídicas.

Veja os termos do art. 54:

Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos
favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo
comprovada má-fé.

Dessa forma, item incorreto.

e) continuidade.

ERRADO. O princípio da continuidade é aplicável no âmbito da prestação de serviços públicos, afirmando


que esta deve ser contínua, a fim de se garantir a satisfação do interesse público e atender aos anseios
da coletividade.

Tal princípio encontra guarida no art. 6º, §1º da Lei nº 8.987/95. Veja:

Art. 6º Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento
dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.
§1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência,
segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.

Desse modo, item incorreto.

Diante do exposto, nosso gabarito é a Letra B.

Questão 7: CEBRASPE (CESPE)


No que tange aos atos administrativos, julgue o item seguinte.

O processo administrativo será regido por normas básicas que visem ao cumprimento dos fins da
administração e obedecerá, entre outros, aos princípios da legalidade, da moralidade, da ampla defesa e
do contraditório, excluindo-se desse rol o princípio da razoabilidade, por se tratar, no caso, de ato
discricionário do agente público.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

A razoabilidade é um princípio básico do Direito Administrativo de forma geral. A doutrina moderna


conceitua igualmente o princípio da razoabilidade e o da proporcionalidade, onde ambos
impõe adequação entre os meios e fins previstos em lei.

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A lei tem regras para alcançar certas finalidades, todavia para que essas necessidades sejam alcançadas
é preciso que alguns meios sejam praticados, e tais meios não podem exceder o limite da
razoabilidade/proporcionabilidade.

Os poderes concedidos à Administração devem ser exercidos na medida necessária ao atendimento


do interesse público, sem exageros, sempre buscando o bom senso nas suas decisões.

PARA NUNCA MAIS ESQUECER!!!!


Ex.: A lei prevê que o agende público seja honesto, porém se o mesmo não seguir
tal regra, a administração poderá aplicar sanções na medida do prejuízo ao
interesse público para punir o mesmo, sendo tais sanções os meios para
atingirem o resultado, que é a boa prestação do serviço público.
Ex².: João é um funcionário público excelente, responsável e que sempre cumpre
com suas obrigações na repartição pública em que trabalha. Porém, em certo mês,
João precisou ausentar-se por uma semana, por motivos de força maior, deixando
de justificar tais faltas ao seu chefe imediato. Se o seu chefe entrar em contato com
a secretaria responsável por tal repartição e solicitar que o servidor João seja
demitido por essas faltas, a mesma estará agindo em desacordo com o princípio
da razoabilidade (além de vários outros e até mesmo da lei), tendo em vista outras
medidas menos danosas que podem ser adotadas diante de tal situação.

Falando especificamente sobre o processo administrativo, a Lei que trata do Processo Administrativo
no âmbito federal (Lei nº 9.784/99) é clara ao citar o princípio da razoabilidade como um dos que regem
o processo:

"Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança
jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
(...)
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida
superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;" (g.n.)

Questão 8: CEBRASPE (CESPE)


Com relação ao processo administrativo federal, julgue o item que se segue.

A interpretação da norma administrativa deve observar o fim público a que tal norma se dirige, vedada
aplicação retroativa de nova interpretação.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

A Lei 9.784/99, além de ser uma lei que trata das normas relativas a Direito Administrativo
processual (processo administrativo), ela também trata de Direito Administrativo material, como
princípios, regras de competência, delegação etc.

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No seu art. 2º, a lei traz os princípios a serem observados pela administração pública. E no seu parágrafo
único, a lei elenca os critérios a serem adotados no processo administrativo. Dentre eles, temos o que a
questão nos trouxe, que serve como aplicação do princípio da segurança jurídica.

Vejamos o inciso XIII do parágrafo único do art. 2º.

"XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a
que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação."

Questão 9: VUNESP
Segundo a Lei nº 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública
Federal, é direito e é dever do administrado, nesta ordem,

a) proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; conhecer decisões proferidas.

b) não agir de modo temerário; fazer-se assistir, facultativamente, por advogado.

c) prestar informações que lhe forem solicitadas; colaborar para o esclarecimento dos fatos.

d) formular alegações e apresentar documentos; expor os fatos conforme a verdade.

e) ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado; ser
tratado com respeito pelas autoridades e servidores.

GABARITO: D

Os artigos 3º e 4º da Lei nº 9.784/99 trazem o rol exemplificativo dos direitos e deveres do administrado,
respectivamente.

Veja:

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS

Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que
lhe sejam assegurados:
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus
direitos e o cumprimento de suas obrigações;
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de
interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões
proferidas;
III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de
consideração pelo órgão competente;
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por
força de lei.

CAPÍTULO III
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO

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Art. 4º São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato
normativo:
I - expor os fatos conforme a verdade;
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
III - não agir de modo temerário;
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos.

Dessa forma, a questão exige o conhecimento da literalidade dos referidos artigos, devendo ser
assinalada a alternativa que presente um direito e um dever, nessa ordem, conforme se verá adiante.

Segundo a Lei nº 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública
Federal, é direito e é dever do administrado, nesta ordem,

a) proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; conhecer decisões proferidas.

ERRADO. Proceder com lealdade é um dever do administrado, previsto no art. 4º, inciso II.

Conhecer decisões proferidas trata-se de um direito previsto no art. 3º, inciso II da Lei.

Dessa forma, a alternativa inverteu a ordem.

Logo, item incorreto.

b) não agir de modo temerário; fazer-se assistir, facultativamente, por advogado.

ERRADO. Novamente houve a inversão da ordem, pois não agir de modo temerário é um dever previsto
no art. 4º, III da Lei, ao passo que fazer-se assistir por advogado é um direito concedido pelo art. 3º, IV.

Desse modo, item incorreto.

c) prestar informações que lhe forem solicitadas; colaborar para o esclarecimento dos fatos.

ERRADO. Aqui temos uma alternativa que expressa dois deveres do administrado previstos no inciso IV
do art. 4º, motivo pelo qual a alternativa está incorreta, já que o comando da questão pediu um direito e
um dever.

Portanto, item incorreto.

d) formular alegações e apresentar documentos; expor os fatos conforme a verdade.

CERTO. São os termos do art. 3º, III e art. 4º, I da Lei:

Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que
lhe sejam assegurados:

III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de
consideração pelo órgão competente;

Art. 4º São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato
normativo:

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I - expor os fatos conforme a verdade;

Como são apresentados na ordem exigida pelo comando da questão, tratando-se, respectivamente, de
um direito e um dever, a alternativa está CORRETA.

e) ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado; ser
tratado com respeito pelas autoridades e servidores.

ERRADO. Alternativa que expressa dois direitos do administrado previstos no art. 3º, incisos I e II, motivo
pelo qual a alternativa está incorreta.

Portanto, item incorreto.

Questão 10: IDECAN


De acordo com a Lei 9.784/99, nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios
de

I. atuação segundo padrões de justiça social, respeitada a laicidade do Estado;

II. adoção de forma simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito
aos direitos dos administrados;

III. interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento dos interesses
arrecadatórios do ente público.

Julgue os itens acima e assinale

a) se somente o item I estiver correto.

b) se somente o item II estiver correto.

c) se somente os itens III estiver correto.

d) se somente os itens I e III estiverem corretos.

e) se somente os itens II e III estiverem corretos.

GABARITO: B

A questão versa sobre a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, que regula o processo administrativo no
âmbito da Administração Pública Federal. Nesse contexto, vamos analisar os itens para encontrar a
resposta correta.

I. atuação segundo padrões de justiça social, respeitada a laicidade do Estado;

Incorreto. A atuação do processo administrativo não se dá segundo os padrões de justiça social de forma
imediata (poderá ser de forma incidental, como todo processo deve ser), porém deve atuar conforme a
lei e o Direito e segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé, conforme o art. 2º, parágrafo
único, inciso I e IV, da Lei Processual:

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Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica,
interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
I - atuação conforme a lei e o Direito;
[...]
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;

II. adoção de forma simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e
respeito aos direitos dos administrados;

Correto. É o que determina a literalidade do art. 2º, parágrafo único, inciso IX, da Lei nº 9.784/99:

Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica,
interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
[...]
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e
respeito aos direitos dos administrados;

III. interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento dos
interesses arrecadatórios do ente público.

Incorreto. A interpretação da norma administrativa deve ser da forma que melhor garanta o atendimento
do fim público a que se dirige. Vejamos:

Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica,
interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
[...]
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público
a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.

Questão 11: VUNESP


A respeito dos princípios constitucionais administrativos aplicáveis aos processos não judiciais, é correto
afirmar que o

a) princípio da eficiência justifica que os atos administrativos em processos restritivos de direitos sejam
norteados pelo informalismo moderado.

b) princípio da razoabilidade da duração dos processos não se aplica aos processos administrativos
ampliativos de direitos.

c) princípio da publicidade não autoriza divulgação ampla de informações relativas à intimidade dos
servidores em processos administrativos disciplinares.

d) princípio da supremacia do interesse público e o regime de sujeição especial autorizam que provas
obtidas por meios não lícitos sejam consideradas em apurações no processo administrativo disciplinar.

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e) princípio da moralidade autoriza que o servidor acusado da prática de infração disciplinar seja
transferido, cautelarmente, do cargo original de investidura para outro quadro de pessoal, desde que
dentro da mesma pessoa jurídica de direito público interno.

GABARITO: C

a) princípio da eficiência justifica que os atos administrativos em processos restritivos de direitos sejam
norteados pelo informalismo moderado. – errada.

Em verdade, o princípio da eficiência no processos não judiciais não autoriza que sejam flexibilizadas as
regras para que o processo se devolva com mais celeridade. Isso porque processos restritivos de direitos
devem seguir o devido processo legal e a ampla defesa, sob pena de serem anulados. Portanto, item
incorreto.
Vejamos a lição de Ricardo Alexandre e João de Deus:
“A Lei 9.784/1999 não menciona expressamente o princípio do devido processo legal (due process of
law), mas a doutrina entende que ele se aplica tanto ao processo judicial quanto ao processo
administrativo.
Seu fundamento jurídico está no art. 5.º, LIV, da CF: “Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens
sem o devido processo legal”. Segundo a moderna doutrina, em uma acepção adjetiva (formal), o princípio
impõe o dever de respeito às normas legais que regulam o processo administrativo; na sua acepção
substantiva (material) o princípio é a própria sede material dos princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade (comentados no item 14.3.1.4).” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito
Administrativo Esquematizado. 1ª ed. São Paulo: Método, 2015. E-book. P. 726)
“Alguns autores chamam o princípio do formalismo moderado de princípio do “informalismo”. Nesse
sentido, Maria Sylvia Zanella Di Pietro esclarece que “informalismo não significa, nesse caso, ausência
de forma; o processo administrativo é formal no sentido de que deve ser reduzido a escrito e conter
documentado tudo o que ocorre no seu desenvolvimento; é informal no sentido de que não está sujeito a
formas rígidas”.” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo Esquematizado. 1ª ed.
São Paulo: Método, 2015. E-book. P. 729)
“O princípio da eficiência na Administração Pública não estava previsto no texto original da Constituição
de 1988, somente passou a constar no caput do art. 37, com a EC 19/1998 (conhecida como Emenda da
Reforma Administrativa). A eficiência está relacionada à modernização da Administração para a prestação
de serviços públicos com maior rapidez e qualidade. No processo administrativo o princípio da eficiência
é uma diretriz para que sejam adotados mecanismos que possibilitem decisões mais céleres e
convincentes. O princípio é detalhado com mais profundidade no item 4.5.5 do Capítulo 4 desta
obra.” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo Esquematizado. 1ª ed. São Paulo:
Método, 2015. E-book. P. 726)

b) princípio da razoabilidade da duração dos processos não se aplica aos processos administrativos
ampliativos de direitos. – errada.

Em verdade, o princípio da razoabilidade da duração dos processos se aplica tanto aos processos
administrativos ampliativos de direito, quanto aos restritivos de direitos, desde que sejam observadas as
determinações legais. Portanto, item incorreto.
Vejamos a lição de Ricardo Alexandre e João de Deus:
“A Constituição Federal, após a edição da EC 45/2004, que acrescentou o inciso LXXVIII ao art. 5.º,
passou a prever expressamente que a todos, no âmbito administrativo e judicial, são assegurados a
razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
Os princípios ora estudados são intrinsecamente ligados ao do formalismo moderado (estudado no item
14.3.2.4), bem como ao seu corolário, o princípio da instrumentalidade das formas, visto a
seguir.” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo Esquematizado. 1ª ed. São Paulo:
Método, 2015. E-book. P. 731)

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c) princípio da publicidade não autoriza divulgação ampla de informações relativas à intimidade dos
servidores em processos administrativos disciplinares. – certa.

Realmente, o princípio da publicidade não autoriza divulgação ampla de informações relativas à


intimidade dos servidores em processos administrativos disciplinares. Portanto, item correto.
Vejamos a lição de Ricardo Alexandre e João de Deus:
“Esse princípio está previsto no caput do art. 37 da CF/1988. Detalhando-o, a Lei 9.784/1999 estabelece
a exigência de divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na
Constituição (art. 2.º, parágrafo único, V). O referido dispositivo revela que, embora a publicidade dos
atos administrativos seja a regra, há exceções ao princípio, ou seja, há situações excepcionais em que a
necessidade de manutenção sigilo deve preponderar sobre o princípio da publicidade, excetuando-o. São
elas: 1) razões de segurança da sociedade e do Estado (art. 5.º, XXXIII, da CF/1988) e 2) quando houver
lei restringindo a publicidade dos atos processuais em razão da defesa da intimidade ou do interesse
social (art. 5.º, LX, da CF/1988).
Como consequência do princípio da publicidade, o art. 3.º, II, da lei geral inclui entre os direitos do
administrado o de ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de
interessado, ter vista dos autos, obter cópia de documentos neles contidos e conhecer as decisões
proferidas.” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo Esquematizado. 1ª ed. São
Paulo: Método, 2015. E-book. P. 729)

d) princípio da supremacia do interesse público e o regime de sujeição especial autorizam que provas
obtidas por meios não lícitos sejam consideradas em apurações no processo administrativo disciplinar. –
errada.

Em verdade, princípio da supremacia do interesse público e o regime de sujeição especial não acabam
por autorizar que provas obtidas por meios não lícitos sejam consideradas em apurações no processo
administrativo disciplinar. Portanto, item incorreto.
Vejamos a lição de Fernanda Marinela:
“Normalmente, as leis nessa área não detalham as provas possíveis, nem a maneira de realizá-las, não
definindo as condições formais necessárias. Sob esse prisma, a lei garante que serão possíveis todas as
provas produzidas em direito, estando expressamente vedadas as provas ilícitas. Importante lembrar
ainda que a produção de provas é resultado do princípio da ampla defesa, mas esse não é um direito
absoluto, considerando que a prova pode ser recusada quando for ilícita, impertinente, desnecessária,
protelatória ou desproporcional.” (MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo. 10ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2016. E-book. P. 1287).

e) princípio da moralidade autoriza que o servidor acusado da prática de infração disciplinar seja
transferido, cautelarmente, do cargo original de investidura para outro quadro de pessoal, desde que
dentro da mesma pessoa jurídica de direito público interno. – errada.

Em verdade, a situação trazida pelo item não tem previsão legal e tampouco é respaldada pelo princípio
da moralidade. Portanto, item incorreto.
Vejamos a lição de Ricardo Alexandre e João de Deus:
“O art. 37 da Constituição Federal consagra a moralidade como um princípio a ser seguido pela
Administração Pública, o que foi repetido pela Lei que regula o processo administrativo no âmbito federal.
O princípio da moralidade tem como significado o dever de agir com probidade, com honestidade,
respeitando os valores éticos da sociedade. Para maior detalhamento do princípio sugerimos a leitura do
item 4.5.3 do Capítulo 4.” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo Esquematizado.
1ª ed. São Paulo: Método, 2015. E-book. P. 724)

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Questão 12: IDECAN
De acordo com a Lei 9.784/99, o administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem
prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:

I. formular alegações e apresentar documentos, os quais serão objeto de consideração pelo órgão
competente no prazo máximo de 10 (dez) dias;

II. ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus
direitos e o cumprimento de suas obrigações;

III. não haver cobrança por despesas processuais.

Assinale

a) se somente o item I estiver correto.

b) se somente o item II estiver correto.

c) se somente o item III estiver correto.

d) se somente os itens I e III estiverem corretos.

e) se somente os itens II e III estiverem corretos.

GABARITO: B

A questão versa sobre a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, que regula o processo administrativo no
âmbito da Administração Pública Federal. Nesse contexto, os direitos do administrado quando da sua
atuação no processo administrativo estão elencados no art. 3º, da Lei Processual:

Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe
sejam assegurados:
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de
seus direitos e o cumprimento de suas obrigações; (ITEM II)
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter
vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas;
III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de
consideração pelo órgão competente; (ITEM I, não se estabelece um prazo para apreciação das
alegações);
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força
de lei.

Além disso, de fato, não se pode haver cobranças por despesas processuais, porém não se trata de um
direito do administrado, mas de um critério da Administração na condução do processo administrativo.
Vejamos:

Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica,
interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
[...]

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XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei; (ITEM III)

Portanto, somente o item II está correto.

Questão 13: VUNESP


De acordo com a Lei Federal de Processo Administrativo, a Administração Pública deverá obedecer,
dentre outros, o princípio

a) da economicidade.

b) do livre convencimento motivado.

c) da especificação.

d) da finalidade.

e) da supremacia do interesse público.

GABARITO: D

Nos termos da Lei do Processo Administrativo Federal (Lei nº 9.784/99), tem-se que:
“Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica,
interesse público e eficiência.”
Do texto legal, observa-se que a única alternativa que apresenta princípio trazido na Lei nº 9.784/99 é
a letra D (princípio da finalidade), razão pela qual deve ser assinalada.

As demais não apresentam correspondência legal e, portanto, estão incorretas.

a) da economicidade.

b) do livre convencimento motivado.

c) da especificação.

e) da supremacia do interesse público.

Questão 14: FCC


O processo administrativo, nos termos da Lei nº 9.784/99, possui algumas características, expressamente
previstas, que podem diferenciá-lo dos processos judiciais, a exemplo da

a) facultatividade da observância do direito de defesa e do contraditório, que pode ficar para o momento
final, após a decisão.

b) possibilidade de se movimentar de ofício, independentemente de manifestação ou requerimento dos


interessados.

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c) coisa julgada, que demanda concordância das partes para que possa produzir efeitos.

d) instância recursal, que demanda expressa previsão na lei, sob pena de não haver autorização para
tanto.

e) impossibilidade de instrução processual com prova testemunhal, restrita ao processo judicial.

GABARITO: B

Analisemos as opções propostas pela Banca, devendo-se identificar a única que constitua característica
dos processos administrativos, diferenciando-os em relação aos judiciais:

a) Errado:

A observância aos princípios da ampla defesa e do contraditório é requisito de todo e qualquer processo,
sejam os administrativos, sejam os judiciais, conforme art. 5º, LV, da CRFB/88, in verbis:

"Art. 5º (...)
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados
o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;"

No mesmo sentido, ainda, o art. 2º, caput, da Lei 9.784/99, que está citado abaixo, nos comentários à
opção "b", ao se referir aos princípios da ampla defesa e do contraditório.

b) Certo:

De fato, no âmbito do processo administrativo, prevalece o princípio da oficialidade, que o diferencia,


sobremaneira, do processo judicial. No ponto, confira-se a lição externada por José dos Santos Carvalho
Filho:

"O princípio da oficialidade significa que a iniciativa da instauração e do desenvolvimento do processo


administrativo compete à própria Administração. Nesse ponto, há flagrante diferença com o processo
judicial. A relação processual no âmbito judicial é deflagrada por iniciativa da parte:ne procedat iudex ex
officio (art. 2º, CPC). A tutela jurisdicional só pode ser exercida se o interessado adotar as providências
para instaurar o processo judicial."
(CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 26ª ed. São Paulo: Atlas, 2013)

Refira-se que a Lei 9.784/99 é expressa ao contemplar esta característica, como se depreende,
fundamentalmente, dos seguintes dispositivos legais:

"Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica,
interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:

XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;

Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado.

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Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada
de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem
prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias."

c) Errado:

Processos administrativos também fazem coisa julgada, embora sem o caráter de definitividade que
permeia o instituto no âmbito judicial. Isto porque, mesmo após a formação de coisa julgada na esfera
administrativa, a decisão poderá ser impugnada judicialmente, à luz do princípio da inafastabilidade do
controle jurisdicional.

Ademais, não é verdade que a coisa julgada dependa de concordância das partes para que produza
regulares efeitos. A rigor, uma vez formada, as partes passam a se submeter ao que restou decidido,
suportando os efeitos daí decorrentes, independentemente de sua aquiescência. Nada mais esdrúxulo,
com efeito, que o réu, por exemplo, após ser condenado ao pagamento de uma certa soma em dinheiro,
ter que concordar em saldar o débito já reconhecido judicialmente, em decisão transitada em julgado...

d) Errado:

A existência de recursos constitui característica de ambos os processos, judiciais e administrativos. Em


relação a estes últimos, a Lei 9.784/99 é expressa ao estabelecer a possibilidade de até três instâncias
recursais, salvo se houver disposição específica em contrário (prevendo mais ou menos instâncias
recursais). No ponto, é ler o teor do art. 57 do aludido diploma:

"Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas, salvo
disposição legal diversa."

e) Errado:

De novo, os processos administrativos admitem, sim, a oitiva de testemunhas, o que deflui da amplitude
da norma do art. 38 da Lei 9.784/99

"Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos e
pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do
processo.
§ 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e da decisão.
§ 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas pelos
interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias."

Ainda de acordo com José dos Santos Carvalho Filho, ao comentar o princípio da oficialidade, confira-se,
a este respeito:

"Esse princípio permite aos agentes administrativos encarregados do processo várias formas de atuação
ex officio, como a tomada de depoimentos, a inspeção em locais e bens, a adoção de diligências, tudo
enfim que seja necessário para a conclusão do processo."
(Ob. cit)

Questão 15: FCC


A atuação da Administração pública é informada por princípios inerentes ao regime jurídico administrativo,
alguns expressamente previstos na Constituição da República, outros previstos em legislação específica,

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como a Lei nº 9.784, de 1999 (Lei do Processo Administrativo Federal), entre os quais se insere o princípio
da

a) eficiência, que passou a constituir corolário da atuação da Administração a partir da edição da Emenda
Constitucional nº 20/1998, o que autoriza o afastamento de outros mandamentos constitucionais em prol
da sua prevalência.

b) legalidade, considerado um princípio prevalente sobre os demais, de forma que o ato discricionário
praticado de acordo com os critérios fixados em lei dispensa a motivação.

c) razoabilidade, cuja aplicação circunscreve os limites da discricionariedade administrativa,


demandando a adequada relação entre os meios aplicados e a finalidade pública a ser alcançada.

d) proporcionalidade, que predica o menor sacrifício possível a direitos individuais, interditando a prática
de restrições ou limitações de direitos subjetivos sob o pretexto de proteção do interesse coletivo.

e) supremacia do interesse público, cuja invocação, in concreto, afasta a aplicação de outros princípios
secundários, como o da publicidade e da motivação.

GABARITO: C

A razoabilidade é princípio que veda que a Administração utilize de meios não adequados ou
proporcionais.

Abaixo, os erros:

a) eficiência, que passou a constituir corolário da atuação da Administração a partir da edição da


Emenda Constitucional nº 20/1998, o que autoriza o afastamento de outros mandamentos
constitucionais em prol da sua prevalência.

Primeiro que foi com a EC 19. Segundo que não há hierarquia entre princípios.

b) legalidade, considerado um princípio prevalente sobre os demais, de forma que o ato


discricionário praticado de acordo com os critérios fixados em lei dispensa a motivação.

Não há hierarquia entre princípios.

d) proporcionalidade, que predica o menor sacrifício possível a direitos individuais, interditando


a prática de restrições ou limitações de direitos subjetivos sob o pretexto de proteção do interesse
coletivo.

Com a proporcionalidade, é conferido ao administrador restringir ou limitar direitos subjetivos. Os meios,


no entanto, não podem ser excessivos.

e) supremacia do interesse público, cuja invocação, in concreto, afasta a aplicação de outros


princípios secundários, como o da publicidade e da motivação.

A supremacia não é um supraprincípio.

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Questão 16: FGV
Os atos administrativos devem ser precedidos de um processo formal que justifica sua prática e serve de
base para sua legitimidade, documentando todas as etapas até a formação válida da atuação da
Administração Pública.

Nesse contexto, a Lei nº 9.784/99 estabelece que, nos processos administrativos, será observado, entre
outros, o critério de:

a) obrigatoriedade de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar, sob pena de
nulidade absoluta por violação à Constituição da República de 1988;

b) interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a
que se dirige, permitida aplicação retroativa de nova interpretação;

c) impulsão procedimental pelos interessados, vedada a atuação de ofício pela própria Administração
Pública

d) divulgação oficial dos atos administrativos, vedada qualquer hipótese de sigilo;

e) proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei.

GABARITO: E

É o que prevê o inc. XI do parágrafo único do art. 2º da lei:

Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica,
interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
(...)
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;

Fica só o registro de que, para o STF, não é permitida a garantia de instância, ou seja, forçar o interessado
a pagar para poder recorrer administrativamente.

Os demais itens estão errados:

Na letra A, a Súmula vinculante 5 do STF dispõe que não há necessidade de presença de advogado,
enfim, de defesa técnica.

Na letra B, é vedada a interpretação retroativa, como aplicação do princípio da segurança jurídica.

Na letra C, a Administração Pública pode atuar por provocação, como funciona o Poder Judiciário. E
também de ofício, o chamado princípio da oficialidade.

Na letra D, há atos sigilosos, como os atinentes à segurança nacional.

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Questão 17: FCC
Plínio, administrado que se encontra em condição de interessado em processo administrativo, deseja ver
referido processo no qual consta como réu, bem como tirar cópia dos autos. Em conformidade com a Lei
Federal nº 9.784/1999, que regula o Processo Administrativo no âmbito da Administração Pública Federal,
Plínio

a) possui direito de ter vista dos autos, porém, para obter cópias de documentos neles contidos, faz-se
obrigatória a assistência por advogado, já que para tal ato é sempre necessária a representação.

b) possui direito de ter vista dos autos e de obter cópias de documentos neles contidos, fazendo-se
assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei.

c) não pode ter vista dos autos, tampouco obter cópias de documentos nele contidos sem a assistência
obrigatória de um advogado, já que para tais atos é sempre necessária a representação.

d) possui direito de ter vista dos autos e de obter cópias de documentos neles contidos, fazendo-se
assistir, facultativamente, por advogado, ressalvado o direito de conhecer as decisões proferidas, ato este
que obriga sempre a assistência de um advogado, por meio de representação.

e) possui direito de ter vista dos autos e de obter cópias de documentos neles contidos, fazendo-se
assistir, facultativamente, por advogado, sem, contudo, poder formular alegações e apresentar
documentos antes da decisão, já que para tanto é sempre obrigatória a assistência de um advogado, por
meio de representação.

GABARITO: B

A questão versa sobre a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, que regula o processo administrativo no
âmbito da Administração Pública Federal. Nesse contexto, Plínio, na condição de interessado, possui
direito de ter vista dos autos e de obter cópias de documentos neles contidos, conforme o art. 46, caput,
da Lei Processual:

Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias reprográficas
dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos
por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem.

Além disso, Plínio poderá fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a
representação, de acordo o art. 3º, inciso

Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que
lhe sejam assegurados:
[...]
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação,
por força de lei.

Analisando as demais alternativas, temos o seguinte:

a) possui direito de ter vista dos autos, porém, para obter cópias de documentos neles contidos,
faz-se obrigatória a assistência por advogado, já que para tal ato é sempre necessária a
representação.

Incorreto. A assistência técnica por advogado não é obrigatória, mas, sim, uma faculdade, salvo se a lei
assim determinar, conforme demonstramos acima.

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c) não pode ter vista dos autos, tampouco obter cópias de documentos nele contidos sem a
assistência obrigatória de um advogado, já que para tais atos é sempre necessária a
representação.

Incorreto. Pode, sim, na condição de interessado, ter vista e obter cópias do processo. Além disso, a
assistência técnica por advogado não é obrigatória, mas, sim, uma faculdade, salvo se a lei assim
determinar.

d) possui direito de ter vista dos autos e de obter cópias de documentos neles contidos, fazendo-
se assistir, facultativamente, por advogado, ressalvado o direito de conhecer as decisões
proferidas, ato este que obriga sempre a assistência de um advogado, por meio de representação.

Incorreto. O conhecimento das decisões proferidas não exige advogado e é um direito do interessado,
conforme o art. 3º, inciso II, da Lei Processual:

Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe
sejam assegurados:
[...]
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter
vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas;

e) possui direito de ter vista dos autos e de obter cópias de documentos neles contidos, fazendo-
se assistir, facultativamente, por advogado, sem, contudo, poder formular alegações e apresentar
documentos antes da decisão, já que para tanto é sempre obrigatória a assistência de um
advogado, por meio de representação.

Incorreto. Pelos princípios da ampla defesa e do contraditório, mesmo sem advogado, o interessado
poderá formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, conforme o art. 3º, inciso III, da
Lei Federal:

Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe
sejam assegurados:
[...]
III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de
consideração pelo órgão competente;

Questão 18: VUNESP


Nos termos da lei de processo administrativo federal, é dever do administrado

a) prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos.

b) formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração
pelo órgão competente.

c) ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha condição de interessado.

d) fazer-se assistir por advogado, sendo obrigatória a representação por força de lei.

e) facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações.

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GABARITO: A

a) prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos. – certa.

A alternativa encontra respaldo na Lei de processo administrativo federal (Lei nº 9.784/99). Portanto,
correta, devendo ser assinalada. Vejamos o texto legal:

“Art. 4º São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato
normativo:
I - expor os fatos conforme a verdade;
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
III - não agir de modo temerário;
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos.”

b) formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração
pelo órgão competente. – errada.

Na verdade, a alternativa traz um direito do administrado e não um dever, como é solicitado pelo
enunciado da questão. Portanto, incorreta, não devendo ser assinalada. Vejamos o art. 3º da Lei processo
administrativo federal (Lei nº 9.784/99) que traz os direitos dos administrados:

“Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe
sejam assegurados:
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus
direitos e o cumprimento de suas obrigações;
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter
vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas;
III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração
pelo órgão competente;
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força
de lei.”

c) ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha condição de interessado. –
errada.

Na verdade, a alternativa traz um direito do administrado e não um dever, como é solicitado pelo
enunciado da questão. Portanto, incorreta, não devendo ser assinalada. Vejamos o art. 3º da Lei processo
administrativo federal (Lei nº 9.784/99) que traz os direitos dos administrados:

“Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe
sejam assegurados:
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus
direitos e o cumprimento de suas obrigações;
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter
vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas;
III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração
pelo órgão competente;
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força
de lei.”

d) fazer-se assistir por advogado, sendo obrigatória a representação por força de lei. – errada.

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Na verdade, a alternativa traz um direito do administrado e não um dever, como é solicitado pelo
enunciado da questão. Ademais, o direito de ser assistido por advogado, no processo administrativo, não
é obrigatório, como traz a alternativa. Portanto, incorreta, não devendo ser assinalada. Vejamos o art. 3º
da Lei processo administrativo federal (Lei nº 9.784/99) que traz os direitos dos administrados:

“Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe
sejam assegurados:
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força
de lei.”

e) facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações. – errada.

Na verdade, a alternativa traz um direito do administrado e não um dever, como é solicitado pelo
enunciado da questão. Portanto, incorreta, não devendo ser assinalada. Vejamos o art. 3º da Lei processo
administrativo federal (Lei nº 9.784/99) que traz os direitos dos administrados:

“Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe
sejam assegurados:
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus
direitos e o cumprimento de suas obrigações;”

Questão 19: CEBRASPE (CESPE)


Tendo como referência as disposições da Lei n.º 9.784/1999 e da Lei n.º 8.666/1993, julgue o item
subsequente.

Processo administrativo somente será iniciado mediante pedido de interessado, sendo vedado à
administração iniciá-lo de ofício, em respeito ao princípio da impessoalidade.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

Segundo a Lei 9784/99, em termos de instauração, o processo pode ser iniciado pela própria
Administração (instauração de ofício) ou em razão de provocação do interessado, sendo o
requerimento feito pelo particular e, salvo os casos em que for admitida solicitação oral, deve ser
formulado por escrito.

Art. 5º O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado.

Questão 20: VUNESP


No processo administrativo regido pela Lei nº 9.784/1999, quando necessitar ser ouvido um órgão
consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou
comprovada necessidade de maior prazo. Todavia, se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser
emitido no prazo fixado, o processo

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a) será anulado, devendo ser instaurado um novo processo, responsabilizando-se o servidor pelo atraso.

b) terá seu regular prosseguimento, abrindo-se vista à defesa para a devida manifestação sobre a
matéria.

c) será suspenso pelo prazo de 30 dias para o órgão consultivo apresentar o parecer, sob pena de
responsabilidade administrativa do servidor que não cumpriu com a obrigação.

d) não terá seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso.

e) terá seu regular prosseguimento, facultando-se às partes apresentar parecer particular sobre a matéria
em discussão.

GABARITO: D

A questão versa sobre a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, que regula o processo administrativo no
âmbito da Administração Pública Federal. Nesse contexto, se um parecer obrigatório e vinculante deixar
de ser emitido no prazo fixado, o processo não terá seguimento até a respectiva apresentação,
responsabilizando-se quem der causa ao atraso, conforme determina o art. 42, § 1º, da Lei Processual:

Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no
prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo.
§ 1º Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo não
terá seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso.

Analisando os demais itens, temos o seguinte:

a) será anulado, devendo ser instaurado um novo processo, responsabilizando-se o servidor pelo
atraso.

Incorreto. Não há necessidade de anulação, uma vez que a própria lei autoriza que se aguarde a
publicação do parecer.

b) terá seu regular prosseguimento, abrindo-se vista à defesa para a devida manifestação sobre
a matéria.

Incorreto. O processo somente terá prosseguimento se o parecer não for vinculante, sendo decidido com
sua dispensa. Vejamos:

Art. 42. [...]


§ 2º Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo
poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de
quem se omitiu no atendimento.

c) será suspenso pelo prazo de 30 dias para o órgão consultivo apresentar o parecer, sob pena
de responsabilidade administrativa do servidor que não cumpriu com a obrigação.

Incorreto. Não há previsão de suspensão do processo, devendo ocorrer somente após a sua emissão,
se for vinculante, ou terá seu prosseguimento assegurado se não for vinculante.

e) terá seu regular prosseguimento, facultando-se às partes apresentar parecer particular sobre a
matéria em discussão.

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Incorreto. Não há previsão de apresentação de parecer particular sobre a matéria.

Questão 21: CEBRASPE (CESPE)


À luz da legislação aplicável e do entendimento dos tribunais superiores, assinale a opção correta a
respeito das regras de processo administrativo e de processo administrativo disciplinar (PAD).

a) O desligamento de servidor temporário afasta a imposição de PAD decorrente de ato por ele cometido
no exercício do cargo.

b) A instauração de PAD derivado de falta disciplinar praticada por servidor efetivo cedido é de
competência exclusiva do órgão público de origem a que estiver vinculado o servidor.

c) A decadência administrativa se aplica mesmo na hipótese de o ato a ser anulado afrontar diretamente
a CF.

d) No caso de a matéria do processo administrativo envolver assunto de interesse geral e ser aberta
consulta pública para manifestação de terceiros, o comparecimento à consulta conferirá a condição de
interessado do processo.

e) Em processo administrativo, havendo a exigência de apresentação, por órgão consultivo, de parecer


obrigatório e vinculante, o processo não terá seguimento até a apresentação do respectivo parecer.

GABARITO: E

No essencial, dispõe o art. 42 da lei:

Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no
prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo.

§ 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo não terá
seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso.
§ 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo poderá
ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu
no atendimento.

Os demais itens estão errados:

a) O desligamento de servidor temporário afasta a imposição de PAD decorrente de ato por ele cometido
no exercício do cargo.

Qualquer penalidade depende da observância do contraditório e da ampla defesa. O PAD, usado aí pela
banca, é o sentido amplo da palavra, de forma a abranger, inclusive, as sindicâncias. O temporário pode
vir a responder à sindicância e perder a função.

b) A instauração de PAD derivado de falta disciplinar praticada por servidor efetivo cedido é de
competência exclusiva do órgão público de origem a que estiver vinculado o servidor.

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A instauração do PAD pode ser pelo órgão onde se encontra o servidor, agora o julgamento é feito pelo
órgão de sua origem.

Despacho Decor/CGU/AGU nº 10/2008-JD: “10. De toda sorte, a competência para julgar processo
administrativo disciplinar envolvendo servidor cedido a outro órgão ou instituição só pode ser da
autoridade a que esse servidor esteja subordinado em razão do cargo efetivo que ocupa, ou seja, da
autoridade competente no âmbito do órgão ou instituição cedente. 11. Essa competência decorre do
princípio da hierarquia que rege a Administração Pública, em razão do qual não se pode admitir que o
servidor efetivo, integrante do quadro funcional de um órgão ou instituição, seja julgado por autoridade de
outro órgão ou instituição a que esteja apenas temporariamente cedido. 12. É fato que o processo
administrativo disciplinar é instaurado no âmbito do órgão ou instituição em que tenha sido praticado o
ato antijurídico. Entretanto, tão logo concluído o relatório da comissão processante, deve-se encaminhá-
lo ao titular do órgão ou instituição cedente para julgamento.”

c) A decadência administrativa se aplica mesmo na hipótese de o ato a ser anulado afrontar diretamente
a CF.

Atos inconstitucionais não se sujeitam a prazo decadencial ou prescricional.

d) No caso de a matéria do processo administrativo envolver assunto de interesse geral e ser aberta
consulta pública para manifestação de terceiros, o comparecimento à consulta conferirá a condição de
interessado do processo.

Não confere, na verdade. Vejamos:

Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente poderá,
mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de terceiros, antes da
decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada.

§ 1o A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios oficiais, a fim de que pessoas
físicas ou jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de alegações escritas.
§ 2o O comparecimento à consulta pública não confere, por si, a condição de interessado do processo,
mas confere o direito de obter da Administração resposta fundamentada, que poderá ser comum a todas
as alegações substancialmente iguais.

Questão 22: VUNESP


No que concerne à instrução do Processo Administrativo, é correto afirmar, nos termos da Lei nº
9.784/99:

a) a atividade de instrução destinada a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão


deve realizar-se exclusivamente por impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do
direito dos interessados de propor atuações probatórias.

b) mesmo que a matéria do processo envolva assunto de interesse geral, é vedado ao órgão competente
abrir período de consulta pública para manifestação de terceiros.

c) quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na
própria Administração responsável pelo processo, este deverá encaminhar as respectivas cópias, não
competindo ao órgão público responsável pela instrução prover a obtenção dos documentos.

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d) quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessado forem necessários à apreciação
de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respectiva
apresentação implicará arquivamento do processo.

e) o órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final elaborará relatório final,
esclarecendo e fundamentando sua decisão, promovendo o respectivo arquivamento do processo sem a
análise de mérito.

GABARITO: D

No que concerne à instrução do Processo Administrativo, é correto afirmar, nos termos da Lei nº
9.784/99:

a) a atividade de instrução destinada a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de


decisão deve realizar-se exclusivamente por impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo
do direito dos interessados de propor atuações probatórias.

ERRADO. As atividades de instrução podem ser realizadas de ofício ou por impulsão.

Veja o art. 29 da Lei:

Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada
de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem
prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias.

b) mesmo que a matéria do processo envolva assunto de interesse geral, é vedado ao órgão competente
abrir período de consulta pública para manifestação de terceiros.

ERRADO. Se a matéria envolver assunto de interesse geral, é permitido ao órgão abrir período de
consulta pública.

Veja o art. 31 da Lei:

Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente
poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de
terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada.

c) quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na
própria Administração responsável pelo processo, este deverá encaminhar as respectivas cópias, não
competindo ao órgão público responsável pela instrução prover a obtenção dos documentos.

ERRADO. Nesse caso, o órgão deve instruir de ofício a obtenção dos referidos documentos.

São os termos do art. 37:

Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes
na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão
competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas
cópias.

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d) quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessado forem necessários à apreciação
de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respectiva
apresentação implicará arquivamento do processo.

CERTO. A alternativa representa os termos do art. 40 da Lei.

Veja:

Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessado forem necessários à
apreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a
respectiva apresentação implicará arquivamento do processo.

e) o órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final elaborará relatório final,
esclarecendo e fundamentando sua decisão, promovendo o respectivo arquivamento do processo sem a
análise de mérito.

ERRADO. Alternativa contraia o art. 47 da Lei:

Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final elaborará relatório
indicando o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta de
decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade competente.

Questão 23: CONSULPLAN


O processo administrativo rege-se por normas de cunho constitucional, sendo balizado, ainda, por
normativos infra, aplicáveis ao órgão e esfera respectivos. No que se refere aos princípios e normas
aplicáveis ao processo administrativo, é correto concluir que:

a) A ocorrência de coisa julgada formal no processo administrativo não implica a existência de coisa
julgada material.

b) A desistência do interessado do pedido formulado, após iniciada a prática de atos processuais, é


vedada quando houver outros interessados, tendo em vista a extensão de seus efeitos.

c) A atuação da Administração Pública nos processos internos implica a mitigação do princípio da


Impessoalidade, previsto no artigo 37 da Constituição Federal, situação diametralmente oposta do que
ocorre no processo administrativo externo, no qual o ente sequer está diretamente envolvido no conflito
sobre o qual decide.

d) De acordo com a lei que regula o processo administrativo, o princípio da motivação da decisão implica
que o julgador aponte os fundamentos legais e normativos que lastreiam sua decisão, atrelando-os aos
fatos apreciados, sendo insuficiente mera menção a textos legais, exceto quando se tratar de rejeição
implícita, esta compreendida quanto a pedidos que impliquem evidente prejuízo à Administração Pública.

GABARITO: A

a) A ocorrência de coisa julgada formal no processo administrativo não implica a existência de coisa
julgada material.

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Questão bem interessante. Sabemos que o instituto da coisa julgada é uma das aplicações do principio
geral da segurança jurídica. E, numa visão mais apressada, o concurseiro identifica a coisa julgada como
aquela produzida pelo Poder Judiciário, como se fosse algo exclusivo pelo lado de lá. Ocorre que também
temos a definitividade no âmbito da Administração, a coisa julgada administrativa. Só que esta tem um
colorido diferenciado, só produz efeitos internos à Administração, sendo nominada de coisa julgada
formal. Ou seja, suscetível de revisão na esfera do Poder Judiciário.

Os demais itens estão errados:

b) A desistência do interessado do pedido formulado, após iniciada a prática de atos processuais, é


vedada quando houver outros interessados, tendo em vista a extensão de seus efeitos.

Confira:

Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do pedido
formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.
§ 1o Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a tenha formulado.
§ 2o A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o prosseguimento do
processo, se a Administração considerar que o interesse público assim o exige.
Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida sua finalidade ou o
objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente.

Admite-se sim a desistência, o que não impede, claro, de o processo prosseguir no interesse da
Administração.

c) A atuação da Administração Pública nos processos internos implica a mitigação do princípio da


Impessoalidade, previsto no artigo 37 da Constituição Federal, situação diametralmente oposta do que
ocorre no processo administrativo externo, no qual o ente sequer está diretamente envolvido no conflito
sobre o qual decide.

Mitigação é redução. Sério isso? Você acha que, no interior da Administração, mitiga-se a
impessoalidade? De forma alguma. É princípio obrigatório interna ou externamente.

d) De acordo com a lei que regula o processo administrativo, o princípio da motivação da decisão implica
que o julgador aponte os fundamentos legais e normativos que lastreiam sua decisão, atrelando-os aos
fatos apreciados, sendo insuficiente mera menção a textos legais, exceto quando se tratar de rejeição
implícita, esta compreendida quanto a pedidos que impliquem evidente prejuízo à Administração Pública.

Não é bem assim! De fato, a mera citação legal não é um motivo suficiente. A Administração deve ser
clara, embora objetiva. Mas a mera citação legal não é, por vezes, suficiente para que o administrado
exerça o contraditório e a ampla defesa. O erro maior, no entanto, está no fato de que rejeição implícita,
que implique prejuízo à Administração. Inclusive, neste caso, requer-se a devida motivação.

Questão 24: CEBRASPE (CESPE)


Acerca do acesso à informação, dos servidores públicos e do processo administrativo no âmbito federal,
julgue o item que se segue.

Caso edite ato administrativo que remova, de ofício, um servidor público federal e, posteriormente,
pretenda revogar esse ato administrativo, a autoridade pública deverá explicitar os motivos de sua
segunda decisão, com a indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos.

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( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

A Administração tem o dever de motivar seus atos, sejam eles discricionários, sejam vinculados. Assim,
em regra, a validade do ato administrativo depende do caráter prévio ou da concomitância da motivação
pela autoridade que o proferiu com relação ao momento da prática do próprio ato.

Nesse contexto, observemos o art. 50 da Lei 9.784/1999, o qual determina ser necessária a motivação
dos atos administrativos, como os que:
“I – imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções,
II – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos,
propostas e relatórios oficiais, e
III – importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.”
Portanto, embora a revogação seja ato discricionário, a lei impõe a devida motivação.

Questão 25: VUNESP


A Lei Federal no 9.784/99, que trata do Processo Administrativo, determina que: “quando a matéria do
processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho motivado,
abrir período de consulta pública para manifestação de terceiros...”. Sobre a consulta pública para os fins
previstos na referida Lei, é correto afirmar que

a) é uma característica da consulta pública a facultatividade, pois a Administração Pública não é obrigada
a abrir período de consulta sempre que a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, mas
nada impede que lei especial a preveja em caráter obrigatório.

b) a ausência de prejuízo para a parte interessada deve ser interpretada de forma ampla e irrestrita e,
nomeadamente, em relação ao prejuízo à celeridade do processo, quando já se sabe que ele se
encaminha para um resultado harmonizado entre as partes.

c) a motivação é uma prerrogativa da Administração Pública, pois o despacho que justifica a realização
de consulta pública não precisa ser acompanhado da explicitação do fundamento de interesse geral.

d) a abertura de consulta pública não precisa ser objeto de divulgação pelos meios oficiais, mas é
necessário fixar prazos para o oferecimento de alegações escritas.

e) a Administração Pública não pode impedir o acesso aos autos, objeto de consulta pública, sem
restrições a informações neles contidas, no que diz respeito aos direitos constitucionais.

GABARITO: A

A Lei Federal nº 9.784/99, que trata do Processo Administrativo, determina que: “quando a matéria do
processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho motivado,
abrir período de consulta pública para manifestação de terceiros...”. Sobre a consulta pública para os fins
previstos na referida Lei, é correto afirmar que

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a) é uma característica da consulta pública a facultatividade, pois a Administração Pública não é obrigada
a abrir período de consulta sempre que a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, mas
nada impede que lei especial a preveja em caráter obrigatório.

CERTO. A consulta pública é uma faculdade da Administração.

Nos termos do art. 31 da Lei, a Administração poderá abrir consulta pública mediante despacho
motivado:

Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão
competente poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para
manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada.

Dessa forma, a lei posterior que vier a alterar a Lei nº 9.784/99 pode alterar o texto do art. 31, e trazer a
obrigatoriedade da consulta, sem prejuízo dos atos já praticados.

Além disso, a obrigatoriedade de consulta pública já é prevista em outros atos normativos, como, por
exemplo, no art. 39 da Lei nº 8.666/93.

Veja:

Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um conjunto de licitações
simultâneas ou sucessivas for superior a 100 (cem) vezes o limite previsto no art. 23, inciso I,
alínea "c" desta Lei, o processo licitatório será iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência
pública concedida pela autoridade responsável com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da
data prevista para a publicação do edital, e divulgada, com a antecedência mínima de 10 (dez) dias úteis
de sua realização, pelos mesmos meios previstos para a publicidade da licitação, à qual terão acesso e
direito a todas as informações pertinentes e a se manifestar todos os interessados.

Logo, item correto.

b) a ausência de prejuízo para a parte interessada deve ser interpretada de forma ampla e irrestrita e,
nomeadamente, em relação ao prejuízo à celeridade do processo, quando já se sabe que ele se
encaminha para um resultado harmonizado entre as partes.

ERRADO. O prejuízo para a parte deve ser sempre contraposto à finalidade pública perquirida pela
Administração.

Dessa forma, a interpretação deve se dar de forma restrita, pois os interesses da parte não podem ser
mais relevantes que a observância dos princípios constitucionais administrativos, caso em que a
audiência será realizada se for o ato mais vantajoso ao interesse público, mesmo que em prejuízo à parte
interessada.

Portanto, item incorreto.

c) a motivação é uma prerrogativa da Administração Pública, pois o despacho que justifica a realização
de consulta pública não precisa ser acompanhado da explicitação do fundamento de interesse geral.

ERRADO. A motivação é a exposição dos motivos do ato.

Dessa forma, o despacho deve ser fundamentado, de forma a indicar os pressupostos de fato e de direito
que sustentam a realização ou não da audiência.

Desse modo, item incorreto.

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d) a abertura de consulta pública não precisa ser objeto de divulgação pelos meios oficiais, mas é
necessário fixar prazos para o oferecimento de alegações escritas.

ERRADO. A alternativa contraria os termos do art. 31, §1º da Lei.

Nesse sentido, é obrigatória a divulgação da consulta pública pelos meios oficiais.

Veja:

Art. 31, § 1º A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios oficiais, a fim de
que pessoas físicas ou jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de
alegações escritas.

Portanto, item incorreto.

e) a Administração Pública não pode impedir o acesso aos autos, objeto de consulta pública, sem
restrições a informações neles contidas, no que diz respeito aos direitos constitucionais.

ERRADO. Havendo justificativa fundamentada, a Administração pode restringir as informações contidas


nos autos que resguardem direitos constitucionais, como o direito à intimidade, à imagem, entre outros.

Portanto, item incorreto.

Questão 26: VUNESP

Considerando a Lei nº 9.784/99 – que regula o processo administrativo no âmbito da Administração


Pública Federal – e a jurisprudência firmada pelo Superior Tribunal de Justiça sobre processo
administrativo disciplinar, é correto afirmar que

a) não é permitida a “prova emprestada” no processo administrativo disciplinar, ainda que autorizada pelo
juízo que produziu a prova.

b) o excesso de prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar só causa nulidade se


houver demonstração de prejuízo à defesa.

c) ainda que os pedidos de uma pluralidade de interessados tenham conteúdo e fundamentos idênticos,
não poderão ser formulados em um único requerimento.

d) a competência é renunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria.

e) as decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-
se-ão editadas pelo delegante.

GABARITO: B

a) não é permitida a “prova emprestada” no processo administrativo disciplinar, ainda que autorizada pelo
juízo que produziu a prova. – errada.
Em verdade, de acordo com o entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça é permitida a prova
emprestada em processo administrativo disciplinar. Portanto, alternativa incorreta.

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Vejamos o teor da Súmula:
“Súmula 591 do STJ: É permitida a prova emprestada no processo administrativo disciplinar, desde que
devidamente autorizada pelo juízo competente e respeitados o contraditório e a ampla defesa.”

b) o excesso de prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar só causa nulidade se


houver demonstração de prejuízo à defesa. – certa.
Realmente, de acordo com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça o excesso de prazo para a
conclusão do processo administrativo disciplinar só causa nulidade se houver demonstração de prejuízo
à defesa. Portanto, alternativa correta.
Vejamos o texto da Súmula nº 592 do STJ:
“Súmula 592 do STJ: O excesso de prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar só
causa nulidade se houver demonstração de prejuízo à defesa.”

c) ainda que os pedidos de uma pluralidade de interessados tenham conteúdo e fundamentos


idênticos, não poderão ser formulados em um único requerimento. – errada.
De acordo com a Lei nº 9.784/99, quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem
conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formulados em um único requerimento, salvo preceito
legal em contrário. Assim sendo, alternativa incorreta.
Vejamos o texto legal:
“Art. 8º Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem conteúdo e fundamentos
idênticos, poderão ser formulados em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário.”

d) a competência é renunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como
própria. – errada.
A alternativa ora analisada encontra-se em desacordo com a previsão do art. 11 da Lei nº 9.784/99.
Portanto, incorreta.
Vejamos o texto legal:
“Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como
própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.”

e) as decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-
se-ão editadas pelo delegante. – errada.
De acordo com a Lei nº 9.784/99, as decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente
esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado. Portanto, alternativa incorreta.
Vejamos o texto legal:
“Art. 14. (...)
§ 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-
se-ão editadas pelo delegado.”

Questão 27: VUNESP


Nos termos da Lei que regula o Processo Administrativo, Lei n° 9.784/99, os atos administrativos deverão
ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando

a) decorrerem de reexame de ofício.

b) reconhecerem ou ampliarem direitos ou interesses dos administrados.

c) decidirem processos administrativos, independentemente do objeto.

d) forem baseados em pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais.

e) aplicarem jurisprudência firmada desfavorável ao administrado.

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GABARITO: A

A questão versa sobre a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, que regula o processo administrativo no
âmbito da Administração Pública Federal. Nesse contexto, os atos administrativos deverão ser motivados,
com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando implicar nas hipóteses elencadas no art.
50, e incisos, da Lei Processual:

Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos
jurídicos, quando:

I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; (LETRA B)


II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; (LETRA C)
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício; (LETRA A)
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão (LETRA E) ou discrepem de
pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; (LETRA D)
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.

Questão 28: VUNESP


Para a Lei Federal no 9.784, de 29 de janeiro de 1999 (regula o processo administrativo no âmbito da
Administração Pública Federal), o conceito de capacidade, para fins de processo administrativo,

a) não é definido, sendo necessário valer-se do conceito estabelecido no Código Civil Brasileiro.

b) refere-se expressamente aos maiores de 18 anos, salvo previsão especial em ato normativo próprio.

c) não está definido, vigendo o conceito que se encontrar estabelecido no Código Penal Brasileiro.

d) refere-se expressamente aos maiores de 18 anos, independentemente de previsão em ato normativo


próprio.

e) aplica-se a regra do Direito Civil, salvo se a transgressão também for prevista como crime.

GABARITO: B

O conceito de capacidade na Lei nº 9.784/99 está no em seu artigo 10:

Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos, ressalvada
previsão especial em ato normativo próprio.

Sendo assim, vamos às alternativas:

a) não é definido, sendo necessário valer-se do conceito estabelecido no Código Civil Brasileiro.
ERRADA.

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Conforme vimos, o conceito de capacidade é definido sim pela Lei, não precisando valer-se do
estabelecido no Código Civil.

b) refere-se expressamente aos maiores de 18 anos, salvo previsão especial em ato normativo
próprio.
CORRETA, aqui está a resposta.

c) não está definido, vigendo o conceito que se encontrar estabelecido no Código Penal Brasileiro.
ERRADA.

Conforme vimos, o conceito de capacidade é definido sim pela Lei, não precisando valer-se do
estabelecido no Código Penal.

d) refere-se expressamente aos maiores de 18 anos, independentemente de previsão em ato


normativo próprio.
ERRADA. A previsão em ato normativo próprio deve ser observada para fins do conceito de capacidade.

Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos, ressalvada
previsão especial em ato normativo próprio.

e) aplica-se a regra do Direito Civil, salvo se a transgressão também for prevista como crime.
ERRADA.

Como já dito, a Lei 9.784/99 traz a definição do conceito de capacidade, não se utilizando o Código Civil
para isso.

Questão 29: CEBRASPE (CESPE)


Acerca da licitação e do processo administrativo no âmbito da administração pública federal, julgue o
seguinte item.

O processo administrativo pode ser iniciado de ofício ou a requerimento do interessado, devendo tal
requerimento ser formulado por escrito, ressalvados os casos em que se admitir a solicitação oral.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

A questão versa sobre a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, que regula o processo administrativo no
âmbito da Administração Pública Federal. Nesse contexto, de fato, o processo administrativo pode ser
iniciado de ofício (devido ao princípio do impulso oficial ou da oficialidade) ou a requerimento do
interessado, conforme o art. 5º, da Lei Processual:

Art. 5º O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado.


Além disso, permite-se a solicitação oral, como exceção, porém a regra é a formulação do pedido por
escrito, conforme o art.

366
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Art. 6º O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação oral,
deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:

I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;


II - identificação do interessado ou de quem o represente;
III - domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações;
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos;
V - data e assinatura do requerente ou de seu representante.

Questão 30: FCC


Na fase de instrução de um determinado processo administrativo que envolvia assunto de interesse geral,
o órgão competente abriu período de consulta pública para manifestação de terceiros, antes da decisão
do pedido. Considerando a Lei Federal nº 9.784/1999, tal consulta é possível,

a) não havendo necessidade de justificativa escrita no processo, devendo ser divulgada pelos meios
oficiais, a fim de que pessoas físicas possam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de
alegações escritas. Se houver prejuízo para a parte interessada, o terceiro responsável que compareceu
à consulta fica sujeito ao pagamento de indenização por danos causados decorrentes de suas alegações.

b) pois se trata de assunto de interesse geral, não havendo necessidade de justificativa escrita no
processo, devendo ser divulgada pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas possam
examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de alegações escritas. O comparecimento a essa
consulta confere ao terceiro, por si, a condição de interessado no processo, devendo ele acompanhá-lo,
por representação, até a sua extinção.

c) desde que aberta mediante despacho motivado, se não houver prejuízo para a parte interessada,
devendo ser divulgada pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas possam examinar
os autos, fixando-se prazo para oferecimento de alegações escritas. O comparecimento a essa consulta
não confere, por si, a condição de interessado no processo.

d) não havendo necessidade de justificativa escrita no processo, tampouco de divulgação em meios


oficiais, tendo em vista que, por se tratar de assunto de interesse geral, os interessados devem
acompanhar o andamento dos autos, dando-se por citados quando da fixação do prazo para oferecimento
de alegações escritas. O comparecimento a essa consulta confere ao terceiro, por si, a condição de
interessado no processo, devendo ele acompanhá-lo, por representação, até a sua extinção.

e) desde que aberta mediante despacho motivado e divulgada pelos meios oficiais, a fim de que
organizações e associações legalmente reconhecidas possam examinar os autos, fixando-se o prazo
para oferecimento de alegações escritas. O comparecimento a essa consulta confere ao terceiro, por si,
a condição de interessado no processo, devendo ele acompanhá-lo, por representação, até a sua
extinção.

GABARITO: C

A questão versa sobre a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, que regula o processo administrativo no
âmbito da Administração Pública Federal. Nesse contexto, a consulta pública deve ocorrer quando o
processo administrativo versar sobre matéria de interesse geral, podendo ser aberta desde mediante
despacho motivado, se não houver prejuízo para a parte interessada, conforme o art. 31, da Lei
Processual

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Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente
poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de
terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada.

Ademais, a consulta deve ser divulgada pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas
possam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de alegações escritas, conforme o art.
31, § 1º, da Lei Federal:

Art. 31. [...]


§ 1º A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios oficiais, a fim de que
pessoas físicas ou jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de
alegações escritas.

Por fim, é importante ressaltar que o comparecimento a essa consulta não confere, por si, a condição de
interessado no processo, conforme o art. 31, § 2º, da Lei Processual:

Art. 31. [...]


§ 2º O comparecimento à consulta pública não confere, por si, a condição de interessado do
processo, mas confere o direito de obter da Administração resposta fundamentada, que poderá ser
comum a todas as alegações substancialmente iguais.

Analisando as demais alternativas, temos o seguinte:

a) não havendo necessidade de justificativa escrita no processo, devendo ser divulgada pelos
meios oficiais, a fim de que pessoas físicas possam examinar os autos, fixando-se prazo para
oferecimento de alegações escritas. Se houver prejuízo para a parte interessada, o terceiro
responsável que compareceu à consulta fica sujeito ao pagamento de indenização por danos
causados decorrentes de suas alegações.

Incorreto. É necessária a justificativa escrita no processo, mediante despacho motivado, conforme visto
acima. Além disso, nem só pessoas físicas, mas também as pessoas jurídicas poderão ter acesso ao
processo. Por fim, não há que se falar em responsabilidade do terceiro que comparece a consulta pública.

b) pois se trata de assunto de interesse geral, não havendo necessidade de justificativa escrita
no processo, devendo ser divulgada pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas
possam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de alegações escritas. O
comparecimento a essa consulta confere ao terceiro, por si, a condição de interessado no
processo, devendo ele acompanhá-lo, por representação, até a sua extinção.

Incorreto. É necessária a justificativa escrita no processo, mediante despacho motivado, conforme visto
acima. Ainda, o comparecimento a essa consulta NÃO confere ao terceiro, por si, a condição de
interessado no processo.

d) não havendo necessidade de justificativa escrita no processo, tampouco de divulgação em


meios oficiais, tendo em vista que, por se tratar de assunto de interesse geral, os interessados
devem acompanhar o andamento dos autos, dando-se por citados quando da fixação do prazo
para oferecimento de alegações escritas. O comparecimento a essa consulta confere ao terceiro,
por si, a condição de interessado no processo, devendo ele acompanhá-lo, por representação, até
a sua extinção.

