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ANTROPOLOGIA NA EDUCAÇÃO

Ela tem várias Vertentes em antes de qualquer coisa de que ela é uma
forma de educação que quer dizer isso pensar que só é possível como
prática antropológica O que quer dizer isso que a educação é de alguma
maneira a percepção do outro que é o que é antropologia nos propõe é uma
das Ciências Sociais extremamente importantes e assim como a sociologia
ela estudar o ser humano em interação quer dizer o quê como ele se
relaciona Como se comporta a sociedade dessa maneira pensar que o seu
comportamento em sociedade é determinado por essa formação e curso de
professores ela é essencial porque tá tchau porque ela que vai nos trazer o
que a gente chama de autoridade o homem é o único animal que usando a
razão interferem modifica o meio ambiente como fazer isso ele está já
produzindo cultura ele já está produzindo elementos que são simbólicos
então antropologia ela vai se propor a entender este homem a história como
fundamento

A ANTROPOLOGIA
NA CONTEMPORANEIDADE

À primeira vista, o título Cidades Comparadas pode sugerir ao leitor discussões


relacionadas tão somente à antropologia urbana ou antropologia (da) na
cidade. Mas o propósito deste dossiê vai além desse campo heurístico. No
contexto aqui apresentado, o tema das cidades não constitui um fim em si
mesmo, mas um ponto de partida reflexivo e de mediação empírica para o
entendimento de fenômenos sociais mais amplos, produzidos em contextos
urbanos, no mundo contemporâneo. Desde o final da segunda metade do
século passado, não é novidade, a antropologia vem repensando e ampliando
seu objeto de investigação e, como desafio, tem abraçado o contemporâneo,
articulando-o a temporalidades distintas, como perspectiva a ser encampada
na pesquisa. Certamente, uma das características que tem marcado a
antropologia a partir da década de 1980, sobretudo, é a superação, cada vez
mais, de uma concepção estrutural da vida social para uma perspectiva em que
os sujeitos, em sua diversidade social e não apenas étnica, têm se tornado
produtores do social e protagonistas de mudanças na cena política. A proposta
desse dossiê vai nesta direção. Os dez artigos e três ensaios fotográficos aqui
reunidos versam sobre temas distintos envolvendo a vida social de indivíduos e
de grupos inseridos em dinâmicas urbanas contextualizadas, porém pautados
por temporalidades diversas que refletem processos de globalização, a
exemplo de fluxos e trânsitos culturais. Isso nos ajuda a problematizar a ideia
de cultura não mais como algo fixo a um lugar ou a uma determinada
experiência ou referência geográfica localizada, mas a partir de formas
dinâmicas e processuais. Com os efeitos da chamada “compressão tempo-
espaço”, as grandes distâncias se encurtaram, alguns limites ou “fronteiras
físicas” que demarcavam territórios e espaços urbanos diminuíram ou até
mesmo desapareceram. Deste modo, a correlação que havia entre espaço
como unidade simbólica estável (baseada em relações sociais e culturais
enraizadas) e seu equivalente territorial, que lhe conferia materialidade, parece
irrelevante 1 Professora do Programa de Pós Graduação em Antropologia
Social da Universidade Federal de Alagoas. 2 Pograma de Pós graduação em
antropologia da UFPE (Laboratório de Estudos Avançados de Cultura
Contemporânea - LEC). A Antropologia na Contemporaneidade 13 no chamado
mundo globalizado. É assim que as culturas se transformaram, incorporaram e
recriaram valores e sentidos, buscando um diálogo recíproco entre o local e o
cosmopolita, entre o fixo e os fluxos. Em decorrência desses processos, o
mundo certamente tornou-se mais próximo porque, em larga medida, se
virtualizou. O papel do imaterial e dos serviços ligados à produção desse
intangível é uma das características mais evidentes do mundo contemporâneo,
marcado pela intangibilidade da economia, pelos novos fluxos de capitais e de
bens produzidos pela economia de mercado. Isto tem impactado diretamente
as relações sociais, concorrendo para a produção de novas experiências e
subjetividades, bem como novas formas de comunicação, de trabalho e de
conhecimento. Em sua maioria, os artigos aqui reunidos tangenciam alguns
desses temas, tendo como fio condutor a perspectiva comparativa, o que
demonstra a atualidade metodológica de um viés que estabeleceu suas bases
sólidas na antropologia e permite estabelecer nexos interessantes para se
pensar o rico arcabouço que o exercício da comparação – tão caro à prática
dessa disciplina – pode ainda hoje nos proporcionar. Vinculada à própria
gênese da antropologia, a comparação sofreu grandes e importantes
transformações nas suas formas de percepção e de prática, mobilizando, ao
longo da história da disciplina e a partir de diferentes orientações teórico-
metodológicas, dezenas de autores clássicos que empreenderam esforços
para delimitá-la, ora apontando-a como a razão maior de ser da própria
antropologia, ora como exercício inerente ao ambicioso projeto desse campo
disciplinar. Nessa breve apresentação, seria desnecessário e exaustivo para o
leitor mencionarmos uma lista de exemplos, bastando para isso sintetizar nas
palavras de Ingold (2015)3 que, sendo o empreendimento antropológico
essencialmente comparativo, devemos ter em mente que o que se compara
não são objetos limitados ou entidades, mas, sobretudo, modos de ser ou de
estar no mundo. A sequência dos artigos proposta pelos organizadores busca
manter uma linha que parte de ambientes e contextos mais generalizados, tais
como os desdobramentos proporcionados pela internet e suas conexões com
novas formas de capitalismo; o consumo de produto sem grandes centros
urbanos ou a problemática do descarte do lixo. Em seguida, apresentamos
reflexões a partir de contextos mais localizados, que podendo envolver o
exercício comparativo tomam, para tanto, temas variados tais como patrimônio;
formas de sociabilidade urbana ou iniciativas governamentais em cenários
nacionais e internacionais envolvendo diferentes escalas, países, cidades ou
bairros específicos. Essas reflexões podem ainda se converter em rico
exercício demonstrativo de como abordar a problemática na 3 INGOLD, Tim.
Estar Vivo: ensaios sobre movimento, conhecimento e descrição. Coleção
Antropologia. Petrópolis: Vozes, 2015. Barros e Motta Revista Mundaú, 2018,
n.5, p. 12-17 cidade apresentando, para tanto, as implicações pedagógicas de
uma metodologia visual e urbana. Nessa linha de raciocínio, O preço da
palavra: a hegemonia do capitalismo eletrônicoinformático e o googleismo, de
Gustavo Lins Ribeiro, se propõe a traçar um panorama analítico das
sociedades pós-industriais e do poder da informação no contexto do chamado
capitalismo cognitivo. Apresentando a hegemonia de um sistema industrial e
econômico centrado na internet, o artigo conduz o leitor a perceber que o
capitalismo eletrônicoinformático cria sua própria mercadoria. Quando se
pesquisa uma palavra no Google, por exemplo, o resultado já aparece
economicamente estruturado, com uma ordem hierárquica leiloada onde os
licitantes compram prioridade e visibilidade. Estamos no reino das palavras
mercadorias, desmaterializadas, onde o preço é desencarnado; as palavras
tornam-se fetiches, adquirem um preço com a hiteconomy e a likeeconomy
incrementando o mercado e transformando os consumidores em linha de
produção virtual global. Examinando os anúncios de duas marcas de cerveja
com atuação no mercado nacional, o artigo Um brinde ao Diderot: cultura,
imaginário urbano e publicidades de cerveja conduz o leitor à compreensão de
lógicas de apropriação distintas. Valendo-se de elementos da cultura brasileira
e do imaginário carioca, no primeiro caso, e de um universo impessoal e
cosmopolita no segundo, Marina Frid e William Corbo apresentam, numa
perspectiva comparativa, maneiras como a publicidade constrói representações
do consumo da bebida através de vinculações das marcas de cerveja com as
chamadas “unidades Diderot”, isto é, tratando o consumo como sistema
simbólico que conjuga temas, espaços, experiências e objetos presentes na
cultura e apontando para o caráter complementar e comunicacional dos bens.
Apoiando-se em dois documentários e tomando o lixo como objeto de reflexão,
