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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
ESCOLA DO I CICLO PALANCA NEGRA

BIOLOGIA

FUNÇÕES INORGÂNICAS

GRUPO Nº: 03
CLASSE: 9ª
TURMA: B
PERÍODO: MANHÃ

DOCENTE
_________________
SALVADOR LUCIANO

CANGANDALA, MAIO DE 2023


REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
ESCOLA DO I CICLO PALANCA NEGRA

FUNÇÕES INORGÂNICAS

GRUPO Nº: 3

MEMBROS DO GRUPO:

 Domingos Samatatelo S. Evaristo;


 Domingos Mendes Armando;
 Elisandra Ferraz Quingingo;
 Estevão Suíngue Joveta;
 Fátima J. N. Balanga;
 Januário Mungongo Bravo;
 Joaquim Lemos Ngunza;
 João Abril Ferrão;
 Morais U. Muieba.

CANGANDALA, MAIO DE 2023


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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................4
2. FUNÇÕES INORGÂNICAS..................................................................................................5
2.1. Ácidos................................................................................................................................5
2.1.1. Classificação dos ácidos...........................................................................................5
2.1.2. Potencial Hidrogeniônico (pH)................................................................................6
2.1.3. Ácidos no dia a dia....................................................................................................6
2.2. Bases..................................................................................................................................7
2.2.1. Característica das bases...........................................................................................7
2.2.2. Classificação das bases.............................................................................................7
2.2.3. Nomenclatura das bases...........................................................................................8
2.2.4. Principais bases.........................................................................................................8
2.2.5. Bases no cotidiano.....................................................................................................9
2.3. Sais.....................................................................................................................................9
2.3.1. Características dos sais............................................................................................9
2.3.2. Classificação dos sais................................................................................................9
2.3.3. Nomenclatura dos sais............................................................................................10
2.3.4. Aplicação dos sais...................................................................................................11
2.4. Óxidos.............................................................................................................................11
2.4.1. Características dos óxidos......................................................................................11
2.4.2. Classificação dos óxidos.........................................................................................12
2.4.3. Nomenclatura de óxidos.........................................................................................14
2.4.4. Outros casos (peróxidos, superóxidos e óxidos mistos).......................................15
2.4.5. Principais óxidos.....................................................................................................16
2.4.6. Aplicação dos óxidos...............................................................................................17
3. CONCLUSÃO.......................................................................................................................18
4. BIBLIOGRAFIA...................................................................................................................19

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1. INTRODUÇÃO

Imaginas chegar a um supermercado em que todos os itens das prateleiras estivessem sem
nenhuma organização: massas misturadas com bebidas, produtos de limpeza e higiene, carnes,
verduras e assim por diante. Com certeza você demoraria horas e horas para encontrar o produto
desejado. Essa situação ajuda-nos a entender como a organização em grupos com características
semelhantes é importante e facilita a vida das pessoas.

Neste trabalho, falaremos das funções inorgânicas, pois, estão sempre presentes no nosso dia a
dia de diversas formas. Quando tu tomas um sumo de laranja ou limão, então, você teve contacto
com uma das funções que é os ácidos. Ou já deves ter comido uma banana que te deixou com
uma sensação diferente na boca. Nesse caso, estavas ingerindo uma substância básica.

Portanto, nesta pesquisa, veremos o agrupamento destes compostos com propriedades


semelhantes.

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2. FUNÇÕES INORGÂNICAS

Antigamente acreditava-se que as substâncias orgânicas eram aquelas que se originavam de


organismos vivos (vegetal e animal); e as inorgânicas seriam as de origem mineral.

A Teoria da Dissociação Iônica proposta pelo Sueco Svante Arrhenius, é a base da


classificação das funções inorgânicas principais. Em 1884, Arrhenius realizou vários
experimentos para explicar a condutividade de algumas soluções. Ele descobriu que a
condutividade elétrica das soluções dependia da existência de íons, que eram os responsáveis por
transportar a carga. Arrhenius chegou, então, à conclusão de que as soluções iônicas
transportavam corrente elétrica porque os seus íons, que antes estavam em um aglomerado
iônico, eram separados quando colocados em água. A esse fenômeno ele deu o nome
de dissociação iônica. Ele percebeu também que quando se colocavam algumas substâncias
moleculares na água, ocorria o fenômeno da ionização, quando a água atua como reagente e
forma íons positivos (cátions) e negativos (ânions).

