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Frase
Segundo Lima (2012, p. 69), “Frase é a forma de expressão do nosso pensamento ao
transmitirmos um apelo ou uma ordem, ao indicarmos uma acção, estado ou fenómeno, ao
emitirmos uma crítica ou externarmos as nossas emoções.” Exemplo:
O carro que comprei nos EUA é distinto dos outros.
Ainda no conceito da frase, Pinto e Castro et al., (1996, p. 155) dizem que, “frase é um
enunciado lógico organizado de acordo com as regras gramaticais e com sentido completo.”
Exemplo: O Amor do homem é complementar e limitado.
De acordo com Cunha e Cintra (2006, p. 87), frase é um enunciado de sentido completo, a
unidade mínima de comunicação que pode conter “uma ou mais 1orações”.
Dos conceitos apresentados, é possível entender que todos eles referem a frase como um
enunciado que tem um sentido completo, mas é interessante destacar o conceito de Cunha e
Cintra, pois eles particularizam o aspecto unidade mínima de comunicação se distanciando
assim, dos outros autores. Ao referenciar a unidade mínima dá-se a entender que nem
sempre a frase é constituída por um conjunto de palavras, pois há frases que são formadas
por uma única palavra levando consigo um sentido completo.
Exemplos: a) Coma! b) Ah!
Segundo Pinto e Castro et al., (1996, p. 98), “frase simples ou mono oracional é aquela que
é constituída por única oração, contendo, portanto, um só verbo conjugado.” Exemplo: Um
lenço branco apaga o céu.
Borregana (2006, p. 220) diz que, “frase simples é aquela que é constituída por uma só
oração
1 Matos (2011, p. 221) considera oração como uma unidade do discurso. A partir deste conceito a oração pode
ser entendida por unidade gramatical organizada à volta de um verbo.
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(com um só verbo).”
Exemplo: Este curso é incomparável.
A partir dos conceitos apresentados pelos autores acima, torna-se imprescindível destacar
que todos eles mencionam o verbo como referência obrigatória na formação da frase
simples.
Frases complexas
De acordo com Gomes (2008, p. 89), frases complexas são aquelas que possuem vários
sintagmas verbais.
Na lógica de Borregana (2006, p. 221), “frase complexa é constituída por duas ou mais
orações (um, dois ou mais verbos).”
Exemplo: A rosa é muito linda, porém no final do dia ela murcha.
De acordo com os conceito de Gomes e Borregana, é possível notar que os dois convergem
na mesma teoria de frases complexas, o que aconteceu simplesmente é o facto de Gomes
usar o termo vários sintagmas verbais no lugar de duas ou mais usado por Borregana, sendo
este último o mais clarificado, pois as complexas partem sempre de duas para mais adiante o
que o outro não destaca.
subordinação), compreendendo uma estrutura com mais de um verbo ou, então, mais de uma
oração que pode ser coordenativa ou subordinativa. Contudo as frases complexas possuem
orações com conjunções ou locuções conjuncionais que podem lhes conferir as suas
designações. Observemos a abordagem da conjunção em três âmbitos:
No âmbito semântico – a conjunção é uma palavra que pode ter um ou mais de um sentido;
No âmbito morfológico – a conjunção é uma palavra invariável;
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A abordagem feita aqui sobre os conceitos da conjunção em três âmbitos, não está destacada
do tema em estudo, mas tem como foco de demonstrar que o tipo de frase complexa por
(coordenação/subordinação) é determinado pelo tipo de conjunção que possui, dependendo
do contexto, pois uma conjunção pode ser polissémica.
Coordenação
Segundo Pestana (2013, p. 789), “A coordenação trata da relação de independência entre
termos e orações.” Esse tipo de orações fica simplesmente uma ao lado doutra
(coordenadas), possui uma estrutura sintáctica completa e não depende doutra para lhe
completar o sentido.
Cunha e Cintra (1998, p. 398) dizem que, na coordenação as “orações são autónomas,
independentes, isto é, cada uma tem sentido próprio.”
Bechara (2009, p. 392), convergindo com as ideias dos autores citados acima diz que, a
coordenação, sintacticamente é a relação de orações independentes entre si. A coordenação
estabelece uma relação de independência entre duas ou mais orações.
Exemplo: O João joga futebol, basquetebol e box.
Primeiramente, a frase acima é complexa pelo facto de possuir mais de uma oração e uma
forma verbal que, quando traduzida é utilizada para três orações para o caso exposto, pois o
verbo é que determina o número de orações na frase. Observe:
1a Oração: O João joga futebol. Coordenante principal
2aOração: O João joga basquetebol. Coordenada copulativa assindética
3aOração: e João joga box. Coordenada copulativa sindética
São três orações coordenadas, pois todas se apropriam do mesmo verbo para a sua
classificação, só que, a diferença reside na conjunção porque nunca se deve passar por cima
dela, no âmbito da classificação, porque é a que determina o tipo de oração. Observe então o
segundo caso:
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No primeiro caso, trata-se de orações copulativas nas suas duas vertentes, pois indicam
adição, enquanto para o segundo caso, é conclusiva por causa da conjunção que possui,
visto que dá a noção de uma conclusão.