o artigo Notas sobre as formas de apropriação dos resíduos sólidos urbanos:
pensando a partir dos documentários Boca de Lixo e Lixo Extraordinário coloca
em evidência as figuras do catador de resíduos e do artista plástico, cujo ponto
em comum é o fato de ambos ressignificarem restos das sociedades
consumistas em materiais dotados, respectivamente, de valor de uso e de valor
artístico. O leitor tem a oportunidade de refletir, a partir do aporte comparativo
proposto por Welkson Pires, sobre a reciclagem de dejetos em contextos de
sobrevivência e de pobreza extrema por um lado, e da criação artística por
outro, de que forma objetos tornados refugos pela ação do descarte prestam-se
a construções subjetivas distintas. No artigo Dinámica de un organismo
nacional de patrimonio; continuidades y rupturas em vinculación com procesos
histórico-sociopolíticos, Mónica Rotman apresenta um quadro comparativo que
nos permite acompanhar as mudanças e transformações das políticas levadas
a efeito pela Comissão Nacional de Museus, Monumentos e Lugares Históricos
da Argentina, apresentando ao leitor as dinâmicas internas desse organismo
estatal e suas A Antropologia na Contemporaneidade 15 características em
momentos históricos distintos, sempre amparada em sua análise na
contextualização temporal dessas ações com as complexas condições
sociopolíticas daquele país. Seguindo o argumento patrimonial, em Nos tempos
dos charutos prateados: ressonâncias em torno do reconhecimento do Campo
do Jiquiá como patrimônio histórico do Recife, Rafael Rodrigues e Roberta
Mélo propõem refletir sobre diferentes ressonâncias promovidas a partir de
apropriações de uma mesma área reconhecida como patrimônio histórico. Os
autores oferecem ao leitor, a partir de diferentes contextos e temporalidades:
1983 - ano do tombamento, e 2009 - momento de instalação de um projeto de
requalificação, a possibilidade de uma abordagem comparativa para diferentes
expressões de ressonância: uma afetiva, diretamente ligada ao
reconhecimento do local como patrimônio histórico da cidade, e outra
instrumental, associada aos projetos de requalificação da área e aos benefícios
que a ação aporta em termos de infraestrutura urbana para bairros do entorno.
Em Espaços não edificados nas concessões agudá: jardim ornamental, pomar
e horta, Alexis Adandé estabelece comparação entre os jardins brasileiros e os
jardins agudá, no Benin, buscando suas correlações e chamando a atenção de
gestores do patrimônio para ações necessárias. Conhecidos como os
brasileiros “retornados” à África ou os “brasileiros do Benin”, os agudás, em seu
movimento de retorno no fim do período escravagista brasileiro, ou durante os
séculos de escravidão (por meio de alforrias), transportaram uma série de
referências para o Benin, entre elas plantas presentes no cotidiano brasileiro
(fruteiras, hortaliças, flores), além de concepções que nortearam a construção
desses espaços. Dando relevo a aspectos da diáspora africana no novo
mundo, o artigo demonstra as trocas culturais estabelecidas entre o Brasil e
partes do continente africano. Partindo da ideia de cidade como obra, e da
continuidade do rural no urbano, o artigo Quadrilha junina e cidade, mercado e
beleza da obra chama a atenção do leitor para a centralidade do universo rural
que se mantém vivo na cidade através de uma memória da migração que
engloba imagens e símbolos do universo rural. Os protagonistas da quadrilha
junina, em ambiente citadino, participam crítica e conscientemente da festa,
estabelecendo diálogos com as políticas de cultura, com a dimensão que o
espetáculo alcança e com a crescente presença da mídia. Nesses termos,
Luciana Chianca apresenta a ressignificação da quadrilha em novo ambiente e
momento, possibilitando ao leitor a percepção das redes que se estruturam em
torno da atividade que arregimenta profissionais de diferentes campos e
arrebanha apoios de diferentes naturezas para garantir o brilho da festa.
Tomando uma parte do cenário urbano de Imperatriz, MA como reflexão,
Glamour e precarização na Praça Tiradentes: metáforas, temporalidade e
narrativas de um logradouro público busca aproximar a antropologia da noção
de metáfora para analisar as narrativas de Barros e Motta Revista Mundaú,
2018, n.5, p. 12-17 atores sociais que participam da dinâmica daquele espaço.
O aporte comparativo proposto por Jesus Pereira e Ana Paula Pereira
acontece a partir de dimensões temporais distintas e da construção metafórica
presentes nos discursos que versam sobre a praça. Articulando elementos do
presente e do passado, o leitor é conduzido ao ambiente, entendendo-o como
um campo de tensões e de intersecções de diferentes experiências. O fio
condutor centra-se na análise de registros narrativos e nas metáforas que
subsidiam a reflexão sobre temporalidades distintas e relações sociais naquele
logradouro público. O artigo de Dorothée Sy, Representações Compartilhadas
sobre o Programa Minha Casa, Minha Vida: análise do discurso sobre a
construção do novo tempo na cidade de Lajeado, propõe desvendar o discurso
mítico e a mensagem oculta existentes por trás da fabricação do “sonho da
casa própria” e que são articulados pelas políticas do governo municipal de
uma cidade gaúcha. Amparando-se em autores que discutem o Estado e a
produção do discurso, oferece ao leitor uma análise através de imagens
divulgadas pela imprensa e por imagens publicitárias institucionais. Fechando o
conjunto de artigos, Antropologia com Imagens: Cartas aos narradores urbanos
e o Livro do etnógrafo relata experiências de ensino em antropologia visual e
da imagem e em antropologia urbana no curso de graduação em Ciências
Sociais e no PPGAS da UFRGS desenvolvidas pelo Núcleo de Antropologia
Visual (Navisual) e pelo Banco de Imagens e Efeitos Visuais (BIEV), dando
realce a dois projetos - a exposição Carta aos Narradores Urbanos: etnografia
de rua na Porto Alegre das intervenções artísticas e Livro do Etnógrafo. Com
destaque à produção do conhecimento, Ana Luiza da Rocha, Cornelia Eckert,
Mariana Barbosa e Matheus Cervo propõem uma ruptura na linearidade da
linguagem escrita ao tempo em que apresentam o hipertexto como
possibilidade para múltiplas leituras do material etnográfico possibilitando que o
leitor-navegador seja ele também agente da construção interpretativa. Além
dos artigos, o dossiê apresenta também ao leitor três ensaios visuais. O ensaio
Currais da Memória: o tempo de saber fazer, da antropóloga Amanda Régia
Amorim Morais dos Santos, resultado de sua pesquisa de mestrado sobre o
processo de gentrificação de um bairro de pescadores em Maceió-AL, mostra o
impacto desse processo sobre a pesca artesanal que perde espaço para a
ocupação urbana desordenada e compromete a continuidade do ofício
tradicional da pesca de curral. O ensaio Benigno Benin – Missão Cultural
Maceió-Benin 2018, do artista visual Francisco Oiticica Filho, traz imagens que
dialogam com o sentimento experimentado pelo fotógrafo com aquele país. As
ruas, o estilo de vida, a religiosidade, momentos de trabalho, são aspectos
retratados pelas lentes desse fotógrafo que, sob o impacto da alteridade
africana, nos oferece uma mostra da estética, da alegria e da receptividade
presentes naquele país. A Antropologia na Contemporaneidade 17 Por fim, o
ensaio do antropólogo Fabrício Barreto, Bem-vindo ao Porto: graffiti na
paisagem da região portuária da cidade de Pelotas/RS, também fruto de sua
dissertação de mestrado em antropologia, apresenta fotografias de graffitis
existentes naquele bairro portuário que antes habitado por operários passa, a
partir da reestruturação da Universidade Federal de Pelotas, a abrigar novos
espaços acadêmicos e a ser buscado como residência por estudantes.
Retratando a condição de impermanência da cidade, os graffitis mostram seu
potencial transformador, apresentando o bairro como uma galeria a céu aberto.
A capacidade de percepção e modos de olhar dos autores e autoras reunidos
neste dossiê temático permitiram-lhes perscrutar um campo multifacetado de
interesses temáticos, reunindo diferentes tipos de experiências desenvolvidas
em contextos urbanos e tendo como desafio maior uma antropologia na
contemporaneidade.

