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História básica

O que é a história: a história é a ciência que estuda o passado do homem.

História de Angola

História pré-colonial
 (Pré história-1575)

História Pré-colonial
 Reino do Kongo (1395–1914)
 Colonização (1575-1648)
 Início da colonização (1575-1641)
 Rainha N'Zinga (1621-63)
 Ocupação Holandesa (1641-48)
 Reconquista (1644-48)
Período colonial (1648-1974)
 Angola colonial (1648-1951)
Província ultramarina (1951-74)
Guerra de Independência (1961-74)
Independência
 Acordo do Alvor (1975)
Guerra Civil (1975-2002)
 Intervenção cubana (1975-91)
Fraccionismo (1977)
Batalha de Cuito Cuanavale (1987-88)
Acordos de Bicesse (1990)
Guerra dos 55 Dias (1992-93)
Angolagate (1994)
Protocolo de Lusaka (1994)
Primeira Guerra do Congo (1996-97)
Segunda Guerra do Congo (1998-2003)

Independência

 Acordo do Alvor (1975)

 Guerra Civil (1975-2002)

 Intervenção cubana (1975-91)

 Fraccionismo (1977)
 Batalha de Cuito Cuanavale (1987-88)

 Acordos de Bicesse (1990)

 Guerra dos 55 Dias (1992-93)

 Angolagate (1994)

 Protocolo de Lusaka (1994)

 Primeira Guerra do Congo (1996-97)

 Segunda Guerra do Congo (1998-2003)

 Angola do pós-guerra
(2003-actualidade)

Expansão bantu

Na Lunda, no Zaire e no Cuangar foram encontrados instrumentos de pedra e


outros, dos homens do Paleolítico. No Deserto do Namibe foram encontradas gravuras
rupestres nas rochas. Trata-se das gravuras do Tchitundo-Hulo, atribuídas aos
antepassados dos san.

Nos primeiros quinhentos anos da era actual, as populações bantu da África


Central, que já dominavam a siderurgia do ferro, iniciaram uma série de migrações para
leste e para sul, a que se chamou a expansão bantu. Parte destas populações fixaram-se a
Norte e ao Sul da parte inferior do Rio Congo (ou Zaire), portanto também no Noroeste
do território da actual Angola. Com o tempo, estas populações constituíram o
povo Bakongo, de língua Kikongo. Outras populações fixaram-se inicialmente na região
dos Grandes Lagos Africanos e, no século XVII, deslocaram-se para oeste, atravessando
o Alto Zambeze até ao Cunene: eram os grupos hoje designados como ngangela, mas
também osOvambo e os Xindonga.

No ano de 1568, entrava um novo grupo pelo norte, os jagas, que combateram os
Bakongo que os empurraram para sul, para a região de Kassanje. No século XVI ou
mesmo antes, os nhanecas(vanyaneka) entraram pelo sul de Angola, atravessaram o
Cunene e instalaram-se no planalto da Huíla.
No mesmo século XVI, um outro povo abandonava a sua terra na região dos
Grandes Lagos, no centro de África, e veio também para as terras angolanas. Eram
os hereros (ou ovahelelos), um povo de pastores. Os hereros entraram pelo extremo
leste de Angola, atravessaram o planalto do Bié e depois foram-se instalar entre o
Deserto do Namibe e a Serra da Chela, no sudoeste angolano.

Também no século XVI os portugueses instalam-se na região e fundam São


Paulo da Assunção de Luanda, a actual cidade de Luanda.

Já no século XVIII, entraram os ovambos (ou ambós), grandes técnicos na arte


de trabalhar o ferro, deixaram a sua região de origem no baixoCubango e vieram
estabelecer-se entre o alto Cubango e o Cunene. No mesmo século, os quiocos (ou
kyokos) abandonaram o Catanga e atravessaram o rio Cassai. Instalaram-se inicialmente
na Lunda, no nordeste de Angola, migrando depois para sul.

Finalmente, já no século XIX apareceu o último povo que veio instalar-se em


Angola: os cuangares (ou ovakwangali). Estes vieram do Orange, na África do Sul,
em 1840, chefiados por Sebituane, e foram-se instalar primeiro no Alto Zambeze. Então
chamavam-se macocolos. Do Alto Zambeze alguns passaram para o Cuangar no
extremo sudoeste angolano, onde estão hoje, entre os rios Cubango e Cuando.

As guerras entre estes povos eram frequentes. Os migrantes mais tardios eram
obrigados a combater os que se estavam estabelecidos para lhes conquistar terras. Para
se defenderem, os povos construíam muralhas em volta das sanzalas. Por isso, há em
Angola muitas ruínas de antigas muralhas de pedra. Essas muralhas são mais
abundantes no planalto do Bié e no planalto da Huíla, onde se encontram,
também, túmulos de pedra e galerias de exploração de minério, testemunhos de
civilizações mais avançadas do que geralmente se supõe.
A chegada dos Portugueses
Os portugueses, sob o comando de Diogo Cão, no reinado de D. João II, chegam
ao Zaire em 1484. É a partir daqui que se iniciará a conquista pelos portugueses desta
região de África, incluindo Angola. O primeiro passo foi estabelecer uma aliança com
o Reino do Congo, que dominava toda a região. A sul deste reino existiam dois outros, o
do Reino de Ndongo e o de Matamba, os quais não tardam a fundir-se, para dar origem
ao Reino de Angola (c. 1559).

Explorando as rivalidades e conflitos entre estes reinos, na segunda metade


do século XVI os portugueses instalam-se na região de Angola. O primeiro governador
de Angola, Paulo Dias de Novais, procura delimitar este vasto território e explorar os
seus recursos naturais, em particular os escravos. A penetração para o interior é muito
limitada. Em 1576 fundam São Paulo da Assunção de Luanda, a actual cidade
de Luanda. Angola transforma-se rapidamente no principal mercado abastecedor de
escravos para as plantações da cana-de-açúcar do Brasil.

Durante a ocupação filipina de Portugal (1580-1640), os holandeses procuram


desapossar os portugueses desta região, ocupando grande parte do litoral
(Benguela, Santo António do Zaire, as barras do Bengo e do Cuanza). Em 1648 tropas
portuguesas (luso-brasileiras) expulsam os holandeses, possibilitando o reatamento das
linhas de comércio (essencialmente tráfego de escravos) de Salvador e Rio de
Janeiro com Luanda.

Até finais do século XVIII, Angola funciona como um reservatório


de escravos para as plantações e minas do Brasil ou de outras colónias portuguesas do
continente americano. A ocupação dos portugueses aposta
nas fortalezas e feitorias estabelecidas na costa.

A colonização efectiva do interior só se inicia no século XIX, após


a independência do Brasil (1822) e o fim do tráfico de escravos (1836-42), mas não da
escravatura. Esta ocupação do interior tinha o carácter de uma resposta às pretensões de
outras potências europeias, como a Inglaterra, a Alemanha e a França, que reclamavam
na altura o seu quinhão em África. Diversos tratados são firmados estabelecendo os
territórios que a cada uma cabem, de acordo com o seu poder e habilidade negocial.

Uma boa parte desses colonos são presos deportados de Portugal, como o
célebre Zé do Telhado. Paralelamente são feitas diversas viagens com objectivos
políticos e científicos para o interior do território angolano, tais como: José Rodrigues
Graça (1843-1848) - Malanje e Bié; José Brochado -
Huambo, Mulando, Cuanhama; Silva Porto - Bié.

Devido à ausência de vias de comunicação terrestres, as campanhas de ocupação


do interior são feitas através dos cursos fluviais: Bacia do Cuango (1862), Bacia
do Cuanza (1895, 1905 e 1908); Bacia do Cubango (1886-1889, 1902 e 1906); Bacia
do Cunene (1906-1907); Bacia do Alto Zambeze (1895-1896); Entre Zeusa e Dande
(1872-1907), etc.

As fronteiras de Angola só são definidas em finais do século XIX, sendo a sua


extensão muitíssimo maior do que a do território dos Ambundu, a cuja língua o
termo Angola anda associado.

Em 1823, em Benguela, surgiu a Confederação Brasílica, um movimento com a


finalidade de juntar Angola ao recém-independente Brasil. Esse movimento foi formado
por colonos e soldados de Benguela que em boa parte provinham do Brasil. O governo
da colónia em Luanda chamou reforços e esmagou esta revolta.
Conferência de Berlim
Este ato realizou-se em 19 de Novembro de 1884 em Berlim na Alemanha a 6 de
Fevereiro de 1886, altura em que foi feita a divisão do continente Africano pelos
seguintes países:
Bélgica, Alemanha, França, Holanda, Dinamarca, Áustria, Hungria, Suécia,
Inglaterra, Itália, Estados Unidos, Espanha. No seu total eram 13 países.
1900-1960
A colonização de Angola, após a implantação de um regime republicano em
Portugal (1910), entra numa nova fase. Os republicanos haviam criticado duramente os
governos monárquicos por terem abandonado as colónias. O aspecto mais relevante da
sua ação circunscreveu-se à criação de escolas. No plano económico, desde muito
tempo era legal 1916 na região de Luanda.

O desenvolvimento económico só se inicia de forma sistemática, em finais


da década de 1930, quando se incrementa a produção de café, sisal, cana do
açúcar, milho e outros produtos. Trata-se de produtos destinados à exportação.

A exportação da cana do açúcar, em 1914, pouco ultrapassava as 6 milhões de


toneladas. Em 1940 atingia já 4 mil milhões de toneladas exportadas. As fazendas e a
indústria concentraram-se à volta das cidades de Luena e de Benguela.

