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Franzual John Gabriel Afonso

Contribuição de alguns pensadores no debate sobre a filosofia africana, em relação a


Etnofilosofia segundo José P. Castiano
Curso de Licenciatura em Ensino de Filosofia com Habilitação em Ética

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2023
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Franzual John Gabriel Afonso

Contribuição de alguns pensadores no debate sobre a filosofia africana, em relação a


Etnofilosofia segundo José P. Castiano
Projecto de pesquisa a ser entregue na cadeira de
Metodologia de Estudo Investigação Científica,
apresentado ao Departamento de Letras e Ciências
Sócias, no Curso de Licenciatura em Ensino de
Filosofia com Habilitação em Ética, 1º ano, Io
Semestre, Sob orientação de docente da cadeira:

MA. Cribino Ivan Simões

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2023
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Índice

1.Introdução ................................................................................................................................ 3
2.Tema ........................................................................................................................................ 4
2.1.Delimitação da Pesquisa ....................................................................................................... 4
3.Problema de Investigação ........................................................................................................ 4
4.Justificativa .............................................................................................................................. 5
5.Objectivos ................................................................................................................................ 6
5.1.Objectivos geral .................................................................................................................... 6
5.2.Objectivo Especifico............................................................................................................. 6
6.Tese.......................................................................................................................................... 6
6.1.Argumentos .......................................................................................................................... 6
7.Fundamentação Teórica ........................................................................................................... 7
7.1.Filosofia africana, em relação a Etnofilosofia ...................................................................... 7
7.2. O Eu-africano no Paradigma da Intersubjectivação a Partir de Castiano ............................ 8
7.3. Etnofilosofia ....................................................................................................................... 9
7.4. Corrente da Filosofia Profissional ou Académica ............................................................. 10
7.4.1.As Principais críticas à Etnofilosofia .............................................................................. 10
7.5.Corrente Ideológica ou Filosofia Política Africana ............................................................ 10
7.6. Negritude ........................................................................................................................... 11
7.8. Pan-africanismo versus negritude ...................................................................................... 11
8.Metodologias ......................................................................................................................... 12
8.1.Classificação da pesquisa ................................................................................................... 12
8.1.1.Quanto à natureza ............................................................................................................ 12
8.1.2.Quanto a abordagem do problema ................................................................................... 12
8.1.3.Quanto aos objectivos...................................................................................................... 12
8.1.4.Quanto aos procedimentos técnicos ................................................................................ 12
9.Referencias Bibliográficas ..................................................................................................... 13
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1.Introdução

Este projecto enquadra-se na Filosofia Africana que tem como tema: Contribuição de
alguns pensadores no debate sobre a filosofia africana, em relação a Etnofilosofia segundo
José P. Castiano. Este projecto de pesquisa visa compreender em relação contribuição de
alguns pensadores no debate sobre a filosofia Moçambicana.

No entanto este estudo, surge na tentativa de compreender a Etnofilosofia como


corrente ideológica, académica em Moçambicana. Entretanto a filosofia africana é explicada
ou definida em oposição à filosofia em outros continentes, mas em particular à filosofia
ocidental ou europeia.

Assume-se que existe uma maneira de pensar ou um quadro conceitual que é


exclusivamente africano e que é ao mesmo tempo radicalmente não europeu. Portanto, a
filosofia africana é concebida como um corpo de pensamentos e crenças produzidos por essa
maneira única de pensar. Na medida em que a filosofia europeia é conhecida por manifestar
análise crítica e rigorosa, e explicação lógica e síntese, a filosofia africana é considerada
ingénua com relação a tais características. Ela é considerada basicamente intuitiva, mística e
contrária ou extra-racionalista.

Ainda por cima a filosofia é tomada como uma disciplina que, em sentido estrito,
emprega o método de investigação crítica, reflexiva e lógica. Não é esperado, então, que a
filosofia africana seja uma exceção a esse significado da filosofia. Portanto, a discussão de um
quadro conceitual exclusivo ou estilo de pensamento singularmente africano (mentalidade
africana) com respeito, pelo menos, à disciplina da filosofia não é cogitado.

