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Trabalho de Filosofia
4º Grupo
11ª Classe A1
Docente: Dorino
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Escola Secundária Geral do 3ºCongresso
Trabalho de Filosofia
4º Grupo
11ª Classe A1
Elementos do grupo
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Índice
Introdução............................................................................................................................4
Questões históricas..............................................................................................................5
Pan-africanismo...................................................................................................................9
Conclusão...........................................................................................................................10
Bibliografia........................................................................................................................11
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Introdução
A expressão filosofia africana é usada de múltiplas formas por diferentes filósofos.
Embora diversos filósofos africanos tenham contribuído para diversas áreas, com a
metafísica, epistemologia, filosofia moral e filosofia política, uma grande parte dos
filósofos discute se a filosofia africana de fato existe. Na primeira visão, a filosofia
africana seria aquela que envolve temas africanos ou que utiliza métodos que são
distintamente africanos. Na segunda visão, a filosofia africana seria qualquer filosofia
praticada por africanos ou pessoas de origem africana. Assim sendo, neste presente
trabalho, vamos abordar a Contextualização do debate sobre a Filosofia africana.
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Contextualização do Debate Sobre Filosofia em África
Questões históricas
O povo africano foi vítima da co1onização europeia. Com as viagens apelidadas de
«Descobrimento», os europeus conheceram outros povos, que foram julgados em
comparação com os usos e costumes da cultura ocidental. Por isso, houve uma série de
filosofias concebidas por ocidentais que se esforçavam por denegrir a personalidade dos
negros no mundo. Os estudos da época, quer antropológicos, quer sociológicos,
preocupavam-se em provar, em todos os sentidos, a superioridade dos povos do Ocidente
em relação aos outros povos, sem que estes últimos, no entanto, tivessem respostas
imediatas escritas para contrapor as teses dos ocidentais.
Na Filosofia, Voltaire afirma, na sua obra História do Século XIV, que o povo mais
elevado é o francês e o mais baixo é o africano; Jean-Jacques Rousseau diz que os
africanos são bons selvagens; para Hegel, os africanos são povos sem história e, por
consequência, desprovidos de humanidade; Kant chega a conclusão de que os africanos
são povos sem interesse; Levy Brhul proclama que os africanos têm uma mentalidade pré-
lógica; por sua vez, Montesquieu afirma que os africanos são povos sem leis; os
antropólogos Morgan e Tylor sustentam que a África é uma sociedade morta.
O monarca francês Luís XIV escreveu “O Código Negro”, uma espécie de direitos dos
senhores sobre os negros.
Não restam dúvidas, portanto, de que o Ocidente desencadeou uma teoria de dominação
que gerou um profundo complexo de inferioridade nos africanos. George Padmore diz
que este facto provocou uma crise no pensamento, na palavra e no agir do homem
africano. O ocidentalismo promovia, directa ou indirectamente, uma antropologia
triunfalista, cujas teorias e doutrinas exaltavam uma classe que se autoproclamava
herdeira excessiva da humanidade inteira. Por essa razão, arrogava-se o direito de
destruir, assumir ou «esmagar» os outros povos. Este tipo de antropologia poderia ser
classificada como um verdadeiro «vandalismo» cultural, narcisista, agressivo e
destruidor, como defende Lecrec na sua obra Critica da Antropologia.
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Mais tarde, as ciências sociais e humanas realizaram novas abordagens, adoptando uma
visão diferente em relação as culturas não ocidentais. Passaram a reconhecer que toda a
cultura representa urna determinada civilização, independentemente da sua situação
geográfica, histórica, social e económica.
Contudo, não nos podemos esquecer de que o período em que a população africana viveu
todas estas discriminações foi tão longo e profundo que ainda hoje estas se encontram
bem vivas na sua memória. Tal condiciona o seu comportamento: este fenómeno não só
influenciou a mentalidade europeia, como também deixou marcas na mentalidade do
próprio povo negro, visto que a sua auto-estima ficou deveras afectada.
E aqui que e necessária a intervenção do filósofo africano, para projectar o futuro homem
africano, partindo da sua própria história. Para tal, houve necessidade de reabilitara
imagem do homem negro, estimulando a sua auto-estima e mostrando-lhe que ele é um
homem igual ao branco.
Como se conseguiria convencer o homem negro, que sempre foi servo do branco, de que
ele próprio é igual ao seu patrão?
Esta tarefa difícil e árdua continua a ser realizada pelo filósofo africano, sobretudo junto
das comunidades das zonas rurais e de áreas mais remotas, que ainda tem esta
mentalidade. Foi para responder a esta preocupação que alguns pensadores africanos
desenvolveram debates acesos sobre a existência ou não da Filosofia africana.
