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República de Angola

Ministério da Educação

Governo provincial de Luanda

Liceu Nª Garcia neto

Trabalho de filosofia
Tema: Etnofilosofia

Docente...........................
Grupo numero nª01

Curso: ciência física e biológica, sala: o9, classe: 12ª, turma: T5

Integrantes do grupo

Nª1:Adelina António Congo

Nª2: Amilena Alexandre clemente

Nª10:Elisabete S. Nato

Nª15:Gracieth de Fátima C.garcia

Nª17:Helena catone quilende

Nª18: Hélia C.

Nª22: Jelson C. figueira

Nª34:Maria A. Mendonça
 Índice

1.Introdução………………….……………………………….……………~

2. A etnofilosofia………………………. …………………………………

2.1 conceito…………………………………………………………….………..

2.2. Importância e origem da filosofia africana………………………………

2.3. correntes da filosofia africana………………………………………………….

3. Etnofilosofia africana intramuros…………………………………………………

4. Alexis kagama……………………………………………………………………………

5. Críticas da etnofilosofia……………………………………………………….

6. conclusão…………………………………………………………………………

7.Bibliografia………………………………………………………………………….
1. Introdução
Neste trabalho iremos abordar sobre as principais correntes da
Filosofia africana, mas especificamente da Etnofilosofia. Sabemos
que a Filosofia africana são os contos, as crenças, os mitos, os
provérbios que o ante passados defendiam e que passaram para
nós. O objectivo da Etnofilosofia é defender as tradições africanas e
mostrar que o povo africano também é capaz de filosofar. A
etnonofilosofia é a abordagem da filosofia africana como conjunto de
crenças, valores e pressupostos implícitos na linguagem, pratica e crenças
da linguagem africana

A filosofia africana é usada de múltiplas formas por diferentes filósofos.


Embora diversos filósofos africanos contribuíram para diversas áreas com
a metafísica, epistemologia, filosofia moral e filosofia política, uma grande
parte da literatura entra em debate para discutir se a filosofia africana de
facto existe.

Uns dos mais básicos motivos de discussão giram em torno da aplicação


do termo “africano”.

O conteúdo de sua filosofia ou a identidade dos filósofos. Na primeira


visão, conta como a filosofia africana aquela que envolve temas africanos
(tais como percepção distintamente africanas, personalidade ect…) ou
utiliza métodos que são distintamente africanos.
2.1Conceito

O termo etnofilosofia tem sido usado para designar as crenças


encontradas na cultura africanas. Tal abordagem trata a filosofia
africana como consistindo em um conjunto de crenças, valores e
pressupostos que estão implícitos na linguagem, praticas e crenças
da cultura africana e como tal, é visto como um item de propriedade
comum um dos defensores desta proposta é placide temples, que
argumenta em filosofiia bantu que a metafísica do povo bantu são
reflectidas em sua linguagem. Segundo essa visão, a filosofia
africana pode ser melhor compreendido como surgindo a partir dos
pressupostos fundamentais sobre a realidade reflectida nas línguas
da África.

Um exemplo deste tipo de abordagem é a palavra de e.E. J. Algoa,


da universidade nigeriana de port harcourt, que defender a
existência de uma filosofia das histórias decorrentes dos provérbios
tradicionais do delta do Níger, uma filosofia da história africana na
tradição oral. Algoa argumenta que, a filosofia africana, a idade é
vista como um factor importante na obtenção da sabedoria e de
interpretação do passado. Em apoio dessa tese, ele cita o provérbio
como mais dia s mais sabedoria e o que um velo vê sentado, o jovem
vêem em. A verdade é vista como eterna e imutável (a verdade
nunca apodrece), mas as pessoas estão sujeitas ao erro (mesmo
um cavalo de quatro patas tropeça e cai)
Os críticos dessa abordagem argumentam que nem todos os
questionamento e reflexões são filosóficas, alem disso, se a filosofia
arcana ir definida apenas em termos sagacidade filosofia, então os
pensamentos sábios poderiam se enquadrar na filosofia africana
pois não foram obtidos de outros sábios. Também, por esse ponto
de vista, a única diferença entre os antropologistas não – africanos
e filósofos parecem ser apenas a nacionalidade do pesquisador
2.3. Importância e origem da filosofia africana