Baseado nesses estudos, Arrhenius observou que determinados grupos de substâncias inorgânicas
liberavam os mesmos cátions, quando colocados em água. Já em outro grupo, as substâncias
liberavam os mesmos ânions. Desse modo, observou-se que era possível dividir as substâncias
inorgânicas em grupos menores ou funções inorgânicas, que ficaram sendo quatro ácidos, bases,
sais e óxidos.

Segundo a Teoria de Arrhenius, os conceitos dados para as funções são: ácidos, bases e sais. Os
óxidos são a única função inorgânica que não baseiam sua definição na Teoria de Arrhenius.

2.1. Ácidos

Ácidos são substancias que sofrem ionização na água, libertando como cátions somente o H + ou
o íon hidrônio (H3O1+): HxA + H2O → x H+(aq) + Ax-(aq) ou
HxA + H2O → x H3O1+ (aq) + Ax-(aq). Exemplos:
 Ácido sulfúrico: H2SO4  → H3O1+ + HSO4-   ou   H2SO4  → H1+ + HSO4-
 Ácido clorídrico: HCl   →    H3O1+ + Cl1-        ou    HCl     →  H1+ + Cl1-

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2.1.1. Classificação dos ácidos
Os ácidos podem ser classificados segundo alguns critérios:
 Quanto à presença de oxigênio: Os ácidos são hidrácidos quando não possuem
oxigênio em sua fórmula molecular. Exemplos: HF, HBr, HCN, H 2S etc. Quando o
oxigênio está presente na fórmula molecular do ácido, ele é chamado de oxiácido.
Exemplos: H2SO4, HNO3, H2CO3, H3PO4 etc;
 Quanto ao número de hidrogênios ionizáveis: Em função da quantidade de íons
H+ liberados em água, os ácidos podem ser classificados da seguinte maneira:
o Monoácidos: liberam apenas 1 íon H+. Exemplos: HNO3 e HCN;
o Diácidos: liberam 2 íons H+. Exemplos: H2SO4 e H2S;
o Triácidos: liberam 3 íons H+. Exemplos: H3PO4 e H3BO3;
o Tetrácidos: liberam 4 íons H+. Exemplo: H4SiO4.
 Quanto à força dos ácidos: A força de um ácido é medida com base em seu grau de
ionização (α). Quanto maior o grau de ionização, mais forte será o ácido. A expressão
matemática a seguir define o grau de ionização:

Conhecendo o grau de ionização do ácido, que é obtido de forma experimental, podemos


classificá-lo em:
 Fortes: α ≥ 50%  Fracos: α ≤ 5%
 Moderados: 5% < α < 50%

Quanto aos oxiácidos, podemos classificá-los segundo sua força determinando a diferença (x)
entre a quantidade de oxigênios e a de hidrogênios ionizáveis:
X = número de O – número de H ionizáveis

Quando x = 2 ou 3, temos um ácido forte; para x = 1, ácido moderado; e para x = 0, ácido fraco.

2.1.2. Potencial Hidrogeniônico (pH)


O potencial hidrogeniônico é uma escala usada para determinar a acidez e basicidade das
soluções. Ela varia de 0 a 14, em que, para valores abaixo de 7, temos uma solução ácida, e para
valores maiores de 7, as soluções são consideradas básicas. As soluções neutras possuem pH
igual a 7.

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Para determinar o ph de uma solução, pode-se utilizar aparelhos de medidas
chamados pHmetros, ou ainda indicadores, que mudam de cor de acordo com o caráter ácido ou
básico da solução.

2.1.3. Ácidos no dia a dia

 Ácido acético: encontrado no vinagre;


 Ácido cítrico: encontrado em frutas cítricas, como laranja, limão e acerola;
 Ácido fosfórico: usado na fabricação de refrigerantes;
 Ácido carbônico: encontrado em bebidas gaseificadas em geral;
 Ácido clorídrico: presente no suco gástrico e usado, também, como produto de limpeza,
sendo chamado de ácido muriático;
 Ácido sulfúrico: presente na chuva ácida e usado como eletrólito em baterias de
automóveis.

