Você está na página 1de 11

REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
LICEU NZINGA MBANDE

A FUNDAÇÃO DA COLÔNIA
“OS IMBANGALAS”

GRUPO Nº: 02
CLASSE: 10ª
TURMA: A
PERÍODO: MANHÃ
PROFESSORA: ANABELA KIDIACA

TRABALHO AVALIATIVO A SER


APRESENTADO NA DISCIPLINA DE
HISTÓRIA, CURSO DE CIÊNCIAS
HUMANAS.

CANGANDALA, MAIO DE 2023


REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
LICEU NZINGA MBANDE

A FUNDAÇÃO DA COLÔNIA
“OS IMBANGALAS”

GRUPO Nº: 02

MEMBROS DO GRUPO:

 Pedro C. Muquixi;
 Adelaide C. C. Waya;
 Gaspar M. Victorino;
 Júlio S. Céu.

PROFESSORA: ANABELA KIDIACA

CANGANDALA, MAIO DE 2023

ii
ÍNDICE

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................4
A FUNDAÇÃO DA COLÔNIA...........................................................................................5
2.1. Os Imbangalas.....................................................................................................6
2.1.1. Historia..........................................................................................................6
2.1.2. Costumes......................................................................................................8
3. CONCLUSÃO............................................................................................................10
2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................11

iii
1 INTRODUÇÃO

No processo de formação da Colónia Portuguesa em Angola, no século XVII, muitas


guerras foram travadas para aumentar os fluxos do tráfico negreiro. Rainha Ginga,
Nzinga Mbandi, é a líder da resistência do povo do Ndongo, que estava sendo
ameaçado pelos avanços Europeus, ao mesmo tempo em que bandos de guerreiros
nômades destruíam a produção tradicional dos Mbundo. Estes bandos eram os
Kilombos Imbangalas, os Jagas que as fontes descreveram como canibais e selvagens.
Os Imbangalas desempenharam um papel ambíguo e central nas guerras angolanas,
atuando tanto como mercenários para a captura de escravos, como guerreiros
subordinados a Rainha Ginga em sua luta contra a invasão portuguesa.

4
2. A FUNDAÇÃO DA COLÔNIA

Em 1484 os portugueses atracaram no Zaire, sob o comando do navegador Diogo Cão,


a partir deste marco os portugueses passaram a conquistar não apenas Angola, mas
África. Já instalada a primeira grande unidade política do território, passaria à história
como Reino do Congo, os portugueses estabeleceram aliança. A Colónia portuguesa
de Angola formou- se em 1575 com a chegada de Paulo Dias de Novais com 100
famílias de colonos e 400 soldados. Paulo Dias de Novais foi o primeiro governador
português a chegar a Angola, que tinha como principais acções explorar os recursos
naturais e promover o tráfico negreiro (escravatura) formando um mercado extenso.

A partir de 1764, de uma sociedade esclavagista, passou-se gradualmente a uma


sociedade preocupada em produzir o que consumia. Em 1850, Luanda já era uma
grande cidade, repleta de firmas comerciais e que exportava conjuntamente com
Benguela, óleos de palma e amendoim, cera, goma copal, madeiras, marfim, algodão,
café e cacau, entre outros produtos. Milho, tabaco, carne seca e farinha de mandioca
começariam igualmente a ser produzidos localmente. Estava a nascer a burguesia
angolana.

Entretanto, em 1836, o tráfico de escravos era abolido e em 1844, os portos de Angola


seriam abertos aos navios estrangeiros. Com a conferência de Berlim, Portugal viu-se
na obrigação de efectivar de imediato a ocupação territorial das suas Colónias. O
território de Cabinda, a norte do rio Zaire, seria também conferido a Portugal, graças à
legitimidade do Tratado de Protectorato de Simulambuko, assinado entre os reis de
Portugal e os príncipes de Cabinda, em 1885. Depois de uma implantação morosa e
complicada, o final do século XIX marcaria a organização de uma administração
colonial directamente relacionada com o território e os povos a governar. Na economia,
a estratégia colonial assentava na agricultura e na exportação de matérias-primas. O
comércio da borracha e do marfim, acrescido pela receita dos impostos tomados às
populações, gerava grandes rendimentos para Lisboa.

