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ESCOLA SECUNDÁRIA HERÓIS MOÇAMBICANOS DE

MOATIZE
Disciplina: Filosofia
Turma: BG2
12ª Classe
Curso: Diurno
Tema: Filosofia Africana

Discentes:
 Nº.: 80
 Nº.: 81
 Nº.: 82
 Nº.: 83
 Nº.: 84
 Nº.: 85
 Nº.: 86
 Nº.: 87
 Nº.: 89

Professora: Miquelina

MOATIZE, 2023
Índice
Introdução ......................................................................................................................... 1

Filosofia africana .............................................................................................................. 2

Filosofia africana moderna ............................................................................................... 2

Filosofia africana contemporânea ..................................................................................... 2

Etnofilosofia e sagacidade filosófica ................................................................................ 2

Filosofia política em África .............................................................................................. 3

Génese dos nacionalismos ................................................................................................ 3

Pan-africanismo versus negritude ..................................................................................... 5

Renascimento africano ..................................................................................................... 6

Integração politico-regional na União Africana ............................................................... 6

Conclusão ......................................................................................................................... 8

Referência bibliográfica ................................................................................................... 9


Introdução
Em termos de filosofia política, a independência da Etiópia e o exercício da
independência dos nativos africanos frente ao colonialismo europeu serviram como
gritos de guerra no final do século XIX e início do século XX, e foram determinantes
para os movimentos de independência de grande parte dos países africanos durante o
século XX.
A ideologia adoptada pelos Estados africanos foi o socialismo, talvez pela influência do
«consciencismo» de Nkrumah e de outras conjunturas políticas. Nesta ideologia,
hipertrofia-se o espírito comunitário africano, o que levou Nkrumah a postular o
socialismo, como prova o seguinte excerto: o vulto tradicional da Africa implica uma
atitude em Relação ao homem que nas suas manifestações sociais não pode deixar de
ser classificada como socialista

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Filosofia africana
A elaboração e definição da ideia de filosofia africana tem tido uma trajetória revestida
de problemáticas, algumas dessas herdadas da dificuldade de definição da própria
filosofia, e da sua polissêmia de sentidos. Outras, porém, derivam-se da história própria
da África e das especificidades de uma filosofia contextual. Nesse sentido, a ideia de
filosofia africana foi sujeita a muitas formas de questionamento - como o de que não
existe nenhuma filosofia comum à todos os africanos, ou que não há nada de
propriamente africano na filosofia feita na África, atribuindo à filosofia um sentido
estritamente universal. Essas propostas se diversificaram, recebendo, cada uma, maior
ou menor adesão, na sua tentativa de capturar a polissêmia de sentidos e suas interações.

Filosofia africana moderna


Um destaque é o filósofo etíope Zera Yacob (1599-1692). O ganês Anton Wilhelm
Amo (1703-1759) é outro importante representante. Ele foi levado pela Companhia das
Índias Orientais para a Europa, onde adquiriu diplomas nas áreas da medicina e da
filosofia, chegando a lecionar na Universidade de Jena.[7] Considera-se que ambos
realizaram investigações filosóficas similares às do Iluminismo, antecedendo, dentre
elas, a Kant e Descartes.

Filosofia africana contemporânea


Em termos de filosofia política, a independência da Etiópia e o exercício da
independência dos nativos africanos frente ao colonialismo europeu serviram como
gritos de guerra no final do século XIX e início do século XX, e foram determinantes
para os movimentos de independência de grande parte dos países africanos durante o
século XX.

O filósofo queniano Henry Odera Oruka (1944-1995) distinguiu o que ele chama de
quatro tendências na filosofia africana contemporânea: etnofilosofia, sagacidade
filosófica, filosofia ideológica nacionalista e filosofia profissional.

Etnofilosofia e sagacidade filosófica


O termo "etnofilosofia" tem sido usado para designar as crenças encontradas nas
culturas africanas. Tal abordagem trata a filosofia africana como consistindo em um
conjunto de crenças, valores e pressupostos que estão implícitos na linguagem, práticas

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e crenças da cultura africana. Um dos defensores desta proposta é Placide Tempels, que
argumenta que a metafísica do povo Bantu está refletida em sua linguagem. Segundo
essa visão, a filosofia africana pode ser melhor compreendida a partir a realidade
refletida nas línguas da África.

Filosofia política em África

Génese dos nacionalismos


A Filosofia política africana esta estreitamente ligada ao pan-africanismo. O pan-
africanismo, além de lutar pelo reconhecimento dos negros no mundo, traçou,
principalmente com Du Bois, linhas pala uma Filosofia política africana.
Por Filosofia africana entende-se o conjunto de pensamentos relativos emancipação e ao
reconhecimento do homem negro, quer dentro do seu continente, quer fora dele. A
Filosofia política africana contém o pensamento de vários autores e tem como objectivo
a libertação física e psíquica do jugo colonial do continente africano.