Outros exemplos de ácidos:

 Ácido ascórbico (vitamina C);  Ácido cianídrico (usado em câmaras


 Ácido acetilsalicílico (AAS de gás);
— aspirina);  Ácido fórmico (presente nas
 Ácido lático (presente no leite); formigas

2.2. Bases

Bases são substancias que em solução aquosa sofrem dissociação iônica, liberando como único
anion a hidroxina OH-. C(OH)x + H2O → Cx+ + xOH-. Exemplos:

 Hidróxido de sódio: NaOH(s)  →  Hidróxido de cálcio: Ca(OH)2 → Ca2+ +


Na1+ +  OH1- 2 OH1-

2.2.1. Característica das bases

 Solução aquosa, ou solução alcalina, tem pH maior do que 7, em condições normais de


temperatura e pressão.
 Soluções alcalinas são condutoras de eletricidade.
 Bases são formadas por um cátion metálico ligado ionicamente a uma hidroxila (OH -),
com exceção do hidróxido de amônia (NH4OH).
 As bases, em geral, são adstringentes.
 A solubilidade das bases varia conforme o elemento formador: nitrogênio e metais
alcalinos formam bases solúveis, metais alcalinos terrosos, com exceção do magnésio,
formam bases pouco solúveis, e os metais de transição formam bases insolúveis.
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do berílio (Be)
2.2.2. e o magnésio (Mg).
Classificação das bases
 Base fraca: é aquela não dissocia tanto quando está em meio aquoso. As bases fracas são
As bases podem ser classificadas de acordo com o número de hidroxilas (OH-) que contem na
formadas pelos metais de transição e o nitrogênio (N), que forma o hidróxido de amônio.
molécula:
Exemplo:
Hidróxido de magnésio (Mg(OH)2), também conhecido como leite de magnésio, usado como
antiácido, fármaco para tratamento de estomatites, pode ser classificado como um diácido forte,
pois possui duas hidroxilas e alto grau de dissociação entre os íons formadores da molécula.

2.2.3. Nomenclatura das bases

Para bases monovalentes, cujo o elemento central tenha apenas um Nox (número de oxidação), a


nomenclatura será dada por: hidróxido de + nome do elemento. Exemplos:
 Hidróxido de alumínio = Al(OH)3  Hidróxido de Sódio = NaOH
 Hidróxido de prata = AgOH

Para bases em que o metal tem carga variável, indica-se ao final, em números romanos, a carga
do cátion. Podem ser usados também os sufixos -ico para carga maior e -oso para carga menor.
Ficando então da seguinte forma:
Hidróxido + elemento + n° da carga ou sufixo respectivo a carga (-ico↑, -oso↓). Exemplo:
O ferro pode ter carga Fe2+ ou Fe3+ que formarão as bases Fe(OH)2 e Fe(OH)3. Veja como fica a
nomenclatura de cada uma:
Fe (OH)2 → Hidróxido de Ferro II ou hidróxido ferroso
Fe (OH)3 → Hidróxido de Ferro III ou hidróxido férrico

2.2.4. Principais bases


 NaOH: Hidróxido de sódio  Al(OH)3: Hidróxido de alumínio
 Ca(OH)2: Hidróxido de cálcio
 Zn(OH)2: Hidróxido de zinco
 Mg(OH)2:Hidróxido de magnésio
 AgOH: Hidróxido de prata
 NH4OH: Hidróxido de amônio
 Fe(OH)2 e Fe(OH)3: Hidróxido
 KOH: Hidróxido de potássio ferroso e férrico.

 Ba(OH)2: Hidróxido de bário  Ni(OH)2: Hidróxido de níque.

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2.2.5. Bases no cotidiano

As bases são substâncias presentes em nosso dia a dia, pois estão agregadas a produtos de
limpeza, alimentos e fármacos. Frutas que apresentam sabor amargo, adstringente, como a
banana verde, possuem em sua estrutura uma molécula alcalina, nesse caso é o hidróxido
de alumínio (Al(OH)3).

Outra base muito comum e utilizada para fabricar sabão caseiro é o hidróxido de sódio (NaOH),
conhecido também como soda cáustica, uma base forte que apresenta riscos à saúde se não for
manipulada corretamente.

