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Introdução

O presente trabalho tem como tema de abordagem primeiros países africanos a conquistar a
independência na década de 1960. A descolonização da África ocorreu durante no século XX
quando as populações dos territórios africanos ocupados conseguiram expulsar o invasor europeu
e assim, conquistar a independência. O primeiro país africano a ser independente foi a Libéria,
em 1847; e o último, a Eritreia, em 1993.

O processo de independência na região central do continente africano iniciado em finais dos anos
50 do século XX parou com a capitulação do Biafra (1967-70), tendo o processo de
descolonização no Sul da África também ficado atrasado.

Moçambique é um dos países da África com muitos recursos naturais. O grau de conhecimento
geológico até agora atingido, mostra que todos os recursos minerais considerados apresentam
perspectivas favoráveis para a sua exploração. A indústria extractiva é o sector que tem grandes
empregadores de mão-de-obra e tem um grande impacto rural podendo constituir grandes focos
de desenvolvimento e de combate a pobreza nas áreas onde se encontra inserido.
Neste caso, o presente trabalho visa identificar os principais recursos naturais que contribuem
com maior percentagem para a economia nacional tais como Gás natural, Carvão, Areias
pesadas, Minerais de ferro, Manganês e Titânio.
Principais países africanos a conquistar a independência na década de 1960

O ano de 1960 ficou marcado como Ano Africano pois um número expressivo
de países conquistou sua independência do colonialismo francês e inglês, especialmente por
meio de oposições pacíficas. Foi o caso de Camarões, Costa do Marfim, Benin, Burkina Faso,
Níger, Mali, Somália, Nigéria, Mauritânia e Gabão.

Os movimentos revolucionários que conduziram as lutas de libertação nas ex-colónias


portuguesas

As independências das áreas invadidas e colonizadas por Portugal na África como uma
decorrência do golpe militar do dia 25 de Abril e da revolução que daí se brotou. Essa
perspectiva subestima o papel de protagonistas dos movimentos de libertação que estabeleceram
uma estratégia coordenada e coerente com a correlação de forças do momento.

E transitaram entre a agitação política, o recrutamento e formação de quadros, a articulação com


os movimentos das diferentes áreas invadidas, a busca do apoio de países africanos já
independentes, pela actuação diplomática nos organismos internacionais e a exploração das
contradições da Guerra Fria, até chegarem à luta armada, adoptando a estratégia de guerrilha
combinada com a insurgência popular em várias frentes de combate simultâneas.

O movimento anticolonialista criado em 1957 que deu lugar à Frente Revolucionária Africana
para a Independência das colónias portuguesas e a realização de conferências das Organizações
Nacionalista das Colónias Portuguesas (CONCP) são demonstrações do nível de articulação, de
acção consciente e coordenada desses movimentos, que apostavam numa guerra prolongada, em
várias frentes de batalha, como forma de desgastar, enfraquecer, minar as Forças Armadas e o
Estado português, já economicamente desnutrido.

Um exame da situação militar em cada teatro de operações, nas vésperas da revolução revelará as
condições nas quais as tropas portuguesas foram forçadas a lutar na África e demonstrará o
estágio de controle de cada território. Paiva ensaia isso, é verdade, mas de modo tímido, e acaba
concluindo que a situação estava controlada. Será que estava? Em Angola ainda havia uma
relativa estabilidade.
Na Guiné-Bissau e Cabo Verde já não havia mais o que fazer, a situação era de colapso militar e
o território estava sob o controle dos africanos. Em Moçambique os colonialistas estavam
perdendo terreno rapidamente e a situação só não estava do mesmo nível da Guiné por conta da
extensão territorial.

Os movimentos de libertação optaram pelo desenvolvimento de acções de guerrilha. Tinham


os meios materiais em equipamentos, adesão popular, apoio internacional dentro e fora da
África, elemento surpresa e iniciativa dos combates. O lado português era marcado pelo clima de
desmobilização moral, desinteresse da juventude pela carreira militar, alheamento da população
em relação à guerra, inclusive dos portugueses residentes nas colónias.

