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- CAPÍTULO 1: “Nietzsche e as Religiões”.

1.1. Nietzsche e o Budismo.

Ao longo de todo o estudo da História da Filosofia, perguntou-se, ‘ab initio’, se teria sido
possível uma outra filosofia que não a grega, isto é, eminentemente ocidental, eurocêntrica.
Perguntava-se se, em solo grego, teria nascido um pensamento estritamente original e atrelado
às formas lógicas e aos procedimentos da razão, independentemente de suas raízes na
mitologia e na religião. O caso é que, muitos creditavam esse nascimento único da filosofia na
história a um verdadeiro milagre grego, onde não passasse nenhuma sombra de quaisquer
estrangeirismos. De outra parte, eram muitos, inclusive dentre os próprios filósofos, os que
acreditavam na existência de fortes relações de outros povos e culturas na origem desse
fenômeno chamado filosofia. Podemos encontrar o primeiro deles em Pitágoras, que (teria
passado parte de sua vida no Egito). Outro teria sido (Orfeu com seu orfismo e sua teria
mística da ...). Por fim, o epígono dessa linhagem seria mesmo Platão, que em sua vida
empreendeu diversas viagens, como ao Egito e ( à Síria), bem como às Ilhas gregas da Ásia
(MENOR), onde inclusive teria estado por duas vezes, e por duas vezes capturado e feito
prisioneiro de reis tirânicos como (Dioniso I e Dioníso II). O desenvolvimento da geometria,
tanto em Pitágoras quanto em Platão, teriam derivado do conhecimento antigo desses povos
que visitaram. A crença na transmigração das almas seria um outro aspecto derivante dessas
tradições milenares. São esses alguns dos exemplos que nos mostram a inserção do oriente
nas auroras da filosofia grega.

Porém, encontramos uma dificuldade primeira já embutida na etimologia da palavra Filosofia


( “Philo’= Amigo; ‘Sophia’= Sabedoria). Sabe-se, segundo nos conta Redyson 1 em sua obra,
que as palavras filosofia e filósofo, são anteriores ao surgimento da palavra filosofia. Isso
significa dizer que, para além de todo mecanismo lógico-racional que impulsionou e criou o
sentido da filosofia, um outro modo de encarar a vida, com sabedoria e prudência, elaborado a
partir da noção de filosofia prática, está implicada no significado do que seja filosofar. E, que
o filósofo, além de ter implícito em si essa forma de pensar, o filosofar, pode ser também
várias outras coisas, como um sábio, um sofista, um aedo, um poeta, etc. Portanto, não
podemos entender de modo unívoco o significado da palavra filosofia em seus primórdios.

Sendo assim, bem poderíamos aproximar a (semântica) da palavra filosofia a outros modos de
pensar exógenos à Grécia, como o pensamento oriental, por exemplo, a dizer, o hinduísmo, o
1
REDYSON, Deyve. Scopenhauer e o Budismo: A impermanência, a insatisfatoriedade e a
insubstancialidade da existência, João Pessoa, Ideia/ Editora Universitária, 2012.
2

brahmanismo e o budismo. Além de conceber a oralidade como processo legítimo de


transmissão do conhecimento, teríamos que entender que, em nenhuma hipótese, o
pensamento oriental pode ser pensado fora da esfera da religião. No entanto, muitas
semelhanças encontramos entre esses dois modos de pensar, o ocidental e o
oriental(mormente) o seu aspecto de estar estritamente ligado ao sentido de sabedoria.

Mas, é preciso também ressaltar que, do lado oriental, alguns óbices existem para se afastarem
de vez todas as intenções em ligar a filosofia a quaisquer outras concepções de pensamento
oriental. A começar pela palavra filosofia, que não encontraria equivalentes apropriados nas
demais línguas de proveniência não indo-europeia. Como no caso do sânscrito, na Índia, onde
costuma-se o Dharma (Dhamma em páli), ao que nós chamamos de filosofia. Mais complexo
e de sentido mais amplo, o Dharma significa literalmente suporte, esteio e mantenedor, para
somente em seguida ter sido traduzido por religião, verdade, doutrina, lei, norma, justiça,
retidão, virtude, essência, etc. O Dharma vai além do processo de raciocínio ou de uma
fundamentação de ordem lógica, mas sim uma forma de encontro do homem consigo mesmo
e com a iluminação – é assim que o Buda ensina a praticar como filosofia.

