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(IFCS)
- 2021 –
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4) Introdução:
realidade profana vem tomar o lugar do Ser divino; e, situando-se a partir de uma
proposta particular na filosofia nietzschiana, pretendemos abordar com ênfase especial
ambos os aspectos da “morte de Deus” – um ponto de vista metafísico e outro moral.
Mas se Deus é morto, qual seu significado a partir do Cristianismo? De uma perspectiva
metafísica, o Cristianismo seria, segundo Nietzsche, a continuação do platonismo, na
teoria dos dois mundos, da negação do corpo, portanto, da vida, da crença na alma.
queda da filosofia metafísica dual numa religião transcendente Por outro lado, pouco
problematizando a suposição da existência ou não de Deus, Nietzsche se especializará
nas considerações morais do mundo cristão, a culpa e o ressentimento, a figura negativa
do sacerdote e o poder derivado da deturpação da significação da morte na cruz. A
“morte de Deus” apresenta-se aqui num sentido bem próximo ao do desaparecimento do
divino, seu suplício e sua possibilidade.
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5) DESENVOLVIMENTO:
Tal como a moral a intenção da metafísica é alcançar uma perspectiva absoluta sobre a
realidade, um ponto de vista que abarca todos os pontos de vista de modo que possa
atribuir um conhecimento válido para qualquer indivíduo em qualquer situação.
Tanto em Nietzsche quanto em Platão, Deus diz respeito ao substrato último da realidade,
seja na forma de essência, substância, princípio, fundamento, etc. Quanto à imagem do sol,
ambos os filósofos a compreendem de um mesmo modo: o ente metafísico, supremo,
absoluto e divino, princípio de subsistência dos demais entes e fonte de significação da
existência humana. Por outro lado, apesar de suas descrições do Deus metafísico
coincidirem, o objetivo de cada um dos filósofos diverge imensamente. Enquanto Platão visa
implantar o fundamento último da realidade, Nietzsche pretende exatamente denunciar esse
mesmo fundamento, como a anunciar o fim de sua vigência e eficácia na história do
pensamento Ocidental.
A crítica que Nietzsche faz ao pensamento metafísico desde seus primórdios com
Sócrates e Platão, diz respeito a princípios morais. Assim, todo o idealismo platônico
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“Não ouviram falar daquele homem louco que em plena manhã acendeu
uma lanterna e correu ao mercado, e pôs-se a gritar incessantemente: “Procuro
Deus! Procuro Deus!”? – E como lá se encontrassem muitos daqueles que não
criam em Deus, ele despertou com isso uma grande gargalhada”. (NIETZSCHE,
2012, p.137).
“Como conseguimos beber inteiramente o mar? Quem nos deu a esponja para
apagar o horizonte? Que fizemos nós, ao desatar a terra de seu sol? Para onde se
move ela agora? Para onde nos movemos nós? Para longe de todos os sóis? Não
caímos continuamente? Para trás, para os lados, para a frente, em todas as
direções? (...) Não anoitece eternamente? Não temos que acender lanternas de
manhã?” (NIETZSCHE, 2012, p.137).
Tanto em Nietzsche quanto em Platão, Deus diz respeito ao substrato último da realidade,
seja na forma de essência, substância, princípio, fundamento, etc. Quanto à imagem do sol,
ambos os filósofos a compreendem de um mesmo modo: o ente metafísico, supremo,
absoluto e divino, princípio de subsistência dos demais entes e fonte de significação da
existência humana. Por outro lado, apesar de suas descrições do Deus metafísico
coincidirem, o objetivo de cada um dos filósofos diverge imensamente. Enquanto Platão visa
implantar o fundamento último da realidade, Nietzsche pretende exatamente denunciar esse
mesmo fundamento, como a anunciar o fim de sua vigência e eficácia na história do
pensamento Ocidental.
Segundo Platão, o Sol é filho do Bem, assim, ambos dão causa à existência de outros
seres, o sol dando visibilidade às coisas do mundo, bem como sustentação e condições
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para sua existência, e a ideia do Bem, invisível, mas inteligível, doando sentido para as
demais ideias, inter-relacionando-se com estas.
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Tal como a moral a intenção da metafísica é alcançar uma perspectiva absoluta sobre a
realidade, um ponto de vista que abarca todos os pontos de vista de modo que possa
atribuir um conhecimento válido para qualquer indivíduo em qualquer situação.