Este grupo é composto por Anyanw, Placide Tempels, Alexis Kagame, Mbiti, entre outros.
A questão que os críticos colocam é só se pode falar de Física ou Química africanas da
mesma forma que eles falam da Filosofia africana. Como obviamente a resposta é não,
eles negam a ideia da existência de uma Filosofia africana. Figuram na lista dos
críticos: Hountondji, Franz Chahay, E. Boulaga, M. Towa, Oruka, Weredu, entre outros.
O problema fundamental do debate é mais o objecto de estudo do que a designação em si.
Até certo ponto, os críticos abrem a possibilidade da existência da Filosofia africana,
apresentando em que moldes tal Filosofia deverá ser concebida para que possa ser
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designada Filosofia africana. Nos parágrafos seguintes, estudaremos as correntes mais
importantes da Filosofia africana, onde serão apresentadas, em linhas gerais, as razões de
ambas as correntes.
Para os etnofilósofos, toda a filosofia é uma filosofia cultural, ou seja, ninguém faz a
filosofia sem se basear em alguma cultura. Para Anyanw, a missão do filósofo africano é
compreender e explicar os princípios sobre os quais se baseia cada uma das culturas
africanas.
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seria cair nas mãos dos colonizadores, que querem dar ou manter a ilusão de que os
africanos têm uma filosofia, porque o que nós temos realmente são mitos, crenças e
provérbios.
Um dos grandes críticos é Paulin Hountondji, na sua obra: African Philosophy, Mythe
and Reality, de 1971: reivindicar a filosofia africana é cair na ratoeira colonialista, pois a
filosofia africana obriga-nos a definir África em relação à Europa; a filosofia é uma
disciplina científica, teorética e individual; todo o projecto de edificar uma filosofia
africana é um projecto europeu de demarcar a todo o custo a civilização africana da do
ocidente e, o papel criador da Filosofia africana não pode nascer do nada, mas que
necessariamente parte da herança cultural.
Acima de tudo, a ideia da filosofia africana deve ser aliada a um projecto de crítica e
reflexão de africanos sobre os problemas de África.
A colonização dos africanos e a sua consequente escravização fez com que o povo negro
fosse visto como um povo inferior. Esta situação levou o homem negro a definir-se,
desde cedo, como um guerreiro pela liberdade. Vários intelectuais empenharam-se em
investigar o passado africano com o intuito de encontrar bases para fundamentar o seu
valor. Criaram-se movimentos, como o pan-africanismo e a negritude, que serviam como
meio de união dos africanos no que se refere aos domínios políticos e cultural,
respectivamente.
Assim, a filosofia social e política africana, no ^âmbito das mudanças sociais, enterrou as
bases defendidas inicialmente por muito filósofos célebres, como Platào, que advogava as
virtudes como fundamentos para o bom governo, exigindo a justiça, a sabedoria, a
coragem e a temperança.
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Pan-africanismo
Surge como manifestação da solidariedade entre os africanos e os povos de descendência
africana. O seu objectivo principal era a unidade política dos Estados africanos. Este
movimento lançou as bases da filosofia política africana. A primeira conferência pan-
africana foi realizada em Londres, em 1900 com o objectivo de procurar uma forma de
protecção contra os agressores imperialistas brancos e contra a política colonial que até
então submetia os negros.
Coube a Aimé Césaire o mérito de ser considerado o grande impulsionador deste termo.
A ele cabe a paternidade do termo negritude. Os maiores impulsionadores são: Césaire
(antilhano), Senghor (senegalês) e Damas (guianês) – resumiram o projecto em três
conceitos;
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Conclusão
Fim do trabalho, pudemos concluir que o Homem negro ao ser colonizado, perdeu o
estatuo de pessoa. Os colonizadores convenceram o homem negro de que não tinha valor.
A Filosofia africana vem recuperar a auto-estima que o homem negro tinha perdido com
o tratamento esclavagista.
Constatamos também que o representante mais distinto desta escola é John Mbiti, que diz
que a África embora exista filosofia Africana, esta encontra-se desenvolvida
modernamente no conhecimento e reflexão, em contra partida acentuada a importância do
debate e a inevitabilidade do pluralismo: Paulin Hountondji (1974). Este dá um parecer
especial a importância que tem a escrita na criação de uma tradição filosófica. A filosofia
Africana será o produto dos pensadores africanos sem excluir a participação de
pensadores africanos.
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Bibliografia
BIRIATE, Manuel Mussa, GEQUE, Eduardo R. G., Pré-Universitário – Filosofia 12,
Pearson Moçambique, Lda, Maputo, 2014
MATTAR, J. Introdução à Filosofia. São Paulo. Pearson Prentice Hall. 2010. p. 274.
www.escolademoz.blogspot.com
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