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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
PROJETO URBANO II

CÍCERO FRANCISCO FONTOURA DA SILVA

RESENHA DO LIVRO: “A CIDADE COMO UM JOGO DE


CARTAS” – CARLOS NELSON FERREIRA DOS SANTOS

MACAPÁ – AP
2021
RESENHA DO LIVRO: “A CIDADE COMO UM JOGO DE CARTAS” –
CARLOS NELSON FERREIRA DOS SANTOS

Carlos Nelson Ferreira foi arquiteto e urbanista, professor e antropólogo


brasileiro, nascido no Rio de Janeiro em 1943, dedicou sua vida a entender o espaço
público do Brasil, ele morreu em 1989 aos 46 anos. Se formou na Universidade do
Brasil, em 1966, em 1979, tornou-se mestre em antropologia no Museu Nacional da
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Obteve o título de Doutor em Arquitetura em
1984 oferecido pela Universidade de São Paulo
O livro de Carlos Nelson traz várias reflexões no que diz respeito ao
desenvolvimento das cidades, em como se ordenam e se modificam ao longo do tempo.
Suas analises se mostram como uma metáfora ao relacionar as cidades a um jogo de
cartas, onde o que movimenta o desenvolvimento seria a relação de poder entre os
envolvidos, sendo então os jogadores os grupos que integram uma sociedade como os
governos, empresas, políticos e população. Em seu livro, expõem a cidade como um
jogo de expressão das forças políticas, nesse jogo os participantes devem conhecer e
obedecer às regras. De modo geral o livro se divide em vários capítulos que possuem
como objetivo apresentar soluções que orientem arquitetos e urbanistas no planejamento
das cidades e compreender o comportamento dos grupos, torna então a infraestrutura o
foco dos projetos fazendo das ruas, quadras e lotes elementos estruturantes do espaço
urbano.
Um ponto que vale ressaltar do livro, abordado por Carlos Nelson seria a
densidade, o espaço urbano em si, pois um dos principais fatores de expansão das
cidades brasileiras é a relação entre pessoas e território, podendo ou não ser visto como
uma problemática tendo em vista que, a expansão desordenada oriunda da migração
populacional resulta no surgimento de bairros sem preparo de infraestrutura por muitas
das vezes estarem também surgindo em áreas de fragilidade ambiental, necessitando lá
no futuro um manejo da população já instalada para recuperar a área degradada pela má
ocupação, a densidade implica inversamente no custo das edificações, por exemplo,
quanto mais baixa a densidade, mais elevado é o custo e vice-versa, devido à fatores
como esgoto, água, luz e pavimentação, o que justifica as ocupações em áreas não
planejadas.
O quarto capítulo, “as cidades como foram sendo em todo mundo” cita a
constituição, bem como o surgimento e a evolução das cidades, que anteriormente eram
baseadas nas crenças divinas, e passaram a ser pensadas para atenderem às condições do
campo intelectual hegemônico. Santos fala da criação de teorias respeitáveis e de
alcançar o tipo de cidade mais universal possível. Então são citados dois tipos de
arquitetos e urbanistas: os culturalistas e o progressistas, partindo finalmente ao final
deste capítulo para a história das cidades do Brasil. As primeiras foram criadas através
dos trabalhos que eram realizados na época, destinados à exportação, favorecendo assim
a fixação das mesmas na extensão do litoral. Para Nelson, a funcionalidade das cidades
impulsionou o desenvolvimento e sedes do capitalismo das mesmas, fazendo-as crescer
gradativamente, de modo que foram criados vários conflitos, a exemplo do governo
brasileiro, que sempre enfrentou dificuldades de gestão devido aos dois “lados”
presentes na sociedade.

Devido aos recursos limitados, é necessário controlar a migração da população


para a cidade e organizar melhor o impacto. Somente na década de 30 o governo passou
a intervir na cena urbana com novas propostas. Com a chegada dos anos 60, as correntes
ligadas à prática teórica tomam mais destaque. Onde os quesitos são relativos ao uso e
ao mercado. Seja ela por iniciativa pública ou privada, a configuração global do espaço
sempre provém da ação do governo.

Em “a cidade como um jogo de cartas”, Carlos Nelson traz, de forma mais


evidente, a relação entre a cidade e o baralho, título do livro em análise. Afirma que o
jogo serve para representar, de uma forma mais simples e didática, as maneiras de
estabelecer alianças e oposições, de enfrentar conflitos preservando a união do conjunto,
respeitando-se as diferenças e atribuindo um papel a cada um.

REFERENCIAS:
SANTOS, Carlos Nelson F. dos. A CIDADE COMO UM JOGO DE
CARTAS. Niteroi: Universitária, 1985.

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