Antropologia hoje
Bela Feldman-Bianco

A antropologia constitui campo consolidado e dinâmico no Brasil que tem


obtido reconhecimento nacional e internacional pelos seus patamares de
excelência científica. Combinando o interesse em compreender o mundo com a
preocupação em desvendar os códigos culturais e os interstícios sociais da
vida cotidiana, a pesquisa antropológica é extremamente relevante para
desvendar problemáticas que estão na ordem do dia sobre a produção da
diferença cultural e desigualdades sociais, saberes e práticas tradicionais,
patrimônio cultural e inclusão social e, ainda, desenvolvimento econômico e
social. No quadro da globalização contemporânea, além de contribuir cada vez
mais para a formulação de políticas públicas e propostas para a sociedade, a
antropologia apresenta os aparatos necessários para expor a dimensão
humana da ciência, tecnologia e inovação. Ao mesmo tempo, no curso de seus
processos de transformação e internacionalização, surgem novos desafios e
perspectivas para o ensino, a pesquisa e a atuação de antropólogos e
antropólogas.

Esses desafios incluem, por exemplo, as políticas científicas que favorecem a


expansão da pós-graduação. Os números são eloquentes. Enquanto em 2001
havia dez programas de mestrado e seis programas de doutorado, hoje são 20
programas de mestrado e 12 de doutorado que, ainda que insuficientes,
implicaram em melhor distribuição no Nordeste e na inédita e bem-vinda
criação de dois mestrados e doutorados na Amazônia Legal. Dobrou-se o
número de programas em dez anos. Abrangem, ainda, um aumento da
demanda discente por cursos de antropologia, a ampliação do mercado de
trabalho, além de mudanças no campo de atuação frente às políticas
educacionais e políticas públicas, de modo geral, inclusive no que concerne às
relações da antropologia com o Estado e a sociedade.

Assiste-se, ademais, à emergente reapropriação do modelo dos "quatro


campos" (arqueologia, antropologia social/cultural, antropologia biológica e
antropologia linguística) e à revisão das relações com outras áreas
constitutivas das ciências humanas. Este modelo, originalmente utilizado para
analisar a humanidade através de grandes esquemas evolucionistas e
difusionistas, está sendo reelaborado e sobreposto às práticas de trabalho de
campo, desenvolvidas a partir de estudos sobre culturas e sociedades
particulares. A tradição antropológica de pesquisa de campo, requerendo
vivência prolongada dos pesquisadores com seus sujeitos de pesquisa e
implicando em compromisso perante esses sujeitos, fornece um aprendizado
para olhar o mundo com sensibilidade e, assim, compreender, apreciar e
traduzir códigos culturais diversos e respeitar a diferença cultural. Destarte, a
produção antropológica tem o potencial não só de desenvolvimento científico
no sentido restrito, mas de ação social no sentido mais amplo, particularmente
quanto à elaboração de políticas públicas para segmentos sociais urbanos e
rurais em situações de desvantagem e risco social e grupos étnicos
diferenciados.

Com base na constante renovação de seus horizontes empíricos, antropólogos


e antropólogas têm realizado pesquisas de ponta na intersecção de várias
áreas de conhecimento. Destaca-se a ampla experiência de pesquisa na
Amazônia, tanto no Cerrado quanto no Pantanal, sobre a relação entre
populações, agro-biodiversidade e conhecimento tradicional, desenvolvimento
e padrões de agricultura sustentável, conflitos ambientais, entre outros.
Ressalta-se também a relevância da pesquisa antropológica na interface com
as políticas públicas para as populações tradicionais. A qualidade e seriedade
dessa atuação dos antropólogos exprimem-se, por exemplo, na existência de
um duradouro e ativo convênio entre a Associação Brasileira de Antropologia
(ABA) e o Ministério Público da União.

Estudos realizados na cidade, seja na intersecção com a sociologia ou com o


direito, têm examinado problemáticas sobre, por exemplo, grupos urbanos,
pobreza, movimentos sociais, violência, justiça, religião e políticas de
administração de conflitos, entre outras que podem igualmente subsidiar
políticas públicas. Nesse âmbito, os estudos sobre gênero, família, gerações,
sexualidade e reprodução recobrem focos muito importantes de preocupação
pública. Por sua vez, os trabalhos em antropologia visual são cruciais tanto
para a divulgação da disciplina quanto para compreensão de uma sociedade
cada vez mais imagética. Ainda que incipiente, desenvolve-se com grande
vigor a antropologia da ciência e da técnica, acompanhando tendências
internacionais. Na interconexão com a saúde, a análise antropológica torna-se
de grande valia para se entender as representações sobre doenças e
processos terapêuticos como parte dos sistemas simbólicos culturalmente
ordenados e os contextos sociais nos quais ocorrem, como também para
examinar e analisar os aspectos organizacionais, institucionais e político-
ideológicos dos programas de saúde pública.

