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Faculdade de Letras e Ciências Sociais

Departamento de Arqueologia e Antropologia

Licenciatura em Antropologia

História do Pensamento Africano

Docente: Hélder Nhamaze

Discente: Stela Gracinda Lidau

3° Ano/2° Semestre

Resumo nº 6

Referência biblografica

Hountondji, P. (2008) “Conhecimento de África, conhecimento de Africanos: Duas perspectivas


sobre os Estudos Africanos” in Revista Crítica de Ciências Sociais, 80, pp 149-160.

Hountondji (2008) tem como objectivo principal de defender as sociedades africanas no


conhecimento sobre os africanos capitalizados durante séculos. O autor argumenta que o
desenvolvimento em África de uma tradição autónoma de investigação e conhecimento que deve
responder a problemas e questões suscitados directa ou indirectamente por africanos.

O autor diz que os estudos africanos referem-se a todo um leque de disciplinas cujo objecto de
estudo é África. Diz ainda que os estudos africanos entende-se como o discurso sobre áfrica
enquanto genitivo e objectivo, o autor explica que problema ao ler livros sobre “filosofia
africana” ou sistemas de pensamento africanos. Normalmente, os autores partiam do princípio de
que os africanos não tinham consciência da sua própria filosofia e que apenas os analistas
ocidentais, que os observavam a partir do exterior, poderiam traçar um quadro sistemático da sua
sabedoria. Entretanto, para o autor, diz que é errado considerar a disciplina mais autoconsciente
de todas num sentido filosófico, pois um número crescente de intelectuais africanos seguia a
direcção de olhar o africanismo sob olhar ocidental.

O autor diz que dos filósofos africanos descreviam a subdivisão dos seus antepassados ou os
pressupostos colectivos das suas comunidades, neste sentido, o que faziam era etnofilosofia e
não filosofia, mesmo assim elas faziam parte integrante da filosofia africana num sentido
radicalmente novo. A meu ver, a filosofia africana não devia ser concebida como uma subdivisão
implícita partilhada inconscientemente por todos os africanos. Filosofia africana não era senão
uma filosofia feita por africanos. Existia uma contradição na filosofia ocidental, quando esta se
considerava a mais autoconsciente de todas as disciplinas intelectuais, mas presumia ao mesmo
tempo, que algumas filosofias podiam ser desprovidas dessa consciência de si mesmas.

Segundo o autor, o novo conceito de filosofia africana permitiu estabelecer uma distinção entre
africanistas e africanos no campo da filosofia. Muitos dos pensadores ocidentais que escreviam
profusamente sobre os sistemas de pensamento africanos deixaram de poder ser vistos como
pertencentes à filosofia africana entendida neste novo sem tido, ao passo que as obras dos seus
pares africanos faziam parte da escrita africana sobre a etnofilosofia e parte da literatura
filosófica africana. Ainda, a filosofia africana também inclui escritos que criticam ou põem em
causa a etnofilosofia.

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