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Introdução
A Filosofia africana é sempre discutível por não possuir matéria palpável, isto é, falta de
provas que testemunhasse de forma expressa esse conhecimento. Muitos africanos e
africanistas assentaram na actividade de recolha e investigação de dados possíveis para formar
escolas para o estudo da filosofia africana.
A expressão filosofia africana é usada de múltiplas formas por diferentes filósofos. Embora
diversos filósofos africanos tenham contribuído para diversas áreas, como a metafísica,
epistemologia, moral e filosofia política, uma grande parte dos filósofos discute se a filosofia
africana de facto existe.
Um dos mais básicos motivos de discussão sobre a filosofia africana gira em torno da
aplicação do termo "africano", ou sejaː se o termo se refere ao conteúdo da filosofia ou à
identidade dos filósofos. Na primeira visão, a filosofia africana seria aquela que envolve
temas africanos ou que utiliza métodos que são distintamente africanos com toda sua
cosmovisão do mundo. Na segunda visão, a filosofia africana seria uma filosofia africana que
envolve temas africanos utilizando métodos universais e despido da sua cosmovisão. Na
terceira visão, a filosofia africana seria qualquer filosofia praticada por africanos ou pessoas
de origem africana com conteúdo e método africano.
1. Qual é o conteúdo da filosofia africana? Nele pode constar provérbios, mitos, lendas,
contos e mitos? Se constar como pode ser universal?
Estas questões divergiram os filósofos que se dedicam à actividade de recolha e investigação
de dados para o estudo da filosofia africana.
Joseph I. Omoregbe define um filósofo como "aquele que dedica boa parte de seu tempo
reflectindo sobre questões fundamentais, sobre a vida humana ou sobre o universo físico e que
faz isso de maneira habitual", e diz que não existe nenhuma filosofia africana articulada e
documentada, ainda que exista uma tradição filosófica africana. Simplificando mesmo que
não existem filósofos africanos conhecidos, a filosofia foi, de facto, praticada na África como
uma filosofia natural desde os tempos da antiguidade.
Se tomarmos a filosofia como sendo um conjunto coerente de crenças, provérbios, mitos,
lendas e contos, mas não como um sistema de explicar a unidade do entendimento de todos os
fenômenos, então praticamente todas as povos (culturas) possuem filosofia.
Entretanto, Placide Tempels afirma que negar a ontologia e a lógica para os africanos ou
qualquer grupo primitivo de pessoas é uma posição não realista e no seu entender a filosofia
africana está fundamentada sobre alguns princípios básicos que sublinham o comportamento,
a crença, os costumes, a sabedoria, a psicologia e a restauração da vida.
Tempels considera filosofia africana toda a sabedoria acumulada numa tradição oral,
constituida de mitos, provérbios, contos e lendas, ritos e costumes, nomes, proibições e toda
manifestação cultural.
1.1. Antiguidade
A visão padrão da ascensão do pensamento filosófico (e científico) é a de que, provavelmente,
ela exigiu um certo tipo de estrutura social, mas que, mesmo dada essa condição, existiria
mais um conjunto de factores necessários.
A filosofia na África tem uma história rica e variada, que data do Egipto pré-dinástico,
continuando até o nascimento do cristianismo e do islamismo. Foi fundamental a concepção
do "Ma'at", que, traduzido, significa, aproximadamente, "justiça", "verdade" ou,
simplesmente, "o que é certo". Filósofos egípcios antigos deram contribuições extremamente
importantes para a filosofia helenística, filosofia cristã e filosofia islâmica. Na tradição
helênica, temos a influente escola filosófica do neoplatonismo fundada pelo filósofo egípcio
Plotino no século III d.C. Na tradição cristã, Agostinho de Hipona (354 a 430 d.C) foi uma
pedra angular da filosofia e da teologia cristã. Escreveu a sua obra mais conhecida De Civitate
Dei (A Cidade de Deus) em Hipona, actual cidade argelina de Annaba. Ele desafiou uma série
de ideias de sua idade incluindo o arianismo, e estabeleceu as noções básicas do pecado
original e da graça divina na filosofia e na teologia cristãs.
1.2. Época Medieval
Na tradição islâmica, Ibn Bajjah filosofou junto com linhas neoplatônicas no século XII. O
sentido da vida humana, de acordo com Bajjah, era a busca da felicidade, e essa felicidade
verdadeira só é atingida através da razão e da filosofia, até mesmo transcendendo os limites
da religião organizada. Ibn Rush filosofou segundo as linhas aristotélicas, estabelecendo a
escolástica do averroísmo. Notavelmente, ele argumentou que não havia conflitos entre a
religião e a filosofia, uma vez que existem diversos caminhos para Deus, todas igualmente
válidas, e que o filósofo está livre para tomar o caminho da razão, enquanto que as pessoas
comuns só eram capazes de tomar o caminho dos ensinamentos repassados a eles.