Incorreto. É necessária a justificativa escrita no processo, mediante despacho motivado, conforme visto
acima, e a divulgação em meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas possam examinar os

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autos, fixando-se prazo para oferecimento de alegações escritas. Finalmente, o comparecimento a essa
consulta NÃO confere ao terceiro, por si, a condição de interessado no processo.

e) desde que aberta mediante despacho motivado e divulgada pelos meios oficiais, a fim de
que organizações e associações legalmente reconhecidas possam examinar os autos, fixando-se
o prazo para oferecimento de alegações escritas. O comparecimento a essa consulta confere ao
terceiro, por si, a condição de interessado no processo, devendo ele acompanhá-lo, por
representação, até a sua extinção.

Incorreto. O exame dos autos se dará por pessoas físicas ou jurídicas, não é necessária a representação
por organizações e associações legalmente reconhecidas. Novamente, o comparecimento a essa
consulta NÃO confere ao terceiro, por si, a condição de interessado no processo.

Questão 31: CEBRASPE (CESPE)


Inconformada com a aplicação de uma multa, uma sociedade privada contratada pelo poder público
ingressou com pedido administrativo de anulação da penalidade. No curso do processo, o representante
legal da sociedade foi chamado a prestar esclarecimentos, mas deixou de comparecer. A decisão final
manteve a multa, razão por que a sociedade interpôs recurso administrativo.

Com relação a essa situação hipotética, julgue o item que se segue, considerando as disposições legais
acerca de processo administrativo.

O não atendimento à intimação para comparecimento pelo representante legal da sociedade importou em
renúncia ao direito da sociedade.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

O não atendimento ao chamado da Administração importará a revelia. Como sobredito, a revelia não
importará o reconhecimento da verdade nem a renúncia a direito pelo administrado, sendo
assegurado, no prosseguimento do processo, o direito de ampla defesa, como previsto no art. 27 da Lei.

Se o sujeito, uma vez regularmente intimado, não comparece ao processo, não deveríamos concluir que
tudo aquilo que lhe é imputado é verdade, tal qual na esfera processual cível?

Não, não é bem assim na via administrativa. De fato, imagine o seguinte: a Administração supõe que
certo particular cometeu determinada irregularidade. Daí inaugura-se a investigação, visando à sua
apuração. Intimado, o particular não comparece para apresentar defesa. Sem maiores provas, a
Administração “condena” o particular. Então, onde foi parar a ideia de que “somos inocentes até que se
prove o contrário?” Logo, a Administração tem o dever de levantar as provas irrefutáveis contra o
particular. Basicamente, isso é decorrência de duas causas:

1.ª A Administração, ao tempo que é parte, age como “magistrada”, operando e aplicando o direito; e

2.ª Deve-se buscar a verdade material ou real, e não a verdade processual ou formal, prevalente nos
processos judiciais ordinários.

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Assim, conclui-se que a revelia não gera a conclusão de que os fatos porventura imputados a um
investigado são verídicos. Diferentemente disso, mesmo no caso de revelia, a Administração deve
elucidar a situação da melhor maneira possível, buscando descobrir o que realmente ocorreu.

Questão 32: FGV


Com o objetivo de aumentar a segurança jurídica dos administrados, determinada entidade administrativa
elaborou um formulário padronizado para determinados assuntos, que importem em pretensão
equivalente.

À luz da sistemática estabelecida pela Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito
da Administração Pública Federal, é correto afirmar que o referido formulário foi elaborado por unidade

a) da administração fundacional, com personalidade jurídica de direito privado.

b) integrante do terceiro setor, mas que se relaciona com o poder público.

c) da administração direta, destituída de personalidade jurídica.

d) da administração indireta, destituída de personalidade jurídica.

e) da administração direta ou indireta, dotada de personalidade jurídica.

GABARITO: E

A questão exige conhecimento da literalidade do art. 7º da Lei nº 9.784/99. Veja:

Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou formulários


padronizados para assuntos que importem pretensões equivalentes.

Questão 33: CEBRASPE (CESPE)


Considerando que, tendo detectado risco iminente de prejuízo, em decorrência de suspeita de vício na
concessão de verba de natureza alimentar a determinado administrado, a administração determine a
suspensão de seu pagamento, julgue o próximo item, à luz do disposto na Lei n.º 9.784/1999.

É legal a suspensão do pagamento se o administrado tiver sido previamente notificado para se manifestar.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

Essa prova da ABIN tem algumas questões mal elaboradas. Mas, apesar da reclamação geral, essa não
é uma delas. Pelos comentários dos alunos, a insatisfação se deve ao fato de todos estarem focando no
art. 45 da Lei 9.784/99 como resposta:

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“Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública poderá motivadamente adotar providências
acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado.”

O problema é que o fato de a lei não exigir manifestação do interessado, não exime a obrigação que a
Administração tem de comunicar os atos do processo ao interessado, nem que seja para ciência.

E como a decisão, no caso seria a de suspensão do pagamento, a comunicação é obrigatória, de


acordo com o art. 28.

“Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado em
imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos de
outra natureza, de seu interesse.”

E a questão fala em notificar para se manifestar. A notificação (a lei usa intimação, mas tanto faz) é exigida
sim. A manifestação do interessado é que não é.

Questão 34: AOCP

Assinale a alternativa correta em relação ao que dispõe a Lei nº 9.784/1999 acerca do processo
administrativo.

a) O processo administrativo pode iniciar-se apenas a pedido de interessado.

b) É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que esteja litigando judicial
ou administrativamente com o cônjuge ou companheiro do interessado, salvo se houver expressa
concordância deste.

c) Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até noventa dias
para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.

d) São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos.

e) A Administração deve revogar seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode
anulá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

GABARITO: D

A questão versa sobre a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, que regula o processo administrativo no
âmbito da Administração Pública Federal. Nesse contexto, vamos analisar as assertivas para encontrar
a resposta correta.

a) O processo administrativo pode iniciar-se apenas a pedido de interessado.

Incorreto. O processo administrativo pode iniciar-se de ofício, também. Vejamos:

Art. 5º O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado.

b) É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que esteja litigando

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judicial ou administrativamente com o cônjuge ou companheiro do interessado, salvo se houver
expressa concordância deste.

Incorreto. A presunção de impedimento é absoluta e não admite ressalvas. Vejamos:

Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:


[...];
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou
companheiro.

c) Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de


até noventa dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.

Incorreto. A administração tem o prazo de até 30 dias para decidir, conforme o art. 49, da Lei Processual:

Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias
para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.

d) São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos.

Correto. Literalidade do art. 30, da Lei Federal:

Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos.

e) A Administração deve revogar seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e
pode anulá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

Incorreto. Houve inversão de conceitos: deve anular o seus atos, quando ilegais, e pode revogá-los por
motivo de conveniência ou oportunidade. Vejamos:

Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e
pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

Questão 35: CEBRASPE (CESPE)

Antônia, de sessenta anos de idade, requereu a certo órgão público a emissão de documento de caráter
pessoal. Em razão da negativa do pedido, Antônia interpôs recurso administrativo dirigido a Carlos,
autoridade competente do referido órgão para julgar o recurso. No entanto, por ser amigo íntimo de
Antônia, Carlos delegou sua atribuição julgadora para Marcos, com o qual não possui qualquer relação
de subordinação hierárquica.

A partir da situação hipotética precedente, julgue o item a seguir, considerando as disposições da Lei de
Processo Administrativo (Lei nº 9.784/1999).

Devido a sua amizade íntima com Antônia, Carlos agiu corretamente ao delegar competência a Marcos
para decidir o recurso.

( ) Certo
( ) Errado

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GABARITO: ERRADO

A questão versa sobre a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, que regula o processo administrativo no
âmbito da Administração Pública Federal. Nesse contexto, a assertiva está INCORRETA, pois Carlos não
poderia delegar a competência para julgar recursos administrativo, por expressa vedação legal. Vejamos:

Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:


I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

Carlos, deveria declarar-se suspeito nos termos do art. 20, da Lei Federal:

Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade
notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins
até o terceiro grau.

Questão 36: CEBRASPE (CESPE)


De acordo com a Lei n.º 9.784/1999, que regula processos administrativos no âmbito federal, um órgão
administrativo ou o seu titular poderá delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares,
desde que

a) estes sejam hierarquicamente subordinados àqueles.

b) a finalidade seja editar atos de caráter normativo.

c) a finalidade seja decidir recursos administrativos.

d) não haja impedimento legal, e que a delegação seja feita com base na conveniência.

GABARITO: D

Assim prevê a lei:

Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da
sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente
subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica,
jurídica ou territorial.

Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos
colegiados aos respectivos presidentes.

Acrescento só parte das vedações de delegação previstas no art. 13 da lei:

Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:


I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;

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III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

Questão 37: CESGRANRIO


O presidente de comissão de sindicância e processo administrativo de determinado órgão público
competente para julgar todos os servidores que pratiquem atos contrários ao Estatuto do Servidor deseja
abdicar dessa função.

Nos termos da Lei nº 9.784/1999 e suas alterações, a competência é irrenunciável e se exerce pelos
órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e

a) transferência

b) modificação

c) conexão

d) avocação

e) continência

GABARITO: D

Essas questões são horríveis. O texto dá a impressão de uma questão complexa, você lê com atenção e
no final viu que perdeu tempo e neurônios com uma questão de "complete a frase".

Nesse caso, a "frase" a ser completada é o art. 11 da lei 9.784/99.

"Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como
própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos."

Pelo tipo de questão, não nos resta muito a comentar das demais alternativas. De fato, são apenas
palavras colocadas aleatoriamente para induzir os candidatos a não "completarem a frase" corretamente.

Questão 38: CEBRASPE (CESPE)


No que se refere ao instituto da delegação no processo administrativo, assinale a opção correta.

a) A delegação é medida excepcional que somente pode ser realizada por meio de autorização legal
específica para cada ato.

b) A delegação deve observar prazo determinado, não podendo ser revogada pela autoridade delegante
antes do fim desse prazo.

c) É necessária uma relação de hierarquia e subordinação entre a autoridade delegante e a autoridade


delegada.

d) É permitida a inclusão, no ato de delegação, de ressalva de exercício da atribuição delegada.

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e) Observadas as regras de competência, inexistem matérias que não possam ser objeto de delegação.

GABARITO: D

d) É permitida a inclusão, no ato de delegação, de ressalva de exercício da atribuição delegada.

Prevê, expressamente, o §1º do art. 14:

Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial.

§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do


delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de
exercício da atribuição delegada.
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-
se-ão editadas pelo delegado.

Os demais itens estão errados:

a) A delegação é medida excepcional que somente pode ser realizada por meio de autorização legal
específica para cada ato.

Na verdade, salvo impedimento legal, é permitida a delegação:

Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da
sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente
subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica,
jurídica ou territorial.

b) A delegação deve observar prazo determinado, não podendo ser revogada pela autoridade delegante
antes do fim desse prazo.

Poderá ser revogada a qualquer tempo.

c) É necessária uma relação de hierarquia e subordinação entre a autoridade delegante e a autoridade


delegada.

Ainda que inexista hierarquia e subordinação.

e) Observadas as regras de competência, inexistem matérias que não possam ser objeto de delegação.

O art. 13 da lei veda a delegação de: atos com caráter normativo, decisão de recursos administrativos e
competência exclusiva.

Questão 39: FGV


Imagine as situações hipotéticas abaixo em que o Procurador- Geral de Justiça pratica ato administrativo,
delegando sua atribuição para o:

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I. Subprocurador-Geral de Justiça de Assuntos Cíveis e Institucionais ajuizar representação por
inconstitucionalidade em relação à lei X do Município Y;

II. Diretor de Recursos Humanos decidir recursos administrativos.

Em matéria de delegação de competência, de acordo com a Lei nº 9.784/99 e com a doutrina de Direito
Administrativo:

a) os atos I e II estão viciados, pois o Procurador-Geral não pode delegar qualquer tipo de competência;

b) os atos I e II estão viciados, pois o Procurador-Geral não pode delegar sua competência originária;

c) o ato I é válido e o II está viciado, pois não pode ser objeto de delegação decisão de recursos
administrativos por expressa vedação legal;

d) o ato II é válido e o I está viciado, pois não pode ser objeto de delegação ato de ajuizamento de medida
judicial por expressa vedação legal;

e) os atos I e II estão válidos, pois o Procurador-Geral pode delegar qualquer tipo de competência,
mediante ato expresso e formal volitivo de renúncia.

GABARITO: C

Com base no Direito Administrativo, não temos muito como julgar o item I. Portanto, vamos, primeiro,
analisar o item II.

São indelegáveis: matéria de competência exclusiva, edição de atos de caráter normativo e decisão de
recursos administrativos. Portanto, o item II é inválido.

Com esta informação, ficamos entre as letras "A", "B' e "C".

Vamos afastar, também, a letra "A". Não é qualquer matéria que não se afasta da delegação. Não é bem
assim. O rol é pequeno, sendo a regra o ato de delegar.

Ficamos entre as letra "B" e "C".

Eu não conheço, e você? Bem, teria chutado no dia de prova, certamente. E chutaria lera "C". E por que,
Professor? Porque o final da letra B menciona "não pode delegar sua competência originária". E este não
é um fato impeditivo, é ser, além de originária, exclusiva.

Veja uma notícia na internet:

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Subprocuradoria-Geral de Justiça de


Assuntos Cíveis e Institucionais, e delegação de atribuição do procurador-geral de Justiça, ajuizou, no dia
11 de setembro, a Representação por Inconstitucionalidade nº 0057559-46.2019.8.19.0000, visando à
declaração de inconstitucionalidade da Lei nº 8.502. De 30 de agosto de 2019, a legislação estadual
dispõe sobre a transação e o parcelamento de débitos fiscais de devedores em recuperação judicial.
Procedimentos que, na prática, representam renúncia de receita aos cofres públicos fluminenses.

Ou seja, é permitida a delegação! Daí a correção da letra C.

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Questão 40: VUNESP
À luz da Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública,
é correto afirmar que

a) a edição de atos de caráter normativo pode ser objeto de delegação.

b) o ato de delegação é irrevogável pela autoridade delegante.

c) a decisão de recursos administrativos pode ser objeto de delegação.

d) um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua
competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados,
quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou
territorial.

e) em hipótese alguma, será permitida a avocação temporária de competência atribuída a órgão


hierarquicamente inferior.

GABARITO: D

À luz da Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública,
é correto afirmar que

a) a edição de atos de caráter normativo pode ser objeto de delegação.


b) o ato de delegação é irrevogável pela autoridade delegante.
c) a decisão de recursos administrativos pode ser objeto de delegação.
d) um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte
da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente
subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social,
econômica, jurídica ou territorial.
e) em hipótese alguma, será permitida a avocação temporária de competência atribuída a órgão
hierarquicamente inferior.

O art. 13 da Lei nº 9.784/99 determina os atos que não podem ser objeto de delegação.

Veja:

Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:

I - a edição de atos de caráter normativo; [Alternativa A e C]

II - a decisão de recursos administrativos;

III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

Além disso, o art. 14, §2º ensina que o ato de delegação é revogável a qualquer tempo.

Veja:

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Art. 14, § 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante. [Alternativa
B]

Em relação à avocação temporária de competência, o art. 15 da Lei nº 9.784/99 determina que, em


caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, é permitida a avocação temporária
de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.

Veja:

Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados,
a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. [Alternativa E]

Por fim, o art. 12 da Lei nº 9.784/99 determina que:

Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar
parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam
hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole
técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. [Alternativa D]

Questão 41: VUNESP


Suponha que determinado setor administrativo, segundo lei de organização administrativa local, é
competente pela edição de atos de caráter normativo e pela decisão de recursos administrativos. O
servidor responsável pelo órgão, com o objetivo de otimizar a atuação do setor, pretende delegar a outro
órgão administrativo parte ou todas as funções indicadas. Considerando o disposto na Lei nº 9.784/99,
é correto afirmar que

a) as competências descritas podem ser objeto de delegação a órgão subordinado.

b) as competências descritas não podem ser objeto de delegação.

c) apenas a competência para a decisão de recursos administrativos pode ser delegada.

d) apenas a competência para a edição de atos de caráter normativo pode ser delegada.

e) as competências descritas apenas podem ser delegadas caso haja concordância expressa do órgão
delegatário.

GABARITO: B

Aqui é suficiente a leitura do art. 13 da lei:

Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:


I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
Ou seja, são dois temas que não podem ser objeto de delegação.

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Lei 8666 (Licitações)
Questão 1: VUNESP
Um prefeito recém-eleito em um pequeno município possuía ampla experiência no setor privado, mas
pouca experiência na área pública. Diante dessa situação, os assessores explicaram ao prefeito que as
compras públicas deveriam ser feitas por meio de licitações. A partir dessa explicação, o prefeito
perguntou: “afinal, quais são os objetivos para se realizarem licitações no setor público?” A equipe de
assessores respondeu, corretamente, o seguinte:

a) Buscam-se eficiência, eficácia e efetividade para o setor público e reduzem-se a corrupção e a


competição entre os atores.

b) Buscam-se o preço mais baixo e a melhor qualidade e garante-se um processo amplo e restrito de
competição.

c) Adota-se um procedimento amplo e competitivo entre os ofertantes e promove-se a inovação na


sociedade.

d) Busca-se a proposta mais vantajosa para a Administração Pública e promove-se o desenvolvimento


nacional sustentável.

e) Pretende-se ser amplo, transparente e assimétrico com os diversos ofertantes e busca-se promover o
bem comum na sociedade.

GABARITO: D

d) Busca-se a proposta mais vantajosa para a Administração Pública e promove-se o desenvolvimento


nacional sustentável. – certa.

Inicialmente, vejamos a lição de Hely Lopes Meirelles:


“Conceito e finalidades da licitação - Licitação é o procedimento administrativo mediante o qual a
Administração Pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse,
inclusive o da promoção do desenvolvimento econômico sustentável e fortalecimento de cadeias
produtivas de bens e serviços domésticos. Como procedimento, desenvolve-se através de uma
sucessão ordenada de atos vinculantes para a: Administração e para os licitantes, o que propicia igual
oportunidade a todos os interessados e atua como fator de eficiência e moralidade nos negócios
administrativos. Tem como pressuposto a competição.” (grifei) (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito
Administrativo Brasileiro. 42ª ed. São Paulo: Malheiros, 2016. P. 310).

Ao analisar a lição colacionada, constata-se que a equipe de assessores respondeu corretamente ao


prefeito quando afirmou que a licitação busca a proposta mais vantajosa para a Administração Pública e
promove o desenvolvimento nacional sustentável. Portanto, a alternativa correta a ser assinalada é a letra
D.

Vejamos os erros das demais alternativas:

a) Buscam-se eficiência, eficácia e efetividade para o setor público e reduzem-se a corrupção e


a competição entre os atores. – errada.

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Realmente, o procedimento licitatório busca – através da competição – maior eficiência, eficácia e
efetividade para o setor público. Essa ampla concorrência também contribui para a redução da corrupção,
já que os critérios de escolha devem ser objetivos sem dar margem para arbitrariedades vindas do
administrador.

A questão equivoca-se ao afirmar que a licitação reduz a competição quando, na verdade, ela amplia a
competição possibilitando que a administração escolha a proposta mais vantajosa para os fins públicos.

Logo, alternativa incorreta.

b) Buscam-se o preço mais baixo e a melhor qualidade e garante-se um processo amplo e restrito de
competição. – errada.

Ao realizar a licitação, a Administração busca – via de regra – o preço mais baixo e a melhor qualidade
da obra ou serviço licitada, devendo nessa busca garantir um processo amplo (e não restrito) de
competição. Logo, alternativa incorreta.

c) Adota-se um procedimento amplo e competitivo entre os ofertantes e promove-se a inovação na


sociedade. – errada.

Conforme fora explicitado supra, ao realizar o procedimento licitatório a administração deve adotar um
procedimento amplo e competitivo entre os ofertantes. No entanto, não tem como finalidade direta
promover a inovação na sociedade, isso porque, por vezes, uma compra ou uma obra ao ser licitada
exigirá competências simples e comuns e por outras, procedimento mais inovadores.

Sendo assim, a ampla competição nem sempre acarretará a inovação na sociedade. Logo, alternativa
incorreta.

e) Pretende-se ser amplo, transparente e assimétrico com os diversos ofertantes e busca-se promover o
bem comum na sociedade. – errada.

Realmente, o processo licitatório terá sempre como objetivo fim promover o interesse coletivo, o bem
comum na sociedade, devendo ser amplo, transparente e simétrico – ou seja, deve prezar pela igualdade
na competição. Portanto, a alternativa encontra-se incorreta.

Questão 2: VUNESP
É correto afirmar sobre as licitações e contratos administrativos, com base na legislação nacional:

a) a licitação será sigilosa, sendo restrito o acesso do público aos atos de seu procedimento, inclusive
quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

b) é ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração Pública frustrar
a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente.

c) os contratos públicos podem ser modificados unilateralmente por ambas as partes para atendimento
de condições específicas, respeitados limites quantitativos previstos em lei.

d) nas licitações, em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência
aos bens e serviços produzidos no Brasil.

e) todo contrato público no Brasil deve ser precedido de licitação, na forma da Lei no 8.666/1993, como
corolário do princípio da impessoalidade na Administração Pública.

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GABARITO: D

A questão versa sobre a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e da outras providências. Nesse contexto, vamos
analisar os itens para encontrar a resposta correta.

a) a licitação será sigilosa, sendo restrito o acesso do público aos atos de seu procedimento,
inclusive quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

Incorreto. Pelo contrário, os atos do procedimento licitatório serão públicos e acessíveis ao público,
exceto o conteúdo das propostas até a sua abertura, conforme o art. 3º, § 3º, da Norma Geral:

Art. 3º. [...]


§ 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu
procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

b) é ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração


Pública frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente.

Incorreto. É ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário, conforme o art. 10, inciso VIII,
da Lei nº 8.429/92:

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão,
dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação
dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
[...]
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com
entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente;

c) os contratos públicos podem ser modificados unilateralmente por ambas as partes para
atendimento de condições específicas, respeitados limites quantitativos previstos em lei.

Incorreto. Na verdade, dada a existência de cláusulas exorbitantes, somente a Administração poderá


alterar o contrato administrativo em duas situações, elencadas no art. 65, inciso I, alíneas "a" e "b", da
Lei:

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos
seguintes casos:
I - unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus
objetivos; - Alteração qualitativa.
b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição
quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei; - Alteração quantitativa.

d) nas licitações, em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada


preferência aos bens e serviços produzidos no Brasil.

Correto. Como garantia do desenvolvimento nacional sustentável e exceção ao princípio da


isonomia, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços produzidos ou
prestados no país; produzidos ou prestados por empresas brasileiras; produzidos ou prestados por

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empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no país, conforme o art. 3º, §
2º, e incisos, da Lei nº 8.666/93:

Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção


da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável
e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação
ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
[...]
§ 2º Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência,
sucessivamente, aos bens e serviços:
II - produzidos no País;
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de
tecnologia no País.
V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista
em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de
acessibilidade previstas na legislação.

e) todo contrato público no Brasil deve ser precedido de licitação, na forma da Lei nº 8.666/1993,
como corolário do princípio da impessoalidade na Administração Pública.

Incorreto. Na verdade, temos os casos de contratação direta. Primeiramente, uma licitação é inexigível,
quando, no caso concreto, verifica-se uma impossibilidade jurídica de competição, conforme lecionam
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo Descomplicado. 23. ed. São Paulo: Método,
2015, p. 701):

A inexigibilidade de licitação se verifica sempre que houver impossibilidade jurídica de


competição. [...] Pois bem, se licitação é uma disputa, para que ela seja possível forçosamente deve
existir mais de uma pessoa (física ou jurídica) capaz de satisfazer seu objeto, ou seja, realizar a obra,
prestar o serviço, fornecer a mercadoria etc. Assim, se a administração precisa contratar um serviço
tão específico que somente seja prestado por uma determinada empresa [...], é evidente que terá
que celebrar o ajuste diretamente com tal empresa, pois não há como cogitar disputa ou melhor oferta
nesse caso.

Existe outra hipótese de contratação direta: a Licitação Dispensada. Efetivamente, quando a lei determina
ser DISPENSÁVEL a licitação, a autoridade poderá dispensar mediante ato discricionário o certame
licitatório, conforme vimos anteriormente. Todavia, quando a lei categoricamente DISPENSA a licitação,
não pode a autoridade realizar licitação, por expressa dispensa legal. É o que nos dizem Vicente Paulo e
Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo Descomplicado. 23. ed. São Paulo: Método, 2015, p. 704):

Nos casos em que a lei autoriza a não realização da licitação dizemos que ela é dispensável. Nessas
situações, a competição é possível, mas a lei autoriza a administração, segundo critérios próprios de
oportunidade e conveniência - ou seja, mediante ato administrativo discricionário -, a dispensar a
realização da licitação. Outras hipóteses há em que a própria lei, diretamente, dispensa a realização da
licitação, caracterizando a denominada licitação dispensada. Nesses casos, não cabe à administração,
discricionariamente, decidir sobre a realização ou não da licitação. Não haverá procedimento licitatório
porque a própria lei impõe a sua dispensa, embora fosse juridicamente possível a competição.

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Questão 3: VUNESP
Licitação é procedimento administrativo formal em que a Administração Pública convoca, por meio de
condições estabelecidas em ato próprio, empresas interessadas na apresentação de propostas para o
oferecimento de bens e serviços. Um dos princípios que deve ser observado nos procedimentos
licitatórios públicos é o da impessoalidade, significando que a administração deve

a) dar tratamento igual a todos os interessados.

b) observar, nas decisões, critérios objetivos previamente estabelecidos, afastando a discricionaridade e


o subjetivismo na condução dos procedimentos de licitação.

c) observar as normas e condições estabelecidas no ato convocatório. Nada poderá ser criado ou feito
sem que haja previsão no instrumento de convocação.

d) simplificar procedimentos de rigorismos excessivos e de formalidades desnecessárias.

e) buscar o maior número de competidores interessados no objeto licitado.

GABARITO: B

b) observar, nas decisões, critérios objetivos previamente estabelecidos, afastando a discricionariedade


e o subjetivismo na condução dos procedimentos de licitação. – certa.

Inicialmente, salienta-se que a banca utilizou do Manual de Licitações do TCU para a elaboração da
questão.

Vejamos:
“Princípios
Devem ser observados principalmente os seguintes princípios básicos norteadores dos procedimentos
licitatórios públicos:

Princípio da Isonomia (letra A)


Significa dar tratamento igual a todos os interessados. É condição essencial para garantir competição em
todos os procedimentos licitatórios.

Princípio da Impessoalidade (letra B)


Esse princípio obriga a Administração a observar nas decisões critérios objetivos previamente
estabelecidos, afastando a discricionariedade e o subjetivismo na condução dos procedimentos de
licitação.

Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório (letra C)


Obriga a Administração e o licitante a observarem as normas e condições estabelecidas no ato
convocatório. Nada poderá ser criado ou feito sem que haja previsão no instrumento de convocação.

Princípio da Celeridade (letra D)


O princípio da celeridade, consagrado como uma das diretrizes a ser observada em licitações na
modalidade pregão, busca simplificar procedimentos de rigorismos excessivos e de formalidades
desnecessárias. As decisões, sempre que possível, devem ser tomadas no momento da sessão.

Princípio da Competição (letra E)


Nos certames de licitação, esse princípio conduz o gestor a buscar sempre o maior número de
competidores interessados no objeto licitado. Nesse sentido, a Lei de Licitações veda estabelecer, nos

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atos convocatórios, exigências que possam, de alguma forma, admitir, prever ou tolerar, condições que
comprometam, restrinjam ou frustrem o caráter competitivo da licitação.” (TRIBUNAL DE CONTAS DA
UNIÃO. Licitações e contratos: orientações e jurisprudência do TCU/Tribunal de Contas da União. – 4.
ed. – Brasília:TCU, Secretaria-Geral da Presidência:Senado Federal, Secretaria Especial de Editoração
e Publicações, 2010. P. 28 e 29)

Ao analisar o trecho colacionado, constata-se que a alternativa de letra B encontra-se correta, pois traz
o conceito do princípio da impessoalidade, conforme solicitado pelo enunciado da questão. Portanto, é a
que deve ser assinalada.

No que tange às demais alternativas, nota-se, no texto colacionado, que os preceitos trazidos são
referentes a outros princípios que não o da impessoalidade. Portanto, encontram-se incorretas.

Questão 4: VUNESP
Considerando o regramento da Lei Federal nº 8.666/93, é correto afirmar que

a) as empresas públicas apenas se subordinam ao regime da lei geral de licitações e contratos quando
prestadoras de serviços públicos.

b) o princípio licitatório da promoção do desenvolvimento nacional autoriza que seja estabelecido


tratamento diferenciado de natureza comercial entre empresas brasileiras e estrangeiras.

c) as normas de licitações e contratos devem privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às


microempresas e empresas de pequeno porte.

d) a realização de licitação sem que haja projeto básico aprovado acarreta a revogação dos atos ou
contratos decorrentes.

e) o exame de editais pelos Tribunais de Contas pode acarretar a expedição de recomendações, mas
não obriga a entidade da Administração à adoção das medidas corretivas sugeridas.

GABARITO: C

a) as empresas públicas apenas se subordinam ao regime da lei geral de licitações e contratos quando
prestadoras de serviços públicos. – errada.

Em verdade, de acordo com o entendimento pátrio, as empresas públicas exploradoras de atividade


econômica também devem realizar licitações, quando o objeto do contrato a ser celebrado disser respeito
à atividade-meio. Portanto, alternativa incorreta.

Sobre o tema, Ricardo Alexandre e João de Deus:


“A Lei de Licitações não distingue as empresas públicas e as sociedades de economia mista em
função de serem prestadoras de serviço público ou exploradoras de atividade econômica.
Portanto, independentemente das finalidades para as quais foram criadas, todas as empresas
governamentais são obrigadas a realizar licitação.

Todavia, a doutrina e a jurisprudência admitem amplamente que o instituto da licitação não se


aplica no caso de empresa pública ou sociedade de economia mista, exploradoras de atividade
econômica, quando o objeto do contrato a ser celebrado disser respeito à atividade-fim. Por

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exemplo, no caso da Caixa Econômica ou do Banco do Brasil, quando tais instituições financeiras
celebrarem contratos ligados a sua atividade-fim, a exemplo da abertura de conta-corrente, de
empréstimos e de aplicações financeiras, não estarão obrigadas a escolher seus clientes por meio de
licitações. Diferentemente, se o objeto do contrato a ser firmado por uma empresa governamental
exploradora de atividade econômica disser respeito à sua atividade-meio, a exemplo de serviços de
limpeza ou aquisição de material de expediente, a formalização do vínculo contratual dependerá de prévio
procedimento licitatório.” (grifei) (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo
Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método, 2015.E-book. P. 102)

b) o princípio licitatório da promoção do desenvolvimento nacional autoriza que seja estabelecido


tratamento diferenciado de natureza comercial entre empresas brasileiras e estrangeiras. – errada.

Em verdade, a Lei nº 8.666/93 veda esse tipo de tratamento diferenciado. Portanto, a alternativa encontra-
se incorreta.

Vejamos o texto legal:


“Art. 3º (...)
§ 1º É vedado aos agentes públicos:
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou
qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda,
modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências
internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro
de 1991.”

c) as normas de licitações e contratos devem privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às


microempresas e empresas de pequeno porte. – certa.

A própria Lei nº 8.666/93 traz esse comando. Portanto, alternativa correta.

Vejamos o texto legal:


“Art. 3º (...)
§ 14. As preferências definidas neste artigo e nas demais normas de licitação e contratos devem privilegiar
o tratamento diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno porte na forma da lei.”

d) a realização de licitação sem que haja projeto básico aprovado acarreta a revogação dos atos ou
contratos decorrentes. – errada.

Caso seja realizada uma licitação sem projeto básico haverá a anulação dos atos e contratos dela
decorrente, visto que o certame conterá um vício de ilegalidade. Isso porque a Lei nº 8.666/93 exige para
a realização da licitação que haja o projeto básico. Portanto, a alternativa encontra-se incorreta.

Vejamos o texto legal:


“Art. 7º (...)
§ 2º As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:
I - houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos interessados
em participar do processo licitatório;”

e) o exame de editais pelos Tribunais de Contas pode acarretar a expedição de recomendações, mas não
obriga a entidade da Administração à adoção das medidas corretivas sugeridas. – errada.

Em verdade, de acordo com a Lei nº 8.666/93 as recomendações dos Tribunais de Contas obrigam os
órgãos ou entidades da Administração. Portanto, alternativa incorreta.

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Vejamos o texto legal:
“Art. 113 (...)
§ 2º Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno poderão solicitar para
exame, até o dia útil imediatamente anterior à data de recebimento das propostas, cópia de edital de
licitação já publicado, obrigando-se os órgãos ou entidades da Administração interessada à adoção
de medidas corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes forem determinadas.”

Questão 5: CEBRASPE (CESPE)


Um dos principais objetivos de uma licitação é

a) selecionar a proposta mais vantajosa para o fornecedor.

b) promover o desenvolvimento nacional sustentável.

c) garantir condições particulares a todos que queiram contratar com o poder público.

d) permitir aos agentes públicos a admissão de cláusulas com previsão de restrição à competitividade.

e) permitir aos agentes públicos estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial entre
empresas brasileiras e estrangeiras.

GABARITO: B

A questão versa sobre a Lei nº 8.666 de 21 de junho de 1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Nesse contexto, a licitação tem por finalidade precípua escolher propostas mais
vantajosas para a Administração Pública e buscar o desenvolvimento nacional sustentável, com a
observação dos princípios aplicáveis à Administração Pública, conforme o art. 3º, caput, da Lei Geral de
Licitações:

Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção


da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional
sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes
são correlatos.

De posse dessas informações, vamos analisar os itens para encontrar a resposta correta.

a) selecionar a proposta mais vantajosa para o fornecedor.

Incorreto. Conforme vimos, a licitação visa a escolha da proposta mais vantajosa para a Administração.

b) promover o desenvolvimento nacional sustentável.

Correto. De fato, um dos objetivos da licitação é promover o desenvolvimento nacional sustentável. Por
exemplo, como garantia do desenvolvimento nacional sustentável e exceção ao princípio da
isonomia, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços produzidos ou
prestados no país; produzidos ou prestados por empresas brasileiras; produzidos ou prestados por

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empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no país, conforme o art.
3º, § 2º, e incisos, da Lei nº 8.666/93:

Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção


da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável
e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação
ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
[...]
§ 2º Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência,
sucessivamente, aos bens e serviços:
II - produzidos no País;
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de
tecnologia no País.
V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista
em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de
acessibilidade previstas na legislação.

c) garantir condições particulares a todos que queiram contratar com o poder público.

Incorreto. Como a licitação é um procedimento público, as condições não podem ser particulares. Serão
públicas, isonômicas e instituídas por lei.

d) permitir aos agentes públicos a admissão de cláusulas com previsão de restrição à


competitividade.

Incorreto. Na verdade, é vedada qualquer cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou


frustrem o seu caráter competitivo. Vejamos:

Art. 3º. [...]


§ 1º É vedado aos agentes públicos:
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que
comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades
cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio
dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do
contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro
de 1991;

e) permitir aos agentes públicos estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial entre
empresas brasileiras e estrangeiras.

Incorreto. Na verdade, é vedado estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial entre


empresas brasileiras e estrangeiras. Vejamos:

Art. 3º. [...]


§ 1º É vedado aos agentes públicos:
[...]
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou
qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda,
modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências
internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro
de 1991.

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Questão 6: VUNESP
De acordo com a Lei no 8.666/93, são princípios básicos que norteiam o processo de licitação pública:

a) totalidade, unidade, periodicidade e legalidade.

b) legalidade, totalidade e publicidade.

c) impessoalidade, publicidade, unidade e totalidade.

d) exclusividade, unidade, publicidade e julgamento objetivo.

e) moralidade, impessoalidade e publicidade.

GABARITO: E

Os princípios básicos que norteiam o processo de licitação pública estão contidos no artigo 3º da Lei nº
8.666/1993. Veja:

Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção


da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável
e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da
vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

Sendo assim, vamos às alternativas.

a) totalidade, unidade, periodicidade e legalidade.


ERRADA.

b) legalidade, totalidade e publicidade.


ERRADA.

c) impessoalidade, publicidade, unidade e totalidade.


ERRADA.

d) exclusividade, unidade, publicidade e julgamento objetivo.


ERRADA.

e) moralidade, impessoalidade e publicidade.


CORRETA, aqui está a resposta.

Questão 7: VUNESP
No tocante ao procedimento da licitação, a Lei no 8.666/1993 dispõe que os seus atos serão

a) sigilosos até o encerramento do respectivo processo.

b) públicos e acessíveis ao público, exceto o conteúdo das propostas até a sua abertura.

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c) sigilosos, inclusive quanto às propostas, até a abertura destas, que deve ser realizada em sessão
pública.

d) integralmente públicos e acessíveis a qualquer interessado, mesmo quanto ao conteúdo das


propostas.

e) públicos e acessíveis somente àqueles que comprovarem interesse direto no respectivo procedimento.

GABARITO: B

A questão versa sobre a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Nesse contexto, os atos do procedimento licitatório serão públicos e acessíveis ao público,
exceto o conteúdo das propostas até a sua abertura, conforme o art. 3º, § 3º, da Norma Geral:

Art. 3º. [...]


§ 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu
procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

Com efeito, o processo licitatório não pode ser sigiloso, devendo ser público e acessível a todos os
interessados. Com efeito, o princípio da publicidade diz respeito à divulgação do procedimento para
conhecimento de todos os interessados e à divulgação dos atos praticados pela Administração
nas fases do procedimento. Vejamos o que diz Maria Sylvia Di Pietro (Direito Administrativo. 27. ed.
São Paulo: Atlas, 2014, p. 385):

[...] diz respeito não apenas à divulgação do procedimento para conhecimento de todos os
interessados, como também aos atos da Administração praticados nas várias fases do
procedimento, que podem e devem ser abertas aos interessados, para assegurar a todos a
possibilidade de fiscalizar sua legalidade

Questão 8: VUNESP
Em igualdade de condições, como critério de desempate em uma licitação, será assegurada preferência,
em primeiro lugar, aos bens e serviços

a) produzidos no País.

b) produzidos ou prestados por empresas brasileiras.

c) produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia


no País.

d) produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista
em lei para pessoa com deficiência.

e) produzidos ou prestados por empresa que comprovem investir em procedimentos que visem o
desenvolvimento sustentável.

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GABARITO: A

A ordem de preferência, como critério de desempate, está disposta nos incisos do artigo 3º, § 2º, da Lei
nº 8.666/93. Veja:

Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção


da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável
e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação
ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
§ 2º Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência,
sucessivamente, aos bens e serviços:
I - produzidos ou prestados por empresas brasileiras de capital nacional;
II - produzidos no País;
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia
no País.
V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista
em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de
acessibilidade previstas na legislação.

Portanto, em primeiro lugar, será dada a preferência aos bens e serviços PRODUZIDOS NO PAÍS.

Questão 9: CEBRASPE (CESPE)


Participam de determinado processo licitatório da administração pública três empresas: W, Y e Z.

A empresa W é estrangeira, mas fabrica produtos manufaturados dentro do território brasileiro, produtos
esses que resultam de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no Brasil.

A empresa Y é brasileira, produz e exporta matéria-prima para fora do Brasil e faz reserva de cargos para
pessoa com deficiência, conforme determina a legislação.

A empresa Z fabrica produtos manufaturados que atendem às normas técnicas brasileiras e obedece às
previsões legais de acessibilidade e de reserva de cargos para pessoa reabilitada da previdência social.

A Lei de Licitações e Contratos (Lei n.º 8.666/1993) autoriza que, nessa situação, a administração pública
estabeleça margem de preferência somente para

a) as empresas W e Y.

b) as empresas Y e Z.

c) as empresas W e Z.

d) a empresa Z.

e) a empresa W.

390
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GABARITO: C

Pela Lei 12.349/2010, previu-se a margem de preferência para a aquisição de produtos manufaturados e
para serviços nacionais, assim definidos, nos termos dos incs. XVII e XVIII do art. 6.º da Lei:

“XVII – produtos manufaturados nacionais – produtos manufaturados, produzidos no território nacional de


acordo com o processo produtivo básico ou com as regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo
federal;
XVIII – serviços nacionais – serviços prestados no País, nas condições estabelecidas pelo Poder
Executivo federal;”

E, com a Lei 13.146/2015 (estatuto da pessoa com deficiência), previu-se a extensão da margem de
preferência para as empresas que comprovem a reserva de vagas para portadores de deficiência ou
reabilitados da Previdência Social.

Abre-se um parêntese para esclarecer que, para o emprego da margem de preferência, alguns requisitos
devem ser observados, a saber:

- A capacidade de produção ou prestação no País não pode ser inferior à quantidade a ser adquirida ou
contratada, ou, ainda, inferior ao quantitativo mínimo para preservar a economia de escala (§ 7.º do art.
23), nos termos do art. 3.º, § 9.º, I e II, da Lei;

- As margens de preferência por produto, serviço, grupo de produtos ou serviços nacionais não podem
ultrapassar o montante de 25% sobre o preço dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros (§ 8º
do art. 3.º);

- A margem de preferência poderá ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e serviços originários
dos Estados-Partes do Mercado Comum do Sul – Mercosul (§ 10 do art. 3.º);

- A aplicação da margem de preferência deve estar fundamentada em estudos revistos periodicamente,


em prazo não superior a cinco anos, que considerem, em todo caso (§ 6º do art. 3.º):

I. geração de emprego e renda;


II. efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais;
III. desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País;
IV. custo adicional dos produtos e serviços; e
V. em suas revisões, análise retrospectiva de resultados.

Então, nesse contexto, perceba que só as empresas W e Z atendem aos requisitos. A empresa Z até
reservou vagas para portadores de deficiências, mas é condição necessária ainda que atenda aos
requisitos de acessibilidade. E isso não foi citado.

Questão 10: CEBRASPE (CESPE)


Uma licitação deverá ser processada e julgada em estrita conformidade com princípios básicos previstos
na Lei n.º 8.666/1993 (Lei de Licitações e Contratos), entre eles o princípio da probidade administrativa,
que significa

a) impossibilidade de o gestor incluir cláusulas que restrinjam ou frustrem o caráter competitivo


favorecendo uns em detrimento de outros e que acabem por beneficiar, mesmo que involuntariamente,
determinado participante.

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b) obrigatoriedade de o gestor vedar a pessoalização das realizações da administração pública.

c) obrigatoriedade de a atuação do gestor público e a realização da licitação serem processadas na forma


da lei e das normas administrativas.

d) imposição ao agente público de um modo de atuar que produza resultados favoráveis à concepção
dos fins que cabem ao Estado alcançar.

e) procedimento de retidão e honestidade dos funcionários que integram ou realizam a gestão de


repartições públicas, sem objetivo de auferir qualquer tipo de vantagem indevida.

GABARITO: E

Na visão de Carlos Ari Sundfeld, os princípios da moralidade e da probidade administrativa “obrigam


licitador e licitantes a observarem pautas de conduta honesta e civilizada, interditando conluios para
afastar disputas, acordos para aumentos de preços e decisões desleais”. À semelhança da legalidade e
da impessoalidade, não são princípios específicos do instituto da licitação, sendo aplicáveis à
Administração Pública (caput e § 4.º do art. 37 da CF/1988).

Em síntese, à Administração não cabe mais agir tão somente em conformidade com a legalidade
em sentido estrito. De outra forma, a Administração deve atuar conforme princípios éticos, com boa-fé
e honestidade. Conclui-se que a Administração tem o dever de cumprir não só com a lei em sentido estrito,
mas com o “espírito” desta, ou seja, toda sua conduta deve estar atrelada à legalidade em sentido amplo.
Inclusive, frisa-se que a Lei 9.784/1999, ao determinar a atuação do administrador segundo a Lei e o
Direito (inciso I do parágrafo único do art. 2.º), reforça que o ordenamento jurídico é muito mais do que a
“letra fria” da lei. Por exemplo: na entrada de uma estação de trem, há uma placa que impede a entrada
de pessoas com cachorros. Pergunta-se: então as pessoas podem entrar com cobras ou leões?
Obviamente que não, isso não é depreendido com base na legislação, mas com o mínimo de
razoabilidade (princípio).

Por fim, destaque-se que boa parte da doutrina indica que a probidade é um conceito mais amplo que
moralidade, aquela envolvendo a moralidade. Para outra parte da doutrina, é o princípio da moralidade
que engloba o da probidade administrativa, sendo esta, portanto, um aspecto da moralidade expresso no
§ 4.º do art. 37 da CF/1988.

Em síntese do Acórdão 95/2005 – Plenário – TCU, embora a Lei 8.666/1993 não proíba explicitamente a
contratação de parentes de funcionários por empresas terceirizadas, é, no mínimo, imoral e de
coincidência estratosférica esse tipo de contratação em cidades com alto contingente populacional. Como
se salientou, a conduta do administrador não deve ser com base na “leitura fria” da lei; deve conjugar todo
o tempo a lei com os princípios que lhe servem de base.

Já, no RE 423560/MG, o STF reconheceu a constitucionalidade de disposição de lei municipal que proibiu
a celebração de contratos entre o Município e parentes, afins ou consanguíneos, do prefeito, vice-prefeito,
de vereadores, de servidores e empregados públicos municipais, até seis meses depois do fim do
exercício das respectivas funções. Atestou-se, na oportunidade, a inexistência de ofensa ao princípio da
legalidade ou de invasão da competência da União para legislar sobre normas gerais de licitação.

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Questão 11: FCC
Conforme dispõe a Lei no 8.666/1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal,
responsável por instituir normas para licitações e contratos da Administração Pública, a alienação
caracteriza-se como toda

a) construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta.

b) aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente.

c) garantia do fiel cumprimento das obrigações assumidas por empresas em licitações e contratos.

d) transferência de domínio de bens a terceiros.

e) obtenção de determinada utilidade de interesse para a Administração, tais como: demolição, conserto
etc.

GABARITO: D

A questão versa sobre a Lei nº 8.666 de 21 de junho de 1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Nesse contexto, a alienação caracteriza-se como toda transferência de domínio de bens a
terceiros, conforme o art. 6º, inciso IV, da Lei nº 8.666/96:

Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:


I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução direta
ou indireta; (LETRA A)
II - Serviço - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a
Administração, tais como:demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação,
reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos
técnico-profissionais; (LETRA E)
III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente;
(LETRA B)
IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens a terceiros; (LETRA D)
[...]
VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cumprimento das obrigações assumidas por empresas
em licitações e contratos; (LETRA C)

Questão 12: VUNESP


Para que o processo de licitação seja correto, ele deve seguir os princípios da Administração Pública, ou
seja, legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Assinale a alternativa que
apresenta práticas de licitação consideradas INCORRETAS.

a) Favorecimento; cláusula restritiva; dumping e superfaturamento.

b) Fracionamento ilícito do objeto; superfaturamento; cartéis e direcionamento.

c) Direcionamento do edital; erro proposital; dissimulação e superfaturamento.

d) Fraude no preço e produto/serviço; igualdade entre agentes e favorecimento.

393
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e) Cartéis; informações falsas, incompletas e viciadas; transparência ilimitada.

GABARITO: B

A questão versa acerca do Documento: Fraudes em Licitações e Contratos, elaborado pelo Centro de
Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social – CAO-PP, do
Ministério Público de São Paulo (encontre-o aqui). Nesse contexto, para este órgão, são consideradas
práticas incorretas nas licitações fracionamento ilícito do objeto; superfaturamento; cartéis e
direcionamento, conforme o seguinte trecho do Documento:

As análises incluem: aspectos gerais da investigação; situações ilegais de dispensa e inexigibilidade de


licitação;fracionamento ilícito do objeto; fraude no preço do produto e do serviço (superfaturamento e
jogo de planilha); direcionamento e cláusulas restritivas; fraude na execução; alteração contratual. São
analisadas, ainda, questões relacionadas à apuração de cartéis em licitações.

Vamos analisar os conceitos apresentados pelo documento do MPSP, para uma melhor compreensão da
questão:

Fracionamento ilícito do objeto: "Ocorre fracionamento ilegal (ou divisão ilícita do objeto) quando se
utiliza modalidade de licitação inferior à recomendada pela legislação para o total da despesa ou
para efetuar contratação direta. Por exemplo: convite, quando o valor determinar tomada de preços ou
concorrência; ou tomada de preços, quando o valor for de concorrência."

superfaturamento: "Em regra, os órgãos licitantes apresentam uma estimativa de preços para a
contratação do produto ou serviço. As ofertas apresentadas durante o processo de licitação,
qualquer seja seu tipo ou modalidade, devem ser, em regra, inferiores ao orçamento apresentado
pelo órgão licitante."
Jogo de Planilhas: "O jogo de planilhas é uma prática fraudulenta consistente na inserção de valores
superiores aos de mercado para um item de composição dos serviços que possua quantidade
pequena, com a correspondente inserção de valor inferior ao de mercado para um item com quantidade
maior."

Cartéis: "Pois bem. Pode-se conceituar o cartel como o acordo horizontal entre empresas
independentes, que atuam num mesmo mercado relevante, para a adoção de decisões sobre
políticas comuns quanto a um determinado aspecto de suas atividades. Assim, as empresas
cartelizadas resguardam a sua autonomia e apenas se submetem aos termos do acordo no seu particular
âmbito de aplicação."

Direcionamento: Ferimento do princípio da isonomia - "Inconteste é que a licitação deve observar os


princípios elencados na Lei nº 8.666/93. A não observância a tais princípios (legalidade, impessoalidade,
moralidade, igualdade entre os concorrentes, publicidade, probidade, vinculação ao instrumento
convocatório, julgamento objetivo, etc.), implica na frustração do procedimento licitatório e, por
conseguinte, na caracterização de ato de improbidade. Da análise do § 1º do artigo 3º extrai-se que
é vedado ao Poder Público inserir cláusulas que inviabilizem a disputa e comprometam o princípio
da igualdade entre os concorrentes."

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Questão 13: FGV
Considere a hipótese em que a Prefeitura de Salvador realize uma licitação para aquisição de novas
impressoras para sua sede, e cinco fornecedoras fiquem empatadas, em condições idênticas, na disputa
pelo fornecimento dos bens.

Sobre os critérios de desempate, conforme o disposto na Lei nº 8.666/93, será escolhida a empresa que

a) for brasileira e produza os computadores na China, mas não contenha capital nacional.

b) produza os computadores em Portugal, mas invista em pesquisa e tecnologia no Brasil.

c) for uma empresa chinesa que produza os computadores no Brasil, mas utilize mão de obra chinesa.

d) cumpra a reserva de cargos para deficientes e atenda regras de acessibilidade, mas utilize brasileiros
expatriados nos Estados Unidos como mão de obra.

e) for a vencedora do sorteio oficial realizado em caso de empate.

GABARITO: C

Antes de ver a resposta, quero relembrar sobre o critério de desempate contido na Lei de Licitações, ok.

No caso de empate entre duas ou mais propostas, aplicar-se-á o § 2.º do art. 3.º da Lei, que determina
seja dada preferência, como critério de desempate, aos bens e serviços:

I – produzidos no País;

II – produzidos ou prestados por empresas brasileiras.

III – produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia
no País.

IV – produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista
em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de
acessibilidade previstas na legislação.” (Incluído pela Lei 13.146, de 2015)”

E, só depois de obedecida a sequência anterior e persistindo o empate, a classificação se fará,


obrigatoriamente (§ 3.º do art. 45), por sorteio, em ato público, para o qual todos os licitantes empatados
serão convocados, vedado qualquer outro processo (§ 2.º).

Perfeito! Vejamos item a item:

Letra a) for brasileira e produza os computadores na China, mas não contenha capital nacional.

Produção no país é que vence! Primeiro critério!

Letra b) produza os computadores em Portugal, mas invista em pesquisa e tecnologia no Brasil.

Produção no Brasil!

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Letra c) for uma empresa chinesa que produza os computadores no Brasil, mas utilize mão de obra
chinesa.

Produção no país é o primeiro critério. Ou seja, pouco importa se a empresa é estrangeira. Leia de novo!
Produção no pais! O segundo critério é que dá prevalência às empresas brasileiras. Logo, esta é nossa
resposta.

Letra d) cumpra a reserva de cargos para deficientes e atenda regras de acessibilidade, mas utilize
brasileiros expatriados nos Estados Unidos como mão de obra.

Mas utilize brasileiros expatriados? Que erva o examinador usou? rs. Não há esta previsão em lei.
Portadores de deficiência e reabilitados na previdência social, e devem, em qualquer caso, atender a
legislação de acessibilidade.

Letra e) for a vencedora do sorteio oficial realizado em caso de empate.

Este é um último critério.

Questão 14: FCC


A Lei nº 8.666/1993 define que a licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional
da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a Administração e a promoção do
desenvolvimento nacional sustentável, e será processada e julgada em estrita conformidade com os
princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da
probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que
lhes são correlatos.

Segundo o princípio da legalidade,

a) impede-se que o agente público estabeleça condições de caráter não exclusivista em relação aos
concorrentes, seu estado ou situação.

b) o processo de licitação está vinculado às prescrições legais regulamentares específicas e às


estabelecidas no respectivo ato convocatório.

c) o procedimento licitatório deve estar ajustado aos bons costumes e às regras de ética que devem
nortear todas as atividades dos agentes administrativos.

d) todos os atos praticados pelos agentes administrativos devem ser do pleno conhecimento da
coletividade.

e) deve ser estabelecido tratamento diferenciado injustificável entre os interessados na contratação.

GABARITO: B

A questão versa sobre a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Nesse contexto, vamos analisar os itens para encontrar a resposta correta.

a) impede-se que o agente público estabeleça condições de caráter não exclusivista em relação
aos concorrentes, seu estado ou situação.

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Incorreto. Trata-se do princípio da igualdade. Com efeito, o princípio da isonomia possui duas facetas, a
primeira é a igualdade entre os participantes, sem discriminações injustificadas no julgamento das
propostas e, ainda, a concessão de oportunidade de participação nas licitações em geral a qualquer
interessado que tenham condições de assegurar o cumprimento do contrato. É o que nos diz Vicente
Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo Descomplicado. 23. ed. São Paulo: Método, 2015, p.
641):

A observância da igualdade entre os participantes no procedimento licitatório possui uma dupla vertente:
devem ser tratados isonomicamente todos os que participam da disputa, o que significa vedação
a discriminações injustificadas no julgamento das propostas, e deve ser dada oportunidade de
participação nas licitações em geral a quaisquer interessados que tenham condições de assegurar
o futuro cumprimento do contrato a ser celebrado. Não configura, por essa razão, violação ao princípio
da isonomia o estabelecimento de requisitos mínimos de habilitação dos licitantes cuja finalidade seja
exclusivamente garantir a adequada execução do futuro contrato.

b) o processo de licitação está vinculado às prescrições legais regulamentares específicas e às


estabelecidas no respectivo ato convocatório.

Correto. O princípio da legalidade em matéria de licitação está intimamente ligado a ideia de que todo o
procedimento licitatório está rigorosamente disciplinados na lei nº 8.666/93, conforme aduz Maria Sylvia
Zanella Di Pietro (Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014, p. 384):

O princípio da legalidade, já analisado no item 3.3. 1 em relação à Administração Pública em geral, é de


suma relevância, em matéria de licitação, pois esta constitui um procedimento inteiramente vinculado à
lei; todas as suas fases estão rigorosamente disciplinadas na Lei nº 8.666/93, cujo artigo 4º estabelece
que todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere o artigo
1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabelecido na lei.

c) o procedimento licitatório deve estar ajustado aos bons costumes e às regras de ética que
devem nortear todas as atividades dos agentes administrativos.

Incorreto. Trata-se do princípio da probidade. O princípio da Probidade, intrinsecamente ligado ao da


moralidade, afirma que, além de atuar licitamente, deverá agir consoante a moral, os bons costumes, as
regras da boa administração, os princípios de justiça e equidade, ou seja, a ideia comum de honestidade.
É o que nos diz Maria Sylvia Di Pietro (Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014, p. 385):

exige da Administração comportamento não apenas lícito, mas também consoante com a moral, os bons
costumes, as regras de boa administração, os princípios de justiça e de equidade, a ideia comum de
honestidade.

d) todos os atos praticados pelos agentes administrativos devem ser do pleno conhecimento da
coletividade.

Incorreto. Aqui vemos expressão do princípio da publicidade. O princípio da publicidade diz respeito à
divulgação do procedimento para conhecimento de todos os interessados e à divulgação dos atos
praticados pela Administração nas fases do procedimento. Vejamos o que diz Maria Sylvia Di Pietro
(Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014, p. 385):

[...] diz respeito não apenas à divulgação do procedimento para conhecimento de todos os interessados,
como também aos atos da Administração praticados nas várias fases do procedimento, que podem e
devem ser abertas aos interessados, para assegurar a todos a possibilidade de fiscalizar sua legalidade

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e) deve ser estabelecido tratamento diferenciado injustificável entre os interessados na
contratação.

Incorreto. Na verdade, o estabelecimento de tratamento diferenciado injustificável entre os interessados


viola o princípio da impessoalidade. O princípio que afirma que todos os licitantes devem ser tratados
igualmente, em termos de direitos e obrigações, devendo a Administração, em suas decisões, pautar-se
por critérios objetivos é o princípio da impessoalidade. É que nos afirma Maria Sylvia Zanella Di
Pietro (Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014, p. 385):

[...]todos os licitantes devem ser tratados igualmente, em termos de direitos e obrigações, devendo a
Administração, em suas decisões, pautar-se por critérios objetivos, sem levar em consideração as
condições pessoais do licitante ou as vantagens por ele oferecidas, salvo as expressamente previstas
na lei ou no instrumento convocatório.

Questão 15: FCC


Considere que um determinado órgão integrante da Administração pública federal pretenda adquirir
determinados produtos, mediante procedimento licitatório, priorizando, no processo de compra, critérios
e práticas sustentáveis. De acordo com as disposições da Lei nº 8.666/1993 e normatização específica,
esse escopo

a) é de possível atingimento desde que adotada licitação do tipo técnica e preço, pontuando-se os
licitantes que apresentarem a melhor solução técnica para o fornecimento aderente às práticas de
sustentabilidade fixadas.

b) somente poderá ser atingido mediante a previsão, no instrumento convocatório, de certificação


ambiental dos produtos, como critério de qualificação técnica ou requisito prévio para assinatura do
contrato.

c) poderá ser atingido com a previsão, no instrumento convocatório, de especificações técnicas do objeto
do certame adequadas às práticas de sustentabilidade, resguardado o caráter competitivo da licitação.

d) poderá ser atingido com o mecanismo de equalização das propostas, considerando-se mais vantajosa
aquela mais bem classificada em função da combinação de menor preço e menor impacto ambiental.

e) não é viável, eis que colidente com o caráter de ampla competição do procedimento licitatório,
admitindo-se, contudo, a contratação direta, com dispensa de licitação, de cooperativas, microempresas
e empresários individuais que adotem práticas sustentáveis de produção, devidamente certificadas.

GABARITO: C

c) poderá ser atingido com a previsão, no instrumento convocatório, de especificações técnicas do objeto
do certame adequadas às práticas de sustentabilidade, resguardado o caráter competitivo da licitação.

Assim dispõe o art. 3º da lei:

Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção


da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável
e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da

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impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação
ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

Uma das finalidades é o desenvolvimento nacional sustentável, o que inclui no conceito a sustentabilidade
ambiental. Inclusive, dispõe também o inc. IX do art. 6º:

IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado,
para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com
base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o
adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo
da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos:

Nota que há a preocupação legislativa quanto ao adequado tratamento ambiental ao empreendimento.

Vejamos os erros nos demais itens, sabendo que a normatização específica citada no enunciado é o
Decreto federal 7.746:

a) é de possível atingimento desde que adotada licitação do tipo técnica e preço, pontuando-se os
licitantes que apresentarem a melhor solução técnica para o fornecimento aderente às práticas de
sustentabilidade fixadas.

Não há qualquer previsão na lei 8.666 ou no Decreto que imponha o uso do tipo de licitação técnica e
preço. Nota que a sentença afirma, categoricamente, que só se atingirá a sustentabilidade se usar o
referido critério de julgamento. Sabemos que, pela lei 8.666, a regra é a adoção do tipo menor preço,
sendo a melhor técnica e técnica e preços utilizados para objetos que envolvam dose predominante de
intelectualidade. Confira:

Art. 46. Os tipos de licitação "melhor técnica" ou "técnica e preço" serão utilizados exclusivamente para
serviços de natureza predominantemente intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos,
fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a
elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos, ressalvado o disposto no
§ 4o do artigo anterior.

Gente, há uma centena de outros objetos que precisam atender o desenvolvimento nacional sustentável.
Esse princípio foi regulamentado pelo Decreto, com a seguinte ementa:

Regulamenta o art. 3º da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, para estabelecer critérios e práticas para
a promoção do desenvolvimento nacional sustentável nas contratações realizadas pela administração
pública federal direta, autárquica e fundacional e pelas empresas estatais dependentes, e institui a
Comissão Interministerial de Sustentabilidade na Administração Pública - CISAP. (Redação dada pelo
Decreto nº 9.178, de 2017)

b) somente poderá ser atingido mediante a previsão, no instrumento convocatório, de certificação


ambiental dos produtos, como critério de qualificação técnica ou requisito prévio para assinatura do
contrato.