Concomitantemente à histórica predominância de estudos relacionados à


etnologia indígena, às populações afro-brasileiras, às questões do campo e da
cidade no Brasil, bem como aos diversos aspectos da cultura nacional, há
antropólogos realizando pesquisas na América Latina, África, Europa, América
do Norte e em países como Timor Leste e China. Como resultado, a
antropologia do Brasil ocupa hoje inegável liderança na América Latina. Pela
ação pioneira da ABA na criação do World Council of Anthropologial
Associations, as antigas relações com a antropologia francesa, inglesa e norte-
americana foram redefinidas, e novos diálogos institucionais e acadêmicos
foram iniciados com antropologias de outros continentes.

Essa multiplicação de temáticas e sujeitos de pesquisa apresenta desafios que


requerem uma agenda de prioridades de pesquisa. Se o trabalho de campo
(que tende a ser individual) e a relação artesanal entre orientador e orientando
constituem pontos fortes da produção do conhecimento antropológico e da
formação disciplinar, ao mesmo tempo tendem a levar a uma aparente
fragmentação da produção em grande número de linhas e grupos de pesquisa.
Para não se perder essa indispensável característica da pesquisa
antropológica minuciosa e intensa, as perspectivas que se abrem são no
sentido de se estimular a formação de redes que possam levar à elaboração de
grandes projetos transdisciplinares. Essa estratégia molda, por exemplo, a
emergente criação dos INCTs, alguns dos quais liderados por antropólogos. A
ampliação do mercado de trabalho traz também desafios para a formação e a
atuação dos antropólogos em órgãos governamentais e não-governamentais,
no Ministério Público, nas empresas e nos movimentos sociais, cujas
demandas implicam, muitas vezes, expertise em laudos antropológicos. Com a
reestruturação e expansão das universidades federais, em vez da tradicional
formação em ciências sociais ou da abertura de mestrados profissionais, foram
criados vários cursos de graduação em antropologia que visam propiciar a
necessária competência profissional, com ênfase em pesquisa de campo e
interfaces com outras áreas interdisciplinares. Como são cursos novos e
polêmicos, com currículos variados, torna-se imperativo acompanhar, avaliar e
refletir criticamente se suprem as necessidades de formação.

A crescente relação entre a antropologia e políticas públicas no contexto


brasileiro contemporâneo e o papel de intermediação dos antropólogos entre
Estado e movimentos sociais constituem desafios que merecem reflexões
propositivas. Nesse sentido, deve-se levar em conta que as transformações no
próprio corpus conceitual e analítico da disciplina se fazem acompanhar de
mudanças nas relações com os sujeitos da pesquisa antropológica, seja por
seu acesso ao sistema formal de ensino (inclusive em programas de pós-
graduação em antropologia), seja pela crescente agência política que
passaram a desempenhar em cenários globalizados. Se falar junto, falar com
estas populações (mais do que falar em lugar delas) é um imperativo que a
ABA afirmou na luta pelo reconhecimento dos direitos das populações
tradicionais, hoje esses sujeitos estão se tornando parceiros e colegas tanto no
âmbito acadêmico como de atuação política. Essa parceria marca um novo
ciclo de atuação política dos antropólogos no Brasil.

ROCHA DE ALMEIDA, RACHEL BARROS1, ANTONIO MOTTA2,


https://www.seer.ufal.br/index.php/revistamundau/article/view/7677/ Acesso em
21/04/2022

Bela Feldman-Bianco é presidente da Associação Brasileira de Antropologia


(ABA) (2011-2012), professora colaboradora da Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp) e co-coordenadora do GT Migración, Cultura y Políticas
da Clacso (2011-2012)

Revisar estes textos


Eu estudo que circula na internet atribuído a fundação brightside é apresentado uma
experiência que consiste em transformar os dados demográficos das populações do mundo em
uma progressão para um grupo de 100 pessoas em outras palavras eles trazem dados
proporcionais entre a população mundial hoje cerca de sete milhões de pessoas e um pequeno
grupo de 100 pessoas projeção dados curiosos aparecem dá 100 pessoas cerca de 60 vivem na
Ásia 15 na África e 15 nas Américas e apenas 11 na Europa da 100 pessoas 41 tem entre 25 e
54 anos 26 entre 0 e 14 anos e apenas 8 com mais 65 entre 100 pessoas apenas 7 sem diploma
de nível superior enquanto 41 São analfabetas ou analfabetos funcionais Pois então nós que
estamos em uma universidade Nós Somos privilegiados mas Brincadeiras à parte o que que
essa pequena história nos indica ela nos indica que vivemos em um mundo denso Vivemos em
um mundo popular do provisões de pessoas o mundo dinâmico que coloca em relação
indivíduos diferentes origens e pretensões diferentes nesse mundo que nós vivemos hoje
nesse mundo que nós navegamos hoje e é para esse mundo que esta disciplina de
antropologia cultural é pensado agroecologia cultural não é uma disciplina passatempo
certamente nós teremos a oportunidade de estudar e discutir assuntos que muitos de Vocês
tomaram como não essenciais ou como mero divertimento mas na medida em que pararmos
para pensar na medida em que projetarmos os nossos estudos de Antropologia nesse mundo
denso dinâmico e complexo vocês perceberam eu tenho certeza como a antropologia pode ser
aplicada em qualquer carreira em qualquer trajetória pessoal em qualquer vida acadêmica
vida profissional vida social nos aprender como usar a ferramenta de relativismo cultural para
pensar diferente nos descobriram que a noção de pessoa não é algo dado Ou seja todos os
lugares e momentos do mundo as pessoas não foram concebidas sempre da mesma maneira
como indivíduos Livres interessados soberanos como pensamos hoje nós iremos tratar de
preconceitos e estereótipos de violências étnicas E de gênero teremos debates acalorados
sobre racismo e ações afirmativas avançaremos na compreensão do que é a modernidade e
como esse período histórico se relaciona conosco hoje e faremos Um percurso pelos
intérpretes da cultura brasileira e pelas relações entre cultura turismo e patrimônio Nós não
seremos 100 pessoas em nosso bate-papo não seremos em pessoas em nossas trocas virtuais
mas certamente serão singulares em nossas maneiras de pensar e nos relacionar com a
antropologia cultural e para riqueza de nossas trocas e para riqueza da nossa própria disciplina
eu conto com vocês no momento de realizar as tarefas a distância e na interação com os
colegas por experiência eu posso dizer que o nosso curso é tão mais bem-sucedido quanto a
turma se engaja nele assim eu quero que vocês me levem que vocês levem os seus colegas e as
suas colegas por uma bela Aventura nesta disciplina a distância eu deixo um grande abraço a
todos e a todos e votos de excelentes momentos de aprendizado.

