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Faculdade de Letras e Ciências Sociais

Departamento de Arqueologia e Antropologia

Licenciatura em Antropologia

Antropologia Urbana

Docente: Margarida Paulo

Discente: Nilza Massangaie

3ºAno/ 1º Semestre 2021

Referência bibliográfica

Brandari, Amrit. 2010. Urban Anthropology: An overview of the discipline and scope.
Himalayan Journal of Sociology and Anthropology. IV: 1-14.

Bhandari (2010) tem como principal objectivo de explicar a antropologia urbana como
um subcampo emergente dentro da antropologia. O autor argumenta que o processo de
urbanização também foi ênfase adequada, destacando seu conceito e natureza. O autor
baseou-se no método de revisão de literatura sobre o processo de urbanização.

Segundo o autor, o conceito de urbanização por um lado é entendido como sensação


física da área crescente da terra, por outro é entendido como um processo social de
pessoas adoptando atitudes e comportamentos associados com a vida nas cidades,
alguns definem no sentido físico, outros no sentido demográfico e congregação de
pessoas.

Retomando a obra de Orum (2004), o autor define a urbanização como processo pelo
qual um grande número de pessoas se reúne e se estabelece em uma área,
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eventualmente, com desenvolvimento das instituições sócias: empresas e governo para o
seu sustento. O autor diz que a urbanização é a concertação dirigida da população no
espaço urbano, e a cidade em si torna um dispositivo narrativo para a compreensão de
processo de urbanização. Portanto, o processo de urbanização inclui ainda a expansão
das comunidades vizinhas, como subúrbios e regiões o conceito da urbanização em
grande parte depende do interesse da disciplina em causa, todavia grande parte de
literatura a opinião é de que é um processo de desenvolvimento.

O autor diz que a antropologia urbana diverge da orientação antropológica tradicional


ao focalizar os urbanos mais civilizados das cidades. Em termos teóricos, a antropologia
urbana envolve o estudo dos sistemas culturais das cidades, bem como as ligações dos
lugares para cidade, e populações maiores e menores.

O autor explica que a antropologia urbana foi fundida com outras disciplinas com um
interesse teórico e conceitualização do espaço urbano e do urbanismo. Portanto, as
questões contemporâneas da antropologia urbana incluem migração rural-urbana,
demografia, adaptação e ajuste de humanos em populações densamente povoadas
ambientes, os efeitos do ambiente urbano sobre o pluralismo cultural estratificação
social, redes sociais, a função do parentesco, emprego, o crescimento das cidades, a
arquitectura, o crime e problemas urbanos práticos como moradia, transporte, uso do
espaço, gerenciamento de resíduos e infra-estrutura.

O autor enfatiza a pesquisa etnográfica sobre os sistemas culturas seleccionados das


populações, compara os sistemas culturais e oferece explicações contextuais para as
atitudes e comportamentos observados. De acordo com autor, antropologia urbana faz o
estudo detalhado e sistemático dos sistemas culturais da cidade usando o método
etnográfico.

O autor conclui que examinando os tipos de cidades ou examinando os vários aspectos


socioculturais questões dentro das cidades, usaram-se factores sociais, bem como
factores económicos e políticos, e posteriormente comparar e categorizar as cidades.
Portanto, enquanto outros antropólogos se preocupam com a estrutura da cidade a vida e
seu impacto no comportamento humano local ou interculturalmente, outros preocupam-
se com o desenvolvimento da urbanização internacional. Sistemas através do tempo e
do espaço como características socioculturais e domínios político-económicos.

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Referência bibliográfica

Costa, Ana. 2007. Os bairros são a cidade. In: O Preço da Sombra: Sobrevivência e
reprodução social entre famílias de Maputo, pp. 13-27. Lisboa: Livros Horizonte.

Da Costa (2007) debruça-se sobre a vida das famílias na periferia de Maputo


procurando alcançar diferentes tipos de existência social no seio de Maputo e diferentes
contextos históricos de formação dos agregados residências e populacionais. A autora
argumenta que os bairros escolhidos para este trabalho, foi segundo os seus diferentes
níveis de urbanidade. A autora baseou-se no método de observação participante
decorrido nos bairros de, Mafalala, Polana Caniço A e Hulene B.

A autora explica que Maputo é a maior cidade de Moçambique e no seu espaço urbano
concentra-se e centralizam-se grande parte dos poderes políticos, administrativos e
económicos que regem o país. Maputo explica-se pela importância das relações entre
Moçambique e África do sul e pelo desenvolvimento subsequente de estruturas
politicas, administrativas e infra-estrutura de serviços.

A autora diz que o que caracteriza os bairros da Mafalala, Polana Caniço A e Hulene B
é o contacto com o bairro e as pessoas que em todas direcções, depois são as vendas que
em grupo ou individualmente vendem uma variedade de artigos por todo lado e por
ultimo são os muros que rodeiam os quintais e as casas feitas de diversos materiais que
desafiam a imaginação.

Segundo a autora, os três bairros estudados a situação em termos populacionais tem


vindo a transformar-se de forma significativa. O bairro da Mafalala Mafalala, tem um
numero populacional menor que os bairros de Hulene B e Polana Canico A, esses
últimos dois tem maior densidade populacional.

A autora explica que os bairros da Mafalala e Polana Caniço A ficam relativamente


próximos do centro da cidade, mas a par dessa aproximidade e de outros factores,
persiste inúmeros problemas. O bairro da Mafalala, o alto nível freático da zona
dificulta a drenagem das águas. O bairro de Hulene B situa-se a lixeira municipal da
cidade onde é depositado todo o tipo de lixos que a cidade produz, a ocupação
desordenada, a extensão e a ma acessibilidade são apenas alguns dos problemas.

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Costa, Ana. 2007. Sempre a visitar: circulação e mobilidade nas famílias da
periferia de Maputo. In: O Preço da Sombra: Sobrevivência e reprodução social
entre famílias de Maputo, pp. 28-44. Lisboa: Livros Horizonte.

Costa (2007) A autora parte de uma interrogação sobre que estratégias organizativas
têm tido as famílias para se reproduzirem, biológica e socialmente, enquanto unidades
sociais efectivas, significantes, em particular num contexto económico que considera
adverso e presente nos movimentos de urbanização em torno de Maputo, a deslocação
durante as últimas gerações de população rural para os bairros limítrofes da cidade
capital.

A autora explica num sentido critico a análise dicotómica que se distingue nas suas
características económicas, sociais e culturais nas populações afirmando que essa
analise não permite a compreensão das estratégias, práticas, valores e identidade dos
actores, porque a identidade das famílias não se compreende sem como referencia a
terra de origem.

Segundo a autora, a ideia de urbanização está associada a economia, riqueza,


modernidade, inovação e individualismo e o rural está associado a tradição e
comunitarismo. Portanto, na análise que faz, a autora explica que a questão da migração
circular constitui uma das estratégias essenciais de sobrevivência e reprodução das
famílias, mas esse fenómeno de migração, o processo de urbanização não é novo em
África e de certa forma merece especial atenção por parte dos estudiosos.

Por outro lado, a autora vem mostrar que as populações urbanas e rurais africanas tem
sido analisadas e compreendidas de forma diferente e tal facto decorre de adopção de
um quadro analítico dualista e dicotómica, considerando as pessoas que habitam
separadas e opostas. De acordo com autora, essa análise dicotómica (urbano e rural) nas
suas diversas características faz pouco sentido porque a maioria das famílias para
organizarem as suas estratégias de sobrevivência e reprodução social operam em ambas
esferas.

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