Essas expressões são, normalmente, indicativas de erro. Normalmente, claro. Falo do "somente"!

Vamos explorar um pouco mais a exigência de certificação digital, especialmente na visão do Tribunal de
Contas da União, afinal esse conhecimento poderá ajudar você em eventuais provas, inclusive
discursivas.

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No Acórdão-Plenário nº 1.666/2019, o TCU previu que a exigência de comprovação da certificação
ambiental em nome do fabricante do material acabado, como critério de aceitabilidade da proposta,
apesar de estar em consonância com o art. 2º do Decreto 7.746/2012, não deve, no caso concreto,
comprometer o caráter competitivo da licitação.

Ou seja, não é vedado solicitar a certificação, mas é só um dos vários critérios para a aferição da escolha
da melhor proposta.

Na oportunidade, o Tribunal previu, inclusive, que a certificação não pode ser usada como requisito de
habilitação das empresas, tão somente para se atestar a qualidade do produto objeto da licitação e à
obediência à política ambiental vigente no Brasil.

d) poderá ser atingido com o mecanismo de equalização das propostas, considerando-se mais vantajosa
aquela mais bem classificada em função da combinação de menor preço e menor impacto ambiental.

Estamos falando em tipo de licitação ou critério de julgamento. Na lei 8.666, há quatro critérios de
julgamento: menor preço, melhor técnica, técnica e preço e maior lance ou oferta. Nenhum deles permite
a combinação entre menor preço e menor impacto ambiental. E o Decreto não seria o veículo normativo
hábil para tal finalidade, por ser ato secundário. Se a Administração Pública quiser utilizar os aspectos
ambientais como condição para a classificação que se faça o tipo melhor técnica ou técnica e preço,
conferindo-se pontuação para as empresas com melhores condições de sustentabilidade. Quando do uso
do critério menor preço, a Administração poderá exigir determinados certificados para a classificação da
empresa, e não equalização de preços, portanto.

e) não é viável, eis que colidente com o caráter de ampla competição do procedimento licitatório,
admitindo-se, contudo, a contratação direta, com dispensa de licitação, de cooperativas, microempresas
e empresários individuais que adotem práticas sustentáveis de produção, devidamente certificadas.

É aquele item em que o examinador já estava cansado. Tinha de escrever algo para completar as cinco
alternativas. Gente, a lei 8.666 prevê expressamente como objetivo o desenvolvimento nacional
sustentável. E a matéria foi regulamentada, validamente, pelo Decreto 7.746.

Questão 16: IDECAN


A obrigatoriedade da realização de licitações públicas encontra seu imperativo normativo no inciso XXI
do art. 37 da CRFB de 1988. Com efeito, a obrigação de licitar abrange todos os órgãos administrativos
dos Poderes Legislativo e Judiciário e dos Tribunais de Contas, o que foi objeto de expressa menção pelo
art. 117 da Lei nº 8.666/1993. Sobre quem está obrigado a licitar, analise a relação abaixo:

I. Órgãos da administração pública direta;

II. Administração pública indireta;

III. autarquias (incluindo as agências reguladoras e executivas);

IV. Conselhos profissionais (autarquias especiais);

V. Fundações públicas;

VI. Empresas públicas;

VII. Sociedades de economia mista;

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VIII. Sindicatos Patronais;

IX. Entidades do sistema “S”, por meio de regulamentos próprios, observados os princípios da
Administração Pública;

X. Organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP, Lei nº 9.790/1999);

XI. Organizações sociais (OS, Lei nº 9.637/1998).

Assinale

a) se somente I, II, III, IV, V, VI, VII, IX, X, e XI estão obrigados a licitar.

b) se somente II, III, IV, V, VI, VII, VIII e IX estão obrigados a licitar.

c) se somente I, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX, X e XI estão obrigados a licitar.

d) se somente I, II, IV, V, VI, VII, VIII, IX, X e XI estão obrigados a licitar.

e) se todos estiverem obrigados a licitar.

GABARITO: A

Só foram previstas estruturas formais do Estado, com isto, você já pode afastar as Organizações sociais,
as OSCIPs, o sistema S, os sindicatos patronais.

Vejamos, agora, o art. 117 da Lei:

Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações realizados pelos órgãos dos Poderes Legislativo e
Judiciário e do Tribunal de Contas regem-se pelas normas desta Lei, no que couber, nas três esferas
administrativas.

Professor, mas por que a letra A, então?

Gente, as OS, OSCIP e Sistema S também se submetem ao dever de licitar, apesar de contarem com
regulamentos próprios de licitação.

A questão não está pedindo para analisar quem ou não segue a Lei 8.666. É quem está sujeito ao dever
de licitar, e pronto.

Inclusive, se fosse assim, teríamos de excluir as empresas estatais, porque hoje seguem a lei 13.303, e
não mais a lei 8.666.

Questão 17: CEBRASPE (CESPE)


No que se refere aos processos governamentais de compras, julgue o item a seguir.

As fundações públicas não são sujeitas aos procedimentos licitatórios comuns aos demais entes da
administração indireta.

401
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( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

A questão versa sobre a Lei nº 8.666 de 21 de junho de 1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Nesse contexto, a assertiva está INCORRETA, pois subordinam-se ao regime das normas
que regem as licitações públicas no Brasil, além dos órgãos da administração direta, dos fundos especiais,
das autarquias, etc., as fundações públicas, conforme o art. 1º, parágrafo único, da Lei nº 8.666/93:

Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras,
serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos
especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia
mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios.

Questão 18: IADES


A Lei nº 8.666/1993, que estabelece normas gerais a respeito de licitações e contratos administrativos
pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos
Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, tem como objetivo(s)

a) garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, incentivar a competitividade de mercado


entre empresas e promover o desenvolvimento nacional sustentável.

b) contratar apenas produtos ou serviços que demonstrem a respectiva viabilidade por meio de
documentação, selecionar a proposta mais onerosa e estar em estrita conformidade com os princípios
básicos da legalidade.

c) garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa


para a Administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável.

d) atender às necessidades particulares dos agentes da Administração, optar por produtos produzidos
ou serviços prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no
País e visar à seleção da proposta mais vantajosa.

e) selecionar a proposta mais vantajosa para a administração pública, incentivar a competitividade de


mercado entre empresas e estar em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade.

GABARITO: C

Os objetivos da Lei nº 8.666/93 são estabelecidos em seu art.3º:


“Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia,
a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento
nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da

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legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa,
da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
Nessa linha, vejamos as alternativas:

a) garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, incentivar a competitividade de


mercado entre empresas e promover o desenvolvimento nacional sustentável. – errada.
Incentivar a competitividade de mercado entre empresas não é objetivo da Lei.

b) contratar apenas produtos ou serviços que demonstrem a respectiva viabilidade por meio de
documentação, selecionar a proposta mais onerosa e estar em estrita conformidade com os princípios
básicos da legalidade. – errada.
A viabilidade dos produtos/serviços será exigida ao longo do processo licitatório. Ainda, a obediência
estrita aos princípios da legalidade se impõe à Administração Pública. Nenhum deles, contudo, constitui
objetivo da LLC, nos termos acima expressos.
Ainda, obviamente, não é objetivo da Lei a seleção da proposta mais onerosa.
Incorreta, portanto.

c) garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa


para a Administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável. – certa.
A alternativa reproduz com exatidão os objetivos elencados no art.3º da Lei nº 8.666/93, de modo que
está correta, devendo ser assinalada.

d) atender às necessidades particulares dos agentes da Administração, optar por produtos produzidos
ou serviços prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no
País e visar à seleção da proposta mais vantajosa. – errada.
O atendimento de necessidades particulares dos agentes da Administração violaria diversos princípios
administrativos, tais como a isonomia, a moralidade, a impessoalidade etc. Ainda, a opção por produtos
produzidos ou serviços prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de
tecnologia no País será adotada como critério de desempate, mas não é objetivo da LLC.

e) selecionar a proposta mais vantajosa para a administração pública, incentivar a competitividade de


mercado entre empresas e estar em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade. –
errada.
Como já destacado no comentário da alternativa A , incentivar a competitividade de mercado entre
empresas não é objetivo da Lei. Outrossim, conforme exposto no comentário da alternativa B, a
conformidade estrita com os princípios da legalidade se impõe à Administração Pública, mas não constitui
objetivo da LLC.
Logo, está incorreta a alternativa.

Questão 19: IADES


O procedimento licitatório é um procedimento vinculado que deve observar um conjunto de princípios
explícitos ou implícitos. A esse respeito, é correto afirmar que o princípio da adjudicação compulsória ao
vencedor implica

a) obrigar a Administração a celebrar o contrato com o vencedor.

b) anular a licitação, desde que seja de forma motivada, caso não mais seja do interesse da
Administração celebrar o contrato.

c) tornar todos os atos da licitação, exceto o conteúdo das propostas, acessíveis ao público.

d) facultar a qualquer cidadão o direito de acompanhar e fiscalizar o procedimento licitatório.

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e) atribuir ao vencedor, e somente a ele, o objeto da licitação.

GABARITO: E

Citado por Hely Lopes Meirelles e Maria Sylvia Zanella Di Pietro, pelo princípio da adjudicação
compulsória, concluído o processo licitatório, a Administração fica impedida de atribuir o objeto da licitação
a outrem que não o legítimo vencedor (arts. 50 e 64 da Lei).

Para Hely Lopes Meirelles, a adjudicação ao vencedor é obrigatória, salvo se este desistir expressamente
do contrato ou não o firmar no prazo prefixado. A obrigatoriedade veda também que se abra nova licitação
enquanto válida a adjudicação anterior.

E fica a dica de que adjudicar não se confunde com contratar. A adjudicação gera mera expectativa de
direito à contratação. Dessa forma, a Administração poderia, em tese, simplesmente deixar fluir o prazo
de validade das propostas (60 dias) e refazer o procedimento licitatório.

Questão 20: IADES


A licitação destina-se a garantir a observância de certo princípio constitucional denominado

a) contraditório.

b) agilidade.

c) menor preço.

d) isonomia.

e) subjetividade.

GABARITO: D

A questão versa sobre a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Nesse contexto, a licitação destina-se a garantir a observância de certo princípio
constitucional denominado ISONOMIA, conforme o art. 3º, caput, da Lei nº 8.666/93:

Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a


seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional
sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade,
da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da
vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

Com efeito, o princípio da isonomia possui duas facetas, a primeira é a igualdade entre os participantes,
sem discriminações injustificadas no julgamento das propostas e, ainda, a concessão de oportunidade de
participação nas licitações em geral a qualquer interessado que tenham condições de assegurar o

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cumprimento do contrato. É o que nos diz Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo
Descomplicado. 23. ed. São Paulo: Método, 2015, p. 641):

A observância da igualdade entre os participantes no procedimento licitatório possui uma dupla vertente:
devem ser tratados isonomicamente todos os que participam da disputa, o que significa vedação
a discriminações injustificadas no julgamento das propostas, e deve ser dada oportunidade de
participação nas licitações em geral a quaisquer interessados que tenham condições de assegurar
o futuro cumprimento do contrato a ser celebrado. Não configura, por essa razão, violação ao princípio
da isonomia o estabelecimento de requisitos mínimos de habilitação dos licitantes cuja finalidade seja
exclusivamente garantir a adequada execução do futuro contrato.

Questão 21: VUNESP


Segundo o disposto na Lei nº 8.666/93, num processo licitatório para aquisição de bens ou serviços pela
Administração, a empresa licitante que comprove cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para
pessoa com deficiência e que atenda às regras de acessibilidade previstas na legislação,

a) ficará isenta dos tributos federais incidentes sobre a contratação.

b) pode ser contratada diretamente por dispensa de licitação.

c) assegura preferência, em igualdade de condições, para fins de desempate.

d) pode ser contratada diretamente por inexigibilidade de licitação.

e) será dispensada das formalidades contratuais na licitação.

GABARITO: C

Veja o que diz a Lei nº 8666.93:

Art. 3º, § 2º Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência,
sucessivamente, aos bens e serviços:
I - produzidos ou prestados por empresas brasileiras de capital nacional; (Revogado)
II - produzidos no País;
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia
no País.
V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos
prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que
atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.

§ 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de preferência para:


I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras; e
II - bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de
reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência
Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.

Portanto, como podemos ver, a Lei das Licitações assegura preferência, em igualdade de condições, para
fins de desempate.

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Cabe ressaltar que, durante todo o período da execução do contrato, a empresa deverá cumprir essa
reserva de cargos supramencionada:

Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2º e no inciso II do § 5º do art. 3º desta Lei deverão
cumprir, durante todo o período de execução do contrato, a reserva de cargos prevista em lei para
pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social, bem como as regras de
acessibilidade previstas na legislação.

Veja os erros das demais alternativas.

a) ficará isenta dos tributos federais incidentes sobre a contratação.


ERRADA. Não há previsão para esse tipo de isenção na Lei nº 8.666/93.

b) pode ser contratada diretamente por dispensa de licitação.


ERRADA. As hipóteses de licitação dispensável estão no artigo 24 da Lei citada. Não há previsão nesse
sentido.

d) pode ser contratada diretamente por inexigibilidade de licitação.


ERRADA. As hipóteses de inexigibilidade de licitação estão no artigo 25 da Lei citada. Não há previsão
nesse sentido.

e) será dispensada das formalidades contratuais na licitação.


ERRADA. Não há previsão para esse tipo de dispensa na Lei nº 8.666/93.

Questão 22: VUNESP

A licitação

a) contrata serviços feitos sob medida, exceto os relacionados à publicidade e propaganda.

b) estabelece margem de preferência para produtos agropecuários e serviços nacionais que atendam às
normas técnicas brasileiras.

c) destina-se a garantir a observância do princípio da isonomia, em estrita conformidade com a


legalidade, impessoalidade, moralidade e igualdade, por exemplo.

d) garante a observância do princípio da lei orgânica de isonomia e da seleção da proposta mais


vantajosa para a administração.

e) permite aos agentes públicos estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal,
trabalhista, previdenciária nos casos em que for o melhor interesse da administração pública.

GABARITO: C

A questão versa sobre a Lei nº 8.666 de 21 de junho de 1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Nesse contexto, vamos analisar os itens para encontrar a resposta correta.

a) contrata serviços feitos sob medida, exceto os relacionados à publicidade e propaganda.

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Incorreto. A Lei nº 8.666/93 estabelece, sim, normas para licitações e contratos administrativos
pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade. Vejamos:

Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras,
serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

b) estabelece margem de preferência para produtos agropecuários e serviços nacionais que


atendam às normas técnicas brasileiras.

Incorreto. Não há margem de preferência para produtos agropecuários. Assim, como garantia do
desenvolvimento nacional sustentável e exceção ao princípio da isonomia, será assegurada preferência,
sucessivamente, aos bens e serviços produzidos ou prestados no país; produzidos ou prestados por
empresas brasileiras; produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no
desenvolvimento de tecnologia no país, conforme o art. 3º, § 2º, e incisos, da Lei nº 8.666/93:

Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção


da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável
e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação
ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
[...]
§ 2º Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência,
sucessivamente, aos bens e serviços:
II - produzidos no País;
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de
tecnologia no País.
V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista
em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de
acessibilidade previstas na legislação.

c) destina-se a garantir a observância do princípio da isonomia, em estrita conformidade com a


legalidade, impessoalidade, moralidade e igualdade, por exemplo.

Correto. É o que, de fato, prevê o art. 3º, caput, da Lei nº 8.666/93:

Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a


seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional
sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes
são correlatos.

d) garante a observância do princípio da lei orgânica de isonomia e da seleção da proposta mais


vantajosa para a administração.

Incorreto. Deve garantir o princípio CONSTITUCIONAL da isonomia, isto é, o princípio da isonomia vem
disposto na Constituição Federal.

e) permite aos agentes públicos estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal,
trabalhista, previdenciária nos casos em que for o melhor interesse da administração pública.

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Incorreto. Na verdade, este tratamento diferenciado é expressamente vedado aos agentes públicos.
Vejamos:

Art. 3º. [...]


§ 1º É vedado aos agentes públicos:
[...]
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou
qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda,
modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências
internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro
de 1991.

Questão 23: FGV


A sociedade empresária Feliz S/A, após apresentar a melhor proposta em licitação para a contratação de
obra de grande vulto, promovida por certa empresa pública federal, apresentou os documentos exigidos
no edital e foi habilitada.

Este último ato foi objeto de recurso administrativo, no qual restou provado que a mencionada licitante foi
constituída para burlar a sanção que lhe fora aplicada, já que se constituíra por transformação da
sociedade empresária Alegre S/A, com os mesmos sócios e dirigentes, mesmo patrimônio, igual endereço
e idêntico objeto social.

A sociedade empresária Alegre S/A, em decorrência de escândalo que envolvia pagamento de propina e
fraudes em licitações, foi penalizada em diversos processos administrativos. Após os trâmites previstos
na Lei nº 12.846/13 (Lei Anticorrupção Empresarial), diante do reconhecimento de haver praticado atos
lesivos à Administração Pública, ela foi penalizada com a aplicação de multa e a declaração de
inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública, pelo prazo de quatro anos.

Diante dessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta.

a) A exclusão da sociedade empresária Feliz S/A da licitação em curso é legítima, pois, diante da
transformação, subsiste a responsabilidade da sociedade Alegre S/A.

b) O reconhecimento da responsabilização administrativa da sociedade empresária Alegre S/A, por ato


lesivo contra a Administração Pública, dependia da comprovação do elemento subjetivo culpa.

c) A penalização da sociedade empresária Alegre S/A impede a responsabilização individual de seus


dirigentes; por isso, não pode ser estendida à sociedade Feliz S/A.

d) A imposição da sanção de declaração de inidoneidade à sociedade empresária Alegre S/A deveria


impedir a aplicação de multa por ato lesivo à Administração Pública pelos mesmos fatos, sob pena de bis
in idem.

GABARITO: A

Temos aqui uma aplicação da jurisprudência do STJ e do TCU sobre o tema.

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Convém ressaltar que a declaração de inidoneidade de determinada empresa só pode ser estendida a
outra de propriedade dos mesmos sócios quando restar demonstrada ter sido essa última constituída com
o propósito deliberado de burlar a referida sanção (Acórdão 2958/2012 – TCU – Plenário).

No caso, à determinada empresa havia sido aplicada sanção de inidoneidade para licitar, por
apontamentos de fraude a licitação. No entanto, alegou-se que outra empresa, de propriedade dos
mesmos sócios, teria sido criada com o propósito de fraudar a penalidade de suspensão aplicada e, dessa
forma, continuar a participar de licitações e assinar contratos com a Administração Pública Federal.

O Superior Tribunal de Justiça, ao julgar RMS 15166/BA, considerou possível estender os efeitos da
sanção de inidoneidade para licitar a outra empresa com o mesmo objeto social, mesmos sócios e mesmo
endereço, em substituição a outra declarada inidônea para licitar, desde que restasse configurada a burla
(aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica).

Questão 24: VUNESP


A fase do processo de licitação em que a Administração atribui ao licitante detentor da melhor proposta o
objeto da licitação é chamada de

a) abertura.

b) habilitação.

c) classificação.

d) adjudicação.

e) aprovação.

GABARITO: D

A adjudicação, pela lei de licitações, a última etapa do procedimento. É a entrega simbólica do objeto da
licitação. É vista, inclusive, como princípio da licitação. Citado por Hely Lopes Meirelles e Maria Sylvia
Zanella Di Pietro, pelo princípio da adjudicação compulsória, concluído o processo licitatório, a
Administração fica impedida de atribuir o objeto da licitação a outrem que não o legítimo vencedor (arts.
50 e 64 da Lei).

Para Hely Lopes Meirelles, a adjudicação ao vencedor é obrigatória, salvo se este desistir expressamente
do contrato ou não o firmar no prazo prefixado. A obrigatoriedade veda também que se abra nova licitação
enquanto válida a adjudicação anterior.

Não se confunde o direito à adjudicação com eventual direito de contratar (Recurso Extraordinário – STF
107552/DF). A adjudicação gera mera expectativa de direito ao vencedor da licitação quanto à
contratação futura: se alguém tiver de ser contratado em razão de uma licitação, será o licitante vencedor.

A adjudicação gera mera expectativa de direito à contratação. Dessa forma, a Administração poderia, em
tese, simplesmente deixar fluir o prazo de validade das propostas (60 dias) e refazer o procedimento
licitatório.

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Questão 25: VUNESP
Assinale a alternativa cujo conteúdo está em conformidade com os princípios da Lei nº 8.666/1993.

a) A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento,
salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura e as normas de licitações e contratos
devem privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno porte
na forma da lei.

b) Subordinam-se ao regime dessa Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais,
as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e demais entidades controladas direta ou
indiretamente pela União, ressalvadas as sociedades de economia mista.

c) Essa Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras,
serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito da União, sendo os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios regidos por leis próprias.

d) Para garantir os princípios constitucionais da legalidade, da moralidade, da impessoalidade e da


eficiência, os agentes púbicos deverão, no procedimento licitatório, estabelecer tratamento diferenciado
de natureza comercial, legal, trabalhista ou previdenciária, entre empresas brasileiras e estrangeiras.

e) A licitação visa garantir a observância, dentre outros, do princípio constitucional da isonomia e a


seleção da proposta mais vantajosa para o cidadão e será processada e julgada em estrita conformidade
com os princípios básicos da vinculação ao instrumento convocatório e do julgamento subjetivo.

GABARITO: A

Assinale a alternativa cujo conteúdo está em conformidade com os princípios da Lei nº 8.666/1993.

a) A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento,
salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura e as normas de licitações e contratos
devem privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno porte
na forma da lei.

CERTO. A alternativa representa os termos do art. 3º, §§ 3º e 14 da Lei nº 8.666/93.

Nesse sentido, veja:

Art. 3º. [...]

§ 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu
procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

§ 14. As preferências definidas neste artigo e nas demais normas de licitação e contratos devem
privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno porte
na forma da lei.
b) Subordinam-se ao regime dessa Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais,
as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e demais entidades controladas direta ou
indiretamente pela União, ressalvadas as sociedades de economia mista.

ERRADO. As sociedades de economia mista também se subordinam ao regime da Lei de Licitações.

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Veja o que ensina o art. 1º, parágrafo único da Lei nº 8.666/93:

Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras,
serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os
fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de
economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados,
Distrito Federal e Municípios.

c) Essa Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras,
serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito da União, sendo os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios regidos por leis próprias.

ERRADO. A Lei nº 8.666/93 aplica-se no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios.

Veja o art. 1º da Lei:

Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras,
serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

d) Para garantir os princípios constitucionais da legalidade, da moralidade, da impessoalidade e da


eficiência, os agentes públicos deverão, no procedimento licitatório, estabelecer tratamento
diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista ou previdenciária, entre empresas brasileiras
e estrangeiras.

ERRADO. É vedado aos agentes públicos estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial,
legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras.

É o que afirma o art. 3º, §1º da Lei:

Art. 3º, § 1º É vedado aos agentes públicos:

II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou


qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda,
modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências
internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro
de 1991.

e) A licitação visa garantir a observância, dentre outros, do princípio constitucional da isonomia e a


seleção da proposta mais vantajosa para o cidadão e será processada e julgada em estrita conformidade
com os princípios básicos da vinculação ao instrumento convocatório e do julgamento subjetivo.

ERRADO. O art. 3º da Lei nº 8.666/93 expressa os objetivos e princípios da licitação, a saber:

Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a


seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento
nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos

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da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes
são correlatos.

Dessa forma, são objetivos da licitação:

• observância do princípio constitucional da isonomia;


• a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e;
• a promoção do desenvolvimento nacional sustentável

E são princípios da licitação:

• da legalidade;
• da impessoalidade;
• da moralidade;
• da igualdade;
• da publicidade;
• da probidade administrativa;
• da vinculação ao instrumento convocatório;
• do julgamento objetivo;
• correlatos

Portanto, perceba que o erro da alternativa está em afirmar que o julgamento subjetivo é princípio da
licitação.

Questão 26: CEBRASPE (CESPE)


A respeito de compras governamentais, assinale a opção correta.

a) A lei que introduziu a modalidade de licitação denominada pregão, definiu que todas as compras
governamentais de bens e serviços serão nessa modalidade, a qual selecionará a empresa com a melhor
capacidade técnica.

b) Os processos de compras governamentais são sigilosos, por isso é vedada a sua publicidade a quem
não seja participante do processo.

c) Uma das vantagens do processo centralizado de compras governamentais é a economia de escala,


em função da obtenção de redução de custo unitário na compra de grandes quantidades.

d) Subordinam-se ao regime da Lei n.º 8.666/1993 somente os órgãos que compõem a administração
pública direta e indireta.

e) A aquisição emergencial de bens e serviços pela administração pública deve seguir as seguintes
etapas: planejamento da compra, seleção de fornecedores, licitação e contratação.

GABARITO: C

c) Uma das vantagens do processo centralizado de compras governamentais é a economia de escala,


em função da obtenção de redução de custo unitário na compra de grandes quantidades.

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Pensa rápido: você e a família de sua esposa e a família de sua mãe, todos comprando juntos as compras
do mês. Pensou? Agora, vai lá sozinho e tenta negociar preços. Tenho certeza de que, ao comprar maior
quantidade, você consegue com o fornecedor menores preços, mais competitivos, afinal ele estará
vendendo mais. E, ao vender mais, consegue maior lucro por unidade.

Com a Administração Pública funciona da mesma forma, tendo surgido a ideia de licitações
compartilhadas. A União, por exemplo, pode comprar para todos os estados e municípios nos contratos
que decorram de convênios administrativos. Com certeza, vai conseguir preços ainda mais atrativos.

Os demais itens estão errados:

a) A lei que introduziu a modalidade de licitação denominada pregão, definiu que todas as compras
governamentais de bens e serviços serão nessa modalidade, a qual selecionará a empresa com a melhor
capacidade técnica.

Não são todas as compras, apenas as aquisições de bens e serviços comuns. E o critério de julgamento
é o menor preço.

b) Os processos de compras governamentais são sigilosos, por isso é vedada a sua publicidade a quem
não seja participante do processo.

As compras são públicas, regidas pelo princípio da publicidade.

d) Subordinam-se ao regime da Lei n.º 8.666/1993 somente os órgãos que compõem a administração
pública direta e indireta.

Confira:

Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras,
serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os
fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de
economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito
Federal e Municípios.

Perceba que não é apenas a Administração Direta e Indireta.

e) A aquisição emergencial de bens e serviços pela administração pública deve seguir as seguintes
etapas: planejamento da compra, seleção de fornecedores, licitação e contratação.

Na contratação emergencial, não há licitação, temos a contratação direta. A lei 8.666 previu a contratação
direta por licitação dispensável, por licitação emergencial.

Questão 27: VUNESP


Quando a Constituição Federal, no seu artigo 37, inciso XXI, determina que todos os licitantes têm direito
de concorrer de forma igualitária, faz referência a uma ação concreta decorrente do princípio
constitucional da Administração Pública da

a) legalidade.

b) transparência.

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c) impessoalidade.

d) publicidade.

e) eficácia.

GABARITO: C
A questão versa sobre a Lei nº 8.666 de 21 de junho de 1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Nesse contexto, quando se afirma que todos os licitantes têm direito de concorrer de forma
igualitária, faz referência ao princípio constitucional da impessoalidade. Com efeito, o princípio que afirma
que todos os licitantes devem ser tratados igualmente, em termos de direitos e obrigações, devendo a
Administração, em suas decisões, pautar-se por critérios objetivos é o princípio da impessoalidade. É que
nos afirma Maria Sylvia Zanella Di Pietro (Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014, p. 385):

[...]todos os licitantes devem ser tratados igualmente, em termos de direitos e obrigações, devendo a
Administração, em suas decisões, pautar-se por critérios objetivos, sem levar em consideração as
condições pessoais do licitante ou as vantagens por ele oferecidas, salvo as expressamente previstas
na lei ou no instrumento convocatório.

Analisando os demais itens, temos o seguinte:

a) legalidade.

O princípio da legalidade em matéria de licitação está intimamente ligado a ideia de que todo o
procedimento licitatório está rigorosamente disciplinados na lei nº 8.666/93, conforme aduz Maria Sylvia
Zanella Di Pietro (Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014, p. 384):

O princípio da legalidade, já analisado no item 3.3. 1 em relação à Administração Pública em geral, é de


suma relevância, em matéria de licitação, pois esta constitui um procedimento inteiramente vinculado à
lei; todas as suas fases estão rigorosamente disciplinadas na Lei nº 8.666/93, cujo artigo 4º estabelece
que todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere o artigo
1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabelecido na lei.

b) transparência.

Esse princípio deriva da indisponibilidade do interesse público e diz respeito à exigência de que seja
possibilitado, da forma mais ampla possível, as informações das atividades administrativas para o controle
da administração pública pelos administrados, conforme lecionam Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino
(Direito Administrativo Descomplicado. 23. ed. São Paulo: Método, 2015, p. 218):

Essa acepção, derivada do princípio da indisponibilidade do interesse público, diz respeito à exigência de
que seja possibilitado, da forma mais ampla possível, o controle da administração pública pelos
administrados. Importante garantia individual apta a assegurar a exigência de transparência da
administração pública é o direito de petição aos Poderes Públicos; o mesmo se pode dizer do direito à
obtenção de certidões em repartições públicas (CF, art. 5º, XXXIV, "a" e "b", respectivamente)

d) publicidade.

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O princípio da publicidade diz respeito à divulgação do procedimento para conhecimento de todos os
interessados e à divulgação dos atos praticados pela Administração nas fases do procedimento. Vejamos
o que diz Maria Sylvia Di Pietro (Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014, p. 385):

[...] diz respeito não apenas à divulgação do procedimento para conhecimento de todos os interessados,
como também aos atos da Administração praticados nas várias fases do procedimento, que podem e
devem ser abertas aos interessados, para assegurar a todos a possibilidade de fiscalizar sua legalidade

e) eficácia.

Não existe princípio da eficácia, fala-se em princípio da eficiência. O princípio da eficiência é um postulado
constitucional e deverá ser respeitado em todos os atos administrativos, sejam licitatórios ou não. O
princípio da eficiência subdivide-se em dois aspectos: quanto ao modo de atuação do agente público, o
qual deve buscar o melhor desempenho possível de suas tarefas; e quanto ao modo de organização,
estruturação e disciplina, sempre visando o melhor resultado na prestação do serviço público, conforme
leciona Maria Sylvia Zanella di Pietro (Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014):

O princípio da eficiência apresenta, na realidade, dois aspectos: pode ser considerado em relação ao
modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor desempenho possível de suas
atribuições, para lograr os melhores resultados; e em relação ao modo de organizar, estruturar, disciplinar
a Administração Pública, também com o mesmo objetivo de alcançar os melhores resultados na prestação
do serviço público.

Questão 28: CEBRASPE (CESPE)


Após processo licitatório na modalidade de concorrência, determinada empresa foi contratada para
reformar imóvel pertencente à administração pública; por enfrentar, no entanto, graves problemas
financeiros, essa empresa deixou de realizar 30% da obra licitada, o que equivale a uma monta de R$
250.000. Por isso, a administração pública pretende contratar outra empresa para finalizar a obra
remanescente.

Considerando essa situação hipotética, julgue o próximo item.

O princípio do julgamento objetivo visa afastar o caráter discricionário quando da escolha de propostas
em processo licitatório, obrigando os julgadores a se ater aos critérios prefixados pela administração
pública, o que reduz e delimita a margem de valoração subjetiva no certame.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

O princípio do julgamento objetivo visa afastar o caráter discricionário quando da escolha de propostas
em processo licitatório, obrigando os julgadores a se ater aos critérios prefixados pela administração
pública, o que reduz e delimita a margem de valoração subjetiva no certame. – certa.

O item ora analisado traz o conceito correto do princípio do julgamento objetivo. Portanto, deve ser
assinalado como correto.
Vejamos a lição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro sobre o tema:
“Princípio do julgamento objetivo

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Quanto ao julgamento objetivo, que é decorrência também do princípio da legalidade, está assente seu
significado: o julgamento das propostas há de ser feito de acordo com os critérios fixados no edital. E
também está consagrado, de modo expresso, no artigo 45, em cujos termos “o julgamento das propostas
será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou responsável pelo convite realizá-lo em conformidade
com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os
fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos
de controle”. Para fins de julgamento objetivo, o mesmo dispositivo estabelece os tipos de licitação: de
menor preço, de melhor técnica, de técnica e preço e o de maior lance ou oferta (v. item 9.7.1.3). Esses
critérios não são aplicados para o concurso (v. item 9.7.4) e para o pregão (v. item 9.7.6)” (DI PIETRO,
Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo.31ª ed. São Paulo: Forense, 2018. P. 475)

Questão 29: CEBRASPE (CESPE)


As práticas relativas às compras públicas e à contratação de serviços têm-se voltado cada vez mais para
o desenvolvimento de estratégias que possibilitem fomentar o desenvolvimento local, bem como para
dimensões de sustentabilidade. Nesse contexto, a administração pública pode e deve organizar seus
editais de licitação considerando essa perspectiva. Com relação a esse assunto, é correto afirmar que as
características de uma licitação sustentável, além daquelas exigidas para outras licitações, incluem

a) estabelecer critérios de julgamento a partir dos princípios da eficiência e impessoalidade.

b) apontar indicadores e metas de desempenho para determinadas compras.

c) estabelecer a possibilidade de registro de preços em seus procedimentos.

d) promover a inovação e melhoria no uso de recursos e insumos utilizados pela administração pública.

e) permitir a escolha pelos preços mais vantajosos para a administração pública.

GABARITO: D

As práticas relativas às compras públicas e à contratação de serviços têm-se voltado cada vez mais para
o desenvolvimento de estratégias que possibilitem fomentar o desenvolvimento local, bem como para
dimensões de sustentabilidade. Nesse contexto, a administração pública pode e deve organizar seus
editais de licitação considerando essa perspectiva. Com relação a esse assunto, é correto afirmar que
as características de uma licitação sustentável, além daquelas exigidas para outras licitações, incluem

a) estabelecer critérios de julgamento a partir dos princípios da eficiência e impessoalidade.

ERRADO. Os princípios da eficiência e da impessoalidade são aplicáveis a toda licitação, e não somente
às licitações sustentáveis.

Item incorreto.

b) apontar indicadores e metas de desempenho para determinadas compras.

ERRADO. Os indicadores e metas de desempenhos para licitações sustentáveis aplicam-se às


contratações de obras e serviços, e não às compras.

Veja o que ensina o art. 10 da Lei nº 12.462/11:

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Art. 10. Na contratação das obras e serviços, inclusive de engenharia, poderá ser estabelecida
remuneração variável vinculada ao desempenho da contratada, com base em metas, padrões de
qualidade, critérios de sustentabilidade ambiental e prazo de entrega definidos no instrumento
convocatório e no contrato.

Item incorreto.

c) estabelecer a possibilidade de registro de preços em seus procedimentos.

ERRADO. A possibilidade de registro de preços não se limita às licitações sustentáveis, mas a quaisquer
aquisições futuras realizadas pela Administração Pública.

Item incorreto.

d) promover a inovação e melhoria no uso de recursos e insumos utilizados pela administração pública.

CERTO. Perceba que a promoção à inovação e à melhoria no uso de recursos e insumos no âmbito do
Poder Público caracterizam a celebração de procedimento licitatório sustentável, à medida em que limita,
desde logo, a participação de licitantes que respeitem as regras de sustentabilidade.

Logo, item correto.

e) permitir a escolha pelos preços mais vantajosos para a administração pública.

ERRADO. As licitações, sejam elas sustentáveis ou não, podem julgadas não somente pelo preço mais
vantajoso.

Veja o que art. 45, §1º da Lei nº 8.666/93 determina que as licitações podem ser do tipo menor preço,
melhor técnica, técnica e preço ou maior lance ou oferta, a saber:

Art. 45, § 1º. Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso:

I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração
determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do
edital ou convite e ofertar o menor preço;

II - a de melhor técnica;

III - a de técnica e preço.

IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso.

Item incorreto.

Do exposto, nosso gabarito é a Letra D.

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Questão 30: VUNESP
Assinale a alternativa cujo conteúdo está em consonância com o disposto na Lei nº 8.666/1993.

a) Num procedimento licitatório, em igualdade de condições, é vedado estabelecer preferência aos bens
e serviços produzidos ou prestados por empresas brasileiras, como critério de desempate.

b) A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento,
salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

c) Considera-se empreitada quando se ajusta mão de obra para pequenos trabalhos por preço certo,
com ou sem fornecimento de materiais.

d) Subordinam-se ao regime dessa Lei os órgãos da administração direta, as autarquias e as fundações


públicas, salvo as empresas públicas e as sociedades de economia mista.

e) Os bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva
de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência poderão ser adquiridos sem licitação.

GABARITO: B

b) A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento,
salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

Exatamente como previsto na lei, confira:

Art. 3º. § 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu
procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

Os demais itens estão incorretos. Vejamos:

a) Num procedimento licitatório, em igualdade de condições, é vedado estabelecer preferência aos bens
e serviços produzidos ou prestados por empresas brasileiras, como critério de desempate.

Não é vedado. Confira a ordem de desempate da lei:

“I – (revogado);
II – produzidos no País;
III – produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
IV – produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de
tecnologia no País.
V – produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista
em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de
acessibilidade previstas na legislação.” (Incluído pela Lei 13.146, de 2015)”

c) Considera-se empreitada quando se ajusta mão de obra para pequenos trabalhos por preço certo,
com ou sem fornecimento de materiais.

Estamos diante da definição para tarefa. Abaixo, o conceito para empreitada:

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Empreitada por preço global: o preço ajustado leva em consideração a prestação de serviço por preço
certo e total. Nesse regime, o pagamento deve ser efetuado após a conclusão dos serviços ou etapas
definidas em cronograma físico-financeiro. Constata-se seu uso mais corrente quando dos contratos de
objetos mais corriqueiros, em que os quantitativos de materiais não sofrem grandes flutuações.

Empreitada por preço unitário: o preço leva em conta unidades determinadas da obra a ser realizada.
Diferentemente da global, são mais suscetíveis de variação durante a execução, razão pela qual é mais
adequada para contratos cujas quantidades de serviços e de materiais não são definidas precisamente.

Empreitada integral: nesse tipo de regime, a Administração contrata um empreendimento em sua


integralidade, compreendendo todas as etapas das obras e/ou serviços. Normalmente dizem respeito a
objetos revestidos de maior vulto e complexidade. Além disso, gera para a empresa contratada
responsabilidade pela execução até o instante da tradição (entrega) ao órgão ou à entidade da
Administração Pública.

d) Subordinam-se ao regime dessa Lei os órgãos da administração direta, as autarquias e as fundações


públicas, salvo as empresas públicas e as sociedades de economia mista.

Essa questão tem um probleminha! Gente, com a Lei 13.303, foi lançado um novo estatuto de licitações
para as empresas estatais, logo, de fato, não seguem mais o rito da Lei 8.666. Portanto, a banca, ao se
apegar à literalidade do art. 1º da lei de licitações, foi traída. Para nós, a questão merecia ser anulada.

e) Os bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva
de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência poderão ser adquiridos sem licitação.

Na verdade, segundo a lei, é possível uma margem de preferência. Não é o caso de se dispensar a
licitação.

Questão 31: CESGRANRIO


O Chefe do Setor de Licitações de uma Autarquia Federal preside determinado certame, destinado a
selecionar fornecedor de papel para impressoras. No curso da licitação, ele acolhe requerimento de uma
sociedade empresarial que queria obter o reconhecimento de beneficio não previsto no edital. Com o
referido reconhecimento, a sociedade empresária obteve vitória no procedimento de escolha para
fornecer o papel exigido pelo serviço público.

Nesse caso, nos termos da Lei no 8.666/1993, haveria violação ao princípio da vinculação ao instrumento

a) convocatório

b) correlato

c) moral

d) probo

e) público

GABARITO: A

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Acredito que não haja muita dúvida sobre qual princípio foi violado nesse caso. Afinal, a lei não fala em
vinculação ao instrumento "correlato" (letra B), "moral" (letra C), "probo" (letra D) ou "público" (letra E),
mas apenas ao "instrumento convocatório", conforme o caput do art. 3º da Lei 8.666/93.

"Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção


da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável
e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação
ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos."

E o nome não é ao acaso. O "instrumento convocatório" é, na maioria das vezes, o Edital, tendo como
exceção, na Lei 8.666/93, a carta-convite, usada como instrumento convocatório da modalidade convite.
E o nome é esse exatamente por que ele é o instrumento usado para convocar (ou convidar) os
interessados a participar do certame.

Desculpe se está sendo óbvio para alguém, mas é uma oportunidade de entender que nem tudo no estudo
é puro decoreba.

Questão 32: FCC


A Lei no 8.666/1993 e respectivas alterações especifica as regras para licitações e contratos. Em termos
gerais, subordinam-se ao regime desta lei SOMENTE

a) os órgãos da Administração direta, fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as


empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou
indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

b) os órgãos de Administração direta, as autarquias, as fundações públicas e as empresas de caráter


público.

c) as fundações públicas, os fundos especiais e entidades diretamente controladas pela União, Estado,
Distrito Federal e Municípios.

d) os órgãos de Administração direta, as autarquias e empresas públicas.

e) os órgãos da Administração direta, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais


entidades controladas diretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

GABARITO: A

A resposta é letra A, mas, para mim, hoje desatualizada, haja vista o advento da lei das estatais. Não
vou marcar como desatualizada, porque este pecado tem sido praticado por outras bancas, baseando-se
na literalidade da lei 8.666. Assim prevê a lei:

Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras,
serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os
fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de

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economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito
Federal e Municípios.

Quanto às empresas públicas, sociedades de economia mista e entidades controladas direta ou


indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, observa-se que devem seguir as regras
da Lei 13.303/2016 (estatuto das estatais).

Questão 33: FGV


A Lei de Licitações estabelece critérios sucessivos de desempate na licitação, nas situações em que os
critérios de escolha previamente definidos no edital não são suficientes para a seleção de uma única
proposta vencedora.

Dessa forma, em igualdade de condições, como primeiro critério de desempate, será assegurada a
preferência aos bens e serviços:

a) produzidos no país;

b) produzidos por empresas brasileiras;

c) produzidos no âmbito do respectivo ente federativo contratante;

d) prestados por empresas que invistam em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia no país;

e) prestados por empresas que possuam mínimo de 5% (cinco por cento) de trabalhadores com
deficiência.

GABARITO: A

Como aplicação do princípio da igualdade, a Lei estabelece alguns parâmetros para a resolução de casos
de empate entre os licitantes. Sobre o tema, o § 2º do art. 3º traz a seguinte sequência:

"II – produzidos no País. Esse é o primeiro critério;


III – produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
IV – produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de
tecnologia no País.
V – produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista
em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de
acessibilidade previstas na legislação”. (Incluído pela Lei 13.146, de 2015).

Questão 34: FGV


Os procedimentos licitatórios devem observar os princípios constitucionais aplicáveis à Administração
Pública, sejam os expressos, sejam os implícitos, os princípios específicos previstos na Lei nº 8.666/93 e
aqueles que lhe são correlatos, dentre eles, o:

a) do julgamento subjetivo, eis que o licitante contratado será escolhido de acordo com suas aptidões
pessoais;

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b) do sigilo das propostas, que são mantidas de forma sigilosa até a abertura dos envelopes em sessão
pública;

c) da publicidade imediata de todos os atos do processo, como edital, propostas e assinatura do contrato;

d) da vinculação ao instrumento convocatório, pois o edital é a lei interna daquela licitação, podendo até
dispor de forma contrária à lei;

e) da isonomia, pois os licitantes devem ter as mesmas oportunidades, sendo permitido ao poder público
fixar no edital quaisquer requisitos para a participação no certame.

GABARITO: B

A questão exige conhecimento dos princípios aplicados às licitações, previstos no art. 3º da Lei nº
8.666/93:

Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção


da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável
e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da
vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

Vamos à questão:

Os procedimentos licitatórios devem observar os princípios constitucionais aplicáveis à Administração


Pública, sejam os expressos, sejam os implícitos, os princípios específicos previstos na Lei nº 8.666/93 e
aqueles que lhe são correlatos, dentre eles, o:

a) do julgamento subjetivo, eis que o licitante contratado será escolhido de acordo com suas aptidões
pessoais;

ERRADO. As licitações são regidas pelo princípio do julgamento objetivo. O referido princípio informa
as propostas apresentadas pelos contratantes serão julgadas conforme critérios objetivos previstos na
lei.

Logo, item incorreto.

b) do sigilo das propostas, que são mantidas de forma sigilosa até a abertura dos envelopes em sessão
pública;

CERTO. Para fins de impessoalidade, as propostas devem ser mantidas sob sigilo até a abertura dos
envelopes em sessão pública, como forma de se garantir a lisura do processo licitatório. Tal previsão
consta do art. 3º, §3º da Lei de Licitações:

Art. 3º, § 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu
procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

Logo, item correto.

c) da publicidade imediata de todos os atos do processo, como edital, propostas e assinatura do contrato;

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ERRADO. Como vimos no item B, o conteúdo das propostas não se submete à publicidade imediata,
sendo mantidas sob sigilo até o julgamento.

Portanto, item incorreto.

d) da vinculação ao instrumento convocatório, pois o edital é a lei interna daquela licitação, podendo até
dispor de forma contrária à lei;

ERRADO. O princípio da vinculação ao edital ou ao instrumento convocatório informa que o edital é a lei
interna da licitação e deve ser observado pela Administração e pelos participantes. Tal princípio está
previsto no art. 41 da Lei nº 8.666/93:

Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha
estritamente vinculada.

Logicamente, o edital não poderá contrariar as disposições legais, inclusive da própria Lei nº 8.666/93,
sob pena de ser considerado ilegal e posteriormente ser anulado.

Dessa forma, item incorreto.

e) da isonomia, pois os licitantes devem ter as mesmas oportunidades, sendo permitido ao poder público
fixar no edital quaisquer requisitos para a participação no certame.

ERRADO. O art. 3º, §1º, I da Lei de Licitações prevê que é vedado ao Poder Público estabelecer
preferências ou distinções entre os contratantes, salvo as expressamente previstas em lei:

Art. 3º, § 1º. É vedado aos agentes públicos:


I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que
comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades
cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou
domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico
objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5º a 12 deste artigo e no art. 3º da Lei no 8.248, de 23
de outubro de 1991;

Além disso, os requisitos para participação na licitação devem ser objetivamente estabelecimentos com
base na lei, não sendo permitido direcionar o objeto da licitação para determinados participantes.

Logo, item incorreto.

Questão 35: CEBRASPE (CESPE)


Considerando a legislação pertinente a licitação e contratos administrativos, julgue o item subsequente.

A garantia da observância do princípio da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a


administração pública e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável são objetivos da licitação.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

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De fato, a licitação busca a observância do princípio da isonomia, permitida na sucessão ordenada de
atos vinculantes para Administração e para os licitantes. Trata ainda da seleção da proposta mais
vantajosa para a administração pública, que não se trata da proposta mais barata, mas, sim, da proposta
ótima para a administração, isto é, a que gere mais eficiência, com menos gastos e menos tempo. E, por
fim, a promoção do desenvolvimento nacional sustentável que busca incentivar a produção de bens e
serviços domésticos. Vejamos o que diz Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro. 42. ed.
São Paulo: Malheiros, 2016, p. 310-311):

Licitação é o procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública seleciona a proposta


mais vantajosa para o contrato de seu interesse, inclusive o da promoção do desenvolvimento econômico
sustentável e fortalecimento de cadeias produtivas de bens e serviços domésticos. Como procedimento,
desenvolve-se através de uma sucessão ordenada de atos vinculantes para a: Administração e para os
licitantes, o que propicia igual oportunidade a todos os interessados e atua como fator de eficiência e
moralidade nos negócios administrativos. Tem como pressuposto a competição.
A Lei 12.349, de 15.12.2010, conversão da MP 495/2010, dando nova redação ao art. 32 da Lei 8.666,
agregou como terceira finalidade a "promoção do desenvolvimento nacional sustentável", entendida como
a busca do desenvolvimento econômico e do fortalecimento de cadeias produtivas de bens e serviços
domésticos

Questão 36: CEBRASPE (CESPE)


À luz das Leis n.º 8.666/1993 e n.º 10.520/2002, que dispõem sobre licitações e contratos da
administração pública, julgue o item a seguir.

No processo licitatório, é vedado que se estabeleça margem de preferência por produto ou serviço, em
respeito ao princípio constitucional da isonomia — igualdade de todos os participantes.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

A Lei 8666/93 assim dispõe:


Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção
da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável
e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação
ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
[...]
§ 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência,
sucessivamente, aos bens e serviços:
I - Revogado;
II - produzidos no País;
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras;
IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia
no País;
V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista
em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de
acessibilidade previstas na legislação.
[...]

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§ 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de preferência para:
I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras; e
II - bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de
cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que
atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.
Assim, por a lei prever o estabelecimento de margem de preferência por produto ou serviço, o item está
incorreto.

Questão 37: CEBRASPE (CESPE)


Acerca da licitação e do processo administrativo no âmbito da administração pública federal, julgue o
seguinte item.

Entidades privadas no exercício da função pública, ainda que tenham personalidade jurídica de direito
privado, sujeitam-se ao processo licitatório para celebrar contratos administrativos.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO DA BANCA: CORRETO


GABARITO DO PROFESSOR: INCORRETO

A questão versa sobre a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Nesse contexto, é complicado aceitar que uma pessoa jurídica de direito privado, não
integrante da Administração Indireta, subordine-se aos ditames da Lei nº 8.666/93, uma vez que a Lei é
clara em determina a subordinação apenas para as entidades controladas direta ou indiretamente pela
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, conforme o seu art. 1º, parágrafo único:

Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras,
serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos
especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista
e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios.

Por exemplo, uma empresa concessionária de serviço público, exerce função pública, pois está prestando
serviço público, mas não é uma entidade controlada pela Administração Pública, não necessitando firmar
acordos por meio de contratos administrativos.

Portanto, ao nosso sentir, a assertiva está INCORRETA.

No entanto, o CESPE manteve gabarito: CORRETO.

Questão 38: CEBRASPE (CESPE)


Nas licitações públicas, de acordo com o princípio do julgamento objetivo,

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a) comprovado o melhor interesse da administração, os critérios de julgamento poderão incluir fatores
subjetivos.

b) concluído o procedimento, a administração estará impedida de atribuir o objeto da licitação a outrem


que não o licitante vencedor.

c) o julgamento do certame deve nortear-se pelo critério previamente fixado no instrumento convocatório,
observadas todas as normas a seu respeito.

d) a administração poderá cobrar do licitante qualquer qualificação, ainda que não inserida no edital,
desde que a exigência tenha nexo relacional com o objeto da contratação.

e) o julgamento do certame deve realizar-se segundo razões de conveniência e oportunidade do gestor.

GABARITO: C

Sobre o princípio do julgamento objetivo, destacam Ricardo Alexandre e João de Deus:


“O julgamento objetivo é um corolário do princípio da vinculação ao instrumento convocatório. Segundo
o princípio do julgamento objetivo, o julgamento das propostas deve ser feito de acordo com os critérios
objetivos fixados no instrumento convocatório. Esse princípio vem enunciado no art. 44, caput e § 1.º, do
Estatuto, que dispõe que no julgamento das propostas a Comissão levará em consideração os critérios
objetivos definidos no edital ou convite, sendo ‘vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator
sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que indiretamente elidir o princípio da igualdade
entre os licitantes’”. (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo Esquematizado.1ª ed.
São Paulo: Método, 2015.E-book. P.483)
Partindo-se dessa premissa, vamos às alternativas:

a) comprovado o melhor interesse da administração, os critérios de julgamento poderão incluir fatores


subjetivos. – errada.

Como visto, o julgamento das propostas deverá observar critérios objetivos, de modo a preservar a
impessoalidade no âmbito da licitação.
Incorreta, portanto, a alternativa.

b) concluído o procedimento, a administração estará impedida de atribuir o objeto da licitação a outrem


que não o licitante vencedor. – errada.

Embora a alternativa esteja conceitualmente correta, ela se refere ao princípio da adjudicação


compulsória, e não ao princípio do julgamento objetivo.
Logo, a alternativa deve ser considerada incorreta.

c) o julgamento do certame deve nortear-se pelo critério previamente fixado no instrumento convocatório,
observadas todas as normas a seu respeito. – certa.

Realmente, conforme exposto acima, pelo princípio do julgamento objetivo, a licitação deve adotar os
critérios de licitação previamente previstos no instrumento convocatório.
Nessa linha, correta a alternativa, devendo ser assinalada.

d) a administração poderá cobrar do licitante qualquer qualificação, ainda que não inserida no edital,
desde que a exigência tenha nexo relacional com o objeto da contratação. – errada.

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Ao contrário do que afirmado, não será possível a cobrança de qualificação não inserida no edital, o qual
é “a lei da licitação”.
Assim, incorreta a alternativa.

e) o julgamento do certame deve realizar-se segundo razões de conveniência e oportunidade do


gestor. – errada.

Em verdade, a licitação deve se pautar por critérios objetivos previamente estipulados no instrumento
convocatório (princípio do julgamento objetivo), e não em razões de conveniência e oportunidade.
Incorreta, portanto, a alternativa.

Questão 39: FGV


A licitação, de acordo com a Lei nº 8.666/93 e suas alterações, destina-se a garantir a observância do
seguinte princípio constitucional:

a) legalidade.

b) simetria.

c) anualidade.

d) isonomia.

e) clareza.

GABARITO: D

O art. 3.º da Lei 8.666/1993 estabelece dois outros objetivos para o processo licitatório: o cumprimento
do princípio constitucional da isonomia e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável.

FIQUE LIGADO!
Em provas, deve-se aceitar que a licitação destina-se a cumprir um “triplo” objetivo:
I) a seleção da proposta mais vantajosa, assim entendida aquela que melhor atenda ao interesse público;
II) o cumprimento do princípio constitucional da isonomia; e
III) a promoção do desenvolvimento nacional sustentável.

Questão 40: VUNESP


O princípio da licitação que é corolário, primeiro, da legalidade, que é mais rigorosa na licitação e engloba
a obediência às regras estabelecidas no edital, da igualdade entre os licitantes, bem como do julgamento
objetivo com base em critérios preestabelecidos, refere-se ao princípio

a) da isonomia.

b) do sigilo das propostas.

c) do procedimento formal convocatório.

d) da vinculação ao instrumento convocatório.

427
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e) da eficácia administrativa.

GABARITO: D

O princípio da licitação que é corolário, primeiro, da legalidade, que é mais rigorosa na licitação e engloba
a obediência às regras estabelecidas no edital, da igualdade entre os licitantes, bem como do julgamento
objetivo com base em critérios preestabelecidos, refere-se ao princípio

a) da isonomia.

ERRADO. O princípio da isonomia no âmbito das licitações refere-se ao dever de se conceder aos
particulares tratamento isonômico, salvo as diferenciações estabelecidas na própria Lei.

b) do sigilo das propostas.

ERRADO. O princípio do sigilo das propostas refere-se à possibilidade de que estas serão sigilosas até
o momento de sua abertura, não se relacionando com a obediência às regras do edital.

c) do procedimento formal convocatório.

ERRADO. O referido princípio refere-se ao fato de que a licitação é procedimento formal e sua a
observância do edital é direito público subjetivo do participante.

Veja os termos do art. 4º da Lei de nº 8.666/93:

Art. 4º Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere o art.
1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabelecido nesta
lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não interfira de modo a
perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.

Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja
ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública.

d) da vinculação ao instrumento convocatório.

CERTO. A Administração e os particulares estão vinculados ao edital de licitação.

Veja os termos do art. 41 da Lei de Licitações:

Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha
estritamente vinculada.

e) da eficácia administrativa.

ERRADO. A eficácia administrativa refere-se ao atributo do ato administrativo de produzir seus efeitos
integralmente, não estando sujeitos a termo ou à condição.

428
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Questão 41: IADES
O procedimento licitatório subordina-se a determinados princípios expressos em lei. O artigo 41 da Lei no
8.666/1993 estabelece que a administração não pode descumprir as normas e as condições do edital ao
qual se acha estritamente vinculada. Esse artigo refere-se explicitamente ao princípio do(a)

a) julgamento objetivo.

b) vinculação ao instrumento convocatório.

c) legalidade.

d) impessoalidade.

e) adjudicação compulsória.

GABARITO: B

Ora, se o princípio em questão é o não descumprimento das normas e condições previstas no edital, que
é um instrumento convocatório, não seria outro princípio a se referir que não o da vinculação ao
instrumento convocatório.

Não poderia ser...

a) ERRADO. julgamento objetivo - pois esse princípio refere-se especificamente à fase de julgamento
das propostas, que deve referenciar-se por critérios objetivos, conforme determinado pelo edital.

c) ERRADO. legalidade - pois esse é princípio geral do direito, que se aplica ao procedimento licitatório
indicando que ele deve seguir as determinações legais a ele aplicáveis.

d) ERRADO. impessoalidade - pois ela determina que o certame seja processado de forma a não
beneficiar pessoa ou empresa específica. É a própria finalidade da licitação.

e) ERRADO. adjudicação compulsória - pois esse princípio determina que, uma vez tendo vencido a
licitação, o vencedor terá direito a ter contrato firmado com a administração se essa decidir por
formalizar contrato. É importante lembrar que esse princípio não garante que o contrato será firmado,
mas garante que, se a administração for contratar, será com o vencedor do certame, o qual tem
adjudicado a si o objeto do contrato.

Questão 42: IADES


Os princípios são essenciais ao procedimento licitatório, principalmente para dirimir situações práticas
que, muitas vezes, a lei não contempla.

Ainda que seja possível a realização de contratações diretas pela administração pública, não é permitido
que haja tratamento diferenciado de qualquer dos concorrentes em uma licitação, e isso acontece em
decorrência do princípio da(o)

a) dispensa.

b) ilegitimidade.

429
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c) julgamento objetivo.

d) igualdade de condições a todos os concorrentes.

e) vinculação ao instrumento convocatório.

GABARITO DA BANCA: D
GABARITO: ANULADA

Os princípios são essenciais ao procedimento licitatório, principalmente para dirimir situações práticas
que, muitas vezes, a lei não contempla.

Ainda que seja possível a realização de contratações diretas pela administração pública, não é permitido
que haja tratamento diferenciado de qualquer dos concorrentes em uma licitação, e isso acontece em
decorrência do princípio da(o)

a) dispensa.
b) ilegitimidade.
c) julgamento objetivo.
d) igualdade de condições a todos os concorrentes.
e) vinculação ao instrumento convocatório.

A questão exige conhecimento sobre os princípios aplicáveis à licitação.

Tais princípios estão previstos no art. 3º da Lei nº 8.666/93:

Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção


da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável
e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da
vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

Veja que só pelo conhecimento do rol dos princípios trazidos no art. 3º já seria possível excluirmos as
alternativas 'a' e 'b', pois dispensa e ilegitimidade não são princípios da licitação.

Adiante, o julgamento objetivo é o princípio que ensina que o julgamento das propostas da licitação
deve ser pautado em critérios objetivos trazidos no edital, não se admitindo a utilização de critérios
subjetivos, nos termos do art. 44 da Lei:

Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios


objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios
estabelecidos por esta Lei.

Dessa forma, não se relaciona com a proibição de tratamento diferenciado entre os licitantes. Excluímos
a Letra C.

Noutro giro, o princípio da vinculação ao instrumento convocatório ensina que tanto a Administração
quanto os participantes ficam vinculados ao edital de licitação, que funcionará como lei entre as partes.
Por meio do edital de licitação, Administração e licitantes tomam ciência dos termos da licitação, ficando
adstritos aos termos do instrumento convocatório.

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Veja os termos do art. 41:

Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se
acha estritamente vinculada.

Sendo assim, também não está relacionada à proibição de tratamento diferenciado entre os licitantes.
Excluímos a Letra E.

Dessa forma, resta a alternativa D que traz o princípio da igualdade de condições a todos os concorrentes.

Aqui trazemos uma ressalva importante, no sentido de que o comando da questão informa que "não é
permitido que haja tratamento diferenciado de qualquer dos concorrentes em uma licitação". Todavia, a
própria Lei de Licitações traz em seu art. 3º, §14 estabelece que as microempresas e as empresas de
pequeno porte possuem tratamento diferenciado em caso de empate nas propostas da licitação. Veja:

Art. 3º, §14. As preferências definidas neste artigo e nas demais normas de licitação e contratos devem
privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno porte na
forma da lei.

Parece-nos, assim, que a questão estaria passível de anulação.

Questão 43: CEBRASPE (CESPE)


Em relação à organização administrativa e à licitação administrativa, julgue o item a seguir.