Também na China e no Japão, há que se ter cuidado para não tomar as religiões aí presentes
num sentido puramente racional, e deturpar seu conteúdo com uma terminologia inapropriada.
Segundo nos prediz Redyson em sua obra2, através do conhecimento que destacou de um
Baue3r:

“a palavra utilizada hoje na China para designar ‘filosofia’ é um conceito traduzido do japonês
‘Tetsugaku’, aceito prontamente por chineses e coreanos como a autêntica palavra para dizer filosofia.
O termo ‘Zhexne’, no chinês, ‘doutrina da sabedoria. Da mesma forma a expressão ‘sixiang’
( Pensamento, intelecto) também poderia ser traduzido como filosofia, mas ambos, tanto ‘Zhexue’ e
‘sixiang’ partem do princípio da sabedoria alojado no ser humano e não, talvez, de uma sabedoria
exposta em livros e nas especulações”.

E, se de um lado, a chamada filosofia responde a uma interpretação do pensamento de ordem


lógica ou não, seu suposto é falado ou disposto em forma escrita. E, uma vez compreendida a
forma como se toma a filosofia ocidental, ter-se-ia que esperar por respostas respondidas tais
quais, de onde vem a metafísica, em que livro aparece a sua ética, ou, a pergunta fatal: “o que
é o ser?”

Ainda nos dirá Redyson4: “ O sábio ocidental conhece as terminologias lógicas, metafísicas e
muitas outras enquanto que o guru tem uma sensitividade que relaciona a divindade e a

2
REDYSON, 2012, p.50.BAUER, Wolfgang. Historia de la filosofia china. Barcelona, Herder, 2009.
3
BAUER, Wolfgang. Historia de la filosofia china. Barcelona, Herder, 2009.
4
Ibdem, p.51.
3

meditação. Estes elementos afastaram os ocidentais a crerem que há a possibilidade de existir


uma filosofia no oriente”. Legalismo e Interacionalismo yin yang – com o acompanhamento
de cem Escolas; e, a Filosofia Japonesa, derivada da Filosofia Chinesa, que nos legou o Zen
budismo, uma outra forma de dizer (‘Chan’) em chinês.

Ainda segundo Redyson em sua obra, existiriam dois pensadores mais representativos de duas
correntes críticas que compreenderiam a existência ou não de uma filosofia oriental. A
corrente representada por René Guenón5, que entenderia ser impossível pensar uma filosofia
no oriente, dado que, o que há na Índia é algo muito diferente da filosofia. E, há um outro
modo de pensar a questão, mais próximo ao estudioso Alan Watts 6 que nos dá uma visão mais
ampla da filosofia oriental, compreendida em “uma maneira de experimentar uma
transformação de consciência cotidiana” (...) que nos mostre “o modo como as coisas são”7.

Um rumor oriental chegou à Europa por volta do século XVII partindo das missões jesuíticas
para converter os povos chineses. Surge, assim, uma concepção de como o oriente pode ser
uma invenção do oriente. O oriente é tomado basicamente como uma questão geográfica.
Muitos livros e artigos foram escritos sobre o tema do orientalismo. Mas, sobretudo a partir
do final do século XVIII, Orientalismo é tomado por uma ideia capaz de dominar, reestruturar
e ter autoridade sobre o oriente. O “Orientalismo” é concebido como uma forma de influência
do pensamento filosófico a matrizes do pensar de religiões e culturas milenares.

ORIENTALISMO ALEMÃO

Inglaterra e França foram pioneiras no estudo do Oriente, suas presenças coloniais


asseguraram-lhes lugar de destaque em assuntos orientais. Os alemães tiveram papel
fundamental no uso da linguagem como forma de facilitar a conquista e a administração do
conquistado. O orientalismo alemão teve participação essencial nesta tarefa, fornecendo
expertise linguística para as empreitadas inglesas. Max Müller, considerado o fundador da
“ciência da religião” na Europa, por volta de 1876, foi um dos que serviram de instrutor aos
futuros servidores do império da Índia. Os relatos alemães davam ao domínio colonial um
sentido maior que a mera dominação, pois servia de ferramenta para ofuscar a violência do
colonialismo.