Em suma, as orações coordenadas são independentes umas das outras; nas orações
coordenadas, cada uma das orações tem um sentido próprio e independente da outra oração.
Porquê falar tanto de orações neste trabalho? A oração é a que constitui a frase complexa
por coordenação/subordinação. Por isso a sua alusão. Portanto, há um ponto a sublinhar, na
coordenação não existe coordenante porque há uma relação de independência, somente
existe coordenadas, enquanto na subordinação encontramos subordinante e subordinadas,
os sentidos dessas duas expressões destacadas explicam-se mais adiante.
Todas as teorizações apresentadas pelos autores acima ilustram que todos foram unânimes
ao considerar orações coordenadas como independentes. É muito importante também
destacar a expressão autonomia porque ela mostra a natureza das orações coordenadas.
De acordo com Borregana (2006, p. 216) a coordenação classifica-se em orações que podem
ser:
Copulativas – indicam adição.
De acordo com Pestana (2013, p. 637) a oração copulativa pode-se chamar também de
aditiva pelo facto dela exprimir ideia de soma, acréscimo, adição. Conjunções: e, também,
nem, que
Locuções: Não só… mas também… como também… tanto…como…
Pestana (2013, p. 791) em consonância com Borregana (2006) diz que as orações
copulativas subdividem-se em duas:
a) Assindéticas (as justapostas ou seja, postas uma ao lado doutra), não iniciadas por
síndeto (= conjunção), neste caso, são separadas pela vírgula.
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A Virgula é o elemento
Coordenada principal Coordenada copulativa assindética que
separa as duas
De acordo com a explanação que anteriormente fora feita compreende-se que, a frase acima
apresentada é complexa por coordenação porque possui mais de uma oração e mais de uma
forma verbal, contudo, orações independentes. Primeiro temos, “O João gosta de estudar”
como sendo a 1ª Oração coordenativa principal depois, no lugar da conjunção copulativa
temos a virgula (,) que funciona como uma conjunção aditiva, pois está separando frases
interpoladas assindenticamente, por fim, tem a 2ª Oração coordenada assindética “ele é bom
na escola.” Em tudo isso há uma particularidade, as formas verbais “gosta” e “é” são as que
determinaram o número de orações nessa frase complexa.
b) Sindéticas são iniciadas por síndeto (conjunção, isto é, separadas pelas conjunções
copulativas).
Exemplo: O João (e) a Maria gostam de estudar.
A conjunção entre parênteses é a que separa, nesse caso, essas duas orações nesta frase
complexa por coordenação. Só mais uma particularidade, observe simplesmente que, a frase
possui somente uma forma verbal “gostam”, como é que se pode compreender? É muito
simples, na divisão das orações para a sua classificação apropria-se da mesma forma verbal
para a sua efectivação, separando-as a partir da conjunção (onde a oração toma o nome da
conjunção). Observe a dedução da frase acima:
1ª Oração: O João gosta de estudar. – Coordenada principal
2ª Oração: E A Maria gosta de estudar. – Coordenada copulativa sindética.
A conjunção “e” da qual se trata no segundo caso da copulativa, além de apresentar a ideia
de adição, também pode ser polissémica, assumindo outros valores semânticos, como
adversidade (mas, porém) ou conclusão/consequência (portanto, por isso, então). Como
diz Svobodová (2014, p. 76), “A conjunção (e), para além do valor por excelência aditivo,
pode adquirir contextualmente outros possíveis significado. Gramáticos como Bechara e
Celso Cunha referidos bibliograficamente neste trabalho, convergem com a ideia de
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Svobodová dizendo que o conector “e” pode apresentar diferentes valores semânticos
dependendo do contexto. Observe a polissemia da conjunção “e” nos exemplos abaixo:
• Choveu torrencialmente nos meses passados, e a província de Sofala ficou
taxativamente inundada. (portanto, por isso – conclusão/consequência);
• Nós acordamos cedo, e chegamos, infelizmente, atrasados. (mas, porém –
adversidade/oposição);
• Não comes a sopa e eu não te levo ao cinema. (senão = caso contrário – subordinada
condicional);
• A Joana estava a cantar e o Rui estava a tocar o piano. (enquanto – subordinada
temporal);
• Apresentei-lhe o projecto e ele recusou-o. (mas coordenada adversativa).
A conjunção “e” assume muitos sentido nestes exemplos, pois encontra-se em diferentes
contextos. Linguisticamente analisando, as conjunções que comummente conhecemos com
o seu valor por excelência podem apresentar outros significados.
De acordo com Svodobová a conjunção mas, além de ser adversativa por excelência,
também pode ser aditiva dependendo do contexto linguístico.
Exemplo: Eu gosto de chocolate mas (e) o Rui gosta de bolachas.
Conjunções: Ou
Locuções: Ou…ou…, Ora…ora…, Já…já…, Quer…quer…, Seja…seja…, Nem…nem…
Exemplo: Ora vai ora vem.
