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Escola Secundária Geral 25 de Setembro – Quelimane

Trabalho de História 10ª Classe

Tema: Resistência Africana

Discente: Docente:
Dewilson Anastácio Hermenegildo

Quelimane, Abril de 2023


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Índic
e
Introdução..........................................................................................................................3

Resistência africana...........................................................................................................4

Resistência no Sul, Centro e Norte de Moçambique.........................................................4

Resistência no sul de moçambique....................................................................................5

A resistência no centro de moçambique............................................................................6

Resistências no Norte de Moçambique.............................................................................6

Técnicas utilizadas no Norte de Moçambique...................................................................7

Resistência na África do Sul..............................................................................................8

Resistência na Namíbia.....................................................................................................9

Conclusão........................................................................................................................10

Referencias bibliográficas...............................................................................................11
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Introdução

O presente trabalho fala da resistência no Sul, Centro e Norte de Moçambique. Os


portugueses a partir de 1895, dez anos depois da Conferência de Berlim e em resposta
ao princípio de ocupação efectiva, iniciaram as campanhas de pacificação em todo o
território de Moçambique. O processo de ocupação de África não foi fácil. Os bravos
povos africanos resistiram e os moçambicanos não foram excepção. Contudo, convém
distinguir as várias resistências registadas em Moçambique.
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Resistência africana

A resistência africana é um tema que abrange diversas formas de luta e enfrentamento


contra a opressão e a exploração impostas pelos colonizadores europeus no continente
africano. Desde o início do processo de colonização, os africanos resistiram às tentativas
de subjugação cultural, política e econômica impostas pelos europeus, e essa resistência
se estendeu por séculos, até mesmo após a independência das nações africanas.

Uma das formas mais conhecidas de resistência africana foi a luta armada contra os
colonizadores, que ocorreu em diversas partes do continente. Um exemplo importante
dessa luta foi a Guerra dos Mau-Mau, que ocorreu no Quênia entre 1952 e 1960. Os
Mau-Mau eram um grupo de rebeldes quenianos que lutaram contra o domínio
britânico, utilizando táticas de guerrilha e sabotagem. Embora a guerra tenha sido
brutal, com milhares de mortes e violações dos direitos humanos, ela teve um papel
fundamental na luta pela independência do Quênia.

Além da luta armada, houve também a resistência cultural, que se manifestou na


preservação das tradições africanas e na recusa em adotar os costumes e valores
europeus impostos pelos colonizadores. Essa resistência cultural se tornou ainda mais
importante após a independência, quando as nações africanas passaram a lutar contra a
imposição da cultura ocidental e a afirmar suas próprias identidades.

Outra forma de resistência africana foi a luta política, que envolveu a organização de
movimentos de libertação e a participação em movimentos sociais e políticos. Um
exemplo importante dessa luta foi o movimento anti-apartheid na África do Sul,
liderado por Nelson Mandela e outros ativistas, que lutaram contra o regime de
segregação racial que durou décadas no país.

É importante destacar que a resistência africana não foi apenas uma reação à opressão e
à exploração dos colonizadores, mas também uma luta pela afirmação da dignidade e da
liberdade dos povos africanos. Essa resistência foi fundamental para a conquista da
independência e para a construção de uma identidade africana forte e diversa.

Resistência no Sul, Centro e Norte de Moçambique


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A resistência em Moçambique foi liderada por várias organizações, incluindo a Frente


de Libertação de Moçambique (FRELIMO), que liderou a luta pela independência do
país em 1975. Antes disso, os moçambicanos lutaram contra o domínio colonial
português. Líderes importantes incluem Eduardo Mondlane, o fundador da FRELIMO,
que foi assassinado em 1969, e Samora Machel, o primeiro presidente de Moçambique
independente, que liderou a FRELIMO até sua morte em 1986.

Os portugueses a partir de 1895, dez anos depois da Conferência de Berlim e em


resposta ao princípio de ocupação efectiva, iniciaram as campanhas de pacificação em
todo o território de Moçambique. O processo de ocupação de África não foi fácil. Os
bravos povos africanos resistiram e os moçambicanos não foram excepção. Contudo,
convém distinguir as várias resistências registadas em Moçambique.