Nesta linha de pesquisa seguem ideias reflexivas sobre como deve ser encarada a
Etnofilosofia como corrente ideológica, académica em Moçambicana

Em relação aos aspectos metodológicos seguem as normas de elaborações de projecto


científico, estreitamento no ramo da Filosofia que seguem a seguem a seguinte ordem: tema,
delimitação da pesquisa, problema de investigação e justificativa, objectivos geral e
especifica, tese, argumentos, fundamentação teórica, procedimentos metodológicos e por
ultimo as referencias bibliográficas.
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2.Tema

Tema: Contribuição de alguns pensadores no debate sobre a filosofia africana, em relação


a Etnofilosofia segundo José P. Castiano

2.1.Delimitação da Pesquisa

Para a escolha deste tema olhou-se a partir do enquadramento do mesmo na área


filosófica, principalmente na cadeira de Filosofia África, onde o pesquisador vai relacionar a
Etnofilosofia segundo José P. Castiano, onde este autor considera que Etnofilosofia: como
todos os elementos da cultura africana como manifestação da existência da filosofia africana.
A Filosofia Africana está presente nos contos, lendas, fábulas, mitos, provérbios, poesias
divulgadas nas culturas tradicionais africanas.

O Papel do filósofo é de compreender e explicar os princípios sobre os quais se baseia


cada uma das culturas africanas. A Filosofia deve ter o mesmo significado em todas as
culturas, mesmo que os conteúdos que aborda e os métodos que usa sejam variados e
contextualizados. Não podemos aceitar que haja uma Filosofia africana que claramente nega a
Filosofia em geral.

A corrente ideológica é fundamentalmente uma filosofia sociopolítica que inclui


dentro de si a negritude, o pan-africanismo, o socialismo africano, entre outros, e busca, por
meio da libertação mental, um regresso ao verdadeiro humanismo e socialismo africano, uma
verdadeira e significativa liberdade para o africano.

3.Problema de Investigação

Este problema de investigação surge na medida de reflectir em torno filosofia africana


como um paradigma libertário do pensamento africano. Onde constata-se que o tema
Contribuição de alguns pensadores no debate sobre a filosofia africana, em relação a
Etnofilosofia segundo José P. Castiano da liberdade é um tema debatido na maioria das
épocas da história da humanidade, porém inacabados, pois apesar dos avanços alcançados na
procura da liberdade ainda prevalecem algumas dúvidas e lacunas.

Castiano desenvolve a temática da liberdade na sua magna obra intitulada


“Referenciais da Filosofia Africana: em Busca da Intersubjectivação”. E que para que o
pensamento africano e a filosofia africana se liberte dos seus opressores sejam eles materiais
ou intelectuais é necessário que se opte pelo reconhecimento do Outro e que se dialogue com
Outro, não como uma entidade estranha, mas sim, como uma parte integrante do Eu.
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Para o caso concreto da libertação do pensamento africano é necessário que as


culturas, etnias, religiões e outras manifestações africanas optem pelo diálogo, não um diálogo
estratégico, mas sim, um diálogo comunicativo e intersubjectivo.

Vale a pena no sentido de uma problemática ressaltar que se todos os estados, países e
reinos africanos optassem pela intersubjectivação proposto por Castiano há 10 anos muitos
conflitos entre os africanos como é o caso do terrorismo, xenofobias e outras manifestações
que têm acontecido no mundo africano não iriam acontecer. E também poderia se reconhecer
o africano como sendo um povo igual ao europeu, americano e asiático. E como consequência
deste descrição que se levanta a seguinte questão : Qual seria a Contribuição de alguns
pensadores no debate sobre a filosofia africana, em relação a Etnofilosofia segundo José P.
Castiano?

4.Justificativa

Para justificar o problema a cima mencionado, nota-se numa época e num mundo em
que povo procura se reconhecer como um povo autónomo, livre e independente. A África não
se distancia desta realidade, por isso, muitos dos pensadores africanos procuram a todo custo
mostrar e incutir a ideia de que a África é continente livre e autónomo. E outros pensadores
como é o caso de Castiano – um pensador moçambicano, historiador, filósofo e sociólogo –
procuram dar directrizes para que este continente os habitantes do mesmo optem pela
intersubjectividade como forma de contribuir para a edificação de uma África livre não só
politicamente, mas sim, socialmente, economicamente e intelectualmente.