É importante citar também o hidróxido de amônio (NH 4OH), que é uma base fraca, porém
corrosiva, proveniente da solubilização de amônia (NH4) em água. O hidróxido de
amônio possui diversas aplicações, é usado na produção de alisantes para cabelo, produtos de
limpeza e gás de refrigeração, fertilizantes agrícolas e até explosivos.

2.3. Sais

Sais são substancias que em solução aquosa sofrem dissociação iônica, produzindo pelo menos
um cátion diferente de H+ e um ânion diferente de OH-. Exemplos:
 Sal de cozinha – Cloreto de sódio: NaCl → Na1+ +  Cl1-

 Nitrato de cálcio: Ca (NO3)2 → Ca2+ + 2NO31-

 Fosfato de amônio: (NH4)3PO4→ 3 NH4+1 + PO43-

2.3.1. Características dos sais

 Compostos iônicos: íons que se conectam por ligação iônica.

 A maioria dos sais é solúvel em água.

 Alto ponto de fusão e ebulição

 Capazes de conduzir corrente elétrica quando dissolvidos em meio aquoso.

 Aspecto: sólidos, cristalinos, duros e quebradiços

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 Propriedades organolépticas: sabor salgado

 São venenosos, com algumas exceções, como o sal de cozinha (NaCl).

 Muitos sais possuem propriedade higroscópica (tendência a absorver água do meio).

2.3.2. Classificação dos sais

Os sais podem ser classificados de acordo com a reação de neutralização que deu origem ao
composto, como mencionado, o sal é produto de uma reação entre um ácido e uma base, se
tivermos nessa reação um ácido ou base mais forte, ou seja, se for uma reação que não se
neutraliza completamente, o sal como produto dela terá caráter básico ou ácido, a depender dos
reagentes utilizados.

 Sais neutros ou normais: são os sais produtos de uma reação de neutralização completa,


ou seja, a reação em que todos os íons H+ de um ácido ligam-se aos íons OH- da base.
Exemplo: HBr (Ácido) + KOH (Base) → KBr (Sal neutro) + H2O
 Sais com caráter ácido: são os sais produtos de uma reação entre um ácido forte e
uma base fraca ou quando ocorre uma neutralização parcial de um ácido. Nesse tipo de
reação, não acontece uma neutralização completa, os íons OH- não são “suficientes” para
reagir com todos os íons H+, tendo como produto um sal de caráter ácido. Exemplo:
H2SO4 (Ácido) + NaOH (Base) → NaHSO4 (Sal ácido) + H2O
 Sais de caráter básico: são os sais produtos de uma reação de neutralização parcial em
que a base é mais forte que o ácido. Nesse caso os íons OH- estão em maior concentração
do que os íons H+, por isso não acontece uma neutralização completa, tendo como
produto um sal de caráter básico. Exemplo: HCl (Ácido) + Ca(OH)2 (Base) → Ca(OH)Cl
(Sal básico) + H2O

2.3.3. Nomenclatura dos sais

Assim como mencionado sobre a classificação dos sais ser feita de acordo com os reagentes
(ácido e base) formadores, para a nomenclatura também será necessário conhecer os reagentes
formadores do sal. A nomenclatura dos sais é formada por:
“nome do ânion” de “nome do cátion”

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Sufixo do ácido Sufixo do ânion formado Número de oxidação do ânion (NOX)
-idríco -eto NOX fixo e negativo
hipo ...oso Hipo ...ito +1, +2
-oso -ito +3, +4
-ico -ato +5, +6
Per... –ico Per... –ato +7

O nome do ânion é formado de acordo com a nomenclatura do respectivo ácido formador ou,
ainda, pelo número de oxidação (NOX) do elemento formador do ânion.

Exemplos:
 HCl (Ácido clorídrico) + NaOH (Hidróxido de sódio) → NaCl (Cloreto de sódio) + H2O
 H3PO3 (Ácido fosforoso) + Zn(OH)2 (Óxido de zinco) → ZnHPO3 (Fosfito de zinco) +
2H2O
 H2SO4 (Ácido sulfúrico) + NaOH (Hidróxido de sódio) → NaHSO4 (Sulfato de sódio) +
H2O

2.3.4. Aplicação dos sais

 NaCl (Cloreto de sódio): utilizado como condimento no preparo de alimentos, para


conservar carnes e peixes; administrado em soro para reidratação do corpo.