5
GUENÓN, René. Oriente e Ocidente. São Paulo, Irget, 2009.

6
WATTS, Alan. Filosofias da Ásia, Rio de Janeiro, Fissus, 2002.
7
Ibdem, p.33. Citado em REDYSON, 2012, p.53.
4

Há uma intenção clara no orientalismo alemão de buscar na Índia do passado uma fabricação
do Oriente. Isto porque tentavam encontrar na Índia respostas para a origem histórica dos
alemães.De Carl F. Koeppen vem o mito da história racial dos arianos, que, vindos de fora,
esses seriam os verdadeiros arianos, sendo jovens, corajosos e guerreiros. Os orientalistas
buscam nesta teoria um encontro de antecedentes para o próprio povo alemão. Assim,
podemos achar nas contribuições da erudição acerca do Oriente um impulso para o
imperialismo, o racismo e o moderno antissemitismo. Podemos entender, nesse sentido, que
os orientalistas alemães estavam ocupados com colonialismo interno, isto é, com o uso de
ideias indianas para seus interesses nacionalistas. Basta lembrarmos da descrição feita por
Nietzsche em A Genealogia da Moral da “besta loura”* que conquista os mis fracos dando
início a uma nova sociedade.

As fontes pesquisadas por Nietzsche dão a ideia de um conhecimento indireto do budismo


theravada. Dos três grupos de orientalistas, dos quais sabe-se que Nietzsche manteve contato:
temos os orientalistas solitários, cujo maior representante será Carl Friedrich Koeppen; a
geração do furor oriental, da qual destaca-se Paul Deussen, estudioso dos Vedas e das
Upanishadas e amigo de escola de Nietzsche; e, por fim, a escola histórico-religiosa, de onde
exsurge Hermann Oldeberg.

De Carl F. Koeppen, sabe-se que Nietzsche pegou emprestado os dois volumes de sua obra
Die Religion des Buddha. Paul Deussen, amigo de Nietzsche sendo um schopenhauriano e
estudioso de Vedas e Upanishadas, não podemos dizer que tenha sido uma fonte do budismo,
senão como uma influência da própria Índia. Enfim, temos em Hermann Oldeberg a
verdadeira fonte budista original nos estudos de Nieztsche, tendo este lido sua obra em três
momentos distintos, a última, em 1888, por conta de O Anticristo. Concebido na escola
histórico-religiosa, empreendeu um estudo do budismo a partir do padrão da língua páli,
aquela original dos textos de Buda, tendo no budismo theravada a fonte de suas perscrutações,
por ser entendido como o budismo mais puro e próximo de suas origens. As fontes
pesquisadas por Nietzsche dão a ideia de um conhecimento indireto acerca da escola budista
theravada.

Outra influência decisiva na experiência de Nietzsche com o budismo vem de sua relação
estreita com a filosofia de Schopenhauer. O aspecto da vontade e sua referência à coisa-em-si,
surge como o dado principal, mas não o único nesse intercâmbio entre os dois filósofos
(VIDE O NASCIMENTO DA TRAGÉDIA). Em Schopenhauer,[ a noção hindu de poder
sagrado como fonte de valor e a noção budista do nirvana como extinção do sofrimento,
5

seriam dois dos aspectos que seriam assimilados à coisa-em-si, que se reduzem à vontade.]
No entanto, mais à frente, sobre o entendimento de nirvana, o filósofo busca afirmar uma
semelhança entre este e sua filosofia. Assimilando a ideia de nirvana à de Vontade, assevera
que “este nosso mundo tão real, com todos os seus sóis e vias lácteas, é Nada” 8. Desse modo,
respeitados os limites do conhecimento especializado da época, temos em Schopenhauer um
grande admirador da filosofia indiana, chegando a influenciar a composição de sua própria
filosofia.

Quanto a Nietzsche, traçaremos três momentos de sua relação ao budismo. O primeiro


momento que impacta esta relação é a diferença entre imanência e transcendência,
enfatizadas, respectivamente, na obra de Nietsche, e no budismo. Num segundo momento,
abordaremos tópicos da filosofia nietzschiana em referência a conceitos da tradição budista
theravada.Como é o caso, por exemplo. que se dá na comparação entre samsara e amor
fati.Por fim, cotejaremos o conceito de nibbana (em páli), nirvana (em sânscrito), ao conceito
de niilismo, posto ser esta a crítica principal feita por Nietzsche ao modo como cada qual lida
com o seu ser estar no mundo.

