Você está na página 1de 4

A Guiné (em francês: Guinée; em fula: 𞤫𞤲𞤭𞤘, Gine; em mandinga: ߫ߍߣ߬ߌߖ, Gine),

oficialmente República da Guiné (em francês: République de Guinée; em fula:


𞤫𞤲𞤭𞤘 𞤵𞤦 𞤳𞤭𞤤𞤦𞤵𞤨𞤫𞤈, Republik bu Gine; também chamada Guiné-Conacri para a
distinguir da vizinha Guiné-Bissau e da Guiné Equatorial) é um país da África
Ocidental limitado a norte pela Guiné-Bissau e pelo Senegal, a norte e leste pelo Mali, a
leste pela Costa do Marfim, a sul pela Libéria e pela Serra Leoa e a oeste pelo oceano
Atlântico. Com 246 000 quilômetros quadrados e dez milhões de habitantes, a Guiné é
uma república e a capital, sede do governo e maior cidade é Conacri.

Topônimo
São duas as hipóteses para o nome do atual território da Guiné. Na primeira hipótese, o
nome derivaria de um império que existiu nessa região da África durante o século VIII,
compreendido como ''Djinne'', ''Ghinea''.[4] Na segunda, "Guiné" seria uma referência a
"Gana", que era o nome pelo qual os nativos chamavam a área anteriormente ocupada
pelo Império do Mali.[5]

História
Ver artigo principal: História da Guiné
A área ocupada hoje pela Guiné fez parte do território de diversos povos africanos,
incluindo o Império Songai, no período que se compreende século X e XV, quando a
região tomou contato pela primeira vez com os comerciantes europeus. A descoberta da
Guiné pelos portugueses ocorreu em meados de 1460 pelos navegadores Pedro de
Sintra e Alvise Cadamosto.

Origem da Civilização: Impérios Peúles e Mandinga


Islamizados na Guiné
A povoação inicial da atual Guiné, surgiu através de migrações de povos vindos
[6]

do Sudão (Atual Mali), Níger e Senegal. A primeira povoação com habitação talvez tenha
sido a dos pigmeus, eles foram obrigados a fugir da região ante a invasão de povos vindos
do norte. Os Bagas, um povo que ali surgiu, chegaram a se instalar na região de Conacri,
mas foram expulsos para as regiões da baixa Guiné, os Sussu de etnia mandinga fizeram
a expulsão. Na região florestal, os quissis tomaram esse lugar e, mais tarde,
os tendas refugiaram-se na parte inferior do Futa Jalom. Os Malinqués, um povo que viria
a fazer parte da história étnica da Guiné, chegaram na parte da Alta Guiné no século XVI,
isso após a expansão do Império do Mali. Os Peúles emigraram da região do Futa
Toro (Senegal) para o Futa Jalom quase no mesmo tempo.
Um reino Peúle passou a surgir após os pastoreamentos feitos na localidade do Mali.
Na África Ocidental, os peúles se converteram ao islamismo no século XVIII, isso passou a
marcar o modo característico daqueles habitantes e da política, pois as diretrizes islâmicas
já possuíam virtudes ligadas ao conhecimento e aos valores de seguidor. Fato esse
proporcionou uma organização maior dos peúles, eles se organizaram em exército e
passaram a jugar autoridade sobre os povos regionais. A data certa de ocupação dos
peúles é 1725, eles vieram do Senegal e chegaram á Guiné para proclamar um Imanato
no Futa Jalom, que foi idealizado por Alfa Ba, esse convocou uma jiade (guerra santa)
para dominar aquela parte, Ba morreu antes do início (1726-1727), seu filho Karamoko
Alpha teve que fazer a conquista com tal propósito. Karamoko Alfa que morreu em 1751,
passou a líder do Imanato que durou de 1725, até a ocupação de Timbo pelos franceses
em 3 de Novembro de 1896. O Imanato era divido em 9 estados. Na fase de sucessão
após 1751, foi Ibrahim Sori o responsável pela administração do Imanato, ele expandiu
grande parte do Futa Jalom para a confederação peúle. Com a morte de Sori em 1784,
administração do reino passou a ser feita por um almani, um líder de base
muçulmana.[7] Em meio da população havia pessoas das duas famílias peúles
aristocráticas: os Alfaya (de Karamoko), e os Soria (de Ibraim). Além de tudo, eram as
duas famílias que elegiam o almani governante, também eles possuíam autoridade e
dominavam os agricultores dialonquês, porém foi a disputa da hegemonia que gerou
situação de calamidade popular, isso que ocasionou a ocupação francesa de Timbo e o
fim do Imanato (1896).[8]
O Império Mandinga de Uassulu
Ver artigo principal: Império de Uassulu
Em 1878 foi fundado por Samori Turé um império, o de Uassulu, logo após ter fugido do
cárcere de 7 anos. Possuía um território considerável e abrangia partes dos territórios do
atual Níger (norte), Mali e Libéria. Fazia fronteira com a atual Serra Leoa e Gana (na
época popularmente Costa do Ouro).
Os franceses haviam vencido os ingleses no litoral da África Ocidental e conseguiram o
controle da região. Um avanço francês ocorreu adentro do território do atual Mali em 1881,
eles estavam com interesses comerciais no local. Isso proporcionou o primeiro
defrontamento de Samori Turé com os franceses.