 NaNO3 (Nitrato de sódio): aplicado na fabricação de fertilizantes e ácido nítrico.

 Na2CO3 (Carbonato de sódio): utilizado para equilibrar o Ph de corpos hídricos, como


piscinas; aplicado também na fabricação de medicamentos, vidros, detergentes, produtos
cromados, fotografias, e nas indústrias têxteis, para neutralizar o ácido sulfúrico.
 NaHCO3 (Bicarbonato de sódio): é capaz de tamponar o Ph de uma solução, utilizado,
por isso, em medicamentos antiácidos; aplicado também em bebida efervescente,
fermento químico, conservação de produtos como margarinas, tratamento de lã e seda, e
em extintores de incêndio.

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 CaCO3 (Carbonato de cálcio): aplicado na fabricação de mármores e calcário devido as
suas propriedades abrasivas; também utilizado na produção de creme dental; e na
agricultura, é usado como redutor de acidez para preparo do solo para plantio.
 NaClO (Hipoclorito de sódio): aplicado principalmente na fabricação de produtos de
limpeza, por ter propriedades desinfetantes; utilizado também em indústrias têxteis como
branqueador, no tratamento de águas e efluentes, e como reagente intermediário em
diversos produtos químicos.

2.4. Óxidos

Óxidos são compostos formados por dois elementos, sendo que o mais eletronegativo deles é o
oxigênio.
Exemplos: CO2, SO2, SO3, P2O5, Cl2O6, NO2, N2O4, Na2O, etc.

2.4.1. Características dos óxidos

Os óxidos são compostos binários formados por oxigênio, e o outro elemento participante pode
ser tanto um metal quanto um ametal. Dessa forma, eles podem ser formados por ligações
iônicas (mais fortes) e covalentes (mais fracas).

Tal versatilidade impacta diretamente no ponto de fusão e ebulição desses compostos. Por
exemplo, o óxido de magnésio, de natureza iônica, tem um ponto de fusão de cerca de 2800 ºC,
enquanto o dióxido de carbono, de natureza covalente, tem um ponto de fusão de cerca de - 56
ºC.

Essa versatilidade também impacta na reatividade dos óxidos. O dióxido de carbono, por


exemplo, consegue reagir com a água e formar o ácido carbônico, mas o monóxido de
carbono não reage de forma alguma com a água. Além disso, o mesmo monóxido de carbono é
extremamente asfixiante, pois consegue se ligar mais facilmente com a hemoglobina que o
próprio gás oxigênio. O dióxido de carbono, entretanto, não tem essa capacidade.

Os óxidos também tiveram importante papel histórico. Muitos metais foram isolados e


descobertos a partir de seus respectivos óxidos, os quais chamamos de minérios. Os minérios,

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inclusive, são as principais fontes de metal do nosso planeta. Da hematita, por exemplo, se extrai
o ferro. Já da bauxita se extrai o alumínio.

2.4.2. Classificação dos óxidos


2.4.2.1. Óxidos ácidos (ou anidridos)

Os óxidos ácidos são aqueles que, ao reagirem com a água, formam um ácido. Ou, de forma
análoga, são aqueles formados a partir da desidratação de um ácido. Um composto
desidratado, ou seja, sem água, é chamado de anidro, por isso os óxidos ácidos também são
chamados de anidros.

Os óxidos ácidos são formados por ametais ou metais de alto número de oxidação (+5, +6 ou
+7). Exemplos de reações de óxidos ácidos em meio aquoso:
 SO3(g) + H2O(l) → H2SO4(aq)  CO2(g) + H2O(l) → H2CO3(aq)
 N2O5(g) +H2O(l) → 2 HNO3(aq)

Os óxidos ácidos, assim como os ácidos convencionais, também podem fazer reações de
neutralização com bases, formando sal e água.
CO2(g) + 2 NaOH (aq) → Na2CO3(aq) + H2O(l)

2.4.2.2. Óxidos básicos (ou alcalinos)

Os óxidos básicos são aqueles que, ao reagirem com água, formam bases. Também podem ser
formados a partir da desidratação das bases.