A exportação de sisal desenvolve-se durante a Segunda Guerra Mundial (1939-


1945). Em 1920, foram exportadas pouco mais que 62 toneladas , mas em 1941 atingia-
se já as 3.888. Dois anos depois, 12.731 toneladas. Em 1973 situavam-se nas 53.499.
Estas plantações situavam-se no planalto do Huambo, do Cubal para Leste, nas margens
da linha férrea do Dilolo, Bocoió, Balumbo, Luimbale, Lepi, Sambo, mas também no
Cuinha do norte e Malange.

Abre-se um novo ciclo económico em Angola, que se prolonga até 1972, quando
a exploração petrolífera em Cabinda começar a dar os seus resultados. A subida da
cotação do café no mercado mundial, a partir de 1950, contribuiu decisivamente para o
aumento vertiginoso desta produção. Em 1900, as exportações pouco ultrapassaram as
5.800 milhões de toneladas. Em 1930 atingiam as 14.851.Em 1943 subiam para 18.838.
A partir daqui o crescimento foi vertiginoso. Em 1968 forma exportadas 182.954 e
quatro anos depois, 218.681 toneladas.

Para além destes produtos, desenvolve-se a exploração dos minérios de ferro.


Em 1957 funda-se a Companhia Mineira do Lobito, que explorava as minas de Jamba,
Cassinga e Txamutete. Exploração que cedeu depois à Brasileira Krupp.
O desenvolvimento destas explorações, foi acompanhado por vagas de
imigrantes incentivados e apoiados muitas vezes pelo próprio Estado. Entre 1941 e
1950, saíram de Portugal cerca de 110 mil imigrantes com destino às colónias, a maioria
fixou-se em Angola. O fluxo imigratório prosseguiu nos anos 1950 e 60.

Na década de 1950, a questão da descolonização das colónias africanas emerge


no plano internacional e torna-se uma questão incontornável. Em 1956 é publicado o
primeiro manifesto doMovimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).

1961-1974
No princípio dos anos 1960, três movimentos de libertação
(UPA/FNLA, MPLA e UNITA) desencadearam uma luta armada contra o colonialismo
português.

O governo de Portugal (uma ditadura desde 1926), recusou-se a dialogar e


prosseguiu na defesa até ao limite do último grande império colonial europeu.
Para África foram mobilizados centenas de milhares de soldados. Enquanto durou o
conflito armado, Portugal procurou consolidar a sua presença em Angola, promovendo
a realização de importantes obras públicas. A produção industrial e agrícola conheceram
neste território um desenvolvimento impressionante. A exploração
do petróleo de Cabinda iniciou-se em 1968, representando em 1973 cerca de 30% das
receitas das exportações desta colónia. Entre 1960 e 1973 a taxa de crescimento
do PIB (produto Interno Bruto) de Angola foi de 7% ao ano.

Independencia e Guerra Civil


Na sequência do derrube da ditadura em Portugal (25 de Abril de 1974),
abriram-se perspectivas imediatas para a independência de Angola. O novo governo
revolucionário português abriu negociações com os três principais movimentos de
libertação (MPLA – Movimento Popular de Libertação de Angola, FNLA – Frente
Nacional de Libertação de Angola e UNITA – União Nacional para a Independência
Total de Angola), o período de transição e o processo de implantação de um regime
democrático em Angola (Acordos de Alvor, Janeiro de 1975).

A independência de Angola não foi o início da paz, mas o início de uma nova
guerra aberta. Muito antes do Dia da Independência, a 11 de Novembro de 1975, já os
três grupos nacionalistas que tinham combatido o colonialismo português lutavam entre
si pelo controle do país, e em particular da capital, Luanda. Cada um deles era na altura
apoiado por potências estrangeiras, dando ao conflito uma dimensão internacional.

A União Soviética e principalmente Cuba apoiavam o MPLA, que controlava a cidade


de Luanda e algumas outras regiões da costa, nomeadamente o Lobito e Benguela. Os
cubanos não tardaram a desembarcar em Angola (5 de Outubro de 1975). A África do
Sul apoiava a UNITA e invadiu Angola (9 de Agosto de 1975). O Zaire, que apoiava a
FNLA, invadiu também este país, em Julho de 1975. A FNLA contava também com o
apoio da China, mercenários portugueses e ingleses mas também com o apoio da África
do Sul.

Os EUA, que apoiaram inicialmente apenas a FNLA, não tardaram a ajudar


também a UNITA. Neste caso, o apoio manteve-se até 1993. A sua estratégia foi
durante muito tempo dividir Angola.

Em Outubro de 1975, o transporte aéreo de quantidades enormes de armas e


soldados cubanos, organizado pelos soviéticos, mudou a situação, favorecendo o
MPLA. As tropas sul-africanas e zairenses retiraram-se e o MPLA conseguiu formar um
governo socialista uni-partidário.

O Brasil rapidamente estabeleceu relações diplomáticas com a nova República


que se instalara. Fez isso antes mesmo de qualquer país do bloco comunista. Nenhum
país ocidental ou mesmo africano seguiu o seu exemplo. A decisão de reconhecer como
legítimo o governo deAgostinho Neto foi tomada pelo então presidente Ernesto
Geisel ainda em 6 de Novembro, antes da data oficial de Independência de Angola.

Já em 1976, as Nações Unidas reconheciam o governo do MPLA como o legítimo


representante de Angola, o que não foi seguido nem pelos EUA, nem pela África do
Sul.

No meio do caos que Angola se havia tornado, cerca de 800 mil portugueses
abandonaram este país entre 1974 e 1976, o que agravou de forma dramática a situação
económica.

A 27 Maio de 1977, um grupo do MPLA encabeçado por Nito Alves,


desencadeou um golpe de Estado que ficou conhecido como Fraccionismo, terminando
num banho de sangue que se prolongou por dois anos. Em Dezembro, no rescaldo do
golpe, o MPLA realizou o seu 1º Congresso, onde se proclamou como sendo um partido
Marxista-Leninista, adoptando o nome de MPLA-Partido do Trabalho.

A guerra continuava a alastrar por todo o território. A UNITA e a FNLA


juntaram-se então contra o MPLA. A UNITA começou por ser expulsa do seu quartel-
general no Huambo, sendo as suas forças dispersas e impelidas para o mato. Mais tarde,
porém, o partido reagrupou-se, iniciando uma guerra longa e devastadora contra o
governo do MPLA. A UNITA apresentava-se como sendo antimarxista e pró-ocidental,
mas tinha também raízes regionais, principalmente na população Ovimbundu do sul e
centro de Angola.

Agostinho Neto morreu em Moscovo a 10 de Setembro de 1979, sucedendo-lhe no


cargo o ministro da Planificação, o engenheiro José Eduardo dos Santos.
No início da década de 1980, o número de mortos e refugiados não parou de
aumentar. As infraestruturas do país eram consecutivamente destruídas. Os ataques da
África do Sul não paravam. Em Agosto de 1981, lançaram a operação
"Smokeshell" utilizando 15.000 soldados, blindados e aviões, avançando mais de
200 km na província do Cunene (sul de Angola). O governo da África do Sul justificou
a sua acção afirmando que na região estavam instaladas bases dos guerrilheiros
da SWAPO, o movimento de libertação da Namíbia. Na realidade tratava-se de uma
acção de apoio à UNITA, tendo em vista a criação de uma "zona libertada" sob a sua
administração. Estes conflitos só terminaram em Dezembro de 1988, quando em Nova
Iorque foi assinado um acordo tripartido (Angola, África do Sul e Cuba) que estabelecia
a Independência da Namíbia e a retirada dos cubanos de Angola.

A partir de 1989, com a queda do bloco da ex-União Soviética, sucederam-se em


Angola os acordos de paz entre a UNITA e o MPLA, seguidos do recomeço das
hostilidades. Em Junho de1989, em Gbadolite (Zaire), a UNITA e o MPLA
estabeleceram uma nova trégua. A paz apenas durou dois meses.

Em fins de Predefinição:DataEx, o governo de Angola anunciou o reinício das


conversações directas com a UNITA, com vista ao estabelecimento do cessar-fogo. No
mês seguinte, a UNITA reconhecia oficialmente José Eduardo dos Santos como o Chefe
de Estado angolano. O desmoronar da União Soviética acelerou o processo de
democratização. No final do ano, o MPLA anunciava a introdução de reformas
democráticas no país. A 11 de Maio de 1991, o governo publicou uma lei que
autorizava a criação de novos partidos, pondo fim ao monopartidarismo. A22 de
Maio os últimos cubanos saíram de Angola.

Em 31 de Maio de 1991, com a mediação de Portugal, EUA, União Soviética e


da ONU, celebraram-se os acordos de Bicesse (Estoril), terminando com a guerra civil
desde 1975, e marcando as eleições para o ano seguinte.

As eleições de Setembro de 1992, deram a vitória ao MPLA (cerca de 50% dos


votos). A UNITA (cerca de 40% dos votos) não reconheceu os resultados eleitorais.
Quase de imediato sucedeu-se um banho de sangue, reiniciando-se o conflito armado,
primeiro em Luanda, mas alastrando-se rapidamente ao restante território.

A UNITA restabeleceu primeiramente a sua capital no Planalto Central com


sede no Huambo (antiga Nova Lisboa), no leste e norte diamantífero.