Ao contratar serviços ou obras visando à promoção de baixo impacto sobre recursos naturais, a
administração pública atende ao princípio do desenvolvimento nacional sustentável.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

Como previsto no sítio eletrônico do Ministério do Meio Ambiente (MMA), as compras e licitações
sustentáveis possuem um papel estratégico para os órgãos públicos e, quando adequadamente
realizadas promovem a sustentabilidade nas atividades públicas. Para tanto, é fundamental que os
compradores públicos saibam delimitar corretamente as necessidades da sua instituição e conheçam a
legislação aplicável e características dos bens e serviços que poderão ser adquiridos.

Portanto, a ideia é direcionar o poder de compra do setor público para a aquisição de produtos e serviços
com critérios de sustentabilidade, com a geração de benefícios socioambientais e a redução de impactos
ambientais, com a indução e promoção do mercado de bens e serviços sustentáveis. É o que a doutrina
moderna nomina de licitação verde.

Para o Ministério do Meio Ambiente, devem ser considerados os seguintes aspectos nas contratações
públicas:

a) Custos ao longo de todo o ciclo de vida: é essencial ter em conta os custos de um produto ou
serviço ao longo de toda a sua vida útil – preço de compra, custos de utilização e manutenção e custos
de eliminação.

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b) Eficiência: as compras e licitações sustentáveis permitem satisfazer as necessidades da
Administração Pública mediante a utilização mais eficiente dos recursos e com menor impacto
socioambiental.

c) Compras compartilhadas: por meio da criação de centrais de compras é possível utilizar produtos
inovadores e ambientalmente adequados, sem aumento dos gastos públicos.

d) Redução de impactos ambientais e problemas de saúde: grande parte dos problemas ambientais
e de saúde local é influenciada pela qualidade dos produtos consumidos e dos serviços que são
prestados.

e) Desenvolvimento e inovação: o consumo de produtos mais sustentáveis pelo Poder Público pode
estimular os mercados e fornecedores a desenvolverem abordagens inovadoras e a aumentarem a
competitividade da indústria nacional e local.

Questão 44: CESGRANRIO


Nos termos do Decreto n° 2.745/1998, o princípio que impõe compatibilidade de especificações técnicas
e de desempenho, observadas, quando for o caso, as condições de manutenção, assistência técnica e
de garantia oferecidas, é denominado

a) volatilidade

b) padronização

c) contribuição

d) participação

e) transparência

GABARITO: B

Conforme os ensinamentos de Diógenes Gasparini, a “padronização quer dizer adoção de standard, um


modelo (...). Assim deve a entidade compradora, em todos os negócios para aquisição de bens, observar
as regras básicas que levam à adoção de um standard, de um padrão que, vantajosamente, possa
satisfazer às necessidades das atividades que estão a seu cargo”.

A seguir, vantagens e desvantagens indicadas pela doutrina quanto à adoção da padronização,


apontadas por Marçal Justen Filho (com adaptações):

Vantagens:
- Redução do custo de manutenção;
- Facilidade de substituição;
- Redução dos custos de treinamento.

Desvantagens:
- Não acompanhamento do avanço tecnológico;
- Restrição do universo de fornecedores.

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Padronização – Como proceder?
1. Apurar as necessidades da administração.
2. Examinar as alternativas cabíveis.
3. Previsão dos custos/benefícios.
4. Oitiva dos interessados.

Questão 45: FCC


O ato final do procedimento de licitação, que atribui ao vencedor o objeto do certame denomina-se

a) homologação, a partir da qual inicia-se a contagem do prazo para lavratura do competente contrato.

b) adjudicação, a partir de quando se torna exigível o direito subjetivo do licitante vencedor à assinatura
do contrato.

c) declaração e homologação do vencedor, que embora não confira direito subjetivo à contratação,
permite que o licitante classificado em primeiro lugar seja o único contratado possível para o objeto da
licitação.

d) ratificação, que resulta na publicação do resultado do certame nos diários oficiais e jornais de grande
circulação, em observância ao princípio da publicidade.

e) adjudicação, que identifica aquele que deverá ser contratado no momento em que a Administração
pública convocá-lo a lavrar o respectivo contrato, observadas as disposições do edital.

GABARITO: E

A adjudicação é a última etapa na lei 8.666, e tratada como princípio inclusive. Citado por Hely Lopes
Meirelles e Maria Sylvia Zanella Di Pietro, pelo princípio da adjudicação compulsória, concluído o
processo licitatório, a Administração fica impedida de atribuir o objeto da licitação a outrem que não o
legítimo vencedor (arts. 50 e 64 da Lei).

Para Hely Lopes Meirelles, a adjudicação ao vencedor é obrigatória, salvo se este desistir expressamente
do contrato ou não o firmar no prazo prefixado. A obrigatoriedade veda também que se abra nova licitação
enquanto válida a adjudicação anterior.

O ato de adjudicar não se confunde o direito à adjudicação com eventual direito de contratar (Recurso
Extraordinário – STF 107552/DF). A adjudicação gera mera expectativa de direito ao vencedor da licitação
quanto à contratação futura: se alguém tiver de ser contratado em razão de uma licitação, será o licitante
vencedor.

Essa última etapa gera só a mera expectativa de contratação.

Ah! Na lei do pregão, a última etapa é a homologação. Inclusive, o ato de adjudicação é feito pelo
pregoeiro, isso se não houver recurso contra o seu ato.

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Questão 46: VUNESP
Em relação às licitações do setor público, reguladas pela Lei nº 8.666/93 e alterações posteriores, é
correto afirmar que

a) é vedado aos agentes públicos estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal,
trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, sem quaisquer
ressalvas.

b) poderá participar da licitação o autor do projeto, básico ou executivo, seja pessoa física ou jurídica,
devido à sua notória habilitação para o desenvolvimento da obra ou serviço correspondente.

c) a alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público


devidamente justificado, desde que sejam bens imóveis, não precisará ser precedida de avaliação prévia
nem de autorização legislativa.

d) é obrigatória, para a consecução de obras e serviços de engenharia, a utilização da modalidade de


licitação denominada concorrência, qualquer que seja o valor estimado da empreitada.

e) é permitido estabelecer margem de preferência para bens e serviços produzidos ou prestados por
empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência
e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.

GABARITO: E

A questão versa sobre a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Nesse contexto, vamos analisar as alternativas para encontrar a resposta correta.

a) é vedado aos agentes públicos estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial,


legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, sem
quaisquer ressalvas.

Incorreto. Podem ser estabelecidas ressalvas para bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País
e bens e serviços produzidos de acordo com processo produtivo básico, na forma a ser definida pelo
Poder Executivo, conforme determina o art. 3º, §1º, inciso II, da Lei:

Art. 3º. [...]


§ 1o É vedado aos agentes públicos:
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou
qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade
e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências
internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3º da Lei nº 8.248, de 23 de
outubro de 1991.

b) poderá participar da licitação o autor do projeto, básico ou executivo, seja pessoa física ou
jurídica, devido à sua notória habilitação para o desenvolvimento da obra ou serviço
correspondente.

Incorreto. Não poderão participar o autor do projeto básico ou executivo, conforme o art. 9º, inciso I, da
Lei:

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Art. 9º Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra ou serviço e
do fornecimento de bens a eles necessários:
I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica;

Detalhe: Todavia, poderá participar como consultor ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão
ou gerenciamento, exclusivamente a serviço da Administração interessada.

Art. 9º. [...]


§ 1o É permitida a participação do autor do projeto ou da empresa a que se refere o inciso II deste artigo,
na licitação de obra ou serviço, ou na execução, como consultor ou técnico, nas funções de fiscalização,
supervisão ou gerenciamento, exclusivamente a serviço da Administração interessada.

c) a alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público


devidamente justificado, desde que sejam bens imóveis, não precisará ser precedida de avaliação
prévia nem de autorização legislativa.

Incorreto. Quando imóveis dependerá, sim, de autorização legislativa, conforme determina o art. 17,
inciso I, da Lei:

Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público
devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades
autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação
prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:

d) é obrigatória, para a consecução de obras e serviços de engenharia, a utilização da modalidade


de licitação denominada concorrência, qualquer que seja o valor estimado da empreitada.

Incorreto. A depender do valor, a administração poderá utilizar-se de convite, tomada de preços e


concorrência, conforme o art. 23, inciso I, e alíneas, da Lei nº 8.666/93:

Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão
determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação:
I- para obras e serviços de engenharia:
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais);
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);
c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);

Detalhe: Valores atualizados pelo Decreto nº 9.412/2018:

Art. 1º Os valores estabelecidos nos incisos I e II do caput do art. 23 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de
1993, ficam atualizados nos seguintes termos:
I - para obras e serviços de engenharia:
a) na modalidade convite - até R$ 330.000,00 (trezentos e trinta mil reais);
b) na modalidade tomada de preços - até R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais); e
c) na modalidade concorrência - acima de R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais); e

e) é permitido estabelecer margem de preferência para bens e serviços produzidos ou prestados


por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com
deficiência e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.

Correto. É o que determina o art. 3º, § 2º, inciso V, da Lei:

Art. 3º. [...]

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§ 2º Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência,
sucessivamente, aos bens e serviços:
[...]
V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos
prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que
atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação

Questão 47: CONSULPLAN


Sobre a Lei nº 8.666/93, que institui normas para licitações e contratos da Administração Pública, é correto
afirmar que

a) concorrência é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que


atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do
recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.

b) é inexigível a licitação para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades
precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha,
desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia.

c) nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de preferência para bens e serviços
produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em
lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de
acessibilidade previstas na legislação.

d) é dispensável a licitação para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser
fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca,
devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro
do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação
ou Confederação Patronal ou, ainda, pelas entidades equivalentes.

GABARITO: C

Nos termos da Lei nº 8.666/93, vamos analisar as alternativas:

a) concorrência é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que


atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do
recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.
ERRADA.

Art. 22, § 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados
ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do
recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.

b) é inexigível a licitação para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das


finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização
condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo
avaliação prévia.
ERRADA.

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Art. 24. É dispensável a licitação:
(...)
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da
administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o
preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;

c) nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de preferência para bens e
serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de
cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que
atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.
CORRETA, aqui está a resposta.

Art. 3º, § 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de preferência para:
(...)
II - bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de
cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que
atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.

d) é dispensável a licitação para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só


possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a
preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado
fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou
o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal ou, ainda, pelas entidades
equivalentes.
ERRADA.

Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:

I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor,
empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação
de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em
que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal,
ou, ainda, pelas entidades equivalentes;

Questão 48: AOCP


A Administração Pública não pode contratar livremente, porque deve ser atendido o princípio da igualdade
de todos para contratar com a Administração e da moralidade administrativa. Assinale a alternativa que
apresenta o processo administrativo que deve ser realizado entre a verificação da necessidade de
contratar e a celebração do contrato.

a) Sistematização.

b) Formalização.

c) Oficialização.

d) Codificação.

e) Licitação.

437
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GABARITO: C

Vou aproveitar para trazer o conceito de licitação dado por Maria Sylvia:

“O procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função administrativa,


abre a todos os interessados, que se sujeitem às condições fixadas no instrumento convocatório, a
possibilidade de formularem propostas dentre as quais selecionará e aceitará a mais conveniente para
a celebração de contrato.”

Agora, passemos à discussão passo a passo da definição oferecida pela referida autora, com especial
análise das partes em destaque.

a) Procedimento administrativo

A descrição mais comum dada ao termo procedimentos é a seguinte: conjunto de atos encadeados
que caminham dentro de uma sequência lógica para um resultado final. Assim o é nas licitações, um
procedimento mediante o qual se pretende selecionar a proposta mais vantajosa para o atendimento do
interesse público. Desde logo, registre que proposta mais vantajosa nem sempre coincide com a de menor
custo: pois é melhor pagar mais, contratando algo com mais qualidade, do que pagar menos, contratando-
se de maneira menos útil. Vale aqui a máxima de que “o barato que sai caro”.

b) Ente público

A natureza da Lei 8.666/1993 é de Lei Federal Nacional. Por que Nacional? Explica-se. A Lei foi trazida
ao mundo pela União dentro de sua competência para editar normas gerais de licitação e contratação,
nos termos do inciso XXVII do art. 22 da Constituição Federal de 1988 (CF/1988).

c) Função administrativa

Aqui é suficiente a resposta ao seguinte quesito: “apenas o Poder Executivo é que administra?” A
resposta é sonoramente negativa.
É sabido que os Poderes Legislativo e Judiciário desempenham função meramente administrativa quando
realizam concursos públicos, nomeiam seus servidores, instauram processos administrativos, concedem
férias, e, diga-se de passagem, de maneira atípica a tais Poderes constituídos.

d) Instrumento convocatório

A Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro foi precisa em sua definição ao se referir ao instrumento
convocatório, pois somos comumente levados ao equívoco entendimento de que o edital é o instrumento
próprio e único para a convocação de interessados.

e) Seleção da proposta mais conveniente ou mais vantajosa

Uma das finalidades da licitação é a seleção de proposta mais vantajosa. A maior vantagem na
contratação pode se traduzir em contratos de valores mais elevados, porém substancialmente mais
adequados ao atendimento do interesse público.

f) Contrato

Comentou-se que o procedimento é um conjunto de atos encadeados em uma sequência lógica para um
resultado final; no caso da licitação, é a seleção da proposta que melhor atenda ao interesse público.
Com o encerramento da licitação, segue-se, em regra, a celebração do contrato administrativo. Contudo,

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registra-se que licitação e contratos são institutos diversos: enquanto a primeira é uma série de atos (um
procedimento), o contrato costuma ser a consequência natural do procedimento licitatório.

Questão 49: CESGRANRIO


O sistema de compras do setor público possui características distintas das do setor privado. Dentre estas
características há o processo licitatório, cujo objetivo final é:

a) realizar concorrência entre possíveis fornecedores.

b) observar a isonomia entre os concorrentes.

c) escolher a proposta mais vantajosa para a Administração Pública.

d) observar a impessoalidade no processo de compra.

e) promover a publicidade do certame.

GABARITO: C

A questão versa sobre a Lei nº 8.666 de 21 de junho de 1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Nesse contexto, a licitação tem diversos objetivos secundários, como promover publicidade
das contratações públicas, garantir a isonomia e a impessoalidade no processo licitatório, garantir a
concorrência dos participantes do certame. Todavia, o que a administração realmente busca com a
licitação, o seu objetivo primevo, substancial, crucial é escolher a proposta mais vantajosa para a
Administração Pública e garantir o desenvolvimento nacional sustentável (não abordado na questão),
conforme leciona Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros,
2016, p. 310)

Conceito e finalidades da licitação - Licitação é o procedimento administrativo mediante o qual a


Administração Pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse,
inclusive o da promoção do desenvolvimento econômico sustentável e fortalecimento de cadeias
produtivas de bens e serviços domésticos.

Questão 50: CESGRANRIO


O assistente administrativo responsável por compras na administração pública deve respeitar alguns
princípios básicos de licitação.

Esses princípios caracterizam-se pela(o)

a) probidade administrativa, isto é, transparência do processo licitatório em todas as suas fases,


considerando o interesse do serviço público e os fatores de qualidade de rendimento, durabilidade, preço,
eficiência, financiamento e prazo.

b) impessoalidade, isto é, ser honesto no cumprimento de todos os deveres que lhe são atribuídos por
força da legislação.

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c) moralidade, que impõe que a administração bem como os licitantes fiquem obrigados a cumprir os
termos do edital em todas as fases do processo: documentação, propostas, julgamento e contrato.

d) igualdade, onde não se discriminam os participantes do processo e não se incluem cláusulas que
restrinjam ou frustrem o caráter competitivo da compra.

e) julgamento objetivo, que significa que a atuação do gestor público e a realização da licitação devem
ser processadas na forma da Lei, sem nenhuma interferência pessoal da autoridade.

GABARITO: D

O assistente administrativo responsável por compras na administração pública deve respeitar alguns
princípios básicos de licitação.

Esses princípios caracterizam-se pela(o)

a) probidade administrativa, isto é, transparência do processo licitatório em todas as suas fases,


considerando o interesse do serviço público e os fatores de qualidade de rendimento, durabilidade, preço,
eficiência, financiamento e prazo.

ERRADO. A probidade é princípio que proíbe a prática de atos que tenham por finalidade o
enriquecimento ilícito, a lesão ao erário ou o desvirtumento dos princípios administrativos.

Nesse sentido, relaciona-se a probidade com a ética, a boa-fé, os bons costumes e a boa administração.

A alternativa refere-se ao princípio da publicidade.

b) impessoalidade, isto é, ser honesto no cumprimento de todos os deveres que lhe são atribuídos por
força da legislação.

ERRADO. O princípio da impessoalidade traz dois vetores de observância obrigatória.

O primeiro diz respeito à exigência de que a Administração Pública deve ser impessoal e
isonômica em suas relações com os particulares, ou seja, não é possível que se diferencie particulares
que se encontram em situação idêntica, salvo os casos previstos expressamente na Constituição e na
lei.

O segundo consiste na proibição de utilização da máquina pública como forma de autopromoção do


agente público. Tal disposição está prevista no art. 37, §1º da CF/88, senão vejamos:

Art. 37, § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá
ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos
ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

c) moralidade, que impõe que a administração bem como os licitantes fiquem obrigados a cumprir os
termos do edital em todas as fases do processo: documentação, propostas, julgamento e contrato.

ERRADO. A moralidade visa ao atendimento dos padrões éticos, de boa-fá e de retidão com que deve
se tratar a coisa pública.

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Nesse sentido, atos que atentem contra a probidade administrativo não atendem ao princípio da
moralidade.

d) igualdade, onde não se discriminam os participantes do processo e não se incluem cláusulas que
restrinjam ou frustrem o caráter competitivo da compra.

CERTO.O art. 3º, §1º, I da Lei de Licitações prevê que é vedado ao Poder Público estabelecer
preferências ou distinções entre os contratantes, salvo as expressamente previstas em lei:

Art. 3º, § 1º. É vedado aos agentes públicos:

I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que
comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades
cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou
domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico
objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5º a 12 deste artigo e no art. 3º da Lei no 8.248, de
23 de outubro de 1991;

Além disso, os requisitos para participação na licitação devem ser objetivamente estabelecimentos com
base na lei, não sendo permitido direcionar o objeto da licitação para determinados participantes.

e) julgamento objetivo, que significa que a atuação do gestor público e a realização da licitação devem
ser processadas na forma da Lei, sem nenhuma interferência pessoal da autoridade.

ERRADO. O julgamento objetivo é o princípio que ensina que o julgamento das propostas da licitação
deve ser pautado em critérios objetivos trazidos no edital, não se admitindo a utilização de critérios
subjetivos, nos termos do art. 44 da Lei:

Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios


objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios
estabelecidos por esta Lei.

Questão 51: FCC

A empresa W foi vencedora de determinada licitação. Ao término do certame, antes da adjudicação, a


Administração optou, fundamentadamente, pela revogação do procedimento. Nesse caso,
especificamente no que concerne ao princípio da adjudicação compulsória,

a) o direito do vencedor limita-se à adjudicação e não ao contrato imediato, logo, na hipótese narrada, a
empresa tem direito à adjudicação, porém não à contratação.

b) a Administração não poderia revogar o procedimento, pois, concluído o certame, há direito subjetivo
à adjudicação e à contratação.

c) a Administração só poderia revogar o procedimento até a fase de habilitação.

d) não há direito subjetivo à adjudicação, podendo a revogação ocorrer a qualquer momento do


procedimento, desde que haja justo motivo para tanto.

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e) não há direito subjetivo à adjudicação, podendo a revogação ocorrer em qualquer momento do
procedimento, independentemente de haver justo motivo para tanto, ou seja, a Administração não precisa
fundamentar o ato revogatório, em razão de seu poder discricionário.

GABARITO: D

A questão versa sobre a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Nesse contexto, o princípio da adjudicação compulsória impede que a Administração atribua
o objeto do contrato a outrem que não o legítimo vencedor, conforme lições de Hely Lopes Meirelles
(Direito Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 322):

Adjudicação compulsória: o princípio da adjudicação compulsória ao vencedor impede que a


Administração, concluído o procedimento licitatório, atribua seu objeto a outrem que não o legítimo
vencedor (arts. 50 e 64). A adjudicação ao vencedor é obrigatória, salvo se este desistir expressamente
do contrato ou não o firmar no prazo prefixado, a menos que comprove justo motivo. A compulsoriedade
veda também que se abra nova licitação enquanto válida a adjudicação anterior.

No entanto, o vencedor tem expectativa de direito à contratação, pois a Administração, mesmo após o
regular processo licitatório, não está obrigada à contratação. Contudo, se houver a contratação, o
vencedor será convocado em primeiro lugar pela aplicação do princípio da adjudicação compulsória,
conforme ensina Maria Sylvia Zanella Di Pietro (Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014, p.
388, grifamos):

Em verdade, a expressão adjudicação compulsória é equívoca, porque pode dar a ideia de que, uma
vez concluído o julgamento, a Administração está obrigada a adjudicar; isto não ocorre, porque a
revogação motivada pode ocorrer em qualquer fase da licitação. Tem-se que entender o princípio no
sentido de que, se a Administração levar o procedimento a seu termo, a adjudicação só pode ser feita
ao vencedor; não há um direito subjetivo à adjudicação quando a Administração opta pela
revogação do procedimento.

Desse modo, não há direito subjetivo à adjudicação, podendo a revogação ocorrer a qualquer momento
do procedimento, desde que haja justo motivo para tanto, conforme exige o art. 49, caput, da Lei:

Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente poderá revogar a
licitação por razões de interesse público decorrente de fato superveniente devidamente
comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de
ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.

Analisando os demais itens, temos o seguinte:

a) o direito do vencedor limita-se à adjudicação e não ao contrato imediato, logo, na hipótese


narrada, a empresa tem direito à adjudicação, porém não à contratação.

Incorreto. Não há direito à adjudicação, dado que a Administração poderá revogar a licitação em qualquer
fase do procedimento. O que existe, como já dissemos, é a expectativa de direito à adjudicação. Vale
dizer: Se a administração seguir com o trâmite da licitação e por fim contratar, o vencedor do certame terá
direito à adjudicação.

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b) a Administração não poderia revogar o procedimento, pois, concluído o certame, há direito
subjetivo à adjudicação e à contratação.

Incorreto. Conforme já vimos, a Administração pode revogar a licitação a qualquer tempo, por motivo de
interesse público devidamente justificado, não havendo que se falar em direito subjetivo à adjudicação e
à contratação.

c) a Administração só poderia revogar o procedimento até a fase de habilitação.

Incorreto. Conforme demonstrado acima, a revogação pode ocorrer em qualquer fase.

e) não há direito subjetivo à adjudicação, podendo a revogação ocorrer em qualquer momento do


procedimento, independentemente de haver justo motivo para tanto, ou seja, a Administração não
precisa fundamentar o ato revogatório, em razão de seu poder discricionário.

Incorreto. Para a revogação, deve haver justo motivo para tanto, devendo a administração fundamentar
e motivar, mesmo que se trate de um ato discricionário, por estrita exigência legal.

Questão 52: CEBRASPE (CESPE)


Em relação aos princípios aplicáveis à administração pública, julgue o item.

A indicação dos fundamentos jurídicos que determinaram a decisão administrativa de realizar contratação
por dispensa de licitação é suficiente para satisfazer o princípio da motivação.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

O Princípio da Motivação impõe à Administração a indicação dos fundamentos de fato e de direito em


suas decisões. Tal princípio justica-se por permitir o controle de legalidade, sendo formalidade necessária
à edição do ato administrativo. É o que nos ensina Maria Sylvia Di Pietro (Direito Administrativo. 27. ed.
São Paulo: Atlas, 2014, p. 82):

O princípio da motivação exige que a Administração Pública indique os fundamentos de fato e de direito
de suas decisões. [...] A sua obrigatoriedade se justifica em qualquer tipo de ato, porque se trata de
formalidade necessária para permitir o controle de legalidade dos atos administrativos.

Além disso, a Lei nº 9.784/99 exige que as decisões que dispensem ou declarem a inexigibilidade de
processo licitatório sejam motivados, com a indicação dos FATOS e fundamentos jurídicos, conforme o
art. 50, inciso IV, da Lei Processual:

Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos
jurídicos, quando:
[...]
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;

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Portanto, não bastam os fundamentos jurídicos, é preciso que os fundamentos fáticos também estejam
presentes na motivação. Assertiva INCORRETA.

Questão 53: VUNESP


Um gestor público municipal deseja realizar a compra de equipamentos de informática para a prefeitura
em que trabalha. Atento às discussões sobre sustentabilidade ambiental, o gestor decidiu que neste
certame dará preferência por empresas que apresentem produtos com mais benefícios econômicos e
socioambientais.

Considerando essa situação, assinale a alternativa correta.

a) Diante da manifestação do desejo do gestor público, deverá ser criada uma lei municipal que viabilize
compras sustentáveis no município.

b) A vontade do gestor público é impraticável, pois pode implicar em desvantagens para a administração
pública, mesmo com os benefícios socioambientais.

c) Diante da justificativa pela sustentabilidade, há a possibilidade de dispensa de licitação,


independentemente do valor dos bens e serviços requeridos.

d) As compras sustentáveis devem ser realizadas via Portal de Compras do Governo Federal, já que esta
é a norma para realizar esse tipo específico de contratação pública.

e) A Lei nº 8.666/93 já prevê as licitações sustentáveis, o que viabiliza o interesse manifesto pelo gestor
público.

GABARITO: E

A questão versa sobre a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Nesse contexto, a Lei nº 8.666/93 já prevê as licitações sustentáveis, o que viabiliza o
interesse manifesto pelo gestor público, conforme a inclusão promovida pela nova redação dada pela Lei
nº 12.349, de 2010 ao art. 3º, caput, da Lei nº 8.666/93:

Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção


da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional
sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa,
da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

Com efeito, o viés sustentável das contratações públicas revela a intenção do legislador de promover as
práticas sustentáveis no setor público, legitimando a escolha mais vantajosa para a Administração que
não seja exclusivamente econômico-financeira, mas também sustentável do ponto de vista sócio-
ambiental, conforme explica Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo Descomplicado.
23. ed. São Paulo: Método, 2015, p. 939):

Além disso, a referência a um desenvolvimento "sustentável" explicita a legitimidade de que se adotem,


para a determinação da proposta que será considerada mais vantajosa na licitação, critérios outros que

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não seja o exclusivamente econômico-financeiro imediato, a exemplo da exigência de que a produção de
determinado bem que a administração contratante pretenda adquirir utilize um percentual mínimo de
materiais reciclados ou de baixo potencial de poluição do ambiente natural (tais como os biodegradáveis).

Questão 54: CEBRASPE (CESPE)


Tendo como referência as disposições da Lei n.º 9.784/1999 e da Lei n.º 8.666/1993, julgue o item
subsequente.

As entidades da administração indireta com personalidade jurídica de direito privado não se subordinam
às normas que regem a Lei de Contratos e Licitações da administração pública.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

Questão bem interessante.

Na Administração Indireta, temos as pessoas de Direito Público, exemplo das autarquias e parte das
fundações, e as de Direito Privado, como sociedades de economia mista, empresas públicas e fundações.

As empresas estatais e fundações, portanto, são pessoas de Direito Privado. Ocorre que as estatais não
mais se submetem à Lei 8.666/1993, contando com regime próprio, da Lei 13.303/2016.

Então, Professor, qual o erro da questão?

Gente, e as fundações? São também de Direito Privado, quando só autorizadas por lei específica. E
seguem, ainda, a Lei 8.666/1993. E a sentença, como redigida, parece que todas as entidades contam
com regime próprio, o que não é verdade.

Questão 55: CEBRASPE (CESPE)


As empresas A, B e C participaram de processo licitatório no qual se buscava a contratação de empresa
para executar obra em autarquia de determinado município. Findo o processo de licitação, de acordo com
o procedimento previsto em lei, a empresa A, por ter apresentado proposta mais vantajosa para a
administração, foi contratada para realizar integralmente a obra, de maneira que todas as etapas, serviços
e instalações necessárias ficaram sob sua responsabilidade, até a entrega final da obra em condições de
entrada em operação.

Nessa situação hipotética, de acordo com as disposições da Lei n.º 8.666/1993 — Lei de Licitações e
Contratos —, qualquer cidadão poderá requerer à administração municipal informação sobre os valores
referentes à obra realizada pela empresa A, em observância ao princípio da publicidade.

( ) Certo
( ) Errado

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GABARITO: CERTO

O item está de acordo com a Lei 8666/93.

Vejamos:

Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção


da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável
e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da
vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
[...].
Art. 4º Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere o art.
1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabelecido nesta
lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não interfira de
modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.

Questão 56: IDECAN


O processo licitatório deve ser regido pelos princípios constitucionais. É vedada a utilização de qualquer
elemento, critério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa, ainda que indiretamente,
elidir o princípio da igualdade entre os licitantes. A Lei nº 8.666/93 estabelece essa afirmação através do
seguinte Princípio:

a) Publicidade.

b) Julgamento Objetivo.

c) Probidade Administrativa.

d) Vinculação ao Instrumento Convocatório.

GABARITO: B

A questão versa sobre a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Nesse contexto, o princípio do julgamento objetivo veda a utilização de qualquer elemento,
critério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa, ainda que indiretamente, elidir o
princípio da igualdade entre os licitantes. Tal princípio visa conformar as propostas oferecidas aos ditames
previa e objetivamente estabelecidos no Edital, conforme explica o art. 45, da Lei nº 8.666/93:

Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável
pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente
estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de
maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.

Analisando os demais institutos, temos o seguinte:

a) Publicidade.

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Em obediência ao princípio da publicidade, a literalidade o art. 3º, § 3º, afirma que a licitação deverá ser
pública e acessível, isto é, não sigilosa. Confira-se:

Art. 3º. [...]


§ 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento,
salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

c) Probidade Administrativa.

Não é um princípio específico das licitações, mas de toda a atuação pública. Ademais, o administrador
deverá atuar com PROBIDADE, isto é, deverá ser probo (correto, escorreito) nas suas atividades,
inclusive licitatórias. O princípio da Probidade, intrinsecamente ligado ao da moralidade, afirma que, além
de atuar licitamente, deverá agir consoante a moral, os bons costumes, as regras da boa administração,
os princípios de justiça e equidade, ou seja, a ideia comum de honestidade. É o que nos diz Maria Sylvia
Di Pietro (Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014, p. 385):

exige da Administração comportamento não apenas lícito, mas também consoante com a moral, os bons
costumes, as regras de boa administração, os princípios de justiça e de equidade, a ideia comum de
honestidade.

d) Vinculação ao Instrumento Convocatório.

O princípio da vinculação ao instrumento convocatório está estampado na dicção literal do art. 41, da Lei:

Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha
estritamente vinculada.

Esse dispositivo encarta o princípio da vinculação ao instrumento convocatório, definido por Hely Lopes
Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 320-321) como a Lei
interna da licitação. Vejamos:

a vinculação ao edital é princípio básico de toda licitação. Nem se compreenderia que a Administração
fixasse no edital a forma e o modo de participação dos licitantes e no decorrer do procedimento ou na
realização do julgamento se afastasse do estabelecido, ou admitisse documentação e propostas em
desacordo com o solicitado. O edital é a lei interna da licitação, e, como tal, vincula aos seus termos tanto
os licitantes como a Administração que o expediu (art. 41).

Questão 57: CEBRASPE (CESPE)


Considerando as disposições legais pertinentes a sustentabilidade e proteção ambiental, julgue o item a
seguir.

Uma das finalidades da licitação é promover o desenvolvimento nacional sustentável: critérios de


sustentabilidade devem ser considerados como obrigações da contratada, embora a sua inserção nos
autos e no instrumento convocatório seja facultativa.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

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De fato, uma das finalidades da licitação é promover o desenvolvimento nacional sustentável e, por
consequência, os critérios de sustentabilidade devem ser considerados como obrigações da contratada,
conforme determina o art. 3º, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Vejamos:

Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção


da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional
sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa,
da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

No entanto, pela combinação do art. 2º e 3º, do Decreto nº 7.746, de 5 de Junho de 2012, os critérios e
as práticas de sustentabilidade deverão ser publicados nos instrumentos convocatórios e como
especificação técnica do objeto. Vejamos:

Art. 2º Na aquisição de bens e na contratação de serviços e obras, a administração pública federal direta,
autárquica e fundacional e as empresas estatais dependentes adotarão critérios e práticas
sustentáveis nos instrumentos convocatórios, observado o disposto neste Decreto.
Art. 3º Os critérios e as práticas de sustentabilidade de que trata o art. 2º serão publicados como
especificação técnica do objeto, obrigação da contratada ou requisito previsto em lei especial, de
acordo com o disposto no inciso IV do caput do art. 30 da Lei nº 8.666, de 1993.

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Lei 8666 (Contratos)
Questão 1: FGV
Um experiente executivo da iniciativa privada foi indicado para ser diretor de um órgão público. Uma de
suas maiores dificuldades iniciais foi entender o processo licitatório e a posterior contratação.

O contrato administrativo é entendido como:

a) o ajuste de vontades firmado entre órgãos da Administração Pública, segundo regime jurídico de
Direito Privado;

b) obrigatório, no caso de concorrência em tomada de preços, e é regido segundo regime jurídico de


Direito Público;

c) aquele em que não é lícito alteração unilateral do contrato pela Administração, nem sua rescisão
unilateral, e é regido segundo regime jurídico de Direito Privado;

d) aquele em que não é possível ter cláusulas exorbitantes, embora sejam cláusulas comuns em
contratos particulares, e é regido segundo regime jurídico de Direito Privado;

e) todo ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo
de vontades para a formação de vínculos e a estipulação de obrigações recíprocas, segundo regime
jurídico de Direito Público.

GABARITO: E

O parágrafo único do art. 2.º da Lei 8.666/1993 nos fornece um breve conceito de contrato da
Administração:

“Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou
entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação
de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.”

Já no campo doutrinário, a matéria é rica em apresentações. São inúmeros os conceitos de contrato,


razão pela qual serão apresentados apenas dois deles.

O primeiro conceito é apresentado por Diógenes Gasparini, que assim define contrato:

“Ato plurilateral ajustado pela Administração Pública ou por quem lhe faça as vezes com certo particular,
cuja vigência e condições de execução a cargo do particular podem ser instabilizadas pela Administração
Pública, ressalvados os interesses patrimoniais do contratante particular.”

Um segundo conceito é o apresentado por Celso Antônio Bandeira de Mello, para quem contrato
administrativo é:

“um tipo de avença travada entre a Administração e terceiros na qual, por força de lei, de cláusulas
pactuadas ou do tipo de objeto, a permanência do vínculo e as condições preestabelecidas sujeitam-se

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a cambiáveis imposições de interesse público, ressalvados os interesses patrimoniais do contratante
privado.”

Vejamos os erros nos demais itens:

a) o ajuste de vontades firmado entre órgãos da Administração Pública, segundo regime jurídico
de Direito Privado;

O regime é de Direito Público.

b) obrigatório, no caso de concorrência em tomada de preços, e é regido segundo regime jurídico de


Direito Público;

O contrato não é obrigatório. A Administração pode realizar a licitação, e decidir ou não pela celebração
do contrato. A adjudicação é ato de entrega mas simbólico, que não gera o direito subjetivo à contratação.

c) aquele em que não é lícito alteração unilateral do contrato pela Administração, nem sua rescisão
unilateral, e é regido segundo regime jurídico de Direito Privado;

Uma das cláusulas exorbitantes a favor do Estado, para a preservação do interesse coletivo, é a alteração
unilateral.

d) aquele em que não é possível ter cláusulas exorbitantes, embora sejam cláusulas comuns em
contratos particulares, e é regido segundo regime jurídico de Direito Privado;

São permitidas, nos termos do art. 58 da lei, e o regime é de Direito Público.

Questão 2: VUNESP
De acordo com a Lei no 8.666/93, todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração
Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação
de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada, é considerado como

a) um contrato.

b) uma complementação de empenho.

c) um ajuste de conduta.

d) um adendo ao orçamento.

e) um empenho adicional.

GABARITO: A

A questão exige conhecimento da literalidade do art. 2º, parágrafo único da Lei de Licitações. Veja:

Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e


locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente
precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.

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Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos
ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a
formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação
utilizada.

Questão 3: CONSULPLAN
Quanto ao tema consórcios públicos, o instrumento que estabelece as obrigações que um ente da
Federação constituir para com outro ente da Federação ou para com consórcio público no âmbito de
gestão associada em que haja a prestação de serviços públicos ou a transferência total ou parcial de
encargos, serviços, pessoal ou de bens necessários à continuidade dos serviços transferidos denomina-
se contrato de:

a) Rateio.

b) Gestão.

c) Parceria.

d) Programa.

GABARITO: D

A questão versa acerca dos tipos de contratos presentes no ordenamento jurídico brasileiro. Nesse
contexto, o instrumento que estabelece as obrigações que um ente da Federação constituir para com
outro ente da Federação ou para com consórcio público no âmbito de gestão associada em que haja a
prestação de serviços públicos ou a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal ou de
bens necessários à continuidade dos serviços transferidos denomina-se contrato programa, que pode ser
celebrado em duas hipóteses, conforme afirma Maria Sylvia Di Pietro (Direito Administrativo. 27. ed. São
Paulo: Atlas, 2014, p. 556):

Por sua vez, o contrato de programa pode ser celebrado em duas hipóteses:
a) no próprio âmbito do consórcio público; nesse caso, o contrato de programa será celebrado entre o
consórcio e um de seus consorciados, quando este último assumir a obrigação de prestar serviços por
meio de seus próprios órgãos (Administração Direta) ou por meio de entidade da Administração Indireta;
b) fora do âmbito do consórcio; neste caso, a gestão associada não exigirá a constituição de consórcio
público, como pessoa jurídica de direito público ou privado, sendo a gestão associada disciplinada por
meio de contrato de programa.

Analisando os demais tipos, temos o seguinte:

a) Rateio.

O contrato de Rateio é o instrumento pelo qual os entes consorciados entregam recursos ao consórcio
público, conforme explica Maria Sylvia Di Pietro (Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014, p.
555):

O contrato de rateio, previsto no artigo 8º, constitui instrumento mediante o qual os entes consorciados
entregarão recursos ao consórcio público. Esses recursos devem ser devidamente previstos na lei
orçamentária de cada consorciado, sob pena de exclusão do consórcio, após prévia suspensão (§ 5º do

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art. 8º), e sob pena de improbidade administrativa (art. 10, XV, da Lei nº 8.429/92, com a redação dada
pelo art. 18 da Lei nº 11.107 /05).

b) Gestão.

O contrato de gestão não é propriamente um contrato, mas uma cordo de operação pelo qual o órgão
superior da Administração Direta estabelece, conjuntamente com os diretores da entidade contratada, o
programa de trabalho, com a fixação de mestas, prazos, avaliação de desempenho, limites etc. É o que
nos diz Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p.
299):

Na verdade, não se trata de um contrato propriamente dito, porque não há interesses contraditórios. Trata-
se mais de um acordo operacional - acordo de Direito Público - pelo qual o órgão superior da
Administração direta estabelece, em conjunto com os dirigentes da entidade contratada, o programa de
trabalho, com a fixação de objetivos a alcançar, prazos de execução, critérios de avaliação de
desempenho, limites para despesas, assim como o cronograma da liberação dos recursos financeiros
previstos.

c) Parceria.

O contrato de parceria (ou empreitada) surge quando a Administração delega ao particular a execução
de obra por conta e risco do particular, mediante remuneração ajustada, conforme aduz Hely Lopes
Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 288):

pelo contrato de empreitada, que é o mais usado, a Administração comete ao particular a execução da
obra por sua conta e risco, mediante remuneração previamente ajustada, tal como acontece na
empreitada civil (CC, arts. 610 a 626, e Lei 8.666/93, art. 6º, VIII, "a", "b" e "e").

Questão 4: VUNESP
Pela Lei de Licitações Públicas (Lei Federal nº 8.666/93 e suas alterações) um ajuste entre órgão da
Administração Municipal e um particular, para a execução de serviços mediante pagamento, seja qual for
a denominação utilizada, é definido como

a) contrato.

b) ordem de serviço.

c) concessão pública.

d) protocolo de intenções.

e) parceria público-privada (PPP).

GABARITO: A

Pela Lei de Licitações Públicas (Lei Federal nº 8.666/93 e suas alterações) um ajuste entre órgão da
Administração Municipal e um particular, para a execução de serviços mediante pagamento, seja qual for
a denominação utilizada, é definido como

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a) contrato.
b) ordem de serviço.
c) concessão pública.
d) protocolo de intenções.
e) parceria público-privada (PPP).

A questão exige conhecimento do art. 2º, parágrafo único da Lei nº 8.666/93.

Nesse sentido, o referido artigo expressa o conceito de contrato.

Veja:

Art. 2º, Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre
órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades
para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação
utilizada.

Do exposto, nosso gabarito é a Letra A.

Questão 5: IDECAN
A respeito da gestão de contratos na Administração Pública, analise as afirmativas a seguir:

I. Entre outras competências, a gestão de contratos envolve a atividade de formalização de procedimentos


relativos à prorrogação, à alteração, ao reequilíbrio, aos pagamentos e a eventuais aplicações de sanções
à pessoa física ou jurídica signatária de contrato com a Administração Pública.

II. Em geral, os princípios da Administração Pública servem como recomendações para o gestor público,
não sendo de incidência obrigatória na fiscalização dos contratos celebrados pela União e sua autarquias.

III. A gestão contratual não se vincula apenas ao aspecto da legalidade, mas também contempla as
dimensões de eficiência, eficácia e efetividade.

Assinale

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa II estiver correta.

c) se somente a afirmativa III estiver correta.

d) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

e) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

GABARITO: D

A respeito da gestão de contratos na Administração Pública, analise as afirmativas a seguir:

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I. Entre outras competências, a gestão de contratos envolve a atividade de formalização de procedimentos
relativos à prorrogação, à alteração, ao reequilíbrio, aos pagamentos e a eventuais aplicações de sanções
à pessoa física ou jurídica signatária de contrato com a Administração Pública.

CERTO. A gestão de contratos determina a coordenação de atividades relacionadas à fiscalização do


contrato, envolvendo todo o processo desde a sua formalização até a sua extinção.

Veja os termos do art.40, inciso I da Instrução Normativa nº 05/17 da Secretaria de Gestão Federal:

Art. 40. O conjunto de atividades de que trata o artigo anterior compete ao gestor da execução dos
contratos, auxiliado pela fiscalização técnica, administrativa, setorial e pelo público usuário, conforme o
caso, de acordo com as seguintes disposições:

I - Gestão da Execução do Contrato: é a coordenação das atividades relacionadas à fiscalização


técnica, administrativa, setorial e pelo público usuário, bem como dos atos preparatórios à instrução
processual e ao encaminhamento da documentação pertinente ao setor de contratos para formalização
dos procedimentos quanto aos aspectos que envolvam a prorrogação, alteração, reequilíbrio,
pagamento, eventual aplicação de sanções, extinção dos contratos, dentre outros;

Logo, item correto.

II. Em geral, os princípios da Administração Pública servem como recomendações para o gestor público,
não sendo de incidência obrigatória na fiscalização dos contratos celebrados pela União e sua autarquias.

ERRADO. O gestor público está vinculado aos princípios administrativos, não podendo atuar fora deles,
sob risco do contrato ser considerado ilegal.

Além disso, os contratos administrativos submetem-se, também, aos princípios da teoria geral dos
contratos.

Veja o art. 54 da Lei nº 8.666/93:

Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos
preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dos
contratos e as disposições de direito privado.

III. A gestão contratual não se vincula apenas ao aspecto da legalidade, mas também contempla as
dimensões de eficiência, eficácia e efetividade.

CERTO. Veja o que diz o item 3.9 da IN nº 05/17:

3.9. Demonstrativo dos resultados pretendidos em termos de economicidade e de melhor aproveitamento


dos recursos humanos, materiais ou financeiros disponíveis:

a) Declarar os benefícios diretos e indiretos que o órgão ou entidade almeja com a contratação, em
termos de economicidade, eficácia, eficiência, de melhor aproveitamento dos recursos humanos,
materiais e financeiros disponíveis, inclusive com respeito a impactos ambientais positivos (por
exemplo, diminuição do consumo do papel ou energia elétrica), bem como, se for o caso, de melhoria da
qualidade de produtos ou serviços oferecidos à sociedade.

Dessa forma, veja que a gestão contratual vincula-se à concretização de todos os princípios
administrativos, e não somente à legalidade.

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Assim, não basta que a formalização do contrato esteja previsto em lei, ele deve observar a eficiência, a
eficácia e a efetividade, sob risco de ser considerado ilegal.

Sendo assim, somente as afirmativas I e III estão corretas.

Questão 6: FCC
As relações e negócios jurídicos celebrados pela Administração pública são regidos pelo direito

a) público, ainda que se tratem de instrumentos ou institutos oriundos do direito privado, em razão da
predominância do critério subjetivo para definição do regime jurídico aplicável.

b) privado, quando se tratar de atividade de intervenção no domínio econômico ou delegação de serviços


públicos à iniciativa privada, a fim de não caracterizar tratamento diferenciado ou concorrência desleal.

c) público, tanto quanto pelo direito privado, pelo critério de prevalência de interesses,
independentemente do objeto, incidindo o princípio da supremacia do interesse público.

d) privado, quando uma das partes for empresa estatal, e pelo direito público, quando se tratar de
autarquias e fundações públicas.

e) público no que se refere ao exercício de suas funções típicas e prestação de serviços públicos, direta
ou indiretamente, o que não se aplica à atividade-fim para sociedades de economia mista exploradoras
de atividade econômica, que atuam em regular competição no mercado.

GABARITO: E

O regime da Administração Pública pode ser público ou privado. É público, por exemplo, quando o Estado
cria uma autarquia, e a essa transfere a titularidade e a execução. É privado, por exemplo, quando o
Estado decide ser empresário, com a criação das empresas públicas e sociedades de economia mista
para a intervenção direta no domínio econômico. E, relação às concessionárias, sabemos que estas
fazem as vezes do Estado, logo, o regime do serviço costuma ser de direito público com uma dose de
privado (híbrido, portanto).

Vejamos

Na letra A, o critério não é o subjetivo, mas sim o formal. Leva-se em conta o regime e não o sujeito. Por
exemplo, quando a Receita do Estado aluga um bem para guarnecer bens apreendidos promove locação,
um ato de direito privado.

Na letra B, a intervenção é sim de direito privado, não sendo cabível a extensão de benefícios, a não ser
que para todos do setor sejam conferidos. E os serviços públicos, por sua vez, são marcados pelo direito
público, ainda que prestados por concessionárias.

Na letra C, independentemente do objeto? E se o objeto for a intervenção na economia? Intervenção


direta, entenda. Nesse caso, é o direito privado que marca a relação, pelo menos de forma preponderante.

Na letra D, se a estatal for prestadora de serviços públicos? Gente, não adotamos o critério subjetivo,
temos de analisar o objeto da relação, para saber, com precisão, se é direito público ou direito privado.

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Questão 7: FCC
Apartando-se da discussão doutrinária existente quanto à matéria e admitindo-se a existência das
categorias contratos privados da Administração e contratos administrativos,

a) aplicam-se indistinta e integralmente às duas categorias as normas publicísticas, em razão da


presença da Administração pública nas relações jurídicas.

b) submetem-se a controle judicial e do Tribunal de Contas apenas os contratos administrativos, já os de


direito privado da administração não estão submetidos a controle exercido pelas Cortes de Contas.

c) admitem forma escrita, cláusula obrigatória de prazo de vigência e formalização precedida de licitação
para a segunda categoria apenas.

d) regem-se pelas normas da Lei nº 8.666/1993 apenas os contratos administrativos, sendo disciplinados
exclusivamente pelo disposto no Código Civil os contratos privados da administração.

e) aplicam-se predominantemente as normas de direito privado aos primeiros e, no que couber e de


forma derrogada, as publicísticas.

GABARITO: E

A expressão contrato da Administração transmite a ideia de gênero, em que se destacam, pelo menos,
duas espécies: contratos semipúblicos (regidos predominantemente por normas de Direito Privado) e
contratos administrativos (dosados principalmente por normas de Direito Público).

Os autores que admitem essa bipartição fazem-na com base na teoria da dupla personalidade do Estado,
ou seja, ora o Estado edita atos de império, praticados com supremacia, ora o Estado atua como se
particular fosse, praticando atos de gestão, portanto, sem seu poder extroverso (imperatividade).

São contratos administrativos atípicos celebrados pela Administração, pois regidos


predominantemente pelo Direito Privado; afinal, o Estado nunca se afasta por completo da observância
às normas de Direito Público. Nesse tipo de pacto, a Administração age quase em igualdade com o
particular, quase em um plano de horizontalidade. São exemplos: compra e venda, doação, locação e
permuta.

Da leitura do art. 62 da Lei, percebemos que tais acordos não dispensam o mínimo de formalidade,
aplicando-se-lhes, no que couber, o art. 55 (cláusulas necessárias), o art. 58 (cláusulas exorbitantes) e o
art. 61 (formalização e eficácia).

A seguir os erros:

Na letra A, nos privados, as regras aplicáveis são mais privadas, e são aplicadas, supletivamente, o
regramento de direito público.

Na letra B, todos os contratos, públicos ou privados, acham-se sujeitos ao controle externo do Tribunal
de Contas. É que, em ambos, há desembolso de recursos públicos, pouco importando o regime jurídico
que predomina.

Na letra C, a licitação é exigida em todos os contratos. Essa regra não é afastada pelo só fato de o
contrato ser predominantemente regido pelo direito privado. Assim a Receita Federal, ao pretender locar
um espaço, deverá sim proceder à modalidade de licitação.

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Na letra D, os contratos privados são regidos, subsidiariamente, por normas de Direito Público.

Questão 8: CEBRASPE (CESPE)


Observadas as exigências administrativas que devem anteceder o contrato jurídico, determinado órgão
da administração pública, em razão de reforma em seu edifício-sede, alugou o imóvel de Joana, o único
localizado ao lado da sede e com preço acessível, pelo prazo de doze meses. Passados quatro meses,
a obra foi concluída e o órgão público desocupou a propriedade e rescindiu o contrato unilateralmente,
sob o argumento de que a finalidade do interesse público fora atingida, e sem considerar, portanto, a
concordância de eventuais particulares prejudicados, o que frustrou os planos financeiros de Joana.

A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir, considerando as regras relacionadas aos atos e
contratos administrativos e a legislação pertinente.

A relação contratual de Joana com o órgão público é classificada pela doutrina como contrato da
administração que tem paralelo no direito privado, não se confundindo com ato administrativo, e pode
impor punições aos agentes públicos que agem de modo ímprobo no trato da coisa pública.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

A questão versa sobre a Lei nº 8.666 de 21 de junho de 1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Nesse contexto, a assertiva CORRETO, pois são os chamados contratos da administração,
ou seja, aqueles contratos que são feitos pela Administração em pé de igualdade com o particular,
derrogando total ou parcialmente as regras de direito público (sem as prerrogativas públicas), sem
prejuízo de aplicação, variavelmente, das regras e princípios próprios desse ramo do direito, tais
quais o princípio da indisponibilidade do interesse público, o princípio da publicidade, o princípio da
probidade, conforme preceituam Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo
Descomplicado. 23. ed. São Paulo: Método, 2015, p. 4):

Nesses casos, quando a administração comparece sem revestir a qualidade de poder público - por
exemplo, celebrando um contrato de locação, na condição de locatária -, as relações jurídicas de que
participe são regidas, predominantemente, pelo direito privado, estando ausentes as prerrogativas
especiais típicas do direito público. Não obstante, tais relações jurídicas são objeto do direito
administrativo, estando sempre sujeitas, em variável medida, a regras e princípios próprios desse ramo
do direito, tais quais o princípio da indisponibilidade do interesse público, o princípio da publicidade, o
princípio da probidade.

Questão 9: CEBRASPE (CESPE)

O contrato administrativo firmado com a administração pública deve sempre buscar a proteção de um
interesse coletivo e, justamente por isso, se sujeita à aplicação do regime público com características
próprias, dentre as quais se pode destacar a reciprocidade de obrigações. Essa característica é própria
do contrato administrativo

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a) oneroso.

b) consensual.

c) cumulativo.

d) personalíssimo.

e) sinalagmático.

GABARITO: E

Questão perigosa, isso porque a característica é a comutatividade, e, na letra C, menciona-se cumulativo.

O sinônimo para comutativo é sinalagmático.

No contrato comutativo, os interesses das partes são equivalentes, porque, enquanto uma parte aufere
vantagem, a outra, desvantagem; o incremento do patrimônio de uma acarreta o decréscimo da outra,
como o contrato de compra e venda.

Questão 10: VUNESP


A contratação de atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse da Administração,
como, por exemplo, publicidade, demolição, locação de bens, trata- se de uma espécie de contrato de

a) fomentação de serviços.

b) permissão de serviços.

c) concessão de serviços públicos.

d) prestação de serviços.

e) gestão de serviços

GABARITO: D

A contratação de atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse da Administração, como,


por exemplo, publicidade, demolição, locação de bens, trata- se de uma espécie de contrato de

a) fomentação de serviços.

ERRADO. O contrato de fomento ou termo de fomento é o ajuste firmado entre o Poder Público e as
Organizações da Sociedade Civil, que visem à consecução de finalidades de interesse público e
recíproco.

Veja os termos do art. 2º, VIII da Lei nº 13.019/14:

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Art. 2º, VIII - termo de fomento: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias
estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de
finalidades de interesse público e recíproco propostas pelas organizações da sociedade civil, que
envolvam a transferência de recursos financeiros;

b) permissão de serviços.

ERRADO. O contrato de permissão está previsto no art. 2º, IV da Lei nº 8.987/95.

Nesse sentido, veja:

Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:

IV - permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de


serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade
para seu desempenho, por sua conta e risco.

c) concessão de serviços públicos.

ERRADO. O contrato de concessão está previsto no art. 2º, IV da Lei nº 8.987/95.

Veja:

Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:

II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante
licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;

d) prestação de serviços.

CERTO. O contrato de prestação de serviços é regido pela Lei nº 8.666/93.

Esse tipo de contrato é realizado entre a Administração e o licitante vencedor da licitação para a prestação
de serviços que atendam o interesse do Poder Público.

Veja o art. 1º da Lei:

Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a
obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Veja também o art. 6º, II da Lei:

Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:

II - Serviço - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração,
tais como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação,
adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-
profissionais;

459
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e) gestão de serviços

ERRADO. O contrato de gestão é aquele firmado entre o Poder Público e as Organizações Sociais, na
forma do art. 5º da Lei nº 9.637/98.

Veja:

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, entende-se por contrato de gestão o instrumento firmado entre o Poder
Público e a entidade qualificada como organização social, com vistas à formação de parceria entre as
partes para fomento e execução de atividades relativas às áreas relacionadas no art. 1o.

Questão 11: CEBRASPE (CESPE)


No que se refere ao controle da administração pública, julgue o item seguinte.

Contrato de direito privado firmado em igualdade de condições pela administração pública com particular
não pode ser anulado unilateralmente.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

Aqui recorro aos ensinamentos de Hely Lopes Meirelles.

Para o autor, a extinção unilateral do contrato ilegal, sempre precedida de procedimento regular e com
oportunidade de defesa, só é admissível nos ajustes tipicamente administrativos, não sendo admissível
nos de Direito Privado celebrados pela Administração (compra e venda, doação e outros), cuja nulidade
só pode ser declarada por via judicial em que se demonstre o vício que os invalida.

Questão 12: CEBRASPE (CESPE)


Ao fiscalizar o contrato de uma obra pública, o fiscal técnico fez as seguintes observações:

● a garantia contratual exigida no contratado era abusiva, pois representava 10% do valor do contrato;

● após o início da obra, o arquiteto indicado no processo licitatório para fins de comprovação de
capacitação técnica e que seria o futuro responsável técnico pela obra foi substituído por um outro
arquiteto recém-formado;

● houve atraso na execução da obra devido às chuvas ocorridas no período, segundo a construtora.

A respeito da situação apresentada, julgue o item a seguir, à luz da legislação vigente.

A exigência de garantia contratual de 10% é lícita, desde que a obra seja de grande vulto e tenha alta
complexidade.

( ) Certo
( ) Errado

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GABARITO: CERTO

ITEM CORRETO. A questão aborda o conhecimento do artigo 56, § 3º, da Lei nº 8.666/1993, que diz que,
para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscos
financeiros consideráveis, o limite de garantia poderá ser elevado para até dez por cento do valor do
contrato.

Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no instrumento
convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e
compras.
(...)
§ 2º A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a cinco por cento do valor do
contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas condições daquele, ressalvado o previsto no
parágrafo 3º deste artigo.

§ 3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta complexidade técnica e
riscos financeiros consideráveis, demonstrados através de parecer tecnicamente aprovado pela
autoridade competente, o limite de garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para
até dez por cento do valor do contrato.

Questão 13: VUNESP


O contrato administrativo formaliza-se, entre outras formas, pelo termo de contrato que é obrigatório no
caso de concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços
estejam compreendidos nos limites dessas duas modalidades de licitação. Essa característica dos
contratos administrativos é a

a) finalidade pública.

b) obediência à forma prescrita em lei.

c) presença da Administração Pública como Poder Público.

d) natureza de contrato de adesão.

e) natureza intuitu personae.

GABARITO: B

b) obediência à forma prescrita em lei. – certa.

Inicialmente, vejamos a lição de Ricardo Alexandre e João de Deus sobre o tema:


“Não há unanimidade na doutrina em relação às características dos contratos administrativos, mas, de
modo geral, podemos afirmar que são as seguintes:
c) procedimento legal – a lei estabelece procedimentos obrigatórios para a celebração dos contratos
administrativos, que compreendem, entre outras medidas, autorização legislativa, justificativa de preço,
motivação, autorização pela autoridade competente, indicação de recursos orçamentários e licitação. Vale

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salientar que os contratos privados firmados pela Administração também estão sujeitos ao cumprimento
do mesmo procedimento legal, sob pena de nulidade;” (grifei) (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de.
Direito Administrativo Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método, 2015.E-book. P. 426)

Ao analisar a lição colacionada, constata-se que o enunciado – ao trazer uma exigência legal para a
formalização dos contratos administrativos – retrata a necessidade de que esses contratos sejam
elaborados com estrita observância do procedimento legal. Portanto, a alternativa correta a ser assinalada
é a letra B.

As demais alternativas, por exclusão, encontram-se incorretas. Vejamos os conceitos das características
mencionadas na lição de Ricardo Alexandre e João de Deus:
“Não há unanimidade na doutrina em relação às características dos contratos administrativos, mas, de
modo geral, podemos afirmar que são as seguintes:

a) presença da Administração Pública nessa qualidade – nos contratos administrativos a Administração


comparece à relação contratual na posição de Poder Público, por isso é dotada de uma série de
prerrogativas que a colocam em posição de supremacia diante do particular, as quais se materializam
nas chamadas cláusulas exorbitantes;

b) finalidade pública – assim como nos contratos de direito privado, nos contratos administrativos sempre
estará presente a busca da consecução do interesse público, sob pena de desvio de poder;

j) natureza de contrato de adesão – as cláusulas dos contratos administrativos são fixadas unilateralmente
pela Administração. No edital da licitação deve constar a minuta do contrato a ser celebrado. Assim,
quando os licitantes fazem suas propostas, é porque aceitam os termos contratuais estabelecidos pela
Administração. Mesmo quando o contrato não é precedido de licitação, a doutrina entende que é sempre
ela quem estabelece as cláusulas contratuais, vinculada que está às normas e ao princípio da
indisponibilidade do interesse público;

k) caráter intuitu personae (pessoalidade) – os contratos administrativos são firmados levando em


consideração as características pessoais do contratado. Por isso, em regra, é vedada a subcontratação
total ou parcial do objeto contratado, a associação do contratado com outrem, a cessão ou transferência,
total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, cuja desobediência é motivo para rescisão
contratual (art. 78, VI, Lei 8.666/1993).” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo
Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método, 2015.E-book. P. 426 e 427)

Questão 14: CEBRASPE (CESPE)


Observadas as exigências administrativas que devem anteceder o contrato jurídico, determinado órgão
da administração pública, em razão de reforma em seu edifício-sede, alugou o imóvel de Joana, o único
localizado ao lado da sede e com preço acessível, pelo prazo de doze meses. Passados quatro meses,
a obra foi concluída e o órgão público desocupou a propriedade e rescindiu o contrato unilateralmente,
sob o argumento de que a finalidade do interesse público fora atingida, e sem considerar, portanto, a
concordância de eventuais particulares prejudicados, o que frustrou os planos financeiros de Joana.

A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir, considerando as regras relacionadas aos atos e
contratos administrativos e a legislação pertinente.

O órgão público não pode se valer de prerrogativas do regime de direito público para rescindir,
unilateralmente, o contrato com Joana, uma vez que este é regulado por normas do direito privado,
situação em que o Estado coloca-se no plano dos particulares, o que assegura a Joana igualdade de
tratamento.