Para dar um recado para vocês como vocês sabem tudo que envolve a palavra gênero hoje em
dia o que consegue discussões políticas acadêmicas sempre dá muita polêmica pessoal sempre
fica muito saltado pingando fica brigando às vezes de uma forma bastante infantiloide internet
tá aí para você ver isso você não precisa nem procurar muito só que como vocês sabem pelo
menos aqueles de vocês que acompanham as canal aqui a gente tenta manter um pouco de
óleo e civilidade nos comentários e das interações entre as pessoas se você tem algum
problema com a palavra gênero se você não consegue ouvir essa palavra assim ficar com raiva
quero te pedir uma coisa Assiste esse vídeo de cabeça aberta não fica ouvindo como se fosse
um podcast Presta atenção nas anotações que vão aparecer estejam um pouco aberto a pelo
menos ouvir o que vai ser dito que você não concordar tudo bem Mas faça um comentário
educado ou então vai embora não precisa nem comentar agora não vem aqui e muito menos
ofender produzir Nossa política de comentários e falta de educação ciência e outros tipos de
comportamentos problemáticos não toleramos aqui enfim foi o vídeo preparado com muito
carinho é um vídeo bom gostei bastante informação e eu espero que vocês gostem se você
não concordar com vídeo e não mudar de ideia tudo bem Eu espero que esse vídeo esclareça
algumas coisas para as pessoas que estão em dúvida sobre todo esse debate e tem sido tão
intenso no mundo contemporâneo Por enquanto é isso aí fica incluído Oi gente tudo bom com
vocês nós fizemos uma votação para decidir qual seria a causa desse vídeo e vocês escolheram
o tema estudo de gênero e como a antropologia trabalha com ele tem com a gente e vamos
saber mais sobre esse assunto que é tão polêmico atualmente Por que que a gente precisa
falar de gênero sobre o conceito mas antes eu acho legal falar o motivo porque ele é tão
estudado é porque ele tem recebido tanta importância na academia nos últimos anos quando
a gente realiza um levantamento bibliográfico na área das ciências humanas história Sociologia
a gente percebe que a palavra subjetividade pode ser compreendida a partir de diversas chave
significado subjetividade então diz respeito aquilo que somos mas por que é importante
pensar o conceito de subjetividade para discutir gênero sexualidade e diversidade Por que
atendem através da nossa identidade de gênero e da nossa alimentação sexual que
elaboramos a nossa subjetividade nos relacionamos com as pessoas a gente não nasce pronto
ou determinado é por meio da educação seja ela familiar na escola ou social que nós vamos na
semana uma das coisas que Nós aprendemos é o que é ser mulher e o que é ser homem como
mulheres e homens devem se relacionar entre si Quais são os diferentes lugares que homens e
mulheres ocupam na sociedade e o que eles significam também no meio social ao processo de
aprendizado e formação do seu jeito tá ligado os valores vigentes na sociedade classificando
diferenciando O que é bom e ruim o que é positivo e negativo que é correto errado é precisa
de sujeitos estejam atentos para não reforçar a gente mais diferença supostamente naturais a
naturalização nos processos de formação dos homens e das mulheres pode tornar-se bastante
perigosa quando elas são usadas para justificar uma série de violência de preconceito e
violência de gênero e os preconceitos agem de maneira silenciosa por isso é preciso que
estejamos atentos para identificá-los e capacitados para enfrentar os alguns exemplos de
violência de gênero são facilmente encontrados no cotidiano meninos e homens que usam
roupas cor-de-rosa podem ser chamados de mocinha de mulherzinha aqueles que ajudam as
mães nas tarefas domésticas também viram mulherzinha já os que choram ou são mais
sensíveis ou vem né dos homens mais velhos ou menos chora ou são chamados de flor mas
assim foi tirado as meninas também sofrem violências de gênero né 301 meninos que jogam
bola são apontadas como Maria Mágica como sapatão algumas são bem sucedidas nas
carreiras profissionais por exemplo elas são contados como lésbica sou Fingida porque
supostamente teriam deixado na vida afetiva de lado para focar só no trabalho a gente tem
uma série de exemplos em que poderia passar aqui tipo dia inteiro falando com vocês então
esse grupo social que é majoritário usa essas ideias consideradas machistas misóginos e
homofóbicas para exercer um controle sobre essas pessoas que estão consideradas desviantes
com anormais o que fortalece então vários mecanismos de exclusão e de negação exclusão do
convívio social negação da família dificuldade de inserção no mercado de trabalho infelizmente
esse tipo de violência não permanece apenas nas ofensas verbais e pressão psicológica ou
social em alguns casos existe agressão física Itália inclusive levar à morte.