Em 1993, o Conselho de Segurança das Nações Unidas embargou as


transferências de armas e petróleo para a UNITA. Tanto o governo como a UNITA
acordaram em parar as novas aquisições de armas, mas tudo não passou de palavras.
Em Novembro de 1994, celebrou-se o Protocolo de Lusaka, na Zâmbia entre a
UNITA e o Governo de Angola (MPLA). A paz parecia mais do que nunca estar perto
de ser alcançada. A UNITA usou o acordo de paz de Lusaka para impedir mais perdas
territoriais e para fortalecer as suas forças militares. Em 1996 e 1997 adquiriu grandes
quantidades de armamentos e combustível, enquanto ia cumprindo, sem pressa, vários
dos compromissos que assumira através do Protocolo de Lusaka11 .

Entretanto o Ocidente passara a apoiar o governo do MPLA, o que marcou o


declínio militar e político da UNITA, com este movimento a ter cada vez mais
dificuldades em financiar as suas compras militares, perante o avanço no terreno das
FAA, e dado o embargo internacional e diplomático a que se viu votada.

Em Dezembro de 1998, Angola retornou ao estado de guerra aberta, que só


parou em 2002, com a morte de Jonas Savimbi (líder da Unita).

Com a morte do líder histórico da UNITA, este movimento iniciou negociações


com o Governo de Angola com vista à deposição das armas, deixando de ser um
movimento armado, e assumindo-se como mera força política.
Acordo da Bicesse
A realização dos Acordos de Bicesse foram promovidos por Durão Barroso
enquanto Secretário de estado dos Assuntos Externos e Cooperação de Portugal em
1990.

Esse acordo assinado no Estoril, mais concretamente na Escola Superior de


Hotelaria e Turismo do Estoril por José Eduardo dos Santos e Jonas Savimbi, em Maio
de 1991 estipulou que seriam realizadas as primeiras eleições livres e democráticas em
Angola, supervisionadas pelas Nações Unidas, assim como todas as forças beligerantes
seriam integradas nas Forças Armadas Angolanas.

Estes Acordos permitiram um armistício temporário na Guerra Civil de Angola


entre MPLA e a UNITA.

Apesar dos esforços internacionais, da assinatura deste acordo e do Protocolo de Lusaka


a guerra civil em Angola continuou até 2002.

Pontos Essenciais dos Acordos de Bicesse

O Governo da República Popular de Angola (GRPA) e a União Nacional para a


Independência Total de Angola (UNITA), com a mediação do Governo de Portugal e a
participação de observadores dos governos dos Estados Unidos da América (EUA) e da
União das Repúblicas Soviéticas Socialistas (URSS).

Aceitam como vinculativos os seguintes documentos, que constituem os


Acordos de Paz para Angola: a) Acordo de Cessar-Fogo (incluindo os anexos I e II);
b) Princípios fundamentais para o estabelecimento da paz em Angola (incluindo
o anexo relativo à Comissão Militar Mista);

c) Conceitos para a resolução de questões pendentes entre o Governo da


República Popular de Angola e a UNITA;

d) O Protocolo do Estoril.

Estes acordos de paz foram rubricados em 1 de Maio de 1991 pelos respectivos


líderes das delegações e subsequentemente aprovados pelo GRPA e da UNITA (como é
atestado pela comunicação endereçada ao Primeiro-Ministro de Portugal não depois da
meia-noite de 15 de Maio de 1991, que ocasionou a suspensão de facto das hostilidades
em Angola a partir dessa data) e entrarão em vigor imediatamente após a sua
assinatura.[Assinaturas] Presidente da República Popular de Angola Presidente da
União Nacional para a Independência Total de Angola.

Acordo de Cessar-Fogo

A definição e princípios caracterizam o cessar-fogo como a cessação de


hostilidades entre o GRPA e a UNITA, com o fim de alcançar a paz em todo o território
nacional. Indicam que o cessar-fogo deve ser total e definitivo em todo o território
nacional, e que tem de garantir a livre circulação de pessoas e bens. A supervisão geral
do cessar-fogo será da responsabilidade do GRPA e da UNITA, no quadro da Comissão
Conjunta Político-Militar (CCPM), criada de acordo com o anexo aos Princípios
Fundamentais para o Estabelecimento da Paz em Angola. A ONU será convidada a
enviar monitores para apoiarem as partes angolanas, a pedido do GRPA.

O cessar-fogo inclui a cessação de toda a propaganda hostil por parte dos


partidos, a nível doméstico e internacional, e obriga os partidos a absterem-se de
adquirir equipamento letal. O compromisso dos EUA e da URSS em não fornecerem
equipamento letal a qualquer das partes angolanas, e em encorajarem outros países a
agirem de forma semelhante, fica registado.

A secção sobre a entrada em vigor do cessar-fogo indica que é necessária a


estrita observância dos compromissos assumidos pelas partes, assim como das decisões
tomadas pelos órgãos com autoridade para verificar e fiscalizar o cessar-fogo. Entre as
questões abordadas estão os abastecimentos logísticos de materiais não letais, a
libertação de todos os prisioneiros civis e militares detidos em consequência do conflito
(com verificação do Comité Internacional da Cruz Vermelha), e a aplicação do cessar-
fogo a todas as forças estrangeiras presentes em território angolano. A secção enumera
todas as actividades a cessar. A não observância de qualquer uma das disposições acima
estabelecidas constitui uma violação do cessar-fogo, sem prejuízo das decisões tomadas
pelos grupos de verificação e fiscalização.

Será criada uma Comissão Mista de Verificação e fiscalização (CMVF) antes da


entrada em vigor do cessar-fogo. A sua composição está indicada, e fica determinado
que a CMVF reportará à CCPM. Terá autoridade para criar os grupos de supervisão
necessários para a completa observância do cessar-fogo. Tais grupos serão subordinados
à CMVF. É tratada a criação e composição dos grupos de monitorização, e são
fornecidos alguns detalhes sobre o monitorização dos grupos pela ONU.
Os órgãos e mecanismos criados para verificar e fiscalizar o cessar-fogo
deixaram de existir no final do cessar-fogo. No anexo I são delineadas outras
disposições relacionadas com a verificação e fiscalização do cessar-fogo.

Quanto à regulação das medidas de verificação e fiscalização, é declarado que


a CMVF terá a autoridade necessária para garantir uma observância eficaz do cessar-
fogo, e são enumerados os seus deveres específicos. A CMVF decidirá sobre os seus
próprios regulamentos, tem também autoridade para definir as funções e aprovar os
regulamentos de quaisquer grupos de monitorização que criar. Os grupos de
monitorização acompanhamento farão verificações "no local" à observância do cessar-
fogo, para impedir, verificar e investigar possíveis violações.

O calendário do cessar-fogo (mais detalhado no anexo II) fornece as datas de


acontecimentos chave, incluindo da rubrica do Acordo, da suspensão de facto das
hostilidades, da assinatura e entrada em vigor do cessar-fogo, da criação dos grupos de
monitorização, da instalação do sistema de verificação da ONU, e dos movimentos de
forças para as áreas de agrupamento. Na data das eleições, o processo de cessar fogo
estará terminado e os órgãos de verificação e fiscalização serão extintos.

Anexo I: Verificação e fiscalização do cessar-fogo

O anexo I especifica as disposições referentes à verificação e fiscalização do


cessar-fogo acordadas pelas partes.

O mandato e os regulamentos da Comissão Mista de Verificação e


fiscalização (CMVF) estabelecem que a CMVF é responsável pela implementação e
funcionamento dos mecanismos de verificação do cessar-fogo. São detalhadas as suas
responsabilidades específicas. A composição, localização e linhas orientadoras da
CMVF são indicadas, assim como a frequência das suas reuniões, que serão presididas
alternadamente pelo GRPA e a UNITA. As decisões da CMVF, vinculativas por
natureza, serão tomadas por consenso entre as partes. No caso de a CMVF não chegar a
uma decisão, ou de a CCPM rejeitar essa decisão, a decisão final caberá a este último
órgão.

São fornecidos detalhes sobre o sistema de verificação e fiscalização. O


monitorização do cessar-fogo no local é assegurado pelo GRPA e pela UNITA, através
de grupos de monitorização subordinados à CMVF e compostos por 8 a 12 indivíduos
de cada parte, de acordo com o Apêndice 1, Sistema de Monitorização, Gráficos
Organizacionais.

A localização dos grupos está referida no Apêndice 2, Zonas de Agrupamento


(listando as 27 zonas de agrupamento para as tropas do GRPA e as 23 zonas para as
tropas da UNITA) e no Apêndice 3, Aeroportos e Portos (listando 32 aeroportos e 22
portos). A ligação entre a CMVF e os grupos de monitorização é garantida por grupos
de monitorização regionais, de seis regiões e sub-regiões especificadas. Funcionários da
ONU verificarão se os grupos de monitorização estão a assumir as suas
responsabilidades. São fornecidos mais detalhes sobre o seu papel, a responsabilidade
pela sua segurança e o apoio que requerem.
São estipuladas as disposições para as zonas de aquartelamento. Entre elas,
que todas as forças armadas estejam acantonadas 60 dias após a entrada em vigor do
cessar-fogo, nas áreas especificadas no Apêndice 2. As forças de ambas as partes devem
respeitar na íntegra as regras de conduta contidas no Apêndice 4, Regras de Conduta
para as Tropas nas Zonas de Aquartelamento. As secções seguintes tratam das
disposições para os abastecimentos nas zonas de acantonamento de cada uma das partes,
e dos postos de controlo fronteiriço listados no Apêndice 5, Postos Fronteiriços
(listando 37 postos).

As forças paramilitares ou militarizadas de ambas as partes já deverão ter


sido desmobilizadas ou integradas nas respectivas forças militares regulares, na altura
em que o cessar-fogo entre vigor, o que será verificado pela CMVF. Outras secções
tratam da troca de informação militar listada no Apêndice 6, Informação Militar a ser
trocada entre o GRPA e a UNITA (em que são listados pontos relativos à informação
militar, sob os títulos Pessoal, Equipamento e Armamento, e Outros) e das investigações
sobre a existência de arsenais de armas químicas.