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( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

A questão versa sobre a Lei nº 8.666 de 21 de junho de 1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Nesse contexto, a assertiva está INCORRETA, pois, embora no contrato da administração,
em princípio, exista posição de igualdade jurídica, algumas prerrogativas são aplicáveis a estes contratos,
como é o caso da possibilidade de modificação unilateral do contrato, o poder de rescindi-lo
unilateralmente, a fiscalização de sua execução, a aplicação de sanções etc., conforme nos ensina
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo Descomplicado. 23. ed. São Paulo: Método,
2015, p. 567):

Afirmamos acima que, nesses chamados "contratos da administração" o particular e a


administração pública encontram-se, "em princípio'', em posição de igualdade jurídica. Utilizamos
a ressalva - "em princípio" - porque é necessário observar que a Lei 8.666/1 993, em seu art. 62, § 3.º, l,
contrariando o que costumava ser lecionado pela doutrina administrativista, estendeu aos "contratos da
administração", no que couber, algumas das mais importantes prerrogativas de direito
público aplicáveis aos contratos administrativos propriamente ditos, tais como a possibilidade de
modificação unilateral do contrato, o poder de rescindi-lo unilateralmente, a fiscalização de sua
execução, a aplicação de sanções, a denominada ocupação provisória (para garantia da
manutenção da continuidade de serviços essenciais)

Questão 15: CEBRASPE (CESPE)


Acerca de contratos administrativos, julgue o item subsecutivo.

A comutatividade representa a equivalência entre as obrigações previamente ajustadas pelas partes


contratantes.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

A assertiva está certa, pois, de fato, no contrato comutativo, os interesses das partes são equivalentes,
porque, enquanto uma parte aufere vantagem, a outra, desvantagem; o incremento do patrimônio de uma
acarreta o decréscimo da outra, como o contrato de compra e venda.

Aproveito para apresentar outra classificação, dos contratos de organização. No contrato de


organização, as partes caminham lado a lado, unem seus esforços para alcançar um objetivo comum,
cooperam entre si, como o contrato de consórcio e de franquia. Daí a conclusão de que nem todo
contrato administrativo será comutativo.

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Questão 16: FCC
Os contratos administrativos firmados pela Administração pública para aquisição de bens ou serviços

a) são sempre precedidos de licitação, em cujo edital são indicadas as regras e condições da execução
do objeto.

b) permitem às partes a rescisão unilateral e administrativa, não cabendo, contudo, indenização ao


particular caso este dê causa à extinção contratual.

c) exigem respeito às normas neles previstas, previamente constantes do edital de licitação, razão pela
qual é necessário consenso das partes para implementação de alterações substanciais, como, por
exemplo, de objeto.

d) são, em regra, precedidos de procedimento licitatório, o que não afasta a possibilidade de alteração
unilateral por parte da Administração pública.

e) devem ser rescindidos consensualmente pelas partes ou por decisão judicial, em razão do princípio da
vinculação ao instrumento convocatório.

GABARITO: D

A questão versa sobre a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Nesse contexto, vamos analisar os itens para encontrar a resposta correta.

a) são sempre precedidos de licitação, em cujo edital são indicadas as regras e condições da
execução do objeto.

Incorreto. A licitação é a regra, porém existem hipóteses em que as licitações são inexigíveis ou
dispensáveis, conforme o art. 2º, caput, da Lei nº 8.666/93:

Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e


locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente
precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.

b) permitem às partes a rescisão unilateral e administrativa, não cabendo, contudo, indenização


ao particular caso este dê causa à extinção contratual.

Incorreto. O órgão público não poderá deixar de efetuar o pagamento pelos serviços prestados, pois
a nulidade ou a extinção contratual não exonera a Administração do dever de indenizar o contratado pelo
que este houver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente
comprovados, salvo a nulidade não seja imputável ao contratado. Vejamos:

Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente impedindo os efeitos
jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já produzidos.
Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o contratado pelo
que este houver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente
comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu
causa.

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Só não haverá indenização pelos prejuízos comprovados, se estes forem imputados ao contratado.

c) exigem respeito às normas neles previstas, previamente constantes do edital de licitação, razão
pela qual é necessário consenso das partes para implementação de alterações substanciais,
como, por exemplo, de objeto.

Incorreto. A alteração contratual pode ser unilateral da administração, modificando o valor contratual em
decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto o art. 65, incisos I e II, e alíneas, da
Lei:

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos
seguintes casos:
I - unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus
objetivos;
b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição
quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;

d) são, em regra, precedidos de procedimento licitatório, o que não afasta a possibilidade de


alteração unilateral por parte da Administração pública.

Correto. Trata-se de uma das cláusulas exorbitantes presentes no contrato administrativo, conforme
determina o art. 58, inciso I, da Lei:

Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração,
em relação a eles, a prerrogativa de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público,
respeitados os direitos do contratado;

e) devem ser rescindidos consensualmente pelas partes ou por decisão judicial, em razão do
princípio da vinculação ao instrumento convocatório.

Incorreto. A administração poderá rescindir unilateralmente o contrato administrativo, caso ocorra alguma
das causas estipuladas em lei, conforme o art. 58, inciso II, da Lei nº 8.666/93:

Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração,
em relação a eles, a prerrogativa de:
[...]
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei;

Questão 17: CEBRASPE (CESPE)


Na discussão de contratos administrativos, a arbitragem

a) é possível, pois não há incompatibilidade entre o procedimento arbitral no edital de licitação.

b) é possível, desde que haja previsão de cláusula arbitral no edital de licitação.

c) é possível, desde que a convenção de arbitragem seja realizada por autoridade hierarquicamente
superior à competente para realizar acordos ou transações.

d) é possível, desde que arbitragem seja direito.

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e) é impossível, dada a indisponibilidade do interesse público.

GABARITO: B

A questão versa sobre a Lei nº 8.666 de 21 de junho de 1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Nesse contexto, a doutrina e a legislação pátrias vêm admitindo a arbitragem nos contratos
administrativo, desde que haja previsão de cláusula arbitral no edital de licitação, conforme entendimento
de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo Descomplicado. 23. ed. São Paulo:
Método, 2015, p. 828):

O edital de licitação conterá minuta do futuro contrato, podendo prever o emprego dos mecanismos
privados de resolução de disputas, inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua
portuguesa, nos termos da Lei 9.307/1 996 - "Lei de Arbitragem" -, para dirimir conflitos decorrentes ou
relacionados ao contrato (art. I I, III).

Analisando os demais itens, temos o seguinte:

a) é possível, pois não há incompatibilidade entre o procedimento arbitral no edital de licitação.

Incorreto. Em tese há incompatibilidade entre o procedimento arbitral no edital de licitação, dado que
a administração não pode dispor de alguns interesses, em razão do princípio da indisponibilidade do
interesse público.

c) é possível, desde que a convenção de arbitragem seja realizada por autoridade


hierarquicamente superior à competente para realizar acordos ou transações.

Incorreto. Não há a exigência de que a convenção de arbitragem seja realizada por autoridade
hierarquicamente superior à competente para realizar acordos ou transações.

d) é possível, desde que arbitragem seja direito.

Incorreto. A arbitragem, conforme vimos, deve estar prevista no edital de licitação.

e) é impossível, dada a indisponibilidade do interesse público.

Incorreto. Já vimos que a doutrina, a legislação e a jurisprudência vem admitindo a arbitragem nos
contratos administrativos.

Questão 18: VUNESP


Em relação às características dos contratos administrativos, assinale a alternativa correta.

a) Todo contrato administrativo tem uma forma definida na lei, indispensável de sua regularidade.

b) Todo contrato administrativo permite a celebração de contratos aleatórios, com indefinição de


obrigações para uma das partes do acordo.

c) Para que o contrato administrativo seja considerado perfeito, é necessária a entrega da coisa, objeto
do contrato.

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d) Nos contratos administrativos, o consenso da Administração Pública se dá no momento da abertura
dos envelopes de documentação, enquanto que o consenso do particular depende da celebração do
contrato.

e) Os contratos administrativos devem ser celebrados com o vencedor do procedimento licitatório,


podendo ser transferido a terceiros, a critério da Administração.

GABARITO: A

A questão versa sobre a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Nesse contexto, vamos analisar os itens para encontrar a resposta correta, conforme
exigência da questão.

a) Todo contrato administrativo tem uma forma definida na lei, indispensável de sua regularidade.

Correto. A formalidade, via de regra, é uma das características inerentes ao contrato administrativo.
Desse modo, a formalidade dos contratos é essencial para que se permita o controle de legalidade mais
efetivo. Essa característica também é conhecida com formalismo dos contratos administrativos. Vejamos
com Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo Descomplicado. 23. ed. São Paulo:
Método, 2015,p. 569):

Na quase totalidade dos casos, os contratos administrativos devem ser formais e escritos. É nulo e de
nenhum efeito o contrato verbal com a administração, salvo o de pequenas compras de pronto
pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a R$ 4.000,00 (quatro mil reais), feitas em
regime de adiantamento (art. 60, parágrafo único). Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e
os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua celebração, o número do processo da
licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas da Lei 8.666/1 993 e
às cláusulas contratuais (art. 61). Além desses requisitos, o resumo do instrumento de contrato, qualquer
que seja o seu valor (inclusive os contratos sem ônus), deve ser publicado na imprensa oficial, como
condição indispensável à eficácia do contrato (art. 61, parágrafo único).

b) Todo contrato administrativo permite a celebração de contratos aleatórios, com indefinição de


obrigações para uma das partes do acordo.

Incorreto. Não há possibilidade contratos aleatórios no direito administrativo, pois, em razão


da comutatividade, deve haver equivalência entre as obrigações previamente ajustadas pelas partes e é
característica inerente ao contrato administrativo, conforme preleciona Hely Lopes Meirelles (Direito
Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 238): é comutativo porque estabelece
compensações recíprocas e equivalentes para as partes;

c) Para que o contrato administrativo seja considerado perfeito, é necessária a entrega da coisa,
objeto do contrato.

Incorreto. A consensualidade nos contratos administrativos, por si só, já formaliza o contrato, não
havendo necessidade de entrega do objeto para a perfeição do contrato, conforme ensina Matheus
Carvalho (Manual de Direito Administrativo. 4. ed. Salvador: Juspodivm, 2017, p. 540):

Consensual: o simples consenso das partes já formaliza o contrato. Não se faz necessária a
transferência do bem para ele se tornar perfeito. Nestes casos, a transferência do bem é simples

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consequência do contrato. Ressalte-se que, em direito civil, é possível a celebração de contrato real,
aquele cuja perfeição depende da entrega da coisa, objeto do contrato.

d) Nos contratos administrativos, o consenso da Administração Pública se dá no momento da


abertura dos envelopes de documentação, enquanto que o consenso do particular depende da
celebração do contrato.

Incorreto. Na verdade, o consenso da Administração Pública se dá na celebração do contrato e


o consenso do particular acontece no momento da abertura dos envelopes, conforme leciona
Matheus Carvalho (Manual de Direito Administrativo. 4. ed. Salvador: Juspodivm, 2017, p. 540):

No Direito administrativo, o consenso do particular manifestar-se-á no momento da abertura dos


envelopes de documentação. Por sua vez, o consenso da Administração depende da celebração do
contrato.

e) Os contratos administrativos devem ser celebrados com o vencedor do procedimento


licitatório, podendo ser transferido a terceiros, a critério da Administração.

Incorreto. Por natureza, o contrato administrativo é personalíssimo (ou intuito personae), em razão do
princípio da confiança recíproca, uma vez que deve ser realizado pela própria pessoa contratada, não
se admitindo, como regra, a transferência ou a sua substituição, conforme leciona Hely Lopes Meirelles
(Direito Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 240):

é intuitu personae porque deve ser executado pelo próprio contratado, vedadas, em princípio, a sua
substituição por outrem ou a transferência do ajuste.

Questão 19: CONSULPLAN


“Segundo leciona Celso Antônio Bandeira de Mello o ‘contrato administrativo é um tipo de avença travada
entre a Administração e terceiros na qual, por força de lei, de cláusulas pactuadas ou do tipo de objeto, a
permanência do vínculo e as condições preestabelecidas sujeitam-se a cambiáveis imposições de
interesse público, ressalvados os interesses patrimoniais do contratado privado’.”
(MELLO, Celso Antônio Bandeira. Curso de Direito Administrativo. 26. ed. São Paulo: Malheiros, 2009. p.
615.)

Sobre os contratos administrativos é INCORRETO afirmar:

a) Submetem-se ao regime jurídico do Direito Administrativo.

b) Existência de cláusulas que definem poderes especiais para a Administração dentro do contrato, as
cláusulas exorbitantes.

c) Posição de igualdade entre as partes, com equiparação entre o interesse público da Administração
Pública e o privado do contratado.

d) É possível a modificação unilateral das cláusulas do contrato pela Administração Pública, em razão
de causas supervenientes de interesse público.

GABARITO: C

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A questão versa sobre a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Nesse contexto, vamos analisar as alternativas para encontrar a incorreta, conforme
exigência da questão.

a) Submetem-se ao regime jurídico do Direito Administrativo.

Correto. É o que afirma o art. 54, desta Lei:

Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos
preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dos
contratos e as disposições de direito privado.

b) Existência de cláusulas que definem poderes especiais para a Administração dentro do


contrato, as cláusulas exorbitantes.

Correto. Cláusulas Exorbitantes seriam aquelas que excedem o direito comum com o intuito de conferir
vantagem ou restrição à Administração ou ao contratado, causando verdadeira desigualdade entre as
partes contratantes, por isso mesmo, seriam ilícitas num contrato privado. Vejamos o que diz Hely Lopes
Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 241):

Cláusulas exorbitantes são, pois, as que excedem do Direito Comum para consignar uma vantagem ou
uma restrição à Administração ou ao contratado. A cláusula exorbitante não seria lícita num contrato
privado, porque desigualaria as partes na execução do avençado, mas é absolutamente válida no contrato
administrativo, desde que decorrente da lei ou dos princípios que regem a atividade administrativa, porque
visa a estabelecer uma prerrogativa em favor de uma das partes para o perfeito atendimento do interesse
público, que se sobrepõe sempre aos interesses particulares.

c) Posição de igualdade entre as partes, com equiparação entre o interesse público da


Administração Pública e o privado do contratado.

Incorreto. Uma das notas distintivas dos contratos administrativos é a participação da Administração na
posição de supremacia com possibilidade fazer valer as chamadas cláusulas exorbitantes, conforme
ensina Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 241):

Da sua característica essencial, consubstanciada na participação da Administração com supremacia de


poder, resultam para o contrato administrativo certas peculiaridades que os contratos comuns, sujeitos às
normas do Direito Privado, não ostentam. Tais peculiaridades constituem, genericamente, as chamadas
cláusulas exorbitantes, explícitas ou implícitas em todo contrato administrativo. Cláusulas exorbitantes
são, pois, as que excedem do Direito Comum para consignar uma vantagem ou uma restrição à
Administração ou ao contratado.

d) É possível a modificação unilateral das cláusulas do contrato pela Administração Pública, em


razão de causas supervenientes de interesse público.

Correto. É o que nos diz o art. 58, inciso I, da Lei nº 8.666/93:

Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração,
em relação a eles, a prerrogativa de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público,
respeitados os direitos do contratado;

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Questão 20: VUNESP
Quanto aos contratos administrativos, assinale a alternativa correta, de acordo com a Lei nº 8.666/1993.

a) É possível à Administração Pública alterar unilateralmente o contrato, com as devidas justificativas,


quando conveniente a substituição da garantia de execução.

b) Toda prorrogação do prazo do contrato deverá ser justificada por escrito e ser previamente autorizada
pela autoridade competente para a celebração do contrato.

c) Sempre será exigida a prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras.

d) As cláusulas econômico-financeiras do contrato podem ser alteradas pela Administração Pública sem
prévia concordância do contratado.

e) A garantia prestada pelo contratado pode ser liberada ou restituída de forma proporcional antes do
término da execução do contrato.

GABARITO: B

A questão versa sobre a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Nesse contexto, vamos analisar as alternativas para encontrar a resposta correta.

a) É possível à Administração Pública alterar unilateralmente o contrato, com as devidas


justificativas, quando conveniente a substituição da garantia de execução.

Incorreto. Quando houver conveniência na substituição da garantia de execução, o contrato poderá ser
alterado por acordo entre as partes. Vejamos:

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos
seguintes casos:
[...]
II - por acordo das partes:
[...]
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;

b) Toda prorrogação do prazo do contrato deverá ser justificada por escrito e ser previamente
autorizada pela autoridade competente para a celebração do contrato.

Correto. É o que determina o art. 57, da Lei nº 8.666/93:

Art. 57. [...]


§ 2o Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente autorizada pela
autoridade competente para celebrar o contrato.

c) Sempre será exigida a prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras.

Incorreto. Nem sempre, a exigência de garantia será definida pela autoridade competente, ao seu critério,
conforme o art. 56, da Lei:

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Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no instrumento
convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras.

d) As cláusulas econômico-financeiras do contrato podem ser alteradas pela Administração


Pública sem prévia concordância do contratado.

Incorreto. Tais cláusulas não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado, conforme
determina o art. 58, § 1º, da Lei:

Art. 58. [...]


§ 1o As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos não poderão ser
alteradas sem prévia concordância do contratado.

e) A garantia prestada pelo contratado pode ser liberada ou restituída de forma


proporcional antes do término da execução do contrato.

Incorreto. A garantia só terá razão de existir se permanecer até o fim da execução do contrato. É o que
afirma o art. 56, § 4º, da Lei:

Art. 56. [...]


§ 4º A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a execução do contrato e,
quando em dinheiro, atualizada monetariamente.

Questão 21: FGV


Quanto ao contrato administrativo, é correto afirmar que:

a) tem obrigatoriamente em uma das partes a presença da Administração Pública;

b) em nenhuma situação levam-se em conta as características pessoais do contratado;

c) na execução do contrato, não poderá subcontratar partes da obra ou serviços;

d) suas regras são semelhantes aos dos contratos particulares, em que o regramento específico é
dispensado;

e) estabelece discussão das cláusulas contratuais junto aos contratados.

GABARITO: A

Em um dos polos do contrato está a Administração Pública, como parte contratante (inc. XIV do art. 6.º
da Lei 8.666/1993 – “é o órgão ou entidade signatária do instrumento contratual”); e no outro polo está a
pessoa física ou jurídica que firma o pacto, o contratado (inc. XV do art. 6.º – “a pessoa física ou jurídica
signatária de contrato com a Administração Pública”). Nos termos do inc. XI do art. 6.º, assim é definida
a Administração Pública:

“XI – Administração Pública – a Administração Direta e Indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, abrangendo inclusive as entidades com personalidade jurídica de direito privado sob
controle do poder público e das fundações por ele instituídas ou mantidas;”

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Os demais itens estão errados:

b) em nenhuma situação levam-se em conta as características pessoais do contratado;

Os contratos são, de regra, intuitu personae. O contrato administrativo é intuitu personae, o que importa
dizer que, em tese, o particular vencedor da licitação é o que melhor comprovou as condições de contratar
com a Administração, devendo, portanto, ser o responsável pela execução do contrato.

c) na execução do contrato, não poderá subcontratar partes da obra ou serviços;

Apesar de o contrato ser intuitu personae, admite-se sim a subcontratação. O legislador só admite a
subcontratação (sempre parcial) de obra, serviço ou fornecimento até o limite consentido, em cada caso,
cumulativamente pelo edital, pelo contrato e pela Administração, isso sem prejuízo da responsabilidade
legal e contratual do particular contratado, conforme dispõe o art. 72 da Lei.

d) suas regras são semelhantes aos dos contratos particulares, em que o regramento específico
é dispensado;

Não são regras idênticas. O regime dos contratos de direito privado, celebrados pelo Estado, não admite,
por exemplo, o uso das cláusulas exorbitantes.

e) estabelece discussão das cláusulas contratuais junto aos contratados.

Não! o contrato administrativo é de adesão. Em regra, todas as cláusulas contratuais são desenhadas
pela Administração, quer dizer, são regras fixadas unilateralmente, cabendo à contratada apenas a
assinatura, a aderência aos termos do contrato.

No entanto, a adesão pelo particular não afasta o caráter de comutatividade do contrato, isto é, continuará
existindo equivalência entre as obrigações e os direitos previamente ajustados (caráter sinalagmático).
Em síntese, fica preservada a natureza comutativa do contrato, de maneira a permitir a equivalência
intrínseca entre as prestações e a reciprocidade das obrigações.

Questão 22: FGV


Prefeituras costumam descentralizar alguns de seus serviços e para isso são assinados contratos com
prestadores de serviços.

Trata-se de uma característica dos contratos administrativos:

a) presença de cláusulas exorbitantes;

b) finalidade privada do cidadão;

c) imutabilidade do conteúdo do contrato;

d) obediência à forma prescrita no acordo coletivo do sindicato;

e) inexigência de garantia, mas de palavra.

GABARITO: A

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Uma das grandes características dos contratos administrativos é a presença das cláusulas exorbitantes.
Essas cláusulas são consideradas ilegais nos contratos de direito privado. Desnivelam a relação
contratual em favor do Estado, afinal este é protetor do interesse coletivo. São exemplos de tais cláusulas:
poder de fiscalização, alteração e rescisão unilateral.

Vejamos os erros:

Na letra B, a finalidade é pública, ainda que o contrato do Estado seja de direito privado, como é o caso
das locações.

Na letra C, os contratos não são imutáveis, ao invés disso, estão passíveis de alterações durante sua
execução, veja o exemplo da alteração unilateral qualitativa ou quantitativa do objeto.

Na letra D, há obediência à forma, mas prevista em lei. Inclusive, só excepcionalmente os contratos serão
verbais.

Na letra E, uma das cláusulas é a exigência de garantia. A palavra dada não é suficiente para se conferir
ao direito público proteção.

Questão 23: VUNESP


Na formalização das contratações celebradas pelo poder público, o instrumento de contrato

a) poderá ser substituído por nota de empenho de despesa nos casos de compra com entrega imediata
e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica.

b) poderá ser substituído por autorização de compra nos casos de compra com entrega parcelada dos
bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica.

c) é obrigatório nos casos de concorrência, tomada de preços e convite, casos em que sua minuta
integrará o edital ou ato convocatório da licitação como anexo, e dispensável nos casos de dispensa ou
inexigibilidade de licitação.

d) deverá conter cláusula expressa que estabeleça que, no ato de liquidação da despesa, os serviços de
contabilidade comunicarão aos órgãos incumbidos da arrecadação e fiscalização de tributos do ente
contratante as características e os valores pagos, sob pena de nulidade da contratação.

e) é facultativo nos casos de concorrência e tomada de preços que envolvam serviços comuns de
engenharia que possam ser iniciados mediante ordem de execução de serviços.

GABARITO: A

A questão exige conhecimento da literalidade do art. 62 da Lei de Licitações.

Veja os termos do art. 62:

Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços,
bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites
destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder
substituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de
despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço.

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Perceba que o instrumento do contrato será:
• Obrigatório:
• Concorrência;
• Tomada de Preços;
• Dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites dessas duas
modalidades;
• Facultativo:
• Nos demais casos, em que a Administração puder substituir o contrato por outros instrumentos;
• Carta-contrato;
• Nota de empenho;
• Autorização de compra;
• Ordem de execução de serviço.

Dessa forma, vamos à questão:

Na formalização das contratações celebradas pelo poder público, o instrumento de contrato

a) poderá ser substituído por nota de empenho de despesa nos casos de compra com entrega imediata
e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica.

CERTO. Nos termos do art. 62, colacionado acima, o instrumento de contrato será facultativo quando a
Administração puder substituí-lo por outros instrumentos.

Dessa forma, o §4º do mesmo artigo estabelece que o termo de contrato será dispensável, nos casos
de compra com entrega imediata e integral, que não possuam obrigações futuras, inclusive a assistência
técnica. Veja:

Art. 62, §4º É dispensável o "termo de contrato" e facultada a substituição prevista neste artigo, a
critério da Administração e independentemente de seu valor, nos casos de compra com entrega
imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive
assistência técnica.

Portanto, a alternativa encontra-se correta.

b) poderá ser substituído por autorização de compra nos casos de compra com entrega parcelada dos
bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica.

ERRADO. Nos casos de compras de compra com entrega parcelada será necessária a formalização de
contrato, estabelecendo as obrigações futuras entre as partes, motivo pelo qual não é cabível a
substituição do contrato pela autorização de compras.

Portanto, a alternativa incorreta.

c) é obrigatório nos casos de concorrência, tomada de preços e convite, casos em que sua minuta
integrará o edital ou ato convocatório da licitação como anexo, e dispensável nos casos de dispensa ou
inexigibilidade de licitação.

ERRADO. O instrumento do contrato será obrigatório na concorrência e na tomada de preços. No caso


do convite, o instrumento será facultativo.

São os termos do art. 62:

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Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços,
bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites
destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder
substituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de
despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço.

Logo, a alternativa incorreta.

d) deverá conter cláusula expressa que estabeleça que, no ato de liquidação da despesa, os serviços de
contabilidade comunicarão aos órgãos incumbidos da arrecadação e fiscalização de tributos do ente
contratante as características e os valores pagos, sob pena de nulidade da contratação.

ERRADO. O art. 55 da Lei de Licitações estabelece as cláusulas obrigatórias em um contrato


administrativo. Dentre o rol de cláusulas, não se exige a cláusula afirmada na alternativa. Veja:

Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:

I - o objeto e seus elementos característicos;

II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;

III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de


preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo
pagamento;

IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de


recebimento definitivo, conforme o caso;

V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da
categoria econômica;

VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas;

VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas;

VIII - os casos de rescisão;

IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão administrativa prevista no art.


77 desta Lei;

X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso;

XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta


do licitante vencedor;

XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos;

XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com
as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.

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Todavia, perceba os serviços de contabilidade estão obrigados a comunicar as características e os
valores pagos, independentemente de previsão contratual, pois tal exigência é estabelecida na própria
lei. Veja os termos do art. 55, §3º:

Art. 55, § 3º No ato da liquidação da despesa, os serviços de contabilidade comunicarão, aos órgãos
incumbidos da arrecadação e fiscalização de tributos da União, Estado ou Município, as características e
os valores pagos, segundo o disposto no art. 63 da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964.

Dessa forma, a alternativa incorreta.

e) é facultativo nos casos de concorrência e tomada de preços que envolvam serviços comuns de
engenharia que possam ser iniciados mediante ordem de execução de serviços.

ERRADO. Nos termos do art. 62, nas concorrências e tomada de preços o instrumento de contrato será
obrigatório, e não facultativo.

Destarte, a alternativa incorreta.

Questão 24: VUNESP


Contrato Administrativo é um ajuste entre a Administração Pública e uma pessoa física ou jurídica, para
que determinada atividade de interesse da Administração Pública seja desempenhada. Dessa forma,
é correto afirmar que todo contrato administrativo será

a) comutativo, que gera direitos e deveres previamente estabelecidos para ambas as partes, não
havendo a submissão a álea por parte dos contratantes.

b) de adesão, que admite a rediscussão de cláusulas contratuais pelas partes contratantes e contratadas.

c) oneroso, como regra, admitindo-se, também como regra, contratos gratuitos firmados com o poder
público e o particular.

d) personalíssimo, como regra, devendo ser celebrado com o vencedor do procedimento licitatório,
podendo ser transferido a terceiros.

e) formal, como regra, podendo ser definido de outra forma não prevista em lei, que seja mais vantajosa
para a Administração Pública.

GABARITO: A

Contrato Administrativo é um ajuste entre a Administração Pública e uma pessoa física ou jurídica, para
que determinada atividade de interesse da Administração Pública seja desempenhada. Dessa forma,
é correto afirmar que todo contrato administrativo será

a) comutativo, que gera direitos e deveres previamente estabelecidos para ambas as partes, não
havendo a submissão a álea por parte dos contratantes.

CERTO. A comutatividade caracteriza-se pela equivalência de obrigações entre as partes. Essas


obrigações devem ser equânimes durante toda a celebração do contrato, por força do princípio do
equilíbrio econômico-financeiro, previsto no art. 37, XXI da Constituição:

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Art. 37, XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações
serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as
condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

b) de adesão, que admite a rediscussão de cláusulas contratuais pelas partes contratantes e


contratadas.

ERRADO. De fato, o contrato administrativo tem característica de contrato de adesão, mas não se admite
a rediscussão das cláusulas contratuais.

É por isso que quando a Administração pública um edital de licitação, dele já consta a minuta do futuro
contrato a ser firmado entre as partes, não havendo rediscussão.

Veja os termos do art. 40, §2º, III da Lei de Licitações:

Art. 40, § 2º Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante:

III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante vencedor;

c) oneroso, como regra, admitindo-se, também como regra, contratos gratuitos firmados com o poder
público e o particular.

ERRADO. Os contratos administrativos não podem ser gratuitos, devendo sempre a Administração
estabelecer o preço e as condições de pagamento nos seus termos.

Veja o art. 55, III da Lei nº 8.666/93:

Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:

III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de


preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo
pagamento;

d) personalíssimo, como regra, devendo ser celebrado com o vencedor do procedimento


licitatório, podendo ser transferido a terceiros.

ERRADO. O contrato personalíssimo é aquele que só pode ser executado pela pessoa contratada. No
caso das licitações, o caráter personalíssimo dá-se por aquele que ofereceu a melhor proposta, não se
admitindo a transferência a terceiros.

e) formal, como regra, podendo ser definido de outra forma não prevista em lei, que seja mais vantajosa
para a Administração Pública.

ERRADO. No que tange ao formalismo, os contratos administrativos são regidos pelo formalismo
moderado.

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Nesse sentido, o formalismo moderado é caracterizado pela observação das formalidades legais previstas
Constituição e na Lei nº 8.666/93, para que o contrato seja válido e eficaz. Sem observância dessas
formalidades, o contrato será nulo, por ofensa ao princípio da legalidade.

Como exemplo, o art. 55 da Lei de Licitações traz cláusulas que devem estar previstas em todo contrato
administrativo. Veja:

Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:

I - o objeto e seus elementos característicos;

II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;

III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de


preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo
pagamento;

IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de


recebimento definitivo, conforme o caso;

V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da
categoria econômica;

VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas;

VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas;

VIII - os casos de rescisão;

IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão administrativa prevista no art.


77 desta Lei;

X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso;

XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta


do licitante vencedor;

XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos;

XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com
as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.

Questão 25: FGV


A assessoria jurídica, ao ser instada a emitir parecer sobre a juridicidade de determinada minuta de
contrato administrativo, afirmou:

(I) o ajuste acarreta obrigações para ambas as partes;

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(II) há uma equivalência entre essas obrigações, sendo ambas previamente conhecidas.

Assinale a opção que indica as características dos contratos administrativos apresentadas acima.

a) bilateralidade / comutatividade.

b) confiança recíproca / equilíbrio contratual.

c) autovinculação / equivalência volitiva.

d) comutatividade / formalismo dual.

e) voluntariedade / bilateralidade.

GABARITO: A

A assessoria jurídica, ao ser instada a emitir parecer sobre a juridicidade de determinada minuta de
contrato administrativo, afirmou:

(I) o ajuste acarreta obrigações para ambas as partes;

(II) há uma equivalência entre essas obrigações, sendo ambas previamente conhecidas.

Assinale a opção que indica as características dos contratos administrativos apresentadas acima.

a) bilateralidade / comutatividade.

CERTO. A bilateralidade do contrato administrativo consiste na exigência de que a formalização do


contrato dependa da manifestação das duas partes. Isso ocorre para que ambas tenham conhecimentos
das obrigações recíprocas que estão assumindo diante da formalização desse contrato.

A comutatividade caracteriza-se pela equivalência de obrigações entre as partes. Essas obrigações


devem ser equânimes durante toda a celebração do contrato, por força do princípio do equilíbrio
econômico-financeiro, previsto no art. 37, XXI da Constituição:

Art. 37, XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações
serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as
condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

Dessa forma, item correto.

b) confiança recíproca / equilíbrio contratual.

ERRADO. Confiança recíproca refere-se à característica do contrato que o define como


personalissímo, intuitu personae, ou seja, o contrato será firmado unicamente com aquele que apresentou
a melhor proposta durante a licitação, admitindo-se a subcontratação nos casos expressamente
autorizados pela Administração.

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O equilíbrio contratual refere-se à busca pelo equilíbrio econômico-financeira durante a realização do
contato, o que ocorre, principalmente, mediante revisão e reajuste.

Logo, item incorreto.

c) autovinculação / equivalência volitiva.

ERRADO. A autovinculação está ligada ao conhecimento do contrato ao aderir ao edital de licitação e


suas cláusulas. Ao tomar conhecimento do edital e optar por participar da licitação, o participante vincula-
se às cláusulas prevista no edital.

A equivalência volitiva não é característica marcante do contrato administrativo, pois é mais voltada aos
contratos civis. Nos contratos administrativo, a vontade nem sempre será equivalente, tendo em vista que
a Administração possui prerrogativas como cláusulas exorbitantes, que não são extensíveis ao particular.

Portanto, item incorreto.

d) comutatividade / formalismo dual.

ERRADO. Em relação à comutatividade, veja o item A.

No que tange ao formalismo, os contratos administrativos são regidos pelo formalismo moderado e
não formalismo dual, como afirma a assertiva. Nesse sentido, o formalismo moderado é caracterizado
pelas formalidades legais previstas Constituição e na Lei nº 8.666/93, para que o contrato seja válido e
eficaz. Sem observância dessas formalidades, o contrato será nulo, por ofensa ao princípio da legalidade.

Como exemplo, o art. 55 da Lei de Licitações traz cláusulas que devem estar previstas em todo contrato
administrativo. Veja:

Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:


I - o objeto e seus elementos característicos;
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de
preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo
pagamento;
IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de
recebimento definitivo, conforme o caso;
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da
categoria econômica;
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas;
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas;
VIII - os casos de rescisão;
IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão administrativa prevista no art.
77 desta Lei;
X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso;
XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta
do licitante vencedor;
XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos;
XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com
as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.

e) voluntariedade / bilateralidade.

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ERRADO. A voluntariedade está ligada à autonomia da vontade, que não é aplicada nos contratos
administrativos.

Entende-se por bilateralidade a dependência de manifestação das duas vontades para a celebração do
contrato, como visto no item A.

Questão 26: CEBRASPE (CESPE)


Julgue o item que se segue, a respeito dos diversos instrumentos e mecanismos para financiar as políticas
públicas.

As normas do direito privado aplicam-se diretamente sobre contrato administrativo celebrado pela
administração pública.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

Nos contratos administrativos típicos, há predominância das normas públicas quanto à regência, mas
não há exclusividade. Assim, havendo uma lacuna no trato da disciplina (deficiência na
legislação), podem ser aplicadas subsidiariamente as normas de Direito Privado, conforme dispõe o
art. 54 da Lei 8.666/1993:

“Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos
preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dos
contratos e as disposições de direito privado.”

Questão 27: CEBRASPE (CESPE)


Julgue o item subsequente de acordo com a orientação traçada pela Lei n.º 8.666/1993.

Em toda licitação, é indispensável a celebração de contrato, sendo esse instrumento insubstituível,


porque, no direito administrativo, prevalece a formalização do processo licitatório.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

Em toda licitação, é indispensável a celebração de contrato, sendo esse instrumento insubstituível,


porque, no direito administrativo, prevalece a formalização do processo licitatório. – errado.

Na verdade, de acordo com a Lei nº 8.666/1993, a celebração de contrato é em regra obrigatória nas
licitações. No entanto, a própria Lei prevê algumas exceções.

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Vejamos o texto legal:

“Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem
como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites destas duas
modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por
outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização
de compra ou ordem de execução de serviço.

§ 4º É dispensável o "termo de contrato" e facultada a substituição prevista neste artigo, a critério da


Administração e independentemente de seu valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral
dos bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica.” (grifou-
se).

Questão 28: FGV


Excetuada a hipótese de pequenas compras de pronto pagamento, os contratos administrativos devem
ser obrigatoriamente escritos.

Segundo o entendimento da doutrina, essa exigência está relacionada com o aspecto conhecido por

a) formalidade.

b) onerosidade.

c) bilateralidade.

d) comutatividade.

e) consensualidade.

GABARITO: A

A questão versa sobre a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Nesse contexto, a exigência descrita pelo enunciado está relacionada com o aspecto
conhecido por formalidade. A formalidade é uma das características inerentes ao contrato administrativo.
Desse modo, a formalidade dos contratos é essencial para que se permita o controle de legalidade mais
efetivo. Essa característica também é conhecida com formalismo dos contratos administrativos. Vejamos
com Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo Descomplicado. 23. ed. São Paulo:
Método, 2015, p. 569):

Na quase totalidade dos casos, os contratos administrativos devem ser formais e escritos. É nulo e de
nenhum efeito o contrato verbal com a administração, salvo o de pequenas compras de pronto
pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a R$ 4.000,00 (quatro mil reais), feitas em
regime de adiantamento (art. 60, parágrafo único). Todo contrato deve mencionar os nomes das
partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua celebração, o número
do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas
da Lei 8.666/1 993 e às cláusulas contratuais (art. 61). Além desses requisitos, o resumo do
instrumento de contrato, qualquer que seja o seu valor (inclusive os contratos sem ônus), deve
ser publicado na imprensa oficial, como condição indispensável à eficácia do contrato (art. 61,
parágrafo único).

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Analisando os demais itens, temos o seguinte:

b) onerosidade.

Onerosidade significa afirmar que o contrato administrativo não será gratuito e sempre terá um preço ou
valor a se pagar.

c) bilateralidade.

O contrato administrativo, por ser um negócio jurídico, tem a bilateralidade como característica e,
juntamente com ela, a característica da comutatividade, que é equivalência entre as obrigações ajustadas
pelas partes, conforme preleciona Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro. 42. ed. São
Paulo: Malheiros, 2016, p. 238):

Em princípio, todo contrato é negócio jurídico bilateral e comutativo, isto é, realizado entre pessoas
que se obrigam a prestações mútuas e equivalentes em encargos e vantagens. Como pacto consensual,
pressupõe liberdade e capacidade jurídica das partes para se obrigarem validamente; como negócio
jurídico, requer objeto lícito e forma prescrita ou não vedada em lei. [...] é comutativo porque estabelece
compensações recíprocas e equivalentes para as partes;

d) comutatividade.

A comutatividade é equivalência entre as obrigações ajustadas pelas partes e é característica inerente


ao contrato administrativo, conforme preleciona Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro.
42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 238): é comutativo porque estabelece compensações recíprocas
e equivalentes para as partes;

e) consensualidade.

O contrato administrativo é um acordo de vontades, ou seja, o particular e a Administração em um


consenso de vontade firmam um contrato administrativo, não sendo, portanto, um ato unilateral da
administração.

Questão 29: FGV


De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, uma das características dos contratos administrativos
é o seu formalismo.

Nesse sentido, a Lei nº 8.666/93 dispõe que, em matéria de licitação, o instrumento de contrato é
obrigatório nos casos de:

a) concorrência, de tomada de preços, convite, pregão, concurso e leilão, mas não é necessário nas
hipóteses excepcionais previstas em lei em que a licitação é dispensável ou inexigível;

b) concorrência e de tomada de preços, pelo alto valor desses contratos, mas não é necessário nas
demais modalidades de licitação, desde que o seu valor esteja compatível com o preço de mercado,
conforme avaliação prévia;

c) concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam
compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação;

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d) contratação de obras e serviços de engenharia, cujo valor global do contrato seja superior a um milhão
de reais, mas não é necessário nos demais casos, qualquer que seja a modalidade de licitação;

e) contratação de obras e serviços de engenharia, por meio de licitação nas modalidades concorrência
e de tomada de preços, mas não é necessário nas hipóteses excepcionais em que a licitação é
dispensável ou inexigível.

GABARITO: C

Nos termos do art. 62, o instrumento de contrato (termo de contrato), parte sempre integrante do
instrumento convocatório (anexo), é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem
como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites dessas duas
modalidades de licitação.

Lembra-se que o limite para a utilização da modalidade convite para compras e serviços que não de
engenharia é de R$ 176.000,00; por seu turno, obras e serviços de engenharia acima de R$ 330.000,00
obrigam a tomada de preços (TP), e, por conseguinte, facultam a concorrência. Logo, uma aquisição
direta de impressoras, sem licitação, orçada em R$ 200.000,00, exigirá a formalização por termo de
contrato, por enquadrar-se no limite da TP.

Questão 30: IADES


Assinale a alternativa correta referente aos contratos administrativos.

a) A recomposição, desde que prevista no contrato, tem o fulcro de manter o equilíbrio econômico-
financeiro da relação contratual.

b) O critério de reajuste deve retratar a variação efetiva do custo de produção.

c) A recomposição contratual é sinônimo de atualização monetária.

d) A revisão decorre de fato certo, como, por exemplo, a inflação.

e) Eventos imprevisíveis da natureza que provoquem alteração contratual ensejam o reajuste do contrato.

GABARITO: B

A questão versa sobre a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Nesse contexto, vamos analisar os itens para encontrar a resposta correta.

a) A recomposição, desde que prevista no contrato, tem o fulcro de manter o equilíbrio


econômico-financeiro da relação contratual.

Incorreto. A recomposição é quase sempre sem previsão contratual, conforme ensina Alexandre Mazza
(Manual de Direito Administrativo. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2019, p. 689):

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Já revisão ou recomposição são alterações no valor efetivo da tarifa, quase sempre sem previsão
contratual, diante de circunstâncias insuscetíveis de recomposição por reajuste.

b) O critério de reajuste deve retratar a variação efetiva do custo de produção.

Correto. De fato, o reajuste visa atualizar a variação efetiva do custo produção, conforme ensina
Alexandre Mazza (Manual de Direito Administrativo. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2019, p. 689):

Reajuste é a terminologia apropriada para denominar a atualização do valor remuneratório ante as


perdas inflacionárias ou majoração nos insumos. Normalmente, as regras de reajuste têm previsão
contratual e são formalizadas por meio de instituto denominado apostila.
[...]
Portanto, no reajuste é promovida uma simples atualização monetária da remuneração, ao passo
que na revisão ocorre um aumento real no valor pago ao contratado

Ademais, deve sempre esta prevista no contrato, como cláusula necessária e critério de reajuste,
conforme ensinam Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo Descomplicado. 23. ed.
São Paulo: Método, 2015, p. 659):

critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de produção, admitida a adoção
de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para apresentação da proposta, ou do
orçamento a que essa proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela;

c) A recomposição contratual é sinônimo de atualização monetária.

Incorreto. Conforme vimos, revisão ou recomposição são alterações no valor efetivo da tarifa,
insuscetível de ser realizada mediante reajuste, que significa atualização monetária, por perdas
inflacionárias ou majoração nos insumos.

d) A revisão decorre de fato certo, como, por exemplo, a inflação.

Incorreto. Diante de perdas inflacionárias, dá-se o reajuste, conforme visto acima.

e) Eventos imprevisíveis da natureza que provoquem alteração contratual ensejam o reajuste do


contrato.

Incorreto. Na verdade, os eventos imprevisíveis da natureza que provoquem alteração contratual


ensejam a revisão do contrato, por acordo entre as partes e se ainda for possível a sua execução.
Vejamos com Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo Descomplicado. 23. ed. São
Paulo: Método, 2015, p. 659):

Seja qual for a definição que se adote, o que importa mesmo é notar que, para os contratos administrativos
a ocorrência de qualquer situação que possa ser considerada força maior ou caso fortuito - eventos
imprevisíveis ou inevitáveis. que· impossibilitem ou onerem excessivamente a execução do
contrato - tem exatamente os mesmos efeitos: autorizar a revisão contratual por acordo entre as
partes; quando ainda for possível a execução do contrato (art. 65, II; '"d"), ou a rescisão contratual
sem culpa do inadimplente (art. 79, § 2)

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Questão 31: VUNESP
Assinale a alternativa que contenha uma característica dos contratos administrativos.

a) O contratante será sempre o particular.

b) O objeto do contrato poderá ou não corresponder ao interesse público.

c) O contrato poderá obedecer ou não à forma prescrita em lei.

d) O contrato não admite a presença de cláusula exorbitante.

e) O contrato adquire eficácia com a sua publicação, ainda que resumida.

GABARITO: E

A questão versa sobre a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Nesse contexto, vamos analisar as alternativas para encontrar a resposta correta.

a) O contratante será sempre o particular.

Incorreto. O contratado será sempre o particular. O contratante, ou seja, quem contrata é o Poder
Público. Vejamos:

Art. 6º. [...]


XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária do instrumento contratual;
XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária de contrato com a Administração Pública;

b) O objeto do contrato poderá ou não corresponder ao interesse público.

Incorreto. A administração pública somente poderá atuar visando a satisfação do interesse público. Do
mesmo modo, devem regrar-se os contratos, conforme Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito
Administrativo Descomplicado. 23. ed. São Paulo: Método, 2015, p. 568-569):

O objeto dos contratos administrativos consiste em uma relação jurídica (ou diversas relações jurídicas)
concernente a qualquer bem, direito ou serviço que seja do interesse da administração pública, ou
necessária ao desempenho de suas atividades - obras, compras, fornecimentos, locações, alienações,
serviços, concessões. [...] Em qualquer caso, cumpre frisar, a administração somente pode
atuar visando à satisfação do interesse público.[...]

c) O contrato poderá obedecer ou não à forma prescrita em lei.

Incorreto. A formalidade é uma das características inerentes ao contrato administrativo. Desse modo, a
formalidade dos contratos é essencial para que se permita o controle de legalidade mais efetivo. Essa
característica também é conhecida com formalismo dos contratos administrativos. Vejamos com Vicente
Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo Descomplicado. 23. ed. São Paulo: Método, 2015,p.
569):

Na quase totalidade dos casos, os contratos administrativos devem ser formais e escritos. É nulo e de
nenhum efeito o contrato verbal com a administração, salvo o de pequenas compras de pronto

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pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a R$ 4.000,00 (quatro mil reais), feitas em
regime de adiantamento (art. 60, parágrafo único). Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e
os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua celebração, o número do processo da
licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas da Lei 8.666/1 993 e
às cláusulas contratuais (art. 61). Além desses requisitos, o resumo do instrumento de contrato, qualquer
que seja o seu valor (inclusive os contratos sem ônus), deve ser publicado na imprensa oficial, como
condição indispensável à eficácia do contrato (art. 61, parágrafo único).

d) O contrato não admite a presença de cláusula exorbitante.

Incorreto. Pelo contrário, na verdade, o que caracteriza o contrato administrativo é a presença de


cláusulas exorbitantes, a nota que mais distingue os contratos administrativos dos demais contratos de
direito privado, é a presença de cláusulas exorbitantes, conforme extraímos do escólio de Vicente Paulo
e Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo Descomplicado. 23. ed. São Paulo: Método, 2015, p.
568, grifamos):

A nota realmente característica dos contratos administrativos, que os peculiariza, diferenciando-


os dos contratos privados, é a existência das denominadas cláusulas exorbitantes. Tais "cláusulas",
em verdade, decorrem diretamente da lei e configuram prerrogativas de direito público conferidas pela lei
exclusivamente à administração pública, tendo em vista a sua atuação na qualidade de poder público.

e) O contrato adquire eficácia com a sua publicação, ainda que resumida.

Correto. É o que determina o art. 61, parágrafo único, da Lei nº 8.666/93:

Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o
ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade,
a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na
imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela
Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte
dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26
desta Lei.

Questão 32: FCC


As relações e os negócios jurídicos realizados pela Administração pública

a) são sempre celebrados por meio de contratos administrativos, a fim de garantir as prerrogativas
inerentes à Administração pública.

b) têm natureza jurídica de contrato administrativo, ainda que juridicamente utilizem a forma de outro
instrumento jurídico.

c) garantem a outra parte a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, quando


celebrados por meio de contratos administrativos.

d) dependem de concordância das duas partes para serem alterados unilateralmente, sejam eles regidos
pelo direito público ou pelo direito privado.

e) conferem prerrogativas à Administração pública para alterar ou extinguir os instrumentos,


independentemente do regime jurídico a que se submetam.

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GABARITO: C

Vamos por eliminação? Uma forma de resolver a questão como se estivesse no dia da prova.

Na letra A, os contratos são apenas uma das formas de acordo entre os particulares e a Administração.
Veja o exemplo dos convênios administrativos, dos consórcios, dos termos de parceria e dos contratos
de gestão.

Na letra B, como sobredito, podemos ter os convênios. E estes não se confundem com os contratos. Os
convênios são acordos em que se persegue interesse mútuo. Já, nos contratos, os interesses são
opostos.

Na letra D, uma das cláusulas exorbitantes é a alteração unilateral. Ou seja, até determinado limite
percentual (25%), os contratos podem ser alterados unilateralmente, em termos de acréscimos e
supressões.

Na letra E, os contratos de direito privado não contam com todas as prerrogativas como as previstas nos
contratos de direito público. A Administração pode celebrar contratos privados, e, nesses, não têm tanta
liberdade ou prerrogativas.

Chegamos à letra "C". Uma das possibilidades que de dispõe a Administração é alterar unilateralmente o
contrato, porém, é direito subjetivo das empresas a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro. A
Administração só pode alterar unilateralmente as cláusulas de serviços ou regulamentares, as
econômicas e financeiras só por mútuo acordo.

Questão 33: VUNESP


Considere a seguinte situação hipotética:

O Instituto de Previdência dos Funcionários Públicos do Município de Paulínia - PAULÍNIA PREVI


contratou uma determinada empresa terceirizada, a empresa X, para realizar a limpeza das dependências
do Instituto, após esta ter sido vencedora de licitação. Passados três meses da contratação, constata-se
que os serviços estão sendo prestados a contento, mas que, na realidade, todos os serviços são
prestados pela empresa Y, que foi contratada pela empresa X.

Neste caso, é correto afirmar que

a) não há nenhum vício na subcontratação, porque esta é permitida pela legislação, desde que haja entre
as empresas X e Y um contrato em que se preveja que a empresa X manterá as responsabilidades legais
e contratuais perante a PAULÍNIA PREVI.

b) há um vício sanável, porque os contratos administrativos permitem subcontratação total ou parcial,


desde que haja autorização do Poder Público, então basta que o Instituto convalide o ato praticado pela
empresa X.

c) não há nenhum vício, pois os contratos administrativos não possuem caráter pessoal já que não é
possível aferir condições de contratação em uma licitação.

d) há um vício, porque os contratos administrativos são pessoais ou intuitu personae, não podendo o
contratado livremente repassar a terceiros a execução do contrato.

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e) há um vício sanável, bastando que a PAULÍNIA PREVI notifique a empresa X para cessar a prática de
subcontratação e passe, imediatamente, a executar o contrato diretamente.

GABARITO: D

Considere a seguinte situação hipotética:

O Instituto de Previdência dos Funcionários Públicos do Município de Paulínia - PAULÍNIA PREVI


contratou uma determinada empresa terceirizada, a empresa X, para realizar a limpeza das dependências
do Instituto, após esta ter sido vencedora de licitação. Passados três meses da contratação, constata-se
que os serviços estão sendo prestados a contento, mas que, na realidade, todos os serviços são
prestados pela empresa Y, que foi contratada pela empresa X.

Neste caso, é correto afirmar que

a) não há nenhum vício na subcontratação, porque esta é permitida pela legislação, desde que haja entre
as empresas X e Y um contrato em que se preveja que a empresa X manterá as responsabilidades legais
e contratuais perante a PAULÍNIA PREVI.

b) há um vício sanável, porque os contratos administrativos permitem subcontratação total ou parcial,


desde que haja autorização do Poder Público, então basta que o Instituto convalide o ato praticado pela
empresa X.

c) não há nenhum vício, pois os contratos administrativos não possuem caráter pessoal já que não é
possível aferir condições de contratação em uma licitação.

d) há um vício, porque os contratos administrativos são pessoais ou intuitu personae, não


podendo o contratado livremente repassar a terceiros a execução do contrato.

e) há um vício sanável, bastando que a PAULÍNIA PREVI notifique a empresa X para cessar a prática de
subcontratação e passe, imediatamente, a executar o contrato diretamente.

A questão exige conhecimento da possibilidade de subcontratação dos contratos administrativos.

Nesse sentido, veja o art. 72 da Lei nº 8.666/93:

Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidades contratuais e
legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cada
caso, pela Administração.

Perceba, então, os moldes em que é permitida a subcontratação:

• É possível a subcontratação parcial de parcela do contrato, constituindo causa de rescisão contratual


a subcontratação total, na forma do art. 78, VI da Lei;
• É a Administração que decidirá pela possibilidade de subcontratação, e não o contratado;
• A possibilidade de subcontratação deve estar prevista no edital e no contrato.
• O contratado será responsável por todos os atos do subcontratado.

Veja o art. 78, VI da Lei:

Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:

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VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado com outrem, a cessão
ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e
no contrato;

Tudo isso ocorre pois os contratos administrativos tem como uma de suas características o fato de
ser intuiti personae, ou seja, o contratado é quem deve executar o contrato, só sendo permitida a
subcontratação nos termos acima.

Dessa forma, perceba que, no caso da questão, haverá vício, pois a empresa X não poderia subcontratar
livremente, sem autorização administrativa.

Questão 34: CEBRASPE (CESPE)


Em determinado contrato da administração pública, foram estabelecidas cláusulas dispondo sobre:

I o regime de execução;
II o preço do contrato e as condições de pagamento;
III o objeto do contrato e seus elementos característicos;
IV o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da
categoria econômica.

Nessa situação hipotética, à luz da Lei de Licitações e Contratos,

a) apenas a cláusula IV é obrigatória.

b) apenas as cláusulas I e II são obrigatórias.

c) apenas as cláusulas I e III, são obrigatórias.

d) apenas as cláusulas II, III e IV são obrigatórias.

e) todas as cláusulas são obrigatórias.

GABARITO: E

e) todas as cláusulas são obrigatórias.

Aproveito para reproduzir quadro completo com as cláusulas necessárias:

CLÁUSULAS NECESSÁRIAS DISPOSITIVOS AUXILIARES

1. Objeto Art. 38

2. Regime de execução Art. 10

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CLÁUSULAS NECESSÁRIAS DISPOSITIVOS AUXILIARES

3. Preço e condições de pagamento, critérios Arts. 5.º, 40, XI e XIV, a e c, 82;


de reajuste art. 15 da Lei 8.880/1994

4. Prazos de início e conclusão Arts. 6.º, XI, e 73 a 76.

5. Crédito pelo qual correrá a despesa Arts. 6.º e 60 da Lei 4.320/1964

6. Garantias Art. 56

7. Direitos/responsabilidades, penalidades e
Arts. 79, 81 a 88
valores de multa

8. Casos de rescisão Art. 78

9. Reconhecimento de direitos Arts. 77 a 79

10. Condições de importação Art. 42

11. Vinculação ao edital ou ato de dispensa Art. 26

12. Legislação aplicável Art. 121

13. Manutenção das condições de habilitação


Arts. 13, § 3.º, e 27 a 31
e qualificação

Questão 35: CESGRANRIO


Um administrador recebeu uma minuta de contrato para análise à luz das normas da Lei nº 8.666/1993.

A referida lei estabelece como cláusula necessária em qualquer contrato o preço e as condições de
pagamento, os critérios, a data-base e a periodicidade do reajustamento de preços, além dos critérios de
atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo

a) cumprimento

b) término

c) aditamento

d) pagamento

e) fornecimento

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GABARITO: D

Aqui não há muito o que comentar. A questão se limitou a repetir o inciso III do art. 55, que traz as
cláusulas necessárias em todo contrato administrativo.

"Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:

III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de


preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do
efetivo pagamento;"

Quanto às demais alternativas, não há comentário a ser feito, uma vez que a questão simplesmente
colocou outros termos um tanto quanto aleatoriamente.

Questão 36: CEBRASPE (CESPE)


Um órgão público pretende realizar processo licitatório para a construção de um posto de saúde
comunitário, orçado em R$ 350.000. O prazo de execução da obra será de 13 meses.

Tendo como referência esse caso hipotético, julgue o item a seguir, considerando a legislação aplicável
à contratação de obras e serviços de engenharia.

Tendo em vista o prazo de execução da referida obra, o contratado não pode indicar, previamente, no
contrato, cláusula de reajuste de valor.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

O reajuste é uma das cláusulas necessárias dos contratos administrativos. Veja:

Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:


(...)
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de
preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo
pagamento;
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de
preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo
pagamento;

O reajuste é promovido para que se mantenha o equilíbrio contratual, e, ao fim, é uma alteração NOMINAL
dos valores pactuados inicialmente, de forma que o valor REAL seja mantido. Por exemplo: como já se
disse, o aumento do nível geral de preços (inflação) leva ao REAJUSTE do contrato.

Agora, voltando ao comando do item: apesar de ter sido considerado ERRADO, pois não cabe ao
contratado indicar o índice de reajuste. Essa incumbência é da Administração contratante, como se vê do
inc. III do art. 55 da Lei 8.666/1993 acima transposto.

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Questão 37: FCC
Dentre as cláusulas que devem constar obrigatoriamente dos contratos administrativos regidos pela Lei
no 8.666/1993, está a previsão de

a) exigência de garantia da execução do contrato, independentemente de sua natureza e objeto.

b) prazo certo ou a indicação de vigência por prazo indeterminado.

c) possibilidade de qualquer das partes rescindir o contrato administrativamente.

d) penalidades cabíveis em caso de descumprimento e, inclusive, de valores estabelecidos para


eventuais multas.

e) hipóteses de rescisão administrativa passíveis de serem invocadas pela Administração pública e


hipóteses de rescisão administrativa unilateral invocáveis pela contratada.

GABARITO: D

A questão versa sobre a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências. Nesse contexto, as cláusulas necessárias em todo contrato administrativo estão elencadas
no art. 55, caput, da Lei nº 8.666/93:

Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:


I - o objeto e seus elementos característicos;
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de
preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo
pagamento;
IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de
recebimento definitivo, conforme o caso; (LETRA B, não há contrato administrativo com prazo
indeterminado)
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da
categoria econômica;
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas; (LETRA A)
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das
multas; (LETRA D)
VIII - os casos de rescisão;
IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão administrativa prevista
no art. 77 desta Lei; (LETRAS C e E, somente a Administração pode rescindir unilateralmente, em
razão do princípio da continuidade dos serviços públicos)
X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso;
XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta
do licitante vencedor;
XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos;
XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com
as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.

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Questão 38: FCC
A impontualidade da Administração pública no pagamento de remuneração a prestador de serviço
contratado sob o regime da Lei nº 8.666/1993

a) possibilita a rescisão unilateral pela contratada, cabível a via administrativa para atrasos superiores a
120 dias.

b) permite o acionamento, pela contratada, das garantias contratuais prestadas pela Administração
contratante.

c) é inerente às prerrogativas legalmente atribuídas à Administração pública nos contratos


administrativos, cabendo à contratada apenas exigir o pagamento administrativa ou judicialmente, com
os encargos moratórios.

d) justifica a suspensão da prestação dos serviços contratados, não se admitindo, contudo, pedido de
rescisão contratual, em razão da supremacia do interesse público.

e) é fundamento para o contratado suspender a execução das obrigações contratuais que assumiu, se o
atraso exceder 90 dias.

GABARITO: E

Já ouviram, certamente, falar sobre a exceção do contrato não cumprido. Então, é uma cláusula aplicada
entre os particulares em geral. Se uma das partes não cumprir sua obrigação, confere a outra parte não
cumprir a sua parte. Simples assim. Você não me pega, eu não faço!

Só que, na Administração, há restrição ao uso desta cláusula, havendo uma cláusula exorbitante a favor
do Estado chamada não oposição restrita à exceção do contrato não cumprido.

Não oposição RESTRITA! Professor, por que restrita?

Confira:

Art. 78. XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração
decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo
em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado
o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a
situação;

Nota que até 90 dias, o particular deve cumprir o contrato. Agora, se for acima de 90 dias, teremos a
possibilidade de suspensão até que seja normalizada a situação.

Os demais itens estão errados:

a) possibilita a rescisão unilateral pela contratada, cabível a via administrativa para atrasos superiores a
120 dias.

A rescisão nunca pode ser feita diretamente pela contratada. Nunca! Temos a rescisão unilateral pela
Administração. E se o particular não concordar, pode procurar o poder judiciário.

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b) permite o acionamento, pela contratada, das garantias contratuais prestadas pela Administração
contratante.

Na lei 8.666, não há garantias prestadas pela Administração. Esse tipo de segurança para o particular é
previsto, por exemplo, na lei da PPP.

c) é inerente às prerrogativas legalmente atribuídas à Administração pública nos contratos


administrativos, cabendo à contratada apenas exigir o pagamento administrativa ou judicialmente, com
os encargos moratórios.

Pode suspender a execução.

d) justifica a suspensão da prestação dos serviços contratados, não se admitindo, contudo, pedido de
rescisão contratual, em razão da supremacia do interesse público.

Pode procurar o poder judiciário, e requerer a rescisão.

Questão 39: IDECAN


As normas dos contratos administrativos estão descritas na Lei 8.666/93, a qual é regulamentada pelos
preceitos do direito público, conforme os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições do
direito privado. Neste caso, os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para
sua execução, assim como a descrição dos direitos, obrigações e responsabilidades das partes
envolvidas, em conformidade com a proposta a que se vinculam. Sobre o tema, destacam-se cláusulas
que são consideradas essenciais para a confecção de um contrato, exceto

a) o objeto e os elementos característicos de um contrato administrativo.

b) o preço e as condições de pagamento, além da data-base e periodicidade do reajustamento de preços.

c) o prazo apenas do início das etapas de execução e, se possível, uma previsão para conclusão ou
entrega, podendo ser adiada por acordo unilateral.

d) as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas.

e) os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas.

