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RESENHA CRÍTICA DO LIVRO

“A PRODUÇÃO DO ESPAÇO: AGENTES E PROCESSOS, ESCALAS E


DESAFIOS”

Danielle Luiza Fellini 1

RESUMO
O livro A produção do espaço urbano: agentes, processos e escalas e desafios, foi produzido por um
grupo de geógrafos e pesquisadores de todo o Brasil. Esses que vem se especializando e contestando
sobre a urbanização no país. Executado por Ana Fani Alessandri Carlos, Marcelo Lopes de Souza e
Maria Encarnação Beltrão Sposito. O mesmo é uma junção de contestamento e entendendimento sobre a
situação em que se encontra o Brasil, no eixo atual, partindo da idéia sobre a urbanização
contemporânea., caracterizada pela ampliação da desigualdade no ambito capitalista, onde a população
periférica é de tal forma excluida.. Esse livro busca repensar as problemáticas da história do urbanismo
brasileiro.
A obra A Produção do espaço urbano: agentes e processos, escalas e desafios é algo para se ler com
atenção e seriedade, por conter muita metodologia. Composta por onze capitulos, embora de mesmo
tema, estes são observados de diversos olhares, pois em cada capitulo, a temática é tratada de uma
forma pelo autor apartir de seu ponto de vista.

INTRODUÇÃO

O Quinto capitulo da obra é de produção de Angelo Serpa, professor titular da UFBA. Lugar e
centralidade em um contexto metropolitano, reflete sobre o conceito de centralidade no conexto
metropolitano e de lugar. A problemática aborda a relação entre, sujeito, escala e discusões e sobre como
suavizar esses vinculos, criando um espaço que persiste no tempo material e simbólico. Angelo Serpa
parte do principio que todo o local é central desde que faça parte dos acontecimentos da humanidade.
Desta forma, ao explicar sobre contradiçoes e desigualdade de periferia e região central, é
relativamente reduzida, porém, não a desgualdade em si. Busca dizer que entender o lugar é conhecer
o ambiente em que você vive ou hábita.
Se as aréas centrais das metrópoles e cidade hoje são o foco principal, desta forma, as comunidades
são o foco da diversidade de culturas e sociedade nas cidades.
O sexto capitulo, no qual o intitula-se A mobilidade/imobilidade na produção do espaço metropolitano,
escrito pela autora Glória da Anunciação Alves, professora da Universidade de São Paulo tem como
objetivo principal explorar os processos e tramites da mobilidade do espaço urbano em geral, desde a
grande cidade até a região metropolitana.
Usando a metropole como análise, Glória busca explicar as mudanças que a comunidade e o espaço
social estão passando, entretanto, focando em dois tópicos em especifico nessa obra, no quais são eles:
homogienização sobre os lugares pertencentes a classe mais favorecida e burguesa, e a grande escala
de locais hábitados por uma população de classe baixa e de extrema pobreza. De tal maneira, surgem
incoerencias nas grandes cidades, onde há um alto patrimônio para as capitais, e de maneira excludente,
não priorizando as areás mais afastadas do centro, ocasionando assim a imobilidade de cidadão que não
residem próximo aos centro e capitais.
Escrito por Maria Encarnação Beltrão Sposito, o sétimo capitulo nomeado A produção do espaço urbano:
escalas, diferenças e desigualdades sociais, a autora pretende explicar a relação entre o aumento das
relações economicas a nível nacional e internacional e o impacto dessas relações na ação de produção
do espaço urbano e na recombinação do espaço social, isto é, o fim do espaço urbano.
Para Maria Sposito, mesmo tendo como referência a escala internacional, usar apenas a escala
espacial como escopo de análise não pode explicar nada.