Ibn Sab'in (1216/1217-1271) discordou dessa ideia, alegando que os métodos da filosofia
aristotélica eram inúteis na tentativa de entender o universo, porque elas não refletiam a
unidade básica com Deus e consigo mesma, de modo que o verdadeiro entendimento
necessário requereria métodos diferentes de raciocínio.
1.3. Época Moderna
Em destaque estão os filósofos Zera Yakob (1599-1692), etíope e o ganês Anton Wilhelm
Amo (1703-1759). Este foi levado pela Companhia das Índias Orientais para a Europa, onde
adquiriu diplomas nas áreas da medicina e da filosofia, chegando a lecionar na Universidade
de Jena.
Para os bantu a ideia de lugar e tempo são concomitantes, baseados na localização dos
existentes, uma vez que qualquer existente assim que surge supõe necessariamente o antes e o
depois. Ao lado disso, a diferença entre existir e o viver se faz na filosofia bantu, da seguinte
forma: o existir é abrangente, geral, universal, enquanto que viver é uma particuladridade do
existir.
As correntes ideologicas com raizes no final do século XIX, e a sua actuação começou a
observar-se nos anos de 30 do seculo XX, quando se propõe como negação da negação, isto é
a recusa radical dos preconceitos consolidados historicamente em relação aos negros,opondo-
se à escravatura e ao colonialismo.
No sentido estrito, ideologia é a forma particular de conhencer os valores ou interesses
comuns de uma classe. Por exemplo, a ideologia do mpla, única , ad-coligaçao, fnla, etc…
No sentido amplo, entende-se por ideologia o conjunto de concepções ou ideias concernentes
aos projectos de uma sociedade.
2.2.1. NEGRITUDE
A Negritude tem a sua origem nos movimentos culturais protagonizados por negros, brancos,
mestiços que, desde as décadas de 10, 20, 30 (século XIX), vinham lutando por renascimento
A criação da revista présence africaine em 1947 de forma simultânea em Dakar e Paris teve
um efeito explosivo para o movimento Negritude. Este movimento reuniu jovens intelectuais
negros de toda parte do mundo. Em 1955, o termo aparece no n.º 3 da revista L´étudiant Noir
(O estudante negro).
Importa revelar ainda que chegou mesmo a haver grandes figuras Ocidentais afirmando que a
negritude era um movimento racista. Mas isso não corresponde à verdade, porque se para
Césaire a "Negritude", no início, se fez racista simplesmente para realçar os seus valores, a
A decadência deste movimento é dada pela carga pejorativa do termo, segundo alguns
escritores negros e mestiços e outros como Jean Paul Sartre que o define como a negação da
negação do homem negro, bem como o conjunto dos valores culturais negros criticaram
veementemente o conceito, aao considerarem demasiado simplificador. Pois, o tigre não
declara a sua tigridade, mas salta sobre a sua presa e a devora.
a) Antecedentes
Este movimento não nasceu em África, mas nos Estados Unidos da América. A palavra foi
inventada por Henry Silvester Trindade que exercia advogacia na inglaterra no final do seculo
XIX e princípios do XX. O panafricanismo indicava a solidadriedade com os colonizados
africanos.
b) Objectivo
O movimento pan-africanista visava unir os negros para os libertar das diversas formas de
opressão e organizar as resistências para as independências.
c) AUTORES E PENSAMENTOS
Crítica
Du Bois lançava as bases de harmonia social na honesta colaboração entre negros e brancos
assente na liberdade e na igualdade.
a) Vida
Pensador, político e Estadista africano, Francis Nwi Kofie Kweme Nkrumah, ou simplismente
Nkrumah, nasceu aos 21 de Sentembro de 1909 em Nkroful, actual Gana. Aos 6 de Março de
1957, sob o grito Independência já Kwame Nkrumah fez da então colónia Britânica da Costa
do Ouro, o primeiro país africano negro a conquistar a independencia. Kwame Nkrumah é por
alguns considerado o verdadeiro Fundador do Panafricanismo.