O caso da Angola e a influência externa

Os países africanos passaram tardiamente pelo processo de formação enquanto Estado, isso
porque em um contexto de colonização do continente, no século XX, estes eram colônias e as
metrópoles europeias em crescente avanço industrial buscavam recursos para tal empreitada. Um
exemplo é Angola, que foi colônia de Portugal até 1975, quando, após uma guerra civil, que
perdurou até 2002, alcançou a independência, mas o cenário posterior foi de conflito pelo poder
entre dois grupos políticos envolvendo indiretamente EUA e URSS visto que era o cenário da
Guerra Fria. Tratou-se da disputa política entre Movimento Popular de Libertação de Angola
(MPLA) e a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA). A Angola entrou
em guerra civil de 1975 a 2002. Estamos falando do processo de descolinização de um país que
detêm uma das maiores reserva de petróleo do mundo. OS EUA tiveram forte atuação no
financiamento dessa guerra, em grande parte por seu interesse de não deixar o governo local se
estabelecer a ponto de conseguir explorar seu próprio petróleo e manter sua influência na região.
O resultado deste conflito é que Angola é o país que mais tem minas espalhadas em seu território
e o número de mutilados também é elevado.

O caso do Darfur (Sudão)


Na área do oeste do Sudão, Darfur, a população não árabe se rebelou contra o governo que era a
favor dos árabes (janjawid). Além disto o conflito envolve a questão de acesso aos recursos, pois
a população árabe, que vivia em maioria na área norte do país, área desértica, retirava da área
sul, com grande cobertura vegetal e onde residem grande parte dos cristãos, recursos para se
utilizarem destes.

O conflito em Ruanda

O país composto por uma minoria Tútsis e uma maioria Hutus foi marcado por um conflito
étnico pelo poder após a Bélgica abandonar o país, sua antiga colônia, situação na qual os Tútsis
dominavam politicamente o país e contestando isso o Hutus se rebelaram e tomaram o poder. Em
1990 os Tútsis tentam retomar o poder gerando novos conflitos que têm fim 1993 com um
acordo de paz e a manutenção dos Hutus no poder. Mas no ano seguinte um avião com o
presidente é derrubado gerando assim uma nova instabilidade pois a culpa recaiu sobre os Tútsis
que foram massacrados no chamado genocídio de Ruanda através da atuação de extremistas
Hutus.

O conflito em Mali

O Mali faz parte do Sahel, faixa biogeográfica de transição entre África do Norte e Subsaariana,
e era colônia da França e que após a independência se tornou um dos países com uma grande
extensão territorial e um dos piores IDH do mundo. O povo (Tuareg), fortemente ligado às
atividades agrárias, foi perseguido pelo governo, que defendia mais os interesses da região sul,
população essa não islâmica, e tiveram apoio de países do norte da África, como a Líbia,
treinando militarmente o povo. Em 2012 ocorre a Rebelião Tuaregue. Na ocasião três cidades do
norte foram tomadas e eles chegaram a declarar um Estado independente e deram um golpe
militar e derrubaram o presidente. A preocupação internacional em relação à este conflito no
Mali é porque ele foi engendrado por um grupo de origem islâmica que tinha relações com um
braço da Al Qaeda na África e que poderia se alinhar com os grupos terroristas. Com a
interferência da França o conflito teve fim.
Sudão do Sul

O Sudão do Sul é um país de formação nacional recente, tendo conquistado sua indenpendência
em 2011, por meio de um referendo no qual 98,83% da população votou a favor. A origem dessa
guerra se dá na separação de fronteiras africanas estabelecida anteriormente por povos europeus,
no qual pessoas de etinias, religões e culturas muito distintas ficavam no mesmo território. A
disputa por recursos nesse sentido se dá de maneira inevitável.

O próprio referendo que aprovou a independência estava prevista no acordo de paz de 2005 que
encerrou décadas de guerra civil. A população sudanesa do sul é de maioria cristã ou animista e
se sentia discriminada pelo governo centralizado em Cartum, no Sudão, de maioria muçulmana.
Esse governo tinha como objetivo impor a lei islâmica na região. O governo de Cartum no
entanto reconheceu rapidamente a nova nação, num processo estavel de secessão. No entanto,
com a independência, diz-se que o que era uma guerra civil se tornou um conflito internacional,
uma vez que houve muita dificuldade em estabelecer as fronteiras entre os países, disputando
recursos como o petróleo.