Esta intersubjectividade deve ser vista como processo do reconhecimento do outro


como uma parte integrante do Eu. Por isso, no presente projecto procurar-se-á reflectir em
torno das referenciais de intersubjectividade de José Castiano um paradigma libertário do
pensamento africano.

Este projecto tem lugar pelo facto de alguns estudiosos africanos e não africanos terem
apresentado ao mundo estudos sobre etnias africanas, denominando-os «Filosofia africana».
Este grupo é composto por Anyanw, Placide Iémpels, Alexis Kagame, Mbiti, entre outros.

A questão que os críticos colocam é se se pode falar de Física ou Química africanas da


mesma forma que eles falam da Filosofia africana. Como obviamente a resposta é não, eles
negam a ideia da existência de uma Filosofia africana. Figuram na lista dos críticos:
Hountondji, Franz Chahay, E. Boulaga, M. Towa, Oruka, Weredu, entre outros. O problema
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fundamental do debate é mais o objecto de estudo do que a designação em si. Até certo ponto,
os críticos abrem a possibilidade da existência da Filosofia africana, apresentando em que
moldes tal Filosofia deverá ser concebida para que possa ser designada Filosofia africana.

Na fundamentação teoria ira-se fundamentar mais acerca da Etnofilosofia como sendo


a importantes da Filosofia africana, onde serão apresentadas, em linhas gerais, as razões de
desta correntes e a escolha deste tema.

5.Objectivos

5.1.Objectivos geral

 Compreender a Contribuição de alguns pensadores no debate sobre a filosofia


africana, em relação a Etnofilosofia como corrente ideológica, académica em
Moçambicana.

5.2.Objectivo Especifico

 Identificar o que levou a Contribuição de alguns pensadores no debate sobre a


filosofia africana, em relação a Etnofilosofia segundo José P. Castiano.
 Compreender e explicar os princípios sobre os quais se baseia cada uma das culturas
africanas;
 Analisar, criticar e compreender a racionalidade daqueles aspectos da sabedoria
cultural do povo africano.

6.Tese

A Contribuição de alguns pensadores no debate sobre a filosofia africana, em relação a


Etnofilosofia segundo José P. Castiano vai ajudar:

6.1.Argumentos

Argumento 1.

A Etnofilosofia é uma corrente de pensamento que defende que as tradições africanas


espelham a racionalidade do africano, podendo ser considerada filosofia Africana. Na
primeira visão, a filosofia africana seria aquela que envolve temas africanos ou que utiliza
métodos que são distintamente africanos. Na segunda visão, a filosofia africana seria qualquer
filosofia praticada por africanos ou pessoas de origem africana.
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A fim de ajudar entender melhor como se configura alguns dos principais campos que
compõe o universo da Filosofia Africana separei uma pequena colectânea para descobrimos
um pouco mais sobre este tema tão vasto.

Os principais representantes desta corrente são: Alexis Kagame, John Mbiti, Placide
Tempels Segundo Paulin Hountondji, o pai da Etnofilosofia africana é Alexis Kagame,
Placide Tempels dizia “que existe uma filosofia do negro só que essa é diferente na forma e
no conteúdo da filosofia africana.

Argumento 2.

A expressão Filosofia Africana é usada de múltiplas formas por diferentes filósofos.


Embora diversos filósofos africanos tenham contribuído para diversas áreas, com a metafísica,
epistemologia, filosofia moral e filosofia política, uma grande parte dos filósofos discute se a
filosofia africana de fato existe.

Um dos mais básicos motivos de discussão sobre a filosofia africana gira em torno da
aplicação do termo “africano”, ou seja, se o termo se refere ao conteúdo da filosofia ou à
identidade dos filósofos.

Os etnofilosofos são assim apelidados por terem feito estudos sobre etnias africanas e
defendem que toda Filosofia é uma Filosofia cultural, pois ninguém faz filosofia sem se
basear em alguma cultura.

As suas pesquisas foram alvo de críticas principalmente pelas seguintes razões: as suas
abordagens descreviam na sua maioria práticas habituais dos africanos e afirmando-se
filosofia africana. Estes estudos quando eram feitos por africanistas não africanos, denegriam
o africano. Uma simples catalogação de mitos, crenças e provérbios considerava-se filosofia
africana.