O círculo acadâmico e político de Nkrumah é extremamente digno de referencia: em 1935,
terminada a sua formação inicial numa escola/Colégio em Acra e tendo trabalhado durante
alguns anos como professor, Nkrumah ruma para os Estados Unidos de América, graças ajuda
de um parente enriquecido com o comércio de ouro e de diamante. Aqui passa 10 anos
estudando Ciências Económicas, Sociologia, Pedagogia, Teologia e Filosofia. A partir de
1945 é estudante da Escola Superior de Economia e Ciências Políticas de Londres, onde se
doutora em Filosofia e Direito. Cá em Londres Nkrumah compromete-se fortemente com a
Política junto com seu amigo W.E.B. Du Bois organizam em 1945 em Manchester o 5.º
Congresso panafricanista. De regresso ao Gana, em 1947, integra e torna-se Secretário Geral
da Convenção Unida da Costa do Ouro (United Gold Cost Conventiopn – UGCC), partido
recentemente fundado e na altura ainda dirigido por Joseph Boakye Danquah. Em 1948 é
preso pela primeira vez pelas autoridade coloniais Britânicas.
Posto em liberdade funda no ano seguinte o seu próprio Partido, mais radical, o Partido
Convenção do Povo (Conention Peoples Party – CPP ). Em 1952, na sequência da
esmagadora vitória nas eleções do parlamento colonial da Costa do Ouro, é eleito Primeiro
Ministro, e é nessa condição que em 1957 proclama a independência da Colónia,
rebaptizando-a com o nome de Gana. Só com uma mudança da Constituição em 1960 se
tornará República de Gana e adoptando uma orientação acirradamente marxista, que
acarretará graves prejuízos à economia nacional.
O fim de Nkrumah acontece em Fevereiro de 1966, quando durante uma viagem à China, é
deposto por um golpe de estado, liderado pelo pró ocidental Conselho Nacional de Libertação
(Nacional Liberation Council NLC). O antigo herói nacional é exilado na Guiné Konacri,
acolhido por Sekou Touré, antes de morrer em Bucareste, na Roménia, aos 27 de Abril de
1972.
b) Pensamento
Aspecto do projecto
Unidade política Africana, superação das barreiras e fronteiras arbitrárias impostas,
unidade das povoações, a unidade estatal e as independências.
Desburocratização para Integração, concedia um papel chave as instituições centrais
que deviam conduzir a unidade dos governos locais com certos poderes.
A obra “consciencism philophy and ideology for the de-colonization. New yok and London.
Moder Reader, Paper Backs, 1970. Pag. 124”. O título desta obra sugere bastante clara a
intenção de tomar a peito o presente, mas subsiste a nostalogia a cada passo da necessidade da
prática de reencontrar a harmonia, o humanismo e a igualdade perdidas na colonização.
Entre as diversas formas que a reacção toma, podemos citar: a assistência técnica, ajuda
interessada, o apoio a certos líderes corruptos, o emprego de políticas com duplo jogo, a
sugestão de formas fechadas, etc… É a situação equilibrio-instável, uma situação ambígua.
ADJUVANTES
Figuram personagens como:
Marcien Towa, faz um julgamento positivo da filosofia de Nkrumah, considerado
que, de facto o consciencismo se identifica com o africanismo.
Osegyefo, considera que toda a teoria necessita de prática, por isso afirma: “a teoria
sem prãtica é vá e o consciencismo apresenta cada instante aplicações práticas”. É
uma filosofia da praxis que bem orientada está baseada na emancipação da
comunidade africana.
OPOSITORES
O termo Socialismo refere-se a qualquer uma das várias teorias de organização econômica
que advogam a administração e propriedade pública ou coletiva dos meios de produção e
distribuição de bens, propondo-se a construir uma sociedade caracterizada pela igualdade de
oportunidades e meios para todos os indivíduos, com um método isonômico de compensação.
O socialismo moderno surgiu no final do século XVIII tendo origem na classe intelectual e
nos movimentos políticos da classe trabalhadora que criticavam os efeitos da industrialização
e da sociedade sobre a propriedade privada.
As diferentes teorias socialistas surgiram como reacção ao quadro de desigualdade, opressão e
exploração que enxergavam na sociedade capitalista do século XIX, e tinham a proposta de
buscar uma nova harmonia social por meio de drásticas mudanças, como a transferência dos
meios de produção das classes proprietárias para os trabalhadores. Uma consequência dessa
transformação seria o fim do trabalho assalariado e a substituição do mercado por uma gestão
socializada ou planejada, com o objectivo de distribuir a produção econômica e todo tipo de
serviço segundo as necessidades da população.