Inclusive levar à morte quando a gente fala estudo de gênero é desconstrução isso não quer
dizer que todo mundo tem que construir mudar o inverter as coisas de ser qualquer coisa
desse jeito a questão é que todo mundo deveria se sentir confortável sendo quem é você que
é um homem que gosta de futebol ou UFC representa que considera isso Coisa de homem não
precisa deixar de gostar isso não é mais uma das muitas expressões de masculinidade existem
outras formas de ser homem e outras formas de expressar essa masculinidade o mesmo serve
das mulheres então se você prestar bem atenção no vídeo ajeitar mensagem aqui é o respeito
às diferenças então fica tranquilo Respira fundo e vamos lá vamos explicar Então como
conceito de gênero surgiu ao longo do tempo e como ele nos ajuda a pensar a sociedade
atualmente vamos também falar sobre como conceito de gênero aparece algumas pesquisas
da área de Antropologia processo comum as condutas dos homens e das mulheres são visíveis
nos corpos encontrados em uma dimensão biológica é comum a gente encontrar em jornais
revistas explicações científicas para a diferença de comportamento entre homens e mulheres
fundamentada nos hormônios os homens por causa da testosterona ele não mais propensas
agressividade a violência tenho mais força já as mulheres que possuem estrogênio e
progesterona circulante os corpos estariam sujeitas a sensibilidade EA emotividade sobretudo
Nos períodos de tensão pré-menstrual ou TPM por causa disso não é difícil perceber que a
sociedade ocidental a sociedade admite Lise Click as personalidades dos padrões de
comportamento são determinados de acordo com sexo biológico no vídeo de sexo biológico
várias características para classificar os modos de ser e a subjetividade dessa pessoa o mesmo
pensado para os seres humanos que nascem machos nesse campo de estudo entende que a
Biologia desempenham papel questionado na determinação dos comportamentos é preciso
ter claro que a espécie humana depende entre fisicamente da socialização entre os seus iguais
a elaborar e construir a subjetividade Ou seja é na sociedade e através das interações com os
outros que aprendemos e vamos incorporando os significados do que ser homem e tu que a
mulher do masculino e do feminino Existem algumas divergências entre as ciências humanas e
sociais e mesmo biologia nesse assunto mas isso fica para outro momento esse vídeo foca
apenas nos estudos da primeira área o conceito de gênero compreendido na forma que é
usado hoje hoje então em meados da década de 1970 foi partir do Diálogo estabelecido
movimentos feministas no começo do século 19 e as suas teóricas antropólogo e filósofo que
as definições de concepções sobre conceito foram se alterando sentido assinale a Francesa
Simone de povoar uma grande representante motivadora da discussão e1941 ela escreveu o
livro chamado o segundo sexo uma nova reflexão sobre as desigualdades entre homens e
mulheres questionavam os motivos pelos quais os sistemas de relação de poder é sociedades
ocidentais modernas as mulheres permaneçam sempre em posição de inferioridade mulher
essa mulher que muita gente entende errado porque acha que ela tá falando de biologia não
era isso no comportamento e nas conversas e o sexo biológico 1986 historiadores de uma
escola de química ou assino gênero uma categoria útil de análise histórica da categoria de
gênero expressam campo de disputas teóricas e políticas ou seja gênero não pode ser tratado
apenas no âmbito privado das relações familiares e uma vez que vai para além do âmbito
privado precisa ser compreendido dentro de um sistema político econômico e das estruturas
de Poder da sociedade da mesma forma contra voar Scott compreende gênero como uma
categoria Que meio-dia diferença biológica e as relações sociais historicamente construídas Ela
disse o seguinte o uso do gênero põe em fazer sobre todo sistema de relações que podem
incluir o sexo mas ele não é diretamente determinado pelo sexo nem determina diretamente a
Sexualidade é o gênero é um elemento constitutivo das relações sociais fundadas sobre as
diferenças percebidas entre os sexos e o gênero é o primeiro modo de dar significado as
relações de poder na sociedade como é que se conserta imobilizado antropologia uma
disciplina que estuda a diversidade cultural da sociedade e por consequência os mecanismos.
Conceito de mobilizar sociedade consequência os mecanismos que orientam e são
determinantes para a construção dessa diversidade entre os estudos feitos por antropólogos e
antropologia se pode constatar que homens e mulheres de diversas partes do mundo são
muito diferentes entre si e por esses mesmos estudos que percebemos que as diferenças não
estão coradas em questões biológicas mas sim orientadas por particularidades culturais afinal
se fosse ao contrário homens e mulheres de todos os cantos do planeta teve um
comportamento de modo de ser iguais a disciplina de Antropologia Sai fora portanto no
pressuposto de que a partir da cultura e diversidade humana é constituída e elaborada no
começo da década de 1930 que os primeiros estudos sobre a temática de gênero e da
sexualidade surgiram na antropologia Vale lembrar que a palavra gênero não era utilizado no
estúdio de 1930 na agenda não era concebido como uma categoria de análise como as
mascote falou na década de 80 são outras palavras para definir o que é gênero lojas americana
Margareth midi em sua pesquisa na Nova Guiné descobriu que não existe correlação entre
sexo do corpo EA conduta social dos homens e mulheres então número chamado
temperamento E aí temperamento aqui a gente pode levar a chave de gênero que foi
publicado em 35 a Margarete investiga os papéis sexuais Como era chamado na época o
conceito de gênero dos indivíduos em três culturas diferentes os arapesh mundugumor
tchambuli para a autora o primeiro grupo poderia ser considerado de acordo com os critérios
da cultura ocidental detentor de uma sociabilidade mais Maternal homens e mulheres eram
amáveis e muito gentil com as suas crianças já no segundo grupo todos eram igualmente
agressivos nas duas sociedades os papéis sociais destinados a homens e mulheres eram
semelhantes não havia distinções porque entre os estímulos Margarete presenciou a inversão
dos papéis sexuais que a gente tem na nossa cultura ocidental os homens da tribo diferente
dos homens da cultura ocidental eram ensinadas a ser mais gentis delicados e materiais eles
cuidavam das crianças depois que elas nasciam já as mulheres eram fortes bravos e guerreiras
autora nos mostrou nesses estudos que os papéis sexuais e que o gênero ou temperamento
não eram determinados por questões biológicas escritas nos corpos portanto não poderiam
ser considerados supostamente naturais nascer com pênis ou com uma vagina não definiria o
comportamento social dos indivíduos pelo contrário Ficou claro que as concepções sobre
gênero eram construídas de acordo com as expectativas e por intermédio das interações
sociais que os sujeitos travaram entre si logo os gestos os modos de se vestir utilizar o corpo
de comer de sentar de andar sentir de falar de brincar de namorar de cuidar do outro de amar
não são elaborados de forma igual em todas as sociedades eles variam e podem ser
considerados mais femininos Em alguns momentos ou mais os masculinos em outros tudo
depende do referencial o que na nossa sociedade é normal padrão em outras sociedades pode
ser estranho como é o caso desses três grupos que eu acabei de sentar é no processo de
socialização desde a infância e por toda adolescência que construímos a nossa identidade de
gênero há coerção social começa ainda na infância ensina os nossos corpos ocuparam
determinado lugar no mundo dessa forma desde cedo fazendo demarcados os lugares
socialmente aceitos para os homens e para as mulheres da mesma forma como antropólogos
Margarete midi antropologa Melo também nos ajuda a pensar e aprofundar as questões de
gênero em seu livro intitulado o gênero da dádiva muito bom com elas nos mostram como os
povos da melanésia possui a capacidade de adicionar mobilizar e modificar seu gênero sempre
a partir da interação com o outro Ou seja a identidade ou a subjetividade ela é fluida é mutável
e torna-se consequência das interações ou seja as pessoas que não se servem categorias como
homem masculino mulher feminina com tem múltiplas identidades e noções de
masculinidades e feminilidades a simbolização estabelece o caráter masculino ou feminino de
uma pessoa com um acidente um evento momento histórico criado no tempo ao caráter não é
inerente à atributos de um tipo fixo após exclusiva de itens específicos nem mesmo após
genitais já que sua origem é ambígua resultando sempre de transações passadas então a gente
sempre respectiva que tanta Margarete need contra Melo Estrada elas fazem as suas
pesquisas em outros povos né que não são os povos da sociedade ocidental para mostrar para
gente como conceito de gênero e não tá dando ele não é fixo diferentes culturas e diferentes
sociedades mobilizam que é gênero que é homem ou é mulher que é masculino.