Tanto em Nietzsche quanto em Platão, Deus diz respeito ao substrato último da realidade,
seja na forma de essência, substância, princípio, fundamento, etc. Quanto à imagem do sol,
ambos os filósofos a compreendem de um mesmo modo: o ente metafísico, supremo,
absoluto e divino, princípio de subsistência dos demais entes e fonte de significação da
existência humana. Por outro lado, apesar de suas descrições do Deus metafísico
coincidirem, o objetivo de cada um dos filósofos diverge imensamente. Enquanto Platão visa
implantar o fundamento último da realidade, Nietzsche pretende exatamente denunciar esse
mesmo fundamento, como a anunciar o fim de sua vigência e eficácia na história do
pensamento Ocidental.
A crítica que Nietzsche faz ao pensamento metafísico desde seus primórdios com
Sócrates e Platão, diz respeito a princípios morais. Assim, todo o idealismo platônico
seguirá o padrão de, em sendo metafísico, sê-lo também moral; e, contrariossenso,
assumindo um caráter moral, somente o será se se também realizar no âmbito
metafísico. Compreendemos, desse modo, o sentido platônico de bondade, onde sendo
“bom”, mas desprovido da característica moral, deixa de sê-lo. O cavalo é “bom”,
cumpre bem sua capacidade, mas “bom” é o médico que, além de assumir a sua
habilidade, faz bem a sua função, cura, é um “bom” médico.
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Assim, na pista de Platão e do Deus-sol, a ideia do Bem evoca um duplo sentido para a
filosofia da “morte de Deus” em Nietzsche: o sentido do início da metafísica, e a
vigência de uma ideia divina transcendente vigente durante dois milênios. A ideia do
Bem é transcendente e inteligível, é a causa mas não a gênese de todas as coisas no
mundo sensível, e também a determinação de todas as outras ideias, ou seja, a ideia
suprema. Nem mesmo o demiurgo, plasmador de todas as coisas a partir do mundo das
ideias, é um criador ex nihilo, vindo do nada, pois a matéria para os gregos é incriada, e
somente posteriormente será submetida à ação desse demiurgo. Já a ideia do Bem serve
de modelo à criação, e de algum modo sustém os demais seres por meio das ideias.
A tarefa de Nietzsche é fazer uma crítica radical dos fundamentos platônicos, mostrar
que a tradição filosófica ocidental parte da dicotomia instalada em sua teoria das ideias ,
uma divisão entre o mundo aparente e o mundo verdadeiro, traçando uma ruptura
radical entre a antítese sensível e inteligível. Segundo essa perspectiva metafísica, o
mundo aparente é enganoso, e está submetido ao critério último da ideia do Bem, ideia
suprema e determinante de todas as outras coisas ideais, modelo do mundo material.
Mas é um traço da tradição que a ideia do Bem seja suprema, inter-relacionada com as
demais ideias metafísicas, analogamente se coloca no papel do Sol, tornando inteligível
no âmbito da razão, e sustendo o restante mundo ideal, ou seja, cumprindo a função de
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VERDADE
Vê-se que a ciência repousa numa crença, e de que a questão de se a verdade deve ou
não ser necessária caberá a uma crença. A resposta contra essa absoluta vontade de
verdade nos é dada pelo próprio Nietzsche: “ nada é mais necessário do que a verdade, e
em relação a ela tudo o mais é de valor secundário”.(2014, p.208). Como se vê, nem
tanto vale a resposta pela necessidade da verdade quanto à crença nessa vontade de
verdade.
A verdade vem sendo postulada como Ser, como Deus, como instância suprema. A
vontade de verdade seria uma crença na medida em que suporia a superioridade da
verdade, crença esta que sustentaria a ciência. E Nietzsche desacreditaria na hipótese
corrente e metafísica do princípio de que, o verdadeiro seria superior ao falso.
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O BOM
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O Justo, o Belo, o Verdadeiro, o Bom são ideias inteligíveis, iluminadas pela ideia suprema do Bem, que dá
vida a cada uma delas, inter-relacionando-as. Na medida em que não encontram-se no mundo dos sentidos,
serão acessadas pelo mundo inteligível, pelo entendimento. Na filosofia de Platão, é bom aquilo que
realiza a finalidade que lhe é própria. Assim, o bom cavalo é aquele que cumpre bem sua função. O bom
médico será quem cumpre com habilidade seu exercício, a cura, por exemplo. Mas, como aferir a distinção
entre a bondade material e a bondade transcendente? Há, portanto, uma distinção essencial entre ser bom, e
ser bom moralmente. Tanto um cavalo quanto um vinho podem ser bons, mas não podem ser
moralmente bons. E tanto um médico quanto um músico podem ser habilidosos em suas
respectivas artes, sem que isso signifique que eles sejam moralmente bons.