Resistência no sul de moçambique


No início do sec. XIX, (no sul de moçambique) Lourenço Marques era uma pequena
povoação onde viviam alguns comerciantes portugueses com suas famílias e um
governador representando o rei de Portugal. Este obrigava a população a pagar imposto
que se chamava imposto de palhotas.

A expulsão dos soldados portugueses levou o governo de Lourenço marques a procurar


aliança junto dos chefes das povoações vizinhas que aceitassem pagar imposto.

Em 7 de novembro d 1894, deu -se a batalha de coalela. Os portugueses organizavam se


para o ataque em forma de quadrado, esta chamou-se de tática de quadrado.

Em 28 de Dezembro de 1895, os portugueses atacaram a capital do imperio de gaza


(manjacaze), nesta batalha os portugueses utlizaram metralhadoras, cavalos e eram
chefiados por Mouzinho de Albuquerque. O Ngungunhane, imperador de Gaza e
matibjane chefe de Zixaxa foram presos e deportados para a ilha de Açores (em
portugal) onde vieram a falecer.

Continuando os portugueses no território, a luta de resistência contra os colonialistas


também continuou com o novo chefe Maguiguane. Este resistiu heroicamente aos
portugueses atacando com sucesso os postos militares dos portugueses.

Em 8 de agosto de 1897, deu-se a batalha de macontente. Nesta batalha os portugueses


utilizaram metralhadoras, cavalos e sipaios. Os nossos guerreiros utilizaram lanças,
setas e espingardas de carregar pela boca.
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A resistência no centro de moçambique


No Centro de Moçambique, depois de uma longa e dura resistência dos chefes locais, as
forças militares portuguesas puderam finalmente dominar os senhores dos Prazos.

Na região centro, antigos prazeiros e chefes de Barué resistiram de modo tenaz, durante
muitos anos chefiados por Cambuemba. Cambuemba foi derrotado em 1902 quando os
portugueses utilizaram um grande número de soldados, metralhadoras e canhões. Em
1917 os colonialistas portugueses obrigaram a população a participar na construção de
estradas e alistarem-se no exército português. Este descontentamento chamou-se de
rebelião de Barué. Entre 1870 e 1892, Barué esteve sob o controlo de Gouveia, chefe do
Estado de Gorongosa.

A razão que ditou o fim da independência do Estado de Barué em 1902 foi o ataque
perpetrado pelos portugueses com vista à eliminação da mesma. O Barué representava
uma séria ameaça aos interesses portugueses na região, dado o apoio e o incitamento
das formações sociais vizinhas na luta contra o avanço das forças coloniais. Tais estados
eram o Torwa, o Sena, o Gorongosa e o Mburumatsenga.

No Centro de Moçambique, destacaram-se ainda vários líderes na resistência à


ocupação colonial, nomeadamente: Macombe, Hanga, Macossa, Mbuya, Nongue-
Nongue, Cadendere, Mataca.

Resistências no Norte de Moçambique


As resistências no Norte de Moçambique foram fortes e violentas, mas acabaram por ser
vencidas, quer por confrontos, quer por alianças com chefes locais.

No Norte de Moçambique, as campanhas de ocupação militar portuguesas começaram


nas possessões costeiras: Ilha de Moçambique, Mossuril e a ilha do Ibo.

Os portugueses até 1864 detinham alguma vantagem em relação ao controlo do


comércio de escravos na região, resultado de uma série de campanhas bem-sucedidas
lançadas contra os reinos africanos da costa.

Os guerreiros locais, juntamente com a grande maioria da população do Norte de


Moçambique, usavam a guerrilha como técnica de combate, evitando desta forma o
confronto directo com o exército rival.
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Os guerreiros locais utilizavam duas técnicas militares de combate, o ataque-surpresa e


a razia. O objectivo do uso destas técnicas era a Juta pela defesa da soberania dos seus
estados e evitar as baixas humanas tão comuns no confronto directo.