Louw (1998) sugere que o conceito do ubuntu define um indivíduo


em termos de seus relacionamentos com os outros, e enfatiza a
importância como um conceito religioso, assentado na máxima zulu
umuntu ngumuntu ngabantu (uma pessoa é pessoa através de
outras pessoas) que aparentemente parece não ter conotação
religiosa na sociedade ocidental. No contexto africano, isso sugere
que o individuo se caracteriza pela humanidade com seus
semelhantes e através da veneração aos seus ancestrais. Assim
aqueles que compartilham do princípio do ubunto no decorrer de
suas vidas continuarão em união com os vivos após a sua morte

Ubuntu é uma táctica ou ideologia de África (de toda a África, em


particular a palavra é d origem bantu. é uma filosofia africana que
existe em vários países de África) que foca nas alianças e
relacionamento das pessoas umas com as outras vem das línguas
do povo banto; na africa do sul nas línguas zulu e xhosa ubuntu ‘e
tido como um conceito tradicional africano.

Uma tentativa de produção para a língua portuguesa poderia ser


45humanidade para outros. Uma outra tradução ser 76 a crença no
compartilhamento que conecta toda a humanidade.

Uma tentativa de definição mais longa foi feita pelo Arbispo


Desmond Tutu:

Uma pessoa ubuntu esta aberta e disponível aos outros, não-


preocupada em julgar os outros como bons ou maus, e tem
consciência de que faz parte de algo maiores que é tão diminuída
quanto seus semelhantes que são diminuídos ou humilhados,
torturados ou deprimidos.
2.3 Principais correntes filosóficas africanas·
A Etnofilosofia

A filosofia africana são as máximas, provérbios, os costumes, mitos


que os africanos herdaram dos seus antepassados. A filosofia
africana é um esforço para compreender ou justificar os princípios
gerais que regulam as crenças do indivíduo africano assim como a
sua cultura. O pensamento africano é também sistemático,
reflexivo, pois através da linguagem, da religião, dos provérbios
sobressaí o pensar do africano. Se a filosofia é definida como
pensamento reflexivo, sistemático e que cria mecanismos para o
bem-estar, então o pensamento africano não está isento destes
pressupostos. É daí que surge a etnofilosofia, que busca clarificar o
pensamento do povo primitivo ou tradicional. A afirmação da
existência da filosofia africana encontra uma elaboração
sistemática, pois o simples facto de afirmar que o africano é um
homem, logicamente é racional e sendo racional ele possui um
pensamento sistemático e possuindo este princípio de
racionalidade, o seu pensamento também é racional. No agir e no
pensar do africano existe uma filosofia, deste modo, aquilo que o
africano produz é a filosofia. Pois para Mbiti a compreensão é uma
filosofia, e o africano possui esta compreensão da vida, da natureza
e das coisas que lhe circunda. A etnofilosofia é uma corrente
através da qual o africano luta pelo seu reconhecimento como
homem. Para tal, os defensores da etnofilosofia, ou seja, os
etnólogos realizaram estudos sobre as etnias africanas, em que
defendiam que toda Filosofia é uma Filosofia cultural, isto é,
ninguém faz filosofia sem se basear em alguma cultura. Por isso a
missão do filósofo é compreender e explicar os princípios sobre os
quais se baseia cada uma das culturas africanas. Dito isto, define-
se a Etnofilosofia como sendo uma corrente de pensamento que
defende que as tradições africanas espelham a racionalidade do
africano, podendo estas ser consideradas Filosofia africanas (mitos,
provérbios, e outras)
O termo etnofilosofia tem sido usado para designar as crenças
encontradas nas culturas africanas. O termo etnofilosofia designa
um trabalho científico desenvolvido por etnólogos com a pretensão
de ser filosófico e que consistia na recolha de dizeres e visões do
mundo duma certa população ou cultura para apresentá-las como
ontologia, epistemologia ou ética africanas, com intuito de mostrar
que o povo africano também é capaz de filosofar. A etnofilosofia
seria uma corrente que tenta explorar e sistematizar o mundo
conceptual das culturas tradicionais de África: tenta compilar a
história natural do pensamento popular tradicional sobre questões
centrais da vida humana. Os etnólogos são aqueles cujo trabalho
procura demonstrar a existência de princípios racionais nos mitos,
nas tradições, nos contos e nas fábulas dos povos africanos, pelos
quais esses povos orientam a sua vida e interpretam o mundo à sua
volta. Os principais representantes desta corrente são Placide
Tempels, Alexis Kagame, Marcel Griaule e John Mbiti.
3. Etnofilosofia africana intramuros A corrente
Etno-filosófica africana, por sua vez, considera os pensamentos
colectivos como derivados dum pensamento profundo comum. Na
sua perspectiva, a filosofia africana constitui-se por um conjunto de
pressupostos, valores, categorias e hipóteses partilhados que, de
modo implícito, intuitivo reencontramos na língua, no pensamento e
na acção de todas as culturas africanas. Alguns etno-filósofos
africanos descrevem essa mundividência africana como partilhada e
discordam dos diversos campos que defendem a filosofia como um
esforço de pensamento individual e original como uma visão
ocidentalizada.
4.Críticas da etnofilosoia