O BUDISMO E SUAS LINHAGENS

Antes de mais nada, a fim de aprofundarmos a compreensão mais geral de budismo,


recorreremos a dois recursos: o entendimento dos cinco princípios éticos de toda filosofia
budista; e, a revelação das quatro nobres verdades e o caminho óctuplo. Em seguida
partiremos para uma breve descrição das principais linhas mestres, as raízes, das quais
derivaram todos ramos da filosofia budista.

Os cinco preceitos budistas comungados em todos budismos são: não matar, inclusive para
alimentação; não roubar, não tomar aquilo que não lhe pertence; não mentir, fazer bom uso da
língua; não ter má conduta sexual; e, não se entorpecer com álcool e drogas. Numa passagem
da obra do Venerável Ajahn Sumedo9, diz este que, estando O Iluminado, Buda, a viver numa
floresta de Simsapas, pegou numas poucas folhas e perguntou aos monges:

“ O que é que vocês pensam disto, monges? O que é mais numeroso, as poucas
folhas que tenho na mão ou aquelas nas árvores das florestas?
“As folhas que O Iluminado tem na mão são poucas, Senhos; as da floresta são bastante
mais numerosas.

8
“Mundo como vontade e representação. Livro Iv”.
9
Ajahn Sumedo, As Quatro Nobres Verdades, England, 2007.
6

“Assim, também monges, as coisas que eu aprendi por conhecimento direto são bastante
numerosas; as coisas que vos ensinei são poucas.
E porque é que eu não ensinei todas? Porque elas não trazem qualquer benefício, nem
desenvolvimento na Vida Santa, porque não conduzem ao fim da ilusão, ao
despojamento, à cessação, ao acalmar, ao conhecimento direto, à iluminação, à
libertação. Por essa razão não as ensinei.
E o que vos ensinei? Existe o sofrimento (dukkha); existe a origem do sofrimento;
existe o cessar do sofrimento; existe o caminho que conduz à cessação do sofrimento.
Isto foi o que vos ensinei”.
Desse modo as quatro nobres verdades são: a nobre verdade acerca do sofrimento –
Nascimento é doloroso, velhice é dolorosa, morte é dolorosa; a nobre verdade acerca da
origem do sofrimento, ligada ao prazer e à paixão; a nobre verdade acerca da cessação do
sofrimento, justamente a completa impassibilidade, a libertação e a independência dela; e, a
nobre verdade que leva à cessação do sofrimento – Justamente este nobre Caminho Óctuplo, a
saber: visão correta, prpósito (ou intenção) correto, fala correta, ação correta, meio de vida
correto, plena mentação correta e concentração correta.

Assim, quer olhemos as práticas de atenção plena do Theravada, a recitação do nome do Buda
Amithabha na China ou os debates e práticas de visualização no Tibet. Todas nos fornecem
métodos de superarmos o sofrimento e realizarmos nosso potencial, não apenas para nosso
próprio bem, mas também para o benefício do maior número possível de seres. São quatro os
mais conhecidos budismos no mundo: Budismo Therava, localizado no Sri Lanka e Sudoeste
asiático; o Budismo Mahayana, ou “O grande veículo ou Ensinamento”, encontrado na China
e no Japão; o Budismo Tibetano, originário do Tibet e do Nepal; e, o Zen Budismo, tendo seu
início na China e depois importado pelo Japão. No Brasil, o mais comum e conhecido é o
Budismo Mahayana.

O Budismo Theravada, termo de origem páli, que significa “escola” ou “doutrina dos
anciãos”, é também chamado de “Escola dos Anciãos ou Monges”, “Hinayana” ou “Pequeno
veículo”. O Budismo Theravada praticado na Tailândia é um budismo um pouco diferente do
praticado no Sri Lanka ou em Myamar, por exemplo, por isso, também chamado de Budismo
Tailandês. Esta espécie de budismo combina três tipos de filosofia: Theravada, Hinduísmo e
Animismo. Sendo o Animismo uma tradição indígena, dos povos nativos tailandeses, que
apregoa a harmonia entre o homem e a natureza. Há mais de 2500 anos o Budismo Theravada
se especializou em propagar os ensinamentos do Buda apoiando-se no Tipitaka (coleção de
textos canônicos desta tradição, e na transmissão do Dhamma (páli) ou Dharma (Sânscrito).
7

Seus seguidores no mundo gira em torno de 100 milhões de pessoas, e é considerado o mais
original e puro de todos os budismos.

