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O português é a língua oficial e língua franca de Angola, fazendo da nação a segunda maior
comunidade lusoparlante do mundo (atrás somente do Brasil).[1][ligação inativa] Uma grande
porção da população angolana fala, como primeira língua, alguma das línguas nacionais de
Angola.[2][3][4] As principais línguas nacionais faladas em Angola são o umbundo (umbundu),
o quimbundo (kimbundu), o congo (kikongo), o chócue (côkwe), o vambunda (mbunda) e o
cuanhama (kwanyama). Além destas, são faladas dezenas de outras línguas nacionais —
com fontes que afirmam haver 20 línguas enquanto outras fontes falam em 37 línguas e 50
dialectos,[5] mas estas indicações não são nem fiáveis nem criteriosas.
Ovimbundos
Ambundos
Durante o período colonial português, um decreto de 1919 proibiu o uso de línguas locais nas
escolas e tornou obrigatório o português. Isto reduziu fortemente o uso do quimbundo entre
populações educadas e urbanas em favor do Português. Por outro lado, quimbundo foi
aprendido por uma parte significativa da população portuguesa da região, e muitas palavras
em quimbundo passaram para o cotidiano português falado lá. Nos anos 1960 e 1970, até
grupos musicais brancos e racialmente misturados costumavam a cantar canções em
quimbundo, por exemplo, “Monami” e “Kamba iyami”. Em parte da província de Malanje
culturalmente "assimilada", as populações de ambundos produziram uma mistura de
quimbundo e português chamada ambaca, cujos falantes são chamados ambaquistas.
Congos
No norte, nas províncias do Uíge, do Zaire e uma parte do Cuanza Norte, concentra-se a
maior parte dos congos que representam hoje pouco mais de 10% da população. A sua
língua, quicongo, era o idioma do antigo Reino do Congo e tem diversos dialectos (tal como
também as têm o umbundo e o quimbundo). Em consequência da guerra pela independência
muitos congos refugiaram-se na hoje República Democrática do Congo onde boa parte
aprendeu também o francês e o lingala, língua de comunicação na parte ocidental daquele
país. A maioria dos refugiados congos, e/ou seus filhos e netos, regressou para Angola a
seguir à independência, reinstalando-se em geral ao seu território de origem, mas formando
também núcleos populacionais importantes nas cidades situados fora desta área,
principalmente em Luanda. Deste modo, também o quicongo, está hoje de algum modo
presente em boa parte de Angola, com 8,24% de falantes.[7]
Chócues
Os chócues estão presentes numa boa parte do leste de Angola, desde a Lunda Norte e
Lunda Sul ao Moxico e mesmo ao Bié. Enquanto mais a norte constituem, juntamente com
os lundas (de língua lunda), a população exclusiva, a sua presença mais a sul e cada vez
mais dispersa e se mistura com a dos pequenos povos da região, habitualmente designados
pelo termo ganguelas. A língua chócue é falada por 6,54% da população tem vindo a
sobrepor ao lunda, mas aparentemente não às línguas de outros povos.[7]
Ganguelas
Os povos designados como ganguelas são: luenas, luvales, vambundas, luimbis, cangalas,
ambuílas, luchazes, camachis, etc.,[13] — não constituem uma etnia abrangente, e cada um
fala a sua língua, embora estas sejam de certo modo aparentadas e reunidas sob a definição
de "língua ganguela" (língua ganguela-luchazi). Porém actualmente têm o estatuto de "língua
nacional" o vambunda.
Cuanhamas e ovambos
Diferente é o caso dos ovambos, que são um grande grupo sociolinguístico e cultural
existente principalmente na Namíbia, mas em parte significativa também na província do
Cunene, no sul de Angola. A sua língua é o ovambo, a língua africana mais importante da
Namíbia. Em Angola essa língua é geralmente falada na forma de dialectos, próprios de
diferentes subgrupos. O subgrupo de maior destaque em Angola é o dos cuanhamas (que
usa o dialeto cuanhama), mas há ainda os cuamatos, os cafimas, os evales e os
dombondolas.