GABARITO: C

Adiada por acordo unilateral? Eita! Se há acordo, é bilateral né gente.

Em todo caso, vejamos, na íntegra, as cláusulas necessárias dos contratos administrativos, conforme art.
55 da lei 8.666:

CLÁUSULAS NECESSÁRIAS DISPOSITIVOS AUXILIARES

1. Objeto Art. 38

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CLÁUSULAS NECESSÁRIAS DISPOSITIVOS AUXILIARES

2. Regime de execução Art. 10

3. Preço e condições de pagamento, critérios Arts. 5.º, 40, XI e XIV, a e c, 82;


de reajuste art. 15 da Lei 8.880/1994

4. Prazos de início e conclusão Arts. 6.º, XI, e 73 a 76.

5. Crédito pelo qual correrá a despesa Arts. 6.º e 60 da Lei 4.320/1964

6. Garantias Art. 56

7. Direitos/responsabilidades, penalidades e
Arts. 79, 81 a 88
valores de multa

8. Casos de rescisão Art. 78

9. Reconhecimento de direitos Arts. 77 a 79

10. Condições de importação Art. 42

11. Vinculação ao edital ou ato de dispensa Art. 26

12. Legislação aplicável Art. 121

13. Manutenção das condições de habilitação


Arts. 13, § 3.º, e 27 a 31
e qualificação

Questão 40: CEBRASPE (CESPE)


A previsão em lei de cláusulas exorbitantes aplicáveis aos contratos administrativos decorre diretamente
do princípio da

a) publicidade.

b) moralidade.

c) legalidade.

d) eficiência.

e) supremacia do interesse público.

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GABARITO: E

A palavra exorbitante quer dizer “ir além” e “extravasar”. Já o termo cláusula remete à ideia de regra, de
dispositivo. Da união dessas duas expressões surge a ideia de que “cláusulas exorbitantes” são regras
previstas nos contratos administrativos que vão além da órbita da esfera do emitente, obrigando ao seu
cumprimento o receptor (o contratado pela Administração), como aplicação do princípio da supremacia
do interesse Público sobre o Privado.

A presença de tais cláusulas é um dos traços mais característicos e singulares dos contratos
administrativos, afinal, o Estado, para alcançar regularmente o interesse público, deve contar com
poderes, prerrogativas.

Para a doutrina, referidas cláusulas caracterizam-se por serem incomuns, pelo menos nos contratos
regidos pelo Direito Privado, seja porque seriam nulas (leoninas), seja pela inadequação, ainda que não
fossem nulas.

As cláusulas exorbitantes provocam o desnivelamento da relação contratual, tornam


abilateralidade quase unilateralidade em favor da Administração, em razão da desigualdade jurídica
que a cerca. Obviamente, os particulares sabem bem disso, estando cientes de que com a assinatura
consensual do contrato administrativo acham-se “presos” à supremacia do interesse público sobre o
privado, supremacia essa traduzida nas cláusulas exorbitantes.

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Lei 10520
Questão 1: CEBRASPE (CESPE)

Considerando as normas de direito administrativo, as disposições normativas relativas ao pregão e a Lei


federal n.º 9.784/1999, acerca de processo administrativo, julgue o item seguinte.

No pregão, a definição das exigências de habilitação no certame é feita durante a fase externa.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

No pregão, a definição das exigências de habilitação no certame é feita durante a fase externa.

A definição das exigências de habilitação é na etapa preparatória, interna portanto.


Confira Lei 10.520:

Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o seguinte:


I - a autoridade competente justificará a necessidade de contratação e definirá o objeto do certame, as
exigências de habilitação, os critérios de aceitação das propostas, as sanções por inadimplemento e as
cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos para fornecimento;

Justificativa da Banca:

Como previsto no inciso I do art. 3.º da Lei federal n.º 10.520/2002, a autoridade competente deve definir
as exigências de habilitação durante a fase preparatória, a qual antecede a fase externa do certame.

Questão 2: VUNESP
A respeito do pregão, assinale a alternativa correta.

a) A fase de recebimento de propostas antecederá a fase de habilitação.

b) O julgamento do pregão será realizado por comissão de licitação, que será presidida por servidor
público estável.

c) A garantia de proposta, quando exigida, deverá ser fixada em 5% (cinco por cento) do valor estimado
do contrato.

d) O pregoeiro não poderá negociar diretamente com o licitante classificado em primeiro lugar para obter
melhor preço.

e) O pregão deverá ser utilizado para a realização de licitação que tenha como objeto a contratação de
obras e serviços de engenharia.

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GABARITO: A

a) A fase de recebimento de propostas antecederá a fase de habilitação.


Uma das peculiaridades do pregão é a inversão de fases. Primeiro o julgamento, para depois se proceder
à habilitação da empresa mais bem classificada.

Os demais itens estão errados.

b) O julgamento do pregão será realizado por comissão de licitação, que será presidida por
servidor público estável.
A condução é por pregoeiro.
Lei nº 10.520/2002
Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o seguinte:
(...)
§ 1º A equipe de apoio deverá ser integrada em sua maioria por servidores ocupantes de cargo efetivo
ou emprego da administração, preferencialmente pertencentes ao quadro permanente do órgão ou
entidade promotora do evento.

c) A garantia de proposta, quando exigida, deverá ser fixada em 5% (cinco por cento) do valor
estimado do contrato.
A lei veda a exigência de garantia. Admite-se, conforme o caso, a garantia contratual.
Lei nº 10.520/2002
Art. 5º É vedada a exigência de:
I - garantia de proposta;

d) O pregoeiro não poderá negociar diretamente com o licitante classificado em primeiro lugar
para obter melhor preço.
Ao contrário disso, há o dever de negociação imposto ao pregoeiro.
Lei nº 10.520/2002
Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados e observará as
seguintes regras:
(...)
XVII - nas situações previstas nos incisos XI e XVI, o pregoeiro poderá negociar diretamente com o
proponente para que seja obtido preço melhor;

e) O pregão deverá ser utilizado para a realização de licitação que tenha como objeto a
contratação de obras e serviços de engenharia.
Cuidado. Para alguns serviços de engenharia, considerados comuns, admite-se o pregão. Agora, o
Decreto 10.024/2019 veda, expressamente, o uso do pregão para obras.
Decreto 10.024/2019
Art. 4º O pregão, na forma eletrônica, não se aplica a:
I - contratações de obras;
II - locações imobiliárias e alienações; e
III - bens e serviços especiais, incluídos os serviços de engenharia enquadrados no disposto no
inciso III do caput do art. 3º.

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Questão 3: VUNESP
O pregão é uma modalidade de licitação que é aberta para todo o público, inclusive via internet, na qual
qualquer interessado pode acompanhar o processo licitatório. Portanto, a adoção do pregão se justifica
em função

a) da focalização da oferta e, portanto, da dispersão dos resultados.

b) do aumento da transparência e do controle social.

c) do melhor custo-benefício e da inovação tecnológica.

d) da utilização da tecnologia em benefício do setor público.

e) da modernização dos governos e de sua adequação ao mercado.

GABARITO: B

b) do aumento da transparência e do controle social. – certa.

Inicialmente, vejamos o texto “Manual de pregão: nova modalidade de licitação”:


“O Pregão é uma modalidade aberta para todo o público, inclusive via internet. Qualquer cidadão
interessado pode acompanhar o processo licitatório em curso, os valores de cada lance efetuado, o
vencedor e até a duração da disputa. Isso aumenta a transparência e o controle social.” (SILVA,
Gustavo Pamplona e PAMPLONA, Juliana Faria. Manual de pregão: nova modalidade de licitação.

Ao analisar o trecho colacionado, constata-se que a banca utilizou da sua literalidade. Portanto, a
alternativa correta a ser assinalada é a letra B.

As demais alternativas, por exclusão, encontram-se incorretas. Isso porque, como é possível constatar, a
banca utilizou o texto mencionado e ele não faz referência ao que foi trazido pelas outras alternativas.

Questão 4: CEBRASPE (CESPE)


Julgue o próximo item, relativo a licitação de obras públicas.

Considere que, na fase externa de um pregão de serviço comum de engenharia, o vencedor seja
declarado e que não haja manifestação de recurso imediata e motivada pelos demais licitantes. Nesse
caso, a adjudicação do objeto da licitação é feita pelo pregoeiro ao vencedor.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

Considere que, na fase externa de um pregão de serviço comum de engenharia, o vencedor seja
declarado e que não haja manifestação de recurso imediata e motivada pelos demais licitantes. Nesse
caso, a adjudicação do objeto da licitação é feita pelo pregoeiro ao vencedor.

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Sabe qual é a última fase da licitação?

Então, essa pergunta apresenta duas respostas, a depender do diploma ao qual você se socorre. Se for
a lei 8.666, a última fase é a adjudicação, ato da autoridade competente e não da comissão de licitação.
Se for pela lei 10.520 (lei do pregão), o último ato é a homologação, se e tão somente se não houver
recurso contra o ato do pregoeiro.

Espera aí. Então quer dizer que o ato de adjudicação é feito pelo Pregoeiro? Sim!!! Sonoramente sim!
Mas, gente, o pregoeiro não estará habilitado para adjudicar, se houver recurso contra o seu ato.

Na questão, não houve recurso, sendo correto o ato pelo pregoeiro.

Fundamentação legal: Lei 10.520

Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o seguinte:


IV - a autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão ou entidade promotora da licitação,
o pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, o recebimento das
propostas e lances, a análise de sua aceitabilidade e sua classificação, bem como a habilitação e a
adjudicação do objeto do certame ao licitante vencedor.

Decreto 10.024/2019:

Art. 13. Caberá à autoridade competente, de acordo com as atribuições previstas no regimento ou no
estatuto do órgão ou da entidade promotora da licitação:
V - adjudicar o objeto da licitação, quando houver recurso;

Questão 5: VUNESP
O processo licitatório dominado pelos princípios da celeridade, concentração e oralidade e que, ademais,
caracteriza- se por ser um leilão reverso, é denominado como

a) pregão.

b) carta-convite.

c) adjudicação.

d) convênio.

e) consórcio.

GABARITO: A

a) pregão. – certa.

Inicialmente, vejamos a lição de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino sobre o tema:


“Em suma, o pregão é modalidade de licitação, sempre do tipo menor preço, destinada à aquisição de
bens e serviços comuns, que pode ser utilizada para qualquer valor de contrato.
Observamos que o pregão, em razão de suas características procedimentais, traz uma série de vantagens
para a administração contratante, especialmente por constituir uma modalidade de · licitação pouco

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complexa, possibilitando maior celeridade na contratação de bens e serviços comuns. Além disso,
mediante a utilização do pregão, o valor final dos contratos tende a ser mais vantajoso para a
administração, comparado àquele que ela obteria com a utilização das outras modalidades de
licitação.” (PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Administrativo Descomplicado. 23ª ed. São
Paulo: Método, 2015. P. 681)

Ao analisar a lição colacionada, é possível constatar a modalidade à que o enunciado da questão se


refere é o pregão.

Essa modalidade é sempre do tipo menor preço e destinada à aquisição de bens e serviços comuns e,
por ter um procedimento mais simples, é mais célere e muita vezes mais vantajosa para a administração.
No pregão, assim como no leilão, há lances verbais dos interessados. No entanto, no pregão a
Administração Pública adquire bens e serviços, já no leilão ela, normalmente, vende/aliena bens
inservíveis. Por essa razão, o pregão também é chamado de leilão reverso.

As demais alternativas, por exclusão, encontram-se incorretas.

Vejamos o conceito de cada instituto mencionado:

b) carta-convite. – errada.

A carta-convite é o instrumento convocatório da modalidade de licitação convite.

Na lição de Ricardo Alexandre e João de Deus:


“Nessa linha, podemos afirmar que no convite não se exige edital, uma vez que o instrumento
convocatório é a própria carta-convite. Registramos, por oportuno, que na licitação realizada na
modalidade consulta (aplicável exclusivamente às agências reguladoras) também não há previsão de que
o instrumento convocatório seja o edital.” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo
Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método, 2015.E-book. P. 531)

c) adjudicação. – errada.

Destacam Ricardo Alexandre e João de Deus:


“A adjudicação, por sua vez, consiste no ato administrativo, praticado pela autoridade competente, por
meio do qual é atribuído ao licitante vencedor o objeto do contrato. Trata-se de um ato declaratório, pelo
qual a Administração proclama que o objeto da licitação é entregue ao vencedor da
licitação.” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo Esquematizado.1ª ed. São
Paulo: Método, 2015.E-book. P. 525)

d) convênio. – errada.

De acordo com o portal de transparência da Controladoria Geral da União:


“Convênio, contratos de repasse e termos de parceria são acordos feitos entre União e entidades
governamentais dos demais entes da Federação, ou organizações não-governamentais, para
transferência de recursos financeiros a serem utilizados na execução de um objetivo comum.
Acompanhando os acordos feitos para sua cidade, você pode saber se um serviço deveria estar sendo
prestado ou se uma obra deveria ter começado ou mesmo se deveria ter sido concluída. É possível saber
se o recurso já foi repassado ou se os trabalhos estão parados por falta de dinheiro.” (Disponível
em: Acesso: 10/09/2020)

e) consórcio. – errada.

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Sobre o tema, Ricardo Alexandre e João de Deus:
“Nesse contexto, podemos afirmar que os consórcios públicos são entidades interfederativas, integrantes
da administração indireta dos entes consorciados, dotadas de personalidade jurídica de direito público ou
de direito privado, criadas com o objetivo de realizar a gestão consorciada de serviços
públicos.” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo Esquematizado.1ª ed. São
Paulo: Método, 2015.E-book. P. 112)

Questão 6: CEBRASPE (CESPE)

Julgue o próximo item, relativo a licitações e contratos administrativos.

No pregão para a aquisição de bens comuns, é ilegal a indicação de marcas, exceto quando houver
justificativa técnica que indique a qualidade do material a ser adquirido.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

De partida, façamos a leitura de Súmula do TCU, até para afastar a ideia do concurseiro de que a
indicação de marca é algo peremptoriamente vedada:

Súmula/TCU nº 270 Em licitações referentes a compras, inclusive de softwares, é possível a indicação


de marca, desde que seja estritamente necessária para atender exigências de padronização e que haja
prévia justificação.

Vencida esta consideração, vejamos outro trecho, agora da Lei 8.666, a qual, como sabemos, aplica-se
subsidiariamente à lei do pregão:
Art. 7º, §5º: É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços sem similaridade ou de
marcas, características e especificações exclusivas, salvo nos casos em que for tecnicamente
justificável, ou ainda quando o fornecimento de tais materiais e serviços for feito sob o regime de
administração contratada, previsto e discriminado no ato convocatório.

Com outras palavras, em havendo justificativa plausível, como de ordem técnica, a indicação da marca
não será vedada.

Não temos nada na Lei do pregão, por isso, acima fui enfático na afirmação de que devemos nos socorrer
à lei de licitações.

E, para fechar a análise, e demonstrar a correção do quesito, destaco trecho de decisão do TCU, que
confere exatamente com o trecho da sentença em análise:

Acórdão 2.300/2007, Plenário

É ilegal a indicação de marcas, nos termos do § 7º do art. 15 da Lei 8.666/93, salvo quando devidamente
justificada por critérios técnicos ou expressamente indicativa da qualidade do material a ser
adquirido. Quando necessária a indicação de marca como referência de qualidade ou facilitação da
descrição do objeto, deve esta ser seguida das expressões “ou equivalente”, “ou similar” e “ou de melhor
qualidade”, devendo, nesse caso, o produto ser aceito de fato e sem restrições pela Administração. Pode,

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ainda, a administração inserir em seus editais cláusula prevendo a necessidade de a empresa participante
do certame demonstrar, por meio de laudo expedido por laboratório ou instituto idôneo, o desempenho,
qualidade e produtividade compatível com o produto similar ou equivalente à marca referência
mencionada no edital.

Questão 7: CEBRASPE (CESPE)

Para aquisição de bens e serviços comuns, isto é, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade
possam ser objetivamente definidos por edital, mediante especificações usuais no mercado, a licitação

a) é dispensável.

b) pode ser feita na modalidade de pregão.

c) deve ser feita na modalidade de convite.

d) pode ser feita na modalidade de leilão.

e) deve ser feita na modalidade de tomada de preços.

GABARITO: B

O pregão possui âmbito bem delimitado: só pode ser realizado para aquisições de bens e serviços
comuns. Interessante anotar que o uso do pregão independe do valor envolvido, ou seja, diferentemente
de algumas modalidades de licitação, o pregão não tem, por enquanto, um “teto”, um valor máximo; logo,
sua utilização é definida pela natureza do objeto a ser licitado: bens e serviços comuns.

A regra de aplicabilidade do pregão é específica e inconfundível, por envolver a aquisição de bens e


serviços comuns. O parágrafo único do art. 1.º da Lei do Pregão fornece-nos a seguinte definição:

“Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles
cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de
especificações usuais no mercado.”

Questão 8: VUNESP
Com relação à modalidade de licitação denominada pregão e disciplinada pela Lei nº 10.520/2002,
assinale a alternativa correta.

a) Somente é permitida a sua utilização nas licitações da União.

b) Não poderá ser realizada por meio da utilização de recursos de tecnologia da informação.

c) Poderá ser adotada para a aquisição de bens e serviços comuns.

d) É, atualmente, a modalidade obrigatória para aquisição de bens de elevado valor.

e) A legislação não possui previsão de fase preparatória.

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GABARITO: C

Com relação à modalidade de licitação denominada pregão e disciplinada pela Lei nº 10.520/2002,
assinale a alternativa correta.

a) Somente é permitida a sua utilização nas licitações da União.

ERRADO. O pregão pode ser utilizado por qualquer ente política, ou seja, União, Estados, DF e
Municípios.

b) Não poderá ser realizada por meio da utilização de recursos de tecnologia da informação.

ERRADO. Nos termos do art. 2º, §1º da Lei nº 10.520/02, a utilização de recursos de tecnologia da
informação é permitida no pregão.

Veja:

Art. 2º, § 1º Poderá ser realizado o pregão por meio da utilização de recursos de tecnologia da
informação, nos termos de regulamentação específica.

c) Poderá ser adotada para a aquisição de bens e serviços comuns.

CERTO. É o que ensina o art. 1º da Lei, a saber:

Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade
de pregão, que será regida por esta Lei.

d) É, atualmente, a modalidade obrigatória para aquisição de bens de elevado valor.

ERRADO. Como ensina o art. 1º da Lei do Pregão, o pregão é modalidade que pode ser utilizada para
a aquisição de bens de elevado valor, mas, atualmente, a modalidade mais utilizada é a concorrência.

e) A legislação não possui previsão de fase preparatória.

ERRADO. O art. 3º da Lei determina que o pregão possui fase preparatória.

Veja:

Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o seguinte:

I - a autoridade competente justificará a necessidade de contratação e definirá o objeto do certame, as


exigências de habilitação, os critérios de aceitação das propostas, as sanções por inadimplemento e as
cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos para fornecimento;

II - a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas especificações que, por
excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem a competição;

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III - dos autos do procedimento constarão a justificativa das definições referidas no inciso I deste artigo e
os indispensáveis elementos técnicos sobre os quais estiverem apoiados, bem como o orçamento,
elaborado pelo órgão ou entidade promotora da licitação, dos bens ou serviços a serem licitados; e

IV - a autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão ou entidade promotora da licitação,


o pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, o recebimento das
propostas e lances, a análise de sua aceitabilidade e sua classificação, bem como a habilitação e a
adjudicação do objeto do certame ao licitante vencedor.

Questão 9: VUNESP
Em conformidade com a Lei no 10.520/02, em seu artigo 6º, o prazo de validade de propostas, desde que
não fixado no edital, será de

a) 30 dias.

b) 60 dias.

c) 90 dias.

d) 120 dias.

e) 180 dias.

GABARITO: B

A Lei do Pregão dispõe que o prazo será de 60 dias, se outro não for fixado no edital (art. 6.º).

Assim, o edital do pregão poderá fixar outro prazo de validade das propostas apresentadas para a
licitação, que não seja de 60 dias.

Questão 10: VUNESP


A Lei nº 10.520 de 2002 instituiu modalidade de licitação que pode ser usada para aquisição de bens e
serviços comuns. Consideram-se bens e serviços comuns aqueles

a) cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio
de especificações usuais no mercado.

b) costumeiramente consumidos por famílias com renda entre um e dez salários-mínimos.

c) cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser medidos objetivamente por índices definidos
por agências ou autarquias reconhecidas em lei.

d) reconhecidos pelo público, constatado este reconhecimento por meio de pesquisas realizadas por
institutos de reconhecida reputação.

e) costumeiramente consumidos por famílias com renda entre cinco e vinte salários-mínimos.

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GABARITO: A

A regra de aplicabilidade do pregão é específica e inconfundível, por envolver a aquisição de bens e


serviços comuns. O parágrafo único do art. 1.º da Lei do Pregão fornece-nos a seguinte definição:

“Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles
cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de
especificações usuais no mercado.”

Sinceramente, o dispositivo não elucida o que significa propriamente um bem ou serviço comum, pois um dos
requisitos de qualquer licitação é a definição objetiva do objeto nos editais.

Portanto, aproveita-se dos autorizados ensinamentos de Jessé Torres Pereira, que os define como
aqueles de aquisição rotineira e habitual pela Administração. Para o autor, bens e serviços comuns para
fins de pregão têm três notas distintivas básicas:

a) aquisição habitual e corriqueira no dia a dia administrativo;


b) refere-se a objeto cujas características encontrem no mercado padrões usuais de especificações;
c) os fatores e critérios de julgamento das propostas são rigorosamente objetivos, centrados no menor
preço.

Questão 11: CEBRASPE (CESPE)


Em licitação de compra de cartuchos de impressão, é necessário definir a marca e o modelo para garantir
o princípio da padronização. Nesse caso, o procedimento adequado é adotar, quanto à modalidade e ao
tipo de licitação, respectivamente

a) convite; e menor preço.

b) concorrência; e técnica e preço.

c) pregão; e menor preço.

d) convite; e técnica e preço.

e) pregão; e técnica e preço.

GABARITO: C

A regra de aplicabilidade do pregão é específica e inconfundível, por envolver a aquisição de bens e


serviços comuns. O parágrafo único do art. 1.º da Lei do Pregão fornece-nos a seguinte definição:

“Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles
cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de
especificações usuais no mercado.”

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Professor, por que não poderia ser um convite? Gente, perceba que, no enunciado, fala-se em bens
padronizados, o que sugere o pregão. Mas o problema é que não há faixa de valor para o objeto, logo,
não podemos concluir que seja utilizado o convite. A depender do valor, não poderemos adotá-lo,
distintamente do pregão que pode ser utilizado para qualquer faixa de valor.

Professor, poderia ser uma concorrência? Sim, poderia. Não vejo problema. Ocorre que, na letra em que
citada, fala-se em tipo técnica e preço. E compra de cartuchos não tem nada de intelectual que sugira
esse critério de julgamento.

Questão 12: IDECAN


Para fins de aquisição de bens e serviços comuns, a Lei 10.520/2002 prevê o chamado pregão, que
poderá ser realizado na forma eletrônica. A respeito da fase externa dessa modalidade de licitação,
assinale a afirmativa incorreta.

a) O prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a partir da publicação do aviso, não será
inferior a 8 (oito) dias úteis.

b) Para julgamento e classificação das propostas, será adotado o critério de menor preço, observados
os prazos máximos para fornecimento, as especificações técnicas e parâmetros mínimos de desempenho
e qualidade definidos no edital.

c) Examinada a proposta classificada em primeiro lugar, quanto ao objeto e valor, caberá ao pregoeiro
decidir motivadamente a respeito da sua aceitabilidade.

d) Homologada a licitação pela autoridade competente, o adjudicatário será convocado para assinar o
contrato no prazo definido em edital.

e) No curso da sessão, o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 25% (vinte
e cinco por cento) superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação
do vencedor.

GABARITO: E

Aqui é de interesse compreendermos como funciona a fase de lances verbais e sucessivos (princípio da
oralidade). Será que todas as empresas interessadas pelo objeto da licitação poderão dela
participar? Há um número mínimo de participantes para essa fase?

Vejamos, por partes. Os incs. VIII e IX do art. 4.º da Lei do Pregão, ao regularem a fase externa do
procedimento, estabelecem:

“VIII – no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 10%
(dez por cento) superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação
do vencedor;”

O percentual é de 10% e não de 25%. Daí o erro do quesito. Em todo caso, vamos prosseguir no exemplo
para a fixação da dinâmica do pregão.

Exemplo: empresas participantes e respectivos preços:

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“X” – R$ 100;
“Y” – R$ 101;
“Z” – R$ 103;
“W” – R$ 110; e
“H” – R$ 115.

Uma vez efetuada a classificação das propostas, sobre a menor proposta, aplica-se percentual de 10%
(100 x 1,10 = R$ 110); logo, participam da próxima fase: “X” (R$ 100), “Y” (R$ 101), “Z” (R$ 103) e “W”
(R$ 110). E tais empresas passam para a etapa de lances verbais e sucessivos. Em ordem decrescente
de valores, oportuniza-se que a licitante possa cotar preços inferiores aos já classificados.

Continua a lei:

“IX – não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas condições definidas no inciso anterior, poderão os
autores das melhores propostas, até o máximo de 3 (três), oferecer novos lances verbais e sucessivos,
quaisquer que sejam os preços oferecidos;”

Exemplo: empresas participantes e respectivos preços:

“X” – R$ 100;
“Y” – R$ 101;
“H” – R$ 115;
“I” – R$ 120;
“J” – R$ 125.

Sobre a menor proposta, aplica-se percentual de 10% (100 x 1,10 = R$ 110), logo, participariam da
próxima fase apenas as licitantes “X” (R$ 100) e “Y” (R$ 101). Contudo, como devem existir três
licitantes na etapa de lances verbais e sucessivos, apesar de o preço de “H” (R$ 115,00) ultrapassar
o limite legal de 10%, ficará franqueada sua participação.

Os demais itens estão corretos. Abaixo, a fundamentação:

Na letra A, o prazo de publicidade é de, no mínimo, 8 dias úteis. É a segunda vez que o legislador usa o
termo em dias úteis. Na lei de licitações, o convite é de 5 dias úteis.

Na letra B, o critério de julgamento sempre utilizado no pregão é o menor preço. Não se admite, por
exemplo, a técnica e preço.

Na letra C, o exame de aceitabilidade da proposta é feito pelo pregoeiro. É o momento em que o pregoeiro
vai examinar a exequibilidade da proposta.

Na letra D, a última fase é a homologação, isso como regra. E a adjudicação costuma ser pelo pregoeiro.
E, ao não assinar o contrato, a empresa pode ser sancionada em impedimento pelo prazo de até 5 anos
sem poder contratar com o poder público.

Questão 13: VUNESP


Assinale a alternativa correta.

a) O pregão é considerado uma modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços comuns.

b) A concorrência é considerada uma modalidade de licitação destinada exclusivamente à alienação de


bens imóveis.

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c) A tomada de preço não é considerada uma modalidade de licitação, mas uma forma de verificar os
preços de serviços no mercado.

d) O convite é considerado uma modalidade de licitação utilizada apenas nas solenidades de aniversário
dos órgãos públicos.

e) O concurso é a modalidade de licitação utilizada para a contratação de pessoal para o serviço público.

GABARITO: A

a) O pregão é considerado uma modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços comuns.

A regra de aplicabilidade do pregão é específica e inconfundível, por envolver a aquisição de bens e


serviços comuns. O parágrafo único do art. 1.º da Lei do Pregão fornece-nos a seguinte definição:

“Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles
cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de
especificações usuais no mercado.”

Os demais itens estão ERRADOS:

b) A concorrência é considerada uma modalidade de licitação destinada exclusivamente à alienação de


bens imóveis, mas não exclusivamente. Permite-se o leilão, se o bem for decorrente de dação em
pagamento ou perdimento.

c) A tomada de preço não é considerada uma modalidade de licitação, mas uma forma de verificar os
preços de serviços no mercado.

d) O convite é considerado uma modalidade de licitação utilizada apenas nas solenidades de


aniversário dos órgãos públicos.

e) O concurso é a modalidade de licitação utilizada para a contratação de pessoal para o serviço


público TRABALHO TÉCNICO, ARTÍSTICO E CIENTÍFICO.

Questão 14: VUNESP


Com relação à licitação na modalidade de pregão, prevista na Lei nº 10.520/2002, assinale a
alternativa correta.

a) A modalidade de pregão deverá obrigatoriamente possuir duas fases, sendo que a fase externa será
iniciada obrigatoriamente com a habilitação dos interessados e observará, entre outras regras, a
apresentação de garantia de proposta.

b) Nas hipóteses de alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, poderá


ser realizado o pregão por meio da utilização de recursos de tecnologia da informação.

c) Será facultado, nos termos de regulamentos próprios da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
a participação de bolsas de mercadorias no apoio técnico e operacional aos órgãos e entidades
promotores da modalidade de pregão, utilizando-se de recursos de tecnologia da informação.

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d) Os atos essenciais do pregão, inclusive os decorrentes de meios eletrônicos, não serão documentados
no processo respectivo, com vistas a proporcionar maior celeridade na instrução, entretanto a
Administração deverá manter registro digital da instrução processual.

e) Nas hipóteses de alienações e concessões, assim como na aquisição de bens e serviços comuns, é
vedada a utilização de recursos de tecnologia da informação, entretanto a Administração deverá manter
registro físico e documental da instrução processual.

GABARITO: C

c) Será facultado, nos termos de regulamentos próprios da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
a participação de bolsas de mercadorias no apoio técnico e operacional aos órgãos e entidades
promotores da modalidade de pregão, utilizando-se de recursos de tecnologia da informação.

Os demais itens estão ERRADOS:

a) A modalidade de pregão deverá obrigatoriamente possuir duas fases, sendo que a fase externa será
iniciada obrigatoriamente com a habilitação dos interessados e observará, entre outras regras, a
apresentação de garantia de proposta.

b) Nas hipóteses de alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, poderá


ser realizado o pregão por meio da utilização de recursos de tecnologia da informação.

d) Os atos essenciais do pregão, inclusive os decorrentes de meios eletrônicos, não serão


documentados no processo respectivo, com vistas a proporcionar maior celeridade na instrução,
entretanto a Administração deverá manter registro digital da instrução processual.

e) Nas hipóteses de alienações e concessões, assim como na aquisição de bens e serviços comuns, é
vedada a utilização de recursos de tecnologia da informação, entretanto a Administração deverá manter
registro físico e documental da instrução processual.

Questão 15: VUNESP


Na modalidade de licitação pregão, busca-se adquirir “bens e serviços comuns”, os quais devem ser
descritos de maneira suficiente e clara, sendo vedadas especificações que, por excessivas, irrelevantes
ou desnecessárias, limitem a competição. Assinale a alternativa que apresenta corretamente os “bens e
serviços comuns” no âmbito do pregão.

a) Todo e qualquer produto ou serviço que tenha serventia para a execução dos serviços públicos e
atividades correlatas.

b) São aqueles demandados pelo setor público, ou seja, de usufruto comum e cotidiano de funcionários
públicos.

c) Trata-se de produtos ou serviços que sejam eficientes e eficazes aos propósitos da gestão pública.

d) Produtos e serviços cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos
pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.

e) São aqueles que não carecem de especificações detalhadas, pois se trata de bens e serviços correntes
na administração pública.

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GABARITO: D

d) Produtos e serviços cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos
pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.

A regra de aplicabilidade do pregão é específica e inconfundível, por envolver a aquisição de bens e


serviços comuns. O parágrafo único do art. 1.º da Lei do Pregão fornece-nos a seguinte definição:

“Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles
cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de
especificações usuais no mercado.”

Questão 16: VUNESP


A Lei nº 10.520 de 2002 instituiu a modalidade de licitação denominada

a) concorrência.

b) leilão.

c) pregão.

d) convite.

e) tomada de preços.

GABARITO: C

A Lei 10.520/2002 estendeu a aplicabilidade da modalidade aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios.

Inclusive, o sucesso do pregão na esfera federal foi considerado tão grande, a ponto de o Decreto
5.450/2005 tornar a adoção do pregão obrigatória, para as licitações envolvendo a aquisição de bens e
serviços comuns, sendo preferencial a utilização de sua forma eletrônica (art. 4.º).

Essa mudança normativa é relevante em termos de concursos, haja vista que o pregão ainda permanece
como modalidade de utilização preferencial, de acordo com a Lei 10.520/2002. Então, cautela: para a
União, a modalidade pregão é obrigatória, sendo preferencial o tipo eletrônico; para os demais entes
políticos, o pregão é de uso preferencial, como estabelece o art. 1.º da Lei 10.520/2002 (“para aquisição
de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de pregão, que será regida
por esta Lei”), ou seja, uso aparentemente discricionário. Estes, se desejarem, podem editar normas, à
semelhança do Poder Executivo federal, tornando o pregão obrigatório, já que o decreto da União é
restrito à Administração Direta e Indireta federal.

O pregão possui âmbito bem delimitado: só pode ser realizado para aquisições de bens e serviços
comuns. Interessante anotar que o uso do pregão independe do valor envolvido, ou seja, diferentemente
de algumas modalidades de licitação, o pregão não tem, por enquanto, um “teto”, um valor máximo; logo,
sua utilização é definida pela natureza do objeto a ser licitado: bens e serviços comuns.

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Questão 17: VUNESP
No que respeita ao regime jurídico do pregão, examinada a proposta classificada em primeiro lugar,
quanto ao objeto e valor, caberá ao pregoeiro

a) decidir motivadamente a respeito da sua aceitabilidade, podendo negociar diretamente com o


proponente para que seja obtido preço melhor.

b) encerrar e homologar o certame, declarando vencedor o licitante que apresentou a melhor proposta.

c) aceitar a proposta e encerrar o certame ou recusar a oferta se considerar que há outras propostas em
melhores condições.

d) indagar aos demais participantes se desejam cobrir a oferta vencedora, visando sempre alcançar a
melhor condição para a Administração.

e) exigir as devidas garantias de cumprimento da proposta vencedora, nos termos da lei.

GABARITO: A

A questão versa sobre a Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, que institui, no âmbito da União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de
licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências. Nesse
contexto, examinada a proposta classificada em primeiro lugar, quanto ao objeto e valor, caberá ao
pregoeiro decidir motivadamente a respeito da sua aceitabilidade, conforme o art. 4º, inciso XI, da Lei do
Pregão:

Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados e observará as
seguintes regras:
[...]
XI - examinada a proposta classificada em primeiro lugar, quanto ao objeto e valor, caberá ao
pregoeiro decidir motivadamente a respeito da sua aceitabilidade;

Após esta etapa, o pregoeiro poderá negociar diretamente com o proponente para que seja obtido preço
melhor, conforme o art. 4º, inciso, XVII, da Lei do Pregão:

Art. 4º. [...]


XVII - nas situações previstas nos incisos XI e XVI (caso de não habilitação do vencedor e análise das
demais propostas na ordem sucessiva) o pregoeiro poderá negociar diretamente com o proponente
para que seja obtido preço melhor;

Questão 18: VUNESP


Com relação à licitação, é correto afirmar que

a) na escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, a administração deverá utilizar o pregão como
modalidade exclusiva prevista na legislação.

b) o concurso não é considerado uma modalidade de licitação, mas um tipo de licitação descrito na
norma.

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c) na venda de bens móveis inservíveis para a administração, deverá ser utilizada a modalidade de
licitação denominada tomada de preço.

d) o pregão é uma modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços comuns.

e) na venda de produtos legalmente apreendidos, deverá ser utilizado o convite, pois este é o tipo de
licitação determinado pela legislação.

GABARITO: D

d) o pregão é uma modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços comuns.

A regra de aplicabilidade do pregão é específica e inconfundível, por envolver a aquisição de bens e


serviços comuns. O parágrafo único do
art. 1.º da Lei do Pregão fornece-nos a seguinte definição:

“Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles
cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de
especificações usuais no mercado.”

Os demais itens estão ERRADOS:

a) na escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, a administração deverá utilizar o pregão


CONCURSO como modalidade exclusiva prevista na legislação.

b) o concurso não é considerado uma modalidade de licitação, mas um tipo de licitação descrito na
norma.

c) na venda de bens móveis inservíveis para a administração, deverá ser utilizada a modalidade de
licitação denominada tomada de preço LEILÃO.

e) na venda de produtos legalmente apreendidos, deverá ser utilizado o convite LEILÃO, pois este é o
tipo de licitação determinado pela legislação.

Questão 19: VUNESP


A modalidade licitatória que não se aplica em obras, que não há limite de valor e o tipo de licitação é
sempre o menor preço, denomina-se:

a) dispensa.

b) concorrência.

c) escrituração.

d) convite.

e) pregão.

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GABARITO: E

e) pregão.

A regra de aplicabilidade do pregão é específica e inconfundível, por envolver a aquisição de bens e


serviços comuns. O parágrafo único do art. 1.º da Lei do Pregão fornece-nos a seguinte definição:

“Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles
cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de
especificações usuais no mercado.”

Não se permite o uso do pregão para obras, alienações, locações e aquisição de bens especiais. Mas
não há vedação para todos os tipos d serviços de engenharia. Se forem considerados comuns, o pregão
será usado. Inclusive, hoje, na esfera federal, com o Decreto 10.024, essa possibilidade ficou expressa.

O tipo é menor preço, e, em Decreto Federal, autorizou-se o maior desconto. E não há patamar de
valores, a escolha se deve ao objeto envolvido.

Questão 20: VUNESP


A respeito do Pregão, assinale a alternativa correta.

a) O prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a partir da publicação do aviso de licitação,
não será inferior a 15 (quinze) dias úteis.

b) Para julgamento e classificação das propostas, será adotado o critério de menor preço ou técnica e
preço.

c) Como condição para a participação da licitação, é permitida a exigência de garantia da proposta pelos
licitantes.

d) Em respeito ao princípio da moralidade, é vedada a realização de negociação entre o pregoeiro e o


proponente para se obter menor preço.

e) O Pregão poderá ser utilizado para a aquisição de bens e serviços comuns, independentemente do
valor do objeto da contratação.

GABARITO: E

Diferentemente da Lei 8.666/1993, o valor da contratação não é critério útil na definição do pregão, isto
é, o procedimento dessa modalidade pode ser usado para contratações de qualquer valor.

Quer dizer, a Lei do Pregão não segue o paradigma da Lei 8.666/1993 para as modalidades comuns, em
que um dos fatores decisivos na escolha da modalidade licitatória é o montante de dispêndios que a
Administração assumirá com a contratação.

No pregão, não há relação entre o seu procedimento e o valor da futura contratação. Desde que o objeto
licitado se enquadre no conceito de bem e serviço comum, a contratação derivada de licitação feita nessa
modalidade pode envolver qualquer valor.

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Inclusive, em razão da ausência de limites de valor, não há como cogitar, à primeira vista, o fracionamento
de despesas no uso de dois ou mais pregões para objetos iguais ou assemelhados. Obviamente, a
realização de sucessivos pregões pode configurar, no caso concreto, como ato antieconômico (licitar gera
despesas), além de ser uma sinalização da falta de planejamento por parte do administrador público.

Os demais itens estão errados:

a) O prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a partir da publicação do aviso de licitação,
não será inferior a 15 (quinze) dias úteis.

O prazo é não inferior a 8 dias úteis.

b) Para julgamento e classificação das propostas, será adotado o critério de menor preço ou técnica e
preço.

O critério é menor preço.

c) Como condição para a participação da licitação, é permitida a exigência de garantia da proposta pelos
licitantes.

A lei traz algumas vedações no art. 5º, dentre as quais a vedação de se exigir garantia de proposta. É a
exigida durante a fase da licitação. Admite-se, fica o recado, a garantia contratual.

d) Em respeito ao princípio da moralidade, é vedada a realização de negociação entre o pregoeiro e o


proponente para se obter menor preço.

Mesmo sendo o pregão uma modalidade em que o preço alcançado costuma ser ótimo, pode acontecer
de a proposta vencedora, ainda assim, encontrar-se acima das estimativas iniciais promovidas pela
entidade. Assim, permite-se ao pregoeiro negociar diretamente com o proponente para que seja obtido
preço melhor, segundo o inc. XVII do art. 4.º da Lei do Pregão.

Questão 21: CEBRASPE (CESPE)


De acordo com as disposições normativas acerca do pregão, julgue os itens a seguir.

I Na fase preparatória do pregão, a autoridade competente justificará a necessidade de contratação,


definirá o objeto do certame, as exigências de habilitação, os critérios de aceitação das propostas, as
sanções por inadimplemento e as cláusulas do contrato.

II Após a convocação dos interessados para participação da licitação, estes terão cinco dias úteis para
apresentar as propostas, contados da publicação do aviso em Diário Oficial.

III Poderá ser adotada a licitação na modalidade de pregão para aquisição de serviços comuns cujos
padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital por meio de
especificações usuais no mercado.

Assinale a opção correta.

a) Apenas o item I está certo.

b) Apenas o item II está certo.

c) Apenas os itens I e III estão certos.

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d) Apenas os itens II e III estão certos.

e) Todos os itens estão certos.

GABARITO: C

c) Apenas os itens I e III estão certos.

I Na fase preparatória do pregão, a autoridade competente justificará a necessidade de contratação,


definirá o objeto do certame, as exigências de habilitação, os critérios de aceitação das propostas, as
sanções por inadimplemento e as cláusulas do contrato.

Assim prevê a lei sobre a fase interna chamada preparatória:

Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o seguinte:

I - a autoridade competente justificará a necessidade de contratação e definirá o objeto do certame, as


exigências de habilitação, os critérios de aceitação das propostas, as sanções por inadimplemento e as
cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos para fornecimento;
II - a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas especificações que, por
excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem a competição;
III - dos autos do procedimento constarão a justificativa das definições referidas no inciso I deste artigo e
os indispensáveis elementos técnicos sobre os quais estiverem apoiados, bem como o orçamento,
elaborado pelo órgão ou entidade promotora da licitação, dos bens ou serviços a serem licitados; e
IV - a autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão ou entidade promotora da licitação,
o pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, o recebimento das
propostas e lances, a análise de sua aceitabilidade e sua classificação, bem como a habilitação e a
adjudicação do objeto do certame ao licitante vencedor.

III Poderá ser adotada a licitação na modalidade de pregão para aquisição de serviços comuns cujos
padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital por meio de
especificações usuais no mercado.

A regra de aplicabilidade do pregão é específica e inconfundível, por envolver a aquisição de bens e


serviços comuns. O parágrafo único do art. 1.º da Lei do Pregão fornece-nos a seguinte definição:

“Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles
cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de
especificações usuais no mercado.”

Os demais itens estão ERRADOS:

II Após a convocação dos interessados para participação da licitação, estes terão cinco dias úteis para
apresentar as propostas, contados da publicação do aviso em Diário Oficial.

O prazo é de 8 dias úteis.

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Questão 22: FCC
A modalidade de licitação denominada pregão pode ser utilizada por um ente público, de acordo com a
Lei no 10.520/2002, dentre outras situações, para a

a) contratação de empresa especializada para a revitalização da infraestrutura viária com base no critério
de melhor técnica e melhor preço.

b) aquisição de insumos laboratoriais, em até 7 dias úteis após a publicação de aviso no diário oficial do
referido ente, cujos padrões de qualidade são específicos e, portanto, não foram definidos no edital de
licitação.

c) contratação de serviços técnicos profissionais especializados de notório saber para a realização de


auditorias financeiras e tributárias.

d) aquisição de equipamentos de segurança, em até 6 dias úteis após a publicação de aviso no diário
oficial do referido ente, cujos padrões de desempenho são avaliados subjetivamente.

e) contratação de mão de obra em serviços comuns de pintura das paredes internas do prédio de uma
unidade pertencente ao referido ente.

GABARITO: E

e) contratação de mão de obra em serviços comuns de pintura das paredes internas do prédio de uma
unidade pertencente ao referido ente.

A regra de aplicabilidade do pregão é específica e inconfundível, por envolver a aquisição de bens e


serviços comuns. O parágrafo único do art. 1.º da Lei do Pregão fornece-nos a seguinte definição:

“Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles
cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de
especificações usuais no mercado.”

Não se permite o uso do pregão para obras, alienações, locações e aquisição de bens especiais. Mas
não há vedação para todos os tipos d serviços de engenharia. Se forem considerados comuns, o pregão
será usado. Inclusive, hoje, na esfera federal, com o Decreto 10.024, essa possibilidade ficou expressa.

Os demais itens estão ERRADOS:

a) contratação de empresa especializada para a revitalização da infraestrutura viária com base no critério
de melhor técnica e melhor preço.

O pregão não pode se socorrer de técnica ou técnica e preço.

b) aquisição de insumos laboratoriais, em até 7 dias úteis após a publicação de aviso no diário oficial do
referido ente, cujos padrões de qualidade são específicos e, portanto, não foram definidos no edital de
licitação.

O prazo é mínimo de 8 dias úteis.

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c) contratação de serviços técnicos profissionais especializados de notório saber para a realização de
auditorias financeiras e tributárias.

Os serviços devem ser comuns e não singulares (especiais).

d) aquisição de equipamentos de segurança, em até 6 dias úteis após a publicação de aviso no diário
oficial do referido ente, cujos padrões de desempenho são avaliados subjetivamente.

Dois erros. O primeiro é que a avaliação deve ser objetivo. O segundo é o prazo mínimo de 8 dias úteis
e não 6 dias.

Questão 23: VUNESP


O gestor de licitações de uma prefeitura municipal está realizando um processo para compra de um
veículo automotor, tipo sedan, zero km, para uso na Secretaria de Saúde. Já foi realizada a publicação
em Diário Oficial do edital na modalidade pregão, mas, cinco dias após a publicação, constatou-se que o
edital deveria ser modificado, afetando assim a formulação das propostas.

Assinale a seguir o que o gestor deve realizar diante dessa situação.

a) Nenhum procedimento, pois é de responsabilidade dos licitantes atentarem-se para alterações no


edital até a data do certame.

b) Notificar os licitantes via carta registrada e correspondência eletrônica, garantindo a lisura do processo.

c) Divulgar as modificações em Diário Oficial e reabrir os prazos do certame, não contando os cinco dias
passados.

d) Por se tratar de uma aquisição para a saúde, com priorização na aquisição, os prazos devem ser
mantidos e as modificações relatadas ao vencedor do certame

e) Divulgar as modificações em Diário Oficial, mantendo os prazos originalmente estabelecidos.

GABARITO: C

Primeiro detalhe. Estamos diante do pregão. E a lei do pregão aplica, supletivamente, a lei de licitações.
Na lei do pregão, não é previsto o princípio da vinculação ao instrumento convocatório com idêntico
alcance ao previsto na lei de licitações.

Pela Lei 8.666, se houver alteração no edital, pode ser ou não necessária a republicação do instrumento.
Se não houver alteração substancial, não precisa. Agora, se houver, impactando na formulação das
propostas, é o caso de se republicar da mesma forma que a inicial.

Portanto, as alterações são substanciais e, por isso, necessitam de republicação no Diário Oficial, e
reabertura do prazo, não sendo o caso de aproveitamento do prazo anterior.

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Questão 24: VUNESP
Num procedimento de pregão, se a oferta do licitante não for aceitável ou se o licitante desatender às
exigências habilitatórias, para que um licitante seja declarado vencedor, segundo a Lei nº 10.520/2002, o
pregoeiro deverá

a) mandar publicar um novo edital e abrir novo procedimento licitatório, com as mesmas condições do
anterior.

b) abrir a oportunidade para que os licitantes apresentem novas propostas, independentemente das suas
qualificações, até obter aquela mais vantajosa para a Administração.

c) anular o procedimento licitatório e efetivar a contratação direta do bem ou serviço, por dispensa de
licitação.

d) examinar as ofertas subsequentes e a qualificação dos licitantes, na ordem de classificação, e assim


sucessivamente, até a apuração de uma que atenda ao edital.

e) julgar fracassada a licitação e efetivar a contratação direta do bem ou serviço, por inexigibilidade de
licitação.

GABARITO: D

d) examinar as ofertas subsequentes e a qualificação dos licitantes, na ordem de classificação, e assim


sucessivamente, até a apuração de uma que atenda ao edital.

Os demais itens estão ERRADOS:

a) mandar publicar um novo edital e abrir novo procedimento licitatório, com as mesmas condições do
anterior.

b) abrir a oportunidade para que os licitantes apresentem novas propostas, independentemente das suas
qualificações, até obter aquela mais vantajosa para a Administração.

c) anular o procedimento licitatório e efetivar a contratação direta do bem ou serviço, por dispensa de
licitação.

e) julgar fracassada a licitação e efetivar a contratação direta do bem ou serviço, por inexigibilidade de
licitação.

Questão 25: FCC


Um participante de pregão presencial que discorde do resultado anunciado ou mesmo de alguma conduta
do pregoeiro

a) deve aguardar a homologação da licitação e a celebração do contrato para impugnar judicial e


administrativamente o procedimento, dado que este não contempla a possibilidade de interposição de
recurso em momento anterior.

b) deve deduzir irresignação judicial contra a decisão proferida no curso do procedimento, tendo em vista
que o presidente da comissão de licitação não detém poderes para revisão dos próprios atos.

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c) pode apresentar recurso administrativo contra cada decisão que repute ilegal ou inadequada, sendo
dever do pregoeiro suspender o procedimento para prévia análise das impugnações.

d) pode apresentar recurso oral, cujas razões serão reduzidas a termo pelo pregoeiro e decididas antes
da nomeação do vencedor.

e) deve, após a declaração do vencedor, manifestar sua irresignação, consignando intenção de recorrer,
quando lhe será concedido prazo, nos termos da lei, para apresentar as respectivas razões, sem prejuízo
de poder deduzir pleito judicial para eventual anulação do certame.

GABARITO: E

Uma das características procedimentais importantes da licitação por pregão é a existência de uma fase
recursal una ou única. Isso significa que na modalidade pregão não é possível o recurso em
separado, o que confere à modalidade a desejada celeridade Na Lei 8.666/1993, por exemplo, os
recursos podem ser interpostos, em separado, contra os atos de habilitação e de julgamento, contando,
inclusive, com efeito suspensivo.

Apenas no final da sessão, e a partir da decisão que indica o vencedor (ou declara fracassado o
procedimento), é que os licitantes poderão manifestar intenção de recorrer, tendo prazo de três dias
corridos para a apresentação do recurso escrito (inc. XVIII do art. 4.º da Lei 10.520/2002). Ou seja, já
durante a sessão há o dever de a licitante manifestar o interesse em recorrer, e, em até três dias, poderá
entregar-se o recurso, o qual não goza de efeito suspensivo. Os demais licitantes são intimados para
apresentar as contrarrazões em igual número de dias, que começarão a contar do término do prazo
do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos.

Os demais itens estão errados:

a) deve aguardar a homologação da licitação e a celebração do contrato para impugnar judicial e


administrativamente o procedimento, dado que este não contempla a possibilidade de
interposição de recurso em momento anterior.

O recurso é único, mas deve haver a manifestação no final do procedimento, antes, claro, da
homologação.

b) deve deduzir irresignação judicial contra a decisão proferida no curso do procedimento, tendo
em vista que o presidente da comissão de licitação não detém poderes para revisão dos próprios
atos.

Não há comissão. Há pregoeiro. E este é competente para julgar o recurso, se não for contra o seu ato,
claro. Não precisa procurar o poder judiciário.

c) pode apresentar recurso administrativo contra cada decisão que repute ilegal ou inadequada,
sendo dever do pregoeiro suspender o procedimento para prévia análise das impugnações.

A fase recursal é única.

d) pode apresentar recurso oral, cujas razões serão reduzidas a termo pelo pregoeiro e decididas
antes da nomeação do vencedor.

Não é recurso oral, gente. Devem ser apresentadas as razões de forma escrita.

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Questão 26: IADES
Para a aquisição de bens e serviços comuns no âmbito da União, dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios, a licitação poderá ser adotada na modalidade de

a) filantropia.

b) descentralização de crédito.

c) transferência de capital.

d) execução fiscal.

e) pregão.

GABARITO: E

Conforme determina a Lei nº 10.520/02:


“Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade
de pregão, que será regida por esta Lei.”
Logo, correta a alternativa E, devendo ser assinalada.

A título de complementação, destaca-se que o pregão é modalidade licitatória utilizada para a aquisição
de bens e serviços comuns. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos da
lei, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo
edital, por meio de especificações usuais no mercado (Lei 10.520/2002, art. 1.º, parágrafo único). O
que define a possibilidade de utilização do pregão é a natureza do objeto licitado, e não o seu valor.
Em outras palavras, o pregão somente poderá ser utilizado quando se pretender adquirir bens e serviços
comuns, independentemente do valor da contratação. (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito
Administrativo Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método, 2015.E-book. P.535)

As demais alternativas sequer apresentam modalidades de licitação, razão pela qual estão incorretas.

Questão 27: FCC


A introdução da modalidade licitatória pregão trouxe ganhos inegáveis para a Administração,
notadamente quanto à simplificação e redução dos preços nas aquisições. Não obstante, tal modalidade,
justamente em face da propalada simplificação, não contempla algumas das salvaguardas previstas nos
procedimentos licitatórios realizados sob as modalidades clássicas previstas na Lei nº 8.666/1993.
Exemplo de tal circunstância é a

a) vedação à exigência aos licitantes de garantia de proposta.

b) impossibilidade de desclassificação da proposta econômica por inexequibilidade.

c) inexistência de fase de habilitação dos licitantes.

d) impossibilidade de interposição de recursos pelos licitantes.

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e) ausência de responsabilização do licitante vencedor que se recusar a assinar o contrato pelo preço
ofertado.

GABARITO: A

De acordo com o art. 5.º, é vedado exigir:


1. Garantia de proposta. Não é possível exigir garantia oferecida pelos licitantes para participar do
processo licitatório, como pode ocorrer nas modalidades comuns, na forma prevista no inciso III do art.
31 da Lei 8.666/1993. Todavia, é cabível a exigência de garantia do contratado, como estabelece
o art. 56 da Lei 8.666/1993. Atenção para a regra, então: no pregão, veda-se garantia de proposta,
mas não se veda garantia contratual.
2. A aquisição do edital pelos licitantes como condição para participação do certame.
3. O pagamento de taxas e emolumentos superiores ao custo de recursos de tecnologia da
informação, quando for o caso. Essa vedação complementa a anterior. Pergunta-se: a
Administração pode exigir o pagamento de taxas? Obviamente que sim, o procedimento não é gratuito.
O que se veda é a cobrança de taxas e de emolumentos acima do custo de reprodução do edital e de
utilização de recursos de tecnologia da informação, quando for o caso.
A seguir, os erros:

b) impossibilidade de desclassificação da proposta econômica por inexequibilidade.

Propostas inexequíveis são propostas impraticáveis. O conceito é encontrado no art. 48 da lei de


licitações, o qual é aplicado, supletivamente, à lei do pregão.

c) inexistência de fase de habilitação dos licitantes.

Há fase de habilitação, a peculiaridade é que é posterior à etapa de julgamento.

d) impossibilidade de interposição de recursos pelos licitantes.

Não há muitos recursos no pregão, à semelhança do que sucede na lei de licitações. No entanto, há um
recurso, na verdade, um único recurso, que pode ser manejado no final do procedimento.

e) ausência de responsabilização do licitante vencedor que se recusar a assinar o contrato pelo preço
ofertado.

Na lei do pregão, há uma penalidade específica. É o impedimento de contratar com a Administração pelo
prazo de até 5 anos. Enfim, ao não assinar, sem justo motivo, será penalizado.

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Organização Administrativa
Questão 1: VUNESP
Assinale a alternativa correta a respeito do conceito de Administração Pública.

a) O conceito de Administração Pública confunde-se com o Poder Executivo, pois a função administrativa
é típica desse poder.

b) A expressão Administração Pública, em sentido formal, designa o conjunto de órgãos e agentes


estatais no exercício da função administrativa, entendida esta como a atividade consistente na defesa
concreta do interesse público.

c) A expressão Administração Pública, em sentido orgânico, designa a função administrativa, entendida


como a atividade consistente na defesa concreta do interesse público.

d) O conceito de Administração Pública não se confunde com o Poder Executivo, pois a função
administrativa pode ser exercida de forma atípica pelo Poder Legislativo, mas não pelo Judiciário.

e) A Administração Pública, em sentido material, corresponde à atividade consistente na defesa concreta


do interesse público e confunde-se com a função de governo.

GABARITO: B

A questão versa acerca da Administração Pública e ao Direito administrativo. Nesse contexto, vamos
analisar os itens para encontrar a resposta incorreta, conforme exigência da questão.

a) O conceito de Administração Pública confunde-se com o Poder Executivo, pois a função


administrativa é típica desse poder.

Incorreto. O Conceito de Administração Pública não se confunde com o Poder Executivo, pois a função
administrativa pode ser exercida pelos demais poderes de forma atípica. É o que nos ensina Alexandre
Mazza (Manual de Direito Administrativo. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2019, p. 57):

Administração Pública (com iniciais maiúsculas) é um conceito que não coincide com Poder Executivo.
Atualmente, o termo Administração Pública designa o conjunto de órgãos e agentes estatais no exercício
da função administrativa, independentemente de serem pertencentes ao Poder Executivo, ao
Legislativo, ao Judiciário, ou a qualquer outro organismo estatal (como Ministério Público e
Defensorias Públicas). Assim, por exemplo, quando o Supremo Tribunal Federal constitui comissão de
licitação para contratar determinado prestador de serviços, a comissão e seus agentes são da
Administração Pública porque e enquanto exercem essa função administrativa.

b) A expressão Administração Pública, em sentido formal, designa o conjunto de órgãos e


agentes estatais no exercício da função administrativa, entendida esta como a atividade
consistente na defesa concreta do interesse público.

Correto. De fato, o conceito de Administração pública em sentido orgânico (formal ou subjetivo), é aquele
no qual se define a administração pública como um conjunto de órgãos, pessoas jurídicas e agentes do
ordenamento jurídico, ou seja, neste sentido, Administração Pública é o que a Constituição e as leis dizem

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que é. Vejamos nas lições de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo Descomplicado.
23. ed. São Paulo: Método, 2015, p. 20):

Administração pública em sentido formal, subjetivo ou orgânico é o conjunto de órgãos, pessoas


jurídicas e agentes que o nosso ordenamento jurídico identifica como administração pública, não
importa a atividade que exerçam (como regra, evidentemente, esses órgãos, entidades e agentes
desempenham função administrativa). O Brasil adota o critério formal de administração pública. Portanto,
somente é administração pública, juridicamente, aquilo que nosso direito assim considera, não importa a
atividade que exerça. A administração pública, segundo nosso ordenamento jurídico, é integrada
exclusivamente:
(a) pelos órgãos integrantes da denominada administração direta (são os órgãos integrantes da estrutura
de uma pessoa política que exercem função administrativa); e
(b) pelas entidades da administração indireta.

c) A expressão Administração Pública, em sentido orgânico, designa a função administrativa,


entendida como a atividade consistente na defesa concreta do interesse público.

Incorreto. Esta é a Administração em sentido objetivo, material ou funcional, que se define como a própria
função administrativa que exerce, conforme leciona Maria Sylvia Zanella Di Pietro (Direito Administrativo.
27. ed. São Paulo: Atlas, 2014, p. 50):

em sentido objetivo, material ou funcional, ela designa a natureza da atividade exercida pelos referidos
entes; nesse sentido, a Administração Pública é a própria função administrativa que incumbe,
predominantemente, ao Poder Executivo.

d) O conceito de Administração Pública não se confunde com o Poder Executivo, pois a função
administrativa pode ser exercida de forma atípica pelo Poder Legislativo, mas não pelo Judiciário.

Incorreto. Conforme vimos, a atividade administrativa pode ser exercida também pelo Poder Judiciário,
como função atípica deste poder.

e) A Administração Pública, em sentido material, corresponde à atividade consistente na defesa


concreta do interesse público e confunde-se com a função de governo.

Incorreto. A função de governo e a função administrativa não se confundem, uma vez que o ato de
governo é extraído da própria Constituição e goza de ampla discricionariedade e a função administrativa
da origem ao ato administrativo, que tem por base a lei e goza de nenhuma ou extremamente limitada
discricionariedade. É o que nos ensina Alexandre Mazza (Manual de Direito Administrativo. 9. ed. São
Paulo: Saraiva, 2019, p. 85):

Por fim, cabe um rápido comentário sobre a diferença entre função administrativa e função de governo.
Governo, em sentido objetivo, é a atividade de condução dos altos interesses do Estado e da coletividade.
É a atividade diretiva do Estado. O ato de governo, ou ato político, diferencia-se do ato administrativo
por duas razões principais: 1ª) o ato de governo tem sua competência extraída diretamente da
Constituição (no caso do ato administrativo, é da lei); 2ª) o ato de governo é caracterizado por uma
acentuada margem de liberdade, ou uma ampla discricionariedade, ultrapassando a liberdade
usualmente presente na prática do ato administrativo.

Questão 2: FCC
A amplitude da Administração pública considera dois grupos de instituições, que são classificados em
Administração direta e indireta. Considera-se Administração Direta,

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a) as Fundações públicas.

b) as Autarquias.

c) as Empresas públicas.

d) as Sociedades de Economia mista.

e) a Casa Civil.