Anexo II: Sequência de Tarefas nas Diferentes Fases do Cessar-Fogo

O Anexo detalha o Calendário descrito no acordo, segundo as seguintes fases:


Fase Preliminar (1 a 15 de Maio de 1991); 1ª Fase (15 – 29/31 de Maio de 1991,
assinatura e entrada em vigor do acordo); 2ª Fase (31 de Maio – 30 de Junho de 1991,
implementação do sistema de monitorização); 3ª Fase (1 de Julho – 1 de Agosto de
1991, transferência de forças); 4ª Fase (1 de Agosto de 1991 – data das eleições,
verificação e fiscalização do acordo).

Princípios Fundamentais para o Estabelecimento da Paz em Angola

Ponto 1: O reconhecimento pela UNITA do Estado Angolano, do Presidente


José Eduardo dos Santos e do Governo Angolano, até serem realizadas eleições gerais.

Ponto 2: No momento em que cessar-fogo entrar em vigor, a UNITA adquirirá o


direito a realizar e participar livremente em actividades políticas, de acordo com a
Constituição revista e leis pertinentes relativas à criação de uma democracia
multipartidária.

Ponto 3: O GRPA realizará conversações com todas as forças políticas, para


escutar as suas opiniões quanto às alterações propostas à Constituição. Depois, o GRPA
trabalhará com todos os partidos para criar as leis que regularão o processo eleitoral.

Ponto 4: Irão realizar-se eleições livres e justas, após um recenseamento


eleitoral conduzido sob a supervisão de observadores eleitorais internacionais, que
permanecerão em Angola até certificarem que as eleições foram livres e justas e até os
resultados terem sido anunciados oficialmente. Na altura da assinatura do cessar-fogo,
as partes determinarão o período dentro do qual deverão ser realizadas eleições livres e
justas. A data exacta das referidas eleições será estabelecida através de consulta a todas
as forças políticas de Angola.

Ponto 5: Respeito pelos direitos humanos e liberdades básicas, incluindo o


direito de livre associação.
Ponto 6: O processo de criação do Exército Nacional começará quando o cessar-
fogo entrar em vigor, e terminará em data a acordar entre o GRPA e a UNITA. A
neutralidade do Exército Nacional durante o processo eleitoral será garantida pelas
partes angolanas, no quadro da CCPM, com o apoio do grupo de monitorização
internacional.

Ponto 7: Proclamação e entrada em vigor do cessar-fogo em todo o território


angolano, em conformidade com o acordo a ser concluído a este respeito entre o GRPA
e a UNITA.

Anexo

O anexo contém o acordo entre as partes para formarem a CCPM, na altura da


assinatura dos Princípios fundamentais para o estabelecimento da paz em Angola. A
composição, tarefas e autoridade da CCPM são indicadas. A CCPM deverá assegurar
que os acordos de paz são aplicados, e tomar a decisão final sobre possíveis violações
desses acordos. Deverá ter a autoridade necessária para aprovar todas as regras relativas
ao seu funcionamento, particularmente quanto aos seus regulamentos internos. As suas
decisões serão tomadas por consenso entre o GRPA e a UNITA.

Adenda III: Conceitos para a resolução de questões pendentes entre o Governo da


República Popular de Angola e a UNITA

1. No momento em que cessar-fogo entrar em vigor, a UNITA adquirirá o direito


a realizar e participar livremente em actividades políticas, de acordo com a Constituição
revista e leis pertinentes relativas à criação de uma democracia multipartidária. Na
altura da assinatura do cessar fogo, as partes determinarão o período dentro do qual
deverão ser realizadas eleições livres e justas. A data exacta das referidas eleições será
estabelecida através de consulta a todas as forças políticas de Angola.

2. O GRPA realizará conversações com todas as forças políticas, para escutar as


suas opiniões quanto às alterações propostas à Constituição. Depois, o GRPA trabalhará
com todos os partidos para criar as leis que regularão o processo eleitoral.

3. O acordo de cessar-fogo obrigará as partes a deixarem de receber material


letal. Os EUA, a URSS e todos os outros países apoiarão a implementação do cessar-
fogo e deixarão de fornecer material letal a qualquer uma das partes angolanas.

4. A supervisão política geral do processo de cessar-fogo será da


responsabilidade das partes angolanas, no quadro da CCPM. A verificação do cessar-
fogo será da responsabilidade do grupo internacional de monitorização. A ONU será
convidada a enviar monitores para apoiarem as partes angolanas, a pedido do GRPA. Os
governos que enviarão monitores serão escolhidos pelas partes angolanas, no quadro da
CCPM.

5. O processo de criação do Exército Nacional começará quando o cessar-fogo


entrar em vigor, e terminará na data das eleições. A neutralidade do Exército Nacional
durante o processo eleitoral será garantida pelas partes angolanas, no quadro da CCPM,
com o apoio do grupo de monitorização internacional. As partes angolanas reservam
para negociações posteriores as discussões sobre a ajuda internacional que possa ser
necessária para formar o Exército Nacional.

6. Irão realizar-se eleições livres e justas para o novo Governo sob a supervisão
de observadores eleitorais internacionais, que permanecerão em Angola até certificarem
que as eleições foram livres e justas e até os resultados terem sido anunciados
oficialmente.

Adenda IV: Protocolo do Estoril

Eleições

É proclamado que serão realizadas eleições. Para o Presidente da República,


serão por sufrágio directo e secreto, através de um sistema de maioria, com o recurso a
uma segunda volta, se necessário. Para a Assembleia Nacional, serão por sufrágio
directo e secreto, através de um sistema de representação proporcional a nível nacional.
Um processo de consultas, envolvendo todas as forças políticas angolanas, determinará
se decorrerão em simultâneo, assim como a duração do período oficial de campanha
eleitoral. Uma opinião técnica (não vinculadora das partes) sobre a sua duração
desejável será obtida de um organismo internacional especializado, como a ONU. A
votação será secreta e serão tomadas medidas especiais para aqueles que não sabem ler
ou escrever. Estas medidas serão incluídas na lei eleitoral, a ser criada após o cessar-
fogo, depois de um processo de consultas entre o GRPA e todas as forças políticas
angolanas.

Todos os partidos políticos e pessoas interessados terão oportunidade de se organizarem


e de participarem no processo eleitoral em pé de igualdade, independentemente das suas
posições políticas. A liberdade total de expressão e associação, e o acesso aos meios de
comunicação, serão garantidos.

As partes aceitaram a proposta tripartida das delegações de Portugal, EUA e URSS,


para que as eleições se realizem entre 1 de Setembro e 30 de Novembro de 1992. As
partes concordaram que a seguinte declaração tripartida deverá ser levada em
consideração na discussão da data exacta: "Considerando as dificuldades logísticas na
organização do processo eleitoral, especificamente a conveniência de as eleições se
realizarem na época seca, e a necessidade de reduzir os altos custos que a comunidade
internacional terá de despender com o monitorização do cessar-fogo, as delegações de
Portugal, Estados Unidos e União Soviética, recomendam vivamente que as eleições se
realizem durante a primeira parte do período sugerido, preferivelmente entre 1 de
Setembro e 1 de Outubro de 1992."

Comissão Conjunta Político-Militar (CCPM)

Quanto à CCPM, o documento assinala que, segundo os Conceitos para a


resolução de questões pendentes entre o GPRA e a UNITA e o anexo aos Princípios
fundamentais para o estabelecimento da paz em Angola, a missão da CCPM é a
supervisão política geral do processo de cessar fogo.

Terá o dever de assegurar que os acordos de paz são aplicados, e tomar a decisão
final sobre possíveis violações desses acordos. As suas decisões serão tomadas por
consenso entre o GRPA e a UNITA, após escutada a opinião dos observadores. A
CCPM não visa substituir o GRPA e o seu mandato termina na data em que o governo
eleito tomar posse. As tarefas para as quais a CCPM se deverá estruturar são listadas, a
composição da CCPM é estipulada, e é indicado que as suas reuniões deverão ser
presididas alternadamente pelo GRPA e pela UNITA, sem prejuízo para o princípio do
consenso no processo de tomada de decisão. São fornecidos detalhes relativos ao apoio
de conselheiros, e às responsabilidades da CCPM quanto a regulamentos internos e
orçamento.

Princípios relativos ao problema da segurança interna durante o período entre a


entrada em vigor do cessar-fogo e a realização de eleições.

É indicado que todos os angolanos terão o direito a conduzir e realizar


actividades políticas sem sofrerem intimidações, de acordo com a Constituição revista e
as leis pertinentes relativas à criação de uma democracia multipartidária, e com as
disposições dos Acordos de Paz. São criadas medidas para verificar e fiscalizar a
neutralidade da polícia, através de equipas de monitorização, e é especificada a
composição, mandato, e quantidade proposta por província das equipas. As equipas de
monitorização estão subordinadas à CCPM, e devem fornecer relatórios das suas
actividades a esse organismo.

Em conformidade com o convite do Governo, a UNITA participará na força


policial responsável pela manutenção da ordem pública. São dadas garantias quanto à
disponibilidade de vagas e de formação para os recrutas da UNITA. A UNITA será
responsável pela segurança pessoal das suas altas chefias, e o GRPA concederá estatuto
policial aos membros da UNITA encarregados de garantir essa segurança.