CONCEITOS DE IDEOLOGIAS

[11:36, 21/04/2022] Pr.Eduardo Lacerda: conceitos de ideologia

[12:06, 21/04/2022] Pr.Eduardo Lacerda: Que são tão mal usados nos debates políticos hoje
então nós vamos discutir um pouco sobre o que é ideologia e como muitas definições e
interpretações do que é ideologia são erradas é muito difícil talvez impossível dar uma
definição fechadinha do que a ideologia mas é um pouco mais fácil tirar do caminho aquilo que
não é eu Consultei alguns livros para fazer esse vídeo e a bibliografia dele está na descrição se
você tem outras sugestões acadêmicas sobre o assunto como é que aqui embaixo Mas a
principal base bibliográfica nesse vídeo é o livro ideologia uma introdução eterno Igor livro
obrigatório sobre o tempo ele não tem a leitura mais fácil do mundo mas também não é super
pesado e o que o autor faz aqui é desmistificar várias concepções erradas sobre o conceito de
ideologia além de explicar como alguns autores influentes na história discutiram esse conceito
eu não vou passar pelo conteúdo do livro inteiro então se você quiser conhecer a São desse
conceito na história eu recomendo que você procure auxilie a versão que eu tenho foi um
lançamento conjunto da editora boitempo e da editora né Não sei se existem outras opções no
Brasil eu tirei um bom proveito do verbete ideologia hegemonia do livro da sociologia
conceitos chave organizado por João Scotti o que agradecer mais uma vez a todos que
assistiram canal pessoalmente nossos colaboradores no após o apoio de vocês está nos
permitindo botar 10 em prática ou pelo menos fazem com que alguns sonhos para o futuro
aqui para o canal pelo menos para São viáveis a médio e longo prazo e sendo ou não um
apoiador do canal caso você goste do nosso conteúdo inscreva-se e compartilhe esse vídeo
com a galera que você sabe que isso história da história no que os vídeos puderem ser úteis
Fique à vontade para usar eles em sala de aula trabalhos escolares e afins o termo ideologia foi
criado pelo político e filósofo destruída assim no final do século 18 o contexto da Revolução
Francesa como objetivo desenvolver uma ciência das ideias ou seja entender as ideias a partir
de um olhar crítico e científico estudos fazer a crítica da religião e da metafísica e aqui eu falo
científico dentro dos limites da época Claro não dá para pensar em aplicar as nossas ideias de
ciências ao século 18 ignorando os contextos de cada época não demorou muito para isso
considerar um caráter negativo Napoleão por exemplo chamava os críticos dele diálogos não
entenderiam pessoas que ligam com especulações Abstrações com pouco conhecimento da
realidade política mas a ideia de ideologia como algo nocivo como algo feito para enganar se
consolidou de verdade a partir de que pensava ideologia como uma espécie de consciência
distorcida que mascarava as contradições da sociedade contribuindo para a reprodução do
sistema eu sei que muitos de vocês gostariam que eu fizesse um resumão da história dos
estudos sobre esse conceito mas o vídeo ficaria muito dentro Principalmente para o público
em um acadêmico que talvez nunca ouviu falar em todas a galera quem não se interessa tanto
pelo histórico do conselho mas se você quer saber de alguns autores que trabalharam com
esse conceito através da história influenciaram a forma como se levantou e definir biologia
mas podemos citar Antônio grande George lukács no exato Serra carro na Emílio quem é o
dono de Anthony Giddens E por aí vai a lista enorme uma ideologia e isso que eu vou falar não
é nenhuma novidade pode ser algo muito poderoso ela pode fazer com que grupos classes
sociais ou mesmo habitantes de um país se sintam superiores ou inferiores em relação aos
outros é comum na história da humanidade e totalmente compreensível e pessoas lutem na
tem um ovo por questões materiais lutar pelo que é seu ou mesmo para sobreviver mas é
muito mais difícil entender como as pessoas fazem isso por algo que seria tão abstrato quanto
as ideias dos motivos pelo qual tanta gente tudo ideologia na casa Mia é para tentar entender
as formas pelas quais as pessoas podem até mesmo investir em sua própria infelicidade Por
acreditar em algo como ponta muito bem Sérgio usam a condição de ser Oprimido tem
algumas pequenas contestações e é por isso que às vezes estamos dispostos a tolerar uma
pessoa mais eficiente é aquele que persuade se eu sou alterna a amar desejar identificar-se
com seu poder e qualquer prática de emancipação política envolve portanto a mais difícil de
todas as formas de liberação libertarmos de nós mesmo eu tenho certeza que você que ouviu
isso Independente de 15 dias em outro que prega politicamente imediatamente Já identificou
um ou grupo que se encaixa nessa frase com incidentemente todos eles são grupos que são
contrários ao que você pensa e acredita né os outros aqueles que veem o mundo diferente de
você são manipulados ideologicamente você esclarecido para lindo esse mundo de
manipulação e mentiras que é ideologia certo um indicador confiável do comitê Lógico é um
discurso é perceber o quanto a pessoa que defende o Thales curso está disposta aplicar o
termo ideologia nas opiniões políticas dela normalmente as pessoas e grupos sociais que
rejeita o rótulo de teológico para aqueles que defendem politicamente são tão ou mais
ideológicas do que aquilo que elas criticam se ver como detentoras da extensão de uma
verdade e saber como as coisas realmente seriam mas tudo isso não passa de ideologia Mas
nós vamos aprofundar melhor esse conceito uma dificuldade grande de se definir ideologia é
porque esse termo tem várias definições mas nem todas essas definições se sustentam e
algumas são inclusive contraditórias não podendo coexistir logo no começo do seu livro
querido tão Diz que para ele tentar definir a ideologia em uma única definição abrangente ser
inútil e talvez até Impossível por isso é difícil definir ideologia mas o autor fez uma lista de bem
interessante de várias definições de conceitos no senso comum a lista completa é a seguinte o
processo de produção de significados signos e valores na vida social um corpo de ideias
características de um determinado grupo ou classe social ideias que ajudam a legitimar um
poder político dominante ideias falsas que ajudam a legitimar o poder político dominante
comunicação sistematicamente distorcida aquilo que confere certa posição a um sujeito
formas de pensamento motivadas por interesses sociais pensamento de identidade ilusão
socialmente área a conjuntura de discurso e poder o veículo pelo qual atores sociais
conscientes entendem o seu mundo um conjunto de crenças orientadas para a ação a
confusão entre realidade linguística e realidade fenomenal oclusão semiótica o meio pelo qual
indivíduos vivenciam suas relações como estrutura social o processo pelo qual a vida social é
convertida em uma realidade natural como eu disse nem todas essas definições são
compatíveis entre si por exemplo ideologia significa qualquer conjunto de crenças motivadas
por interesses sociais Então ela não pode simplesmente representar as formas de pensamento
dominante em uma sociedade Ué e o conjunto de ideias para correr grupo ou só de um grupo
as duas coisas ao mesmo tempo não dá e dessas duas definições a segunda não se sustenta
algumas dessas definições podem ser compatíveis mas com algumas implicações complicadas
por exemplo chega elogia é ao mesmo tempo ilusão e veículo pelo qual os protagonistas
sociais entendeu meu mundo isso quer dizer então que a nossa percepção de mundo é tudo
equivocada em outras palavras tá todo mundo errado todo mundo se iludindo eu acho que dá
até para dizer que isso é meio difícil de defender só uma pessoa completamente
disponibilizada defenderia algo assim algumas definições de ideologias são prerrogativas
outras mendigos e outras não vem ideologia como algo essencialmente ruim um exemplo
desse último tipo é definição que diz que hidrologia é um corpo de ideias características de um
determinado grupo ou classe social nesse caso você Pode admitir que defende uma
determinada ideologia centricas ações ruins Afinal ter uma ideologia não é ruim e todo mundo
que não vive isolado no mato conserta simbologias mesmo que não se identifique com ela o
que pode ser ruim são os usos que se fazem de certas ideologias mas existe de fato uma
tradição acadêmica de se ver ideologia como algo negativo e ao contrário do que talvez você
possa estar pensando os principais autores principais são justamente nomes como Hegel Marx
George lukács e pensadores marxistas por senhores eles se preocupavam com a ideia de
verdadeira e falsa cognição com a ideologia como ilusão distorção em mistificação uma visão
mais ecossistema lógico Mas isso não quer dizer que todo marxista veio elogia como algo ruim
pois é uma corrente mais sociológica da qual alguns fazem parte quando um debate uma
pessoa afirma que a outra está falando dela logicamente normalmente isso quer dizer que
quem fala isso pensa que o outro lado está falando sobre alguma coisa segundo uma estrutura
rígida de pensamento a partir de ideias pré-concebidas que distorcem a compreensão eu vejo
as coisas como elas são você vê de maneira tendenciosa por conta da doutrinação sempre o
outro que é ideológico do treinando manipulado e etc nesse caso a ideologia seria o a
ideologia seria o contrário de um pragmatismo de uma verdade Inter como assistir agora a
pouco só que essa noção tem o erro crasso Tem algum tipo de preconceito são das coisas é
impossível identificar uma questão ou situação nem opinar sobre ela não existe pensamento
livre de pressupostos todo mundo tem o seu caso de acordo com o exemplo anterior uma
pessoa fala a partir de pressupostos ela é meu não é de você não mas se todo mundo fala e
analisa o mundo a partir de pressupostos então toda endurecer ideológica esse tipo de
argumento surgiram principalmente Durante a Guerra Fria entre sociólogos dos Estados
Unidos para eles a União Soviética estava em nessa ideologia em quantos estados unidos viam
as coisas como elas realmente eram ou seja ajudar a derrubar governos democraticamente
eleitos e ajudar em implantar a ditadura tudo certo é só para mim machismo mandar tanques
para Tchecoslováquia para conter protestos aí é fanatismo ideológico recebem como isso além
de não se tem entrar no ponto de vista lógico ainda é politicamente desonesta outra definição
apresentada é de que é ideologia seria um conjunto rígido de ideias esta definição tem como
um problema o fato de que nem todo o conjunto rígido de ideias em teológico se você tem
ideias extremamente rígidas sobre como uma casa deve ser limpa hoje como a escovação dos
teus dentes em ser perfeita elas não são miguel Lages até lógicas Talvez mas não ideológica
outro exemplo comum é o de quem não come carne e diz que faz isso por questões
ideológicas diz contexto o termo Ideologia Está sendo confundido com filosofia Filosofia de
vida uma criança sistemática não comer carne pode fazer parte de uma ideologia como ocorre
com muitos Defensores do ecossocialismo por exemplo se você não come carne Porque você
acha que as pessoas pararem de comer carne isso vai quebrar os grandes pecuaristas e vai
afetar um dos mecanismos de exploração do capitalismo o fato de você não comer carne se
torna mais que elas hidrológico mas na maioria das vezes é por um motivo filosófico podia
entender que sua alimentação pressupõe a morte de outro ser vivo e você acreditar quem está
errado que sai daí cerâmica e vai para espera no Makro por conta da destruição do meio
ambiente para criação de gado não ideológico ou seja o conceito de ideologia não se refere
apenas ao sistema de crenças ele está ligado também a questões de poder então da próxima
vez que você for dizer a alguém que não faz algo por algum motivo de lógico pensa um pouco
melhor e vê se não seria mais adequado falar em motivo filosófico nós acabamos de falar
sobre a ideologia como algo que não é só um sistema de crenças mas também algo
relacionado à questões poder e acho que dá para dizer se trata de um poder político é
acadêmico chamado João bicão em seu livro Histórias que afirma que estudar ideologia seria
estudar os modos pelos quais o significado como a significação contribui para manter as
relações de dominação um poder dominante poderia se legitimar por algumas estratégias por
exemplo morrendo crenças e valores compatíveis com ele naturalizando e universalizando tá
escrito de modo a fazer com que elas sejam óbvias E aparentemente inevitáveis merecendo ou
de falante ideias que possam desafiá-la estou indo formas de pensamento ou se conhecendo a
realidade social para favorecer entre outras Então essas estratégias fazem bastante sentido
quando se fala de ideologias dominantes quanto mais autoritária o regime político mais
intensamente essas estratégias são utilizadas só que definir ideologia desse jeito tem dois
problemas primeiro nem todo o conjunto de crenças que é chamado de hidrologia pertence a
um grupo dominante e os vários movimentos sociais na história que lutavam contra os regimes
e ideais dominantes quem alguns exemplos de frases na Rússia movimento Diretas Já aqui no
Brasil durante a ditadura entre vários outros que contestavam diretamente as estruturas de
poder do seu país ou região e todos eles tendo embasamento hidrológico próprio
embaçamento e se contrapõe as ideologias dominantes do momento em que esses grupos
lotavam o segundo problema atrelado essa definição que nós chegamos até agora essa ideia
de ideologia como um conjunto de crenças relacionadas a poder tem respaldo por exemplo na
definição do filósofo Martin que define ideologias como conjunto de idéias pelas quais os
homens postula explicam e justificam os fins e os meios da ação social realizada e
Especialmente na ação política Qualquer que seja o O objetivo dessa ação e preservar corrigir
ou reconstruir uma certa ordem social Ok mas qual é o problema dessa definição para falar
esse problema temos que nos remeterão nome bem conhecido na academia Michel ficou para
esse autor e seus seguidores o poder não é algo que está nos exércitos de um pragmatismo de
uma verdade empírica como se tem agora pouco só...