A justiça pode ser conveniente e também útil; mas são essas qualidades transcendentes? Assim, para Platão
somente a existência de um critério moral transcendente (o bem em si) permitir-nos-á avaliar objetivamente
a moralidade de uma determinada situação concreta. O Bom é Belo, e o Belo é Bom. Se estão todas elas
ligadas pela ideia do Bem, são todas essas ideias da mesma natureza: metafísicas, verídicas e inteligentes.
No caso do justo, por exemplo, somente quando atingirmos o conceito de justiça nela mesma, a justiça em
si, estaremos de posse de um bem moral, de um bom estado moral, de uma justa experiência.
A bondade inteligível deve ser medida segundo parâmetros morais. Desse modo, entendemos a
comunicação entre a ideia do bom e a ideia do Bem, no sentido de tornar-se metafísica. Para o idealismo
platônico, tem valor moral a sociedade que se funda em torno de critérios metafísicos. Nesse sentido,
compreenderemos a crítica nietzschiana ao conceito de “bom” metafísico.
[[[[[[[[[[[[[[[ [[[[[[[[ Em suas novas pesquisas genealógicas, Nietzsche acusa os historiadores da moral a quem
falta o espírito histórico, quando trata-se de precisar a origem do conceito e do valor “bom”. De uma oposição,
fundamental, entre uma raça superior e dominadora, em oposição a uma raça inferior e baixa, deu-se a origem da
antítese entre “bom” e “mau”. De uma transformação de ideias, palavras e raízes que significam “bom” tornam o que
“homens superiores” se sentiam de uma classe superior. Nos dirá Nietzsche em relação à sua última obra, Além do
bem e do mal ... Que pelo menos não quer dizer: Além do bom e do mau. Não há possibilidade de tornar
valores morais em metafísicos.
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Nietzsche não tem por pretensão atestar o ateísmo quando lança essa ideia da “morte de
Deus”, mas assinalar a desvalorização dos valores morais de sua época. Deus é a
sustentação suprassensível, metafísica, que foi desenvolvida desde Platão no Ocidente,
não sendo mais acatada na modernidade como fundante e verídico. As verdades
absolutas com Nietzsche são destruídas, pondo em cheque toda a modernidade e sua
esperança em uma verdade universal.
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A única verdadeira crítica que Nietzsche faz a Jesus está em sua compaixão e no amor
aos fracassados, que com isso nega-lhes a oportunidade de ultrapassar o fracasso e
tornar-se forte em si. Retomando sua tese da moral dos fortes, a interpretação
nietzschiana dirá ter sido Jesus aquele que atentou contra a lei natural da força,
culpabilizando os nobres naquilo que eles tenham de mais alto e significativo,
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diminuindo-os aos olhos de Deus, do mesmo modo que exalte de modo inverso os
pobres, os fracassados, os escravos do espírito. “Pois mais fácil é passar um camelo pelo
fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus” (Lucas:24-25). Desse
modo, pode-se afirmar com Nietzsche que o grande triunfo dos impotentes sobre a
aristocracia guerreira deu-se através do “amor” de Cristo.
Diante da crise de valores, do colapso do absoluto, não resta ao homem criador senão
lançar as bases dos novos valores, proceder à crítica do valor dos valores, compreender
esse niilismo transvalorativo como solução da crise dos valores.
Após a morte de Deus, Nietzsche irá pregar a vinda dos criadores, aqueles que
quebrarão as velhas tábuas dos valores. Assim, completamente necessária ao super-
homem é a morte do homem. Zaratustra ama aqueles que dão causa ao ocaso do
homem, pois daí surgirá uma estrela brilhante.
“Olhai-os, os bons e os jusos! A quem odeiam mais que todos? Àquele que
parte suas tábuas de valores, o destruidor, o criminoso; - mas esse é o
criador.” (NIETZSCHE, 1989, p.39).
A teoria central da obra de Foucault, que promove a sua crença na Morte do Homem,
coloca a episteme no centro de tudo, causando uma ruptura no tempo, ao mesmo tempo
que sustenta uma estrutura inconsciente, subterrânea, e promotora das noções de saber,
conhecimento, ciência, etc. Em suma, o importante na introdução dessa novidade no
campo do conhecimento em Foucault está em que, subsistem estruturas ocultas sob
nossa própria ordem das coisas, e que, em absoluto, são movidas por forças humanas.
6) METODOLOGIA
Nosso trabalho se caracteriza por uma pesquisa de aspecto teórico, na qual objetivamos em
um primeiro momento:
7) PLANO DE TRABALHO
retorno. neo-ateístas)
ANO 2024 Escrita da tese Escrita da tese Escrita da tese Escrita da tese
Correções
Defesa
8) BIBLIOGRAFIA:
. ALTIZER, Thomas J.J. & HAMILTON, William. A morte de Deus. Paz e Terra,
R.J., 1967.