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Docente:______________
Amarinho Jorge Nº 07
É óbvio que existe filosofia africana, ou seja, o africano apresenta um pensamento sistemático e
organizado. Apesar de existir certos críticos que não acceita ou dúvida a filosofia africana,
alegando que o mesmo não existe. Pois, a filosofia não tem só caracteristicas eurocentrica, mais
também possue aspectos afrocentriticas.
Assim sendo, surge algumas inquietações de forma muito explicitas: o que é filosofia? Quando
que se considera o pensamento é filósofico ? existe pensamento ou filosofia africana?
Nas bases destas questões iremos desenvolver o nosso temas, referindo a dualidade entre a
filosfica ocidental e filosofia africana. Isto analisando paulatinamente o pensamntos dos
pensadores africanos e sua influência na afirmação da filosofia africana.
O que é filosofia?
O termo filosofia deriva do grego phílos que vai significar "amigo" ou "amante" e sophía que
também sifignifica "conhecimento" ou "saber", assim sendo, a filosofia terá muitas e tantas
definições quantas são as correntes filosóficas. Por exemplo, Aristóteles definiu a filosofia como
a totalidade do saber possível que não tenha de abranger todos os objetos tomados em particular;
os estóicos, como uma norma para a ação; Descartes, como o saber que averigua os princípios de
todas as ciências; Locke, como uma reflexão crítica sobre a experiência; os positivistas, como
um compêndio geral dos resultados da ciência, o que tornaria o filósofo um especialista em
idéias gerais. Já se propuseram outras definições mais irreverentes e menos taxativas. Por
exemplo, a do britânico Samuel Alexander, para quem a filosofia se ocupa "daqueles temas que a
ninguém, a não ser a um filósofo, ocorreria estudar.
Marilena Chaui, dá algumas definições de filosofia, onde ela (filosofia) é definida como visão
do mundo de um povo, de uma cultura ou mesmo duma civilização, isto é, a “filosofia
corresponde, de modo vago e geral, ao conjunto de idéias, valores e práticas pelos quais uma
sociedade apreende e compreende o mundo e a si mesma, definindo para si o tempo e o espaço, o
sagrado e o profano, o bom e o mau, o justo e o injusto, o belo e o feio, o verdadeiro e o falso, o
possível e o impossível, o contingente e o necessário”. E ainda define a como sabedoria de vida,
em que é relacionada com ação de algumas pessoas que pensam
Filosofia Africana
É “inegável a expectativa do conhecimento do africano, não se trata de colocar perguntas se o
africano é um ser pensante ou tornar às categorias filosóficas e literaturas que outrora domiram o
as mentes preconceittuosas do ocidente”. Desde modo o ocidente não via ou mesmo vê com bons
olhos a filosofia africana, pois, Hegel coloca o pensamento africano no estágio de infantilidade,
também Levy-Bhru classifica o povo africano como pré-logico e estático.
Mais com Placide Tempels, o pensamento africano começa ser divulgado com uma certa
claridade, apesar de receber muita preconceituasidade pela parte do ocidente. Assim sendo, é
errôneo pensar que ou dizer a priori que os africanos não têm idéias sobre as coisas, eles não têm
ontologia. Placide ainda acrescenta, que a “etnologia, a lingüística, a psicanálise, a ciência do
direito, sociologia e estudos religiosos não podem fornecer conclusões definitivas, após a
filosofia e a ontologia do primitivo foram totalmente estudados e descritos. De fato, se os
primitivos têm uma visão particular de ser e do universo, a "ontologia" vontade própria a um
caractere especial, a cor local, suas crenças e práticas religiosas, seus costumes ao seu direito ,
suas instituições e costumes, suas reações psicológicas e, mais genericamente a qualquer
comportamento.
Na formação da civilização grega que deu origem a filosofia, as cultutras africanas deram grande
contributo para sua formação. “...os textos disponíveis sobre o antigo Egipto permitem afirmar a
existência de uma autêntica filosofia que floresceu nas margens do Nilo”[6]. Desde modo o
Egipto abriu caminhos para surgimento da filosofia, os antigos gregos roubaram (legado
roubado, 1945 de George G. M. James) suas principais realizações culturais dos egípcios negros,
a filosofia grega e as religiões misteriosas da Grécia e de Roma foram roubadas do Egipto. Pois,
para George James, os gregos antigos não tinham a habilidade inata para desenvolver a filosofia.
Um dos grandes pensadores moçambicano, Castiano, faz uma crítica aos critica, ou os que dizem
a não existência da filosofia africana, pois para ele, “a filosofia dos críticos parece ser uma
filosofia envergonhada”. Pois, eles recusam os textos orais, e esqueceram que “à boa maneira
platónica que, graças a isso, conseguimos saber o que Sócrates andava a apregoar pelos
mercados de Atenas”. Para Anta Diop a origem da filosofia deve ser procurada em África,
especial na civilização egípcia, ou seja, o lugar que a Grécia ocupa na história do pensamento
científico filosófico, deveria ser ocupado pelo Egipto antigo. “O que a Grécia explorou mais do
Egipto foi porém o campo de ideias, particularmente o das ideias filosóficas. Começa-se, por
exemplo, pelos nomes dos deuses gregos que foram emprestados do Egipto, seguindo-se também
os conceitos, as conexões entre os conceitos e até ambiente”.
