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Universidade Aberta Isced ( ISCED)

Faculdade de Ciências de Educação


Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

Medidas de variabilidade e sua aplicação na análise de dados geográficos

Arlindo Alberto de Sousa Código: 81240976

Nampula, Março 2024


Universidade Aberta Isced (ISCED)
Faculdade de Ciências de Educação
Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

Medidas de variabilidade e sua aplicação na análise de dados geográficos

Trabalho de carácter avaliativa,


desenvolvido no campo a ser submetido na
coordenação de curso de Licenciatura em
Ensino de Geografia

Arlindo Alberto de Sousa Código: 81240976

Nampula, Março 2024


INTRODUÇÃO

O presente trabalho de pesquisa tem como tema, as Medidas de variabilidade e sua


aplicação na análise de dados geográficos. Algumas medidas utilizadas para identificar o
grau de dispersão entre os elementos de um conjunto são amplitude total, variância,
desvio padrão e coeficiente de variação, tanto para dados não agrupados quanto para
dados agrupados com e sem intervalo de classes. Medidas de Variabilidade expressam a
variabilidade ou a dispersão de um conjunto de dados
Para a recolha de dados, o autor socorreu-se das técnicas de observação e da
entrevista semi-estruturada. Usou-se também a revisão bibliográfica que possibilitou
a conciliação dos dados recolhidos no terreno.

Quanto à estrutura, o trabalho encontra-se estruturado em cinco capítulos: Capítulo I -


Introdução, objectivos; Capítulo II – Fundamentação Teórica, Conceitos Chaves e
modelo de análise; Capítulo III – Conclusão e Sugestões.

1.BJECTIVOS DE ESTUDO

1.1.Objectivo Geral

 Conhecer as Medidas de variabilidade e sua aplicação na análise de dados geográficos

1.2. Objectivos Específicos

 Identificar as medidas de dispersão mais usadas;


 Determinar a amplitude total;
 Calcular a variância e o desvio padrão de um conjunto;
 Caracterizar o coeficiente de variação;

2. DESENVOLVIMENTO

VARIABILIDADE / DISPERSÃO

Medidas de Variabilidade expressam a variabilidade ou a dispersão de um conjunto


de dados. São as principais medidas:

 Amplitude total
 Variância, desvio-padrão
 Coeficiente de variação

Temperatura máxima em 3 dias na Temperatura máxima em 3 dias na


cidade A: cidade B:

– Dia 1: 28º C, – Dia 1: 23º C

– Dia 2: 29º C – Dia 2: 29º C

– Dia 3: 30º C – Dia 3: 35º C

Média = 29º C Média = 29º C

Medida de variabilidade: permite distinguir o comportamento da temperatura máxima


nas 2 cidades.

AMPLITUDE TOTAL

Amplitude total A = valor máximo – valor mínimo

Determina a dispersão entre o maior e o menor valor de uma sequência ordenada de


dados.

Temperatura máxima em 3 dias na Temperatura máxima em 3 dias na


cidade A: cidade B:

– Dia 1: 28º C, – Dia 1: 23º C

– Dia 2: 29º C – Dia 2: 29º C

– Dia 3: 30º C – Dia 3: 35º C

Média = 29º C Média = 29º C

Amplitude total = 30-28 = 2º C Amplitude total = 35-23 = 12º C

Medidas de tendência central: média, mediana e moda As medidas de tendência


central fornecem um valor numérico representativo do valor médio (central) de uma
distribuição de valores. Existem diferentes tipos de médias, e cada uma delas tem suas
vantagens e desvantagens, que só vão depender dos dados e dos fins desejados. Os
tipos mais comuns de medidas de tendência central são: a média aritmética (ou,
simplesmente, média ou valor médio), a mediana, a moda, a média geométrica e a
média quadrática.

Média aritmética

A média aritmética ou média de um conjunto de N valores X: {X1, X2, X3,.. Xn },


usualmente representado por X, é definida por:
n N
x 1+ X 2+ X 3+ X 4 … XN 1
X= =∑ X 1=¿ ∑ N 1 ¿
N i=1 N i=1

Exemplo 1: A média dos números {3, 2, 5, 7, 10} é:

27
X = 3+2+5+7 +10+ ¿5 = 5 =5.4 ¿

Média ponderada Quando os valores X1, X2,...XK, têm associados a eles certos
factores de peso, ou ponderação, w1 , w2 , ..., wK, que os distinguem em importância
relativa dentro de um conjunto de valores, a média ponderada é definida por:
k

∑ wixi
i=1
x¿ w1x+w2x+w3x+… wkxk ¿ k

∑ wi
i =1

Exemplo 2

Se as actividades online têm peso 40 e as presenciais, peso 60, qual é a média


ponderada de uma aluna com nota online 9,5 e presencial 6,0?