Direitos políticos a serem exercidos pela UNITA após o cessar-fogo

De acordo com as disposições contidas nos Conceitos para a resolução de


questões pendentes entre o GPRA e a UNITA, na altura da entrada em vigor do cessar-
fogo, a UNITA adquirirá o direito a conduzir e participar livremente em actividades
políticas, de acordo com a Constituição revista e as leis pertinentes relativas à criação de
uma democracia multipartidária. Incluindo especificamente: liberdade de expressão, o
direito a apresentar, publicar e debater livremente o seu programa político, o direito a
recrutar e angariar membros, o direito a organizar reuniões e manifestações, o direito de
acesso à comunicação social do estado, o direito à liberdade de movimentos e segurança
pessoal dos seus membros, o direito a apresentar candidatos às eleições, e o direito de
abrir sedes e gabinetes de representação em qualquer parte de Angola. Sem prejuízo
para estas estipulações, que permitem à UNITA o exercício imediato desses direitos, a
UNITA deve, após a entrada em vigor do cessar-fogo, satisfazer os requisitos formais
para o seu registo como partido político, em conformidade com a Lei dos Partidos
Políticos.

Estruturas administrativas

Ambas as partes aceitam o princípio da extensão da Administração Central às


zonas de Angola que presentemente se encontram fora do alcance da sua autoridade.
Ambas as partes reconhecem que essa extensão não deve ser feita abruptamente ou
colocar em perigo a livre circulação de pessoas e bens, as actividades das forças
políticas, e a execução das tarefas relacionadas com o processo eleitoral. Ambas as
partes concordam em deixar para data posterior o estudo da implementação dessa
extensão, que será efectuada no quadro da CCPM por equipas competentes, compostas
por representantes do GRPA e da UNITA.

Criação das Forças Armadas Angolanas

Quanto à Identificação e Princípios Gerais, as partes concordam que serão


criadas as Forças Armadas Angolanas (FAA). A missão global das FAA é definida
como a defesa e salvaguarda da independência e da integridade territorial. A
composição das FAA será constituída exclusivamente por cidadãos angolanos, e a sua
estrutura organizacional será unitária. Terá uma composição, estrutura de alto comando,
tropas, mecanismos e equipamento, determinados de acordo com ameaças externas
previsíveis e as condições socio-económicas do país.

As FAA são não partidárias e obedecem aos órgãos de soberania competentes,


no âmbito do princípio de subordinação à autoridade política, e comprometem-se
publicamente a respeitar a Constituição e outras leis da República. Os militares em
serviço activo terão o direito de voto, mas não poderão usar as suas funções ou as
unidades estruturais das FAA para interferirem em quaisquer outras actividades de
política partidária ou sindicais.

O processo de criação das FAA deverá começar com a entrada em vigor do


cessar-fogo e deverá terminar na data das eleições, devendo evoluir em simultâneo com
o aquartelamento, desarmamento, e integração na vida civil das tropas desmobilizadas.
O recrutamento das FAA durante o período anterior às eleições deverá decorrer de
acordo com o princípio da livre vontade, a partir das fileiras das FAPLA e FALA. É
obrigatório que todo o pessoal militar incorporado nas FAA antes da data das eleições
frequente cursos de formação profissional, com vista a alcançar uma unificação em
termos de doutrina e métodos, que conduza ao desenvolvimento de um esprit de corps
essencial.

Na altura em que forem realizadas as eleições, apenas deverão existir as FAA,


não poderão existir quaisquer outras tropas. Todos os membros das presentes forças
armadas de cada uma das partes, que não se incorporem nas FAA, deverão ser
desmobilizados antes da realização de eleições. Adicionalmente, são dadas garantias
quanto à neutralidade das forças armadas durante o período anterior à realização de
eleições, aos direitos individuais do pessoal militar e à salvaguarda das unidades criadas
durante esse período.

Em Poderio das Tropas, são especificados os números de tropas do Exército,


Força Aérea e Marinha, e é acordado que cada uma das partes fornecerá ao Exército
20.000 homens (15.000 soldados, 3.000 sargentos e 2.000 oficiais). As primeiras tropas
atribuídas à Força Aérea e à Marinha deverão ser fornecidas pelos ramos respectivos
das FAPLA, tendo em conta que as FALA não possuem tais unidades.

Assim que começar o processo de formação das FAA, a UNITA poderá


participar na Força Aérea e Marinha, em termos a ser definidos no âmbito da CCFA.
Entre várias outras disposições criadas em relação à Força Aérea e Marinha, constam as
que definem que elas deverão estar sujeitas a verificação e fiscalização, e deverão estar
subordinadas ao Alto Comando das FAA.

Em Estruturas de Comando das FAA, são fornecidos princípios gerais que


indicam que a CCFA, subordinada à CCPM, deverá ser criada especificamente para
dirigir o processo de criação das FAA. São criadas disposições que asseguram a
natureza não partidária da Estrutura de Comando das FAA, como está descrito no
anexo. As nomeações para o Alto Comando e para os comandos dos três ramos das
FAA serão propostas pela CCFA, e aprovadas pela CCPM. A CCFA constitui o órgão
de transição, até à data das eleições, entre as estruturas político-militares e a estrutura
das FAA. São fornecidos mais detalhes quanto à sua composição e funções. As últimas
incluem, entre outras, a proposta de critérios para a selecção de pessoal das FAPLA e
FALA, com vista à criação das FAA, e a proposta dos nomes dos principais oficiais
comandantes das FAA.

São indicadas a missão global e a composição do Alto Comando das FAA, assim
como os princípios para estruturação do Comando do Exército das FAA e a criação da
Força Aérea e Marinha (os detalhes serão publicados em directivas a emitir pela
CCFA). É tratada a criação e funcionamento de um Comando Logístico e de Infra-
Estruturas, e as suas responsabilidades particulares. A estrutura de comando e as
unidades do seu Estado-Maior são mais detalhadas.

O calendário para o processo de criação das FAA é descrito em cinco fases.


Imediatamente após a nomeação de cada comando, deverão ser organizados os
respectivos Estados-Maiores. Assistência Técnica de Países Estrangeiros. As partes
informarão o Governo Português, nunca depois da data de notificação da aceitação dos
acordos, sobre quais são os países que serão convidados a ajudar no processo de criação
das FAA.

Desmobilização. A acomodação das forças desmobilizadas constitui um


problema nacional, que deverá ser estudado conjuntamente pelas duas partes e
submetido à CCPM para análise e decisão. O mesmo tratamento deverá ser dado ao
problema das pessoas que ficaram fisicamente incapacitadas devido à guerra.

Guerra civil

A Guerra Civil Angolana foi o confronto militar que ocorreu em Angola, de


1975 a 2002. Ela foi precedida pela Guerra de Independência de Angola, 1962 a 1974, e
pelo conflito armado em torno da descolonização, 1974/75, que levou à independência
do país em Novembro de 1975 - imediatamente seguida pela eclosão da Guerra Civil.
Tanto no conflito em torno da descolonização 1 2 como na Guerra Civil os principais
intervenientes foram oMPLA e a UNITA, enquanto a FNLA passou rapidamente para
um papel bastante apagado. Um quarto elemento, a FLEC, movimento separatista que
luta pela independência de Cabinda desde 1975 até meados de 2000, levou a cabo as
suas operações naquela província. A guerra foi travada em três períodos de grandes
combates intervalados por períodos de paz: 1975-1991, 1992-1994 e 1998-2002.
A guerra terminou oficialmente no ano 2002, com a morte de Jonas Savimbi. O
conflito resultou em cerca de 500 000 mortos 3 4 sendo umas das guerras mais
prolongadas da Guerra Fria. Tanto aUnião Soviética como os Estados Unidos
consideravam este conflito crítico para o equilíbrio de poderentre ambos.

As três principais facções envolvidas no conflito foram:

 Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), um partido com ligação


a Cuba e à União Soviética;
 Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) com ligações ao Zaire (hoje
República Democrática do Congo) e aos Estados Unidos;
 União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), liderada por
Jonas Savimbi, apoiada pelos Estados Unidos, pelo regime apartheid da África
do Sul e por diversos países africanos.

Acordos de paz

Dez anos acordo de paz: a difícil construção de uma nova Angola.

 o A difícil construção de uma nova Angola


 o “Uma paz sem voz não é paz, é medo”, diz Kamalata Numa
 o "Analfabetismo dificulta a distribuição da renda nacional", diz Norberto
Garcia do MPLA
 o “O país tem que fazer bola para a frente”, diz o rapper MCK de Angola
 o "Não considero que estamos a viver em paz", avalia José Patrocínio
 o "Os dez anos de paz revelaram a macrocefalia do poder em Angola", diz
Orlando Castro
 o "Eleições de 2008 e nova Constituição são grandes conquistas", diz
analista político Markus Weimer
 o "Angola precisa libertar-se da dependência do petróleo", diz Justino Pinto
de Andrade
 o Oliver Dalichau denuncia condições "desumanas" na exploração de
diamantes em Angola
 o É “impossível” fazer a desminagem total em Angola

Angola viveu décadas da sua história em guerra – de 1961 a 1974 contra o poder
colonial português e a partir de 1975 uma guerra civil. Em 2002, a guerra chegou ao
fim. Qual é o balanço após dez anos de paz?

No dia 4 de Abril de 2002 foi assinado o acordo de paz entre o governo do


MPLA – Movimento Popular de Libertação de Angola – e a UNITA – União Nacional
para a Independência Total de Angola –, as duas formações políticas que mais
influência tinham e têm no país.