Em Dezembro de 2013, ainda grupos de milícias começaram a actuar na região com confrontos
marcados e massacres de carácter étnico. Isto ocorreu porque o então presidente Salva Kiir
destituiu o seu ex-vice Riek Machar, acusando-o de tramar um golpe. Kiir pertence a um grupo
étnico chamado de dinka, representado cerca de 15% da população do país, enquanto Machar
pertence ao grupo dos nuer, representando 10% da população.

Apesar desse racha político que se tornou um conflito étinico, ambos faziam parte do exército de
libertação do povo sudanês. Um país que declara independencia no meio de uma guerra já indica
certa instabilidade econômica. Nesse caso, a situação se agravou ainda por uma inflação anual de
800%, e uma moeda muito desvalorizada. O Sudão detinha ainda toda a infraestrutura de
produção de petróleo, que correspondia a 98% da economia do sudão do sul, que hoje vive uma
economia de subsistência.
Esse conflito armado com perseguição étnica e fome gerou uma crise de refugiados na qual
estima-se que cerca de 3 milhões de pessoas se deslocaram para países vizinhos como Uganda,
Quênia, Sudão, Etiópia,

República Democrática do Congo e República Centro-Africana. Além disso, 7 milhões de


pessoas dentro do país precisam de assistência humanitária. Em 2018 essa crise de refugiados se
tornou a pior do mundo a níveis de crescimento, superando até mesmo o conflito da Síria.

Serra Leoa

Serra Leoa é um dos países mais pobres do mundo e mais ricos em diamantes, e hoje é palco de
guerras e conflitos. Se antes o colonialismo e imperialismo era direto, com guerras e conflitos
declarados, hoje muitos dos países libertos contam com outros países, empresas e governos
subsídiando o governo local, numa abertura econômica praticamente obrigatória e com alto grau
de dependência externa, sobretudo em função da infraestrutura e desenvolvimento. Só que essa
abertura estabelece muitas relações de exploração e pobreza. Em virtude da exploração e
conflitos, os recursos naturais acabam financiando conflitos armados na região.

África do Sul e o Apartheid

A África do Sul é o país mais rico do continente, mas mantêm altos índices de concentração de
renda. Mesmo antes do Apartheid, a população branca concentrava grande parte dos meios de
produção e a tensão entre raças já se fazia presente no território. Foi em 1948, já vislumbrando o
processo de descolonização pela Guerra Fria e o enfraquecimento da Europa no cenário
geopolitico, que, nesse contexto, a segregação passa a ser institucionalizada como política
oficial. O clima de violência se estabeleceu fortemente no país. Houveram chacinas por parte do
governo para reprimir protestos antes mesmo deles acontecerem.

Houveram conflitos como o Levante de Soweto, onde a repressão policial contra estudantes
negros que iriam realizar um comício contestando a qualidade dos serviços de educação e saúde
oferecidos à população negra, e o massacre de Sharpeville, repressão da polícia Sul-africana
sobre manifestantes negros que realizavam uma passeata contestando a Lei do passe e que
culminou em mortos e feridos. Naquele período, eram cerca de 2 milhões de brancos detendo
87% do território, contra 8 milhões de negros.

Nelson Mandela nesse contexto, era um nacionalista, advogado e político membro do Conselho
Executivo. Acontece que com o regime do Apartheid, ele passa a entender que não havia como
lutar ao lado do governo, e se une ao Congresso Nacional Africano, se tornando um braço
armado pra lutar contra o estado.

Apesar de ser inicialmente um pacifista, a situação de violência no país o fez entender que não se
disporia de capacidade de lutar contra esse regime por meios não armados. Com atenuamento do
conflito, ele acaba sendo presos perpetuamente. Na prisão, há relatos de que tentar enlouquece-lo
de diversas formas diferentes. A ideia era abafar o líder do movimento e conter a resistência ao
regime implantado, e, principalmente, manter os brancos no poder, de modo que a população
negra, cerca de 70% à época, não podia votar.

Moçambique, 1964: o início da luta armada de libertação

"A partir de 1960, com a nova política colonial portuguesa, as mudanças políticas e a crise do
regime de Salazar levaram a várias reformas políticas e econômicas nas colônias, como no caso
de Moçambique. A nova forma do colonialismo português introduziu formas que impediam o
desenvolvimento da população negra, seja ela pertencente à burguesia, agricultura ou comércio.