São formados por metais de baixo número de oxidação (menor do que +5). Exemplos de


reações de óxidos básicos em meio aquoso:
 Na2O(s) + H2O(l) → 2 NaOH(aq)  CaO(s) + H2O(l) → Ca(OH)2(aq)
 Fe2O3(s) + H2O(l) → 2 Fe(OH)3(aq)

Os óxidos básicos, assim como as bases convencionais, também podem fazer reações de
neutralização com ácidos, formando sal e água. H2SO4(aq) + CaO(s) → CaSO4(aq) + H2O(l)

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Os óxidos básicos e óxidos ácidos também reagem entre si, mas formam apenas o sal. A água não
é formada: CaO + CO2 → CaCO3

2.4.2.3. Óxidos neutros

São óxidos que não reagem com a água, ácido ou base. Essa característica só pode ser
percebida experimentalmente, não existindo uma regra para prever se o óxido será neutro. Os
principais óxidos neutros são: CO, NO e N2O.

2.4.2.4. Óxidos anfóteros

São óxidos que, dependendo do meio reacional em que se encontram, podem se comportar ou


como ácido, ou como base. Exemplo:

 ZnO + HCl → ZnCl2 + H2O  ZnO + NaOH → Na2ZnO2 + H2O


(Nesse caso, o ZnO age como uma (Nesse caso, o ZnO age como um
base.) ácido.)

Os óxidos anfóteros também são determinados apenas experimentalmente, mas a maioria


deles é formada por elementos que se encontram na fronteira entre metais e ametais, como Al2O3,
PbO, PbO2, SnO, SnO2, BeO, ZnO, Cr2O3 e o MnO2.

2.4.2.5. Óxido misto, duplo ou salino

São óxidos formados pela união de outros dois óxidos. Alguns autores destacam a fórmula
geral M3O4 para esse óxido, com o NOX do metal sendo de +8\3. Exemplo: FeO + Fe2O3 →
Fe3O4

Entretanto, alguns óxidos mistos não possuem essa fórmula geral, como o caso do U3O8:
UO2 + 2 UO3 → U3O8

2.4.2.6. Peróxidos

Nesses óxidos, o NOX do oxigênio é igual a -1. Também é possível determinar


que peróxidos possuem o ânion O22-.

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Apenas o hidrogênio, metais alcalinos e alcalinoterrosos conseguem formar peróxidos
inorgânicos.
Exemplos: H2O2, Na2O2, CaO2.

2.4.2.7. Superóxidos

Nesses óxidos, o NOX do oxigênio é igual a -1\2. Também é possível determinar que os
peróxidos possuem o ânion O42-. Apenas os metais alcalinos e alcalinoterrosos conseguem formar
peróxidos inorgânicos. Exemplos: Na2O4, CaO4

2.4.3. Nomenclatura de óxidos

As regras de nomenclatura para óxidos são simples e de fácil compreensão. Entretanto, um único


óxido pode ter mais de um nome, algo a que devemos ter atenção.

Em geral, podemos dividir as nomenclaturas de óxidos para elementos que possuem NOX fixo e
elementos que possuem NOX variável.

2.4.3.1. Óxidos de elementos com NOX fixo

Nesse caso, o nome é simples e direto: óxido + nome do elemento. Isso porque, se o elemento
tem NOX fixo, não existe outro óxido possível para ele. Exemplos:

 ZnO – óxido de zinco  Na2O – óxido de sódio


 CaO – óxido de cálcio  Ag2O – óxido de prata

2.4.3.2. Óxidos de elementos com NOX variável

Quando os elementos têm NOX variável, eles podem possuir mais de um óxido possível; sendo
assim, prefixos (mono, di, tri…) ou algarismos romanos que indicam o NOX do elemento
devem ser utilizados. Exemplo:

 FeO – óxido de ferro II ou monóxido de  CO2 – óxido de carbono IV ou dióxido


ferro de carbono
 Fe2O3 – óxido de ferro III ou trióxido de  CO – óxido de carbono II ou monóxido
diferro de carbono

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Também é permitido utilizar os sufixos tradicionais -ico e -oso na nomenclatura dos óxidos.
Vale lembrar que o sufixo -ico indica que o elemento está com o maior NOX, e o sufixo -oso
indica que o elemento está com o menor NOX. Exemplo:
 FeO – óxido ferroso  Fe2O3 – óxido férrico
(Nesse caso, o NOX do ferro é igual a (Nesse caso, o NOX do ferro é igual a
+2.) +3.)

