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Trabalho de História
Turma: L
10ª Classe
Curso: Diurno
Discentes:
Professor: Andate
Conclusão ....................................................................................................................... 11
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O papel das companhia monopolistas na exploração colonial em África
África entrou na economia mundial nos finais do século XV, mas até à conquista
europeia os africanos detinham o controlo sobre as suas actividades económicas. O
estabelecimento do controlo estrangeiro sobre a economia africana instalou-se
progressivamente, a partir da implantação colonial; contudo, o ponto alto do sistema
económico colonial sé seria atingido na década de 1930.
Vários factores puseram em causa a independência económica dos africanos a partir dos
finais do século XIX, salientando-se de entre eles a construção de sistemas de
transportes e comunicações, meios logísticos que permitiram novas agressões a partir
das bases nas zonas ocupadas.
Contudo, este processo não ocorreu ao mesmo tempo em todo o continente. Na África
Equatorial francesa e nos territórios portugueses, a mudança deu-se nos anos de 1930,
mas noutros territórios foi mais antecipada.
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A agricultura tinha pontos comuns com o sector mineiro e ocupava quase o mesmo
espaço geográfico na África Austral, no Congo belga e no Norte de África. Na África
Oriental desenvolveu-se sob o controlo de grandes companhias alemãs.
A África Central tornou-se numa área do domínio das companhias devido ás fracas
densidades populacionais, mas na África Ocidental britânica preferiu-se aproveitar o
campesinato africano na produção de mercadorias agrícolas.
Outro sector que empregou muita mão-de-obra africana foi o dos transportes, havendo
africanos a trabalhar nos portos ferroviários ou como camionistas. A venda de carne e a
pesca, o artesanato, alguns serviços (incluindo o professorado) ocuparam também um
número considerável de africanos; outros também foram integrados na economia
colonial, ocupando empregos de menor prestígio na polícia, no exército, ou então
servindo nas cidades como empregados domésticos.
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Prevalecia o trabalho por tarefa ou por peça, e os trabalhadores não recebiam qualquer
benefício em caso de doença, incapacidade, desemprego ou velhice.
Por outro [ado, era extremamente difícil aos africanos fazerem quaisquer exigências aos
colonos, devido à constante mobilidade da mão-de-obra, à sua falta de qualificação e ao
racismo.
O sistema económico imposto pela Franca nas suas colónias não diferia, no essencial,
do sistema das outras potências e visava permitir-lhes tirar o máximo proveito das
colónias.
Para a França, as colónias deviam servir para tirar o pais da miséria provocada pela
guerra. Tendo em vista esse objectivo, era importante que as colónias se bastassem a si
próprias, assegurando a sua autonomia financeira.
A base deste sistema era uma rede bancária bastante integrada e quase monopolista com
o banco da África Ocidental e o crédito predial do Oeste Africano. Estas instituições
não apoiavam os indígenas uma vez que, não possuindo propriedades pessoais, não
podiam dar garantias hipotecárias, tendo limitado a sua acção ao apoio de companhias e
«casas de comércio» de Bordéus (Peyrissac, Maurel e Prom) ou de Marselha
(Compagnie Africaine de 'Afrique Occidentale, Compagnie Industriel et Commerciale
Africaine).
Tinham feitorias nos principais centros por onde se drenavam os produtos africanos e
vendiam produtos manufacturados, obtendo largas margens de lucro. Os sírio-libaneses
tinham um lugar no comércio a retalho e por vezes a grosso. Os africanos eram
dominados e serviam como intermediários das companhias.
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Numa primeira fase, a actividade das companhias estava bastante limitada pela falta de
vias de comunicação, aliada fraca disponibilidade dos africanos para as culturas de
exportação.
A actuação das companhias contou com um forte apoio do aparelho administrativo que
erguia as infra-estruturas em função das necessidades de comércio. Partindo de Dacar,
no único porto existente, fora algumas pontes acostáveis, foram lançados caminhos-de-
ferro para o interior, tais como:
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No Gana, o desenvolvimento registou-se mais cedo, principalmente graças ao cacau que
já em 1913 representava 50% das exportações do país e pouco depois o Gana era o
maior exportador mundial.
A Gâmbia, cujo território se encontra encaixado no Senegal, era um país pobre, no qual
as exportações de amendoim representavam 9/10% das exportações do país. Na África
Oriental, foram postos em prática os mesmos princípios de governação, mas as
experiências foram contrastantes.