7.Fundamentação Teórica

7.1.Filosofia africana, em relação a Etnofilosofia

Segundo Abbagnano (1998): “A Etnofilosofia é uma corrente de pensamento que


defende que as tradições africanas espelham a racionalidade do africano, podendo ser
considerada filosofia Africana”.
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De acordo com Gonçalves (2014), Podemos falar em liberdade, quando falamos da


possibilidade do ser humano poder agir sem coerção ou impedimento, poder determinar-se a
si mesmo com base na sua consciência e, acima de tudo, após uma reflexão. Percebe-se com
as citações acima, que o aspecto importante da liberdade é a “consciência”. É esta consciência
que falta nas reflexões africanas, ou naquilo que muitos consideram da Filosofia e
pensamento africano.

Por isso, há necessidade de resgatar, nos africanos, a consciência da valorização do


pensamento africano e de seu discurso filosófico que se concentra na liberdade como
paradigma, embora certo, centraliza-se demasiado no Eu.

A Filosofia africana centra-se demasiadamente no Eu, mas Castiano adverte que essa
Filosofia precisa descentralizar-se do Sujeito e concentra-se no Outro que argumenta a
partir de uma posição culturalmente diferente, esta centralização no Outro deve partir
por meio daquilo que Habermas chama de “Diálogo Comunicativo”, ou como o que
Castiano nos Referencias denomina de “Diálogo Intersubjectivo”, onde – como
veremos no próximo item – o Outro já não é mais um objecto, mas parte do Eu. A
libertação da própria filosofia africana de acordo com Castiano precisa ser concluída
pela abertura conceptual que ela deve fazer em relação às culturas locais, Castiano
(2010).

A libertação da Filosofia africana não deve ser simplesmente conceptual ou política,


mas também económica. Isto porque a liberdade política e conceptual são resultados
implícitos da liberdade económica de cada cidadão individualmente. É nesta perspectiva que
Catiano citando Hayek, afirma:

A liberdade ou a falta de liberdade dos indivíduos não depende da gama de escolhas,


mas da possibilidade de determinar sua conduta de acordo com as suas pretensões
correntes, ou da existência de alguém cujo poder lhe permite manipular as condições
de modo a impor àqueles a sua vontade. Assim, liberdade pressupõe que o individuo
tenha assegurada uma esfera privada, que existe certo conjunto de circunstâncias no
qual outros não possam interferir

7.2. O Eu-africano no Paradigma da Intersubjectivação a Partir de Castiano

Depois de ter-se debruçado em torno do conceito da liberdade e ter ainda reflectido em


torno do diálogo e da relação entre o Eu e o Outro como mecanismo de construir uma
liberdade do pensamento africano, cabe agora analisar a liberdade epistémica do Eu africano
no paradigma da intersubjectivação trilhando o pensamento filosófico de José Castiano na sua
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obra XXX. Mas como ponto de partida deste item ter-se-á que contextualizar de uma forma
sucinta o mundo africano quanto a opressão e a libertação.

De acordo com Geque & Biriate (2010), descreve que:

O mundo africano é muito jovem quanto a sua libertação política, isto é, foram mais
de 500 anos de colonização e de muita opressão, seja ela política, económica e
conceptual. Das opressões mais destacadas fala-se da colonização do mundo Árabe e
do mundo Europeu, este último é a mais conhecida e a mais difundida. Uma outra
opressão foi a conceptual difundida pelo Ocidente sobretudo pelos chamados
“Filósofos das Luzes”

Hoje o mundo africano, mesmo sem se aperceber, ainda continua escravizado e


oprimido de diversas formas. A luta dos pensadores africanos hoje é procurar libertar o
mundo africano e o seu pensamento, fazendo com que África e os africanos ajam livremente.
Este agir livremente significa, segundo Castiano (2018):

sempre «consciência da necessidade», isto é, a liberdade de agir na base do


conhecimento que possui sobre as leis que condicionam a sua acção perante a
Natureza (por exemplo a lei da queda livre dos corpos); para agir consoante a sua
fantasia (tempo livre), agir consoante a sua vontade (decisão sem constrangimentos).