Os óxidos ácidos, em específico, também podem ser chamados de anidridos, pois essa é uma
nomenclatura histórica e ainda aceita pela Iupac. Exemplo:
 SO2 – anidrido sulfuroso  SO3 – anidrido sulfúrico
(Nesse caso, o NOX do enxofre é igual a (Nesse caso, o NOX do enxofre 
+4.)
 é igual a +6.)

2.4.4. Outros casos (peróxidos, superóxidos e óxidos mistos)

Os peróxidos e superóxidos seguem a mesma nomenclatura, porém devemos utilizar a


palavra peróxido ou superóxido em vez de óxido. Exemplo:
 H2O2 – peróxido de hidrogênio  CaO2 – peróxido de cálcio
 Na2O4 – superóxido de sódio

Os óxidos mistos possuem nomenclatura semelhante, mas atenção aos sinônimos, pois


também podem ser chamados de óxidos duplos ou salinos. Os prefixos que indicam variação
de número também podem ser utilizados, assim como os algarismos romanos, para indicar o
NOX do elemento do óxido misto. Entretanto, deve-se saber o NOX do elemento em cada um
dos óxidos formadores do óxido misto. Exemplo:
 Fe3O4 – óxido misto de ferro ou óxido salino de ferro ou tetróxido de triferro ou óxido de
ferro II e III.

Obs.: Óxido de ferro II ou III porque o Fe3O4, conforme antes visto, é a junção do FeO (onde o
ferro tem NOX +2) e o Fe2O3 (onde o ferro tem NOX +3).

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2.4.5. Principais óxidos

 Dióxido de carbono – CO2: é um óxido ácido e de grande discussão nos dias atuais, pois
ele é gerado na queima dos combustíveis fósseis e age como um gás-estufa, ou seja,
intensifica o efeito estufa. Sendo assim, é considerado o grande vilão do aquecimento
global antrópico, problema ambiental de grande preocupação nos dias atuais.
 Monóxido de carbono – CO: é um óxido neutro que não é gás-estufa, como o dióxido de
carbono. Entretanto, esse gás é extremamente tóxico aos seres humanos, sendo muito
asfixiante. A principal causa disso é pelo fato de a hemoglobina ter muito mais afinidade
pelo CO do que pelo gás oxigênio (O 2). Assim, ao inalarmos esse gás, temos a grande
chance de morrer por asfixia. Ele é gerado como subproduto de combustões incompletas
de combustíveis fósseis e, por isso, ambientes com aparelhos de gás — utilizados para
aquecimento de água nas casas — devem estar sempre bem ventilados.
 Óxidos de enxofre – SOx: os dois óxidos de enxofre, o SO2 e o SO3, são também de
grande preocupação ambiental. O SO2 é formado na queima de alguns derivados de
petróleo, como a gasolina e o diesel, que possuem enxofre como impureza. Na atmosfera,
o SO2 se transforma no SO3. Ambos óxidos são ácidos e, ao reagirem com a água,
formam, respectivamente, os ácidos sulfuroso (H2SO3) e sulfúrico (H2SO4), o que aumenta
a acidez da chuva, causando o fenômeno chamado de chuva ácida, que é um problema
para lagos, rios e lavouras, além de danificar construções por corrosão.
 Óxidos de nitrogênio – NOx: o ar que é queimado nos motores à combustão também
possui nitrogênio, uma vez que o ar atmosférico possui cerca de 80% de gás nitrogênio
(N2). Na alta temperatura das câmaras de combustão dos motores, o gás nitrogênio pode
gerar o monóxido de nitrogênio, NO, que é neutro. Entretanto, o NO pode reagir com o
gás oxigênio na atmosfera e se transformar no óxido ácido NO 2, o qual, ao reagir com a
água, forma os ácidos nitroso (HNO2) e nítrico (HNO3): 2 NO + O2 → 2 NO2; 2 NO2 +
H2O → HNO2 + HNO3

Assim como no caso dos óxidos de enxofre, os ácidos gerados também intensificam a acidez da
chuva, ajudando no fenômeno da chuva ácida.