380+360
x¿ 40*9,5+60*6,0 ¿ 100
=7 , 4

Cálculo da média com histogramas Quando os valores X1, X2, ..., XK, ocorrem com
frequências, f 1 , f2 , ..., fK, respectivamente, a média aritmética é dada por:
k

f 1 x 1+f 2 x 2+ f 3 x 3 … fkxk
∑ fixi
i=1
x ¿ ¿
f 1+ f 2+ f 3 … fk k

∑ fi
i=1

Note que esse tipo de agrupamento é equivalente a um histograma de frequências,


como visto anteriormente, e o cálculo da média é idêntico ao da média ponderada.
Nesse caso, os pesos são as frequências de ocorrências de um dado valor Xi.

Exemplo: Se os valores 5, 8, 6, 2 ocorrem com frequências 3, 2, 4 e 1,


respectivamente, a média desses valores será:

3∗5+2∗8+ 4∗6+1∗2 15+16+24 +2


x ¿ ¿ =5 ,7
3+2+ 4+1 10

MEDIANA

A mediana de um conjunto de números ordenados é o valor central (localizado no


meio da sequência ordenada), que divide o conjunto em, aproximadamente, 50% dos
valores abaixo e 50% acima dele.

Na prática, para determinar esse valor, observa-se que, quando o número de


elementos for ímpar, a mediana será o elemento do meio da sequência ordenada.
Quando o número de elementos for par, a mediana será a média aritmética dos dois
valores centrais.

• Exemplo 1: No conjunto de números {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7} a mediana é 4.

• Exemplo 2: No conjunto de números {1, 2, 3, 4, 6, 6, 7, 8} a mediana é 5.

MODA

A moda de um conjunto é o elemento que ocorre com maior frequência, isto é, o


elemento mais comum. A moda pode não existir (quando todos ocorrem com a
mesma frequência) e, mesmo que exista, pode não ser única (quando há mais de um
elemento com frequência máxima).

• Exemplo 1: No conjunto de números {2, 2, 3, 5, 5, 5, 8, 9} a moda é 5.

• Exemplo 2: O conjunto {2, 3, 5, 7, 15, 8, 9} não tem moda.


• Exemplo 3: No conjunto de números {1, 2, 2, 5, 7, 7, 3} as modas são 2 e 7. Este
tipo de conjunto (ou distribuição) é chamado bimodal.

Num histograma de frequência, a moda será sempre o valor (ou valores) que
ocorre(m) com maior frequência. Distribuições com um único pico (valor máximo)
são ditas unimodais.

No caso de uma distribuição unimodal simétrica as três medidas de tendência central


terão valores bem próximos, e no caso perfeitamente simétrico elas irão sempre
coincidir. Isso não ocorre se a distribuição for assimétrica ou multimodal. Para curvas
de frequência (histograma) unimodal moderadamente assimétricas, seja com viés
positivo ou negativo, existe uma relação empírica que relaciona os valores dessas três
medidas:

Média − Moda = 3 (Média − Mediana)

Média geométrica

A média geométrica G de um conjunto de N valores {X1 , X2 , X3 , ... , XN} é


definida como a raiz de ordem N do produto desses valores:

Gx= √ x 1 x 2 x 3 … XN
N

• Exemplo: A média geométrica dos números 2, 4 e 8 é:

Gx=√ 2∗4∗8 ¿ √ 64 ¿ 4
3 3

MÉDIA QUADRATICA: valor-rms

A média quadrática de um conjunto {X1 , X2 , X3 , ..., XN} é definida como a raiz


quadrada da média dos valores ao quadrado:
N

¿ x≥√ x =¿
2 ∑ (Xi) 2
i=1

N

Exemplo: A média quadrática dos números 2, 4 e 8 é:


¿ x≥
√ 22+ 42 +8 2
3
=¿
√ 84
3
=5 , 29

MEDIA DE DISPERSAO: VARIANCIA E DESVIO - PADRAO

Essas medidas servem para informar o grau em que os dados numéricos tendem a se
dispersar (variar) em torno do valor médio. Fornecem, portanto, uma medida da
significância e/ou confiabilidade do valor médio de um conjunto de números. Assim
como no caso das medidas de tendência (localização) central, existem várias medidas
de dispersão. Algumas das mais comuns são: amplitude total, desvio médio, variância
e o desvio-padrão.