7.3.Etnofilosofia

Segundo Geque & Biriate (2010), Consideram:

Todos os elementos da cultura africana como manifestação da existência da filosofia


africana. A Filosofia Africana está presente nos contos, lendas, fábulas, mitos,
provérbios, poesias divulgadas nas culturas tradicionais africanas, no entanto esta
Filosofia é uma visão geral de uma tribo ou grupo étnico particular sobre o mundo.
Trata-se de uma compilação da história natural do pensamento popular tradicional
sobre questões centrais da vida humana.

Geque & Biriate (2010),sublinham ainda que é uma Filosofia cultural, onde o papel
do filósofo é de compreender e explicar os princípios sobre os quais se baseia cada uma das
culturas africanas. Por exemplo Africanidade, que consiste no objecto de reflexão, que deve
ser a cultura africana ou uma das culturas africanas ou um dos aspectos dela e da relação com
o mito e a religião tradicional como o caso de Arquivista, perpetuação, protectora e
conservadora desse passado popular. Os Principais representantes (Africanos e africanistas)
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Bzik Anyanw, Placide Tempels (A Filosofia Bantu), Alexis Kagame (A Filosofia Bantu
Ruandesa de Ser) e John Mbiti (Religião Tradicional Africana).

7.4. Corrente da Filosofia Profissional ou Académica


A Filosofia deve ter o mesmo significado em todas as culturas, mesmo que os
conteúdos que aborda e os métodos que usa sejam variados e contextualizados, não
podemos aceitar que haja uma Filosofia africana que claramente nega a Filosofia em
geral. Filosofia é uma disciplina científica, teorética e individual que emerge em
oposição ao mito, às religiões tradicionais e ao seu respectivo dogmatismo e
conservadorismo. A reflexão, a crítica e a fundamentação são características
fundamentais da Filosofia, Geque & Biriate (2010).

O Papel do filósofo é de analisar, criticar e compreender a racionalidade daqueles


aspectos da sabedoria cultural do povo africano, que consiste na pertença do filósofo ao
continente africano; consiste na partilha e na conversa entre africanos: o filósofo deve ser
natural e oriundo de um povo e cultura africana.

Segundo Geque & Biriate (2010), a relação com o mito e a religião tradicional é uma
relação de continuidade, transformação consciente, crítica e contínua da tradição do povo face
aos desafios do que o povo tem de presente e do futuro.

7.4.1.As Principais críticas à Etnofilosofia

Segundo Geque & Biriate (2010), as Principais críticas à Etnofilosofia são:

 Falta de rigor na terminologia (“Filosofia” a visão do mundo duma dada população);


 Os métodos de pesquisa, de análise e de interpretação desses estudos nem sempre
respondem às exigências da disciplina de Filosofia;
 Os etnofilósofos projectam a sua própria filosofia na linguagem bantu.
 A ligação ao passado nos desvia das tarefas actuais: (transformação da cultura para a
adaptá-la às exigências do mundo contemporâneo.

Principais representantes (Africanos) são Paulin Houtoundji, Odera Oruka, Kwasi


Wiredu, Mercien Towa, Serverino Ngoenha e Paulino José Castiano.

7.5.Corrente Ideológica ou Filosofia Política Africana

Segundo Geque & Biriate (2010), A corrente ideológica é fundamentalmente uma


filosofia sócio-política que inclui dentro de si a negritude, o pan-africanismo, o socialismo
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africano, entre outros, e busca, por meio da libertação mental, um regresso ao verdadeiro
humanismo e socialismo africano, uma verdadeira e significativa liberdade para o africano.

A Preocupação fundamental foi:

 Criar um futuro sócio-económico e político para a África independente;


 Responder aos problemas referentes ao colonialismo, às independências, ao fim da
escravatura e exploração do homem africano.

Os Principais representantes: Kwame Nkrumah, Léopold Senghor, Julius Nyerere, W. E.


Dubois, Eduardo Mondlane e Samora Machel.