As questões de natureza filosófica desenvolvidas neste ponto não


parecem ter, num primeiro relance, uma ligação directa com os
problemas do desenvolvimentos (económico, social) tratados mais
adiante mas, na verdade, elas parecem-me participar nos alicerces
escondidos dos problemas económicos das sociedades africanas,
razão pela qual, apesar do parente hiato entre a filosofia e a
economia, julgo que esta tentativa de articulação se justifica.

A importaria criticada paulin hountondji, natural de costa marfim, á


philosophie bantoue de placide tempels (a nos vai tomar aqui algum
tempo), classificando-a, no plano científico, não como obra filosófica
do ponto de vista científico mas como uma enofilosofia
(generalização abstracta de uma interpretação metafísica da
etnologia) parece alguma justificação embora ela não chegue a pôr
em causa a importância da obra de tempels, a sua boa fé pessoal,
nem tão pouco a percepção fundamentalmente anti-racista no
propósito desse missionara rio.

Outros críticos da obra tempels é o filosofam cameronÊs Fabien


Eboussi Boulaga. Passo sobre a crítica excessiva feita por
Serequeberhan, natural da eritreia, que não se me afigura ser
inteira boa fé. Em compensação, o talentoso V.Y Mudimbe
(congolês) é mais moderado e tolerante.

A reserva principal de hountondji é que o conceito de philosofie


bantoue Utilizado por tempels no título de seu livro é uma
abstracção colectiva (para alem de ser uma construção com
fundamentos metafísicos) onde não há filosofia indivíduas e onde a
individualidade (ponto de partida e fundamentos do verdadeiro
processo filosófico) é inexistente. Ora a filosofia, como alias outras
ciências sociais, necessita para existir e progredir, como já se disse,
do debate crítico entre argumentos contraditório de indivíduos
inseridos num grupo profissional (massa critica), e é esse debate
que está ausente na etnofilosofia.

Mas, por outro lado, também deve atender-se ao cariz pioneiro e


ate revolucionário do seu livro, se nos lembrarmos que em 1949, no
auge dos preconceito colonialistas mais ignorantes, hermeticamente
fechados na época, que negavam aos africanos a própria
capacidade de pensar autonomamente, Tempels intitulo a sua obra
``philosophie bantoue``afirmando claramente no próprio titulo (com
mais coragem do que nos nossos dias se imagina) que os ditos
´´primitivos ´´seres´´ alegamente ´´ não pensantes´´, tinham uma
verdadeira filosofia (a forma mais elevada da expressão intelectual)
com a mesma dignidade que a filosofia aristotélico-tomista do
ocidente, o que escandalizou sectores mais conservadores
europeus desse tempo.