Os dois partidos pousaram as armas e puseram, assim, um ponto final a 27 anos


de guerra civil. Uma guerra que provocou a fuga de muitos angolanos para outros
países. Segundo dados do ACNUR, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os
Refugiados , mais de 600 mil refugiaram-se no estrangeiro e cerca de 4 milhões
dispersaram-se pelas regiões do próprio país. Assim, um terço da população do país
procurou refúgio fora ou dentro de Angola.

Como tudo começou

A guerra começou com a luta contra o poder colonial. Em 1961 vários grupos
iniciaram a luta contra o colonialismo português.

Uma patrulha de soldados portugueses, incluindo alguns de origem africana, em


Angola no ano de 1961

O MPLA, apoiado pela União Soviética e por Cuba, foi um desses grupos, assim
como a UNITA que, inicialmente, teve o apoio da China, e a FNLA, que teve o apoio de
Mobuto Sese Seko, na altura presidente do então Zaire.

No entanto, depois da independência, o líder da UNITA, Jonas Savimbi, aliou-se


à África do Sul e aos Estados Unidos da América. A guerra em Angola já não era só dos
angolanos. O ocidente e o leste alastravam as suas ideologias através do apoio que
davam a vários países em África. A "Guerra Fria" tornou-se uma "Guerra Quente" em
Angola.

Paz falhada – Bicesse e Lusaka

Em 1991 a UNITA e o governo do MPLA assinam os acordos de Bicesse, uma


localidade no Concelho de Cascais na região de Lisboa.

Em 1992 são realizadas as primeiras eleições presidenciais. O candidato do


MPLA, José Eduardo dos Santos, saiu vencedor, embora sem maioria absoluta.

Porém, Jonas Savimbi, o líder da UNITA, acabou por não aceitar o resultado e
assim nunca teve lugar a segunda volta entre os dois.

A seguir a um ataque das forças do governo contra apoiantes da UNITA e do


FNLA em finais de outubro de 1992, o chamado "massacre de Halloween", o país
entrou novamente em guerra.

Mais um protocolo de paz é assinado em Lusaka, na Zâmbia, em 1994. Mais um


fracasso – a guerra continuou.

O presidente da Zâmbia, Frederick Chiluba (no meio), com José Eduardo dos
Santos (esq.) e Jonas Savimbi (dir.) no dia 15 de novembro de 1994, dia em que foi
assinado o Protocolo de Lusaka
Mas quando no dia 22 de fevereiro de 2002 Jonas Savimbi, considerado a pessoa
mais carismática da oposição em Angola, é morto pelos soldados governamentais no
leste de Angola, abre-se o caminho para a paz.

Conquistas da paz

Em fevereiro de 2002, Jonas Savimbi, considerado a pessoa mais carismática da


oposição em Angola, é morto pelos soldados governamentais no leste de Angola

A 4 de Abril de 2002 assinou-se o acordo da paz que dura até agora- 2012.
Quando a guerra acabou, Vitor Pedro, um homem que lutou ao lado da UNITA durante
17 anos, disse o seguinte: "O que nós queremos é mesmo a paz. A paz de todos os
angolanos para todo o povo viver bem comer bem e trabalhar bem". As palavras
poderiam ter saído da boca de qualquer outro angolano. O povo estava cansado de mais
de 40 anos de guerra.

O jovem rapper MCK, que é bastante crítico em relação à realidade no seu país,
acredita que "com o fim das hostilidades militares, a primeira grande vantagem, é que o
angolano deixou de morrer por razões injustificadas que era a guerra".

Enquanto o professor de economia da Universidade Católica de Luanda, Justino


Pinto de Andrade, valoriza outro aspecto ainda: "Hoje já circulamos dentro do País sem
grandes dificuldades. As estradas formam reconstruídas outras formam mesmo
construídas. E então os angolanos já podem circular pelas estradas o que era impossível
no passado".

Mas outras vozes pedem cautela em relação à paz em Angola. José Patrocínio,
da organização não-governamental OMUNGA em Benguela, diz: "Não considero que
nós estamos a viver em paz. Considero que estamos a viver 10 anos de calar das armas.
E talvez essa seja a maior conquista: as armas terem se calado e a guerra ter terminado,
mas é necessário continuar a construir-se a paz".

A retirada dos soldados cubanos permitiu avançar com a paz. Na foto: O general
cubano, Samuel Rodiles, o general brasileiro e chefe da missão de verificação da
retirada das tropas cubanas do território angolano da ONU, Péricles Ferreira Gomes, e o
general angolano Ciel da Conceição assinam um documento sobre a retirada no dia 10
de janeiro de 1989 no Aeroporto de Luanda

Passado presente

As conquistas dos 10 anos de paz em Angola são enumeradas com cautela agora
que se conhecem os desafios de uma convivência pacífica. As pessoas que lutaram as
guerras ainda vivem. Muitas feridas ainda estão por sarar. Até mesmo as minas, que
ainda se encontram no solo angolano, não deixam esquecer esse passado bélico.
José Patrocínio da OMUNGA acredita que a paz em Angola é frágil: "Não se fez
um processo de pacificação. Não se fez um processo de transição. Acredito que o
processo constituinte podia ser o processo de pacificação, de reunificação. Mas não foi
feito nesse sentido já que o resultado é este que nós estamos a ter agora". José
Patrocínio refere-se aos 32 anos de um governo que levou cidadãos às ruas para
mostrarem a sua insatisfação.

Jonas Malheiro Savimbi


Líder da UNITA
Mandato 1966 a 2002
Sucessor(a) Isaías Samakuva
Vida
Nascimento 3 de Agosto de 1934
Munhango, Moxico
Falecimento 22 de Fevereiro de 2002 (67 anos)
Lucusse, Moxico
Nacionalidade Angola
Partido UNITA

Jonas Malheiro Savimbi (Munhango, Moxico, 3 de Agosto de 1934 —


Lucusse, Moxico, 22 de Fevereiro de 2002) foi um político e guerrilheiro angolano e
líder da UNITA durante mais de trinta anos.

Tendo, em conjunturas diversas, tido o apoio dos governos dos Estados Unidos
da América, da República Popular da China, do regime do Apartheid da África do Sul,
de Israel, de vários líderes Africanos (Félix Houphouët-Boigny da Costa do
Marfim, Mobutu Sese Seko do Zaire, do rei Hassan II de Marrocos e Kenneth
Kaunda da Zâmbia) e mercenários de Portugal, Israel, África do Sul e França, Savimbi
passou grande parte de sua vida a lutar primeiro contra a ocupação colonial portuguesa
e, depois da independência de Angola, contra o governo Angolano que era apoiado, em
termos militares e outros, pela então União Soviética, porCuba e pela Nicarágua
Sandinista.

Nascimento e estudos

Savimbi nasceu a 3 de Agosto de 1934, em Munhango, uma pequena localidade


na província Moxico, de pais originários de Chilesso, na província Bié, pertencentes ao
grupo Bieno da etnia Ovimbundu6 . O pai de Savimbi era funcionário do Caminho de
Ferro de Benguela e também pastor da Igreja Evangélica Congregacional em Angola
(IECA). Jonas Savimbi passou a sua juventude em Chilesso, onde frequentou o ensino
primário e parte do ensino secundário em escolas da IECA. Como naquele tempo os
diplomas das escolas protestantes não eram reconhecidos, repetiu a parte secundária no
Huambo, numa escola católica mantida pela ordem dosMaristas. A seguir ganhou uma
bolsa de estudos providenciada pela IECA nos Estados Unidos da América para
concluir o ensino secundário e estudar medicina em Portugal. Em Lisboa concluiu de
facto o ensino secundário, com a excepção da matéria "Organização Política Nacional",
obrigatória durante o Salazarismo, não chegando por isso a iniciar os estudos
universitários. Entretanto tinha tomado contacto com um grupo de estudantes angolanos
que, em Lisboa, propagavam em segredo a descolonização e discutiam a fundação de
uma organização de luta anticolonialnota 1 . Perante a ameaça de uma repressão por
parte da PIDE, a polícia política do regime, Jonas Savimbi refugiou-se na Suíça,
valendo-se de contactos obtidos por intermédio da IECA que, inclusive, lhe conseguiu
uma segunda bolsa. Como a Suíça reconheceu os seus estudos secundários como
completos, iniciou os estudos em ciências sociais e políticas, em Lausana e Genebra,
obtendo provavelmente um diploma nestas matériasnota 2 . Savimbi aproveitou a sua
estadia na Suíça para aperfeiçoar o seu domínio do inglês e do francês, línguas que
chegou a falar fluentemente.

Trajectória política

No início dos anos 1960, Savimbi saiu da Suíça para juntar-se à Guerra de
Independência de Angola, entretanto iniciada pela UPA (posteriormente FNLA) e pelo
MPLA. Tentando primeiro, sem sucesso, obter uma posição de liderança no MPLA,
ingressou a seguir na FNLA que operava a partir de Kinshasa e onde passou a fazer
parte da direcção. Como a FNLA beneficiava na altura do apoio da China, Savimbi teve
naquele país uma formação militar adaptada a condições de guerrilha. Logo a seguir
saiu da FNLA para formar o seu próprio movimento, a UNITA. Este teve desde o início
como principal base social os Ovimbundu, a etnia de origem de Savimbi, e a mais
numerosa de Angola8 , em contraste com a FNLA, enraizada entre os Bakongo, e o
MPLA cuja base original eram os Ambundu bem como boa parte dos "mestiços"nota 3
e uma minoria da população portuguesa local, oposta ao regime colonial.