No 5º Congresso Pan-Africano, que teve lugar em Manchester, em Inglaterra, em


1945, Du Bois passou o testemunho político a Nkrumah. Daquele momento cm diante,
as principais figuras da Filosofia africana seriam Nkrumah e Senghor. Estes dois
homens esforçaram-se por lançar as bases da política dos Estados africanos.
Kwame Nkrumah e Leopold Sedar Senghor lideraram dois grupos e dois pontos de vista
que não chegaram a conciliar-se:
Nkrumah defendia a independência imediata dos Estados africanos, enquanto
Senghor acreditava que uma independência gradual dos Estados seria o ideal.
A ideologia adoptada pelos Estados africanos foi o socialismo, talvez pela
influência do «consciencismo» de Nkrumah e de outras conjunturas políticas. Nesta
ideologia, hipertrofia-se o espírito comunitário africano, o que levou Nkrumah a
postular o socialismo, como prova o seguinte excerto: o vulto tradicional da Africa
implica uma atitude em Relação ao homem que nas suas manifestações sociais não pode
deixar de ser classificada como socialista.
O consciencismo constituiu uma autêntica defesa do materialismo, pois alguns
africanos achavam-no incompatível com a espiritualidade africana. Nkrumah defendia
que o ateísmo não era condição indispensável da adesão ao marxismo, ou pelo menos ao

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materialismo. Por outro lado, pretendia mostrar que o conteúdo essencial do socialismo,
o igualitarismo, era conforme às tradições socioculturais africanas. O consciencismo
pretendia assegurar o desenvolvimento de cada individuo.

Nkrumah teve o mérito de ser o promotor do conceito African Personality, tendo


trabalhado bastante para conduzir o seu país, o Gana, à independência. Com efeito, o
Gana foi a primeira nação negro-africana a ser independente.
Outros políticos de renome, como Senghor, Luis Cabral, Júlio Nyerere e Agostinho
Neto, aliaram-se também ao socialismo, tendo-o abordado do ponto de vista da real
idade africana, dando origem aquilo que se chama, com o pensamento de Nkrumah, o
socialismo africano. Senghor apoia o socialismo africano, defendendo que a alma negra
é essencialmente colectiva e solidária, por isso, a Africa é, por natureza do Seu povo,
socialista.

O verdadeiro mérito de Nkrumah foi o seu ideal de unidade africana. Concebida em


1953, por Majhernout Diop, a unidade africana baniria as fronteiras traçadas
arbitrariamente em Berlim e traçaria novas fronteiras nacionais, de modo a estabelecer
relações económicas entre as grandes zonas de produção africanas. Nkrumah concebeu
urna unidade africana politicamente organizada que transformaria o continente africano
num só Estado, com um governo central, inspirado na constituição americana. Nkrumah
estava convicto de que os Estados africanos, considerados individualmente, não eram
suficientemente fortes para competirem com as grandes potencias do Ocidente. Segundo
Nkrumah, esta fraqueza levava-os a procurar a sua segurança em acordos com as ex-
potências coloniais ou com as potências neocoloniais.

Na década de 1960, nasceram dais grupos: um de Monrovia (California, EUA) e outro


de Casablanca (Marrocos). O grupo de Monrovia defendia a criação dos Estados Unidos
da África e o de Casablanca defendia a das nações e assim fundou a OUA –
Organização de Unidade Africana. Este último grupo acabou por ganhar a batalha.

A OUA, criada a 25 de Maio de 1963, em Addis Abeba, Etiópia, através da assinatura


da sua Constituição por representantes de 32 governos de países africanos
independentes, tinha os seguintes objectivos:

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 Promover a unidade e a solidariedade entre os Estados africanos;
 Coordenar e intensificar a cooperação entre os Estados africanos, no sentido de
proporcionar uma Vida melhor aos povos de África;
 Defender a soberania, integridade territorial e independência dos Estados
africanos (os Estados-membros não deviam imiscuiu-se nos assuntos internos);
 Erradicar todas as formas de colonialismo em África;
 Promover a cooperação internacional, respeitando a Carta das Nações Unidas e a
Declaração Universal dos Direitos Humanos;
 Coordenar e harmonizar as políticas dos Estados-membros nas esferas política,
diplomática, económica, educacional, cultural, da saúde, bem-estar, ciência,
técnica e de defesa.