7.6. Negritude

De acordo com Geque & Biriate (2010), Os movimentos que deram origem a
Negritude foram: Black to Movement/regresso à África, de Marcus Garvey; Desenvolvimento
segregado de Booker T. Washington e Black Renaissance/renascimento negro de William E.
Du Bois. O marco inicial do Movimento da Negritude foi a publicação da revista Légitime
Défense, em 1932, por um grupo de estudantes africanos, em Paris.

Os Precursores da Negritude foram: Léopold Sédar Senghor (senegalês); Aimé Césaire


(martinicano) e Leon Damas (ganês). Estes resumiram o projecto em três conceitos:

 Identidade – consiste em o negro assumir plenamente a sua condição;


 fidelidade – atitude que traduz a ligação do homem negro à terra-mãe;
 solidariedade – sentimento que liga secretamente todos os irmãos negros.

A Negritude pode ser definida como afirmação da personalidade africana e rejeição da


assimilação cultural ocidental; é o conjunto de valores culturais do mundo negro. O
Senghor, o qual define a negritude como "a soma total dos valores culturais do mundo
negro", Geque & Biriate (2010).

O termo “Negritude” aparece pela primeira vez escrito no livro de poemas de Aimé Cesaire,
―Cahier d´un Retour au Pays Natal”.

7.8. Pan-africanismo versus negritude


Segundo Geque & Biriate (2010), O Pan-africanismo e a Negritude permitiram a
difusão da mensagem dos mentores dos movimentos de libertação dos africanos. O
pan-africanismo e a negritude são dois movimentos com o objectivo comum de lutar
pela liberdade, mas sob pontos de vistas diferentes: enquanto o Pan-africanismo lutava
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pela emancipação política de todos africanos, a Negritude lutava pela unidade dos
negros sob o ponto de vista cultural.

8.Metodologias

Segundo Lakatos & Marconi (2006), a essa pesquisa a seguinte metodologia:

8.1.Classificação da pesquisa

8.1.1.Quanto à natureza

A pesquisa será básica, pôs este tipo de estudo, o investigador actua meramente
como espectador de fenómenos ou fatos, sem, no entanto, realizar qualquer intervenção
que possa interferir no curso natural e/ou no desfecho dos mesmos, embora possa, neste
meio tempo, analisar a Contribuição de alguns pensadores no debate sobre a filosofia
africana, em relação a Etnofilosofia segundo José P. Castiano.

8.1.2.Quanto a abordagem do problema

A pesquisa é de carácter Qualitativa, que pode ser caracterizada como a tentativa de


uma compreensão detalhada dos significados e características situacionais apresentadas pelos
pelos autores.

8.1.3.Quanto aos objectivos

De acordo com o tema, a pesquisa será do tipo explicativa, porque procura, explicar a
Contribuição de alguns pensadores no debate sobre a filosofia africana, em relação a
Etnofilosofia segundo José P. Castiano.

8.1.4.Quanto aos procedimentos técnicos

Será bibliográfica, porque ira trazer evidencias dos autores que defendem a
Contribuição de alguns pensadores no debate sobre a filosofia africana, em relação a
Etnofilosofia segundo José P. Castiano.
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9.Referencias Bibliográficas

1. Abbagnano, N (1998) . Dicionário de filosofia, Trad. Alfredo Bosi, 5ª ed.,


São Paulo, Martins Fontes.
2. Castiano, J., P. (2010). Referenciais da filosofia africana: em busca da
intersubjetivação. Maputo: Ndijra.
3. Castiano, J., P. (2018) . A “Liberdade” do Neoliberalismo: Leituras críticas.
Maputo, Editora Educar.
4. Geque, E., & Biriate, M. (2010). Filosofia 12ª Classe – Pré-universitário. 1ª
Edição. Longman Moçamique, Maputo.
5. Gonçalves, J. P. (2014) . A Paz dos moçambicanos, Editora Autor, Beira.
6. Lakatos, E., A & Marconi, A (2006). Metodologias de Trabalho Científico,
Procedimentos Básicos, Pesquisa Bibliográfica, Projectos de Relatórios, Publicação e
Trabalho Cientifico, 6ª Edição, Atlas, São Paulo.
7. Ngoenha, S.E. (1993). Filosofia africana: das independências às liberdades. Maputo:
Edições Paulistas, 183p.

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