O fim da monarquia em Portugal em 1910 e uma conjuntura internacional favorável


levariam as novas reformas ao domínio administrativo, agrário e educativo. No plano
5
económico, inicia-se a exploração intensiva de diamantes. A DIAMANG (Companhia de
Diamantes de Angola) é fundada em 1921, embora operasse desde 1916 na região de
Luanda. Com o Estado que se pretende extensivo à Colónia, Angola passa a ser mais
uma das províncias de Portugal (Província Ultramarina). A situação vigente, era
aparentemente tranquila. No segundo cartel do século XX, esta tranquilidade seria
posta em causa com o aparecimento dos primeiros movimentos nacionalistas. Inicia-se
a formação de organizações políticas mais explícitas a partir da década de 50 que, de
uma forma organizada iam fazendo ouvir os seus gritos. Promovem campanhas
diplomáticas no mundo inteiro, pugnando pela independência. O Poder Colonial, não
cederia, no entanto, às propostas das forças nacionalistas, provocando o desencadear
de conflitos armados directos, a “Luta Armada”. Destacaram-se na “Luta”, o MPLA
(Movimento Popular para a Libertação de Angola) fundado em 1956, a FNLA (Frente
Nacional para a Libertação de Angola) que se revelou em 1961 e a UNITA (União
Nacional para a Independência Total de Angola) que foi fundada em 1966. Depois de
longos anos de confrontos o País alcança a independência a 11 de Novembro de 1975. 

2.1. Os Imbangalas

Os imbangalas, mbangalas ou jagas-imbangalas são um povo que habita Angola.


Constituem provavelmente um subgrupo dos jagas, invasores da região
de Cassange nos séculos XVI e XVII.

2.1.1. Historia
Os imbangalas são, possivelmente, originários da África Central. Invadiram o atual
território angolano no início do século XVII. Estabeleceram-se na Baixa de Cassange,
ou seja, entre os rios Cuango e Cuanza.

Suas origens ainda são controversas. Geralmente estão incluídos entre os jagas, que
atacaram o reino do Congo durante o reinado de Álvaro I.

Na década de 1960, foi estabelecido que as tradições orais do reino Lunda sugerem


que ambos os jagas citados acima se originaram no reino Lunda e de lá saíram durante

6
o século XVII. Outra teoria sugere que os imbangalas se originaram no Planalto Central
de Angola ou na região litorânea subjacente.

O primeiro registro escrito sobre os imbangalas foi feito pelo navegante inglês Andrew
Battell, que viveu com eles por dezesseis meses por volta de 1600-1601. O relato
localiza os imbangalas no litoral e no planalto angolanos, ao sul do rio Cuanza. Os
líderes imbangalas teriam dito a Battell que eles teriam vindo de um lugar chamado
Elembê. A história de Battell foi publicada por Samuel Purchas parcialmente em 1614 e
integralmente em 1625. Os portugueses se interessaram pelos imbangalas mais ou
menos na mesma época em que Battell viveu inicialmente entre eles. Battell foi para o
território bangala em companhia de comerciantes portugueses que compravam
os prisioneiros de guerra dos imbangalas para vendê-los como escravos. Nessa época,
os imbangalas atuavam como saqueadores, pilhando o país em busca de vinho de
palma.

A capacidade militar e a crueldade dos imbangalas despertaram a atenção dos colonos


portugueses, que viviam uma trégua em sua guerra contra o reino do Dongo durante a
primeira etapa do período colonial (1575–1599). Apesar de professarem publicamente
desgosto pelos costumes imbangalas, os governadores portugueses
de Luanda algumas vezes contrataram os imbangalas para suas campanhas,
começando por Bento Banha Cardoso em 1615 mas principalmente no caso de Luís
Mendes de Vasconcelos e seu assalto de 1618 ao Reino do Dongo.

Mendes de Vasconcelos empregou três esquadrões de imbangalas mas logo percebeu


que eles não tinham disciplina suficiente para integrar as forças portuguesas. O
esquadrão liderado por Cassange, em particular, se livrou do controle português e
iniciou uma jornada de pilhagem que resultou na formação do reino de Cassange, na
bacia do rio Cuango. Essa foi a origem da atual etnia dos imbangalas, que renunciou a
seus costumes militares no final do século XVII.

Outro esquadrão imbangala chamado Caza se uniu ao Reino do Dongo e passou a


lutar contra os portugueses, embora eventualmente viesse a trair a rainha Ana de
Sousa em 1629, frustrando a intenção desta de preservar a independência do Reino do
7
Dongo a partir de uma base nas ilhas do rio Cuanza. Após a breve tentativa de reunião
do Dongo com Cassange em 1629-1630, a rainha foi para o reino da Matamba e, lá,
formou seu próprio esquadrão imbangala, liderado pelo homem chamado de Jinga
Mona ("filho de Ana de Sousa"). Acredita-se que a rainha tenha se submetido ao rito de
iniciação imbangala, golpeando um bebê.