Pela sociedade e que está presente até nos nossos gestos e relacionamentos íntimos presta
teoria o poder não está só nas manifestações políticas mais óbvias e negar isso seria um astro
ideológico o intuito de esconder as chamadas microagressões por um lado o reconhecimento
da presença do Poder no nosso dia a dia as nossas relações pessoais profissionais e afins
apresenta alguns grupos políticos especialmente para alguns movimentos sociais e identidades
como o feminismo movimento negro e outros mas quando se fala de ideologia a discussão
pode ficar meio complicado se biologia está relacionada ao poder mas o poder estar por toda
parte você corre o risco de estender tanto o conceito de ideologia que ele fica vazio porque
uma palavra que pode significar quase qualquer coisa não é útil como conceito como categoria
de análise não é à toa que muita gente deixou o conceito de ideologia de lado e mergulhar de
cabeça no conceito de discurso citado você não joga criança fora com a água do banho
conceito de ideologia ele é importante por que diferencia as lutas de poder são até certo
ponto sem traz a toda uma forma de vida social e aquelas que não são é plenamente possível
concordar com um pouco sobre a presença do poder em toda parte e ainda assim entender
que existem poderes mais e menos centrais mais ligados a situação política pública e outras
menos a partir de uma análise mais macroscópica e ver tudo de uma doença ao invés de focar
no sintomas causam a metáfora mesmo mas eu acho que você não pode decidir que uma fala
é ideológica analisando ela separada de seu contexto discursivo a ideologia tem mais a ver
com a questão de quem está falando o quê com quem e com que finalidade o que com as
propriedades linguísticas inerentes de um pronunciamento dizer que o enunciado uma fala
uma reflexão teológica significa afirmar que o enunciado tem um motivo anterior relacionado
a legitimação de certos interesses dos grupos uma luta de...

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