Nessa década, diversas manifestações contra o domínio colonial foram feitas no país através da
literatura, arte e greves de trabalhadores. Essas manifestações tomaram proporções maiores e
mais radicais com o desenvolvimento dos movimentos nacionalistas armados: FRELIMO, Frente
de Libertação de Moçambique.

Fundada no exílio, o FRELIMO iniciou a luta armada pela libertação nacional de Moçambique a
partir de 1964. Sua estratégia era a criação das “zonas libertadas”, áreas do território
moçambicano fora do controle da administração portuguesa. Assim, os revolucionários criavam
seu próprio sistema de administração, como se fosse um Estado dentro de outro.

O combate propriamente dito foi lançado oficialmente em 25 de Setembro de 1964, com o ataque
ao posto administrativo de Chai, em Cabo Delgado. O conflito contra as forças coloniais se
expandiu para outras províncias como Niassa e Tete e durou cerca de 10 anos. Assim que as
forças revolucionárias assumiam um território, elas estabeleciam as zonas libertadas, para
garantir bases seguras, abastecimento em víveres e vias de comunicação.

A guerra findou-se com a assinatura dos “Acordos de Lusaka”, em Setembro de 1974. Nesse
período foi estabelecido um governo provisório composto por representantes da FRELIMO e do
governo português, até que no dia 25 de Junho de 1975, foi proclamada oficialmente a
independência nacional de Moçambique.

Após a independência e com a saída “brusca” do aparato português, o país começou a passar por
sérias dificuldades para preencher os lugares deixados pelos portugueses. Nessa época,
Moçambique tinha uma população com uma porcentagem de 90% de analfabetos, além disso,
empresas e bancos portugueses procederam ao repatriamento do ativo e dos saldos existentes,
criando assim um rombo na economia de Moçambique."

O nacionalismo moçambicano pela independência nacional

O nacionalismo moçambicano, como praticamente todo o nacionalismo africano, foi fruto


directo do colonialismo europeu. A base mais característica da unidade nacional
moçambicana é a experiência comum (em sofrer) do povo durante os últimos cem anos de
controle colonial português.

Uma das bases fundamentais da crescente exploração que Portugal quis implementar em
Moçambique após 1930, era a repreensão político fascista, que impediu o desenvolvimento de
organizações anti-coloniais. A luta dos moçambicanos contra a dominação e exploração colonial
capitalista nunca esteve apagada. No entanto, ela foi adquirindo formas e dimensões diversas de
acordo com as circunstâncias da exploração e preensão colonial.

Antes do fim na Segunda Guerra Mundial, exerceu-se uma luta através de jornais e outras
publicações como é o caso das pinturas, denunciando os abusos, arbitrariedades, actos injustos e
imorais praticados por agentes da autoridade colonial. Caso típico destes jornais foi o Brado e
Grémio Africano, liderados pelos irmãos João e José Albasini. Nestes jornais procuravam
denunciar aos abusos cometidos pelo colonialismo.

Por outro lado, criaram-se em Moçambique associações legais de carácter cultural e recreativo
que procuravam divulgar os valores africanos em geral e moçambicanos em particular e fazer
valer a personalidade moçambicana.

Pouco depois da 2ª Guerra Mundial formou-se em Moçambique o Movimento dos Jovens


Democratas Moçambicanos (MJDM), cujo objectivo era fazer uma intensa propaganda contra a
política clandestina. A liderança deste movimento esteve a cargo de Sobral de Campos (antigo
consultor jurídico da Confederação Geral de Trabalho e outros organismos operários portugueses
radicados em Moçambique), Sofia Pomba Guerra e Raposo Beirão (Advogado). João Mendes,
Ricardo Rangel (fotografo) e Noémia de Sousa (poetisa), faziam também parte do movimento. O
MJDM pretendia combater as grandes injustiças sociais de que estavam a ser vítimas os
trabalhadores por parte dos patrões e promover a unidade de todos os africanos.

Todavia, vigiado pela polícia e limitado pelas divisões raciais impostas ao movimento
associativo, o MJDM não podia ter um impacto fora do seu fundador. Em 1948-1949, o regime
reprimiu o movimento. O Centro Associativo de Lourenço dos Negros de Marques, as
Associações Africanas de Lourenço Marques e de Quelimane e o Núcleo Negrófilo de Manica e
Sofala, constituíram parte do aparelho legal através do qual o regime colonial pretendeu
enquadrar as aspirações culturais e políticas da pequena burguesia.