Actualmente, as teorias socialistas são partes de posições da esquerda política, relacionadas
com as actuações de Estado de bem-estar social.
a) Vida
JULIUS KAMBARAGE NYERERE, nasceu aos 13 de abril de 1922 em Butiama, no
Tanganyika, filho de um chefe Zanaki e ficou conhecido pelo cognome Mwalimu (professor,
em KiSwahili), da sua anterior profissão antes de se tornar activo na política, mas também
pela sua forma de dirigir. Estudou para professor na Universidade Makerere, em Kampala
(Uganda) história e economia política na Universidade de Edimburgo. Foi o primeiro
tanzaniano a estudar numa universidade britânica e o segundo a completar um grau
universitário (“Master of Arts”) fora de África.
Ele foi presidente do Tanganyika, desde a independência deste território em 1962 e,
posteriormente, da Tanzânia até se retirar da política em 1985. Em (1985-86) foi-lhe atribuído
o Prêmio Lênin da Paz.
Lançou-se na política em 1954, quando era professor e foi co-fundador, em Julho desse ano
do partido Tanganyika African National Union (TANU), que levou o seu país à
independência da Grã-Bretanha em 13 de Dezembro de 1962. Entretanto, na sequência das
conversações com a potência colonizadora e de novas eleições no partido, Nyerere tinha sido
nomeado, em 1959, Primeiro Ministro do território semi-independente do Tanganica e, com a
independência, tornou-se o seu primeiro Presidente.
Um dirigente que trabalhava pela justiça social, unidade nacional e boas relações raciais,
Nyerere conduziu a união política entre o Tanganica e Zanzibar, que levou à constiuição da
República Unida da Tanzânia em 1964. Em 1977, lidera a fusão do seu partido com o Partido
Afro-Shirazi de Zanzibar para formar o Chama cha Mapinduzi (CCM) ou “Partido da
Revolução”, em KiSwahili. Morreu aos 14 de outubro de 1999 – Londres, Inglaterra.
b) Pensamento
O seu pensamento política é denominado por "Socialismo Africano", internamente
designada "Ujamaa", ou “comunitarismo familair”que significa "unidade" ou
"família", em Ki Swahili. O ideal de ujumaa é o espírito de fraternidade típico das
sociedades africanas. A Ujamaa foi concebido para promover desenvolvimento social e
econômico da Tanzânia. Em 1967, como líder maior da Tanzânia publica o projeto intitulado
Declaração Arusha, expondo os objetivos da Ujamaa. Através da Ujamaa a Tanzânia
conseguiria estabelecer um caminho para o crescimento econômico e desenvolvimento social
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e foi aplicada em um modelo de gestão político-econômica definida por três pontos
fundamentais:
1° A criação de um sistema de partido único sob a liderança do Chama Cha Mapinduzi
(CCM), a fim de ajudar a solidificar a coesão política da Tanzânia e evitar disputas
desestabilizadoras. Único Chefe.
2° A institucionalização da política, económica e social para promoção da igualdade e criação
de assembleias populares para participação da classe trabalhadora além de nacionalizar
sectores chave da economia – Cooperativismo e socialismo.
3° A formatação da auto-suficiência por meio da transformação de hábitos e costumes
culturais. Para Nyerere seria necessário implementar mudanças de comportamento para se
alcançar a implantação do socialismo Africano – Educação para o socialismo.
Estabeleceu laços com a República Popular da China, que financiou a construção da linha de
caminhos de ferro entre o porto de Dar es Salaam e a Zâmbia e participou ainda noutros
projetos industriais.
Infelizmente e, apesar do imenso esforço em termos de educação, que fez com que a
Universidade de Dar es Salaam, e principalmente o seu Instituto de Ciências Marinhas, sejam
actualmente um “centro de excelência”, a política “Ujamaa” não deu os resultados
pretendidos e foi abandonada gradualmente pelos governantes que o sucederam.
Nyerere foi também um dos fundadores da Organização da Unidade Africana (OUA) em 1963
e da SADC, liderou o seu Comité de Descolonização da OUA, deu sempre um grande apoio à
FRELIMO, na sua luta pela independência de Moçambique e a Milton Obote do Uganda, que
conseguiu depor pelas armas o ditador Idi Amin.
Em 1985, demitiu-se do cargo de Presidente da República, permanecendo até 1990 como
presidente do Partido para a Unidade CCM (Partido Revolucionário) e exercendo influência
decisiva nas eleições presidenciais de 1995 a favor do candidato Benjamin William Mkepa.
Continuou activo na política internacional, principalmente como Presidente do
Intergovernmental South Centre e teve um papel central como mediador do conflito no
Burundi, em 1996.
a) Vida
JOSEPH DÉSIRÉ MOBUTU, nome de baptismo, nasce em Lisala, Congo Belga, aos 14
de Outubro de 1930 e morre em Rabat, Marrocos, 7 de Setembro de 1997). Foi o presidente
do Zaire (actual República Democrática do Congo) entre 1965 e 1997. Com uma imagem
marcada pelo uso de um barrete de pele de leopardo e uma bengala, fica para a história
contemporânea de África como um dos mais poderosos governantes do continente.