Amplitude de variação total: faixa de valores A amplitude total de um conjunto de


valores {X1 , X2 , X3 , ..., XN} é a diferença entre os valores mais altos e os mais
baixos do conjunto.

Exemplo: As amplitudes totais das medidas A e B são dadas a seguir:

∆ = Α ( 1 6, , 1 1 s − 28 s ) = 0,33e ∆ B = (1,55s – 1,53 s ) = 0,05s

DESVIO MEDIO (ABSOLUTO)

O conceito de desvio em estatística está directamente ligado ao conceito de erro de


medidas ou variabilidade (nos casos em que as diferenças decorrem de razões
naturais). Vimos que, em geral, ao fazer uma medida, não se conhece o seu “valor
verdadeiro”. A estimativa desse valor é dada pela média das medidas. Em termos
estatísticos, o desvio é definido como a diferença entre o valor de uma medida e o
valor médio do conjunto de medidas onde ela se inclui.

δ 1= ( xi - X )

O desvio médio de um conjunto de N valores {X1 , X2 , X3 , ..., XN}, é definido por:


N
1
DN ¿
N
∑ |Xi−X|
i=1

Exemplo: Determinar o desvio médio do conjunto {1, 3, 5, 7}:


1+ 3+5+7 16
X¿ ¿ ¿4
4 4

|1−4|+|3−4|+|5−4|+|7−4| 8
DM ¿ ¿ 3+1+1+3= ¿2
4 4

Pode-se definir também o desvio mediano absoluto simplesmente substituindo a


média aritmética pela mediana na definição acima. Os desvios mediano e médio
utilizam a função módulo para calcular o valor absoluto dos desvios, e assim evitam o
cancelamento mútuo entre os valores positivos e negativos dos desvios. Devido,
porém, às suas características matemáticas, o uso da função módulo é menos
conveniente no estudo das propriedades dos desvios estatísticos. Por isso, é mais
comum o uso de outra medida de dispersão que utiliza o quadrado dos desvios em
relação à média.

VARIÃNCIA

A variância de um conjunto de dados {X1 , X2 , X3 , ..., XN} é definida por:


N
1 1 ∑ N ( X 1− X )2
Var ( X ) ¿
N ∑ (δi)2 ¿ N i=¿¿
i=1

É possível demonstrar que a definição é equivalente à forma alternativa indicada


abaixo, que frequentemente é mais conveniente, de expressar a variância:

1
Var (X) ¿
N ∑ X 2- ( X ) ¿ ( X ¿ ¿2 - ( X ¿ ¿2 ¿ X 2 ¿( X ¿ ¿2
isto é, a variância é a diferença entre a média quadrática e o quadrado da média. A
vantagem dessa forma alternativa é uma ligeira facilidade nos cálculos, que se tornam
um pouco menos trabalhosos. Ambos os resultados são idênticos.

Determinar a variância do conjunto {3, 4, 5, 6, 7}:

3+4 +5+6+7 25
X¿ = =5
5 5

Var (X) ¿ ¿ + ¿

4+ 1+ 0+1+4 10
Var (X) ¿ ¿ + ¿ ¿ = =2
5 5
Embora seja muito útil, e resolva a questão dos valores absolutos (positivos) dos
desvios, a variância tem a inconveniência de não ter a mesma unidade das medidas e
dificultar a comparação directa entre essa medida e o conjunto de dados originais.
Para solucionar isso, utiliza-se o desvio-padrão.

DESVIO PADRAO

O desvio-padrão é simplesmente a raiz quadrada da variância. Assim, para o conjunto


de N valores {x1 , x2 , x3 , ..., xN}, o desvio-padrão é definido por:
N N
1 1
σ =√ ∑ (δr )=√ ∑ ¿ ¿ - X 2
N i=1 n i=1

Segundo essa definição, o desvio padrão é o valor-rms dos desvios.