Igualmente, foi criada a Associação dos naturais Moçambicanos. Em 1949, formou-se em


Lourenço Marques, com cerca de 20 membros, o Núcleo dos Estudantes Secundários de
Moçambique (NESAM) que funcionava dentro do Centro Associativo dos Negros. Esta
organização, pretendeu representar os poucos estudantes que conseguiram matricular-se nas
Escolas secundárias da colónia ou que obtiveram a sua formação na África do Sul. O objectivo
do Núcleo era fomentar a Unidade e Capacidade intelectual, espiritual e física para melhor servir
a sua comunidade e acabar com o colonialismo. A este núcleo pertenceram Joaquim Alberto
Chissano, Mariano Matsinhe, Pascoal Adelina Mocumbi, Luís Bernardo Honwana, Armando
Emílio Guebuza e Filipe Samuel Magaia.
Ainda neste período através da música, da canção, da literatura, das artes plásticas e da imprensa
se vão também veiculados valores da cultura moçambicana, denunciando as frustrações e as
humilhações sofridas pelos moçambicanos. A difusão de artigos e de poemas nos jornais,
possibilitaram a transmissão de mensagens invocando a reafricanização, destacadamente na
música de Fany Mpfumo, na poesia de Noémia de Sousa e de José Craverinha, nos escritos de
João Dias, Marcelino dos Santos e de Luís Bernardo Honwana, nas obras plásticas de Bertina
Lopes, Malangatana Ngwenya e Alberto Chissano.

Este sentimento levou a muitos moçambicanos a residir fora do País, nos países vizinhos e
organizam-se criando em 1959 a MANU (União Nacional Africana de Moçambique), fundada
no Quenia, liderada por Mateus Mole; a UDENAMO (União Democrática Nacional de
Moçambique) em 1960, formada na Antiga Rodésia do Sul, actual Zimbabwe e liderada por
Adelino Gwambe e que mais tarde teve que mudar a sua sede para Tanzania devido a
perseguições da PIDE e a UNAMI (União Nacional Africana para Moçambique Independente),
em 1961, que tinha a sua sede no Malawi, liderada por Baltazar Chagonga. Estes três
movimentos lutavam sob um carácter Tribal, razão pela qual não conseguiam vencer o
colonialismo.

Porém, no período de 1945-1961, a luta anti-colonial foi desenvolvida em várias formas, entre as
quais de destacam a resistência contra aspectos da exploração económica colonial, que culminou
com a formação de movimentos dentro e fora do país e o seu acompanhamento cultural e
intelectual. A repreensão colonial fascista impediu e perseguiu os líderes destes movimentos.

Com o lançamento dos ideais de Unidade para os povos africanos por líderes como Francis
Kwame Nkrumah, Patrice Lumumba, Julyus Nherere e outros líderes africanos, levam Eduardo
Mondlane a unir os três movimentos e funda-se a Frete de Libertação de Moçambique
(FRELIMO), em 25 de Junho de 1962, em Dar-Es-Salaam, na república da Tanzania.

Porém, a FRELIMO sob liderança de Mondlane, realiza o seu primeiro congresso de 23 à 28 de


Setembro de 1962 o seu primeiro congresso, onde definiu a unidade Nacional como arma
fundamental da Luta de Libertação Nacional e que a divisão foi sublinhada como a maior causa
do fracasso da resistência histórica da luta do povo moçambicano contra a dominação colonial
portuguesa. Também decidiu-se neste congresso que deveria se formar quadros/militares para a
frente da luta armada.

Em seguida iniciou-se o processo de recrutamento e treinamento dos jovens que haveriam de


participar na luta contra o colonialismo português, onde muitos deles foram sendo formados em
Nachingueya e Kongua na Tanzania, na Argélia, Marrocos, China e na União Soviética, actual
Rússia. Sob direcção da FRELIMO e após o insucesso das tentativas de negociações com o
governo de Lisboa, iniciava-se a luta armada a 25 de Setembro de 1964, em Chai, na província
de Cabo-Delgado, cujo objectivo principal era libertar o Homem e a Terra.