GABARITO: E

e) a Casa Civil.

O enunciado pede a alternativa que se refere à Administração Direta.

O Decreto-lei n. º 200/1967 dispõe sobre a organização da Administração Federal, estabelece diretrizes


para a Reforma Administrativa e dá outras providências, observem o que diz o seu Art. 4º:

“Art. 4° A Administração Federal compreende:

I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da


Presidência da República e dos Ministérios.

II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de


personalidade jurídica própria:

a) Autarquias;
b) Empresas Públicas;
c) Sociedades de Economia Mista.
d) Fundações públicas.

A casa civil é integrante do Poder Executivo Federal e faz parte, portanto, da Administração Direta.

As demais alternativas fazem parte da Administração Indireta.

a) as Fundações públicas.
b) as Autarquias.
c) as Empresas públicas.
d) as Sociedades de Economia mista.

Lembrem-se que Administração Indireta é FASE.

Fundações;
Autarquias;
Sociedades de Economia Mista (SEM);
Empresas Públicas (EP).

Esses novos entes são criados através da descentralização.

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Questão 3: VUNESP
Entre diversas possibilidades de classificações, a Administração Pública pode ser dividida em dois tipos:
a direta e a indireta. Assinale a alternativa que apresenta algumas das características da Administração
Pública Direta.

a) Órgãos públicos ligados aos entes federativos, abrangendo os três poderes e sem personalidade
jurídica própria.

b) Organizações pertencentes ao executivo e que se relacionam com os poderes legislativo e judiciário,


com personalidade jurídica própria e autonomia de poder.

c) Órgãos públicos e de economia mista, pertencentes aos três níveis federativos, com personalidade
jurídica própria e com regimentos específicos.

d) Organizações públicas e privadas que atuam em sinergia com os poderes executivo, legislativo e
judiciário sem personalidade jurídica própria.

e) Órgãos públicos dos poderes executivo, legislativo e judiciário, dos Estados e Municípios, que atuam
a partir de regimentos próprios e personalidade jurídica autônoma.

GABARITO: A

Entre diversas possibilidades de classificações, a Administração Pública pode ser dividida em dois tipos:
a direta e a indireta. Assinale a alternativa que apresenta algumas das características da Administração
Pública Direta.

a) Órgãos públicos ligados aos entes federativos, abrangendo os três poderes e sem personalidade
jurídica própria.

CERTO. A doutrina conceitua órgão público como o complexo de competências administrativas, sem
personalidade jurídica, que é criado mediante processo de desconcentração administrativa, ou seja,
surge da distribuição vertical de funções dentro de determinada estrutura, a fim de melhor organizar a
Administração Pública.

Dessa forma, pelo fato de os órgãos públicos não possuírem personalidade jurídica, também pode-
se afirmar que não possuem capacidade contratual não podendo figurar como parte em um contrato
de locação, por exemplo.

Nesse sentido, veja o que determina o art. 1º, §2º, I da Lei nº 9.784/99:

Art. 1º, § 2º Para os fins desta Lei, consideram-se:

I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da


Administração indireta;

Portanto, item correto.

b) Organizações pertencentes ao executivo e que se relacionam com os poderes legislativo e


judiciário, com personalidade jurídica própria e autonomia de poder.

ERRADO. Os órgãos públicos não possuem personalidade jurídica e nem autonomia administrativa.

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c) Órgãos públicos e de economia mista, pertencentes aos três níveis federativos, com personalidade
jurídica própria e com regimentos específicos.

ERRADO. A alternativa faz referência às sociedades de economia mista, e não aos órgãos públicos, que,
como vimos acima, não possuem personalidade jurídica própria.

d) Organizações públicas e privadas que atuam em sinergia com os poderes executivo, legislativo e
judiciário sem personalidade jurídica própria.

ERRADO. Os órgãos sempre serão públicos, pois são meros centros de distribuição de competência
administrativa, não existindo órgãos privados.

e) Órgãos públicos dos poderes executivo, legislativo e judiciário, dos Estados e Municípios, que atuam
a partir de regimentos próprios e personalidade jurídica autônoma.

ERRADO. Como vimos, os órgãos públicos não possuem personalidade jurídica autônoma e nem
regimento próprio.

Questão 4: CEBRASPE (CESPE)

Com relação à organização administrativa e à administração pública direta e indireta, julgue o item a
seguir.

Embora dotados de personalidade jurídica, os órgãos públicos não possuem capacidade processual para
a defesa de suas prerrogativas e competências institucionais.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

Com efeito, órgãos não possuem personalidade jurídica, constituindo-se em meros "centros de
atribuições". Contudo, podem assumir a nominada capacidade processual, que pode ser entendida
como em resumo, é possibilidade de praticar atos em juízo. E ela é atribuída a PESSOAS, como se vê
acima. E órgão não é uma pessoa. Entretanto, a doutrina considera que os órgãos INDEPENDENTES e
os AUTÔNOMOS possuem capacidade processual, podendo figurar como partes em processo. Isso
para que possam defender suas atribuições institucionais (direitos subjetivos), que podem ser violadas
por outros órgãos. Além disso, alguns órgãos têm por finalidade institucional demandar em juízo, tal como
o Ministério Público e a Defensoria Pública. Estes também contam com capacidade processual.

Pois bem. Voltando ao comando do item: incorre-se em erro ao afirmar que órgãos não dispõem de
capacidade processual. possuem, desde que se trate de órgãos independentes ou autônomos.

EM TEMPO: órgãos independentes são aqueles que encontram previsão direta no texto da própria
Constituição, representando os três poderes. Em nível federal, os órgãos independentes englobam a
Câmara dos Deputados, o Senado, o STF, o STJ, os demais Tribunais Judiciais, os Juízes e a Presidência
da República. Ainda que não correspondam aos Poderes Constituídos no art. 2º da CF/88, o Ministério
Público e os Tribunais de Contas – TCs, devem ser vistos, para fins de concurso, sobretudo, como órgãos
independentes. No caso específico dos TCs, cabem algumas informações adicionais.

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Órgãos autônomos: estão situados no topo da Administração, com subordinação direta à chefia dos
órgãos independentes, gozando de autonomia administrativa, financeira e técnica, bem como tomando
parte das decisões governamentais, mas de acordo com as diretrizes estabelecidas pelos órgãos
independentes. São órgãos autônomos: os Ministérios do Poder Executivo Federal, as Secretarias de
Estado e de Município e a Advocacia Geral da União – AGU, dentre outros.

Questão 5: VUNESP
As agências de fomento à pesquisa têm por objetivo financiar o desenvolvimento de pesquisas científicas
e a divulgação da ciência. A esse respeito, assinale a alternativa correta.

a) A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) é um exemplo de agência de


fomento cuja atividade está limitada a beneficiar pesquisadores ligados a instituições de pesquisa dos
Estados membros da federação brasileira, mas não a instituições estrangeiras.

b) A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pode ser considerada


agência de fomento voltada principalmente a financiar pesquisa desenvolvida em empresas.

c) O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ligado ao Ministério da


Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, concede bolsas de pesquisa para o desenvolvimento
da pesquisa científica e tecnológica.

d) O CNPq, a CAPES e a FAPESP são legalmente impedidos de prestar simultaneamente auxílios aos
mesmos projetos de pesquisa.

e) A CAPES, vinculada ao Ministério da Educação, opera fundamentalmente com auxílios à pesquisa,


mas não com bolsas.

GABARITO: C

Uma questão extremamente específica, portanto, nunca seria objeto de um concurso mais generalista.

No caso concreto, compete ao CNPq fomentar a pesquisa científica. Sobre o tema, vejamos o disposto
na site da entidade:

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), agência do Ministério da


Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), tem como principais atribuições fomentar a
pesquisa científica e tecnológica e incentivar a formação de pesquisadores brasileiros.
Criado em 1951, desempenha papel primordial na formulação e condução das políticas de ciência,
tecnologia e inovação. Sua atuação contribui para o desenvolvimento nacional e o reconhecimento das
instituições de pesquisa e pesquisadores brasileiros pela comunidade científica internacional. Para saber
mais consulte o Organograma e o Regimento Interno da Instituição.

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Questão 6: FCC
Com relação à estrutura da Administração Pública brasileira, é correto afirmar:

a) Defensoria Pública, Ministério Público e Tribunal de Contas integram a chamada administração pública
direta.

b) autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista e agências


reguladoras integram a chamada administração pública direta.

c) o modelo de Administração Pública gerencial se baseia nos princípios da formalidade, da


impessoalidade e do profissionalismo.

d) o modelo de Administração patrimonialista, informado pelo princípio do profissionalismo, tem como


finalidade a gestão do patrimônio público.

e) o modelo de Administração burocrático compreende o cidadão como cliente dos serviços públicos
prestados pelo Estado diretamente ou mediante delegação.

GABARITO: A

A Administração Direta é formada por órgãos, unidades desprovidas personalidade jurídica. Não são
integrantes só do Poder Executivo, ok. Há órgãos em todos os Poderes e em suas Administrações
Indiretas. No caso, a Defensoria faz parte do Poder Executivo, sendo um órgão. O MP e o TC são órgãos
independentes e não fazem parte de quaisquer dos Poderes.

Os demais itens estão errados:

b) autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista e agências


reguladoras integram a chamada administração pública direta.

São exemplos de pessoas jurídicas integrantes da Administração Indireta.

c) o modelo de Administração Pública gerencial se baseia nos princípios da formalidade, da


impessoalidade e do profissionalismo.

Tais características são traços da Administração Burocrática. Não é que, na gerencial, não tenhamos
impessoalidade e profissionalismo. Não é isso. Existem, mas próprios da burocracia. E, hoje, podemos
até defender uma ideia de formalidade moderada e para outros a instrumentalidade das formas.

d) o modelo de Administração patrimonialista, informado pelo princípio do profissionalismo, tem como


finalidade a gestão do patrimônio público.

Eita! Coisa nenhuma. O patrimonialismo é o que tem de ruim. Tudo que é "ismo" esteve nesta gramática,
como clientelismo, nepotismo, favoritismos.

e) o modelo de Administração burocrático compreende o cidadão como cliente dos serviços públicos
prestados pelo Estado diretamente ou mediante delegação.

Essa ideia da reforma gerencial.

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Questão 7: FGV
Para aumentar seu poder de controle e supervisão da Administração Indireta, certo governante resolveu
centralizar várias atividades para seus entes estatais. Assim, a Administração Direta passou a contar com
mais órgãos.

Um órgão da Administração Pública Direta brasileira é:

a) FUNAI;

b) INSS;

c) Casa Civil;

d) INMETRO;

e) INPI.

GABARITO: C

Esse modelo de questão é perverso, isso porque o aluno deve ter, no mínimo, uma noção da
Administração Pública, para distinguir órgãos, enquanto unidades desprovidas de personalidade jurídica,
de entidades, todas com personalidade, de direito público ou privado.

Por exemplo, temos que a Casa Civil é órgão da Presidência da República, situado na Administração
Direta do Estado.

A Funai é uma fundação, pessoa jurídica. O INSS é autarquia, pessoa jurídica. O INPI e Inmetro,
igualmente, são autarquias, pessoas jurídicas de Direito Público, todas resultado do processo de
descentralização por serviços, técnica ou funcional.

Questão 8: IDECAN
A Administração Pública consiste em um conjunto de agências e de servidores profissionais, mantidos
com recursos públicos e encarregados da decisão e implementação das normas necessárias ao bem-
estar social e das ações necessárias à gestão do que é público. A Administração Pública federal é
composta pelos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Ao Executivo recai a Administração
Direta e Indireta. Compõe a Administração Direta:

a) Autarquias.

b) Fundações públicas.

c) Empresas públicas.

d) Sociedades de economia mista.

e) Ministérios Regulares e Extraordinários.

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GABARITO: E

A questão versa acerca da Administração Pública. Nesse contexto, perceba que Autarquias, Fundações
públicas, Empresas públicas e Sociedades de economia mista são entidades da administração indireta.
Vejamos as principais entidades que compõem a Administração Indireta e suas principais características,
na tabela a seguir.

Administração Indireta
Sociedades de
Fundações Empresas
Entidades Autarquias Economia
Públicas Públicas
Mista.
Lei irá definir:
Direito Público
Natureza Jurídica
Direto Público (autárquicas) Direito Privado Direito Privado
da Personalidade
Ou Direito
Privado.
Serviços de
interesse da
Atua no
Administração Atua no Domínio
Domínio
Serviços de Pública e Econômico ou
Tipo de Serviços Econômico ou
Estado Coletivo. Presta Serviços
Presta Serviços
(finalidade: Públicos.
Públicos.
interesse
coletivo)

Direito Público: Direito Público:


Regime de Regime de
impenhoráveis, impenhoráveis,
Direito Privado Direito Privado
Regime de Bens não oneráveis, não oneráveis,
Mitigado. Bens Mitigado. Bens
inalienáveis e inalienáveis e
penhoráveis. penhoráveis.
imprescritíveis. imprescritíveis.

Atividades-fim: Atividades-fim:
Formalização de sem licitação. sem licitação.
Licitação Licitação
Contratos Atividades- Atividades-meio:
meio: licitação licitação.

Autonomia Autonomia Autonomia Autonomia


Administração Administrativa e Administrativa e Administrativa e Administrativa e
Financeira Financeira Financeira Financeira
Imunidade
Tributária
Privilégios
Recíproca e
Privilégios próprios da Sem privilégios Sem privilégios
Privilégios próprios
fazenda pública
da fazenda
pública
Celetistas Celetistas
Regime de
Estatutários Estatutários (emprego (emprego
Pessoal
público) público)

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Capital misto.
51% (majoritário)
Descentralização
Formação de Descentralização Capital 100% público o
do Capital
Capital do Capital Público. público. restante sempre
Público.
poderá ser
privado.

Autarquias
comuns. Agências Fundação de
Reguladoras. Direito Público Qualquer forma Sempre
Forma Jurídica Agências (autárquicas) admitida em Sociedade
Executivas ou de Direito direito. Anônima.
(contratos de Privado.
gestão)

Por sua vez, os Ministérios Regulares e Extraordinários são entidades da administração direta. A
administração direta é o conjunto de órgãos que integram as pessoas federativas, aos quais foi atribuída
a competência para o exercício, de forma centralizada, das atividades administrativas do Estado. Vejamos
as lições de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo Descomplicado. 23. ed. São
Paulo: Método, 2015, p. 29):

Administração direta é o conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas do Estado (União, estados,
Distrito Federal e municípios), aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de forma
centralizada, de atividades administrativas.

Questão 9: VUNESP
é o conjunto de que integram as pessoas federativas, aos quais foi atribuída
a competência para o exercício, de forma , das atividades administrativas do .

Assinale a alternativa que, correta e respectivamente, preenche as lacunas.

a) Administração Direta … órgãos … centralizada … Estado

b) Administração Burocrática … municípios … centralizada … Poder Executivo

c) Administração Gerencial … cidadãos … transparente … País

d) Cidadania … cidadãos … descentralizada … Poder Legislativo

e) Excelência nos serviços … servidores … descentralizada … País

GABARITO: A

Inicialmente, vejamos a lição de Ricardo Alexandre e João de Deus sobre o tema:


“A Administração Direta corresponde aos órgãos que integram a estrutura das pessoas federativas
(pessoas políticas), que exercem a atividade administrativa de forma centralizada.

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Como já aprendemos, quando estudamos neste capítulo a teoria do órgão, o Estado manifesta a sua
vontade por meio dos seus órgãos, nos quais se encontram lotados os agentes públicos. Os órgãos
públicos são divisões internas das pessoas federativas, criados em razão da necessidade de
especialização das funções estatais, a exemplo dos Ministérios, Secretarias, Coordenadorias,
Departamentos, Ouvidorias etc.” (grifei) (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo
Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método, 2015.E-book. P. 77)
Ao analisar a lição colacionada, é possível constatar que as lacunas do enunciado são corretamente
preenchidas com as palavras trazidas pela alternativa A, razão pela qual, encontra-se correta. Ademais,
a título de complementação, salienta-se que ao trazer a expressão “Estado” o enunciado se refere as
pessoas federativas como um todo, ou seja, União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
As demais alternativas, por exclusão, encontram-se incorretas.

Questão 10: VUNESP


A administração pública

a) é o conjunto de órgãos que exercem função administrativa no âmbito do Poder Executivo apenas.

b) é regida pelos princípios constitucionais explícitos da legalidade, impessoalidade, moralidade,


privacidade e eficácia.

c) corresponde, em sentido orgânico, ao conjunto de empregados públicos em comissão que prestam


serviço público.

d) atua por meio da edição de atos que gozam da presunção de veracidade, legitimidade, liquidez e
certeza.

e) tem a prerrogativa de rever os próprios atos praticados, respeitado o prazo decadencial e ressalvada
a apreciação judicial.

GABARITO: E

e) tem a prerrogativa de rever os próprios atos praticados, respeitado o prazo decadencial e ressalvada
a apreciação judicial.

Assim dispõe a Súmula 473 do STF, que trata do princípio da autotutela:

Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados
os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial

E o detalhe adicional é que a Administração tem o prazo decadencial de 5 anos para desfazer seus atos,
perante terceiros de boa-fé.

Os demais itens estão errados:

a) é o conjunto de órgãos que exercem função administrativa no âmbito do Poder Executivo apenas.

Apenas? Não é bem assim. Na verdade, os órgãos são estruturas despersonalizadas existentes em todos
os Poderes constituídos.

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b) é regida pelos princípios constitucionais explícitos da legalidade, impessoalidade, moralidade,
privacidade e eficácia.

Privacidade? Não! Pela leitura do caput do art. 37 da CF, deparamo-nos com o LIMPE. E o P do limpe é
de PUBLICIDADE.

c) corresponde, em sentido orgânico, ao conjunto de empregados públicos em comissão que prestam


serviço público.

Não se confunde o órgão com os agentes. Os agentes podem morrer todos, e, ainda assim, teremos os
órgãos públicos.

d) atua por meio da edição de atos que gozam da presunção de veracidade, legitimidade, liquidez e
certeza.

Liquidez e certeza não é atributo do ato administrativo. E a presunção é relativa.

Questão 11: IDECAN


A Administração Pública corresponde às atividades que o Estado deve exercer para atender as
necessidades coletivas. No desempenho de suas atribuições, a atuação administrativa ocorre de forma
direta ou indireta. A respeito do tema, assinale a alternativa correta.

a) A Administração Indireta constitui o conjunto dos órgãos integrados na estrutura principal de cada
poder das pessoas jurídicas de direito público com capacidade política (União, Estados, Distrito Federal
e Municípios).

b) Os órgãos da Administração Direta são pessoas jurídicas, podendo contrair direitos e assumir
obrigações, pois fazem parte da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

c) Os órgãos da Administração Direta têm capacidade processual, ou seja, podem ser autor ou réu de
uma ação devido a sua personalização. Somente em casos excepcionais, já previstos em lei, é que são
incapazes.

d) Os órgãos da Administração Indireta são dotados de personalidade jurídica própria, mas não podem
adquirir direitos e contrair obrigações, pois dependem da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

e) Os entes da Administração Indireta, para que possam exercer suas atividades, são dotados de
personalidade jurídica própria e podem adquirir direitos e assumir obrigações por conta própria.

GABARITO: E

A questão versa acerca da Administração Pública. Nesse contexto, vamos analisar os itens para
encontrar a resposta correta.

a) A Administração Indireta constitui o conjunto dos órgãos integrados na estrutura principal de


cada poder das pessoas jurídicas de direito público com capacidade política (União, Estados,
Distrito Federal e Municípios).

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Incorreto. Na verdade, esta é a administração direta, que é o conjunto de órgãos que integram as
pessoas federativas, aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de forma centralizada, das
atividades administrativas do Estado. Vejamos as lições de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito
Administrativo Descomplicado. 23. ed. São Paulo: Método, 2015, p. 29):

Administração direta é o conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas do Estado (União, estados,
Distrito Federal e municípios), aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de forma
centralizada, de atividades administrativas.

b) Os órgãos da Administração Direta são pessoas jurídicas, podendo contrair direitos e assumir
obrigações, pois fazem parte da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Incorreto. Os órgãos não têm vontade própria, tampouco personalidade jurídica. É o que nos diz Hely
Lopes Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 72):

Por isso mesmo, os órgãos não têm personalidade jurídica nem vontade própria, que são atributos do
corpo e não das partes, mas na área de suas atribuições e nos limites de sua competência funcional
expressam a vontade da entidade a que pertencem e a vinculam por seus atos, manifestados através de
seus agentes (pessoas físicas).

c) Os órgãos da Administração Direta têm capacidade processual, ou seja, podem ser autor ou
réu de uma ação devido a sua personalização. Somente em casos excepcionais, já previstos em
lei, é que são incapazes.

Incorreto. Os órgãos não possuem personalidade jurídica, mas é pacífico que somente os órgãos
autônomos e independentes possuem capacidade processual, isto é, a capacidade de atuar em juízo por
si próprio, ou seja, não se trata de uma regra geral. Neste sentido, confira-se Hely Lopes Meirelles (Direito
Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 73):

Essa capacidade processual, entretanto, só a têm os órgãos independentes e os autônomos, visto que
os demais - superiores e subalternos -, em razão de sua hierarquização, não podem demandar
judicialmente outros órgãos, uma vez que seus conflitos de atribuições serão resolvidos
administrativamente pelas chefias a que estão subordinados.

d) Os órgãos da Administração Indireta são dotados de personalidade jurídica própria, mas não
podem adquirir direitos e contrair obrigações, pois dependem da União, Estados, Distrito Federal
e Municípios.

Incorreto. Conforme vimos acima, os órgãos da Administração, seja ela direta ou indireta, não possuem
personalidade jurídica própria.

e) Os entes da Administração Indireta, para que possam exercer suas atividades, são dotados de
personalidade jurídica própria e podem adquirir direitos e assumir obrigações por conta própria.

Correto. Os entes da Administração Indireta são partes personalizadas do Estado e, por isso mesmo,
aptas a adquirir direitos e contrair obrigações, ou seja, poderão ser sujeitos de contratos, conforme explica
José dos Santos Carvalho Filho (Manual de Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014, p.
1442)

Como qualquer particular, o Estado pode celebrar contratos visando a adquirir bens, já que as entidades
em que se subdivide são dotadas de personalidade jurídica, com aptidão para adquirir direitos e contrair
obrigações

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Questão 12: FCC
Considere o texto abaixo.

Os órgãos integram a estrutura do Estado e das demais pessoas jurídicas como partes desses corpos
vivos, dotados de vontade e capazes de exercer direitos e contrair obrigações para a consecução de seus
fins institucionais. Por isso mesmo, os órgãos não têm personalidade jurídica nem vontade própria, que
são atributos do corpo e não das partes, mas na área de suas atribuições e nos limites de sua competência
funcional expressam a vontade da entidade a que pertencem e a vinculam por seus atos, manifestados
através de seus agentes (pessoas físicas). Como partes das entidades que integram, os órgãos são
meros instrumentos de ação dessas pessoas jurídicas, preordenados ao desempenho das funções que
lhes forem atribuídas pelas normas de sua constituição e funcionamento. Para a eficiente realização de
suas funções, cada órgão é investido de determinada competência, redistribuída entre seus cargos, com
a correspondente parcela de poder necessária ao exercício funcional de seus agentes.

Embora despersonalizados, os órgãos mantêm relações funcionais entre si e com terceiros, das quais
resultam efeitos jurídicos internos e externos, na forma legal ou regulamentar. E, a despeito de não terem
personalidade jurídica, os órgãos podem ter prerrogativas funcionais próprias que, quando infringidas por
outro órgão, admitem defesa até mesmo por mandado de segurança.

(MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 15.ed., São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 1990, p. 59)

Com base no texto transcrito e no regime jurídico dos órgãos administrativos, é correto afirmar:

a) O texto transcrito aborda a teoria do mandato, por meio da qual aos agentes públicos seriam delegados
poderes para que agissem em nome e no interesse do Estado.

b) Os órgãos públicos são centros de competências instituídos para o desempenho de funções estatais,
através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem.

c) O texto transcrito traz uma concepção de órgão que contraria a formulação da teoria do órgão, atribuída
a Otto Gierke, que criou uma doutrina para justificar como se dá a manifestação da vontade do Estado
por meio de seus órgãos, por meio da noção de que os agentes públicos, ao agir, expressam a vontade
do Estado.

d) Por serem despersonalizados, os órgãos públicos não mantêm relações funcionais com terceiros, dos
quais resultam efeitos jurídicos externos.

e) No texto, é apresentada a teoria da representação, pela qual a vontade dos agentes exprimiria a
vontade do Estado, como ocorre na tutela ou na curatela.

GABARITO: B

Vejamos cada uma das alternativas propostas, à procura da correta:

a) Errado:

Na realidade, no texto transcrito no enunciado da questão, Hely Lopes Meirelles aborda sustenta a
consagrada teoria do órgão, amplamente aceita, baseada na ideia de imputação, rechaçando, ademais,

537
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as teorias da representação e do mandato, o que fica bem claro pelo seguinte trecho da mesma obra
doutrinária:

"Não há entre a entidade e seus órgãos relação de representação ou de mandato, mas sim de imputação,
porque a atividade dos órgãos identifica-se e confunde-se com a da pessoa jurídica. Daí por que os atos
dos órgãos são havidos como da própria entidade que eles compõem."
(MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 27ª ed. São Paulo: Malheiros, 2002)

Logo, incorreta esta opção.

b) Certo:

O conceito de órgão público apresentado nesta alternativa é exatamente aquele proposto pelo citado
doutrinador, bem assim agasalhado pela doutrina brasileira, como se depreende do trecho abaixo:

"Órgãos públicos - São centros de competências instituídos para o desempenho de funções estatais,
através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem." (idem).

c) Errado:

Pelo contrário, o texto do enunciado da questão encampa, justamente, a teoria do órgão, longe de
contrariá-la.

d) Errado:

Novamente, trata-se de assertiva em rota de colisão com a obra doutrinária referida no enunciado, como
se vê do trecho abaixo colacionado:

"Embora despersonalizados, os órgãos mantêm relações funcionais entre si e com terceiros, das quais
resultam efeitos jurídicos internos e externos, na forma legal ou regulamentar." (ibidem)

e) Errado:

Conforme dito anteriormente, a teoria da representação não prevaleceu, tendo sido superada pela teoria
do órgão, esta sim abraçada no texto do enunciado, da lavra de Hely Lopes Meirelles, e, de resto, também
acolhida por nossa doutrina.

Questão 13: FGV


Centros de competência especializada dispostos na intimidade de uma pessoa jurídica, sem
personalidade jurídica e vontade próprias, com intenção de garantir a especialização nas atividades
prestadas com maior eficiência, são chamados pela doutrina de Direito Administrativo de:

a) órgãos, sejam da Administração Direta, sejam as entidades de direito público da Administração


Indireta, e somente podem ser criados ou extintos por meio de lei;

b) autarquias, que fazem parte da Administração Indireta, e somente podem ser criadas por meio de lei
específica, após regular processo legislativo;

c) fundações públicas, que fazem parte da Administração Indireta, e podem ser criadas por meio de
qualquer ato normativo;

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d) entidades da Administração Indireta, que podem ser criadas por meio de qualquer ato normativo, após
regular processo administrativo ou legislativo;

e) entidades da Administração Direta, que somente podem ser criadas ou extintas por meio de lei, após
regular processo legislativo.

GABARITO: A

Centros de competência especializada dispostos na intimidade de uma pessoa jurídica, sem


personalidade jurídica e vontade próprias, com intenção de garantir a especialização nas atividades
prestadas com maior eficiência, são chamados pela doutrina de Direito Administrativo de:

a) órgãos, sejam da Administração Direta, sejam as entidades de direito público da Administração


Indireta, e somente podem ser criados ou extintos por meio de lei;

CERTO. Os órgãos públicos são repartições administrativas sem personalidade jurídica própria, criadas
em lei, diante da necessidade de que determinada atividade seja realizada de maneira mais especializada
ou mais eficiente, estabelecendo-se uma relação de subordinação com o ente que os criou. Tais órgãos
podem ser tanto da Administração Direta quanto da Indireta, como afirma a assertiva.

Logo, item correto.

b) autarquias, que fazem parte da Administração Indireta, e somente podem ser criadas por meio de lei
específica, após regular processo legislativo;

ERRADO. As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, criadas mediante lei, com a finalidade
de desempenhar atividade típica estatal. Conforme art. 37, XIX da CF/88, é necessária a edição de lei
específica para a criação de uma autarquia:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso,
definir as áreas de sua atuação;

Dessa forma, incorreto.

c) fundações públicas, que fazem parte da Administração Indireta, e podem ser criadas por meio de
qualquer ato normativo;

ERRADO. As fundações públicas, também chamadas de fundações autárquicas ou estatais,


possuem características semelhantes às da autarquia. Sendo assim, da mesma forma que é prevista para
as autarquias no art. 37, XIX da CF/88, a criação das fundações públicas depende da edição de lei
específica, motivo pelo qual está errada a assertiva.

Portanto, item incorreto.

d) entidades da Administração Indireta, que podem ser criadas por meio de qualquer ato normativo, após
regular processo administrativo ou legislativo;

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ERRADO. As entidades da Administração Indireta são as autarquias, fundações públicas, empresa
pública e sociedade de economia mista. Para a criação das autarquias e fundações públicas é necessária
a edição de lei específica, ao passo que para a criação de empresa pública e sociedade de economia
mista, a lei autoriza sua criação, mas seus atos constitutivos devem ser registrado no órgão competente.

Logo, item incorreto.

e) entidades da Administração Direta, que somente podem ser criadas ou extintas por meio de lei, após
regular processo legislativo.

ERRADO. A doutrina convencionou que os órgãos compõem a Administração Direta, ao passo que as
entidades, a Administração Indireta. Dessa forma, não existem entidades da Administração Direta, apesar
de os órgãos somente serem criados ou extintos por meio de lei.

Assim, item incorreto.

Questão 14: FCC


Os órgãos públicos que integram a organização administrativa, na qualidade de “centros de competência
para desempenho de funções estatais”,

a) encontram-se presentes na estrutura descentralizada da Administração pública e configuram polos de


decisões emitidas por agentes públicos que se responsabilizam exclusiva e pessoalmente pelas
consequências daquelas advindas.

b) são representados por agentes públicos, mas não se confundem com estes, pois as consequências e
conquistas são atribuídas àquelas unidades de competência e, em consequência, às pessoas jurídicas
que elas integram.

c) possuem personalidade jurídica própria, mas não dispõem de autonomia, já que dependem de
autorização do comando da pessoa jurídica que integram.

d) exercem os poderes inerentes à Administração pública, à exceção do poder de polícia, restrito à


Administração Central, porque indelegável em qualquer de suas vertentes ou facetas.

e) são estruturas típicas de uma Administração pública que se organiza de forma desconcentrada, que
constitui entes ou órgãos dotados de personalidade jurídica própria, para desempenho de competências
específicas e constantes da lei autorizativa de sua criação.

GABARITO: B

Os agentes públicos são verdadeiros veículos da expressão do Estado. Toda a conduta dos agentes
é imputada ao órgão, o qual, por sua vez, encontra-se ligado à entidade possuidora de personalidade
jurídica, quem, ao fim, acaba respondendo a eventuais questionamentos jurídicos. Essa é uma síntese
do denominado princípio da imputação volitiva, fundamental para a compreensão da denominada
“teoria do órgão”.

Pela teoria do órgão, as pessoas jurídicas expressam sua vontade por intermédio de órgãos, os quais
são titularizados por agentes. Por essa teoria, os órgãos são partes componentes da entidade, com as
expressões de vontade daqueles sendo entendidas como destas (imputação volitiva).

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Registra-se, ainda, que essa teoria foi construída pelo jurista alemão Otto Gierke, sendo universalmente
aceita pela doutrina. Seu papel foi o de substituir as teorias do mandato, da representação e da identidade,
as quais pretendiam explicar a atuação do Estado por intermédio de seus agentes.

Os demais itens estão errados:

a) encontram-se presentes na estrutura descentralizada da Administração pública e configuram polos de


decisões emitidas por agentes públicos que se responsabilizam exclusiva e pessoalmente pelas
consequências daquelas advindas.

Primeiro que os órgãos são podem fazer parte da Administração Direta e das pessoas administrativa da
Indireta. Agora, a responsabilidade dos agentes não é pessoal e exclusiva. Aplica-se a teoria do órgão,
de forma que o particular deve acionar o Estado, e a este cabe regressivamente cobrar do agente público.

c) possuem personalidade jurídica própria, mas não dispõem de autonomia, já que dependem de
autorização do comando da pessoa jurídica que integram.

Os órgãos não têm personalidade jurídica. São unidades desprovidas desta.

d) exercem os poderes inerentes à Administração pública, à exceção do poder de polícia, restrito à


Administração Central, porque indelegável em qualquer de suas vertentes ou facetas.

O poder de polícia pode ser desempenhado por toda a Administração Pública de Direito Público.

e) são estruturas típicas de uma Administração pública que se organiza de forma desconcentrada, que
constitui entes ou órgãos dotados de personalidade jurídica própria, para desempenho de competências
específicas e constantes da lei autorizativa de sua criação.

De fato, os órgãos têm ligação com o processo de desconcentração. Porém, reforço que não contam com
personalidade jurídica, exemplo das autarquias e fundações.

Questão 15: CEBRASPE (CESPE)

Julgue o seguinte item, relativo à organização administrativa da União.

Os órgãos não dotados de personalidade jurídica própria que exercem funções administrativas e integram
a União por desconcentração, componentes de uma hierarquia, fazem parte da administração direta.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

Os órgãos são unidades administrativas desprovidas de personalidade jurídica. São resultado do


processo de desconcentração, exemplo dos Ministérios e das várias Secretarias dos Estados.

Não contam com patrimônio próprio e, de regra, são destituídas de capacidade judiciária, ou seja, de se
defenderem diretamente no poder judiciário.

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São escalonados, por vezes, em hierarquia, por exemplo, os Ministérios submetem-se à hierarquia da
Presidência da República.

Questão 16: CEBRASPE (CESPE)

No que se refere aos institutos da centralização, da descentralização e da desconcentração, julgue o item


a seguir.

A centralização consiste na execução de tarefas administrativas pelo próprio Estado, por meio de órgãos
internos e integrantes da administração pública direta.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

A assertiva está CORRETA, pois, quando o Estado executa suas atividades de forma direta, por meio
dos órgãos e agentes integrantes da sua estrutura administrativa, dizemos que há centralização
administrativa, conforme preceituam Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo
Descomplicado. 23. ed. São Paulo: Método, 2015, p. 24):

Ocorre a chamada centralização administrativa quando o Estado executa suas tarefas diretamente, por
meio dos órgãos e agentes integrantes da denominada administração direta. Nesse caso, os serviços são
prestados diretamente pelos órgãos do Estado, despersonalizados, integrantes de uma mesma pessoa
política (União, Distrito Federal, estados ou municípios).

Questão 17: AOCP


No tocante à estrutura administrativa da administração pública, assinale a alternativa correta.

a) A administração direta é composta por órgãos dotados de personalidade jurídica própria.

b) Quanto à estrutura, os órgãos podem ser classificados em simples ou colegiados.

c) A teoria do órgão reflete a tese de que toda atuação do agente público deve ser imputada ao órgão
que ele representa e não à pessoa física do agente.

d) Órgãos ativos são aqueles que atuam na atividade de controle dos demais órgãos e agentes públicos.

e) A Câmara de Vereadores não possui personalidade jurídica, somente podendo demandar em juízo
para defender os interesses dos munícipes do respectivo município.

GABARITO: C

Pela teoria do órgão, a atuação do agente é imputada ao órgão e não à pessoa física.

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Abaixo, os erros:

a) A administração direta é composta por órgãos dotados de personalidade jurídica própria.

Os órgãos não têm personalidade jurídica.

b) Quanto à estrutura, os órgãos podem ser classificados em simples ou colegiados.

Podem ser independentes, autônomos, superiores e subalternos.

d) Órgãos ativos são aqueles que atuam na atividade de controle dos demais órgãos e agentes públicos.

São órgãos de controle.

e) A Câmara de Vereadores não possui personalidade jurídica, somente podendo demandar em juízo
para defender os interesses dos munícipes do respectivo município.

Podem agir em juízo, pois possuem capacidade processual ou personalidade judiciária.

Questão 18: FCC


As unidades de atuação denominadas órgãos públicos

a) integram a estrutura da Administração pública direta, mas não da Administração pública indireta, cujos
plexos de competência denominam-se entidades.

b) integram a estrutura da Administração pública direta e da indireta e não têm personalidade jurídica, ao
contrário das entidades.

c) têm personalidade jurídica própria e distinta da entidade que integram.

d) não têm personalidade jurídica própria, quando integram a estrutura da Administração pública direta,
mas são unidades de atuação, da Administração indireta, dotadas de personalidade jurídica.

e) confundem-se com os agentes públicos por congregarem as funções que estes exercem, sendo o todo
do qual aqueles são a parte.

GABARITO: B

Os órgãos são unidades administrativas desprovidas de personalidade jurídica. Não têm patrimônio
próprio. Não podem celebrar contratos administrativos. São resultado do processo de desconcentração.
Daí a correção da letra B.

Vejamos os erros nos demais itens.

a) integram a estrutura da Administração pública direta, mas não da Administração pública


indireta, cujos plexos de competência denominam-se entidades.

De fato, as entidades são pessoas jurídicas, e integram a Administração Indireta. Ocorre que, na Indireta,
há também órgãos. Por exemplo, encontramos postos do banco do brasil espalhados por todo o território
nacional, enfim, novos órgãos da pessoa Banco do Brasil.

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c) têm personalidade jurídica própria e distinta da entidade que integram.

Os órgãos são desprovidos de personalidade jurídica.

d) não têm personalidade jurídica própria, quando integram a estrutura da Administração pública
direta, mas são unidades de atuação, da Administração indireta, dotadas de personalidade
jurídica.

São sempre despersonalizados.

e) confundem-se com os agentes públicos por congregarem as funções que estes exercem, sendo
o todo do qual aqueles são a parte.

Pensa rápido: os agentes públicos sofrem um acidente geral e todos vêm a falecer, responda: o órgão é
extinto? Nem pensar. Ou seja, os órgãos são distintos de seus agentes.

Questão 19: FGV


A Lei nº 123/2018, do Estado Alfa, disciplinou a atuação de certo órgão público, composto por dez
agentes, que seria competente para definir, pelo voto da maioria dos seus membros, as políticas públicas
a serem adotadas em determinada área temática, as quais seriam necessariamente promovidas pelo
Secretário de Estado competente.

À luz da classificação dos órgãos públicos, o referido órgão é considerado

a) subordinado, consultivo e coletivo de representação unitária.

b) diretivo, deliberativo e coletivo de representação plúrima.

c) diretivo, consultivo e coletivo de representação plúrima.

d) diretivo, consultivo e coletivo de representação unitária.

e) subordinado, deliberativo e singular.

GABARITO: B

Questão muito interessante que aborda diversas classificações dos órgãos públicos.

A primeira classificação que precisa saber para respondê-la é quanto à situação estrutural. Nessa
classificação os órgãos públicos dividem-se em órgãos diretivos e órgão subordinados.

Quanto à situação estrutural: esse critério leva em conta a situação do órgão ou da estrutura estatal.
Classificam-se em: (1º) Diretivos, aqueles que detêm funções de comando e direção; e (2º) Subordinados,
os incumbidos das funções rotineiras de execução (José dos Santos Carvalho Filho, 2018)
O enunciado afirma que o órgão seria competente para definir as políticas públicas a serem adotadas.
Assim, trata-se de um órgão diretivo.

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A segunda classificação necessária para responder a questão é quanto às funções exercidas. Nessa
classificação os órgãos subdividem-se em: a) ativos, b) de controle, c) consultivos, d) verificadores, e)
contenciosos.

Nesse momento apenas nos interessa saber se o órgão em apreço é ou não é consultivo. Celso Antônio
Bandeira de Melo (2009) conceitua os órgãos consultivos da seguinte forma:

são os (órgãos) de aconselhamento e elucidação (pareceres) para que sejam tomadas as providências
pertinentes pelos órgãos ativos (Grifo nosso)
Desse conceito, temos que o órgão descrito no enunciado não é consultivo, pois não se limita ao
aconselhamento, pelo contrário, expressa decisões estatais ao definir as políticas públicas a serem
adotadas.

Apenas com essas informações você já consegue identificar a alternativa B como resposta correta.
Contudo, vamos avançar em todas as classificações apresentadas na questão para que você
revise/aprenda mais um pouco.

A terceira classificação é quanto à atuação funcional. Nessa classificação os órgãos podem ser: a)
singulares ou b) colegiados (deliberativos). Os órgãos singulares são aqueles nos quais a manifestação
de vontade (a decisão) ocorre por meio de um único agente como é o caso da Presidência da República,
por exemplo. Nos órgãos colegiados, de outra forma, a partir da decisão da maioria dos agentes públicos
forma-se um único ato.

O enunciado deixa claro que o órgão toma decisões por meio do voto da maioria dos seus membros,
assim, trata-se de um órgão deliberativo.

A quarta classificação é quanto à composição. Na doutrina de José dos Santos Carvalho Filho (2018),
temos uma subdivisão específica e que foi objeto da questão, vejamos:

6.3 Quanto à composição: sob esse aspecto, podem os órgãos dividir-se em singulares, quando
integrados por um só agente (como a Chefia do Executivo; o inventariante judicial), e coletivos, os mais
comuns, quando compostos por vários agentes. Estes últimos podem subdividir-se em dois grupos:

a) Órgãos de Representação Unitária: aqueles em que a exteriorização da vontade do dirigente do órgão


é bastante para consubstanciar a vontade do próprio órgão. É o caso, por exemplo, de um Departamento
ou de uma Coordenadoria: a manifestação volitiva do órgão é representada pela manifestação volitiva do
Diretor ou do Coordenador;

b) Órgãos de Representação Plúrima: aqueles em que a exteriorização da vontade do órgão, quando se


trata de expressar ato inerente à função institucional do órgão como um todo, emana da unanimidade ou
da maioria das vontades dos agentes que o integram, normalmente através de votação. É o caso de
Conselhos ou Tribunais Administrativos. Como a manifestação do órgão resulta da vontade conjugada de
seus membros, têm sido denominados de órgão colegiados.

As características do órgão (composto por dez agentes; decisão por maioria dos membros) descrevem
os órgãos coletivos de representação plúrima descritos, como visto acima, por José Carvalho Filho.

Do exposto concluímos que o órgão pode ser classificado como: diretivo, deliberativo e coletivo de
representação plúrima.

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Questão 20: CEBRASPE (CESPE)

Acerca da administração direta e indireta, julgue o item que se segue.

A administração direta é constituída de órgãos, ao passo que a administração indireta é composta por
entidades dotadas de personalidade jurídica própria, como as autarquias, que são destinadas a executar
serviços públicos de natureza social e atividades administrativas.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

Vamos por partes.

A Administração Pública realiza suas atribuições de forma centralizada ou descentralizada.

Sabe o que é Administração Central? Um conjunto de órgãos. Há o processo de desconcentração, com


a criação de órgãos, unidades administrativas desprovidas de personalidade jurídica. São exemplos os
Ministérios e as Secretarias.

Já a Indireta ou Descentralizada é formada por pessoas jurídicas, de direito público ou privado, dentro do
que se reconhece como processo de descentralização.

Quer ver alguns exemplos de entidades integrantes da indireta? Vou citar o da questão, ok. As autarquias
integram a Administração Indireta do Estado, são pessoas de Direito Público, e criadas por lei. Há também
as empresas estatais, mas estas assumem a personalidade de direito privado, e são só autorizadas por
lei, veja o exemplo das empresas públicas.

Portanto, ficamos assim: Na direta, há os órgãos, despersonalizados. Na Indireta, há as pessoas


jurídicas, como autarquias.

Questão 21: CEBRASPE (CESPE)

Tendo como referência a jurisprudência dos tribunais superiores a respeito da organização administrativa
e dos agentes públicos, julgue o item a seguir.

O fato de a advocacia pública, no âmbito judicial, defender ocupante de cargo comissionado pela prática
de ato no exercício de suas atribuições amolda-se à teoria da representação.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADA

Perceba que a AGU irá defender judicialmente o órgão e não o próprio agente. Isso ocorre, pois, o agente
público, mesmo que comissionado, ao atuar, seria como se fosse o próprio Estado atuando, o que permite

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afirmar que a atuação do agente pode ser imputada ao próprio Estado, conforme leciona Maria Sylvia Di
Pietro (Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014, p. 589)

pela teoria do órgão, a pessoa jurídica manifesta a sua vontade por meio dos órgãos, de tal modo que
quando os agentes que os compõem manifestam a sua vontade, é como se o próprio Estado o fizesse;
substitui-se a ideia de representação pela de imputação.

Por sua vez, a Teoria do Órgão funde os elementos (pessoa jurídica e representante), para chegar a
conclusão de que o órgão é parte integrante do Estado, e as manifestações do órgão podem ser
imputadas ao próprio Estado, diversamente do que ocorre com a teoria da representação. Vejamos nas
lições de Maria Sylvia di Pietro (Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014, p. 590) :

Enquanto a teoria da representação considera a existência da pessoa jurídica e do representante como


dois entes autônomos, a teoria do órgão funde os dois elementos, para concluir que o órgão é parte
integrante do Estado.

Questão 22: FGV


Os órgãos públicos são centros de competência especializada criados por lei, sem personalidade jurídica,
com escopo de garantir maior eficiência no exercício de suas funções.

Nesse sentido, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo e a jurisprudência do Superior Tribunal
de Justiça, uma Câmara Municipal:

a) apesar de não ter personalidade jurídica própria, goza de capacidade processual para demandar em
juízo, defendendo seus direitos institucionais;

b) apesar de não ter personalidade jurídica autônoma, goza de capacidade processual para demandar
em juízo sobre qualquer assunto que seu Presidente decidir discricionariamente;

c) ostenta personalidade jurídica de direito público, como integrante da Administração Direta, e possui
capacidade processual para demandar em juízo na defesa de seus interesses;

d) ostenta personalidade jurídica de direito público, como integrante da Administração Indireta, e possui
capacidade processual para demandar em juízo na defesa de seus interesses;

e) ostenta personalidade jurídica de direito público, como integrante da Administração Direta, e possui
capacidade processual para demandar em juízo sobre qualquer assunto que seu Presidente decidir
discricionariamente.

GABARITO: A

Os órgãos públicos são unidades administrativas despersonalizadas (desprovidas de personalidade


jurídica própria). Por conta disso, tais unidades não podem assumir, em nome próprio, direitos e
obrigações, e, consequentemente, não podem estar em juízo (capacidade processual ou judiciária ou
personalidade judiciária).

Portanto, quando um órgão precisa mover uma ação, quem figurará no polo ativo será a pessoa jurídica
da qual ele é unidade integrante. Idêntico raciocínio é válido para o acionamento dos órgãos (polo
passivo), ou seja, será a pessoa jurídica que responderá ao processo. Isso se deve, basicamente, ao
art. 7º do Código de Processo Civil, que diz que toda pessoa que se acha no exercício de seus direitos

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tem capacidade para estar em juízo. Órgão não é pessoa, logo, não pode, em regra, situar-se como
parte no processo.

Esse entendimento é confirmado pelo STF (Pet. 3674-00/DF), para quem o órgão Conselho Nacional do
Ministério Público não pode integrar o polo passivo de ação popular. Porém, essa é mais uma daquelas
regras cercadas de exceções. É o caso dos órgãos de estatura constitucional (os independentes e os
autônomos), para defesa de suas prerrogativas ou atribuições constitucionais.

Em todo caso, esclareça-se que a capacidade processual dos órgãos, quando existente, restringe-
se à defesa de suas próprias prerrogativas institucionais, não podendo avançar na autonomia de
outras estruturas da Administração Pública.

Os demais itens estão errados. Vamos, passo a passo:

Na letra B, não é sobre qualquer assunto, mas sim para a defesa de suas próprias prerrogativas.

Na letra C, não têm personalidade jurídica.

Na letra D, não conta com personalidade jurídica, e integram, como unidade administrativa, tanto a
Administração Central, como as pessoas administrativas integrantes da Indireta.

Na letra E, há dois erros. O primeiro é que não contam com personalidade jurídica. O segundo é que só
suas próprias prerrogativas podem ser defendidas.

Questão 23: VUNESP


O conjunto de órgãos que integram as pessoas federativas, aos quais foi atribuída a competência para o
exercício, de forma centralizada, das atividades administrativas do Estado denomina-se

a) Administração Indireta.

b) Administração Direta.

c) Fundação Pública.

d) Sociedade de Economia Mista.

e) Empresa Pública.

GABARITO: B

A questão versa acerca da Administração Pública. Nesse contexto, a administração direta é o conjunto
de órgãos que integram as pessoas federativas, aos quais foi atribuída a competência para o exercício,
de forma centralizada, das atividades administrativas do Estado. Por outro lado, a Administração Indireta
é o conjunto de pessoas jurídicas vinculadas à Administração Direta que exercem atividades
administrativas de forma centralizada. Vejamos as lições de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito
Administrativo Descomplicado. 23. ed. São Paulo: Método, 2015, p. 29):

Administração direta é o conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas do Estado (União, estados,
Distrito Federal e municípios), aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de forma
centralizada, de atividades administrativas.

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Administração indireta é o conjunto de pessoas jurídicas (desprovidas de autonomia política) que,
vinculadas à administração direta, têm competência para o exercício, de forma descentralizada, de
atividades administrativas.

Por sua vez, a Administração Indireta é formada pelas Autarquias, Fundações Públicas, Empresas
Públicas e Sociedade de Economia Mista. Vejamos a tabela para delinear as principais diferenças desses
institutos:

Administração Indireta
Sociedades de
Fundações Empresas
Entidades Autarquias Economia
Públicas Públicas
Mista.

Lei irá definir:


Natureza
Direito Público
Jurídica da Direto Público Direito Privado Direito Privado
(autárquicas)
Personalidade
Ou Direito Privado.

Serviços de Atua no
Atua no
interesse da Domínio
Domínio
Tipo de Serviços de Administração Econômico ou
Econômico ou
Serviços Estado Pública. Presta
Presta Serviços
(finalidade: Serviços
Públicos.
interesse coletivo) Públicos.

Direito Público: Direito Público:


Regime de Regime de
impenhoráveis, impenhoráveis,
Regime de Direito Privado Direito Privado
não oneráveis, não oneráveis,
Bens Mitigado. Bens Mitigado. Bens
inalienáveis e inalienáveis e
penhoráveis. penhoráveis.
imprescritíveis. imprescritíveis.

Atividades-fim: Atividades-fim:
Formalização sem licitação. sem licitação.
Licitação Licitação
de Contratos Atividades- Atividades-
meio: licitação meio: licitação.

Autonomia Autonomia Autonomia Autonomia


Administração Administrativa e Administrativa e Administrativa Administrativa e
Financeira Financeira e Financeira Financeira
Imunidade
Tributária
Privilégios próprios
Recíproca e Sem
Privilégios da fazenda Sem privilégios
Privilégios próprios privilégios
pública
da fazenda
pública
Celetistas Celetistas
Regime de
Estatutários Estatutários (emprego (emprego
Pessoal
público) público)

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Capital misto.
51%
(majoritário)
Formação de Descentralização Descentralização Capital 100%
público o
Capital do Capital Público. do Capital Público. público.
restante sempre
poderá ser
privado.

Autarquias
comuns. Agências Fundação de
Reguladoras. Direito Público Qualquer forma Sempre
Forma Jurídica Agências (autárquicas) admitida em Sociedade
Executivas ou de Direito direito. Anônima.
(contratos de Privado.
gestão)

Questão 24: CEBRASPE (CESPE)


Com referência às características dos órgãos e das entidades da administração direta e indireta federal,
julgue o seguinte item.

O Ministério da Educação é um exemplo de órgão componente da administração pública direta integrado


à estrutura administrativa da União.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

Em âmbito federal, o conceito de órgão público é encontrado na lei geral de processo administrativo (Lei
9.784/1999), no § 2.º do art. 1.º:

§ 2.º Para os fins desta Lei, consideram-se:


I – órgão – a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da
Administração indireta; [...].
Perceba que, em leitura atenta ao dispositivo, os órgãos integram a estrutura da Administração Direta e
Indireta. Os órgãos públicos não configuram entidades concretas, mas sim abstrações do mundo jurídico,
às quais se atribui titularidade de algumas competências. Os órgãos são reais, uma vez que possuem
existência jurídica; contudo, são abstratos.

Os órgãos públicos podem ser entendidos como um centro de competências despersonalizado, ou seja,
uma “unidade que congrega atribuições exercidas pelos agentes públicos que o integram, com o objetivo
de expressar a vontade do Estado”, na excelente definição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro.

Por conseguinte, os órgãos atuam em nome do Estado, não tendo personalidade jurídica (são
despersonalizados), tampouco vontade própria, mas expressam a vontade da entidade a que pertencem,
nas áreas de suas atribuições e nos limites de sua competência funcional.

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Cumpre ressaltar, ainda, que os órgãos são criados por meio da desconcentração, a qual para Maria
Sylvia Zanella Di Pietro deve ser entendida como “uma distribuição interna de competências, ou seja,
uma distribuição de competências dentro da mesma pessoa jurídica”.

As tarefas ou atividades são distribuídas de um centro para setores periféricos ou de escalões superiores
para escalões inferiores, dentro da pessoa jurídica (repartição pública). Por exemplo: O Poder Executivo
Federal pode ser desconcentrado em Ministérios (entre outros órgãos), como da Saúde, da Educação,
do Trabalho e Previdência Social, da Cultura, dos Transportes, logo, em diversas áreas temáticas
(desconcentração por matéria ou temática).

Questão 25: FCC


Administração pública, em seu sentido subjetivo, compreende não apenas os órgãos integrantes da
chamada Administração direta, mas também

a) as pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração indireta, que atuam no domínio
econômico, como expressão da atividade de fomento, assim entendidas as empresas públicas e as
sociedades de economia mista.

b) os órgãos dos poderes legislativo e judiciário, tendo em vista a parcela de atuação administrativa que
lhes é cometida para atender concretamente às necessidades coletivas.

c) as concessionárias e permissionárias de serviço público que estejam ligadas à Administração direta


por vínculos jurídicos de autorização, delegação ou concessão.

d) as pessoas jurídicas de direito público, criadas por lei para desempenharem atividade tipicamente
administrativa, assim entendidas as autarquias e fundações governamentais.

e) as pessoas jurídicas com personalidade de direito público ou privado, criadas para execução de
serviço público como decorrência da descentralização e com base no princípio da especialização.

GABARITO: E

O conceito de Administração pública em sentido orgânico (formal ou subjetivo), é aquele no qual se define
a administração pública como um conjunto de órgãos, pessoas jurídicas e agentes do ordenamento
jurídico, ou seja, neste sentido, Administração Pública é o que a Constituição e as leis dizem que é.
Vejamos nas lições de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo Descomplicado. 23.
ed. São Paulo: Método, 2015, p. 20):

Administração pública em sentido formal, subjetivo ou orgânico é o conjunto de órgãos, pessoas jurídicas
e agentes que o nosso ordenamento jurídico identifica como administração pública, não importa a
atividade que exerçam (como regra, evidentemente, esses órgãos, entidades e agentes desempenham
função administrativa). O Brasil adota o critério formal de administração pública. Portanto, somente é
administração pública, juridicamente, aquilo que nosso direito assim considera, não importa a atividade
que exerça. A administração pública, segundo nosso ordenamento jurídico, é integrada exclusivamente:
(a) pelos órgãos integrantes da denominada administração direta (são os órgãos integrantes da estrutura
de uma pessoa política que exercem função administrativa); e
(b) pelas entidades da administração indireta.

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Desse modo, além dos órgãos que compõem a administração direta mas também as pessoas jurídicas
com personalidade de direito público ou privado, criadas para execução de serviço público como
decorrência da descentralização e com base no princípio da especialização.

Analisando as demais alternativas, temos o seguinte:

a) as pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração indireta, que atuam no


domínio econômico, como expressão da atividade de fomento, assim entendidas as empresas
públicas e as sociedades de economia mista.

Incorreto. Não só as pessoas jurídicas de direito privado, mas também as pessoas jurídicas de direito
público (autarquias e fundações autárquicas) compõem a administração em sentido subjetivo.

b) os órgãos dos poderes legislativo e judiciário, tendo em vista a parcela de atuação


administrativa que lhes é cometida para atender concretamente às necessidades coletivas.

Incorreto. Em sentido formal (orgânico ou subjetivo), a administração é formada por órgãos da


administração direta e pelas entidades da Administração Indireta.

c) as concessionárias e permissionárias de serviço público que estejam ligadas à Administração


direta por vínculos jurídicos de autorização, delegação ou concessão.

Incorreto. As concessionárias e permissionárias de serviço público, em critério nenhum, integram a


Administração.

d) as pessoas jurídicas de direito público, criadas por lei para desempenharem atividade
tipicamente administrativa, assim entendidas as autarquias e fundações governamentais.

Incorreto. Nem só as pessoas de direito público, mas também as pessoas de direito privado, mesmo que
exerçam atividades de exploração econômica, pois somente é administração pública, juridicamente,
aquilo que nosso direito assim considera, não importa a atividade que exerça.

Questão 26: FCC


No que concerne aos órgãos públicos, é correto afirmar:

a) A criação e extinção dos órgãos públicos independem de lei.

b) No desempenho das atividades inerentes a sua competência, os órgãos públicos atuam em nome da
pessoa jurídica de que fazem parte.

c) Os órgãos públicos têm personalidade jurídica própria.

d) A regra geral é a de que os órgãos públicos detêm capacidade processual.

e) Os órgãos públicos são unidades de atuação integrantes apenas da estrutura da Administração direta,
haja vista que as unidades de atuação integrantes da estrutura da Administração indireta denominam-se
entidades.

GABARITO: B

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A questão versa acerca dos órgãos públicos. Nesse contexto, vamos analisar os itens para encontrar a
resposta correta.

a) A criação e extinção dos órgãos públicos independem de lei.

Incorreto. Tanto a criação, como a extinção de órgãos públicos dependem da edição de Lei de iniciativa
privativa do Presidente da República, conforme o art. 61, § 1º, inciso II, alínea "e", da CF:

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao
Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos,
na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as LEIS que:
[...]
II - disponham sobre:
[...]
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art.
84, VI;

b) No desempenho das atividades inerentes a sua competência, os órgãos públicos atuam em


nome da pessoa jurídica de que fazem parte.

Correto. A atuação dos órgãos é imputada à pessoa jurídica que eles integram. Por sua vez,
a representação jurídica é atribuição de determinados agentes públicos. Confira-se nas lições de Hely
Lopes Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 73):

A atuação dos órgãos é imputada à pessoa jurídica que eles integram, mas nenhum órgão a representa
juridicamente. A representação legal da entidade é atribuição de determinados agentes (pessoas físicas),
tais como os Procuradores judiciais e administrativos e, em alguns casos, o próprio Chefe do Executivo
(CPC/73, art. 12, 1, II e VI - CPC/2015, art. 75, 1 a IV). Não se confunda, portanto, a imputação da
atividade funcional do órgão à pessoa jurídica com a representação desta perante a Justiça ou terceiros:
a imputação é da atuação do órgão à entidade a que ele pertence; a representação é perante terceiros
ou em juízo, por certos agentes.

c) Os órgãos públicos têm personalidade jurídica própria.

Incorreto. Os órgãos não têm vontade própria, tampouco personalidade jurídica. É o que nos diz Hely
Lopes Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 72):

Por isso mesmo, os órgãos não têm personalidade jurídica nem vontade própria, que são atributos do
corpo e não das partes, mas na área de suas atribuições e nos limites de sua competência funcional
expressam a vontade da entidade a que pertencem e a vinculam por seus atos, manifestados através de
seus agentes (pessoas físicas).

d) A regra geral é a de que os órgãos públicos detêm capacidade processual.

Incorreto. Os órgãos não possuem personalidade jurídica, mas é pacífico que somente os órgãos
autônomos e independentes possuem capacidade processual, isto é, a capacidade de atuar em juízo por
si próprio, ou seja, não se trata de uma regra geral. Neste sentido, confira-se Hely Lopes Meirelles (Direito
Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 73):

Essa capacidade processual, entretanto, só a têm os órgãos independentes e os autônomos, visto que
os demais - superiores e subalternos -, em razão de sua hierarquização, não podem demandar

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judicialmente outros órgãos, uma vez que seus conflitos de atribuições serão resolvidos
administrativamente pelas chefias a que estão subordinados.

e) Os órgãos públicos são unidades de atuação integrantes apenas da estrutura da Administração


direta, haja vista que as unidades de atuação integrantes da estrutura da Administração indireta
denominam-se entidades.

Incorreto. A criação de órgãos públicos é fruto da desconcentração administrativa. Com efeito, a


desconcentração administrativa poderá também ocorrer nas pessoas jurídicas componentes da
Administração Indireta, conforme explicam Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo
Descomplicado. 23. ed. São Paulo: Método, 2015, p. 27):

Ocorre desconcentração administrativa quando uma pessoa política ou uma entidade da administração
indireta distribui competências no âmbito de sua própria estrutura a fim de tomar mais ágil e eficiente a
prestação dos serviços. Vale repetir, desconcentração envolve, obrigatoriamente, uma só pessoa jurídica.