Na coordenação disjuntiva não se recomenda combinar os elementos ou, nem, ora, seja,
quer, já, embora ocorra com menor frequência. Se a escolha implica a selecção de um termo
em detrimento do outro, então, fica-se com o termo escolhido como aparece no exemplo
acima apresentado o que é diferente do exemplo abaixo.
(*) Ora vai seja vem.
Não seria correcta essa construção, pois o recomendado é que, a locução deve ser par (como
aparece no primeiro exemplo da disjunção) e não impar (como aparece no segundo exemplo
da disjunção).
Conclusivas – ligam a anterior uma oração que exprime conclusão ou consequência. Fernão
e Mainote (s/d, p. 84) dizem que, as conjunções, tanto como, as locuções conclusivas,
normalmente aparecem depois do verbo e entre vírgulas.
Conjunções: logo, pois, portanto
Locuções: Por conseguinte, por consequência, pelo que
Exemplo: Estas palavras têm o mesmo sentido: são, (pois), sinónimas.
Oração Coordenada principal Oração Coordenada conclusiva
Conjunção conclusiva
Neste exemplo a frase possui duas orações simplesmente, porque ela contém dois verbos, o
que a confere a qualidade de ser complexa por coordenação conclusiva, pois possui uma
conjunção conclusiva, não só, ela se encontra no contexto conclusivo porque exprime uma
conclusão, isto é, uma consequência lógica da primeira proposição (oração).
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Explicativas – ligam duas orações, a segunda das quais justifica o conteúdo da primeira.
Pestana (2013: 646) diz que, os conectores explicativos exprimem ideia de explicação,
justificativa, normalmente vêm após verbos no imperativo.
Conjunções: pois, portanto, porque, que (antes do verbo)
Exemplo: Os jogadores entraram no campo, porque os adeptos estavam a aplaudindo. A
partir da ideia avançada por Pestana é possível compreender que a coordenação explicativa
exprime o motivo de se ter realizado a 3proposição da oração anterior.
Segundo Svodobová (2014, p. 74), “As coordenadas explicativas podem ser sindéticas”. De
acordo com este pensamento compreende-se que a sindética não é exclusiva na coordenação
copulativa ou aditiva, mas também na explicativa (não com o sentido aditivo, mas
explicativo), neste caso, são consideradas de sindéticas quando introduzidas por conectores
explicativos, pois, que, porque, porquanto
Subordinação
De acordo com Bechara (2009, p. 381), a subordinação é a relação de dependência. Com
base neste conceito, a subordinação passa a ser uma relação de dependência porque uma
oração depende doutra para completar o seu sentido, diferentemente das coordenadas que
são independentes. Normalmente, na subordinação, as orações suscitam sempre uma
pergunta a quando da sua divisão e, Cunha e Cintra (2006, p. 402) dizem que, essas orações
subordinadas funcionam sempre como termos essenciais, integrantes ou acessórios de outra
oração.
Exemplo: Não ouviu nada, que ele é surdo.
1ª Oração: Não ouviu nada. – é a primeira oração e é completa, oração 4subordinante 2ª
Oração: que ele é surdo. – é uma oração 5subordinada integrante, pois necessita da primeira
para estabelecer o seu sentido.
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Chagamos a conclusão que, quando temos uma oração com sentido próprio e independente,
mas a outra não, dizemos que são orações subordinadas.
Em suma, nas frases complexas por subordinação encontramos orações em que uma é
subordinante e a outra é 8subordinada.
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Locuções: Antes que, depois que, logo que, assim que, desde que, ate que, primeiro que,
sempre que, todas as vezes que, tanto que, à medida que, ao passo que Exemplo: O amor é
cego apenas para aquele que não quer ver.
Oração subordinante Oração subordinada adverbial temporal
A partir desse conceito percebe-se que são orações que desempenham a função sintáctica de
sujeito ou de complemento de um verbo, isto é, desempenham o papel de substantivo.
Vamos analisar as orações a seguir para percebermos isso na prática.
1° Passo:
a) Todos esperam que você venha Jesus.
Se desmembrarmos a oração em destaque perceberemos que ela está no lugar de um
substantivo. Veja: Todos esperam a vinda de Jesus. (volta: Substantivo).
2° Passo:
Vamos tentar transformar a oração destacada a seguir em Oração Subordinada Substantiva.
Sinto a chegada da noite.
Teremos: sinto que a noite está chegando. / Sinto que a noite chegará.
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As Orações Subordinadas Substantivas quase sempre serão iniciadas pela conjunção “que”,
pelos pronomes interrogativos (Quem, que, qual etc.) e ainda por verbos acompanhados da
partícula “se” (Partícula Apassivadora).
Exemplo:
Perguntei-lhe se estava com saudades.
Na abordagem das orações subordinativas reduzidas, para cada tipo de oração subordinativa
reduzida apresenta-se uma frase desenvolvida (com conjunção) e a respectiva frase
reduzida.