Finalmente existem no sul de Angola grupos residuais de coissãs, povos distintos dos povos
bantos e com as suas línguas específicas.
Durante o período colonial, o uso das línguas indígenas estava praticamente circunscrito ao
ensino do catolicismo. Contudo, a língua portuguesa não conseguiu fixar-se em todo o
território devido à limitada utilização que as populações africanas dela faziam,
principalmente nas zonas rurais, permanecendo as línguas indígenas, relativamente intactas.
Com vista à valorização, utilização e promoção das línguas locais, o Instituto de Línguas
Nacionais de Angola fixou normas ortográficas dos idiomas chócue (côkwe), quicongo
(kikongo), quimbundo (kimbundu), vambunda, cuanhama (kwanyama) e umbundo (umbundu),
estudando os aspectos fonéticos, fonológicos, morfossintácticos, lexicais e semânticos. Os
resultados deste trabalho de investigação serviram de base à elaboração de material
didáctico para a futura introdução destas línguas no ensino primário, em paralelo com o
português.
Nos media as línguas africanas são também utilizadas, por exemplo, pela emissora de rádio
Ngola Yetu (Nossa Angola, em quimbundo), que emite diariamente programas e notícias em
sete idiomas.
Situação do português
A adopção da língua do antigo colonizador como língua oficial foi um processo comum à
grande maioria dos países africanos. No entanto, em Angola deu-se o facto pouco comum
de uma intensa disseminação do português entre a população angolana, a ponto de haver
uma expressiva parcela da população que tem como sua única língua aquela herdada de
Portugal.
São vários os motivos que explicam esse fenómeno. O principal foi a implantação, pelo
regime colonial português, de uma política assimiladora que visava a adopção, pelos
angolanos, de hábitos e valores portugueses, considerados "civilizados", entre os quais se
encontrava o domínio da língua portuguesa. Por outro lado, há que ter em conta também a
presença de um elevado número de colonos portugueses, espalhados por todo o território,
bem como dos sucessivos contingentes militares portugueses que, durante o longo período
da Guerra Colonial, se fixaram no interior do país.
A língua literária em Angola distinguiu-se sempre pela presença das línguas locais,
expressamente em diálogos ou interferindo fortemente nas estruturas do português. Embora
quase exclusivamente em língua portuguesa, a literatura angolana conta também com
algumas obras em quimbundo e umbundo.
2 Dimba/Zemba 18 000
Francesa[20]
3 [21] 700 000
4 Gciriku 24 000
5 Himba/Herero 20 000
6 Holu 23 100
7 Khongo 20 000
8 Khwedam 200
9 Quibala 2 630
13 !Kung-Ekoka 5 500
14 Cuvale 70 000
16 Kwandu 6 000
17 Kwangali 22 000
19 Luba-Kasai 60 000
21 Luimbi 43 900
24 Makoma 3 000
25 Mashi 2 630
27 Mbukushu 4 000
30 Mpinda 30 000
31 Ndombe 22 300
32 Ngandyera 13 100
33 Ngendelengo 900
34 Nkangala 22 300
36 !Kung 5 630
39 Nyengo 9 380
42 Ruund 98 500
43 Sama 24 000
44 Songo 50 000
45 Suku 30 000
48 Yauma 17 100
49 Yombe 39 400
Referências
13. José Redinha, Etnias e culturas de Angola, Luanda: Instituto de Investigação Científica,
1975
14. http://poing.me/layar/Colombia/brochuranoCrop.pdf
15. http://www.ethnologue.com/country/AO/languages
21. Schmitt, Aurelio. Município de Angola: Censo 2014 e Estimativa de 2018. Revista Conexão
Emancipacionista. 3 de fevereiro de 2018
22. https://joshuaproject.net/people_groups/13068/AO
Bibliografia
Ligações externas
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title=Línguas_de_Angola&oldid=64811039"