No final do século XVII, os imbangalas originais localizados ao sul do rio Cuanza


firmaram alianças com grupos ovimbundos como os bienos, os huambos e os
ambalundos. No século XVIII, os costumes dos imbangalas tenderam a ficar mais
moderadosː por exemplo, a antropofagia ficou restrita a rituais e, algumas vezes,
passou a ser meramente simbólica (no século XIX, imbangalas do Planalto Central de
Angola ainda praticavam um ritual chamado de "comendo o homem velho").

2.1.2. Costumes
Os Imbangalas eram uma sociedade completamente militarizada, baseada inteiramente
em ritos de iniciação, ao contrário dos demais grupos étnicos africanos, que se baseiam
em ritos de parentesco. Para impedir que o parentesco tomasse o lugar da iniciação,
todas as crianças nascidas numa aldeia eram assassinadas. As mulheres podiam
deixar suas aldeias para terem seus filhos, mas, quando voltavam, as crianças só eram
consideradas imbangalas após terem participado dos ritos de iniciação. De modo
semelhante ao da antiga Esparta, as crianças eram treinadas diariamente em combate
individual e em grupo.

Durante o treinamento, se usava um colar que só poderia ser retirado depois que o


praticante matasse um homem durante uma batalha. Os imbangalas se cobriam com
um unguento chamado maji a samba, o qual eles acreditavam lhes conferir imunidade
nas batalhas, desde que o guerreiro seguisse um código de conduta chamado yijila.
Esse código incluía infanticídio, antropofagia e absoluta ausência de covardia.[1]

Os guerreiros eram conhecidos como nugnza (singular: gonzo) e eram divididos em


doze grupos, cada um deles liderado por um musungo. Esses doze esquadrões eram
parte de um quilombo, uma cidade fortificada temporária cercada por uma paliçada de

8
madeira. Cada quilombo tinha doze portõesː um para cada esquadrão.
O exército imbangala entrava no campo de batalha com uma formação de três dentes
similar à famosa formação zulu de touro e chifre. A formação era composta pelo chifre
direito (mutanda), o chifre esquerdo (muya) e a vanguarda (muta ita) no centro. Suas
armas principais eram o porrete e a machadinha, mas também incluíam o arco e flecha,
a faca e a espada.[1]

Os imbangalas não permitiam que suas mulheres dessem, à luz, crianças. Para
recompor sua população, eles capturavam adolescentes e forçavam-nos a lutar em seu
exército. Em método semelhante ao utilizado com as atuais crianças-soldados, os
jovens cativos eram forçados a matar e comer pessoas e consumir bebidas alcoólicas,
e somente eram admitidos como membros plenos após matar alguém em uma batalha.
Antropofagia, sacrifício humano ritual e tortura faziam parte do que observadores
do século XVII chamaram de "leis da quixila" (do quimbundo kixila, "proibição").

9
3. CONCLUSÃO

Os Imbangalas eram uma sociedade completamente militarizada, baseada inteiramente


em ritos de iniciação, ao contrário dos demais grupos étnicos africanos, que se baseiam
em ritos de parentesco. Para impedir que o parentesco tomasse o lugar da iniciação,
todas as crianças nascidas numa aldeia eram assassinadas.

Portanto, os Imbangala mostram que a luta pela sobrevivência e, mais do que isso, a
luta pela permanência em um ambiente que impunha seus desafios, seja por meio da
presença de povos inimigos, seja pela falta de matéria-prima para uma vida sedentária,
teve um impacto gigantesco no modo com o qual organizaram sua estrutura social. Foi
dessa forma, aliás, que essas sociedades guerreiras conseguiram contornar as
principais adversidades e garantir sua existência por mais de um século, como também
considera Jan Vansina. Assim, o fato de terem havido diferentes atuações dos
Imbangala em relação aos portugueses representa não só a grande diversidade desses
grupos, mas também evidencia sobretudo que cada qual buscou as melhores
ferramenta possíveis e disponíveis para continuar existindo, sobrevivendo em um
determinado lugar. Em outras palavras, os Imbangala procuraram produzir e reproduzir
seu próprio espaço geográfico.

10
2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

https://pt.wikipedia.org/wiki/Imbangalas#

https://www.trabalhosfeitos.com/categoria/os-povos-imbangalas/1463709/0.html

11

Você também pode gostar