O processo desencadeou-se em três frentes designadamente a de Tete, que teve de ser fechada
por dificuldade de trânsito de guerrilheiros e de armas através do Malawi e que veio a ser
reaberto em Março de 1968; a segunda em Cabo-Delgado e Niassa. .Estas frentes deram origem
as chamadas zonas libertadas, passando a Frelimo a controlar um quinto do território
moçambicano.

Com a morte de Eduardo Chivambo Mondlane, a 03 de Fevereiro de 1969, Samora Moisés


Machel assume a direcção da FRELIMO e conduz o processo de Luta Armada já em curso. Em
1970, o governo português leva acabo a operação Nó Górdio, sob comando de Laulza de
Arriaga, procurando eliminar este movimento nacionalista. Como resposta, Samora Moisés
Machel abre a frente de Sofala e Manica, tornando-se o verdadeiro símbolo do fracasso da
política colonial portuguesa em Moçambique.

Esta derrota do governo português na operação Nó Górdio provoca um elevado nível de


descontentamento do povo português que cansado de perder seus filhos, condiciona para a queda
do regime português em 25 de Abril de 1974, acelerando o fim do colonialismo português em
Moçambique.

Contudo, após o sucesso do golpe militar de 25 de Abril de 1974 em Portugal, as novas


autoridades portuguesas decidiram encetar negociações com todos os movimentos de libertação
das colónias portuguesas. Os líderes da FRELIMO para acelerar o processo das negociações para
a independência, abriram outras frentes na Zambézia.
Logo quase do fim da luta armada ou mesmo durante as negociações para o cessar-fogo entre o
governo colonial português e o da FRELIMO, foram fundadas em Moçambique organizações
fantoches que pretendiam ser confundidas como se fossem a FRELIMO e que fossem
acreditadas pelo povo, compostas por reaccionários e oportunistas, como foi o caso da FICO,
GUMO, MOCOMO, FRECOMO, MIM e outras, tendo valido a atenção do povo em afastar-se
destas organizações.

Todavia, derrotados os portugueses, em 07 de Setembro de 1974 o governo português chefiado


por Melo Antunes e delegações da FRELIMO chefiadas por Samora Moisés Machel, assinaram o
acordo de Lusaka, capital da Zâmbia, após 10 anos de guerra, um acordo que tinha como
objectivo principal, o cessar-fogo, dando fim a guerra de libertação em Moçambique.

No mesmo instante em que se desenrolavam as conversações de Lusaka, um grupo auto-


denominado “Moçambique Livre”, em oposição ao acordo, ocupou em Lourenço Marques, ao
fim da tarde do dia 07 de Setembro, a estação da Rádio Clube de Moçambique, situação que
durou alguns dias. Tratava-se de um movimento desorganizado e de maioria branca, mas que se
envolveram moçambicanos negros que tinham militado na FRELIMO, como Urias Simango,
Mateus Gwenjere e Joana Simeão, movimento dirigido por Gomes dos santos ex oficial do
exército português e Velez Grilo, advogado em Lourenço Marques. Este movimento veio a ser
desmantelado definitivamente a 10 de Setembro de 1974.

Todavia, a 25 de Setembro de 1974, tomou posse o governo de transição chefiado por Joaquim
Alberto Chissano, como primeiro-ministro, composto ainda por: mariano Matsinhe; Gideon
Ndombe, José Óscar Monteiro, Salomão Munguambe, Mário Machungo, Rui Baltazar santos
Alves pertencentes à FRELIMO e Eugénio Picolo, Rui Paulino e Alcântara Santos, nomeados
pelo governo português, onde definiu-se a data da independência.

A 25 de Junho de 1975, Moçambique ficava independente, com Samora Moisés Machel como
presidente da República Popular de Moçambique.

A riqueza da diversidade etno-linguística, cultural, religiosa de Moçambique

Moçambique é um território marcado pela diversidade de línguas, possuindo oito idiomas


diferentes considerados línguas nacionais, a maioria de origem autóctones, do grupo Bantu e
outras oriundas do continente asiático. Após a independência de Moçambique, 1975, foi
institucionalizado a língua portuguesa como oficial, o que significa que órgãos públicos e de
ordem oficial teriam que fazer divulgações e noticias em língua portuguesa. Porém o país ainda
passa por um processo de adaptação ao idioma uma vez que em 1975, 80% da população ainda
não falava o idioma oficial.