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O NO e NO2 não provêm apenas da poluição, mas também são formados em tempestades. A
energia dos raios é suficiente para fazer reagirem o N2 e o O2.

O aumento da acidez da chuva danifica esculturas de mármore, ricas em calcário.

2.4.6. Aplicação dos óxidos

Apesar de estarem atrelados a alguns problemas ambientais, alguns óxidos possuem grande
importância para o nosso planeta e nossa sociedade.

 Óxido de cálcio – CaO: comercialmente vendido sob o nome de cal viva ou cal virgem,
esse óxido é utilizado para ajustar o pH de águas (em estações de tratamento de água, por
exemplo) e solos. O CaO também é utilizado na construção civil, estando presente na
composição de cimentos e argamassas.
 Dióxido de silício – SiO2: comercialmente vendido sob o nome de sílica, esse óxido é o
principal constituinte dos grãos de areia. Também compõe alguns minerais, como é o caso
do quartzo e da ametista (uma variação lilás do quartzo). A maioria das rochas terrestres é
composta por óxidos de silício, assim como as crostas de outros planetas rochosos.
 Monóxido de carbono – CO: junto ao coque (um combustível rico em carbono derivado
da hulha), é muito utilizado na siderurgia para a redução de metais. Um exemplo é a
obtenção do ferro a partir da hematita (minério rico em Fe2O3):
Fe2O3 + 3 CO → 2 Fe + 3 CO2
 Dióxido de carbono – CO2: é um importante óxido na regulação da temperatura do nosso
planeta, justamente por ser um gás-estufa, ou seja, um gás capaz de reter o calor na
superfície do nosso planeta. Sem ele, o planeta Terra seria inabitável, uma vez que não
teríamos as condições necessárias para o desenvolvimento de vida. Ele também é peça-
chave na fotossíntese, um dos principais processos físico-químicos em que a energia solar
é transformada em energia química.

 Peróxido de hidrogênio – H2O2: comercialmente vendido sob o nome de água


oxigenada, o peróxido de hidrogênio é um bom oxidante. Assim, é utilizado em diversos
processos químicos na indústria e no laboratório. Também é utilizado como antisséptico e
alvejante. Utilizamos o peróxido de hidrogênio em tratamentos de clareamento dentário,
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no clareamento de roupas, descolorimento de fios de cabelo e até mesmo na limpeza de
feridas e machucados.

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3. CONCLUSÃO

Como existe uma quantidade muito grande de substâncias inorgânicas, elas passaram a ser
divididas em grupos para facilitar seus estudos. Esses grupos chamamos de funções inorgânicas.

Existem quatro funções inorgânicas: ácidos, bases, sais e óxidos. Cada função dessas é composta
por substâncias que apresentam propriedades químicas semelhantes, isto é, que possuem o
mesmo comportamento diante de determinados compostos químicos. Portanto, isso ocorre em
virtude das semelhanças em suas fórmulas químicas (na sua composição). A teoria mais usada
para diferenciar as funções inorgânicas é a Teoria da dissociação iônica de Arrhenius (com
exceção dos óxidos). Essa teoria considera o comportamento das substâncias inorgânicas em
meio aquoso.

Visto que todos esses compostos são iônicos, isto é, capazes de formar íons (átomos ou grupos de
átomos com carga elétrica através da perda ou ganho de elétrons), os íons formados são
observados quando eles são dissolvidos em água. Basicamente, os que formam íons semelhantes
ou iguais pertencem à mesma função.

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4. BIBLIOGRAFIA

https://brasilescola.uol.com.br/quimica/funcoes-inorganicas.htm

https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/acidos.htm

https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/os-sais.htm

https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/bases.htm

https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/oxidos.htm

https://www.manualdaquimica.com/quimica-inorganica/funcoes-
inorganicas.htm#:~:text=Existem%20quatro%20fun%C3%A7%C3%B5es%20inorg
%C3%A2nicas%3A%20%C3%A1cidos,diante%20de%20determinados%20compostos%20qu
%C3%ADmicos.

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