Técnicas utilizadas no Norte de Moçambique


Ataque-surpresa

 Era feito a pessoas isoladas ou pequenos grupos


 Executado por bandos de caçadores de escravos ou por um grupo de homens
jovens para aquisição de esposas, gado ou alimento;
 Esta técnica era conhecida pelo termo “wita” em makua-lomwe.

Razia

 Era um ataque devastador a uma ou várias povoações, onde se voltava por uma
segunda vez para fazer a pilhagem;
 “otiman” o nome local para esta Acão guerreira.

Apesar de haver uma certa vantagem em termos de armamento, as primeiras tentativas


de ocupação da região de Makuana pelos portugueses comandados por Mouzinho de
Albuquerque, entre 1896 e 1897, fracassaram. Nesta resistência o destaque vai para os
chefes de Moma e Memba que se uniram na luta pela soberania e controlaram o
comércio e a costa litoral.

Apesar das lutas locais, os portugueses obtiveram resultados positivos contra as


resistências também porque conseguiram alguma colaboração de alguns chefes
tradicionais que estavam em conflito com os estados esclavagistas da costa. Em 1905,
graças ao novo plano de ocupação militar, muitas unidades políticas foram destruídas
(reinos afro-islamizados e chefaturas locais).

No processo de ocupação militar de Cabo Delgado e Niassa, os portugueses primeiro


tentaram obter alguma aliança com os chefes locais através de tratados de vassalagem; a
finalidade destes tratados era permitir a reivindicação a nível da diplomacia
internacional do Norte de Moçambique como território português.

Assim, em 1890, os portugueses tentaram montar uma expedição cujo objectivo era
instalarem-se nas terras de Mataka, mas foram derrotados. Apesar da derrota, foi
possível a confirmação das fronteiras norte como possessão portuguesa. Foi nesta base
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que, em 1891, os portuas terras de Mataka como suas, fizeram a entrega formal de Cabo
Delgado e do Niassa à administração da Companhia do Niassa.

A partir daí foi a Companhia do Niassa que levou a cabo as campanhas de ocupação
contra a resistência de Mataka no Niassa, de Mwaliya no Meto, em Cabo Delgado,
região de Namuno, Balama e Montepuez, resistência dos Macondes no planalto.

Resistência na África do Sul


A resistência africana na África do Sul é uma história rica e complexa que se estende
por várias décadas. O país foi governado por um regime de apartheid, que segregava a
população de acordo com sua raça, e reprimia violentamente qualquer forma de
dissidência.

A resistência começou com a formação do Congresso Nacional Africano (ANC) em


1912, que lutou pela igualdade e pelos direitos civis dos negros sul-africanos. O ANC se
tornou a principal organização de resistência contra o apartheid, liderando várias
campanhas não violentas, como o boicote aos ônibus em 1955, o protesto contra o passe
de 1960 e a marcha da liberdade em 1963.

A resistência na África do Sul foi liderada pelo Congresso Nacional Africano (ANC),
que lutou contra o apartheid. Líderes importantes incluem Nelson Mandela, que foi
preso por 27 anos e liderou o ANC após sua libertação em 1990, e Steve Biko, que
fundou o Movimento de Consciência Negra e defendeu a conscientização dos negros
para combater o apartheid.

No entanto, em resposta à repressão cada vez mais violenta do governo, alguns líderes
da resistência começaram a adotar uma abordagem mais radical. Isso levou ao
surgimento de grupos armados, como o Umkhonto we Sizwe (Lança da Nação),
formado em 1961 pelo ANC, que realizou sabotagens e ataques contra instalações do
governo e empresas que lucram com o apartheid.

Entre os líderes da resistência na África do Sul, o mais conhecido é Nelson Mandela,


que foi preso por 27 anos por sua luta contra o apartheid. Após sua libertação em 1990,
Mandela liderou o ANC até se tornar o primeiro presidente negro da África do Sul em
1994.