Exemplo: Determinar o desvio-padrão do conjunto {12, 11, 9, 6, 7}:

12+11+9+6+ 7 45
X¿ = ¿9
5 5

σ =√ (12−9)2+(11−9)2+ ( 9−9 )2+(6−9)2+(7−9)2

σ=
√ 3 2+22 +0 2+(−3)2+(−2)2
5

σ=
√ 9+ 4+ 0+9+ 4
5

σ=
√ 23 ≅ 2 , 14
5

O desvio padrão é uma medida muito útil da dispersão de um conjunto de dados


(amostra, ou população), caracterizando a confiabilidade de um conjunto de medidas.
De fato, se as fontes de incerteza são pequenas e aleatórias, num conjunto de muitas
medidas, os valores estarão distribuídas em torno do valor médio, seguindo uma
distribuição normal (gaussiana). Nesse caso, aproximadamente de 68% dos resultados
estão dentro de uma distância σx do valor médio, e 95% dentro de 2sx . É isso que
nos permite, na prática, adoptar o desvio padrão como uma boa estimativa do erro ou
incerteza de um conjunto de medidas.

Desvio-padrão é a medida de dispersão mais usada, determina a dispersão de todos os


valores em relação à média, quanto menor o desviopadrão, menor a dispersão vem
sempre junto com a média – um não vive sem o outro.

Temperatura máxima em 3 dias na cidade Temperatura máxima em 3 dias na cidade


A: B:

– Dia 1: 28º C, – Dia 1: 23º C

– Dia 2: 29º C – Dia 2: 29º C

– Dia 3: 30º C – Dia 3: 35º C

Média = 29º C Média = 29º C

Desvio-padrão: permite distinguir o comportamento da temperatura máxima nas 2


cidades

DESVIO PADRAO

Temperatura máxima na cidade A: Temperatura máxima na cidade B:

– Dia 1: 28º C, – Dia 1: 23º C

– Dia 2: 29º C – Dia 2: 29º C

– Dia 3: 30º C – Dia 3: 35º C

Média = 29º C Média = 29º C

Desvio-padrão = 1º C Desvio-padrão = 6º C

CÁLCULO DO DESVIO – PADRÃO

Cidade A Cidade A Cidade B Cidade B


28 (28-29)^2 = 1 23 (23-29)^2 = 36

29 (29-29)^2 = 0 29 (29-29)^2 = 0

30 (30-29)^2= 1 35 (35-29)^2 = 36

Media ₌ 29 Media ¿ 29

soma 1+0+1 = 2 36+0+36=72

variância 2/(3-1)=1 72/(3-1)=36

desvio- Raiz (1)¿ 1 raiz (36) = 6


padrão

COEFICIENTE DE VARIAÇÃO

Coeficiente de Variação (CV) É uma medida de dispersão relativa. Exprime o desvio-


padrão em relação à média.

DESVIO−PADRÃO
CV ¿ ∗100 %
MÉDIA

Altura e peso de um grupo de crianças

Media Desvio-Padrão Coeficiente de


variação

Recém-nascidos 50 cm 5 cm 10%

Desvio-padrão 160 cm 16 cm 10%

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Algumas medidas utilizadas para identificar o grau de dispersão entre os elementos de um


conjunto são amplitude total, variância, desvio padrão e coeficiente de variação, tanto para
dados não agrupados quanto para dados agrupados com e sem intervalo de classes.
A amplitude total é definida pela diferença entre o maior e o menor valor analisado em uma
variável.

A variância e o desvio padrão são medidas que levam em consideração a totalidade dos
valores da variável em estudo, por isso são índices de variabilidade bastantes estáveis.
Especificamente, a variância é encontrada a partir dos desvios em torno da média aritmética.
Já o desvio padrão é a medida de dispersão mais utilizada porque aponta de forma mais
precisa a dispersão dos valores em relação à média aritmética.

O coeficiente de variação é uma medida relativa de dispersão. É útil quando se deseja


comparar em termos relativos o grau de concentração em torno da média de séries distintas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

Referências Barford, N.C. Experimental Measurements: precision, error and truth.


AddisonWesley Publishing Company, Inc., 1967.

Magalhães, M. N.; Lima, A. C. P. de. Noções de Probabilidade e Estatística. 4. ed.


São Paulo: Edusp, 2002.

Spiegel, M. R. Estatística. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1985.

Taylor, J. R. An introduction to error analysis. 2. ed. University Science Books,


1997

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