Se muitas das críticas podem ser justificados nos planos analítico,


no que se refere o livro de Tempels, é igualmente indispensável ter
em conta a sua intenção dignificadoras pensamento africano e o
papel que desempenhou na luta contra obscurantismos colonial,
sem que isso signifique nos nossos dias uma adesão incondicional
ao ´´Sistema Bantu´´ tal como pensado acrescente-se, alias que
Tempels não apresentou o seu sistema como ´´dogma´´ (certos
críticos não parece terem considerado este aspecto) mas sim como
uma ´´hipotese ´´, declarada explitamente no livro.
5. Alexis Kagamé

, Um padre Tutsi da Ruanda belga, apoia a sua obra “La philosophie


banturwandaise de l’être“ (1956) num estudo das categorias
filosóficas como, segundo ele, transparecem no kiryarwanda. Na
senda de Aristóteles, Kagamé procura reconstituir as categorias
metafísicas na língua africana escolhida. O autor identifica quatro
categorias ontológicas bantu. Assim, cada categoria encontrada
corresponderá a um prefixo classificador de uma classe nominal do
kiryarwanda, nomeadamente a 1ª ao Homem, dotado de
inteligência, a 2ª às coisas, constituindo 1ª e 2ª a categoria
aristotélica de substância, a 3ª ao lugar e ao tempo, a 4ª à
modalidade que também engloba as restantes categorias de
Aristóteles. Kagamé não considera ser possível encaixar o ser
divino nessas categorias, daí que lhe atribua uma posição especial
de pré-existência. Assim acaba por criar o conceito cristão de
existência de um ser superior fora das categorias africanas relativas
ao ser humano. Apresentando a língua como uma expressão formal
de cada substrato cultural existente, Kagamé pretende provar que
existia, de forma implícita, uma relação entre as categorias
metafísicas universais e a sua expressão concreta na referida
língua africana, seguindo, no fundo, uma orientação analítica de
linguagem. A crítica imanente que lhe é dirigida, à semelhança de
Tempels, salienta a extensão e generalização a todos os povos
bantu de categorias linguísticas que existem apenas no
kiryarwanda. Enfrenta contestação também pelo facto de não dar
relevo, em outras línguas bantu, à existência de classes com nomes
abstractos que reúnam conceitos considerados filosóficos, tais
como verdade, estética ou ser. Com a pertinência do seu estudo
numa perspectiva cultural, Kagamé sujeita-se, porém, às críticas
filosóficas segundo as quais é acusado em questão: misturar
religião, etnografia, linguística e filosofia. Além disso, a crítica põe
em questão: a sua ideia de eternidade e imobilidade do pensamento
ubuntu, desde os tempos históricos até aos nossos dias. Quando se
revela com maior clareza a causa subjacente a algumas dessas
críticas, a instrumentalização da filosofia pelas respectivas igrejas
coloniais surge uma reorientação no sentido de desenvolver uma
investigação histórica e linguística do pensamento filosófico em
África.
6. Conclusão
Portanto concluimos que a etnofilosofia é um tipo de saber de um
determinado povo ou grupo com a mesma língua, hábitos e
costumes que reflectem na maneira de olhar o mundo desse povo.
A etnofilosofia é uma das correntes filosóficas que vem demonstrar
que o povo africano possui uma filosofia, pois ele é um ser racional
e sendo racional ele é capaz de interpretar as coisas a sua volta e
fazer uma reflexão crítica daquilo que se vê

A filosofia resultando dos trabalhos individual dos filósofos, é um


factor essencial para passar da produção de pensamentos, tarefas
primordiais, em primeiro lugar, das instituições universitária, tanto
como da Europa.

Revisar o passado não é certamente um exercício inútil. As lições


que for possível tirar da sabedoria (ou filosófica) das sociedades
tradicionais africanas, mesmo as de conteúdos considerado
metafísico ou teológico-filosófico, como no caso do estudo de
Placide Tempels, podem revelar percepção – ou estimular intuições
que favorecem novas hermenêuticas, motivando ideias criativas
assentes na realidade concreta reinterpretada que poderão ajudar a
encontrar respostas até caqui inexistentes.
7. Bibliografia
APPIAH (Kwame Antony) , na casado meu pai- A
África na filosofia da cultura , Rio de Janeiro , 1997 .

FERREIRA (Manuel Ennes), a indústria em tempo


de guerra (Angola, 1975-91), Lisboa Ed.
Cosmos/intitulo de defesa Nacional 1999.

HOBSTAWN (Erica), escritos sobre a história,


Lisboa, Relógio d´agua, 2010

HYDEN (Gorah), african politics in comoparitive


perpective, Cambridge

RODRIGUES (Eugénia), a geração silenciada – liga


nacional africana e a representação do branco em
Angola na década de 3º, porto, afrontamento, 2003.

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