A UNITA desenvolveu entre 1966 e 1974 acções relativamente limitadas no


Leste de Angola9 , mas em contrapartida conseguiu uma significativa penetração
política clandestina entre os Ovimbundu, contando para o efeito com o apoio de boa
parte dos catequistas da IECA.
Papel no processo de descolonização

Na sequência da Revolução dos Cravos que derrubou a ditadura de Salazar,


Portugal anunciou em Abril de 1974 a sua intenção de abdicar das suas colónias. Em
Angola, os três movimentos anticoloniais iniciaram de imediato entre eles uma luta pela
conquista do poder. Embora a UNITA fosse à partida o movimento mais fraco, Jonas
Savimbi decidiu lançar-se na corrida, confiando na sua base social e nos seus apoios
externos.

Numa fase inicial, as forças da FNLA e da UNITA, apoiadas principalmente


pelo Zaire e pela África do Sul, obtiveram uma clara vantagem sobre o MPLA que teve
apenas um certo apoio da parte de militares portugueses "reconvertidos". A situação
mudou radicalmente quando Cuba decidiu intervir militarmente a favor do MPLA, com
o suporte logístico da União Soviética. Na data marcada para a independência, a 11 de
Novembro de 1975, o MPLA dominava a capital e a parte setentrional de Angola,
declarou a independência em Luanda sendo imediatamente reconhecido a nível
internacional10 .

Face a esta constelação, Jonas Savimbi fez uma aliança com a FNLA; juntos, os
dois movimentos declararam, na mesma data, a independência de Angola no Huambo e
formaram um governo alternativo com sede nesta cidade. Porém, as forças conjuntas do
MPLA e de Cuba conquistaram rapidamente a parte maior da metade austral de Angola.
O governo FNLA/UNITA, que não havia sido reconhecido por nenhum país, dissolveu-
se rapidamente. A FNLA retirou-se por completo do território angolano e desistiu de
qualquer oposição armada contra o MPLA. Em contrapartida, Jonas Savimbi decidiu
não abandonar a luta e, a partir de bases no Leste e Sudeste de Angola, começou de
imediato uma guerra de guerrilha contra do governo do MPLA - desencadeando assim
uma guerra civil que só terminaria com a sua morte.

Protagonista da Guerra Civil

Em 1992, aquando das primeiras eleições em Angola, Savimbi participou sendo


o seu partido, a UNITA, derrotado nas eleições legislativas. Ao não aceitar o resultado
das mesmas, optou novamente pelo caminho daguerra, perpetuando a guerra civil.
Quanto à eleição presidencial, a segunda volta não se realizou devido ao recomeço do
conflito armado.

Em 1994, a UNITA assinou os acordos de paz de Lusaca, depois de meses de


negociações, e aceitou desmobilizar as suas forças, com o objectivo de conseguir a
reconciliação nacional. O processo de paz prolongou-se durante quatro anos, marcado
por acusações e adiamentos. Nesse período, muitos membros da UNITA deslocaram-se
para Luanda e integraram o Governo de Unidade Nacional, no entanto dissidências
internas separaram o braço armado do braço politico surgindo dessa forma a UNITA
renovada, onde Jonas Savimbi não se sentia representado, rompendo com os acordos de
paz e retornando, novamente, ao caminho da guerra.
Morreu a 22 de Fevereiro de 2002, perto de Lucusse na província do Moxico,
após uma longa perseguição efectuada pelas Forças Armadas Angolanas.

Notas:

1. ↑ Este grupo incluía vários elementos que mais tarde viriam a fundar o
MPLA, inclusive António Agostinho Neto, o primeiro presidente da Angola
independente, e teve um certo apoio por parte do Partido Comunista Português, na
altura a militar na clandestinidade.

2. ↑ As fontes disponíveis são a este respeito contraditórias, e até à data não


é conhecida qualquer prova documental.

3. ↑ Termo até hoje usado em Angola para designar pessoas de


descendência mista negra e europeia. Comparável ao termo "pardo" hoje utilizado no
Brasil.

Dia dos Heróis Nacionais

Há 47 anos deu-se o maior levantamento popular, organizado contra o


colonialismo português, para reivindicar a independência de Angola, e, por conseguinte,
vários outros ganhos como trabalho dignificante e vida condigna para os angolanos.

Na madrugada de 4 de Fevereiro de 1961, um grupo de mulheres e homens,


munidos de paus, catanas e outras armas brancas, atacaram a casa de reclusão e a cadeia
de São Paulo para libertarem presos políticos.

Os preparativos da acção tiveram início em 1958, em Luanda, com a criação de


dois grupos clandestinos, um abrangendo os subúrbios e outro a zona urbana,
comandados por Paiva Domingos da Silva e Raúl Agostinho Deão.

A construção de um Estado unido, sem distinção de raças ou credo religioso


foram outros dos objectivos perseguidos pelos heróis do 4 de Fevereiro.

A acção inseriu-se também nos anseios da população e na necessidade de se


passar a formas de luta que correspondessem à rigidez da administração colonial. Para
tal valeu a colaboração do cônego Manuel das Neves e outros combatentes.

O papel do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) na preparação


e organização da "acção directa" já constava do anúncio feito pelo seu Comité Director
na conferência de Londres de Dezembro de 1960.

O 4 de Fevereiro de 19961 pode ser ainda considerado como um marco


importante da luta africana contra o colonialismo, numa tradição de resistência contra a
ocupação que vinha desde os povos de Kassanje, do Ndongo e do Planalto Central.

Os primeiros relatos de realce de resistência à ocupação colonial datam dos


seculos XVI e XVII (1559-1600 e 1625-1656), conduzidos por Ngola Kiluanji e Nzinga
Mbandi, esta soberana do Ndongo.
De lá para cá, a resistência anti-colonial vivenciada nos movimentos de
libertação e outros grupos de acção clandestina, passam a ter alcance de reivindicações
internacionalmente reconhecidas, conducentes, por exemplo, aos processos das
independências das colónias africanas.

Os acontecimentos de Fevereiro de 1961 traduziram-se assim numa sublime


expressão de nacionalismo, demonstrada pelos angolanos.

Primeira Guerra Mundial


Data 28 de Julho de 1914 a 11 de Novembro de 1918

Local Oceano Pacífico, Oceano Atlântico, Oceano Índico, Europa, África,


Oriente Médio e costas das América do Norte e do Sul

Desfecho Vitória dos Aliados:

 Fim dos impérios Alemão, Russo, Otomano e Austro-Húngaro


 Criação de novos países na Europa e no Oriente Médio
 Transferência das Colónias alemãs e das regiões do antigo Império Otomano
para outras potências
 Criação da Sociedade das Nações.

Combatentes

Aliados (Tríplice Entente):

 França
 Império Britânico
 África do Sul
 Austrália
 Canadá
 Índia britânica
 Terra Nova
 Nova Zelândia
 Rodésia do Sul
 Império Russo
 Reino de Itália
 Estados Unidos
 Sérvia
 Japão
 Bélgica
 Grécia
 Romênia
 Portugal
 Brasil
E outros impérios centrais (Tríplice Aliança):

 Alemanha
 Áustria - Hungria
 Bulgária
 Império Otomano

Principais líderes

 Raymond Poincaré
 Jorge V
 Nicolau II
 Woodrow Wilson
 Vítor Manuel III
 Sidónio Pais
 Venceslau Brás
 Guilherme II
 Francisco José I
 Conrad von Hötzendorf
 İsmail Enver
 Fernando I

Forças

42.959.850 Soldados

25.248.321 Soldados

Vítimas

Mortes militares: 5 milhões

Mortes civis: 6 milhões

Total: 11 milhões Mortes militares: 4 milhões

Mortes civis: 4 milhões

Total: 8 milhões

Primeira Guerra Mundial (também conhecida como Grande Guerra ou Guerra


das Guerras até o início da Segunda Guerra Mundial) foi uma guerra global centrada na
Europa, que começou em 28 de Julho de 1914 e durou até 11 de Novembro de 1918. O
conflito envolveu as grandes potências de todo o mundo, que organizaram-se em duas
alianças opostas: os Aliados (com base na Tríplice Entente entre Reino Unido, França
império Russo) e os Impérios Centrais (originalmente Tríplice Aliança entre Império
Alemão, Áustria - Hungria e Itália; mas como a Áustria-Hungria tinha tomado a
ofensiva contra o acordo, a Itália não entrou em guerra). Estas alianças reorganizaram-
se (a Itália lutou pelos Aliados) e expandiram-se em mais nações que entraram na
guerra. Em última análise, mais de 70 milhões de militares, incluindo 60 milhões de
europeus, foram mobilizados em uma das maiores guerras da história. Mais de 9
milhões de combatentes foram mortos, em grande parte por causa de avanços
tecnológicos que determinaram um crescimento enorme na letalidade de armas, mas
sem melhorias correspondentes em proteção ou mobilidade. Foi o sexto conflito mais
mortal na história da humanidade e que posteriormente abriu caminho para várias
mudanças políticas, como revoluções em muitas das nações envolvidas.

Entre as causas da guerra inclui-se as políticas imperialistas estrangeiras das


grandes potências da Europa, como o Império Alemão, o Império Austro-Húngaro, o
Império Otomano, o Império Russo, o Império Britânico, a Terceira República Francesa
e a Itália. Em 28 de julho de 1914, o assassinato do arquiduque Francisco Fernando da
Áustria, o herdeiro do trono da Áustria-Hungria, pelo nacionalista iugoslavo Gavrilo
Princip, emSarajevo, na Bósnia, foi o gatilho imediato da guerra, o que resultou em um
ultimato Habsburgo contra o Reino da Sérvia.7 8 Diversas alianças formadas ao longo
das décadas anteriores foram invocadas, assim, dentro de algumas semanas, as grandes
potências estavam em guerra; através de suas colônias, o conflito logo se espalhou ao
redor do planeta.