Mobutu alistou-se em 1949 no exército, como sargento da Força Pública congolesa.
Envolveu-se na luta pela independência, que foi conseguida em 1960, exercendo então o
cargo de secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.
Cinco anos mais tarde, lidera um golpe que derruba o presidente Moise Tshombe e
assume o governo. Na política externa, sua principal atitude é incentivar os investimentos
estrangeiros, o que lhe vale o apoio norte-americano.
b) Pensamento
Em 1971 lança sua política de "retorno à autenticidade africana", mudando o importante
rio internacional, ambos Congo, para Zaire e o seu próprio nome para Mobutu Sese Seko
Nkuku Ngbendu wa Za Banga, que significa em português: “O Todo Poderoso Guerreiro
que, Por Sua Força e Inabalável Vontade de Vencer, Vai de Conquista em Conquista,
Deixando Fogo em Seu Rastro”.
Com essa projecto Mobutu dá um passo ao regresso e valorização da tradição e cultura
africana. A título exemplar: as mulheres não podem vestir calças, priorizar a comida da terra,
valorizar as línguas nacionais, mormente o Lingala como língua Nacional.
O que é filosofia da libertação? onde surgiu? Quais são seus principais expoentes?
Resposta: A primeira tarefa da filosofia da libertação é a de esclarecer e justificar, na sua
originalidade, esta tomada de posição fundamental, que é também uma escolha de vida. A
Filosofia de libertação coloca no coração da pesquisa filosófica uma escolha de justiça e de
solidariedade humanas; na busca de libertar o homem de tudo aquilo que o oprime e
reprime.
Tem suas bases nas ideias do humanismo renascentista do século iluminista dos filósofos
Thomas Hobbes, John Locke, Montesquieu, Jean Jacques Rousseau e Voltaire, na
constituição liberal americana e Revolução Francesa no século XIX. Mais tarde, no século
XX, com os pensadores ideólogos como Karl Marx e Friedrich Engels e a Carta Universal dos
Direitos Humanos. O intercâmbio entre o pensamento africano e o pensamento latino
aconteceu apenas nos anos 60 e70 do século XX. Nesse entrosamento de pensamento o
objetivo é de libertar o homem da opressão.
Ainda no século XX, temos a grande a influência do pensador Emmanuel Lévinas - a
alteridade negada - antagônica à organização da sociedade e do mundo actual onde o outro
não existe. Ela se coloca numa sociedade onde o povo não é sujeito de sua história e num
mundo onde, a maioria dos povos ainda não alcançaram a condição de sujeitos libertos e
autônomos.
Ainda outros: Enrique Dussel, Paul Ricouer, Charles Tylor, Richard Roth, Martin Bubber e
Karl Marx a filosofia da Libertação critica a ideologia de exclusão do outro.
De acordo com o abordado, deve-se perceber que a filosofia da libertação pretende uma
justiça que leve em consideração o outro e não apenas o outro na sua condição de ser
interpelado como oprimido, portanto, a filosofia de liberação em África deve jogar o seu
papel com vista a romper com a ordem totalizante, rompendo com o grito da libertação.
Portanto, a África deve-se opor as tendências de pretender conceber ela como uma periferia,
pois o sistema mundo deve ser combatido numa política de alteridade (Eu e o Outro),
procurando potenciar a sua realidade e construir a sua história sem que a interferência alheia
jogue o papel mais importante.
FANON, SENGHOR e CHEIT ANTA DIOP disseram “ Senhores europeus, vamos
libertar o homem e a vocês também, dos vossos esquemas de dominação”.
Os movimentos de libertação nacional, UPA-FNLA, MPLA e a UNITA, liderados pelos
nacionalistas Álvaro Holden Roberto, Dr. António Agostinho Neto e Dr. Jonas Malheiro
Savimbi, respectivamente, foram na verdade os grandes obreiros e artífices da libertação e das
aspirações mais profundas do Povo angolano.
Agostinho Neto, na sua obra Sagrada Esperança, procura difundir o espirito da libertação
e fazer acreditar o futuro pela libertação, a esperança, a igualdade e a unidade nacional-
Poema havemos de Voltar.
Jonas Savimbi, nos seus discursos preconizava a liberdade da Pátria e dos seus cidadãos
como uma propriedade politica activa que devia designar o espaço geográfico e a vida prática
dos Angolanos.
FIM