Quando Sakyamani (o Buda) fundou o budismo na antiga Índia, diferentes formas de


pregação se adaptaram aos diferentes públicos. Depois de sua morte, seus seguidores
estabeleceram várias seitaxs conforme seus próprios entendimentos. As de Mahayana e
Theravada são as maiores. O Budismo Chinês, denominado foísmo ou Fo-Buda, foi
adquirindo um caráter próprio e pessoal. Houve o recurso nas traduções às expressões usadas
no Taoísmo e no Confucionismo. A Índia levou para a China o sentido de caridade e da
beneficência. A versão do Budismo Mahayana, que enfatiza a salvação, foi a versão que fez
sucesso na China. Uma linha é a do Zen, que misturou crenças budistas a práticas de
meditação do taoísmo; e outra é a do “terra pura”, ramo mais popular, que venera diversos
espíritos iluminados, ao invés de um único Buda.

Abrindo um parêntesis para compreender o Zen Budismo, a palavra Zen é a tradução da


palavra chinesa Ch’an que é a abreviação da palavra Channa que traduzida do sânscrito
Dhyana, se aproxima da expressão meditação. O zen budismo que chegou a Podemos
entender, nesse sentido, que os orientalistas alemães estavam ocupados com colonialismo
interno, isto é, com o uso de ideias indianas para seus interesses nacionalistas.

O zen budismo que chegou à China, chegou através do monge Bodhidharma (470 a.C – 543 a.
C). O processo meditativo é o principal caminho para atingir a iluminação, que demandaria
uma disciplina acerba, e uma pura mentação uniformizada com a essência do ser humano em
geral. No zen budismo existem várias escolas, bem como no Japão. Segundo o pensador
inglês Allan Watts, que divulgou o Zen no Ocidente a partir da terceira década do século XX,
este, em sua forma original chinesa, não se encontra mais na China, mas propagado no Japão,
sobrevive de suas artes tradicionais, cultivadas e transmitidas segundo sua tradição.

O Budismo Japonês tem uma história de quase catorze séculos, introduzido no século VI, via
Coreia. A fonte do ensinamento budista para os japoneses era a China, intermediada por
monges coreanos. Pouco interesse demonstrou na sua origem indiana, diferentemente do que
aconteceu no Sudeste Asiático e no Tibet. Desenvolveu características particulares devido a
razões sócio-culturais, e a combinações religiosas bastante específicas, especialmente a
interdependência como Xintoísmo e as crenças populares. Assumiu como uma de suas
principais funções os ritos funerários e o serviço memorial para os mortos. O Budismo
Japonês é um dos mais atuantes e atrativo para milhares de pessoas no mundo, dado o avanço
8

da globalização, a Contra cultura, a crescente democratização religiosa em vários países, a


imigração japonesa e a expansão militar e colonização da Ásia.

O budismo chegou ao Tibete durante o império do 37 º rei do Tibete chamado Srong-Tsen-


Gampo (617-650). Influenciado pelos presentes trazidos por duas de suas esposas,
estátuas e relíquias budistas, mandou construir um templo e enviou um de seus
conselheiros à Índia para se especializar na língua sânscrita. Em 791, o budismo é
proclamado religião do Estado. E o tibetano é efetivamente a língua do budismo. O
título concedido na Mongólia a um abade tibetano, em 1578, Altan Khan, Ta Le, pode
ser traduzido por oceano de sabedoria, e que, ao chegar ao Tibete esta expressão
tornou-se Dalai Lama. O primeiro Dalai Lama que efetivamente terá uma participação
política no Estado do Tibete foi o XIII, Thubten Gyatso (1876 – 1933).

Em 1940, Tenzin Gyatso (1935 - ) é reconhecido como o XIV Dalai Lama, e em 1950
tem início a segunda invasão chinesa ao Tibete. Em março de 1959, mediante uma
revolta sangrenta, o jovem XIV Dalai Lama decide fugir para a Índia acompanhado
por vários monges e leigos. Atualmente o budismo tibetano é uma das formas do
budismo mais popular no mundo ocidental. Milhares de centros tibetanos de meditação
estão espalhados pelo mundo propagando os sutras mahayanas. A fuga do Dalai Lama
da barbárie dos soldados de Mao Tsé Tung tem inspirado nas pessoas e entidades
internacionais grande simpatia pela pessoa do Dalai Lama e pela doutrina do budismo
tibetano. Até hoje o Tibete está fechado.

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