Em 1 900, sir Harry Johnston, Cônsul-geral britânico, assinou um tratado com o Kabaka
do Buganda pelo qual este se comprometia a introduzir a propriedade privada e, em
contrapartida, ser-lhe-ia reconhecido, juntamente com o seu conselho, o direito de
governar o pais em consonância com o conselho geral. A mesma fórmula foi aplicada
aos territórios vizinhos.
Esse ponto de vista está patente em algumas afirmações proferidas por esses
historiadores, como P. Lloyd, que dizia: (...) «as potências coloniais proporcionaram
toda a infra-estrutura, da qual dependeu o progresso na época da independência:
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aparelho administrativo (...), rede de estradas, de ferrovias e de serviços básicos em
matéria de saúde e de educação». (…) Entretanto, existe uma outra tendência de
historiadores africanos que consideram que o efeito positivo do colonialismo foi nulo.
Para estes, se existiu algo de positivo na dominação colonial, tal é insignificante diante
dos males deste fenómeno.
Diante destes argumentos contraditórios é, contudo, importante realçar que uma leitura
mais equilibrada permite notar que, de facto, o colonialismo teve repercussões positivas
e negativas para África.
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pública. Este sentimento ainda não está totalmente ultrapassado e faz-se sentir ainda,
passados vários anos após a independência.
b) A nível económico
A nível dos transportes, por exemplo, a respectiva rede foi concebida para assegurar o
transporte de mercadorias dos locais de produção aos portos de onde seriam levados até
à metrópole. Isso explica porque a rede de transportes dos países africanos se apresenta
desajustada, portanto sem estabelecer ligações entre os pólos de economia internos.
c) A nível do comércio
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importações e exportações. Os africanos foram paulatinamente incorporados neste
comércio como empregados das empresas europeias. Foi assim que o tradicional
comércio inter-africano, a longa distância e em caravanas, foi desestimulado na medida
em que com a dominação colonial o fluxo do comércio das colónias foi reorientado para
a metrópole.
d) A nível social
A atitude discriminatória era ainda mais grave em relação às mulheres. Por exemplo, se
existia um ensino «de segunda» as mulheres nem a esse ensino tinham acesso.
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Igualmente, o salário do homem era sempre superior ao da mulher, mesmo para trabalho
igual.
Outra corrente defende que além de breve, o colonialismo não teve efeitos tão
profundos como se pretende dar a entender. Para eles, o período colonial não foi um
momento de ruptura histórica. Os europeus não impuseram, nesse período, uma nova
orientação História de África. Na verdade, defendem, o colonialismo mais não fez senão
estimular um processo que já tinha sido iniciado.
Com efeito, o mapa político de África hoje é herança do colonialismo e nada sugere que
se possa alterar. Por outro lado, o fim do colonialismo não significou o retorno do poder
às antigas elites, mas sim a entrega deste a uma nova elite, criada pelo colonialismo.
Hoje, tudo mostra que esse quadro está mais longe de se reverter do que de se
consolidar. O nacionalismo africano, os exércitos africanos de hoje, bem como as
instituições político-administrativas e judiciais, são igualmente produto do colonialismo
e vieram para ficar.
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Conclusão
Com base no desenvolvimento deste trabalho conclui-se que mais ainda, os salários e os
impostos eram estabelecidos de forma discriminatória. A educação e a saúde reservadas
aos africanos eram diferentes e de menor qualidade do que as reservadas aos europeus.
Os europeus não impuseram, nesse período, uma nova orientação História de África. Na
verdade, defendem, o colonialismo mais não fez senão estimular um processo que já
tinha sido iniciado.
Com efeito, o mapa político de África hoje é herança do colonialismo e nada sugere que
se possa alterar. Por outro lado, o fim do colonialismo não significou o retorno do poder
às antigas elites, mas sim a entrega deste a uma nova elite, criada pelo colonialismo.
Hoje, tudo mostra que esse quadro está mais longe de se reverter do que de se
consolidar.
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Referência bibliográfica
BICA, Firosa e MACHILENE, Ilídio – Manual de história, Saber História, 10ª classe,
Maputo: Longman, 2009.
FENHANE, João Baptista – Manual de História, 10ª classe, Maputo: Diname, 1996.
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