Em 28 de julho, o conflito iniciou-se com a invasão austro-húngara da Sérvia,9


10 seguida pela invasão alemã da Bélgica, Luxemburgo e França, e um ataque russo
contra a Alemanha. Depois da marcha alemã em Paris ter levado a um impasse, a Frente
Ocidental estabeleceu-se em uma batalha de atrito estático com uma linha de trincheiras
que pouco mudou até 1917. Na Frente Oriental, o exército russo lutou com sucesso
contra as forças austro-húngaras, mas foi forçado a recuar da Prússia Oriental e da
Polônia pelo exército alemão. Frentes de batalha adicionais abriram-se depois que o
Império Otomano entrou na guerra em 1914, Itália e Bulgária em 1915 e a Romênia em
1916. O Império Russo entrou em colapso em março de 1917 e a Rússia deixou a guerra
após a Revolução de Outubro, mais tarde naquele ano. Depois de uma ofensiva alemã
em 1918 ao longo da Frente Ocidental, os Aliados forçaram o recuo dos exércitos
alemães em uma série de ofensivas de sucesso e as forças dos Estados Unidos
começaram a entrar nas trincheiras. A Alemanha, que teve o seu próprio problema com
os revolucionários, neste ponto, concordou com um cessar-fogo em 11 de novembro de
1918, episódio mais tarde conhecido como Dia do Armistício. A guerra terminou com a
vitória dos Aliados.

Eventos nos conflitos locais eram tão tumultuados quanto nas grandes frentes de
batalha, e os participantes tentaram mobilizar a sua mão de obra e recursos econômicos
para lutar uma guerra total. Até o final da guerra, quatro grandes potências imperiais —
os impérios Alemão, Russo, Austro-Húngaro e Otomano — deixaram de existir. Os
estados sucessores dos dois primeiros perderam uma grande quantidade de seu
território, enquanto os dois últimos foram completamente desmontados. O mapa da
Europa central foi redesenhado em vários países menores.11 A Liga das Nações
(organização precursora das Nações Unidas) foi formada na esperança de evitar outro
conflito dessa magnitude. Há consenso de que o nacionalismo europeu provocado pela
guerra, a separação dos impérios, as repercussões da derrota da Alemanha e os
problemas com o Tratado de Versalhes foram fatores que contribuíram para o início da
Segunda Guerra Mundial.12

Causas da Primeira Guerra Mundial

No século XIX, as grandes potências europeias tinham percorrido um longo


caminho para manter o equilíbrio de poder em toda a Europa, resultando na existência
de uma complexa rede de alianças políticas e militares em todo o continente por volta
de 1900.3 Estes começaram em 1815, com a Santa Aliança entre Reino da Prússia,
Império Russo e Império Austríaco. Então, em outubro de 1873, o chanceler alemão
Otto von Bismarcknegociou a Liga dos Três Imperadores (em alemão: Dreikaiserbund)
entre os monarcas da Áustria-Hungria, Rússia e Alemanha. Este acordo falhou porque a
Áustria-Hungria e a Rússia tinham interesses conflitantes nosBálcãs, o que fez com que
a Alemanha e Áustria-Hungria formassem uma aliança em 1879, chamada de Aliança
Dua. Isto foi visto como uma forma de combater a influência russa nos Bálcãs,
enquanto o Império Otomano continuava a se enfraquecer.3 Em 1882, esta aliança foi
ampliada para incluir a Itália no que se tornou a Tríplice Aliança.13

Depois de 1870, um conflito europeu foi evitado em grande parte através de uma
rede de tratados cuidadosamente planejada entre o Império Alemão e o resto da Europa
e orquestrada por Bismarck. Ele trabalhou especialmente para manter a Rússia ao lado
da Alemanha, para evitar uma guerra de duas frentes com a França e a Rússia. Quando
Guilherme II subiu ao trono como imperador alemão (kaiser), Bismarck foi obrigado a
se aposentar e seu sistema de alianças foi gradualmente enfatizado. Por exemplo, o
kaiser se recusou a renovar o Tratado de Resseguro com a Rússia em 1890. Dois anos
mais tarde, a Aliança Franco-Russa foi assinada para contrabalançar a força da Tríplice
Aliança. Em 1904, o Reino Unido assinou uma série de acordos com a França, a
Entente Cordiale, e em 1907, o Reino Unido e a Rússia assinaram a Convenção Anglo-
Russa. Embora estes acordos não tenham aliado o Reino Unido com a França ou a
Rússia formalmente, eles fizeram a entrada britânica em qualquer conflito futuro
envolvendo a França ou a Rússia e o sistema de intertravamento dos acordos bilaterais
se tornou conhecido como a Tríplice Entente.

Segunda Guerra Mundial

Data 1 de Setembro de 1939 – 2 de Setembro de 1945

Local Europa, Pacífico, Atlântico, Sudeste Asiático, China, Oriente Médio,


Mediterrâneo, Norte da África e brevemente na América do Norte e do Sul.

Desfecho Vitória Aliada

 Dissolução do Terceiro Reich, do Império do Japão e do Império Italiano


 Criação da Organização das Nações Unidas (ONU)
 Estabelecimento dos Estados Unidos e da União Soviéticacomo superpotências
 Início da Guerra Fria
Aliados

 União Soviética
 Estados Unidos
 Reino Unido

Outros países

 França
 República da China
 Polônia
 Canadá
 Austrália
 Nova Zelândia
 Iugoslávia
 África do Sul
 Dinamarca
 Noruega
 Países Baixos
 Bélgica
 República Checa
 Grécia
 Brasil
 México

Estados fantoches

 Filipinas (1941 – 45)


 Mongólia (1941 – 45)

E outros

 Alemanha
 Império do Japão
 Itália

Outros países

 Roménia
 Hungria
 Bulgária

Co-intervenientes

 Finlândia
 Tailândia
 Reino do Iraque
Principais líderes

Líderes Aliados

 Winston Churchill
 Joseph Stalin
 Franklin Roosevelt

Líderes do Eixo

 Adolf Hitler
 Hirohito
 Benito Mussolini

Vítimas

Soldados: mais de 16 milhões

Civis: mais de 45 milhões

Total: mais de 61 milhões

Detalhes:

Soldados: mais de 8 milhões

Civis: mais de 4 milhões

Total: mais de 12 milhões

Causas

Segunda Guerra Mundial foi um conflito militar global que durou de 1939 a
1945, envolvendo a maioria das nações do mundo – incluindo todas as grandes
potências – organizadas em duas alianças militares opostas: os aliados e o Eixo. Foi a
guerra mais abrangente da história, com mais de 100 milhões de militares mobilizados.
Em estado de "guerra total", os principais envolvidos dedicaram toda sua capacidade
económica, industrial e científica a serviço dos esforços de guerra, deixando de lado a
distinção entre recursos civis e militares. Marcado por um número significante de
ataques contra civis, incluindo o Holocausto e a única vez em que armas nucleares
foram utilizadas em combate, foi o conflito mais letal da história da humanidade,
resultando entre 50 a mais de 70 milhões de mortes.1

Geralmente considera-se o ponto inicial da guerra como sendo a invasão da


Polônia pela Alemanha Nazista em 1 de setembro de 1939 e subsequentes declarações
de guerra contra a Alemanha pela França e pela maioria dos países do Império Britânico
e da Commonwealth. Alguns países já estavam em guerra nesta época, como Etiópia e
Reino de Itália na Segunda Guerra Ítalo-Etíope e China e Japão na Segunda Guerra
Sino-Japonesa.2 Muitos dos que não se envolveram inicialmente acabaram aderindo ao
conflito em resposta a eventos como a invasão da União Soviética pelos alemães e os
ataques japoneses contra as forças dos Estados Unidos no Pacífico em Pearl Harbor e
em colônias ultramarítimas britânicas, que resultou em declarações de guerra contra o
Japão pelos Estados Unidos, Países Baixos e o Commonwealth Britânico.3 4

A guerra terminou com a vitória dos Aliados em 1945, alterando


significativamente o alinhamento político e a estrutura social mundial. Enquanto a
Organização das Nações Unidas (ONU) era estabelecida para estimular a cooperação
global e evitar futuros conflitos, a União Soviética e os Estados Unidos emergiam como
superpotências rivais, preparando o terreno para uma Guerra Fria que se estenderia
pelos próximos quarenta e seis anos. Nesse ínterim, a aceitação do princípio de
autodeterminação acelerou movimentos de descolonização na Ásia e na África,
enquanto a Europa ocidental dava início a um movimento de recuperação econômica
eintegração política.

Forças Armadas Angolanas

As Forças Armadas Angolanas ou FAA é a designação dada à junção dos vários


ramos da instituição militar de Angola. A sua fundação, nos moldes que conhecemos
hoje em dia remontam ao ano de 1991, tempo cronológico em que foram fundadas. Elas
vieram, assim, suceder às antigas Forças Armadas Populares de Libertação de Angola
(FAPLA). O Chefe do Estado Maior General das FAA é o General de Exército Geraldo
Sachipengo Nunda, um ex-comandante da UNITA, ocupando desde 2010 esse cargo.
Os investimentos que as FAA têm hoje em dia, em muito se deve às grandes receitas
petrolíferas de Angola. Estes investimentos têm-lhe permitido actualizar os
equipamentos militares do país, nos últimos anos. Nas suas fileiras servem 130500
soldados, segundo dados de 2007. Quanto a gastos, esses cifram-se na ordem dos 1 650
milhões de dólares USD.

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