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1.

INTRODUÇÃO
O presente trabalho da cadeira de filosofia da 12a classe visa debruçar em torno da filosofia
política e moral africana, que é um campo multifacetado e fascinante que nos convida a
mergulhar nas profundezas das culturas, tradições e legados históricos desse vasto continente.
Nesta jornada intelectual.

1.1. Objectivo geral

 Entender a filosofia política e moral africana no contexto da própria cultura, da própria


tradição, das influências externas, e também do próprio legado histórico.

1.2. Objectivos específicos

 Compreender luz sobre as complexas relações entre a cultura, a tradição e o legado


histórico africano, e como esses elementos intricados se entrelaçam com a filosofia
política e moral que floresceu ao longo dos séculos.
 Explicar de que forma as relações de poder, as instituições sociais e as tradições moldam
e influenciam o pensamento político e moral africano.
 Distinguir as críticas de Paulin Hountondji
2. FILOSOFIA POLÍTICA EM ÁFRICA

2.1. Génese dos nacionalismos

A Filosofia política africana esta estreitamente ligada ao pan-africanismo. O pan-africanismo,


além de lutar pelo reconhecimento dos negros no mundo, traçou, principalmente com Du Bois,
linhas pala uma Filosofia política africana.

Por Filosofia africana entende-se o conjunto de pensamentos relativos emancipação e ao


reconhecimento do homem negro, quer dentro do seu continente, quer fora dele. A Filosofia
política africana contém o pensamento de vários autores e tem como objectivo a libertação física
e psíquica do jugo colonial do continente africano.

 No 5º Congresso Pan-Africano, que teve lugar em Manchester, em Inglaterra, em 1945, Du Bois
passou o testemunho político a Nkrumah. Daquele momento cm diante, as principais figuras da
Filosofia africana seriam Nkrumah e Senghor. Estes dois homens esforçaram-se por lançar as
bases da política dos Estados africanos.

2.1.1. Pan-africanismo versus negritude

O pan-africanismo e a negritude permitiram a difusão da mensagem dos mentores dos


movimentos de libertação dos africanos.

2.1.2. Renascimento africano

O povo africano conheceu várias humilhações, facto que o levou a sentir-se inferiora outros
povos, sobretudo aos europeus que o escravizaram durante séculos. Actualmente ainda há
africanos que se sentem inferiores a outros povos

2.1.3. Integração político-regional na União Africana

Os líderes africanos cedo tiveram consciência da necessidade de implementar acções combinadas


com a finalidade de proporcionar melhores condições aos novos Estados africanos. Assim,
concentraram-se na promoção de instituições capazes de promover o desenvolvimento
económico e de criar condições de Vida mais humanas aos indígenas (povos nativos), Este
projecto foi animado por uma série de mudanças institucionais, como a criação da ONU e a

3. CRÍTICAS PAULIN HOUNTONDJI
Paulin Hountondji (Benin) é um dos grandes críticos e vale-se dos seguintes argumentos,
expressos na obra African Philosophy, Mythe and Reality, de 1974.

 Reivindicando que existe uma Filosofia africana, estamos d cair na ratoeira colonialista e
racista que insiste que um africano é diferente de um europeu. Portanto, qualquer
referência à Filosofia africana obriga-nos a definir África em relação Europa. Logo, não
podemos aceitar que haja uma Filosofia africana que claramente nega a Filosofia em
geral.
 Filosofia, no seu sentido restrito, é uma disciplina científica, teorética e individual, assim
como a Linguística, a Álgebra e, portanto, não se pode substitui-la por crenças populares,
práticas tradicionais e comportamento popular de um povo qualquer. A Filosofia não se
deve identificar com o mito ou com a religião tradicional.
 A Filosofia, enquanto disciplina científica, teorética e individual, emerge sempre em
oposição ao mito, às religiões tradicionais e ao seu respectivo dogmatismo e
conservadorismo.

O que é dogmático não pode ser filosófico. A relação filosófica com o mito e as religiões
tradicionais não é uma relação arquivista ou arqueológica com função de sistematização e
perpetuação, nem sequer é uma protectora desse passado popular, muito pelo contrário

A relação da Filosofia com mito e a religião tradicional é de continuidade, consciente e de crítica


contínua da tradição do povo face aos desafios que o povo tem de enfrentar no presente e no
futuro. Portanto, a Filosofia deve abrir os horizontes do povo para que este consiga enfrentar os
desafios do futuro. Querer que a Filosofia africana exista não tem sentido.

Hountondji afirma que o problema que se coloca é substancialmente a associação da ideia de


filosofia palavra «africana», que a qualifica, deixando em dúvida se a palavra «filosofia» ainda
mantém o seu significado original.
Na opinião deste crítico, a universalidade da Filosofia deve ser conservada. No entanto, isto não
significa que a Filosofia deva tratar necessariamente os mesmos temas ou fazer as mesmas
perguntas, até porque as diferenças de conteúdos são consideráveis.

4. CONCLUSÃO
Feito o trabalho conclui-se que o estudo da filosofia política em África revela uma intricada rede
de ideias, movimentos e perspectivas que moldaram a trajectória política e social do continente
ao longo dos anos. A génese dos nacionalismos africanos está profundamente ligada ao pan-
africanismo, um movimento que se esforçou para alcançar o reconhecimento e a emancipação do
povo negro globalmente. Esta busca pelo reconhecimento e libertação dos africanos, tanto dentro
como fora do continente, levou ao desenvolvimento de uma filosofia política africana que tinha
como objectivo central a libertação tanto física quanto psíquica das amarras coloniais.

Portanto, a filosofia política em África reflecte a complexidade das lutas históricas, culturais e
políticas do continente. Ela engloba a busca por reconhecimento, emancipação e dignidade, ao
mesmo tempo em que enfrenta questionamentos sobre a natureza universal da filosofia. Através
da compreensão e análise desses debates e perspectivas, podemos obter insights valiosos não
apenas sobre a história africana, mas também sobre as interconexões profundas entre filosofia,
política e identidade em todo o mundo.

4.1. Análise Crítica

A filosofia política e moral africana é muitas vezes influenciada por diferentes pressões políticas,
sociais e culturais.

Muitos filósofos argumentam que o entendimento da filosofia política e moral africana deve ser
analisado a partir do entendimento das experiências práticas e culturais das pessoas na África.

Entretanto importante a considerar quando analisa-se a filosofia política e moral africana é o


papel das instituições e das tradições locais. Muitas vezes, é muito importante entender como a
cultura, as instituições e as tradições influenciam o pensamento político e moral.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GEQUE, Eduardo; BIRIATE, Manuel. Filosofia 12ª Classe – Pré-universitário. Edição.
Longman Moçamique, Maputo, 2010.

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