A Presença da França no Território


O período colonial da Guiné se iniciou quando tropas francesas penetraram na região em
meados do século XIX. A dominação francesa foi assegurada ao derrotarem as tropas de
Samori Turé (1898), guerreiro de etnia malinquê, o que deu, aos franceses, o controle do
que é, hoje, a Guiné, e de regiões adjacentes.
A França definiu, em fins do século XIX e início do XX, as fronteiras da atual Guiné com os
territórios britânico e português que hoje formam, respectivamente, Serra Leoa e Guiné-
Bissau. Negociou, ainda, a fronteira com a Libéria. Sob domínio francês, a região passou a
ser o "Território da Guiné" dentro da África Ocidental Francesa, administrada por um
governador-geral residente em Dakar (atualmente, capital do Senegal). Tenentes-
governadores administravam as colônias individuais, incluindo a Guiné.
Liderados por Ahmed Sékou Touré, líder do Partido Democrático da Guiné (PDG), que
ganhou 56 das 60 cadeiras nas eleições territoriais de 1957, o povo da Guiné decidiu,
em plebiscito, por esmagadora maioria, rejeitar a proposta de pertencer a uma
Comunidade Francesa. Os franceses se retiraram rapidamente e, em 2 de outubro de
1958, a Guiné se tornou um país independente, com Sékou Touré como presidente.
Maurice Robert, chefe do sector africano do Serviço de Documentação Externa e Contra-
Inteligência (SDECE) de 1958 a 1968, explica que: "Tivemos de desestabilizar Sekou
Touré, torná-lo vulnerável, impopular e facilitar a tomada de controlo pela oposição. Uma
operação desta envergadura envolve várias fases: a recolha e análise de informação, a
elaboração de um plano de acção baseado nesta informação, o estudo e implementação
de meios logísticos e a adopção de medidas de execução do plano. Com a ajuda dos
refugiados guineenses exilados no Senegal, organizámos também maquis da oposição em
Fouta-Djalon. A supervisão foi assegurada por peritos franceses em operações
clandestinas. Armámos e treinámos estes opositores guineenses para desenvolver um
clima de insegurança na Guiné e, se possível, para derrubar Sékou Touré. Entre essas
ações desestabilizadoras, posso citar a operação "Persil", por exemplo, que consistiu em
introduzir no país uma grande quantidade de notas falsificadas guineenses para
desequilibrar a economia. »[9]
Alegando tentativas de golpe oriundas do exterior e do próprio país, o regime de Touré
visou a inimigos reais e imaginários, aprisionando milhares em prisões. Sob o governo de
Touré, a Guiné se tornou uma ditadura de partido único, com uma economia fechada de
caráter socialista, e intolerante a direitos humanos, liberdade de expressão ou oposição
política, a qual foi brutalmente suprimida. Antes acreditado por sua defesa de
um nacionalismo sem barreiras étnicas,

Governos seguintes ao de Sékou Touré


Sékou Touré morreu a 26 de março de 1984, e uma junta militar encabeçada pelo
coronel Lansana Conté tomou o poder a 3 de abril de 1984. O país continuou sem eleições
democráticas até 1993, quando foram realizadas eleições e Lansana Conté ganhou-as
numa disputa apertada. O presidente foi reeleito em 1998. O presidente foi, em 1999,
severamente criticado ao prender Alpha Condé, um importante líder de oposição. As
tensões com a vizinha Serra Leoa ainda persistem.
Em 22 de dezembro de 2008, o presidente Conté faleceu, tendo sido substituído por uma
junta militar que, aproveitando-se da vacância no poder, anunciou, através do
capitão Musa Dadis Camara, um golpe de estado, que suspendeu a constituição e
as instituições republicanas do país.
Em 2010, Alpha Condé foi eleito presidente no segundo turno daquelas que foram
consideradas as primeiras eleições livres e democráticas da história do país, não obstante
os casos de violência.[10][11] Condé foi reeleito em 2015, vencendo ainda, para um terceiro
mandato em 2020, após mudança constitucional.[12]
Em setembro de 2021, o presidente Alpha Condé foi derrubado em um golpe de estado.[13]

Geografia
Ver artigo principal: Geografia da Guiné

Imagem de satélite do país.


A Guiné situa-se na costa atlântica da África ocidental e tem fronteiras com a Guiné-
Bissau, o Senegal, o Mali, a Costa do Marfim, a Libéria e a Serra Leoa. O país divide-se
em quatro regiões geográficas: uma faixa costeira estreita (a Baixa Guiné); as terras altas
cobertas de pastagens de Futa Jalom (a Média Guiné); a savana do norte (a Alta Guiné); e
uma região de floresta húmida no sueste (a Guiné Florestal). Os
rios Níger, Gâmbia e Senegal pertencem ao grupo dos 22 rios da África Ocidental que têm
as suas nascentes na Guiné.
A região costeira da Guiné e grande parte do interior têm um clima tropical, com uma
estação das chuvas entre Abril e Novembro, temperaturas relativamente elevadas e
uniformes, e humidade elevada. A média anual das temperaturas máximas em Conacri é
de 29 °C e das mínimas é de 23 °C; a precipitação média anual é de 430 centímetros. A
Alta Guiné, que pertence ao Sahel, tem uma estação das chuvas mais curta e
maior amplitude térmica diária.

Demografia
Cidades mais populosas
• ver
• discutir
• editar
Cidades mais populosas da Guiné
http://www.geonames.org/GN/largest-cities-in-guinea.html
Posição Localidade Província Pop.
1 Camayenne Conacri 1 871 242
2 Conacri Conacri 1 767 200
3 Zerecoré Zerecoré 132 728
4 Quindia Quindia 117 062
5 Cancã Cancã 114 009
6 Guékhédou Zerecoré 79 140
7 Coyah Quindia 77 103
8 Kamsar Boqué 61 527
9 Kissidougou Faraná 47 099
10 Labé Labé 46 510

Você também pode gostar