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ARQUITETURA E URBANISMO, UNICURITIBA
Qualquer compreensão requer a junção de escalas e relações espaciais em termos do movimento da
ação, dinamismo do espaço e dos procedimentos sociais. Em essência, o espaço não pode mais ser
visto de onde está. Os locais se expandiram e agora estão disponíveis em diversos tamanhos e
escalas, tomando assim uma grande proporção.
O oitavo capitulo da obra chamada de A cidade, a palavra e o poder: práticas, imaginários e discursos
heterônomos e autônomos na produção do espaço urbano ministrado por Marcelo Lopes de Souza,
geógrafo da UFRJ. Marcelo de Souza tenta revelar os conceitos desses sujeitos criadores de espaço
urbano na perspectiva do poder. De acordo com o texto, quando um novo significado é dado ao espaço,
um novo significado é dado às relações e aos grupos sociais, e vice-versa.
O autor tenta fazer uma comparção a partir de uma perspectiva minoritária versus majoritária. Por
exemplo, os espaços de pobreza define os espaços que as pessoas desfavorecidas habitam em termos
daquilo que elas não tem. A falta de verba deposita todas as esperanças de investimento, na ação estatal
ou nas “parcerias público-privadas”, que nem sempre se concretizam. Os conceitos têm significados e
conotações.

CONCLUSÃO

A produção do espaço urbano hoje é marcada por relações, processos e atividades que dão origem à
relatividade ou dificultam a definição do que é esse espaço.
Os atores sociais, que podem ser entendidos como indivíduos, tais como empresas, parcerias público-
privadas e organizações sociais, culturais e económicas, desempenham um papel directo na definição do
que é o espaço, mas há muitas maneiras de compreender o espaço. À escala de vários lugares
(re)estruturados. Para apoiar a reflexão sobre possíveis caminhos pelos quais se possa traçar a formação
de ideias de produção espacial urbana, quanto mais complexa for a divisão do trabalho, maior será a
diversidade e a complexidade dos atores e das atividades. Em relação à actual divisão do trabalho, existe
uma sobreposição completa entre os diferentes níveis de divisão do trabalho. Isto significa que as
divisões internacionais, nacionais e regionais do trabalho estão interligadas de uma forma necessária e
consistente de acordo com a lógica da produção e do consumo. Esta situação redefine, por um lado, a
própria divisão do trabalho e, por outro, a escala e o nível de organização do espaço urbano, das suas
relações e atividades. Ou seja, a espacialidade, na perspectiva de um lugar e de seus habitantes,
consiste, em última análise, em articulações financeiras e socioculturais distantes e estranhas que se
impõem de uma forma ou de outra à consciência de quem viverá dessas ações. Portanto, o objetivo da
discussão neste livro é esclarecer a necessidade de reinterpretar e reconhecer o espaço em suas partes
e partes, e desafiar-nos com a tarefa de atualizar constantemente o conceito. Compreender todo este
processo é importante tanto na interpretação do que é a realidade como nos esforços para mudá-la.
Nesse sentido, é importante ler o livro completa e minuciosamente. É muito importante e importante que o
organizador inicie o estudo a partir de uma perspectiva histórica, ou seja, desde o primeiro capítulo. A
importância da história continua vital nas expressões culturais, nas escalas sociais e espaciais, e
especialmente nas dimensões “imateriais”, como leis, normas e situações que ainda hoje influenciam as
relações sociais, jurídicas e culturais no Brasil. Aqui estão alguns exemplos de “falhas” passadas sendo
perpetuadas no comportamento atual. Ações, atores e relações animam e transformam os espaços
urbanos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARLOS, Ana Fani Alessandri; SOUZA, Marcelo Lopes de; SPOSITO, Maria Encarnação. A produção do
espaço urbano: agentes e processos, escalas e desafios. 1. ed. São Paulo: Contexto, 2012. E-book.
Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br. Acesso em: 27 fev. 2024.

FRANÇA, Iara Sores de; A urbanização contemporânea e desiguldades sociais. Montes Claros, 2020.
Disponível em:https://cfp.revistas.ufcg.edu.br/cfp/index.php/geosertoes/issue/view/V5N9janjun2020.
Acesso em: 27 fev. 2024.

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