Outros líderes importantes incluem Oliver Tambo, que liderou o ANC no exílio durante
os anos de repressão, e Steve Biko, fundador do Movimento de Consciência Negra, que
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defendia a conscientização dos negros para combater o apartheid. Biko foi assassinado
sob custódia policial em 1977, o que provocou indignação internacional e um aumento
na resistência contra o regime.

Resistência na Namíbia
Namíbia foi colonizada pela Alemanha em 1884 e mais tarde pelo domínio colonial sul-
africano em 1915. A resistência namibiana foi liderada por Hendrik 2x, que liderou uma
guerra de resistência contra os colonizadores alemães no final do século XIX. Outros
líderes importantes incluem Samuel Maharero, que liderou uma revolta contra os
alemães em 1904, e Andimba Toivo ya Toivo, um líder da SWAPO (South West Africa
People's Organization) que liderou a luta pela independência na década de 1960 e 70.

A resistência africana na Namíbia tem uma longa história, que remonta ao domínio
colonial alemão no final do século XIX. Os alemães consideravam a Namíbia como sua
colônia devido às ricas reservas minerais do país. A partir de 1884, a Alemanha
governou a Namíbia como sua colônia, o que resultou em uma série de políticas
opressivas contra os povos africanos locais.

A resistência africana começou a surgir no final do século XIX, liderada por Hendrik
Witbooi, um líder da tribo Nama. Witbooi liderou uma guerra de resistência contra os
colonizadores alemães, que durou de 1893 a 1904. Ele e sua tribo lutaram bravamente
contra os alemães, mas foram finalmente derrotados. Witbooi morreu em 1905, mas sua
luta e seu legado continuam sendo uma fonte de inspiração para os namibianos até hoje.

Outros líderes importantes da resistência africana na Namíbia incluem Samuel


Maharero, um líder da tribo Herero, que liderou uma revolta contra os alemães em
1904. Embora os Herero tenham sido fortemente superados em número, eles lutaram
ferozmente e a revolta resultou na morte de mais de 60.000 Hereros.

A resistência africana na Namíbia finalmente levou à independência do país em 1990,


após a retirada das tropas sul-africanas e a realização de eleições democráticas. A
SWAPO assumiu o controle do governo e o país se tornou uma república democrática.
A luta pela independência e a resistência africana na Namíbia permanecem uma fonte
de orgulho e inspiração para os namibianos, que lutaram incansavelmente por sua
liberdade e direitos humanos.
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Conclusão
Após ter feito este trabalho, chega-se a conclusão que apesar de haver uma certa
vantagem em termos de armamento, as primeiras tentativas de ocupação da região de
Makuana pelos portugueses comandados por Mouzinho de Albuquerque, entre 1896 e
1897, fracassaram. Nesta resistência o destaque vai para os chefes de Moma e Memba
que se uniram na luta pela soberania e controlaram o comércio e a costa litoral.

Apesar das lutas locais, os portugueses obtiveram resultados positivos contra as


resistências também porque conseguiram alguma colaboração de alguns chefes
tradicionais que estavam em conflito com os estados esclavagistas da costa. Em 1905,
graças ao novo plano de ocupação militar, muitas unidades políticas foram destruídas
(reinos afro-islamizados e chefaturas locais).
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Referencias bibliográficas
NHAPULO. Telesfero de Jesus, História 10ª classe, Plural Editores. pp:153-156.

https://www.fd.unl.pt/Anexos/Investigacao/1731.pdf

https://sopra-educacao.com/2021/02/09/resistencia-no-sul-centro-e-norte-de-
mocambique/

Mandela, N. (1994). Long Walk to Freedom: The Autobiography of Nelson Mandela.


Macdonald Purnell.

Bond, P., & Ruiters, G. (2012). South Africa: The Present as History. Boydell &
Brewer.

Dubow, S. (2014). Apartheid, 1948–1994. Oxford University Press.

South African History Online. (2022). Resistance to Apartheid. Retrieved from


https://www.sahistory.org.za/topic/resistance-apartheid

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