Castiano na sua obra referenciais da filosofia africana, salienta que é preciso desmitificar por
exemplo, o mito de que Grécia é o berço do saber universal mostrando como muitos gregos
tiveram ímpeto de viajar para o Egipto porque consideravam, naquela altura, este território como
a fonte do saber e do conhecimento.
Se nós falamos dum pensamento racional dos antigos egípcios, concluímos que sempre existiram
os pensadores africanos com um certo nível de desenvolvimento reflexivo como
o logos helénico, isto em diversos campos de saber e de ser.
Esta discussão tem lugar pelo facto de alguns estudiosos africanos e não africanos terem
apresentado ao mundo estudos sobre etnias africanas, denominando-os «Filosofia africana». Este
grupo é composto por Anyanw, Placide Iémpels, Alexis Kagame, Mbiti, entre outros.
A questão que os críticos colocam é se se pode falar de Física ou Química africanas da mesma
forma que eles falam da Filosofia africana. Como obviamente a resposta é não, eles negam a
ideia da existência de uma Filosofia africana. Figuram na lista dos críticos: Hountondji, Franz
Chahay, E. Boulaga, M. Towa, Oruka, Weredu, entre outros. O problema fundamental do debate
é mais o objecto de estudo do que a designação em si. Até certo ponto, os críticos abrem a
possibilidade da existência da Filosofia africana, apresentando em que moldes tal Filosofia
deverá ser concebida para que possa ser designada Filosofia africana.
A expressão filosofia africana é usada de múltiplas formas por diferentes filósofos. Embora
diversos filósofos africanos tenham contribuído para diversas áreas, com
a metafísica, epistemologia, filosofia moral e filosofia política, uma grande parte dos filósofos
discute se a filosofia africana de fato existe, embora o registro de pensamento africano remonte a
pelo menos cinco milênios atrás na filosofia egípcia antiga. Um dos mais básicos motivos de
discussão sobre a filosofia africana gira em torno da aplicação do termo "africano", ou sejaː se o
termo se refere ao conteúdo da filosofia ou à identidade dos filósofos. Na primeira visão, a
filosofia africana seria aquela que envolve temas africanos ou que utiliza métodos que são
distintamente africanos. Na segunda visão, a filosofia africana seria qualquer filosofia praticada
por africanos ou pessoas de origem africana.
A elaboração e definição da ideia de filosofia africana tem tido uma trajetória revestida de
problemáticas, algumas dessas herdadas da dificuldade de definição da própria filosofia, e da sua
polissêmia de sentidos., outras, porém, derivam-se da história própria da África e das
especificidades de uma filosofia contextual. Nesse sentido, a ideia de filosofia africana foi sujeita
a muitas formas de questionamento - como o de que não existe nenhuma filosofia comum
à todos os africanos, ou que não há nada de propriamente africano na filosofia feita na África,
atribuindo à filosofia um sentido estritamente universal. Outras questões surgem em relação às
formas escritas e orais de registro e transmissão do pensamento, diante das quais a África se
caracteriza principalmente pela oralidade. Muitos pensadores contemporâneas propuseram
esquemas e distinções a fim de acomodar essas diferentes formas de fazer e transmitir o
pensamento filosófico, como também os diferentes sentidos de filosofia - dividida
principalmente entre a concepção de um sistema de ideias e valores que orientam a vida prática e
contemplativa, e um disciplina e tradição autoconsciente cuja execução é regulada por modelos e
instituições. Essas propostas se diversificaram, recebendo, cada uma, maior ou menor adesão, na
sua tentativa de capturar a polissêmia de sentidos e suas interações. São exemplos - filosofia
universalista/filosofia culturalista (Odera Oruka); filosofia popular/filosofia (Kwasi
Wiredu); etnofilosofia/filosofia (Paulin Hountondji); filosofia tradicional/filosofia crítica (T.U.
Nwala); pensamento/filosofia; filosofia implícita/filosofia explícita, entre outras.
A existência ou não da Filosofia africana é um tema que tem gerado muita discussão entre os
estudiosos, tanto africanos como não africanos. Há diferentes formas de entender o que significa
Filosofia africana e quais são os seus critérios e métodos. Alguns defendem que a Filosofia
africana é aquela que trata de temas africanos ou que utiliza formas de pensamento distintamente
africanas. Outros argumentam que a Filosofia africana é qualquer filosofia feita por africanos ou
pessoas de origem africana, independentemente do conteúdo ou do estilo. Há ainda quem negue
a existência de uma Filosofia africana, alegando que não há nada de especificamente africano na
filosofia, ou que a filosofia é uma tradição exclusivamente ocidental.