A escolha da língua portuguesa teve como proposito a unidade nacional, uma maneira de
uniformizar e facilitar a comunicação pelo país, uma vez que nenhuma das línguas bantu possui a
maioria dos falantes da região. Entretanto para os que sempre tiveram um maior contato com a
cultura nacional e com a língua materna torna-se um desafio o aprendizado da língua lusitana.
Em termos geográficos, a população moçambicana que tem a língua portuguesa como materna
concentra-se nos centros urbanos do país, já os falantes de língua bantu estão concentrados no
campo. Nos últimos anos, o governo tem introduzido nas escolas letramento de línguas
nacionais. A proposta é de que a língua bantu seja inserida no ensino nos primeiros anos
escolares e posteriormente em outros níveis. O programa como modelo pedagógico gerou
algumas discussões sobre seus possíveis resultados, mas hoje já está presente em mais de 300
escolas nacionais.

Diversidade cultural em Moçambique

Diversidade cultural são vários aspectos que representam particularmente as diferentes culturas,
como a linguagem, as tradições, a culinária, a religião, os costumes, o modelo de organização
familiar, a política entre outras características próprias de um grupo de seres humanos que
habitam num determinado território.

A sociedade moçambicana é multilingue, pluri-étnica, multi-racial e socialmente estratificada.


Existem em Moçambique várias formas de organização cultural, social, política e religiosa, há
várias crenças, línguas, costumes, tradições e várias formas de educação. A principal
característica do património cultural moçambicano é a sua diversidade. As manifestações e
expressões culturais são ricas e plurais, sobretudo as ligadas às camadas populares.
As principais riquezas e recursos naturais de Moçambique

O País possui abundantes recursos naturais: água, terra arável cobrindo 10 diferentes zonas
agroecológicas (sendo cultivadas apenas 12%), potencial de energia hidroeléctrica (incluindo
Cahora Bassa, a segunda maior barragem em África, gás e outras riquezas do subsolo.
Significativos recursos minerais e pesqueiros têm jogado um papel importante como reserva
económica.

O potencial da silvicultura do País tem sido certamente subaproveitado, ainda que haja um
grande desperdício com as actuais práticas insustentáveis. A biodiversidade de Moçambique é
impressionante, (com mais de 5,500 espécies de plantas, 220 mamíferos, 690 aves), com uma
grande parte de espécies endémicas .

Recursos Naturais são geralmente entendidos como todos aqueles que constituem uma dádiva,
sua existência não decorre da acção do homem e que sejam úteis para alcance do
desenvolvimento económico.

A indústria extractiva é o sector que tem grandes empregadores de mão-de-0bra e tem um grande
impacto rural podendo constituir grandes focos de desenvolvimento e de combate a pobreza nas
áreas onde se encontra inserido.

Os principais recursos naturais de Moçambique são: Gás natural, Carvão, Areias pesadas,
Minerais de ferro, Manganês e Titânio.
Conclusão

Em síntese, em 1960 surgem novos Estados em África. O continente liberta-se da ocupação


colonial num longo processo conhecido na época por "Sol das independências". Processo
concluído duas décadas mais tarde com a transformação da Rodésia em Zimbabwe e o fim do
'apartheid' na África do Sul. A militarização da sociedade, que vai caracterizar esta região do
continente a partir da década de 1960, retrata uma época marcada pelo grande cisma entre o
nacionalismo africano e a persistência de um desejo, por parte de projectos racistas minoritários,
da permanência da presença colonial no continente. O ano de 1960 ficou marcado
como Ano Africano pois um número expressivo de países conquistou sua independência do
colonialismo francês e inglês, especialmente por meio de oposições pacíficas. Foi o caso de
Camarões, Costa do Marfim, Benin, Burkina Faso, Níger, Mali, Somália, Nigéria, Mauritânia e
Gabão. Moçambique é um País com vasto potencial de recursos minerais que incluem carvão,
gás natural, ouro, titânio, minerais não metálicos, entre outros.
Bibliografia

https://sopra-educacao.com/2021/02/08/principais-recursos-naturais-de-mocambique/

https://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Principais-Recursos-Naturais-De-Mo
%C3%A7ambique/53823356.html

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