Questão 27: VUNESP


A administração pública tem como objetivo trabalhar a favor do interesse público e dos direitos e
interesses dos cidadãos que administra. A descentralização administrativa, que significa que alguns
interessados podem participar de forma efetiva na gestão de serviços, ocorre na administração pública

a) indireta.

b) diretiva.

c) informal.

d) provisória.

e) direta.

GABARITO: A

A administração pública tem como objetivo trabalhar a favor do interesse público e dos direitos e
interesses dos cidadãos que administra. A descentralização administrativa, que significa que
alguns interessados podem participar de forma efetiva na gestão de serviços, ocorre na
administração pública

a) indireta.
b) diretiva.
c) informal.
d) provisória.
e) direta.

A descentralização administrativa envolve a distribuição de competências entre pessoas jurídicas


distintas. Nessa perspectiva, o Estado cria ou autoriza a criação, por meio de lei, de uma entidade
administrativa distinta e a ela transfere a titularidade e a execução de determinado serviço (em alguns
casos, somente a execução). Exemplo típico da descentralização são as entidades administrativas que
compõem a administração indireta (autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de

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economia mista, concessionários e permissionários). Por envolver pessoas jurídicas distintas, na
descentralização não há hierarquia, mas apenas supervisão do ministério competente (supervisão
ministerial, controle finalístico ou tutela).

Vamos analisar as nossas alternativas!

A administração pública tem como objetivo trabalhar a favor do interesse público e dos direitos e
interesses dos cidadãos que administra. A descentralização administrativa, que significa que
alguns interessados podem participar de forma efetiva na gestão de serviços, ocorre na
administração pública

a) indireta.

CORRETO. É o nosso gabarito. A administração indireta é uma estrutura decorrente da técnica de


descentralização administrativa. Aqui, podemos citar: as autarquias, fundações, empresas públicas e
sociedades de economia mista. A administração pública indireta também permite que alguns interessados
possam participar de forma efetiva na gestão de serviços por meios dos contratos de concessão e
permissão (nesse caso, são particulares de fato, que estão exercendo alguma atividade ou serviço de
interesse público).

b) diretiva.

INCORRETO. Não existe a classificação de administração pública diretiva.

c) informal.

INCORRETO. Não existe a classificação de administração pública informal.

d) provisória.

INCORRETO. Não existe a classificação de administração pública provisória.

e) direta.

INCORRETO. A administração pública direta não permite a participação de interessados na gestão de


serviços, pois nesse caso, é o próprio Estado que atua, por meio de sua própria estrutura e agentes.

Questão 28: VUNESP


Assinale a alternativa correta a respeito das autarquias.

a) São pessoas jurídicas de direito público, com capacidade política e de auto-organização.

b) Possuem várias prerrogativas processuais, como prazos diferenciados e impenhorabilidade de bens.

c) Gozam de prazo prescricional especial e não se submetem ao regime de precatórios no pagamento


de seus débitos.

d) Possuem Imunidade tributária relativa a impostos e taxas e todos os seus bens são inalienáveis e
insuscetíveis à usucapião.

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e) Exercem atividades de Estado, como regra, mas podem desempenhar atividades comerciais ou
industriais quando autorizadas por lei.

GABARITO: B

A questão versa sobre a Administração Indireta, mais precisamente sobre as autarquias. Nesse contexto,
vamos analisar os itens para encontrar a resposta correta.

a) São pessoas jurídicas de direito público, com capacidade política e de auto-organização.

Incorreto. As autarquias são entidades meramente administrativas, não possuindo capacidade política,
ou seja, não possuem capacidade de legislar, de criar, de forma inaugural, o próprio direito, como os
entes federativos que compõem a República. É o que nos avisa Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo
(Direito Administrativo Descomplicado. 23. ed. São Paulo: Método, 2015, p. 50):

A autarquia é uma entidade meramente administrativa, não possui natureza política. O seu caráter
exclusivamente administrativo é que a distingue dos entes federados, das chamadas pessoas
políticas (União, estados, Distrito Federal e municípios), dotadas de autonomia política: poder de auto-
organização (edição da respectiva Constituição ou Lei Orgânica) e capacidade de legislar, de criar, de
forma inaugural, o próprio direito, dentro das competências que lhes foram outorgadas pela
Constituição da República.

b) Possuem várias prerrogativas processuais, como prazos diferenciados e impenhorabilidade de


bens.

Correto. De fato, as autarquias possuem todas as prerrogativas especiais da fazenda pública,


incluindo prazos diferenciados e impenhorabilidade de bens, conforme acentua Alexandre Mazza (Manual
de Direito Administrativo. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2019, p. 211-212):

f) seus bens são públicos (art. 98 do Código Civil): os bens pertencentes às autarquias são revestidos
dos atributos da impenhorabilidade, inalienabilidade e imprescritibilidade;
[...]
j) possuem as prerrogativas especiais da Fazenda Pública: as autarquias possuem todos os privilégios
processuais característicos da atuação da Fazenda Pública em juízo, como prazos em dobro para
recorrer, contestar e responder recurso), desnecessidade de adiantar custas processuais e de anexar
procuração do representante legal, dever de intimação pessoal, execução de suas dívidas pelo sistema
de precatórios etc.;

c) Gozam de prazo prescricional especial e não se submetem ao regime de precatórios no


pagamento de seus débitos.

Incorreto. Conforme vimos acima, as autarquias submetem-se ao regime de precatórios no pagamento


de seus débitos.

d) Possuem Imunidade tributária relativa a impostos e taxas e todos os seus bens são
inalienáveis e insuscetíveis à usucapião.

Incorreto. As autarquias são imunes somente a impostos, o que não engloba taxas, contribuições de
melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais, que devem ser cobrados. Vejamos com
Alexandre Mazza (Manual de Direito Administrativo. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2019, p. 211):

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e) são imunes a impostos: por força do art. 150, § 2º, da Constituição Federal, autarquias não pagam
nenhum imposto. Em razão de a norma mencionar somente impostos, taxas, contribuições de
melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais, são devidos normalmente;

e) Exercem atividades de Estado, como regra, mas podem desempenhar atividades comerciais ou
industriais quando autorizadas por lei.

Incorreto. As autarquias não podem desenvolver atividades econômicas ou industriais, pois somente
pode desempenhar atividades típicas da Administração Pública, conforme determina Alexandre Mazza
(Manual de Direito Administrativo. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2019, p. 211):

d) nunca exercem atividade econômica: autarquias somente podem desempenhar atividades típicas
da Administração Pública (art. 5º, I, do Decreto-Lei n. 200/67), como prestar serviços públicos, exercer
o poder de polícia ou promover o fomento. É conceitualmente impossível autarquia exercer atividade
econômica porque, ao ser atribuída legalmente a uma autarquia, automaticamente a atividade sai do
domínio econômico e se transforma em serviço público;

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Aspectos Constitucionais pertinentes
aos Servidores Públicos
Questão 1: CEBRASPE (CESPE)
Acerca de provimento e vacância de cargo, emprego ou função pública, julgue o item seguinte.

A partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, o provimento de função pública ocorre somente
mediante aprovação em concurso público de provas e títulos.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

A partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, o provimento de função pública ocorre


somente mediante aprovação em concurso público de provas e títulos.

De partida, vejamos o disposto na CF:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;

Ou seja, não há só cargos e empregos dentro da Administração. Há também as funções públicas. Vale
aqui a máxima de que todos os cargos têm suas funções, mas há funções sem que titulem cargos, veja
o exemplo dos tabeliães, os quais assumem mera função pública.

E será que todos mediante concurso público? Outra passagem da CF, no art. 37:

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de


provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração;

Fala-se em cargo e emprego. Não há, de regra, concurso público para funções.

E há também exceção para cargos. Vou citar só uma das passagens constitucionais. Confira:

Art. 37. V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo,
e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento;

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Questão 2: VUNESP
O Poder Executivo Municipal realiza concurso público para o provimento de cargos de fiscal tributário. O
concurso demora um ano para ser finalizado, com a publicação da lista de aprovados, em março de 2017.
No mês de abril de 2017, quando ia ser dada posse aos novos fiscais, o Poder Executivo verifica que o
limite prudencial da lei de responsabilidade fiscal foi atingido, impedindo a nomeação e a posse.
Paralelamente, a Municipalidade enfrenta uma redução de arrecadação de impostos em razão da grave
crise econômica que aflige o país. Nesse caso, os aprovados no concurso

a) possuem direito subjetivo à nomeação, independentemente do prazo de duração da situação


impeditiva de sua nomeação e posse.

b) cessada a situação impeditiva, poderão ser nomeados, desde que dentro do prazo de validade do
concurso público, que é de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período.

c) possuem direito subjetivo à nomeação, que deverá ocorrer no prazo máximo de três anos.

d) deverão ser nomeados no prazo improrrogável previsto no edital de convocação, independentemente


da cessação da situação impeditiva.

e) perdem o direito à nomeação, devendo prestar novo concurso após a cessação da situação impeditiva,
independentemente do prazo.

GABARITO: B

A regra atual é que o concursando tem direito à nomeação caso aprovado dentro do número de vagas.
Esse dever, porém, não há de se cumprir “a ferro e fogo”, isto é, há situações em que o dever de nomear
aqueles que tenham sido aprovados em vagas previstas em um edital pode ser posto de lado.

Sobre o tema, no RE 598099/MS, o STF abriu uma fenda para “situações excepcionalíssimas”, enfim,
que justifiquem soluções diferenciadas devidamente motivadas de acordo com o interesse público. Não
se pode ignorar que determinadas situações excepcionais podem exigir a recusa da administração de
nomear novos servidores. E, por excepcionais, tais situações devem apresentar as seguintes
características:

- Superveniência – eventuais fatos ensejadores de uma situação excepcional devem ser


necessariamente posteriores à publicação de edital do certame público;

- Imprevisibilidade – a situação deve ser determinada por circunstâncias extraordinárias à época da


publicação do edital;

- Gravidade – os acontecimentos extraordinários e imprevisíveis devem ser extremamente graves,


implicando onerosidade excessiva, dificuldade ou mesmo impossibilidade de cumprimento efetivo das
regras do edital;

- Necessidade – a administração somente pode adotar tal medida quando não existirem outros meios
menos gravosos para lidar com a situação excepcional e imprevisível.

Enfim, na situação concreta, é possível que a Administração Pública não nomeie alguém que tenha sido
aprovado em vagas previstas em um edital, desde que existentes determinadas condicionantes, como é
o caso do atingimento do limite prudencial da lei de responsabilidade fiscal.

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Claro que a situação pode ser alterada, dentro do prazo de validade do concurso, que, no caso, é de 2
anos, prorrogáveis por igual período.

Questão 3: CEBRASPE (CESPE)


A respeito do preenchimento de vagas na administração pública federal por meio da realização de
concurso público, assinale a opção correta.

a) O concurso público é necessário ao provimento de cargo público, mas dispensável na contratação para
emprego público.

b) Os aprovados em concurso público, uma vez investidos no cargo público, ficam obrigados à dedicação
exclusiva.

c) O poder público tem a faculdade de estabelecer, ou não, um prazo de validade para concursos públicos.

d) Os cargos públicos somente são acessíveis aos brasileiros natos ou naturalizados.

e) O provimento de vagas tanto na administração direta quanto na indireta deve ser feito por concurso
público.

GABARITO: E

e) O provimento de vagas tanto na administração direta quanto na indireta deve ser feito por concurso
público.

Assim prevê a CF:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;

O princípio do concurso público aplica-se, de fato, a toda a Administração Direta e indireta, incluídas as
empresas governamentais.

Os demais itens estão errados:

a) O concurso público é necessário ao provimento de cargo público, mas dispensável na contratação para
emprego público.

Exigível, inclusive, para empregos.

b) Os aprovados em concurso público, uma vez investidos no cargo público, ficam obrigados à dedicação
exclusiva.

A dedicação exclusiva é uma faculdade de determinadas carreiras. Exemplo dos institutos técnicos.

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c) O poder público tem a faculdade de estabelecer, ou não, um prazo de validade para concursos
públicos.

Não é uma faculdade. A validade é de até 2 anos, prorrogável por igual período.

d) Os cargos públicos somente são acessíveis aos brasileiros natos ou naturalizados.

E aos estrangeiros, nos termos da lei.

Questão 4: VUNESP
Um prefeito recém-eleito de um pequeno município paulista, disposto a melhorar a educação, decidiu que
deveria agir adotando como prioridade a contratação de novos professores. Nesse sentido, entrou em
contato com o gestor de Recursos Humanos da Secretaria Municipal de Educação que argumentou,
corretamente, o seguinte:

a) é possível a contratação imediata, porque foi realizado um concurso para professores há mais de 4
anos, mas não se chegou à convocação dos aprovados.

b) é possível a contratação imediata, pois foi realizado um concurso para professores há menos de 2
anos da atual gestão.

c) não é possível a contratação imediata de novos professores porque os concursos para docentes
ocorreram há 1 ano do atual mandato.

d) não é possível a contratação imediata de novos professores, pois o último concurso para docentes
ocorreu há 1 ano e meio do atual mandato.

e) a contratação imediata de professores depende da habilidade de o prefeito vender a ideia de “urgência”


dessa demanda aos vereadores e governador.

GABARITO: B

Assim dispõe a CF, de 1988:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(...)
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;

Ou seja, se há um concurso público em andamento, e dentro do prazo de validade, o Prefeito poderá sim
efetuar a contratação imediata.

Os demais itens estão errados:

a) é possível a contratação imediata, porque foi realizado um concurso para professores há mais de 4
anos, mas não se chegou à convocação dos aprovados.

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Impossível. O prazo de validade poderia ter sido de 2 anos, ok. E prorrogável por mais 2 anos, logo
teríamos o prazo máximo de validade de 4 anos.

c) não é possível a contratação imediata de novos professores porque os concursos para docentes
ocorreram há 1 ano do atual mandato.

Não houve qualquer menção na questão sobre o prazo de validade do edital, logo, adotamos o prazo de
até 2 anos. Assim, poderá sim o Prefeito efetuar a contratação.

d) não é possível a contratação imediata de novos professores, pois o último concurso para docentes
ocorreu há 1 ano e meio do atual mandato.

Se há um ano, ainda está dentro de possível validade.

e) a contratação imediata de professores depende da habilidade de o prefeito vender a ideia de “urgência”


dessa demanda aos vereadores e governador.

Não há esta necessidade. Ao contrário disso, é dever do Prefeito nomear os aprovados dentro do número
de vagas prevista no Edital.

Questão 5: VUNESP
Também conhecido(a) como instrumento convocatório, é o ato que veicula as normas que irão reger o
certame. Deve estabelecer os critérios da seleção e regulamentar todo procedimento a ser seguido. Trata-
se

a) do concurso público.

b) da lista de cargos a serem providos.

c) do ato administrativo de caráter informativo.

d) do edital do concurso.

e) da banca realizadora do certame.

GABARITO: D

A questão versa acerca do concurso público. Nesse contexto, o instrumento convocatório que veicula as
normas que irão reger o certame e estabelecerão os critérios da seleção e regulamentarão todo
procedimento a ser seguido é o edital do concurso, conforme informa José dos Santos Carvalho Filho
(Manual de Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014, p. 659, grifamos):

É o caso, por exemplo, de exibição da carteira de identidade (ou apresentação de cópia) para a
identificação do candidato, ou de exibição de procuração, quando se trata de inscrição feita por
mandatário em favor de terceiro. Tais requisitos, como é óbvio, devem estar previstos no edital do
concurso, que é o regime jurídico disciplinador do certame. Qualquer requisito de inscrição exigido
sem previsão no edital constitui inegável abuso de poder.

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Questão 6: IADES
Acerca das normas gerais adotadas na realização de concursos públicos, assinale a alternativa correta.

a) Candidatos com até 75 anos de idade poderão inscrever-se.

b) Os concursos terão a validade de até cinco anos.

c) Os requisitos previstos no edital serão comprovados no ato da posse.

d) A participação de sindicatos ou conselhos de classe na comissão organizadora é proibida.

e) A publicação de edital, na vigência do prazo de validade de concurso anterior, para o mesmo cargo é
permitida, se ainda houver candidato aprovado e não convocado para a investidura.

GABARITO: C

Em relação ao momento de exigência de requisitos para o exercício das atribuições do cargo, a


Súmula 266 do STJ dispõe que as qualificações necessárias devem ser cumpridas quando do ato de
posse, e não no momento de inscrição no certame público. Esta súmula aplica-se às carreiras públicas
em geral.

Só um detalhe. Quanto ao ingresso na magistratura, o Supremo Tribunal afastou a aplicação da Súmula,


para autorizar que o edital exija três anos de atividade jurídica no ato de inscrição do concurso público.
Relativamente ao ingresso na carreira do Ministério Público, a Resolução 87/2012 do Conselho Nacional
do Ministério Público é parelha à Súmula 266 do STJ, exigindo-se a comprovação de três anos de
atividade jurídica no ato da posse do candidato aprovado em todas as fases do concurso público.

Os demais itens estão errados:

a) Candidatos com até 75 anos de idade poderão inscrever-se.

O prazo da aposentadoria compulsória é de 75 anos, e, por isso, não poderão tomar posse em cargo
público. Porém, fica uma crítica à formulação. Será que uma pessoa com 80 anos pode ser impedida de
fazer um concurso público? Será que alguém com 17 anos pode ser impedida de fazer concurso público?
Será que alguém sem nível superior pode ser impedida de fazer o concurso público? Enfim, de pelo
menos se inscrever no concurso? Acredito que não. Não existe este impedimento.

b) Os concursos terão a validade de até cinco anos.

O prazo máximo é de 4 anos. Previu-se o prazo de até 2 anos, prorrogáveis, logo, máximo de 4 anos.

d) A participação de sindicatos ou conselhos de classe na comissão organizadora é proibida.

Não há qualquer proibição, até como forma de controle do perfil dos novos servidores.

e) A publicação de edital, na vigência do prazo de validade de concurso anterior, para o mesmo cargo é
permitida, se ainda houver candidato aprovado e não convocado para a investidura.

Na lei 8.112, é vedado novo concurso se ainda houver aprovados no concurso anterior. Só um detalhe.
A questão não menciona a lei 8.112, de forma que podemos tomar como base a CF. E esta não veda a
realização de novo concurso, ainda que existam aprovados. A cautela da Administração será apenas dar
preferência aos aprovados no concurso anterior.

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Questão 7: FGV
João foi aprovado em concurso público para o cargo efetivo de Analista Financeiro da Secretaria Estadual
de Fazenda, obtendo classificação dentro do número de vagas oferecidas no edital do certame. Ao final
do prazo de validade do concurso, por não ter sido convocado, João ingressou com medida judicial
pleiteando sua nomeação e posse.

De acordo com a atual jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre a matéria, o pleito de João:

a) não merece prosperar, pois o candidato aprovado em concurso público, ainda que dentro do número
de vagas ofertadas no edital, possui apenas expectativa de direito à nomeação, em razão do princípio da
discricionariedade;

b) não merece prosperar, pois João deveria ter comprovado que foi preterido por outro candidato
aprovado fora do número de vagas ou que a ordem de classificação do concurso foi burlada;

c) não merece prosperar, pois João deveria ter comprovado que foi preterido em razão da nomeação, a
título precário, de pessoa contratada sem prévio concurso público para desempenhar as mesmas funções
de Analista Financeiro;

d) merece prosperar, pois João possui direito subjetivo à nomeação, cuja necessidade é presumida a
partir da previsão editalícia do número de vagas, em respeito aos princípios da boa-fé e segurança
jurídica;

e) merece prosperar, pois João possui direito líquido e certo à nomeação, cuja necessidade é presumida
em relação a todos os candidatos aprovados no concurso, inclusive além do número de vagas.

GABARITO: D

A questão versa acerca do concurso público e seu entendimento jurisprudencial. Nesse contexto,
como João foi aprovado em concurso público dentro do número de vagas oferecidas no edital do certame,
o seu pleito merece prosperar, pois João possui direito subjetivo à nomeação, cuja necessidade é
presumida a partir da previsão editalícia do número de vagas, em respeito aos princípios da boa-fé e
segurança jurídica, conforme entendimento consolidado do STF, desde de 2011. Vejamos:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO — CONCURSO PÚBLICO — DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO —


PRECEDENTE DO PLENO — AGRAVO DESPROVIDO. [...] RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. TEMA 784 DO
PLENÁRIO VIRTUAL. CONTROVÉRSIA SOBRE O DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO DE
CANDIDATOS APROVADOS ALÉM DO NÚMERO DE VAGAS PREVISTAS NO EDITAL DE
CONCURSO PÚBLICO NO CASO DE SURGIMENTO DE NOVAS VAGAS DURANTE O PRAZO DE
VALIDADE DO CERTAME. MERA EXPECTATIVA DE DIREITO À NOMEAÇÃO. ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA. SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS. IN CASU, A ABERTURA DE NOVO CONCURSO PÚBLICO
FOI ACOMPANHADA DA DEMONSTRAÇÃO INEQUÍVOCA DA NECESSIDADE PREMENTE E
INADIÁVEL DE PROVIMENTO DOS CARGOS. INTERPRETAÇÃO DO ART. 37, IV, DA CONSTITUIÇÃO
DA REPÚBLICA DE 1988. ARBÍTRIO. PRETERIÇÃO. CONVOLAÇÃO EXCEPCIONAL DA MERA
EXPECTATIVA EM DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO. PRINCÍPIOS DA EFICIÊNCIA, BOA-FÉ,
MORALIDADE, IMPESSOALIDADE E DA PROTEÇÃO DA CONFIANÇA. FORÇA NORMATIVA DO
CONCURSO PÚBLICO. INTERESSE DA SOCIEDADE. RESPEITO À ORDEM DE APROVAÇÃO.
ACÓRDÃO RECORRIDO EM SINTONIA COM A TESE ORA DELIMITADA. RECURSO
EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O postulado do concurso público traduz-se na
necessidade essencial de o Estado conferir efetividade a diversos princípios constitucionais, corolários

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do merit system, dentre eles o de que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza
(CRFB/88, art. 5º, caput). 2. O edital do concurso com número específico de vagas, uma vez
publicado, faz exsurgir um dever de nomeação para a própria Administração e um direito à
nomeação titularizado pelo candidato aprovado dentro desse número de vagas. Precedente do
Plenário: RE 598.099 - RG, Relator Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, DJe 03-10-2011.
[...]
Assim, a discricionariedade da Administração quanto à convocação de aprovados em concurso público
fica reduzida ao patamar zero (Ermessensreduzierung auf Null), fazendo exsurgir o direito subjetivo
à nomeação, verbi gratia, nas seguintes hipóteses excepcionais: i) Quando a aprovação ocorrer dentro
do número de vagas dentro do edital (RE 598.099); ii) Quando houver preterição na nomeação por
não observância da ordem de classificação (Súmula 15 do STF); iii) Quando surgirem novas vagas,
ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a preterição de
candidatos aprovados fora das vagas de forma arbitrária e imotivada por parte da administração nos
termos acima. 8. In casu, reconhece-se, excepcionalmente, o direito subjetivo à nomeação aos candidatos
devidamente aprovados no concurso público, pois houve, dentro da validade do processo seletivo e,
também, logo após expirado o referido prazo, manifestações inequívocas da Administração piauiense
acerca da existência de vagas e, sobretudo, da necessidade de chamamento de novos Defensores
Públicos para o Estado. 9. Recurso Extraordinário a que se nega provimento. 3. Ante o quadro, conheço
do agravo e o desprovejo. 4. Publiquem. Brasília, 17 de maio de 2019. Ministro MARCO AURÉLIO Relator
(STF - ARE: 1197543 PI - PIAUÍ, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 17/05/2019, Data
de Publicação: DJe-10722/05/2019)

Questão 8: CEBRASPE (CESPE)


Considerando as disposições da Constituição Federal de 1988 e a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal (STF) a respeito de agentes públicos, julgue o item a seguir.

Segundo o STF, o surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo de
certame anterior cujo prazo de validade ainda não tenha terminado, em regra, não gera automaticamente
o direito à nomeação dos candidatos aprovados no certame anterior fora das vagas previstas no edital.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

Decidiu o STF, em sede de repercussão geral, que o surgimento de novas vagas ou a abertura de novo
concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de validade do certame anterior, não gera
automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital,
ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária e imotivada pela administração, caracterizada por
comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz de revelar a inequívoca necessidade de
nomeação do aprovado durante o período de validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal
pelo candidato (RE 837.311/PI, rel. Min. Luiz Fux, dezembro/2015).

Só mais uma informação. Para o STJ, se o edital do concurso fizer previsão sobre as novas vagas, o
aprovado, ainda que fora das vagas, terá direito à nomeação. Algo do tipo: "os aprovados, ainda que fora
do número de vagas, terão direito às vagas surgidas durante o prazo de validade do certame".

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Questão 9: VUNESP
A Prefeitura Municipal de “X” abriu concurso para provimento de cargos técnicos. Houve aprovação de
candidatos além do número de vagas ofertadas no edital. Houve vacância de novos cargos após a
abertura do certame. O prazo de validade do concurso encontra-se prorrogado até 10.06.2020. O
município pretende deflagrar novo concurso. Consultado sobre a dúvida jurídica, na qualidade de
procurador jurídico do município, assinale a alternativa correta.

a) Há inviabilidade de abertura de novo certame até que sejam convocados os excedentes de concurso
anterior.

b) A pretensão de deflagrar novo concurso público, no prazo de validade do anterior, é viável desde que
os aprovados no concurso precedente sejam convocados com prioridade sobre os novos aprovados.

c) A Administração é obrigada a nomear candidato aprovado fora do número de vagas previsto no edital,
simplesmente pelo surgimento de vaga em decorrência de vacância.

d) Independentemente do prazo de validade do concurso, todos os aprovados têm direito líquido e certo
à nomeação, mesmo para as novas vagas que forem surgindo, cujo preenchimento não está sujeito a
juízo de conveniência e oportunidade da Administração.

e) A Administração é obrigada a nomear candidato aprovado fora do número de vagas previsto no edital,
sempre que a vaga é criada por Lei.

GABARITO: B

b) A pretensão de deflagrar novo concurso público, no prazo de validade do anterior, é viável desde que
os aprovados no concurso precedente sejam convocados com prioridade sobre os novos aprovados. –
certa.

Realmente, o entendimento pacificado é no sentido de que, em situações como a do caso em tela, pode
haver a realização de um novo concurso desde que se garanta a preferência da nomeação dos candidatos
aprovados no primeiro concurso. Sendo assim, a alternativa encontra-se correta.
Na lição de Ricardo Alexandre e João de Deus:
“Como se observa, o dispositivo constitucional não proíbe a abertura de novo concurso com a mesma
finalidade, ainda que vigente concurso anterior com candidatos aprovados não nomeados. Todavia, nos
termos estritos do art. 37, IV, da CF/1988 (supratranscrito), no prazo de validade, os aprovados no
primeiro concurso têm prioridade de nomeação sobre os candidatos habilitados no segundo concurso,
independentemente da classificação que tenham obtido. Nesse ponto, ressaltamos que, segundo o
entendimento do Supremo Tribunal Federal, para gozar de tal prioridade não basta ao candidato a mera
aprovação, sendo-lhe necessária também a classificação dentro do número de vagas disponibilizadas no
concurso (AI 711.504-AgR). A título de exemplo, se determinado candidato foi aprovado no primeiro
concurso, classificando-se, dentro das vagas previstas, na 100.ª colocação, terá prioridade de
convocação sobre o que ficou em 1.º lugar no segundo concurso, desde que a nomeação daquele
concursado ocorra no prazo de validade do primeiro certame.” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João
de. Direito Administrativo Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método, 2015.E-book. P. 272)

Passemos à análise das demais alternativas:

a) Há inviabilidade de abertura de novo certame até que sejam convocados os excedentes de concurso
anterior. – errada.

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Conforme fora explicitado supra, é viável a realização de um novo concurso. Portanto, alternativa
incorreta.

c) A Administração é obrigada a nomear candidato aprovado fora do número de vagas previsto no edital,
simplesmente pelo surgimento de vaga em decorrência de vacância. – errada.

De acordo com o entendimento do Suprema Tribunal Federal, o surgimento de novas vagas em


decorrência de vacância não gera, por si só, o direito subjetivo à nomeação dos candidatos aprovados
fora das vagas previstas no edital. Portanto, a alternativa encontra-se incorreta.
Vejamos a tese fixada em repercussão geral:
“O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de
validade do certame anterior, não gera automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados
fora das vagas previstas no edital, ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte
da administração, caracterizada por comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz de revelar
a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado durante o período de validade do certame, a ser
demonstrada de forma cabal pelo candidato.
Assim, o direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso público exsurge nas seguintes
hipóteses:
1 – Quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas dentro do edital;
2 – Quando houver preterição na nomeação por não observância da ordem de classificação;
3 – Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior,
e ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte da administração nos termos
acima.” STF. Plenário. RE 837311/PI, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 09/12/2015 (repercussão geral).
A título de complementação, a lição de Ricardo Alexandre e João de Deus:
“Diferentemente da situação exposta no item “c” supra, os aprovados fora das vagas previstas no edital
não têm direito adquirido à nomeação quando criados novos cargos no transcorrer do prazo de validade
do certame. É que nessa hipótese não se pode assumir que a Administração manifestou a necessidade
de admissão de novos servidores no prazo estipulado no ato convocatório, sendo-lhe lícito realizar novas
análises de conveniência e oportunidade relativas a eventuais expansões do número de servidores em
atividade (RE 607590/PR).” (ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo
Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método, 2015.E-book. P. 271)

d) Independentemente do prazo de validade do concurso, todos os aprovados têm direito líquido e certo
à nomeação, mesmo para as novas vagas que forem surgindo, cujo preenchimento não está sujeito a
juízo de conveniência e oportunidade da Administração. – errada.

Em verdade, conforme fora explicitado supra, os candidatos aprovados dentro do número de vagas
previstas no edital; o que forem preteridos na ordem de classificação; e os que, quando surgirem novas
vagas ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior forem preteridos de forma
arbitrária e imotivada por parte da administração possuem direito subjetivo à nomeação caso a
Administração.
Assim sendo, a administração motivadamente poderá fazer um novo juízo de oportunidade e
conveniência – e motivá-lo – no caso de surgirem novas vagas durante a validade do concurso e não,
necessariamente, será obrigada a nomear todos os aprovados. Ademais, sempre, deverá ser observado
o prazo de validade do concurso. Portanto, alternativa incorreta.

e) A Administração é obrigada a nomear candidato aprovado fora do número de vagas previsto no edital,
sempre que a vaga é criada por Lei. – errada.

Em verdade, conforme fora explicitado, se surgirem novas vagas durante a validade do concurso público,
a Administração Pública não poderá preterir os de candidatos aprovados de forma arbitrária e imotivada,
o que não significa, no entanto, que será obrigada a nomear os aprovados fora do número de vagas
previstas no edital. Sendo assim, alternativa incorreta.

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Questão 10: VUNESP
Recrutamento e seleção na área pública são processos que têm como objetivo preencher a vacância de
cargos públicos. A vacância de cargos públicos se dá por Exoneração, Demissão, Disponibilidade,
Aposentadoria, Posse em outro cargo e Falecimento.

O preenchimento das vagas de cargos públicos se dará por

a) elementos habilitados em concurso, no caso de preenchimento de vagas na classe inicial de carreira.

b) elementos convidados, no caso de preenchimento das vagas de cargos isolados de provimento efetivo.

c) elementos habilitados em concurso, no caso de cargos em comissão.

d) elementos convidados, no caso de funções de confiança.

e) elementos habilitados em concurso, no caso de contratação por prazo determinado.

GABARITO: A

O acesso a cargos públicos, nos termos da CF/88, deve ser efetivado da seguinte forma:
“Art. 37, II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei
de livre nomeação e exoneração;”

Partindo-se dessa premissa, vejamos as alternativas:

a) elementos habilitados em concurso, no caso de preenchimento de vagas na classe inicial de


carreira. – certa.

Realmente, os cargos públicos, como regra, devem ser preenchidos através de concurso público, e o
ingresso se dará na classe inicial da carreira.

Correta a alternativa, portanto, devendo ser assinalada.

b) elementos convidados, no caso de preenchimento das vagas de cargos isolados de provimento


efetivo. – errada.

Apenas nos casos de cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração é que a
nomeação será livre.

Cargos de provimento efetivo devem ser preenchidos via concurso público, pelo que incorreta a
alternativa.

c) elementos habilitados em concurso, no caso de cargos em comissão. – errada.

Em verdade, como exposto acima, nos casos de cargos em comissão declarados em lei de livre
nomeação e exoneração a nomeação será livre, não dependendo da prévia realização de concurso
público.

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d) elementos convidados, no caso de funções de confiança. – errada.

Em relação às funções de confiança, tem-se que elas são exclusivas dos servidores ocupantes de cargos
efetivo, e não “elementos convidados”. Nos termos constitucionais:
“Art.37, V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições
e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento;”
Logo, incorreta a alternativa.

e) elementos habilitados em concurso, no caso de contratação por prazo determinado. – errada.

Em caso de necessidade temporária de excepcional interesse público, poderá haver contratação por
tempo determinado, dispensando-se a realização de concurso público. Nesse sentido a CF/88:
“Art.37, IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a
necessidade temporária de excepcional interesse público;”

Incorreta a alternativa, portanto.

Questão 11: VUNESP


A aprovação prévia em concurso público é princípio constitucional cuja obediência

a) é facultativa para a Administração Pública indireta e obrigatória para a Administração Pública direta.

b) é obrigatória para admissão do servidor estatutário e facultativa para o servidor ou empregado


contratado pela CLT.

c) é facultativa para ingressar no quadro de pessoal das autarquias, seja como estatutário, contratado
pela CLT ou por contrato inominado.

d) é obrigatória para a Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

e) é facultativa para a contratação por tempo determinado e obrigatória para as nomeações para cargo
em comissão.

GABARITO: D

A aprovação prévia em concurso público é princípio constitucional cuja obediência

a) é facultativa para a Administração Pública indireta e obrigatória para a Administração Pública direta.
b) é obrigatória para admissão do servidor estatutário e facultativa para o servidor ou empregado
contratado pela CLT.
c) é facultativa para ingressar no quadro de pessoal das autarquias, seja como estatutário, contratado
pela CLT ou por contrato inominado.
d) é obrigatória para a Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
e) é facultativa para a contratação por tempo determinado e obrigatória para as nomeações para cargo
em comissão.

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A questão exige conhecimento do art. 37, II da Constituição.

Nesse sentido, veja:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público


de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego,
na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de
livre nomeação e exoneração;

Logo, perceba o inciso II traz dois ensinamentos a saber:

1. Todos os órgãos e entidades da Administração Direta e Indireta estão obrigados a realização concurso
público de provas ou de provas e títulos para a investidura, seja em cargo público, seja em emprego
público.
2. Os cargos em comissão são de livre nomeação e exoneração, não sendo necessária a realização de
concurso.

Questão 12: VUNESP


Considere o caso hipotético de um candidato aprovado em concurso público que teve a sua nomeação
invalidada antes da posse. A esse respeito, é correto ao afirmar que

a) o Superior Tribunal de Justiça sumulou o assunto determinando que a nomeação de funcionário


concursado pode ser desfeita antes da posse.

b) o Supremo Tribunal Federal sumulou o assunto determinando que o funcionário nomeado por
concurso não tem direito à posse.

c) o Superior Tribunal de Justiça sumulou o assunto determinando que a nomeação de funcionário sem
concurso pode ser desfeita antes da posse.

d) o Superior Tribunal de Justiça sumulou o assunto determinando que o funcionário nomeado por
concurso não tem direito à posse.

e) o Supremo Tribunal Federal sumulou o assunto determinando que o funcionário nomeado por
concurso tem direito à posse.

GABARITO: E

e) o Supremo Tribunal Federal sumulou o assunto determinando que o funcionário nomeado por
concurso tem direito à posse.

É o que prevê a Súmula 16 do STF:

Funcionário nomeado por concurso tem direito à posse

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Os demais itens estão errados, e dispensam comentários.

Vou aproveitar para comentar um pouco mais sobre o direito à posse.

Quanto à aprovação, vigora a orientação jurisprudencial de que um candidato aprovado nas vagas
previstas em um edital tem o direito subjetivo de ser nomeado. Sobre o tema, o STJ assim se
manifestou (MS 19922/AL):

JULGAMENTO
“Servidor público. Concurso. Aprovação de candidato dentro do número de vagas previstas em edital.
Direito líquido e certo à nomeação e à posse no cargo.”

Desse modo, confere-se tranquilidade aos candidatos, os quais aprovados em concurso público nas
vagas previstas no edital simplesmente não eram chamados pela Administração.

Esse entendimento do STJ é compartilhado pelo STF. No RE 598099/MS, fixou-se a orientação de


que, dentro do prazo de validade do concurso, a Administração poderá escolher o momento no qual se
realizará a nomeação, porém não poderá dispor sobre a própria nomeação, a qual é direito do estudante
aprovado. Uma vez publicado o edital do concurso com número específico de vagas, o ato da
Administração que declara os candidatos aprovados no certame cria um dever de nomeação para a
própria Administração e, portanto, um direito à nomeação titularizado pelo candidato aprovado dentro
desse número de vagas.

Questão 13: FCC


A obrigatoriedade de realização de concurso público de títulos e documentos para ingresso em cargo
público efetivo é, dentre outros fundamentos,

a) manifestação do princípio da eficiência, tendo em vista que devem ingressar no serviço público aqueles
que demonstrem capacitação e condições técnicas para exercício do cargo.

b) expressão do princípio da publicidade que rege a Administração pública, já que os editais, provas e
resultados devem ser publicados em jornais de grande circulação, ainda que fundações e empresas
estatais não estejam sujeitas a essa norma.

c) expressão do princípio da isonomia, para igualdade de oportunidade para todos os interessados no


ingresso no serviço público, não podendo ser adotadas condições diferenciadas para nenhum
participante.

d) obrigatória para o preenchimento de cargos, empregos e funções em qualquer modelo de organização


administrativa escolhido, mesmo na desconcentração em que são instituídas pessoas jurídicas para
integrar a Administração indireta.

e) passível de ser dispensada nos casos de situação emergencial, sujeitando-se o novo funcionário à
estágio probatório para, além da finalidade original, atestar a capacitação técnica.

GABARITO: A

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O princípio do concurso público é um princípio republicano, permitindo que os interessados, que observem
as regras do edital, possam concorrer aos cargos e empregos públicos em igualdade de condições. O
Estado seleciona, portanto, os melhores, os mais preparados. E, diante de tão seleto público, o Estado
almeja a prestação ótima dos serviços públicos. Com o ingresso de tais pessoas, há uma ideia de que os
serviços terão um rendimento melhor, e que serão prestados com maior eficiência administrativa. Ou seja,
além da isonomia, da moralidade e impessoalidade, não há dúvida de que o concurso público atende o
princípio da eficiência.

Os demais itens estão errados:

b) expressão do princípio da publicidade que rege a Administração pública, já que os editais, provas e
resultados devem ser publicados em jornais de grande circulação, ainda que fundações e empresas
estatais não estejam sujeitas a essa norma.

Não considero assim como expressão do princípio da publicidade, pelo menos tão diretamente. Mas o
erro mais visível na sentença é que tal princípio do concurso é extensível a toda a Administração Indireta,
seja ela de Direito Público, exemplo das autarquias, seja de Direito Privado, como é o caso das estatais
e parte das fundações públicas.

c) expressão do princípio da isonomia, para igualdade de oportunidade para todos os interessados no


ingresso no serviço público, não podendo ser adotadas condições diferenciadas para nenhum
participante.

Não há vedação de termos condições especiais para o acesso aos cargos públicos. Por exemplo,
podemos ter um concurso só para as pessoas formas em Administração ou em engenharia ou em Direito.

d) obrigatória para o preenchimento de cargos, empregos e funções em qualquer modelo de organização


administrativa escolhido, mesmo na desconcentração em que são instituídas pessoas jurídicas para
integrar a Administração indireta.

Há dois erros. O primeiro é que não há concurso público, de regra, para funções públicas. Só para
empregos e cargos. O segundo erro, mais nítido, é que a desconcentração não se confunde com a
descentralização. Esta é que supõe ou pressupõe, melhor dizendo, a existência de novas pessoas
jurídicas.

e) passível de ser dispensada nos casos de situação emergencial, sujeitando-se o novo funcionário à
estágio probatório para, além da finalidade original, atestar a capacitação técnica.

Não há essa previsão. O que pode acontecer, diante de calamidade, é a contratação temporária. E, no
caso, não haverá estágio probatório, e a pessoa nunca chegará a ser estável no serviço público.

Questão 14: VUNESP


Considere o seguinte caso hipotético:

X é aprovado em concurso público da Secretaria Municipal de Educação, para o cargo de agente


educador. Devidamente empossado e em efetivo exercício, X termina o curso superior de medicina que
estava cursando. Logo em seguida, a Prefeitura Municipal decide aproveitar os servidores que porventura
possuam ensino superior e estejam em funções de ensino médio, para tarefas mais complexas e
condizentes com o potencial de cada um. Assim promove um processo seletivo interno, destinado a ser
preenchido por servidores da Municipalidade que se enquadram nas condições supra. X participa da
seleção e é aprovado para o cargo de médico, o qual assume e passa a exercer.

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A conduta da hipotética Prefeitura Municipal está

a) incorreta, pois, embora a seleção interna seja instrumento válido, sua amplitude deve abranger
somente os servidores vinculados a um determinado órgão ou ente da Administração, não podendo,
portanto, alcançar indistintamente todos os servidores municipais.

b) correta, pois a Constituição Federal exige a realização de concursos de provas, ou provas e títulos,
mas não determina que o concurso deva ser, em todas as hipóteses, de ampla concorrência. Então, a
seleção realizada pela Municipalidade, ainda que restrita aos já integrantes da Administração Municipal,
equivale a um concurso público.

c) incorreta, pois é inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se,
sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a
carreira na qual tenha sido anteriormente investido.

d) correta, pois a Constituição Federal prevê, como forma de investidura em cargo público, a realização
de concurso público juntamente com as seleções internas, buscando que o aperfeiçoamento dos
servidores públicos seja incentivado.

e) incorreta, pois basta o ingresso na seleção interna efetuada pela Prefeitura Municipal para que X
incorra em acumulação indevida de cargos, já que a Constituição Federal estabelece, como regra geral,
que é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos.

GABARITO: C

Considere o seguinte caso hipotético:

X é aprovado em concurso público da Secretaria Municipal de Educação, para o cargo de agente


educador. Devidamente empossado e em efetivo exercício, X termina o curso superior de medicina que
estava cursando. Logo em seguida, a Prefeitura Municipal decide aproveitar os servidores que porventura
possuam ensino superior e estejam em funções de ensino médio, para tarefas mais complexas e
condizentes com o potencial de cada um. Assim promove um processo seletivo interno, destinado a ser
preenchido por servidores da Municipalidade que se enquadram nas condições supra. X participa da
seleção e é aprovado para o cargo de médico, o qual assume e passa a exercer.

A conduta da hipotética Prefeitura Municipal está

a) incorreta, pois, embora a seleção interna seja instrumento válido, sua amplitude deve abranger
somente os servidores vinculados a um determinado órgão ou ente da Administração, não podendo,
portanto, alcançar indistintamente todos os servidores municipais.
b) correta, pois a Constituição Federal exige a realização de concursos de provas, ou provas e títulos,
mas não determina que o concurso deva ser, em todas as hipóteses, de ampla concorrência. Então, a
seleção realizada pela Municipalidade, ainda que restrita aos já integrantes da Administração Municipal,
equivale a um concurso público.
c) incorreta, pois é inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor
investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo
que não integra a carreira na qual tenha sido anteriormente investido.
d) correta, pois a Constituição Federal prevê, como forma de investidura em cargo público, a realização
de concurso público juntamente com as seleções internas, buscando que o aperfeiçoamento dos
servidores públicos seja incentivado.

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e) incorreta, pois basta o ingresso na seleção interna efetuada pela Prefeitura Municipal para que X
incorra em acumulação indevida de cargos, já que a Constituição Federal estabelece, como regra geral,
que é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos.

A questão exige conhecimento dos termos da Súmula Vinculante nº 43.

Nesse sentido, a referida súmula ensina que:

• É inconstitucional;
• Toda modalidade de provimento;
• Que propicie ao servidor investir-se em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente
investido.
• sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento;

Veja:

Súmula Vinculante nº 43

É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia
aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira
na qual anteriormente investido.

Questão 15: CEBRASPE (CESPE)


Paulo participou de processo seletivo para ingresso em carreira pública federal. O edital do concurso
apresentava o quantitativo de dezoito vagas, e Paulo foi aprovado na décima terceira posição. O prazo
de validade da seleção foi prorrogado uma vez e ele ainda não foi empossado.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir.

Paulo deverá ser convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir o cargo.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

Apesar de não estar explícito na questão, parece que a banca nos questiona sobre o caso de ser realizado
novo concurso. Então, se a questão fosse reformulada, seria algo do tipo: No caso de abertura de novo
concurso, Paulo deverá ser convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir o
cargo.

Veja bem, o que a Constituição veda é a contratação de aprovado em novo concurso durante a vigência
de certame anterior. Na verdade, a CF é clara em se referir ao "prazo improrrogável previsto no edital", o
que muitos doutrinadores interpretam como sendo o prazo que corre quando o concurso é prorrogado,
pois a própria Constituição estabelece que a prorrogação deve ser uma única vez por igual período.

Vejam o que diz os incisos III e IV do art. 37 da CF-88.

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"Art. 37, CF-88

III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;

IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso


público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para
assumir cargo ou emprego, na carreira;"

Questão 16: FCC


Cargos e empregos públicos recebem da Constituição Federal de 1998 o tratamento de unidades
autônomas de atribuições, para o desempenho das quais

a) é exigida a aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos, regra de caráter absoluto,
não sujeita a exceções.

b) é exigida a aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as


nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração e as contratações
por tempo determinado, previstas em lei, para atender à necessidade temporária de excepcional interesse
público.

c) é exigida a aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos, inclusive para as


contratações por tempo determinado e para as nomeações para cargo em comissão.

d) não é exigida a aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos, mas em processo
seletivo simplificado, em razão da constitucionalização dos princípios da razoabilidade e eficiência na
gestão da coisa pública.

e) é exigida a aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos para a primeira investidura,
não o sendo para as demais, em que o acesso se dá por concurso interno.

GABARITO: B

Aqui gostaria de uma simples reprodução constitucional sobre o tema (art. 37):

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de


provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração;

Ou seja, o concurso não é uma regra absoluta. Há determinados cargos que não precisam de concurso.
Na verdade, eventual pretensão seria até inconstitucional.

Com essa informação, você conclui pela correção da letra B. E não precisamos afastar item a item, por
serem resolvidos por exclusão. Os cargos comissionados são considerados de livre escolha e
exoneração. Em provas, pode aparecer o nome demissíveis ad nutum.

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Questão 17: CEBRASPE (CESPE)
Divulgado o resultado final de um concurso público para o preenchimento de vagas em cargo público de
natureza civil, da administração direta federal, os aprovados foram nomeados.

Considerando essa situação hipotética e a legislação pertinente, julgue o item a seguir.

O cargo público em questão poderia ter sido criado por lei ou por decreto do presidente da República.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

O instrumento utilizado para a criação de cargos públicos é a lei, como previsto no inc. X do art. 48
da CF/1988. Como a criação de cargos públicos dá-se por lei, a extinção ou transformação ocorrem,
igualmente, por lei, como consequência do princípio da simetria jurídica ou paralelismo das formas. É
dizer, como se faz, desfaz-se. Se o cargo público é criado por lei, por lei deve ser extinto ou transformado.
No entanto, esta é mais uma daquelas regras com exceções. No Direito Administrativo é muito incomum
regras sem exceções. Sobre o tema, o inc. VI do art. 84 da CF/1988 possibilita que, por decreto
autônomo, cargos públicos sejam extintos, com o detalhe de que devem estar vagos.

Ou seja, o decreto não é hábil para criar cargos, mas a extinção pode ser procedida, isso se o cargo
estiver vago.

Questão 18: CEBRASPE (CESPE)


Divulgado o resultado final de um concurso público para o preenchimento de vagas em cargo público de
natureza civil, da administração direta federal, os aprovados foram nomeados.

Considerando essa situação hipotética e a legislação pertinente, julgue o item a seguir.

O concurso público foi necessário porque se tratava de provimento de cargo público na administração
direta; seria dispensável se a contratação fosse para emprego público na administração indireta federal.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: ERRADO

Ao se falar em acesso a cargos e a empregos públicos, o que primeiro vem à mente? Devo fazer um
concurso público para isso! Pois é.

De fato, a regra é a realização prévia de concurso público para o acesso a cargos efetivosou empregos
permanentes na Administração direta e indireta do Estado. Sobre o tema, façamos a leitura do inc. II do
art. 37 da CF/1988:

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“II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração;”

Ou seja, ainda que para empregos, o concurso público é uma exigência constitucional, daí o erro do
quesito.

Questão 19: FGV


Maria foi aprovada em 32º lugar no concurso público para técnico administrativo da Câmara Municipal de
determinada cidade do interior da Bahia, cujo edital previa 30 vagas para tal cargo efetivo. No último mês
do prazo de validade já improrrogável do concurso, Maria ingressou com requerimento administrativo na
Câmara, pleiteando sua convocação, eis que comprovou, com documentos idôneos, que dois candidatos
que estavam na sua frente desistiram da nomeação e posse.

Instado a ofertar parecer sobre a matéria de acordo com a atual jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal, o Advogado Legislativo opinou pelo:

a) indeferimento do pleito, eis que a candidata possui mera expectativa de direito à nomeação e posse,
independentemente da desistência de candidatos aprovados na sua frente;

b) indeferimento do pleito, eis que a candidata somente teria direito público subjetivo à convocação se
estivesse dentro do número de vagas oferecidas no edital e durante o prazo de validade do concurso;

c) indeferimento do pleito, eis que o ato e o momento da convocação de candidatos em concurso público
são decididos de forma discricionária pelo Administrador, não podendo o Judiciário adentrar seu mérito;

d) deferimento do pleito, eis que o direito à nomeação se estende ao candidato aprovado fora do número
de vagas previstas no edital, no limite de 10% (dez por cento) a mais do número de vagas originariamente
previstas;

e) deferimento do pleito, eis que o direito à nomeação se estende ao candidato aprovado fora do número
de vagas previstas no edital, mas que passe a figurar entre as vagas em decorrência da desistência de
candidatos classificados à sua frente.

GABARITO: E

Para o STF, o direito à nomeação também se estende ao candidato aprovado fora do número de vagas
previstas no edital, mas que passe a figurar entre as vagas em decorrência da desistência de candidatos
classificados em colocação superior. RE 916.425 AgR.

Aproveito para trazer outras situações já decididas pelo STF.

No RE 837311/PI, o STF fixou a orientação de que o surgimento de novas vagas ou a abertura de novo
concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de validade do certame anterior, não gera
automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital.
Ficam ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte da Administração,
caracterizada por comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz de revelar a inequívoca

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necessidade de nomeação do aprovado durante o período de validade do certame, a ser demonstrada
de forma cabal pelo candidato. Logo, o direito subjetivo à nomeação exsurge nas seguintes hipóteses:

1ª – Quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas previsto no edital;

2ª – Quando houver preterição na nomeação por não observância da ordem de classificação;

3ª – Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior,
e ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte da administração.

Questão 20: FGV


Maria de Souza prestou concurso para o cargo público de enfermeira junto à secretaria de saúde do
Estado de Rondônia, tendo obtido o 4º lugar no certame. O edital mencionava haver quatro vagas, mas
Maria não chegou a ser convocada, tendo expirado o prazo do certame.

Sobre o caso narrado, assinale a afirmativa correta.

a) Há direito de Maria de Souza à nomeação, já que foi aprovada dentro do número de vagas do edital.

b) Não existe direito adquirido à nomeação, por que o Estado tem o poder discricionário de nomear ou
não os aprovados.

c) O direito de Maria é o da observância da ordem de aprovação no certame, não o de ser nomeada.

d) Maria tem direito à nomeação, tanto que o Estado revalide o resultado do concurso público.

e) O concurso perdeu validade, porque o prazo do edital expirou e Maria não pode mais ser nomeada.

GABARITO: A

A questão versa acerca do Concurso Público. Nesse contexto, é certo que há direito de Maria de Souza
à nomeação, já que foi aprovada (4º lugar) dentro do número de vagas do edital (4 vagas), gerando direito
subjetivo a nomeação e não mera expectativa de direito, isto é, Maria de Souza pode exigir a nomeação,
haja vista a aprovação dentro do número de vagas gerar direito líquido e certo, devendo ser convocada
dentro do período de validade do concurso. Este é o entendimento pacificado do Supremo Tribunal
Federal. Vejamos:

[...] Tratando de situação análoga à dos autos, confiram-se os seguintes julgados: “AGRAVO
REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO.
CANDIDATO QUE PASSA A FIGURAR DENTRO DO NÚMERO DE VAGAS PREVISTAS NO EDITAL.
DESISTÊNCIA DE CANDIDATO CLASSIFICADO EM COLOCAÇÃO SUPERIOR. DIREITO SUBJETIVO
À NOMEAÇÃO. AGRAVO IMPROVIDO. I - O Plenário desta Corte, no julgamento do RE 598.099/MS,
Rel. Min. Gilmar Mendes, firmou entendimento no sentido de que possui direito subjetivo à
nomeação o candidato aprovado dentro do número de vagas previstas no edital de concurso
público. II - O direito à nomeação também se estende ao candidato aprovado fora do número de vagas
previstas no edital, mas que passe a figurar entre as vagas em decorrência da desistência de candidatos
classificados em colocação superior. Precedentes. III - Agravo regimental improvido.” (RE 643.674-AgR,
Rel. Min. Ricardo Lewandowski)“DIREITO ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. PRAZO DE
VALIDADE. EXISTÊNCIA DE VAGAS. CANDIDATOS APROVADOS. DIREITO SUBJETIVO À
NOMEAÇÃO. JURISPRUDÊNCIA PACÍFICA. ACÓRDÃO RECORRIDO DISPONIBILIZADO EM

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28.4.2008. A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que os candidatos aprovados em
concurso público têm direito subjetivo à nomeação para a posse que vier a ser dada nos cargos
vagos existentes ou nos que vierem a vagar no prazo de validade do concurso. Reconhecida pela
Corte de origem a existência de cargos vagos e de candidatos aprovados, surge o direito à nomeação.
Agravo regimental conhecido e não provido.” (AI 728.699-AgR, Relª. Minª. Rosa Weber) Em se tratando
especificamente de supostas ofensas ao princípio da legalidade, o que se pode questionar nesta sede,
em linha de princípio, é o eventual descumprimento da própria reserva legal, ou seja, da exigência de que
determinada matéria seja disciplinada por lei, e não por ato secundário. Não é disso que se trata nos
autos. A hipótese, portanto, atrai a incidência da Súmula 636/STF: “Não cabe recurso extraordinário por
contrariedade ao princípio constitucional da legalidade, quando a sua verificação pressuponha rever a
interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida.” Diante do exposto, com base
no art. 932, IV e VIII, c/c o art. 1.042, § 5º, do CPC/2015, e no art. 21, § 1º, do RI/STF, nego provimento
ao recurso. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC/2015, uma vez que não é cabível, na hipótese, condenação
em honorários advocatícios (art. 25 da Lei nº 12.016/2009 e Súmula 512/STF). Publique-se. Brasília, 06
de setembro de 2018. Ministro Luís Roberto Barroso Relator.
(STF - RE: 1156962 CE - CEARÁ, Relator: Min. ROBERTO BARROSO, Data de Julgamento: 06/09/2018,
Data de Publicação: DJe-192 13/09/2018)

Questão 21: CEBRASPE (CESPE)


Divulgado o resultado final de um concurso público para o preenchimento de vagas em cargo público de
natureza civil, da administração direta federal, os aprovados foram nomeados.

Considerando essa situação hipotética e a legislação pertinente, julgue o item a seguir.

Com a posse, os aprovados serão investidos no cargo público, mas irão adquirir estabilidade somente
após três anos de efetivo exercício.

( ) Certo
( ) Errado

GABARITO: CERTO

De fato, a investidura em cargo público dá-se com a posse. Para as funções, há designação.

E a estabilidade? É o prazo de 3 anos. Mas não é suficiente o prazo de três anos, como parece pressupor
o quesito.

Depois da EC 19/1998, para a aquisição da estabilidade, são exigidos três anos de efetivo exercício, ao
término dos quais deverá ser procedida avaliação especial de desempenho por comissão especial
instituída para esse fim (art. 41 da CF/1988). Logo, não é suficiente o decurso de prazo (requisito objetivo),
sendo necessária a avaliação especial (requisito subjetivo). Sobre o tema, a CF/1988 previu:

“Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.
(...)
§ 4.º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho
por comissão instituída para essa finalidade.”
Sinteticamente, podem ser apontadas quatro condições necessárias para aquisição da estabilidade:

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I) Aprovação em concurso público. Tal condição exclui a possibilidade de aquisição da estabilidade
para quaisquer agentes públicos que tenham vínculos empregatícios provisórios ou transitórios junto à
Administração Pública, tais como os contratados temporariamente por excepcional interesse público (inc.
IX do art. 37 da CF/1988). No entanto, ressalva-se a estabilização constitucional prevista no art. 19 do
ADCT.

II) Nomeação para cargo de provimento efetivo. Essa condição afasta a aquisição de estabilidade
pelos empregados públicos, regidos pela CLT, ou, ainda, pelos ocupantes exclusivamente de cargos
comissionados.

III) Cumprimento de estágio probatório. Enquanto não cumprido o estágio probatório, não há que se
cogitar de estabilidade. Por exemplo: o servidor cumpre 12 meses de estágio no cargo de Analista
Tributário. Depois, mais 12 meses no cargo de Técnico Judiciário. E, por fim, 12 meses no cargo de
Analista Judiciário, todos em âmbito federal. Perceba que completou três anos de serviço público, porém,
por não ter cumprido o estágio probatório, em qualquer dos cargos, não poderá ser considerado estável
no serviço público.

IV) Avaliação especial de desempenho para fins de aquisição de estabilidade (§ 4.º do art. 41 da
CF/1988). Assim, o servidor não adquire estabilidade pelo simples decurso de prazo, mas, de outro modo,
deve se sujeitar à avaliação específica para tanto. No RMS 19884/DF, o STJ fixou a orientação de que o
prazo de três anos deve ser prorrogado pelo mesmo período do afastamento ou licença, de modo a
permitir a avaliação de desempenho.

Questão 22: VUNESP


No que tange aos servidores públicos, assinale a alternativa correta.

a) Nenhum concurso público pode conter regras que façam discriminações entre brasileiros natos ou
naturalizados.

b) Toda investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de
provas ou provas e títulos.

c) O candidato aprovado em concurso público ainda dentro do prazo de validade será convocado com
prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira.

d) É ilegal a nomeação ao cargo de conselheiro do tribunal de contas sem realização de concurso público.

e) A Administração Pública não pode admitir candidatos aprovados dentro da validade do concurso para
preenchimento de vagas surgidas após o término do certame.

GABARITO: C

A questão versa acerca das disposições constitucionais aplicáveis aos agentes públicos. Vamos analisar
as alternativas para encontrar a resposta correta.

a) Nenhum concurso público pode conter regras que façam discriminações entre brasileiros
natos ou naturalizados.

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Incorreto. Por exemplo, os concursos para carreira diplomática e para oficial das forças armadas podem
proibir a participação de brasileiros naturalizados, uma vez que para estes cargos, exige-se a
nacionalidade originária brasileira, conforme o art. 12, § 3º, e incisos, da Constituição Federal:

Art. 12. [...]


§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa

b) Toda investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso


público de provas ou provas e títulos.

Incorreto. A nomeação para cargos em comissão independe de concurso público, pois são de livre
nomeação e exoneração, conforme o art. 37, inciso II, da Constituição Estadual:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
[...]

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de


provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração;

c) O candidato aprovado em concurso público ainda dentro do prazo de validade será convocado
com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira.

Correto. Será convocado com prioridade sobre os novos concursados. Vejamos:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
[...]
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso
público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados
para assumir cargo ou emprego, na carreira;

d) É ilegal a nomeação ao cargo de conselheiro do tribunal de contas sem realização de concurso


público.

Incorreto. Os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado seguem o mesmo rito dos Ministros do TCU
para sua investidura, não necessitando de concurso público, sendo nomeados diretamente pelos chefes
do executivo. Vejamos:

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Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro
próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as atribuições
previstas no art. 96.
§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os
seguintes requisitos:
I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
II - idoneidade moral e reputação ilibada;
III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública;
IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os
conhecimentos mencionados no inciso anterior.
§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:
I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois alternadamente
dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo
Tribunal, segundo os critérios de antigüidade e merecimento;
II - dois terços pelo Congresso Nacional.

e) A Administração Pública não pode admitir candidatos aprovados dentro da validade do


concurso para preenchimento de vagas surgidas após o término do certame.

Incorreto. Dentro da validade do concurso, os candidatos aprovados poderão, sim, ser convocados,
sendo convocados com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira.

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