Para compreender melhor este debate, podemos analisar algumas das principais correntes da
Filosofia africana, que se distinguem pela forma como concebem e praticam a filosofia no
contexto africano.
Segundo alguns autores, estas correntes podem ser classificadas em quatro categorias:
Etnofilosofia;
Filosofia sagrada;
Filosofia ideológica; e
Filosofia profissional.
A filosofia sagrada é a corrente que se baseia nas tradições religiosas e espirituais africanas,
especialmente nas formas de conhecimento transmitidas pelos sábios, pelos iniciados e pelos
líderes religiosos. Alguns dos representantes desta corrente são Cheikh Anta Diop, Théophile
Obenga, Kwame Nkrumah e Julius Nyerere. A filosofia sagrada é criticada por alguns filósofos
por ser demasiado dogmática, mística e politizada, misturando fé e razão, religião e política.
A filosofia ideológica é a corrente que se inspira nas ideologias políticas e sociais que
emergiram na África no século XX, especialmente nas lutas pela independência, pela libertação e
pelo desenvolvimento. Alguns dos representantes desta corrente são Léopold Sédar Senghor,
Aimé Césaire, Frantz Fanon e Steve Biko. A filosofia ideológica é criticada por alguns filósofos
por ser demasiado pragmática, militante e utópica, subordinando a reflexão filosófica aos
interesses e às necessidades históricas. A filosofia ideológica nacionalista pode ser vista como
um caso especial de sagacidade filosófica. Ela também pode ser vista como uma forma
de filosofia política. Em ambos os casos, o mesmo tipo de problema surge: é preciso manter uma
distinção entre ideologia e filosofia, entre conjuntos de ideias e uma maneira especial de
raciocínio. Muitos filósofos africanos se destacaram nesta área, como Kwame Anthony
Appiah, Kwame Gyekye, Kwasi Wiredu, Oshita O. Oshita, Lansana Keita, Peter
Bodunrin e Chukwudum B. Okolo.
A filosofia profissional é a corrente que se caracteriza pela prática da filosofia como uma
disciplina acadêmica, seguindo os padrões e os métodos da tradição filosófica ocidental. Alguns
dos representantes desta corrente são Paulin Hountondji, Kwasi Wiredu, Odera Oruka e Valentin
Mudimbe. A filosofia profissional é criticada por alguns filósofos por ser demasiado elitista,
alienada e imitativa, desconsiderando ou negando as especificidades e as contribuições do
pensamento africano. A filosofia profissional, segundo a maioria dos filósofos ocidentais, seria
uma forma originalmente europeia de pensar, refletir e raciocinar, sendo, tal forma, relativamente
nova na maior parte da África. No entanto, tal abordagem da filosofia tende a crescer no
continente africano.e não só.
Estas quatro correntes não esgotam a diversidade e a riqueza da Filosofia africana, mas ilustram
algumas das principais tendências e perspectivas que têm marcado o seu desenvolvimento
histórico e contemporâneo. Cada uma delas tem os seus méritos e os seus limites, os seus pontos
fortes e os seus pontos fracos. O desafio para os filósofos africanos é encontrar formas de
dialogar entre si e com outras tradições filosóficas, reconhecendo as diferenças e as semelhanças,
as convergências e as divergências, as continuidades e as rupturas. A Filosofia africana é, assim,
um campo dinâmico e plural, que reflete a complexidade e a criatividade do pensamento
africano.
Conclusão
A filosofia africana é um campo de estudo rico e complexo, que envolve diversas questões
teóricas e práticas sobre a natureza, a origem, o método e o objetivo da filosofia na África.
A existência da filosofia africana é dado bem adquerido, não há dúvidas da afirmação do povo
africano como um posso que possue um pensamento bem sistematizado e desenvolvido, onde o
nivel e intelectual e discursivo é bastante elevado.
A filosofia africana tem os mesmo estatutos epistemológicos tal como da filosofia helenica, já
referia Ferrreira na sua análise sobre o pensamento do africano. A filosofia africana de ser vista
como as outras filosofias, isto é, do filosfia ocidental.
O pensamento africano tem uma referência subjectiva e objectiva, pois é preciso desmitizar que
africa não possue filosofia ou negação da filosofia africana. E este é o tempo de colocar as ideias
africanas no centro de qualquer análise que envolve a cultura e o comportamento africano,
(afrocentrismo).
A filosofia africana apresenta caracteristicas bem explícita e analítica, desde modo é erroneo
considera-la como pré-lógica, sem fundamento ou sem referências, no agir ou na acção do
africano existe bem patente o aspecto da filosfia
Devemos lutar para validação da oralidade, pois este marco é muito relevante na filosofia
africana, pois existe grandes conhecimento no na filosofia helenica, que fora passado através da
oralidade.
Bibliografias
CASTIANO, José P. .(2010) Referenciais da filosofia africana: em busca da intersubjectivação.
Ed. Ndjira, 1a ed. Maputo.
SEVERINO, Elias Ngoenha. (1993). Das independências às liberdades, Ed. Paulistas, Maputo.