Todavia, alguns críticos condenaram o carácter fechado dos Estados-membros da OUA,


uma vez que nela não havia inibição de comportamentos ditatoriais, em nome da
condição de não se intrometerem nos assuntos internos. Este facto levou-a que
ocorressem muitos golpes de Estado em África, concretamente no Gana, com Nkrumah,
no Congo e em outros países africanos.
A partir da década de 1960, os Estados africanos começaram a ganhar a sua
independência, aderindo ao socialismo africano, à luz das filosofias dos políticos
africanos que lideravam o processo

Pan-africanismo versus negritude


O pan-africanismo e a negritude permitiram a difusão da mensagem dos mentores dos
movimentos de libertação dos africanos.
Diferentes na abordagem e na denominação, mas com o objectivo comum de lutar pela
liberdade, estes dois movimentos foram desenvolvidos por estudantes e académicos
africanos residentes em Inglaterra e em França, respectivamente. O primeiro, o pan-
africanismo, lutava pela emancipação política de todos africanos, ao passo que o
segundo, a negritude, lutava pela unidade dos negros sob o ponto de vista cultural, como
veremos mais pormenorizadamente na unidade didáctica que fala some a Filosofia
africana.

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Renascimento africano
O povo africano conheceu várias humilhações, facto que o levou a sentir-se inferior a
outros povos, sobretudo aos europeus que o escravizaram durante séculos. Actualmente
ainda há africanos que se sentem inferiores a outros povos. Ora, uma das grandes
dificuldades que os africanistas tiveram foi precisamente esta: como dizer ao africano,
que nunca tinha sido valorizado, que tinha efectivamente valor, que ele era igual ao seu
colonizador, que tinha dignidade, que ser africano não era uma maldição, etc.
Para tal era necessário desenvolver uma ideologia que levasse o homem africano a
renascer e a sentir-se um homem igual aos outros. Renascer significava tornar a nascer.
Depois do nascimento biológico, o africano precisava de voltar a nascer
psicologicamente para recuperar a autoestima extirpada pelos colonizadores.

Integração politico-regional na União Africana


Os líderes africanos cedo tiveram consciência da necessidade de implementar acções
combinadas com a finalidade de proporcionar melhores condições aos novos Estados
africanos. Assim, concentraram-se na promoção de instituições capazes de promover o
desenvolvimento económico e de criar condições de Vida mais humanas aos indígenas
(povos nativos), Este projecto foi animado por uma série de mudanças institucionais,
como a criação da ONU e a Conferência de Bandung, entre outras. Foi neste contexto
que se criou a OUA, com os objectivos já referidos, a UA, a SADC e a NEPAD.
A UA (União Africana) pretendia dar continuação aos objectivos da OUA, mas
com uma estrutura mais reduzida: com um governo central e um parlamento,
semelhança do que tinha idealizado Kwane Nkrumah na década de 1960.
Um dos projectos da UA era a NEPAL) – a Nova Parceria para o Desenvolvimento
da África, que pretendia por em prática a visão pan-africanista dos líderes africanos de
interajuda entre os países africanos, com o objectivo de promover o desenvolvimento
sustentável de África.
Era Luna visão a longo prazo, baseada na parceria dos países africanos, que
estrategicamente mobilizaria os recursos africanos para a criação de riqueza e em que as
funções de planificação e organização seriam desenvolvidas de ama forma sincronizada
com a integração de recursos, implementação, avaliação e controlo de programas pelos
próprios africanos.

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Na óptica de Ribeiro, a integração regional em África só seria possível se
houvesse estabilidade política e segurança, permitindo assim a criação de
instituições democráticas e a promoção do desenvolvimento. A NEPAD,
considerando este facto, condensou as condições necessárias para o desenvolvimento de
Africa em dois pontos:

 a) A paz, a segurança, a democracia e boa governação política;


 b) A boa governação económica e corporativa.

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Conclusão
O primeiro, o pan-africanismo, lutava pela emancipação política de todos africanos, ao
passo que o segundo, a negritude, lutava pela unidade dos negros sob o ponto de vista
cultural, como veremos mais pormenorizadamente na unidade didáctica que fala some a
Filosofia africana.

Assim, concentraram-se na promoção de instituições capazes de promover o


desenvolvimento económico e de criar condições de Vida mais humanas aos indígenas
(povos nativos), Este projecto foi animado por uma série de mudanças institucionais,
como a criação da ONU e a Conferência de Bandung, entre outras. Foi neste contexto
que se criou a OUA, com os objectivos já referidos, a UA, a SADC e a NEPAD.

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Referência bibliográfica
GEQUE, Eduardo; BIRIATE, Manuel. Filosofia 12ª Classe – Pré-universitário. 1ª
Edição. Longman Moçamique, Maputo, 2010.

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